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  • FALANDO EM PBLICO

  • FALANDO EM PBLICO

    VILSON SANTOS

    Marketing Pessoal, v. 2

  • Santos, Vilson.

    Marketing Pessoal: falando em pblico. / Vilson Santos. Imperatriz, MA: tica, 2008.

    95 p. [Srie Marketing Pessoal, v. 2]

    1. Administrao Marketing. 2. Marketing Pessoal. 3.Motivao Pessoal e Profissional.

    I. Santos, Vilson. II. Ttulo.

    CDD 658.3

    Copyright 2008, by

    Vilson Santos

    Todos os direitos reservados.

    Coordenao editorial: Adalberto Franklin

    Reviso: Rita de Cssia Barros Marques

    Projeto grfico: tica Editora

    Capa: Ramon Bravin Henrique

    Impresso: tica Editora (sistema digital)

    Dados de Catalogao na Publicao

  • Ao senhor Deus,toda honra e toda glria.

    s mulheres de minha vida,Daniele, Brbara e Thawana.

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    O primeiro livro do autor, Marketing Pessoal: atitu-des e comportamentos na construo da marca pessoalteve grande aceitao, especialmente entre profissionaisdas reas de Administrao e de Direito. poca, acredi-tei que essa produo teria satisfeito sua nsia de comu-nicar aos outros o que considerava importante para oaperfeioamento da imagem. Contudo, algum tempoaps, percebi que Vilson passou a tecer longos coment-rios sobre apresentaes de trabalhos acadmicos, so-bre o medo das pessoas no contato com o pblico, sobrefalhas na comunicao...

    Esses comentrios me indicavam apenas uma coisa:Idias! Como lmpadas se acendendo acima das cabeasdos personagens de gibis, as idias sobre um novo li-vro estavam brotando na mente acelerada do Vilson.Meses depois, laconicamente (como sempre) me infor-mou que eu iria revisar o tal novo livro. Muita responsa-bilidade para quem no especialista em lngua portu-guesa e mais adepta da informalidade que das rgidasregras de nossa gramtica.

    Por isso, ao ler (de uma s vez!) o primeiro esboo,tive duas impresses: a primeira de que este livro erauma continuao do primeiro, abordando os aspectosespecficos da comunicao com o pblico, parte extre-

    PREFCIO

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    mamente importante do que o pessoal da rea de Admi-nistrao denomina marketing pessoal.

    A segunda impresso envolvia srias dvidas sobreque linguagem seria adequada, diante de informaesto prticas e to pessoais! Afinal, falar de carisma, demedo, de falhas de comunicao e at de roupas adequa-das para uma apresentao formal atingiria o leitor dire-tamente em suas maiores fraquezas. Seria como por umdedo na ferida para, em seguida, oferecer o remdio.

    No que este livro apresente remdios prontos eplenamente eficazes contra os medos (traduza-se empnico) e outras falhas no momento de falar em pblico,mas apresenta o conhecimento emprico, apoiado, natu-ralmente, em teorias cientficas, de quem j passou e su-perou essa aterrorizante experincia.

    Para os leigos, na rea de comunicao, a teoria con-tida nos captulos Carisma e comunicao e Estruturaracional da comunicao ajuda a compreender os meca-nismos para a preparao de uma comunicao realmen-te eficaz. Da mesma forma, os exerccios prticos propos-tos a partir do capitulo Medos, bloqueios e barreirasnos levam certeza do Poder que podemos alcanar nes-sa esfera pessoal.

    Enfim, na reviso final, resolvemos pelo (quase) as-sassinato da gramtica. Explico: o que significa a gramti-ca para o texto? A gramtica d a estrutura adequada,mas o texto que teria o papel de envolver e expressar

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    ao leitor todos os aspectos da dinmica do ato de falarem pblico.

    Nesse caso, deixar vontade os tempos verbais,por exemplo, pouca influncia causa ao objetivo final des-te livro que ajudar o leitor a superar suas dificuldades,atravs de uma leitura agradvel e produtiva enquantoaguarda pelo (certamente) prximo volume da coleoMarketing Pessoal.

    Rita de Cssia Barros Marques

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    SUMRIO

    Apresentao ............................................................. 13

    1 A primeira experincia ............................................... 15

    2 Carisma e Comunicao ............................................. 17

    3 Estrutura racional da comunicao .......................... 23

    4 Medos, bloqueios e barreiras ................................... 28

    5 Instrumentos de Preparao para a Comunicao 34

    8 Itens importantes no plano dedesenvolvimento pessoal ........................................ 46

    9 Apresentao de trabalhos acadmicos ................. 48

    10 Apresentaes de trabalhos em grupo -Comportamentos ...................................................... 53

    O uso de recursos audiovisuais na sala de aula ....... 57

    11 Apresentaes em pblico ....................................... 59

    Preparao do terreno ............................................. 59

    Planejamento pessoal ............................................... 62

    15 Cuidados com a embalagem .................................... 64

    16 Estrutura da apresentao em pblico ................... 68

    Iniciando a apresentao ......................................... 68

    Desenvolvimento da apresentao .......................... 71

    Concluso da apresentao ..................................... 84

    Avaliao da apresentao ...................................... 86

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    17 Entrevistas em emissoras de rdio e TV .................. 87

    18 Uso de recursos audiovisuais ................................... 89

    19 Oratria e poltica ...................................................... 92Referncias ................................................................ 99

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    APRESENTAO

    A necessidade de comunicao faz parte do desen-volvimento humano. Sem ela, seria impossvel a compre-enso entre as pessoas. Quando nos comunicamos, re-velamos nossa inteligncia e perspiccia, ampliamosnossos conhecimentos, habilidades e atitudes.

    Se observarmos bem, a maioria dos erros, sejam elespessoais ou profissionais, tm suas origens nas falhas decomunicao. Estas falhas esto diretamente relaciona-das com a falta de sintonia e m interpretao das men-sagens emitidas e recebidas.

    No h dvida que a comunicao eficaz um grandediferencial para quem deseja uma boa colocao no mer-cado de trabalho, almeja um novo cargo ou apenas pre-tende sair-se bem nas apresentaes acadmicas, em umdiscurso poltico, etc.

    Convivemos diariamente com as mais diversas formasde comunicao em ambientes tambm diversificados,com membros da famlia, colegas de trabalho, alunos, cli-entes, fornecedores, superiores e subordinados, o queno uma tarefa fcil.

    Em todas essas situaes, temos como desafio nosadequar e contornar as interferncias que anulam ou blo-queiam o processo de comunicao. Para isso, preciso

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    repensar as relaes pessoais e profissionais, respeitan-do crenas e valores das outras pessoas, ajustando assemelhanas, os objetivos comuns e as formas de lingua-gem mais adequadas para um bom convvio. Agindo as-sim, evitaremos alguns dos problemas criados pela co-municao ineficiente.

    No somente pelo uso da voz que influenciamos osouvintes. Outros meios de expresso podem reforar aspalavras, tais como, a gesticulao, postura e o vestu-rio.

    As aes do orador podem ser reveladas pela voz eescolha certa das palavras. Estas so naturalmente in-tensificadas com a expresso facial, o movimento do cor-po e das mos e o contato visual.

    A comunicao no se nutre apenas de argumentos.Outros fatores tambm contribuem para o importantepapel da arte de falar. A comunicao oral tambm in-fluenciada pelo volume da voz, a articulao das palavrase o uso correto das regras gramaticais.

    Afinal, a comunicao foi e ainda fundamental paraa socializao humana. Cada momento, evento ou con-texto requerem formas diferenciadas de mensagem. De-senvolver essa competncia implica muito mais do queapenas conhecer e dominar as regras da comunicao:exige tambm percepo, dedicao e treinamento.

    Vilson Santos

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    No tenho a pretenso de apresentar neste livro umafrmula mgica para algum se tornar um exmio orador,ou simplesmente esgotar um assunto to vasto.

    O objetivo mostrar, de maneira simples, que o cami-nho para quem deseja vencer o medo de falar em pblicoou melhorar a comunicao possvel e est ao alcancede todos. Basta o uso de tcnicas e mtodos adequados

    At meus 23 anos de idade, nunca passou por minhacabea a possibilidade de encarar um auditrio para falarsobre qualquer coisa. Mesmo fazendo faculdade, eu pro-curava sentar-me no fundo da sala, no para fazer ba-guna, mas para que no atrasse a ateno do profes-sor. E quando uma pergunta era feita, mesmo sabendoda resposta, no tinha coragem de falar, com receio dareao das pessoas.

    Minha primeira experincia, e devo admitir que umtanto quanto tensa, foi quando participei de um curso deparapsicologia em Belm-Par, pelo Instituto Paraense deParapsicologia (IPP). Aps o termino de uma jornada in-tensa de estudo sobre controle e desenvolvimento men-tal, meu professor Voltaire Hesket (in memoriam), solici-tou-me que falasse aos iniciantes do curso - um auditriocom aproximadamente 70 pessoas - sobre o que era ocurso e quais os benefcios.

    A primeira experincia

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    Voc no imagina o que aconteceu (ou pode at imagi-nar...), as conseqncias de uma solicitao dessa a umapessoa que tem medo de falar em pblico. Na realidade,eu no tinha medo de me apresentar para uma platia,eu tinha pavor!

    Naquele momento o cho desapareceu sob meus ps,o corao acelerou, o auditrio se multiplicou, deu umbranco geral, fiquei gelado, a voz parecia no sair. Minhamente se esvaziou de tudo. Tive a sensao que ia des-maiar. Mas, como no havia jeito de escapar, j que a pla-tia estava aguardando, respirei fundo e procurei relem-brar os acontecimentos durante a jornada de estudos.Como algum que folheia uma agenda, fui organizandona memria os principais fatos. Os cincos minutos que faleiforam para mim foi uma eternidade. Mesmo com a voz tre-mula, quando dei por conta, j havia falado de tudo queaconteceu. Ao trmino, olhei para o lado e vi nosso instru-tor Voltaire sorrindo tranquilamente. Senti uma enormevontade de esgan-lo, pelo que me fez passar. E ele s medisse uma frase escolhi voc, por que era preciso.

    Aprendi uma coisa com aquela situao. Se eu tivessesido chamado para falar sobre algo que eu no conheces-se, com certeza no teria conseguido expressar absolu-tamente nada.

    Desde aquele dia, iniciei um processo de treinamentopessoal para melhorar e estar preparado para qualquerocasio, principalmente em apresentaes de trabalhosna faculdade, coisa que eu abominava.

  • 17

    Palavra de origem grega, kharisma, derivada de kha-ris, significa graa.

    Esse termo foi utilizado por So Paulo, no sentido deos cristos receberam a graa, isto , o dom gratuitoda vida eterna em Cristo Jesus (Cf. Rom 6,23). So Pau-lo ainda d a essa palavra sentidos mais estritos:

    Cada qual recebe de Deus um dom (kharisma)particular (1 Cor 7, 7).

    Existe diversidade de dons (kharisma) espiritu-ais, mas h um s Esprito (1 Cor 12,4).

    Por isso, para a Igreja Catlica moderna, a palavrakharisma significa crisma ou crismado, ou aquele que re-cebeu uma graa ou um dom divino. Seria uma fora divi-na conferida a uma pessoa, tendo em vista a sua necessi-dade ou utilidade em uma comunidade religiosa.

    Esta expresso utilizada, comumente, para definiro dom de influncia e fascinao que um indivduo, ex-posto s massas ou multides, exerce sobre o pblico.

    Sociologicamente, representa um conjunto de quali-dades e habilidades inerentes a certo tipo de lder. atri-buda a algum que possui qualidades especiais de lide-rana, seja por sano divina ou, simplesmente,individualidade excepcional.

    Carisma e comunicao

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    No entanto, o poder carismtico um poder sem baseracional, instvel e facilmente adquire postura revoluci-onarias.

    No pode ser delegado, nem recebido em herana,como o poder tradicional. A legitimidade da autoridadecarismtica provm da devoo e capacidade de arreba-tamento que o lder consegue impor aos seus seguidoresatravs de suas caractersticas pessoais. O lder se impepor ser algum fora do comum, possuindo habilidadesmgicas ou revelaes de herosmo ou poder mental delocuo.

    A relao entre carisma e comunicao, simples.Esta ultima sinnimo de poder e autoridade, isto umfato inquestionvel.

    A busca da excelncia na forma de comunicao , esempre ser, um desafio para quem pretende atingir umnvel de destaque no mundo profissional ou pessoal. Paratanto, preciso que haja equilbrio entre competnciatcnica, competncia comportamental e equilbrio emo-cional.

    A comunicao refere-se ao processo que leva a umamaior compreenso de pontos de vista, opinies, concei-tos e modo de agir e se produz de duas formas:

    1. A comunicao interior ou intrapessoal - diz res-peito comunicao que uma pessoa tem consigomesma - corresponde reflexo interior onde de-batemos os nossos dilemas, dvidas, orientaes

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    e escolhas. Essa comunicao interior reflete nos-sa cultura, crenas, valores e preconceitos. ne-cessrio possuir discernimento e controle sobreessa comunicao interior consciente, para poderintervir nesses fatores quando necessrio. o tipode comunicao em que o emissor e o receptor soa mesma pessoa. Nesse caso, a mensagem podeou no ser transmitida. Um modo de transmitiresse tipo de mensagem seria atravs dos diriospessoais. Ou seja, esta primeira etapa est ligadaaos sentimentos dentro de ns mesmos.

    2. A comunicao externa expressa por palavras,expresses faciais, posturas e aes fsicas. Utili-zadas para nos comunicarmos com o mundo. Todacomunicao que fazemos uma ao, uma causaem movimento, e regem alguma espcie de efeitoem ns e nos outros. Portanto, melhorar a comu-nicao externa, formal e informal, permite cons-truir relaes transparentes e receptveis, seguin-do uma regra de lgica e coerncia entre o pensar,planejar, transmitir e agir.

    A comunicao, conforme foi dito, constitui um pro-cesso e ocorre passo a passo. No se sucede a intervalosrigidamente separados, mas flui entre seus vrios ngu-los, de modo interligado. Cada passo discernvel e influ-encivel. Proceder passo a passo quer dizer: deixar queo objetivo visado se torne condutor dos pensamentos eaes.

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    Para tanto, indispensvel uma cuidadosa prepara-o da conversa, um conhecimento dos fatores que aantecedem e informaes preliminares corretas. Quantomais o objetivo se delinear nitidamente diante dos olhos,mais facilmente ser alcanado.

    Comunicao argumento, e a argumentao nutrea conversao. Argumentar provar alguma coisa, invo-car razes, explicitar afirmaes e justificar os pontos devista. Consegue-se convencer pelo uso de argumentoshonestos, completos e crveis. Contudo, argumentospodem se tornar evasivos e sem poder se colocados emmomento, tom e circunstncias imprprias.

    Quem for capaz de prender uma platia pela palavra sempre bem sucedido, pois consegue convencer. Se opblico se identifica com o que est sendo dito, no hnecessidade de insistncia sobre o assunto.

    E no basta apenas uma exposio correta e objetivade idias, ela deve ser eloqente, expressiva e enftica deacordo com o pblico-alvo. Devemos compreender que oprincipal meio para o entendimento a linguagem e comela podemos informar, comover, conduzir e persuadir.Podemos afirmar que, fazendo uso adequado da lingua-gem verbal e no-verbal, uma pessoa pode construir suamarca.

    Seja voc um empresrio, executivo, advogado,mdico, professor ou estudante, queira ou no, sua mai-or arma a habilidade de se comunicar com o mercado-alvo de tal forma que suas idias, produtos ou serviosprovoquem desejos.

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    Diariamente estamos vendendo algo: produtos, ser-vios, idias, imagens, marcas, etc. E um bom vendedoralm de conhecer as caractersticas e benefcios dos seusprodutos, precisa persuadir seu pblico quanto aquisi-o dos mesmos. Em qualquer rea de atuao, relegar aimportncia da coerncia na comunicao verbal e no-verbal colocar em risco as possibilidades de sucesso.

    Desenvolver o dom da palavra possibilita a uma pes-soa influenciar indivduos e grupos quanto s suas idias econceitos, seja na vida poltica, profissional ou pessoal.

    J na antiga Grcia, no sculo V a.C. os homens deba-tiam suas idias em praas pblicas chamadas goras,exercitando suas tcnicas de argumentao. A preocu-pao com o domnio da expresso verbal surgia ento,no somente como meio de defender, mas de difundir asnovas idias filosficas nos meios aristocrticos e possi-bilitar a prtica da democracia.

    Ao se dominar a arte de falar em pblico, tem-se apossibilidade de defender idias, realizar discursos polti-cos, vender produtos, fazer apresentaes de trabalhosacadmicos, sair-se bem em um encontro de negcios,entrevistas de emprego ou at mesmo falar sobre umdeterminado assunto em encontros pessoais. Quandouma pessoa fala bem, de alguma forma ela provoca admi-rao nas outras. No s pelo uso correto da linguagem,mas tambm pela exposio de seus conhecimentos e isto fato inegvel.

    Tanto para quem est se iniciando na arte de falar em

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    pblico quanto para os veteranos, alguns elementosso fundamentais no desenvolvimento dessa habilidade,como veremos a seguir.

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    1. Emissor

    Pessoa que est emitindo a mensagem num determi-nado momento.

    Fatores a serem considerados:

    Motivao A apresentao pode ser feita para for-necer/obter informaes, para convencer o gruposobre uma nova idia, para vender um servio,para apresentar resultados, etc.

    Credibilidade O grau de aceitao da mensagemser diretamente proporcional ao conhecimento doorador quanto ao assunto.

    Desempenho Uso correto da expresso verbal eno verbal para comunicar-se com os outros.

    2. Receptor

    a pessoa ou grupo de pessoas situadas na outraponta da cadeia de comunicao que recebe a mensageme a interpreta internamente, manifestando externamen-te essa interpretao. O receptor faz o caminho inverso,isto , parte dos significantes at alcanar a inteno designificao. Por isso, o levantamento das caractersticasdo pblico alvo deve incluir todas as tentativas de se ob-ter o mximo de informaes possveis sobre ele: nme-

    Estrutura racional da comunicao

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    ro de pessoas presentes, sexo, idade, raa, profisso oufuno na empresa, formao, nvel de instruo, conhe-cimento sobre o assunto que ser tratado, antecedentesrelevantes e expectativas ou necessidades.

    3. Mensagem

    Elo entre o emissor e o receptor; objeto da comunica-o; traduo de idias, objetivos e intenes; a mensa-gem deve ser preparada em termos de:

    Contedo: Refere-se ao que ser dito a respeito deum determinado assunto. O primeiro passo defi-nir o objetivo da apresentao; em seguida, tendoem mente as caractersticas do receptor e o tempodisponvel, deve-se selecionar as idias mais impor-tantes que sero apresentadas, isto , priorizar asidias relevantes.

    Estilo: Est relacionado maneira como ser apre-sentado o contedo. O estilo poder variar desde omais informal at o mais formal. O orador poderoptar por utilizar uma linguagem coloquial (expres-ses populares), ou uma linguagem mais formal,dependendo do pblico, do local, da ocasio e doobjetivo da apresentao.

    Estrutura: Diz respeito organizao da mensagem.Uma mensagem bem organizada apresenta todosos seus elementos ligados logicamente entre si. importante dividir a apresentao em trs partes:introduo (atraente e convidativa), um corpo (con-

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    ciso, claro e coerente) e uma concluso (enftica ebreve)

    Cdigo - Conjunto de regras de combinao quegeram compreenso. O emissor lana mo do cdi-go para elaborar sua mensagem, realizando a ope-rao de codificao. O receptor identificar essesistema de signos, fazendo a operao de decodifi-cao, somente se o seu repertrio for comum aodo emissor. Portanto, importante que voc anali-se bem o seu pblico alvo para ter certeza de queele conhece o cdigo utilizado.

    Canal - Veia de circulao da mensagem; via escolhi-da pelo emissor, atravs da qual a mensagem circu-la. Quando se faz uma apresentao, a mensagempode ser transmitida de diferentes formas, porexemplo: visual-gestos, movimentos do corpo, ex-presses faciais postura, tom de voz, variao dealtura e intensidade vocal, manipulao de objetos.A comunicao ocorre, ento, atravs dos rgosdos sentidos: audio, viso, tato, olfato e paladar.A seleo inadequada do canal pode levar inefic-cia da comunicao. O emissor deve se perguntar:essa mensagem deve ser escrita? Ou devo comuni-c-la pessoalmente? Ou ainda pelo telefone?

    Feedback - Sinais perceptveis que permitem ao emis-sor conhecer o resultado de sua mensagem: se foirecebida ou no; se foi compreendida ou no. Funci-ona como intercmbio entre emissor e receptor; faz

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    com que a comunicao torne-se um processobilateral; inclui a reao do receptor mensagemtransmitida. Durante uma apresentao o oradorpoder perguntar aos espectadores se esto com-preendendo a mensagem. Poder observar se aspessoas no esto reagindo como o esperado, isto, esto inquietas, agitadas, distradas, ou indiferen-tes. Ou ento, observar se elas participam, sorriem,acompanham seu raciocnio com meneios de cabe-a. muito importante ficar atento aos sinais regu-ladores, e interpret-los adequadamente para daro melhor andamento possvel apresentao.

    4. Rudo

    Interferncias no processo de comunicao, que re-sultem em distoro da mensagem. O rudo pode ser ex-terno e de natureza fsica. Ou pode ser interno, tendo suaorigem no receptor ou ainda no prprio emissor. A inter-ferncia externa pode se apresentar sob forma de umsom: pessoas falando, tosse, riso, acstica, ventilao ouiluminao, barulho das cadeiras ou nos equipamentos,rudos da sala ao lado, do corredor ou do trnsito. Algu-mas dessas interferncias esto fora do controle do emis-sor e o mximo que se possa fazer tentar adaptar-se aelas.

    5. Contexto

    Constitudo pelo local e ocasio da apresentao, isto, pelo ambiente fsico e psicolgico onde a comunicao

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    est ocorrendo. Sempre que possvel, importante co-nhecer o local da apresentao com antecedncia. Dessaforma, algumas alteraes que julgar necessrias, pode-ro ser eliminadas. Voc poder planejar sua movimenta-o na sala, a posio correta dos equipamentos, a utili-zao do microfone, etc.

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    Bloqueios, barreiras, tenso, nervosismo vo sempreexistir, seja para quem iniciante ou para quem j temexperincia em falar em pblico. No h como melhorarse no tivermos conhecimento destas barreiras.

    Nosso maior adversrio no processo de comunicaoem pblico, somos ns mesmos. Comece por uma auto-avaliao. Quais so seus principais medos? Quais os mo-tivos desses medos? O que fazer para eliminar? Quais ospontos positivos que possui e que podem ser explora-dos? O que voc sente quando est diante de um pblico,uma cmera ou microfone? Que conhecimentos voc deveexplorar mais?

    E quem disse que uma pessoa tmida e inibida nopode ser um bom orador? Timidez no tem nada a vercom falta de conhecimento. Se houve preparo quanto aoque se pretende expor, voc j eliminou um obstculo.Quando uma pessoa tmida colocada em uma situaode exposio sobre algo, sua pulsao e seus nervos vi-bram quando supera o bloqueio e encontra o equilbrio.

    O relaxamento e a respirao so as armas que pode-r usar para transformar a tenso negativa a seu favor,criando um estado de prontido e concentrao sobre oque vai falar. Alis, o medo faz com que tenhamos caute-la sobre nossas aes e isso ponto positivo. A adrenali-

    Medos, bloqueios e barreiras

  • 29

    na e a presso estimulam e nos mantm alertas para pen-sar rpido e usar a voz com intensidade.

    A arte de falar bem em pblico, para alguns, consi-derada um dom. Entretanto, muitos que no possuemqualquer favorecimento da natureza, conseguem ultra-passar as barreiras e tornam-se excelentes oradores.

    No podemos esquecer que grandes lderes da hu-manidade foram grandes comunicadores. Jesus Cristo, omaior deles, atravs de suas aes e discursos arrebatouseguidores, manteve e mantm sua mensagem viva mes-mo depois de dois mil anos. Mesmo utilizando-se do usode suas habilidades para causar o sofrimento de muitagente, Adolf Hitler pela habilidade com usava o jogo depalavras, conquistou e convenceu multides a segui-lo.Podemos ainda citar: Getlio Vargas, Jnio Quadros, Fer-nando Collor de Mello e Gaspar Silveira considerado otribuno do Imprio. So exemplos de homens que ocu-param cargos importantes e se destacaram pela capaci-dade de conquistar platias. Mesmo com os modernosmeios de comunicao, a oratria um instrumento deextraordinria importncia no processo de comunicao.

    O medo de falar em pblico pode ser ocasionado pordiversos fatores:

    Barreiras verbais e no-verbais;Ausncia de conhecimento sobre determinados as-

    suntos;Falta de habilidade e atitudes comportamentais;

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    Medo de se expor ao ridculo;Auto-imagem negativa;Autocrtica e perfeccionismo em excesso;Experincias frustrantes; No ter o hbito de falar publicamente.

    H casos em que a pessoa domina um determinadoassunto e, no entanto, no momento de se expor, o corpotreme, o corao acelera, as mos ficam geladas, d von-tade de correr. Algumas reaes psicossomticas se ma-nifestam como dores de cabea, incmodos intestinais,etc. Estas sensaes so perfeitamente normais paraquem no domina a arte de falar em pblico. Isto se dpelo fato de todas as atenes estarem direcionadas paraela e pelo fato de estar sendo avaliada.

    Identifique as principais barreiras e pontos fracos ini-bidores de falar em pblico como medo, vergonha, inibi-o, nervosismo, tenso, etc. A nica forma de venc-los ter conscincia e predisposio em enfrent-los.

    Diante de uma oportunidade para expor suas idiassobre algo, seja em sala de aula, reunies de negcios,encontros com amigos ou familiares, tente esquecer omedo e aproveite a situao como um desafio. lgicoque estes passos no so suficientes para tornar algumum orador. A arte de falar em pblico envolve o desen-volvimento ou aperfeioamento de um conjunto de ati-tudes e comportamentos. Alm dos instrumentos de pre-parao mencionados alguns outros fazem parte do

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    processo. Prepare-se o mximo possvel, tanto emocio-nalmente quanto em termos de conhecimento.

    Falar em pblico uma forma de comunicao queapresenta algumas caractersticas:

    Pressupe uma interao social/psicolgica entrequem fala e quem ouve. No simplesmente umatroca de atos verbais ou informaes.

    Est relacionada com o preenchimento de determi-nados papis sociais (professor, executivo, ami-go, pai, etc.).

    Acontece sob a influncia de algumas condiespsicolgicas adversas como nervosismo, tenso,ansiedade, medo, etc.

    Envolve certo grau de imprevisibilidade e criativida-de.

    Envolve uma linguagem basicamente oral, em opo-sio linguagem escrita.

    Para vencer o medo:

    Use a respirao como instrumento para o relaxa-mento;

    Por mais simples que seja o assunto, escreva o quedeseja falar organizando em tpicos: introduo,desenvolvimento e concluso.

    Divida o tempo em 15% para a introduo, 75% para odesenvolvimento e 10% para a concluso;

    Inicie seu treinamento diante de um espelho;

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    Escolha algum do seu crculo de amizades e faauma apresentao breve sobre um assunto quedomina;

    Avalie de forma crtica como voc se saiu, os pontospositivos e negativos (gestos, erros gramaticais, v-cios de linguagem, etc.);

    Se tiver bastante coragem, pea tambm para oamigo (ou amigos) que assistiu sua apresentaoavaliar esses mesmos aspectos (gestos, erros gra-maticais, vcios de linguagem, etc)

    Anote os erros e refaa tudo novamente... Errar fazparte do treinamento e do aperfeioamento;

    Enquanto ouvinte observe o comportamento e areao dos outros ouvintes, diante do que est sen-do falado;

    Observe e anote os pontos positivos e os erros doorador;

    Ao se apresentar, evite pensar em erros que possi-velmente nem acontecero e, se acontecerem, use-os como degrau para seu crescimento;

    Concentre-se no momento presente, no assunto,no ambiente e nas pessoas;

    Prepare-se com antecedncia sobre o que vai falar;

    Sempre pense antes de falar;

    Acredite no que vai falar, isto ajuda a gerar confian-a no pblico;

    Antes de uma apresentao, respire fundo, relaxe eacredite: voc est preparado!

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    Exerccio de relaxamento

    Um exerccio simples para melhorar a respirao fi-car de p com as pernas entreabertas em uma postura queo peso do corpo fique distribudo proporcionalmente nasduas pernas. Coloque as mos na cintura e encha os pul-mes de ar lentamente, em seguida solte o ar lentamentecom a boca entreaberta, repita o exerccio varias vezesate sentir-se relaxado. Este um bom exerccio antes deiniciar uma apresentao.

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    Toda atividade a ser desenvolvida por uma pessoa,necessita previamente de uma preparao, seja consci-entemente planejada ou involuntria. No podemos sim-plesmente, entrar em um veculo e sair dirigindo sem an-tes o conhecimento sobre como dirigir.

    Da mesma forma, falar bem requer uma preparao.Podemos identificar trs aspectos essenciais a essa pre-parao: autoconfiana, conhecimento e atitudes espe-ciais.

    1. Autoconfiana

    Desenvolver a autoconfiana voc acreditar que capaz, aprendendo a pensar positivamente, afastando asimagens negativas do tipo: no vou conseguir, nosou capaz, as pessoas vo rir de mim. Ou, pior queisso: ficar preso em possibilidades remotas de erros quepodero no acontecer.

    O fato de acreditar que capaz ajuda o orador a elimi-nar as barreiras da comunicao. Expor-se publicamentepara falar uma das situaes que mais gera tenso eansiedade na maioria das pessoas. Platia, microfone ouholofote causam uma liberao de adrenalina gerandomedo, tenso, nervosismo, timidez, mos geladas, suor

    Instrumentos de Preparao

    para a Comunicao

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    frio, vontade de correr. Se voc se encaixa neste perfil,fique tranqilo, voc no nico.

    Para melhorar a auto-estima, no basta simplesmen-te compreender os processos internos e externos quebloqueiam a autoconfiana, preciso iniciativa para su-perar a timidez e as inibies.

    Pontos e sugestes para tornar o processo de comu-nicao eficiente:

    Ter convico de que as mudanas so possveis enecessrias;

    Concentrar-se apenas nos pensamentos positivos;

    Aceitar novos desafios;

    Saber que a coragem nada mais que o medo bemdosado;

    Amenizar o medo, sendo que a melhor forma de faz-lo entender suas origens, compreender as suascausas e enfrent-las;

    Permitir-se errar, considerar os erros como parte doaprendizado;

    Aprender a ouvir;

    Descobrir e ampliar suas qualidades;

    Desenvolver suas habilidades verbais e no-verbais.

    2. Conhecimento

    O segundo passo para quem deseja comunicar-semelhor abastecer-se de informaes. No de maneiraexagerada, pois o excesso tambm pode ser prejudicial,principalmente se no for devidamente ordenado.

  • 36

    Logo, quando for abordado para falar sobre algo, ela-bore algumas perguntas ao solicitante como, por exem-plo: o que ser abordado; qual o objetivo do assunto ouda entrevista, se for o caso; quem ser o pblico-alvo; dequanto tempo voc dispe, etc. Estas perguntas vo au-xiliar na organizao das idias antes da explanao.

    Para discorrer sobre um determinado assunto, im-portante pesquisar e conhecer sobre o que se deseja fa-lar. A autoconfiana se desenvolve com mais facilidadepara quem detm o conhecimento sobre o assunto. Comodizia Cato, domine o assunto e as palavras brotaro porsi mesmas.

    Se voc um executivo, advogado, empresrio, pro-fissional liberal, estudante ou poltico procure ler sobresua rea de atuao, seus negcios, as tendncias de mer-cado, os aspectos econmicos e sociais, para no ser pegode surpresa pelas equipes de comunicao. Isto quer di-zer atualizao constante, como conversa com outrosprofissionais; visita a empresas concorrentes; participa-o em cursos, seminrios, etc; leitura de revistas, livros,jornais e troca de informaes com outras pessoas damesma rea de interesse.

    A leitura dos diversos tipos de matrias servir nosomente para atualizar o banco de dados mental, mastambm para familiarizar o leitor com os diversos tiposde palavras e frases.

    Contudo, para falar bem no basta apenas conhecer

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    o assunto em questo. preciso uma verificao do usocorreto da linguagem, utilizando de forma eficiente osrecursos da gramtica. A leitura em voz alta, por exem-plo, alm de servir para outros fins que iremos abordarposteriormente, um excelente exerccio para correesna pronncia das palavras.

    Em alguns casos h a necessidade de se recorrer aoestudo das regras gramaticais, no necessariamente terque voltar s origens do banco escolar, mas conhecer osuficiente para evitar erros constantes durante conver-sas ou mesmo apresentaes.

    Quando cito conhecimento, me refiro tambm ao au-toconhecimento, que envolve uma avaliao prvia dospontos fortes e fracos. O autoconhecimento vai ajud-loem primeira mo a traar e a definir o que quer e aondequer chegar.

    Fique atento a determinadas expresses e palavrasmencionadas por outras pessoas com boa formao cul-tural. O importante no somente conhecer novas pala-vras, mas utiliz-las no dia-a-dia como parte do vocabul-rio. Ao ouvir ou ler uma palavra nova, anote-a, veja osignificado em dicionrios, monte algumas frases que ainclua e quando diante de uma oportunidade use-a, sejaescrevendo ou falando. Com o treino voc se acostuma-r com o novo termo. Faa leitura em voz alta, assim vocouve a pronncia das palavras e melhora sua dico.

    No basta somente ter conscincia dos pontos for-

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    tes, preciso tambm saber quais suas fraquezas, aquiloem que precisa melhorar. Algumas pessoas deixam trans-parecer suas fraquezas atravs de comportamentos,aes e palavras que simplesmente escapam e as colo-cam em situaes embaraosas e constrangedoras.

    Outras ficam prisioneiras de suas prprias imperfei-es, criando um campo de defesa que as impede de al-canar o sucesso pela simples perda de oportunidades. Oproblema que o casulo criado no resiste por muito tem-po e, em determinados momentos, fendas comeam asurgir, deixando transparecer os medos e temores. Paraque isso no ocorra, identifique seus pontos fracos, vejaquais aspectos deve melhorar, conhea seus limites, defi-na e estabelea os pontos a serem eliminados em grau deprioridade.1

    3. Atitudes

    So as aes que um indivduo deve fazer em buscados conhecimentos e aprimoramento de suas habilida-des para o processo de comunicao. A palavra habilida-de definida como: destreza, conhecimento tcnico queum indivduo possui ou desenvolve em alguma ativida-de. Assim como em algumas atividades laborais, a co-municao tambm requer algumas atitudes e as habili-dades inerentes a elas.

    Sem dvida que o falar bem impressiona, mas exige

    1 SANTOS, Vilson. Marketing Pessoal. Atitudes e comportamentos na cons-truo da marca pessoal. Imperatriz: tica, 2007.

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    preparo, desenvolvimento e aperfeioamento de atitu-des pessoais como, por exemplo, o controle do nervosis-mo, dos movimentos do corpo, das expresses faciais, dapostura, do tom de voz, da variao de altura e intensida-de vocal, da manipulao de objetos, dentre outros.

    Dentre as atitudes recomendadas, podemos desta-car o ato de escrever o que vai se falar e o treinamento.

    Escrever o que vai falar: Este exerccio para quemtem um discurso, uma apresentao sobre negcios, tra-balhos do colgio, faculdade ou uma entrevista futura. Oato de escrever o que se vai falar no deve, prioritaria-mente, seguir uma regra padronizada. O correto escre-ver aleatoriamente o que vem cabea sobre o assunto,s depois fazer uma lapidao. Ordene o que escreveu deforma que as partes se integrem ao todo. O discurso deveter inicio, meio e fim. No esquea que o diamante levaanos sendo lapidada pela natureza para sair do estadode carvo at se tornar uma das jias mais desejadas domundo.

    Exerccio 1

    Escolha um filme que voc assistiu, pegue caneta epapel e faa um resumo da seguinte forma: Qual ottulo? Qual o tema ou assunto abordado? Em que sebaseia o drama ou histria? O que mais lhe chamou aateno? Quais as cenas mais interessantes? Qual eraa trilha musical? Como foi o final?

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    Exerccio 2

    Ao participar de palestras, seminrios ou conferenci-as questione-se. O que voc achou do assunto, qualsua opinio sobre o que ouviu? Se tivesse que falar, oque falaria? Se estivesse no lugar do apresentadorcomo se comportaria? Transcreva tudo para o papelseguindo o roteiro do exerccio anterior.

    Exerccio 3

    Escolha um assunto que domina ou tem conhecimen-to e faa um roteiro como se fosse falar para um pe-queno grupo de pessoas. Planeje o roteiro levandoem conta o objetivo da apresentao se ser infor-mar, persuadir ou lembrar as pessoas. Qual o assun-to? Quanto tempo durar a apresentao? Redija umabreve introduo, Faa o desenvolvimento com ar-gumentos e dados convincentes, tipo lugares, datas,testemunhos, etc. Conclua com seu ponto de vista,sobre o que voc acha fazendo uma reflexo sobre oassunto.

    Treinamento: A repetio leva a reteno. No -toa queos atletas passam de oito a doze horas por dia em proces-so de treinamento para melhorar seu desempenho. Apsa organizao do texto a ser apresentado, leia uma vezem voz alta sem interrupo. Em seguida leia novamentede forma compassada, analisando cada pargrafo. O ato

  • 41

    de ler em voz alta proporciona ao orador ouvir sua pr-pria voz e a forma como pronuncia as palavras.

    Repita a leitura fazendo perguntas a si mesmo sobreos principais pontos ou passagens, por exemplo: o que isto, qual a importncia, para que serve, comopode ser utilizado. No tente decorar. O ato de decorarfaz com que a apresentao parea robotizada e, o pior,se alguma pergunta for feita ou algo sair da seqncia,normalmente as pessoas ficam perdidas. O importante compreender o assunto.

    Use o espelho como parceiro para treinar sua apre-sentao. No inicio pode parecer loucura, mas no se pre-ocupe voc no o nico louco nessa rea. Outra opo pedir ajuda a um membro da famlia ou amigo que estejadisposto a lhe ouvir.

    Na antiga Grcia, Pricles tornou-se imortal e todo seupoder era o dom da palavra.

    Outro exemplo clssico de persistncia e treinamen-to foi o de Demstenes que, ao ser ridicularizado em pra-a pblica por seus adversrios quanto sua oratria,resolveu dedicar-se ao treinamento. Demstenes eragago e tinha uma voz fraca. Atravs de muita dedicao etreinamento tornou-se um exmio orador e dominou essaarte no imprio grego por quatro dcadas.

    Dentre os itens mencionados quanto s tcnicas, esto ato de planejar e avaliar as aes no que diz respeito acomportamentos que devem ser incrementados no dia-

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    a-dia de quem pretende iniciar ou melhorar a comunica-o em pblico.

    Exerccio 1 - Temas objetivos

    Escolha ttulos de reportagens de jornais, revistas outemas de destaque em noticirios de TV. Escreva umttulo por vez e faa uma breve dissertao sobre otema. No fique pensando sobre o que vai escrever,apenas transcreva o que vier a mente. No gaste maisque cinco minutos em cada dissertao. Ao concluir,e leia e avalie comparando com o que est escrito nojornal ou revista.

    Exerccio 2 Experincias pessoais

    Outro exerccio eficiente relatar experincias pes-soais e profissionais de sua vida. Faa como se esti-vesse escrevendo um dirio pessoal. No se policiequanto forma, escreva o que espontaneamente lheocorrer memria de forma natural. Aps este pro-cedimento, leia e avalie novamente o que foi escrito.

    Aps estes dois exerccios, compare o que escreveusobre temas objetivos com os relatos de experincia pes-soal. Geralmente as dissertaes sobre temas objetivosapresentam uma caracterstica mais seca, enquanto osrelatos pessoais possuem caracterstica mais expressiva.

    Agora tente reescrever a dissertao sobre uma ma-tria objetiva de forma que ganhe mais expressividade.No se trata de transform-la em um relato pessoal, mas

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    de aumentar o vigor das impresses. Depois leia em vozalta as duas verses da dissertao e avalie as mudanas.

    Quem j no sentiu um constrangimento em reuni-es, discusses, debates em sala de aula, eventos festi-vos por no saber responder pronta e espirituosamentea uma pergunta? Ter uma resposta na ponta da lnguano nenhum DOM ou talento inato; uma habilidadeque pode perfeitamente ser adquirida. A condio bsica possuir conhecimento e um bom vocabulrio flexvel eextenso. Ambos podem ser adquiridos com tempo e trei-namento, coisa que no se herda da famlia.

    Exerccio 3 Desenvolvimento da criatividade

    Este exerccio tem como objetivo ajudar no desen-volvimento da capacidade de correlacionar coisasque no tenham, aparentemente, nenhuma relaoentre si. A tarefa criar relaes que faam sentido.Escolha duas palavras da mesma coluna, ou uma pa-lavra de cada coluna e crie situaes ou estrias quese correlacionem.

    HOTELPAPELINCNDIOABORTOFLORESTAESTRADACASA

    PERFUMEAMORNUVEMNAVIOCASAMENTOPAISAGEMLADRO

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    O importante para a eficincia do exerccio que vocno f ique refletindo muito tempo, mas que tenteimprovisar rapidamente. No se preocupe se as conexesno ficarem bvias, o interessante que as idias fujamdos padres pr-estabelecidos. Quebre os paradigmas.

    Este jogo pode se tornar um passatempo divertido sejogado em companhia de outros amigos. Assim, alm deavaliar sua prpria capacidade de criatividade, tem-se aoportunidade de observar a maneira como os outrospensam e resolvem os problemas.

    Exerccio 4 Desenvolvimento da fluncia

    Ligue o televisor em um jogo de futebol ou outroevento esportivo. Desligue o volume e tente narrar oevento. No importa se desconhece os times,jogadores ou as regras do jogo. Invente nomes e relateo que se passa no campo ou quadra sem refletir muito,sem entediar, sem exagerar. Faa de forma realsticacom vivacidade e entusiasmo na voz.

    Este exerccio pode ser praticado como forma deexercitar a capacidade de desenvolver a comunicaoverbal e transformar reflexes rpidas em frases fluentes.Alm de ser excelente para quem tmido. Neste caso,certifique-se de estar sozinho no ambiente para no seratrapalhado e nem parecer louco. Se tiver coragemsuficiente, convide algum da famlia ou um amigo paraobservar seu desempenho, sua capacidade de exposio,

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    se as formulaes so coerentes ou desajeitadas e avalieo que ainda tem que aprender.

    Para quem no gosta de futebol ou esportes, podeser escolhido temas voltados economia, poltica,educao ou outros temas.

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    Utilize os instrumentos de preparao;

    Saia da acomodao e enfrente os desafios. Quemdeseja melhorar a comunicao, deve ter a consci-ncia sobre a necessidade de algumas mudanas deatitudes e comportamentos;

    Freqentemente faa uma anlise de seu desem-penho e objetivos, avaliando tempo, estratgias eque tipo de ajuda vai precisar;

    No queira dar um passo alm de sua capacidade,estabelea metas que sejam alcanveis;

    Defina prazos para iniciar seu processo de melhoriana arte de falar em pblico, crie um cronograma etente segui-lo;

    Pratique a leitura em voz alta sobre diversos assun-tos, isso ajudar a corrigir erros gramaticais e ampli-ar o vocabulrio;

    Nem todas as pessoas tm voz de locutor, aprendaa gostar da sua. Se necessrio, consulte um fonoau-dilogo para uma avaliao de sua voz;

    Se voc se acha uma pessoa tmida, participe de cur-sos de liderana e relaes interpessoais;

    Itens importantes no plano de

    desenvolvimento pessoal

  • 47

    Quando em conversas em grupos, pratique a artede ouvir e observar o comportamento das pessoas,a maneira como falam, o que falam, a forma comogesticulam, etc.;

    Observe outras pessoas falando em pblico e ava-lie os pontos positivos;

    Avalie seu desempenho constantemente;

    No existe uma regra rgida para falar em pblico,desenvolva seu mtodo pessoal, sem esquecer al-gumas regras comportamentais.

  • 48

    O medo de se expor publicamente algo presenteem nossas vidas. J abordamos os vrios motivos quefazem com que nos resguardamos de tal atitude, taiscomo o perfeccionismo, nervosismo, auto-imagem nega-tiva, excesso de autocrtica, dificuldade de pronunciarcertas palavras, sensao de ridculo, apresentaes an-teriores frustrantes, medo da responsabilidade proveni-ente do insucesso, falta de treino, etc.

    Independente do que esteja cursando, h momentosem que necessrio fazer apresentaes orais de traba-lhos em sala de aula. Alm de ser importante para a avali-ao do aluno, esta atividade uma oportunidade paradesenvolver a comunicao. Competncia esta que po-der ser sempre requisitada na vida profissional.

    Em minha experincia docente tenho observado a di-ficuldade que alguns acadmicos (a maioria, diga-se depassagem) tem, para fazer apresentao de trabalhos emsala de aula. Outros nem sequer ousam falar ou respon-der a uma questo oral no cotidiano das aulas.

    Para quem deseja ultrapassar esta barreira, a aten-o ao que est sendo explanado em aula imprescind-vel. Outro ponto importante o grau de conhecimento jque, no se pode falar sobre algo de que no se tem, pelomenos, o conhecimento emprico.

    Apresentao de

    trabalhos acadmicos

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    A primeira coisa que se deve ter conscincia, que emuma sala de aula, todos esto no mesmo nvel, pelo me-nos quanto matria ou curso, caso contrrio no estari-am ali. O ambiente acadmico um laboratrio de apren-dizagem e aperfeioamento. Por isso, o estudante, sejaele de qualquer nvel acadmico, pode e deve errar. Esseprocesso faz parte do aprendizado. A academia escolar o ambiente de preparao do indivduo para o mercadode trabalho. Este sim, no costuma perdoar quaisquererros.

    De acordo com alguns professores que participaramdesta pesquisa, o maior problema das apresentaes detrabalhos acadmicos a falta de domnio e conhecimen-to sobre o assunto. Independente das atividades de suavida profissional, o aluno sempre aluno e tem a respon-sabilidade de cumprir com as tarefas acadmicas, dentreelas:

    Freqentar as aulas e atividades acadmicas, apli-cando a mxima diligncia no seu aproveitamento;

    Pesquisar e estudar os contedos ministrados e pro-postos;

    Observar e cumprir o regimento escolar e discipli-nar de acordo com os princpios ticos condizentescom os princpios que norteiam a Instituio;

    Participar de programas e atividades de iniciao pesquisa e de extenso;

    Zelar pelo nome e imagem da Instituio, tanto no

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    mbito acadmico quanto no externo, afinal o di-ploma de concluso ter a marca dessa Instituio;

    Relacionar-se com educao e urbanidade com oscolegas, docentes, diretores e demais funcionriosda Instituio, isto faz parte da construo da mar-ca pessoal.

    No planejamento de um assunto a ser explanado emsala de aula, faa um resumo do que ser exposto plane-jando e organizando as idias. Se o tema for escolhidopelo professor, no h interferncia sua na deciso e asopes sero mais limitadas. A melhor alternativa apro-ximar o assunto, por semelhanas, contrastes ou compa-raes, com os contedos que voc tenha conhecimento.

    De acordo com Reinaldo Polito, o trabalho poder serorganizado com o auxlio de tcnicas como ordenao notempo, ordenao no espao e solues de problemas.

    Ordenao no tempo Este mtodo, como fcil de-duzir, mostra como as informaes se apresentaram nopassado, como se manifestam no presente e como secomportaro no futuro.

    Ordenao no espao O recurso da ordenao noespao muito til porque, alm de permitir a diviso doassunto, possibilita tambm o aproveitamento das cir-cunstncias que cercam o local mencionado. Voc pode-ria usar, por exemplo, prticas religiosas, costumes soci-ais, atividades polticas etc. Esse mesmo aproveitamento

  • 51

    das circunstncias tambm poder ser usado na tcnicada ordenao no tempo, analisada acima.

    Solues de problemas Para planejar uma boa apre-sentao, voc poder identificar quais os problemas queseriam solucionados com a abordagem dada ao assuntoe comentar em seguida as conseqncias dessa soluo.

    A seguir, um breve roteiro para o caso de apresentaesacadmicas.

    Qual o assunto a ser exposto?

    Qual o objetivo do trabalho ou do tema?

    Quanto tempo est disponvel para a apresentao?

    Quais os aspectos mais relevantes do assunto?

    Quais os recursos que ir utilizar? Independente dautilizao de recursos audiovisuais faa um esque-ma-guia em fichas brancas de 23 x 15 cm todas enu-meradas;

    Use as fichas somente de um lado, com letras gran-des e destaque o que deve ser reforado;

    Procure no fazer das fichas uma obra de arte polu-indo-as com excesso de informaes;

    As fichas devem servir como um guia e no umaapostila, de forma que voc possa olhar e reconhe-cer o assunto, sem se perder. Para isso, use em for-ma de tpicos;

    Revise vrias vezes o esquema-guia para se familia-rizar com o texto e o manuseio das fichas;

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    Ao manusear as fichas, mantenha o dedo polegarindicando o prximo item, assim, no perder a se-qncia;

    Lembre-se, a ficha no deve funcionar como cola,mas como um mapa, para dar mais segurana e tran-qilidade na apresentao.

    Para evitar surpresas inconvenientes quanto ao uso dosaparelhos eletrnicos, o correto verificar, previamen-te, se o arquivo que contm os slides est abrindo, se compatvel com o programa do computador disponvel.Importante: grave o arquivo em um CD extra ou em doispen drives, elabore um roteiro dos pontos a mencionarem fichas e imprima transparncias com tpicos que con-sidere mais relevantes para a apresentao. Em outraspalavras, tenha sempre um segundo e terceiro plano.

  • 53

    importante ressaltar que, os trabalhos aplicados emgrupos so, principalmente, para avaliar o grau de com-prometimento entre os acadmicos, faz-los interagireme desenvolver a capacidade de trabalhar em equipe.

    Os assuntos podem ser divididos entre os componen-tes para efeito de organizao, coleta de dados, pesquisae at mesmo da apresentao. Isso no quer dizer que noato da defesa ou das argies a responsabilidade noseja de todos. No entanto, todos os componentes da equi-pe tm que conhecer, ao final, todo o contedo do traba-lho. Afinal, a apresentao no pode ser prejudicada emdetrimento da ausncia de um membro do grupo. Domesmo modo que um questionamento no deve ficarrestrito a quem discorreu sobre o assunto. Trabalho emequipe trabalho em equipe.

    O fato de estar sendo avaliado no confortvel paraningum. E na sala de aula, cada grupo quer se sair me-lhor que o outro, provar que o melhor da sala.

    As apresentaes de trabalhos em grupo, mais seassemelham a um fuzilamento... Todos de p em frenteao peloto, uns com os ps sujando a parede da sala,alguns cochichando entre si, outros imersos em seus as-suntos esperando sua vez de falar a sua parte, en-

    Apresentaes de trabalhos

    em grupo Comportamentos

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    quanto o coitado (a) da vez jogado aos lees. Para osinexperientes, os tmidos ou mesmos os que tm pavor deapresentaes em pblico, este momento um terror.

    Particularmente, acho mais interessante colocar ascadeiras em circulo, estilo arena romana, este modelodeixa os alunos que tm dificuldades de se expressarmenos apreensivos.

    No entanto, quando a situao requer ir para frentemesmo, alguns pontos devem ser observados: Evite ficarcom p na parede, esteja atento ao assunto que est sen-do explanado pelo colega, veja o que pode ser extradopara enriquecer a sua fala. Quem est apresentado deveficar um passo frente dos demais e ao concluir seu con-tedo, evite o vicio que a maioria tem tipo, agora fulanovai falar sobre... volte ao grupo sem conversas parale-las em respeito ao colega e aos demais presentes. Paraquem vai dar continuidade apresentao, em momentoalgum deve usar expresses do tipo: pegando o ganchodo fulano, ou ento: agora vou falar sobre tal assun-to, ou pior : na minha parte...

    O roteiro do contedo, a metodologia utilizada, ospontos positivos e negativos da pesquisa, os nomes doscomponentes da equipe (na ordem em que iro se apre-sentar), deve ser feito no inicio da apresentao por umdos integrantes.

    Inicie a apresentao com uma pergunta que instigueos espectadores a refletir sobre o assunto. Pergunta essaque possa ser respondida por voc ou um dos membros

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    do grupo, lgico. Destaque a importncia do tema ou as-sunto em questo e tente relacionar o tema com o passa-do, presente e futuro ou se possvel com algum fato his-trico. Mesmo durante a explanao lance perguntas aser respondidas durante a sua apresentao, esta tcni-ca vai manter o pblico e o professor atento, alm de de-monstrar conhecimento e domnio do contedo.

    Durante a exposio o acadmico deve manter o focono roteiro estabelecido sem perder o controle do tempocronolgico. A exposio de um determinado assunto re-quer, alm de bons exemplos como forma de contextuali-zao, uma harmonia entre o pensar, falar e gesticular.

    O ideal fazer uma rpida introduo explanandosobre a importncia do que ser apresentado. Enriqueasua apresentao contextualizando e exemplificando, ese possvel, fazendo um paralelo com fatos e aconteci-mentos que prendam a ateno dos ouvintes. No que dizrespeito apresentao como um todo, procure dividir oespao do tempo em uma mdia de 15% para a introdu-o, 75% para o desenvolvimento e 10% para a concluso.Lembrando de ser breve na concluso, afinal, o assuntoj foi detalhado no desenvolvimento.

    Nunca tente apresentar um trabalho sem o conheci-mento prvio para no correr o risco de prejudicar voc esua equipe em caso de trabalho em grupo. Tentar res-ponder a uma pergunta ou falar de algo que desconheceem sala de aula compreensvel, aceitvel e necessriopara o desenvolvimento do conhecimento acadmico,mas em se tratando de avaliaes, esteja preparado.

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    Ao apresentar um trabalho acadmico, lembre-se deque voc e sua equipe sero avaliados principalmente pelograu de conhecimento, domnio do contedo, criativida-de na forma de apresentao, uso do tempo disponvel,os mtodos utilizados na coleta dos dados, organizaoe integrao do grupo, capacidade de trabalhar em equi-pe, capacidade de anlise crtica sobre o tema proposto,etc. E no pela eloqncia das palavras, beleza das rou-pas, ornamentos ou quantidade de slides. Durante a apre-sentao, procure demonstrar conhecimento sem es-trelismo, apresentando os dados e os raciocnios comcoerncia e sensatez.

    Alguns cuidados, alm dos j mencionados, so im-portantes para uma apresentao eficiente. Sua voz deveser ouvida por todos da sala. Para isso, alterne o volumeda voz e a velocidade da fala para manter um ritmo aud-vel; transmita simpatia ao falar e procure olhar para to-dos os presentes da sala, mesmo em caso de defesa demonografia que seja aberta ao pblico. Mantenha postu-ra e voz os mais naturais possveis

    Para quem conhece o assunto, a temtica, soube fa-zer uma anlise do diagnstico obtido atravs da pesqui-sa e preparou com cautela sua apresentao, tem a opor-tunidade de mostrar os conhecimentos adquiridos eexpor suas idias. Todo este trabalho demonstra o dom-nio e grau de conhecimento que o acadmico detm arespeito do que pesquisou.

    No final, ao se deparar com as argies feitas pelo

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    professor (ou banca avaliadora) ou colegas de sala, o aca-dmico deve concentrar-se nas questes, procurandoagrup-las logicamente para simplificar as respostas, nodesconsiderando a clareza e objetividade. De forma algu-ma deve o aluno interpretar as observaes, crticas ousugestes como algo pessoal. Deve sim, justificar suasescolhas, explicar pontos duvidosos ou omissos na apre-sentao, defendendo sua posio diante do que foi apre-sentado. Aceitar as crticas e opinies contrrias faz partedo crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional.

    No caso da apresentao e defesa no ter sido umadas melhores, em hiptese alguma tente justificar osmotivos dos erros ou das falhas jogando culpa em equi-pamentos, pessoas ou fenmenos naturais, isto, con-firmar ao professor e aos colegas que sua equipe no foicompetente suficiente para tal tarefa.

    Ao concluir sua apresentao fale da sua satisfaoem ter pesquisado sobre o assunto, e pelo grau de impor-tncia do mesmo, incentive os colegas a se aprofunda-rem sobre a matria. E como manda as boas regras daeducao urbana, agradea ao professor pela oportuni-dade de expor tal contedo e a ateno dos ouvintes.

    O uso de recursos audiovisuais na sala de aula

    Sem dvida que a utilizao de recursos didticoscomo slides em Power Point ou retroprojetor so de gran-de valia na apresentao pessoal. A tecnologia deve serutilizada como uma ferramenta facilitadora em qualquer

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    atividade laboral. No entanto, no podemos nos tornartotalmente dependentes dela. Tenho observado que atu-almente, h uma supervalorizao, no s por discentes,mas tambm por docentes, do uso destes recursos. Alu-nos e professores tornando-se escravos da tecnologia.

    O recurso conhecido data-show (projetor multimdia)est sendo utilizado por muitos acadmicos, apenas comoinstrumento para leitura integral na apresentao de tra-balhos acadmicos, do tema concluso.

    Apresentar um trabalho acadmico fazendo apenasa leitura do que est escrito nos slides, no demonstra acapacidade nem o grau de conhecimento por parte dequem apresenta. Dessa forma, qualquer indivduo alfa-betizado, mesmo sem conhecer o assunto, poder estarapto a apresentar um trabalho acadmico. No se tratade eliminar a utilizao do data-show, mas compreenderque este apenas uma ferramenta para facilitar a apre-sentao de seu conhecimento.

    A preocupao quanto defesa de trabalhos acad-micos tem girado em torno da utilizao cada vez maiorde slides com excessos de efeitos visuais, assim como, coma preocupao com a embalagem pessoal (roupa). Parti-cularmente defendo a idia de que a embalagem o ven-dedor silencioso de qualquer produto. No meu livroMarketing Pessoal - Atitudes e comportamentos na cons-truo da marca pessoal (2007), afirmo que uma boa apre-sentao conta muito, mas no o suficiente. Nesse as-pecto, roupas e acessrios adequados podem fazer todaa diferena. Veja no prximo captulo.

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    PREPARAO DO TERRENO

    Definir o tema e objetivo da palestra Deve-se definir oque ser explanado e, principalmente, o objetivo dos te-mas abordados. Parte do planejamento do contedo feito aps o conhecimento prvio dos verdadeiros objeti-vos da palestra. Estes podem ser: informar, persuadir,motivar, promover-se.....

    Perfil e quantidade do pblico-alvo O conhecimento doperfil do pblico (sexo, idade, nvel sociocultural, raa) essencial, assim como a quantidade de pessoas espera-da. Importante investigar quais as expectativas do p-blico quanto aos temas abordados, a realidade do seuambiente, o grau de conhecimento e o quanto esto mo-tivados sobre o assunto. Outro ponto fundamental pro-curar saber se haver a presena de alguma autoridadeou celebridade.

    Durao O planejamento da apresentao dependetambm do conhecimento do tempo disponvel para aexplanao. Deve ser verificado se haver tempo paraquestionamentos por parte do pblico e como sero fei-tas as perguntas, se diretamente ou atravs de anota-es direcionadas ao palestrante ou, ainda, atravs deum mediador.

    Apresentaes em pblico

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    Tamanho do espao fsico O conhecimento do tama-nho do local permite uma preparao quanto necessi-dade dos recursos necessrios, do uso da voz, da movi-mentao fsica durante a palestra.

    Recursos disponveis Uma boa apresentao pode serincrementada com a utilizao de alguns recursos audio-visuais. Saber da disponibilidade dos mesmos ajudar namontagem de uma apresentao altura do evento. Emcaso de preparao do material da apresentao em sli-des no Power Point, verifique se o programa do computa-dor a ser utilizado compatvel com o seu. Grave seu ar-quivo em um CD ou pen drive em verses diferentes paraevitar surpresas inesperadas. Alm disso, aconselhvelfazer um roteiro em forma de tpicos em fichas ou mate-rial impresso, caso haja falha nos equipamentos eletrni-cos. necessrio tambm saber tambm se h uma equi-pe ou uma pessoa de apoio para manusear os recursos.

    Localizao do evento

    Quando se movimentam tropas, essencial co-nhecer em primeiro lugar as condies do ter-reno. Conhecendo-se as distncias, poder-se-oelaborar planos diretos ou indiretos de ataque.A compreenso do local onde a batalha vai sertravada indicar onde se devem concentrar ousubdividir as foras. (Sun Tzu)

    necessrio conhecer o terreno antecipadamentepara evitar alguns constrangimentos. Caso no conhea

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    o local do evento, se possvel, visite-o alguns dias antesda data marcada ou esteja no local, pelo menos, uma horaantes do horrio marcado. Esse tempo o mnimo neces-srio para fazer o reconhecimento da estrutura fsica, tes-tar os recursos audiovisuais disponveis e providenciaracertos de eventuais falhas. Caso no seja possvel, per-gunte e anote a maior quantidade de informaes poss-veis. Um bom orador um verdadeiro artista, que se lan-a ao pblico para um trabalho de maestria. Portanto, de sua responsabilidade conferir todos os elementos quede forma direta ou indireta tero reflexo na qualidade desua apresentao.

    Independente do ambiente em que voc pretendaentrar e ser reconhecido, essencial o conhecimento pr-vio; portanto, informe-se. suicdio tentar entrar em cer-tos ambientes sem o mnimo de conhecimento. o mes-mo que um soldado entrar num campo minado sem oconhecimento exato da localizao das minas escondidas.Isto vale para os casos em que se pretende uma vaga deemprego.2

    Incio Em hiptese alguma o palestrante deve seatrasar. Para isso o ideal chegar pelo menos trinta mi-nutos antes da apresentao, caso j conhea o local doevento, fazer o reconhecimento da rea, testar microfo-nes e os demais recursos, se houver. Uma vez feitos estes

    2 SANTOS, Vilson. Marketing Pessoal. Atitudes e comportamentos naconstruo da marca pessoal. Imperatriz: tica, 2007.

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    procedimentos, recolha-se em um lugar isolado, tipo salade espera, faa uma reviso do contedo e procure rela-xar usando dos exerccios de respirao.

    PLANEJAMENTO PESSOAL

    Planejamento e desenvolvimento do contedo

    Uma vez conhecido o pblico alvo o primeiro passo a pesquisa e o estudo do contedo a ser explorado. Re-comendamos dividir e organizar o contedo em trs par-tes: Introduo, desenvolvimento e concluso. Nessafase, algumas questes podem servir de apoio ao plane-jamento:

    Que exemplos podem ser citados?

    Como ser a comunicao verbal e no-verbal?

    Que elementos sero condizentes a expectativa dopblico e quais as possveis reaes?

    Como incrementar o processo de sinergia e promo-ver um clima de interao total com a platia?

    Quais as possveis perguntas?

    Planeje sua apresentao desenvolvendo um roteirodas etapas. Alm do uso dos recursos visuais disponveis,o ideal fazer um roteiro com os principais pontos de for-ma ordenada em fichas brancas pautadas de 08 x 11 cm,escritas somente de um lado. As fichas devem ser enu-meradas em seqncia para evitar que se percam no ma-nuseio. Esta tcnica serve como cpia de segurana, casosurja um contratempo com os equipamentos, mas im-

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    portante que seja feita pelo prprio apresentador j queo fato de escrever ajuda a memorizar o contedo.

    Por falar em memria, tentar memorizar tudo, do ini-cio ao fim, pode se transformar num verdadeiro desas-tre. Jamais um discurso deve ser decorado. A regra vli-da tanto para a oratria forense, para a poltica, emdiscursos de negcios, na igreja ou, at mesmo em even-tos informais. O que pode ser feito escrever um roteiroem forma de tpicos e gravar mentalmente a seqncia.As anotaes devem servir como um guia seqencial. Lero roteiro vrias vezes e treinar como vai ser a apresenta-o, ajuda em relao segurana e familiaridade com oassunto.

    Se necessrio, durante a apresentao, leia um tpi-co ou frase e faa seus comentrios de forma ampliadasobre o assunto. Cada tpico pode ser lido sem proble-mas ou constrangimento aps o esgotamento do con-tedo anterior. O ideal, para que no parea que est len-do, visualizar o prximo tpico antes de concluir oanterior. Em caso de leitura de um discurso mais longo, oideal fazer a leitura de forma intercalada com um olharpara a platia a fim de recolher a impresso e aprovaodo pblico sobre o contedo.

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    Vestir-se bem no significa necessariamente mostrarostentao. No mundo corporativo e de projeo da ima-gem pessoal, a aparncia to importante quanto a ex-perincia e o contedo que vai ser apresentado. Os cuida-dos vo desde as roupas e acessrios at a maquiagem.

    Uma boa imagem no decisiva, mas ajuda no primei-ro impacto a gerar credibilidade junto ao pblico. Algunsaspectos devem ser observados na composio da ima-gem visual nas apresentaes em pblico, como: carac-terstica e tipo do evento, pblico-alvo, horrio, durao,entre outros.

    Para cada momento existem determinados cdigosquanto forma de se vestir. Conhec-los ajuda a causaruma boa impresso na apresentao. O correto procu-rar uma harmonia. Estar bem apresentvel faz uma boadiferena, pois demonstra uma preocupao do oradorcom a imagem e a qualidade do que vai ser apresentado.

    Lembre-se de que, ao se vestir, voc que deve sernotado e no o que voc usa. O que pode ser bonito paravoc, pode no ser para o pblico. A elegncia no estno excesso de acessrios, por exemplo, ou no brilho daroupa, e sim na adequao da roupa a cada ambiente ousituao. D prioridade harmonia e ao equilbrio das co-res e acessrios, pois a boa comunicao no se resumesomente em falar bem.

    Cuidados com a embalagem

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    A embalagem pode ser definida como o envol-trio de apresentao de um produto. O modocomo voc se apresenta, anda e se veste repre-senta a sua embalagem. Antes de se lanar nomercado, faa uma avaliao de si mesmo, docabelo ao sapato, e se pergunte se voc se com-praria pela embalagem que apresenta. Em setratando de projeo de imagem no mercado,o melhor buscar informao, seja junto a es-pecialistas ou mediante leitura sobre o assun-to. Prevalece o velho ditado: O mundo tratamelhor quem se veste bem. Isso no quer di-zer necessariamente ter que andar sempre emestilo mauricinho ou patricinha, como di-zem por ai, mas sim estar adequado ao ambi-ente e situao.3

    1. Trajes femininos

    Em apresentaes formais, as roupas clssicas aindaso as melhores escolhas. Tailleur ou terninho em corespreferencialmente escuras com escarpim de salto mdio.Em caso de saias, o comprimento no deve ultrapassarquatro dedos acima dos joelhos acompanhadas de meiascor da pele. Transparncias, decotes, saias curtas, sand-lias totalmente abertas devem ser evitados para apresen-taes em pblico. Se for o caso de uma apresentaoinformal, pode-se usar um jeans, preferencialmente os decores escuras e sem rasgos.

    3 SANTOS, Vilson. Marketing Pessoal: atitudes e comportamentos na cons-truo da marca pessoal. Imperatriz: tica, 2007.

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    Os acessrios (brincos, pulseiras, colares, cinto) de-vem seguir a mesma linha de discrio. Pulseiras e brin-cos, especialmente, se forem muito grandes ou tilintan-tes podem chamar mais ateno do pblico que a suaapresentao. Se usar bolsa, que seja mdia e discreta.

    Quanto maquiagem, o uso do batom, rmel e lpisso indispensveis, mas se usar sombra nos olhos queseja de tons neutros, nada de parecer um arco-ris. Toda amaquiagem deve ser bem neutra. bom lembrar que op deve ser usado para eliminar o brilho do rosto. Almdestes itens, importante o cuidado com as unhas, quedevem estar bem feitas e, preferencialmente, coloridascom esmaltes claros. Unhas vermelhas, com desenhosmodernos e brilhantes ficam para o dia-a-dia.

    2. Trajes masculinos

    Meias brancas com calas de outra cor? Nem pensar.A meia deve cobrir toda a panturrilha ao se sentar e a corpreferencialmente deve combinar com a cor dos sapatosou das calas. A cor do cinto deve ser a mesma dos sapa-tos. Um bom orador avaliado desde o sapato que usa,por isso, mantenha-os limpos e brilhando. Se o sapato forde cadaros, mantenha-os bem amarrados, inclusive paraevitar tropeos.

    Os ternos claros so usados de preferncia durante odia. noite, sempre bom vestir terno de cor escura comuma modelagem mais moderna e discreta deixando o ul-

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    timo boto aberto e os demais fechados. Se o terno forescuro, a camisa deve ser de cor clara. permitida a mis-tura de cores nas peas, sempre com uma boa dose deharmonia para no parecer um comediante tipo Falco.Na dvida, prefervel os tradicionais ternos pretos, cin-za-chumbo ou azul-marinho com gravatas discretas quecombinem em cores e detalhes com a camisa e palet semnunca usar prendedores.

    O simples fato de usar uma gravata no significa au-tomaticamente que o orador esteja elegante. No uso dagravata, alguns cuidados so imprescindveis: o colarinhodeve estar abotoado, o n deve ser ajustado no centroda gola e seu comprimento deve ser na altura da fivela docinto, nem mais, nem menos.

    Alm destes, outros cuidados so igualmente impor-tantes como unhas bem aparadas, cabelos alinhados,barba bem feita ou cerrada. O contrario, causa imagemde desleixo e desorganizao do orador.

    O traje semi-formal pode ser usado, mas com coern-cia e de acordo com o ambiente, pblico e evento.

    Ao se participar de um evento em que exija o uso deterno este dever ser mantido ate o final. Tirar o palet,arregaar as mangas da camisa ou soltar a gravata soatitudes inadequadas imagem do orador. Para evitartais erros importante conhecer previamente as condi-es climticas do ambiente para a escolha da roupa maisapropriada.

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    Estrutura da apresentao

    em pblico

    melhor permanecer em silncio edeixar que pensem que voc tolo,do que falar e acabar com a dvi-da. Abraham Lincoln.

    1. Iniciando a apresentao

    Se for o caso de saudar algumas pessoas, tipo mesadiretora, em geral deve-se iniciar pelas autoridades. Omais adequado e para evitar prolongamento nos cumpri-mentos, escolher uma pessoa e em nome dela, saudar atodos os integrantes da mesa. Este procedimento evita,em caso de composio de mesa com muitos integran-tes, esquecer o nome de algum. Em se tratando de sau-dao a todos que compem a mesa, importante e in-dispensvel prestar ateno na hora da formao da mesae anotar os nomes e a seqncia para evitar, no somen-te esquecimento, como tambm trocar o nome de al-gum.

    Cuidado com as saudaes e elogios em demasia auma determinada pessoa. Uma saudao nestes moldescausa cansao ao pblico, pode gerar sentimento de infe-rioridade e desprestgio nas demais pessoas e constran-gimento ao prprio elogiado, alm de correr o risco deatribuir qualidades a um indivduo que no so verdadei-

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    ras para o pblico presente. Em eventos informais, orien-ta-se o uso de cumprimentos e saudaes com mais sim-plicidade.

    Cumprimente o pblico, caso no tenha sido apresen-tado pelo mestre de cerimnias, apresente-se de formarpida primeiramente seu currculo e experincias e de-pois seu nome. Fale da satisfao em estar ali, do interes-se pelo tema, destaque a importncia do assunto e quaisso as suas expectativas com relao ao que vai ser apre-sentado.

    Como forma de quebrar o gelo e diminuir seu nervo-sismo, inicie com um fato histrico, uma parbola ou comperguntas que instigue e provoque a ateno da platia.No aconselho o uso de piadas, a no ser que voc sejaum comediante nato.

    Relacione o assunto com o passado, presente e futu-ro ou mesmo com a situao do local, pessoas ou regiode acordo com o tema. Pode-se ainda iniciar com a citaode uma frase de algum respeitado, desde que esteja re-lacionado com o tema. O objetivo neste momento pro-vocar o interesse dos presentes. Lembre-se que uma boaintroduo far com que as pessoas prestem ateno aorecado a ser transmitido. Quando as pessoas vo assistira uma palestra elas esperam o melhor de quem vai falar equerem gostar do que vo assistir.

    O inicio de uma apresentao um momento crucialdevido tenso do primeiro contato com o pblico. Nes-ta etapa o apresentador deve manter-se o mais calmo

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    possvel, pois a platia pode perceber o nervosismo e cri-ar uma barreira quanto competncia do mesmo. Deveeste, demonstrar simpatia e segurana.

    Usar expresses do tipo tentarei ser o mais brevepossvel ou em rpidas palavras tende a animar o p-blico que, em alguns casos, esto ali por obrigao outm compromissos posteriores inadiveis. Em hiptesealguma o orador deve pedir desculpas por problemaspessoais, de sade, por ter sido convidado de ltima horapara falar ou no ter tido tempo de se preparar, esta ati-tude colocar em risco a credibilidade da apresentao.Lembre-se, o pblico no quer saber de seus problemaspessoais.

    Formas de cumprimentos iniciais para a platia

    A forma mais clssica e que evita erros, a tradicio-nal: Senhoras e senhores. Isto no implica necessaria-mente dizer que no se pode usar tambm outras formasde expresso como: ol pessoal, caros amigos, ex-celentssimos, carssimos. Tudo depende do ambien-te e do pblico.

    Tenho observado um costume de algumas pessoasque ao se dirigirem a uma platia, utilizam a forma boanoite a todos e a todas.

    Silveira Bueno no dicionrio da lngua portuguesa de-fine a palavra TODO da seguinte forma: Complementontegro; que no deixa nada de fora; a que no falta partealguma; conjunto de massa; generalidade; sinnimo detoda a gente; a humanidade.

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    Portanto, no h necessidade da redundncia menci-onando o adjetivo masculino e feminino. erro gramati-cal mesmo.

    2. Desenvolvimento da apresentao

    O desenvolvimento da apresentao deve ser feitode forma clara e objetiva de modo que o orador se faaentender pelo pblico.

    Este o momento de expor a idia principal do assun-to em questo. perfeitamente aceitvel e necessrio in-cluir no ncleo da apresentao algumas passagens his-tricas, fatos, datas, citaes de personagens de respeitoque evidenciem a comprovao do que esta sendo expla-nado tendo sempre o cuidado de deixar os pontos maisimportantes para o final.

    O contedo do que vai ser apresentado deve superaras expectativas de quem assiste. As pessoas prestamateno se o assunto agradar ou se elas realmente preci-sarem do contedo, por isso, importante a atualizaoe contextualizao do tema com informaes atualizadas.

    A sintonia com o pblico se d atravs do uso ade-quado da linguagem. Usar palavras difceis, termos tcni-cos demais ou jarges desconhecidos tendem a gerar des-motivao. Mantenha uma boa dose de simplicidade nafala escolhendo as palavras e frases que sejam de fcilcompreenso para a platia.

    Para isso, necessrio o conhecimento do perfil dopblico. O uso de uma linguagem clara e objetiva resul-

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    tado de treinamento. Ser artificial ou forjar um persona-gem servir somente dificultar o dilogo e a harmoniacom o pblico. Portanto, seja voc mesmo e fique alerta reao da platia. Se perceber que o pblico est inquie-to ou desmotivado, faa uma pausa ou aplique algumadinmica que estimule a ateno novamente.

    Alguns detalhes so importantes ao falar em pblico:

    Ao dirigir-se para o palco ou tribuna, deve-se evitarficar remexendo papis, arrumando a gravata eacessrios, fechando palet. O bom orador j sobe tribuna pronto.

    Jamais pea desculpas por estar resfriado, cansa-do, por no ser um bom orador, isso desestimula aplatia;

    Se pronunciar uma palavra errada, repita-a correta-mente;

    Se errar uma data ou trocar um fato, pea descul-pas e faa a correo devida;

    Se perceber que no foi compreendido em algumafrase, repita-a de forma mais clara;

    Caso no se lembre do tpico seguinte, tente se lem-brar de palavras chaves ou consulte o roteiro. Nes-te caso, mesmo o improviso deve ser planejado.

    E falando em improviso, este no exige uma frmulasecreta, pois o prprio nome j diz... Improviso.

    Falar de improviso, no significa falar sem conhecer o

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    assunto. Se algum se atreve a falar em pblico sem omnimo de informaes sobre o tema que ir transmitir,no mnimo, pode ser chamado de irresponsvel.

    Quem fala sem conhecimento do contedo a sertransmitido coloca em risco sua imagem e reputao. As-sim, se for convidado para falar sobre algo que desco-nhece e no h tempo para estudar o assunto, o maissensato recusar o convite.

    Da mesma forma, um dos erros mais graves que al-gum pode cometer o de se achar to seguro e confian-te ao ponto de negligenciar a preparao previa, passan-do a refletir sobre o assunto que ir expor apenas nomomento em que j estiver prestes a entrar em cena. Porisso, de todos os recursos com os quais poder contarpara se sair bem numa apresentao os mais importan-tes sero sempre o preparo e o domnio do contedo.

    Nesse ponto, algumas tcnicas podem ajudar:

    Sempre que participar de um evento, desenvolva ohbito de pensar no que voc diria sobre o assuntoem questo ou o evento;

    Se algum est falando, preste ateno para tirarproveito do que foi mencionado;

    Ao iniciar sua fala, use o prprio evento, os orado-res anteriores, o auditrio. Inicie sobre a importn-cia do tema ou evento o que deu origem e o que seespera;

    Use a tcnica de fazer uma breve anlise do tema

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    com relao ao passado, presente e futuro. Comoera? Como est sendo e o que se espera?

    No caso de ser chamado para falar sobre um assun-to que no domina, pode-se usar a tcnica do as-sunto paralelo seguindo alguns critrios como: Es-colher um assunto paralelo que esteja relacionadocom o requisitado, que seja conhecido e que des-perte interesse pelo pblico;

    importante lembrar que o ato de improvisar estnas palavras, mas a idia central no deve ser im-provisada;

    Ao falar de improviso, seja breve.

    O discurso deve ser visto como um plano de viagem,em que se deve ter a conscincia do destino: para ondequer ir, qual o tempo e os recursos disponveis e os luga-res por onde vai passar.

    Uma boa apresentao evita objees do pblico.Deve-se evitar ser prolixo (muito longo) e ficar recapitu-lando passagens anteriores da fala, principalmente se otempo for curto. Caso suja perguntas ainda no desenvol-vimento, voc pode sem problema sugerir que as pesso-as as faam no trmino da apresentao de forma diretaou por escrito.

    Voz - A voz conhecida como o espelho da personali-dade que, associada aos gestos e expresses do corpo,compem um excelente instrumento de comunicao. Otom em que falamos a embalagem da palavra. ele que

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    cria a atmosfera propicia ao entendimento, dele dependese o interlocutor nos ouve e se acredita no que falado.

    Os meios de eloqncia na oratria podem, em algu-mas situaes, ser condenveis, pois, meias verdades,quando bem embaladas, facilmente sero tomadas comorealidade. Por isso, a importncia de no aceitarmos ce-gamente tudo que est sendo exposto somente pela be-leza da eloqncia.

    Ainda quanto voz, esta deve ser adaptada a cadasituao e a mensagem que se pretende emitir. Em umaapresentao em pblico, identifique o momento querequer maior ou menor grau de intensidade e entonaoda voz. Isso ajuda a manter o pblico atento e cria desta-que em alguns pontos do assunto.

    Deixar de ser ouvido devido ao baixo volume da vozno bom. Entretanto, no faa como alguns polticosque ao discursar agem como se o microfone estivesse novolume mnimo ou pensam que o pblico surdo e aoinvs de falar, gritam causando irritao. Isso pura ne-gligencia. Para evitar tal gafe, faa uma avaliao do am-biente, da acstica do som e da distncia em que vo ficaros ouvintes. Lembrem-se as pessoas esto ali para ouvi-lo e no para serem agredidas sonoramente.

    Voc j esteve em alguma palestra em que a voz doapresentador um verdadeiro sonfero? Tanto a lentidocomo a rapidez em excesso pode ser prejudicial. O corre-to equilibrar o tom de voz de acordo com o pblico e asituao. Este equilbrio gera uma excelente comunica-

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    o. Se voc fala devagar aprenda a usar os recursos maiseficientes para tornar a fala mais lenta em um estilo posi-tivo. Aps as pausas prolongadas, inicie a frase seguintefalando com mais nfase, energia e disposio. Cuidado,quem fala devagar demais acaba desenvolvendo o hbi-to de preencher as pausas com os h, , e iii;

    As pausas so importantes para dar nfase no assun-to exposto, levando o pblico reflexo. Faa com quesua voz penetre na mente e no corao dos ouvintes, atra-vs de uma apresentao mais natural possvel, pronun-ciando bem as palavras e adequando a intensidade dapronncia a um vocabulrio correto e apropriado. Ao fa-lar, faa as pausas necessrias de forma que mantenha arnos pulmes para a continuidade.

    Exerccio para melhorar a dico

    Pegue um lpis, coloque na boca e segure com os den-tes sem forar. Em voz alta, com o lpis preso pelosdentes, leia textos, reportagens, artigos ou livros desua preferncia. Pratique este exerccio pelo menosdez minutos diariamente, em uma semana voc jsentir a diferena. Ler em voz alta faz voc ouvir aspalavras e o lpis preso aos dentes fora voc a pro-nunciar as palavras corretamente. Pronunciando bemas palavras, mesmo falando rpido, as pessoas com-preendero sua mensagem. Quem pronuncia bem ovocabulrio transmite uma boa imagem ao pblico.

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    Gesticulao O termo cinsica origina-se do grego kine-sis. Significa movimento e designa o estudo do com-portamento comunicativo do corpo humano. A cinsicapossui componentes individuais e culturais, onde a lin-guagem corporal difere de indivduo para indivduo e decultura para cultura.

    Existem certos movimentos que no se diferem ouparecem ser comuns em alguns lugares do mundo, mash outros que so particulares de um determinado localou regio.

    O fluxo cinsico da interao social envolve movimen-tos da cabea, piscar de olhos, movimentos de queixo elbios, variao na posio do trax e dos ombros, movi-mentos de braos, mos, dedos, pernas e ps, etc. Todosesses movimentos podem ser analisados e percebidosconsiderando intensidade, amplitude e rapidez. Em situa-es de fala em pblico, cada uma dessas trs variveisapresenta uma interpretao:

    Intensidade est diretamente relacionada ao grau decontrao realizada e indica o nvel de tenso do emissor.

    Amplitude - refere-se extenso do movimento realiza-do e d indcios sobre algumas caractersticas pessoaisdo emissor, como por exemplo: timidez (movimentos li-mitados), descontrao (movimentos normais) ou ex-cesso de desinibio (movimentos muito amplos).

    Rapidez tem relao com o tempo de realizao de umgesto, indicando o nvel de autocontrole do emissor. Por

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    exemplo: movimentos rpidos podem indicar nervosis-mo; movimentos lentos podem indicar despreparo e in-segurana; movimentos equilibrados indicam seguranae domnio.

    Os gestos e as expresses, assim como toda a movi-mentao do corpo serve para imprimir dinamismo, ex-pressar sentimentos, facilitar a interao com o pblico,reforar idias e at mesmo substituir algumas palavras.

    Algumas leituras sobre o assunto so interessantespara o aperfeioamento, por exemplo, O Corpo Fala dePierre Weil e Roland Tompakow.

    As mos Quanto s mos, muita gente que no sabeaonde enfi-las e termina fazendo gestos inadequados ecometendo erros graves. As mos devem refletir suas idi-as, como tambm podem demonstrar nervosismo. Dei-xe-as acompanhar o ritmo das palavras sem fazer gestosexagerados. E, caso no saiba o que fazer com elas, nempense em enfi-las nos bolsos. Segurar alguns objetoscomo, por exemplo, caneta, rguas, folha de papel, podeser uma alternativa, mas ao mesmo tempo perigosa, poismnimas ocorrncias podem tirar a ateno do pblico. Oideal apoiar as mos na tribuna ou pedestal. Deixar asmos soltas sem controle um grande perigo.

    As mos so excelentes instrumentos. Use-as parareforar e dar nfase ao que est sendo dito. Gesticulesem exageros, evitando movimentos evasivos que notenha coerncia que as frases. Evite esfregar uma na ou-

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    tra, principalmente no incio, pois pode indicar inseguran-a. Cruzar os braos ento... nem pensar. Tanto a falta degestos quanto o excesso, prejudica uma boa apresenta-o, mesmo que o assunto seja interessante.

    Postura preciso zelar por uma boa postura paracriar boa impresso. A comunicao obedece a uma re-gra simples que o pensar, falar e gesticular, tudo dentrode um sincronismo. A postura, as expresses, os olhos, orosto, a posio das pernas, dos braos, enfim, todo ocorpo fala. Esteja atento aos seus movimentos. O dom-nio corporal facilita a transmisso da mensagem oral.

    Ficar sentado para quem no tem intimidade com a arteda comunicao em pblico um perigo. Uma vez em p,nem pense em ficar preso em um s lugar como se fosseuma esttua. Procure movimentar-se de forma harmoni-osa, apoiando seu peso proporcionalmente nas duas per-nas para que haja um equilbrio no peso do corpo. Andenaturalmente sem tirar os olhos do pblico que, com cer-teza, acompanha todos os seus movimentos. Neste caso, importante conhecer antecipadamente o espao fsicoem que vai se apresentar para evitar um tropeo em al-gum objeto e cair na frente da platia.

    No resta duvida que o corpo fala. Portanto, sua mo-vimentao externar suas caractersticas e sua perso-nalidade. Observe ento seus gestos e veja se refletem ecombinam com o que quer transmitir. A rigidez muscularendurece a expresso e impede uma boa comunicao.

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    Uma fisionomia expressiva contribui para gerar interesseno pblico sobre o que est sendo apresentado, valori-zando a apresentao. Mostre-se simptico, sorria rela-xando os msculos faciais. O sorriso transmite seguran-a para o pblico e deixa voc mais a vontade.

    Quando necessrio, fale com entusiasmo, demons-trando prazer sem muito esforo. Articule bem as pala-vras, sem exagerar nos movimentos corporais.

    Exerccio de gesticulao

    Quando estiver treinando seu discurso de frente aoespelho ou para algum, observe sua gesticulao.Verifique se os gestos completam ou reforam o quevoc fala. Use principalmente as mos para comple-tar sua apresentao. Procure no gesticular as mosacima do peito para no cobrir o rosto, nem abra osbraos demasiadamente para no parecer espalha-fatoso ou derrubar objetos ao redor.

    A aparncia fsica, os movimentos, gestos, intensida-de da voz e dico so responsveis pelo reflexo quetransmitimos de nossa imagem. A essa modalidade deexpresso da linguagem chamamos comunicao no-verbal. O contedo do que comunicamos representa 7%,a voz e suas qualidades 38% e o corpo 55%. Quando fala-mos em comunicao no-verbal, no estamos nos refe-rindo a um conjunto de acessrios do processo comu-nicativo, mas aos sinais que reforam a comunicaoverbal, facilitando a transmisso.

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    O bom comunicador precisa falar as trs lingua-gens simultaneamente (visual, auditiva e cines-tsica), para se comunicar com pessoas diferen-tes. Para segurar a ateno de uma platia preciso gesticular, variar o tom de voz, movi-mentar-se pela sala, aproximar-se das pessoas,utilizar recursos audiovisuais, tudo o que forpossvel para comunicar-se bem com os trs ti-pos de pessoas. Lair Ribeiro.

    Cuidados essenciais:

    A imagem do orador avaliada desde o momentode chegada no local, a forma como entra no audit-rio, a maneira como se dirige ao palco ou tribuna, oato de ficar atento e ouvir os oradores anteriores;

    Evite apoiar-se apenas sobre uma das pernas e pro-cure no deix-las muito abertas ou fechadas. im-portante que se movimente diante dos ouvintespara que realimentem a ateno, mas esteja certode que o movimento tem algum objetivo, como porexemplo, destacar uma informao, reconquistarparcela do auditrio que est desatenta, etc.; casocontrrio, prefervel que fique parado.

    Procure falar olhando para todas as pessoas da pla-tia, girando o tronco e a cabea com calma, orapara a esquerda, ora para a direita, para valorizar eprestigiar a presena dos ouvintes, saber como secomportam diante da exposio e dar maleabilida-

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    de ao corpo, proporcionando, assim, uma posturamais natural possvel.

    O semblante um dos aspectos mais importantesda expresso corporal, por isso d ateno especiala ele. Verifique se seu semblante est expressivo ecoerente com o sentimento transmitido pelas pala-vras. Por exemplo, no demonstre tristeza quandofalar em alegria e vice-versa.

    O olhar Dizem que os olhos so o espelho da alma.As pessoas de uma maneira geral gostam de serem olha-das quando conversam e, uma boa apresentao quan-do tudo flui como se fosse uma conversa do apresenta-dor com a platia. O magnetismo pessoal tem seudesenvolvimento atravs do olhar. Contudo, existempessoas que no conseguem encarar o olhar de outras eesse medo comum em muitas.

    Em uma apresentao em pblico, o olhar uma ex-celente ferramenta que ajuda a manter um elo com osespectadoras, alm de funcionar como dilogo silencio-so que estabelece um clima de confiana entre quem falae ouve. J vi muitas apresentaes em pblico em que oorador no encara seu pblico ou fica olhando o tempotodo para o teto, o cho, para uma s pessoa ou um sgrupo. Encare o pblico de