7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
1/27
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
2/27
Esboo Histrico Geral
- esforos formalistas e anlises transfsticas passam a estuimanncia do texto - nele e por ele mesmo (Brando, 2004, p.13
- anos 50: Harris (interfrstico e formal), Jakobson (embreansubcdigos) e Benveniste (enunciao - locutor usa o aparelho folocutor, enunciado e mundo)
- duas direes para o discurso:1.extenso formal da lingustica (EUA - texto e frase so apencomplexidade distinta, mas formais);
II. sintoma de uma cri se do internalismo (Frana - sobrvoltadando-se semntica - ver Haroche, Henry e Pechux
exemplo)
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
3/27
Rompimentos clssicos da AD:
- com a Pragmtica: linguagem em uso, segundo atos de sujeito
- com a Sociolingustica: variedades, sem ateno para embates se polticos
TENDNCIA EUROPIA: para Eni Orlandi (2007) pesquisa
relao necessria entre o dizer e as condies de produo dizer
- trao fundamental: EXTERIORIDADE: exige um deslocamterico da imanncia estruturalista - h unidades que no se esg
na linguagem apenas e que exigem complexidade
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
4/27
Para Maingueneua (1987), AD surge:
- d a t r a d i o e u r o p e i a d e t e x t o e h i s t r i a - e s c r i t uinterdisciplinaridade (Trplice Aliana - 60': estruturalismo, marxe psicanlise e suas RELEITURAS)
- da prtica escolar francesa - Culioli - Literatura forte e AD acabocupar espao na explicao escolar do texto
QUAL A ESPECIFICIDADE INICIAL? Corpora tipologicammarcados (textos de esquerda impressos). Inicialmente: o elingustico das condies de produo de um enunciado
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
5/27
AD: PRESSUPE A LINGUSTICA DIANTE DAS CINCIAS HUMNASCENTES - DA SUA ESPECIFICIDADE
Maingueneau (1987) - dimenses caractersticas:
- o quadro das instituies em que o discurso produzido, asdelimitam fortemente a enunciao;- os embates histricos, sociais etc. que se cristal izam no discurso;- o espao prprio que cada discurso configura para si mesmo no inde um interdiscurso.
AD: EXIGE UMA COMPETNCIA LINGUSTICA (SISTEMA INTE FORMAL) E UMA COMPETNCIA EM RELAO FORMAIDEOLGICA - COMPETNCIA SOCIOIDEOLGICA
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
6/27
AD : lingust ico e histrico
Dois conceitos fortes: DISCURSO (Foucault - Arquelogia do Sver adiante) e IDEOLOGIA (Althusser - Ideologia e AIE), amb
1969.
IDEOLOGIA
p.19 - Chau explica aparecimento no sculo XIX com Destutt de
(sinnimo de atividade cientfica) e o significado negativo dadNapoleo aos idelogos franceses
EM MARX e ENGELS: SEPARAO DAS IDEIAS E DAS CONDREAIS; PRODUO DE IDEIAS LACUNARES, INVERTIDABSTRATAS POR CLASSE DOMINANTE, QUE DETM MONOPDESSAS IDEIAS - UM INSTRUMENTO DE DOMINAO DE CLN A F O R M A D E U M A I L U S O - r e f e r e - s e i d e ocapitalista/burguesa
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
7/27
Em Althusser : Ideologia e Aparelhos Ideolgicos do Estado (196texto, 70)
IDE OLO GIA : TE M AUTONO MIA R EL ATI VA E FU N OREPRODUO
ESTADO: APARELHOS REPRESSORES E APARELHOS IDEOLG(AIE): A RELAO OU DE MAIS REPRESSO OU DE IDEOLOGIA
AIE: GARANTEM A HEGEMONIA, A DOMINAO. CRIAMCONDIES DA REPRODUO DAS RELAES DE PRODU
IDEOLOGIA: EM GERAL; PARTICULARES
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
8/27
Ideologia Geral: funcionamento formal de toda ideologia partsegundo trs hipteses
a) a ideologia uma relao imaginria dos indivduos com
condies reais de existnciaA relao no mimtica nem mecnica, mas DE PRODUO DO- DE IMAGINRIOS
IMAGINRIO: PRODUO DOS HOMENS DIANTE DA IDEOLSIMBOLIZADAS E DISTANTES, POR ISSO, DO REAL (alie
imaginria)
b) a ideologia tem uma existncia porque existe sempre num aparna sua prtica ou suas prticas
Porque existir no ideal, mas sempre no interior de APARE
(ESCOLA, FAMLIA, IGREJA, ESTADO, UNIVERSIDADE) - nas prmateriais, governadas, que existe ideologia
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
9/27
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
10/27
Pcheux e Fuchs, no nmero 37 da Langages (1975, grifos meus)epistemolgico da Anlise do Discurso
1) o materialismo histrico, como teoria das formaes sociais
transformaes;
2) a lingstica, como teoria dos mecanismos sintticos e dos procenunciao;
3) a teoria do discurso [Foucault?], como teoria da determinao hd o s p r o c e s s o s s e m n t i c o s [ o S E N T I D O P R O D UIDEOLOGICAMENTE A CHAVE DA AD]
Acrescentar: teoria da subjetividade de natureza psicanaltica sujeito cindido; constituio da subjetividade via linguagem lacania
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
11/27
Pcheux - Semntica e Discurso - TEORIA MATERIALISTDISCURSO CENTRADA NA SEMNTICA
1) PORQUE A SEMNTICA NO UMA PARTE FORMA
LINGUSTICA (COMO FONOLOGIA E MORFOLOGIA), MPONTO NODAL
2) NA SEMNTICA QUE SE PODE OBSERVAR, CIENTIFICAMAS FORMAES SOCIAIS MATERIALIZADAS NA LNGUA
Pcheux: critica 3 tipos de Lingustica: formal (estrutural e gdesde Port-Royal); histrica e sociolingustica (de Meillet a Labenunciao (da fala, de Jakobson a Benveniste)
QUAIS OS PROBLEMAS DAS 3: O FOCO FORMAL E SEUS DE(S O C I A L , F A L A ) ; A C EN TR A L I DA DE DA Q UES T O EESTRUTURA E AUSNCIA TOTAL - AMBAS IDEALISTAS E, PORTIDEOLGICAS
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
12/27
PROPOSTA DE PCHEUX E DA AD
Resolver, via semntica, a contradio (sistema e ausncia)
Interveno: teoria materialista: questes sobre os objetos do sabeestruturas para o poltico e o histrico-social-ideolgico); questesa cincia lingustica (seu estatuto cientfico) e as formaes sociais
LNGUA: TRAZ QUESTES DE EXPLICAO FORMAL QUETAMBM QUESTES DE ORDEM FILOSFICA E IDEOL[Exemplo: marcao de morfema zero para masculino]
LNGUA (Pcheux, 1975): a lngua aparece como a base comprocessos discursivos diferenciados
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
13/27
DUAS NOES FUNDAMENTAIS E OPOSITIVAS
- NOO DE BASE LINGUSTICA - LEIS INTERNAS MORFOLSINTTICAS E FONOLGICAS
- NOO DE PROCESSO DISCURSIVO-IDEOLGICO - PROCSOCIAIS QUE SE DESENVOLVEM A PARTIR DA BASE, MAS QUSO APENAS SEU USO ACIDENTAL, COMO UMA PAROLESEMNTICA QUE RESIDE O PROBLEMA DA AD.
PROCESSO: A PARTIR DAS FORMAES DISCURSIVASDE FOUCREGRAS DE OBJETOS, CONCEITOS, ESTRATGIAS E MODALENUNCIATIVAS
PROCESSO: SEMNTICO, LIGADO IDEOLOGIA DE CPORQUE: EMBORA A LNGUA FORMAL SEJA INDIFERENTCLASSES, AS CLASSES NO O SO EM RELAO LNGUA
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
14/27
ALGUNS CONCEITOS-CHAVE
1. CONDIES DE PRODUO
Courtine (1981): origens
a) da anl ise do contedo; b) da sociolingustica; c) da interpessoalida situao pensadas por Harris
Dois conjuntos de definies:
a) Courtine (1981): as CPs do discurso tendem a se confundir definio emprica de uma situao de enunciao
b) na AD, desde 1971, junto da FD (de Foucault)
CP passa a ser vista na modalidade do interdiscurso e segundconjuntura enunciativa (o documento se torna um monumento
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
15/27
A LNGUA E OS PROCESSOS DISCURSIVOS
LNGUA DISCURSO DISCURS
Lngua:espcie de
invariantepressuposta nahistria
ProcessosDiscursivos
Fonte de
Produo deEfeitos deSentido
ProcessosSemnticos
EfeitosSentid
Materializ
por meiolngu
Lngua: possibilidade
do discurso
LNGUA
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
16/27
2. FORMAO IDEOLGICA E FORMAO DISCURSIVA
DISCURSO: instncia de concretizao da ideologia, de materialde lutas
Pcheux: interessado na SUPERESTRUTURA IDEOLGICA e produo dominante das formaes sociais
IMPORTANTE: INSTNCIA IDEOLGICA DETERMINADALTIMA INSTNCIA PELO ECONMICO
IDEOLOGIA: REPRODUZ BASE ECONMICA E RELAEPRODUO
Pcheux (Althusser) - IDEOLGICO/INFRAESTRUTURAL COEXTERIOR DA LNGUA
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
17/27
SUJEITO: interpelao ideolgica fundamental, j que: faz coindivduo assuma o lugar no grupo/classe social determinadoformao social; faz com que acredite, apesar da determinao, q
FONTE DOS SENTIDOS QUE FAZ CIRCULAR
Teoria dos Esquecimentos (Pcheux, 1969)
Esquecimento nmero um ideolgico da instncia do inconsciresulta do modo pelo qual somos afetados pela ideologia: h iluso a origem do que dizemos, mas, na verdade, quando enunciretomamos sentidos pr-existentes, mobilizamos palavras alheesquecimento estruturante, parte da constituio dos sujeitossentidos
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
18/27
FORMAO IDEOLGICA (FI): MATERIALIZA DISCURSOVRIAS FORMAES DISCURSIVAS
Conceito de Formao Discursiva
[Pcheux: tudo o que pode e deve ser di to , numa FI, posio/conjuntura
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
19/27
IMPORTANTE: Formao Discursiva um conceito de FoTRANSPORTADO
FD: formalmente, tem dois tipos de funcionamento:
a) parafrstico: FD um sistema de parfrases, espao de retconservadora de ditos anteriores para PRESERVAO DA IDENTI
b) via pr-construdo: tomado de Paul Henry (1975, A FerraImperfeita) . a CONSTRUO ANTERIOR, A IDENTIDADE QEXISTE. UMA ASSUNO REFERENCIAL DOS OBJETODISCURSO, QUE D A ELES UNIVOCIDADE - um Sujeito Unque garante o que cada um conhece, pode ver ou compreender (p
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
20/27
Pr-construdo: determina o que pode ser dito - o toujours djinterpelao ideolgica
IMPE UMA REALIDADE, UM SENTIDO UNIVERSAL: pa
processo ideolgico quando sujeito se identifica como o suniversal da enunciao e no questiona os j-ditos
Pcheux (1969): esquecimento nmero dois: da enunciao. Ao fala
o fazemos de uma maneira e no de outra, formando faparafrsticas que indicam que o dizer sempre pode ser outro. Essareferencial faz o sujeito acreditar que h uma relao direta epensamento, a linguagem e o mundo, de forma que o que dito sser dito com aquelas palavras e no outras.
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
21/27
IIMPORTANTE: at meados da dcada de 70: FD tinha fechamunidade
A PARTIR DE 80 (Courtine; Marandin, 1981): FD heterognea
prpria: o fechamento de uma FD fundamentalmente instveldesloca de acordo com embates
FD (Courtine, 1982): retoma Foucault para pensar a DISPERSDIVISO DE TODA FD
FD para Foucault: deixamos em suspenso
Courtine: FD a partir do primado do interdiscurso (Maingu1987)
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
22/27
Dois modos de existncia das FDs:
a) nvel do enunciado: feixe de relaes que segue regras, minterdiscurso. Regularidades antes da visibilidade que tornam, d
possveis a sua atualizao;
b) nvel da formulao: atualizao, estado terminal, INTRADISCU
FUNDAMENTAL: interdiscurso produz o intradiscurso e coloxeque a coerncia e a unicidade deste ltimo
SEQUNCIA DISCURSIVA DE REFERNCIA (SD): processo enune de formulao, em que os embates do interdiscurso das Fmaterializam, se transformam ou se reproduzem no intradiscurso
EXEMPLO MUSSALIM F Anlise do discurso In MUSSALIM F BENTES A C (O
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
23/27
EXEMPLOMUSSALIM, F. Anlise do discurso. In: MUSSALIM, F.; BENTES, A. C. (OIntroduo lingstica: domnios e fronteiras. So Paulo: Cortez, 2003. v. 1. p.
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
24/27
Quadro - Formaes Discursivas (Mussalim, 2003
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
25/27
Anlise a partir do conceito de heterogeneidade
1) FD Crist:relacionada FI do altrusmo cristo
2) FD Neoliberal: relacionada FI do individualismo capliberal
A mesma manifestao do enunciado (intradiscurso) refere-se
discursos diferentes, que respondem, portanto, a diferentes FDCada uma dessas FDs desloca o sentido de acordo composicionamentos.
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
26/27
in: marca a diferena em relao FD cristo: Ain- habide aceitar , A in-capacidade de ver a diferena
A presena do in parodia o discurso cristo e aponta paraOutro, liberal e individualista
Discursos guardam essa heterogeneidade (Authier-Revuz),que de forma no marcada. No h o fechamento de uma Fa constituio de seus limites justamente a partir de outras Fque supomos, socialmente, a existncia
Bibli fi b i
7/25/2019 Estudos Franceses Do Discurso
27/27
Bibliografia bsica
ALTHUSSER, L. Ideologia e aparelhos ideolgicos do Estado. 3.ed. Trad. Joaquim Jos de Moura Ramos. Lisboa: Presena, 19
BRANDO, H. H. N. Introduo anlise do discurso. 2.ed. So Paulo: Editora da UNICAMP, 2004.
CHAU, M. O que ideologia. 2.ed. So Paulo: Brasiliense, 2008.
DOSSE, F. Histria do estruturalismo. v.1.O campo do signo, 1945/1966. 2. ed. Trad. lvaro Cabral. So Paulo: Ensaio; CaPaulo: Editora da UNICAMP, 1993.
FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. 5.ed. Trad. Luiz Felipe Baeta Neves. Rio de Janeiro: Forense Universitria, 1997.
HAROCHE, C.; PCHEUX, M.; HENRY, P. A semntica e o corte saussureano. Traduo Roberto Leiser Baronas e FMontanheiro. Linguasagem. Disponvel em: http://www.letras.ufscar.br/linguasagem/edicao03/traducao_hph.php.
MAINGUENEAU, D. Novas tendncias em anlise do discurso. Campinas: Pontes, 1987.
MUSSALIM, F. Anlise do discurso. In: MUSSALIM, F.; BENTES, A. C. (Org.). Introduo lingstica: domnios e fronteirasCortez, 2003. v. 1, p. 101-142.
ORLANDI, E. P. Anlise de discurso: princpios e procedimentos. Campinas, SP: Pontes,
PCHEUX, M. O discurso: estrutura ou acontecimento. 2.ed. Trad. Eni Pulcinelli Orlandi et al..Campinas, So Paulo: Pontes,
Top Related