UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE ENFERMAGEM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
MESTRADO EM ENFERMAGEM
DÉBORA REGINA OLIVEIRA MOURA ABREU
FATORES ASSOCIADOS À RECORRÊNCIA DE QUEDAS DE
IDOSOS NA COMUNIDADE
Cuiabá-MT
2013
2
DÉBORA REGINA OLIVEIRA MOURA ABREU
FATORES ASSOCIADOS À RECORRÊNCIA DE QUEDAS DE
IDOSOS NA COMUNIDADE
Cuiabá-MT
2013
3
DÉBORA REGINA OLIVEIRA MOURA ABREU
FATORES ASSOCIADOS À RECORRÊNCIA DE QUEDAS DE
IDOSOS NA COMUNIDADE
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem, da Universidade Federal de Mato Grosso, como
requisito para obtenção do título de Mestre em Enfermagem.
Área de concentração: Enfermagem e o cuidado à saúde regional
Orientadora: Profª Drª Rosemeiry Capriata de Souza Azevedo
Cuiabá-MT
2013
4
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO,
PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Catalogação da Publicação Serviço de Documentação Faculdade de Enfermagem da
Universidade Federal de Mato Grosso.
A162f Abreu, Débora Regina Oliveira Moura.
Fatores associados à recorrência de quedas de idosos na comunidade /
Débora Regina Oliveira Moura Abreu. – 2013.
97 f. : il. : color.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rosemeiry Capriata Souza Azevedo.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Mato Grosso,
Faculdade de Enfermagem, Pós-Graduação em Enfermagem, Área de
Concentração: Enfermagem e o Cuidado à Saúde Regional, 2013.
Inclui bibliografia.
Inclui anexos.
1. Idosos – Enfermagem. 2. Idosos – Quedas – Enfermagem. 3. Quedas
de idosos – Fatores associados. I. Título.
CDU – 616-083-053.9
Ficha elaborada por: Rosângela Aparecida Vicente Söhn – CRB-1/931
5
6
DEDICATÓRIA
Aos idosos participantes desta pesquisa, que compartilharam comigo suas experiências,
dificuldades, medos e dúvidas. Que me aceitaram mesmo antes de me conhecer, me
acolhendo antes de me ouvir, e que nunca se despediram totalmente do meu coração, que os
acompanha no silencio do meu trabalho e na simplicidade do meu querer. Agradeço pelo
exemplo de vida e de sabedoria que me presentearam em cada entrevista. A concretização
deste trabalho não seria possível sem vocês.
7
AGRADECIMENTOS
Estive exausta, agora não mais, meu corpo se revitalizou ao final desta jornada, repleta de
muito estudo, dedicação e paciência. Do alto desta realização é o momento agora dos meus
sinceros agradecimentos.
A Deus, que segura minha mão e me ajuda a andar quando meus olhos não podem ver. Pela
força, coragem e perseverança que me concede a cada dia da minha vida. Por amarrar minhas
sandálias e guiar-me pelos caminhos. Eu trilhei os passos, mas você me mostrou a direção.
Ao meu esposo e companheiro Antônio Ricardo, que sempre demonstrou acreditar em meu
potencial e esteve incondicionalmente ao meu lado, se tornando o alicerce desta conquista,
apoiando-me com amor, paciência e dedicação.
A minha irmã Thaiara que de maneira muito especial me ajudou na coleta de dados e a todos
os meus familiares que estiveram presentes mesmo em minha ausência.
À minha querida orientadora professora Drª Rosemeiry Capriata de Souza Azevedo, pelo seu
trabalho como Coordenadora do Curso de Pós-Graduação, pelos ensinamentos diários, pela
sensibilidade em conduzir o processo de orientação, pela oportunidade oferecida e por seu
apoio. Sua amizade é um presente. Tenho-lhe como exemplo.
Ao Profº Drº Ageo, pela ajuda na análise estatística, pela disponibilidade e pelas discussões
que possibilitaram segurança na compreensão e defesa do meu objeto de estudo e a Profª Drª
Annelita Almeida Oliveira Reiners pela orientação e auxilio na elaboração do trabalho.
Aos membros da banca examinadora por contribuírem na minha formação como
investigadora e enriquecer este estudo com suas considerações.
A Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso, pela oportunidade
em me acolher, responsável pela minha formação como Enfermeira, e agora meu curso de
Mestrado.
Aos docentes do Programa de Mestrado em Enfermagem, pela forma que ensinam e buscam
envolver seus alunos para que tenham uma opinião critica e reflexiva em torno das questões
mais relevantes relacionadas à Enfermagem e a saúde.
Às minhas colegas do Mestrado, pelo enriquecimento nas discussões e pelos embates
intelectuais, repletos de respeito e união. Obrigada pela amizade construída e pelos
conhecimentos compartilhados.
A todos os funcionários da Faculdade de Enfermagem, pela gentileza, solicitude e atenção
sempre prestadas.
Por fim, mas não por ultimo, aos meus alunos de ontem e de amanhã, razão de ser disso tudo.
As dificuldades foram inúmeras, mas mediante a contribuição e apoio de diversas pessoas,
foram superadas. A todos aqueles que acreditaram e tornaram possível a realização deste
trabalho, a minha imensa gratidão.
8
CORTAR O TEMPO
Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade
de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.
Carlos Drummond de Andrade
9
ABREU, D. R. O. M. Fatores associados à recorrência de quedas de idosos na
comunidade. 2013. 97f. Dissertação (Mestrado em enfermagem) – Programa de Pós -
Graduação em Enfermagem, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2013.
RESUMO
Estudo epidemiológico, prospectivo, de coorte concorrente e seguimento de dois anos, 2012 e
2013. Objetivo deste estudo foi analisar os fatores associados à recorrência de quedas de
idosos na comunidade. A população do estudo foram 109 idosos que autorreferiram quedas
em 2012. A coleta de dados ocorreu de janeiro a março de 2013, nos domicílios dos idosos
utilizando questionário com questões sociodemográficas do idoso, sua condição de saúde,
dados relacionados à queda e a recorrência de quedas. Além disso, foi utilizado Índex de
Katz, a Escala de Lawton e Brody e o Mini-Exame do Estado Mental. Os dados foram
codificados e digitados duplamente em planilhas eletrônicas, programas Epi Info versão 7.0 e
SPSS versão 18.0, após a edição dos mesmos, os erros de digitação foram comparados e
corrigidos pelo programa Data Compare. Na análise descritiva foram utilizadas tabelas de
frequência, gráficos de linha e de barra. As variáveis qualitativas foram representadas por
frequência absoluta (n) e relativa (%). Para a análise bivariada buscou-se associações entre os
fatores de risco e a recorrência de quedas através do cálculo do risco relativo das incidências
cumulativas (e seu intervalo de confiança de 95%). A análise múltipla foi realizada pela
regressão de Cox. Os resultados mostraram maior ocorrência de queda no sexo feminino,
faixa etária acima de 70 anos, baixa renda e escolaridade, com doenças crônicas, problemas
sensoriais, independentes e que fazem uso de mais de um medicamento. Quanto às
características das quedas, houve maior ocorrência de quedas da própria altura, dentro do
domicílio e com danos à saúde dos idosos e 77,6% sofreram recorrência de quedas. Desses a
maioria era do sexo feminino 62,1% e apresentava faixa etária acima de 70 anos. Na analise
bivariada as variáveis sóciodemográficas e recorrência de queda observou-se que a variável
escolaridade baixa (até 7 anos de estudo) foi associada com recorrência de queda tendo sido
esta associação estatisticamente significante (RR = 1,53; IC 95% = 0,95-2,49; p= 0,015). Em
relação à renda do idoso foi encontrada associações estatísticas limítrofes em idosos com
baixa renda (RR = 1,44; IC 95% - 088-1,34; p= 0,097). Os resultados apontam que a
ocorrência de quedas em idosos pode resultar em um relevante problema de saúde é
importante se adotar medidas preventivas para quedas de idosos tanto por profissionais de
saúde, família e sociedade. DESCRITORES: Acidentes por quedas, idoso, fatores de risco.
10
ABREU, D. R. O. M. Factors associated to recurrence falls in elderly community, 2013.
97f. Dissertation (Masters in nursing) – The post – graduate Nursing, University Federal de
Mato Grosso, Cuiabá, 2013.
ABSTRACT
Epidemiological study, prospective, concurrent cohort and following two years, 2012 and
2013 . Objective of this study was to analyze the factors associated with recurrence of falls in
elderly community factors. The study population were 109 seniors who self-reported falls in
2012. Data collection occurred from January to March 2013, the homes of the elderly using a
questionnaire with demographic issues of the elderly, their health condition, related to the fall
data and the recurrence of falls. In addition, we used the Katz Index, the Lawton and Brody
Scale and Mini - Mental State Examination. Data were coded and double entered into
spreadsheets, Epi Info version 7.0 software and SPSS version 18.0, after editing the same, the
typos were compared and corrected by Data Compare program. In the descriptive analysis of
frequency, line charts and bar charts were used. Qualitative variables were expressed as
absolute (n) and relative ( % ) frequency . For the bivariate analysis we sought associations
between risk factors and the recurrence of falls by calculating the relative risk of cumulative
incidences (and its confidence interval of 95 %). Multiple regression analysis was performed
by Cox regression results showed a greater occurrence of falls in the female sex, age over 70 ,
low income and education, with chronic illness, sensory, independent and who use more than
one drug problems . Regarding the characteristics of the falls, a higher incidence of falls from
height within the home and endangering the health of the elderly and 77.6 % had recurrent
falls. Of these the majority were female and 62.1 % had age group above 70 years. By
observing the bivariate analyzes between socio-demographic variables and recurrence of fall,
it was observed that the variable low education (up to 7 years of study) was associated with
recurrence of falls and this has been statistically significant (RR = 1.53, 95% CI = 0.95 to
2.49, p = 0.015). And in relation to the elderly income, it was found borderline statistical
associations in the elderly with low income (RR = 1.44, 95% CI - 088 to 1.34, p = 0.097. The
results indicate that the occurrence of falls in the elderly can result in a significant health
problem in view of the damage caused by this event in the elderly’ s life it is important to
adopt preventive measures by both health professionals, family and society.
KEYWORDS: Falls, Elderly, Associated Factors
11
ABREU, D. R. O. M. Los factores asociados con caídas recurrentes entre los ancianos de la
comunidad. En 2013. 97 septies. Dissertación (Maestría en Enfermería) – El post-postgrado en
enfermería, Universidad Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2013.
RESUMEN
Estudio epidemiológico, prospectivo, de cohorte competente que se segue de dos años, 2012 y
2013. Objetivo de este estudio fue analizar los factores asociados a la reaparición de caídas de los
ancianos en la comunidad. La población del estudio fueron 109 ancianos que auto-reporte caídas
en 2012. La colección de datos ocurrió de enero hasta marzo de 2013, en las viviendas de los
ancianos utilizando encuestas con cuestiones sociodemográficas del anciano, su condición de
salud, datos relacionados a la caída y la reaparición de caídas. Además, fue utilizado Índex de
Katz, la Escala de Lawton y Brody y el Mini-Examen del Estado Mental. Los datos fueron
codificados y mecanografiados doblemente en hojas de cálculo electrónicas, programas Epi Info
versión 7.0 y SPSS versión 18.0, después la edición de los mismos, los errores tipográficos fueron
comparados y corregidos por el programa Data Compare. En los análisis descriptivos fueron
utilizadas tablas de frecuencia, gráficos de linea y barra. Variables qualitativas fueron
representadas por frecuencia absoluta (n) e relativa (%). Para el análisis bivariado se buscó
asociaciones entre los factores de riesgo y la reaparición de caídas a través de cálculo de riesgo
relativo de las incidencias acumulativas (y su intervalo de confianza de 95%). El análisis múltiplo
fue realizado por la regresión de Cox. Los resultados mostraron mayor ocurrencias de caídas en el
sexo femenino, edad encima de 70 años, de bajos recursos y escolaridad, con enfermedades
crónicas, problemas sensoriales, independientes y que hacen uso de más de una medicina. Cuanto
a las características de las caídas, hubo mayor ocurréncia de caídas de propia altura, dentro de La
vivienda y con daños a la salud de los ancianos y 77,6% sofrieron reaparición de caídas. De esos,,
la mayoria era del sexo femenino 62,1% y presentaba edad arriba de 70 años. En el análisis
bivariado las variables sóciodemográficas y reaparición de caídas observó que la variable
escolaridad baja (hasta 7 años de estudio) fue asociada con reaparición de caídas habendo sido
esta asociación estadísticamente significante (RR = 1,53; IC 95% = 0,95-2,49; p= 0,015). En
relación a los recursos del anciano fueron encontradas asociaciones estadísticas limítrofes en
ancianos con bajos recursos (RR = 1,44; IC 95% - 088-1,34; p= 0,097). Los resultados apuntan
que la ocurrencia de caídas em ancianos puede resultar en un relevante problema de salud, es
importante se adoptar medidas preventivas para caídas de ancianos tanto por profissionais de
saúde, família e sociedade. por profesionales de salud, família y sociedad.PALABRAS-CLAVE:
Caídas accidentales, Anciano, Factores de Riesgo.
12
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AVD Atividade de Vida Diária
AIVD Atividades Instrumentais de Vida Diária
CEP Comitê de Ética em Pesquisa
CF Capacidade Funcional
CNS Conselho Nacional de Saúde
ESF
EPIINFO
Equipe de Saúde da Família
Software de Informações Epidemiológicas
GEEPI Grupo de Estudos sobre Envelhecimento e Pessoa Idosa
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MEEM Mini-Exame do Estado Mental
MS Ministério da Saúde
OMS Organização Mundial da Saúde
ONU Organização das Nações Unidas
PNI Política Nacional do Idoso
PNSI Política Nacional de Saúde do Idoso
PNSPI Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa
SABE Saúde, Bem-estar e Envelhecimento
SMS Secretaria Municipal de Saúde
SPSS Statistical Package for Social Sciences
SUS Sistema Único de Saúde
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFMT Universidade Federal de Mato Grosso
WHO World Health Organization
13
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 Esquema da seleção e leitura dos artigos encontrados......................................... 24
Figura 2 Mapa da localização geográfica do município de Cuiabá-MT. (PortalMT,
2013).....................................................................................................................
33
Figura 3
Esquema do delineamento do estudo...................................................................
34
14
LISTA DE TABELAS
MANUSCRITO 1
Tabela 1
Distribuição dos idosos segundo características sociodemográficas. Cuiabá-
MT, 2013.........................................................................................................
67
Tabela 2 Distribuição dos idosos segundo condições de saúde. Cuiabá-MT,
2013.................................................................................................................
68
Tabela 3 Distribuição do local, características e consequências das quedas de idosos.
Cuiabá-MT, 2013............................................................................................
69
MANUSCRITO 2
Tabela 1
Distribuição dos idosos que sofreram recorrência de quedas segundo
variáveis sociodemográficas. Cuiabá-MT, 2013.....................................
81
Tabela 2 Distribuição dos idosos que sofreram recorrência de quedas segundo
morbidade. Cuiabá-MT, 2013.......................................................................
82
Tabela 3 Distribuição dos idosos que sofreram recorrência de quedas segundo
condições de saúde. Cuiabá-MT, 2013.........................................................
83
Tabela 4 Análises brutas e ajustadas pela Regressão dos Riscos proporcionais de
Cox para a recorrência de quedas de idosos no município de Cuiabá-MT,
2013...............................................................................................................
84
15
LISTA DE QUADROS
Quadro 1
Relação das bases de dados, estratégias utilizadas e número de referências
encontradas. Dezembro 2012 a fevereiro 2013.....................................................
23
16
SUMÁRIO
PARTE 1 PROJETO DE PESQUISA
APRESENTAÇÃO.................................................................................. 18
1. INTRODUÇÃO....................................................................................... 19
2. OBJETIVOS............................................................................................ 22
3. REVISÃO DE LITERATURA............................................................... 23
3.1 Estratégias de busca bibliográfica........................................................... 23
3.2 Definição e classificação de quedas........................................................ 24
3.3 Epidemiologia e magnitude das quedas.................................................. 25
3.4. Consequências das quedas....................................................................... 26
3.5 Fatores associados para ocorrência de quedas em idosos.................... 27
3.5.1 Idade e sexo............................................................................................. 27
3.5.2 Estado civil e arranjo familiar................................................................. 28
3.5.3 Escolaridade e renda................................................................................ 28
3.5.4 Problemas de saúde................................................................................. 29
3.5.5 Uso de medicamentos.............................................................................. 29
3.5.6 Percepção de saúde.................................................................................. 29
3.5.7 Capacidade funcional.............................................................................. 30
3.5.8 Alteração do equilíbrio e pratica de exercícios....................................... 30
3.5.9 Alteração da marcha autoreferidos e necessidade de ajuda para
caminhar..................................................................................................
30
3.5.10 Déficit sensório autoreferido................................................................... 31
3.5.11 Estado cognitivo/mental.......................................................................... 31
3.5.12 Histórico de quedas recorrentes............................................................... 31
3.5.13 Fatores ambientais................................................................................... 32
4. MATERIAL E MÉTODOS..................................................................... 33
4.1 Tipo de pesquisa...................................................................................... 33
4.2. Local de estudo........................................................................................ 33
17
4.3. População de estudo................................................................................ 34
4.4 Critérios de inclusão e exclusão.............................................................. 34
4.5. Teste piloto.............................................................................................. 35
4.6. Procedimentos de coleta dos dados......................................................... 35
4.7 Instrumentos............................................................................................ 36
4.8 Variáveis do estudo................................................................................. 37
4.9. Processamento e análise dos dados........................................................ 38
4.10. Aspectos éticos........................................................................................ 39
5
6
CRONOGRAMA....................................................................................
ORÇAMENTO........................................................................................
40
41
REFERÊNCIAS...................................................................................... 42
APÊNDICES E ANEXOS
APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido............. 50
APÊNDICE B - Termo de Compromisso............................................... 51
APÊNDICE C - Questionário.................................................................. 52
ANEXO A - Instrumento de Avaliação do Grau de Dependência para
as Atividades da Vida Diária - Índice de Katz........................................
54
ANEXO B - Instrumento de Avaliação do Grau de Dependência para
as Atividades Instrumentais da Vida Diária - Escala de Lawton e
Brody.......................................................................................................
55
ANEXO C - Mini-Exame do Estado Mental - MEEM........................... 56
ANEXO D - Parecer Consubstanciado do CEP...................................... 58
ANEXO E - Ofício encaminhado a Secretaria Municipal de Cuiabá...... 59
PARTE 2
3.1
RESULTADOS
APRESENTAÇÃO..................................................................................
60
3.2 MANUSCRITO 1 - Perfil epidemiológico das quedas de idosos
residentes na comunidade no município de Cuiabá, estado de Mato
Grosso, Brasil, 2013................................................................................
62
3.3 MANUSCRITO 2 - Fatores associados à recorrência de quedas de
idosos na comunidade, 2013....................................................................
76
PARTE 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................ 93
18
APRESENTAÇÃO
O objetivo primordial deste trabalho constitui-se em analisar os fatores associados à
recorrência de quedas de idosos residentes na comunidade. Esta pesquisa faz parte de um
estudo de seguimento e temos a intenção de trazer em debate algumas questões essenciais e
norteadoras relacionadas à ocorrência de quedas em idosos na comunidade, tendo em vista o
impacto deste evento nesta população.
O presente trabalho esta dividido em duas partes. A primeira parte é composta pelo
projeto de pesquisa, onde se busca discorrer teoricamente sobre o tema que será abordado,
objetivos do estudo, material e métodos que embasaram esta pesquisa.
Na segunda parte, o leitor encontrará os resultados do estudo que resultou na
construção de dois manuscritos. O primeiro descreve as características e condições de saúde
dos idosos que sofreram quedas e as características das quedas sofridas por eles. O segundo
manuscrito analisa os fatores associados à recorrência de quedas de idosos na comunidade.
Neste trabalho, a discussão sobre o objeto de estudo não se esgota, mas fornece
elementos questionadores que podem gerar novos estudos e discussões acerca do tema, e
apontam para a necessidade de se elaborar estratégias de promoção do bem estar físico e
manutenção da saúde da população idosa.
19
PARTE 1 - PROJETO DE PESQUISA
1. INTRODUÇÃO
O processo de envelhecimento é um fenômeno mundial. O número de pessoas com
sessenta anos ou mais vem apresentando crescimento maior que o de qualquer outra faixa
etária. Estima-se que em 2025 existam aproximadamente 1,2 bilhões de idosos e até 2050,
esse número poderá chegar a dois bilhões (WHO, 2010).
Nos países em desenvolvimento, esse processo vem ocorrendo em passo acelerado. No
Brasil, a taxa de crescimento da população idosa também vem aumentando
significativamente, em 2010, dos mais de 190 milhões de brasileiros, 10,8% da população
total possuem 60 anos ou mais (IBGE, 2012).
As mudanças ocorridas no perfil demográfico da população foram acompanhadas por
alterações nas características de morbimortalidade dos brasileiros. Em relação aos longevos,
múltiplos fatores, dentre eles o biológico, psicológico, social e cultural influenciam o processo
de envelhecimento, atribuindo a cada pessoa que envelhece características particulares. Neste
sentido, há os que alcançam a velhice de maneira saudável, mantendo sua capacidade física e
mental de tal forma a conseguir realizar suas atividades de vida diária. Entretanto, alguns
idosos, devido a diversas circunstâncias ao longo de sua vida podem se tornar mais
vulneráveis. Em decorrência disso, muitos são acometidos por agravos e doenças que
comprometem sua qualidade de vida e saúde.
No Brasil, entre as causas de óbito das pessoas com 60 anos ou mais, prevalecem as
doenças do aparelho circulatório, seguido por neoplasias, doenças do aparelho respiratório,
endócrino e causas externas (BRASIL, 2012). Entre as causas de internação hospitalar
predominam as doenças do aparelho circulatório, aparelho respiratório, seguido por
neoplasias, doenças endócrinas e causas externas respectivamente (BRASIL, 2012).
Tal panorama causa impacto significativo nos custos com tratamento, hospitalização e
reabilitação. O idoso consome mais serviços de saúde, as internações hospitalares são mais
frequentes e o tempo de ocupação do leito é maior do que o de outras faixas etárias. Em geral,
as doenças dos idosos perduram por vários anos e exigem acompanhamento médico e de
equipes multidisciplinares permanentes, além de intervenções contínuas (VERAS, 2009).
Um dos agravos que tem acometido a população brasileira e que tem sido objeto de
preocupação por parte de estudiosos e governo são as causas externas (acidentes e violências).
20
Entre 2000 e 2010, elas apresentaram um aumento de 19,1% na taxa de internação hospitalar
da população geral, o gasto com hospitalização (SUS) por causas externas no Brasil, em 2011
foi equivalente a R$ 1 bilhão (DATASUS, 2011).
Dentre as causas externas, os acidentes por quedas constituem um dos maiores agravos
que atingem os idosos e representam um problema de saúde pública importante e crescente.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 28% a 35% das pessoas com mais de 65 anos de
idade sofrem quedas a cada ano, subindo esta proporção para 32% a 42% para os idosos com
mais de 70 anos (WHO, 2010).
Nos Estados Unidos da América em 2007, havia quase 1,5 milhões de quedas
relatadas em pacientes com 75 anos de idade ou mais, dos quais aproximadamente 400.000
necessitaram de internação hospitalar, e em 2010 gerou um custo de 28,2 bilhões de dólares
(CDC, 2012).
No Brasil, em 2011, foram 373.105 internações no SUS por quedas, as quais são os
agravos de maior ocorrência como causa de internação no Brasil. Para faixa etária de 60 anos
e mais, as mulheres superaram os homens, com taxas de 43,6 por 10 mil mulheres e de 35,7
por 10 mil homens. A maior proporção das quedas foi para as quedas acidentais com 49,8%
do total, seguido de 34,4 de quedas da própria altura. Em relação à mortalidade, dados
revelam que em 2010, 24.760 pessoas com idade acima de 60 anos morreram por quedas no
Brasil (DATASUS, 2011).
As quedas podem ter consequências diretas e/ou indiretas na saúde das pessoas e
podem acarretar grande impacto tanto na vida do idoso quanto dos familiares e cuidadores. O
idoso pode sofrer lesões, diminuição da mobilidade e funcionalidade, bem como o aumento de
sua susceptibilidade a doenças (YU et al., 2009; WAGERT et al, 2009). Maia (2011), em
revisão da literatura sobre as consequências das quedas em idosos vivendo na comunidade,
descobriu que, na maioria dos estudos, as fraturas de fêmur e quadril foram as mais
frequentes.
Indiretamente, as quedas acarretam restrições das atividades dos idosos, medo de cair
novamente, atitudes protetoras de familiares ou cuidadores, além de aumento da demanda por
consumo de serviços de saúde e, por conseguinte, dos gastos públicos (RIBEIRO et al., 2008).
Um número considerável e crescente de estudos sobre quedas de idosos tem sido
desenvolvido no mundo por diversos profissionais da área da saúde, abordando diferentes
aspectos deste evento.
21
Em relação às quedas de idosos na comunidade, os aspectos mais pesquisados
nacionalmente são prevalência, incidência, causas e consequências das quedas, fatores de
risco e perfil de idosos que sofreram quedas (CELICH et al., 2010; GAWRYSZEWSKI,
2010; SIQUEIRA et al., 2011; MAIA, 2011;.DANTAS et al., 2012; CRUZ et al., 2012;
PINHO, 2012). Por outro lado, na literatura internacional evidenciamos maior interesse pelos
aspectos relacionados à prevenção das quedas (TINETTI, 2008; FORTINSKY ET AL., 2008;
WONG et al. 2010; SALMINEM, 2009; LAGUNA-PARRAS et al. 2010; ELSKAMP et al.,
2012; PONCE, 2012; WILLIAMS, ULLMANN, 2012).
Dos estudos nacionais, a maioria foi realizada em cidades das regiões Sul e Sudeste.
Na região Centro-Oeste, alguns estudos sobre quedas de idosos na comunidade têm sido
realizados. Em Goiânia, Silva et al. (2007) caracterizaram as situações de quedas em idosos
em uma comunidade de Estratégia de Saúde da Família (ESF), e Menezes, Bachion (2008)
realizaram um estudo com o objetivo de identificar a presença de fatores intrínsecos que
predispunham a quedas os idosos residentes em instituições de longa permanência. Em outro
estudo, as mesmas autoras identificaram a prevalência de quedas em idosos
institucionalizados e caracterizaram o seu contexto (MENEZES, BACHION, 2012).
GAI et al. (2010), verificaram os fatores associados à presença de quedas em um
grupo de 83 mulheres idosas independentes e autônomas em Brasília/DF. Soares (2009)
analisou a associação entre dados sóciodemográficos, antropométricos, de medo de cair e de
desempenho físico-funcional relacionados à mobilidade, ao equilíbrio funcional e quedas em
idosos na cidade de Cuiabá - Mato Grosso.
Estudo realizado por Cardoso (2013) com a população idosa residente na área urbana
da cidade de Cuiabá, sobre as condições de saúde da população idosa, evidenciou que, das
573 pessoas com 60 anos e mais pesquisadas, 109 sofreram quedas nos últimos três meses, ou
seja, 19,0% da população estudada. A fim de melhor conhecer esses idosos e o evento da
queda referida, foi realizado um estudo de seguimento a fim de responder às seguintes
questões: Quais as características sociodemográficas e condições de saúde dos idosos que
sofreram quedas? Quais as características das quedas sofridas? Houve recorrência de quedas
entre estes idosos? Que fatores estão associados a recorrência de quedas desses idosos?
22
2. OBJETIVOS
Objetivo geral
Analisar os fatores associados à recorrência de quedas de idosos residentes na
comunidade.
Objetivos específicos
Descrever as características sociodemográficas e condições de saúde dos idosos que
sofreram quedas;
Descrever as características das quedas sofridas pelos idosos;
Analisar a recorrência de quedas dos idosos e os fatores associados;
Avaliar a associação da recorrência de quedas e as variáveis sociodemográficas,
condições de saúde e morbidades.
23
3. REVISAO DE LITERATURA
3.1 Estratégias de busca bibliográfica
Para a revisão da literatura foram realizadas buscas nas bases de dados Medline,
Lilacs, Ebsco, Web of Science e Scopus. Utilizaram-se os seguintes descritores: adult, aged,
elderly, factors, risk factors, acidental falls, e acidental prevention.
No Quadro 1 encontram-se as estratégias utilizadas nas buscas, bem como a
quantidade de textos encontrados.
Base de dados Estratégias utilizadas
Número de
referências
encontradas
MEDLINE
"adult"[MeSH] OR adult[tiab] OR "aged"[MeSH] OR
elderly[tiab] OR "aged"[MeSH] OR aged[tiab]) AND
"risk factors"[MeSH] OR risk factors[tiab]) AND
"accidental falls"[MeSH] OR accidental falls[tiab]
2071
LILACS
"adulto" OR "idoso" OR "idoso de 80 anos ou mais"
[Palavras] AND "quedas" [Palavras] AND "fatores de
risco" [Palavras]
85
EBSCO
elderly AND risk factor AND accidental falls 223
WEB OF
SCIENCE
aged AND acidental prevention AND falls OR elderly
AND risk factors AND acidental falls 594
SCOPUS
adult OR elderly OR aged AND risk factors AND
accidental falls 1200
TOTAL 4173
Quadro 1. Relação das bases de dados, estratégias utilizadas e número de referências
encontradas. Dezembro 2012 a fevereiro 2013.
24
As buscas foram realizadas no período de dezembro de 2012 a fevereiro de 2013.
Inicialmente foram encontradas 4173 publicações. Estabeleceram-se como critérios de
inclusão artigos publicados nos últimos 10 anos e que abordavam sobre quedas de idosos.
Excluíram-se teses, dissertações, livros e capítulos de livros.
Após as buscas, realizou-se a leitura dos textos, primeiro por títulos, foram
descartados 3953. Procedeu-se então a leitura do resumo de 220 artigos, destes 80 foram
selecionados para a leitura na íntegra. Todos eles foram incluídos na revisão de literatura. Ao
realizar essas leituras foram incluídos 22 artigos referenciados nos textos lidos. A Figura
abaixo resume o processo de seleção e leitura dos artigos.
Figura 1. Esquema de seleção e leitura dos artigos encontrados
Além da busca sistemática, foram levantados documentos, relatórios e trabalhos
desenvolvidos pelo Ministério da Saúde, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e
Organização Mundial da Saúde.
3.2 Definição e classificação de quedas
Há muitas definições de quedas, para Tinetti et al. (1988) queda é uma situação em
que o indivíduo inadvertidamente vem a apoiar-se no solo ou outro nível inferior, não em
consequência de um evento intrínseco importante ou de um risco impossível de ser dominado.
Já Nevitt et al. (1989) define queda como ação de cair no piso ou no chão, cair e bater num
objeto como cadeira ou escada.
Neste estudo, adotou-se a definição da Organização Mundial da Saúde, para a qual
queda é um deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial,
com incapacidade de correção em tempo hábil, determinado por circunstâncias multifatoriais
que comprometem a estabilidade (WHO, 2010).
Autores como PERRACINI (2002) e SIQUEIRA (2011) dividem tais circunstâncias
25
em fatores intrínsecos e extrínsecos. Os fatores intrínsecos estão relacionados com as
alterações fisiológicas do envelhecimento (exemplo: idade, sexo, estado civil , escolaridade e
renda, problemas de saúde, uso de medicamentos, percepção de saúde e limitações
funcionais). Os fatores extrínsecos estão relacionados às circunstâncias ambientais e sociais
que oferecem risco ao idoso.
A queda pode ser classificada segundo a frequência com que ocorre em acidental ou
recorrente. A queda acidental é um evento único que dificilmente voltará a se repetir, e é
decorrente de uma causa extrínseca ao indivíduo. Já a queda recorrente, expressa a presença
de fatores etiológicos intrínsecos como doenças crônicas, polifarmácia, distúrbios do
equilíbrio corporal, déficits sensoriais e cognitivos (PERRACINI, 2005).
3.3 Epidemiologia e magnitude das quedas de idosos
Episódios de quedas são comuns em todas as fases da vida, no entanto entre as pessoas
idosas tais eventos são preocupantes. Talbot et al, (2005) analisaram as quedas em três grupos
etários distintos em jovens, pessoas de média idade e os mais idosos. Concluíram que este
evento ocorre em todas as faixas etárias, porém em idosos, esse evento está associado com o
processo saúde doença, e nos mais jovens se relacionam com o estilo de vida.
Com o avançar da idade, o risco de cair aumenta significativamente, o que coloca esta
síndrome geriátrica como um dos grandes problemas de saúde pública, dada a alta incidência,
mortalidade, morbidade e os custos sociais e econômicos decorrentes das lesões provocadas, e
por serem eventos passíveis de prevenção (CRUZ, 2012; PINHO, 2012).
Dados do Ministério da Saúde (2006) mostram que cerca de 30% das pessoas idosas
sofrem quedas a cada ano. Esse número aumenta para 40% entre os idosos com mais de 80
anos e 50% entre os idosos institucionalizados. As mulheres tendem a cair mais que os
homens até os 75 anos de idade, a partir dessa faixa etária, as frequências se igualam. Dos que
caem, cerca de 25% requerem hospitalização e, destes, apenas metade sobreviverá após um
ano.
Em estudo realizado com 4.003 idosos em 41 municípios de sete estados do Brasil
(Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e
Piauí), a prevalência de quedas encontrada foi de 34,8% (SIQUEIRA et al., 2011).
26
Ribeiro et al. (2008), ao analisar o efeito das quedas e suas consequências na qualidade
de vida de idosos, verificaram que 37,5% admitiram ter caído no ultimo ano e dos que caíram
29,6% relataram mais de uma queda.
Episódios de quedas são comuns em todas as fases da vida, no entanto, em se tratando
de pessoas idosas, tais eventos são preocupantes, pois podem levá-lo a incapacidade, injuria e
morte. O custo social da queda pode ser aumentado se o idoso tem sua autonomia e
independência diminuída, ou passa a necessitar de institucionalização.
Os custos das quedas variaram entre 0,85% e 1,5%, do total gasto com a saúde na
Austrália, Estados Unidos, União Européia e Reino Unido (HEINRICH et al., 2010). No
Brasil, em 2009, o Sistema Único de Saúde gastou aproximadamente 81 milhões de reais com
o tratamento de fraturas decorrentes de quedas de idosos (BRASIL, 2010).
3.4. Consequências das quedas de idosos
A maior suscetibilidade dos idosos de sofrerem lesões decorrentes de uma queda se
deve à alta prevalência de comorbidades presentes nesta população, associada ao declínio
funcional decorrente do processo de envelhecimento. O aumento do tempo de reação e
diminuição da eficácia das estratégias motoras do equilíbrio corporal podem transformar uma
queda leve num evento potencialmente perigoso (PERRACINI, 2011).
As consequências físicas mais comuns decorrentes das quedas são fraturas, medo de
cair, lesão, hematomas, redução da mobilidade e hospitalização. Em um estudo com 1100
idosas britânicas, 27,2% caíram nos 12 meses que antecederam a entrevista, dentre essas
20,5% resultaram em fraturas (IGLESIAS et al., 2009).
Nachereiner et al. (2007), ao pesquisar mulheres independentes, com idade entre 70 e
99 anos residentes na comunidade, verificou que 30% sofreram lesões de tecidos moles ao
cair, 5% fraturas,7% procuraram os serviços de urgência e 20% dos entrevistados precisaram
de algum tipo de ajuda.
Pesquisa realizada em Santa Catarina com idosos participantes de um programa de
atividades físicas identificou como principais consequências das quedas: escoriações,
hematomas e torções (BECK et al., 2011).
Ribeiro et al. (2008) ao estudar idosos que sofreram quedas no Rio de Janeiro,
verificou que 24,3% das consequências das quedas foram fraturas, medo de cair (88,5%),
27
abandono de atividades (26,9%), modificação de hábitos (23,1%) e a imobilização (19%).
Outro estudo realizado com 2420 idosos da população brasileira evidenciou que o
medo de cair está presente em 42,3% dos homens e 59,8% das mulheres, especialmente entre
as pessoas com 60 anos de idade ou mais, bem como entre os indivíduos com história prévia
de quedas e de classe socioeconômica menos favorecida (PINHEIRO et al. 2010).
O medo de cair leva muitos idosos a restringirem suas atividades, ocasionando menos
confiança na capacidade de caminhar, maior declínio funcional, depressão, isolamento social,
diminuição da qualidade de vida e alterações comportamentais que acabam afetando a
mobilidade funcional, gerando dependência física e até mesmo institucionalização (PEREIRA
et al., 2008; DUQUE et al., 2009).
3.5 Fatores associados para ocorrência de quedas de idosos
3.5.1 Idade e sexo
O processo de envelhecimento provoca alterações progressivas e funcionais que se
acumulam com o aumento da idade, podendo comprometer o desempenho de atividades
motoras, dificultando a adaptação do idoso ao ambiente predispondo-o a queda (ABREU,
2008; LEVEILLE et al., 2008; ADAM et al., 2008; TOLEDO, 2010).
Para Paranhos (2009) as quedas representam uma ameaça à vida com o passar dos
anos, podendo ocorrer em até 32% dos idosos com idade entre 65 e 74 anos, 35% naqueles
entre 75 e 84 anos e 51% acima de 85 anos. A idade avançada mostrou associação com o
maior numero de quedas em diversos estudos (HORTON, 2007; GAMA, 2008; ISHIMOTO
et al., 2009; GILBERT et al., 2012).
O predomínio do sexo feminino entre os idosos que sofrem queda tem sido
constantemente evidenciado nos estudos, em decorrência de diversos fatores entre eles,
quantidade de massa magra e força muscular menor do que em homens da mesma idade,
maior perda de massa óssea devido à redução de estrógeno, aumentando a probabilidade de
osteoporose, maior prevalência de doenças crônicas, maior exposição a atividades domésticas
e a comportamento de risco (AGUIAR, ASSIS, 2009; MILAT, 2011; SBGG, 2012;
28
DANTAS, 2012). Para Lopes et al. (2010), esta associação se deve a questões multifatoriais e
complexas, tornando as pessoas idosas mais vulneráveis a este tipo de evento.
3.5.2 Estado civil e arranjo familiar
O isolamento e a solidão são comuns entre os idosos, principalmente os que perdem os
companheiros ou moram sozinhos e se tornam responsáveis por todas as atividades de
organização do lar, ficando mais expostos a riscos e situações que podem levá-los a queda
(GABMANN, et al., 2009; LEUNG et al., 2010; OMS, 2010).
Suelves et al. (2010) realizou um estudo na Espanha, com o objetivo de identificar os
fatores associados a quedas de idosos na comunidade, verificou uma relação estatisticamente
significativa entre os idosos que viviam sozinhos na comunidade e a ocorrência de quedas.
Bongue et al. (2011) desenvolveu em sua pesquisa, uma ferramenta de triagem com
cinco fatores associados à ocorrência de quedas de idosos na comunidade, dentre eles houve
destaque aos idosos que vivem sozinhos, e afirmaram que conhecer estes fatores pode prever
a ocorrência de quedas de idosos na comunidade.
3.5.3 Escolaridade e renda
A baixa escolaridade e o analfabetismo podem ser considerados um fator limitante e
incapacitante para a vida do idoso, devido às dificuldades em entender informações e
prescrições, entre outras situações do cotidiano.
Maciel, Guerra (2005) encontraram relação entre o nível de escolaridade e a presença
do déficit de equilíbrio. Os autores citam que a educação pode refletir em outros aspectos
importantes da vida do sujeito como habitação, cultura, saúde e renda, sendo provável que
pessoas com maior nível de instrução tenham maior preocupação com sua saúde, maior
capacidade de envolver-se na sua recuperação e melhores hábitos higiênicos.
Dados da Organização Mundial de Saúde mostram que idosos com renda econômica
incerta ou insuficiente enfrentam maior risco de quedas, este fato é decorrente do ambiente
prejudicial em que vivem, consomem dieta pobre em nutrientes e falta de acessibilidade aos
serviços de saúde (OMS, 2010).
29
3.5.4 Problemas de saúde
As doenças crônicas, são os problemas de saúde mais comuns entre os idosos,
evoluem com perda da capacidade funcional, além disso, podem estar associadas à
dependência física e a imobilidade, contribuindo deste modo para a ocorrência de quedas
(CELICH, 2010). Outros estudos associam a ocorrência de quedas a doenças osteoarticulares,
inatividade, alteração da visão e da audição, vertigem e perda da força muscular (MESSIAS,
NEVES, 2009; LIN et al., 2011; PINHO, 2012).
3.5.5 Uso de medicamentos
O uso de medicamentos também é apontado por muitos autores como fator associado a
quedas. Hamra et al. (2007) verificaram que o uso prévio de medicamentos foi considerado
estatisticamente significante a ocorrência de quedas, pois as drogas alteram o grau de atenção,
as respostas motoras, pressão arterial, podendo provocar hipotensão postural, sonolência,
tonturas, necessidade de urinar com maior frequência. Destacam ainda que o captopril, o
clonazepam, a hidroclorotiazida, a cinarizina e a flunarizina podem aumentar o risco de
quedas na população de idosos, ocasionando fraturas.
Segundo Siqueira et al., (2007) os idosos que utilizam mais medicamentos
normalmente são aqueles que realmente mais precisam e, consequentemente, possuem maior
possibilidade de quedas. Classes específicas de medicamentos estão associadas à ocorrência
de quedas, tais como neurolépticos, drogas hipnóticas, antipsicóticos, anti-depressivos,
sedativos e benzodiazepínicos (ZIERE et al., 2008; WOOLCOTT et al., 2009).
3.5.6 Percepção de saúde
A autopercepção de saúde é um conceito multidimensional, Fonseca et al. (2010), em
seu estudo mostrou que ao autoavaliar a saúde os idosos consideravam, principalmente sua
capacidade de realizar atividades funcionais avançadas, ser capaz de resolver problemas e agir
como desejar.
30
Em outro estudo realizado por Dantas et al. (2012), a autopercepção de saúde negativa
foi um fator significativo para a ocorrência de quedas, fato que tem sido confirmado em
diversas literaturas.
3.5.7 Capacidade funcional
Limitações funcionais caracterizadas pelas Atividades de Vida Diária (AVD) e
Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD) têm sido significativamente associadas com
a ocorrência de quedas na comunidade.
Estudo realizado por Yamashita et al. (2012) mostrou que os idosos que apresentaram
pelo menos uma limitação nas AVD, foram os mais propensos a sofrerem quedas na
comunidade.
Comprometimentos na capacidade funcional de idosos desempenham um papel
importante na interação multicausal de quedas. Além disso, os idosos com baixa
autoconfiança em realizar atividades cotidianas, tendem a ter uma diminuição progressiva em
sua capacidade funcional ao longo do tempo. Esse medo está também associado ao risco de
quedas no futuro (PERRACINI, 2002).
3.5.8 Alteração do equilíbrio e pratica de exercícios
Para Siqueira et al. (2007) o envelhecimento traz perda de equilíbrio e alterações na
massa muscular e óssea, aumentando a possibilidade de ocorrência de quedas. Uma das
formas de minimizar essa perda decorrente do envelhecimento é a pratica de atividades
físicas. Estudo realizado por Buranello et al (2011) identificou que idosas que praticavam
atividades físicas regularmente possuíam melhor equilíbrio corporal e, consequentemente,
menor risco de queda que idosas sedentárias.
3.5.9 Alteração de marcha autoreferidos e necessidade de ajuda para caminhar
A marcha é dependente da capacidade de vários órgãos, e com as modificações do
envelhecimento pode sofrer alterações como aumento da altura dos passos, diminuição na
31
mobilidade de quadril e tornozelo. Nessa perspectiva, estudos tem demonstrado que distúrbios
de marcha são frequentes em idosos, e são preditores para a ocorrência de quedas (AXER et
al., 2010; DAVIS et al., 2011; CALLISAYA et al., 2012; HIURA et al., 2012). Em
decorrência disto, os idosos passam a necessitar de ajuda para caminhar, fazendo uso até
mesmo de dispositivos como bengalas ou andadores.
3.5.10 Déficit sensório autoreferido
A função sensorial ocupa um papel importante no controle postural e de equilíbrio,
nesta perspectiva, a visão tem objetivo de orientação espacial e reconhecimento. Estudos tem
demonstrado que a diminuição da acuidade visual pode associar-se a ocorrência de quedas de
idosos (LAMOUREUX et al., 2008; KUANG et al., 2008; MACEDO et al., 2009).
Para Paula et al. (2010) o déficit visual leva o idoso a sair menos de casa, tendo como
consequência a perda de interesse por uma atividade social prazerosa, podendo favorecer o
isolamento e a depressão. Problemas otoneurológicos também podem levar a ocorrência de
quedas devido à alteração do equilíbrio corporal da população idosa, tais como a vertigem e
outras tonturas, a perda auditiva e o zumbido (GANANÇA et al., 2010; MORAES et al.,
2011).
3.5.11 Estado cognitivo/mental
Estudos recentes tem demonstrado que a cognição tem um papel fundamental na
regulação da marcha e equilíbrio em idosos, e que mudanças sutis na cognição contribuem
para a instabilidade postural, o que pode ocasionar a ocorrência de quedas e lesões de idosos
(; GLEASON et al., 2009; HARLEIN, 2009; MUIR et al., 2012).
3.5.12 Histórico de quedas recorrentes de idosos
Cerca de 10% dos idosos que sofrem quedas, possuem histórico de quedas recorrentes,
ou seja, caem duas ou mais vezes dentro do período de tempo (MELZER et al., 2007), neste
32
estudo consideramos como recorrência de quedas, a ocorrência de novos episódios de quedas
no período de 1 ano.
Dantas et al., (2012), ao analisarem a prevalência de quedas de idosos de João Pessoa,
verificaram que dos 401 idosos, 42,4% relatou queda, 24% referiu um único episodio e
18,3% dois ou mais no ano anterior a entrevista.
Diversos estudos indicaram a ocorrência de quedas anteriores como fator associado à
ocorrência de novas quedas (BRITO, 2007; TINETTI, 2010; MOTTA et al., 2010).
3.5.13 Fatores ambientais
O ambiente físico (público ou domiciliar) colabora decisivamente para a ocorrência de
quedas de idosos, e quanto maior o grau de vulnerabilidade deste idoso maior será esta
contribuição (OMS, 2010). Rubenstein (2006) verificou que o ambiente físico está 30% a
50% associado a ocorrência de quedas, e é a causa mais comum de quedas de idosos.
Segundo Eliopoulos (2005), ambiente desconhecido; pisos muito lisos, superfícies
úmidas; iluminação ambiental inadequada; ausência de barras de apoio; degraus altos ou
estreitos; arquitetura ambiental insatisfatória e aglomeração de objetos no domicílio são
fatores que contribuem para a ocorrência de quedas.
Alguns estudos têm demonstrado um predomínio de quedas dentro do domicilio ou em
seus arredores, geralmente durante a realização de atividades cotidianas como caminhar,
mudar de posição e ir ao banheiro (MENDES, 2007; GAI et al, 2010; GAWRYSZEWSKI,
2010; CAVALCANTI et al, 2012).
Segundo Pinho et al., (2012) idosos saudáveis tendem a cair durante atividades
instrumentais e em ambientes públicos, enquanto, idosos frágeis tendem a cair em seus
domicílios durante atividades rotineiras sem grandes exigências de equilíbrio.
33
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Tipo de pesquisa
Pesquisa epidemiológica, de coorte concorrente e prospectiva. Os dados foram obtidos
por meio de dois inquéritos domiciliares com idosos da comunidade, realizados em 2012
(CARDOSO, 2013) e depois de um ano de acompanhamento em 2013. O estudo de coorte é
adequado para alcançar o objetivo proposto, pois descreve a incidência de desfechos ao longo
do tempo, em nosso caso à recorrência de quedas nos idosos entrevistados (HULLEY et al,
2008).
4.2. Local de estudo
O estudo foi realizado em Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso, com pessoas de
60 anos ou mais, residente na comunidade.
Cuiabá possui uma população de 551.350 habitantes, destes 44.751 habitantes são
idosos, o que corresponde a 8,1% da população geral (IBGE, 2010).
Figura 2 - Mapa da localização geográfica do município de Cuiabá-MT. (Fonte:
PORTALMATOGROSSO, 2013).
34
4.3. População de estudo
Foi composta por 103 idosos que referiram ter sofrido queda na primeira coleta
proveniente do estudo intitulado: “Perfil de Saúde da população idosa do município de
Cuiabá-MT”, realizada por Cardoso (2013), que teve por objetivo analisar as condições de
saúde da população de idosos residentes na zona urbana de Cuiabá-MT.
A amostra do referido estudo foi determinada a partir do cálculo para populações
finitas, considerando um coeficiente de confiança de 95% (z=1,96); um erro de amostragem
de 5%, valor para proporção de 0,5 (p=0,5), determinando maior aproximação para o valor da
variância da característica na população, o tamanho da população de idosos residentes na zona
urbana foi de 43.096 (N=43.096). A partir da amostragem por conglomerado e correção no
tamanho da amostra de 50% para atingir a precisão desejada da pesquisa, a amostra foi de 573
idosos.
Posteriormente, determinou-se a quantidade de setores censitários que deveriam ser
visitados em cada distrito, utilizando a amostragem por conglomerados, a partir do seguinte
cálculo: *ii i
i
Nc n
C , onde, ci é o número de setores censitários a serem visitados em cada
distrito, Ni o número de idosos em cada distrito, Ci o número de setores em cada distrito e ni
o número de idosos na amostra em cada distrito. Dos 355 setores censitários de Cuiabá, 11
foram selecionados e a partir de critérios de probabilidades, foi definido o tamanho da
população de cada setor censitário.
Dos 573 idosos visitados, 109 relataram ter sofrido pelo menos 1 episódio de queda
nos últimos 3 (três) meses. Estes são os idosos que foram acompanhados e que compõe a
população deste estudo. Dos 109 idosos caidores 6 faleceram no decorrer de um ano. Assim,
a amostra final deste estudo foi de 103 idosos.
Figura 3 - Esquema do delineamento do estudo.
35
4.4. Critérios de inclusão
Foram considerados elegíveis para o estudo todos os idosos que referiram ter sofrido
queda nos últimos três meses identificados no primeiro inquérito.
Aos idosos que apresentaram déficit cognitivo e de comunicação evidenciado pela
aplicação do Mini Exame de Estado Mental (MEEM) foi solicitado auxilio de familiar ou
cuidador.
4.5. Teste piloto
Antes da coleta de dados, no mês de dezembro de 2012, foi realizado o teste piloto
com vinte idosos da comunidade que não participaram do estudo anterior e que referiram ter
sofrido queda no ultimo ano. A finalidade do teste piloto foi testar o instrumento de coleta de
dados, sua aplicabilidade, compreensão das questões e identificar problemas operacionais não
previstos, a fim de alcançar os objetivos propostos. Posteriormente, algumas questões foram
modificadas, a fim de melhorar a compreensão do questionário pelos entrevistados.
4.6. Procedimentos de coleta dos dados
Os dados foram coletados pela própria pesquisadora no domicílio do idoso no período
de janeiro a março de 2013, um ano após a primeira coleta. Para localização das residências
foram utilizados os endereços fornecidos por Cardoso (2013), com os quais se fez o
mapeamento dos bairros a serem visitados para entrevistar os idosos que sofreram quedas.
Em seguida, se definiu que o inicio da coleta de dados se daria pelos bairros mais
distantes em relação ao centro da cidade, que foram respectivamente, Planalto, Jardim Vitoria,
Morada da Serra, Chácara dos Pinheiros, Araés, Praieiro, Dom Aquino, Poção e Goiabeiras.
Durante todo o trabalho de campo, a pesquisadora se identificou portando crachá e
camiseta com o logotipo da pesquisa, isto facilitou o acesso ao idoso e sua família, bem como
a aceitação em participar do estudo.
36
Antes de iniciar a entrevista, a pesquisadora se apresentou ao idoso/família e mostrou
seu crachá de identificação. Depois, esclareceu os objetivos da pesquisa e informou como a
entrevista seria realizada ressaltando a importância da participação do idoso. Em seguida, foi
realizada a leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e esclarecidas às
dúvidas e solicitada a sua assinatura.
No caso de idosos que apresentaram incapacidades para dar o seu consentimento por
escrito, foi solicitado a um familiar que assinasse o TCLE. As perguntas do questionário
foram dirigidas pela pesquisadora e respondidas pelo idoso (quando necessário, foi solicitado
auxilio de algum familiar/cuidador na resposta) (Apêndice B).
4.7 Instrumentos de coleta de dados
Foi utilizado um questionário dividido em três partes, a primeira com questões sobre
os dados sociodemográficos do idoso, a segunda com questões referentes à sua condição de
saúde e a terceira parte, com dados relacionados à queda, e a recorrência de novos episódios
de quedas (ANEXO A).
Para avaliar as habilidades funcionais dos idosos, caracterizadas pelas Atividades de
Vida Diária (AVD) foi utilizado o Índex de Katz (ANEXO B). Esse índice avalia o nível de
autonomia dos idosos no desempenho de seis atividades cotidianas: “banhar-se”; “vestir-se”;
“ir ao banheiro”, “deitar-se, sentar-se e levantar-se da cama ou cadeira”; “continência” e
“alimentar-se”, com opção de resposta sim ou não, considerando a independência para
realizar a atividade. Para cada resposta sim, é atribuído um ponto. O somatório dos pontos
obtidos corresponde ao escore do indivíduo, podendo variar entre seis e zero pontos. Idosos
que obtém seis a cinco pontos na escala de Katz são classificados como independentes para
AVD; aqueles que obtêm entre quatro e três pontos são classificados como dependentes
parciais; e os que obtêm escore de dois ou menos pontos são classificados como dependentes
para AVD (KATZ, 1970).
Foi utilizada a Escala de Lawton e Brody (ANEXO C) para avaliar as Atividades
Instrumentais de Vida Diária (AIVD). Nesse teste, são avaliadas oito atividades instrumentais:
utilizar telefone, fazer compras, utilizar transportes, uso de medicamentos e manejo do
dinheiro, além de preparo de refeições, desempenho de tarefas do lar e lavagem de roupa.
Cada item tem três respostas possíveis: sem ajuda (3 pontos); com ajuda parcial (2 pontos);
37
não consegue (1 ponto), sendo o escore máximo correspondente a 27 pontos. Idosos que
totalizam 19 a 27 pontos são considerados independentes; aqueles que obtêm de 10 a 18
pontos são considerados como tendo capacidade com assistência; pontuações menores que
esses valores indicam dependência em AIVD (LAWTON,1969).
Para avaliar o estado cognitivo dos idosos, foi aplicado o Mini-Exame do Estado
Mental, MEEM (ANEXO D). Este instrumento fornece informações sobre diferentes
parâmetros cognitivos, contendo questões agrupadas em sete categorias, cada uma delas
planejada com o objetivo de avaliar "funções" cognitivas específicas como a orientação
temporal (5 pontos), orientação espacial (5 pontos), registro de três palavras (3 pontos),
atenção e cálculo (5 pontos), recordação das três palavras (3pontos), linguagem (8 pontos) e
capacidade construtiva visual (1 ponto). O escore do MEEM pode variar de um mínimo de 0
pontos, o qual indica o maior grau de comprometimento cognitivo dos indivíduos, até um
total máximo de 30 pontos, o qual, por sua vez, corresponde a melhor capacidade cognitiva
(BRASIL, 2007).
4.8 As variáveis selecionadas para este estudo foram:
4.8.1 Variáveis independentes ou de exposição:
Variáveis sociodemográficas:
Sexo: masculino, feminino.
Idade: a idade foi considerada em anos completos, calculada a partir da data de
entrevista e da data de nascimento do idoso. Quando analisada de forma agrupada foi
categorizada em 60-64 anos, 70- 74 anos, 80 anos e mais.
Situação conjugal: solteiro, casado(a) morando junto, divorciado, viúvo(a)
Renda mensal do idoso: Não possui, menos 1SM, 1 a 2SM, mais de 2 SM
Escolaridade: Sabe ler e escrever: sim, não. Posteriormente categorizaram-se os anos
de estudos: 0-4 anos, 5-8 anos, terminou o colegial/técnico, terminou a faculdade.
Variáveis de Condições de saúde:
Auto percepção de saúde atual: Ótima, boa, regular, péssima, não respondeu
38
Morbidade: sim, não
Quantidade morbidade- numero de morbidades referidas. Após categorizou-se em 1 a
2, 3 a 4 e 5 ou mais de morbidades.
Tipo de Morbidade - Alzheimer, artrite/artrose, câncer, cardiopatia, diabetes,
hipertensão, osteoporose, parkinson, reumatismo, seqüela de AVC, tontura
Medicamentos: sim, não
Medicações: numero de medicamentos prescritos. Após categorizou-se em 1 a 2, 3 a 4
e 5 ou mais de medicamentos prescritos.
Classe de medicamentos - Diurético, tranquilizante/sedativo, anti-hipertensivo,
antidepressivo, neuroléptico, antipsicótico e outros
Alteração de marcha autoreferido: sim, não
Alteração de equilíbrio autoreferido: sim, não
Prática regular de atividade física: sim, não
Problema de visão autoreferido: sim, não
Problema de audição autoreferido: sim, não
Estado cognitivo - avaliado pela aplicação do MEEM e classificado o desempenho
cognitivo, segundo os pontos de corte.
Habilidades funcionais - caracterizadas pelas Atividades de Vida Diárias (AVDs) e
Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVDs) foi utilizado o Índex de Katz e a
Escala de Lawton e Brody.
4.8.2 Variável dependente ou desfecho
A variável dependente deste estudo foi a presença de recorrência de queda no período de
um ano.
4.9 Processamento e análise dos dados
Os questionários foram codificados e digitados duplamente em planilhas eletrônicas,
após a edição dos dados, os erros de digitação foram comparados e corrigidos através do
programa Data Compare.
Na análise descritiva foram utilizadas tabelas de frequência, gráficos de linha e de
barra. As variáveis qualitativas foram representadas por frequência absoluta (n) e relativa (%).
39
Para a análise bivariada buscou-se associações entre os fatores de risco e a recorrência
de quedas através do cálculo do risco relativo das incidências cumulativas (e seu intervalo de
confiança de 95%).
A análise múltipla foi realizada através da regressão de Cox. Na análise dos possíveis
confundimentos foram consideradas todas as variáveis que, quando da análise bivariada,
apresentou o nível de significância de p < 0,10 através do teste de razão de verossimilhanças.
Desta forma alguns dos intervalos de confiança de 95% poderão incluir a unidade.
Foram utilizados os programas Epi Info versão 7.0 e SPSS versão 18.0 adotando-se o
nível de significância de 0,05 (α= 5%) como de associação estatisticamente significante.
4.10. Aspectos éticos
Este projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa e aprovado pelo parecer
número nº 179.037/2013 (Anexo D), em atendimento as diretrizes da Resolução Nº 196/1996,
do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Na entrevista o idoso/familiar/cuidador foi chamado pelo nome, mantendo-se uma
relação de respeito, fazendo uso de linguagem clara e acessível. Para garantir o anonimato dos
entrevistados, estes foram identificados pelas iniciais de seus nomes, com letras maiúsculas.
40
5. CRONOGRAMA
Etapas/Prazos
2012
2012
J F M A M J J A S O N D
Elaboração do Projeto X X X X X X X X X X X
Encaminhamento À Comissão De Ética
X
Etapas/Prazos
2013
2013
J F M A M J J A S O N D
Coleta de Dados X X X
Qualificação do Projeto X
Tratamento e Análise dos Dados X X X X X
Elaboração do Relatório Final X X
Elaboração dos Artigos X X
Defesa da Dissertação X
41
6. ORÇAMENTO
A pesquisa foi desenvolvida com recursos dos pesquisadores.
42
REFERÊNCIAS*
ABREU S. S. E.; CALDAS C. P. Velocidade de marcha, equilíbrio e idade: um estudo
correlacional entre idosas participantes e não participantes de um programa de exercícios
terapêuticos. Rev Bras Fisioter.; 2008,12(4), p.324-30.
ADAM, S. H.; HANI, O. E.; BARSS, P.; et al. Epidemiology of geriatric trauma in United
Arab Emirates. Archives of Gerontology and Geriatrics; 2008; v. 47, 377-82.
AGUIAR C. F.; ASSIS M. Perfil de mulheres idosas segundo a ocorrência de quedas: estudo
de demanda no Núcleo de Atenção ao Idoso da Unati/UERJ. Bras. Geriatr. Gerontol.; 2009,
3(12): 9-20.
AXER H. et al. Falls and gait disorders in geriatric neurology. Clinical Neurology and
Neurosurgery; 2010; 265-74.
BIAZIN D. T.; RODRIGUES R. A. P. Perfil dos idosos que sofreram trauma em Londrina,
Paraná. Rev. Esc. Enferm. USP, 2009.
BONGUE B. et al. A screening tool with five risk factors was developed for fall-risk
prediction in community-dwelling elderly. Journal of Clinical Epidemiology; 2011; 1152-
60.
BRASIL. Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 196, de 10 de
outubro de 1996. Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo
seres humanos. Diário Oficial da União, Brasília, p. 21086. Disponível em:
www.conselho.saude.gov.br/comissão/conep/resolução.html. Acesso em dez de 2012.
________. Ministério da Saúde (Brasil), DATASUS Morbidade por acidentes e violências
no Brasil: tendência das hospitalizações no período de 2002 a 2011. Disponível em:
http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/arquivos/saudebrasil2011 _parte1_cap9.pdf.
Acesso em julho de 2013
________. Ministério da Saúde. Anuário estatístico de saúde do Brasil 2001. Brasília (DF),
2002. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/saude/aplicações/anuário2001/idex. cfm .
Acesso em dezembro de 2012.
__________________________
*De acordo com:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO. Faculdade de Enfermagem. GAIVA, M.
A. M.; AZEVEDO, R. C. S. Diretrizes para Elaboração de Dissertações no Programa de
Pós-Graduação em Enfermagem da FAEn. Cuiabá-MT. 2013. 20 p.
43
________. Ministério da Saúde (Brasil), DATASUS Morbidade por acidentes e violências
no Brasil: tendência das hospitalizações no período de 2002 a 2011. Disponível em:
http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/arquivos/saudebrasil2011 _parte1_cap9.pdf.
Acesso em julho de 2013.
________. Ministério da Saúde. Série Legislação em Saúde. Estatuto do Idoso. 1 ed.
Brasília, 2003, 70 p. Disponível em: www.saude.gov.br/editora. Acesso em dezembro de
2012.
________. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção
Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília: ed. Ministério da Saúde, p. 144,
2007.
________. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS Nº 2.528 de 19 de outubro de 2006. Política
Nacional do Idoso. Diário Oficial da União, 20 de outubro de 2006. Disponível em:
www.senado.gov.br. Acesso em dezembro de 2012.
________. Ministério da Saúde. Quedas em Idosos. Disponível em:
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=33674&janela=1. Acesso
em dezembro de 2012.
________. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília: ed. Ministério da Saúde, p. 192,
2007.
BRITO G. E. G. Prevalência e caracterização das quedas entre idosos vivendo na
comunidade na cidade de Juiz de Fora - Minas Gerais, Brasil [dissertação]. Rio de Janeiro:
Universidade Estácio de Sá (UNESA); 211f, 2007.
BURANELLO M. C. et al. Equilíbrio corporal e risco de queda em idosas que praticam
atividades físicas e sedentárias. RBCEH, Passo Fundo, v. 8, n. 3, p. 313-323, 2011.
CALLISAYA M. L. et al. Risk of falls in older people during fast-walking. The Tascog study.
Gait & Posture; 2012; 510 - 15.
CARDOSO, J. D. C. Condições de saúde autorreferidas da população idosa do município
de Cuiabá - MT. 2013. 143f. Dissertação (Mestrado em enfermagem) – Programa de Pós -
Graduação em Enfermagem, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2013.
CAVALCANTI A. L. P. et al. Fatores associados a quedas em idosos residentes em um bairro
de Fortaleza, Ceará. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro; 2012, v.15, p.137-146.
44
CDC. Centers for Disease Control and Prevention. Falls among older adults: an overview.
Web site. http://www.cdc.gov/HomeandRecreationalSafety/Falls/adultfalls html. Accessed
december 2012.
CELICH K. L. S. et al. Fatores que predispõem às quedas em idosos. Passo Fundo; 2010, v. 7,
n. 3, p. 419-426.
CRUZ et al. Prevalência de quedas e fatores associados em idosos. Rev. Saúde Pública;
2012, p. 138-146.
DANTAS et al. Prevalência de quedas em idosos adscritos à estratégia de saúde da família do
município de João Pessoa, Paraíba. Rev. APS.; 2012, p. 67-75.
DAVIS J. C. et al. Falls-related self-efficacy is independently associated with quality-adjusted
life years in older women. Canadá, Oxford University Press on behalf of the British
Geriatrics Society, 2011.
DUQUE, G.; KIEL, D. P.; MONTERO-ODASSO, M. Falls as a Geriatric Syndrome: How to
Prevent Them? How to Treat Them? In. Osteoporosis in Older Persons: Springer London;
2009, p. 110-125.
ELIOPOULOS C. Enfermagem gerontológica. Porto Alegre: Artmed; 2005. p. 74-94.
ELSKAMP A. B. M. et al. Why older people refuse to participate in falls prevention
trials: A qualitative study. Experimental Gerontology; 2010. 47, p. 342–345.
FONSECA, M. G. U. P.; FIRMO, J. O. A.; LOYOLA-FILHO, A. I. et al. Papel da autonomia
na auto-avaliação de saúde do idoso. Rev Saúde Pública; 2010, v. 24, n. 1, 159-65.
FORTINSKY R. H. et al. Extent of implementation of evidence-based fall prevention
practices for older patients in home health care, JAGS, 2008, vol. 56:737–743.
GABMANN K. G.; RUPPRECHT R.; FREIBERGER E. Predictors for occasional and
recurrent falls in community-dwelling older people. Gerontol. Geriat.; 2009, 42: 3-10.
GAI J. et al. Fatores associados a quedas em mulheres idosas residentes na comunidade. Rev.
Assoc. Med. Bras.; 2010, p. 327-332.
GAMA Z. A. S.; GÓMEZ-CONESA A. Factores de riesgo de caídas em ancianos: revisión
sistemática. Rev. Saúde Publica; 2008p. 946-56.
GANANÇA F. F.; GAZZOLA J. M.; GANANÇA C. F.; et al. Quedas em idosos com
Vertigem Posicional Paroxística Benigna. Braz J Otorhinolaryngol; 2010, 1(76):113-120.
45
GAWRYSZEWSKI V. P. A importância das quedas no mesmo nível entre idosos no estado
de São Paulo. Rev Assoc. Med. Bras; 2010, 56(2): 162-7.
GILBERT T. et al. Management of falls: France, the Netherlands, Poland. European
Geriatric Medicine; 2012; 246-53.
GLEASON C. E.; GANGNON R. E.; FISCHER B. L.; et al. Increased risk for falling
associated with subtle cognitive impairment: secondary analysis of a randomized clinical trial.
Dement Geriatr Cogn Disord; 2009; 27: p. 557–563.
HAMRA A.; RIBEIRO M. B.; MIGUEL O. F. Correlação entre fratura por queda em idosos e
uso prévio de medicamentos. Acta Ortop Brás; 2007, 143 - 45.
HARLEIN J.; DASSEN T.; HALFENS R. J. et al. Fall risk factors in older people with
dementia or cognitive impairment: a systematic review. J Adv Nurs,; 2009; 922–33.
HEINRICH, S.; RAPP, K.; RISSMANN, U.; et al. Cost of falls in old age: a systematic
review. Osteoporosis International; 2010; v.21, n.6, 891-902.
HIURA M. et al. The Association Between Walking Ability and Falls in Elderly Japanese
Living in the Community Using a Path Analysis, J Community Health; 2012, v 37, 957-62.
HORTON K. Gender and the risk of falling: a sociological approach. J Adv Nurs; 2007, 57:
69–76.
HULLEY, S. B. et al. Delineando a pesquisa clínica: uma abordagem epidemiológica.
3.ed. São Paulo: Artmed, 2008.
IGLESIAS, C. P.; MANCA, A.; TORGERSON, D. J. The health-related quality of life and
cost implications of falls in elderly women. Osteoporosis International; 2009. v.20, n.6, p.
869-878.
ISHIMOTO Y. et al. Age and sex significantly influence fall risk in community-dwelling
elderly people in Japan. J Am Geriatr Soc; 2009, 57, p. 930–932.
JOHANA, K. O; DIOGO M. J. D. E. Quedas em Idosos: Principais causas e consequências.
Saúde Coletiva. 2007, p. 148-153.
KATZ S.; DOWNS T.D.; CASH H. R.; GROTZ R. C. Progress in development of the index
of adl. Gerontologist. 1970. v.10, p. 20-30.
46
KUANG T. M.; TSAI S. Y.; HSU W. M.; CHENG C. Y.; LIU J. H. Visual impairment and
falls in the elderly: the Shihpai Eye Study. J Chin Med Assoc. 2008 (71): 467–472.
LAGUNA-PARRAS J. M. et al. Efectividad de las intervenciones para la prevención de
caídas en ancianos: revisión sistemática. Gerokomos. 2010 p. 97-107.
LAMOUREUX E. L.; CHONG E.; WANG J. J. et al. Visual impairment, causes of vision
loss, and falls: the singapore malay eye study. Invest Ophthalmol Vis Sci, p. 528–533, 2008.
LAWTON M. P.; BRODY E. M. Assessment of older people; self-maintaining and
instrumental activities of daily-living. Gerontologist.; 1969, v. 9, n. 3, p. 179-86.
LEUNG A. Psychosocial risk factors associated with falls among Chinese community-
dwelling older adults in Hong Kong. Health and Social Care in the Community; 2010, p.
272-281.
LEVEILLE S. G.; KIEL D. P.; JONES R. N. et al. The MOBILIZE Boston Study: design and
methods of a prospective cohort study of novel risk factors for falls in an older population.
BMC Geriatr, 2008.
LIN C. H. et al., Associated Factors for Falls among the Community-Dwelling Older People
Assessed by Annual Geriatric Health Examinations, April, 2011.
LOPES R. A.; CARVALHO B. S. A.; MOURÃO D. M. P. et al. Quedas de idosos em uma
clínica-escola: prevalência e fatores associados. Conscientieae Saúde; 2010, p. 381-388.
MACEDO B.G., et al. Impacto das alterações visuais nas quedas, desempenho funcional,
controle postural e no equilíbrio dos idosos: uma revisão de literatura. Rev. Bras. Geriatr.
Gerontol., 2008.
MACIEL ACC, GUERRA RO. Prevalência e fatores associados ao déficit de equilíbrio em
idosos. Rev Bras Ciênc Mov. 2005;13:37-44.
MAIA B. C. et al. Consequências das quedas em idosos vivendo na comunidade, Rev. Bras.
Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro; 2011, p. 381-393.
MELZER, I. et al. Application of the voluntary step execution test to identify elderly fallers.
Age and Ageing; 2007, , v.36, n.5, p.532-537.
MENDES, T. A. B.; VALSECHI, V. L. A. Armadilhas do espaço urbano. Einstein, [S.l.],
v.5, n.2, 2007. Disponível em:<http://apps.einstein.br/revista/arquivos/pdf/388-Einstein5-
2onlineAO388pg99-104.pdf>. Acesso em: dez 2012.
47
MENEZES L., BACHION M. M. Estudo da presença de fatores de riscos intrínsecos para
quedas, em idosos institucionalizados. Ciên. e Saúde Col.; 2008, p. 1209-18.
MENEZES, R. L.; BACHION M. M. Condições visuais autorrelatadas e quedas em idosos
institucionalizados. Rev Bras Oftalmol; 2012, p. 23-27.
MESSIAS M. G.; NEVES R. F. A influência de fatores comportamentais e ambientais
domésticos nas quedas em idosos. Rev Bras Geriatr Gerontol; 2009, p. 275- 282.
MILAT A. J.; WATSON W. L.; MONGER C. et al. Prevalence, circumstances and
consequences of falls among community- dwelling older people: results of the 2009 NSW
Falls Prevention Baseline Survey. NSW Public Health Bulletin, 2011.
MORAES S. A. et al. Dizziness in community-dewelling older adults: a population-based
study. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, 2011.
MOTTA L. B.; AGUIAR A. C.; COUTINHO E. S. F. et al. Prevalência e fatores associados a
quedas em idosos em um município do Rio de Janeiro. Rev Bras Geriatr Gerontol.; 2010, p.
83-91.
MUIR S. W. et al. The role of cognitive impairment in fall risk among older adults: a
systematic review and meta-analysis. Age and Ageing, 2012.
NACHREINER N. M.; FINDORFF M. J.; WYMAN J. F. et al. Circumstances and
consequences of falls in community-dwelling older women. J. Womes Health; p. 1437-46,
2007.
NEVITT M. C.; CUMMINGS, S. R.; KIDD, S.; BLACK, D. Risk factors for Recurrent
nonsyncopal falls. A prospective study. Journal of American Medical Association; 1989, v.
261, n. 18, p. 2663-2668.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. OMS. Envelhecimento ativo: uma política de
saúde. Brasília: Organização Pan-Americana de Saúde, 2005.
PARANHOS, W. Y. Trauma no idoso. In: SOUSA, R. M. C. de; R. M. C. de; CALIL, A. M.;
PARANHOS, W. Y.; MALVESTIO, M. A. Atuação no trauma: uma abordagem para a
enfermagem. Cap. 26. São Paulo: Atheneu, 2009.
PAULA F. L. et al. Perfil de idosos com internação por quedas nos hospitais públicos de
Niterói. Rev Bras Epidemiol.; 2010, p. 587-595.
PERRACINI MR, RAMOS LR. Fatores associados a quedas em uma coorte de idosos
residentes na comunidade. Rev Saúde Publica. 2002; 36(6):709-16.
48
PERRACINI, M. R. Prevenção e Manejo de quedas em idosos. 2011. Disponível em:
<http://portal.saude.sp.gov.br/resources/profissional>. Acesso em: nov. 2013.
PEREIRA, C.; VOGELAERE, P.; BAPTISTA, F. T. Role of physical activity in the
prevention of falls and their consequences in the elderly. European Reviews of Aging &
Physical Activity; 2008, v.5, n.1, p. 51-58.
PINHEIRO M. D. M.; CICONELLI R. M.; MARTINI L. A.; FERRAZ M.B. Risk factors for
recurrent falls among Brazilian women and men: the Brazilian Osteoporosis Study
(BRAZOS). Cad Saude Publica; 2010, p. 89-96.
PINHO T. A. M. et al. Avaliação do risco de quedas em idosos atendidos em Unidade Básica
de Saúde. Rev Esc Enferm USP; 2012, 46(2):320-7,.
PONCE M. How to prevent falls among older adults in outpatient settings; 2012,v.7, n. 4.
PORTALMT.em:<http://www.mteseusmunicipios.com.br/NG/conteudo.php?sid=145&cid=2
481 Acesso em: 29 nov. 2013.
RIBEIRO A. P.; SOUZA E. R.; ATIE S. et al. A influência das quedas na qualidade de vida
de idosos. Ciênc Saúde Coletiva; 2008; p. 1265-73.
RUBENSTEIN L. Z. Falls in older people: epidemiology, risk factors and strategies for
prevention. Age Ageing; 2006, p. 37-41.
SALMINEM M. et al. The long-term effect of a multifactorial fall prevention programme on
the incidence of falls requiring medical treatment. Public Health; 2009, 123.
SBGG. Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Quedas em idosos. Disponível em:
http://www.sbgg.org.br/publico/artigos/queda.asp Acesso em: dezembro de 2012.
SILVA T. M.; NAKATANI A. Y. K.; SOUZA A. C. S.; LIMA M. C. S. A vulnerabilidade do
idoso para quedas: analise dos incidentes críticos. Revista Eletrônica de Enfermagem;
2007, p. 64-78.
SIQUEIRA F. V. et al. Prevalência de quedas em idosos e fatores associados. Rev. Saúde
Pública. 2007; 41:749-56.
SIQUEIRA, F V et al. Prevalence of falls in elderly in Brazil: a countrywide analysis. Cad.
Saúde Pública; 2011, p. 1819-26, v. 27, n. 9.
49
SOARES, W. J. S. Capacidade Físico Funcional em Idosos com e sem História de
Quedas: Projeto Fibra. Dissertação (Mestrado em Fisioterapia) - Universidade Cidade de São
Paulo, São Paulo, 2009.
SUELVES J. M. et al. Lesiones por caídas y factores asociados em personas mayores de
Cataluña, España. Rev. Panam. Salud Publica; 2010, 27(1).
TALBOT LA, MUSIOL RJ, WITHAM EK, METTER EJ.Falls in young, middle-aged and
older community dwelling adults: perceived cause, environmental factors and injury. BMC
Public Health. 2005;Aug 18;5-86.
TINETTI M. E.; SPEECHLEY M.; GINTER S. Risk factors for falls among elderly persons
living in the community. N Engl. J Med; 1988, p. 1701-07.
TINETTI M. E. et al. Health outcome priorities among competing cardiovascular, fall injury,
and medication-related symptom outcomes. J Am Geriatr Soc.; 2008, p.1409-16.
TINETTI M. E.; KUMAR C. Care of the aging patient: from evidence to action. JAMA;
2010, January 20, vol. 303-3.
TOLEDO D. R.; BARELA J.A. Diferenças sensoriais e motoras entre jovens e idosos:
contribuição somatossensorial no controle postural. Rev Bras Fisioter; 2010, p. 267-75.
WAGERT P. V. H. et al, Falls in very old people: The population-based Umea˚ 85+ Study in
Sweden. Archives of Gerontology and Geriatrics; 2009, p. 390–396.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Injuries and violence: the facts. Geneva,
2010.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. The Word Health Report 1998 – Life in the 21 st
century: a vision for all. Disponível em <http://www.who.int/whr/1998/en/index.html>.
Acesso em dezembro de 2012.
WILLIAMS H. G.; ULLMANN G. Development of a Community-Based Fall Prevention
Program: Stay in Balance, Journal of Physical Activity and Health; 2012, p. 571-80.
WONG E. L. Y. et al. Determinants of participation in a fall assessment and prevention
programme among elderly fallers in Hong Kong: prospective cohort study, Journal of
Advanced Nursing, October, 2010.
WOOLCOTT J. C.; RICHARDSON K. J.; WIENS M. O. Meta-analysis of the impact of 9
medication classes on falls in elderly persons. Arch Intern Med, 2009, 1952-60.
50
YAMASHITA T. et al. Risk Factors of Falls in Community-Dwelling Older Adults: Logistic
Regression Tree Analysis; 2012, vol. 52, n. 6.
YU P. L. et al. Prevalence and related factors of falls among the elderly in an urban
community of Beijing. Biomed Environ Sci, 2009.
VERAS, R. P.; PARAHYBA, M. I. O anacronismo dos modelos assistenciais para os idosos
na área da saúde: desafios para o setor privado. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro; 2007, v.
23, n. 10, p. 2479-89.
VERAS, R. P.; DUTRA, S. Perfil do idoso brasileiro: questionário BOAS. Rio de Janeiro:
UERJ, UNATI, 2008.
VERAS, R. Envelhecimento populacional contemporâneo:demandas, desafios e inovações.
Rev. Saúde Pública, São Paulo; 2009, v. 43, n. 3, p. 548-54.
________. País Jovem com Cabelos Brancos: a Saúde do Idoso no Brasil. Rio de Janeiro:
Relume Dumará/UERJ, 1994.
ZIERE G.; DIELEMAN J.P.; VAN DER CAMMEN T.J.; HOFMAN A.; POLS H.A.;
STRICKER B.H. Selective serotonin reuptake inhibiting antidepressants are associated with
an increased risk of nonvertebral fractures. J Clin Psychopharmacol; 2008, p. 411-17.
51
APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
MESTRADO EM ENFERMAGEM
PESQUISA: FATORES ASSOCIADOS À RECORRENCIA DE QUEDAS DE IDOSOS NA COMUNIDADE
Pesquisadoras: Profª Drª Rosemeiry Capriata Souza Azevedo e Débora Regina Oliveira Moura Abreu
Objetivo principal: Analisar os fatores associados à recorrência de quedas de idosos residentes na
comunidade.
Procedimento: Será por meio de entrevista, onde a pesquisadora irá explicar ao idoso o objetivo do
estudo e da entrevista. Nessa entrevista, serão realizadas perguntas ao(s) idoso ou ao seu cuidador, e
em seguida aguardará a resposta do(s) mesmo(s). Caso não se entenda a pergunta, a mesma será refeita
de forma mais clara, onde aguardará novamente a resposta. Também será explicado, que essas
perguntas e respostas serão gravadas se houver a permissão do familiar, porque depois vamos precisar
das falas descritas para analisar a pesquisa. Antes de iniciar as perguntas, será feito teste com o
gravador, realizando uma pergunta, para o idoso entender sobre o funcionamento do mesmo.
Possíveis riscos e desconfortos: nenhum risco de vida e desconforto inicial mínimo.
Benefícios previstos: Não haverá benefício material para os sujeitos, porém os sujeitos poderão
contribuir no estudo trazendo respostas que poderá beneficiar e melhorar a assistência e ações que
influenciem de forma positiva nas condições de vida e saúde dos idosos.
Eu ______________________________, RG: ____________ fui informado dos objetivos,
procedimentos, riscos e benefícios desta pesquisa, descritos acima.
Entendo que terei garantia de que os dados não serão divulgados e ninguém, além da pesquisadora,
terá acesso aos nomes dos participantes desta pesquisa. Entendo também, que tenho direito a receber
informações adicionais sobre o estudo a qualquer momento, por meio de contato com a pesquisadora.
Fui informado ainda, que a minha participação é voluntária, e que nenhum custo, risco ou prejuízo
ocorrerá sobre a minha pessoa. Se eu preferir não participar ou deixar de participar deste estudo em
qualquer momento, isso NÃO me acarretará qualquer tipo de punição. Compreendo tudo o que me foi
explicado sobre o estudo a que se refere este documento e CONCORDO em participar do mesmo.
_____________________________ _____________________________
Assinatura do idoso ou responsável Assinatura da pesquisadora
Este documento foi elaborado em duas vias, sendo que uma delas é sua e a outra é da pesquisadora.
Em caso de necessidade contate as pesquisadoras pelos seguintes telefones: (65) ********, ou pelo e-
mail: [email protected] Obs.: O TCLE será redigido com fonte maior do que a deste
formulário, a fim de que o idoso ou seu responsável possa lê-lo com facilidade.
52
APÊNDICE B - TERMO DE COMPROMISSO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
MESTRADO EM ENFERMAGEM
PESQUISA: FATORES ASSOCIADOS À RECORRENCIA DE QUEDAS DE IDOSOS
NA COMUNIDADE
Nós, Rosemeiry Capriata de Souza Azevedo, Docente da Faculdade de Enfermagem
da Universidade Federal de Mato Grosso, e Débora Regina Oliveira Moura Abreu,
mestranda em Enfermagem pela Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Mato
Grosso (FAEN/UMFT), desenvolvendo a pesquisa “FATORES ASSOCIADOS À
RECORRENCIA DE QUEDAS DE IDOSOS NA COMUNIDADE”, firmamos o
compromisso de garantir, na divulgação dos resultados, o anonimato de todos os sujeitos
pesquisados, o tratamento global das informações e que os dados serão utilizados
exclusivamente para fins de pesquisa.
________________________________________________________________
Rosemeiry Capriata de Souza Azevedo
Coordenadora do Programa de Pós- Graduação em Enfermagem FAEn/UFMT /Orientadora
E-mail: [email protected]
________________________________________________________________
Débora Regina Oliveira Moura Abreu
Mestranda em Enfermagem
E-mail: [email protected]
Cuiabá, 12 de Novembro de 2012.
53
APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
MESTRADO EM ENFERMAGEM
PESQUISA: FATORES ASSOCIADOS À RECORRENCIA DE QUEDAS DE IDOSOS NA COMUNIDADE
IDENTIFICAÇÃO:
Nome do entrevistado:____________________________ Data ___-___-___ Ficha nº: __
Entrevistado: 1.( ) idoso 2.( ) idoso + familiar 3.( ) idoso + cuidador
4.( ) idoso + familiar + cuidador
FATORES DEMOGRAFICOS E SOCIOECONÔMICOS
1. Sexo: 1.( ) Masculino 2.( ) Feminino 3.( )Ignorado
2. Idade: _____ anos completos
1.( ) 60- 64 2.( ) 65- 69 3.( )70- 74 4.( ) 75- 79 5.( ) 80 anos e mais
3. Estado civil: 1. ( )Solteiro(a) 2.( ) Casado(a) Morando junto 3.( )Divorciado(a) 4.( )Viúvo(a)
4. Com quem mora:
1. ( ) Sozinho 2.( ) Cônjuge 3.( ) Cônjuge e filho(s)
4.( ) Cônjuge, filho(s), genro ou nora 5.( ) Somente com os filhos
6.( ) Somente com os netos 7.( ) Não familiares
5. Renda do idoso
1.( )Não possui 2. ( )Menos 1SM 3. ( )1a2SM 3. ( ) Mais de 2 SM_____
6. Se sim, proveniente de: 1 ( ).Aposentadoria 2. ( ) Pensão 3. ( ) Auxílio idoso 4. ( ) Trabalho
5. ( ) Aluguel 6. ( ) Doações 7. ( )Outro
7. Você sabe ler e escrever? 1. ( )Sim 2.( ) Não
8. Se sim, quantos anos você frequentou a escola?
1. ( ) 0-4 anos 2.( ) 5-8 anos
3.( )Terminou o colegial/técnico 4.( )Terminou a faculdade
DADOS DE SAÚDE
9. Auto percepção de saúde atual: 1. ( )Ótima 2.( )Boa 3.( )Regular 4.( )Péssima 5.( )NR 10. Possui algum problema de saúde?1. ( )Sim 2.( ) Não
11. Se sim, quantos? 1.( )1-2 doenças 2.( )3-4 doenças 3.( )5 e mais doenças
12. Quais?
1.( )Alzheimer 2.( )Artrite/artrose 3.( )Câncer 4.( )Cardiopatia
5.( )Diabetes 6.( )Hipertensão 7.( ) Osteoporose 8.( ) Parkinson
9.( ) Reumatismo 10.( ) Seq AVC 11.( ) Tontura 12.( )Outra ________
13. Faz uso regular de medicamentos: 1. ( )Sim 2.( ) Não
14. Se sim, quantos? 1. ( )1-2 2.( )3-4 3.( )5 e mais
15. Quais? 1.( )Diurético 2.( )Tranquilizante/Sedativo 3.( )Anti-hipertensivo
4.( )Antidepressivo 5.( )Neuroléptico 6. ( )Antipsicótico 7.( )Outra ________
16. Alteração de marcha autoreferido: 1. ( )Sim 2.( ) Não
17. Alteração de equilíbrio autoreferido: 1. ( )Sim 2.( ) Não
18. Prática regular de atividade física: 1. ( )Sim 2.( ) Não
19. Problema de Visão autoreferido 1. ( )Sim 2.( ) Não
20. Problema de Audição autoreferido 1. ( )Sim 2.( ) Não
54
CARACTERISTICAS DAS QUEDAS
21. Você se lembra da queda referida naquela época da pesquisa anterior?
1. ( )Sim 2.( ) Não
22. Se sim, qual o local:
1.( ) Dentro do domicílio 2.( ) Fora do domicílio
23. Local dentro do domicílio: 24. Local fora do domicílio:
1.( ) Quarto
2.( ) Banheiro
3.( ) Cozinha
4.( ) Sala
5.( ) Outro ________
1.( ) Calçada
2.( ) Quintal
3.( ) Rua
4.( ) Transporte priv/coletivo
5.( ) Outro________
25. De onde caiu: 26. Consequências:
1. ( ) Cama
2. ( ) Cadeira/poltrona
1. ( ) Cirurgia
2. ( ) Medo de cair
3. ( ) Vaso sanitário 3. ( ) Lesão
4. ( ) Internação
4. ( ) Própria altura
5. ( ) Escada
6. ( ) Telhado
5. ( ) Outro________
5. ( ) Fratura
6. ( ) Nenhuma
7. ( ) Outra ________
27. Local da Fratura:
1.( )MMSS 2.( ) MMII 3.( )Cabeça 4.( )Face 5.( ) Costela 6.( ) Quadril 7.( ) Outro________
RECORRÊNCIA DE QUEDA
28. Teve mais alguma queda? 1. ( )Sim 2.( ) Não
29. Se sim Quantos? ( )1-2 ( )3-4 ( )5 e mais
30. Em relação a ultima queda que sofreu qual o local: 1. ( ) dentro dom 2. ( ) fora domicilio
31. Local dentro do domicílio: 32. Local fora do domicílio:
1.( ) Quarto
2.( ) Banheiro
3.( ) Cozinha
4.( ) Sala
5.( ) Outro ________
1.( ) Calçada
2.( ) Quintal
3.( ) Rua
4.( ) Transporte priv/coletivo
5.( ) Outro________
33. De onde caiu: 34. Consequências:
1. ( ) Cama
2. ( ) Cadeira/poltrona
1. ( ) Cirurgia
2. ( ) Medo de cair
3. ( ) Vaso sanitário 3. ( ) Lesão
4. ( ) Internação
4. ( ) Própria altura
5. ( ) Escada
6. ( ) Telhado
5. ( ) Outro________
5. ( ) Fratura
6. ( ) Nenhuma
7. ( ) Outra ________
35. Local da Fratura :1.( )MMSS 2.( ) MMII 3.( )Cabeça 4.( )Face 5.( ) Costela 6.( ) Quadril 7.( ) )Outro
55
ANEXO A - INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DO GRAU DE DEPENDÊNCIA
PARA AS ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA (AVD) - ÍNDICE DE KATZ Nome:
Data de avaliação ___/___/___
Para cada área de funcionamento abaixo assinale a descrição que melhor se aplica. A palavra
“assistência” significa supervisão, orientação ou auxílio pessoal. Para realizar suas atividades de vida
diárias (AVD) você é:
Banho (banho de leito, banheira ou chuveiro)
Não recebe assistência (entra e sai da banheira
sozinho se essa é usualmente utilizada para
banho)
Recebe assistência no
banho somente para uma parte
do corpo (como costas ou uma
perna)
Recebe assistência no
banho em mais de uma
parte do corpo
Vestir-se (considera o ato de pegar as roupas no armário, bem como o ato propriamente dito/ não inclui
calçar os sapatos
Pega as roupas e se veste completamente sem
assistência
Pega as roupas e se veste
sem assistência, exceto para
amarrar os sapatos
Receba assistência
para pegar as roupas ou
para vestir-se ou
permanece parcial ou
totalmente despido.
Ir ao banheiro (dirigi-se ao banheiro para urinar ou evacuar: faz sua higiene e se veste após as
eliminações)
Vai ao banheiro, higieniza-se e se veste após as
eliminações sem assistência (pode utilizar objetos
de apoio como bengala, andador, barras de apoio
ou cadeira de rodas e pode utilizar comadre ou
urinol à noite esvaziando por si mesmo pela
manhã).
Recebe assistência para ir
ao banheiro ou para
higienizar-se ou para vestir-se
após as eliminações ou para
usar urinol ou comadre à
noite.
Não vai ao banheiro
para urinar ou evacuar.
Transferir-se (sair da cama e sentar-se em uma cadeira, ou vice-versa)
Deita-se e levanta-se da cama ou da cadeira
sem assistência (pode utilizar um objeto de apoio
como bengala ou andador).
Deita-se e levanta-se da
cama ou da cadeira com
auxílio.
Não sai da cama.
Continência (ato inteiramente autocontrolado de urinar e evacuar)
Tem controle sobre as funções de urinar e
evacuar
Tem “acidentes” ocasionais
(perdas urinárias ou fecais).
Supervisão para
controlar a urina e fezes,
utiliza cateterismo ou é
incontinente
Alimentação (ato de dirigir a comida do prato (ou similar) à boca.
Alimenta-se sem assistência Alimenta-se sem
assistência, exceto para cortar
carne ou passar manteiga no
pão
Recebe assistência
para alimentar ou é
alimentado parcial ou
totalmente por sonda
enteral ou parenteral
Classificação
A Independente para todas as atividades
B Independente para todas as atividades menos uma
C Independente para todas as atividades menos banho e mais uma adicional
D Independente para todas as atividades menos banho, vestir-se e mais uma adicional
E Independente para todas as atividades menos banho, vestir-se, ir ao banheiro e mais uma adicional
F Independente para todas as atividades menos banho, vestir-se, ir ao banheiro, transferência e mais uma
adicional
G Dependente para todas as atividades
Fonte: BRASIL, Ministério da Saúde, 2007, p.152.
56
ANEXO B - INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DO GRAU DE DEPENDÊNCIA
PARA AS ATIVIDADES INSTRUMENTAIS DA VIDA DIÁRIA (AIVD) - ESCALA
DE LAWTON E BRODY
Atividade Avaliação
1 O Sr (a) consegue usar o telefone?
Sem ajuda: 3 pontos
Com ajuda parcial: 2
pontos
Não consegue: 1
ponto
2 O Sr (a) consegue ir aos locais distantes, usando algum transporte, sem
necessidade de planejamentos especiais?
Sem ajuda: 3 pontos
Com ajuda parcial: 2
pontos
Não consegue: 1
ponto
3 O Sr (a) consegue fazer compras?
Sem ajuda: 3 pontos
Com ajuda parcial: 2
pontos
Não consegue: 1
ponto
4 O Sr (a) consegue preparar suas próprias refeições?
Sem ajuda: 3 pontos
Com ajuda parcial: 2
pontos
Não consegue: 1
ponto
5 O Sr (a) consegue arrumar a casa?
Sem ajuda: 3 pontos
Com ajuda parcial: 2
pontos
Não consegue: 1
ponto
6 O Sr (a) consegue fazer trabalhos manuais domésticos, como pequenos
reparos?
Sem ajuda: 3 pontos
Com ajuda parcial: 2
pontos
Não consegue: 1
ponto
7 O Sr (a) consegue lavar e passar sua roupa?
Sem ajuda: 3 pontos
Com ajuda parcial: 2
pontos
Não consegue: 1
ponto
8 O Sr (a) consegue tomar seus remédios na dose e horários corretos?
Sem ajuda: 3 pontos
Com ajuda parcial: 2
pontos
Não consegue: 1
ponto
9 O Sr (a) consegue cuidar de suas finanças?
Sem ajuda: 3 pontos
Com ajuda parcial: 2
pontos
Não consegue: 1
ponto
Total .........pontos
Fonte: BRASIL, Ministério da Saúde, 2007, p.153-4.
57
ANEXO C - MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL – MEEM
Instruções: As palavras em negrito devem ser lidas alto, clara e lentamente pelo examinador. Substituições aparecem
entre parênteses. Circule o “0” se a resposta for incorreta ou o “1” se a resposta for correta. Comece formulando as
duas questões seguintes: O Sr(a) tem algum problema com a sua memória? Eu posso fazer algumas perguntas a
respeito de sua memória?
ORIENTAÇÃO NO TEMPO
RESPOSTA ESCORE
Em que ano nós estamos ? 0 1
Em que estação do ano nós estamos? 0 1
Em que mês nós estamos? 0 1
Em que dia da semana nós estamos? 0 1
Em que dia do mês nós estamos? 0 1
ORIENTAÇÃO NO ESPAÇO
Onde nós estamos agora.
Em que Estado nós estamos? 0 1
Em que Cidade nós estamos? 0 1
Em que Bairro nós estamos? (parte da cidade ou rua próxima) 0 1
O que é este prédio em que estamos? (nome, tipo ou função) 0 1
Em que andar nós estamos? 0 1
REGISTRO
Agora, preste atenção. Eu vou dizer três palavras e o (a) Sr(a) vai repeti-las
quando eu terminar. Memorize-as, pois eu vou perguntar por elas, novamente,
dentro de alguns minutos. Certo? As palavras são: CARRO [pausa], VASO
[pausa], BOLA [pausa]. Agora, repita as palavras para mim. [Permita 5 tentativas,
mas pontue apenas a primeira.]
CARRO 0 1
VASO 0 1
BOLA 0 1
ATENÇÃO E CÁLCULO [Série de 7]
{93} ________
{86} ________
{79} ________
{72} ________
{65} ________
Soma do Cálculo
__ __ __ __ __
O D N U M
Soma do Mundo
0 1
0 1
0 1
0 1
0 1
______
______
Agora eu gostaria que o(a) Sr(a) subtraísse 7 de 100 e do resultado subtraísse 7.
Então, continue subtraindo 7 de cada resposta até eu mandar parar. Entendeu?
[pausa] Vamos começar: quanto é 100 menos 7 ? Dê 1 ponto para cada acerto. Se
não atingir o escore máximo, peça: Soletre a palavra MUNDO. Corrija os erros de
soletração e então peça: Agora, soletre a palavra MUNDO de trás para frente (O-
D-N-U-M). [Dê 1 ponto para cada letra na posição correta. Considere o maior
resultado.]
MEMÓRIA DE EVOCAÇÃO
Peça: Quais são as 3 palavras que eu pedi que o Sr(a) memorizasse? [Não forneça
pistas.]
CARRO 0 1
VASO 0 1
BOLA 0 1
LINGUAGEM
[Aponte o lápis e o relógio e pergunte:]
O que é isto? (lápis)
O que é isto? (relógio)
________________
________________
0 1
0 1
Agora eu vou pedir para o Sr(a) repetir o que eu vou dizer. Certo? Então repita:
“NEM AQUI, NEM ALI, NEM LÁ”. 0 1
Agora ouça com atenção porque eu vou pedir para o Sr(a) fazer uma tarefa.
[pausa] Preste atenção, pois eu só vou falar uma vez. [pausa Pegue este papel com
a mão direita [pausa], com as duas mãos dobre-o ao meio uma vez [pausa] e em
seguida jogue-o no chão.
Pegar com a mão direita
Dobrar ao meio
Jogar no chão
________________
________________
________________
0 1
0 1
0 1
58
Por favor, leia isto e faça o que está escrito no papel. Mostre ao examinado a folha
com o comando:
FECHE OS OLHOS
0 1
Peça: Por favor, escreva uma sentença. Se o paciente não responder, peça: Escreva
sobre o tempo.
[Coloque na frente do paciente um pedaço de papel em branco e lápis ou caneta.]
0 1
Peça: Por favor, copie este desenho. [Apresente a folha com os pentágonos que se
intersecionam.] 0 1
TOTAL
Pontos de corte:
* Analfabetos: 18/19
* 1 ou mais anos de estudo: 23/24
Desenho:
Observações:
............................................................................................................................................. ...................................
................................................................................................................................................................................
............................................................................................................................. .....................................
RESULTADO:
Grau de escolaridade¹
Pontuação Pontuação do paciente
Mín. Máx.
Analfabetos 09 27 ............
De 1 a 3 anos de estudo 10 30 ............
3,1 a 7 anos de estudo 14 30 28
Mais de 7,1 anos de estudo 16 30 ............
Fonte: BRASIL, Ministério da Saúde, 2007, p.153-4.
59
ANEXO D - PARECER CONSUBSTANCIADO CEP
60
ANEXO E - OFÍCIO ENCAMINHADO A SECRETARIA MUNICIPAL DE CUIABA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
MESTRADO EM ENFERMAGEM
Ilma. Sr.ª (a) Michelle Kim
MD. Coordenadora
Venho por meio deste apresentar a VSª o projeto FATORES ASSOCIADOS À
RECORRENCIA DE QUEDAS DE IDOSOS NA COMUNIDADE para ser analisado por
essa coordenação. O Projeto será desenvolvido pela mestranda Débora Regina Oliveira Moura
Abreu, aluna regularmente matriculada no Programa de Pós-graduação Mestrado em
Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso, sob a
orientação da Profa. Dra. Rosemeiry Capriata de Souza Azevedo. O resultado da pesquisa
poderá contribuir com os gestores no planejamento de ações e de políticas voltadas para a
prevenção de quedas de idosos no município de Cuiabá.
Colocamos-nos à disposição para quaisquer esclarecimentos.
Atenciosamente
________________________________________________________________
Profa. Dra. Rosemeiry Capriata de Souza Azevedo
Coordenadora do Programa de Pós Graduação em Enfermagem FAEN /UFMT /Orientadora
E-mail: [email protected]
__________________________________________________________________
Débora Regina Oliveira Moura Abreu
Mestranda em Enfermagem
E-mail: [email protected]
Cuiabá, 13 de novembro de 2012.
61
PARTE 2 – RESULTADOS
Os resultados a seguir estão relacionados a todos os idosos que referiram ter sofrido
queda nos últimos três meses à época da coleta de dados da pesquisa matricial (2012),
perfazendo um total de 109 participantes. Estes formaram a população desse estudo, os quais
foram reentrevistados nos domicílios pela pesquisadora, exatamente um ano após a realização
do primeiro inquérito, no período de janeiro a março de 2013. No intervalo entre os dois
inquéritos, seis idosos faleceram, o que foi considerado como perdas. Participaram da amostra
final 103 idosos.
Para tanto, os questionários foram codificados e digitados duplamente em banco de
dados do programa Enter Data. Após a edição dos dados, os erros de digitação foram
comparados e corrigidos através do programa Data Compare.
Após análise dos dados foram produzidos dois manuscritos:
MANUSCRITO 1: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE IDOSOS CAIDORES
RESIDENTES NA COMUNIDADE.
Tem por objetivo descrever as características e as condições de saúde dos idosos que sofreram
quedas e as características das quedas sofridas por eles. Manuscrito submetido a avaliação
para publicação no periódico Epidemiologia e Serviços de Saúde.
MANUSCRITO 2: FATORES ASSOCIADOS À RECORRÊNCIA DE QUEDAS DE
IDOSOS NA COMUNIDADE, 2013.
Tem por objetivo de analisar os fatores associados à recorrência de quedas de idosos na
comunidade em Cuiabá. Manuscrito submetido a avaliação para publicação no periódico
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem.
62
MANUSCRITO 1: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE IDOSOS CAIDORES
RESIDENTES NA COMUNIDADE.1
Débora Regina Oliveira Moura Abreu2
Rosemeiry Capriata de Souza Azevedo3
______________________________________________________________________
RESUMO Objetivo: descrever as características e as condições de saúde dos idosos que
sofreram quedas e as características das quedas sofridas por eles. Metodologia: estudo
epidemiológico, prospectivo, de coorte concorrente e seguimento de dois anos, por meio de
inquéritos domiciliares em 2012 e em 2013, utilizou-se os programas Epi Info e SPSS e
codificado através de Data Compare. Resultados: Os resultados apontam maior ocorrência de
queda no sexo feminino, faixa etária de acima de 70 anos, baixa renda e escolaridade, idosos
independentes e que fazem uso de mais de um medicamento. Maior ocorrência de quedas da
própria altura, no domicílio e com consequências. Conclusão: a ocorrência de quedas pode
resultar em um relevante problema de saúde, tendo em vista os danos ocasionados por este
evento na vida dos idosos é importante se adotar medidas preventivas tanto por profissionais
de saúde, família e sociedade.
DESCRITORES: Quedas, idosos, fatores associados.
ABSTRACT Objective: describing the characteristics and conditions of the elderly who have
suffered falls and characteristics of falls suffered by them. Methodology: epidemiological
prospective study of cohort competitor by two following years through household surveys in
2012 and 2013 with usage of the Epi Info and SPSS programs codified through Data
Compare. Results: The results showed a higher incidence of falls in females who were over
70 years, had low income and education, chronic diseases, sensory problems and were
independent and make use of more than one medicine. There is higher occurrence of falls
from their own height, at home and with consequences. Conclusion: The occurrence of falls
can result in a significant health problem in view of the damage caused by this event in the
elderly’ s life, it is important to adopt preventive measures by both health professionals,
family and society.
KEYWORDS: Falls, Elderly, Associated Factors.
1Artigo extraído da dissertação de Débora Regina Oliveira Moura Abreu, apresentada ao Programa de Pós
Graduação em Enfermagem - Mestrado em Enfermagem Universidade Federal Mato Grosso, Cuiabá-MT, 2013. 2 Mestranda em Enfermagem. Mato Grosso, Brasil. E-mail: dé[email protected]
3 Doutora em Enfermagem. Docente do Programa de Pós Graduação em Enfermagem da UFMT. Mato Grosso,
Brasil. E-mail: [email protected]
63
RESUMEN: Describir las características y condiciones de las personas mayores que han
sufrido caídas y las características de las caídas sufridas por ellos. Metodología:
epidemiológica , competidor de cohortes prospectivo y después de dos años , a través de
encuestas de hogares de 2012 y 2013 , se utilizó el programa Epi Info y SPSS y codificadas a
través de comparar los datos . Resultados: Los resultados muestran una mayor incidencia de
caídas en mujeres mayores de 70 años , de bajos ingresos y la educación, y las personas
mayores independientes que usan más de una droga . Una mayor incidencia de caídas de
altura , en casa y con sus consecuencias. Conclusión: La ocurrencia de caídas pueden resultar
en un problema de salud importante en vista de los daños causados por este evento en la vida
de las personas mayores es importante tomar medidas preventivas tanto por profesionales de
la salud , la familia y la sociedad.
PALABRAS- CLAVES : Caída, Anciano, Factores de Riesgo.
INTRODUÇÃO
Um dos agravos que tem acometido a população brasileira e que tem sido objeto de
preocupação por parte de estudiosos e governo são as causas externas (acidentes e violências).
Em 2010, essas causas foram responsáveis por 13,5% de mortalidade no país. Entre 2000 e
2010, as causas externas apresentaram um aumento de 19,1% na taxa de internação hospitalar
da população geral. O gasto com hospitalização no Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil,
em 2011 foi equivalente a R$ 1 bilhão (DATASUS, 2011).
Dentre as causas externas, os acidentes por quedas constituem um dos maiores agravos
que atingem os idosos e representam um problema de saúde pública importante e crescente no
mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a queda pode ser definida como um
deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, com
incapacidade de correção em tempo hábil, determinado por circunstâncias multifatoriais que
comprometem a estabilidade (WHO, 2010).
Essas circunstâncias são decorrentes de fatores intrínsecos e extrínsecos. Entre os
primeiros, encontram-se as alterações fisiológicas relacionadas ao envelhecimento, uso de
fármacos e doenças. Os fatores extrínsecos estão relacionados às circunstâncias sociais e
ambientais que oferecem desafios ao idoso (SIQUEIRA, 2011). A maioria das quedas é
resultado de uma interação complexa entre estes fatores, comprometendo os sistemas
envolvidos com a manutenção do equilíbrio.
64
Nos Estados Unidos da América, em 2007, havia quase 1,5 milhões de registros de
quedas de pacientes com 75 anos de idade ou mais. Destes, aproximadamente 400.000
necessitaram de internação hospitalar. Em 2010 o custo com o tratamento das quedas foi de
28,2 bilhões de dólares (CDC, 2012).
Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que 28% a 35% das pessoas com
mais de 65 anos de idade sofrem quedas a cada ano, subindo esta proporção de 32% a 42%
para os idosos com mais de 70 anos (WHO, 2010). Em 2009, o SUS gastou aproximadamente
81 milhões de reais com o tratamento de fraturas decorrentes de quedas em idosos. Em
relação à mortalidade, no ano de 2010, 24.760 pessoas com idade acima de 60 anos morreram
em decorrência de quedas e em 2011, o número de internações de idosos por quedas no SUS
foi de 373.105 casos (DATASUS, 2011).
Um número considerável e crescente de estudos sobre quedas de idosos tem sido
desenvolvido no mundo por diversos profissionais da área da saúde, abordando diferentes
aspectos deste evento. Na literatura internacional, em relação às quedas de idosos na
comunidade, o maior interesse tem sido pelos aspectos preventivos das quedas (ELSKAMP et
al., 2012; WILLIAMS , ULLMANN, 2012).
Por outro lado, dos estudos nacionais, a maioria foi realizada em cidades das regiões
Sul e Sudeste e os aspectos mais pesquisados foram prevalência, incidência, causas e
consequências das quedas, fatores de risco e perfil de idosos que sofreram quedas (CELICH et
al., 2010; GAWRYSZEWSKI, 2010; MAIA, 2011; DANTAS et al., 2012; CRUZ et al.,
2012). Estudos sobre quedas de idosos em outras regiões do país ainda são poucos
principalmente em um país de grandes proporções territoriais e diferenças regionais como o
Brasil. Por isso, estudos de perfil epidemiológico de quedas de idosos são importantes para se
conhecer a magnitude e as características deste evento.
Na região Centro-Oeste, alguns estudos sobre quedas de idosos na comunidade têm
sido realizados. Em Goiânia, Silva et al. (2007) caracterizaram as situações de quedas em
idosos em uma comunidade pertencente ao território da Estratégia de Saúde da Família (ESF),
e Menezes, Bachion (2008) identificaram a presença de fatores intrínsecos que predispõem os
idosos residentes em instituições de longa permanência (ILPI) a quedas. Em Brasília/DF foi
realizado o estudo para verificar os fatores associados à presença de quedas em um grupo de
83 mulheres idosas independentes e autônomas (GAI et al., 2010).
Pesquisa realizada em 2012 sobre as condições de saúde da população idosa do
município de Cuiabá-MT identificou que 109 idosos haviam sofrido quedas (CARDOSO,
65
2012). Entretanto, o perfil epidemiológico das quedas desses idosos ainda é desconhecido,
assim o presente estudo tem por objetivo descrever as características e as condições de saúde
dos idosos que sofreram quedas e as características das quedas sofridas por eles.
MÉTODOS
Estudo descritivo da coorte de seguimento, realizado a partir do Projeto matricial
Condições de vida e saúde da população idosa do município de Cuiabá-MT, que teve por
objetivo descrever as características sociodemográficas, as condições de saúde e
características das quedas da população de idosos residentes na zona urbana de Cuiabá-MT.
A amostra desse estudo foi determinada a partir do cálculo para populações finitas,
considerando um coeficiente de confiança de 95% (z=1,96); um erro de amostragem de 5%,
valor para proporção de 0,5 (p=0,5), determinando maior aproximação para o valor da
variância da característica na população, o tamanho da população de idosos residentes na zona
urbana foi de 43.096 (N=43.096). A partir da amostragem por conglomerado e correção no
tamanho da amostra de 50% para atingir a precisão desejada da pesquisa, a amostra foi de 573
idosos.
Posteriormente, determinou-se a quantidade de setores censitários que deveriam ser
visitados em cada distrito, utilizando a amostragem por conglomerados, a partir do seguinte
cálculo: *ii i
i
Nc n
C , onde, ci é o número de setores censitários a serem visitados em cada
distrito, Ni o número de idosos em cada distrito, Ci o número de setores em cada distrito e ni
o número de idosos na amostra em cada distrito. Dos 355 setores censitários de Cuiabá, 11
foram selecionados e a partir de critérios de probabilidades, foi definido o tamanho da
população de cada setor censitário.
Dos 573 idosos visitados, 109 (19%) caíram nos últimos 3 (três) meses à época da
coleta de dados (dezembro de 2011 a março de 2012). Estes foram os idosos selecionados
para a população do presente estudo. Utilizou-se como critérios de exclusão idosos que
apresentaram déficit cognitivo e de comunicação evidenciado pela aplicação do Mini Exame
de Estado Mental (MEEM) e que, no momento da entrevista, não tenha um familiar ou
cuidador que possa responder por ele ou auxiliá-lo nas respostas.
Antes da coleta de dados, foi realizado teste piloto com 20 idosos que referiram ter
sofrido quedas e que não participaram da pesquisa/estudo anterior, no mês de dezembro de
2012. A partir daí, o instrumento de coleta de dados foi reestruturado.
66
Os dados foram coletados, no domicílio dos idosos, no período de janeiro a março de
2013, por meio de entrevista estruturada, utilizando questionário contendo questões referentes
aos dados sociodemográficos dos idosos, suas condições de saúde e características das
quedas. Além disso, foi utilizado o Índex de Independência nas AVD de Katz e a Escala de
Lawton e Brody para avaliar a capacidade funcional dos idosos.
As variáveis independentes ou de exposição foram agrupadas em variáveis
sociodemográficas e variáveis de condições de saúde. Foi utilizado o Índex de Independência
nas Atividades de Vida Diária de Katz e a Escala de Lawton e Brody para avaliar a
capacidade funcional dos idosos e o Mini Exame do Estado Mental, para avaliar o estado
cognitivo dos mesmos. A variável dependente ou desfecho deste estudo foi a recorrência de
queda no período de um ano.
Os questionários foram codificados e os dados coletados foram digitados duplamente
em banco de dados do programa Enter Data. Após a edição dos dados, os erros de digitação
foram comparados e corrigidos através do programa Data Compare. A análise descritiva foi
realizada pelo programa analyse data. Todos estes aplicativos fazem parte do pacote
estatístico Epi Info 2000 versão 3.5.2. Na análise foram utilizadas tabelas de frequência
apresentados por frequência absoluta (n) e relativa (%). As medidas contínuas foram
apresentadas por meio de médias e desvio padrão.
Este projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa e aprovado pelo parecer
número nº 179.037/2013, em atendimento as diretrizes da Resolução Nº 196/1996, do
Conselho Nacional de Saúde (CNS).
RESULTADOS
Participaram do presente estudo 103 idosos, pois dos 109 selecionados 6 faleceram
antes da coleta de dados. Dentre eles, 23 referiram ter caído apenas 1 vez (queda relatada no
primeiro estudo). Por outro lado, no último ano, 80 idosos relataram outras quedas além
daquela, o que corresponde a 77,7% da população estudada.
A Tabela 1 mostra as características sociodemográficas dos 103 idosos estudados. A
maioria deles era do sexo feminino (62,1%), na faixa etária de 70 a 79 anos (44,8%) média de
idade de 76,7 ± 8,5 anos (valor não demonstrado em tabela) e 49,5% casados. Em relação à
escolaridade, a maior parte dos idosos (47,0%) possui 3,1 a 7 anos de estudo e 72,8%
declararam possuir renda de 1 a 2 salários mínimos, proveniente principalmente de
aposentadoria (69,5%).
67
Tabela 1 – Distribuição dos idosos segundo características sociodemográficas. Cuiabá-MT, 2013.
Variável Frequência (n) Porcentagem (%)
Sexo
Masculino
39
37,9
Feminino 64 62,1
Faixa etária
60 − 69 anos 19 18,4
70 – 79 anos 46 44,8
80 anos ou mais 38 37,0
Estado conjugal
Casado/união estável 51 49,5
Viúvo 38 36,9
Solteiro 08 07,8
Separado/ divorciado 06 05,8
Anos de estudo
Mais de 7,1anos de estudo 15 22,7
3,1 a 7 anos de estudo 31 47,0
1 a 3 anos de estudo 20 30,3
Analfabeto 37 35,9
Renda
Mais de 2 SM 09 08,7
1 a 2 SM 75 72,8
Menos de 1 SM 11 10,7
Não tem 08 07,8
Renda proveniente de
Aposentadoria 66 69,5
Pensão 19 20,0
Auxilio Idoso 06 06,3
Trabalho 04 04,2
Total 103 100,0
Em relação às condições de saúde, 53,1% dos idosos reportaram ter problemas de
saúde e os mais frequentes foram hipertensão arterial (77,7%); diabetes (31,1%) e osteoporose
(20,4%). A maioria dos idosos faz uso de algum remédio (94,2%), sendo que 52,6% utilizam
de um a dois medicamentos, dentre eles, os mais utilizados são anti-hipertensivos (78,6%),
analgésicos (47,6%) e diuréticos (24,3%). Os idosos também referiram ter alterações no
equilíbrio (44,7%), alteração na marcha (53,4%), distúrbios visuais (76,7%) e auditivos
(37,9%). Quanto ao nível de dependência para AVD, a maioria é independente (79,6%) e
62,2% dos idosos são parcialmente dependentes para a AIVD (Tabela 2).
68
Tabela 2 – Distribuição dos idosos segundo condições de saúde. Cuiabá-MT, 2013.
Variável Frequência (n) Porcentagem (%)
Problemas de saúde referidos
Nenhum 05 4,9
1 a 2 52 53,1
3 a 4 29 29,6
5 ou mais 17 17,3
Tipo de morbidade
Hipertensão 80 77,7
Diabetes 32 31,1
Osteoporose 21 20,4
Artrite/artrose 14 13,6
Cardiopatia 19 18,4
Incontinência urinaria 03 17,6
Uso de medicamentos
Sim 97 94,2
Não 06 05,8
Quantidade de medicamentos
1 a 2 51 52,5
3 a 4 20 20,6
5 ou mais 26 26,0
Classe de medicamentos
Anti-hipertensivos 81 78,6
Hipoglicemiantes/insulínicos 04 03,9
Diuréticos 25 24,3
Analgésicos 49 47,6
Sedativos 17 16,5
Cálcio/vitaminas
Alterações autoreferidas
19 18,4
Equilíbrio
Não 46 55,3
Sim 57 44,7
Marcha
Não 48 46,6
Sim 55 53,4
Visão
Não 24 23,3
Sim 79 76,7
Audição
Não 64 62,1
Sim 39 37,9
Auto percepção de saúde
Ótima 09 08,7
Boa 28 27,2
Regular 43 41,7
Péssima 21 20,4
NS/NR* 02 01,9
*Não sabe/não respondeu
69
A Tabela 3 apresenta as características das quedas referidas pelos idosos. Dos 103
participantes do estudo, 3 não forneceram informações sobre as quedas sofridas. Para os 100
idosos que informaram sobre as quedas, 59,2% caiu dentro do domicilio, principalmente no
quintal da casa (47,5%) e 37,9% caíram fora do domicílio, ou seja, na calçada e na rua (36% e
14,7% respectivamente). Grande parte dos idosos caiu da própria altura (80%). Em relação às
consequências das quedas, 97% sofreram algum dano, dentre eles, 67,9% escoriação, 48,5%
lesão e 33,9% fraturas.
Tabela 3 - Distribuição do local, características e consequências das quedas de idosos. Cuiabá-
MT, 2013. Variável Frequência(n) Porcentagem (%)
Local da queda
Dentro do Domicilio 61 59,2
Fora do Domicilio 39 37,9
NS/NR* 3 2,9
Dentro do Domicilio
Quarto 04 06,6
Banheiro 07 11,5
Cozinha 04 06,6
Sala 04 06,6
Quintal 29 47,5
Outro 02 03,2
NS/NR* 11 18,0
Fora do Domicilio
Calçada 14 36,0
Rua 10 25,6
Transporte público/privado 05 12,8
Outro 10 25,6
De onde caiu
Cama 05 05,0
Cadeira 05 05,0
Própria altura 80 80,0
Escada 06 06,0
Telhado 02 02,0
Outro 01 01,0
NS/NR* 01 01,0
Consequências da queda
Sim 97 97,0
Não 03 03,0
Tipo de consequência
Escoriação 70 67,9
Lesão 50 48,5
Internação /Cirurgia 11 10,6
Fratura 35 33,9
Medo de Cair 21 20,3
*Não sabe/não respondeu
70
DISCUSSÃO
Neste estudo, a maior ocorrência de quedas foi nos idosos do sexo feminino, um
achado semelhante ao de outras pesquisas (RIBEIRO, 2008; PINHEIRO et al, 2010). Vários
autores tem explicado a maior frequência desse evento em idosos como sendo multifatorial.
Entre os fatores, aponta-se a menor quantidade de massa magra e força muscular das mulheres
em relação aos homens da mesma idade, e a maior perda de massa óssea devido à redução de
estrógeno que aumenta a probabilidade de osteoporose (SBGG, 2009). Outro fator é a maior
prevalência de doenças crônicas entre elas, o que confere maior risco para fragilidade e perda
da capacidade funcional. Além disso, elas estão mais expostas aos riscos provenientes das
atividades domésticas como a limpeza da casa e arredores (MILAT, 2011; DANTAS, 2012).
O predomínio de quedas de idosos na faixa etária acima de 70 anos também foi
verificado no estudo de Cruz et al (2012). Conforme a idade avança, a pessoa passa a
apresentar mudanças anatomofisiológicas como diminuição da força e elasticidade muscular,
redução da estabilidade e dinâmica articular, alterações do sistema sensorial, vestibular,
somatossensorial e nervoso (ELIOPOULOS, 2005). Isso pode comprometer os mecanismos
de controle da marcha e equilíbrio e predispor os idosos às quedas.
Nesta pesquisa, a maior parte dos idosos referiu alterações de marcha, equilíbrio e de
visão. Estudos têm demonstrado que distúrbios de marcha, equilíbrio e de visão são
frequentes em idosos e são fatores preditores para a ocorrência de quedas (AXER et al., 2010;
DAVIS et al., 2011; CALLISAYA et al., 2012). Esses fatores aliados à presença de
problemas crônicos de saúde tornam os idosos vulneráveis à ocorrência de quedas.
O presente estudo mostrou que as doenças crônicas foram as morbidades mais comuns
entre os idosos que sofreram quedas, em particular a hipertensão. Este achado é semelhante ao
descrito em outras pesquisas (CELICH, 2010; BRITO, 2013). A presença de uma doença
crônica muitas vezes pode levar a problemas osteoarticulares, de sensibilidade e também pode
requerer uso regular de mais de um medicamento, fatores que contribuem para a ocorrência de
quedas.
A maior ocorrência de quedas nos idosos que fazem uso de medicamentos é um
resultado corroborado pela literatura (ZIERE et al., 2008; WOOLCOTT et al., 2009). O uso
prévio de medicamentos foi considerado estatisticamente significante à ocorrência de quedas,
pois podem alterar as respostas motoras, a pressão arterial, a capacidade cognitiva, além de
provocar hipotensão postural, sonolência, tonturas, necessidade de urinar com maior
frequência entre outras alterações (HAMRA et al., 2007) .
71
A maior predominância de quedas de idosos com baixa escolaridade e renda é um
achado consistente com outros estudos sobre quedas de pessoas mais velhas (JOHANA,
2007). Assim como a renda, a escolaridade é um indicador que tem sido utilizado para
mostrar a condição socioeconômica dos indivíduos.
Em relação às quedas, sua predominância entre os idosos de baixa renda e
escolaridade pode ser pelo fato de que, geralmente, essas pessoas residem em locais
desprovidos de ruas asfaltadas e sem calçadas, o que contribui para que caiam com mais
frequência. Entretanto, deve-se considerar que as precárias condições de ruas e calçadas é
uma situação vivenciada não só por pessoas residentes em periferias e cidades de pequeno
porte. Em grandes centros urbanos como, por exemplo, Rio de Janeiro e São Paulo, a
conservação de ruas e calçadas também é deficiente, o que pode acarretar a queda de idosos
com melhores condições socioeconômicas (MENDES, 2007).
Neste estudo a maior proporção de quedas dos idosos ocorreu dentro do domicílio,
achado que é semelhante ao de outras pesquisas (CAVALCANTI et al, 2012). O predomínio
de quedas dentro do domicilio geralmente ocorre durante a realização de atividades cotidianas
como vestir, pegar objetos em armários, mudar de posição e deslocamento rápido até o
banheiro (GAWRYSZEWSKI, 2010).
Lesões e escoriações foram as consequências mais comuns das quedas dos idosos
estudados. Esse achado é semelhante ao encontrado em outras pesquisas (IGLESIAS et al.,
2009). Geralmente, pelo fato das quedas, resultarem em consequências leves, o idoso tende a
considerá-la um fato natural do processo de envelhecimento. Com isso deixa de tomar os
cuidados necessários para a sua prevenção.
A queda no idoso também pode ter outras consequências como fraturas de fêmur e
quadril, que acarretam diminuição da mobilidade e funcionalidade, medo de cair novamente,
atitudes protetoras de familiares ou cuidadores, além de aumento da demanda por consumo de
serviços de saúde e, por conseguinte, dos gastos públicos. (PERRACINI, 2005; MAIA, 2011).
A abordagem ao idoso que sofreu queda deve incluir uma avaliação ampla e integral, o
profissional de saúde deve realizar uma anamnese bem detalhada, direcionada às causas da
queda, verificar se este evento é comum na vida do idoso, identificar os fatores intrínsecos e
extrínsecos presentes na vida e entorno do idoso (RIBEIRO, 2008).
A identificação dos fatores associados ao histórico de quedas em idosos é de grande
importância para que os profissionais de saúde possam traçar medidas preventivas e de
intervenção terapêutica, a fim de manter ou melhorar a capacidade funcional e prevenir danos
72
físicos, internações hospitalares e institucionalizações, diminuindo, assim, os altos custos que
as quedas acarretam ao sistema de saúde e mantendo uma boa qualidade de vida para essa
população.
CONCLUSÃO
A partir deste estudo, pode-se concluir que a ocorrência de quedas de idosos pode
resultar em um relevante problema de saúde, tendo em vista os danos ocasionados por este
evento na vida dos idosos. Considerando a gravidade destas consequências é importante se
adotar medidas preventivas tanto por profissionais de saúde, família e sociedade, a fim de
manter a independência ou minimizar os danos na sua capacidade funcional.
REFERENCIAS
AXER H. et al. Falls and gait disorders in geriatric neurology. Clinical Neurology and
Neurosurgery; 2010, 265-74.
BRASIL. Ministério da Saúde, DATASUS Morbidade por acidentes e violências no Brasil:
tendência das hospitalizações no período de 2002 a 2011. Disponível em:
http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/arquivos/saudebrasil2011 _parte1_cap9.pdf.
Acesso em julho de 2013.
BRITO, T.A. et al. Quedas e Capacidade Funcional em idoso longevos residentes em
comunidade. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2013.
CALLISAYA M. L. et al. Risk of falls in older people during fast-walking. The Tascog study.
Gait & Posture; 2012, 510-15.
CARDOSO, J. D. C. Condições de saúde autorreferidas da população idosa do município
de Cuiabá - MT. 2013. 143f. Dissertação (Mestrado em enfermagem) – Programa de Pós -
Graduação em Enfermagem, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2013.
CAVALCANTI A. L. P. et al. Fatores associados a quedas em idosos residentes em um bairro
de Fortaleza, Ceará. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro; 2012, (15)137-146.
CDC. Centers for Disease Control and Prevention. Falls among older adults: an overview.
Web site. http://www.cdc.gov/HomeandRecreationalSafety/Falls/adultfalls html. Accessed
december 2012.
73
CELICH K. L. S. et al. Fatores que predispõem às quedas em idosos. Passo Fundo; 2010,
(7), n. 3, 419-426.
CRUZ et al. Prevalência de quedas e fatores associados em idosos. Rev. Saúde Pública;
2012, 138-46.
DANTAS et al. Prevalência de quedas em idosos adscritos à estratégia de saúde da família do
município de João Pessoa, Paraíba. Rev. APS; 2012, 67-75.
ELIOPOULOS, Charlotte RNC, MPH, PhD. Enfermagem Gerontológica, Ed Artemed, 5º
Edição, 2005.
ELSKAMP A. B. M. et al. Why older people refuse to participate in falls prevention trials: A
qualitative study. Experimental Gerontology; 2010, (47)342–345.
GAI J. et al. Fatores associados a quedas em mulheres idosas residentes na comunidade. Rev.
Assoc. Med. Bras.; 2010, 327-32.
GAWRYSZEWSKI V. P. A importância das quedas no mesmo nível entre idosos no estado
de São Paulo. Rev Assoc. Med. Bras; 2010, 56(2): 162-7.
HAMRA A.; RIBEIRO M. B.; MIGUEL O. F. Correlação entre fratura por queda em idosos e
uso prévio de medicamentos. Acta Ortop Brás; 2007, 143-145.
IGLESIAS, C. P.; MANCA, A.; TORGERSON, D. J. The health-related quality of life and
cost implications of falls in elderly women. Osteoporosis International; 2009, v.20, n.6, p.
869-78.
JOHANA, K. O; DIOGO M. J. D. E. Quedas em Idosos: Principais causas e consequências.
Saúde Coletiva; 2007, 148-53.
MAIA B. C. et al. Consequências das quedas em idosos vivendo na comunidade, Rev. Bras.
Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro; 2011, 381-93.
MENDES, T. A. B.; VALSECHI, V. L. A. Armadilhas do espaço urbano. Einstein, [S.l.],
v.5, n.2, 2007. Disponível em:<http://apps.einstein.br/revista/arquivos/pdf/388-Einstein5-
2onlineAO388pg99-104.pdf>. Acesso em: dez 2012.
MENEZES L.; BACHION M. M. Estudo da presença de fatores de riscos intrínsecos para
quedas, em idosos institucionalizados. Ciên. e Saúde Col.; 2008, 1209-18.
74
MILAT A. J.; WATSON W. L.; MONGER C. et al. Prevalence, circumstances and
consequences of falls among community- dwelling older people: results of the 2009 NSW
Falls Prevention Baseline Survey. NSW Public Health Bulletin, 2011.
PINHEIRO M. D. M.; CICONELLI R. M.; MARTINI L. A.; FERRAZ M.B. Risk factors for
recurrent falls among Brazilian women and men: the Brazilian Osteoporosis Study
(BRAZOS). Cad Saude Publica; 2010, 89-96.
RIBEIRO A. P.; SOUZA E. R.; ATIE S. et al. A influência das quedas na qualidade de vida
de idosos. Ciênc Saúde Coletiva; 2008, 1265-73.
SBGG. Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Quedas em idosos. Disponível em:
http://www.sbgg.org.br/publico/artigos/queda.asp Acesso em: dezembro de 2012.
SILVA T. M.; NAKATANI A. Y. K.; SOUZA A. C. S.; LIMA M. C. S. A vulnerabilidade do
idoso para quedas: analise dos incidentes críticos. Revista Eletrônica de Enfermagem;
2007, 64-78.
SIQUEIRA F. V. et al., Prevalence of falls in elderly in Brazil: a countrywide analysis. Cad.
Saúde Pública, Rio de Janeiro; 2011, 1819-26.
WILLIAMS H. G.; ULLMANN G. Development of a Community-Based Fall Prevention
Program: Stay in Balance, Journal of Physical Activity and Health; 2012, 571-80.
WOOLCOTT J. C.; RICHARDSON K. J.; WIENS M. O. Meta-analysis of the impact of 9
medication classes on falls in elderly persons. Arch Intern Med; 2009, 1952-60.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Injuries and violence: the facts. Geneva,
2010.
ZIERE G.; DIELEMAN J.P.; VAN DER CAMMEN T.J.; HOFMAN A.; POLS H.A.;
STRICKER B.H. Selective serotonin reuptake inhibiting antidepressants are associated with
an increased risk of nonvertebral fractures. J Clin Psychopharmacol; 2008, 411-17.
75
Comprovante submissão avaliação para publicação
Prezado(a) DÉBORA ABREU
Acusamos o recebimento de seu manuscrito e agradecemos seu interesse e consideração pela
Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde (RESS).
Os manuscritos submetidos à RESS passam por um processo de avaliação preliminar.
Logo que esta avaliação estiver concluída, iremos comunicá-lo (a) a respeito do
encaminhamento de seu manuscrito.
Cordialmente,
Núcleo Editorial
Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde
76
MANUSCRITO 2 - FATORES PREDITIVOS PARA RECORRÊNCIA DE QUEDAS
DE IDOSOS NA COMUNIDADE, 2013.1
Débora Regina Oliveira Moura Abreu2
Rosemeiry Capriata de Souza Azevedo3
RESUMO
Quedas de idosos consistem em grave problema para um país que envelhece aceleradamente,
como o Brasil. Com o objetivo de analisar os fatores associados à recorrência de quedas de
idosos na comunidade em Cuiabá, realizou-se estudo epidemiológico, prospectivo, de coorte
concorrente e seguimento de dois anos, por meio de inquéritos domiciliares em 2012 e 2013.
Os dados foram coletados por entrevista nos domicílios idosos e lançados no banco de dados,
utilizaram-se os programas Epi Info e SPSS e codificado através de Data Compare. Para a
análise bivariada buscou-se associações entre os fatores de risco e a recorrência de quedas
através do cálculo do risco relativo das incidências cumulativas (intervalo de confiança de
95%). A análise múltipla foi realizada através da regressão de Cox. Na análise dos possíveis
confundimentos foram consideradas todas as variáveis que, quando da análise bivariada,
apresentou o nível de significância de p < 0,10 através do teste de razão de verossimilhanças.
Ao observar as analises bivariadas entre variáveis sócio-demográficas e recorrência de queda
observou-se que a variável escolaridade baixa (até 7 anos de estudo) foi associada com
recorrência de queda tendo sido esta associação estatisticamente significante (RR = 1,53; IC
95% = 0,95-2,49; p= 0,015). E em relação à renda do idoso foi encontrada associações
estatísticas limítrofes em idosos com baixa renda (RR = 1,44; IC 95% - 088-1,34; p= 0,097).
As quedas de idosos estão associadas a fatores demográficos e socioeconômicos, sua
ocorrência pode ser evitada com medidas preventivas adequadas, a fim de desenvolver
métodos para reduzir sua ocorrência ou as consequências visando à melhoria da qualidade de
vida da população idosa.
DESCRITORES: Quedas, idosos, fatores associados.
1Artigo extraído da dissertação de Débora Regina Oliveira Moura Abreu, apresentada ao Programa de Pós
Graduação em Enfermagem - Mestrado em Enfermagem Universidade Federal Mato Grosso, Cuiabá-MT, 2013. 2 Mestranda em Enfermagem. Mato Grosso, Brasil. E-mail: dé[email protected]
3 Doutora em Enfermagem. Docente do Programa de Pós Graduação em Enfermagem da UFMT. Mato
Grosso, Brasil. E-mail: [email protected]
77
ABSTRACT: Elderly falls consist of serious problem for a country that ages rapidly, such as
Brazil. Aiming to analyze the factors associated with recurrent falls among older adults in the
community in Cuiabá, it was realized an epidemiological prospective study of cohort
competitor by two following years through household surveys in 2012 and 2013. The
programs Epi Info and SPSS were used codified through Data Compare. For the bivariate
analyzes, it was sought associations between risk factors and the recurrence of falls by
calculating the relative risk of cumulative incidences (confidence interval of 95%). The
multiple analyzes was realized through Cox regression. During the analyzes all variables that
could misunderstand data were considered, when the bivariate analyzes presented
significance level of p < 0,10 through likelihood ratio test. By observing the bivariate
analyzes between socio-demographic variables and recurrence of fall, it was observed that the
variable low education (up to 7 years of study) was associated with recurrence of falls and this
has been statistically significant (RR = 1.53, 95% CI = 0.95 to 2.49, p = 0.015). And in
relation to the elderly income, it was found borderline statistical associations in the elderly
with low income (RR = 1.44, 95% CI - 088 to 1.34, p = 0.097. The elderly falls are associated
to demographic and socioeconomic factors; their occurrence can be avoided with adequate
reventive measures to develop methods to reduce their occurrence or their consequence which
aims to improve the elderly population quality of life.
KEYWORDS: Falls, Elderly, Associated Factors.
RESUMEN: Caídas en los ancianos consisten problema grave para un país que envejece
rápidamente, como Brasil. Con el objetivo de analizar los factores asociados a la recurrencia
de las caídas en la comunidad de ancianos en Cuiabá, que se celebró epidemiológica,
competidor de cohorte prospectivo y después de dos años, a través de encuestas de hogares de
2012 y 2013 se utilizaron Epi Info y SPSS y codificado a través de comparación de datos.
Para las asociaciones bivariadas se buscaron entre los factores de riesgo y la recurrencia de las
caídas mediante el cálculo del riesgo relativo de incidencia acumulada (intervalo de confianza
del 95%). Análisis de regresión múltiple se realizó mediante regresión de Cox en el análisis
de las posibles variables de confusión se consideraron todos que cuando el análisis bivariado
mostró un nivel de significación de p <0,10 mediante la prueba de razón de verosimilitud. Al
observar el bivariado analiza entre las variables sociodemográficas y la recurrencia de la caída
se observó que el bajo nivel de educación variables (hasta 7 años de estudio) se asoció con
recurrencia de esta disminución fue estadísticamente significativa (RR = 1,53, 95% CI = 0,95
a 2,49, p = 0,015). Y en relación a los ingresos de los ancianos fue asociaciones estadísticas
78
dudosas que se encuentran en la tercera edad con bajos ingresos (RR = 1,44, IC del 95% - 088
a 1,34, p = 0,097). Caídas em ancianos están asociados con factores demográficos y
socioeconómicos, su aparición se puede prevenir con medidas preventivas adecuadas con el
fin de desarrollar métodos para reducir su ocurrencia o las consecuencias para mejorar la
calidad de vida de la población de edad avanzada.
PALABRAS–CLAVES : Caída, Anciano, Factores de Riesgo.
INTRODUÇÃO
As quedas são a principal causa de mortalidade por lesão no mundo na população
idosa, respondendo por um terço das mortes por lesões não-intencionais. Quedas de idosos
consistem em grave problema para um país que envelhece aceleradamente, como o Brasil.
Este evento pode ser definido como um deslocamento não intencional do corpo para um nível
inferior à posição inicial, com incapacidade de correção em tempo hábil, determinado por
circunstâncias multifatoriais que comprometem a estabilidade (WHO, 2010).
Essas circunstâncias são decorrentes de fatores intrínsecos e extrínsecos. Entre os
primeiros, encontram-se as alterações fisiológicas relacionadas ao envelhecimento, déficit do
equilíbrio, visão, audição e marcha, além do uso de fármacos e presença de doenças
debilitantes. Os fatores extrínsecos incluem os riscos ambientais, tais como má iluminação,
piso escorregadio, comportamentos de risco, como subir em cadeiras ou escadas e aqueles
relacionados com atividades do cotidiano (PERRACINI, 2002; SIQUEIRA, 2011). Contudo,
a maioria das quedas é resultado de uma interação de todos estes fatores.
Como consequências comuns das quedas estão a redução da mobilidade e
funcionalidade e o aumento de susceptibilidade a doenças, hematomas, contusões e fraturas
(YU et al., 2009; WAGERT et al, 2009 ; MAIA, 2011). Indiretamente, as quedas acarretam
restrições das atividades, medo de cair novamente, além de aumento da demanda por
consumo de serviços de saúde e, por conseguinte, dos gastos públicos (RIBEIRO et al., 2008).
Os custos com o tratamento das quedas variaram entre 0,85% e 1,5% do total gasto
com saúde na Austrália, Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido (HEINRICH et al.,
2010). No Brasil, em 2009, o Sistema Único de Saúde gastou aproximadamente 81 milhões
de reais com o tratamento de fraturas decorrentes de quedas de idosos (DATASUS, 2011).
79
Dados do Ministério da Saúde (2006) mostram que cerca de 30% das pessoas idosas sofrem
quedas a cada ano, e, destes, cerca de um quarto requer hospitalização sendo que apenas
metade sobreviverá após um ano.
Embora o aumento da ocorrência de quedas seja comum em idosos, poucas pesquisas
epidemiológicas têm se dedicado a esse assunto. Assim, esse estudo tem por objetivo analisar
os fatores associados à recorrência de quedas na população com idade maior de 60 anos
residente na comunidade.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo epidemiológico de coorte fechada e concorrente realizado a
partir de uma sub-amostra do Projeto Condições de vida e saúde da população idosa do
município de Cuiabá-MT (CARDOSO, 2012).
No projeto matricial a amostra foi determinada considerando um coeficiente de
confiança de 95% (z=1,96); um erro de amostragem de 5%, valor para proporção de 0,5
(p=0,5). A população da zona urbana foi de 43.096 idosos. Posteriormente, determinou-se o
número de setores censitários que seriam incluídos por distrito através da amostragem por
conglomerados, a partir do seguinte cálculo: *ii i
i
Nc n
C , onde, ci é o número de setores
censitários, Ni o número de idosos, Ci o número de setores e ni o número de idosos na
amostra em cada distrito. Dos 355 setores censitários de Cuiabá, 11 foram selecionados, e, a
partir de critérios de probabilidades com correção no tamanho da amostra de 50%, foi
definido o tamanho da população em 573 idosos.
Para a presente pesquisa, selecionou-se todos os idosos que haviam referido ter sofrido
queda nos últimos três meses à época da coleta de dados da pesquisa matricial, perfazendo um
total de 109 participantes. Estes formaram a população desse estudo, os quais foram
reentrevistados no domicílio dos idosos, pela pesquisadora, exatamente um ano após a
realização do primeiro inquérito, no período de janeiro a março de 2013. No intervalo entre os
dois inquéritos, seis idosos faleceram, o que foi considerado como perdas. Participaram da
amostra final 103 idosos.
Como variáveis de exposição foram obtidas informações sociodemográficas (sexo,
faixa etária, estado civil, renda, escolaridade e se vive só) e informações sobre as condições
de saúde (morbidade referida, uso de medicamentos, autopercepção de saúde, alteração de
80
marcha e equilíbrio, problemas de visão e audição e prática atividade física). Para a avaliação
da capacidade funcional foi utilizado o Índex de Independência nas Atividades de Vida Diária
de Katz (KATZ, 1970) e a Escala de Lawton (LAWTON, 1969). A variável desfecho foi a
recorrência de novos episódios de quedas ocorrida no intervalo entre as duas pesquisas.
Os questionários foram codificados e digitados duplamente. Os erros de digitação
foram comparados e corrigidos através do programa Data Compare. Foram utilizados os
programas EPI INFO versão 7.0 e SPSS versão 18.0.
Realizou-se análise descritiva, bivariada e múltipla. Na análise descritiva observaram-
se as frequências absolutas e relativas das variáveis. Para a análise bivariada buscou-se
associações entre os fatores de risco e a recorrência de quedas através do cálculo do risco
relativo das incidências cumulativas (intervalo de confiança de 95%). A análise múltipla foi
realizada pelo Modelo de Regressão de Cox, considerando-se como tempo de
acompanhamento igual a um (1,0) ano para todos os participantes. Adotou-se o nível de
significância de 0,05 como de associação estatisticamente significante para todas as análises.
Este projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa e aprovado pelo parecer
número nº 179.037/2013, em atendimento as diretrizes da Resolução Nº 196/1996, do
Conselho Nacional de Saúde (CNS).
81
RESULTADOS
Entre os 103 idosos que caíram no primeiro seguimento, 80 (77,6%) sofreram
recorrência de quedas (resultado não apresentado). A maioria deles era do sexo feminino 64
(62,1%) e apresentava faixa etária acima de 70 anos 84 (81,8%). Quase metade dos
participantes vivia com companheiros 51 (49,5%), 57 (62%), tinham até 3 anos de estudo
(47,0%) e 94 (91,3%) tinham renda familiar de até dois salários mínimos.
Na análise bivariada, as variáveis sóciodemográficas associadas à recorrência de
queda foram escolaridade de até 7 anos de estudo (RR = 1,53; IC 95% = 0,95-2,49; p= 0,015)
e renda do idoso menor do que dois salário mínimos (RR = 1,44; IC 95% - 088-1,34; p=
0,097), apesar da associação estatística limítrofe desta segunda análise. As demais variáveis
(sexo, faixa etária e estada civil) não apresentaram associações estatisticamente significantes
(p>0,05) (Tabela 1).
Tabela 1 - Distribuição dos idosos que sofreram recorrência de quedas segundo
variáveis sociodemográficas. Cuiabá-MT, 2013.
Variáveis
Recorrência de quedas
RR (IC 95%)
p-valor
n/N %
Sexo
Masculino 28/39 71,79 1,0
Feminino 52/64 81,25 1,13 (0,90-1,42) 0,262
Faixa etária
Até 69 anos 16/19 84,2 1,0
70 anos e mais 64/84 76,2 0,90 (0,72-1,14) 0,451
Estado civil
Casado 38/51 74,5 1,0
Divorciado 4/6 66,7 0,89 (0,50-1,61) 0,682
Solteiro 6/8 75,0 1,00 (0,65-1,55) 0,976
Viúvo 32/38 88,2 1,13 (0,91-1,40) 0,271
Estado civil
Casado 38/51 74,5 1,0
Demais 42/52 80,8 1,08 (088-1,34) 0,447
Renda do idoso
Até 2 salários mínimos 75/94 79,8 1,44 (088-1,34) 0,097
Escolaridade (anos de estudo)
7 anos ou mais 8/15 53,3 1,0
Até 7 anos 72/88 81,8 1,53 (0,95-2,49) 0,015
RR: Risco Relativo; IC 95%: Intervalo de Confiança para a proporção de 95%.
82
A tabela 2 contempla a distribuição dos idosos que sofreram recorrência de quedas
segundo presença de alguma morbidade, sendo que nenhuma variável se manteve associada à
recorrência de queda. Contudo, nota-se que artrite e artrose (RR = 1,23; IC 95% = 1,02 - 1,48;
p= 0,075) e reumatismo (RR = 0,42; IC 95% = 0,08 - 2,09; p = 0,062) apresentaram
associações estatísticas limítrofes com o desfecho.
Tabela 2 - Distribuição dos idosos que sofreram recorrência de quedas segundo
morbidade. Cuiabá-MT, 2013.
Variáveis
Recorrência de quedas
RR (IC 95%)
p-valor n/N %
Hipertensão
Sim 64/80 80,00 1,0
Não 16/23 63,57 1,15 (0,86- 1,54) 0,291
Diabetes
Sim 26/32 81,25 1,0
Não 54/71 76,06 1,06 (0,86 - 1,31) 0,553
Osteoporose
Sim 16/21 76,19 1,0
Não 64/82 78,05 0,97 (0,74 - 1,27) 0,856
Artrite/ artrose
Sim 13/14 92,86 1,0
Não 67/89 75,28 1,23 (1,02 - 1,48) 0,075
Cardiopatias
Sim 13/19 68,42 1,0
Não 67/84 79,76 0,85 (0,62 - 1,18) 0,284
Reumatismo
Sim 1/3 33,33 1,0
Não 79/100 73,00 0,42 (0,08 - 2,09) 0,062
RR: Risco Relativo; IC 95%: Intervalo de Confiança para a proporção de 95%.
83
Em relação às condições de saúde do idoso, verificou-se que quando este referiu auto
percepção de saúde regular ou péssima houve associação estatisticamente significante com
recorrência de quedas (RR = 1,80; IC 95% -0,86 – 3,78; p= 0,014). Contudo, não foram
observadas diferenças estatisticamente significantes entre autopercepção de alteração de
marcha e de equilíbrio, problemas da visão, audição e prática atividade física e recorrência de
quedas e (p > 0,05) (tabela 3).
Tabela 3 - Distribuição dos idosos que sofreram recorrência de quedas segundo
condições de saúde. Cuiabá-MT, 2013.
Variáveis
Recorrência de quedas
RR (IC 95%)
p-valor n/N %
Auto percepção de saúde
Ótima – Boa 4/9 44,44 1,0
Regular – Péssima 74/92 80,43 1,80 (0,86-3,78) 0,014*
Alterações Autoreferidas
Marcha
Não 36/48 75,00 1,0
Sim 44/55 80,00 1,06 (0,86 - 1,31) 0,541
Equilíbrio
Não 33/46 71,74 1,0
Sim 47/57 82,46 1,15 (0,92-1,45) 0,196
Problema da Visão
Não 16/24 66,67 1,0
Sim 64/79 81,01 1,21 (0,89 - 1,64) 0,142
Problema de Audição
Não 48/64 75,00 1,0
Sim 32/39 82,05 1,09 (0,89 - 1,34) 0,406
Pratica Atividade Física
Sim 11/17 64,71 1,0
Não 69/86 80,23 0,80 (0,55 - 1,16) 0,168
RR: risco relativo; IC 95%: intervalo de confiança para a proporção de 95%.
84
A Tabela 4 contém os resultados das análises brutas e ajustadas (por todas as
variáveis) pela regressão dos riscos proporcionais de Cox. No modelo final, ter ter menos de
7 anos de estudo foi a variável que se manteve associada com a recorrência de quedas de
idosos.
Tabela 4 - Análises brutas e ajustada (por todas as variáveis) pela Regressão dos Riscos
proporcionais de Cox para a recorrência de quedas de idosos no município de Cuiabá-
MT, 2013.
Variáveis RR (IC 95%)
bruto
RR (IC 95%)
ajustada
Sexo
Masculino 1,0 1,0
Feminino 1,13 (0,90-1,42) 1,09 (0,38-1,35)
Estado civil
Casado 1,0 1,0
Demais 1,08 (0,88-1,34) 1,10 (0,88-1,37)
Renda do idoso
> 2 salários mínimos 1,0 1,0
Até 2 salários mínimos 1,44 (0,88-1,34) 1,37 (1,04-1,77)
Escolaridade (anos de estudo)
7 anos ou mais 1,0 1,0
Artrite/ Artrose
Sim 1,0
Não 1,23 (1,02 - 1,48) 1,15 (0,81-1,64)
Reumatismo
Sim 1,0 1,0
Não 0,42 (0,08 - 2,09) 0,36 (0,09-1,43)
Auto percepção de saúde
Demais 1,0 1,0
Ótima 1,80 (0,86-3,78) 1,28 (0,81-2,04)
Alteração do Equilíbrio
Não 1,0 1,0
Sim 1,15 (0,92-1,45) 1,03 (0,83-1,26)
Problema da Visão
Não 1,0 1,0
Sim 1,21 (0,89 - 1,64) 1,23 (0,89-1,69)
Pratica Atividade Física
Sim 1,0 1,0
Não 0,80 (0,55 - 1,16) 1,27 (0,90-1,79)
RR: Risco Relativo; IC 95%: Intervalo de Confiança para a proporção de 95%.
85
DISCUSSÃO
A principal variável preditora para recorrência de quedas do presente estudo foi baixa
renda. A recorrência de quedas em idosos com baixa renda também foi verificado no estudo
de Maciel, Guerra (2005). Os autores referem que a educação pode refletir em outros aspectos
importantes da vida como habitação, cultura, saúde e renda. Pois, geralmente, pessoas com
maior nível de instrução se preocupam com sua saúde, possuem melhores hábitos higiênicos e
maior capacidade de envolver-se na sua recuperação. Idosos com renda econômica incerta ou
insuficiente enfrentam maior risco de quedas, este fato é decorrente do ambiente prejudicial
em que vivem, dieta pobre em nutrientes e falta de acessibilidade aos serviços de saúde
(WHO, 2010).
Estudos apontam a escolaridade associada à maior ocorrência de queda de idosos
(PERRACINI, 2002; GAI, 2010). A baixa escolaridade foi encontrada como fator de risco
para a ocorrência de fratura do quadril em grupo de 5630 indivíduos idosos residentes na
comunidade, com idade de 70 anos ou mais, acompanhados durante dois anos (WILSON et al,
2006). Contudo, em nosso estudo a associação entre escolaridade e queda encontrada na
análise bruta não foi importante no modelo final. Provavelmente, este efeito foi atenuado pelo
provável confundimento exercido pela baixa renda.
Outro achado desta investigação foi a forte associação da autopercepção de saúde ruim
ou péssima com a recorrência de quedas na análise bivariada. Pesquisas indicam que idosos
analfabetos ou com baixa escolaridade avaliam sua saúde como pior em relação aos idosos
com maiores níveis de escolaridade.
Moraes et al (2011) mostraram que a frequência de pessoas que autoavaliaram sua
saúde negativamente foi superior naquelas com menor escolaridade. A autopercepção de
saúde é um conceito multidimensional. Fonseca et al. (2010), afirmaram que na autoavaliação
da saúde os idosos priorizaram sua capacidade de realizar atividades funcionais avançadas e
capacidade de resolverem problemas por si só. Dantas et al. (2012), verificaram que a
autopercepção de saúde negativa por parte dos idosos foi um fator significativo para a
ocorrência de quedas. Da mesma maneira, pesquisa realizada com idosos vivendo na
comunidade identificou associação significativa entre ocorrência de quedas e autopercepção
da saúde negativa, sintomas depressivos e isolamento social (TINETTI, 2010). Outra
associação observada em relação à autopercepção negativa de saúde foi a presença de déficit
de equilíbrio em idosos e maior risco de mortes (MACIEL, 2005).
86
Em nosso estudo, a recorrência de quedas associou-se com a presença de artrite,
artrose e reumatismo, apesar da significância estatística limítrofe. Em relação à presença de
morbidades, a literatura aponta que o aumento de doenças crônicas, com o avançar da idade
ocorre concomitantemente com a perda da capacidade funcional, aumento da dependência
física e imobilidade de grande parte dos idosos (CELICH, 2010).
Outros estudos associam a ocorrência de quedas com doenças osteoarticulares,
inatividade, alteração da visão e da audição, vertigem e perda da força muscular (MESSIAS e
NEVES, 2009; LIN et al., 2011; PINHO, 2012).
Limitações funcionais caracterizadas pelas atividades de vida diária têm sido
significativamente associadas com a ocorrência de quedas na comunidade. Estudo realizado
por Yamashita et al. (2012) mostrou que idosos que apresentaram estas limitações foram
mais propensos a sofrerem quedas na comunidade do que os demais. Comprometimentos na
capacidade funcional de idosos desempenham um papel importante na interação multicausal
de quedas. Além disso, os idosos com baixa autoconfiança na realização de atividades
cotidianas, tendem a ter uma diminuição progressiva de sua capacidade funcional ao longo do
tempo. Esse medo também está associado ao risco de quedas no futuro (PERRACINI, 2002).
No que diz respeito a alterações do equilíbrio, Siqueira et al. (2007) ressaltam que o
envelhecimento traz perda de equilíbrio e alterações na massa muscular e óssea, aumentando
a possibilidade de ocorrência de quedas. Nesta perspectiva, a função sensorial ocupa um
papel importante no controle postural e de equilíbrio. Estudos têm demonstrado que a
diminuição da acuidade visual pode associar-se a ocorrência de quedas de idosos
(LAMOUREUX et al., 2008; KUANG et al., 2008; MACEDO et al., 2008). Para Paula et al.
(2010) o déficit visual leva o idoso a sair menos de casa, tendo como consequência a perda de
interesse por uma atividade social prazerosa, podendo favorecer o isolamento e a depressão.
Problemas otoneurológicos também podem levar a ocorrência de quedas devido à
alteração do equilíbrio corporal da população idosa, tais como vertigem, tonturas, perda
auditiva e o zumbido (GANANÇA et al., 2010; MORAES et al., 2011). Outros estudos
também demonstram que a cognição tem um papel fundamental na regulação da marcha e
equilíbrio em idosos e que mudanças sutis na cognição contribuem para a instabilidade
postural, podendo levar à ocorrência de quedas e lesões (GLEASON et al., 2009; HARLEIN,
2009; MUIR et al., 2012).
Diversos estudos indicam a ocorrência de quedas anteriores como fator associado à
ocorrência de novas quedas (BRITO, 2007; TINETTI, 2010; MOTTA et al., 2010). Cerca de
87
10% dos idosos que sofrem quedas, possuem histórico de quedas recorrentes, ou seja, caem
duas ou mais vezes dentro do período de seis meses (MELZER et al., 2007). Pesquisa
realizada com idosos que sofreram quedas na comunidade apontou que as chances de quedas
recorrentes são maiores entre mulheres, idosos viúvos, solteiros, idosos com história prévia de
fratura e com grau de comprometimento nas atividades de vida diária (PERRACINI,
RAMOS, 2002).
Apesar deste estudo não ter encontrado associações estatísticas significantes entre
idade, sexo e queda de idosos, é consenso na literatura a influência destas variáveis sobre a
recorrência de quedas (ABREU, 2008; LEVEILLE et al., 2008; ADAM et al., 2008;
ISHIMOTO et al., 2009; TOLEDO, 2010; GILBERT et al., 2012). Para Paranhos (2009), com
o passar dos anos as quedas representam uma ameaça à vida, podendo ocorrer com maior
frequência nos idosos em relação a população com menores faixas etárias.
No que diz respeito à maior ocorrência de quedas no sexo feminino, diversas pesquisas
têm associado este ocorrência à menor quantidade de massa magra e força muscular além da
perda de massa óssea no sexo feminino em comparação aos homens da mesma idade
(AGUIAR, ASSIS, 2009; MILAT, 2011; DANTAS, 2012; SBGG, 2012). Para Lopes et al.
(2010), esta associação se deve a questões multifatoriais e complexas, tornando as pessoas
idosas mais vulneráveis a este tipo de evento.
Em relação ao estado civil e arranjo familiar dos idosos que sofrem quedas, estudos
têm apontado que o isolamento e a solidão são comuns entre os idosos, principalmente os que
perderam os companheiros ou moram sozinhos e se tornaram responsáveis por todas as
atividades de organização do lar, ficando assim mais expostos a riscos e situações que levam a
ocorrência de quedas (GABMANN, et al., 2009; LEUNG et al., 2010; WHO, 2010).
Ainda, Suelves et al. (2010) realizaram estudo com o objetivo de identificar os fatores
associados a quedas de idosos na comunidade, verificando relação estatisticamente
significativa entre os idosos que viviam sozinhos na comunidade e a ocorrência de quedas.
Bongue et al. (2011), por sua vez, desenvolveram ferramentas de triagem com fatores
associados à ocorrência de quedas de idosos na comunidade, houve maior numero de quedas
de idosos que viviam sozinhos.
O uso de medicamentos também é apontado por muitos autores como fator associado a
quedas. Hamra et al. (2007) verificaram que o uso prévio de medicamentos foi considerado
estatisticamente significante à ocorrência de quedas. Entre as variáveis preditoras às quedas
encontraram que uso de medicamentos alteravam o grau de atenção, respostas motoras,
88
pressão arterial e outras funções necessárias para o desenvolvimento das atividades normais
dos idosos. Além disso, medicamentos que agem no sistema nervoso central, em sua maioria
mais utilizados pelos idosos, são associados à maior ocorrência de quedas (ZIERE et al.,
2008; WOOLCOTT et al., 2009).
Além dos aspectos intrínsecos, fatores extrínsecos também são descritos na literatura
como importantes para a ocorrência de quedas. O ambiente físico, público ou domiciliar,
colabora decisivamente para a ocorrência de quedas de idosos (OMS, 2010). Segundo
Eliopoulos (2005), ambientes desconhecidos, incluindo pisos lisos, superfícies úmidas
iluminação ambiental inadequada entre outros, são fatores que contribuem para a ocorrência
de quedas.
Alguns estudos têm demonstrado um predomínio de quedas dentro do domicilio ou em
seus arredores, geralmente durante a realização de atividades cotidianas como caminhar,
mudar de posição e ir ao banheiro (MENDES, 2007; GAI et al, 2010; GAWRYSZEWSKI,
2010; CAVALCANTI et al, 2012). Segundo Pinho et al., (2012) idosos saudáveis tendem a
cair durante atividades instrumentais e em ambientes públicos, enquanto, idosos frágeis
tendem a cair em seus domicílios durante atividades rotineiras sem grandes exigências de
equilíbrio.
Por fim, Pereira et al (2013) ressaltam a importância de estudos sobre fatores
associados para ocorrência de quedas, pois entender a contribuição destes fatores permite que
os profissionais de saúde elaborem medidas de intervenção apropriadas.
Algumas limitações podem ser apontadas nesse estudo. Primeiro, sobre um possível
viés de memória, tendo em vista que os idosos foram perguntados sobre o evento referido no
primeiro inquérito. Possivelmente, aqueles que sofreram quedas mais graves podem ter se
lembrado com maior frequência de detalhes em relação ao que sofreram quedas com menores
sequelas. Outra limitação é o fato desta pesquisa ter se limitado aos idosos residentes em áreas
urbanas, consequentemente não reflete a realidade de idosos que vivem na zona rural e idosos
institucionalizados. Também não foram considerados os fatores comportamentais e
ambientais que possuem forte associação com a recorrência de quedas.
Contudo, este estudo identificou associações entre fatores sociodemográficos,
morbidades e recorrência de quedas de idosos no município de Cuiabá/MT. Os resultados
evidenciados nesta pesquisa corroboram com outros estudos já realizados e indicam à
realização de novas pesquisas sobre a temática, abordando idosos que já foram internados por
consequência de quedas.
89
REFERENCIAS
ABREU S. S. E.; CALDAS C. P. Velocidade de marcha, equilíbrio e idade: um estudo
correlacional entre idosas participantes e não participantes de um programa de exercícios
terapêuticos. Rev Bras Fisioter.; 2008,12(4), 324-30.
ADAM, S. H.; HANI, O. E.; BARSS, P.; et al. Epidemiology of geriatric trauma in United
Arab Emirates. Archives of Gerontology and Geriatrics; 2008; v. 47, 377-82.
AGUIAR C. F.; ASSIS M. Perfil de mulheres idosas segundo a ocorrência de quedas: estudo
de demanda no Núcleo de Atenção ao Idoso da Unati/UERJ. Bras. Geriatr. Gerontol.; 2009,
3(12): 9-20.
AXER H. et al. Falls and gait disorders in geriatric neurology. Clinical Neurology and
Neurosurgery; 2010; 265-74.
BONGUE B. et al. A screening tool with five risk factors was developed for fall-risk
prediction in community-dwelling elderly. Journal of Clinical Epidemiology; 2011; 1152-
60.
BRASIL. Ministério da Saúde (Brasil), DATASUS Morbidade por acidentes e violências
no Brasil: tendência das hospitalizações no período de 2002 a 2011. Disponível em:
http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/arquivos/saudebrasil2011 _parte1_cap9.pdf.
Acesso em julho de 2013.
BRITO G. E. G. Prevalência e caracterização das quedas entre idosos vivendo na
comunidade na cidade de Juiz de Fora - Minas Gerais, Brasil [dissertação]. Rio de Janeiro:
Universidade Estácio de Sá (UNESA); 211f, 2007.
CALLISAYA M. L. et al. Risk of falls in older people during fast-walking. The Tascog study.
Gait & Posture; 2012; 510 - 15.
CARDOSO, J. D. C. Condições de saúde autorreferidas da população idosa do município
de Cuiabá - MT. 2013. 143f. Dissertação (Mestrado em enfermagem) – Programa de Pós -
Graduação em Enfermagem, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2013.
CAVALCANTI A. L. P. et al. Fatores associados a quedas em idosos residentes em um bairro
de Fortaleza, Ceará. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro; 2012, v.15, p.137-146.
CELICH K. L. S. et al. Fatores que predispõem às quedas em idosos. Passo Fundo; 2010,
v. 7, n. 3, 419-426.
90
DANTAS et al. Prevalência de quedas em idosos adscritos à estratégia de saúde da família do
município de João Pessoa, Paraíba. Rev. APS.; 2012, 67-75.
DAVIS J. C. et al. Falls-related self-efficacy is independently associated with quality-adjusted
life years in older women. Canadá, Oxford University Press on behalf of the British
Geriatrics Society, 2011.
ELIOPOULOS, Charlotte RNC, MPH, PhD. Enfermagem Gerontológica, Ed Artemed
2005, 5º Edição.
FONSECA, M. G. U. P.; FIRMO, J. O. A.; LOYOLA-FILHO, A. I. et al. Papel da autonomia
na auto-avaliação de saúde do idoso. Rev Saúde Pública; 2010, v. 24, n. 1, 159-65.
GABMANN K. G.; RUPPRECHT R.; FREIBERGER E. Predictors for occasional and
recurrent falls in community-dwelling older people. Gerontol. Geriat.; 2009, 42: 3-10.
GAI J. et al. Fatores associados a quedas em mulheres idosas residentes na comunidade. Rev.
Assoc. Med. Bras.; 2010, 327-332.
GANANÇA F. F.; GAZZOLA J. M.; GANANÇA C. F.; et al. Quedas em idosos com
Vertigem Posicional Paroxística Benigna. Braz J Otorhinolaryngol; 2010, 1(76):113-120.
GAWRYSZEWSKI V. P. A importância das quedas no mesmo nível entre idosos no estado
de São Paulo. Rev Assoc. Med. Bras; 2010, 56(2): 162-7.
GILBERT T. et al. Management of falls: France, the Netherlands, Poland. European
Geriatric Medicine; 2012; 246-53.
GLEASON C. E.; GANGNON R. E.; FISCHER B. L.; et al. Increased risk for falling
associated with subtle cognitive impairment: secondary analysis of a randomized clinical trial.
Dement Geriatr Cogn Disord; 2009; 27: 557–563.
HAMRA A.; RIBEIRO M. B.; MIGUEL O. F. Correlação entre fratura por queda em idosos e
uso prévio de medicamentos. Acta Ortop Brás,; 2007, 143 - 45.
HARLEIN J.; DASSEN T.; HALFENS R. J. et al. Fall risk factors in older people with
dementia or cognitive impairment: a systematic review. J Adv Nurs,; 2009; 922–33.
HEINRICH, S.; RAPP, K.; RISSMANN, U.; et al. Cost of falls in old age: a systematic
review. Osteoporosis International; 2010; v.21, n.6, 891-902.
HIURA M. et al. The Association Between Walking Ability and Falls in Elderly Japanese
Living in the Community Using a Path Analysis, J Community Health; 2012, v 37, 957-62.
91
ISHIMOTO Y. et al. Age and sex significantly influence fall risk in community-dwelling
elderly people in Japan. J Am Geriatr Soc; 2009, 57, 930- 32.
KATZ S.; DOWNS T.D.; CASH H. R.; GROTZ R. C. Progress in development of the index
of adl. Gerontologist.; 1970; v.10, 20-30.
KUANG T. M.; TSAI S. Y.; HSU W. M.; CHENG C. Y.; LIU J. H. Visual impairment and
falls in the elderly: the Shihpai Eye Study. J Chin Med Assoc; 2008; 1: 467–72.
LAMOUREUX E. L.; CHONG E.; WANG J. J. et al. Visual impairment, causes of vision
loss, and falls: the singapore malay eye study. Invest Ophthalmol Vis Sci.; 2008; 528-33.
LAWTON M. P.; BRODY E. M. Assessment of older people; self-maintaining and
instrumental activities of daily-living. Gerontologist.; 1969; v. 9, n. 3,179-86.
LEUNG A. Psychosocial risk factors associated with falls among Chinese community-
dwelling older adults in Hong Kong. Health and Social Care in the Community; 2010; 272-
81.
LEVEILLE S. G.; KIEL D. P.; JONES R. N. et al. The MOBILIZE Boston Study: design and
methods of a prospective cohort study of novel risk factors for falls in an older population.
BMC Geriatr, 2008.
LIN C. H. et al., Associated Factors for Falls among the Community-Dwelling Older People
Assessed by Annual Geriatric Health Examinations, April, 2011.
LOPES R. A.; CARVALHO B. S. A.; MOURÃO D. M. P. et al. Quedas de idosos em uma
clínica-escola: prevalência e fatores associados. Conscientieae Saúde; 2010; 381- 88.
MACEDO B.G., et al. Impacto das alterações visuais nas quedas, desempenho funcional,
controle postural e no equilíbrio dos idosos: uma revisão de literatura. Rev. Bras. Geriatr.
Gerontol., 2008.
MACIEL ACC, GUERRA RO. Prevalência e fatores associados ao déficit de equilíbrio em
idosos. Rev Bras Ciênc Mov.; 2005; 13:37-44.
MAIA B. C. et al. Consequências das quedas em idosos vivendo na comunidade, Rev. Bras.
Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro; 2011; 381-93.
MELZER, I. et al. Application of the voluntary step execution test to identify elderly fallers.
Age and Ageing; 2007; v.36, n.5, 532-37.
92
MENDES, T. A. B.; VALSECHI, V. L. A. Armadilhas do espaço urbano. Einstein; 2007,
v.5, n.2.Disponível em:<http://apps.einstein.br/revista/arquivos/
pdf/388Einstein52onlineAO388pg99-104.pdf>. Acesso em: dez 2012.
MESSIAS M. G.; NEVES R. F. A influência de fatores comportamentais e ambientais
domésticos nas quedas em idosos. Rev Bras Geriatr Gerontol.; 2009; 275- 82.
MILAT A. J.; WATSON W. L.; MONGER C. et al. Prevalence, circumstances and
consequences of falls among community- dwelling older people: results of the 2009 NSW
Falls Prevention Baseline Survey. NSW Public Health Bulletin, 2011.
MORAES, J. R. DE; MOREIRA, J. P. de L.; LUIZ, R. R. Associação entre o estado de saúde
autorreferido de adultos e a área de localização do domicílio: uma análise de regressão
logística ordinal usando a PNAD 2008. Ciênc. saúde coletiva; 2011; v. 16, n. 9, 3769-780.
MORAES S. A. et al. Dizziness in community-dewelling older adults: a population-based
study. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, 2011.
MOTTA L. B.; AGUIAR A. C.; COUTINHO E. S. F. et al. Prevalência e fatores associados a
quedas em idosos em um município do Rio de Janeiro. Rev Bras Geriatr Gerontol.; 2010;
83-91.
MUIR S. W. et al. The role of cognitive impairment in fall risk among older adults: a
systematic review and meta-analysis. Age and Ageing, 2012.
PARANHOS, W. Y. Trauma no idoso. In: SOUSA, R. M. C. de; R. M. C. de; CALIL, A. M.;
PARANHOS, W. Y.; MALVESTIO, M. A. Atuação no trauma: uma abordagem para a
enfermagem. Cap. 26. São Paulo: Atheneu, 2009.
PAULA F. L. et al. Perfil de idosos com internação por quedas nos hospitais públicos de
Niterói. Rev Bras Epidemiol.; 2010; 587-95.
PEREIRA, ALEXANDRE ALVES; CEOLIM, MARIA FILOMENA; NERI, ANITA
LIBERALESSO. Associação entre sintomas de insônia, cochilo diurno e quedas em idosos da
comunidade. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro; 2013; 29(3):535-546.
PERRACINI MR, RAMOS LR. Fatores associados a quedas em uma coorte de idosos
residentes na comunidade. Rev Saúde Publica. 2002; 36(6):709-16.
PINHEIRO M. D. M.; CICONELLI R. M.; MARTINI L. A.; FERRAZ M.B. Risk factors for
recurrent falls among Brazilian women and men: the Brazilian Osteoporosis Study
(BRAZOS). Cad Saude Publica; 2010; 89-96.
93
PINHO T. A. M. et al. Avaliação do risco de quedas em idosos atendidos em Unidade Básica
de Saúde. Rev Esc Enferm USP; 2012; 46(2):320-7.
RIBEIRO A. P.; SOUZA E. R.; ATIE S. et al. A influência das quedas na qualidade de vida
de idosos. Ciênc Saúde Coletiva; 2008; 1265-73.
SBGG. Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Quedas em idosos. Disponível em:
http://www.sbgg.org.br/publico/artigos/queda.asp Acesso em: dezembro de 2012.
SIQUEIRA F. V. et al. Prevalência de quedas em idosos e fatores associados. Rev. Saúde
Pública. 2007; 41:749-56.
SIQUEIRA F. V. et al., Prevalence of falls in elderly in Brazil: a countrywide analysis. Cad.
Saúde Pública, Rio de Janeiro; 2011; 1819-26.
SUELVES J. M. et al. Lesiones por caídas y factores asociados em personas mayores de
Cataluña, España. Rev. Panam. Salud Publica; 2010; 27(1).
TINETTI M. E.; KUMAR C. Care of the aging patient: from evidence to action. JAMA,
January 20, 2010; 303-3.
TINETTI ME, WILLIAMS CS, GILL TM. Health, functional, and psychological outcomes
older persons with chronic dizziness. J Am Geriatr Soc.; 2000; 48:417-21.
TOLEDO D. R.; BARELA J.A. Diferenças sensoriais e motoras entre jovens e idosos:
contribuição somatossensorial no controle postural. Rev Bras Fisioter.; 2010; 267-75.
WAGERT P. V. H. et al, Falls in very old people: The population-based Umea˚ 85+ Study in
Sweden. Archives of Gerontology and Geriatrics; 2009; 390 -96.
WILSON RT, CHASE GA, CHRISCHILLES EA, WALLACE RB. Hip fracture risk among
community-dwelling elderly people in the United States: a prospective study of physical,
cognitive and socioecenomic indicators. Am j Publ Health; 2006; 96:1210-8.
WOOLCOTT J. C.; RICHARDSON K. J.; WIENS M. O. Meta-analysis of the impact of 9
medication classes on falls in elderly persons. Arch Intern Med; 2009,1952-60.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Injuries and violence: the facts. Geneva,
2010.
YU P. L. et al. Prevalence and related factors of falls among the elderly in an urban
community of Beijing. Biomed Environ Sci; 2009.
94
ZIERE G.; DIELEMAN J.P.; VAN DER CAMMEN T.J.; HOFMAN A.; POLS H.A.;
STRICKER B.H. Selective serotonin reuptake inhibiting antidepressants are associated with
an increased risk of nonvertebral fractures. J Clin Psychopharmacol; 2008; 411-417.
95
Comprovante submissão avaliação publicação periódico Escola Anna Nery Revista de
Enfermagem
Ilmo(a) Sr.(a)
Prof(a), Dr(a) DÉBORA REGINA OLIVEIRA MOURA ABREU
Referente ao código de fluxo: 842 Classificação: Pesquisa Original
Informamos que recebemos o manuscrito "FATORES ASSOCIADOS À RECORRÊNCIA
DE QUEDAS DE IDOSOS NA COMUNIDADE, 2013. ", que será enviado para
apreciação dos Revisores para possível publicação/participação na(o) Escola Anna Nery
Revista de Enfermagem. Por favor, para qualquer comunicação futura sobre o referido
manuscrito cite o número do código de fluxo apresentado acima.
Obrigado por submeter seu trabalho a(o) Escola Anna Nery Revista de Enfermagem
Atenciosamente, Dr. Antonio José de Almeida Filho
Editor-chefe
96
PARTE 3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final deste estudo, conclui-se que a ocorrência de quedas pode resultar em um
relevante problema de saúde, tendo em vista os danos ocasionados por este evento na vida dos
idosos é importante se adotar medidas preventivas tanto por profissionais de saúde, família e
sociedade. Este estudo identificou associações entre fatores sociodemográficos, morbidades e
recorrência de quedas de idosos no município de Cuiabá/MT.
Os resultados evidenciados nesta pesquisa corroboram com outros estudos já
realizados e indicam à realização de novas pesquisas sobre a temática.
Como em todo processo de pesquisa, diversos obstáculos foram enfrentados, exigindo
mais do que a pura técnica ou estratégias, pois colocavam em cheque o próprio ato de
apropriação do saber por meio de um instrumento previamente pensado. Exigiu criatividade,
adaptação e processo decisório ao esbarra naquilo que é a realidade própria de cada ser
contemplado neste trabalho, na medida em que me deparei tanto com a busca pela validação
científica quanto o devido respeito e consideração pelo saber comum inerente a cada um de
meus pesquisados. Foram momentos de difícil equalização da experiência que ainda não tinha
com o devido manejo dos dados recolhidos.
Há momentos em que as decisões tomadas nesses processos envolvem tantas
variáveis, e somam riscos tão grandes, que o próprio ato de decidir torna-se, por si só, um
novo risco. Entretanto, diante daquilo que precisa ser mudado, das condições adversas
encontradas diante desses impasses, faz-se necessário que se elenque uma série de
características e competências vitais para a minimização do risco de decidir.
Um dos grandes desafios deste estudo foi a coleta de dados, tendo em vista que me vi
enquanto pesquisadora sozinha para visitar e colher todos os dados da pesquisa. A principio
as informações dos endereços foram dificultadas pela ausência de numeração nas casas e ruas,
fato este bastante comum na cidade de Cuiabá, que no período da coleta de dados, estava e
continua e obras se preparando para um grande evento esportivo, a copa do mundo de 2014 ,
com ruas bloqueadas limitando o acesso a diversos locais. Outro fator dificultante foi a
distancia entre os endereços, tendo em vista que ao todo foram 9 bairros distintos visitados
pela pesquisadora, em um período de 3 meses e um total de 129 visitas contando as
entrevistas do teste piloto.
Algumas limitações podem ser apontadas neste estudo. Primeiro, sobre um possível
viés de memória, tendo em vista que os idosos foram perguntados sobre o evento referido no
97
primeiro inquérito. Possivelmente, aqueles que sofreram quedas mais graves podem ter se
lembrado com maior frequência de detalhes em relação ao que sofreram quedas com menores
sequelas. Outra limitação é o fato desta pesquisa ter se limitado aos idosos residentes em áreas
urbanas, consequentemente não reflete a realidade de idosos que vivem na zona rural e idosos
institucionalizados. Também não foram considerados os fatores comportamentais e
ambientais que possuem forte associação com a recorrência de quedas.
Como pesquisadora vivenciei momentos marcantes, ao ouvir mais do que o
instrumento perguntava, ouvir o que as falas não diziam, mas eram possíveis de ser vistas a
olho nu, pois a maioria dos entrevistados eram de baixa renda e pouca escolaridade, com uma
condição de vida tão precária, que não fazia parte de suas realidade cotidiana o mínimo
cuidado para com o fator observado na pesquisa, o que em muitos momentos fez com que
meu instrumento de estudo fosse algo “alienígena” em suas vidas, não obtendo nenhum lugar
nas mesmas por não fazer parte de sua cultura.
Neste sentido, é de extrema importância a atuação da Estratégia de Saúde da Família
com uma equipe multidisciplinar capacitada para atuar na promoção de saúde e prevenção de
agravos, a fim de propiciar a mudança no comportamento diante de situações que podem se
tornar fatores de risco, a fim de manter ou melhorar a capacidade funcional e prevenir danos
físicos, internações hospitalares e institucionalizações, diminuindo, assim, os altos custos que
as quedas acarretam ao sistema de saúde e mantendo uma boa qualidade de vida para essa
população.
No que tange a enfermagem, esta assume papel fundamental no planejamento de ações
e cuidados baseados na condição de saúde do idoso, orientando e estimulando os idosos a
participar ativamente do seu cuidado bem como da promoção da saúde, a fim de manter sua
independência e capacidade funcional, alem de bem estar mental e psíquico.
Por fim, a realização da pesquisa mostrou-se satisfatória, a medida que os objetivos
propostos foram alcançados, espera-se que os resultados desse estudo possam ser utilizados
tanta na academia, auxiliando na formação de profissionais para trabalhar com a população
idosa e os serviços de saúde, a fim de promover melhorias no cuidado e prevenção de quedas
de idosos na comunidade.
Top Related