FASE OFENSIVA EM FUTEBOL
Análise Sequencial de padrões de jogo ofensivos relativos à Selecção Nacional de Espanha no
Euro 2008
Manuel José Alves Ramos
Porto, 2009
FASE OFENSIVAEM FUTEBOL
Análise Sequencial de padrões de jogo ofensivos relativos à Selecção Nacional de
Espanha no Euro 2008
Orientador: Professor Doutor Júlio Manuel Garganta da Silva
Manuel José Alves Ramos
Porto, 2009
Monografia realizada no âmbito da disciplina de Seminário do 5º ano da Licenciatura em Desporto e Educação Física, na área de Desporto de Rendimento – Futebol, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
Ficha de Catalogação
Ramos, M. (2009). Fase Ofensiva em Futebol. Análise Sequencial de padrões
de jogo relativos à Selecção Nacional de Espanha no EURO 2008. Dissertação
de Licenciatura. Porto: FADEUP.
Palavras-Chave: FASE OFENSIVA; PADRÕES DE JOGO; METODOLOGIA
OBSERVACIONAL; FUTEBOL; EURO 2008; SELECÇÃO DE ESPANHA;
ORGANIZAÇÃO TÁCTICA.
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AGRADECIMENTOS
Durante a elaboração do nosso trabalho, contámos, directa ou indirectamente,
com o apoio de várias pessoas. Nesta página, queremos expressar os nossos
agradecimentos a todos os que tornaram possível, pela sua participação,
incentivo ou influência, a realização desta dissertação.
- Ao Professor Doutor Júlio Garganta, pelo seu saber, orientação e
disponibilidade revelados ao longo da elaboração do estudo. Por me
mostrar que conhecimento e competência podem coabitar com coerência,
humildade e sensibilidade.
- Ao Daniel Barreira por tudo o que me ensinou, por tudo o que me orientou,
por tudo o que me ajudou. Pela imensurável disponibilidade e paciência,
pelo conhecimento partilhado e, sobretudo, pela amizade.
- Ao Rui Espincho, pela forma como me obrigou a pensar o treino. É um
prazer discutir contigo, é um prazer ter-te como amigo.
- Ao Brito, ao coordenador mas sobretudo ao amigo, por me questionares.
Pela conviccção e pelos valores que me acrescentás-te.
- Ao Bruno Vale, pela amizade de sempre e pela disponibilidade e
generosidade demonstradas na criação do programa informático
(Visualizador) de suporte ao registo das observações.
- Aos Catingas, por serem diferentes mas iguais, por estarem ausentes mas
presentes. São os amigos de sempre e para sempre.
- À minha família, por nunca me deixarem a chorar ou a rir sozinho.
- Aos meus Pais e à Ana, pelo seu AMOR.
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Manuel Ramos V
ÍNDICE GERAL
Agradecimentos III Índice Geral V Índice de Figuras VIII Índice de Quadros XII Resumo XV Lista de Abreviaturas / Legenda XVI
1. INTRODUÇÃO 3 1.1. Pertinência e âmbito do estudo 3 1.2. Estrutura do trabalho 7 2. REVISÃO DA LITERATURA 11 2.1. Enfoque táctico do jogo de Futebol 13 2.1.1. Táctica individual e táctica colectiva: convergência para um saber
táctico colectivo 14 2.1.2. Multi-análises do fluxo de jogo de Futebol 15 2.1.3. Análise do jogo a partir da respectiva organização táctica: a busca de
padrões 19 2.2. Lógica(s) para um entendimento do jogo de Futebol 22 2.3. Fase ofensiva 28 2.3.1. Macro-estruturas indutoras da dinâmica acontecimental do jogo de
Futebol 29 2.3.1.1. Espaço 29 2.3.1.2. Tempo 32 2.3.1.3. Tarefa 32 2.3.2. A Interacção nos contextos de jogo 33 2.3.2.1. Centro do Jogo 33 2.3.2.2. Configuração Espacial de Interacção 35 2.3.3. Métodos de Jogo Ofensivo / Estilos de Jogo 38 3. PROBLEMA, OBJECTIVOS E HIPÓTESES 43 3.1. Problema 43 3.2. Objectivos 44 3.3. Hipóteses 45 4. METODOLOGIA 49 4.1 Proposta conceptual que sustenta a metodologia da presente
investigação 50 4.2 Desenho Observacional da Investigação 53 4.3 Amostra 54
4.3.1. Justificação para a selecção da amostra 54 4.3.2. Amostra Observacional 55 4.3.2.1. Nível da Amostra Inter-sessional 56 4.3.1.2. Nível da Amostra Intra-sessional 56 4.4. Instrumento de Observação: Combinação Formato de Campo e
Sistema de Categorias 58 4.4.1. Instrumento de Observação 59 4.4.2. Combinação Formato de Campo e Sistema de Categorias “Padrões
de jogo da Fase Ofensiva em Futebol” 60 4.4.3. Procedimentos de Observação e de Registo 81 4.4.3. Qualidade dos dados 84 4.5. Análise dos dados 87 4.5.1. Análise Sequencial 87 4.5.2. Processamento dos dados 90
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5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 95 5.1 Análise Descritiva 95 5.1.1. Análise Descritiva das Condutas Regulares 97 5.1.2. Análise descritiva da Conduta Estrutural: Espaço 98 5.1.3. Análise descritiva das Condutas Contextuais: Centro do Jogo (CJ) e
Contexto Espacial de Interacção (CEI) 100 5.2. Análise Sequencial 101 5.2.1. Padrões de Jogo encontrados para as Condutas de Início da
Transição – Estado defesa/ataque (IE) e Início da Transição – Interfase Defesa/Ataque (II) 102
5.2.1.1. Início da TEDA (IE) por recuperação da posse de bola por acção do guarda-redes em fase defensiva – (IEgr) 102
5.2.1.2. Início da Transição – Estado Defesa/Ataque (IE) por recuperação da posse de bola por acção defensiva seguida de passe – (IEp) 105
5.2.1.3. Início da Transição – Interfase Defesa/Ataque (II) por recuperação da posse de bola por infracção do adversário às leis do jogo – (IIi) 108
5.2.1.4. Início da Transição – Interfase Defesa/Ataque (II) por recuperação da posse de bola por pontapé de canto a favor – (IIc) 109
5.2.1.5. Início da Transição – Interfase defesa/ataque (II) por recuperação da posse de bola por pontapé de baliza a favor – (IIpb) 110
5.2.2. Padrões de Jogo encontrados para as condutas de Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) 112
5.2.2.1. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por passe curto positivo – DTpcp 112
5.2.2.2. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por passe longo positivo – DTplp 114
5.2.2.3. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por cruzamento positivo – DTczp 118
5.2.2.4. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por condução – DTcd 120
5.2.2.5. 5.2.2.5. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por drible (1x1) – DTd 121
5.2.2.6. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por recepção/controle – DTrc 124
5.2.2.7. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por duelo – DTdu 125
5.2.2.8. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por remate – DTr 126
5.2.2.9. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por acção do guarda-redes da equipa em fase defensiva – DTgra 127
5.2.3. Padrões de Jogo encontrados para as condutas de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) 129
5.2.3.1. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por passe curto positivo – DPpcp 129
5.2.3.2. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por passe longo positivo – DPplp 131
5.2.3.3. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por cruzamento positivo – DPczp 133
5.2.3.4. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por Condução – DPcd 135
5.2.3.5. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por drible (1x1) – DPd 136
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5.2.3.6. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por recepção/controle – DPrc 138
5.2.3.7. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por duelo – DPdu 139 5.2.3.8. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por remate – DPr 140 5.2.3.9. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por acção do
guarda-redes da equipa em fase ofensiva – DPgro 141 5.2.3.10. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por infracção do
adversário às leis do jogo – DPi 142 5.2.4. Padrões de Jogo encontrados para as condutas de final da Fase
Ofensiva (F) 143 5.2.4.1. Final da Fase Ofensiva (F) por remate para fora – (Frf) 144 5.2.4.2. Final da Fase Ofensiva (F) por remate dentro – (Frd) 145 5.2.4.3. Final da Fase Ofensiva (F) por remate contra o adversário
sem continuidade da posse de bola – (Frad) 147 5.2.4.4. Final da Fase Ofensiva (F) por remate com obtenção de golo
– (Fgl) 148 5.2.4.5. Final da Fase Ofensiva (F) por perda da posse de bola por
erro do portador da bola e/ou acção do adversário (com excepção do Gr) – (Fbad) 152
5.2.4.6. Final da Fase Ofensiva (F) por perda da posse de bola por erro do portador da bola com acção do guarda-redes adversário – (Fgrad) 153
5.2.4.7. Final da Fase Ofensiva (F) por lançamento para fora – (Ff) 154 6. CONCLUSÕES 159 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 163 8. SUGESTÕES PARA FUTUROS ESTUDOS 173 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 177 ANEXOS
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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 2.1. Comportamento estratégico dos jogadores (Adaptado Bayer, 1994) 13
Figura 2.2. Diagrama da segmentação do fluxo conductural do jogo de Futebol (Adaptado Castellano Paulis, 2000) 13
Figura 2.3. Modelo Unitário da organização do jogo de Futebol (Adaptado Cervera & Malavés, 2001) 15
Figura 2.4. Modelo da dinâmica comportamental da organização do jogo de Futebol (Barreira, 2006: 67) 16
Figura 2.5. Espacialização do terreno de jogo: corredores e sectores (Adaptado Quina, 2001) 20
Figura 2.6. Representação do espaço de jogo efectivo e das cinco partes ou zonas que o compõe, num determinado instante (Adaptado Silva, 2004) 27
Figura 4.1. A Fase Ofensiva no modelo de organização da dinâmica do jogo de Futebol (Adaptado Barreira, 2006: 68) 35
Figura 4.2. Desenhos Observacionais em quadrantes definidos (Adaptado Anguera, s/d, in Barreira, 2006) 38
Figura 4.3. Software de visualização e registo das sequências ofensivas da Espanha no Campeonato da Europa Áustria - Suíça 2008 (Barreira, em preparação) 66
Figura 4.4. Exemplo do registo de dois multieventos – ordem de registo. 68
Figura 4.5. Folha Excell com sequências exportadas do software de visualização e registo das sequências ofensivas da Espanha no Campeonato da Europa Áustria - Suíça 2008 (Barreira, em preparação) 69
Figura 4.6. Análise Sequencial pela técnica de retardos ou de transições (lag method) (Barreira, 2006: 118) 73
Figura 4.7. Condutas Objecto activadas a partir da Conduta Critério Desenvolvimento da Posse de Bola por Cruzamento Positivo. 75
Figura 4.8. Padrão de jogo DPczp encontrado através da forma (b) acima referida 75 Figura 5.1. Frequência absoluta relativa às condutas de Início da Fase Ofensiva 80
Figura 5.2. Frequência absoluta relativa às condutas de Desenvolvimento da Transição/Estado defesa-ataque 80
Figura 5.3. Frequência absoluta relativa às condutas de Desenvolvimento da Fase Ofensiva 80
Figura 5.4. Frequência absoluta relativa às condutas de Final da Fase Ofensiva 81
Figura 5.5. Frequência absoluta relativa às condutas de Espacialização, em função do campograma (zonas 1 a 12) 82
Figura 5.6. Frequência absoluta relativa às condutas de Centro do Jogo 83
Figura 5.7. Frequência absoluta relativa às condutas de Contexto Espacial de interacção 83
Figura 5.8. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto as condutas regulares – desenvolvimento e final. 86
Figura 5.9. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto as condutas regulares – desenvolvimento e final. 86
Figura 5.10. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta estrutural – Espaço. 87
Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo. 87
Figura 5.12. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a condutas contextual – contexto espacial de interacção. 88
Figura 5.13. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEp, tendo como objecto as condutas regulares – desenvolvimento e final. 90
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Figura 5.14. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 90
Figura 5.15. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEp, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo. 90
Figura 5.16. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEp, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção. 90
Figura 5.17. Padrão (1) de conduta IIc eficaz 92 Figura 5.18. Padrão (2) de conduta IIc eficaz 93
Figura 5.19. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTpcp, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final. 96
Figura 5.20. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTpcp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 96
Figura 5.21. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTpcp, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo. 96
Figura 5.22. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTpcp, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção. 97
Figura 5.23. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTplp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 98
Figura 5.24. Padrão de conduta DTplp eficaz 98
Figura 5.25. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTplp, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo. 99
Figura 5.26. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTplp, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção. 99
Figura 5.27. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTczp, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final. 101
Figura 5.28. Padrão de conduta DTczp eficaz 102
Figura 5.29. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTczp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 102
Figura 5.30. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTczp, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo. 102
Figura 5.31. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTcd, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final. 103
Figura 5.32. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTcd, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 104
Figura 5.33. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTcd, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo. 104
Figura 5.34. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTd, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final. 105
Figura 5.35. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTd, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 106
Figura 5.36. Padrão de conduta DTd eficaz 106
Figura 5.37. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTcd, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção. 106
Figura 5.38. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTr, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final. 109
Figura 5.38. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTr, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 110
Figura 5.40. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTr, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção. 110
Figura 5.41. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPpcp, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final. 113
Figura 5.42. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPpcp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 113
Figura 5.43. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPplp, tendo como 115
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Manuel Ramos X
objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final.
Figura 5.44. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPplp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 115
Figura 5.45. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPczp, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final. 116
Figura 5.46. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPczp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 117
Figura 5.47. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPczp, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção. 117
Figura 5.48. Padrão de conduta DPczp 117
Figura 5.49. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPd, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final. 119
Figura 5.50. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPd, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo. 120
Figura 5.51. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPd, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 121
Figura 5.52. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frf, tendo como objecto as condutas regulares – início e desenvolvimento. 127
Figura 5.53. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frf, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção. 128
Figura 5.54. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frd, tendo como objecto as condutas regulares – início e desenvolvimento. 129
Figura 5.55. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frd, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 129
Figura 5.56. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frad, tendo como objecto as condutas regulares – início e desenvolvimento. 130
Figura 5.57. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frad, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção. 130
Figura 5.58. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frad, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 131
Figura 5.59. Padrão de conduta Fgl eficaz 132
Figura 5.60. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Fgl, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 133
Figura 5.61. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Fgl, tendo como objecto a condutas contextual – CEI 133
Figura 5.62. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Fbad, tendo como objecto as condutas regulares – início e desenvolvimento 136
Figura 5.63. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Fbad, tendo como objecto a conduta contextual – CJ 136
Figura 5.64. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Fgrad, tendo como objecto as condutas regulares – início e desenvolvimento. 137
Figura 5.65. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Fgrad, tendo como objecto as condutas regulares – início e desenvolvimento. 137
Figura 5.66. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Ff, tendo como objecto a condutas contextual – CEI 138
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Manuel Ramos XI
ÍNDICE DE QUADROS Quadro 2.1. Resumo das vantagens da Análise de Jogo (adapt. Silva, 2006) 6
Quadro 2.2. Resumo das características de cada Método de Jogo Ofensivo, segundo vários autores e agrupadas em função das Macroestruturas Espaço, Tempo e Tarefa (Adaptado Morgado, 1999: 26) 30
Quadro 4.1. Amostra Observacional 40 Quadro 4.2. Comparação de instrumentos da metodologia observacional: SC e FC 43
Quadro 4.3. Critério 1 do Formato de Campo: Início da Fase Ofensiva (I) (Barreira, em preparação) 46
Quadro 4.4. Critério 2 do Formato de Campo: Desenvolvimento TEDA (DT) (Barreira, em preparação) 48
Quadro 4.5. Critério 3 Formato Campo: Desenvolvimento Posse de Bola (DP) (Barreira, em preparação) 50
Quadro 4.6. Critério 4 do Formato de Campo: Final da Fase Ofensiva (F) (Barreira, em preparação) 53
Quadro 4.7. Critério 5: Espacialização do Terreno de Jogo (Barreira, em preparação) 54
Quadro 4.8. Critério 6 (Sistema de Categorias): Centro do Jogo (Barreira, em preparação) 55
Quadro 4.9. Critério 6 (Sistema de Categorias): Centro do Jogo (Barreira, em preparação) 58
Quadro 4.10. Instrumento de Observação ad hoc: combinação formato de campo – sistema de categorias (Barreira, em preparação) 64
Quadro 4.11. Análise da qualidade de dados: resultados da fiabilidade para cada um dos critérios de formato de campo 70
Quadro 4.12.
Sentidos retrospectivo, prospectivo e retrospectivo-prospectivo utilizadas para realizar a análise sequencial de retardos, tendo como condutas critério o catálogo de condutas que fazem parte das três fases do desenvolvimento da fase ofensiva (Inicio; Desenvolvimento e Final), e os critérios estruturais (espaço) e interaccionais (CJ e CEI). 77
Quadro 5.1. Frequências absolutas (FA) e relativas (FR) obtidas para as variáveis estudadas. 79
Quadro 5.2.
Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Início da Transição – Estado defesa/ataque por recuperação da posse de bola pelo guarda-redes (IEgr), tendo como condutas objecto: as regulares (desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 85
Quadro 5.3.
Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Início da Transição – Estado defesa/ataque por recuperação da posse de bola por acção defensiva seguida de passe (IEp), tendo como condutas objecto: as regulares (desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção). 89
Quadro 5.4.
Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Início da Transição – Interfase Defesa/Ataque (II) por recuperação da posse de bola por infracção do adversário às leis do jogo (IIi), tendo como condutas objecto: as regulares (desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção). 91
Quadro 5.5.
Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Início da Transição – Interfase Defesa/Ataque (II) por recuperação da posse de bola por pontapé de canto a favor (IIc), tendo como condutas objecto: as regulares (desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção). 92
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Manuel Ramos XII
Quadro 5.6.
Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Início da Transição – Interfase Defesa/Ataque (II) por recuperação da posse de bola por pontapé de baliza a favor (IIpb), tendo como condutas objecto: as regulares (desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção) 94
Quadro 5.7.
Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição – Estado Defesa/Ataque (DT) por passe curto positivo (DTpcp), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 95
Quadro 5.8.
Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição – Estado Defesa/Ataque (DT) por passe longo positivo (DTplp), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 97
Quadro 5.9.
Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição – Estado Defesa/Ataque (DT) cruzamento positivo (DTczp), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 101
Quadro 5.10.
Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição – Estado Defesa/Ataque (DT) por condução (DTcd), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 103
Quadro 5.11.
Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição – Estado Defesa/Ataque (DT) por drible (1x1) (DTd), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 105
Quadro 5.12.
Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por recepção/controle (DTrc), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 107
Quadro 5.13.
Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por duelo (DTdu), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 108
Quadro 5.14.
Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por remate (DTr), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 109
Quadro 5.15.
Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por acção do guarda-redes da equipa em fase defensiva (DTgra), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção). 111
Quadro 5.16.
Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por passe curto positivo (DPpcp), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 112
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Manuel Ramos XIII
Quadro 5.17.
Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por passe longo positivo (DPplp), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 115
Quadro 5.18.
Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por cruzamento positivo (DPczp), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 116
Quadro 5.19. Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por condução (DPcd), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 118
Quadro 5.20. Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por drible (1x1) (DPd), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 119
Quadro 5.21. Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por recepção/controle (DPrc), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 122
Quadro 5.22.
Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por duelo (DPdu), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção). 122
Quadro 5.23.
Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por remate (DPr), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção). 123
Quadro 5.24.
Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por acção do guarda-redes da equipa em fase ofensiva (DPgro), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 124
Quadro 5.25.
Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por infracção do adversário às leis do jogo (DPi), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 125
Quadro 5.26. Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por remate para fora (Frf), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 127
Quadro 5.27. Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por remate dentro (Frd), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 128
Quadro 5.28. Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por remate contra o adv. sem continuidade da posse de bola (Frad), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 130
Quadro 5.29. Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por remate com obtenção de golo (Fgl), tendo 132
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como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).
Quadro 5.30.
Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por perda da posse de bola por erro do portador da bola e/ou acção do adversário (com excepção do Gr) (Fbad), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção). 135
Quadro 5.31.
Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por perda da posse de bola por erro do portador da bola com acção do guarda-redes adversário (Fgrad), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção). 136
Quadro 5.32. Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por lançamento para fora (Ff), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 138
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Manuel Ramos XV
RESUMO Actualmente, o grau competitivo alcançado pelo Futebol profissional tem exigido níveis
de performance cada vez mais elevados. Neste sentido, o desempenho das equipas em treino,
mas sobretudo em competição, tem sido analisado ao pormenor. Uma das formas que vem
sendo utilizada para monitorizar e conhecer a performance em Futebol é a análise do jogo,
sobretudo através da metodologia observacional em geral e a análise sequencial em particular.
É finalidade primeira do Futebol a obtenção de golo na baliza adversária, sendo
objectivo do presente estudo identificar os padrões de conduta ofensivos que, com maior
probabilidade, configuram Métodos/Estilos de Jogo da Selecção Nacional de Futebol da
Espanha, que conduziram à sua eficácia ofensiva no Euro 2008. Para esse efeito, foram
identificados os critérios e as respectivas condutas, que constituem o instrumento de
observação ad hoc utilizado (Barreira, em preparação), a partir da metodologia observacional.
Na presente investigação registaram-se um total de 19178 comportamentos, que
perfazem 5208 multieventos inerentes à fase ofensiva da Espanha, resultantes dos cinco jogos
observados. Para o tratamento e análise dos dados recolhidos, recorreu-se ao Software SDIS-
GSEQ de Bakeman & Quera (1996), devido à sua especificidade na análise de eventos
múltiplos. Os dados foram submetidos a uma análise descritiva e a uma análise sequencial
(retardos ou transições), possibilitando esta última verificar a probabilidade de existência de
relações de excitação ou inibição significativas entre as diferentes categorias do instrumento de
observação, assim como a força de coesão existente entre a conduta critério e as objecto.
A análise dos resultados permitiu estimar padrões comportamentais da Fase Ofensiva
da Selecção da Espanha, que firmam as seguintes conclusões: (1) os padrões de conduta
encontrados caracterizam-se por indicadores de ataque de curta e de longa duração e por
estilos de jogo directo e indirecto, respectivamente; (2) a eficácia ofensiva, no que concerne à
execução do remate é favorecida pela adopção de um método ofensivo “misto”, uma vez que a
Espanha privilegia, em zonas recuadas, o ataque posicional, utilizando o corredor central
através dos seus médios para uma circulação de bola segura e calma, até que o adversário se
desorganize defensivamente, acelerando nesse momento o jogo através dos corredores
laterais, utilizando habitualmente o cruzamento para criar situações de finalização; (3) a
obtenção de golo advém, com maior probabilidade, de um estilo de jogo directo e de um ataque
de curta duração, isto é, de ataque rápido ou de contra-ataque. Não obstante a Espanha
privilegiar a posse de bola durante a fase de construção do ataque, a obtenção de golo está
fortemente relacionada com um jogo em progressão longitudinal desde o SD até ao SO, e com
a preferencial utilização do passe longo em TEDA; (4) as condutas que se encontram mais
fortemente associadas à obtenção de golo são as que pressupõem um maior risco,
nomeadamente, o drible, a condução de bola e o passe longo, enquanto o remate é activado
pelo cruzamento positivo desde zonas laterais do sector ofensivo.
Palavras-Chave: FASE OFENSIVA; PADRÕES DE JOGO; METODOLOGIA OBSERVACIONAL; FUTEBOL; ORGANIZAÇÃO TÁCTICA; SELECÇÃO DE ESPANHA.
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LISTA DE ABREVIATURAS / LEGENDA
ABREVIATURA DESCRIÇÃO
FA Fase Ofensiva MJO Método de jogo ofensivo
EJ Estilo de jogo JDC Jogo desportivo colectivo TDA Transição Defesa/Ataque TAD Transição Ataque/Defesa
TEDA Transição – Estado defesa/ataque TIDA Transição – Interfase defesa/ataque
FC Formato de Campo SC Sistema de Categorias
EObs Equipa Observada Adv Adversário da equipa observada
Tj Tempo de jogo gr Guarda-redes
RPB Recuperação da Posse de Bola PB Posse de bola CJ Centro do Jogo SP Sem Pressão
P Pressão CC Conduta Critério CO Conduto Objecto FA Frequência absoluta FR Frequência relativa
LEGENDA
IEi Recuperação da posse de bola por intercepção IEd Recuperação da posse de bola por desarme
IEgr Recuperação da posse de bola por acção do guarda-redes em Fase Defensiva
IEp Recuperação da posse de bola por acção defensiva seguida de passe IIcg Inicio / reinício da Fase Ofensiva por começo/recomeço do jogo
IIi Recuperação da posse de bola por infracção do adversário às leis de jogo IIc Recuperação da posse de bola por pontapé de canto a favor
IIpb Recuperação da posse de bola por pontapé de baliza a favor IIbs Recuperação da posse de bola por bola ao solo IILL RECUPERAÇÃO DA POSSE DE BOLA POR LANÇAMENTO DE LINHA LATERAL A FAVOR
DTpcp Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque por passe curto positivo
DTpcn Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque por passe curto negativo
DTplp Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque por passe longo positivo
DTpln Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque por passe longo negativo
DTczp Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque por cruzamento positivo
DTczn Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque por cruzamento negativo
DTcd Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque por condução DTd Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque por drible (1x1)
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DTrc Desenvolvimento da Transição-Estado defesa – ataque por recepção /controle
DTdu Desenvolvimento da Transição-Estado defesa – ataque por duelo DTr Desenvolvimento da Transição-Estado defesa – ataque por remate
DTse Desenvolvimento da Transição-Estado defesa – ataque com intervenção do adversário sem êxito
DTgro Desenvolvimento da TEDA por acção do guarda-redes da equipa em fase ofensiva
DTgra Desenvolvimento da TEDA por acção do guarda-redes da equipa em fase defensiva
DPpcp Desenvolvimento da Posse de Bola por passe curto positivo DPpcn Desenvolvimento da Posse de Bola por passe curto negativo DPplp Desenvolvimento da Posse de Bola por passe longo positivo DPpln Desenvolvimento da Posse de Bola por passe longo negativo DPczp Desenvolvimento da Posse de Bola por cruzamento positivo DPczn Desenvolvimento da Posse de Bola por cruzamento negativo DPcd Desenvolvimento da posse de bola por condução
DPd Desenvolvimento da posse de bola por drible (1x1) DPrc Desenvolvimento da posse de bola por recepção /controle DPdu Desenvolvimento da posse de bola por duelo
DPr Desenvolvimento da posse de bola por remate
DPse Desenvolvimento da posse de bola com intervenção do adversário sem êxito
DPgro Desenvolvimento da posse de bola por acção do guarda-redes da equipa em fase ofensiva
DPgra Desenvolvimento da posse de bola por acção do guarda-redes da equipa em fase defensiva
DPi Desenvolvimento da posse de bola Por infracção do adversário às leis de jogo
DPc Desenvolvimento da posse de bola por pontapé de canto a favor DPpb Desenvolvimento da posse de bola por pontapé de baliza a favor DPbs Desenvolvimento da posse de bola por bola ao solo DPLL Desenvolvimento da posse de bola por lançamento de linha lateral a favor
Frf Remate fora Frd Remate dentro
Frad Remate contra adversário sem continuidade da posse de bola Fgl Remate com obtenção de golo
Fbad Perda da posse de bola por erro do portador da bola / acção do adversário (excepção para o gr)
Fgrad Perda da posse de bola por erro do portador da bola, com acção do gr adversário
Ff Lançamento para fora Fi Infracção às leis de jogo 1 Zona 1 do campograma 2 Zona 2 do campograma 3 Zona 3 do campograma 4 Zona 4 do campograma 5 Zona 5 do campograma 6 Zona 6 do campograma 7 Zona 7 do campograma 8 Zona 8 do campograma 9 Zona 9 do campograma
10 Zona 10 do campograma 11 Zona 11 do campograma 12 Zona 12 do campograma
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Pr Inferioridade numérica relativa no Centro do Jogo Pa Inferioridade numérica absoluta no Centro do Jogo Pi Igualdade numérica pressionada no Centro do Jogo
SPi Igualdade numérica não pressionada no Centro do Jogo SPr Superioridade numérica relativa no Centro do Jogo SPa Superioridade numérica absoluta no Centro do Jogo
VAD A bola encontra-se em posse do guarda-redes (zona vazia) da equipa em fase ofensiva e a zona adiantada da equipa adversária.
ATAD A bola encontra-se entre a zona atrasada da equipa em fase ofensiva e a zona adiantada da equipa adversária.
ATM A bola encontra-se entre a zona atrasada da equipa em fase ofensiva e a zona média da equipa adversária.
ATE A bola encontra-se entre a zona atrasada da equipa em fase ofensiva e a zona exterior da equipa adversária.
MAD A bola encontra-se entre a zona média da equipa em fase ofensiva e a zona adiantada da equipa adversária.
MM A bola encontra-se entre a zona média da equipa em fase ofensiva e a zona média da equipa adversária.
MAT A bola encontra-se entre a zona média da equipa em fase ofensiva e a zona atrasada da equipa adversária.
ADM A bola encontra-se entre a zona a adiantada da equipa em fase ofensiva e a zona média da equipa adversária.
ADAT A bola encontra-se entre a zona adiantada da equipa em fase ofensiva e a zona atrasada da equipa adversária.
EAT A bola encontra-se entre a zona exterior da zona adiantada da equipa em fase ofensiva e a zona atrasada da equipa adversária.
ADV A bola encontra-se entre a zona adiantada da equipa em fase ofensiva e a zona vazia da equipa adversária.
Jogador em posse de bola Jogador adversário Bola
Passe (curto ou longo) Drible
Deslocamento do colega do portador de bola Condução de bola
Remate à baliza adversária R Retardo Retardo vazio Linha atrasada da equipa em Fase Defensiva
Nota: Quando após uma conduta (retardo) apenas surge o desenho da bola e não surge a representação gráfica do jogador, como é o caso de R2 da Figura 5.14., significa que é o mesmo jogador da conduta precedente que realiza a conduta ou retardo em questão.
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Capítulo 1
INTRODUÇÃO
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1. INTRODUÇÃO 1.1. PERTINÊNCIA E ÂMBITO DO ESTUDO Em 1981, Desmond Morris conta no seu livro “A tribo do Futebol”, que de todos
os acontecimentos da história humana aquele que havia atraído maior
audiência até à data não havia sido um acontecimento político nem uma
celebração especial, mas sim um jogo de Futebol. No mesmo ano, relata
também que em 1978 mais de mil milhões de pessoas assistiram à final do
Campeonato do Mundo que opôs a Argentina à Holanda. Verifica-se, assim,
que o jogo de Futebol se converteu no entretenimento preferido e mais popular
nos cinco continentes do mundo (Castellano Paulis, 2000). Contudo, não se trata apenas de um jogo de natureza recreativa, é sobretudo
um desporto profissional, que move interesses vários (Ali, 1988), sendo a sua
importância reflectida na crescente investigação científica na área das Ciências
do Desporto (Joyce, 2002). Treinadores e investigadores vêm percebendo que
é necessário reduzir a fronteira do desconhecido, já que uma decisão errada
devido a um conhecimento superficial ou desconhecimento de conteúdo pode
significar a derrota (Oliveira, 1993) e/ou o insucesso. Neste contexto, o estudo
do jogo de Futebol, no que diz respeito à sua lógica interna e respectivos
princípios, parece ser fundamental pois estes afiguram-se como importantes
factores que implicam fortemente os planos do ensino, do treino e do controlo
da prestação dos jogadores e das equipas (Garganta & Gréhaigne, 1999). Em
suma, procura-se averiguar e entender os factores que permitem aos atletas e
equipas alcançar melhores níveis de performance (Mendes & Janeira, 1998).
O Futebol é entendido como um jogo em que a eficiência e a eficácia dos
jogadores e das equipas dependem em larga medida das competências táctico
– estratégicas que devem ser investigadas e suportadas numa
interdisciplinariedade de conhecimentos aplicáveis (Barreira, 2006). Castellano
Paulis (2000) acrescenta que a interligação entre aspectos físicos e fisiológicos
do jogador com os aspectos tácticos e estratégicos contextualizados do jogo
deve ser optimizado. Corroboramos Garganta (2002) quando refere que o
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primeiro problema que se coloca no Futebol é de natureza táctica. Assim, para
serem dadas respostas efectivas às inevitáveis situações de final aberto que
emanam do jogo, são reclamadas aos jogadores inteligência e desenvoltura
táctico-técnica, perceptiva e informacional (idem, 2002).
Jamais se pode esquecer que a essência primeira dos Jogos Desportivos
Colectivos é a disputa, entre dois grupos de pessoas (interacção), de uma série
de objectivos, suportada por um regulamento determinado. Tal como a relação
entre o indivíduo e o grupo é comandada por um duplo princípio de
cooperação-solidariedade, por um lado, e de competição-antagonismo, por
outro (Morin, 1973; cit. Silva, 2004), também o jogo de Futebol obedece a este
duplo princípio. Assim, observa-se na concepção do Futebol enquanto Jogo
Desportivo Colectivo, relações de cooperação e de oposição que medem
forças para ser conseguida a obtenção de desequilíbrios na relação
ataque/defesa do sistema inicial do jogo. Para tal, activa-se um emaranhando
de acções individuais que se devem traduzir em benefício colectivo,
desenvolvendo-se actuações criativas e de cooperação (Garganta, 2001b).
Posto isto, o Futebol acontece em contextos de grande complexidade e
imprevisibilidade. Concordamos com Barreira (2006) quando refere que o jogo
de Futebol deve ser analisado a partir de processos investigacionais rigorosos
e imparciais, e apenas vendo os seus temas abordados com critério e
consciência, poderá evoluir e atingir patamares de entendimento superiores.
Perseguindo o acima referido e objectivando-se o estudo da fase ofensiva em
Futebol, utilizando-se o modelo de organização da dinâmica proposto por
Barreira (2006), utilizar-se-á no presente trabalho a Metodologia observacional
a partir da técnica de Análise Sequencial, por se ter vindo a apresentar como
um modelo de análise pertinente e inovador, que tem ajudado a perceber
melhor as relações de condutas e de comportamentos de jogadores e equipas
nos Jogos Desportivos Colectivos e em particular no Futebol, como revelam os
trabalhos de Castellano Paulis (2000), Silva (2004), Lopes (2007), entre outros.
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A Metodologia observacional permite uma análise quali-quantitativa, não só
quantificando mas, essencialmente, qualificando o comportamento espontâneo
no contexto natural em que a(s) conduta(s) ocorre(m), conferindo sentido
probabilístico de ocorrência sequencial aos dados. Neste pressuposto, procura-
se estudar como as equipas em confronto, face a constrangimentos estruturais
como o espaço de jogo e contextuais como a interacção no Centro do Jogo
(CJ) e a Configuração Espacial de Interacção das equipas (CEI), tendem a
influir a adopção de padrões de jogo ofensivos que, assentando em
comportamentos individuais e colectivos, conseguem conduzir a uma fase
ofensiva eficaz. Pensamos que esta tarefa é fundamental pois acreditamos que
as exigências do jogo de Futebol do futuro serão ainda maiores (Mombaerts,
2000). Deste modo, é sobremaneira importante encontrar indicadores de
qualidade de jogo de alto nível que permitam sistematizar os conteúdos e
delinear metodologias adequadas aos processos de ensino e de treino do
Futebol (Barreira, 2006).
Entendendo-se uma equipa de Futebol como uma rede viva (Capra, 2002), ela
cria ou recria-se a si mesma continuamente mediante a transformação ou a
substituição dos seus componentes. Desta maneira, sofre mudanças
estruturais contínuas ao mesmo tempo que preservam os seus padrões de
organização, que se assemelham a teias. Uma equipa de Futebol deve ser um
sistema aberto capaz de se desenvolver e evoluir constantemente na direcção
da novidade, no entanto, sem nunca perder de vista o seu conjunto de
princípios de referência, que estão na base da sua existência. Porquanto, este
estudo pretende perceber indicadores de ordem no aparente caos. Ou seja,
como refere Silva (2004) descobrir um carácter de regularidade e de
probabilidade de determinadas condutas relativamente a outras, que ultrapasse
o mero conceito de sorte ou acaso, e a partir daí configurar padrões
conducturais que permitam determinar sequências da acção do jogo de Futebol
em geral e do processo ofensivo em particular.
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Manuel Ramos 6
As estatísticas das grandes competições de Futebol, tanto de selecções como
de clubes, mostram que tem havido um decréscimo significativo do número
total de golos por competição (Castellano Paulis, 2009). Esta é uma tendência
que vem sendo notada há algumas décadas e é explicada, em grande parte,
como refere Barreira (2006), pelo maior equilíbrio táctico-estratégico entre as
equipas e entre os jogadores em confronto, repercutindo-se na dificuldade de
obtenção de espaço e de tempo para poder decidir e romper com a
predominante igualdade, a principal inibidora da rota do golo e da vitória.
Cientes desta realidade, decidimos debruçar o nosso trabalho sobre a fase
ofensiva em Futebol, para tentar perceber quais os factores ofensivos que
estão inerentes ao golo e, só assim, à possibilidade de vitória. Com a procura
de máxima objectividade, assume-se a fase ofensiva como uma etapa definida
por um início, um desenvolvimento e um fim rigorosamente delimitados. Com
base no modelo de segmentação do fluxo conductural da acção de jogo de
Futebol, proposto por Castellano Paulis (2000), podemos inferir que esta fase é
composta por três etapas: (1) início da posse de bola; (2) desenvolvimento da
posse de bola; (3) final da posse de bola. Porém, pretendemos ainda
acrescentar a este modelo, as noções de transição. Jones et al. (2004)
sustenta que as tendências evolutivas do nível de rendimento internacional
revelam que os processos de transição decidem frequentemente as partidas.
Assim, trazemos para este estudo os conceitos de Transição-Estado
defesa/ataque e de Transição-Interfase defesa/ataque, propostos por Barreira
(2006), no sentido de ser possível construir um modelo que permita estudar a
fase ofensiva do jogo de Futebol em toda a sua abrangência.
Para a presente investigação seleccionaram-se como amostra cinco jogos da
Selecção nacional de Futebol de Espanha no Campeonato da Europa de 2008
(n=5), actual campeã Europeia. Pretende-se, assim, indagar sobre os factores
ofensivos que parecem conduzir a uma organização e dinâmica em termos do
fluxo acontecimental possivelmente capaz de originar resultados muito
positivos.
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1.2. ESTRUTURA DO TRABALHO Como refere Barreira (2006: 9), “uma dissertação de carácter académico e
científico exige, desde logo, um método que a conduza à coerência dos seus
componentes”. Desta forma, organizar-se-á o presente trabalho em nove
capítulos para lhe atribuir pressupostos organizativos que induzam um
processo coerente e congruente, que convirja num produto final com qualidade:
O primeiro capítulo – Introdução – reflecte o “quadro de fundamentações
e de operações” (idem, 2006: 9) em que se baseia todo o estudo. Trata-
se de indagar o estado actual do conhecimento do tema em estudo, bem
como em que pressupostos metodológicos assenta a resolução do
problema delineado, assim como a concretização dos objectivos
propostos.
No capítulo dois efectuar-se-á a Revisão da Literatura, onde, através do
conhecimento declarado de vários autores, se enquadra
conceptualmente o estudo. Visto este pressupor a utilização de um
instrumento ad hoc, no nosso caso, já construído (Barreira, em
preparação), o presente capítulo constituir-se-á como uma base de
sustentabilidade de conhecimentos e de apoio aos procedimentos
metodológicos.
No terceiro capítulo é tornado claro o Problema do estudo, os Objectivos
propostos, bem como as Hipóteses formuladas para o mesmo.
O quarto ponto deste trabalho trata da Metodologia, sendo apresentados
com pormenor os aspectos basilares para a compreensão da
metodologia observacional e da técnica de análise sequencial,
direccionando-os para o nosso estudo. Ponto importante deste capitulo é
a proposta conceptometodológica da fase ofensiva para esta
investigação, assim como o instrumento ad hoc utilizado para a
observação e registo das sequencias comportamentais. Como no estudo
de Barreira (2006), são ainda aflorados os procedimentos de observação
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Manuel Ramos 8
e de registo e, por fim, as características do processamento dos dados
inerentes à técnica de análise sequencial.
Segue-se o quinto capítulo - Análise e Discussão dos resultados -, que
assume especial destaque numa investigação deste carácter, pois são
aqui analisados os outputs alcançados pelos processos de recolha,
observação, registo e análise dos dados da amostra. Utilizar-se-á, para
a análise, a técnica descritiva, embora se dê primazia à análise
sequencial através do software SDIS-GSEQ de Bakeman & Quera
(1996; actualizado em http://www.ub.e/comporta/sg.htm)
As conclusões constituem-se como o sexto capítulo, sendo neste ponto
sintetizada a análise dos resultados, de forma a dar resposta ao
problema, objectivos e hipóteses formuladas no capítulo três.
As Considerações Finais, sétimo capítulo, assume-se como o lugar
privilegiado para se relacionar o jogo de Futebol com os resultados
obtidos, existindo lugar para uma reflexão, interpretação e expressão
mais livres e concorrentes com a realidade. Assim, presume-se maior
atenção à aplicabilidade dos resultados nos processos de ensino e de
treino, para que exista o transfere da teoria para a prática.
O oitavo capítulo presume a divulgação de ideias para investigações
com carácter convergente com o aumento do conhecimento com
qualidade - Sugestões para futuros estudos -. Este ponto é de todo
pertinente uma vez que a quantidade de dados extraída pelo software de
registo, através das suas possibilidades, permitiu o surgimento de ideias
ao longo do processo de elaboração do trabalho
Por fim, no capítulo nove surgem as Referências Bibliográficas, as quais
constituem a base teórica em que se sustenta a realização do presente
estudo.
Capítulo 2
REVISÃO DA LITERATURA
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2. REVISÃO DA LITERATURA Uma característica essencial dos desportos de equipa é a constante situação
de inter-relação entre as condutas de colaboração que se estabelecem entre os
elementos da mesma equipa para conseguir os seus objectivos, e as condutas
de oposição que se desenrolam para evitar que a equipa contrária alcance os
seus (Alcalde, 2000).
O jogo de Futebol, enquanto Jogo Desportivo Colectivo (JDC), caracteriza-se
por uma simultânea e permanente relação de forças que, a cada momento,
induz uma dinâmica relacional colectiva que suscita aos jogadores a realização
de julgamentos e a tomada de decisões (Barreira, 2006). Conclui-se,
facilmente, que se trata de um desporto cuja complexidade radica
fundamentalmente na existência de múltiplas fontes de incerteza, que têm
origem tanto nos dez companheiros do portador da bola, como nos onze
adversários. Estes assumem-se como os verdadeiros actores (Oliveira, 2001),
que continuamente recebem informação e elaboram respostas em função da
situação, o que significa que existe uma contínua comunicação em toda e
qualquer situação de jogo (Cervera & Malavés, 2001).
É comum afirmar-se que o rendimento competitivo no jogo de Futebol é
multidimensional por serem vários os factores que concorrem para a sua
efectivação (Garganta et al., 2002). Aliás, parece-nos que qualquer conceito
táctico individual ou colectivo só pode ser concretizado através de um bom
suporte técnico, físico e mental. Assim, a permanente interacção das várias
dimensões do rendimento (energético - funcional, antropométrica,
psicológica/social, técnica, táctica, entre outras), com o acaso1 (Garganta &
Cunha e Silva, 2000) e com variáveis caóticas2 (Werner, 1995) parecem
fundamentar a construção do jogo (processo) e do sequente produto.
1 O Acaso é designado por «sorte» quando nos é favorável e por «azar» quando nos é desfavorável (Eigen & Winkler, 1989; cit. Garganta e Cunha e Silva, 2000). 2 Variáveis Caóticas são as circunstâncias através das quais se pode atingir o objectivo (golo) de forma não planificada, casual ou imprevisível (Werner, 1995).
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Caracterizando-se o jogo de Futebol por habilidades abertas e de regulação
externa, que lhe conferem características incertas, variáveis e imprevisíveis
(Contreras & Pino Ortega, 2000), um comportamento competitivo adequado
requer do jogador uma perfeita visão e percepção tácticas. Corroboramos
Faina et al. (1987), citado por Silva (2004), quando refere que os jogos de
equipa são modalidades onde a componente orgânico-funcional é complexa e
sempre dependente da componente táctico-técnica. O enfoque táctico parece
então ser o que mais se aproxima de uma abordagem conceptometodológica,
estruturada e estruturante do jogo (Garganta, 1997; Gréhaigne, 2001), sendo
esta faceta, enquanto dimensão unificadora, que dá sentido e lógica a todas as
outras (Queiroz, 1983, 1986; Teodorescu, 1984; Castelo, 1994, 1996;
Garganta, 1997; Gréhaigne, 2001; Mombaerts, 2000; Guilherme Oliveira,
2004), condicionando a prestação dos jogadores e das equipas de Futebol.
Contudo, muita da investigação realizada no Futebol foi, e continua a ser,
orientada para a descrição e explicação de aspectos relacionados com
parâmetros de ordem física e fisiológica, menorizando-se, por outro lado,
aspectos relativos à acção de jogo em geral e à táctica em particular (Silva,
2004). Segundo Garganta et al. (2002), este facto pode dever-se à dificuldade
que o seu estudo envolve do ponto de vista científico. Não obstante, os
investigadores têm procurado melhorar e ampliar o conhecimento,
multiplicando as linhas de investigação que, utilizando processos
metodológicos divergentes, tentam compreender a lógica que governa o jogo
de Futebol (Barreira, 2006).
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Manuel Ramos 13
2.1. ENFOQUE TÁCTICO DO JOGO DE FUTEBOL O entendimento da noção de táctica tem sido debatido sobre diferentes
perspectivas. De entre as várias, descobre-se que a táctica decorre de
objectivos: imediatos da acção de jogo quando tomados isoladamente; de
médio e longo prazo quando referentes à vitória na competição. Exprime-se por
comportamentos observáveis, formadores e constituintes do fluxo de jogo,
desenvolvidos por um saber fazer individual alicerçado e/ou construtor de um
saber fazer colectivo, que pressupõe informação e conhecimento dos
jogadores que cooperam e se opõem.
A táctica apresenta uma “dimensão espaço – temporal de realização, traduzida
quer pela sua subordinação à estratégia, quer pela delimitação ou
constrangimentos espaço – temporais da acção de jogo” (Letzelter, 1978;
Zerhouni, 1980; LaRose, 1992; Duricek, 1985; Moreno, 1993; Mercier & Cross,
s.d.; cit. Garganta & Oliveira, 1996: 15), sendo também observáveis os níveis
de relação intra-equipa, onde coexistem a táctica individual, de grupo e
colectiva (Zech, 1977; Zerhouni, 1980; cit. Garganta & Oliveira, 1996). Os
mesmos autores (1996) reforçam que o desenvolvimento de comportamentos
tácticos é condicionado por diversos constrangimentos, como são os de
carácter psíquico, condicional e de perícia motora.
Castelo (1994) acrescenta que táctica não significa apenas uma organização
em função do espaço de jogo e das missões específicas dos jogadores.
Pressupõem a existência de uma concepção unitária, através da qual é
permitida a existência de uma linguagem comum essencial para se comunicar
numa equipa. Para que isso aconteça, deverá existir uma base de acção
idêntica assente em princípios operacionais, para que, ante situações idênticas,
os jogadores assumam decisões convergentes e complementares, que
permitem unificar pautas comportamentais, capazes de por meio de uma acção
final integrada, operarem de forma vantajosa relativamente à oposição
efectuada (Barreira, 2006).
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2.1.1. Táctica individual e Táctica colectiva: convergência para um saber táctico colectivo O jogador, entendido como o conteúdo e agente da táctica, deve tentar,
individualmente mas em proveito do colectivo, percepcionar a situação
envolvente e relacioná-la com a própria actividade, orientando as suas acções
no campo de jogo (idem, 2006). É através da potenciação da actuação dos
jogadores no seio de uma equipa, em interacção com a adversária, que são
permanentemente construídas a diversidade e a singularidade do fluxo
acontecimental do jogo (Júlio & Araújo, 2005), tendo como objectivo que o seu
desenvolvimento possa confluir na marcação de golos na baliza adversária e
no seu evitamento relativamente à própria baliza (Castelo, 1996). Romão
(2002) conclui que é imprescindível que cada jogador, dentro da equipa, tenha
relação com todos os outros elementos, e conheça o papel que os outros
desempenham, para que a sua própria função possua um sentido e uma
ordem, assumindo-se este pressuposto no conceito de “outro generalizado”
proposto por Sánchez Bañuelos (2000), que significa numa equipa as relações
entre o indivíduo e o seu grupo, em prol de um projecto colectivo.
Defende-se, por conseguinte, que a forma mais eficaz de atingir os objectivos
do jogo de Futebol passa pela optimização de um saber táctico colectivo,
entendido como o conjunto de conhecimentos existentes nos jogadores que
permitem que estes se orientem prioritariamente para certas sequências de
acção em detrimento de outras (Araújo, 1998). Isto é, em função da situação de
jogo, devem ser utilizados pelo jogador comportamentos adequados que se
identifiquem com a linguagem comum do colectivo, evidenciando uma intenção
táctica anteriormente estabelecida (idem, 1998). Deduz-se, assim, que um
saber táctico colectivo só pode existir quando nos elementos da mesma equipa
se denota uma táctica individual consolidada, conceito definido por Teodorescu
(1984) como todas as acções individuais que um jogador realiza para resolver
eficazmente as situações de jogo.
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Manuel Ramos 15
Sustenta-se que são os jogadores quem concretiza a organização racional do
jogo, sendo que qualidade desta organização é traduzida pelas interacções por
eles produzidas no momento da aplicação da táctica. Enquadra-se aqui a teoria
desenvolvida pelos psicólogos alemães Max Wertheimer, Wolfgang Köhler e
Kurt Koffka nos princípios do século XX, que aponta ao todo como mais do que
a simples soma de suas partes. Deduz-se, portanto, que “cada jogador deve
ser um estratego capacitado para integrar as suas soluções tácticas individuais
no projecto colectivo e vice-versa” (Garganta & Oliveira, 1996: 20), sendo o elo
de ligação entre os jogadores – interacção - o responsável pela “mais qualquer
coisa que a totalidade dos elementos” (Pinto, 1996: 54) responsável pela
maximização do rendimento. Em suma, a dominante táctica que o jogo de
Futebol envereda faz emergir a interacção como o eixo da sua dinâmica,
derivando daqui a ideia de padrão(ões) de jogo colectivo(s) observável(eis) e
identificável(eis) no terreno de jogo a partir de comportamentos individualmente
colectivos.
O jogo de Futebol assume então diversas cambiantes, que actualmente são
estudadas numa multiplicidade de perspectivas. Não obstante, vários autores
(Garganta & Gréhaigne, 1999; Garganta & Cunha e Silva, 2000; Gréhaigne,
2001; Guilherme Oliveira, 2004; Júlio & Araújo, 2005; Garganta, 2005) têm
destacado a importância de se perspectivar este jogo enquanto sistema
complexo, na medida em que tal faculta uma mais ajustada identificação com a
essência do fenómeno.
2.1.2. Multi-análises do fluxo de jogo de Futebol A ciência evolui com a observação (Anguera, 1989). O crescimento da
performance no desporto nos últimos 50 anos, tanto nos desportos individuais
como nos Jogos Desportivos Colectivos (JDC) é disso indicativo (Kuhn, 2005).
A análise de jogo, entendida como o estudo do jogo a partir da observação da
actividade dos jogadores e das equipas (Garganta, 1997), é considerada uma
das ferramentas que mais e melhor proporciona o acesso à informação
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Manuel Ramos 16
importante acerca do confronto desportivo (Garganta, 2001a). Por conseguinte,
o Futebol parece ter beneficiado com o seu crescimento, instrumento
progressivamente mais objectivo, capaz de extrair dados relevantes do jogo e
de transformá-los em informação clara que retorne ao seu habitat natural: o
terreno de jogo.
Existem na literatura diversas denominações para o estudo do jogo,
destacando-se a observação do jogo (game observation), a análise do jogo
(match analysis) e a análise notacional (notational analysis) (idem, 2001a). No
entanto, segundo o mesmo autor (1997), a expressão mais utilizada na
literatura é análise do jogo, considerando-se que engloba diferentes fases do
processo, nomeadamente a observação dos acontecimentos, a notação dos
dados e a sua interpretação (Hughes, 1996).
De acordo com vários autores, trata-se de uma ferramenta capaz de fornecer
informações importantes sobre o jogo (conforme o Quadro 2.1.), permitindo,
lato senso: (1) aumentar o conhecimento acerca do jogo de Futebol; (2)
entender as relações e características de factores ofensivos e defensivos,
mostrando índices relacionados com a eficácia desportiva; (3) auxiliar na
elaboração de planos de treino (Janeira, 1998; Garganta, 2001a). Garganta
(2001a) acrescenta que a análise de jogo é um ramo importante no Quadro da
investigação científica aplicada aos jogos desportivos, que para além de ser
utilizada para avaliar padrões de jogo e performances das equipas e dos
jogadores, tem-se constituído, cada vez mais, como uma forma de
aproximação entre a ciência e o Futebol.
Quadro 2.1. – Resumo das vantagens da Análise de Jogo (adapt. Silva, 2006)
Moutinho (1991)
(1) Identificar e compreender os princípios estruturais do jogo, os critérios de eficácia de rendimento individual e colectivo, e a adequação dos modelos de preparação;
Oliveira (1993) (1) Rentabilizar o processo de treino e as competições; (2) Aprofundar o conhecimento do jogo;
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McGarry & Franks (1994)
(1)Analisar e inferir tendências ou padrões de jogo; (2)Realizar uma avaliação imparcial da performance desportiva e focar a atenção do treinador nos indicadores chave do comportamento desportivo;
Bacconi & Marella (1995)
(1) Treinador – descobrir os erros técnico-tácticos condicionantes da prestação da sua própria equipa para tentar corrigi-los; determinar o nível técnico-táctico do adversário e as suas debilidades; (2) Jogador – observar objectivamente a própria prestação sob as directrizes orientadoras do treinador;
O’Donoghue & Ingram (1998)
(1) Monitorizar a evolução dos jogadores; (2) Direccionar a atenção do treinador para os aspectos chave;
Hughes & Churchill (2005)
(1) Identificar os pontos fortes e as fraquezas da sua própria equipa e do adversário;
McGarry & Franks (1995b)
(1) Obter informações sobre o processo de treino e a partir daí tomar decisões;
Sampaio (1999)
(1) Aceder ao conhecimento da organização do jogo e aos factores que concorrem para o sucesso desportivo; (2) Planificar e organizar o treino, tornando os seus conteúdos mais objectivos e específicos; (3) Regular a aprendizagem, o treino e a competição;
Garganta (2001)
(1) Configurar modelos de actividade dos jogadores e das equipas; (2) Identificar os traços da actividade cuja presença ou ausência se correlaciona com a eficácia de processos e a obtenção de resultados positivos; (3) Promover o desenvolvimento de métodos de treino que garantam uma maior especificidade; (4) Indiciar tendências evolutivas das diferentes modalidades desportivas;
Caixinha (2004)
(1) Avaliação e conhecimentos das variáveis estruturais e funcionais do rendimento em Futebol;
Pacheco (2005)
(1) Aprofundar conhecimentos acerca do desenvolvimento do jogo;
Sousa (2005) (1) Meio de evolução do processo de treino e das competições e de aprofundamento do conhecimento relativo ao jogo.
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Manuel Ramos 18
Actualmente surgem diversas perspectivas conceptuais que procuram coligir e
confrontar dados relativos aos comportamentos expressos no jogo. Pretende-
se, em última análise, a tipificação das acções que se associam à eficácia dos
jogadores e das equipas que, como refere Garganta (2001a), apontam três vias
preferenciais de estudo: (1) uma que consiste em reunir e caracterizar blocos
quantitativos de dados; (2) outra mais centrada na dimensão qualitativa dos
comportamentos, e na qual o aspecto quantitativo funciona como suporte à
caracterização das acções, de acordo com a efectividade destas no jogo; (3)
uma terceira, voltada para a modelação do jogo, a partir da observação de
variáveis técnicas e tácticas e da análise da sua co-variação.
Neste sentido, é comummente aceite que a investigação tem recorrido quer a
métodos quantitativos de análise quer a procedimentos qualitativos (Hughes et
al., 2001; Yiannakos & Armatas, 2006). A este respeito, Leitão (2001) identifica
e caracteriza os primeiros procedimentos como uma análise de forma
descontextualizada, verificando apenas a questão dos números quantificados e
relacionando-os com as acções técnicas realizadas, a partir de ferramentas
estatísticas visando demonstrar os níveis de eficiência dos jogadores; e os
segundos como uma análise qualitativa, que a partir dos mesmos dados
quantitativos analisados estatisticamente, permitem uma descrição mais
detalhada das acções do jogo, levando em consideração as acções
adversárias e a evolução dessas acções ao longo do jogo, sendo possível a
obtenção, por parte daquele que usufrui de tais descrições, de uma visão mais
clara do jogo e da participação mais ou menos relevante dos jogadores.
Compreende-se, deste modo, que alguns estudos apresentam uma orientação
descritiva cujos resultados se fundamentam na análise de frequências e/ou de
percentagens dos acontecimentos registados, como são o caso de resultados
relacionados com a frequência de posse de bola e zona onde se inicia, passes
realizados na fase ofensiva que termina em golo, contactos com a bola que o
jogador que remata realiza previamente a essa acção, com que uma equipa
chega à área adversária, remates realizados à baliza adversária, com que são
utilizados certos tipos de ataques rápidos e indirectos, entre outros (Castellano
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Manuel Ramos 19
Paulis & Hernández Mendo, 2002a). Depreende-se que as conclusões
decorrentes dos resultados provenientes de estudos quantitativos, centrados
nas acções técnicas individuais, são incipientes, levando os analistas a
questionar a pouca relevância contextual dos dados recolhidos e a duvidar da
sua pertinência e utilidade (Garganta, 2001a). Verifica-se também a existência
de trabalhos direccionados para a utilização de metodologias baseadas em
instrumentos ou testes estandardizados e em questionários ou entrevistas,
métodos que parecem ser pouco efectivos no acrescento de conhecimento
objectivo à dimensão conductural e interactiva do jogo. Estes tendem a revelar
no seu conteúdo o que os estudados pensam e/ou fazem na sua actividade,
retirando-se ilações qualitativas de carácter pouco objectivo, não incidindo nas
condutas que o jogo em competição pode evidenciar (Barreira, 2006).
2.1.3. Análise do jogo a partir da respectiva organização táctica: a busca de padrões Uma das tendências actuais prende-se com o estudo do jogo a partir da
dinâmica da sua organização, através da análise das acções e, sobretudo, das
interacções, tácticas que se processam no decurso das relações de
cooperação e oposição dos jogadores e das equipas (Garganta, 2005). Neste
sentido, a atenção volta-se para as competências comportamentais de carácter
individual e/ou colectivo do jogo (Caldeira, 2001).
De facto, cada vez mais se procura investigar o comportamento e o
desempenho de jogadores e equipas através da respectiva dinâmica de
confronto, projectando-as numa perspectiva interaccional. Pretende-se, assim,
indagar sobre a detecção de padrões de jogo a partir das acções de jogo mais
representativas ou críticas, com o intuito de perceber os factores que induzem
perturbação ou desequilíbrio no balanço ataque/defesa. Neste sentido, procura-
se detectar e interpretar a permanência e/ou ausência de traços
comportamentais na variabilidade de acções de jogo (McGarry & Franks,
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Manuel Ramos 20
1996), denominados por Castellano Paulis & Hérnandez Mendo (2002a) e Silva
(2004) como padrão de conduta.
Silva (2004) refere que este conceito assenta no carácter de regularidade e de
probabilidade de ocorrência de certas condutas3 relativamente a outras, pelo
que deve ser assumido quando ocorre um ordenado e lógico contíguo de
comportamentos que configuram padrões ou “cenários”. Por sua vez,
Castellano Paulis & Hérnandez Mendo (2002a) sustentam que por padrão de
conduta se entende o conjunto de condutas que se repetem com elevada
frequência, portanto não devidas ao acaso.
A construção de modelos de explicação causal da acção motriz que provêm do
fluxo do jogo vem sendo realizada através da utilização da Metodologia
observacional, através das técnicas de análise sequencial e de coordenadas
polares (Castellano Paulis, 2000). Esta metodologia é actualmente considerada
como reforço dos sistemas de análise conhecidos no Futebol, proporcionando
aos treinadores, jogadores e investigadores, um acréscimo de informação
sobre condutas de jogo, tendo presente princípios específicos que explicam as
acções táctico-técnicas e/ou táctico-estratégicas (Silva, 2004). Reúne
características que permitem o estudo científico do comportamento humano em
contexto natural (Anguera et al., 2000), que são válidas para os JDC, e em
concreto para o Futebol (Anguera, 2004). Assim, esta opção metodológica
permite o registo de condutas lúdicas em contexto natural, respeita a
espontaneidade do comportamento do desportista em competição/treino, e
possibilita o seguimento diacrónico ao longo de um período de tempo
prolongado (Lago & Anguera, 2002).
Assim, parece ser premente a procura da compreensão do “enredo do jogo,
isto é, do respectivo fluxo histórico, mais do que do comportamento pontual e
avulso dos seus actores” (Garganta, 2005: 181). O mesmo autor (2005) refere
3 Neste estudo, Conduta significa todo o comportamento que um jogador realiza no seu contexto natural (jogo de Futebol), que seja perceptível e que esteja incluído no catálogo de condutas inerente ao instrumento Formato de Campo – Sistema de Categorias (Barreira, 2006).
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Manuel Ramos 21
que a descoberta dos processos que emanam das interacções dos
comportamentos, condensadas na dinâmica auto – organizacional das equipas,
evidencia maior relevância para o conhecimento do fluxo conductural do jogo
do que o produto per se.
Em suma, torna-se fundamental promover a detecção de padrões de conduta
com maiores probabilidades de ocorrência do que as dependentes do acaso,
considerando as diferentes categorias desenhadas para representar o fluxo do
jogo (Castellano Paulis & Hernández Mendo, 2002a), bem como da
emergência de certas condutas em função da ocorrência de outras (Hérnandez
Mendo et al., 2000).
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Manuel Ramos 22
2.2. LÓGICA(S) PARA UM ENTENDIMENTO DO JOGO DE FUTEBOL O jogo de Futebol, visto como macrosistema (Gréhaigne, 2001), envolve
subsistemas ou níveis de organização (de equipa; de confronto colectivo e de
confronto individual), que originam comportamentos tácticos observáveis na
dinâmica acontecimental do jogo. Trata-se de um sistema dinâmico em que as
equipas operam segundo distintos padrões de acção que evidenciam uma
variabilidade interindividual.
Para o entendimento deste macrosistema - jogo de Futebol -, deve procurar-se
uma operacionalização com base na sua modelação4, no sentido de permitir
uma análise do fenómeno que se pretende investigar sem que lhe seja retirada
a ligação ao todo. Ou seja, devem utilizar-se modelos parciais que “procurem
reproduzir as estruturas funcionais representativas dos factores, do nível e da
dinâmica dos processos complexos passíveis de influenciar o rendimento”
(Queiroz, 1983: 66), sem que lhe sejam retiradas as interacções que lhe
conferem a essência, ou seja, o “sentido e sentimento” (Guilherme Oliveira,
2004: 122). É assim inevitável o surgimento de distintas concepções e
modelações do jogo, que reúnem diferentes terminologias, tentando efectuar,
de um modo coerente e fundamentado, a simplificação da complexidade que o
jogo de Futebol comporta.
A maioria dos autores privilegia um modelo de organização dualista (Castelo,
2004). De uma forma irreversível um jogador num jogo apresenta dois
comportamentos opostos consoante os elementos com que se relaciona: é
solidário para com os seus colegas, e rival para com todos os elementos da
equipa adversária (Lopes, 2007). Nesta relação adversa o jogo desenvolve-se
segundo um quadro de luta permanente pela posse de bola, que consubstancia
duas fases fundamentais do jogo: o ataque (fase ofensiva), que é determinado
pela posse de bola, e a defesa (fase defensiva), que corresponde à procura da
sua posse. 4 Por Modelação entende-se “o processo através do qual se procura correlacionar o treino com as exigências e especificidades sugeridas pelo jogo e competição: o grau de significação de tal correlação fundamenta o processo de optimização do treino, isto é, no treino quanto maior for o grau de correspondência entre os modelos utilizados e o jogo melhores e mais eficazes serão os seus efeitos” (Queiroz, 1986: 65).
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Manuel Ramos 23
Bayer (1994), diferencia claramente que ter posse de bola por parte de uma
equipa implica atacar, e não ter a posse implica defender. A partir desta
diferenciação o autor formula os princípios gerais de ataque e os princípios
gerais de defesa, como mostra a Figura 2.1..
Figura 2.1. - Comportamento estratégico dos jogadores (Adaptado Bayer, 1994)
Neste sentido, da posse ou não da bola, Castellano Paulis (2000) propõe o
conceito de segmentação do fluxo conductural da acção de jogo de Futebol
que contempla diferentes partes (conforme figura 2.2.): (1) início da posse de
bola; (2) desenvolvimento da posse de bola; (3) final da posse de bola; (4)
desenvolvimento da não posse de bola; (5) final da não posse de bola.
Figura 2.2. – Diagrama da segmentação do fluxo conductural do jogo de Futebol (Adaptado Castellano Paulis, 2000)
A minha Equipa tem a bola
A minha Equipa não tem a bola
ATAQUE
DEFESA
Princípios do Ataque (1) Conservar a bola (2) Progressão dos jogadores e da
bola até à baliza (3) Marcar golo na baliza adversária
Princípios da Defesa (1) Recuperar a bola (2) Impedir a progressão da bola e
dos jogadores até à baliza (3) Proteger baliza e campo próprio
Início da Posse de Bola
Início da Não Posse de Bola
Desenvolvimento da Posse de Bola
Desenvolvimento da Não Posse de Bola
Final da Posse de Bola
Início da Não Posse de Bola
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Como refere Silva (2004), das seis situações indicadas, quatro sobrepõem-se,
já que o início de uma posse de bola implica a finalização de uma não posse de
bola para a mesma equipa, assim como o final de uma posse de bola implica
necessariamente o início de uma não posse de bola.
Contudo, concordamos com Castelo (1996) e com Ardá Suárez (1998) quando
referem que os jogadores que não intervêm directamente na fase defensiva
devem preparar mentalmente o ataque, enquanto que os que não se implicam
directamente no ataque têm a obrigação de pensar defensivamente, fazendo
prevalecer uma harmoniosa convergência de atitudes e comportamentos
táctico-estratégicos na prestação colectiva. Assume-se que numa mesma
equipa os jogadores deverão conseguir evidenciar, em todas as fases do jogo,
uma permanente cumplicidade operacional por meio da produção de um jogo
de atitudes e sinergias comuns (Barreira, 2006), o que só será possível através
de um saber táctico colectivo, tornando a equipa mais ou menos ofensiva ou
mais ou menos defensiva (Silva, 2004).
Assim, este entendimento faz convergir que a totalidade de uma fase se
encontra na totalidade da outra (Castelo, 1996; Ardá Suaréz, 1998), fazendo-se
o transfere para um Modelo Unitário da organização da dinâmica do jogo de
Futebol, como mostra a Figura 2.3.. Este modelo, lato senso, pressupõe que os
jogadores devem estar permanentemente predispostos para responder com
eficiência à necessidade de defender e de atacar, devendo colaborar ao
máximo em ambas as funções de acordo com a situação de jogo (quer a sua
equipa possua ou não a bola) (Barreira, 2006).
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Manuel Ramos 25
Figura 2.3. – Modelo Unitário da organização do jogo de Futebol (Adaptado Cervera & Malavés, 2001)
Uma outra perspectiva pretende mapear o jogo de Futebol a partir de
momentos, em detrimento de fases. Pressupõe que os jogadores, tanto
individual como colectivamente, procuram atingir o objectivo do jogo através de
quatro momentos (Louis Van Gaal, in Kormelink e Seeverens, 1997; Mourinho,
1999; Guilherme Oliveira, 2004; Vélasquez, 2005): (1) o momento de
organização ofensiva, considerado o conjunto de comportamentos que a
equipa assume quando adquire a posse de bola, com o objectivo de preparar e
criar situações ofensivas, de forma a marcar golo; (2) o momento de transição
ataque/defesa, como os comportamentos que se devem assumir nos segundos
após perda de posse de bola, estando ambas as equipas desorganizadas; (3) o
momento de organização defensiva, que visa contrariar o primeiro momento,
isto é, quando não existe a posse de bola, organizar-se de forma a impedir que
a equipa adversária se prepare, crie situações de golo e marque golo; e (4) o
momento de transição defesa/ataque, que se caracteriza pelos
comportamentos que se devem ter nos segundos imediatos ao recuperar-se a
posse de bola.
Barreira, em 2006, apresenta um modelo de entendimento da dinâmica do jogo
de Futebol baseado em duas fases, propondo também os conceitos de
A minha Equipa tem a bola
A minha Equipa não tem a bola
ATAQUE + DEFESA
DEFESA + ATAQUE
Transição para o modelo unitário ATAQUE + DEFESA
A MINHA EQUIPA PARTICIPA ATAQUE + DEFESA
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Transição-Estado e Transição-Interfase como definidores e identificadores do
tipo de Transição ofensiva e defensiva (conforme a Figura 2.4.). Contrariando
os pressupostos do modelo anteriormente enunciado, refere que a natureza do
jogo de Futebol, enquanto desenvolvido em contexto caótico, imprevisível,
aleatório e variável, não deve ser observado à luz de uma sequenciação
cronológica. Assim, o fluxo acontecimental do jogo deve ser visto quanto à
forma de utilização do espaço e do tempo e na realização das tarefas, em
permanente relação com a equipa adversária (Garganta, 1997; Pino Ortega,
2001). Imbuídos neste modelo encontram-se ainda os denominados
fragmentos constantes de jogo, mais comummente designados de lances de
bola parada, que Mombaerts (2000) expõe como fase estática do jogo.
Figura 2.4. – Modelo da dinâmica comportamental da organização do jogo de Futebol (Retirado de Barreira, 2006: 67).
O presente modelo referencia dois tipos de transição defesa/ataque e
ataque/defesa: como Interfase e Estado, conforme a recuperação ou a perda
da posse de bola aconteça, ou não, de modo directo5. Assim, segundo Barreira
5 A Recuperação da Posse de Bola de modo directo pressupõe a manutenção da fase dinâmica do jogo, ou seja, a bola tem de ser recuperada, permanecendo dentro do espaço de jogo regulamentar e não sendo cometidas infracções às leis do jogo (contra ou a favor). Não podem, deste modo, ocorrer condutas indutoras da fase estática de jogo (Barreira, 2006).
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(2006), a “Transição” é considerada como um Estado quando a recuperação ou
a perda da posse de bola acontece de modo directo, enquanto quando ocorre
de forma indirecta, é entendida como Transição–Interfase. No caso de se
verificar a existência de uma Transição-Estado, poderá acontecer o
desenvolvimento da posse de bola ou o desenvolvimento da não posse de
bola, mas também poderá não se verificar condutas no fluxo de jogo que
informem nesse sentido. Ou seja, poderá acontecer uma Fase ofensiva ou uma
Fase defensiva em transição6. Nas restantes situações de jogo, continua a
acontecer uma transição, representando agora uma Interfase, que traduz o
instante de mudança de posse de bola entre as equipas e, por conseguinte, da
passagem da fase ofensiva para defensiva ou vice-versa. Assim, atribui-se a
esta transição a designação de Transição-Interfase. Imediatamente a seguir a
este instante dá-se o desenvolvimento da posse ou da não posse de bola.
Na presente investigação, basear-nos-emos neste modelo para estudar a Fase
Ofensiva do jogo de Futebol, que se inicia quando a equipa recupera a posse
de bola até a perder, incluindo-se aqui o final da fase ofensiva com a obtenção
de golo.
6 Por Fase Ofensiva ou Fase Defensiva em Transição entende-se o processo que decorre desde a recuperação/perda da posse de bola até à final dessa mesma posse/não posse, não tendo lugar condutas inerentes ao critério de desenvolvimento da posse/não posse de bola. São somente observadas condutas de Transição-Estado defesa/ataque ou Transição-Estado ataque/defesa (idem, 2006).
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2.3. FASE OFENSIVA Com base em estudos da fase ofensiva em Futebol, verifica-se a utilização de
um conjunto de variáveis relativas à acção dos jogadores e das equipas que se
afiguram importantes para a sua compreensão.
Para Hughes (1990) e Garganta et al. (2002), a zona de recuperação da posse
de bola pode influenciar a eficácia de uma equipa. Castelo (1996), num estudo
que realizou dos cinco jogos das finais do Campeonato do Mundo e da Europa
entre 1982 e 1990, concluiu o mesmo, verificando que quanto mais próximo da
baliza adversária fosse conquistada a posse de bola, mais eficácia tinham as
acções ofensivas subsequentes.
Garganta, Marques & Maia (2002), num estudo efectuado sobre o processo
ofensivo em equipas de alto rendimento, concluíram que: (1) a variabilidade
das acções ofensivas é um factor associado à eficácia das equipas e a uma
maior variabilidade corresponde uma maior eficácia; (2) as variações de
corredor, de tipo de passe e de ritmo de jogo são indicadores associados à
eficácia ofensiva das equipas; (3) uma acção de jogo aparentemente simples,
como um passe longo, pode induzir desequilíbrio no balanço ataque-defesa e
provocar rupturas no sistema defensivo do adversário; (4) o baixo tempo de
realização do ataque não se verificou um factor associado a uma superior
eficácia ofensiva das equipas; e (5) um baixo tempo de realização do ataque, e
uma elevada velocidade de transmissão da bola não são variáveis
necessariamente associadas à eficácia ofensiva das equipas. Wrzos (1984),
Mombaerts (1991), Bezerra (1995) e Reina et al. (1997), entre outros, referem
que as possibilidades de finalizar com êxito são maiores quanto mais perto da
baliza se encontram os jogadores da equipa em posse de bola.
Estudos realizados por Mombaerts (1991), Castelo (1994), Garganta (1997),
Mendes (2002) e Ribeiro (2003), relatam que as equipas utilizam
predominantemente o passe curto-médio e dirigido para a frente e para os
lados no desenvolvimento das sequências ofensivas. Mombaerts (1998) conclui
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Manuel Ramos 29
que a duração da fase ofensiva se caracteriza pela sua brevidade. Verlinden et
al. (2005) constataram também a importância deste aspecto, pois os ataques
rápidos constituem as acções de ataque mais perigosas. As jogadas que
terminam em golo não ultrapassam os 2-4 passes.
Inferimos que sendo o Futebol um jogo de “colaboração versus oposição”, é
impreterível associar a natureza das interacções ofensivas (princípios
ofensivos), com procedimentos defensivos da equipa opositora (princípios
defensivos) e relacioná-los com constrangimentos de ordem espacial e
temporal que de alguma forma dão um cariz particular à natureza e
características da interacção entre as equipas (Silva, 2004). Ou seja, a
organização das equipas pode ser configurada a partir do modo como os
jogadores estruturam o espaço do jogo, gerem o tempo e realizam as tarefas,
sempre em relação com a equipa adversária, considerando-se a interacção
destas dimensões ao longo das diferentes fases do jogo como a indutora da
sua dinâmica (Lopes, 2007).
2.3.1. Macroestruturas indutoras da dinâmica acontecimental do jogo de Futebol 2.3.1.1. Espaço O espaço de jogo pode ser perspectivado numa dupla dimensão que, de
acordo com Tissié (1971), citado por Pino Ortega (1997), corresponde a dois
subespaços: as zonas fixas e as zonas variáveis.
As primeiras pressupõem que o terreno onde se desenvolve o jogo de Futebol
seja um espaço rectangular com um comprimento variável entre 90 e 120
metros e uma largura entre 45 e 90 metros. Para além das marcações físicas, o
campo de jogo é também perspectivado através de linhas e zonas virtuais
(imaginárias), que orientam os comportamentos dos jogadores e das equipas.
São estas últimas que permitem mapear o campo (conforme a Figura 2.5.),
obtendo-se uma configuração com três corredores e três sectores. De acordo
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Manuel Ramos 30
com Garganta (1997), os corredores de jogo catalogam-se por esquerdo,
central e direito, estabelecidos pelas linhas laterais e duas linhas longitudinais
que unem as pequenas áreas das balizas. Como sectores de jogo tem-se os
defensivo, médio e ofensivo, delimitados por duas linhas transversais que
subdividem em partes iguais as duas metades do terreno de jogo. O sector
médio é subdividido em dois sectores pela linha visível denominada linha de
meio-campo, nos sectores médio-defensivo e médio-ofensivo (idem, 1997).
Figura 2.5. – Espacialização do terreno de jogo: corredores e sectores (Adaptado Quina, 2001)
Existe, deste modo, uma dimensão física caracterizada por um espaço formal,
estável e estandardizado (Garganta & Pinto, 1994; Garganta, 1997; Pino
Ortega, 1997), que é delimitado pelo regulamento de jogo. Por outro lado, é
neste espaço que outros subespaços se criam e transformam, à medida que a
comunicação e a contra-comunicação evoluem (Velásquez, 2005), o que
reflecte a natureza do Futebol, enquanto jogo de invasão.
Falar-se de espaço de jogo impõe, desde logo, um vínculo à interacção
(Castellano Paulis, 2000), pelo que um comportamento positivo parece também
orientar-se em função do comportamento do adversário, sendo este um
parâmetro relevante da acção (idem, 2000). Parece ser nesta dimensão de
espaço - subespaço de zona variável - que assenta a dinâmica do jogo de
Futebol. Como refere Comucci (1983: 49) “… todas as sagacidades técnicas e
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Manuel Ramos 31
tácticas são focalizadas neste elemento – o espaço”. Assim, esta dimensão
permite e ajuda os jogadores a responder aos imperativos do jogo fazendo com
que respeitem nas diferentes fases (ataque e defesa) os respectivos princípios
de jogo (Garganta, 2002), e por outro lado, a estabelecer uma correlação e/ou
coerência entre a denominada lógica interna do jogo e a lógica didáctica de
intervenção no treino (Teodorescu, 1984).
Toda a acção de jogo deve possibilitar a concretização dos objectivos, que na
equipa em posse de bola passam pela criação, ocupação e exploração dos
espaços livres, enquanto que na equipa sem posse de bola, passam por tentar
restringir e vigiar os espaços vitais do jogo (Guia et al., 2004). Compreende-se
aqui que na estrutura do jogo existem zonas significativas ou espaços vitais,
que são permanentemente alteradas no que concerne à sua relevância para o
fluxo acontecimental do jogo – o espaço configuracional. Assim, se num
instante um determinado espaço é considerado vital, isto é, significativo para a
concretização do objectivo do jogo ou, pelo menos, de uma etapa que possa
conduzir a tal concretização, no instante seguinte, derivado da(s) acção(ões)
do(s) jogador(es), essa mesma zona pode tornar-se menos significativa. Por
conseguinte, cada jogador encontra-se confrontado por espaços dinâmicos
funcionalmente ligados entre si, que assumem diferentes configurações em
função da evolução e desenvolvimento do jogo (Castelo, 1996). Deste modo,
as equipas devem criar linhas de força que permitam fazer o jogo evoluir no
sentido mais favorável para a concretização dos próprios objectivos, evitando
em simultâneo que o adversário se aproxime da concretização dos seus.
Em suma, as equipas e respectivos jogadores tendem a utilizar o espaço de
jogo (físico, configuracional e informacional) de forma a assegurar que as
disposições básicas dos jogadores dentro da equipa estabeleçam linhas de
força unitárias e homogéneas, que constituem o Quadro referencial da rede de
comunicação da equipa, ou de intercepção das ligações do adversário
(Castelo, 1996), objectivando sempre que o espaço possa ser utilizado e,
simultaneamente, controlado (Comucci, 1983).
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Manuel Ramos 32
2.3.1.2. Tempo O factor tempo parece funcionar como agente limitador, impondo fortes
constrangimentos à utilização do espaço e realização de tarefas, e sobretudo à
sua interacção, na medida em que os jogadores não podem parar para pensar,
devendo tomar decisões fortemente pressionados (Thomas & Thomas, 1994).
De acordo com Bacconi & Marella (1995), dada a premente necessidade de
reagir/responder a estímulos em função da pressão temporal imposta pelo
jogo, requer-se que o jogador consiga interpretar as situações no mais curto
espaço de tempo possível, sem contudo descurar a qualidade das suas
acções. Quanto mais tempo tiverem os jogadores para percepcionar, analisar e
executar as suas acções táctico-técnicas, menor será o risco de cometerem
erros, decidindo-se assim pela solução mais apropriada ao contexto táctico
(Castelo, 1994).
Desta forma, o desenvolvimento das acções de jogo compreende uma
temporalidade que permite configurar aspectos relacionados com a forma de
jogar das equipas (Miller, 1996), estando indiscutivelmente associado à
quantidade e à qualidade desse mesmo fenómeno.
2.3.1.3. Tarefa A dimensão tarefa representa a acção ou acções desempenhadas pelos
jogadores nas diferentes fases do jogo, em função dos constrangimentos de
espaço e tempo que se lhes deparam (Garganta,1997). Segundo Castelo
(1996), a concretização dos objectivos pré-estabelecidos consubstanciam a
necessidade do estabelecimento de um estatuto e de uma função táctica
específica, as quais definem o sentido e os limites da participação de cada
jogador na resolução das variadíssimas situações que o jogo em si encerra.
Assim, segundo Garganta (1997), a actividade dos jogadores organiza-se em
função de escolhas tácticas e de formas de execução, que giram em torno de
quatro factores fundamentais: (1) portador da bola; (2) companheiro do
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Manuel Ramos 33
portador da bola; (3) adversário do portador da bola; (4) adversário do jogador
atacante colega do portador da bola.
Como refere Castelo (1994), logo que a bola entra em movimento, efectuam-se
com uma certa liberdade, de sector para sector e de corredor para corredor,
movimentos compensatórios, em que a ocupação é a cada instante adaptada
consoante as situações momentâneas de jogo, onde se procuram assegurar as
respostas tácticas especificas – imediatas e prementes, à consecução dos
objectivos da equipa.
2.3.2. A Interacção nos Contextos de Jogo Da interacção das três macroestruturas referidas emerge uma característica
fundamental do jogo de Futebol, que configura a finalidade para a qual
convergem todas as fases do jogo, isto é, a organização colectiva. Neste
contexto, há que considerar as facetas “cooperação” “oposição. A primeira
constrói-se a partir das acções resultantes da pretendida optimização de
comportamentos colectivos (Barreira, 2006); da segunda resulta a natureza
invasiva do jogo de Futebol.
No presente estudo, utilizou-se como contextos de interacção o Centro do Jogo
(CJ) e a Configuração Espacial de Interacção (CEI) (Castellano Paulis, 2000).
2.3.2.1. Centro do Jogo Muitos são os investigadores que no jogo de Futebol consideram o factor
número ou, mais precisamente, a superioridade numérica, como um dos
elementos determinantes para se alcançar a vitória. Contudo, o número de
jogadores neste jogo está regulamentado pelas leis do jogo: onze para cada
equipa. Por isso, e na impossibilidade de se atingir uma superioridade
numérica permanente (excepto em casos excepcionais – expulsões, lesões,
etc.), importa às equipas tentarem assegurar uma superioridade relativa em
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Manuel Ramos 34
cada situação momentânea de jogo, graças a uma judiciosa utilização dos
jogadores e do espaço.
Neste estudo, define-se Centro do Jogo como a zona onde a bola se
movimenta num determinado instante (Castelo, 1996), isto é, através do
contexto de cooperação e de oposição dos jogadores influentes no jogo.
Entende-se por este conceito, o(s) jogador(es) que pode(m) participar de modo
directo na continuidade da acção em curso (Gréhaigne, 2001), na zona do
campo onde se encontra o portador da bola.
Neste contexto, a superioridade numérica refere-se à maioria que é conseguida
momentaneamente no Centro do Jogo e nas zonas circundantes. Nestes
espaços, de acordo com a generalidade dos autores, é fulcral procurar-se
sempre: (1) recusar a inferioridade numérica, (2) evitar a igualdade numérica,
(3) criar a superioridade numérica (Castelo, 1994). Aliás, estes três aspectos
foram já elevados à categoria de princípios gerais do jogo de futebol, visto as
equipas que sistematicamente conseguirem criar superioridade numérica nas
sucessivas situações de jogo têm maiores probabilidades de alcançar o
objectivo do jogo. Ou seja, a equipa que mais situações de jogo ganhar,
maiores probabilidades tem de vencer o jogo (Quina, 2001).
Tendo por base o número, a zona e a possível participação dos jogadores da
equipa em fase ofensiva, e o número, a zona, e a possível participação dos
jogadores adversários na zona do campo em que se encontra o portador de
bola, distinguem-se duas categorias da equipa observada em processo
ofensivo: (1) sem pressão; (2) com pressão (Barreira, 2006). O conceito de
Pressão encontra-se directamente relacionado com factores táctico –
estratégicos inerentes ao contexto de cooperação e oposição dos subsistemas
ou níveis de organização «equipa»; «confronto parcial» e «confronto
individual», que transformam a cada momento o fluxo acontecimental do jogo
(Gréhaigne, 2001), sendo fundamental compreender qual a influência do
contexto de interacção no Centro do Jogo no fluxo acontecimental do jogo.
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Manuel Ramos 35
Na tentativa de se objectivar e operacionalizar este conceito, poder-se-ia
utilizar um critério métrico, ou seja, que no instante pretendido fosse
identificada uma circunferência de um raio determinado, delimitando-se os
elementos dispostos no interior desse circulo como estando no Centro do Jogo,
e os restantes como estando fora do mesmo (Barreira, 2006). No entanto, o
mesmo autor (2006) alerta para os problemas que podem advir deste método:
1. Num instante do jogo, um jogador apesar de estar mais afastado
(metricamente) do portador da bola do que outro, pode ter uma maior
possibilidade de intervenção na situação de jogo do que o segundo,
fazendo mais sentido que aquele seja incluído no Centro do Jogo.
2. Na observação das situações de jogo, o instrumento utilizado para
concretizar a imagem das mesmas permite aumentar ou diminuir o campo
de visão e, por conseguinte, faz variar a distância com que percepcionamos
a situação de jogo, o que pode induzir erros de análise.
Desta forma, sugere-se a capacidade de intervenção e a função dos jogadores
na situação momentâneo do jogo, como critérios definidores de Centro do
Jogo, uma vez que o contexto de interacção é modificado quando o Centro do
Jogo também se altera. Cria-se de imediato uma nova situação de
confrontação, tanto no Centro do Jogo como em todo o espaço mais afastado
da bola, visando sempre a estabilidade da própria organização colectiva e a
desorganização da estrutura adversária.
2.3.2.2. Configuração Espacial de Interacção Castellano Paulis (2000) alerta para a importância da interacção da equipa
observada com a adversária para a investigação do jogo de Futebol. De acordo
com Silva (2004), só nestas condições é possível oferecer o mesmo nível de
informação relativamente à contextualização da interacção com a equipa
adversária (Silva, 2004). Neste sentido, Castellano Paulis (2000) define
contextos de interacção como sendo a configuração espacial momentânea
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Manuel Ramos 36
gerada pelas duas equipas no confronto. Na base deste conceito encontram-se
o de espaço de jogo efectivo (E.J.E.) e de Configuração espacial da equipa
(C.E.E.), que são fundamentais para o seu entendimento (idem, 2000). São
noções dadas pela disposição espaço-temporal das equipas em relação à bola,
conferindo-lhe um carácter estruturante e contextualizado do jogo, pelo que as
equipas devem dispor-se em função da sua posição e também do momento do
jogo, ou das possibilidades estratégicas que a posse ou não da bola permite
(Silva, 2004).
O contexto de interacção é definido pelo conceito de Configuração espacial de
interacção (C.E.I.), que recorrendo à técnica de Análise Sequencial, permitirá:
1) conhecer a dinâmica que ditas configurações sofrem no decorrer do
confronto; 2) transcrever os contextos de interacção que emanam do confronto
entre as equipas; 3) perceber como estes estados surgem, se sucedem, se
transformam e evoluem ao longo do jogo (Castellano Paulis, 2000).
É na clarificação da noção de Configuração espacial de interacção das equipas
(C.E.I.), que surge o de espaço de jogo efectivo (E.J.E.) (conforme a Figura
2.6.), que é considerado como a superfície que abarca a disposição de todos
os jogadores de uma equipa, tendo em conta aqueles que se encontram nas
partes mais exteriores do seu conjunto, não incluindo o guarda-redes. Para
melhor delimitar a ampla superfície da Configuração espacial para ser utilizada
no âmbito da observação surgiu a necessidade de decompor o espaço de jogo
efectivo da equipa, que compõe a sua Configuração espacial, em diferentes
partes ou zonas: E.J.E. Atrasado (AT); E.J.E. Médio (M); E.J.E. Adiantado
(AD); E.J.E. Exterior (E) e E.J.E. vazio (V).
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Manuel Ramos 37
Figura 2.7. – Representação do espaço de jogo efectivo e das cinco partes ou zonas que o compõe, num determinado instante (Adaptado Silva, 2004)
O espaço de jogo efectivo é um espaço em constante alteração uma vez aos
jogadores, em função do jogo, são requeridas constantes adaptações e
readaptações. De acordo com Silva (2004), é importante salientar que:
1. Estas zonas não guardam qualquer relação directa com os sistemas
de jogo;
2. Não levam em conta o número de jogadores que possam encontrar-
se em cada uma delas;
3. Apesar de muitas vezes a zona atrasada, média, adiantada e externa
coincidir em determinados momentos do jogo com os conceitos de
zona defensiva, zona de médios, zona de avançados e zona de
extremos respectivamente, estes conceitos não são equivalentes.
Castellano Paulis (2000) eleva o conceito de interacção ao parâmetro mais
relevante da acção de jogo em Futebol. Bruggemann & Albrecht (2000) referem
que o bom comportamento de uma equipa parece orientar-se no
comportamento do adversário, pelo que a observação e a previsão das
intenções contrárias facilitam tanto o jogo de ataque como o de defesa.
V M ADAT
EESPAÇO DE JOGO
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Manuel Ramos 38
De acordo com Silva (2004), a posição da bola na Configuração espacial de
interacção das equipas em confronto, parece fornecer informação importante
sobre as possibilidades que uma ou outra equipa pode ter, tanto para iniciar
como para finalizar as suas acções, quer as ofensivas quer as defensivas.
Pode também sugerir a perigosidade de certos contextos de interacção, a
relação de determinados contextos de interacção com as recuperações de
bola, a obtenção de golo, entre outros. Neste conceito, a posição da bola passa
a ser considerada tendo em conta a Configuração espacial das duas equipas
em confronto, não nos cingindo apenas à sua posição em relação ao lugar que
ocupa na Configuração espacial da equipa observada. Assim, no presente
estudo relevamos a interacção entre as equipas como parâmetro fulcral,
utilizando-se a Configuração espacial da equipa (C.E.E.) ou espaço de jogo
efectivo (E.J.E.) de ambas as equipas em confronto para atingir o conceito de
Configuração espacial de interacção (C.E.I).
2.3.3. Métodos de Jogo Ofensivos (MJO) / Estilos de Jogo (EJ) Entende-se por método de jogo ofensivo, a forma geral de organização das
acções dos jogadores na fase ofensiva, com o propósito de concretizar um
conjunto de princípios implícitos no modelo de jogo da equipa, que pretendem
garantir a racionalização do processo ofensivo, desde a recuperação da bola
até à progressão / finalização e/ou à manutenção de posse de bola
(Teodorescu, 1984; Castelo, 1994, 1996; Garganta, 1997).
Compreendem um conjunto coordenado de princípios colectivos e acções
técnicas individuais, que têm por objectivo a organização racional do ataque e
da defesa, a passagem rápida de situação defensiva à situação ofensiva e
vice-versa (Garganta, 1997). Representam a forma geral das acções de jogo e
expressam-se através do modo como os jogadores/equipa: (1) ocupam o
terreno de jogo e nele se movimentam; (2) gerem o tempo de jogo, impondo o
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Manuel Ramos 39
ritmo ou adaptando-se ao adversário; (3) coordenam as tarefas nas acções
individuais, de grupo e colectivas.
Segundo Castelo (2004), os métodos de jogo ofensivo visam uma coordenação
eficaz das acções dos jogadores que constituem a equipa, por forma a criar as
condições mais favoráveis para concretizar os objectivos do ataque, em
consonância com os objectivos do jogo – o golo. Assim, os pressupostos
essenciais de qualquer método de jogo ofensivo são: (1) o equilíbrio ofensivo;
(2) a velocidade de transição das atitudes e comportamentos táctico-técnicos
individuais e colectivos da fase defensiva para a fase ofensiva, assim como o
centro do jogo; (3) o relançamento do processo ofensivo; (4) os deslocamentos
ofensivos em largura e em profundidade; e (5) a circulação táctica.
Posto isto, são comummente referidos na literatura três métodos de jogo
ofensivo, conforme o Quadro 2.2.:
Contra-ataque;
Ataque rápido;
Ataque posicional.
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Manuel Ramos 40
Quadro 2.2. – Resumo das características de cada Método de Jogo Ofensivo, segundo vários autores e agrupadas em função das Macroestruturas Espaço, Tempo e Tarefa (Adaptado Morgado, 1999: 26)
ATAQUE DE CURTA DURAÇÃO ATAQUE DE LONGA DURAÇÃO
MET. MACRO. CONTRA-ATAQUE ATAQUE RÁPIDO ATAQUE POSICIONAL
ESPA
ÇO
(1) Velocidade elevada de deslocamento dos jogadores
(2) Velocidade elevada de transmissão da bola
(3) Pouco tempo de ataque
(1) Grande velocidade de transmissão da bola
(2) Passagem rápida ao terreno de jogo da equipa adversária (3) Pouco tempo de ataque (4) Tempo de realização do ataque não ultrapassa, em
regra, os 18 segundos
(1) Criação constante de condições mais favoráveis, de tempo, de espaço, e número, para uma
simples, eficaz e segura resposta táctica, em função dos
constrangimentos do jogo (2) Tempo elevado de realização do
ataque (superior a 18 segundos)
TEM
PO (4) Passes longos,
preferencialmente em profundidade
(5) Realizado a partir do meio-campo defensivo
(5) Equipa adversária equilibrada defensivamente
(6) Circulação de bola realizada em profundidade
(preferencialmente) e em largura(7) Bola conquistada no meio campo defensivo ou ofensivo
(3) Bola conquistada no meio campo defensivo ou ofensivo
(4) A circulação da bola é realizada mais em largura do que em
profundidade (5) Organização que evidencia um
bloco homogéneo e compacto (6) Procura permanente de uma ocupação racional do espaço de
jogo
TAR
EFA
(6) Grande velocidade de
deslocamento dos jogadores (7) Baixa organização defensiva adversária (8) Desmarcações de
ruptura (9) Número reduzido de
passes (10) Passes longos em
profundidade (11)Poucos jogadores a intervirem na bola e no
ataque (12) Rápida transição de
atitudes e comportamentos defesa – ataque
(13) Simplicidade (14) Superioridade numérica
ou vantagem posicional perto da baliza adversária (15) Transição rápida da
bola da zona de recuperação à zona de
finalização
(8) 7 é o número máximo de
passes realizados (9) Desmarcações de ruptura (10) Elevada velocidade de circulação dos jogadores (11) Equipa adversária
eficientemente organizada no seu método defensivo
(12) Número reduzido dos passes
(13) Passes rápidos, curtos e longos alternados
(14) Ritmo de jogo elevado (elevada velocidade de circulação de bola e dos
jogadores) (15) Preparação mais demorada
e laboriosa da fase de finalização que o contra-ataque
(16) Grande velocidade de deslocamento dos jogadores, sobretudo em profundidade
(7) Adversário apresenta-se defensivamente equilibrado
(8) Acções de cobertura ofensiva, sobretudo pelos jogadores que
intervêm directamente sobre a bola (9) Aplicação de métodos
defensivos pressionantes de forma a recuperar a posse de bola longe da sua própria baliza e diminuir a
profundidade do processo ofensivo adversário e retirar-lhe parte da
iniciativa, quando este se encontra de posse de bola
(10) Constante equilíbrio da organização do MJO
(11) Intervêm mais de 6 jogadores sobre a bola
(12) Passes curtos e desmarcações de apoio
(13) Preferível acções a mais do que acções que possam provocar a
perda da posse de bola extemporaneamente
(14) Realiza acima de 7 passes (15) Segurança nas
atitudes/comportamentos individuais e colectivos nas situações de
construção do processo ofensivo (16) Utilização de acções técnico
tácticas de compensação e permutação
(17) Utilização de um grande número de jogadores e de acções técnico tácticas para concretizar os
objectivos do ataque (18) Menor velocidade de circulação
da bola e dos jogadores (19) Ritmo de jogo lento
relativamente aos outros 2 métodos.
Capítulo 3
PROBLEMA, OBJECTIVOS E HIPÓTESES
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Manuel Ramos 43
3. PROBLEMA, OBJECTIVOS E HIPÓTESES
3.1. PROBLEMA O objecto do presente estudo é, na sua essência, o jogo de Futebol. Tendo
presente a variabilidade e a complexidade inerentes à sua lógica específica e,
sabendo ser demasiado a análise do jogo na sua totalidade sob pena de se
perder o essencial na superficialidade, optou-se por direccionar o estudo para a
fase ofensiva do jogo de Futebol.
O recurso à Metodologia Observacional permite identificar sequências e/ou
padrões conducturais provenientes de variáveis que decorrem da dinâmica das
partidas, nomeadamente no que se refere à utilização de diferentes Métodos
de Jogo. Tal pode ser conseguido através do recurso à técnica de análise
sequencial, isto é, uma técnica capaz de detectar –a partir de um sistema de
observação ad hoc - a existência de padrões de conduta ou configurações
estáveis do comportamento.
Para tal, e desenrolando-se o jogo em contextos imprevisíveis, aleatórios e
variáveis, deve definir-se cuidadosamente o problema, os objectivos e as
respectivas hipóteses, assim como os meios e os métodos em que se baseará
a investigação. É, então, nossa pretensão encontrar resultados capazes de
produzir respostas para o seguinte problema:
– Quais os padrões de conduta ofensivos que, com maior
probabilidade, configuram Métodos/Estilos de Jogo da Selecção
Nacional de Futebol da Espanha, que conduziram à sua eficácia
ofensiva no Euro 2008? –
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Manuel Ramos 44
3.2. OBJECTIVOS Os objectivos que são colocados para esta investigação possuem uma relação
directa com as condutas e comportamentos que emanam da dinâmica de
funcionamento de jogadores e da equipa relativamente ao espaço onde se
desenrola a acção de jogo (o terreno de jogo), ao objecto (a bola) utilizado
como elemento principal dessa acção, as sub-fases consideradas na fase
ofensiva (inicio, desenvolvimento e final) e aos contextos de interacção
proporcionados pelas duas equipas, tanto ao nível do Centro do Jogo como da
Configuração Espacial de Interacção. Posto isto, os objectivos são:
1. Averiguar os Métodos de Jogo Ofensivo e os Estilos de Jogo que,
com maior probabilidade, se encontram ligados à eficácia da fase
ofensiva da Selecção Nacional de Futebol de Espanha, no Euro 2008.
2. Perceber quais são as condutas comportamentais ou regulares
(acções) que se encontram fortemente associadas à eficácia da fase
ofensiva da Selecção Nacional Espanhola de Futebol, no Campeonato
da Europa de 2008.
3. Explorar um instrumento de observação e análise de jogo baseado
na Análise Sequencial – SDIS-GSEQ , através da técnica de retardos ou
de transições (Lag Method).
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Manuel Ramos 45
3.3. HIPÓTESES Sendo a hipótese, por definição, uma suposição que se faz de certas coisas e
de que se tiram consequências sujeitas a verificação, constituindo-se como
uma proposição particular compreendida sob a tese geral, os parâmetros
orientadores do nosso estudo, bem como os objectivos formulados induzem as
seguintes hipóteses:
1. Espera-se que existam padrões de conduta estáveis da fase ofensiva
da Selecção da Espanha, no Euro 2008, que induzem à sua eficácia.
Caracterizam-se por indicadores de ataque de curta ou de longa duração
(ataque rápido; contra-ataque ou ataque posicional) e por estilos de jogo
directo ou indirecto.
2. Prevê-se que os padrões de conduta da fase ofensiva da Selecção
da Espanha, no Euro 2008 que, com maior probabilidade, conduzem à
eficácia ofensiva se encontrem associados ao jogo directo e ao ataque
de curta duração (sequência curta de passes).
3. Espera-se que as condutas comportamentais ou regulares (acções)
que se encontram mais fortemente associadas à eficácia ofensiva do
jogo de Futebol, são as que pressupõem comportamentos de carácter
individual (drible e condução de bola) e um maior risco aquando da sua
execução.
Capítulo 4
METODOLOGIA
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Manuel Ramos 49
4. METODOLOGIA Depreende-se que a investigação do jogo de Futebol passa, em grande parte,
pela sua Análise através de instrumentos adequados e objectivados para
extrair do jogo dados relevantes para a sua interpretação e conhecimento.
Como referem Franks & McGarry (1996), no domínio competitivo para optimizar
os comportamentos dos jogadores e equipas é necessário observar as acções
dos jogadores, e assim, partir das informações retiradas do jogo como meio de
aceder ao conhecimento do desporto em competição. Defende-se, assim, o
estudo do jogo a partir do próprio jogo.
Desta forma, pelas características e qualidades encontradas na Metodologia
observacional, e em particular na Análise Sequencial, será esta a base do
modus operandi a utilizar neste estudo para tentar alcançar a plenitude dos
objectivos. De acordo com Castellano Paulis & Hernández Mendo (2002b), este
é um processo capaz de ultrapassar limitações verificadas em estudos cujos
resultados assentam na análise de frequências e/ou percentagens dos
acontecimentos registados. Trata-se de uma modalidade do método científico
que se processa pela delimitação do problema, recolha e registo de dados,
revelando-se particularmente pertinente quando se pretendem estudar
condutas ou episódios espontâneos ou habituais (Barreira, 2006).
Uma das suas maiores vantagens parece estar relacionada com a
possibilidade de inclusão do aspecto temporal do jogo, permitindo uma análise
contínua do fluxo de comportamentos (equipa(s), acção(ões) de jogo,
jogador(es), entre outros), dentro da sessão de observação.
Serão utilizados os passos metodológicos que alguns autores exploram nos
respectivos trabalhos produzidos neste âmbito, com particular atenção para os
de Anguera Argilaga, Castellano Paulis, António Silva e Daniel Barreira,
Destaca-se, contudo, a utilização mais próxima dos trabalhos do último autor,
nomeadamente através do instrumento ad hoc e proposta para o mapeamento
do jogo de Futebol.
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4.1. PROPOSTA CONCEPTUAL QUE SUSTENTA A METODOLOGIA DA PRESENTE INVESTIGAÇÃO
Um dos passos metodológicos que deve assumir-se quando se utiliza a
Metodologia observacional é a construção de um instrumento ad hoc, na
medida que é fundamental dar uma resposta simultânea a um marco teórico e
à especificidade do estudo (Anguera, 1991; cit. Hernández Mendo et al., 2000).
Parece ser também essencial definir o objecto de estudo à luz de um esqueleto
conceptual que possibilite balizar o objecto de estudo no seio do jogo
desportivo colectivo Futebol. Trata-se, em suma, de estabelecer um
mapeamento da dinâmica comportamental do jogo para se perseguir maior
objectividade e clareza dos dados e resultados do estudo.
Como refere Barreira (2006), as várias perspectivas de mapeamento do jogo
enunciadas no ponto 2.2. da Revisão da Literatura, de um modo geral,
divergem sobretudo em aspectos índole terminológica. Assim, importa
principalmente a significação conceptual para o estudo em questão, pelo que,
não obstante ser um requisito da Metodologia Observacional a criação de um
instrumento ad hoc, utilizar-se-á uma proposta do referido autor (2006)
(conforme Figura 4.1.) assim como o instrumento de observação (em
preparação), pois afiguram-se apropriados para o desenvolvimento da presente
investigação.
Figura 4.1. A Fase Ofensiva no modelo de organização da dinâmica do jogo de Futebol
(Adaptado Barreira, 2006: 68)
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Manuel Ramos 51
Verifica-se que a Fase Ofensiva apresenta a posse de bola como pilar ou factor
crítico para a sua identificação. Torna-se essencial definir quando a temos e
quando a perdemos, de forma eficaz ou não, ou seja, definir critérios que
permitam identificar rigorosamente quando o objecto de estudo deve ser
observado. Além deste factor, a presente proposta sugere dois tipos de
transição defesa/ataque: como Interfase e Estado, conforme a recuperação ou
a perda da posse de bola aconteça, ou não, de modo directo (ver ponto 2.2. da
Revisão da Literatura), assim como comportamentos de desenvolvimento da
Transição-Estado defesa/ataque e de desenvolvimento da posse de bola.
A Fase Ofensiva é definida e balizada a partir dos seguintes pressupostos:
INICIO DA FASE OFENSIVA: Sempre que a equipa até então não possuidora da bola a consegue recuperar,
de forma Directa ou Não-directa, passando a estar em sua posse:
- Recuperação da Posse de Bola de forma Directa dá-se quando se respeita
pelo menos uma das seguintes situações:
(1) O jogador realiza pelo menos três contactos consecutivos com a bola;
(2) O jogador executa um passe positivo (permite a manutenção da posse de
bola);
(3) O jogador realiza um remate (finalização) (Garganta, 1997);
(4) O guarda-redes contacta a bola, controlando-a (Castellano Paulis, 2000).
Uma RPB de forma directa (Transição-Estado defesa/ataque) pressupõe:
(1) Intercepção do remate ou do passe do adversário (também é
considerado intercepção, um passe errado do adversário para o espaço
vazio);
(2) Desarme, intervindo sobre a bola, a uma situação de luta directa com um
atacante adversário, que a procura conservar (Garganta, 1997).
Terão ainda de ser cumpridas as seguintes directivas:
- A bola permanece dentro do espaço de jogo regulamentar;
- Não são cometidas infracções às leis do jogo (contra ou a favor).
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Manuel Ramos 52
- Recuperação da posse de bola de forma Não-directa:
Uma equipa inicia a Fase Ofensiva de forma Não-directa (Transição-
Interfase defesa/ataque) após uma interrupção regulamentar do jogo
favorável. Isto é, depois da equipa adversária ter cometido uma infracção às
leis de jogo (por fora de jogo, falta atacante, etc.), por erro (bola para fora do
terreno de jogo após um passe errado ou um remate mal orientado, etc.) ou
por golo do adversário (golo contra). A Fase Ofensiva é iniciada com a mão
(lançamento da bola pela linha lateral) ou com o pé (pontapé de saída,
pontapé livre, pontapé de canto, etc.). Desta categoria fazem parte todos os
pontapés ou lançamentos de bola parada (Silva, 2004).
DESENVOLVIMENTO DA FASE OFENSIVA: Os comportamentos, assim como as directrizes que comandam a observação
do desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque e da posse de bola,
através da utilização do instrumento respectivo, encontram-se perfeitamente
descritos e definidos nos Quadros ilustrativos do instrumento ad hoc (ver
Quadros 4.3.; 4.4.; 4.5.; 4.6.; 4.7.; 4.8.; 4.9 e 4.10.).
FINAL DA FASE OFENSIVA: Identifica-se pela realização dos comportamentos de início da Fase Ofensiva
acima enunciados, quando referentes à equipa não observada (adversário –
equipa recuperadora da posse de bola), e ainda a concretização de golo pela
equipa observada.
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Manuel Ramos 53
4.2. DESENHO OBSERVACIONAL DA INVESTIGAÇÃO O desenho observacional opera como meio de orientação para saber que
dados são necessários obter, como os organizar e analisar. Deve reflectir, de
forma exaustiva e clara, a realidade do problema quanto à actividade a
desenvolver, ao período de tempo a considerar, ao(s) indivíduo(s) sobre o(s)
qual(ais) recairá a observação e ao contexto situacional da realidade a
observar (Anguera, 1992).
Figura 4.2. Desenhos Observacionais em quadrantes definidos (Adaptado Anguera, s/d, in Barreira, 2006). A partir do cruzamento das três dimensões propostas por Losada (1997),
nomeadamente Sujeitos, Temporal e Conductural, emanam os oito desenhos
observacionais possíveis (ver Figura 4.2.), que resultam do conhecimento
conseguido pela última década de investigação da Metodologia observacional.
Por se registarem diferentes níveis de resposta desenvolvidos por uma equipa
(n=1) durante a fase ofensiva, através de um seguimento ao longo do tempo, o
presente estudo é situado no quadrante I, tratando-se assim de um desenho
observacional do tipo seguimento / idiográfico / multidimensional: desenho
Diacrónico – S/I/M.
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Manuel Ramos 54
4.3. AMOSTRA Depois de encontrado o desenho observacional adequado à investigação,
importa delimitar as possíveis situações de observação a partir das quais serão
recolhidos os dados. Desta forma, a etapa seguinte passa por definir um
conjunto de critérios conducentes à selecção da possível amostra, uma vez
que em virtude do carácter da investigação, apenas no final da recolha de
dados é que será possível aferir a amostra real utilizada (Barreira, 2006) –
número de sequências de conduta / configurações de multieventos. Neste
sentido, é elementar tomar um conjunto de decisões que convirjam, por um
lado, na recolha de um universo de dados que circunscreva as mais variadas
situações que o jogo suscita ao nível da Fase Ofensiva, e por outro,
caracterizem a equipa observada no que respeita aos padrões de conduta
ofensivos.
4.3.1. Justificação para a selecção da amostra Desde os anos 50 são utilizados distintos níveis de análise em Futebol,
sobretudo no estudo dos Campeonatos da Europa e do Mundo, por estarem
nestes representados os melhores jogadores e treinadores, os traços
específicos do Futebol de cada cultura, o máximo empenho devida à
valorização do triunfo, a aplicação das melhores estratégias de jogo, e
decorrerem com um intervalo de tempo que permite observar evoluções
significativas (Oliveira, 2008). Castelo (1994); Castellano Paulis, (2000) e
Romão (2002) corroboram, acrescentando que os grandes acontecimentos
desportivos, onde se incluem naturalmente os Campeonatos do Mundo e da
Europa, são o espaço e o momento ideal para se poderem observar, não só as
grandes “estrelas”, mas também as novas tendências do jogo, como reflexo
principal do Futebol praticado nas diversas Ligas Profissionais da Europa e do
Mundo.
Elegeu-se, para a presente investigação, o Campeonato da Europa de 2008,
através dos jogos da equipa vencedora – Espanha –, na medida em que, como
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Manuel Ramos 55
Silva (2004: 79) refere, estas competições são acontecimentos ímpares para a
aplicação do “componente máximo dos conteúdos táctico-técnico e estratégico,
tanto a nível individual como colectivo do jogo, estabelecendo neles os pontos
de referência da modalidade desportiva”.
4.3.2. Amostra Observacional Os jogos codificados dizem respeito à totalidade dos jogados pela Selecção
Nacional da Espanha – equipa observada / unidade de observação -, com
excepção do que a opôs à Grécia por este não possuir carácter decisivo para o
resultado final na competição, perfazendo assim o total de cinco (n=5) jogos.
Estes foram convertidos em outras tantas observações, ou seja, em outras
tantas sessões de observação. Assim, conforme o Quadro 4.1., dois são
referentes à fase de grupos, um aos Quartos-de-Final, um à Meia-final e outro
à Final do EURO 2008. Destaca-se que o jogo entre a Espanha e a Itália foi
sujeito a prolongamento em virtude de terminar o tempo regulamentar com o
resultado de empate. Neste, procedeu-se apenas à observação do tempo
regulamentar, para manter os mesmos parâmetro de observação das restantes
sessões.
Quadro 4.1. – Amostra Observacional SESSÃO DE
OBSERVAÇÃO FASE DA COMPETIÇÃO
/ JORNADA JOGO RESULTADO FINAL
1 Fase de Grupos / 1ª Jornada Espanha – Rússia 4-1
2 Fase de Grupos / 2ª Jornada Suécia - Espanha 1-2
3 Quartos-de-Final Espanha – Itália 0-0
4 Meia-Final Rússia - Espanha 0-3
5 Final Alemanha - Espanha 0-1
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Manuel Ramos 56
As decisões tomadas em relação ao plano de amostra observacional tiveram
em conta o estabelecimento de dois níveis amostrais – inter-sessional e intra-
sessional – a partir do qual se tomaram uma série de decisões. O nível
amostral inter-sessional corresponde a decisões relativas ao período de
observação, à periodicidade das sessões de observação, ao número mínimo
de sessões, e aos critérios de início e de final de cada sessão. Quanto ao outro
nível – o intra-sessional -, é referente aos procedimentos de registo da
informação dentro de cada sessão de observação.
4.3.2.1. Nível da Amostra Inter-sessional O critério utilizado neste estudo para a recolha das sequências de conduta de
Fase Ofensiva vai de encontro aos estudos de Caldeira (2001), Silva (2004) e
Lopes (2007), uma vez que se opta por pré-determinar um grupo de jogos a
observar e, a partir desses, obter as sequências, independentemente do
número total que se possa obter do conjunto de jogos pré-determinados.
Tiveram-se, então, em conta as seguintes decisões:
Período de observação: Fase final do Campeonato da Europa de 2008;
Número de sessões: 5;
Critério de início e fim da sessão: tempo que vai desde o sinal dado pelo
árbitro para início e final das duas partes que compõem o jogo. Ou até
que uma das equipas fique, por qualquer razão, em inferioridade
numérica.
4.3.2.2. Nível da Amostra Intra-sessional Refere à informação registada dentro de cada sessão, e foi estabelecido a
partir das seguintes decisões (Silva, 2004: 81):
Registo da sessão: Foi somente registada a informação relevante da
sessão de acordo com os objectivos propostos para este estudo,
nomeadamente pelo que é entendido por Fase Ofensiva e
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Manuel Ramos 57
correspondentemente delimitado e definido pelos critérios do
instrumento ad hoc. Procedeu-se, exclusivamente, ao registo dos
processos ofensivos em que foi possível observar a totalidade de
condutas que os compõem. Foram eliminadas todas as sequências em
que, por uma ou outra razão, não foi perceptível o registo de alguma
conduta.
Amostra de multieventos: Registaram-se as condutas que são tomadas
como de acordo com o pretendido dentro de cada sessão de
observação. Deste registo, resultará uma lista de configurações (unidade
básica no registo de formatos de campo), e que consiste no
encadeamento de códigos correspondentes a condutas simultâneas ou
concorrentes (Barreira, 2006).
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4.4. INSTRUMENTO DE OBSERVAÇÃO: COMBINAÇÃO FORMATO DE CAMPO E SISTEMA DE CATEGORIAS
A literatura refere como necessário para uma investigação baseada na
Metodologia observacional a construção de um instrumento ad hoc, no sentido
de ser possível dar uma resposta simultânea a um marco teórico e à
especificidade do estudo (Anguera, 1991; cit. Hernández Mendo et al., 2000).
Contudo, neste estudo, além da proposta do mapeamento do jogo de Futebol
de Barreira (2006), utilizar-se-á também o instrumento de observação do
mesmo autor (em preparação), pois este afigura-se perfeitamente ajustado ao
desenvolvimento da investigação.
Existem, como instrumentos básicos da Metodologia observacional, o sistema
de categorias (SC) e o formato de campo (FC). Partindo do conhecimento das
qualidades e limitações destas ferramentas, conforme o Quadro 4.2., optou-se
por elaborar uma combinação entre ambos, seguindo a linha dos trabalhos
desenvolvidos por Castellano Paulis (2000); Hernández Mendo et al. (2000);
Caldeira (2001); Silva (2004); Amaral (2004); Barreira (2006), entre outros, nos
quais a Metodologia observacional é aplicada em contextos desportivos.
Quadro 4.2. Comparação de instrumentos da metodologia observacional: SC e FC
INSTRUMENTOS DA METODOLOGIA OBSERVACIONAL CRITÉRIOS
SISTEMA DE CATEGORIAS (SC) FORMATO DE CAMPO (FC) VANTAGEM
PARA:
ESTRUTURA Sistema fechado Sistema aberto FC RELAÇÃO COM TEORIA Marco teórico imprescindível Marco teórico recomendável SC
DIMENSIONALIDADE Unidimensional Multidimensional FC CODIFICAÇÃO De código único De código múltiplo FC FLEXIBILIDADE Sistema rígido Sistema auto regulável FC
(Adaptado Anguera, 2003, in Barreira, 2006: 88)
Visto ser indispensável um grau óptimo de concordância do instrumento criado
com o problema do estudo, pois este factor vai determinar a forma como o
investigador contempla o problema e, posteriormente, toma decisões sobre o
mesmo (Barreira, 2006), foi realizada a combinação dos dois instrumentos de
registo sistemático enunciados: Formato de Campo e Sistema de Categorias.
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Manuel Ramos 59
O instrumento de observação é assim formado por sete critérios vertebradores,
para os quais se estabeleceu um sistema de categorias exaustivo e
mutuamente exclusivo (E/ME) para três dos critérios e aberto para os restantes
quatro, de modo a que todos os comportamentos fossem susceptíveis de
registo e que a cada um deles apenas correspondesse uma só categoria. Os
sete critérios que delimitam a observação dos padrões de jogo da Fase
Ofensiva do presente estudo são os seguintes:
Critério 1: Início da Fase Ofensiva (...);
Critério 2: Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (...);
Critério 3: Desenvolvimento da Posse de Bola (...);
Critério 4: Final da Fase Ofensiva (...);
Critério 5: Espacialização do terreno de jogo (E/ME);
Critério 6: Centro do Jogo (E/ME);
Critério 7: Configuração Espacial de Interacção das equipas (E/ME).
4.4.1. Instrumento de Observação Como foi já referido, o desenho observacional deste estudo, relativamente às
dimensões sujeito, tempo e fluxo conductural, é de seguimento/sequencial,
idiográfico e multidimensional (S/I/M). Assim, a situação observacional deste
estudo esta configurada pelas seguintes dimensões:
1. Dimensão Sujeito: Processa-se a observação de uma equipa a que
chamamos Equipa Observada (EObs), pelo que apesar da necessária e
contínua interacção com a equipa adversária (EAdv.), a Equipa
Observada assume-se como a unidade de observação.
2. Dimensão temporal: Mantém-se a unidade de observação de forma
continuada no tempo, pelo que se trata de uma observação de carácter
de seguimento ou sequencial.
3. Dimensão conductural: é composta por condutas distintas, pelo que se
trata de uma observação sequencial heterocontigente.
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Manuel Ramos 60
Analisar-se-ão os comportamentos tácticos em situação de competição,
utilizando-se uma observação activa (problema está definido); não participante
(observador actua de forma neutra); e directa pois exige-se uma transcrição do
real, mediante uma observação em tempo real e, em simultâneo, indirecta, pois
são utilizados meios audiovisuais (DVD).
Através do instrumento ad hoc FC-SC, tem-se por objectivo indagar sobre a
incidência, sobre a frequência (número de ocorrências de determinada
categoria ou código de formatos de campo durante um período de tempo
previamente fixado), sobre a sequência / ordem e acerca dos valores em que
se manifestam as variáveis escolhidas para o estudo (Silva, 2004: 61).
4.4.2. Combinação Formato de Campo e Sistema de Categorias “Padrões de jogo da Fase Ofensiva em Futebol”
Através da utilização do instrumento ad hoc de Barreira (em preparação), será
permitida a elaboração de configurações em que é possível o encadeamento
de códigos que representam exactamente o fluxo acontecimental decorrido em
contexto real. Assim, caso o mesmo fluxo seja descrito textualmente ou
codificado numa Configuração, a informação retirada de ambas as técnicas de
registo deve evidenciar exactamente a mesma realidade (idem, 2006).
O Sistema de Categorias parte da análise ou dedução das possibilidades de
actuação de cada jogador na fase ofensiva do jogo, inserido num contexto de
cooperação (sua equipa) e noutro de oposição (equipa adversária), atendendo
a aspectos relativos à “localização espacial das condutas motoras no terreno
de jogo, à movimentação da bola no mesmo, e à relação dos contextos de
interacção” Silva (2004: 62), entre os jogadores das duas equipas no centro do
jogo (ver Quadros 4.3.; 4.4.; 4.5.; 4.6.; 4.7.; 4.8.; 4.9 e 4.10.).
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Quadro 4.3. - Critério 1 do Formato de Campo: Início da Fase Ofensiva (I) (Barreira, em preparação) CRITÉRIO 1 DE FORMATO DE CAMPO INÍCIO DA FASE OFENSIVA (TEDA/TIDA) – I
DEFINIÇÃO OPERACIONAL: Considera-se o Início da Fase Ofensiva (IFO) sempre que a equipa até então não possuidora da bola a consegue recuperar, de forma Directa ou Não-directa, passando a estar em sua posse: RECUPERAÇÃO DA POSSE DE BOLA (RPB) DE FORMA DIRECTA: Uma equipa tem a Posse de Bola quando se respeita pelo menos uma das seguintes situações: (1) O jogador realiza pelo menos três contactos consecutivos com a bola; (2) O jogador executa um passe positivo (permite a manutenção da posse de bola); (3) O jogador realiza um remate (finalização)” (Garganta, 1997); (4) O guarda-redes contacta a bola, controlando-a (Castellano Paulis, 2000).
Uma RPB de forma directa (Transição-Estado defesa/ataque) pressupõe: (1) Intercepção do remate ou do passe do adversário (também é considerado intercepção, um passe errado do adversário para o espaço vazio); (2) Desarme, intervindo sobre a bola, a uma situação de luta directa com um atacante adversário, que a procura conservar (Garganta, 1997). Terão ainda de ser cumpridas as seguintes directivas: - A bola permanece dentro do espaço de jogo regulamentar; - Não são cometidas infracções às leis do jogo (contra ou a favor).
RECUPERAÇÃO DA POSSE DE BOLA DE FORMA NÃO-DIRECTA: Uma equipa inicia a Fase Ofensiva de forma Não-directa (Transição-Interfase defesa/ataque) após uma interrupção regulamentar do jogo favorável. Isto é, depois da equipa adversária ter cometido uma infracção às leis de jogo (por fora de jogo, falta atacante, etc.), por erro (bola para fora do terreno de jogo após um passe errado ou um remate mal orientado, etc.) ou por golo do adversário (golo contra). A Fase Ofensiva é iniciada com a mão (lançamento da bola pela linha lateral) ou com o pé (pontapé de saída, pontapé livre, pontapé de canto, etc.). Desta categoria fazem parte todos os pontapés ou lançamentos de bola parada (Silva, 2004).
São propostas quatro categorias para o início da TEDA e seis categorias para o início da TIDA
CATÁLOGO CÓDIGO DESCRIÇÃO TRANSIÇÃO – ESTADO DEFESA/ATAQUE (IE)
RECUPERAÇÃO DA POSSE DE BOLA POR INTERCEPÇÃO
IEi
A TEDA inicia-se através da intercepção de um passe ou remate do adversário, sem que exista interrupção do jogo. É também intercepção quando o adversário efectua um passe errado para o espaço vazio.
RECUPERAÇÃO DA POSSE DE BOLA POR DESARME
IEd
A TEDA inicia-se através de desarme, intervindo sobre a bola a uma situação de luta directa com um atacante adversário, que a procura conservar, sem que exista interrupção do jogo.
RECUPERAÇÃO DA POSSE DE BOLA POR ACÇÃO DO GUARDA-
REDES EM FASE DEFENSIVA IEgr
A TEDA inicia-se através da conquista da posse de bola por acção do gr (como por exemplo agarrar a bola após cruzamento ou remate, passe, etc.). Esta conduta contará como início de TEDA se a bola for reposta pelo Guarda-Redes da EObs num período de 3 segundos (inclusive), contado desde que a toca até ao momento em que a liberta.
RECUPERAÇÃO DA POSSE DE BOLA POR ACÇÃO DEFENSIVA
SEGUIDA DE PASSE IEp
A TEDA inicia-se com uma acção defensiva de um jogador da EObs, que é de imediato seguida por transmissão, sem que exista interrupção do jogo. Considera-se transmissão o envio da bola, de forma deliberada ou não, até um outro jogador da EObs, sem que exista Posse de Bola, dando continuidade à TEDA. A acção defensiva pode ser uma intercepção, disputa de bola (p. ex. uma bola em trajectória aérea não controlada por nenhum dos jogadores), ou um desarme.
… … …
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TRANSIÇÃO-INTERFASE DEFESA/ATAQUE (II)
INICIO / REINÍCIO DA FASE OFENSIVA POR
COMEÇO/RECOMEÇO DO JOGO
IIcg
A TIDA inicia-se através de um pontapé de saída – processo de começar ou recomeçar o jogo –. Acontece no início do jogo, depois de ser marcado um golo contra (quando uma equipa marca um golo, será a equipa que sofreu o golo que procede ao novo pontapé de saída), no começo da segunda parte do jogo ou no começo de cada período do prolongamento, se for caso disso. A bola entra em jogo logo que seja pontapeada para a frente.
RECUPERAÇÃO DA POSSE DE BOLA POR
INFRACÇÃO DO ADVERSÁRIO ÀS LEIS DE
JOGO
IIi
A TIDA inicia-se após uma interrupção regulamentar sem continuidade a favor da EObs. (Castellano Paulis, 2000) – fora-de-jogo, falta, comportamento anti-desportivo, etc. A bola é reposta em jogo com o pé, executando-se um pontapé livre (directo ou indirecto) ou um pontapé de grande penalidade.
RECUPERAÇÃO DA POSSE DE BOLA POR
PONTAPÉ DE CANTO A FAVOR
IIc
A TIDA inicia-se devido a uma interrupção regulamentar sem continuidade a favor da EObs. (Castellano Paulis, 2000) – envio da bola pela EAdv. pela respectiva linha final, de forma a ultrapassá-la completamente, quer seja pelo solo ou pelo ar. A bola é reposta em jogo com o pé, no quarto de círculo (raio de 1 m) marcado a partir de cada bandeira de canto, no interior do terreno de jogo.
RECUPERAÇÃO DA POSSE DE BOLA POR
PONTAPÉ DE BALIZA A FAVOR
IIpb
A TIDA inicia-se devido a uma interrupção regulamentar sem continuidade a favor da EObs. (Castellano Paulis, 2000) – envio da bola pela EAdv. pela linha final da EObs., de forma a ultrapassá-la completamente, quer seja pelo solo ou pelo ar, sem que tenha sido marcado golo. A bola é reposta em jogo com o pé, dum ponto qualquer da área de baliza por um jogador da EObs, estando em jogo quando sair directamente da área de grande penalidade.
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RECUPERAÇÃO DA POSSE DE BOLA POR
BOLA AO SOLO IIbs
A TIDA inicia-se após uma interrupção temporária do jogo provocada por uma causa não prevista nas Leis do Jogo. O jogo recomeça com uma bola ao solo no local onde ela se encontrava no momento da interrupção, recomeçando o jogo logo que a bola toque no solo. A EObs. recupera a posse de bola.
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RECUPERAÇÃO DA POSSE DE BOLA POR
LANÇAMENTO DE LINHA LATERAL A FAVOR
IILL
A TIDA inicia-se devido a uma interrupção regulamentar sem continuidade a favor da EObs. (Castellano Paulis, 2000) – envio da bola pela EAdv. pela linha lateral, de forma a ultrapassá-la completamente, quer seja pelo solo ou pelo ar. A bola é reposta em jogo com as mãos, no local em que a mesma ultrapassou a linha lateral, por um jogador da equipa adversária à que tocou a bola em último lugar.
… … …
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Quadro 4.4. - Critério 2 do Formato de Campo: Desenvolvimento TEDA (DT) (Barreira, em preparação) CRITÉRIO 2 DE FORMATO DE CAMPO
DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA/ATAQUE – DT
DEFINIÇÃO OPERACIONAL: São todas as intervenções motoras que um jogador e companheiros da mesma equipa (colectivo) realizam desde o local onde a bola é recuperada, estando em disposição de dar continuidade à Transição-Estado defesa/ataque. A TEDA termina quando se observa uma das seguintes situações: 1) RPB directa no Sector Defensivo ou Sector Médio – Defensivo:
Após RPB directa, a mesma atinge o SMO ou o SO, devendo passar a existir um contexto de interacção «Sem Pressão» no Centro de Jogo (ver critério 6). A TEDA não termina enquanto não for criada uma situação «Sem Pressão» nos SMO ou SO.
2) RPB directa no Sector Médio – Ofensivo ou Sector Ofensivo: i) No CJ verifica-se uma situação de «Pressão» (ver critério 6), terminando a TEDA quando é
realizada a passagem para uma situação de SP nos SMO ou SO. ii) No CJ verifica-se uma situação «Sem Pressão». A TEDA termina quando, mantendo o
contexto de interacção, sejam efectuados 3 passes positivos entre jogadores da mesma equipa. Se o contexto de interacção no CJ se alterar, adoptam-se os critérios anteriores.
São propostas oito categorias para o desenvolvimento da TEDACATÁLOGO CÓDIGO DESCRIÇÃO
DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA/ATAQUE POR
PASSE CURTO POSITIVO
DTpcp
Sempre que o portador da bola realiza um passe positivo – considerado a acção em que a bola é efectivamente transmitida a um elemento da mesma equipa, permitindo manter a sua posse (Garganta, 1997) –, e curto – considerado um passe dentro da mesma zona ou entre duas zonas contíguas.
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DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA/ATAQUE POR
PASSE CURTO NEGATIVO
DTpcn
Sempre que o portador da bola realiza um passe negativo – considerado a acção em que a bola não é efectivamente recebida pelo elemento da mesma equipa, perdendo-se a sua posse ou existindo uma intervenção do adversário sem êxito (condutas DTse / DPse) –, e curto – considerado um passe dentro da mesma zona ou entre duas zonas contíguas.
DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA/ATAQUE POR
PASSE LONGO POSITIVO
DTplp
Sempre que o portador da bola realiza um passe com êxito – considerado a acção em que a bola é efectivamente transmitida a um elemento da mesma equipa, permitindo manter a sua posse (Garganta, 1997) –, e longo – considerado um passe entre duas zonas não contíguas.
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DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA/ATAQUE POR
PASSE LONGO NEGATIVO
DTpln
Sempre que o portador da bola realiza um passe sem êxito – considerado a acção em que a bola não é efectivamente recebida pelo elemento da mesma equipa, perdendo-se a sua posse ou existindo uma intervenção do adversário sem êxito (condutas DTse / DPse) –, e longo – considerado um passe entre duas zonas não contíguas.
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DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA/ATAQUE POR
CRUZAMENTO POSITIVO
DTczp
O portador da bola, situado num dos corredores laterais e no SO (zonas 10 e 12), envia a bola com êxito para o corredor central (acção em que a bola é efectivamente transmitida a um elemento da mesma equipa), seja em trajectória aérea ou junto ao solo, dando continuidade ao ataque.
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DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA/ATAQUE POR
CRUZAMENTO NEGATIVO
DTczn
O portador da bola, situado num dos corredores laterais e no SO (zonas 10 e 12), envia a bola sem êxito para o corredor central (acção em que a bola não é efectivamente recebida pelo elemento da mesma equipa), perdendo-se a sua posse ou existindo uma intervenção do adversário sem êxito (condutas DTse / DPse), seja em trajectória aérea ou junto ao solo.
DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA/ATAQUE POR
CONDUÇÃO DTcd
O portador da bola realiza um número de contactos consecutivo, igual ou superior a três, fazendo-a progredir pelo terreno de jogo, com o intuito de dar continuidade à Fase Ofensiva.
DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA/ATAQUE POR
DRIBLE (1X1) DTd
O portador da bola procura ultrapassar o(s) seu(s) adversário(s) directo(s), e manter a posse de bola ou ganhar posição ou espaço sobre este(s), mantendo a posse de bola.
DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA – ATAQUE POR
RECEPÇÃO /CONTROLE DTrc
Acção em que um jogador da equipa em TEDA recebe e controla a bola enviada por um colega, mantendo a continuidade da Fase Ofensiva.
DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA – ATAQUE POR
DUELO DTdu
Acção em que um jogador da equipa em posse de bola disputa a mesma com um adversário (p. ex. uma bola em trajectória aérea não controlada por nenhum dos jogadores), tentando manter a continuidade da Fase Ofensiva.
DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA – ATAQUE POR
REMATE DTr
Acção em que um jogador da equipa em TEDA remata à baliza, não resultando em golo, existindo continuidade da Fase Ofensiva após o remate.
DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA – ATAQUE COM
INTERVENÇÃO DO ADVERSÁRIO SEM ÊXITO
DTse
Um adversário intervém sobre a bola em posse da equipa em Transição-Estado defesa – ataque, interrompendo temporal e ocasionalmente a posse de bola. São acções do adversário sobre a bola, não consideradas como posse de bola, ou seja, como integrantes da Fase ofensiva.
DESENVOLVIMENTO DA TEDA POR ACÇÃO DO GUARDA-REDES DA
EQUIPA EM FASE OFENSIVA DTgro
Intervenção do guarda-redes da equipa em Transição-Estado defesa/ataque (Fase Ofensiva).
DESENVOLVIMENTO DA TEDA POR ACÇÃO DO GUARDA-REDES DA
EQUIPA EM FASE DEFENSIVA DTgra
Intervenção do guarda-redes da equipa sem a posse de bola (equipa em Fase Defensiva), sem a recuperar.
… … …
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Quadro 4.5. Critério 3 Formato Campo: Desenvolvimento Posse de Bola (DP) (Barreira, em preparação) CRITÉRIO 3 DE FORMATO DE CAMPO
DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA – DP DEFINIÇÃO OPERACIONAL: São todas as intervenções motoras que um jogador e companheiros da mesma equipa (colectivo) realizam desde o final da Transição-Estado defesa/ataque / Transição-Interfase defesa/ataque, estando em disposição de dar continuidade à Fase Ofensiva, na tentativa de cumprir os princípios gerais da acção do jogo ofensivo: (1) conservar a bola; (2) progredir com a bola para a baliza adversária; (3) desequilibrar a defesa adversária e tentar marcar golo (Bayer, 1994), até acontecer uma conduta inerente ao critério de formato de campo 4: final da Fase Ofensiva (F).
São propostas dezasseis categorias para o Desenvolvimento da Posse de BolaCATÁLOGO CÓDIGO DESCRIÇÃO
DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR
PASSE CURTO POSITIVO DPpcp
Sempre que o portador da bola realiza um passe positivo – considerado a acção em que a bola é efectivamente transmitida a um elemento da mesma equipa, permitindo manter a sua posse (Garganta, 1997) –, e curto – considerado um passe dentro da mesma zona ou entre duas zonas contíguas.
DES
ENVO
LVIM
ENTO
DA
PO
SSE
DE
BO
LA P
OR
PA
SSE
CU
RTO
DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR
PASSE CURTO NEGATIVO DPpcn
Sempre que o portador da bola realiza um passe negativo – considerado a acção em que a bola não é efectivamente recebida pelo elemento da mesma equipa, perdendo-se a sua posse ou existindo uma intervenção do adversário sem êxito (condutas DTse / DPse) –, e curto – considerado um passe dentro da mesma zona ou entre duas zonas contíguas.
DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR
PASSE LONGO POSITIVO DPplp
Sempre que o portador da bola realiza um passe com êxito – considerado a acção em que a bola é efectivamente transmitida a um elemento da mesma equipa, permitindo manter a sua posse (Garganta, 1997) –, e longo – considerado um passe entre duas zonas não contíguas.
DES
ENVO
LVIM
ENTO
DA
PO
SSE
DE
BO
LA P
OR
PA
SSE
LON
GO
DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR
PASSE LONGO NEGATIVO DPpln
Sempre que o portador da bola realiza um passe sem êxito – considerado a acção em que a bola não é efectivamente recebida pelo elemento da mesma equipa, perdendo-se a sua posse ou existindo uma intervenção do adversário sem êxito (condutas DTse / DPse) –, e longo – considerado um passe entre duas zonas não contíguas.
DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR
CRUZAMENTO POSITIVO DPczp
O portador da bola, situado num dos corredores laterais e no SO (zonas 10 e 12), envia a bola com êxito para o corredor central (acção em que a bola é efectivamente transmitida a um elemento da mesma equipa), seja em trajectória aérea ou junto ao solo, dando continuidade ao ataque.
DES
ENVO
LVIM
ENTO
DA
PO
SSE
DE
BO
LA
POR
CR
UZA
MEN
TO
DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR
CRUZAMENTO NEGATIVO DPczn
O portador da bola, situado num dos corredores laterais e no SO (zonas 10 e 12), envia a bola sem êxito para o corredor central (acção em que a bola não é efectivamente recebida pelo elemento da mesma equipa), perdendo-se a sua posse ou existindo uma intervenção do adversário sem êxito (condutas DTse / DPse), seja em trajectória aérea ou junto ao solo.
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DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR CONDUÇÃO
DPcd
O portador da bola realiza um número de contactos consecutivo, igual ou superior a três, fazendo-a progredir pelo terreno de jogo.
DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR DRIBLE (1X1)
DPd
O portador da bola procura ultrapassar o(s) seu(s) adversário(s) directo(s), e manter a posse de bola ou ganhar posição ou espaço sobre este(s), mantendo a continuidade do ataque.
DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR RECEPÇÃO
/CONTROLE DPrc
Acção em que um jogador da equipa em posse de bola recebe e controla a mesma enviada por um colega, mantendo a continuidade do ataque.
DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR DUELO
DPdu
Acção em que um jogador da equipa em posse bola disputa a mesma com um adversário (p. ex. uma bola em trajectória aérea não controlada por nenhum dos jogadores), tentando manter a continuidade da posse de bola.
DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR REMATE DPr
Acção em que um jogador da equipa em posse bola remata à baliza, não resultando em golo mas também não perdendo a posse da bola, existindo continuidade da Fase Ofensiva após o remate.
DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA COM INTERVENÇÃO DO
ADVERSÁRIO SEM ÊXITO DPse
Um adversário intervém sobre a bola em posse da equipa em DP, interrompendo temporal e ocasionalmente a Fase Ofensiva. São acções do adversário sobre a bola, não consideradas como posse de bola, ou seja, como integrantes da Fase ofensiva.
DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR ACÇÃO DO GUARDA-
REDES DA EQUIPA EM FASE OFENSIVA
DPgro Intervenção do guarda-redes da equipa em posse de bola (equipa em Fase Ofensiva).
DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR ACÇÃO DO GUARDA-
REDES DA EQUIPA EM FASE DEFENSIVA
DPgra Intervenção do guarda-redes da equipa sem a posse de bola (equipa em Fase Defensiva), sem a recuperar.
DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA
POR INFRACÇÃO DO ADVERSÁRIO ÀS LEIS DE
JOGO
DPi
A equipa em Fase Ofensiva beneficia de uma interrupção regulamentar com continuidade (Castellano Paulis, 2000). A bola é reposta em jogo com o pé, executando-se um pontapé livre (directo ou indirecto) ou um pontapé de grande penalidade.
CO
LOC
AÇ
ÃO
DA
BO
LA E
M J
OG
O C
OM
O
MEM
BR
O IN
FER
IOR
DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR
PONTAPÉ DE CANTO A FAVOR
DPc
A equipa em Fase Ofensiva beneficia de uma interrupção regulamentar com continuidade (Castellano Paulis, 2000) – envio da bola pela EAdv. pela respectiva linha final, de forma a ultrapassá-la completamente, quer seja pelo solo ou pelo ar. A bola é reposta em jogo com o pé, no quarto de círculo (raio de 1 m) marcado a partir de cada bandeira de canto, no interior do terreno de jogo.
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DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR
PONTAPÉ DE BALIZA A FAVOR
DPpb
A equipa em Fase Ofensiva beneficia de uma interrupção regulamentar com continuidade (Castellano Paulis, 2000) – envio da bola por um jogador da EAdv. (sem entrar em sua posse - fase ofensiva) pela linha final da EObs., de forma a ultrapassá-la completamente, quer seja pelo solo ou pelo ar, sem que tenha sido marcado golo. A bola é reposta em jogo com o pé, dum ponto qualquer da área de baliza por um jogador da EObs, estando em jogo quando sair directamente da área de grande penalidade.
DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR
BOLA AO SOLO DPbs
A equipa em Fase Ofensiva continua em posse de bola após uma interrupção temporária do jogo provocada por uma causa não prevista nas Leis do Jogo, que origina o recomeço do jogo com uma bola ao solo no local onde ela se encontrava no momento da interrupção.
CO
LOC
AÇ
ÃO
DA
BO
LA E
M
JOG
O C
OM
O M
EMB
RO
SU
PER
IOR
DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR
LANÇAMENTO DE LINHA LATERAL A FAVOR
DPLL
A equipa em Fase Ofensiva beneficia de uma interrupção regulamentar com continuidade (Castellano Paulis, 2000) – envio da bola pela EAdv. pela linha lateral (sem entrar em sua posse), de forma a ultrapassá-la completamente, quer seja pelo solo ou pelo ar . A bola é reposta em jogo com as mãos, no local em que a mesma ultrapassou a linha lateral, por um jogador da equipa adversária à que tocou a bola em último lugar.
… … …
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Quadro 4.6. - Critério 4 do Formato de Campo: Final da Fase Ofensiva (F) (Barreira, em preparação) CRITÉRIO 4 DE FORMATO DE CAMPO
FINAL DA FASE OFENSIVA – F
DEFINIÇÃO OPERACIONAL: Considera-se que a equipa finaliza a Fase Ofensiva quando se concretiza uma das situações do presente catálogo, apresente um final com eficácia ou não.
São propostas duas categorias e nove subcategorias para o final da Fase Ofensiva
CATÁLOGO CÓDIGO DESCRIÇÃO
REMATE FORA Frf
A Fase Ofensiva finaliza com um remate efectuado por um jogador atacante, que sai pela linha de fundo e/ou para fora do terreno de jogo, sem atingir o alvo.
REMATE DENTRO Frd
A Fase Ofensiva finaliza com remate efectuado por um atacante, que atinge o alvo (baliza adversária, incluindo os postes e a barra) e/ou que é defendido pelo guarda-redes adversário, não resultando em golo
REMATE CONTRA ADVERSÁRIO SEM
CONTINUIDADE DA POSSE DE BOLA
Frad
A Fase Ofensiva finaliza com remate de um atacante que atinge um adversário, com excepção para o gr (neste caso considera-se a conduta Frd).
REMATE COM OBTENÇÃO DE GOLO
Fgl
A Fase Ofensiva finaliza com a obtenção de um golo a favor devidamente validado pelo árbitro do jogo tendo por base as Leis do jogo.
FIN
AL
FASE
OFE
NSI
VA C
OM
EFI
CÁ
CIA
… … …
PERDA DA POSSE DE BOLA POR ERRO DO PORTADOR
DA BOLA / ACÇÃO DO ADVERSÁRIO (EXCEPÇÃO
PARA O GR)
Fbad
A Fase Ofensiva finaliza através de uma perda da posse de bola originada por erro de um jogador em posse de bola ou de uma acção defensiva do adversário (desarme, intercepção, duelo, etc.), com excepção do guarda-redes.
PERDA DA POSSE DE BOLA POR ERRO DO PORTADOR DA BOLA, COM ACÇÃO DO
GR ADVERSÁRIO
Fgrad
A Fase Ofensiva finaliza através de uma perda da posse de bola originada por erro de um jogador em posse de bola, com acção defensiva do guarda-redes adversário. Exclui-se a acção de defesa de um remate pelo gr adversário por esta se tratar de uma conduta Frd).
LANÇAMENTO PARA FORA Ff
A Fase Ofensiva finaliza devido a um lançamento para fora do terreno de jogo por parte de um jogador em posse de bola, dando origem à PPB (excluindo a acção de remate que sai pela linha de fundo e/ou para fora do terreno de jogo sem atingir a baliza adversária: conduta Frf).
INFRACÇÃO ÀS LEIS DE JOGO
Fi
A Fase Ofensiva finaliza devido a uma infracção às leis do jogo cometida pela equipa atacante, que perde a posse de bola.
FIN
AL
FASE
OFE
NSI
VA S
EM E
FIC
ÁC
IA
… … …
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Quadro 4.7. - Critério 5: Espacialização do Terreno de Jogo (Barreira, em preparação) CRITÉRIO 5 – SISTEMA DE CATEGORIAS
ESPACIALIZAÇÃO DO TERRENO DE JOGO DEFINIÇÃO OPERACIONAL: Para o registo espacial das condutas comportamentais do(s) jogador(es) em cada critério definido, foi seguida a divisão utilizada por Garganta (1997) em doze zonas de igual dimensão, a que se atribui a designação de Campograma. A cada zona corresponde uma categoria diferente, ou seja, um campo de jogo é constituído por doze unidades categoriais que formam um sistema de categorias exaustivo e mutuamente excludente (E/ME).
São propostas doze categorias para a Espacialização do terreno de jogoCATÁLOGO CÓDIGO DESCRIÇÃO
ZONA UM 1 As condutas do(s) jogador(es) da equipa em Fase Ofensiva ocorrem na zona um, conforme o campograma acima.
ZONA DOIS 2 As condutas do(s) jogador(es) da equipa em Fase Ofensiva ocorrem na zona dois, conforme o campograma acima.
ZONA TRÊS 3 As condutas do(s) jogador(es) da equipa em Fase Ofensiva ocorrem na zona três, conforme o campograma acima.
ZONA QUATRO 4 As condutas do(s) jogador(es) da equipa em Fase Ofensiva ocorrem na zona quatro, conforme o campograma acima.
ZONA CINCO 5 As condutas do(s) jogador(es) da equipa em Fase Ofensiva ocorrem na zona cinco, conforme o campograma acima.
ZONA SEIS 6 As condutas do(s) jogador(es) da equipa em Fase Ofensiva ocorrem na zona seis, conforme o campograma acima.
ZONA SETE 7 As condutas do(s) jogador(es) da equipa em Fase Ofensiva ocorrem na zona sete, conforme o campograma acima.
ZONA OITO 8 As condutas do(s) jogador(es) da equipa em Fase Ofensiva ocorrem na zona oito, conforme o campograma acima.
ZONA NOVE 9 As condutas do(s) jogador(es) da equipa em Fase Ofensiva ocorrem na zona nove, conforme o campograma acima.
ZONA DEZ 10 As condutas do(s) jogador(es) da equipa em Fase Ofensiva ocorrem na zona dez, conforme o campograma acima.
ZONA ONZE 11 As condutas do(s) jogador(es) da equipa em Fase Ofensiva ocorrem na zona onze, conforme o campograma acima.
ZONA DOZE 12 As condutas do(s) jogador(es) da equipa em Fase Ofensiva ocorrem na zona doze, conforme o campograma acima.
Campograma da Espacialização do terreno de jogo em doze zonas/categorias – Formado a partir de uma divisão longitudinal em três corredores (lateral direito, lateral esquerdo e central) e quatro sectores (defensivo; médio – defensivo; médio – ofensivo; ofensivo).
(Garganta, 1997)
SENTIDO DE ATAQUE
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Quadro 4.8. - Critério 6 (Sistema de Categorias): Centro do Jogo (Barreira, em preparação) CRITÉRIO 6 – SISTEMA DE CATEGORIAS
CENTRO DO JOGO (CJ) DEFINIÇÃO OPERACIONAL: Define-se Centro do Jogo como a zona onde a bola se movimenta num determinado instante (Castelo, 1996), isto é, através do contexto de cooperação e de oposição dos jogadores influentes no jogo7 na zona do campograma onde se encontra o portador da bola (JAp). Tendo por base o número, a zona, e a possível participação dos jogadores da equipa em TEDA/DP (JA), e o número, a zona, e a possível participação dos jogadores adversários (JD) na zona do campograma em que se encontra o JAp, distinguem-se 2 categorias da EObs na TEDA/DP:
- Sem Pressão; - Pressão.
O conceito de Pressão encontra-se directamente relacionado com factores táctico – estratégicos inerentes ao contexto de cooperação e oposição dos subsistemas ou níveis de organização «equipa»; «confronto parcial» e «confronto individual», que transformam a cada momento o fluxo acontecimental do jogo (Gréhaigne, 2001), sendo fundamental compreender qual a influência do contexto de interacção no CJ no fluxo conductural do jogo. Este sistema de categorias é exaustivo e mutuamente excludente (E/ME).
São propostas duas categorias / seis subcategorias para a situação momentânea do Centro do Jogo CATÁLOGO CÓD DESCRIÇÃO EXEMPLOS
PRES
SÃO
(P)
INFERIORIDADE RELATIVA
Pr
No Centro do Jogo, a EObs encontra-se numa relação numérica de inferioridade com a equipa adversária. Esta inferioridade numérica corresponde à EObs ter no Centro do Jogo menos um ou dois jogadores que a equipa adversária. Por exemplo: Situação 1x2; 2x3; 3x4; 3x5; etc.
INFERIORIDADE NUMÉRICA: 3x4 na zona 7
INFERIORIDADE NUMÉRICA: 1x2 na zona 5
7 Considera-se Jogador influente no jogo quando pode participar de modo directo na continuidade da acção em curso (Gréhaigne, 2001: 103).
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INFERIORIDADE ABSOLUTA
Pa
No Centro do Jogo, a EObs encontra-se numa relação numérica de inferioridade com a equipa adversária. Esta inferioridade numérica corresponde à EObs ter no Centro do Jogo menos três ou mais jogadores que a equipa adversária. Por exemplo: Situação 1x4; 2x5; 2x6; 3x6; etc.
IGUALDADE PRESSIONADA
Pi
No CJ: SD e SMD, ou SMO e SO (quando o JAp se encontra de costas para a baliza adversária, com um adversário em contenção e sem linhas de passe para zonas de maior ofensividade) – a equipa observada encontra-se numa relação numérica de igualdade com a equipa adversária. Por exemplo: Situação 1x1; 2x2; 3x3; etc.
IGUALDADE NUMÉRICA: 2x2 na zona 3 (sector defensivo)
IGUALDADE NUMÉRICA: 1x1 (atacante de costas) na zona 8 (sector médio - ofensivo)
INFERIORIDADE NUMÉRICA: 1x4 na zona 10
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IGUALDADE NÃO
PRESSIONADA
SPi
No CJ: SMO e SO (quando o JAp se encontra de costas para a baliza adversária com linhas de passe de maior ofensividade, ou se encontra de frente para a baliza adversária), a EObs encontra-se numa relação numérica de igualdade com a equipa adversária. Por exemplo: Situação 1x1; 2x2; 3x3 no SMO e SO.
IGUALDADE NUMÉRICA: SMO 1x1 - zona 8 (JAp de frente para baliza adv.)
IGUALDADE NUMÉRICA: 3x3 na zona 9 (sector médio - ofensivo)
SUPERIORIDADE RELATIVA
SPr
No Centro do Jogo, a EObs encontra-se numa relação numérica de superioridade com a equipa adversária. Esta superioridade corresponde à EObs ter no Centro do Jogo mais um ou dois jogadores que a equipa adversária.
Por exemplo: Situação 2x1; 2x0; 3x2; 3x1
SUPERIORIDADE NUMÉRICA: 2x0 na zona 4
SUPERIORIDADE NUMÉRICA: 3x1 na zona 5
SEM
PR
ESSÃ
O (S
P)
SUPERIORIDADE ABSOLUTA
SPa
No Centro do Jogo, a EObs encontra-se numa relação numérica de superioridade com a equipa adversária. Esta superioridade corresponde à EObs ter no Centro do Jogo três ou mais jogadores que a equipa adversária.
Por exemplo: Situação 4x1; 5x2; 5x1
SUPERIORIDADE NUMÉRICA: 5x2 na zona 2
SUPERIORIDADE NUMÉRICA: 4x1 na zona 5
Sentido do Ataque Sentido do Ataque
Sentido do Ataque
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Quadro 4.9. - Critério 6 (Sistema de Categorias): Centro do Jogo (Barreira, em preparação) CRITÉRIO 7 – SISTEMA DE CATEGORIAS
CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO (CEI)
DEFINIÇÃO OPERACIONAL: A relação do Espaço de Jogo Efectivo (E.J.E.) (Gréhaigne, 1992) ou Configuração Espacial de Equipa (C.E.E.) (Castellano Paulis, 2000) de ambas as equipas vai determinar o contexto de interacção das equipas (C.E.I.). Por E.J.E. de uma equipa entende-se a superfície que abarca todos os jogadores que se encontram nas partes exteriores do conjunto – equipa. Ou seja, num instante t do jogo corresponde a toda a área representada pelo interior de uma zona delimitada pelos jogadores exteriores da equipa. Castellano Paulis (2000) considera a Configuração Espacial de Interacção das equipas (C.E.I) como a relação dos E.J.E / C.E.I das equipas em confronto. Depois de realizadas todas as restrições, os contextos de interacção que são possíveis no jogo ficam reduzidos a onze e correspondem às configurações espaciais de interacção abaixo indicadas (idem, 2000).
São propostas onze categorias para a Configuração Espacial de Interacção das Equipas (CEI)
CATÁLOGO
EQ. EM FO
EQUIPA EM FASE DEFENSIVA
CÓD. DESCRIÇÃO EXEMPLOS
BO
LA N
O G
UA
RD
A-R
EDES
(V)
ZONA ADIANTADA
(AD)
VAD
A bola encontra-se em posse do guarda-redes (zona vazia) da equipa em fase ofensiva e a zona adiantada da equipa adversária.
CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO: VAD
Espaço Vazio
Sentido do Ataque
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ZONA ADIANTADA
(AD) ATAD
A bola encontra-se entre a zona atrasada da equipa em fase ofensiva e a zona adiantada da equipa adversária.
CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO: ATAD
B
OLA
NA
ZO
NA
ATR
ASA
DA
(AT)
ZONA MÉDIA (M)
ATM
A bola encontra-se entre a zona atrasada da equipa em fase ofensiva e a zona média da equipa adversária.
CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO: ATM
Sentido do Ataque
Sentido do Ataque
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ZONA EXTERIOR
(E) ATE
A bola encontra-se entre a zona atrasada da equipa em fase ofensiva e a zona exterior da equipa adversária.
CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO: ATE
B
OLA
NA
ZO
NA
MÉD
IA (M
)
ZONA ADIANTADA
(AD) MAD
A bola encontra-se entre a zona média da equipa em fase ofensiva e a zona adiantada da equipa adversária.
CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO: MAD
Sentido do Ataque
Sentido do Ataque
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ZONA MÉDIA (M)
MM
A bola encontra-se entre a zona média da equipa em fase ofensiva e a zona média da equipa adversária.
CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO: MM
ZONA ATRASADA
(AT) MAT
A bola encontra-se entre a zona média da equipa em fase ofensiva e a zona atrasada da equipa adversária.
CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO: MAT
Sentido do Ataque
Sentido do Ataque
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ZONA MÉDIA (M)
ADM
A bola encontra-se entre a zona a adiantada da equipa em fase ofensiva e a zona média da equipa adversária.
CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO: ADM B
OLA
NA
ZO
NA
AD
IAN
TAD
A (A
D)
ZONA ATRASADA
(AT) ADAT
A bola encontra-se entre a zona adiantada da equipa em fase ofensiva e a zona atrasada da equipa adversária.
CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO: ADAT
Sentido do Ataque
Sentido do Ataque
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ZONA ATRASADA
(AT) EAT
A bola encontra-se entre a zona exterior da zona adiantada da equipa em fase ofensiva e a zona atrasada da equipa adversária.
CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO: EAT
ZONA VAZIA (V)
ADV
A bola encontra-se entre a zona adiantada da equipa em fase ofensiva e a zona vazia da equipa adversária.
CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO: ADV
Esp. Vazio
Sentido do Ataque
Sentido do Ataque
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Quadro 4.10. - Instrumento de Observação ad hoc: combinação formato de campo – sistema de categorias (Barreira, em preparação) CRITÉRIO 1 CRITÉRIO 2 CRITÉRIO 3 CRITÉRIO 4 CRITÉRIO 5 CRITÉRIO 6 CRITÉRIO 7 INICIO FASE OFENSIVA
(TEDA/TIDA) (I)
DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA/ATAQUE (DT)
DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA (DP)
FINAL FASE OFENSIVA (F)
ESPACIALI-ZAÇÃO
CENTRO DO JOGO (CJ)
CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO
(CEI) TRANSIÇÃO-
ESTADO DEFESA/ATAQUE
Desenvolvimento da TEDA por passe curto positivo
(DTpcp)
Desenvolvimento da Posse de Bola por passe curto positivo
(DPpcp) COM EFICÁCIA Zona um
(1) PRESSÃO
(P)
Bola no gr – zona adiantada
(VAD) Recuperação da
PB por Intercepção (IEi)
Desenvolvimento da TEDA por passe curto negativo
(DTpcn)
Desenvolvimento da Posse de Bola por passe curto negativo
(DPpcn) Remate Fora (Frf) Zona dois
(2) Inferioridade Relativa (Pr)
Zona atrasada – zona adiantada
(ATAD)
Recuperação PB por desarme (IEd)
Desenvolvimento da TEDA por passe longo positivo
(DTplp)
Desenvolvimento da Posse de Bola por passe longo positivo
(DPplp) Remate Dentro
(Frd) Zona três
(3) Inferioridade Absoluta (Pa)
Zona atrasada – zona média
(ATM) Recuperação PB por acção do gr
em Fase Defensiva (IEgr)
Desenvolvimento da TEDA por passe longo negativo
(DTpln)
Desenvolvimento da Posse de Bola por passe longo negativo
(DPpln)
Remate contra adversário sem continuidade da
posse bola (Frad)
Zona quatro (4)
Igualdade pressionada (Pi)
Zona atrasada – zona exterior
(ATE)
Recuperação PB por acção
defensiva seguida de passe (IEp)
Desenvolvimento da TEDA por cruzamento positivo
(DTczp)
Desenvolvimento da Posse de Bola por cruzamento positivo
(DPczp) Obtenção de golo
(Fgl) Zona
cinco (5) SEM PRESSÃO
(SP)
Zona média – zona adiantada
(MAD)
TRANSIÇÃO-INTERFASE
DEFESA/ATAQUE
Desenvolvimento da TEDA por cruzamento negativo
(DTczn)
Desenvolvimento da Posse de Bola por cruzamento negativo
(DPczn) SEM EFICÁCIA Zona seis
(6) Igualdade Não
pressionada (SPi) Zona média – zona média
(MM)
Inicio / Reinício da Fase Ofensiva por começo/recomeço
do jogo (IIcg)
Desenvolvimento da TEDA por condução
(DTcd)
Desenvolvimento da Posse de Bola por condução
(DPcd)
PPB por erro do portador da bola /
acção do adv (excepção para o
gr) (Fbad)
Zona sete (7)
Superioridade Relativa (SPr)
Zona média – zona atrasada
(MAT)
Recuperação PB por Infracção do adversário às leis
de jogo (IIi)
Desenvolvimento da TEDA por drible (1x1) (DTd)
Desenvolvimento da Posse de Bola por drible (1x1) (DPd)
PPB por erro do portador da bola / acção do guarda-redes adversário
(Fgrad)
Zona oito (8)
Superioridade Absoluta (SPa)
Zona adiantada – zona média
(ADM)
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Recuperação PB por Pontapé de
Canto a favor (IIc) Desenvolvimento da TEDA
por recepção/controle (DTrc) Desenvolvimento da Posse de
Bola por recepção/controle (DPrc)
Lançamento para fora (Ff)
Zona nove (9)
Zona adiantada – zona atrasada
(ADAT) Recuperação PB por Pontapé de Baliza a favor
(IIpb)
Desenvolvimento da TEDA por duelo (DTdu)
Desenvolvimento da Posse de Bola por duelo (DPdu)
Infracção às leis de jogo (Fi)
Zona dez (10)
Zona exterior – zona atrasada
(EAT)
Recuperação PB por Bola ao Solo
(IIbs) Desenvolvimento da TEDA
por remate (DTr) Desenvolvimento da Posse de
Bola por remate (DPr) Zona onze (11)
Zona adiantada – zona vazia
(ADV) Recuperação PB por Lançamento
de Linha Lateral a favor (IILL)
Desenvolvimento da TEDA com intervenção do
adversário sem êxito (DTse)
Desenvolvimento da Posse de Bola com intervenção do
adversário sem êxito (DPse) Zona
doze (12)
Desenvolvimento da TEDA por acção do gr da equipa em Fase Ofensiva (DTgro)
Desenvolvimento da Posse de Bola por acção do gr da equipa
em Fase Ofensiva (DPgro)
Desenvolvimento da TEDA por acção do gr da equipa
em Fase Defensiva (DTgra)
Desenvolvimento da Posse de Bola por acção do gr da equipa
em Fase Defensiva (DPgra)
Desenvolvimento da Posse de
Bola por infracção do adversário às leis do jogo (DPi)
Desenvolvimento da Posse de Bola por pontapé de canto a
favor (DPc)
Desenvolvimento da Posse de Bola por pontapé de baliza a
favor (DPpb)
Desenvolvimento da Posse de Bola por bola ao solo (DPbs)
Desenvolvimento da Posse de Bola por Lançamento de Linha
Lateral a favor (DPLL)
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Manuel Ramos 81
4.4.3. Procedimentos de Observação e de Registo Os cinco jogos utilizados para a recolha de dados amostrais foram gravados
em vídeo VHS, a partir de emissões realizadas por uma cadeia privada de
televisão. Foram digitalizados em formato “avi” e comprimidos para “mpg”,
sendo utilizado para esta transformação um leitor-gravador LG RH 265.
A visualização dos jogos e respectivas tarefas de observação e registo foram
realizadas através de um computador portátil ASUS A6VA, com processador
Intel Pentium M 1.73 GHz, através da utilização de um software
especificamente criado para o instrumento ad hoc em aplicação neste estudo
(Barreira, em preparação), conforme a Figura 4.3..
Figura 4.3. - Software de visualização e registo das sequências ofensivas da Espanha no Campeonato da Europa Áustria - Suíça 2008 (Barreira, em preparação)
O software permite registar as sequências ofensivas simultaneamente à
visualização do vídeo, permitindo também o registo, antes de cada sequência,
das variáveis: fase da competição; resultado momentâneo; e tempo de jogo
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Manuel Ramos 82
(dividido em seis partes de quinze minutos cada) (Garganta, 1997). Cada fluxo
da fase ofensiva foi observado tantas vezes quanto as necessárias para se
registar, convenientemente, o fluxo acontecimental.
Na construção do instrumento, em particular na definição de cada critério
vertebrador, foi criado para cada critério/categoria uma raiz identificativa, que
colocada no início de cada código, permite identificar a conduta codificada
como pertencente a um critério (Barreira, 2006). Como se trata de um estudo
onde se analisam a sucessão de eventos em contexto natural, representaram-
se os dados observacionais de forma sequencial. Assim, efectuou-se o registo
dos códigos de cada comportamento ou comportamentos concorrentes
observados, de acordo com a ordem em que se sucedem ao longo de cada
ataque.
Deste modo, a codificação dos comportamentos individuais e colectivos da
equipa em fase ofensiva, tendo por base o contexto de cooperação/oposição, é
o passo imediatamente anterior à utilização de um software específico de
análise sequencial seleccionado para o presente estudo, ou seja, o programa
SDIS-GSEQ de Bakeman & Quera (1996; actualizado em
http://www.ub.e/comporta/sg.htm). Assim, todo o processo de registo dos
dados terá por base a linguagem do referido programa.
O software de registo, conforme a Figura 4.3., foi criado tendo por base a
linguagem do programa de análise, correspondendo aos parâmetros
adequados. Assim, evitando-se erros constantes de registo, uma das medidas
utilizadas na criação do software passou por, por exemplo, apenas permitir
registar uma conduta de final de fase ofensiva depois de assinalada a conduta
de desenvolvimento e respectivas condutas de espaço e contexto de
interacção (CJ e CEI), assim como a colocação do sinal de final (de
multievento, de sequência ou de unidade de observação) e clicar no botão
aceitar. O mesmo se aplica à conduta de desenvolvimento, só podendo ser
registada depois de se assinalar a conduta de início, e respectivos critérios de
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Manuel Ramos 83
formato de campo. Assim, cada multievento apresentará a seguinte
configuração e cronologia de registo:
1º Conduta Comportamental
2º Conduta de Espaço
3º Conduta de Centro do Jogo (CJ)
4º Conduta de Configuração Espacial de Interacção das Equipas (CEI)
5º Sinal de final de multievento (comportamento)
Figura 4.4. - Exemplo do registo de dois multieventos – ordem de registo.
A linguagem do software de análise SDIS-GSEQ apresenta as seguintes
regras:
Após o registo de uma conduta (multievento) será utilizado um ponto
final (.) como passagem para a conduta seguinte da mesma sequência
Para definir o final de uma sequência será utilizado um ponto e vírgula (;)
Para definir o final de uma sequência de fase ofensiva e também do
registo de uma sessão de observação será utilizado o sinal (/)
Cada sequência recolhida diz respeito a uma fase ofensiva, pois um
novo ataque implica a passagem para a linha seguinte.
Por fim, estando as sequências comportamentais registadas, são exportadas
para uma folha Microsoft Excell 2003 (Figura 4.4.), clicando no botão “exportar
para excell”, permitindo-se assim a sua manipulação no software de análise
sequencial referido.
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Manuel Ramos 84
Figura 4.5. - Folha Excell com sequências exportadas do software de visualização e registo das sequências ofensivas da Espanha no Campeonato da Europa Áustria - Suíça 2008 (Barreira, em preparação) 4.4.4. Qualidade dos dados Previamente à aplicação do instrumento ad hoc (Barreira, em preparação) ou
mesmo à analise da qualidade dos dados, realizou-se uma fase exploratória,
no sentido de averiguar se o instrumento ad hoc seria viável para aplicar no
estudo predefinido. Assim, nesta etapa pré-cientifica, de forma passiva,
observou-se e registou-se um conjunto de sequências, nomeadamente as da
primeira parte do jogo que opôs a Espanha à Grécia (jogo não utilizado para a
recolha de dados por não possuir carácter decisivo para a competição). Esta
etapa objectiva também aumentar a identificação entre o observador e o
instrumento a utilizar, assim como com possíveis situações de observação, e
ainda possibilitar que o observador adquira conhecimentos que lhe permitam
tomar decisões mais precisas em etapas posteriores, ou seja, no registo
propriamente dito (activo) (Anguera, 2003).
Neste estudo, para se manter a constância inter-sessional utilizaram-se os
seguintes critérios:
- Todos os jogos pertencem à mesma competição - fase final do
Campeonato da Europa de Futebol Áustria - Suíça 2008;
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Manuel Ramos 85
- Eliminaram-se os jogos sem carácter decisivo para passar à fase
seguinte da prova, designadamente o Espanha – Grécia.
Outras medidas foram também utilizadas para manter ou aumentar a
fiabilidade, tais como o não registo de sequências em caso da não igualdade
numérica de onze jogadores entre as equipas; da inobservabilidade que
impossibilite o registo (por exemplo a ruptura temporária de imagem); ou a
realização de uma fase exploratória (Barreira, 2006). Silva (2004), neste
âmbito, refere que é importante que os procedimentos de medida se
mantenham estáveis, tanto numa comprovação de concordância intra-
observador (o mesmo observador regista a mesma sessão em dois momentos
diferentes) como numa comprovação de concordância inter-observadores (dois
ou mais observadores registam a mesma sessão em separado).
Neste trabalho optou-se pela análise da qualidade dos dados através da
concordância inter-observador, que foi verificada por intermédio do índice de
fiabilidade de Kappa. Para a concretização desta tarefa, dois observadores
procederam ao registo, em separado, das sequências dos primeiros 30 minutos
do jogo da final do EURO 2008, que opôs a Espanha à Alemanha, recorrendo-
se posteriormente ao programa SDIS-GSEQ de Bakeman & Quera (1996;
actualizado em http://www.ub.e/comporta/sg.htm) e à sua função Calcular
Kappa, para determinar a fiabilidade, conforme o Quadro 4.11.
Quadro 4.11. Análise da qualidade de dados: resultados da fiabilidade para cada um dos critérios de formato de campo
CRITÉRIOS DE FORMATO DE CAMPO KAPPA DE COHEN ÍNDICE DE CONCORDÂNCIA
INTER-OBSERVADOR
Inicio da fase ofensiva (I) 1,000 100,00% Desenvolvimento da TEDA 0,9605 97,75%
Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) 0,9719 98,20%
Final da fase ofensiva (F) 0,9689 97,53% Espacialização do terreno
de jogo 0,9660 97,08%
Centro do Jogo (CJ) 0,8888 98,43% Configuração Espacial de
Interacção (CEI) 0,9510 96,40%
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Manuel Ramos 86
Através do Quadro 4.11., constata-se que quase todos os critérios possuem um
valor de Kappa superior a 0,9, com excepção para o Centro do Jogo, o que
parece garantir uma elevada estabilidade entre os dois observadores e,
obviamente, transferir-se-á esta relação para posteriores observações. Pode
então ser assumido que existe um forte conhecimento dos observadores em
relação ao instrumento utilizado, e que no processo de observação subsiste
ausência do desejo de ambos. Salienta-se, contudo, que à semelhança do
estudo de Barreira (2006), o critério interaccional Centro do Jogo foi o que
apresentou um valor de Kappa mais baixo, seguindo-se-lhe o outro critério
interaccional – Configuração Espacial de Interacção. Assim, concordamos com
o referido autor (2006), quando refere que estes critérios podem tornar-se de
difícil avaliação, quer pela subjectividade que acarretam ao nível da
interpretação da situação momentâneo de jogo, quer pela inobservabilidade
que a imagem concede relativamente a aspectos relevantes.
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Manuel Ramos 87
4.5. ANÁLISE DOS DADOS A análise sequencial é uma das modalidades de análise qualitativa que se
pode aplicar aos dados observacionais (Silva, 2004). Aplicar-se-á, em
especifico, a técnica de retardos8 ou de transições (lag method).
4.5.1. Análise Sequencial O principal objectivo das técnicas sequenciais é a ordenação de condutas no
tempo, podendo ajudar a compreender como a conduta se produz momento a
momento ou dar uma explicação causal para a sua ordenação (Silva, 2004).
Ou seja, crê-se que a análise sequencial9 procura a comprovação de uma
estabilidade na sucessão de sequências acima das probabilidades que são
outorgadas pelo mero acaso (Anguera, 1992: 192), bem como da emergência
de certas condutas em função da ocorrência de outras (Hérnandez Mendo et
al., 2000).
Este pensamento pode ser aplicado ao jogo de Futebol, na medida em que,
apesar de este tratar de situações de mudança em que o final é aberto e, por
conseguinte, a sua dinâmica tornar-se de difícil análise (Garganta, 2001), sabe-
se que os seus acontecimentos não são apenas condicionados pelo acaso.
Assim, existem comportamentos que se repetem com alguma frequência, que
são perceptíveis de forma intuitiva, e que a sequencialidade de ocorrência
desses comportamentos é também um aspecto observável no jogo de Futebol.
Vários autores defendem que a aplicação da sequencialidade em estudos no
âmbito dos JDC e em particular do Futebol, permitem recolher informação
indutora de um avanço substancial na análise da acção de jogo nesta
modalidade (Silva, 2004).
Como nos estudos de Silva (2004) e de Barreira (2006), das duas abordagens
8 Retardo é o número de ordem que ocupa cada conduta registada a partir de cada ocorrência da conduta critério. 9 O termo Sequencial refere-se a “fenómenos, condutas ou comportamentos (eventos) de relativa temporalidade que vão surgindo no decorrer de um jogo de Futebol, como resultado da interacção entre jogadores da mesma equipa (relação de cooperação) e/ou entre jogadores da equipa adversária (relação de oposição)” (Silva, 2004: 82).
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Manuel Ramos 88
possíveis para a análise sequencial: a modelização e a descrição, será
utilizada a segunda. Esta pressupõe que o observador, carecendo de um
modelo substantivo para as sequências que observa, tenta, de forma indutiva,
descobrir as regularidades existentes nas mesmas (Hernández Mendo &
Anguera, 2000). No âmbito da descrição, a técnica de retardos ou de transições
(lag method) assume-se como a prioritária.
De acordo com Anguera (1983, cit. Silva, 2004:84), a técnica de retardos “…
facilita, senão a identificação directa e exacta de padrões de ocorrência entre
condutas, uma aproximação a ela..” Este método baseia-se na eleição de uma
determinada conduta como Conduta Critério (CC) a partir da qual se contabiliza
as vezes ou tempo em que uma determinada Conduta Objecto (CO) segue a
CC no lugar de ordem seguinte, o qual supõe o primeiro retardo, e assim
sucessivamente até se chegar ao retardo máximo (“max lag”) que nos marca o
fim do padrão de conduta para efeitos interpretativos.
É assim possível aceder a um cálculo de tipo probabilístico, onde um
determinado evento conductural ou comportamental de uma cadeia ou
sequência de eventos conducturais, é dependente tanto do evento inicial
(conduta critério) como dos eventos anteriores, procurando-se encontrar assim,
uma probabilidade nas transições entre os diferentes acontecimentos do jogo
(Castellano Paulis & Hernández Mendo, 2002b), conforme a Figura 4.5..
Procura-se identificar as transições conducturais que resultam da interacção
das equipas em jogo, que pode ser realizada em dois sentidos:
- Sentido retrospectivo: analisam-se os retardos negativos (-1,-2,-3…), ou
seja, condutas que acontecem até chegar a conduta critério;
Conduta Critério (CC) Transição 1 Transição 2 Transição 3
Figura 4.6. Análise Sequencial pela técnica de retardos ou de transições (lag method) (Barreira, 2006: 118)
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Manuel Ramos 89
- Sentido prospectivo: analisam-se os retardos positivos (1,2,3…), ou seja,
condutas que surgem a partir da conduta critério.
De salientar que existem condutas ou categorias que apenas podem ser
analisadas desde um ponto de vista prospectivo (de início) ou retrospectivo (de
final), enquanto outras, devido à sua aplicação no continuum do jogo (de
desenvolvimento) permitem uma dupla análise a partir dos dois sentidos (Silva,
2004), como específica para o presente estudo o Quadro 4.12.
No presente estudo foram seguidas duas formas de apreender a forma
definitiva de padrão conductural:
a. Série de regras interpretativas de carácter convencional que facilitam a
adopção da forma definitiva de padrão;
b. Força de Coesão entre as condutas sequenciais, de acordo com a
lógica do jogo de Futebol e o observado aquando da fase de
observação e recolha dos dados.
Salienta-se que estes padrões encontram-se distinguidos na apresentação dos
resultados, correspondendo ao padrão comportamental sublinhado.
(a) Para definir qual o retardo máximo ou “max-lag” do padrão de conduta
Anguera (2003); citado por Silva (2004: 102) introduziram uma série de regras
interpretativas de carácter convencional que facilitam a adopção da forma
definitiva de padrão:
1. Um padrão de conduta termina de forma natural quando não há mais
retardos excitatórios. Neste estudo, o padrão conductural nunca
excederá o retardo 5, tanto retrospectiva como prospectivamente, pois
este foi convencionado como o retardo máximo;
2. Um padrão de conduta em que há dois retardos consecutivos vazios
(sem condutas excitatórias) termina em consequência destes;
3. Quando num padrão de conduta há dois retardos consecutivos com
várias condutas excitatórias, o primeiro deles denomina-se “max-lag”, e
considera-se o ultimo retardo interpretativo do padrão de conduta.
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Manuel Ramos 90
(b) Em virtude da forte relação excitatória entre condutas sequentes, e tendo
por base a lógica de acontecimento das mesmas em função da lógica interna
do jogo de Futebol e também do que foi observado ao longo do processo de
recolha e registo dos dados, os comportamentos com maior valor de Z foram
relacionados, atribuindo-se-lhe carácter de padrão de jogo, no caso desta
investigação, ofensivo, conforme o exemplo das Figuras 4.5. e 4.6..
Figura 4.7. - Condutas Objecto activadas a partir da Conduta Critério Desenvolvimento da Posse de Bola por Cruzamento Positivo.
Figura 4.8. - Padrão de jogo DPczp encontrado através da forma (b) acima referida
O produto final inerente à utilização da técnica de análise sequencial consiste
num padrão de conduta, que corresponde a um extracto muito condensado da
informação obtida, sendo muito útil para um conhecimento objectivo do
comportamento estudado e para a análise da sua evolução (Hérnandez Mendo
et al., 2000).
4.5.2. Processamento dos dados As sequencias recolhidas das sessões de observação foram introduzidas no
programa SDIS-GSEQ para Windows (versão 4.1.2.) de Bakeman & Quera
(1996; actualizado em http://www.ub.e/comporta/sg.htm), resultando daí um
ficheiro SDS. Através da função do programa check syntax only foram
verificados possíveis erros no processo de digitalização dos dados. Utilizando-
se a função compile SDS file, foi criado um ficheiro MDS, a partir do qual se
DPczp DPdu DPr Frf DPse
DPgra
Fgl
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Manuel Ramos 91
realizou a análise sequencial, pela técnica de retardos ou de transições (lag
method), utilizando para tal as condutas critério que se afiguravam necessárias
e significativas para o estudo, conforme o Quadro 4.12..
Utilizou-se, quer em termos retrospectivos como prospectivos, o lapso 5 de
Transição visto a consistência da sequência se ver muito reduzida a partir do
mesmo (Castellano Paulis, 2000; cit. Silva, 2004). Ou seja, a determinação da
excitatoriedade das transições entre as diferentes condutas consideradas como
critério e objecto teve lugar considerando o padrão sequencial até ao limite 5,
ou seja, pedindo-se retardos de -5 a +5.
Foram seguidos alguns preceitos para o processo de determinação da
excitatoriedade e da relação entre as condutas critério e as condutas objecto:
As cadeias de retardo serão tão longas quanto maior for a existência de
continuidade excitatória entre as condutas critério e objecto, nunca
excedendo os cinco retardos, quer retrospectiva como prospectivamente
(idem, 2004);
Só foram considerados as transições cujo valor de Z fosse igual ou
superior a 1,96, pois este é o que representa uma maior probabilidade
de Transição que o esperado pelo mero conceito da sorte ou acaso,
existindo assim uma dependência excitatória ou positiva. Se o valor Z é
menor que 1,96, a dependência torna-se inibitória ou negativa (Bakeman
& Gottman, 1989: 173);
Quando num retardo existem duas ou mais condutas excitadas,
considera-se como primária aquela cuja diferença entre a probabilidade
condicional e incondicional for maior. A partir deste carácter de
primariedade pode-se ordenar os diferentes padrões de conduta obtidos,
em ordem da maior para a menor força de coesão entre os diferentes
retardos (Anguera, 2003).
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Quadro 4.12. Sentidos retrospectivo, prospectivo e retrospectivo-prospectivo utilizadas para realizar a análise sequencial de retardos, tendo como condutas critério o catálogo de condutas que fazem parte das três fases do desenvolvimento da fase ofensiva (Inicio; Desenvolvimento e Final), e os critérios estruturais (espaço) e interaccionais (CJ e CEI).
CONDUTAS OBJECTO CONDUTAS CRITÉRIO ANÁLISE SEQUENCIAL
PROSPECTIVA ANÁLISE SEQUENCIAL
RETROSPECTIVA ANÁLISE SEQUENCIAL
RETROSPECTIVA-PROSPECTIVA
CONDUTAS DE INÍCIO (I)
INICIO DA TRANSIÇÃO-ESTADO
DEFESA/ATAQUE (IE): IEi; IEd; IEgr; IEp
INICIO DA TRANSIÇÃO-
INTERFASE DEFESA/ATAQUE (II):
IIcg; IIi; IIc; IIpb; IIbs; IILL
DESENVOLVIMENTO DA TEDA DTpcp; DTpcn; DTplp; DTpln; DTczp; DTczn; DTcd; DTd; DTrc; DTdu; DTr; DTse; DTdu; DTgro; DTgra. DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA (DP): DPpcp; DPpcn; DPplp; DPpln; DPczp; DPczn; DPcd; DPd; DPrc; DPdu; DPr; DPse; DPdu; DPgro; DPgra; DPI; DPc; DPpb; DPbs; DPLL. FINAL DA FASE OFENSIVA (F): Frf; Frd; Frad; Fgl; Fbad; Fgrad; Ff; Fi. ESPACIALIZAÇÃO: 1;2;3;4;5;6;7;8;9;10;11;12 CENTRO DO JOGO (CJ): Pr; Pa; Pi; SPr; Spa; SPi. CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO (CEI): VAD; ATAD; ATM; ATE; MAD; MM; MAT; ADM; ADAT; EAT; ADV.
CONDUTAS DE DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO DA
TEDA (DT): DTpcp; DTpcn; DTplp; DTpln; DTczp; DTczn;
DTcd; DTd; DTrc; DTdu; DTr; DTse;
DTdu; DTgro; DTgra
DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA (DP):
DPpcp; DPpcn; DPplp; DPpln; DPczp; DPczn; DPcd; DPd; DPrc; DPdu; DPr;
DPse; DPdu; DPgro; DPgra; DPI; DPc;
DPpb; DPbs; DPLL
INICIO DA TEDA (IE): IEi; IEd; IEgr; IEp. INICIO DA TIDA (II): IIcg; IIi; IIc; IIpb; IIbs; IILL ESPACIALIZAÇÃO: 1;2;3;4;5;6;7;8;9;10;11;12 CENTRO DO JOGO (CJ): Pr; Pa; Pi; SPr; Spa; SPi. CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO (CEI): VAD; ATAD; ATM; ATE; MAD; MM; MAT; ADM; ADAT; EAT; ADV.
CONDUTAS DE FINAL
FINAL DA FASE OFENSIVA (F):
Frf; Frd; Frad; Fgl; Fbad; Fgrad; Ff; Fi.
INICIO DA TEDA (IE): IEi; IEd; IEgr; IEp. INICIO DA TIDA (II): IIcg; IIi; IIc; IIpb; IIbs; IILL DESENVOLVIMENTO DA TEDA DTpcp; DTpcn; DTplp; DTpln; DTczp; DTczn; DTcd; DTd; DTrc; DTdu; DTr; DTse; DTdu; DTgro; DTgra. DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA (DP): DPpcp; DPpcn; DPplp; DPpln; DPczp; DPczn; DPcd; DPd; DPrc; DPdu; DPr; DPse; DPdu; DPgro; DPgra; DPI; DPc; DPpb; DPbs; DPLL. ESPACIALIZAÇÃO: 1;2;3;4;5;6;7;8;9;10;11;12 CENTRO DO JOGO (CJ): Pr; Pa; Pi; SPr; Spa; SPi. CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO (CEI): VAD; ATAD; ATM; ATE; MAD; MM; MAT; ADM; ADAT; EAT; ADV.
Capítulo 4
ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
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Manuel Ramos 95
5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS O presente capítulo encontra-se organizado em duas partes distintas: - a primeira consiste numa análise descritiva e tem por base a utilização de
medidas estatísticas básicas, nomeadamente a frequência absoluta e a
frequência relativa.
- na segunda parte é realizada uma análise sequencial através da técnica de
retardos (lag method). Nesta técnica, uma conduta, tomada como conduta
critério (CC), é considerada como possível iniciadora ou desencadeante das
que se seguem, objectivando-se detectar a ocorrência de padrões de
conduta com maiores probabilidades que as estimadas pelo azar entre as
diferentes categorias desenhadas para representar o fluxo conductural do
jogo (Castellano Paulis & Hérnandez Mendo, 2002a), e ainda averiguar
como mudam as probabilidades de ocorrência de certas condutas em
função da ocorrência prévia de outras (Hérnandez Mendo et al., 2000).
5.1. ANÁLISE DESCRITIVA No Quadro 5.1. são expostas as frequências absolutas (FA) e as frequências
relativas (FR), obtidas para cada uma das categorias ou condutas constituintes
do sistema de observação (instrumento ad hoc) da totalidade da amostra, com
excepção .
No sentido de clarificar a análise descritiva, a mesma foi dividida em três
segmentos: (1) quanto aos códigos indutores de condutas regulares ou
comportamentais; (2) quanto aos códigos indutores de condutas estruturais
(Bakeman & Quera, 1996) (de Espacialização do terreno de jogo); e
contextuais (idem, 1996) (de Centro do Jogo e Contexto Espacial de
Interacção).
Da grande quantidade de informação que contém o Quadro 5.1., analisar-se-á
apenas a que se afigura como mais relevante para o presente estudo.
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Quadro 5.1. – Frequências absolutas (FA) e relativas (FR) obtidas para as variáveis estudadas. CATEGORIA FA FR CATEGORIA FA FR
IEi 54 0,003 1 52 0,003 IEd 14 0,001 2 227 0,012 IEgr 42 0,002 3 64 0,003 IEp 147 0,008 4 396 0,021 IIcg 5 0,000 5 1351 0,070 IIi 40 0,002 6 431 0,022 IIc 5 0,000 7 515 0,027 IIpb 41 0,002 8 1009 0,053 IIbs 1 0,000 9 503 0,026 IILL 56 0,003 10 157 0,008 DTpcp 954 0,050 11 320 0,017 DTpcn 48 0,003 12 182 0,009 DTplp 23 0,001 DTpln 15 0,001 Pr 552 0,029 DTczp 10 0,001 Pa 11 0,001 DTczn 11 0,001 Pi 215 0,011 DTcd 210 0,011 SPi 2365 0,123 DTd 70 0,004 SPr 1230 0,064 DTrc 639 0,033 SPa 9 0,000 DTdu 20 0,001 DTr 8 0,000 VAD 68 0,004 DTse 48 0,003 ATAD 749 0,039 DTgro 7 0,000 ATM 7 0,000 DTgra 5 0,000 ATE 147 0,008 DPpcp 996 0,052 MAD 331 0,017 DPpcn 56 0,003 MM 2392 0,125 DPplp 12 0,001 MAT 20 0,001 DPpln 13 0,001 ADM 51 0,003 DPczp 24 0,001 ADAT 325 0,017 DPczn 11 0,001 EAT 266 0,014 DPcd 122 0,006 ADV 25 0,001 DPd 52 0,003 DPrc 798 0,042 TOTAL 19178 1,000 DPdu 41 0,002 DPr 15 0,001 DPse 54 0,003 DPgro 12 0,001 DPgra 2 0,000 DPi 64 0,003 DPc 21 0,001 DPpb 1 0,000 DPbs 0 0,000 DPLL 32 0,002 Frf 31 0,002 Frd 21 0,001 Frad 7 0,000 Fgl 11 0,001 Fbad 244 0,013 Fgrad 27 0,001 Ff 36 0,002 Fi 33 0,002
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0100200300400500600700800900
1000
DTpc
p
DTpc
n
DTp
lp
DTp
ln
DTc
zp
DTc
zn
DTcd
DTd
DTr
c
DTd
u
DTr
DTs
e
DTgr
o
DTgr
a
Desenvolvimento da TEDA
Figura 5.2. - Frequência absoluta relativa às condutas de Desenvolvimento da Transição/Estado defesa-ataque
Figura 5.3. - Frequência absoluta relativa às condutas de Desenvolvimento da Fase Ofensiva
0100200300400500600700800900
1000
DPp
cp
DPp
cn
DPpl
p DP
pln
DPcz
p DP
czn
DPc
d DP
d DP
rc
DPdu
D
Pr
DPse
D
Pgro
D
Pgra
DP
i D
Pc
DPpb
DP
bs
DPLL
Desenvolvimento da Fase Ofensiva
5.1.1. Análise descritiva das Condutas Regulares A Fase Ofensiva da Selecção Espanhola, conforme a Figura 5.1., inicia-se
regularmente através de uma acção defensiva (intercepção, desarme, disputa
de bola aérea, etc.), de imediato seguida por passe (IEp).
0
2040
6080
100120
140160
IEi IEd IEgr IEp IIcg IIi IIc IIpb IIbs IILL
Início da Fase Ofensiva
Figura 5.1. - Frequência absoluta relativa às condutas de Início da Fase Ofensiva
Quanto às condutas de Desenvolvimento da Fase Ofensiva, as mais utilizadas
são o passe curto positivo e a recepção/controle, quer no desenvolvimento da
Transição-Estado defesa/ataque como da posse de bola, como mostram as
Figuras 5.2. e 5.3..
A relação entre estas condutas parece ser de todo lógica, na medida em que a
seguir a um passe curto positivo o jogador receptor tende a controlar a bola,
passando-a novamente para um companheiro de equipa. Também o facto do
passe curto ser uma acção mais segura que o passe longo, ou até que a
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Manuel Ramos 98
Figura 5.4. - Frequência absoluta relativa às condutas de Final da Fase Ofensiva
0
50
100
150
200
250
Frf Frd Frad Fgl Fbad Fgrad Ff Fi
Final da Fase Ofensiva
condução e que o drible (Barreira, 2006), pode explicar esta regularidade na
sua frequência de utilização ao longo da Fase Ofensiva.
Relativamente ao Final da Fase Ofensiva, a perda de posse de bola, por erro
do portador da bola e/ou acção do adversário, assume principal destaque,
acontecendo por 244 vezes. As
restantes condutas mostram
alguma homogeneidade,
inferindo-se que existe equilíbrio
entre os comportamentos
indutores de sequências
comportamentais eficazes e não
eficazes, conforme a Figura 5.4.
Os resultados obtidos parecem ir ao encontro dos resultados de Dufour (1991),
quando refere que 90% das posses de bola no Futebol terminam sem um
remate à baliza adversária. Mombaerts (2000) acrescenta que, dependendo a
eficácia ofensiva do número de remates enquadrados com a baliza adversária,
para um golo acontecer é necessário que sejam realizadas dez destas acções.
Em termos absolutos, 83% das sequências ofensivas da Espanha não
terminam de forma eficaz, culminando com a recuperação da posse de bola por
parte da equipa adversária, ou seja, habitualmente a fase dinâmica de jogo
prevalece.
5.1.2. Análise descritiva da Conduta Estrutural: Espaço No que concerne à Espacialização do terreno de jogo, observa-se que o
corredor central ao nível do sector médio (zonas 5 e 8) é o mais utilizado pelos
jogadores na recuperação da posse de bola e na construção da fase ofensiva,
conforme a Figura 5.5..
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Manuel Ramos 99
Figura 5.5. - Frequência absoluta relativa às condutas de Espacialização, em função do campograma (zonas 1 a 12)
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Espacialização
Denota-se supremacia do corredor central relativamente aos corredores
laterais, esbatendo-se progressivamente à medida que a equipa progride para
zonas de maior ofensividade.
Estes resultados confirmam
os de Castelo (1996),
Garganta (1997) e
Mombaerts (2000) quando
verificaram que a maior
percentagem de
recuperações de posse de
bola tende a ocorrer na
zona defensiva central e
média-defensiva central. No sector de maior ofensividade (sector ofensivo)
pode observar-se que o corredor lateral direito (zona 12) chega a atingir,
embora de forma ligeira, maior preponderância que a zona lateral esquerda
(zona 10).
Relativamente aos sectores do terreno de jogo, parece manifestar-se a
tendência para um jogo no meio-campo, isto é, os sectores médio-defensivo e
médio-ofensivo são os mais utilizados. Esta prevalência pode ser observada
pela «suavização» do binómio risco – segurança, ou seja, quando ocorre uma
perda da posse de bola na zona média, verifica-se a existência da capacidade
de reorganização defensiva (acções de cobertura ou de compensação) antes
do adversário criar uma oportunidade de golo. Todavia, se ocorrer uma
recuperação da posse de bola, o jogador e a equipa tendem a jogar sem
assumir o risco, mas de forma a privilegiar a segurança de construção ofensiva.
Tratam-se assim de zonas de preparação da situação de finalização na
perspectiva ofensiva, e de organização defensiva ao nível da coesão entre
linhas (proximidade para se formar um bloco compacto sem espaço interior) do
ponto de vista defensivo.
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Manuel Ramos 100
Figura 5.6. - Frequência absoluta relativa às condutas de Centro do Jogo
0
500
1000
1500
2000
2500
Pr Pa Pi SPi SPr SPa
Centro de Jogo
0
500
1000
1500
2000
2500
VA
D
ATA
D
ATM
ATE
MA
D
MM
MA
T
AD
M
ADA
T
EA
T
AD
V
CEI
Figura 5.7. - Frequência absoluta relativa às condutas de Contexto Espacial de interacção
5.1.3. Análise descritiva das Condutas Contextuais: Centro do Jogo (CJ) e Contexto Espacial de Interacção (CEI)
Quanto ao critério Centro do Jogo, definidor do contexto de interacção das
equipas nas zonas próximas da bola, como mostra a Figura 5.6. as situações
de superioridade relativa e de
igualdade não pressionada são
as mais frequentes. Assumindo
que as equipas procuram
constantemente a criação de
situações de superioridade
numérica relativamente ao
adversário, tanto defensiva
como ofensivamente, estes
dados podem ser fundamentais na explicação do sucesso obtido pela Espanha
no Euro 2008, já que permitem concluir que a sua dinâmica de jogo parece
permitir ao portador da bola estar numa situação privilegiada para decidir.
Quanto à superioridade ou à inferioridade numérica absoluta, raramente este
contexto de interacção se observa no fluxo do jogo, ocorrendo o registo destes
códigos apenas por 20 vezes num total de 19178 registos realizados.
A CEI entre as equipas que se regista com maior frequência durante o jogo é a
do tipo MM, ou seja, em que a bola se disputa entre as zonas médias de
ambas as equipas. Também se verifica a ocorrência regular do tipo ATAD, isto
é, em que a bola se disputa entre
a zona atrasada da equipa
observada ou em fase ofensiva e
a zona adiantada da equipa
adversária. Pelo contrário, as CEI
do tipo ADV, MAT, ATM e ADM
tiveram uma frequência bastante
baixa em todos os jogos
codificados em relação ao resto
das categorias do mesmo critério de formato de campo.
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Manuel Ramos 101
5.2. ANÁLISE SEQUENCIAL Serão aqui apresentados os padrões de conduta considerados no presente
estudo mediante a utilização da técnica de retardos. Isolar-se-á cada conduta
critério e agrupar-se-á em cada retardo as condutas objecto associadas. Para
cada conduta critério e em cada retardo em que se observe um padrão de
conduta (e até se atingir o retardo máximo), será possível observar as condutas
regulares, bem como a situação relativa aos critérios estruturais e contextuais.
Ter-se-á assim informação relativa a essa conduta critério considerando
retrospectivamente, prospectivamente ou retrospectiva – prospectivamente
(Quadro 4.12.), através da associação entre as três análises realizadas com as
condutas objecto pretendidas (com as condutas comportamentais, com os
critérios Espacialização do terreno de jogo, Centro do Jogo e Configuração
Espacial e Interacção).
A partir dos resultados das três análises, estabelecer-se –á uma associação
em cada retardo, recolhendo-se informação com qualidade acerca do fluxo
acontecimental de jogo em geral e dos padrões de conduta da Fase Ofensiva
em particular. As relações estabelecidas não devem ser entendidas sob um
ponto de vista determinista, mas sim como uma probabilidade (Pereira, 2005),
já que este tipo de análise procura identificar a probabilidade de transição entre
condutas para além do determinado pela sorte ou acaso (Castellano Paulis &
Hernández Mendo, 2002b). Destaca-se ainda que este procedimento pode
implicar alguns desacertos pois é assumido, desde logo, que mesmo sendo
realizadas três análises em separado, é possível agrupar a informação em
cada retardo e inferir sobre a mesma de uma forma conjunta (Barreira, 2006).
Face ao volume de dados recolhidos e analisados neste estudo, para a
determinação dos padrões de conduta ofensivos utilizou-se o conjunto de
regras interpretativas de carácter convencional que facilita a adopção da forma
definitiva de padrão de Anguera (2003), citado por Silva (2004: 102), e ainda as
relações de elevada força de coesão e em que se denotava concordância com
o observado e registado na fase correspondente.
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5.2.1. Padrões de Jogo encontrados para as Condutas de Início da Transição – Estado defesa/ataque (IE) e Início da Transição – Interfase Defesa/Ataque (II)
Quando se analisam as condutas de início de TEDA e início da TIDA (II),
determinam-se os padrões de conduta desde uma análise prospectiva, quer em
termos de condutas comportamentais (Desenvolvimento e Final), como de
estruturais (Espacialização do terreno de jogo) e contextuais (Centro do Jogo e
Contexto Espacial de Interacção), à conduta tomada como critério.
5.2.1.1. Início da TEDA (IE) por recuperação da posse de bola por acção do guarda-redes em fase defensiva – (IEgr)
Verifica-se que a seguir à intervenção do guarda-redes, enquanto conduta que
marca o início da TEDA, existem vários comportamentos possíveis, que podem
implicar o término da Fase Ofensiva, ou a sua continuidade, nunca sendo
encontradas acções que conduzam à eficácia da mesma.
Quadro 5.2. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Início da Transição – Estado defesa/ataque por recuperação da posse de bola pelo guarda-redes (IEgr), tendo como condutas objecto: as regulares (desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).
Conduta Critério - IEgr Análise Prospectiva
R 1 R 2 R 3 R 4 R 5
Condutas Regulares: - Desenvolvimento - Final
DTpcp (3,87) DTplp (3,21) DTpln (4,17)
DTrc (4,82) Fgrad (3,20)
Fi (3,20) DTpcp (4,40) DTcd (2,69)
DTrc (3,13) DTczn (2,96)
Conduta Estrutural: - Espaço 2 (10,24) 6 (2,23) 5 (2,70) 5 (2,21)
6 (2,24) Conduta Contextual: - Centro de Jogo SPr (4,13) SPr (4,31) SPr (3,59)
Conduta Contextual: - CEI
VAD (11,60) ADM (2,04) ATE (3,86) ATE (5,56) MAD (3,92) ATE (2,40)
MAD (3,09) Como se observa nas Figuras 5.8 e 5.9., e analisando os restantes critérios
quanto aos comportamentos de jogo subsequentes, pode ser referido que é o
guarda-redes que tende a manter a posse de bola e a dar continuidade à
TEDA. Esta inferência vem confirmar o que Silva (2004) concluiu, isto é, após
recuperação da posse de bola pelo guarda-redes, é este que dá continuidade à
Fase Ofensiva.
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Figura 5.8. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto as condutas regulares – desenvolvimento e final.
Figura 5.9. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto as condutas regulares – desenvolvimento e final.
Parecem existir, portanto, dois padrões - um eficaz e outro ineficaz:
No padrão eficaz, e analisando também as Figuras 5.10. e 5.11., o guarda-
redes permanece na posse de bola numa zona recuada do terreno de jogo
(zona 2) com superioridade numérica relativa (SPr), realizando de seguida
um passe curto para o sector médio (zona 6), permitindo que a equipa,
através de um jogo apoiado (método de jogo ofensivo ataque posicional),
consiga atingir a zona ofensiva de forma a dar continuidade ao ataque. A
preferência pela zona 6, parece estar relacionada com a opção frequente
da Selecção de Espanha em atribuir ao jogador que ocupa esse espaço
tarefas essencialmente de equilíbrio defensivo em detrimento de funções
de estruturação do jogo ofensivo. Estes resultados vão ao encontro dos
obtidos num estudo de Barreira et al. (2009) sobre o EURO 2008, que
relata que 60% das vezes que o jogador Capdevila (normalmente ocupa a
zona 4) tem a bola ele a passa ao jogador Marchena (assume a função de
defesa central, sendo normalmente o responsável por dar cobertura
ofensiva à zona 4).
No segundo padrão de jogo, o guarda-redes cria uma situação de imediata
perda da posse de bola. Este facto parece ser consequência de um passe
longo que tenta aproveitar a possível desorganização momentânea do
adversário – opção primeira de TEDA. No entanto, na maioria das vezes,
IEgr
DPd
DTrc DTpcp
DTcd
DTrc DTpcp
DTczn
IEgr DTpln
Fgrad
Fi
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Manuel Ramos 104
embora esta opção de risco seja antecipada (a bola é perdida no sector
ofensivo e com as linhas defensiva e média atrás da linha da bola), não
parece surtir o efeito desejado. Assim, a bola é normalmente perdida logo
no retardo 2, e mesmo quando a sua posse é mantida para além desse
momento não costumam ser criadas situações de finalização.
Posto isto, torna-se importante realçar que a alternância de métodos e ritmos
de jogo são, desde logo, uma das preocupações do guarda-redes da EObs..
Figura 5.10. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta estrutural – Espaço.
Figura 5.11. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo.
Quando a conduta de início de TEDA por acção do guarda-redes ocorre, a
equipa adversária tende a fazer recuar as suas linhas, objectivando a
recuperação e a reorganização defensiva, criando um contexto de interacção
de alguma liberdade de acção para o portador da bola (superioridade numérica
relativa - SPr), como mostra a Figura 5.11..
Se atentarmos ainda à Figura 5.12., verifica-se que esta forma de recuperação
da posse de bola activa configurações espaciais de interacção entre as equipas
em que a bola se disputa entre a zona atrasada da equipa observada (em fase
ofensiva) e a zona externa da equipa adversária (ATE) ou entre a zona média
da equipa observada e a zona adiantada da equipa adversária (MAD).
IEgr 2 6 5
6
5
IEgr SPr SPr SPr
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Figura 5.12. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a condutas contextual – contexto espacial de interacção.
Estes contextos espaciais de interacção, principalmente o do tipo MAD, tem
uma elevada componente de segurança quando a equipa tem a posse da bola,
oferecendo garantias para a sua manutenção, sem que suponha risco de
perda. Isto sugere que após a perda de posse da bola por intercepção do
adversário - principalmente no sector defensivo e com menor intensidade no
sector intermédio defensivo – as equipas parecem preferir reorganizar-se
defensivamente, fazendo recuar a sua zona mais adianta em vez de pressionar
o opositor na tentativa de voltar a recuperar a posse da bola ou de pelo menos
interromper o desenvolvimento da sua fase ofensiva (Silva, 2004).
Com esta atitude defensiva do adversário, a equipa que recupera a posse da
bola vê-se confrontada com contextos de interacção que dificultam o
desenvolvimento do seu ataque, dando origem a um jogo de ataque posicional
com grande controlo sobre a bola mas com uma maior dificuldade de
progressão. Contudo, estamos convencidos que na Selecção de Espanha, este
estilo de jogo parece ser o preferido, não estando a sua utilização dependente
das dificuldades impostas pelo adversário.
5.2.1.2. Início da Transição – Estado Defesa/Ataque (IE) por recuperação
da posse de bola por acção defensiva seguida de passe – (IEp)
Importa, desde já, referir que a conduta em análise no Quadro 5.3. engloba
todas as acções defensivas (intercepção, desarme, duelo, etc.) enquanto
imediatamente precedidas de passe, sendo excepção a acção do guarda-
redes.
IEgr
VAD
ATE ATE
ATE
ADM
MAD
MAD
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Quadro 5.3. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Início da Transição – Estado defesa/ataque por recuperação da posse de bola por acção defensiva seguida de passe (IEp), tendo como condutas objecto: as regulares (desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção).
Conduta Critério - IEp Análise Prospectiva
R 1 R 2 R 3 R 4 R 5
Condutas Regulares: - Desenvolvimento - Final
DTrc (9,53) DTpcp (7,88) DTrc (5,47) DTpcp (4,98) DTpcp (4,03)
Conduta Estrutural: - Espaço 5 (5,09) 5 (2,25)
Conduta Contextual: - Centro de Jogo SPi (3,05) SPi (2,57)
Conduta Contextual: - CEI MM (4,30) MM (2,78) MM (2,50) MM (2,10)
Da revisão da literatura efectuada é possível concluir que para as equipas que
se encontram em processo de organização ofensiva é fundamental que exista
simultaneamente uma preocupação defensiva. Porém, esta nunca se deve
sobrepor à tentativa de obtenção do objectivo do jogo em geral e da fase
ofensiva em particular - o golo.
Ou seja, como refere Barreira (2006), a equipa deve tentar atingir rapidamente
o último sector do terreno de jogo mas através de meios vantajosos e efectivos,
o que se traduz em comportamentos coincidentes com a manutenção do
equilíbrio ofensivo. Assim, alguns elementos da equipa devem adoptar atitudes
de maior segurança defensiva enquanto outros devem ter presente acções de
risco, não significando contudo que os primeiros não possam surgir em
condições favoráveis para finalizar, embora o devam fazer com rigor e critério
para não ser descurado o equilíbrio ofensivo da equipa em posse de bola.
A este respeito, e como é perceptível na Figura 5.13., a Selecção Espanhola
opta por conservar a posse de bola, privilegiando a fase de construção do
ataque, com os seus jogadores a jogarem a dois toques (recepção-passe),
fazendo a bola girar a grande velocidade.
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Manuel Ramos 107
Figura 5.13. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEp, tendo como objecto as condutas regulares – desenvolvimento e final.
Figura 5.14. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.
Como podemos observar na Figura 5.14., após a recuperação da posse de
bola, a Espanha normalmente procura o corredor central. Pensamos que este
comportamento se justifica por este se afigurar mais propício à finalização,
sendo nele que se encontra a baliza e mais opções para o portador de bola.
Pensamos, também, que este facto está intrinsecamente ligado a dois factores:
(1) o primeiro relaciona-se com a própria estrutura que a Espanha apresenta
em campo, com dois avançados centro, assumindo-se sempre como referência
após a recuperação da posse de bola; (2) pela enorme mobilidade e qualidade
técnico-táctica dos médios, que permite, por um lado, que haja sempre
coberturas ofensivas e, por outro, que dificilmente o adversário consiga criar
situações de superioridade numérica (Figura 5.15.) relativamente ao Centro do
Jogo, no sector médio, conforme a Figura 5.16..
Figura 5.15. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEp, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo.
Figura 5.16. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEp, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção.
IEp DTrc DTpcp DTrc DTpcp DTpcp
IEp SPi SPi
IEp MM MM MM MM
IEp 5 5
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Manuel Ramos 108
5.2.1.3. Início da Transição – Interfase Defesa/Ataque (II) por recuperação da posse de bola por infracção do adversário às leis do jogo – (IIi)
O Quadro 5.4 reforça os resultados acima analisados, uma vez que mesmo nos
Esquemas Tácticos a Espanha opta por jogar curto, deslocando
sistematicamente o Centro do Jogo para zonas recuadas, “aliciando” assim o
adversário para zonas mais afastadas da sua baliza. Supõe-se que esta opção
táctica pode estar também relacionada com uma questão antropométrica, já
que a média de alturas dos jogadores da Espanha é inferior à da maior parte
das equipas adversárias presentes no Euro 2008, sendo este um indicador, à
partida, de insucesso na disputa de bolas aéreas. Pensamos ainda que a zona
do terreno de jogo onde tem lugar este comportamento de início da Fase
Ofensiva influencia o seu padrão acontecimental.
Quadro 5.4. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Início da Transição – Interfase Defesa/Ataque (II) por recuperação da posse de bola por infracção do adversário às leis do jogo (IIi), tendo como condutas objecto: as regulares (desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção).
Conduta Critério - IIi Análise Prospectiva
R 1 R 2 R 3 R 4 R 5
Condutas Regulares: - Desenvolvimento - Final
DPrc (7,00) DPpcp (8,17) DPrc (4,51) DPpcp (5,55) DPrc (4,65)
Conduta Estrutural: - Espaço 8 (2,57) 8 (2,12)
2 (2,16) 7 (2,40) 10 (3,63)
Conduta Contextual: - Centro do Jogo
Conduta Contextual: - CEI VAD (3,31) VAD (4,07)
EAT (2,70)
Ao contrário do encontrado por Silva (2004), designadamente que as acções
ofensivas que se iniciam com um lance de bola parada têm grande
probabilidade de interromper a continuidade da fase ofensiva, desencadeando-
se comportamentos de final de ataque ou condutas que lhe estão de alguma
forma associadas, na Selecção da Espanha verificou-se que a opção por “sair
a jogar” no desenvolvimento destes lances permite a continuidade da dinâmica
ofensiva da equipa.
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Manuel Ramos 109
5.2.1.4. Início da Transição – Interfase Defesa/Ataque (II) por recuperação da posse de bola por pontapé de canto a favor – (IIc)
Neste ponto encontra-se, pela primeira vez, uma conduta associada à
obtenção do objectivo nuclear do jogo de Futebol - o golo. De facto, dos 11
golos apontados pela Espanha no Euro 2008, três foram na sequência de
pontapé de canto a favor. Parecem existir dois pontapés de canto padrão na
Selecção nacional de Espanha, conforme as Figuras 5.17. e 5.18..
Quadro 5.5. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Início da Transição – Interfase Defesa/Ataque (II) por recuperação da posse de bola por pontapé de canto a favor (IIc), tendo como condutas objecto: as regulares (desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção).
Conduta Critério - IIc Análise Prospectiva
R 1 R 2 R 3 R 4 R 5
Condutas Regulares: - Desenvolvimento - Final
DPpcp (3,53)DPr (8,96)
DPrc (4,09) DPgra (8,82)
DPpcp (2,63)Frd (9,57)
DPrc (3,65) DPr (10,49) Fgl (7,12)
Conduta Estrutural: - Espaço
10 (7,90) 11 (15,55)
Conduta Contextual: - Centro do Jogo Pi (5,09) SPi (2,37) Pi (2,51)
Conduta Contextual: - CEI ADAT (5,64) MAT (4,63)
EAT (2,75)
No pontapé de canto padrão (1), conforme a Figura 5.17., a bola é jogada para
o espaço exterior à grande área, normalmente para um colega que está
desviado do aglomerado de jogadores que se encontra mais perto da baliza
adversária. Parece haver, depois, uma pequena circulação de bola, que pode
envolver o executante do esquema
táctico, com o intuito de fazer a
equipa adversária deslocar-se para
fora da área. Por fim, a bola é
colocada em jogadores que
realizam diagonais de ruptura,
aproveitando a equipa adversária
em contra-pé.
CC: IIc
R3: DPr
Figura 5.17. – Padrão (1) de conduta IIc eficaz
R1: DPpcp
R2: DPczp
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Manuel Ramos 110
Como ilustra a Figura ao lado, o
pontapé de canto tipo (2) é
marcado de “forma convencional”,
com a bola a ser enviada pelo
executante para a área,
procurando atingir o alvo com o
mínimo de comportamentos
procedentes à marcação.
Como esperado, este comportamento excita, com elevada intensidade, as
zonas onde, habitualmente, evolui o Centro do Jogo logo após a marcação do
pontapé de canto (zonas 10 e 11) e, obviamente, de forma semelhante, a
Configuração espacial de interacção do tipo ADAT e EAT, que caracterizam
esta situação de jogo. A elevada excitação do CEI do tipo MAT no retardo -2
(Z=4.63.), permite inferir que o canto curto é frequentemente utilizado.
A análise do CJ mostrou ainda resultados que confirmam a substancial
dificuldade em contrariar a igualdade numérica neste tipo de lances, parecendo
ser através da vantagem de ter a bola parada e assim poder decidir sob essa
condição, bem como a evolução da condição táctico-estratégica nesta tipologia
de acontecimentos de jogo, as principais razões para que o sucesso ofensivo
tenha vindo a crescer na generalidade das equipas.
5.2.1.5. Início da Transição – Interfase defesa/ataque (II) por recuperação
da posse de bola por pontapé de baliza a favor – (IIpb)
Parecem existir duas opções quanto à forma de marcação do pontapé de
baliza, conforme o Quadro 5.6.: (1) a bola é enviada para as zonas próximas da
área, privilegiando-se a fase de construção do ataque; (2) a bola é enviada
para o meio-campo ofensivo, onde é disputada pelos avançados da Espanha,
habitualmente Torres ou Villa.
CC: IIc
R1: DPr
Figura 5.18. – Padrão (2) de conduta IIc eficaz
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Manuel Ramos 111
Apesar dos pontapés de baliza marcados de forma longa se revelarem mais
frequentes, facto que parece contrariar os comportamentos analisados até
então, parece-nos de todo lógico referir que este aspecto pode dever-se à
vantagem no resultado momentâneo da Espanha em quase todo o tempo
regulamentar dos jogos em que participou no EURO 2008. Ou seja, derivado
desta condicionante, os adversários tendem a subir as respectivas linhas,
criando limitações ou mesmo impossibilitando que se pudessem executar estes
comportamentos de modo curto e seguro.
Quadro 5.6. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Início da Transição – Interfase Defesa/Ataque (II) por recuperação da posse de bola por pontapé de baliza a favor (IIpb), tendo como condutas objecto: as regulares (desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção)
Conduta Critério - IIpb Análise Prospectiva
R 1 R 2 R 3 R 4 R 5
Condutas Regulares: - Desenvolvimento - Final
DPdu (8,08) DPpcp (3,89)Fbad (6,55) DPrc (3,65) DPse (5,20) DPrc (3,20)
Conduta Estrutural: - Espaço 8 (6,74) 8 (2,80)
Conduta Contextual: - Centro do Jogo
Conduta Contextual: - CEI
ATAD (2,50) ADAT (6,93)
O modo de execução do pontapé de baliza longo contraria o comummente
defendido, designadamente o envio da bola para as zonas laterais. Assim, a
Espanha parece optar por uma execução propositada para direccionar a bola
para o corredor central, o que no nosso entender implica um risco maior se
houver perda imediata da bola. Contudo, por outro lado poderá permitir que os
médios, jogadores que são os principais responsáveis pela construção do jogo
ofensivo da Espanha, recuperem um número maior de “segundas bolas” nas
zonas 5 e 8 do corredor central, e em zonas mais próximas da baliza
adversária.
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Manuel Ramos 112
5.2.2. Padrões de Jogo encontrados para as condutas de Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT)
No presente investigação considera-se que para existir uma Transição-Estado
defesa/ataque é necessário que a recuperação da posse de bola se dê de
modo directo, isto é, que se mantenha a fase dinâmica de jogo (Mombaerts,
2000).
5.2.2.1. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por passe curto positivo – DTpcp
A partir da análise descritiva efectuada, verifica-se que a conduta tomada aqui
como critério é a que mais vezes ocorre no fluxo acontecimental do jogo (ver
Figura 5.2.). Na apreciação da conduta desenvolvimento da TEDA por passe
curto positivo, existe um padrão conductural longo relativamente às condutas
regulares (início, desenvolvimento e final) e à conduta estrutural (espaço), tanto
do ponto de vista retrospectivo como prospectivo. A partir da análise do Quadro
5.7., verifica-se uma alteração das tendências observadas nas últimas grandes
competições de Selecções (Silva, 2004), uma vez que mesmo em situação de
TEDA a Espanha adopta uma fase ofensiva em que a construção privilegia a
amplitude do terreno de jogo em detrimento da verticalização do ataque, sendo
assim mais demorada mas também mais segura.
Quadro 5.7. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição – Estado Defesa/Ataque (DT) por passe curto positivo (DTpcp), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DTpcp R 1 R 2 R 3 R 4 R 5
DTrc (17.43)
DTpcp (22.91)
DTrc (24.60)
IEp (12,41) DTpcp (33,22)
DTrc (37,85)
Condutas Regulares - Início
- Desenvolvimento - Final
DTrc (43,66)
DTpcp (36.79)
DTd (7.94)
DTcd (26.95)
DTpcp (24.69)
DTd (6.34)
DTrc 19.09
2 (2,60) 5 (2,63) 6 (2,68)
2 (4,04) 5 (4,19) 2 (4,97)
1 (2,56) 3 (2,19) 5 (3,72) 6 (4,07)
Conduta Estrutural - Espaço
4 (2,17) 5 (4,46) 6 (3,49)
5 (4,58) 6 (1,98) 6 (2,62) 3 (2,51) 4 (2,28)
SPr (2,93) SPr
(2,48) SPr
(2,86) SPr
(4,44) Conduta Contextual
- Centro do Jogo SPr (2,50)
ATE (2,49) MM
(5,07)
Conduta Contextual - CEI
MM (2,96)
ATE (2,36) MM
(3,34)
MM (2,61)
MM (2,11)
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Manuel Ramos 113
Através das Figuras 5.19. e 5.20 verifica-se que a conduta de desenvolvimento
da TEDA por passe curto positivo é sobretudo activada pela conduta de
recepção/controle e pelas zonas do meio-campo defensivo, quer retrospectiva
como prospectivamente. Assume-se, portanto, que a selecção de Espanha
privilegia uma construção do ataque com segurança através da utilização do
passe curto, raramente efectuado ao primeiro toque, tornando comum a
sequência passe curto (positivo) – recepção/controle – passe curto (positivo).
Figura 5.19. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTpcp, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final.
Figura 5.20. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTpcp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. É relevante notar que, embora a fase de construção ocorra no sector
intermédio e com as linhas médias das equipas em oposição, conforme a
Figura 5.22., a selecção Espanhola consegue ter sempre superioridade relativa
no Centro do Jogo (ver Figura 5.21.). Esta situação parece dever-se à
mobilidade dos seus médios mas também à zona onde se encontra a bola -
longe da baliza adversária -, pelo que o adversário tenderá a efectuar uma
oposição mais passiva, esperando no próprio meio-campo pela Espanha.
Figura 5.21. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTpcp, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo.
DTrc
Ip
DTpcp DTrc DTrc
DTpcp
DTcd DTrc DTpcp DTrc
DTpcp DTd
DTpcp
DTd
1
DTpcp 5 5 6 6 2
2
3
5
6
2 5
6
4
5
6
3
4
DTpcp SPr SPr SPr SPr SPr
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Manuel Ramos 114
Figura 5.22. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTpcp, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção.
Quanto aos resultados obtidos referentes à conduta critério Desenvolvimento
da TEDA por passe curto negativo, verifica-se que nas transições a partir do
momento em que existe uma aproximação à baliza adversária as condutas
contextuais alteram-se, aumentando a pressão ao portador da bola no Centro
do Jogo e, naturalmente, o CEI passa para contexto ADAT. Nestas condições,
é possível concluir que o passe curto não é eficaz uma vez que induz a um
encurtamento do espaço de jogo efectivo, facilitando a concentração e,
consequentemente, beneficiando a equipa que defende.
5.2.2.2. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por
passe longo positivo – DTplp
É perceptível, através do Quadro 5.8., que a CC em análise é, com elevada
probabilidade, uma acção de jogo indutora de eficácia ofensiva,
consubstanciada na obtenção quer de golo, quer de acções que o permitem
(situações de pré-finalização), como são os cruzamentos e os remates.
Quadro 5.8. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição – Estado Defesa/Ataque (DT) por passe longo positivo (DTplp), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DTplp R 1 R 2 R 3 R 4 R 5
DTrc (4.50)
DTpcp (3.76)
DTrc (5,38)
DTpcp (4,90)
IEgr (6,05) DTrc (4,10)
Condutas Regulares - Início
- Desenvolvimento - Final
DTdu (12,30)
DTczp (4.26)
Fgl (4.26)
DTdu (6.68)
DTr (6.61)
DTgra (8.10)
3 (2,35) 6 (2,33) 1 (2,25) 1 (2,13) 6 (2,05) 2 (2,89)
6 (4,32) Conduta Estrutural
- Espaço 11
(4,31) 12
(2,33) 11
(3,01) 11
(3,09) 11
(2,20)
Conduta Contextual - Centro do Jogo
Pi (4,68)
Pr (2,91)
ATE (2,40)
ATAD (2,17) ATE
(2,06)
MAD (2,22)
Conduta Contextual - CEI
ADAT (4,16) EAT
(4,67) ADV
(2,66)
ADV (5,84)
ADAT (3,70)
ADAT (3,43)
DTpcp
ATE
MM
ATE MM MM
MM MM
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R-1: DTrc
R 2: Fgl
R1: DTdu
Figura 5.24. – Padrão de conduta DTplp eficaz
Encontram-se, nesta análise, conforme a Figura 5.23., vários padrões de jogo,
todos com a mesma lógica sequencial. Ou seja, antes da ocorrência do passe
longo, o fluxo de jogo desenvolve-se por zonas recuadas do terreno de jogo
(sector defensivo e sector médio-defensivo), podendo ser precedida (retardo 1)
por um início de TEDA pelo guarda-redes ou por um passe curto (retardo 2),
sendo que, na conduta imediatamente anterior à conduta critério, existe uma
recepção/controle de bola. Este aspecto parece indicar que para a execução de
um passe longo, os jogadores necessitam de a preparar através do domínio
(controle) da bola, sendo o passe longo, portanto, uma acção técnico-táctica
individual de difícil concretização.
Figura 5.23. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTplp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.
Estes resultados parecem estar em consonância com a literatura, na medida
em que demonstram que o passe longo é uma conduta que exibe bastante
eficácia aquando da transição defesa-ataque (Barreira, 2006). No entanto,
normalmente, os padrões de
eficácia são mais elevados quando
a bola é enviada para os corredores
laterais, o que não é o caso da
selecção da Espanha que privilegia,
os lançamentos para o corredor
central, conforme Figura 5.24..
O comportamento DTplp é precedido de acções em zonas defensivas, sendo
através desta conduta que a bola é enviada para o sector ofensivo.
Imediatamente a seguir ao passe longo positivo, verifica-se uma situação de
igualdade pressionada (ver Figura 5.25.). A literatura aponta para que
imediatamente a seguir a um passe longo, a situação no Centro do Jogo seja
2
DTplp 1 11 12 11 11 1
3
6
11 6
6
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Manuel Ramos 116
de inferioridade absoluta (Silva, 2004), embora neste estudo os resultados
apontem noutro sentido, o que pode dever-se ao facto da Espanha jogar com
dois avançados centro, ambos posicionados sobre o corredor central,
encontrando-se frequentemente próximos dos defesas centrais adversários.
Figura 5.25. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTplp, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo.
Através do passe longo é possível deslocar de forma súbita o Centro do Jogo
para zonas mais ofensivas e, embora aí a pressão sobre o portador da bola
seja maior, o Contexto Espacial de Interacção é favorável, conforme aponta a
Figura 5.26.. Pressupõe-se que assim se passa a jogar mais perto do alvo
adversário e numa situação de menor complexidade do ponto de vista
interaccional, conduzindo ao sucesso deste tipo de comportamentos.
Figura 5.26. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTplp, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção.
Sendo o passe longo em profundidade uma das características do estilo de
jogo directo, os padrões de jogo encontrados vão ao encontro do que Reep et
al. (1968), Franks et al. (1983, 1990), Partridge & Franks (1989), Gréhaigne
(1999), cit. Hughes & Franks (2005), Hughes et al. (1988), Bate (1988),
Mombaerts (2000) e Barreira (2006) concluem nos respectivos estudos, ou
seja, que a movimentação da bola deve ser tão directa quanto possível, de
forma a atingir rapidamente as zonas de finalização (zonas 10, 11 e 12),
traduzindo-se este comportamento por um número reduzido de passes. De
acordo com Hughes & Franks (2005), apesar de o jogo directo ser sempre mais
eficiente do ponto de vista da concretização do golo, é através de um jogo mais
tecido e trabalhado, onde prevaleçam os passes curtos, que se verifica uma
DTplp Pi Pr
ATAD
DTplp ATE EAT ADV ADAT ATE
ADAT MAD
ADV
ADAT
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Manuel Ramos 117
maior realização de remates. Contudo, esta última inferência, de acordo com
os mesmos autores (2005), é apenas aplicável em equipas de nível superior,
isto é, que possuem uma aceitável capacidade de realizar uma sequência
longa de passes.
Reep et al. (1971), citados por Hughes & Franks (2005), referem que
aproximadamente 80% dos golos são obtidos através de sequências de passe
de número igual ou inferior a 3. Já Mombaerts (2000) refere que a eficácia de
finalização é inversamente proporcional ao número de passes realizados para
chegar à baliza adversária, o que é comprovado por Hughes & Franks (2005)
aquando da análise dos padrões de golos obtidos nos Mundiais de Futebol de
1990 e 1994. Estes autores (2005), tal como Basto et al. (1997) e Mombaerts
(2000), concluíram que a maior eficácia surge de sequências curtas passes
(igual ou inferior a 4). Ou seja, segundo Hughes & Franks (2005), 80% dos
golos obtidos decorrem de sequências de passes de número igual ou inferior a
4, pelo que à medida que o número de passes por posse de bola aumenta, a
probabilidade de acontecerem golos diminui numa relação proporcionalmente
inversa.
Atrevemo-nos a dizer, através da recolha e análise dos dados do actual
Campeão Europeu, que a eficácia da fase ofensiva não se limita ao número
reduzido de passes, mas sim através da integração deste comportamento
quando o contexto de interacção o permite e o requer.
Os resultados obtidos relativamente à CC de Desenvolvimento da Transição-
Estado defesa/ataque por passe longo negativo confirma os resultados acima
mencionados, na medida em que o passe longo sem sucesso normalmente é
antecedido por condução de bola ou é realizado pelo guarda-redes, sendo a
distância a percorrer pela bola maior e, normalmente, a trajectória menos fiável.
Podemos então concluir que para o sucesso desta acção de jogo é necessário
um tempo ou uma acção prévia de preparação, normalmente a
recepção/controle de bola.
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Manuel Ramos 118
5.2.2.3. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por cruzamento positivo – DTczp
O comportamento de cruzamento positivo, entendido neste estudo como o
envio da bola desde as zonas laterais mais ofensivas do campograma (10 e 12)
para a área (11), não encontra na literatura associações evidentes e
declaradas com eficácia ofensiva (Caldeira, 2001; Silva, 2004). Como sustenta
Silva (2004), a realização de cruzamento pode induzir eficácia mas também
pode originar a perda da posse de bola, inferência confirmada pelos resultados
do nosso estudo, conforme a Figura 5.27..
Quadro 5.9. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição – Estado Defesa/Ataque (DT) cruzamento positivo (DTczp), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DTczp R 1 R 2 R 3 R 4 R 5
IEi (3.01) IEp
(3.24)
DTcd (2.66)
IEd (5.32)
DTplp (5,37) DTdu (5,37)
DTcd (3,85)
Condutas Regulares - Início
- Desenvolvimento - Final
DTse (12.11)
DPczp (4.69)
Fgl (7.43)
DPdu (6.19)
DPczp 4.58 Frad
(8.73)
DPse (4.93)
9 (3,38) 8 (2,22) 9 (2,18)
12 (7,71)
Conduta Estrutural - Espaço
11 (8,90)
10 (5,78)
11 (3,50)
10 (3,93)
10 (3,81)
11 (3,65)
10 (2,61)
SPr (2,35) Pi
(4,86) Conduta Contextual - Centro do Jogo Pr
(3,68) Pi
(3,35) Pi
(3,74)
MAT (4,96) EAT
(8,75)
Conduta Contextual - CEI
ADAT (5,12) ADV
(6,18)
ADV (5,99)
ADAT (3,76)
ADAT (2,60) EAT
(2,85)
EAT (2,34)
Através da Figura 5.27., observa-se que um cruzamento positivo é
normalmente antecedido de condução, corroborando Silva (2004). Ao invés,
um cruzamento sem sucesso acontece habitualmente quando é realizado logo
no primeiro contacto com a bola. Trata-se, assim, à semelhança do passe
longo, de uma acção com alguma complexidade de execução, pelo que parece
necessitar de uma fase de preparação, normalmente realizada através da
conduta de condução de bola.
Figura 5.27. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTczp, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final.
DTplp
DTczp IEd DTse
DPczp
DPdu DPse DTcd
IEi
Fgl
DPczp
DTdu
DTcd
Frad IRp
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Manuel Ramos 119
R-1: DTcd
R 2: Fgl
R1: DTse
Figura 5.28. – Padrão de conduta DTczp eficaz
Como é ilustrado na Figura 5.28, o
sucesso ofensivo aparece no retardo 2
uma vez que estamos numa situação
de transição rápida, em que
normalmente o cruzamento “recuado”
alcança a linha defensiva adversária
em movimentação contrária ?a
direcção da bola, dificultando assim a
sua intervenção com êxito.
A Figura 5.29. exibe que a Espanha, aquando em transição, opta quase sempre
pela utilização do corredor direito, utilizando preferencialmente as zonas 9 e 12.
Esta parece ser uma situação que pode ser explicada pela lateralidade dos
avançados da Espanha já que ambos se revelam destros. Acreditamos que este é
um factor que condiciona, de forma decisiva, a efectividade dos cruzamentos.
Figura 5.29. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTczp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.
A verticalização do jogo ofensivo da Espanha (estilo de jogo directo) pode estar
associada a contextos de jogo desfavoráveis no Centro do Jogo, conforme
Figura 5.30. A existência de uma situação de igualdade pressionada no
retardo -2 levará a que perante o risco de perda de posse de bola, se jogue
longo, para zonas mais ofensivas do terreno de jogo.
Figura 5.30. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTczp, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo.
Como seria de esperar, esta conduta integrante do Desenvolvimento da TEDA
excita com elevada intensidade a CEI do tipo EAT antes do cruzamento e
ADAT e ADV depois de executada a conduta critério.
9
DTczp 9 11
10
10 12
10
11
10 8
11
Pi
DTczp SPr Pr Pi Pi
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Manuel Ramos 120
5.2.2.4. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por condução – DTcd
Como se pode observar no Quadro 5.10., a conduta de desenvolvimento da
TEDA por condução de bola apresenta um padrão temporal longo tanto na
apreciação retrospectiva como numa visão prospectiva, quando são atendidas
as condutas regulares ou comportamentais do fluxo acontecimental do jogo.
Quadro 5.10. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição – Estado Defesa/Ataque (DT) por condução (DTcd), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DTcd R 1 R 2 R 3 R 4 R 5
IEp (3.21) DTpcp (7.60)
DTrc (8.65)
DTpcp 10,56
DTrc (14,02)
IEi (17,58) DTpcp (14,91)
Condutas Regulares - Início
- Desenvolvimento - Final
DTpcp (19.42)
DTrc (12.98)
DTpcp (9.57)
DTczp (6.69)
DTpcp (7.58) DTd
(6.43) 1 (2,65) 2 (2,22) 3 (3,98)
2 (2,42) 2 (5,47) 5 (3,61) 5 (3,06) 5 (4,06)
3 (3,12) Conduta Estrutural
- Espaço 8 (4,62) 8 (3,25) 9 (2,32)
11 (2,51)
Pa (2,43)
SPr (4,11)
SPr (3,46)
Conduta Contextual - Centro do Jogo
Spi (2,74)
Pa (2,45)
ATM (1,98) ATE
(2,43)
VAD (3,21)
MM (2,53)
VAD (2,52) MM
(2,53)
Conduta Contextual - CEI
ATM (3,59) MM
(5,35) MAT (4,11)
Verifica-se, através da Figura 5.31., que a condução de bola é activada tanto
por condutas de início da fase ofensiva como por comportamentos de
desenvolvimento da TEDA, não havendo qualquer probabilidade para que
imediatamente a seguir a esta se verifique o final do ataque já que excita
apenas outras condutas que permitem a continuidade do mesmo, como são o
passe, o drible e o cruzamento. No entanto, as duas últimas são condutas que
podem conduzir a fase ofensiva para situações de pré-finalização ou
finalização (Silva, 2004).
Figura 5.31. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTcd, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final.
IEi
DTcd DTpcp DTpcp DTrc DTpcp DTczp DTrc
IEp DTpcp
DTpcp DTd DTpcp
DTrc
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Manuel Ramos 121
O presente estudo comprova os de Silva (2004) e Barreira (2006) pois permite
verificar que a condução de bola é uma acção muito utilizada para transportar a
bola, em situação de transição, para zonas do terreno de jogo de maior
ofensividade, nomeadamente da zona 5 para a 8, aproveitando a superioridade
numérica relativa criada no Centro do Jogo, conforme as Figuras em baixo.
Figura 5.32. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTcd, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.
Figura 5.33. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTcd, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo.
5.2.2.5. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por drible (1x1) – DTd
A acção de drible pode ser entendida como uma condução de bola destinada a
«eliminar» um ou vários adversários, tendo as mudanças de direcção, de
velocidade e as fintas um papel fundamental na sua execução (Barreira, 2006).
Assim, por drible, neste estudo, entende-se o portador da bola procurar
ultrapassar o(s) seu(s) adversário(s) directo(s), e manter a posse de bola ou
ganhar posição ou espaço sobre este(s), mantendo a continuidade do ataque.
Atendendo à conjectura da anterior definição, prever-se-ia o que o Quadro
5.11. evidencia, ou seja, que o drible é uma conduta excitatória de eventos de
perda de bola, faltas, intervenções do adversário e novos duelos (Caldeira,
2001), mas por outro, de situações de continuidade do ataque, tal como
concluiu Barreira (2006). No entanto, visto estarmos em situação de transição,
normalmente associada a mais espaço, menos complexidade e adversário algo
desequilibrado, vislumbra-se que as condutas mais excitadas, são, de longe, as
que permitem concluir com êxito a fase ofensiva ou então permitir a sua
continuidade.
2
DTcd
2
8 8 3
9
5
11 5
1
2 2
2
SPr
DTcd SPi Pa SPr Pa
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Manuel Ramos 122
Quadro 5.11. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição – Estado Defesa/Ataque (DT) por drible (1x1) (DTd), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DTd R 1 R 2 R 3 R 4 R 5
DTcd (6.32)
DTpcp (5,61)
DTcd (8,43)
DTpcp (7,31)
DTrc (7,37)
Condutas Regulares - Início
- Desenvolvimento - Final
DTr (5.29)
Fgl (4.65)
DTgra (3.77)
DTr (3.33)
DTgra (4.89)
DTpcn (4.20) DTr
(3.98) DPi
(4.95) Fgl
(3.98)
8 (2,61)
9 (2,13) 11
(4,81) 12
(2,57)
Conduta Estrutural - Espaço
11 (6,49)
3 (4,59) 11
(5,97)
11 (3,96)
10 (3,55)
10 (2,82)
Pr (3,44)
Pr (2,78)
Pi (3,27)
Conduta Contextual - Centro do Jogo
Pr (3,63)
Pa (2,12)
SPi (2,07)
ATM (3,13) MAT (3,13)
ATM (3,13)
MM (2,98)
MM (3,21) ADAT (1,98)
EAT (6,06)
Conduta Contextual - CEI
ADAT (7,25) EAT
(3,03) ADV
(2,55)
ADAT (3,97)
ADAT (5,33)
EAT (3,16)
ADV (4,62)
Relativamente ao padrão encontrado, confirma-se o preconizado por Caldeira
(2001), que refere que as situações de 1x1 são substancialmente precedidas
de combinações tácticas ou de episódios de condução. Como mostra a Figura
5.34., antes da ocorrência do drible a Espanha tende a circular rapidamente a
bola, a dois toques e pelo corredor central, concentrando a defesa adversária,
até ser criada uma situação de 1x1 passível de ser aproveitada com sucesso.
Figura 5.34. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTd, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final. O drible comporta risco para a organização defensiva da equipa atacante, que
adquirem contornos mais gravosos quando é realizada em zonas recuadas do
terreno de jogo. Daí também se compreender que, de forma a «diminuir» o
risco que lhe inere, as zonas excitadas que precedem e procedem o drible no
desenvolvimento da TEDA sejam as do meio-campo ofensivo (Figura 5.35.).
DTrc
DTd DTcd
DTr
DTgra DTr DTgra DTpcp DTcd
DTr
DPi
DTpcp
Fgl
Fgl
DTpcn
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Manuel Ramos 123
Figura 5.35. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTd, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.
Aglutinando estas informações com as obtidas na conduta critério anterior –
condução de bola -, estabelece-se um padrão de jogo eficaz de TEDA da
Selecção Espanhola, conforme Figura 5.36.. Assim, após recuperação da
posse de bola, quando surge uma situação no Centro do Jogo favorável (SPr),
dá-se o transporte de bola pelo corredor central através de condução de bola
da zona 5 para a zona 8, acelerando-se jogo. Aí, a equipa da Espanha tende a
circular rapidamente a bola, a dois toques e pelo corredor central,
concentrando a defesa adversária, até ser criada uma situação de 1x1 passível
de ser aproveitada. Esta Configuração é normalmente criada num contexto CEI
de EAT (Figura 5.37.) em que o portador de bola utiliza o drible para se
deslocar para o corredor central e tentar finalizar.
Figura 5.37. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTcd, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção.
ADAT
DTd MM EAT ADAT ADAT EAT ATM MAT
ADV
MM
ADV
ADAT
EAT
ATM
11
DTd 11
3
11 10 10 8
11
9
12
R-2: DTpcp
R 1: Fgl
Figura 5.36. – Padrão de conduta DTd eficaz
R-3: DTcd
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Manuel Ramos 124
5.2.2.6. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por recepção/controle – DTrc
O comportamento de recepção/controle de bola, como se constata na análise
sequencial das condutas de passe curto e de passe longo positivos (ver
Quadros 5.7. e 5.8.), encontra-se fortemente relacionada com acções de
passe, corroborando os estudos de Caldeira (2001), Silva (2004), Barreira
(2006) e Lopes (2007). Torna-se assim compreensível a relação retrospectiva e
prospectiva com as condutas de passe, sobretudo com as de passe curto,
verificada no Quadro 5.12. pois estes são comportamentos que acontecem
com maior frequência que os passes longos no fluxo do jogo da Espanha.
Quadro 5.12. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por recepção/controle (DTrc), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DTrc R 1 R 2 R 3 R 4 R 5
DTpcp 17.67
DTcd (6,72) DTrc
(18.97)
DTpcp 24,83
DTcd (13,45) DTrc
(22,55)
DTpcp 39,78
Condutas Regulares - Início
- Desenvolvimento - Final
DTpcp (38.92)
DTcd (14.09) DTrc
(29.03)
DTpcp (25.57)
DTrc (19.38)
DTpcp (18.37)
2 (4,08) 6 (3,35) 2 (3,21) 6 (3,02) 6 (2,93) 2 (4,04)
6 (2,43) Conduta Estrutural
- Espaço
1 (2,03) 3 (2,76) 4 (2,43) 5 (3,70) 6 (3,22)
5 (2,76) 5 (5,02) 3 (5,27) 5 (2,27)
Pa (2,18)
Conduta Contextual - Centro do Jogo
SPr (4,11)
VAD (2,93)
VAD (2,72) ATE
(1,99)
MM (2,78)
VAD (5,04) MM
(2,02)
Conduta Contextual - CEI
ATE (4,31) MM
(2,17) MM
(2,35)
Em relação ao espaço, à semelhança da conduta de passe curto, mantém uma
elevada probabilidade de transição de carácter associativo com as zonas do
sector médio-defensivo nos dois sentidos de análise. Neste ponto é confirmado
o referido para as condutas de passe curto e de passe longo positivos, isto é,
que existe uma relação de coesão muito forte entre estas acções de jogo e a
conduta critério, confirmando Silva (2004) e Barreira (2006), quando referem
que se trata de uma acção muito utilizada no processo de construção da fase
ofensiva, neste caso, de Desenvolvimento TEDA.
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Manuel Ramos 125
5.2.2.7. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por duelo – DTdu
Caldeira (2001), no seu estudo sobre a relevância contextual das situações de
1x1 no processo ofensivo em Futebol, com recurso à análise sequencial,
encontrou, em termos de análise retrospectiva, resultados semelhantes aos da
presente investigação quanto à conduta de duelo (ver Quadro 5.13.), referindo
que estes são fortemente activados por um passe longo anterior.
Quadro 5.13. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por duelo (DTdu), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DTdu R 1 R 2 R 3 R 4 R 5
DTse (5.52)
IEd (6.92)
IIi (3.91)
DTplp (5,62)
DTcd (3,67) DTrc (3,06)
DTplp (9,67)
Condutas Regulares - Início
- Desenvolvimento - Final
DTr (5.06) DTse (6.14) DPi
(5.60) DPc
(6.35) DPLL (4.91) Fbad (4.97)
DTgra (7.43)
DPLL (3.05)
Fgl (5.39)
DPcd (4.10)
DPpcn (4.58) DPi
(2.57)
6 (4,74) 3 (2,17) 6 (2,07) 2 (5,36) Conduta Estrutural
- Espaço
7 (2,09) 10
(2,93) 12
(3,64)
11 (2,94)
11 (3,01)
12 (3,20)
Conduta Contextual - Centro do Jogo
Pi (6,11)
Conduta Contextual - CEI
ADAT (4,56) ADV
(4,26)
ADV (3,64)
ADM (2,85) ADV
(3,72))
EAT (2,80)
Em termos prospectivos, os duelos parecem ser comportamentos excitadores
de eventos que atrasam ou interrompem o desenvolvimento normal da fase
ofensiva, que podem, com alguma facilidade, desencadear o final e/ou
continuidade do ataque. Quando consideradas as condutas objecto estruturais
e de interacção, os padrões de jogo encontrados parecem seguir uma lógica,
uma vez que com a realização do passe longo a bola passa para zonas do
campo mais ofensivas (7, 10 e 12), com alterações constantes da Configuração
de interacção (ADAT) e situações de igualdade pressionada, que pode dever-
se à disputa aérea da bola.
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Manuel Ramos 126
5.2.2.8. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por remate – DTr
O remate é considerado o comportamento que traduz o último passo para a
obtenção do objectivo principal do jogo, podendo ser entendido como a
expressão do resultado da fase ofensiva, indicando que este não foi abortado e
conseguiu chegar à fase de finalização (Garganta, 1997).
Quadro 5.14. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por remate (DTr), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DTr R 1 R 2 R 3 R 4 R 5
DTr (11.03)
DTgra (12.42)
DTr (7,92)
DTgra (11,08)
DTd (6,36) DTgra (11,64)
Condutas Regulares - Início
- Desenvolvimento - Final
DTgra (52.35)
DTr (7.78)
Fgl (6.93)
DTgra (10.08)
DPc (5.24)
DTr 9.85 Frad 10.80
11 (5,84)
11 (7,80)
10 (4,51)
11 (12,21)
11 (15,39)
Conduta Estrutural - Espaço
11 (7,41)
10 (3,38)
11 (3,17)
12 (2,86)
10 (3,57)
11 (4,62)
11 (2,49)
Pr (4,19) Conduta Contextual
- Centro do Jogo
ADAT 2,60
ADAT (6,55) ADV
(12,17)
ADAT (10,3)
ADAT (9,82)
Conduta Contextual - CEI
EAT (2,60) ADV
(9,86)
EAT (2,89)
ADAT (5,24)
ADAT (2,60)
Na Figura 5.38. pode-se observar que entre as condutas excitadas, aquela que
mantém uma relação de coesão mais forte com a conduta critério é a de
desenvolvimento da TEDA por intervenção do guarda-redes adversário
(DTgra). O drible assume-se como incentivador do remate, confirmando os
resultados descritos anteriormente.
Figura 5.38. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTr, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final.
Os resultados das Figuras 5.39. e 5.40. vão ao encontro dos de Silva (2004),
quando refere que do ponto de vista retrospectivo, o remate à baliza é activado
pelas zonas 10 e 11 do terreno de jogo e pela Configuração espacial de
interacção das do tipo ADAT. Em termos prospectivos excita, também, no
DTd
DTr DTr
Dtr
DPc DTgra DTr
DTr
Frad
DTgra DTgra
Fgl
DTgra
DTgra
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Manuel Ramos 127
retardo 1, a zona 11 e a CEI do tipo ADAT, havendo uma forte probabilidade
para que a uma maior distância continuem a ser excitadas, quer as mesmas
condutas, quer as zonas do sector ofensivo (12 e 10) e a CEI do tipo ADV, que
se assume como de maior perigo em termos de jogo ofensivo.
Figura 5.39. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTr, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.
Figura 5.40. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTr, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção. 5.2.2.9. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por
acção do guarda-redes da equipa em fase defensiva – DTgra
O Quadro 5.18. reforça os resultados anteriormente obtidos na medida em que
a conduta critério - Desenvolvimento da TEDA por acção do guarda-redes da
equipa em fase defensiva - é activada por um remate, que por sua vez foi
precedida de um drible ou de uma intervenção do guarda-redes. Normalmente,
quando o guarda-redes adversário intervém há um novo remate e uma
posterior intervenção, acabando a transição, sendo a fase ofensiva continuada
através da marcação de um pontapé de canto a favor.
11
DTr 11 11 11 11 11
10
11
12
10
11
10
ADAT
DTr
ADAT EAT
ADAT ADAT ADAT ADAT
ADV
EAT
ADV
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Manuel Ramos 128
Quadro 5.15. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por acção do guarda-redes da equipa em fase defensiva (DTgra), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção).
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DTgra R 1 R 2 R 3 R 4 R 5
DTplp (8.97)
IEi (3.72) DTd
(4,65)
DTr (10,07)
DTd (4,26) DTr
(7,72) DTgra (14,06)
DTr (52,33)
Condutas Regulares - Início
- Desenvolvimento - Final
DTr (10.39)
DTr (11.09) DTgra (14.06)
DPc (6.77)
DTr (11.61)
Frad (10.70)
DPc (7.75)
10 (4,15)
11 (4,04)
11 (7,02)
11 (10,02)
11 (12,44)
10 (2,52)
11 (11,09)
Conduta Estrutural - Espaço
11 (4,56)
10 (3,39)
11 (3,18)
10 (2,24)
10 (2,61)
11 (2,37)
Pr (2,36)
Pi (2,50)
Pi (1,97)
Conduta Contextual - Centro do Jogo
ADAT (3,27) EAT
(3,06)
ADAT (9,57)
ADAT (10,7)
ADAT (8,18)
ADAT (4,06) ADV
(24,59)
Conduta Contextual - CEI
ADV (14,50)
ADAT (2,22)
Conforme o Quadro em cima, a zona mais frequentemente utilizada para a
finalização das transições da Espanha é a 11, num contexto de igualdade
pressionada e em que se confrontam a linha adiantada da Espanha com a
atrasada da equipa adversária ou com o guarda-redes adversário.
Posto isto, não podemos deixar de “estranhar” a ausência de obtenção de golo
na análise prospectiva efectuada, parecendo indicar que esta Selecção é
pouco eficaz neste contexto tendo em conta o número total de situações
criadas.
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Manuel Ramos 129
5.2.3. Padrões de Jogo encontrados para as condutas de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP)
De acordo com a organização da dinâmica do jogo de Futebol desta
investigação (ver Figura 2.4.), as condutas de Desenvolvimento são
consideradas em duas componentes: da Transição-Estado defesa/ataque e da
Posse de Bola. A segunda é a aqui considerada, podendo não ocorrer numa
sequência conductural, quando o fluxo de jogo corresponde a uma Fase
Ofensiva em Transição. Um outro aspecto relevante diz respeito às condutas
DP, que são as mesmas do critério de desenvolvimento da TEDA, diferindo
pela passagem do Estado de Transição para a fase de posse de bola, além de
serem acrescentadas condutas correspondentes a situações estáticas do jogo,
ou seja, subsequentes a uma interrupção da fase dinâmica. 5.2.3.1. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por passe curto positivo
– DPpcp
O passe curto positivo encontra-se fortemente associado, quer retrospectiva
como prospectivamente, à conduta de recepção/controle de bola, pelas razões
anteriormente enunciadas para a conduta desenvolvimento da TEDA pela
mesma conduta.
Quadro 5.16. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por passe curto positivo (DPpcp), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DPpcp R 1 R 2 R 3 R 4 R 5
DPrc (19.32)
DPpcp 23.95
DPcd (7,75) DPrc
(28,76)
DPpcp 34,89
DPcd (13,83) DPrc
(44,42)
Condutas Regulares - Início
- Desenvolvimento - Final
DPcd (15.21) DPrc
(43.81)
DPpcp (35.86)
DPcd (9.42) DPrc
(25.39)
DPpcp (23.67)
DPcd (6.52) DPrc
(16.58)
5 (2,36) 7 (3,75) 9 (2,16)
Conduta Estrutural - Espaço
2 (2,38) 7 (2,45)
Conduta Contextual - Centro do Jogo
Pi (2,12)
SPi (2,91)
ATAD 4,82 MAD (3,63)
Conduta Contextual - CEI
VAD (3,37) ATAD 2,73 MAD (2,73
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Manuel Ramos 130
Para além da recepção/controle, conforme o Quadro 5.19., atendendo ao
comportamento que precede a CC, ao contrário do verificado relativamente à
mesma conduta em situação TEDA, é a seguir a uma condução de bola, em
zonas correspondentes aos corredores laterais (7 e 9), que o passe curto é
executado, tal como Silva (2004) concluiu no seu estudo.
Analisando as Figuras 5.41. e 5.42., observa-se uma diferença de processos
de ataque na selecção Espanhola, que distingue de forma clara quando está ou
não em TEDA. De facto, o passe curto positivo é o meio mais utilizado para a
construção da fase ofensiva desta selecção, não se encontrando quaisquer
tipos de acções de finalização ou de pré-finalização nos retardos
subsequentes, o que explica as longas sequências registadas aquando da
observação dos jogos amostrais.
A grande diferença relativamente ao observado em TEDA relaciona-se com a
excitação das zonas laterais do sector médio. De acordo com a literatura, o
método de jogo ataque posicional pressupõe um jogo predominantemente em
amplitude, objectivando a criação constante de condições mais favoráveis de
tempo, de espaço e de número, para uma simples, eficaz e segura resposta
táctica, em função dos constrangimentos do jogo, para penetrar nas zonas de
mais eficaz finalização.
Figura 5.41. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPpcp, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final.
Figura 5.42. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPpcp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.
DPrc DPpcp
DPcd DPpcp DPpcp DPpcp DPrc
DPrc DPrc
DPpcp
DPcd
DPrc
DPcd DPcd
DPrc
DPcd
DPpcp
2
7
5
9
7
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Manuel Ramos 131
Parece-nos, então, que a Selecção de Espanha privilegia a utilização deste
MJO, executando-o com recurso às habilidades motoras mais simples do jogo
de Futebol, nomeadamente o passe curto e a recepção/controle, tendo sido
registadas 3387 destas ocorrências. Acrescentando a este dado a grande
mobilidade dos colegas do portador de bola, pensamos que a obtenção da
eficácia e da eficiência na circulação de bola, sem deixar de ser objectiva e
obrigando o adversário a reajustes constantes, até haver um desequilíbrio,
pode derivar destes comportamentos táctico-estratégicos.
Salienta-se que o insucesso do passe curto (conduta de DPpcn) só se
manifesta nas zonas mais ofensivas, onde normalmente o contexto
interaccional com que, tanto o portador de bola (maior pressão) como os seus
colegas (constrangimentos de espaço) se deparam é desfavorável.
5.2.3.2. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por passe longo positivo – DPplp
Quando se comparam as duas condutas de passe ao nível do critério DP -
passe longo e passe curto -, verifica-se que a primeira raramente ocorre sendo
apenas registada por 25 vezes, ao contrário das 1052 situações da segunda,
sendo esta CC pouco substancial no que concerne à sua ocorrência.
Conforme o Quadro 5.20. e a Figura 5.43., observa-se que a conduta de
desenvolvimento da posse de bola por passe longo é excitada, no
comportamento imediatamente precedente, pelas acções de condução de bola,
de recepção/controle e de, com o valor mais alto (Z=5,89), desenvolvimento da
posse de bola por acção do guarda-redes em fase ofensiva. Prospectivamente,
a conduta critério excita comportamentos de desenvolvimento de posse de
bola, estando normalmente presente a seguir a um passe longo uma disputa de
bola por duelo que, embora nas acções seguintes possibilita a criações de
situações de pré-finalização, não conduz a situações de finalização eficazes.
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Manuel Ramos 132
Quadro 5.17. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por passe longo positivo (DPplp), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DPplp R 1 R 2 R 3 R 4 R 5
DPplp (2.73) DPd
(4.78)
DPrc (2,36)
IIpb (3,53) DPse (2,85)
DPLL (3,47)
DPcd (3,18) DPrc (3,21) DPgro (5,89)
Condutas Regulares - Início
- Desenvolvimento - Final
DPdu (12.64)
DPd (5.00)
DPczp (3.86)
DPse (5.66)
DPdu (4.66) Fgrad (4.33)
10 (5,42)
12 (2,60)
3 (2,04) 2 (1,96) 3 (2,08)
Conduta Estrutural - Espaço
9 (2,53) 12
(2,23) 12
(2,54)
12 (6,72)
11 (2,64)
Conduta Contextual - Centro do Jogo
Pi (2,51)
VAD (4,20) ATE
(2,40)
Conduta Contextual - CEI
ADAT (2,94) EAT
(3,30)
ADAT (1,99)
ATE (2,14) ADAT 1,97
Figura 5.43. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPplp, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final.
Assume-se, portanto, que o passe longo, em desenvolvimento de posse de
bola, é essencialmente usado pelo guarda-redes. Se aglutinarmos as
informações recolhidas a partir da Figura 5.44. relativas à conduta de
desenvolvimento da posse de bola por passe longo negativo, parece-nos ser
pertinente afirmar que a Espanha apresenta mais sucesso na utilização do
passe longo quando este é realizado de zonas mais distantes (1, 2 ou 3).
Figura 5.44. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPplp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.
DPLL
DPplp
IIpb DPd DPrc
DPplp DPdu
DPse DPrc DPdu DPczp
DPgro
DPcd
DPse DPd Fgrad
3
DPplp 10
1
9
12
3
2
12 11 12
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Manuel Ramos 133
5.2.3.3. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por cruzamento positivo – DPczp
Encontrou-se, para esta CC, um padrão comportamental longo para as CO em
relação, tanto em termos retrospectivos como prospectivos, com excepção
para as condutas contextuais, conforme o Quadro 5.21..
Quadro 5.18. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por cruzamento positivo (DPczp), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DPczp R 1 R 2 R 3 R 4 R 5
DTgra (6.28)
DTczp (6.62) DPr
(5.05)
DPd (4,64)
DTczp (5,09) DPLL (7,55)
DPd (10,58)
Condutas Regulares - Início
- Desenvolvimento - Final
DPse (15.06)
Fgl (4.06)
DPdu (7.20)
DPgra (17.32)
Frf (6.46)
DPr (6.56)
8 (3,03) 10
(3,02) 11
(4,67) 12
(3,02)
11 (7,74)
11 (7,23)
12 (11,13)
10 (11,05)
12 (13,82)
Conduta Estrutural - Espaço
11 (16,02)
11 (7,65)
11 (4,28)
12 (2,01)
11 (2,44)
11 (2,15)
12 (3,35)
Pr (2,80)
Pr (2,31)
Pi (4,94)
Pi (4,64)
SPi (2,29)
Conduta Contextual - Centro do Jogo
Pa (5,17)
Pi (8,81)
ADM (4,47)
MAT (4,08) ADAT (6,31)
ADAT (5,12)
EAT (10,29)
MAT (2,92) EAT
(14,67)
Conduta Contextual - CEI
ADAT (11,1) ADV
(3,09)
ADAT (5,47)
Do ponto de vista retrospectivo o cruzamento positivo é principalmente
precedido pelo drible (Figura 5.45.) e excitado pelas zonas laterais do sector
ofensivo - zona 10 e 12 (Figura 5.56.) -, o que parece explicar a forte
probabilidade para ser activado também pela Configuração espacial de
interacção das equipas do tipo EAT (Figura 5.47.).
Figura 5.45. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPczp, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final.
Estes resultados corroboram os de Mombaerts (2000), que refere que o
cruzamento e, portanto, o desenvolvimento do jogo pelos corredores laterais,
desempenha um papel importante para o crescimento da qualidade do jogo
ofensivo das equipas, e como considera Caldeira (2001), trata-se de um
comportamento que activa o remate.
DPLL
DPczp DPd DPdu
DTczp
DTgra DPr Frf DPd
DPse
DPgra
DTczp
DPr Fgl
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Manuel Ramos 134
R 1: Fgl DPdu
Figura 5.48. – Padrão de conduta DPczp
R-3: DPd R-2: DPLL R-1: DPd
Figura 5.46. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPczp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.
A zona excitada com maior intensidade pelo cruzamento é a zona central do
sector ofensivo (11), seguido das zonas laterais do mesmo sector. Pensa-se
que o facto do cruzamento também excitar as mesmas zonas que o activam
(zonas 10 e 12) se deverá, de alguma forma, à activação pelo cruzamento das
condutas de intervenção do adversário (DPse) e duelo (DPdu). Já a activação
da zona 11 estará mais relacionada com a excitação das condutas de final da
fase defensiva, quer por obtenção de golo (Fgl) como por final por remate para
fora (Frf), ou ainda, pela conduta de desenvolvimento da fase ofensiva por
intervenção do guarda-redes adversário (DPgra). Para além disso, constata-se
que o cruzamento excita essencialmente configurações espaciais de interacção
entre as equipas do tipo EAT e ADAT, ou seja, de características ofensivas.
Figura 5.47. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPczp, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção.
Esta conduta revela-se a única
acção de desenvolvimento de posse
de bola que excita o golo, mostrando
que em situação de ataque a
Espanha realiza um número
substancial de cruzamentos positivos
– 35 -. Não admira assim que se
verifique a tendência para a
Espanha realizar uma circulação de
DPczp
ADAT
ADV
MAT
EAT ADAT
MAT
ADM
EAT ADAT
ADAT
12
DPczp 11 11 11 10 11
11
12
11
11 10
11 12
12
8
12
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos 135
bola “paciente” até ser criado um contexto interaccional favorável nos
corredores laterais (Figura 5.48.). Pelo contrário, em Transição-Estado
defesa/ataque, o jogo é preferencialmente conduzido pelo corredor central,
sendo lógico o menor número absoluto de cruzamentos negativos e positivos
encontrados – 21 -, sendo ainda alvo de insucesso aquando da sua execução,
com 11 positivos e 10 negativos. Este facto confirma a opção por um jogo
vertical para o corredor central em TEDA e um perfil de processos mais
apoiado, essencialmente em largura, no desenvolvimento da posse de bola –
da maior para menor pressa na procura do golo, respectivamente.
5.2.3.4. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por Condução – DPcd Os dados obtidos no Quadro 5.22. parecem ir de encontro aos resultados
obtidos por Barreira (2006), que concluiu que aquando do desenvolvimento da
posse bola através de um jogo indirecto e de longa duração, é um
comportamento pouco utilizado para a criação de situações de finalização e
para a finalização. No entanto, o mesmo autor (2006) refere que a conduta de
condução de bola é principalmente utilizada para a transposição do Centro do
Jogo para zonas laterais mais ofensivas, o que contraria os dados por nós
obtidos, que mostram que a Selecção Espanhola executa, preferencialmente,
essa transposição pelo corredor central.
Quadro 5.19. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por condução (DPcd), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DPcd R 1 R 2 R 3 R 4 R 5
DPpcp (6.82)
DPrc (7.25)
DPpcp 10,06
DPrc (12,34)
DPpcp 14,44
Condutas Regulares - Início
- Desenvolvimento - Final
DPpcp (12.67) DPpcn (6.17)
DPrc (9.42) Fgrad (4.48)
Ff (4.15)
DPpcp (7.57) DPd
(6.31)
DPrc (5.30)
DPpcp (4.97)
5 (2,61) 5 (2,00) Conduta Estrutural - Espaço 8 (5,23) 9 (3,05)
8 (2,02) 11
(2,82) 12
(2,23)
Conduta Contextual - Centro do Jogo
Pr (3,92)
Pr (2,83)
ATAD 2,18
Conduta Contextual - CEI
ATM (2,21) EAT
(2,72)
ADAT (3,08) EAT
(3,10) MAT (4,24)
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos 136
5.2.3.5. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por drible (1x1) – DPd As relações de excitatoriedade são semelhantes à conduta de drible em TEDA,
conforme o Quadro 5.23.. Ou seja, o drible é uma conduta particularmente
utilizada para criar situações de finalização e para a finalização, em zonas
ofensivas (sector médio ofensivo e sector ofensivo). Aplica-se, portanto, o que
Castelo (1996) defende: os dribles são acções fundamentalmente executadas
nas zonas e nos sectores do terreno de jogo próximas da baliza adversária,
logo mais utilizados pelos atacantes do que pelos defesas.
Quadro 5.20. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por drible (1x1) (DPd), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DPd R 1 R 2 R 3 R 4 R 5
DPd (3.60) DPrc (3.18)
DPpcp (4.34)
DPcd (6,47)
DPpcp (7,38)
DPcd (3,35) DPd
(6,85) DPrc (9,15)
Condutas Regulares - Início
- Desenvolvimento - Final
DPczp (8.92)
DPse (5.51)
DPczp (4.06) DPdu (5.35)
DPse 3.13
(Frad) 4.21
8 (2,28) 8 (5,31) 8 (4,19) 8 (4,23)
7 (2,20) 9 (2,35)
10 (2,43)
12 (7,00)
Conduta Estrutural - Espaço
10 (4,90)
12 (9,15)
11 (6,17)
11 (4,43)
12 (2,31)
11 (2,91)
11 (2,75)
Pr (3,34)
SPi (3,13)
Pr (2,13) SPi
(2,14)
Conduta Contextual - Centro do Jogo
Pr (3,74) Pr
(2,74)
MAD (2,33) MAT (2,91)
ADAT (2,47)
MM (3,32)
ADM (3,29) ADAT (4,15) EAT
(6,26)
Conduta Contextual - CEI
EAT (10,00)
MAT (2,56) EAT
(3,21)
MAT (3,02)
ADAT (2,06)
De acordo com a Figura 5.49., a conduta de desenvolvimento da posse de bola
por drible é activada por condutas do mesmo critério, nomeadamente de
desenvolvimento da posse de bola por recepção/controle, por drible e por
condução de bola. Infere-se, assim, que é o jogador que realiza o drible o
responsável pela execução da acção imediatamente anterior.
Figura 5.49. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPd, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final.
DPpcp
DPd DPcd DPse DPpcp
DPrc
Frad DPse DPd DPczp DPczp
DPdu DPrc
DPcd
DPd
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Manuel Ramos 137
O drible, segundo Bonizzoni (1984), citado por Barreira (2006: 168), “é uma
acção de jogo que encontra o seu pressuposto na finta, tendo esta a finalidade
de pôr em condições inferiores o adversário que está em frente”. O mesmo
autor (1984), citado por Barreira (2006: 169) refere que “o objectivo desta
acção de jogo é conduzir o adversário ao engano, isto é, torna-se uma espécie
de «mentira útil» que faz parte integrante do jogo”. Parece então ser uma
conduta utilizada como meio eficaz para a progressão do ataque em termos
longitudinais, mas principalmente, como instrumento para desorganizar e criar
pontos de ruptura na estrutura organizativa do adversário.
Contudo, é um comportamento de jogo que pressupõe elevado risco. Assim, as
zonas e o contexto de interacção pelos quais o drible é activado correspondem
a zonas ofensivas dos corredores laterais e a contextos interaccionais
favoráveis, o que é de todo lógico atendendo ao referido, conforme Figura
5.50.. Não admira, portanto, que o contexto de interacção precedente ao drible
seja de igualdade numérica não pressionada (SPi), o que corresponde a
situações em que, não existindo linhas de passe disponíveis no Centro do
Jogo, a opção pelo drible seja uma solução vantajosa para finalizar a fase
ofensiva com eficácia ou, pelo menos, para criar desequilíbrios na estrutura
defensiva adversária, conforme a Figura 5.50..
Figura 5.50. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPd, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo.
De acordo com a Figura 5.51., vislumbra-se que a acção de drible é precedida
e procedida por zonas laterais do sector médio-ofensivo e ofensivo,
corroborando o estudo de Barreira (2006). Esta situação parece dever-se,
segundo o mesmo autor (2006) ao menor risco defensivo quando a bola é
perdida, à menor quantidade de adversários e à presença de mais e mais
próximas coberturas defensivas por parte do adversário, e consideração global
SPi
DPd Pr
Pr
Pr Pr
SPi
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Manuel Ramos 138
dos jogadores que actuam nas zonas laterais ofensivas como tendo uma
elevada capacidade técnica e de sentido de improvisação.
Figura 5.51. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPd, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.
Assim, no SMO o drible é utilizado com o objectivo de eliminação do adversário
para prosseguir a acção construtiva com um companheiro de equipa, enquanto
no SO, o drible objectiva conduzir à eliminação do último adversário e assim
permitir o remate ou o cruzamento/assistência, confirmando os resultados de
Caldeira (2001). De acordo com Barreira (2006: 169), “noutras situações, tais
como a inexistência de linhas de passe, o drible permitirá ao portador da bola
conservá-la, «ganhando tempo» para que os companheiros de equipa se
desmarquem. Ou ainda quando o portador da bola se apercebe que um colega
se encontra em posição de fora-de-jogo, não podendo receber o passe, o drible
permitirá conservar a bola para que o colega saia de posição ilegal ou, caso
seja possível, penetrar para zonas de maior ofensividade.”.
5.2.3.6. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por recepção/controle – DPrc
Como acontece no critério de desenvolvimento da TEDA, a conduta de
recepção/controle no desenvolvimento da posse de bola encontra-se muito
fortemente associada às condutas de passe, especialmente às de passe curto,
na medida em que os jogadores realizam uma recepção/controle de bola antes
de executar outra acção de jogo, ao nível do sector intermédio (zonas 5, 7 e 9),
como por exemplo, a relação com um outro passe, retrospectiva (Z=41,69) e
prospectivamente (Z=43,75). Destaca-se que frequentemente o Centro do Jogo
é atrasado pois nos retardos subsequentes à CC activam-se zonas do SMD,
sendo um indicador claro que o método de jogo preferencial da Espanha é o
indirecto.
8
DPd 8 11 8 8 11 11
9 10 11
12 10
7
12
12
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Manuel Ramos 139
Quadro 5.21. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por recepção/controle (DPrc), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DPrc R 1 R 2 R 3 R 4 R 5
DPpcp (16.65)
DPcd (6.24) DPrc
(21.59)
DPpcp (25,93)
DPcd (11,32) DPrc
(33,92)
DPpcp (41,69)
Condutas Regulares - Início
- Desenvolvimento - Final
DPpcp (43.75)
DPrc (31.95)
DPpcp (28.14)
DPcd 7.09 DPrc
(20.47)
DPpcp (18.1)
7 (2,70) 9 (2,62) 7 (2,19) 7 (2,86)
9 (2,60) 9 (2,36) Conduta Estrutural - Espaço 5 (2,57) 2 (2,23) 5 (2,37)
Conduta Contextual - Centro do Jogo
SPr (2,24)
Pi (2,68)
ATAD 3,10 ATAD
(4,10)
ATAD (3,60) MAD (2,55)
Conduta Contextual - CEI
ATAD (6,47)
VAD (2,10) ATAD (3,94)
ATAD (5,30)
ATAD (2,95)
ATAD 2,85
5.2.3.7. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por duelo – DPdu Atendendo ao retardo -1 do Quadro 5.25. observa-se que o duelo encontra-se
ligado ao passe longo positivo, mas sobretudo aos comportamentos de
(re)começo do jogo através de lances de bola parada, embora o número de
vezes que ocorre (20) deixe entender que o pontapé longo não é uma opção
considerável na marcação deste tipo de lances.
Quadro 5.22. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por duelo (DPdu), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção).
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DPdu R 1 R 2 R 3 R 4 R 5
DPplp (5.32) DPc
(5.78)
DPdu (3.87)
DTczp (5,99) DPd
(5,84)
DPczp (8,15)
IIi (7,75) IIpb
(21,40) DPplp (9,09) DPc
(7,68)
Condutas Regulares - Início
- Desenvolvimento - Final
DPse (3.26) DPLL (3.26) Fbad (5.54)
Fi (5.37)
Fi (4.28)
1 (3,79)
2 (10,44)
Conduta Estrutural - Espaço 8 (3,72) 4 (2,41) 11
(2,02)
Conduta Contextual - Centro do Jogo
Pi (3,34) Pa
(4,45)
EAT (3,19)
EAT (2,87)
EAT (5,61)
EAT (2,34)
VAD (4,20) MAD (2,05)
Conduta Contextual - CEI
ADAT (4,96) ADV
(1,98)
EAT (2,14)
Verifica-se, também, que em situação de desenvolvimento da posse de bola a
ocorrência desta CC conduz ao insucesso ofensivo, facto que parece dever-se
a ser uma disputa que ocorre em situação de igualdade pressionada, levando
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos 140
posteriormente a uma inferioridade absoluta. Parece-nos, portanto, que a
selecção de Espanha não está perfeitamente preparada para jogar longo e
directo em situações de desenvolvimento da posse de bola.
5.2.3.8. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por remate – DPr O Quadro seguinte vem confirmar a dificuldade que a Selecção Espanhola
demonstra em conseguir rematar com sucesso (obtenção de golo) da zona 11,
uma vez que a conduta referente (Fgl) não é excitada nesta conduta critério.
Quadro 5.23. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por remate (DPr), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção).
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DPr R 1 R 2 R 3 R 4 R 5
DPczp (7.21)
IIc (9.45) DPse (5.63)
DPLL (3,29)
IIC (8,33)
IIc (7,53) DPi
(6,60) DPc
(4,20)
Condutas Regulares - Início
- Desenvolvimento - Final
DPse (9.43) DPgra (12.04)
DPc (18.94)
DPse (5.10)
DPLL (8.30)
DPczp (4.58)
DPczp (4.90) DPse (3.72)
9 (4,22) 10
(2,27) 9 (4,98) 12
(3,84)
10 (5,04)
12 (5,27)
11 (7,65)
Conduta Estrutural - Espaço
10 (6,52)
11 (7,91)
11 (5,52)
10 (3,27)
12 (4,47)
Pr (2,45)
Pa (9,25)
Pi (3,49)
Pa (7,17)
Pr (2,05)
Pa (7,24)
Conduta Contextual - Centro do Jogo Pi
(2,71) Pi (3,33)
Pr (2,11)
ADM (3,06) EAT
(5,10) EAT
(5,10)
MAT (9,57) ADAT (2,55) EAT
(2,27) ADV
(8,61)
Conduta Contextual - CEI
ADAT (3,51)
MAT (5,14) ADAT (3,13)
EAT (3,37)
EAT (4,07)
EAT (3,31)
Realça-se ainda que a CC é precedida apenas de situações estáticas de jogo,
o indica que a Espanha denota dificuldades em conseguir situações de
finalização aquando do desenvolvimento da posse de bola. Como se assume
como estilo de jogo ofensivo privilegiado o indirecto, é normal que as equipas
adversárias recuem linhas tornando difícil encontrar espaços de finalização
junto da sua baliza. No entanto, a qualidade individual dos jogadores
espanhóis, bem como a sua dinâmica colectiva, permitem ganhar um número
importante de lances de bola parada que permitem, aquando da sua execução,
atingir a baliza adversária.
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos 141
5.2.3.9. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por acção do guarda-redes da equipa em fase ofensiva – DPgro
A presente CC é activada por condutas de início da fase ofensiva e,
consequentemente, pela zona que corresponde habitualmente ao seu campo
de acção - a zona 2 do sector defensivo, bem como por configurações
espaciais de interacção das equipas (CEI) do tipo ATAD e VAD de
características iminentemente defensivas.
Quadro 5.24. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por acção do guarda-redes da equipa em fase ofensiva (DPgro), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DPgro R 1 R 2 R 3 R 4 R 5
DPpcp (2.82)
DPpcp (2.84)
DPgro (6,26)
IIpb (3,24) DPrc (2,97)
Dpcp (5,83)
Condutas Regulares - Início
- Desenvolvimento - Final
DPpcp (4.81) DPplp (5.35) DPdu (4.06)
DPi (3.04)
DPrc (3.29) DPgro (6.59)
DPpcp (2.56)
Frd (4.80)
1 (2,38) 5 (3,45)
Conduta Estrutural - Espaço 2 (4,62) 2 (3,28)
6 (2,23) 6 (2,27) 6 (2,53)
Conduta Contextual - Centro do Jogo
VAD 1,99 MAD 2,19
ATAD (4,42)
ATAD (4,57)
Conduta Contextual - CEI
VAD (6,16 ATAD (4,17)
ATAD (5,59)
VAD (3,74)
ATAD 1,96
ADAT 1,97
Em termos prospectivos esta conduta critério excita CEI do mesmo tipo, o que
significa que sempre que a bola está na posse do guarda-redes, embora
existam duas estratégias distintas para dar continuidade ao ataque, é
normalmente tomada como opção o lançamento curto para um espaço próximo
(meio campo defensivo), dando origem a um controle da bola em zonas
próximas da sua baliza. Tal poderá acontecer por ausência ou deficiente
pressão por parte da equipa em situação defensiva, fazendo com que a equipa
ofensiva encontre condições favoráveis para realizar o controle da bola de
forma fácil e segura. Embora menos frequente, a segunda estratégia consiste
no lançamento da bola para a zona mais adiantada da sua equipa originando
um duelo (aéreo) e, muito provavelmente, a uma perda da posse da bola, como
ficou demonstrado pela análise do padrão conductural prospectivo da conduta
de desenvolvimento da fase ofensiva por duelo (DPdu). Não obstante, esta
estratégia activa CEI favoráveis do ponto de vista ofensivo não sendo de
descorar a sua possível utilização em determinadas circunstâncias do jogo.
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Manuel Ramos 142
5.2.3.10. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por infracção do adversário às leis do jogo – DPi
De acordo com os resultados encontrados para esta CC, conforme o Quadro
5.28., constata-se que a Espanha sofre a maioria das faltas na zona 8, o que
pode ser explicado pela enorme qualidade táctico-técnica e estratégica dos
seus médios, pelo facto de procurar criar desequilíbrios no corredor central
utilizando, como já vimos, a condução de bola para entrar no sector médio-
ofensivo, e ainda por ser uma zona muito povoada por jogadores adversários.
Quadro 5.25. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por infracção do adversário às leis do jogo (DPi), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DPi R 1 R 2 R 3 R 4 R 5
DTd (5.28) DPc
(3.50)
DPLL (3.47) DTpcp
(3,09)
DTdu (6,66) DPd
(6,48) DPdu (6,36)
Condutas Regulares - Início
- Desenvolvimento - Final
DPrc (6.57) DPr
(6.24) Frad
(6.74)
DPpcp (3.59)
DPplp (2.75)
DPpcn (4.63) DPcd (2.81)
DPr (2.39) DPrc (3.07)
8 (3,96) Conduta Estrutural - Espaço 8 (2,92)
Pr (4,70)
Pi (5,92)
Conduta Contextual - Centro do Jogo
Pa (2,46)
ADM (4,53) ADAT (2,63)
Conduta Contextual - CEI
ADM (2,06)
MAT (2,33) ADM (2,64)
Prospectivamente, verifica-se que a Espanha tende a procurar a finalização
imediata, através da acção de remate, quando encontra situações de relativa
liberdade para atingir o alvo. Porém, a grande maioria das vezes opta por sair a
jogar, regressando à sua “circulação de base ou inicial”.
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos 143
5.2.4. Padrões de Jogo encontrados para as condutas de final da Fase Ofensiva (F)
Com a presente investigação pretende-se, em última análise, encontrar os
padrões comportamentais da Selecção Espanhola que, com probabilidade,
conduzem à eficácia da fase ofensiva. A finalidade do trabalho consiste em
encontrar indicadores emergentes do fluxo de jogo que permitam relacionar a
eficácia da fase ofensiva com acções táctico-técnicas que a Espanha adopta
ao longo do jogo, com uma maior frequência que a outorgada pelo acaso,
tendo sempre presente que “a enorme complexidade que o jogo de Futebol
comporta é tecida pelos acontecimentos, interacções e acasos que ocorrem
entre os sistemas em presença” (Araújo e Garganta, 2002: 161).
Contrariamente a outros JDC, como o Andebol ou o Voleibol, em que é elevada
a frequência de concretização de golo ou ponto, na análise do jogo de Futebol,
em virtude de apenas 1% das acções de ataque terminarem com golo (Castelo,
1996), não é viável considerar eficácia como a obtenção de golo a favor.
Seguindo a linha dos estudos de Ali (1988), Castelo (1996), Garganta (1997),
Mombaerts (2000), Silva (2004) e Lopes (2007), considerar-se-á, neste estudo,
como eficácia ofensiva a execução de um remate, enquadrado ou não com a
baliza adversária. Esta opção é suportada por Dufour (1991), quando refere
que a quantidade de remates enquadrados com a baliza adversária é de
apenas 10% e por Mombaerts (2000) que acrescenta que a percentagem de
remates é somente de 2% quando comparadas com todas as acções da equipa
em fase ofensiva ao longo de um jogo de Futebol.
As estatísticas oficias do EURO 2008 confirmam o acima referido, que são
ligeiramente diferentes dos por nós encontrados neste estudo, o que se deve
ao instrumento utilizado para recolher informação comportar diferentes
concepções. A Espanha realizou em média 19,5 remates por jogo, sendo a
única equipa que ultrapassou a centena. Destes, 47 foram enviados para fora –
Frf - (7,83 por jogo), 19 foram interceptados pelo adversário – Fbad - (3,17 por
jogo), enquanto 51 atingiram a baliza adversária – Frd -, perfazendo uma média
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Manuel Ramos 144
de 8,5 por jogo, aproximando-se do valor encontrado por Dufour (1991). A
média de golos por jogo do Campeonato da Europa 2008 é também
semelhante ao encontrado por Castelo (1996), com o valor de 1,1.
Como consideramos que para entender comportamentos eficazes também se
deve atender aos ineficazes, seguidamente serão analisados estes dois
pontos, sendo primeiramente estudadas as condutas de final eficaz de TEDA
ou de posse de bola, sendo posteriormente analisadas as condutas indutoras
de um final de TEDA ou posse de bola não eficaz.
5.2.4.1. Final da Fase Ofensiva (F) por remate para fora – (Frf) Na presente investigação por remate para fora entende-se um remate
efectuado por um jogador atacante que sai pela linha de fundo e / ou para fora
do terreno de jogo sem atingir o alvo.
Quadro 5.26. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por remate para fora (Frf), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).
Conduta Critério - Frf
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1
Análise Prospectiva
DPczp (3,13) DPr (3,25) DPc (3,44) DPczp (2,40) Condutas Regulares: - Início - Desenvolvimento
11 (2,07) 12 (3,49)
Conduta Estrutural: - Espaço
Conduta Contextual: - Centro do Jogo
ADAT (2,35) ADAT (2,04) ADAT (3,14) ADAT (2,39) Conduta Contextual: - CEI
Através do Quadro em cima verifica-se que a CC é mais fortemente activada
pelo comportamento de cruzamento, normalmente na sequência de um canto,
assumindo-se que se trata da execução de canto do tipo curto.
Figura 5.52. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frf, tendo como objecto as condutas regulares – início e desenvolvimento.
DPczp DPr DPc DPczp Frf
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos 145
Na Figura 5.51. denota-se que o remate executado para fora parece ocorrer
apenas em situações de Desenvolvimento da Posse de Bola, o que à partida
pressupõe uma maior organização defensiva do adversário sendo,
consequentemente, mais difícil encontrar situações óptimas no Centro do Jogo
para a finalização. Deste modo, este tipo de finalização parece acontecer
quando a bola está a ser jogada junto da área adversária há já algum tempo,
criando-se, por conseguinte, concentração junto da mesma o que dificulta
naturalmente a acção de remate. A Figura 5.52. ilustra esta ideia uma vez que
o CEI mantém-se inalterável do tipo ADAT, que também se afigura típico das
situações de canto.
Figura 5.53. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frf, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção.
5.2.4.2. Final da Fase Ofensiva (F) por remate dentro – (Frd) O padrão conductural analisado no Quadro 5.30. é relativo à conduta remate
dentro, entendido como remate enquadrado com a baliza adversária, incluindo
os postes e a barra.
Quadro 5.27. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por remate dentro (Frd), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).
Conduta Critério - Frd
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1
Análise Prospectiva
DPgro (4,06) IEi (3,97) DPse (2,63) DPc (3,35) DPse (3,55)
DPi (5,06)
Condutas Regulares: - Início - Desenvolvimento
8 (2,38) 8 (4,40) 8 (3,81) Conduta Estrutural: - Espaço
Conduta Contextual: - Centro do Jogo
ADM (2,66) Conduta Contextual: - CEI
ADAT ADAT ADAT ADAT Frf
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Manuel Ramos 146
A partir do Quadro 5.30. observa-se um padrão longo para as condutas objecto
regulares e estruturais. Ao invés, verifica-se que não existem relações
excitatórias com as condutas contextuais, já que a CC parece ser excitada por
lances de bola parada, não sendo registado o contexto destes na observação.
A Figura 5.53., reflecte que a CC é excitada: na sequência de um pontapé de
canto; numa situação em que a bola é tocada por um adversário, sobrando
para o corredor central; ou através da marcação de um livre directo na zona 8.
Posto isto, embora reparássemos que muitas vezes a Espanha opta por sair a
jogar nos lances de bola parada, sempre que tem a baliza ao alcance não
descarta a possibilidade de poder finalizar de imediato, o que normalmente
conduz a remates bem direccionados, confirmando a excelente qualidade
táctico-técnica dos executantes da Selecção Espanhola nestes lances.
Figura 5.54. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frd, tendo como objecto as condutas regulares – início e desenvolvimento.
Em relação à relação com o espaço de jogo, conforme Figura 5.54., verifica-se
que a zona 8 é a única excitada, o que pode indiciar alguma dificuldade da
Espanha em atingir o alvo a partir da zona considerada como de excelência
para o sucesso ofensivo – a zona 11.
Figura 5.55. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frd, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.
DPse
Frd
DPi
DPc
IEi
DPse
DPgro
8 8 8 Frd
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5.2.4.3. Final da Fase Ofensiva (F) por remate contra o adversário sem continuidade da posse de bola – (Frad)
Como se observa no Quadro 5.31., o padrão relativo ao remate contra o
adversário é identificado através de duas configurações, tendo como objecto
condutas do tipo comportamental: (1) através de uma TEDA ou (2) através de
um lance de bola parada.
Quadro 5.28. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por remate contra o adv. sem continuidade da posse de bola (Frad), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).
Conduta Critério - Frad
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1
Análise Prospectiva
DTr (6,62) DTgra (6,85) DPLL (4,74)
DTse (5,24) DPczp (5,01) DPLL (7,46) DTse (5,28)
DPi (2,05)
Condutas Regulares: - Início - Desenvolvimento
10 (2,60) 11 (2,12) 11 (1,96) Conduta Estrutural:
- Espaço
Conduta Contextual: - Centro do Jogo
EAT (3,59) EAT (4,04) EAT (3,89) MAT (3,12) MAT (4,75) Conduta Contextual: - CEI
A excitação desta CC após a ocorrência de esquemas tácticos pode ser
relacionada com a execução de remates contra a barreira adversária, aquando
da sua execução. Já o padrão TEDA (Figura 5.55.) pressupõe que antes da
ocorrência do remate contra o adversário haja uma intervenção deste sobre a
bola, embora sem eficácia. Através da Figura 5.56., verifica-se que estamos
numa situação de TEDA típica da Selecção da Espanha, sendo a finalização
realizada pelos médios, num contexto interaccional do tipo MAT.
Figura 5.56. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frad, tendo como objecto as condutas regulares – início e desenvolvimento.
Figura 5.57. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frad, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção.
Frad DTgra DTse DTse DTr
EAT MAT MAT Frad EAT EAT
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Manuel Ramos 148
Atendendo-se ainda ao espaço de jogo, infere-se através da Figura 5.57, que a
acção de remate enviado contra o defesa adversário, é precedida pela
movimentação do Centro do Jogo desde um corredor lateral do sector ofensivo
(zona 10), possivelmente através de acções de cruzamento, de drible ou de
condução de bola, para a zona central do mesmo sector (zona 11). Aí, parece
ser criada uma situação desfavorável de interacção (inferioridade numérica
relativa), que é responsável pelo envio da bola contra o defesa adversário
aquando da execução do remate.
Figura 5.58. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frad, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.
5.2.4.4. Final da Fase Ofensiva (F) por remate com obtenção de golo –
(Fgl)
O objectivo primeiro do jogo de Futebol é a obtenção de golo na baliza
adversária, devendo estar em sinergia com o não sofrer golos na própria,
sendo deste modo alcançada a vitória (Barreira, 2006). Contudo, como refere
Castelo (1996), em determinadas situações, como são a equipa não necessitar
da vitória, o tipo de organização da competição, ou a equipa estar a ganhar e
faltar pouco tempo para terminar o jogo, a finalidade das equipas pode não
coincidir com a do jogo (Barreira, 2006). Este factor envolve objectivos táctico-
estratégicos que induzem uma forma de actuação peculiar da equipa em fase
ofensiva, tais como manter a posse de bola, quebrar o ritmo de jogo do
adversário, circular a bola em zonas de menor ofensividade, entre outros (idem,
2006).
De acordo com os estudos de Castellano Paulis et al. (2008) e Castellano
Paulis (2009), o número de golos marcados nos Campeonatos do Mundo
desde 1930 vem decrescendo, tendo sido no último – Alemanha 2006 - de 2,23
11
10
11 Frad
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Manuel Ramos 149
Figura 5.59. – Padrão de conduta Fgl eficaz
R-3: DTdu
R -5: DTd
R -1: Fgl
por jogo. No Campeonato da Europa em estudo, a média de golos atingiu um
valor de 1,1 golos por jogo, o que confirma a tendência referida, apesar das
competições em comparação não serem as mesmas tendo, contudo, a
semelhança de incluírem Selecções Nacionais. No que concerne à Espanha,
destaca-se que foi a segunda selecção que mais golos marcou, com uma
média por jogo de 2.
Quadro 5.29. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por remate com obtenção de golo (Fgl), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).
Conduta Critério - Fgl
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1
Análise Prospectiva
DTd (2,49) DTdu (4,14) DTczp (6,22) DTr (6,22) DTgra (6,32)
Condutas Regulares: - Início - Desenvolvimento
4 (2,01) 8 (2,16) 11 (2,26) 10 (3,31) 11 (2,71) 11 (5,61) Conduta Estrutural:
- Espaço
Pa (2,20) SPr (3,44)
Conduta Contextual: - Centro do Jogo
MAT (2,31) ADAT (3,13) MAT (2,16) ADV (4,18) ADV (7,52) Conduta Contextual:
- CEI Apesar da Espanha parecer privilegiar um jogo apoiado, essencialmente em
amplitude, o padrão comportamental indutor de golo encontrado mostra-nos o
contrário, conforme o Quadro 5.32. e a Figura 5.58. Assim, parece ser em
TEDA que a Espanha consegue, com maior probabilidade, marcar golo a favor.
A sequência Fgl eficaz inicia-se com
um drible no SMD, acção que
comporta elevado risco quando
executada nesta zona (4), apesar de
ao invés permitir tirar imediatamente
um adversário da jogada e assim
acelerar a TEDA. De seguida, a bola
é jogada para o corredor central do
meio-campo ofensivo - zona 8 (Figura 5.59.) -, perspectivando-se já a partir do
retardo -2 uma situação de pelo menos igualdade numérica uma vez que o CEI
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Manuel Ramos 150
excitado é do tipo MAT (Figura 5.60.). Posteriormente, é confirmada a intenção
de, em TEDA, continuar-se a desenvolver o ataque pelo corredor central,
enviando-se a bola para o último quarto do campo (zona 11). Num CEI do tipo
ADAT passa a procurar-se a finalização de imediato, ou então as zonas laterais
mais ofensivas quando o corredor central está muito povoado, sempre com a
intenção de finalizar rápido. De salientar que a obtenção de golo parece ser, na
maioria das vezes, conseguido apenas na segunda tentativa de finalização.
Figura 5.60. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Fgl, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.
Apesar da Espanha, segundo as estatísticas oficiais do EURO 2008, ter
realizado um número igual de remates dentro e fora da grande área – seis –, o
nosso estudo mostra que a zona 11 do sector ofensivo é a que tem maior força
ou consistência associativa com o final da fase ofensiva por golo, bem como,
com as configurações espaciais de interacção das equipas do tipo ADAT e
ADV. Pensamos que a associação da CEI do tipo ADAT ao final do ataque com
golo na zona 11 vai de encontro à lógica da dinâmica do jogo de Futebol.
Figura 5.61. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Fgl, tendo como objecto a condutas contextual – CEI
Os resultados da análise da CC em questão confirmam o que foi referido na
apreciação prospectiva da conduta de desenvolvimento da TEDA por passe
longo, isto é, que um jogo directo conduz, com maior probabilidade e
frequência, à obtenção de golo que um estilo de jogo indirecto. Todavia, os
11
10
11 Fgl 11 4 8
ADV
MAT
Fgl ADAT MAT ADV
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Manuel Ramos 151
mesmos resultados contrariam o que Hook & Hughes (2001: 300), citados por
Pereira (2005) sustentam, isto é, que as equipas sem sucesso optam por um
estilo de jogo directo, através de passes longos e em trajectória aérea. Conclui-se então que um jogo directo envolve riscos maiores, mas sendo
executado com rigor e qualidade, tende a originar uma maior concretização de
golos ou, pelo menos, a transportar o Centro do Jogo para zonas nas quais o
risco defensivo é menor. Pressupõe-se que este estilo de jogo é mais capaz de
surpreender e aproveitar a equipa adversária em momentos de desordem ou,
pelo menos, consegue-os criar com mais facilidade e celeridade, corroborando
Bota & Colibaba-Evulet (2001: 122), citados por Pereira (2005), sabendo-se
que os momentos de caos e desorganização adversária são propícios para o
acontecimento de golos.
Em suma, os dados obtidos parecem concluir que o sucesso da Selecção
Espanhola no Euro 2008 se encontra num meio-termo relativamente às duas
proposições acima enunciadas. Assim, apesar da CC em causa, conduta
principal da avaliação do sucesso da fase ofensiva em Futebol, activar
processos TEDA assentes num estilo de jogo mais directo, a Espanha tende a
jogar em ataque posicional, o que parece paradoxal. Todavia, atentando numa
perspectiva micro, esclarece-se esta aparente contradição pois é de admitir
que a variação de ritmos, estilos e métodos de jogo contribua efectivamente
para a obtenção do sucesso. Acrescenta-se ainda, que o que nos parece
fundamental é o saber quando variar, nomeadamente o interpretar o contexto
interaccional e a zona em que o jogo se desenvolve. A partir deste
pressuposto, surge a noção de saber-fazer táctico colectivo (ver ponto 2.1.1. da
Revisão da literatura), na medida em que toda a equipa deve, conjuntamente,
interpretar o jogo com ideias comuns, para os jogadores aferirem quando
existem ou não situações no Centro do Jogo favoráveis (igualdade não
pressionada ou superioridade numérica) ao sucesso ofensivo.
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Manuel Ramos 152
5.2.4.5. Final da Fase Ofensiva (F) por perda da posse de bola por erro do portador da bola e/ou acção do adversário (com excepção do Gr) – (Fbad)
A conduta tomada neste ponto como critério engloba as acções defensivas que
conduzem à recuperação da bola, tais como o desarme ou a intercepção,
mantendo-se a fase dinâmica do jogo. Assim, nesta análise apenas se obtém
informação acerca da ocorrência de uma perda de posse de bola para a equipa
defensora, mas não da forma como se deu.
Através da apreciação do Quadro 5.33. constata-se que as associações entre
as condutas objecto comportamentais e a conduta critério são pouco fortes.
Denota-se, contudo, que a conduta de recuperação da posse de bola Fbad é
activada por condutas de início e de desenvolvimento da TEDA, e nunca por
condutas de desenvolvimento de posse de bola, e habitualmente precedida por
um passe, corroborando Silva (2004) e Barreira (2006).
Quadro 5.30. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por perda da posse de bola por erro do portador da bola e/ou acção do adversário (com excepção do Gr) (Fbad), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção).
Conduta Critério - Fbad
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1
Análise Prospectiva
IIpb (2,00) DTpcn (3,25) DTdu (2,03)
Condutas Regulares: - Início - Desenvolvimento
7 (2,13) Conduta Estrutural: - Espaço
Pr (2,20) Conduta Contextual: - Centro do Jogo
MAD (2,30) MAD (3,06) MAD (2,22) MM (2,06) Conduta Contextual: - CEI
A análise das Figuras 5.61. e 5.62. permitem descortinar a presença de um
passe curto negativo e de um duelo, imediatamente antes da perda de posse
de bola. A primeira conduta parece dever-se sobretudo a um erro do portador
da bola, enquanto a segunda pode derivar, logicamente, da intervenção do
adversário, em trajectória aérea pois, provavelmente, ocorre após marcação de
um pontapé de baliza a favor e num contexto de inferioridade relativa.
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Manuel Ramos 153
Confirmam-se as ilações da CC anterior, na medida em que nos mostra que o
jogo directo não é condição sine qua non para se atingir o sucesso, pois torna-
se “quase obrigatório” que a equipa adversária esteja menos organizada e que
a equipa atacante seja capaz de equilibrar, em termos numéricos, o CJ.
5.2.4.6. Final da Fase Ofensiva (F) por perda da posse de bola por erro do
portador da bola com acção do guarda-redes adversário – (Fgrad)
Atendendo à lógica interna do jogo de Futebol e à função do guarda-redes em
particular, os resultados do Quadro 5.34., e ilustrados nas Figuras 5.62. e 5.63.,
demonstram coerência com a dinâmica comportamental do jogo já que a CC
em análise parece ocorrer mediante duas situações:
(1) por oposição com eficácia a um remate do adversário; e
(2) por intercepção de um cruzamento ou passe longo.
Quadro 5.31. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por perda da posse de bola por erro do portador da bola com acção do guarda-redes adversário (Fgrad), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção).
Conduta Critério - Fgrad
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1
Análise Prospectiva
DTrc (2,50) DTrc (2,78) DPcd (2,47)
DTpln (3,19) DTczn (3,02)
DPr (4,21)
Condutas Regulares: - Início - Desenvolvimento
Conduta Estrutural: - Espaço
SPr (2,99) Conduta Contextual: - Centro do Jogo
ADV (2,66) ATE (2,10) Conduta Contextual: - CEI
IIpb
DTpcn
DTdu
Fbad Pr Fbad
Figura 5.63. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Fbad, tendo como objecto a conduta contextual – CJ
Figura 5.62. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Fbad, tendo como objecto as condutas regulares – início e desenvolvimento
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Manuel Ramos 154
Figura 5.63. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Fgrad, tendo como objecto as condutas regulares – início e desenvolvimento.
Figura 5.64. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Fgrad, tendo como objecto as condutas regulares – início e desenvolvimento.
Uma das condutas que origina a perda de posse de bola através desta CC é o
passe longo negativo (DTpln) em Estado de Transição (Z=3,19), realizada,
provavelmente, de zonas recuadas, pelo facto de se encontrar um CEI
“Atrasado – Exterior (ATE)” e sem pressão relativa (SPr) como Configuração
interaccional em confronto. Assim, pode-se conjecturar que caso o adversário
optasse por adiantar mais as linhas e pressionasse os jogadores do sector
defensivo da Espanha, provavelmente esta equipa optaria pelo passe longo,
que foi já entendido como contraproducente ao seu sucesso ofensiva.
5.2.4.7. Final da Fase Ofensiva (F) por lançamento para fora – (Ff) Importa salientar que a CC em questão é activada tanto por condutas de TEDA
como de Desenvolvimento da Posse de Bola. Em ambas as situações o
lançamento da bola para fora parece ter origem num passe mal executado
desde o SMD e, embora não sejam excitadas condutas referentes ao Centro do
Jogo, presume-se que num contexto de pressão (P) - desfavorável.
Fgrad DPr DPcd
DTrc
DTpln
DTczn
Fgrad DTrc
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Manuel Ramos 155
Quadro 5.32. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por lançamento para fora (Ff), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).
Conduta Critério - Ff
R -5 R -4 R -3 R -2 R -1
Análise Prospectiva
IIi (2,90) DTgro (3,31) DPrc (3,07) DPpcp (2,23) DTcd (2,92)
DPcd (2,41)
DTpln (3,42) DPpcn (5,71) DPpln (5,11)
Condutas Regulares: - Início - Desenvolvimento
2 (3,84) 5 (2,17) 5 (3,61) Conduta Estrutural:
- Espaço
Conduta Contextual: - Centro do Jogo
VAD (2,17) ATAD (3,19) MAD (3,42) MAD (3,29) Conduta Contextual:
- CEI Contrariamente à suposição anterior, a Figura 5.64. demonstra que a forma
que os adversários encontraram para diminuir o sucesso da circulação de bola
da Espanha ao nível da construção ofensiva, foi fazer recuar a respectiva linha
avançada, colocando-a em confronto com a linha média da Espanha, tentando
assim ganhar superioridade numérica no sector intermédio. Parece-nos ser
esta a justificação para a presença de um CEI do tipo MAD no instante
imediatamente anterior ao lançamento da bola para fora pela Selecção da
Espanha.
Figura 5.65. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Ff, tendo como objecto a condutas contextual – CEI
Ff MAD
VAD
ATAD
MAD
Capítulo 6
CONCLUSÕES
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Manuel Ramos 159
6. CONCLUSÕES A partir da análise descritiva e sequencial efectuada, as conclusões seguintes
afiguram-se como as mais pertinentes para responder ao problema e para
possibilitar a confirmação ou a negação das hipóteses colocadas:
1. Existem padrões de conduta estáveis da fase ofensiva da Espanha que
induzem à sua eficácia no Euro 2008, confirmando-se a hipótese um do
estudo. Caracterizam-se por indicadores de ataque de curta e de longa
duração e por estilos de jogo directo e indirecto, respectivamente.
2. A hipótese dois é confirmada, na medida em que os que padrões de ataque
da Selecção da Espanha, no Euro 2008, que, com maior probabilidade,
conduzem à eficácia ofensiva possuem traços de um estilo de jogo directo e
de um ataque de curta duração, isto é, de ataque rápido ou de contra-
ataque. Assim, a fase ofensiva mais eficaz resume-se a uma Fase Ofensiva
em Transição. Não obstante a Espanha privilegiar a posse de bola durante
a fase de construção do ataque e em zonas recuadas do terreno de jogo,
encontrando-se preferencialmente indicadores de ataque de longa duração,
caracterizadores de um estilo de jogo indirecto, a eficácia de sua fase
ofensiva está fortemente relacionada com um jogo em progressão
longitudinal desde o sector defensivo até ao ofensivo, e com a preferencial
utilização do passe longo em Transição-Estado defesa-ataque. Conclui-se,
portanto, que a fase ofensiva em Futebol deve possuir alternância de estilos
de jogo, mediante o contexto em causa, impedindo a adaptação da equipa
adversária à organização da equipa em posse de bola.
3. Relativamente à hipótese três, os resultados encontrados permitem a sua
afirmação, dado que as condutas que se encontram mais fortemente
associadas à eficácia ofensiva são as que pressupõem um maior risco,
nomeadamente, o drible, a condução de bola e o passe longo. Depreende-
se, daqui, que estas condutas, apesar do risco de interrupção da fase
ofensiva que comportam, quando são utilizadas nas condições espaciais e
contextuais adequadas e em prol do colectivo, comportam elevada utilidade
para o sucesso ofensivo no jogo de Futebol.
Capítulo 7
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Manuel Ramos 163
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS O jogo de Futebol pressupõe o confronto de duas entidades, com objectivos
antagónicos que são concretizados através do entrelaçamento das acções
desenvolvidas pelos jogadores/equipas. É assim, por natureza, um jogo de
contexto imprevisível, tendo em consideração que a solução encontrada por
um jogador, para resolver uma situação de jogo, comporta quase sempre uma
margem considerável de subjectividade. Trata-se de uma decisão individual
que depende da forma como é interpretado o contexto interaccional e espacial
em cada momento que, segundo Garganta (2001), decorre da maneira como
os jogadores apreendem as linhas de força do jogo e do nível de conhecimento
táctico e repertório técnico que possuem.
Entende-se por equipa um “grupo de soldados, devidamente comandados e
empregados na execução de uma mesma tarefa” (in Grande Dicionário da
Língua Portuguesa). No Futebol este conceito permite inferir que, a cada
instante do jogo, apesar de ser exigido a um só jogador que decida e execute,
é o grupo que terá de o fazer através da tomada de decisão colectiva, ou
melhor, uma opção que o grupo reconheça, sendo capaz de também a prever.
Defendemos, assim, que uma equipa não é a soma da qualidade individual dos
jogadores que a constituem, só podendo assumir tal designação quando lhe é
conferida personalidade básica de grupo, que é entendido como o resultado da
interacção cognitiva e afectiva dos seus elementos (Chappuis & Thomas,
1988). Desta forma, será possível a cada um dos jogadores prever os
comportamentos dos seus colegas, colocando ordem e dando fundamento à
aparente desordem proveniente das suas acções.
No presente estudo optou-se por analisar numa equipa de sucesso – Selecção
Nacional de Espanha -, vencedora do EURO 2008, pressupondo que nela
poder-se-ia identificar padrões comportamentais que identificassem traços
definidores da sua personalidade básica de grupo, consubstanciados nos
métodos e estilos de jogo adoptados. Com o recurso à Metodologia
Observacional em geral e à análise sequencial em particular, identificaram-se
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Manuel Ramos 164
acções que ocorrem com regularidade no jogo da Espanha, assumindo-se
como fazendo parte da sua modelação táctica na competição em questão.
No fluxo acontecimental do jogo da Espanha é evidente que subsistem, com
maior ou menor frequência, características ou traços que consubstanciam
métodos e estilos de jogo. Apesar de estes dois termos serem considerados
em separado, de acordo com Barreira (2006) não devem ser entendidos desta
forma aquando da análise do jogo de Futebol, pois encontram-se em
permanente relação, interacção e complementaridade.
Os resultados encontrados assemelham-se aos de Barreira et al. (2009), que
comprovam que o ataque posicional, caracterizado pela realização de um
ataque com mais de 7 passes e de duração superior a 18 segundos, é o
método de jogo ofensivo mais utilizado pela Espanha no EURO 2008.
A utilização do ataque posicional apresenta vantagens substantivas, sobretudo
quando a equipa possui jogadores de elevada capacidade cognitiva, que são
capazes de tomar decisões correctas de forma rápida e eficaz. Parece ser o
caso da Espanha, cujos jogadores que habitualmente jogam no sector
intermédio possuem grande mobilidade e qualidade táctico-técnica ofensiva e
defensiva, permitindo-se a criação de constantes equilíbrios e impedindo
situações de confronto desfavoráveis no Centro do Jogo.
Este dado é comprovado pela verificação da utilização preferencial do corredor
central na recuperação da posse de bola, frequentemente através da conduta
acção defensiva de imediato seguida de passe (IEp), e na construção da fase
ofensiva, denotando-se supremacia deste corredor relativamente aos laterais,
que se esbate progressivamente à medida que a equipa progride para zonas
de maior ofensividade. Por conseguinte, a CEI entre as equipas que se regista
com maior frequência durante o jogo é a do tipo MM, enquanto as situações de
superioridade relativa e de igualdade não pressionada são as mais frequentes.
Em suma, as fases de construção e de criação são realizadas pela Espanha
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Manuel Ramos 165
pelo corredor central, sendo no sector ofensivo criadas situações de vantagem
numérica nos corredores laterais.
A Espanha privilegia o recurso ao passe curto e à recepção/controle,
afigurando-se como meios a privilegiar para dar corpo a um jogo curto e
apoiado. Assim, o passe é frequentemente precedido de uma
recepção/controle, evitando-se as acções táctico-técnicas ao “primeiro toque”,
constatando-se que cada jogador realiza poucos contactos com a bola. Mesmo
com jogadores de elevada qualidade e com proficiente repertório técnico, a
maioria das acções afiguram-se “simples”, sobretudo na fase de construção do
ataque, mostrando uma eficaz coordenação entre os elementos da equipa.
Depreendemos que em zonas defensivas deve predominar a segurança e nos
espaços ofensivos o risco deve ser prioritariamente assumido. No nosso estudo
o insucesso do passe curto só se manifesta nas zonas mais ofensivas onde
normalmente o contexto com que, tanto o portador de bola (maior pressão)
como os seus colegas (constrangimentos de espaço), se deparam é
desfavorável. Por outro lado as acções teoricamente mais perigosas, que
envolvem um maior risco de perda de posse de bola, como o drible e a
condução de bola, acontecem sobretudo em duas situações: (1) quando o
centro do jogo é favorável, permitindo deslocá-lo para zonas de maior
ofensividade; (2) para criar situações de finalização e para a finalização, em
zonas ofensivas.
Apesar de existirem vantagens pela utilização do ataque posicional, obrigando
o adversário a um desgaste físico e mental maior; à habituação da organização
defensiva adversária um ritmo de jogo lento, “adormecendo-o”; e ao ganho de
um maior número de esquemas tácticos a favor, não foram encontradas
relações directas entre a eficácia ofensiva da Espanha, no que concerne à
obtenção de golos, e a adopção de um estilo de jogo indirecto.
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Manuel Ramos 166
Outra das condutas que envolve elevado risco de perda da posse de bola é o
passe longo, característica do desenvolvimento do ataque através do Estado
de Transição. Contudo, apesar do risco, em TEDA, é com elevada
probabilidade uma acção de jogo indutora de eficácia ofensiva,
consubstanciada na obtenção quer de golo, quer de acções facilitadoras da
obtenção do mesmo (situações de pré-finalização), como cruzamentos e
remates. Antes da ocorrência do passe longo, o fluxo de jogo desenvolve-se,
normalmente por zonas recuadas do terreno de jogo.
Desta forma, ao nível da concretização do objectivo do jogo, o golo, a TEDA
assume na equipa da Espanha grande preponderância, pois quando os
processos ofensivos resultam numa Fase Ofensiva em Transição, e é realizada
com sucesso, permite-se a criação de contextos interaccionais favoráveis em
zonas ofensivas do terreno de jogo e, deste modo, maior probabilidade de se
obter eficácia da fase ofensiva.
Concordamos assim com Barreira (2006), quando sustenta a importância de se
desenvolver o jogo ofensivo de acordo com o modelo de jogo preconizado,
nomeadamente no que respeita à organização da defesa e do ataque.
Admitimos também que a adopção de uma orientação ofensiva coincidente
com as capacidades e com as características dos jogadores que a
operacionalizam, são constrangimentos a ter em conta no âmbito da
modelação da organização táctica.
Postulamos, através da recolha e análise dos dados realizada ao actual
Campeão Europeu, que a eficácia da fase ofensiva não se limita ao método ou
estilo de jogo escolhidos pelas equipas, mas sim à forma como conseguem
alterná-los durante um jogo e de acordo com os contextos que se vão
deparando, corroborando o estudo de Barreira et al. (2009). Castelo (1996:
139) apresenta a mesma ideia quando refere que “cada equipa utiliza ao longo
do jogo um método ofensivo predominante, que deverá corresponder à
preparação táctico-técnica, física e psicológica dos jogadores. No entanto, isto
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Manuel Ramos 167
não significa que, consoante as circunstâncias do momento, não se procure
tirar o máximo de vantagens e eficácia, através da aplicação de outros métodos
ofensivos”.
É então possível afirmar que a selecção da Espanha possui um “método misto”
de organização do seu jogo ofensivo. Este é um conceito que Barreira (2006)
utilizou no seu estudo para retratar o transporte do centro do jogo que as
equipas portuguesas tendiam a realizar, para zonas de sectores mais
ofensivos, dando-se nesses espaços situações de organização através de
ataque posicional e estilo indirecto. Aqui, o conceito é também aplicável,
embora de forma invertida já que a Espanha constrói atrás (SD e SMD) e
apenas procura jogar directo quando tem em vista a finalização imediata, com
contextos interaccionais muito favoráveis.
Afigura-se como provável que uma forma eficaz de contrariar o jogo ofensivo
habitualmente utilizado pela Espanha, comporta uma povoação maior do sector
intermédio, fazendo para isso recuar a linha avançada, criando-se assim
contextos interaccionais favoráveis nas zonas de construção e de criação. Esta
conclusão do nosso estudo vai ao encontro do que Peter Bradley, treinador da
selecção nacional de Futebol dos Estados Unidas da América, que na Taça
das Confederações 2009 venceu a Espanha, dizendo que “o segredo de
ganhar à Espanha é o acerto da táctica”, e que fizeram “um excelente trabalho
a fechar o meio-campo”. Acrescenta ainda que “quando se joga com a
Espanha, tem de se trabalhar com o grupo forte a defender e quando se tem a
bola, é preciso ser agressivo.” (Bradley, 2009: 40)
A noção de “método misto” parece ser transversal, não só a todos os jogadores
– o guarda-redes parece ser o primeiro a ter responsabilidade na decisão de
acelerar ou retardar a fase ofensiva – como a todos os momentos do jogo da
Espanha, mesmo no que concerne às situações estáticas do jogo. Importa
destacar que nos esquemas tácticos favoráveis à Espanha, para todas as
condutas (com excepção da bola ao solo) há, pelo menos, duas opções para a
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Manuel Ramos 168
sua conversão: (1) de forma longa, podendo envolver uma pequena circulação
prévia (lançamentos de linha lateral ou início/reinício de jogo); (2) de forma
curta onde há a opção por um estilo de jogo indirecto.
Para além da identificação de dois estilos/métodos de jogo diferentes é
possível perceber que a diferença não está apenas no tipo de acções
adoptadas, mas também na forma como o jogo é pensado e construído. Se por
um lado o cruzamento é a única acção de Desenvolvimento da Posse de Bola
que excita o golo, sugerindo que em situações de Posse de Bola a Espanha
circula até arranjar espaço nos corredores laterais, em TEDA o jogo é
preferencialmente conduzido pelo corredor central. De facto, parece-nos
importante reforçar a ideia, inerente aos princípios do jogo de Futebol, que
sempre que possível a bola deverá ser conduzida pelo corredor central,
sobretudo em situações de contra-ataque e ataque rápido.
Por conseguinte, os resultados vão de encontro à divisão que Silva (2004)
preconiza para a fase ofensiva: 1) fase de início da fase ofensiva; 2) fase de
construção da fase ofensiva; 3) fase de criação/pré finalização da fase
ofensiva; e por último, 4) fase de finalização da fase ofensiva. Estas etapas
desenvolvem-se no jogo em espaços bem definidos e mediante configurações
espaciais de interacção entre as equipas de características substancialmente
diferentes, logo, determinam comportamentos e formas de actuar também
diferentes. Para além disso, pensamos que estas sofrem uma diferenciação até
em termos estruturais na equipa, uma vez que, cada uma delas é levada a
cabo por zonas específicas da estrutura de uma equipa, e como tal, devem
merecer uma intervenção especializada no processo de treino. A observação
realizada à Espanha permite-nos acrescentar que a fase de construção pode
ser inexistente consoante o estilo/método de jogo adoptado.
Por fim, não podemos terminar este trabalho sem deixar de considerar que o
recurso à Metodologia observacional em geral e à técnica de Análise
Sequencial em particular continuam a merecer crescente importância no campo
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Manuel Ramos 169
de observação e análise do comportamento dos jogadores e equipas, por se
revelar um meio cada vez mais profícuo e qualitativo. Desta forma, a recolha de
informação relativamente às condutas que estão, não só na base da
regularidade mas, principalmente, nas variações do êxito da fase ofensiva,
como das condutas que induzem maior perturbação no balanço ataque/defesa,
são apenas duas das muitas possibilidades de investigação que, mediante a
elaboração e utilização de um sistema de observação ad hoc, poderão permitir
que se continue a extrair informação relevante centrada, essencialmente, nos
aspectos qualitativos do jogo de Futebol.
Capítulo 8
SUGESTÕES PARA FUTUROS ESTUDOS
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Manuel Ramos 173
8. SUGESTÕES PARA FUTUROS ESTUDOS Estamos cientes que o conhecimento apresenta-se sempre inacabado.
Contudo, torna-se fundamental continuar esta descoberta tendo a consciência
que só será possível quando o investigador é capaz de criar e entender
problemas, desenvolvendo-se novas propostas para o acrescento de
conhecimento com qualidade. A metodologia utilizada neste estudo apresenta,
no nosso entender, esta característica na medida em que faz extrapolar
constantemente resultados ricos e diversos, que induzem no investigador a
necessidade de procurar novos problemas e, por conseguinte, novas propostas
de estudo.
Tendo-se, à medida que se ia observando as sequências comportamentais,
registado para cada uma as variáveis resultado momentâneo, tempo de jogo
(dividido em seis partes de quinze minutos) e fase da competição, torna-se
pertinente sugerir as seguintes investigações, utilizando-se sempre a
metodologia observacional através da técnica de análise sequencial:
1. Indagar sobre padrões de jogo ofensivos da selecção da Espanha em
função do tempo de jogo, por exemplo, comparando os primeiros e os
últimos 30’ da partida;
2. Verificar se a selecção nacional da Espanha tende a alterar a forma
de jogar do ponto de vista atacante, de acordo com o resultado
momentâneo do jogo;
3. Analisar os padrões de jogo ofensivos da Espanha, comparando os
dados recolhidos da fase de grupos e da fase de eliminação,
averiguando se existem diferenças no que concerne à tipologia de
ataque adoptado;
4. Investigar os comportamentos da Espanha numa perspectiva
sectorial: linha defensiva; média e ofensiva, ao longo do fluxo de jogo;
5. Analisar, comparativamente, os padrões de jogo ofensivos da
selecção da Espanha no EURO 2008 e no EURO 2004, ou seja,
competições em que esta equipa obteve sucesso (vencedora) e
insucesso (não ultrapassou a fase de grupos), respectivamente.
Capítulo 9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos 177
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • Alcalde, J. (2000). Modelos de planificación y programación de la condición física en deportes.
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ANEXOS
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Manuel Ramos I
ANEXO 1 Definição do retardo máximo ou “max-lag”
Forma definitiva do padrão conductural Início com condutas regulares
CC Retardo 1 Retardo 2 Retardo 3 Retardo 4 Retardo 5
IEi DTcd (8,82) DTd (4,13) DTrc (2,81) DPrc (2,87)
DTpcp (2,62) DTczn (3,55)
Dpi (2,26)
DTr (2,45) Fbad (2,05) Fgrad (2,45)
Dtgra (2,60) DPpln (3,68) Fgrad (2,15)
IEd DTcd (6,69) DTrc (2,04) DTpcn (2,49) DTczp (5,04) DTdu (3,53)
IEgr
DTpcp (3,87) DTplp (3,21) DTpln (4,17) DTdu (2,23) DPrc (3,16)
DTcd (2,10) DTrc (4,82)
Fgrad (3,20) Fi (3,20)
DTpcp (4,40) DTcd (2,69) DTrc (3,13)
DTpcp (2,68) DTczn (2,96) DTrc (2,61)
IEp
DTpcp (4,46) DTrc (9,53)
DTgro (3,54) DPpcp (3,56) DPcd (2,41) DPrc (6,73) Dpdu (3,55) Fbad (2,16)
DTpcp (7,88) DTd (2,22) DTse (2,25)
DTpcp (3,75) DTd (2,83) DTrc (5,47)
DTpcp (4,98) DTpcn (2,81) DTd (2,08) DTrc (3,21)
DTpcp (4,03) DTd (2,49) DTrc (2,81) DTse (2,15)
IIcg DPpcp (9,62) DPpcp (2,14) DPrc (4,09)
DPpcp (3,68)
DPpcp (2,33) DP rc (2,56) DPcd (3,30)
IIi DPcd (4,31) DPrc (7,00) Dpdu (2,20) Fgrad (3,02)
DPpcp (8,17) DPcd (3,02) Dpdu (3,30)
DTpln (2,91) DPpcp (2,22) DPcd (2,58) DPrc (4,51) DPr (2,91)
Dpgro (2,91) DPLL (3,17)
DPpcp (5,55) DPpcn (4,13) DPczn (2,92) Fgrad (2,92)
DPpcn (2,63) DPrc (4,65)
Ff (2,20)
IIc DPpcp (3,53)
DPr (8,96) DPse (3,82)
DPrc (4,09) DPr (8,82)
DPgra (8,82) Frf (6,16)
DPpcp (2,63) DPse (6,70) Frd (9,57)
DPrc (3,65) DPr (10,49)
DPpcp (2,80) Fgl (7,12)
IIpb DPrc (2,96) Dpdu (8,08) Dpse (3,72) Fbad (2,59)
DPpcp (3,89) DPrc (2,18) Dpgro (3,11) Fbad (6,55)
DPpcp (3,43) DPplp (2,32) DPd (3,57) DPrc (3,65)
DPpcp (4,15) DPdu (3,67) DPse (5,20)
DPcd (2,99) DPrc (3,20)
IIbs DPrc (2,17) DPrc (2,30) DPpcp (2,05) DPpcp (2,61)
IILL DPpcp (3,96) Dprc (7,26) Dpi (4,34)
Fbad (4,03)
DPpcp (7,21) DPplp (2,62) DPd (2,62) DPrc (3,04) DPse (3,76) DPLL (2,82)
DPpcp (4,19) DPpcn (2,62) DPcd (2,25) DPrc (7,02) DPdu (2,62)
DPpcp (5,82) DPczn (4,52) DPrc (4,16)
Fi (2,53)
DPpcp (2,87) DPplp (2,57) DPd (2,57) DPrc (6,14)
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos II
Início com Espacialização
CC Retardo 1 Retardo 2 Retardo 3 Retardo 4 Retardo 5
IEi 3 (2,92) 6 (1,99) 11 (1,96)
IEd 6 (3,25) 2 (1,97) 11 (2,32)
IEgr 2 (10,24) 6 (2,23) 5 (2,70) 5 (2,21) 6 (2,24)
IEp 5 (5,09) 5 (2,25) 8 (2,48)
IIcg 8 (4,27) 5 (2,13) 5 (2,47)
IIi 8 (2,57) 8 (2,12) 2 (2,16) 7 (2,40)
10 (3,63) 1 (2,96)
10 (2,20)
IIc 10 (7,90) 11 (15,55)
10 (5,67) 11 (8,21)
10 (4,11) 11 (4,68)
8 (2,28) 11 (2,64) 8 (2,30)
IIpb 8 (6,74) 8 (2,80)
IIbs 2 (2,76) 2 (4,86) 4 (3,14) 4 (3,07) 4 (3,07)
IILL 4 (3,44) 7 (2,67) 9 (5,48)
9 (4,81) 9 (2,50) 9 (2,13) 2 (2,19) 7 (2,28)
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos III
Início com Centro do Jogo
CC Retardo 1 Retardo 2 Retardo 3 Retardo 4 Retardo 5
IEi
IEd Pi (2,31)
IEgr SPr (4,13) SPr (4,31) SPr (3,59)
IEp Spi (3,05) Spi (2,57) Pr (3,11)
IIcg
IIi
IIc Pi (5,09) Spi (2,37) Pi (2,51)
IIpb Pr (3,02)
IIbs
IILL Pr (4,11) Pr (2,27) Pi (2,02) SPa (2,57) SPa (2,47) SPr (2,07)
SPa (2,44)
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos IV
Início com Contexto Espacial de Interacção
CC Retardo 1 Retardo 2 Retardo 3 Retardo 4 Retardo 5
IEi ATE (3,49) ATE (2,41) ADAT (2,24)
IEd ATM (3,55) ATM (3,42) MAT (2,22)
MM (1,96) MAT (2,27) ADAT (2,25) MAT (2,62)
IEgr VAD (11,60) ADM (2,04) ATE (3,86) ATE (5,56) MAD (3,92) ATE (2,40)
MAD (3,09)
IEp MM (4,30) MM (2,78) MM (2,50) MM (2,10)
IIcg MAD (4,41) ADM (8,19) MAD (8,34) MAD (5,73) MAD (2,41)
IIi VAD (3,31) VAD (4,07) EAT (2,70)
IIc ADAT (5,64) MAT (4,63) EAT (2,75)
MAT (5,07) EAT (2,74)
IIpb ATAD (2,50) ADAT (6,93)
ATAD (2,67) ADAT (2,78) MAD (2,11)
IIbs VAD (3,30) VAD (7,77) ATAD (2,13) ATAD (2,14)
IILL MM (2,94) VAD (2,04) ATAD (3,04)
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos V
Desenvolvimento com condutas regulares
Retardo -5 Retardo -4 Retardo -3 Retardo -2 Retardo -1 CC Retardo 1 Retardo 2 Retardo 3 Retardo 4 Retardo 5
IEd (2.82) IEgr (3.63) IEp (6.27)
DTpcp (8.12) DTcd (7.08) DTrc (17.43)
IEi (3.35) IEd (2.12) IEgr (2.50) IEp (7.78)
DTpcp 22.91 DTcd (2.61) DTrc (3.85)
DTgro (3.36)
IEgr (2.18) IEp (4,09)
DTpcp (6.81) DTcd (9.64) DTd (2,48)
DTrc (24.60)
IEi (5,77) IEd (3,17) IEgr (2,45) IEp (12,41)
DTpcp 33,22 DTplp (3,44) DTgro (2,64)
IEgr (3,07) IEp (2,44)
DTcd (18,95) DTd (4,87) Dtrc (37,85)
DTpcp DTcd (19,43) DTrc (43,66) DTdu (3,37)
DTpcp 36.79 DTpcn 5.81 DTplp 5.55 DTpln 3.09 DTczn 3.88 DTd 7.94 DTse 3.28 DPi 3.51
DTpcp 7.10 DTczp 2.23 DTcd 26.95 DTrc 12.39
DTpcp 24.69 DTpcn 4.25 DTplp 4.58 DTczn 2.78 DTcd 2.98 DTd 6.34 DTrc 4.02 DTse 2.23
DTpcp 9.10 DTczp 4.44 DTcd 8.59 DTd 2.35
DTrc 19.09 DTse 3.97
IEp (3.38) DTd (4.12) DTrc (1.97)
IEp (5.32) DTpcp (3.30) DTplp (5.71)
DTrc (6.67) DTgro (3.87)
IEi (2,99) IEd (4,49) IEp (2,56)
DTpcp (4,44) DTplp (2,15)
DTcd (3,80) DTd (4,72) DTrc (6,40) DTse (2,17)
DTpcn Fbad (23,48) Fgrad (5,14)
Ff (9,02)
DTrc (4.50) IEgr (2.59) IIpb (3.34)
DTpcp (3.76)
IEi (2.06) IIi (2.36)
DTrc (5,38) DTse (2.55)
IEgr (2,17) DTpcp (4,90)
IEi (3,25) IEgr (6,05) DTd (3,42) DTrc (4,10)
DTplp
DTczn (3,94) DTcd (2,98) Dtrc (2,61)
DTdu (12,30) DTse (5,66) Fgrad (2,35)
Fi (2,09)
DTpcp 2.51 DTczp 4.26 DPLL 2.31 Frd 2.86 Fgl 4.26
Fbad 2.77
DTcd 5,00 DTdu 6.68 DTse 2.70
DTpcn 6.34 DTr 6.61
DTse 2.50 DPd 1.98
DTgra 8.10 DPpcn 2.09 DPd 1.99 DPc 3.87
IEp (2,29) DTcd (2,02)
IEi (5.96) IEp (3.18)
IIi (3,11) DTd (3.28) DTse (3,34)
IEi (2,01) IEp (3,78)
DTpcp (2,14) DTd (2,42)
IEgr (5,00) DTd (2,10) DTcd (3,66) Dtse (2,17)
DTpln Fbad (5.97)
Fgrad (13.18)Ff (13.98)
IEi (3.01) IEp (3.24)
DTpcp (2.77)
DTcd (2.66)
IEd (5.32) DTpcp (2.18) DTd (3,08)
DTplp (5,37) DTd (2,86) DTdu (5,37)
DTcd (3,85) DTd (2,64) DPi (2,52)
DTczp DTse 12.11 DPc 9.19 Frf 7.29
DTrc 2.41 DPczp 4.69 DPLL 4.31 Fgl 7.43
DTd 3.24 DPpcn 3.13 DPdu 6.19
DPczp 4.58 Frad 8.73 Fbad 2.97
DPse 4.93
IEgr (2.91) DTczp 10.39 DTcd (2.62) DTse (3.53)
DTpcp (2.45) DTd (3.34) DTse (3.42)
DTcd (5,86) IEi (4,88) DTpcp (3,38)
DTplp (4,26) DTcd (3,60) Dtrc (2,14)
DTczn Fbad 6.28
Fgrad 12.13 Ff 6.73
IEp (3.21) DTpcp (7.60)
IEgr (3.02) DTpcp (2.72)
IEi (2,79) IEd (3,23)
IEgr (2,36) DTcd (7,45)
IEi (17,58) IEd 12,95) DTcd DTpcp 19.42
DTpcn 6.60 DTcd 7.37 DTrc 12.98
DTpcp 9.57 DTczn 5.48
DTpcp 2.86 DTczp 6.69
DTpcp 7.58 DTpcn 2.15
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos VI
DTcd (3.22) DTrc (8.65)
IEp (5,28) DTpcp 10,56 DTplp (2,39)
DTgro (3,84) DTrc (14,02) DTgro (3,84)
IEp (3,91) DTpcp 14,91 DTplp (2,14)
DTplp 2.49 DTczp 3.74 DTczn 3.50 DTd 4.81 DPi 2.19
DTdu 3.88 Ff 3.20
DTd 8.36 DTse 3.78 Fgl 2.40
DTcd 3.24 DTrc 2.67
DTpln 2.33 DTczn 2.70 DTd 6.43 DTse 2.17
IEp (2.19) DTpcp (2.26) DTcd (6.32) DTrc (2.31)
IEd (2.08) IEp (3.17)
DTpcp (5,61) DTd (2.47)
IEp (2,23) DTczp (3,06) DTcd (8,43) DTrc (4,06) DTdu (2,08) DTr (2,79)
IEp (2,60) DTpcp (7,31) DTse (4,49)
IEi (4,52) DTcd (4,49) DTd (2,50) DTrc (7,37)
DTd
DTpcp 3.31 DTpcn 3.75 DTplp 3.35 DTczp 2.12
DTr 5.29 Frf 3.60 Frd 2.91
Frad 2.68 Fgl 4.65
Fbad 4.42
DTpln 2.66 DTczp 2.49 DTrc 2.43 DTr 2.86
DTse 2.01 DTgra 3.77 DPc 3.52
DPLL 2.81 Frf 2.74 Fgl 2.49 Fi 2.81
DTpcp 1.98 DTpln 3.08 DTczp 2.87
DTr 3.33 DTse 2.41
Frf 2.99
DTczn 3.09 DTd 2.55 DTrc 4.12
DTgra 4.89 DPdu 2.50 Frd 1.98
DTpcn 4.20 DTr 3.98 DPi 4.95 Fgl 3.98
IEi (2.45) IEgr (3.74) IEp (5.20)
DTpcp 17.67 DTrc (2.52)
DTgro (4.55)
IEgr (3.66) IEp (3.68)
DTpcp (3.56) DTcd (6,72) DTd (4,2)
DTrc (18.97)
IEi (4,42) IEp (9,17) IILL (2,29)
DTpcp 24,83 DTgro (3,73)
IEgr (4,39) DTpln (5,58) DTcd (13,45) DTd (2,30)
DTrc (22,55)
IEgr (2,68) IEp (11,78)
DTpcp 39,78 DTplp (2,59) DTse (2,74) DTgro (4,78)
DTrc
DTpcp 38.92 DTpcn 6.176 DTplp 5.184: DTpln 4.02 DTczn 2.05 DTd 7.97
DTcd 14.09 DTrc 29.03 DTdu 3.35 DTse 2.30 Fgrad 3.34
DTpcp 25.57 DTpcn 6.82 DTplp 5.79 DTd 4.24 DTse 2.73
DTpcp 4.61 DTcd 8.91 DTrc 19.38 DTse 2.70 Fgrad 2.39
DTpcp 18.37 DTpcn 2.39 DTplp 4.22 DTd 2.37 DTrc 3.17
DTse (5.52) IEd (6.92) IIi (3.91)
IEi (2,75) IEp (2,99)
DTplp (5,62) Dtse (3,34)
IEi (2,25) DTcd (3,67) DTrc (3,06)
IEgr (6,55) IIpb (4,42)
DTplp (9,67) DTdu
DTr 5.06 DTse 6.14 DPi 5.60 DPc 6.35
DPLL 4.91 Fbad 4.97
DTczp 5.17 DTgra 7.43 DPc 3.52 Fi 2.89
DTd 1.98 DTse 2.31 DPse 2.17 DPLL 3.05
Frf 2.79 Fgl 5.39
DPd 2.11 DPcd 4.10
DPpcn 4.58 DPi 2.57
DTd (4.43) DTr (11.03) DTse (4.43)
DTplp (6.38) DTgra (12.42)
IEi (2,95) DTd (3,51) DTr (7,92)
DTd (3,26) DTr (8,33)
DTgra (11,08)
DTd (6,36) DTdu (6,11) DTse (3,22)
DTgra (11,64)
DTr DTse 3.18
DTgra 52.35 DPc 5.06
DTr 7.78 DTse 3.13 DPLL 4.00 Fgl 6.93
DTd 2.96 DTr 8.48
DTgra 10.08 DPczp 4.44 DPLL 4.34
DPc 5.24 Frf 3.79 Frd 4.91
DTr 9.85 Frad 10.80
DTpcp (4.37) DTcd (2.12) DTrc (2.04)
IEi (2.15) DTpcp (2.52) DTplp (2.42) DTrc (2,53) DTse (2.99)
DTplp (4,95) DTczn (3,82) DTd (2,95) DTrc (2,59) DTdu (2,42)
DTpcp (3,25) DTplp (2,21) DTd (2,29) DTrc (2,44) DTr (3,25)
IIpb (2,48) DTplp (5,99)
DTczp (14,26)DTd (1,99) DTdu (7,32)
DTse
DTpcn 2.06 DTpln 2.29 DTrc 3.07 DTr 3.10 DPc 8.15
DTd 4.33 DTse 3.60 Fgl 2.62
DTplp 2.48 DTpln 3.18 DTdu 3.75 DPr 2.48 Frad 7.14
DTczn 3.15 DTse 2.99 DPczn 3.15 DPc 2.20 Frd 2.02
DTczn 3.45 DTdu 5.07 DTr 4.06 DPc 2.25 Frad 2.25
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos VII
DTse (3,91)
DTr (3,10) DTgra (5,60)
DPpb 9.51 DPLL 18.47 Frad 3.36
Fgrad 4.49
IEp (14,22) DTgro DTrc 4.72 DTpcp 4.10 DTcd 3.06
DTpcn 4.21 DTr 4.06
DTpcp 3.24 Ff 4.21 DTrc 5.01
DTplp (8.97) DTcd (2.02)
IEi (3.72) DTd (4,65) DTr (10,07)
DTd (4,26) DTr (7,72)
DTgra (14,06) DTr (52,33) DTgra
DTr 10.39 DTse 4.16 DPLL 9.28 Fgl 5.15
DTr 11.09 DTgra 14.06 DPLL 5.82
DPcd 2.61 DPc 6.77
DTr 11.61 Frad 10.70
DPczp 6.42 DPc 7.75
IIc (2.36) DPpcp (4.78) DPcd (5.18) DPrc (19.32) DPgro (2.24)
IIi (4.34) IIpb (3.28) IILL (4,44)
DPpcp 23.95 DPse (3.28) DPgro (2.75)
DPI (2.17)
DPczp (2,61) DPcd (7,75) DPrc (28,76)
IIi (6,91) IIpb (4,67) IILL (6,31)
DPpcp 34,89 DPdu (2,66) DPse (3,77) Dpgro (3,33)
Dpi (4,45) DPLL (2,92)
IIcg (4,13) DPcd (13,83) DPrc (44,42)
DPpcp DPcd 15.21 DPrc 43.81 DPgro 5.71
DPpcp 35.86 DPpcn 7.83 DPpln 3.40 DPczn 2.36 DPd 7.15
DPcd 9.42 DPd 2.78
DPrc 25.39 DPse 2.20 DPgro 2.55
Ff 3.49
DPpcp 23.67 DPpcn 3.53 DPd 4.10
DPgro 2.60
DPpcp 3.90 DPplp 1.97 DPczn 3.67 DPcd 6.52 DPrc 16.58 DPse 2.57 DPgro 2.46
IIc (2.32) DTplp (2.26) DTdu (4.35) DPrc (3.56)
IIi (2,12) DPpcp (3.77) DPplp (2.29) DPI (4,59) DPc (2,69)
DTczp (3,10) DPrc (6,65)
DPpcp (7,93) DPse (1,97)
DPplp (2,31) DPczp (3,32) Dpcd (6,61) DPrc (5,74)
DPgro (5,28)
DPpcn Fbad 19.92 Fgrad 4.73
Ff 23.39
DPplp (2.73) DPd (4.78) DPrc (2,36)
IIpb (3,53) IILL (2,35)
DPse (2,85) DPi (2,66)
IILL (2,30) DPLL (3,47)
DPcd (3,18) DPrc (3,21)
DPgro (5,89) DPplp
DPpcn 2.21 DPdu 12.64 DPse 5.13
Fi 3.16
DPd 5.00 DPse 2.50
DPczp 3.86 DPrc 2.08 DPse 2.75
DPpcn 2.35 DPse 5.66 DPLL 3.65
DPdu 4.66 Fgrad 4.33
IEi (5.59)
IEi (2,01) IIi (2,46)
IIpb (3,09) DPi (2,31)
DPrc (4,92) DPi (2,12) DPpln
Fgrad 7.27 Ff 6.61 Fi 18.91
DTgra (6.28) DPrc (1.97) DPr (4.78) DPc (4.33)
DPLL (2.25)
DTczp (6.62) DPczp (2,25)
DPr (5.05) DPLL (2.24)
DTr (4,44) DPplp (3,86) DPczp (3,64) DPd (4,64)
DPdu (2,65) DPse (3,83) DPc (7,97)
DTczp (5,09) DPdu (2,55) DPc (3,17)
DPLL (7,55)
DPd (10,58) DPrc (2,59) DPc (3,22)
DPczp
DPpcn 3.13 DPdu 2.71 DPr 3.35
DPse 15.06 Frf 4.47 Frd 2.63 Fgl 4.06
DPczn 4.28 DPdu 7.20 DPse 4.02 DPr 3.90 DPc 3.04
DPLL 2.47 Frad 5.47
DPpcp 2.10 DPczp 3.28 DPgra 17.32
Frad 6.42
DPrc 2.52 DPse 2.49
Frf 6.46
DPr 6.56 DPLL 4.44
Frf 3.90
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos VIII
DPLL (2,25) Fi 2.03 Fbad 2.09 Ff 4.59
DPpcp (3.96) IIi (2.90) DTse (3.21) DPc (11,94) DPpcp (2,52)
DPczp (5,33) DPcd (3,37) DPd (6,20) DPczn
Fbad 9.09 Fgrad 3.22
Ff 8.00
IIcg (2.09) DPpcp (6.82) DPcd (2.03) DPdu (2.95)
IILL (3.28) DTr (2.13)
DPcd (2,61) DPrc (7.25) DPr (2.13) DPi (2.70)
DTgra (2,56) DPpcp 10,06 DPdu (3,51) Dpi (2,76)
DPcd (3,01) DPrc (12,34)
IIi (3,83) DPpcp 14,44 DPd (2,92) DPi (2,08)
DPcd
DPpcp 12.67 DPpcn 6.17 DPplp 2.93 DPczn 3.11 DPd 3.02 DPr 2.62
DPcd 2.39 DPrc 9.42 DPc 2.01
Fgrad 4.48 Ff 4.15
DPpcp 7.57 DPd 6.31
DPdu 2.77 DPse 1.97
DPcd 2.33 DPrc 5.30 DPse 1.98 Frd 2.34
DPpcp 4.97 DPcd 1.98
DTplp (2.26) DPd (3.60) DPrc (3.18) DPse (2.20) DPi (2.20)
DTplp (2.05) DTdu (2.05)
DPpcp (4.34) DPrc (2.22)
DTdu (2,16) DPpcp (3,23) DPcd (6,47) DPrc (2,87)
DPpcp (7,38) DPplp (5,53)
DPcd (3,35) DPd (6,85) DPrc (9,15)
DPd
DPczp 8.92 DPczn 5.22 DPcd 2.36 DPd 5.65 DPse 3.21 DPi 5.51 Frf 4.38
Fbad 3.23
DPrc 2.25 DPse 5.51 DPi 2.34 Fgl 2.08
Fbad 2.95
DPczp 4.06 DPdu 5.35 DPr 2.87
DPse 2.78 DPc 2.13
Fgrad 1.99
DPdu 2.82 DPse 3.13 DPc 2.59 Frd 2.41
Frad 4.21
DPplp 4.52 DPd 3.13 DPse 3.59 DPLL 2.23 Frd 2.71 Ff 2.23
IIi (4.29) IIpb (2.86) IILL (4.97)
DPpcp 16.65 DPse (3.50) DPI (3.50)
DTgra (2.04) DPczp (3.92) DPcd (6.24) DPrc (21.59)
IIi (3,92) IIpb (3,43) Iibs (2,03) IILL (5,45)
DPpcp 25,93 DPse (2,44) Dpgro (3,06)
DPi (2,82)
DPcd (11,32) DPd (3,12) DPrc 33,92 DPdu (1,96) DPse (1,96)
IIi (6,63) IIpb (2,99) Iibs (2,12) IILL (7,34)
DPpcp 41,69 Dpgro (3,43)
DPi (7,16) DPLL (4,39)
DPrc
DPpcp 43.75 DPpcn 5.63 DPplp 2.11 DPpln 4.78 DPczp 2.46 DPd 8.88
DPrc 31.95 DPse 2.80 DPgro 2.98
DPpcp 28.14 DPpcn 6.39 DPd 2.68
DPplp 2.14 DPcd 7.09 DPd 2.00
DPrc 20.47 Ff 2.59
DPpcp 18.1 DPpcn 3.52
DPd 2.82 DPdu 2.16
DPplp (5.32) DPrc (2.43) DPc (5.78)
IIpb (2.93) DTd (2.45) DPd (3,11)
DPdu (3.87) DPse (2.29)
DTczp (5,99) DPcd (2,75) DPd (5,84) DPse (2,25) DPLL (2,91)
IIi (4,24) DPczp (8,15) DPc (3,63)
IIi (7,75) IIpb (21,40) IILL (3,74)
DPplp (9,09) DPczp (2,04) DPse (2,30) Dpgro (2,98) DPc (7,68)
DPdu
DPse 3.26 DPLL 3.26 Frad 3.73 Fgl 3.03
Fbad 5.54 Fi 5.37
DPpcp 1.98 DPczp 2.15
Fi 4.28 DPczp 2.39 DPcd 3.21
DPdu 3.46 Fbad 3.24
DPcd 2.69 DPse 2.17 Fgrad 3.69
DPczp (7.21) DPI (2.68)
IIc (9.45) DPse (5.63)
IIi (2,48) DTse (2,67) DPd (3,12)
IIC (8,33) DPczp (4,68)
DPr (5,81)
IIc (7,53) DTd (2,02)
Dpczp (3,80) DPr
DPse 9.43 DPgra 12.04 DPc 18.94
DPr 4.87 DPse 5.10 DPc 3,31
DPc 4.69 DPLL 8.30 Frf 3.71
DPczp 4.58 DPcd 1.97
Frf 4.13
DPczp 4.90 DPse 3.72
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos IX
DPi (2,39) DPLL (3,29)
DPcd (3,72) DPi (6,60) DPc (4,20)
DPLL 2.76 Fgrad 6.44
Fgl 5.24
DPLL 3.17 Frd 3.74
Fbad 2.97
Fi 4.33
DTczp (4.73) DPpcp (2.52) DPd (3.97)
DPdu (2,33) DPr (3.56)
DPse (4.05) DPLL (3.53)
IIpb (3.31) DPplp (5.51) DPcd (2.24) DPd (3.54) DPse (5.69) DPc (6,34)
DPLL (5.39)
IIc (5,01) DPdu (2,35) DPpcp (2,49) DPplp (2,67) DPcd (1,99) DPd (3,14) DPse (7,23) DPLL (3,33)
IILL (3,22) DPplp (2,69) DPczp (4,86) DPd (6,04) DPrc (2,82) DPr (6,11)
Dpgro (2,90) DPi (2,05) DPc (2,01)
IIc (3,81) IIpb (3,74)
DPplp (5,10) DPczp 16,66 DPd (3,74)
DPdu (6,56) DPr (10,10) DPc (4,26)
DPse
DPdu 3.57 DPgro 2.24 DPc 7.63
DPLL 22.27 Frd 3.46
DPpcp 3.11 DPplp 2.37 DPgra 8.97
Frf 3.14 Frad 2.78
DPplp 2.87 DPczp 3.39 DPrc 2.00 DPdu 2.06 DPse 3.06
Frf 2.99 Ff 6.63
DPpcp 3.32 DPdu 2.30 DPr 5.71
DPse 5.64
DPd 2.18 DPrc 3.74 DPse 4.17 DPi 2.91
DPpcp (2.82) DPpcp (2.84) IIi (2,75)
DPpcp (2,56) DPgro (6,26)
IIpb (3,24) DPrc (2,97)
Dppcp (5,83) DPse (3,38) DPgro
DPpcn 4.81 DPplp 5.35 DPrc 3.12 DPdu 4.06
DPpcp 2.86 DPse 2.66 DPi 3.04 Ff 2.59
DPrc 3.29 DPgro 6.59
DPpcp 2.56
DPpcp 1.96 Frd 4.80
DPczp 18,97 IIc (22,29) DPse (6,95)
DPr (13,46) DPc (12,03) DPgra Frf 8.33
Frd 10.15
DTd (5.28) DTdu (2.42) DPse (2.79) DPc (3.50)
IEi (2.01) DPLL (3.47)
IEi (2,73) DTpcp (3,09) DPd (2,53)
Dpgro (2,73)
IILL (2,95) DTcd (2,16) DTdu (6,66) DPd (6,48)
DPdu (6,36)
DPi
DTczp 2.26 DPrc 6.57 DPr 6.24 Frd 2.83
Frad 6.74
DPpcp 3.59 DPpln 2.37
Frf 2.59 Fbad 2.43
DPplp 2.75 DPcd 2.49 DPrc 2.52 DPr 2.29
DPpcp 2.38 DPpcn 4.63 DPcd 2.81
DPr 2.39 DPrc 3.07
DTplp (4.32) DTse (2.50) DTgra (7.74)
DTdu (3.72) DTr (5.72)
DTse (2,15) DPd (2.69)
DTgra (6,59) DPd (2,39) DPr (5,32)
DTd (4,05) DTdu (3,67) DPczp (3,85) DPcd (2,40) DPd (2,20) DPr (4,81)
DPLL (3,52)
DTczp (11,05)DTdu (7,69) DTr (5,06)
DTse (8,43) DPr (21,21) DPse (8,05)
DPc
DPczp 2.63 DPdu 9.43 DPr 3.62
DPse 3.68 DPgra 10.15
Frf 2.22 Fi 4.84
DPczp 3.04 DPdu 3.85 DPse 2.03 DPc 3.39
DPLL 2.71 Frf 2.77
DPczp 6.29 DPczn 6.94
Frf 5.66 Frd 9.51
DPpcn 2.53 DPse 6.05
DPczp 4.07 DPdu 5.33 DPi 3.38
DPplp (3.98) DPczp (4.78)
DPd (2.53) DPLL (2.25)
DPplp (3.57) DPLL (2.18)
IIi (3,35) DTdu (3,15) DTr (4,08) DPr (9,10)
DTplp (2,84) DTczp (4,43) DTd (3,05) DTr (4,07)
DTgra (5,52) DPczp (2,98)
DPr (3,78) DPc (2,72)
DTdu (6,07) DTse (19,10) DTgra (5,80) DPdu (4,26) DPr (3,16)
Dpgro (23,40)
DPLL DPrc 3.67 DPdu 2.25 Fbad 2.59
DPpcp 3.08 DPplp 3.56 DPczp 7.39 Frad 4.58
DPczp 2.39 DPdu 2.87 DPr 3.28
DPse 3.24 Frd 2.12
DPczp 2.10 DPse 5.24 DPi 3.67
DPLL 2.10 Frad 4.41
Fi 2.30
DPczp 2.16 DPse 3.47 DPLL 2.16
Fi 2.53
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos X
Desenvolvimento com Espacialização
Retardo -5 Retardo -4 Retardo -3 Retardo -2 Retardo -1 CC Retardo 1 Retardo 2 Retardo 3 Retardo 4 Retardo 5
2 (2,60) 5 (2,63) 6 (2,68)
1 (2,40) 2 (4,04) 3 (2,81) 5 (2,58)
1 (2,23) 5 (4,19) 6 (3,25)
2 (4,97) 3 (2,81) 5 (2,32) 6 (3,57)
1 (2,56) 3 (2,19) 5 (3,72) 6 (4,07)
DTpcp 4 (2,17) 5 (4,46) 6 (3,49)
3 (2,62) 4 (2,14) 5 (4,58) 6 (3,01)
6 (1,98) 5 (1,98) 6 (2,62)
3 (2,51) 4 (2,28)
8 (2,58) 2 (3,36) DTpcn 8 (2,08) 11 (7,03)
3 (2,35) 6 (2,33) 1 (2,25) 1 (2,13) 6 (2,05) 2 (2,89)
6 (4,32) DTplp 11 (4,31) 12 (2,33) 11 (3,01) 11 (3,09) 11 (2,20)
3 (2,36) 2 (2,54) 3 (2,44)
1 (2,21) 2 (3,21) 3 (4,29)
2 (4,03) 3 (3,97) DTpln 11 (3,91)
9 (3,38) 8 (2,22) 9 (2,18) 12 (7,71) DTczp 11 (8,90) 10 (5,78)
11 (3,50) 10 (3,93) 11 (3,77)
10 (3,81) 11 (3,65) 10 (2,61)
12 (2,58) 11 (2,35) 10 (2,06) 9 (2,02) 9 (1,98) 10 (5,29) DTczn
2 (2,38) 11 (7,58) 12 (2,57)
1 (2,65) 2 (2,22) 3 (3,98)
2 (2,42) 3 (2,10) 5 (2,05)
1 (2,08) 2 (5,47) 5 (3,61)
2 (2,12) 5 (3,06)
2 (4,06) 3 (3,12) DTcd 8 (4,62) 8 (3,25)
11 (2,06) 9 (2,32) 11 (2,51)
8 (2,61) 11 (2,51)
9 (2,13) 11 (4,81) 12 (2,57)
DTd 3 (2,73) 11 (6,49) 12 (2,56)
3 (4,59) 11 (5,97) 12 (1,96)
11 (3,96) 10 (3,55) 10 (2,82)
2 (4,08) 6 (3,35) 2 (3,21) 6 (3,02) 6 (2,93) 2 (4,04)
6 (2,43) DTrc
1 (2,03) 3 (2,76) 4 (2,43) 5 (3,70) 6 (3,22)
5 (2,76) 5 (5,02) 3 (5,27) 5 (2,27)
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos XI
6 (4,74) 3 (2,17) 6 (2,07) 2 (5,36) DTdu
7 (2,09) 10 (2,93) 12 (3,64)
11 (2,94) 11 (3,01) 12 (3,20)
10 (2,52) 12 (2,14) 10 (2,42)
10 (3,30) 11(3,20)
10 (2,75) 11(5,84)
10 (2,23) 11 (7,80)
10 (4,51) 11 (12,21) 11 (15,39) DTr 11 (7,41)
10 (3,38) 11 (3,17) 12 (2,86)
10 (3,57) 11 (2,00) 11 (4,62) 11 (2,49)
4 (2,13) 1 (2,23) 4 (2,36)
1 (2,19) 4 (2,66)
10 (2,50) 4 (2,53) 11 (4,45)
12 (2,67) DTse 3 (5,52) 10 (6,02)
3 (2,21) 10 (2,82) 11 (3,05)
3 (3,18) 10 (3,20) 11 (3,56)
10 (4,59) 11 (2,52)
1 (3,32) 5 (2,43) DTgro 2 (6,26) 2 (3,70) 5 (3,27) 5 (3,37) 5 (2,96)
10 (4,15) 11(4,04)
10 (3,37) 11(7,02)
10 (3,01) 11 (10,02)
10 (2,77) 11 (12,44)
10 (2,52) 11 (11,09) Dtgra 10 (2,09)
11 (4,56) 10 (3,39) 11 (3,18) 10 (2,24) 10 (2,61)
11 (2,37)
7 (2,81) 9 (3,10)
7 (2,05) 9 (2,49)
7 (3,37) 9 (2,07)
7 (2,98) 9 (2,58)
5 (2,36) 7 (3,75) 9 (2,16)
DPpcp 2 (2,38) 7 (2,45) 2 (2,69)
7 (2,16) 2 (2,24) 2 (2,80)
12 (2,26) 12 (3,17) DPpcn 10 (2,42) 11 (7,35)
4 (2,64) 10 (2,78) 12 (2,78)
10 (5,42) 12 (2,60) 3 (2,04) 2 (1,96)
3 (2,08) DPplp 9 (2,53) 12 (2,23) 12 (2,54) 1 (6,72)
11 (2,64)
3 (2,44) 3 (2,27) 5 (2,56) 1 (2,21) 6 (4,68) DPpln 10 (2,59)
11 (4,62)
8 (3,03) 10 (3,02) 11(4,67) 12 (3,02)
8 (3,35) 10 (2,73) 11(7,74)
10 (3,88) 11 (7,23) 12 (2,53)
10 (6,40) 11 (3,68) 12 (11,13)
10 (11,05) 12 (13,82) DPczp 11 (16,02) 11 (7,65)
12 (2,56) 11 (4,28) 12 (2,01) 11 (2,44) 11 (2,15)
12 (3,35)
8 (2,43) 11 (2,50)
8 (3,73) 11 (2,19)
8 (2,49) 12 (4,25)
9 (2,02) 12 (6,07)
10 (5,29) 12 (7,30) DPczn 11 (10,12)
10 (2,44) 5 (2,61) 5 (2,00) DPcd 8 (5,23) 9 (3,05) 8 (2,02) 11 (2,82) 12 (2,23)
1 (2,10) 8 (2,63)
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos XII
8 (2,28) 8 (5,31) 8 (4,19) 8 (4,23) 12 (2,00)
7 (2,20) 9 (2,35)
10 (2,43) 12 (7,00)
DPd 10 (4,90) 12 (9,15)
10 (3,35) 11 (6,17)
11 (4,43) 12 (2,31) 11 (2,91) 11 (2,75)
7 (2,70) 9 (2,62) 7 (2,19) 7 (2,86)
9 (2,60) 9 (2,36) DPrc 5 (2,57) 2 (2,23) 5 (2,37)
12 (4,26) 12 (3,83) 10 (3,16) 12 (3,36)
3 (3,39) 10 (2,56)
1 (3,79) 2 (10,44) DPdu 8 (3,72) 4 (2,41) 11 (2,02)
9 (4,22) 10 (2,27) 9 (4,98)
8 (2,03) 11 (3,80) 12 (3,84)
10 (5,04) 11 (3,28) 12 (5,27)
10 (4,36) 11 (7,65) 12 (4,42)
DPr 10 (6,52) 11 (7,91)
11 (5,52) 12 (2,90)
10 (3,27) 12 (4,47)
10 (3,81) 12 (3,34) 12 (3,77)
11 (5,96) 12 (3,39)
10 (2,93) 12 (5,58)
10 (4,63) 12 (7,26)
8 (2,31) 10 (7,97) 12 (6,27)
10 (9,37) 11 (4,07) 12 (2,38)
DPse 10 (4,00) 12 (3,36)
11 (2,83) 12 (2,72)
10 (2,20) 11 (2,21) 12 (2,42)
11 (2,01) 12 (2,05)
9 (2,76) 12 (3,06)
1 (2,45) 1 (2,53) 6 (2,16) 2 (2,16) 1 (2,33)
5 (2,05) 1 (2,38) 5 (3,45) DPgro 2 (4,62) 2 (3,28)
6 (2,23) 6 (2,27) 6 (2,53)
7 (2,92) 8 (2,26) 10 (7,27) 10 (4,72) 12 (4,91)
10 (4,32) 11 (4,30) DPgra 8 (2,73)
1 (2,34) 7 (2,35) 8 (3,96) DPi 8 (2,92)
8 (2,47) 9 (3,98)
10 (3,21) 11 (3,21)
8 (2,71) 10 (4,37)
10 (5,58) 11 (7,35) 12 (2,60)
10 (3,60) 11 (15,05) 12 (5,10)
DPc 10 (4,05) 11 (10,55) 10 (10,71) 10 (7,93)
11 (2,82) 11 (4,21) 11 (3,22)
6 (3,04) DPpb 9 (2,95)
DPbs
11 (2,92) 11 (2,65) 12 (2,63)
10 (2,08) 11 (3,68) 12 (2,25)
10 (2,95) 11 (3,06)
7 (2,31) 9 (2,44)
10 (2,58) 11 (6,02) 12 (2,62)
DPLL 7 (2,07) 9 (2,16) 12 (4,25)
10 (2,39) 12 (5,80) 12 (5,79) 12 (5,06) 12 (4,35)
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos XIII
Desenvolvimento com Centro do Jogo
Retardo -5 Retardo -4 Retardo -3 Retardo -2 Retardo -1 CC Retardo 1 Retardo 2 Retardo 3 Retardo 4 Retardo 5
SPr (2,93) SPr (2,48) SPr (2,86) SPr (4,44) DTpcp SPr (2,50)
SPa (4,43) Pr (2,01) DTpcn Pr (3,66)
DTplp Pi (4,68) Pr (2,91) Pr (2,25)
DTpln Pi (3,05)
SPr (2,35) Pi (4,86) DTczp Pr (3,68) Pi (3,35) Pi (3,74)
PI (2,60) DTczn
Pa (2,43) SPr (4,11) SPr (3,46) DTcd Spi (2,74) Pa (2,45)
Pr (3,44) Pr (2,78) Pi (3,27) DTd Pr (3,63)
Pa (2,12) SPi (2,07)
Pa (2,18) DTrc SPr (4,11)
SPr (2,17) DTdu Pi (6,11)
Pr (4,19) DTr
Pr (2,50) Pr (2,15) DTse Pr (2,03) Pr (5,21) Pr (2,64) SPi (2,34)
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos XIV
DTgro Spr (3,57) Spr (4,26)
Pr (2,36) Pi (2,50) Pi (1,97) Dtgra
DPpcp Pi (2,12) SPi (2,91) Pi (2,39)
Pi (3,62) DPpcn
Pi (6,53) DPplp Pi (2,51) Pa (7,76)
SPa (6,47) SPa (6,39) DPpln
Pr (2,80) Pr (2,31) Pi (4,94) Pi (4,64) SPi (2,29) DPczp Pa (5,17) Pi (8,81)
Pa (5,63) Pi (4,69)
Pi (3,60) Pr (3,63) Pa (6,90) DPczn
DPcd Pr (3,92) P1 (2,83) Pr (2,36)
Pr (3,34) SPi (3,13) Pr (2,13) SPi (2,14) DPd Pr (3,74) Pr (2,74)
DPrc SPr (2,24) Pi (2,68)
DPdu Pi (3,34) Pa (4,45)
Pr (2,45) Pa (9,25) Pi (3,49)
Pa (7,17)
Pr (2,05) Pa (7,24) DPr Pi (2,71) Pi (3,33) Pr (2,11)
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos XV
Pi (2,28) Pr (2,77) Pi (2,04) Pr (2,80)
Pi (3,66) DPse Pi (1,98) Pi (3,32)
Spi (2,37) DPgro
Pr (3,29) Pi (5,17) DPgra
Pr (4,70) Pi (5,92) DPi Pa (2,46)
Pa (7,84) Pa (6,67) Pa (6,24) Pi (2,03) Pi (4,21) DPc Pi (4,26) Pi (4,27)
DPpb Pr (2,59)
DPbs
Pr (2,43) Pr (2,06) Pr (3,71) Pi (2,54) Pi (3,91) DPLL Pr (4,28)
Pi (3,05) Pr (2,48)
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos XVI
Desenvolvimento com Contexto Espacial de Interacção
Retardo -5 Retardo -4 Retardo -3 Retardo -2 Retardo -1 CC Retardo 1 Retardo 2 Retardo 3 Retardo 4 Retardo 5
VAD (3,77) ATE (2,43)
ATE (2,26) MM (2,29)
VAD (3,97) ATE (2,54)
ATE (2,49) MM (5,07) DTpcp MM (2,96) ATE (2,36)
MM (3,34) MM (2,61) MM (2,11)
MM (2,86) MM (2,59) MM (2,07) DTpcn ADAT (2,28)
ATE (2,40) ATAD (2,17)ATE (2,06) MAD (2,22) DTplp
ADAT (4,16)EAT (4,67) ADV (2,66)
ADAT (2,57)ADV (5,84) ADAT (3,70) ADAT
(3,43)
VAD (3,89) ATAD (2,70) ATE (5,48) DTpln ADAT
(4,96)
VAD (2,07) EAT (4,34)
MAT (4,96) EAT (8,75) DTczp ADAT (5,12)
ADV (6,18) ADAT (3,15)ADV (5,99)
ADAT (3,76)EAT (2,52)
ADAT (2,60)EAT (2,85) EAT (2,34)
ADAT(2,31) EAT (2,15) ADM (6,88) ADM (6,24) ADM (2,84) ADAT (3,89)
EAT (6,36) DTczn
ATM (1,98) ATE (2,43) VAD (3,21) MM (2,53) VAD (2,52)
MM (2,53) DTcd ATM (3,59) MM (5,35) MAT (4,11)
MAT (2,62) ADAT (3,63) ADV (3,04)
MAT (2,14) ADAT (3,11)EAT (3,75)
EAT (2,75) ADV (2,39)
ATM (3,13) MAT (3,13)
ATM (3,13) MAT (2,85) ADAT (2,10)
MM (2,98) MM (3,21) ADAT (1,98) EAT (6,06) DTd
ADAT (7,25)EAT (3,03) ADV (2,55)
ADAT (3,97)ADV (3,70) ADAT (5,33) EAT (3,16) ADV (4,62)
VAD (2,93) VAD (2,72) ATE (1,99) MM (2,78) VAD (5,04)
MM (2,02) DTrc ATE (4,31) MM (2,17) MM (2,35)
MAD (5,06) MAD (2,63) MAD (2,31) DTdu ADAT (4,56)ADV (4,26) ADV (3,64) ADM (2,85)
ADV (3,72)) EAT (2,80)
ADAT (6,04) ADAT 2,60 EAT (2,42)
ADAT (6,55)ADV (12,17)
ADAT (10,3)EAT (3,43) ADAT (9,82) DTr EAT (2,60)
ADV (9,86) EAT (2,89) ADAT (5,24) ADAT (2,60)
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos XVII
MAT (3,47) EAT (2,39) MM (2,14) EAT (2,55)
MAT (2,62) ADAT (2,47)EAT (5,21)
ADAT (3,15)EAT (5,55) DTse ADAT (2,42)
EAT (2,13)
ADM (2,56) ADAT (4,17)EAT (2,16)
ADAT (2,59)EAT (3,69) EAT (2,39) EAT (2,59)
DTgro VAD (3,81) ATAD (3,87) ATAD (4,48) ATAD (2,28) ATAD (2,72) ATAD
(2,70) ADAT (3,27)
EAT (3,06) ADAT (9,57) ADAT (10,7)
EAT (2,12) ADAT (8,18)EAT (2,22)
ADAT (4,06)ADV (24,59) Dtgra ADV (14,50) ADAT
(2,22) EAT (2,34)
ATAD (3,22) ATAD (2,16) ATAD (4,38) ATAD (2,30)MAD (2,91)
ATAD 4,82 MAD (3,63) DPpcp
VAD (3,37) ATAD 2,73 MAD (2,73)
VAD (2,43) ATAD (3,69)MAD (2,64)
VAD (3,45) ATAD (2,18)
VAD (2,31) ATAD (3,30)MAD (2,14)
VAD (2,08)
EAT (2,61) MAT (2,30) ATM (2,88) EAT (2,86) DPpcn
ADAT (2,31) EAT (2,15) VAD (4,20)
ATE (2,40) DPplp ADAT (2,94)EAT (3,30) ADAT (1,99) ATE (2,14)
ADAT 1,97
DPpln MAD (3,40)
ADM (4,47) EAT (2,44)
MAT (4,08) ADM (3,86) ADAT (6,31) EAT (3,23)
ADAT (5,12)
ADAT (3,26)EAT (10,29)
MAT (2,92) EAT (14,67)
DPczp
ADAT (11,1)ADV (3,09)
ADAT (5,47) ADAT (2,60)
ADM (2,96) EAT (3,22)
ADM (2,50) ADAT (2,84)
EAT (4,08) EAT (7,78) DPczn
ADM (1,96) ATAD 2,18 DPcd ATM (2,21) EAT (2,72)
ADM (2,16) ADAT (3,08) EAT (3,10) MAT (4,24)
MAD (2,33) MAT (2,91) ADAT (2,47) MM (3,32)
ADAT (2,09)
ADM (3,29) ADAT (4,15)EAT (6,26)
DPd ADAT (2,12)EAT (10,00)
MAT (2,56) ADAT (2,08)EAT (3,21)
MAT (3,02) ADAT (2,19)
ADAT (2,06)
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos XVIII
ATAD 3,10 ATAD (4,10) ATAD (3,60)MAD (2,55) DPrc ATAD (6,47) VAD (2,10)
ATAD (3,94)ATAD (5,30)MAD (2,65) ATAD (2,95) ATAD 2,85
EAT (3,19) EAT (2,87) EAT (5,61) EAT (2,34) VAD (4,20) MAD (2,05) DPdu ADAT (4,96)
ADV (1,98) EAT (2,14) ADV (3,43)
ADM (3,06) EAT (5,10) MAT (4,98) EAT (5,10)
MAT (9,57) ADAT (2,55)EAT (2,27) ADV (8,61)
DPr ADAT (3,51) MAT (5,14) ADAT (3,13) EAT (3,37) EAT (4,07) EAT (3,31)
MAT (3,41) ADAT 2,97 EAT (3,49) ADAT (2,15)
EAT (5,62) ADAT (2,92)EAT (6,23)
ADM (2,28) ADAT (4,06)EAT (6,47)
DPse ADAT (2,25) EAT (2,70) MAT (2,80)
VAD 1,99 MAD 2,19 ATAD (4,42) ATAD (4,57) DPgro VAD (6,16
ATAD (4,17) ATAD (5,59) VAD (3,74) ATAD 1,96 ADAT 1,97
EAT (5,46) ADAT (4,85) DPgra
ADM (3,53) ADM (4,53)
ADAT (2,63)
DPi ADM (2,06) MAT (2,33) ADM (2,64)
EAT (4,20) ADV (7,84)
MAT (4,96) EAT (3,36) ADV (7,75)
ADAT (3,40)EAT (10,63) ADV (7,75)
MAT (4,44) ADAT (5,41)EAT (4,94) ADV (8,20)
DPc MAT (3,52) ADAT (7,05) EAT (5,37) ADAT 2,81
EAT (6,31)
MAD (3,07) ATAD (2,02) DPpb
DPbs
EAT (2,25) ADAT (2,17) EAT (1,97) ADV (6,63)
MAT (3,46) ADM (3,26) EAT (4,26)
MAT (6,42) ADM (3,70) DPLL EAT (2,95) EAT (5,37) MAT (3,35)
EAT (3,02) ADM (2,28)
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos XIX
Final com condutas regulares
Retardo -5 Retardo -4 Retardo -3 Retardo -2 Retardo -1 CC
DPczp (3,13) DTr (2,08)
DPczp (2,95) DPr (3,25)
DPse (2,08)
DTdu (2,23) DPr (2,23)
DPse (2,07) DPc (2,70)
IIc (3,44) DPc (3,44)
DTczp (3,88) DPczp (2,40) DPd (1,99)
DPgra (2,27)
Frf
DPgro (4,06) IEi (3,97)
IEgr (2,63) DTr (2,63)
DPse (2,63)
IIc (4,09) DPc (3,35)
DPLL (2,72)
DTse (2,88) DPse (3,55) Dpgra (2,88) DPi (5,06)
Frd
IEp (2,85) DTr (6,62)
DTse (3,10)
DTczp (3,79) DTgra (6,85) DPd (2,82) DPLL (4,74)
DTse (5,24) DPczp (5,01)
DPczp (2,79) DPse (2,15) DPLL (7,46)
DTse (5,28) DPi (2,05)
Frad
IIc (6,18) DTd (2,49) DTcd (2,16)
DTdu (4,14)
DTplp (2,00) DTczp (6,22)
DTr (6,22)
DTd (2,24) DTgra (6,32) DPczp (2,27)
DPr (3,48)
Fgl
IIpb (2,00) DTpcn (3,25) DTdu (2,03) Fbad
IEi (2,18) DPplp (2,53) DPdu (2,53)
DTrc (2,50) IIgr (3,12)
DTrc (2,78) DPcd (2,47)
IIi (3,77) DTpln (3,19) DTczn (3,02)
DPr (4,21)
Fgrad
IIi (2,90) DTgro (3,31) DPrc (3,07)
IIpb (2,74) DPpcp (2,23)
DTcd (2,92) DPczp (2,08) DPcd (2,41) DPrc (2,07)
DTpln (3,42) DPpcn (5,71) DPpln (5,11)
Ff
IEi (3,53) DTpcp (2,13) DPse (3,74) DPLL (2,46)
DPi (3,77) DPLL (2,48)
IIi (3,23) IILL (2,28) DPr (2,80)
IEgr (2,70) DTdu (3,44) DPdu (2,34)
IEgr (3,38) DTpcp (5,42) DPpcp (2,40) DPplp (3,38) DPc (2,29)
Fi
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos XX
Final com Espacialização
Retardo -5 Retardo -4 Retardo -3 Retardo -2 Retardo -1 CC
8 (2,00) 11 (2,53) 11 (3,09) 10 (2,62)
11 (3,23) 11 (2,58) 12 (1,96)
11 (2,07) 12 (3,49) Frf
8 (2,38) 8 (4,40) 8 (3,81) Frd
10 (3,64) 10 (2,98) 12 (3,41)
10 (5,07) 12 (3,06)
10 (2,60) 11 (2,12) 11 (1,96) Frad
4 (2,01) 8 (2,16) 11 (2,26) 10 (3,31) 11 (2,71) 11 (5,61) Fgl
5 (2,51) 7 (2,13) Fbad
3 (2,53) Fgrad
2 (3,84) 5 (2,17) 5 (3,61) Ff
1 (2,46) 1 (3,77) Fi
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos XXI
Final com Centro do Jogo
Retardo -5 Retardo -4 Retardo -3 Retardo -2 Retardo -1 CC
Pi (2,21) Frf
Frd
Frad
Pa (3,44) SPr (2,20) Fgl
Pr (2,20) Fbad
SPr (2,99) Fgrad
Ff
Fi
Universidade do Porto – FADEUP
Manuel Ramos XXII
Final com Contexto Espacial de Interacção
Retardo -5 Retardo -4 Retardo -3 Retardo -2 Retardo -1 CC
ADAT (2,35) ADAT (2,04) ADAT (3,14) ADAT (2,39) Frf
VAD (2,53) ADM (2,66) Frd
EAT (3,59) EAT (4,04) EAT (3,89) MAT (3,12) MAT (4,75) Frad
ADAT (2,31) MAT (3,13) MAT (2,16) ADV (4,18) ADV (7,52) Fgl
MAD (2,30) MAD (3,06) MAD (2,22) MM (2,06) Fbad
ADV (2,66) ATE (2,10) Fgrad
VAD (1,99) ATAD (3,19)
VAD (2,17) ATAD (3,19) MAD (3,42) MAD (3,29) Ff
ADM (3,22) Fi
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