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Page 1: Evolução da habitação colectiva no início do séc. XX: um ... · A latrina podia ser colocada em espaço contíguo ao edifício, no lado de fora da parede exterior, ou então

185

nic

a R

om

ãozi

nh

o

Evo

luçã

o d

a

hab

itaç

ão c

ole

ctiv

a

no

iníc

io d

o

séc.

XX

: um

olh

ar

sob

re o

Pré

dio

de

ren

dim

en

to d

e

Me

nd

on

ça &

Co

sta,

pro

ject

ado

po

r

Ern

est

o K

orr

od

i

Intr

od

uçã

o

No

iníc

io d

o s

écu

lo X

X a

ssis

te-s

e, d

e u

m m

od

o g

eral

, ao

p

rolo

ng

amen

to d

o e

clec

tism

o q

ue,

a p

arti

r d

e en

tão

, ter

ia q

ue

dar

res

po

sta

a n

ova

s n

eces

sid

ades

e a

spir

açõ

es. O

pro

gra

ma

fun

cio

nal

mas

tam

bém

sim

lico

, dep

end

ia d

o p

er'l

do

clie

nte

.1 A

s p

reo

cup

açõ

es h

igie

nis

tas

e re

spei

tan

tes

à sa

lub

rid

ade

das

h

abit

açõ

es s

ão m

atér

ias

par

ticu

larm

ente

deb

atid

as. A

rev

ista

A

Con

stru

cção

Mod

ern

a2 (190

0-19

19) p

ub

licar

ia u

m r

esu

mo

do

s tr

abal

ho

s d

iscu

tid

os

no

XIV

.º C

ongr

esso

inte

rnac

ion

al d

e h

ygie

ne

e de

mog

raph

ia. U

m d

os

ora

do

res,

o p

rofe

sso

r N

uss

bau

m, d

e H

ano

ver,

con

sid

erav

a es

sen

cial

pre

ver

as s

egu

inte

s d

ivis

ões

: um

a “c

asa”

par

a p

erm

anên

cia

hab

itu

al, u

ma

cozi

nh

a-sa

la d

e ja

nta

r e

um

qu

arto

de

do

rmir,

atr

ibu

ind

o-s

e a

cad

a u

ma

del

as e

ntr

e 15

a

22 m

2 de

área

ass

im c

om

o u

ma

latr

ina,

um

a va

ran

da,

alg

un

s ar

már

ios

e u

ma

des

pen

sa.3 R

elat

ivam

ente

à c

ircu

laçã

o d

o a

r, lu

z e

iso

lam

ento

, aco

nse

lhav

a o

seg

uin

te: “

A a

ltu

ra d

as c

asas

n

ão d

eve

ser m

uit

o el

evad

a pa

ra fa

cilit

ar o

aqu

ecim

ento

. (…

) As

dim

ensõ

es d

as ja

nel

las

deve

m d

ar e

nse

jo á

pen

etra

ção

do

ar e

da

luz,

mas

não

dem

asia

do g

ran

des

(aqu

ecim

ento

, res

fria

men

to).

Os

mat

eria

es d

e co

nst

rucç

ão p

ara

as p

ared

es d

a ca

sa d

evem

est

ar

gara

nti

dos

con

tra

a h

um

idad

e do

sol

o e

a ch

uva

fust

igad

a (…

). O

s so

lhos

tan

to a

quan

to p

ossí

vel d

evem

ser

imp

erm

eáve

is”.

4 Po

r 'm

, ac

on

selh

ava-

se a

exi

gir

nas

hab

itaç

ões

mu

nic

ipai

s in

stal

açõ

es

par

a ca

nal

izaç

ão d

e ág

uas

po

táve

is e

esg

oto

das

ág

uas

cas

eira

s,

sist

ema

hid

ráu

lico

par

a as

latr

inas

, co

nd

uta

s p

ara

o g

ás d

a co

zin

ha

e d

e ilu

min

ação

ou

par

a a

corr

ente

elé

ctri

ca, “

fogõ

es d

e co

mb

ust

ão

len

ta o

u fo

rnos

de

cozi

nh

a tã

o p

erfe

itam

ente

dis

pos

tos

qua

nto

p

ossi

vel,

adap

tado

s ao

com

bust

ível

bar

ato

de q

ue

se d

isp

ozer

”.5 O

cr

esci

men

to d

a h

abit

ação

co

lect

iva

con

du

ziu

à fo

rmu

laçã

o d

e re

gu

lam

enta

ção

ad

equ

ada

e ex

emp

lo d

isso

ser

ia a

Leg

isla

ção

das

C

onst

ruçõ

es, p

ub

licad

a p

ela

mes

ma

revi

sta

em 1

906.

Imp

un

ham

-se

pés

-dir

eito

s m

ínim

os:

par

a o

rés

-do

-ch

ão e

pri

mei

ro a

nd

ar,

3.25

m; p

ara

o s

egu

nd

o a

nd

ar, 3

m; p

ara

o t

erce

iro

an

dar

, 2.8

5m;

par

a o

qu

arto

e q

uin

to a

nd

ares

, 2.7

5m.6 A

s es

cad

as d

ever

iam

p

erm

itir

um

a su

bid

a p

ouco

fati

gan

te e

a s

ua

ilum

inaç

ão e

fáci

l ve

nti

laçã

o t

amb

ém d

evia

ser

aca

ute

lad

a: “A

cai

xa d

e es

cad

as

deve

ter n

o se

u e

ixo

um

esp

aço

vasi

o, p

or o

nde

des

ça a

luz

e su

ba

ar

para

sai

r pel

os v

enti

lado

res

que

deve

hav

er n

as c

lara

-boi

as”.

7 Nas

d

epen

dên

cias

, as

jan

elas

dev

iam

ser

am

pla

s, c

orr

esp

on

den

do

p

elo

men

os

a u

m d

écim

o d

a su

per

fíci

e d

a su

a ár

ea, d

even

do

ap

rese

nta

r n

o m

ínim

o 0

.28

no

cas

o d

os

qu

arto

s d

e d

orm

ir.8

Rel

ativ

amen

te a

o s

agu

ão q

ue

gar

anti

a a

ilum

inaç

ão s

ob

retu

do

d

as d

ivis

ões

de

serv

iço

, exi

gia

-se

qu

e ti

vess

e p

elo

men

os

30m

2

com

larg

ura

mín

ima

de

5m n

o c

aso

de

edif

ício

s d

e al

tura

infe

rio

r a

18m

e 4

0m2 d

e ár

ea c

om

larg

ura

mín

ima

de

5m

qu

and

o a

alt

ura

do

s ed

ifíc

ios

exce

des

se o

s 18

m.9 S

emp

re q

ue

se d

esti

nav

am a

ilu

min

ar e

ven

tila

r co

zin

has

ter

iam

pel

o m

eno

s 4m

2 , reg

ra q

ue

se a

plic

ava

igu

alm

ente

a v

estí

bu

los,

an

tecâ

mar

as

ou

esc

adas

.10 R

elat

ivam

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ao

esc

oam

ento

de

águ

as, o

s tu

bo

s d

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ued

a d

as á

gu

as p

luvi

ais

dev

eria

m s

er s

emp

re s

epar

ado

s d

os

qu

e se

des

tin

am a

os

des

pej

os

e ág

uas

su

jas.

Os

tub

os

de

qu

eda

do

s d

esp

ejo

s ca

seir

os

dev

iam

ser

de

pre

ferê

nci

a d

e g

rés

cerâ

mic

o v

idra

do

, po

r d

entr

o e

po

r fo

ra, p

od

end

o t

amb

ém s

er

de

ferr

o fu

nd

ido

, sen

do

ad

mis

síve

l o c

hu

mb

o o

u o

utr

o m

ater

ial

imp

erm

eáve

l no

cas

o d

os

qu

e es

coav

am a

s ág

uas

plu

viai

s e

do

s u

rin

óis

.11 E

xig

ia-s

e ta

mb

ém q

ue

as p

ias

foss

em c

olo

cad

as n

as

par

edes

ext

erio

res

e, s

emp

re q

ue

po

ssív

el, p

róxi

mas

de

um

a ja

nel

a, d

even

do

ser

de

gré

s ce

râm

ico

vid

rad

o o

u d

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lcár

io,

feit

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e u

ma

só p

eça

e in

teg

ran

do

no

fun

do

um

ori

fíci

o li

gad

o

ao t

ub

o d

e q

ued

a p

or

um

sif

ão.12

A h

igie

niz

ação

pro

gre

ssiv

a d

a h

abit

ação

evi

den

ciav

a-se

mai

s à

fren

te: “

Em c

ada

dom

icili

o d

eve

hav

er p

elo

men

os u

ma

latr

ina

e u

ma

pia

de

des

pej

o, in

dep

end

ente

s u

ma

da

outr

a”. 13

A la

trin

a p

od

ia s

er c

olo

cad

a em

esp

aço

co

ntí

gu

o

ao e

dif

ício

, no

lad

o d

e fo

ra d

a p

ared

e ex

teri

or,

ou

en

tão

no

in

teri

or

da

hab

itaç

ão, p

refe

ren

cial

men

te a

o fu

nd

o d

e u

m c

orr

edo

r, em

loca

l ven

tila

do

po

r ja

nel

a co

m 0

.30m

x0.5

0m n

o m

ínim

o.14

Po

r o

utr

o la

do

, par

a as

seg

ura

r o

ass

eio

das

bac

ias,

sifõ

es (q

ue

dev

iam

est

ar a

cess

ívei

s p

ara

limp

eza)

e c

anal

izaç

ões

das

latr

inas

, d

evia

hav

er n

elas

um

dep

ósi

to d

e ág

ua

com

au

tocl

ism

o o

u

apar

elh

o.15

A in

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ação

mai

s e'

caz

de

can

aliz

açõ

es e

de

esg

oto

s fa

rá c

om

qu

e as

dep

end

ênci

as h

úm

idas

se

sob

rep

on

ham

e

con

dic

ion

em a

loca

lizaç

ão d

os

rest

ante

s co

mp

arti

men

tos.

A h

abit

ação

co

lect

iva

rep

lica

alg

um

as fu

nçõ

es d

a ca

sa d

a ar

isto

crac

ia o

u d

a b

urg

ues

ia, s

end

o c

on

tud

o n

eces

sári

o p

arti

lhar

o

co

rred

or,

o v

estí

bu

lo e

a e

scad

aria

mo

nu

men

tal c

om

viz

inh

os

qu

e n

ão p

od

iam

ser

esc

olh

ido

s, o

qu

e ca

usa

va a

lgu

m in

cóm

od

o

à ép

oca

.16 P

erm

anec

e u

ma

div

isão

da

casa

em

dep

end

ênci

as

do

do

mín

io m

ascu

lino

qu

e si

mb

oliz

am m

ais

o u

niv

erso

do

tr

abal

ho

e s

oci

abili

dad

e (e

scri

tóri

o, s

ala

de

bilh

ar, s

alão

, sal

a d

e ja

nta

r) e

do

do

mín

io fe

min

ino

, ass

oci

ado

ao

pap

el m

ater

nal

, à

org

aniz

ação

do

lar,

qu

e se

re>

ecte

em

div

isõ

es m

ais

ínti

mas

(s

alet

a, c

ost

ura

, toi

lett

e). H

á q

ue

des

taca

r o

co

ntr

ibu

to d

e ar

qu

itec

tos

com

o V

entu

ra T

erra

(186

6-19

19),

Ad

ães

Ber

mu

des

(1

864-

1947

), N

ort

e Jú

nio

r (1

878-

1962

), Á

lvar

o M

ach

ado

(187

4-19

44),

No

gu

eira

nio

r (1

883-

1953

), R

aul L

ino

(187

9-19

74),

entr

e o

utr

os.

Evi

den

cia-

se a

acç

ão d

e p

ro's

sio

nai

s es

tran

gei

ros

qu

e vi

eram

en

sin

ar n

as e

sco

las

ind

ust

riai

s n

a se

qu

ênci

a d

a ab

ertu

ra d

e u

m c

on

curs

o la

nça

do

Do

uto

rad

a em

Des

ign

D

oce

nte

do

Cu

rso

de

Des

ign

d

e In

teri

ore

s e

Equ

ipam

ento

d

a ES

AR

T-IP

CB

No

ta

s

1 “O

ass

un

to e

a o

casi

ão

de

term

ina

va

m o

est

ilo”.

Rio

-Ca

rva

lho

, 19

74

, p.2

51

.

2 A

dir

ecç

ão

cnic

a d

a r

ev

ista

A C

on

stru

cçã

o M

od

ern

a e

ra f

orm

ad

a

pe

lo e

ng

en

he

iro

civ

il Jo

sé M

ari

a d

e M

ell

o d

e M

ato

s (1

85

6-

19

15

) e

pe

lo a

rqu

ite

cto

Ro

zen

do

Ca

rva

lhe

ira

(1

86

3-1

91

9).

3(2

0 J

an

eir

o 1

90

8).”

XIV

.º C

on

gre

sso

inte

rna

cio

na

l de

hyg

ien

e e

de

mo

gra

ph

ia.”

A C

on

stru

cçã

o M

od

ern

a, A

nn

o V

III (

n.º

24

7),

p.1

48

.

4 Ib

ide

m.

5 Ib

ide

m.

6 (

10

Ou

tub

ro 1

90

6).

Re

gu

lam

en

to d

e S

alu

bri

da

de

da

s e

di!

caçõ

es

urb

an

as.

A C

on

stru

cçã

o M

od

ern

a, A

nn

o V

II, (

n.º

20

1),

p.6

7.

7Ib

ide

m.

8Ib

ide

m.

9 Ib

ide

m, p

.72

.

10

(20

Ou

tub

ro 1

90

6).

“R

eg

ula

me

nto

de

Sa

lub

rid

ad

e d

as

ed

i!ca

çõe

s

urb

an

as.

” A

Co

nst

rucç

ão

Mo

der

na

, An

no

VII

(n

.º2

02

), p

.72

.

11

(1

No

vem

bro

19

06

). “

Re

gu

lam

en

to d

e S

alu

bri

da

de

da

s e

di!

caçõ

es

urb

an

as.

” A

Co

nst

rucç

ão

Mo

der

na

, An

no

VII

(n

.º2

03

), p

.82

.

12

(1

0 N

ove

mb

ro 1

90

6).

“R

eg

ula

me

nto

de

Sa

lub

rid

ad

e d

as

ed

i!ca

çõe

s u

rba

na

s”. A

Co

nst

rucç

ão

Mo

der

na

, An

no

VII

( n

.º2

04

), p

.91

.

13

Ibid

em

, p.9

0.

14

Ibid

em

.

15

Ibid

em

.

16

Ro

ux,

19

76

, p.2

33

.

Page 2: Evolução da habitação colectiva no início do séc. XX: um ... · A latrina podia ser colocada em espaço contíguo ao edifício, no lado de fora da parede exterior, ou então

pel

o G

ove

rno

. Ern

esto

Ko

rro

di (

1870

-194

4), a

rqu

itec

to s

uíç

o,

seri

a co

loca

do

em

188

9 n

a Es

cola

Ind

ust

rial

de

Bra

ga,

e e

m 1

894

na

Esco

la D

om

ing

os

Seq

uei

ra, e

m L

eiri

a, o

nd

e fo

i pro

fess

or

da

dis

cip

lina

de

Des

enh

o O

rnam

enta

l e M

od

elaç

ão.17

Est

a 'x

ação

em

Lei

ria

per

mit

iu-l

he

des

envo

lver

est

ud

os

arq

ueo

lóg

ico

s em

to

rno

do

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stei

ro d

e A

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baç

a e

das

ru

ínas

do

Cas

telo

de

Leir

ia,

acab

and

o p

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vir

a se

r re

spo

nsá

vel p

ela

reco

nst

ruçã

o d

este

ú

ltim

o.18

A s

ua

atit

ud

e é

par

ado

xalm

ente

ecl

écti

ca e

mo

der

na,

re

per

cuti

nd

o-s

e, p

or

um

lad

o, n

a re

inte

rpre

taçã

o d

e so

luçõ

es

refe

ren

ciad

as n

o p

erío

do

med

ieva

l ou

clá

ssic

o e

, po

r o

utr

o,

no

rec

urs

o a

fórm

ula

s p

rove

nie

nte

s d

os

mo

vim

ento

s A

rts

and

Cra

fts

ou

Pro

to-A

rte

No

va19

, Art

e N

ova

e S

eces

são

vie

nen

se.

À s

emel

han

ça d

e R

aúl L

ino

, fo

i in

>uen

ciad

o p

elo

s m

od

elo

s an

glo

-sax

ón

ico

s20. K

orr

od

i ass

inav

a re

vist

as in

tern

acio

nai

s co

mo

a A

cade

my

Arc

hit

ectu

re a

nd

Arc

hit

ectu

ral R

evie

w (1

895-

1914

) ou

a S

chw

eize

rish

e Ba

uze

itu

ng

(190

0-19

35),

pu

blic

ação

a

carg

o d

o In

stit

uto

Po

litéc

nic

o d

e Z

uri

qu

e, r

esp

on

sáve

is p

ela

dif

usã

o d

e p

roje

cto

s o

u a

rtig

os

de

auto

res

det

erm

inan

tes,

n

om

ead

amen

te B

ailli

e Sc

ott

(186

5-19

45).

Du

as o

bra

s d

a su

a au

tori

a re

ceb

eria

m o

Pré

mio

Val

mo

r: a

Cas

a d

e A

ntó

nio

Mac

ieir

a (A

ven

ida

Fon

tes

Pere

ira

de

Mel

o) e

m 1

910

e o

Pré

dio

de

Ren

dim

ento

da

viú

va E

stef

ânia

Mac

ieir

a (R

ua

Vir

iato

) em

191

7.21

Imag

em

1

ach

ada

do

pré

dio

da

Ru

a B

raam

cam

p. J

osé

Vic

ente

, 201

4. C

ML/

DM

C/D

PC

Imag

em

2. (

Em z

oo

m) P

orm

eno

r d

a fa

chad

a

O P

réd

io d

e r

en

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en

to d

e M

en

do

nça

& C

ost

a

O p

réd

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end

on

ça &

Co

sta,

loca

lizad

o n

a R

ua

Bra

amca

mp

e

pro

ject

ado

em

191

4 (I

mag

em 1

), ap

on

ta n

ão s

ó a

ad

esão

a

mo

vim

ento

s in

tern

acio

nai

s m

as u

m n

ível

de

pre

ocu

paç

ões

mai

s ab

ran

gen

tes.

Na

fach

ada

ob

serv

a-se

um

a si

stem

atiz

ação

das

ca

nta

rias

e r

esp

ecti

vos

orn

amen

tos

(Im

agem

2),

cert

amen

te

exec

uta

do

s n

a o

'cin

a d

e ca

nta

ria

de

Ko

rro

di,

loca

lizad

a ju

nto

à

sua

casa

, Vill

a H

ort

ênci

a.22

O á

trio

su

bd

ivid

e-s

e em

du

as

zon

as: a

de

cheg

ada

e a

de

aces

so a

o e

leva

do

r (I

mag

em 3

). G

ran

des

pla

cas

de

lioz

cob

rem

as

par

edes

, rem

atad

as p

or

um

fr

iso

su

per

ior

e p

or

um

ro

dap

é em

már

mo

re n

egro

, mat

eria

l es

colh

ido

par

a o

pav

imen

to o

nd

e su

rge

alte

rnad

o c

om

a

ton

alid

ade

rosa

. A e

ster

eoto

mia

do

s p

avim

ento

s fo

i dev

idam

ente

es

tud

ada,

evi

tan

do

-se

cort

es, e

um

a m

old

ura

de

már

mo

re n

egro

ci

rcu

nsc

reve

o p

avim

ento

em

cau

sa, a

o m

esm

o t

emp

o q

ue

assi

nal

a a

div

isão

en

tre

as d

uas

áre

as r

efer

idas

. O c

on

tras

te c

laro

-es

curo

pro

voca

do

pel

o c

on

jun

to p

avim

ento

-lam

bri

l é d

ram

atiz

ado

p

ela

serr

alh

aria

Art

e N

ova

da

po

rta

de

entr

ada

(Im

agem

4).

O t

ecto

est

uca

do

e p

inta

do

de

bra

nco

, ap

rese

nta

um

a su

cess

ão

de

mo

ldu

ras

exec

uta

das

em

est

uq

ue,

des

taca

nd

o-s

e d

uas

d

elas

: um

a co

mp

ost

a p

or

azei

ton

as e

folh

as d

e o

livei

ra23

, ou

tra

de

des

enh

o c

láss

ico

, fo

rmad

a p

or

óvu

los

e d

ard

os

(Im

agen

s 5

e 5A

). O

ele

vad

or

de

ori

gem

, da

mar

ca W

aygo

od

& O

ttis

(I

mag

em 6

), in

teg

rava

pai

néi

s al

mo

fad

ado

s e

um

esp

elh

o.

A c

ob

ertu

ra a

bo

bad

ada

per

mit

ia a

ilu

min

ação

nat

ura

l, co

mp

lem

enta

da

pel

a lu

z em

itid

a p

or

um

can

dee

iro

de

ferr

o

fun

did

o c

om

lipa

de

pas

ta d

e cr

ista

l (Im

agen

s 7

e 7A

). O

ar

mai

s p

uro

ass

oci

ado

a u

ma

mai

or

alti

tud

e, a

luz

e in

sola

ção

o e

xalt

ado

s p

elo

s tr

abal

ho

s so

bre

hig

ien

e e,

po

r su

a ve

z, o

as

cen

sor

vem

elim

inar

a fa

stid

iosa

su

bid

a p

elas

esc

adas

e h

abit

ar

um

an

dar

ele

vad

o n

ão é

mai

s d

esva

lori

zad

o s

oci

alm

ente

.24

Ram

alh

o O

rtig

ão a

nte

cip

ara

ou

tras

co

nse

qu

ênci

as d

eco

rren

tes

da

intr

od

uçã

o d

o e

leva

do

r: “

Pela

ad

opçã

o d

os a

scen

sore

s,

susc

eptí

veis

dos

mai

s lu

xuos

os d

esen

volv

imen

tos

de

apar

ato,

de

con

fort

o e

d’ a

rte,

a a

nti

ga e

scad

aria

sol

emn

e, fo

rços

amen

te d

e m

uit

os d

egra

us

por

ter d

e ga

lgar

os

mez

zan

inos

e d

ar a

cess

o d

o p

ortã

o ao

an

dar

nob

re, p

erd

erá

dia

a d

ia to

da

a su

a co

nsa

grad

a im

por

tân

cia.

(…) C

omo

mot

ivo

de

pom

pa

dec

orat

iva

a es

cad

aria

, ru

dim

enta

risa

da

pel

o as

cen

sor,

ced

erá

o se

u lo

gar a

o h

all”

.25

Imag

em

3

Vis

ta d

o e

leva

do

r e

arra

nq

ue

da

esca

dar

ia. N

o la

do

dir

eito

: co

rred

or

qu

e co

nd

uz

à es

cad

aria

de

serv

iço

. Jo

sé V

icen

te, 2

014.

CM

L/D

MC

/DP

C.

Imag

em

4

Port

a d

e en

trad

a.

José

Vic

ente

, 201

4. C

ML/

DM

C/D

PC

.

Imag

em

5

Porm

eno

r d

o t

ecto

. Jo

sé V

icen

te,

2014

. CM

L/D

MC

/DP

C.

Imag

em

5 A

Ram

os

de

oliv

eira

sim

ilare

s .

Han

db

oo

k o

f Orn

amen

t. [1

896]

Lo

nd

on

: Om

ega

Bo

oks

, 198

7, p

.45

187

186

Notas

17

Em

19

05

, Ko

rro

di f

oi n

om

ea

do

dir

ect

or

inte

rin

o d

a E

sco

la

Do

min

go

s S

eq

ue

ira

e, e

m 1

90

6, a

ssu

miu

a d

ire

cçã

o e

fect

iva

da

esc

ola

, ca

rgo

qu

e e

xerc

eri

a a

té 1

91

7. O

live

ira

, 2

00

5, p

.50

.

18

Em

18

98

, pu

blic

ou

a o

bra

Est

ud

os

de

Rec

on

stru

cçã

o s

ob

re o

Ca

stel

lo d

e Le

iria

: Rec

on

stit

uiç

ão

gra

ph

ica

de

um

no

táve

l exe

mp

lo

de

con

stru

cçã

o c

ivil

e m

ilita

r p

ort

ug

ues

a (Z

uri

qu

e: I

nst

itu

to

Po

lyg

rap

hic

o, 1

89

8),

gra

ças

ao

s q

ua

is lh

e s

eri

a a

trib

uíd

o,

sob

a p

rop

ost

a d

o M

inis

tro

e S

ecr

etá

rio

de

Est

ad

o d

as

Ob

ras

blic

as,

Co

rcio

e In

stri

a, o

tít

ulo

de

“Co

me

nd

ad

or

da

Re

al O

rde

m d

o M

éri

to c

ivil

”. O

live

ira

, 2

00

5, p

.57

.

19

Ma

dse

n d

efe

nd

e q

ue

a A

rte

No

va

ap

are

ceu

em

Ing

late

rra

e

atr

ibu

í-lh

e a

de

sig

na

ção

de

Pro

to-A

rt N

ou

vea

u. M

ad

sen

, 19

67

, p.1

4.

20

Ra

ul L

ino

e E

rne

sto

Ko

rro

di c

ruza

m-s

e e

m 1

92

6 n

o d

ia e

m

qu

e s

er-

lhe

s-ia

atr

ibu

ído

o t

ítu

lo d

e a

rqu

ite

cto

, na

se

qu

ên

cia

da

saíd

a d

e u

m d

ecr

eto

de

lei (

19

25

) q

ue

de

term

ina

va

qu

e n

ing

m

po

dia

usa

r a

de

sig

na

ção

de

arq

uit

ect

o s

em

te

r o

dip

lom

a o

%ci

al

de

um

a d

as

Esc

ola

s d

e B

ela

s-A

rte

s d

o p

aís

. E s

erá

Ra

ul L

ino

,

com

o p

resi

de

nte

da

Aca

de

mia

da

s B

ela

s-A

rte

s q

ue

ela

bo

rará

o

dis

curs

o p

óst

um

o q

ua

nd

o K

orr

od

i mo

rre

, pu

blic

ad

o n

a R

evis

ta

e B

ole

tim

da

Aca

dem

ia N

aci

on

al d

e B

ela

s-A

rtes

. N.º

13

(1

94

4).

21

De

sta

cam

-se

ou

tra

s e

nco

me

nd

as

pa

ra a

cid

ad

e d

e

Lis

bo

a, d

esi

gn

ad

am

en

te o

s p

réd

ios

de

re

nd

ime

nto

de

Joã

o L

ea

l & Ir

os

qu

e o

cup

am

um

a f

ren

te e

ga

ve

to

form

ad

o p

ela

ru

a S

ara

iva

de

Ca

rva

lho

e R

ua

Fe

rre

ira

Bo

rge

s e

qu

e s

eri

am

pro

ject

ad

os

en

tre

19

02

e 1

90

8.

Notas

22

Ofe

reci

a c

an

tari

as

de

ca

lcá

rio

e li

oz

da

reg

ião

de

Le

iria

. Oli

ve

ira

, 20

05

, p.5

0.

23

Mo

tiv

o a

qu

e K

orr

od

i re

corr

eu

no

pro

ject

o d

a C

asa

de

Do

min

go

s G

uie

iro

(Fa

ro, 1

91

2).

A o

liv

eir

a e

ra s

ag

rad

a

em

Ate

na

s e

os

ram

os

de

oli

ve

ira

era

m o

s p

rém

ios

de

vit

óri

a n

os

jog

os

olí

mp

ico

s. O

ra

mo

de

oli

ve

ira

sim

bo

liza

a p

az.

Ch

ev

ali

er;

Ch

ee

rbra

nt,

19

94

, p.4

86

.

24

Ele

b &

De

ba

rre

,19

95

, p.4

04

.

25

Ort

igã

o, J

an

eir

o1

90

8, p

.1.

Page 3: Evolução da habitação colectiva no início do séc. XX: um ... · A latrina podia ser colocada em espaço contíguo ao edifício, no lado de fora da parede exterior, ou então

189

188

O n

ovo

asc

enso

r o

cup

a o

mes

mo

loca

l, em

bo

ra t

enh

a si

do

pre

serv

ada

a b

alau

stra

da

de

mad

eira

e o

rtic

o d

e en

trad

a, q

ue

apre

sen

ta o

mb

reir

as e

stri

adas

, ass

im c

om

o u

m

fro

ntã

o in

terr

om

pid

o, l

adea

do

po

r p

inác

ulo

s (I

mag

em 8

). O

ar

ejam

ento

e il

um

inaç

ão d

a es

cad

aria

pri

nci

pal

e d

a ca

ixa

de

esca

das

de

serv

iço

são

gar

anti

do

s p

or

jan

elõ

es c

om

ver

ga

rect

ilín

ea o

u e

m a

rco

ab

atid

o c

om

vid

ros

colo

rid

os

(Im

agem

9)

. A v

enti

laçã

o e

ra u

ma

com

po

nen

te fu

nd

amen

tal,

se

pen

sarm

os

na

pro

fun

did

ade

qu

e lo

tes

com

o e

ste

atin

gia

m.

Imag

em

6

Vis

ta d

a ca

mp

ânu

la e

nvi

dra

çad

a. J

osé

Vic

ente

, 201

4 C

ML/

DM

C/D

PC

.Im

age

m 7

Porm

eno

r d

a ca

mp

ânu

la e

nvi

dra

çad

a. J

osé

Vic

ente

, 201

4. C

ML/

DM

C/D

PC

.Im

age

m 8

Elev

ado

r at

ual

. Jo

sé V

icen

te, 2

014.

CM

L/D

MC

/DP

C.

Imag

em

9

Jan

ela

de

ven

tila

ção

da

esca

da.

Jo

sé V

icen

te, 2

014.

CM

L/D

MC

/DP

C.

Imag

em

6A

An

un

cio

da

R.W

ayg

oo

d &

Co

. Qu

e m

ais

tard

e se

jun

tari

a à

Oti

s,

nas

cen

do

a W

ayg

oo

d &

Oti

l, Lt

d. (

Jan

uar

y-Ju

ne1

901)

.A

cad

emy

Arc

hit

ectu

re a

nd

Arc

hit

ectu

ral R

evie

w, V

ol.1

9.

O p

rog

ram

a d

om

ést

ico

: org

an

iza

ção

esp

aci

al,

solu

çõe

s fu

nci

on

ais

e d

eco

rati

va

s

A o

rgan

izaç

ão d

as c

asas

re>

ecte

um

pro

gra

ma

do

més

tico

co

mp

leto

mas

co

mp

acta

do

. Dep

arám

o-n

os

com

um

a ve

rsão

in

terc

alar

de

pla

nta

do

pis

o t

érre

o (I

mag

em 1

0), o

nd

e o

ap

arta

men

to m

aio

r ap

rese

nta

va u

m p

equ

eno

hal

l de

form

a q

uas

e h

exag

on

al a

par

tir

do

qu

al s

e ac

edia

à s

ala,

a u

ma

ante

câm

ara

qu

e d

á ac

esso

ao

WC

e b

anh

o, s

ob

a fo

rma

ain

da

de

com

par

tim

ento

s se

par

ado

s, e

ao

toile

tte.

26 O

ace

sso

a u

m

qu

arto

e à

co

zin

ha

imp

licav

a o

atr

aves

sam

ento

da

casa

de

jan

tar.

Ou

tra

vers

ão d

e p

lan

ta, d

atad

a d

e 19

14, e

spel

ha

um

a n

ova

org

aniz

ação

fun

cio

nal

, em

qu

e a

pró

pri

a es

cad

a d

e se

rviç

o

é tr

ansf

erid

a p

ara

o n

úcl

eo c

entr

al d

o p

réd

io e

ilu

min

ada

pel

o

sag

uão

igu

alm

ente

cen

tral

izad

o q

ue,

à s

emel

han

ça d

o la

tera

l, co

rres

po

nd

e já

a u

ma

vers

ão p

róxi

ma

à 'n

al (I

mag

em 1

1). O

q

uar

to p

rin

cip

al p

assa

a in

teg

rar

a fr

on

tari

a d

a ca

sa, s

ub

sist

ind

o

um

a an

tecâ

mar

a d

e ac

esso

a e

ste

e ao

toile

tte.

O c

orr

edo

r p

revi

sto

su

bsi

stir

á n

a ve

rsão

'n

al. B

anh

o e

WC

co

nti

nu

am a

es

tar

sep

arad

os

do

co

rred

or

po

r m

eio

de

um

a an

tecâ

mar

a.

A d

esp

ensa

ocu

pa

já a

su

a lo

caliz

ação

de'

nit

iva

e u

ma

cop

a co

nst

itu

ía-s

e co

mo

zo

na

de

tran

siçã

o e

ntr

e co

zin

ha

e sa

la d

e ja

nta

r. A

loca

lizaç

ão d

e am

bas

ser

ia in

vert

ida

nas

tel

as '

nai

s. O

q

uar

to p

rin

cip

al e

a s

ala

de

jan

tar

surg

em il

um

inad

as p

or

um

a b

ay

win

dow

, so

luçã

o in

gle

sa fr

equ

ente

men

te a

do

pta

da

pel

o a

uto

r. N

o p

roje

cto

'n

al a

ssis

tim

os

a u

ma

sim

etri

a fu

nci

on

al e

ntr

e o

s d

ois

fog

os

(Im

agem

12)

. As

du

as c

asas

qu

e vi

sitá

mo

s p

erte

nce

m

à m

esm

a al

a.27

O h

all,

de

peq

uen

a d

imen

são

, ch

anfr

ado

na

zon

a d

a en

trad

a, c

on

du

z às

dep

end

ênci

as d

e re

cep

ção

, ao

qu

arto

d

os

do

no

s d

a ca

sa, t

od

as e

las

inte

rco

mu

nic

ante

s, c

on

'nan

tes

com

a fa

chad

a p

rin

cip

al e

ori

enta

das

a n

asce

nte

, e a

o to

ilett

e d

o d

on

o d

a ca

sa q

ue

fun

cio

na

com

o a

nte

câm

ara

do

qu

arto

p

rin

cip

al, i

lum

inad

o p

elo

sag

uão

late

ral.

A z

on

a d

e ci

rcu

laçã

o

con

sist

e em

do

is c

orr

edo

res

qu

e fo

rmam

um

“T”.

O h

all d

a ca

sa a

pre

sen

ta t

rata

men

to d

eco

rati

vo a

o n

ível

do

tec

to q

ue

inte

gra

um

co

nju

nto

de

qu

atro

fris

os

qu

e fo

rmam

sin

gel

as

mo

ldu

ras,

atr

aves

sad

os

po

r lin

has

tra

nsv

ersa

is e

co

m r

emat

es

esfé

rico

s, a

ssim

co

mo

um

mo

tivo

cir

cula

r q

ue

reap

arec

erá

em o

utr

os

tect

os.

O s

olh

o d

e es

pin

had

o p

erm

itir

á u

ma

dis

tin

ção

em

rel

ação

às

ou

tras

dep

end

ênci

as, o

nd

e o

so

alh

o

tam

bém

à in

gle

sa s

e d

isp

õe

sem

pre

na

mes

ma

dir

ecçã

o.

Um

a sa

la s

ob

rep

õe

-se

ao v

estí

bu

lo d

o p

réd

io.

Ind

epen

den

tem

ente

do

an

dar

em

cau

sa, e

sta

sala

su

rge

sem

pre

co

mp

lem

enta

da

po

r u

ma

vara

nd

a, m

ais

amp

la n

o ú

ltim

o a

nd

ar,

veri

'can

do

-se

mu

taçõ

es a

o n

ível

da

cara

cter

izaç

ão d

o

Imag

em

10

Pla

nta

do

Rés

-do

-ch

ão, c

orr

esp

on

den

te a

um

a fa

se d

e es

tud

o. S

.d. A

DLR

A-P

SS-E

KO

-C

-A-0

06-0

26-0

01-0

0005

_000

2. F

un

do

Ern

esto

Ko

rro

di,

Arq

uiv

o D

istr

ital

de

Leir

ia.

Imag

em

11

Pla

nta

par

a d

uas

mo

rad

as e

m c

ada

pav

imen

to. 1

914.

AD

LRA

-PSS

-EK

O-

C-A

-006

-026

-001

-000

05_0

005.

Fu

nd

o E

rnes

to K

orr

od

i, A

rqu

ivo

Dis

trit

al d

e Le

iria

.Im

age

m 1

2

Pla

nta

do

3.º

pav

imen

to. S

.d. A

DLR

A-P

SS-E

KO

-C-A

-006

-026

-001

-000

05_0

010.

Fu

nd

o E

rnes

to K

orr

od

i, A

rqu

ivo

Dis

trit

al d

e Le

iria

.

Notas

26

Pla

nta

do

s-d

o-c

o, c

orr

esp

on

de

nte

a u

ma

fase

de

est

ud

o. S

.d. A

rqu

ivo

Dis

trit

al d

e L

eir

ia.

27

O t

rab

alh

o d

e c

am

po

fo

i po

ssív

el

gra

ças

à d

isp

on

ibil

ida

de

da

Dr.

ª R

aq

ue

l Co

sta

(Ad

min

istr

açã

o d

o c

on

do

mín

io d

o P

réd

io

da

Ru

a B

raa

mca

mp

) e

do

s m

ora

do

res.

Page 4: Evolução da habitação colectiva no início do séc. XX: um ... · A latrina podia ser colocada em espaço contíguo ao edifício, no lado de fora da parede exterior, ou então

190

tect

o e

stu

cad

o. N

o c

aso

ap

rese

nta

do

, est

e ce

ntr

a-se

em

mo

tivo

s d

isp

ost

os

de

mo

do

org

ânic

o, e

mb

ora

sem

pre

su

bm

etid

os

a su

per

fíci

es p

on

tuai

s as

soci

adas

a r

emat

es. A

o n

ível

do

fris

o d

e m

aio

r es

pes

sura

, os

gir

assó

is e

as

rosa

s si

lves

tres

são

tem

as q

ue

Ko

rro

di v

olt

a a

exp

lora

r, se

mp

re e

nvo

lto

s em

folh

agen

s e

cau

les

on

du

lan

tes.

O fr

iso

mai

s in

teri

or

apre

sen

ta a

can

tos

qu

e se

en

rola

m

em t

orn

o d

este

co

mo

se

foss

e u

ma

cord

a. O

eix

o lo

ng

itu

din

al

do

tec

to é

rem

atad

o p

or

form

as c

ircu

lare

s cu

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torn

o s

e en

trel

aça,

inte

rlig

and

o-s

e co

m o

fris

o li

so m

ais

inte

rio

r. O

eix

o

tran

sver

sal é

rem

atad

o p

or

losa

ng

os

de

con

torn

os

arq

uea

do

s cu

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cen

tro

ap

rese

nta

um

a m

arg

arid

a es

tiliz

ada.

O c

entr

o d

o t

ecto

é

con

stit

uíd

o p

or

um

a co

mp

osi

ção

de

acan

tos

e >o

res

vist

as d

e p

er'l

, eve

ntu

alm

ente

mar

gar

idas

. To

do

o t

rab

alh

o d

e b

oise

rie

con

sist

e em

mo

ldu

ras

rect

ang

ula

res,

tra

bal

ho

co

mp

lem

enta

do

p

or

um

ro

dap

é al

to q

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se r

epet

irá

nas

div

isõ

es s

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inte

s.O

esc

ritó

rio

ap

rese

nta

um

tec

to c

om

mo

tivo

s 't

om

ór'

cos

(Im

agen

s 13

, 14

e 14

A).

A c

om

po

siçã

o é

des

envo

lvid

a a

par

tir

de

do

is e

ixo

s q

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idem

est

e p

lan

o e

m p

arte

s ig

uai

s e

qu

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nta

m c

írcu

los

no

s se

us

rem

ates

e n

o c

entr

o d

o t

ecto

. D

esco

rtin

am-s

e n

a su

a co

mp

osi

ção

pri

ncí

pio

s as

soci

ado

s à

Art

e N

ova

. Ram

os

de

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s si

lves

tres

(tem

a am

pla

men

te e

xplo

rad

o p

or

Ko

rro

di),

sim

etri

cam

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po

sici

on

ado

s, t

ran

scen

dem

os

limit

es

do

du

plo

tra

çad

o c

ircu

lar

mas

a r

egu

lari

dad

e d

esta

co

mp

osi

ção

é

abal

ada

pel

a as

sim

etri

a d

os

cau

les

qu

e se

en

trel

açam

de

mo

do

o

rgân

ico

e s

e d

ob

ram

par

a p

assa

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ebai

xo d

a m

old

ura

cir

cula

r e

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gir

no

vam

ente

so

b a

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a d

e u

m p

equ

eno

bo

tão

esf

éric

o.

O fr

iso

mai

s la

rgo

qu

e p

erco

rre

tod

o o

tec

to é

co

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ost

o d

e ro

sas

silv

estr

es e

mal

meq

uer

es d

isp

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os

de

mo

do

nat

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l e p

rofu

so,

faze

nd

o le

mb

rar

os

tect

os

neo

-geo

rgia

no

s. A

s p

ared

es in

teg

ram

m

old

ura

s em

mad

eira

pin

tad

a d

e m

ar'm

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anto

s se

mi-

circ

ula

res.

D

uas

po

rtas

du

pla

s e

alm

ofa

dad

as d

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ação

à s

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ante

rio

r e

ao q

uar

to d

os

do

no

s, e

m m

adei

ra p

inta

da

de

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'm,

apre

sen

tam

um

a b

and

eira

. O e

scri

tóri

o é

ilu

min

ado

po

r u

m v

ão

gem

inad

o e

, nes

te s

enti

do

, co

nst

atam

os

qu

e ca

da

dep

end

ênci

a er

a ilu

min

ada

de

mo

do

dife

ren

ciad

o e

qu

e o

des

enh

o d

os

vão

s so

fria

var

iaçõ

es n

os

do

is ú

ltim

os

pis

os,

pas

san

do

a s

er

com

ple

men

tad

os

po

r u

ma

vara

nd

a o

u p

or

um

a g

aler

ia m

ais

exte

nsa

, co

mu

m à

sal

a. O

qu

arto

do

s d

on

os

é ilu

min

ado

, no

ca

so d

o s

egu

nd

o e

últ

imo

pis

os,

po

r u

m v

ão d

e sa

cad

a si

mp

les

e p

or

ou

tro

tam

bém

de

saca

da,

po

rém

em

old

ura

do

po

r u

m a

rco

ab

atid

o '

liad

o n

a es

téti

ca A

rt N

ouve

au (I

mag

ens

15 e

15

A).

Imag

em

13

Escr

itó

rio

, po

rmen

or

do

tet

o d

o e

scri

tóri

o. J

osé

Vic

ente

, 201

4. C

ML/

DM

C/D

PC

.Im

age

m 1

4

Tect

o d

o e

scri

tóri

o s

imila

r a

estu

qu

es p

rese

nte

s em

pro

ject

os

ing

lese

s. J

osé

Vic

ente

, 201

4. C

ML/

DM

C/D

PC

.Im

age

m 1

4 A

Sala

de

reu

niõ

es n

a Th

ames

Ho

use

, Sta

nle

y H

amp

. (Ju

ly-D

ecem

ber

191

3).

Aca

dem

y A

rch

itec

ture

an

d A

rch

itec

tura

l Rev

iew

, Vo

l.44,

p.6

8.

191

Imag

em

15

Qu

arto

do

s d

on

os

(nes

te c

aso

, co

nve

rtid

o e

m e

scri

tóri

o) .

Jo

sé V

icen

te, 2

014.

CM

L/D

MC

/DP

C.

Imag

em

15

A

Qu

arto

do

s d

on

os.

Jo

sé V

icen

te, 2

014.

CM

L/D

MC

/DP

C.

Page 5: Evolução da habitação colectiva no início do séc. XX: um ... · A latrina podia ser colocada em espaço contíguo ao edifício, no lado de fora da parede exterior, ou então

Imag

em

18

Sala

de

jan

tar.

José

Vic

ente

, 20

14. C

ML/

DM

C/D

PC

.

Imag

em

19

A

Porm

eno

r d

o t

rab

alh

o d

e b

ois

erie

ao

nív

el d

as p

ared

es.

José

Vic

ente

, 201

4. C

ML/

DM

C/D

PC

.19

2

Imag

em

19

Sala

de

jan

tar.

Ch

arle

s P

lum

et e

t To

ny

Selm

ersh

eim

. (J

anvi

er-J

uin

190

0). A

rt e

t D

éco

rati

on

, T. V

II, p

.20.

O c

orr

edo

r m

ais

lon

go

per

mit

e ac

eder

ao

s q

uar

tos

ilum

inad

os

pel

o s

agu

ão c

entr

al, à

cas

a d

e b

anh

o e

ao

toile

tte

da

do

na

da

casa

. To

ilett

es, d

ifere

nci

ado

s se

gu

nd

o o

gén

ero

, e q

uar

tos

inte

rlig

am-

se a

trav

és d

e p

ort

as s

imp

les

com

ban

dei

ra e

alm

ofa

dad

as.

O W

C c

om

un

ica

com

am

bas

. O c

orr

edo

r (I

mag

ens

16 e

17)

q

ue

per

mit

e o

ace

sso

a t

od

as e

stas

dep

end

ênci

as d

e ca

ráct

er

pri

vad

o, é

ilu

min

ado

pel

o s

agu

ão c

entr

al e

co

nd

uz

ao c

orr

edo

r tr

ansv

ersa

l qu

e d

á ac

esso

à c

asa

de

cost

ura

, à s

ala

de

jan

tar,

à co

zin

ha

e à

“dis

pen

sa”.

A p

equ

ena

div

isão

qu

e em

pla

nta

an

tece

dia

a c

ost

ura

ser

ia a

bo

lida,

per

mit

ind

o a

co

nst

ruçã

o

de

um

a sa

leta

mai

or

em c

om

un

icaç

ão c

om

a s

ala

de

jan

tar.

À s

emel

han

ça d

o q

ue

veri

'cám

os

em o

utr

os

pro

ject

os

de

Ko

rro

di,

a sa

la d

e ja

nta

r (I

mag

em 1

8) s

erá

um

a d

as d

epen

dên

cias

m

ais

apro

fun

dad

as. A

gra

nd

e ja

nel

a d

e sa

cad

a p

inta

da

de

bra

nco

, ap

rese

nta

um

du

plo

arc

o d

e vo

lta

per

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a e

um

jog

o

de

vid

rin

ho

s d

e fo

rmas

hex

ago

nai

s em

azu

l e a

mar

elo

ou

o

cto

go

nai

s em

vid

ro s

imp

les,

sim

ilare

s ao

s d

a p

ort

a d

o to

ilett

e d

o d

on

o, q

ue

'ltr

am a

luz

de

Poen

te, i

dea

l par

a a

ho

ra d

e ja

nta

r.28 U

ma

rela

ção

de

inti

mid

ade

com

a p

aisa

gem

era

vis

ível

n

os

inte

rio

res

ing

lese

s re

pre

sen

tati

vos

do

Dom

esti

c Re

viva

l, m

as

com

a A

rte

No

va o

s vã

os

lon

git

ud

inai

s, a

os

qu

ais

se a

sso

ciav

am

asse

nto

s 'x

os,

são

su

bst

itu

ído

s p

or

envi

dra

çad

os

mai

s va

sto

s,

em a

rco

ab

atid

o e

mu

nid

os

de

vitr

ais:

“Jan

elas

orn

adas

de

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ais

colo

rido

s, a

pres

enta

m n

o se

u c

entr

o se

ja o

sím

bol

o d

a ca

sa, s

ejam

os

retr

atos

his

tóri

cos

ou a

s pa

isag

ens,

pás

saro

s e

/ore

s, v

endo

-se

mes

mo

arm

ário

s, s

empr

e qu

e os

pos

sa s

up

orta

r, pr

odu

zin

do b

om e

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o; u

m c

orti

nad

o re

laci

onad

o co

m o

est

ilo

adop

tado

, art

isti

cam

ente

dis

pos

to, c

ompl

eta

a or

nam

enta

ção

da ja

nel

a”.2

9 O

lam

bri

l é s

ub

stit

uíd

o p

or

um

ro

dap

é e

um

a co

rnija

ass

ente

em

cac

ho

rro

s q

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serv

iria

de

sup

ort

e p

ara

a ex

po

siçã

o d

e p

orc

elan

as o

u p

equ

eno

s o

bje

cto

s d

eco

rati

vos,

tr

adiç

ão s

ob

retu

do

ob

serv

ável

a p

arti

r d

o R

enas

cim

ento

e

qu

e é

rein

terp

reta

da

na

Art

e N

ova

(Im

agen

s 19

e 1

9 A

).

193

Imag

em

16

Vis

ta d

a p

rin

cip

al a

rtér

ia d

e d

istr

ibu

ição

da

casa

. Sa

la d

e ja

nta

r ao

fun

do

. Jo

sé V

icen

te, 2

014.

CM

L/D

MC

/DP

C.

Imag

em

17

Porm

eno

r d

o r

eves

tim

ento

dec

ora

tivo

do

co

rred

or.

José

Vic

ente

, 201

4. C

ML/

DM

C/D

PC

.

Notas

28

No

se

gu

nd

o p

iso

, um

pa

ssa

diç

o e

sta

be

lece

a li

ga

ção

en

tre

a v

ara

nd

a p

ost

eri

or

e o

jard

im

loca

liza

do

na

s tr

ase

ira

s d

o p

réd

io.

29

«D

es

fen

êtr

es

orn

ée

s d

e v

itra

ux

de

co

ule

ur,

po

rta

nt

à le

ur

cen

tre

so

it le

ch

i�re

de

la m

ais

on

,

soit

de

s p

ort

rait

s h

isto

riq

ue

s o

u d

es

pa

ysa

ge

s, d

es

ois

ea

ux

et

de

s �

eu

rs, v

oir

e m

êm

e d

es

arm

oir

ies,

qu

an

d o

n e

st e

n d

roit

d’e

n p

ort

er,

pro

du

ise

nt

bo

n

e�

et;

un

e t

en

ture

en

ra

pp

ort

ave

c le

sty

le a

do

pté

,

art

iste

me

nt

jeté

e, c

om

plè

te l’

orn

em

en

tati

on

de

la f

en

êtr

e. »

Ris

-Pa

qu

ot,

18

94

, p.1

97

.

Page 6: Evolução da habitação colectiva no início do séc. XX: um ... · A latrina podia ser colocada em espaço contíguo ao edifício, no lado de fora da parede exterior, ou então

A e

sco

lha

do

mo

bili

ário

dec

orr

ia e

ssen

cial

men

te d

a vo

nta

de

do

cl

ien

te, e

o fa

cto

des

tas

peç

as t

erem

per

sist

ido

até

à a

ctu

alid

ade

aju

da-

no

s a

com

pre

end

er c

om

o e

sta

dep

end

ênci

a er

a vi

ven

ciad

a à

épo

ca.30

Um

bu

fete

(Im

agem

20)

co

m e

lem

ento

s A

rte

No

va:

con

torn

os

curv

ilín

eos

das

gav

etas

, ap

on

tam

ento

s 't

om

ór'

cos

qu

e m

arca

m a

s p

ort

adas

do

co

rpo

infe

rio

r, p

és d

e re

cort

e o

nd

ula

nte

, ar

cos

abat

ido

s q

ue

rem

atam

o c

orp

o s

up

erio

r e

qu

e ap

rese

nta

m

on

dea

do

s va

zad

os,

lin

has

en

trel

açad

as q

ue

con

stit

uem

a

bas

e d

os

bal

aúst

res.

Est

es ú

ltim

os

mo

tivo

s in

teg

ram

a p

arte

in

feri

or

do

esp

ald

ar d

as c

adei

ras

qu

e fa

zem

lem

bra

r m

od

elo

s h

ola

nd

eses

bar

roco

s p

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s se

us

sup

ort

es d

ian

teir

os

form

ado

s p

ela

just

apo

siçã

o d

e b

alaú

stre

s, d

isco

s e

cub

os,

pel

a p

reg

aria

m

etál

ica

do

s es

tofo

s em

vel

ud

o, p

elo

s re

mat

es e

nta

lhad

os

(>o

res

e ca

ule

s, n

ão m

ais

mas

carõ

es) d

os

mo

nta

nte

s d

o e

nco

sto

. A

dja

cen

te à

sal

a d

e ja

nta

r si

tua-

se a

co

zin

ha,

qu

e ta

mb

ém

com

un

ica

com

a v

aran

da

po

ster

ior

(Im

agem

21)

. So

b a

ch

amin

é em

lio

z su

rge

inte

gra

da

um

a b

anca

da

no

mes

mo

m

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ue

con

tém

um

du

plo

lava

-lo

iça,

e u

ma

ban

cad

a m

ais

bai

xa q

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fun

cio

na

com

o e

sco

rred

or.

A p

ia d

e d

esp

ejo

s lo

caliz

a-se

em

co

mp

arti

men

to a

cess

ível

atr

avés

da

vara

nd

a,

em c

on

form

idad

e co

m a

leg

isla

ção

. O p

avim

ento

, pro

du

zid

o

pel

a Fá

bri

ca d

e Lo

uça

de

Saca

vém

, é c

on

stit

uíd

o p

or

mo

saic

o

hid

ráu

lico

ver

mel

ho

e b

ran

co, d

e fo

rmat

o h

exag

on

al31

, qu

e co

ntr

asta

co

m o

mo

vim

ento

on

du

lan

te d

os

bo

tões

de

rosa

e

vag

ens

do

fris

o d

o s

ilhar

, em

faia

nça

azu

l e b

ran

ca.

Co

ncl

usã

o

A o

rgan

izaç

ão e

spac

ial e

spel

ha

um

esb

atim

ento

gra

du

al d

a d

ivis

ão e

ntr

e es

fera

blic

a e

pri

vad

a. P

oré

m, m

antê

m-s

e as

d

epen

dên

cias

lig

adas

ao

gén

ero

mas

culin

o o

u fe

min

ino

. Não

h

á m

ais

um

lug

ar p

riva

do

de

soci

abili

dad

e, c

om

o e

ra o

bou

doir

, e

a sa

la d

e ja

nta

r ap

roxi

ma-

se d

a co

zin

ha,

ten

do

sid

o b

anid

a a

cop

a. O

s co

rred

ore

s n

ão s

ão m

ais

iso

lad

os

po

r p

ort

as, o

qu

e fa

z co

m q

ue

pes

soal

do

més

tico

e fa

míli

a se

cru

zem

em

bo

ra

per

sist

a a

po

rta

de

serv

iço

. O p

róp

rio

qu

arto

da

cria

da

enco

ntr

a-se

lig

ado

ao

co

rred

or

pri

nci

pal

. Est

amo

s p

eran

te e

spaç

os

inte

rio

res

mai

s p

rag

mát

ico

s o

nd

e o

tra

tam

ento

dec

ora

tivo

co

nti

nu

a a

con

trib

uir

par

a a

iden

tid

ade

de

cad

a d

epen

dên

cia.

O

s p

roje

cto

s d

e Er

nes

to K

orr

od

i rev

elar

iam

um

a ap

licaç

ão

prá

tica

de

con

ceit

os

e p

ress

up

ost

os

esp

acia

is, c

orr

esp

on

den

te

em a

lgu

ns

caso

s a

ante

cip

açõ

es d

a m

od

ern

idad

e, n

a m

edid

a em

qu

e ac

om

pan

hav

am o

co

nte

xto

inte

rnac

ion

al.

194

Imag

em

20

Cad

eira

e b

ufe

te d

e sa

la d

e ja

nta

r (M

ón

ica

Ro

mão

zin

ho

). À

dir

eita

: Bu

fete

em

no

gu

eira

en

cera

da.

(1 S

etem

bro

190

5).

A C

on

stru

cção

Mo

der

na.

An

o V

I (n

.º17

6), p

.155

. 19

5

Imag

em

21

Fog

ão d

a co

zin

ha

com

can

tari

a em

lio

z. J

osé

Vic

ente

, 201

4. C

ML/

DM

C/D

PC

.

Notas

30

Um

po

uco

ma

is t

ard

iam

en

te, m

ais

esp

eci

�ca

me

nte

em

19

33

, da

ta e

m q

ue

o p

ai d

o

act

ua

l in

qu

ilin

o, d

e o

rig

em

be

lga

, ve

m m

ora

r

pa

ra L

isb

oa

a �

m d

e t

rab

alh

ar

nu

ma

em

pre

sa.

31

Co

mp

osi

ção

n.º

12

7, D

es-

19

04

,

ma

s se

m b

ord

ad

ura

. Arq

uiv

o d

a

Fáb

rica

de

Lo

iça

de

Sa

cav

ém

.

Page 7: Evolução da habitação colectiva no início do séc. XX: um ... · A latrina podia ser colocada em espaço contíguo ao edifício, no lado de fora da parede exterior, ou então

197

196

No

tas

1 “O

ass

un

to e

a o

casi

ão d

eter

min

avam

o

esti

lo”.

Rio

-Car

valh

o, 1

974,

p.2

51.

2 A

dir

ecçã

o t

écn

ica

da

revi

sta

A C

onst

rucç

ão M

ode

rna

era

form

ada

pel

o e

ng

enh

eiro

civ

il Jo

sé M

aria

de

Mel

lo d

e M

ato

s (1

856-

1915

) e p

elo

arq

uit

ecto

Ro

zen

do

Car

valh

eira

(186

3-19

19).

3(20

Jan

eiro

190

8).”X

IV.º

Co

ng

ress

o in

tern

acio

nal

de

hyg

ien

e e

dem

og

rap

hia

.” A

Con

stru

cção

Mod

ern

a, A

nn

o V

III (n

.º 2

47),

p.1

48.

4 Ib

idem

.5

Ibid

em.

6 (1

0 O

utu

bro

190

6). R

egu

lam

ento

de

Salu

bri

dad

e d

as e

di'

caçõ

es

urb

anas

. A C

onst

rucç

ão M

oder

na,

An

no

VII,

(n.º

201)

, p.6

7.7

Ibid

em.

8 Ib

idem

.9

Ibid

em, p

.72.

10

(20

Ou

tub

ro 1

906)

. “R

egu

lam

ento

de

Salu

bri

dad

e d

as e

di'

caçõ

es u

rban

as.”

A C

onst

rucç

ão

Mod

ern

a, A

nn

o V

II (n

.º20

2), p

.72.

11

(1 N

ove

mb

ro 1

906)

. “R

egu

lam

ento

de

Salu

bri

dad

e d

as e

di'

caçõ

es u

rban

as.”

A C

onst

rucç

ão

Mo

dern

a, A

nn

o V

II (n

.º20

3), p

.82.

12

(10

No

vem

bro

190

6). “

Reg

ula

men

to d

e Sa

lub

rid

ade

das

ed

i'ca

ções

urb

anas

”. A

Con

stru

cção

M

oder

na,

An

no

VII

( n.º

204)

, p.9

1.1

3 Ib

idem

, p.9

0.1

4 Ib

idem

.1

5 Ib

idem

.1

6 R

ou

x, 1

976,

p.2

33.

17

Em

190

5, K

orr

od

i fo

i no

mea

do

dir

ecto

r in

teri

no

da

Esco

la

Do

min

go

s Se

qu

eira

e, e

m 1

906,

ass

um

iu a

dir

ecçã

o e

fect

iva

da

esco

la, c

arg

o q

ue

exer

ceri

a at

é 19

17. O

livei

ra ,

2005

, p.5

0.1

8 E

m 1

898,

pu

blic

ou

a o

bra

Est

udo

s de

Rec

onst

rucç

ão s

obre

o

Cas

tello

de

Leir

ia: R

econ

stit

uiç

ão g

raph

ica

de u

m n

otáv

el e

xem

plo

de c

onst

rucç

ão c

ivil

e m

ilita

r por

tugu

esa

(Zu

riq

ue:

Inst

itu

to

Poly

gra

ph

ico

, 189

8), g

raça

s ao

s q

uai

s lh

e se

ria

atri

bu

ído

, so

b a

pro

po

sta

do

Min

istr

o e

Sec

retá

rio

de

Esta

do

das

Ob

ras

Púb

licas

, Co

mér

cio

e In

stri

a, o

tít

ulo

de

“Co

men

dad

or

da

Rea

l Ord

em d

o M

érit

o c

ivil”

. Oliv

eira

, 20

05, p

.57.

19

Mad

sen

def

end

e q

ue

a A

rte

No

va a

par

eceu

em

Ing

late

rra

e at

rib

uí-

lhe

a d

esig

naç

ão d

e Pr

oto

-Art

Nou

veau

. Mad

sen

, 196

7, p

.14.

20

Rau

l Lin

o e

Ern

esto

Ko

rro

di c

ruza

m-s

e em

192

6 n

o d

ia e

m

qu

e se

r-lh

es-i

a at

rib

uíd

o o

tít

ulo

de

arq

uit

ecto

, na

seq

uên

cia

da

saíd

a d

e u

m d

ecre

to d

e le

i (19

25) q

ue

det

erm

inav

a q

ue

nin

gu

ém

po

dia

usa

r a

des

ign

ação

de

arq

uit

ecto

sem

ter

o d

iplo

ma

o'c

ial

de

um

a d

as E

sco

las

de

Bel

as-A

rtes

do

paí

s. E

ser

á R

aul L

ino

, co

mo

pre

sid

ente

da

Aca

dem

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as B

elas

-Art

es q

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elab

ora

rá o

d

iscu

rso

stu

mo

qu

and

o K

orr

od

i mo

rre,

pu

blic

ado

na

Rev

ista

e

Bole

tim

da

Aca

dem

ia N

acio

nal

de

Bela

s-A

rtes

. N.º

13 (1

944)

. 2

1 D

esta

cam

-se

ou

tras

en

com

end

as p

ara

a ci

dad

e d

e Li

sbo

a, d

esig

nad

amen

te o

s p

réd

ios

de

ren

dim

ento

de

João

Lea

l & Ir

mão

s q

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ocu

pam

um

a fr

ente

e g

avet

o

form

ado

pel

a ru

a Sa

raiv

a d

e C

arva

lho

e R

ua

Ferr

eira

B

org

es e

qu

e se

riam

pro

ject

ado

s en

tre

1902

e 1

908.

22

Ofe

reci

a ca

nta

rias

de

calc

ário

e li

oz

da

reg

ião

de

Leir

ia. O

livei

ra, 2

005,

p.5

0.2

3 M

oti

vo a

qu

e K

orr

od

i rec

orr

eu n

o p

roje

cto

da

Cas

a d

e D

om

ing

os

Gu

ieir

o (F

aro

, 191

2). A

oliv

eira

era

sag

rad

a em

Ate

nas

e o

s ra

mo

s d

e o

livei

ra e

ram

os

pré

mio

s d

e vi

tóri

a n

os

jog

os

olím

pic

os.

O r

amo

de

oliv

eira

si

mb

oliz

a a

paz

. Ch

eval

ier;

Ch

eerb

ran

t, 1

994,

p.4

86.

24

Ele

b &

Deb

arre

,199

5, p

.404

.2

5 O

rtig

ão, J

anei

ro19

08, p

.1.

26

Pla

nta

do

Rés

-do

-ch

ão, c

orr

esp

on

den

te a

um

a fa

se d

e es

tud

o. S

.d. A

rqu

ivo

Dis

trit

al d

e Le

iria

.2

7 O

tra

bal

ho

de

cam

po

foi p

oss

ível

gra

ças

à d

isp

on

ibili

dad

e d

a D

r.ª R

aqu

el C

ost

a (A

dm

inis

traç

ão d

o c

on

do

mín

io

do

Pré

dio

da

Ru

a B

raam

cam

p) e

do

s m

ora

do

res.

28

No

seg

un

do

pis

o, u

m p

assa

diç

o e

stab

elec

e a

ligaç

ão e

ntr

e a

vara

nd

a p

ost

erio

r e

o ja

rdim

loca

lizad

o n

as t

rase

iras

do

pré

dio

.2

9 «

Des

fen

être

s o

rnée

s d

e vi

trau

x d

e co

ule

ur,

po

rtan

t à

leu

r ce

ntr

e so

it le

ch

i^re

de

la m

aiso

n, s

oit

des

po

rtra

its

his

tori

qu

es

ou

des

pay

sag

es, d

es o

isea

ux

et d

es >

eurs

, vo

ire

mêm

e d

es

arm

oir

ies,

qu

and

on

est

en

dro

it d

’en

po

rter

, pro

du

isen

t b

on

e^

et;

un

e te

ntu

re e

n r

app

ort

ave

c le

sty

le a

do

pté

, art

iste

men

t je

tée,

co

mp

lète

l’o

rnem

enta

tio

n d

e la

fen

être

. » R

is-P

aqu

ot,

189

4, p

.197

.3

0 U

m p

ou

co m

ais

tard

iam

ente

, mai

s es

pec

i'ca

men

te e

m

1933

, dat

a em

qu

e o

pai

do

act

ual

inq

uili

no

, de

ori

gem

bel

ga,

ve

m m

ora

r p

ara

Lisb

oa

a 'm

de

trab

alh

ar n

um

a em

pre

sa.

31

Co

mp

osi

ção

n.º

127

, Des

-190

4, m

as s

em b

ord

adu

ra.

Arq

uiv

o d

a Fá

bri

ca d

e Lo

iça

de

Saca

vém

.

Bib

lio

gra

#a

Ch

eval

ier,

J. &

Ch

eerb

rau

nt,

A. (

1994

). D

icio

nár

io d

os s

ímb

olos

. Tr

adu

ção

de

Cri

stin

a R

od

rig

uez

e A

rtu

r G

uer

ra. L

isb

oa:

Teo

rem

a.

Eleb

, M. &

Deb

arre

, A. (

1995

). L’

inve

nti

on d

e l’

hab

itat

ion

m

ode

rne 

: Par

is 1

880-

1914

. Bru

xelle

s: A

.A.M

.

Mad

sen

, S. T

. (19

67).

Art

Nou

veau

, Tra

d. p

or

Ân

gel

o d

e So

usa

. Po

rto

: ED

. In

ova

.

Pere

ira,

A. L

. & P

ita,

J.R

. (20

11).

A h

igie

ne:

da

hig

ien

e d

as

hab

itaç

ões

ao

ass

eio

pes

soal

. In

Mat

toso

, J. (

Dir.

) &V

aqu

inh

as,

I. (C

oo

rd.).

His

tóri

a da

Vid

a Pr

ivad

a: A

Ép

oca

Con

tem

por

ânea

. (9

2-11

6). M

aia:

Cír

culo

de

Leit

ore

s e

Tem

as e

Deb

ates

.

Oliv

eira

, M. G

. (20

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