UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Departamento de Engenharia Civil
Lierte José Laurentino Junior
Estudo de caso: análise crítica do atendimento da NBR 15575
nos projetos de uma construtora - Navegantes/SC
Florianópolis
2019
Lierte José Laurentino Junior
Estudo de caso: análise crítica do atendimento da NBR 15575 nos
projetos de uma construtora - Navegantes/SC
Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Catarina para a obtenção do título de Engenheiro Civil.
Orientador: Prof. Dr. Humberto Ramos Roman
Florianópolis
2019
Lierte José Laurentino Junior
Estudo de caso: análise crítica do atendimento da NBR 15575 nos
projetos de uma construtora - Navegantes/SC
Este Trabalho Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Título de “Engenheiro Civil” e aprovado em sua forma final pelo Curso de
Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Catarina.
Florianópolis, 25 de junho de 2019.
________________________
Prof.ª Luciana Rohde, Dra.
Coordenadora do Curso
Banca Examinadora:
________________________
Prof. Humberto Ramos Roman, Dr.
Orientador
Universidade Federal de Santa Catarina
________________________
Prof.ª Ricardo Juan Oviedo Haito, Dr.
Coorientadora
Universidade Federal de Santa Catarina
________________________
Engenheiro Ricardo Francisco das Neves
Crea SC – 098670-3
Este trabalho é dedicado à minha querida família.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus.
Aos meus pais Lierte José Laurentino e Dânia Couto Laurentino, por
todas as oportunidades que me deram, além de amor, carinho e total apoio em
todas as decisões de minha vida.
Aos meus avós, Maria Pereira Couto, José Couto, Alcebíades José
Inácio Laurentino e Virgínia Coelho Laurentino, por servirem de exemplo e
inspiração ao seu neto.
À minha namorada Victoria Santana Paulo, por todo apoio e carinho
dado ao longo de minha vida.
Aos meus amigos, em especial meu primo Bruno Oesterreich
Laurentino, e aos meus parentes, pela ajuda e pelos conselhos ao longo do
curso.
Ao meu Orientador Humberto Ramos Roman pela paciência e pelos
seus ensinamentos durante a orientação de meu trabalho.
Ao engenheiro Vlademir Alberto Senger e à toda construtora Builder, por
todo conhecimento em relação a construção civil passado durante o período de
meu estágio.
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo realizar um estudo de caso sobre o
atendimento dos projetos de uma construtora aos requisitos e critérios da NBR
15575: Desempenho de edificações habitacionais, que entrou em vigor no ano
de 2013. Inicialmente é feita a apresentação dos conceitos necessários para
realização do trabalho. Com o conhecimento das ações necessárias para o
cumprimento dos critérios e requisitos propostos pela NBR 15575, foi realizado
um estudo de caso de um edifício do qual se teve acesso aos projetos
detalhados e memoriais descritivos, para verificar se cada critério da NBR
15575: Parte 1 - Requisitos gerais, Parte 2 - Requisitos para os sistemas
estruturais e Parte 3 - Requisitos para os sistemas de pisos estava sendo
obedecido pela construtora. Os projetos fornecidos pela construtora foram da
primeira obra de alto padrão da empresa, pois a mesma não possui muito
tempo de atuação. Com isso, pôde-se analisar o nível de conhecimento da
construtora em relação a norma de desempenho, e como a existência dela
afetou sua cultura, desde a escolha de fornecedores até as soluções propostas
em projetos.
Palavras-chave: Desempenho de edificações. Requisitos gerais. Sistemas
estruturais. Sistemas de pisos.
ABSTRACT
The present work has the objective of carrying out a case study about the
fulfillment of the projects of a construction company to the requirements and
criteria of NBR 15575: Performance of residential buildings, which came into
effect in the year 2013. Initially, an introduction was made about the concepts
needed for the work. With the knowledge of the actions necessary to fulfill the
criteria and requirements proposed by NBR 15575, a case study of a building
was carried out from which detailed projects and descriptive memorials were
accessed, to verify if each criterion of NBR 15575: Parts 1 - General
Requirements , Part 2 - Requirements for structural systems and Part 3 -
Requirements for floor systems was being obeyed by the construction
company. The projects provided by the construction company were from the
first work of high-level building of the company, since it does not have much
time acting in this business. With this, it was possible to analyze the level of
knowledge of the construction company in relation to the standard of
performance, and how its existence affected its culture, from the choice of
suppliers to the solutions proposed in projects.
Keywords: Performance of residential buildings General Requirements.
Structural Systems. Floor systems.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Guia orientativo para atendimento à NBR 15575 ............................................... 34
Figura 2: Projeto preventivo mostrando presença de sistema contra descargas
atmosféricas .............................................................................................................................. 42
Figura 3: Projeto preventivo com a rota de fuga do pavimento térreo ............................. 44
Figura 4: Detalhe prevendo o uso de portas corta fogo do tipo P-90, no projeto
preventivo .................................................................................................................................. 44
Figura 5: Detalhe do projeto preventivo com a presença de iluminação de emergência
(1 e 4), extintores de incêndio (2), sinalização de saída (3) e sistema de alarme (5) ... 46
Figura 6: Detalhe no projeto arquitetônico prevendo laje impermeabilizada .................. 48
Figura 7: Tabela de ensaio feito pela Universidade Federal de Santa Maria,
comprovando que a percepção de ruído de impacto com a presença da manta é de 51
dB (decibéis) ............................................................................................................................. 51
Figura 8: Projeto preventivo comprovando a presença de dispositivo para ancoragem
de cabos..................................................................................................................................... 54
Figura 9: Dispositivo para Ancoragem de cabos detalhado no projeto preventivo ........ 55
Figura 10: Projeto arquitetônico apresentando sistema de ventilação permanente
através de parede cogobó e vidro basculante ..................................................................... 56
Figura 11: Altura de pé direito indicada no projeto arquitetônico ..................................... 57
Figura 12: Projeto arquitetônico de um dos apartamentos da edificação apresentando
as dimensões da sala de estar ............................................................................................... 58
Figura 13: Projeto arquitetônico apresentando um WC para P.N.E (pessoas com
necessidades especiais) em uma área comum do edifício ............................................... 59
Figura 14: Projeto hidráulico prevendo reservatório para o reuso da água pluvial, no
piso diferenciado, que fica acima das garagens e abaixo dos pavimentos tipo ............. 62
Figura 15: Imagem fornecida pelo engenheiro estrutural, o qual apresenta as normas
relacionadas ao projeto estrutural do empreendimento ..................................................... 64
Figura 16: Janela do software Eberick. Imagem fornecida pelo projetista estrutural,
apresentando as considerações feitas em relação a durabilidade e vida útil do projeto
..................................................................................................................................................... 65
Figura 17: Detalhe no projeto preventivo apresentando detalhes sobre a escada, com
piso antiderrapante incombustível (1), parede resistente ao fogo (2) e portas corta-fogo
(3) ................................................................................................................................................ 71
Figura 18: Detalhe no projeto arquitetônico especificando o piso antiderrapante em
áreas molhadas (indicados na figura por 1 e 3), que será utilizado na rampa (indicada
por 2), também com a presença de Deck em madeira tratada (4) ................................... 73
Figura 19: Detalhe no projeto arquitetônico apresentando os cuidados com as rampas
com inclinações acima de 5%, com presença de guarda-corpo, piso antiderrapante, e
mudança de cores (madeira) no fim da rampa em direção ao deck ................................ 74
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 10
1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 10
1.2 OBJETIVOS ................................................................................................... 11
1.2.1 Objetivo geral ........................................................................................ 11
1.2.2 Objetivos específicos ........................................................................... 12
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO ....................................................................... 12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 14
2.1 SISTEMAS CONSTRUTIVOS ........................................................................ 14
2.2 DESEMPENHO DE EDIFICAÇÕES ............................................................... 16
2.3 NORMA DE DESEMPENHO – NBR 15575 ................................................... 19
2.3.1 Definições e conceitos importantes .................................................... 21
2.3.2 Parte 1 - Requisitos gerais ................................................................... 23
2.3.3 Requisitos para o sistema estrutural .................................................. 30
2.3.3 Requisitos para os sistemas de pisos ................................................ 31
2.4 TRABALHOS SOBRE A IMPLANTAÇÃO DA NORMA DE DESEMPENHO NAS CONSTRUTORAS E SUAS IMPLICAÇÕES ................................................ 32
3.1 A CONSTRUTORA E A OBRA ...................................................................... 38
3.2 LIMITAÇÕES DO TRABALHO ....................................................................... 39
4 RESULTADOS ........................................................................................................ 40
4.1 ANÁLISE DOS REQUISITOS E CRITÉRIOS ESTABELECIDOS NA NBR 15575 – PARTE 1: REQUISITOS GERAIS .......................................................... 41
4.2 ANÁLISE DOS REQUISITOS E CRITÉRIOS ESTABELECIDOS NA NBR 15575 – PARTE 2: SISTEMAS ESTRUTURAIS .................................................. 63
4.3 ANÁLISE DOS REQUISITOS E CRITÉRIOS ESTABELECIDOS NA NBR 15575 – PARTE 3: SISTEMA DE PISOS ............................................................. 66
5 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 79
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 82
ANEXO A – Exemplo de Tabela retirada da tese de doutorado de Kuchler (2018) 86
10
1 INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
A construção civil está em constante evolução, visto que as inovações
tecnológicas possibilitam existir novos métodos construtivos, que por sua vez
colaboram para a racionalização da construção. Para as empresas se tornarem
ou se manterem competitivas, a racionalização dos sistemas, métodos, e
processos construtivos estão entre as estratégias essenciais para as mesmas
adotarem.
Infiltrações, baixo desempenho térmico e acústico, entre outros, são
problemas que ainda se encontram muito presentes nas edificações, o que
acontece pela falta de preocupação das empresas de executarem suas obras
de maneira racionalizada. Porém, nos dias de hoje, há um crescente número
da população que possui acesso à informação, principalmente através da
internet. As pessoas estão cada vez mais informadas sobre seus direitos
quando se trata de edificações, e isso leva uma maior preocupação às
construtoras de entregarem um produto que traga resultados satisfatórios aos
seus clientes, que se tornam mais exigentes.
Com a intenção de melhorar a qualidade dos sistemas habitacionais, em
19 de julho de 2013 entrou em vigor a Norma ABNT NBR 15575 – Edificações
habitacionais – Desempenho, mais conhecida como a “Norma de
Desempenho”. Ela foi definida por especialistas da indústria da construção,
com participação também de outros profissionais e entidades de classe do
segmento. A norma estabelece um nível mínimo de desempenho de uma
edificação para seus principais elementos. A Norma também apresenta o
conceito de vida útil do projeto, impõe critérios para a estrutura, pisos,
vedações, coberturas e instalações hidro sanitárias de uma obra, assim como
responsabilidades para cada critério a ser cumprido.
“O foco desta Norma está nos requisitos dos usuários para o edifício
habitacional e seus sistemas, quanto ao seu comportamento em uso e não na
prescrição de como os sistemas são construídos.” (ABNT, 2013, p.xi). A
qualidade mínima exigida resulta na melhoria dos indicadores de desempenho
11
de uma edificação, gerando maior conforto ao usuário. A intenção é que, dessa
maneira, os empreendimentos adquiram, cada vez mais, um padrão de
qualidade, atendendo às expectativas dos clientes.
Com a chegada da Norma de desempenho, é esperada uma mudança
de cultura na construção civil no Brasil, em que os responsáveis pelo
planejamento e execução do empreendimento possuem a obrigação de ser
mais cautelosos em suas escolhas, desde a definição e execução de projeto,
até sua manutenção, pois agora possuem à sua disposição um documento
para utilizar como um manual de operação, uso e manutenção da edificação,
contendo as informações necessárias para orientar estas atividades, na espera
de uma produção mais qualificada (CBIC, 2013).
Desde a data de vigência da norma, as edificações precisam atender às
exigências prescritas. Entretanto, a NBR 15575 não vem sendo atendida com
unanimidade, pois muitas construtoras alegam que o cumprimento dos
requisitos eleva muito o custo final do empreendimento, além de que no Brasil
existe a falta de conhecimento por parte dos profissionais da existência da
norma, pelo pouco tempo passado desde a sua criação. Também há a pouca
presença de laboratórios capazes de realizar os ensaios para verificar alguns
dos critérios e requisitos prescritos e, devido à falta de fiscalização, algumas
empresas ainda deixam de cumprir vários requisitos em suas edificações.
Portanto, sendo um tema muito importante para a construção civil e
vendo que a merecida abordagem no cenário brasileiro não é oferecida,
considero a análise do atendimento da NBR 15575 nos projetos de uma
construtora um tema interessante para ser estudado, ressaltando a grande
importância que a norma em questão tem para oferecer melhor qualidade e
conforto do produto final ao seu usuário.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo geral
Analisar os projetos de uma edificação para verificação das soluções
adotadas visando a implantação da NBR 15575 em um empreendimento
habitacional na cidade de Navegantes – SC.
12
1.2.2 Objetivos específicos
• Determinar qual o setor(es) ou profissional(is) responsável(is) pelo
atendimento de cada critério da NBR 1557 – Partes 1 a 3, no setor de projetos,
através de revisão bibliográfica.
• Verificar a abordagem de cada critério pelos profissionais contratados
pela construtora, avaliando as soluções tomadas em projetos e memoriais
descritivos para o atendimento dos critérios e requisitos de desempenho.
• Definir os maiores entraves para o atendimento à Norma de
Desempenho pela construtora.
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO
O presente trabalho será estruturado em 5 capítulos.
O primeiro capítulo apresentará o trabalho através de uma introdução,
inserindo o contexto atual o qual o tema escolhido pelo autor se encontra no
cenário brasileiro.
No segundo capítulo se encontra uma revisão bibliográfica dos conceitos
que foram utilizados na realização da pesquisa, através de artigos publicados,
teses de doutorado já finalizadas, e, por fim, da própria Norma de
Desempenho, verificando sempre a legitimidade das fontes.
No terceiro capítulo será delimitado o estudo de caso, apresentando-se
a construtora e a obra a qual foi realizado o estudo de caso, além das
limitações da pesquisa.
Posteriormente, resumiu-se as exigências de cada tópico da NBR
15575, de acordo com a tese de doutorado de Jucélia Kuchla Vieira Gealh,
assim como a ligação de cada requisito e critério com um setor responsável
para o atendimento da norma, e as ações necessárias em relação aos projetos
para atingir o objetivo.
Foi realizado um estudo de caso de um edifício do qual se teve acesso
aos projetos detalhados, além de reuniões com o arquiteto coordenador geral
da obra, para verificar se cada critério da NBR 15575 estava sendo obedecido
13
pela construtora. Caso algum critério não for obedecido, foi apontado no
trabalho o procedimento ideal já estabelecido na parte anterior deste trabalho.
O estudo de caso, junto com o resumo das exigências de cada critério
das partes 1, 2 e 3 da NBR 15575 estão presentes no terceiro capítulo deste
trabalho.
No quinto capítulo pertence às conclusões do autor sobre todo o
trabalho, com a análise crítica do estudo de caso e sugestões de trabalhos
futuros relacionados ao tema.
14
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Neste capítulo serão abordados assuntos pertinentes ao tema, como a
definição de sistemas construtivos, racionalização na construção, a teoria do
desempenho, a NBR 15575 e alguns materiais relacionados a ela.
2.1 SISTEMAS CONSTRUTIVOS
A ABNT NBR 15575 (2013) define, para o componente, o elemento e o
sistema, os seguintes conceitos:
• Componente – unidade integrante de determinado sistema da
edificação, com forma definida e destinada a atender funções específicas
(exemplo: bloco cerâmico ou de concreto, telha, folha de porta etc.);
• Elemento – parte de um sistema com funções específicas. Geralmente
é composto por um conjunto de componentes. Exemplos: vedação de blocos,
painel de vedação pré-fabricado, estrutura de cobertura;
• Sistema construtivo – a maior parte funcional do edifício. Conjunto de
elementos e componentes destinados a cumprir com uma macrofunção que a
define. Exemplos: fundação, estrutura, vedações verticais, instalações
hidrossanitárias, cobertura;
“Sistema Construtivo é um processo construtivo de elevados níveis de
industrialização e de organização, constituído por um conjunto de elementos e
componentes inter-relacionados e completamente integrados pelo processo”
(SABBATINI, 1989).
Conforme a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI
(2015) o processo construtivo é formado por entradas ou insumos (materiais,
componentes, energia, água, mão de obra e equipamentos), processos de
transformação (mais ou menos elaborados – equipamentos manuais ou
mecânicos, ou tecnologias mais ou menos avançadas ou industrializadas) de
acordo com um projeto e planejamento. Como saídas ou resultados, tem-se o
produto/edificação.
Os processos construtivos podem ser classificados como: tradicional
(uso de técnicas artesanais), convencional (caracterizado por tecnologias
15
normalmente utilizadas no mercado, com maior tempo de execução),
racionalizado (caracterizado pela melhoria gradativa dos processos
convencionais) e industrializado ou pré-fabricado (ABDI, 2015).
Sistema convencional: uso de métodos convencionais, nos quais há
necessidade de mão de obra de forma intensiva, como na execução de formas
e escoramentos de madeira e aço para pilares, vigas e lajes, na elevação de
alvenarias e na execução de revestimentos de argamassa e outros serviços
comuns a esse processo, Esses serviços são realizados no canteiro, e o prazo
de execução deve levar em conta os tempos para o recebimento e
armazenamento de materiais e o seu transporte dentro da obra. Geralmente há
perdas maiores de materiais e de tempo quando comparado aos outros
sistemas (ABDI, 2015).
Segundo ABDI (2015), o sistema racionalizado é caracterizado por
métodos e processos industrializados. Nesse caso, a fase de execução difere
do método convencional, pois os componentes ou elementos já são projetados
com dimensões moduladas no projeto e chegam prontos ao canteiro, onde há
operações quase que somente de montagem, diminuindo assim as perdas no
canteiro.
Segundo Souza (1988), dentro da construção civil no Brasil,
predominam os sistemas construtivos convencionais caracterizados por
estruturas de concreto moldadas in loco, alvenarias de vedação em blocos
cerâmicos e blocos de concreto, revestimentos tradicionais, telhados em
fibrocimento ou em cerâmica e instalações prediais também tradicionais.
De acordo com a Agencia Brasileira de Desenvolvimento Industrial –
ABDI (2015), o sistema industrializado integra soluções industrializadas e
convencionais, como elementos industrializados de concreto armado (pilares) e
vedações de blocos cerâmicos, lajes pré-fabricadas executadas em conjunto
com operações de concreto armado moldado in loco para o preenchimento da
capa e nervuras.
De acordo com Barros (1996) não existe um único sistema construtivo
ideal. Um sistema será mais indicado que os demais a medida que para
determinadas condições existentes apresentar um melhor desempenho.
16
2.2 DESEMPENHO DE EDIFICAÇÕES
A indústria da construção brasileira passa por uma revolução conceitual
sobre os requisitos mínimos de segurança para casas e edifícios residenciais, o
que acarreta em uma mudança de seus parâmetros de qualidade.
Desde a década de 60, nos países desenvolvidos, a definição de
desempenho edificações está associada ao comportamento dos mesmos
quando em utilização (HANS, 2003). O edifício é um produto que deve
apresentar determinadas características que o capacitem a cumprir objetivos e
funções para os quais foi projetado, quando submetido a determinadas
condições de exposição e uso; assim, ele é considerado "bem-comportado"
quando atende aos requisitos para o qual foi projetado. Tal conceito se aplica
de maneira ampla na Indústria da Construção, focando quase sempre o
desempenho alvo requerido para os processos de negócio e o atendimento às
necessidades dos usuários ao longo ciclo de vida das construções.
O desempenho de Edificações é definido na NBR 15575 como “o
comportamento em uso de uma edificação e de seus sistemas”.
“O desempenho da mesma edificação poderá variar de um local para
outro e de um ocupante para outro (cuidados diferentes no uso e na
manutenção, por exemplo). Ou seja, variará em função das condições de
exposição.” (ABDI, 2015).
Segundo ABDI (2015), “avaliar o desempenho dos sistemas construtivos
é um avanço para o setor e constitui o caminho para a evolução de todos que
compõem a cadeia da construção civil”.
Segundo Souza (1988), a ideia do conceito de desempenho é
exatamente verificar como uma edificação responde a um conjunto de
solicitações a que estará submetida e se ela atende ou não as exigências dos
usuários que estarão usufruindo dessa edificação.
Do ponto de vista das inovações tecnológicas, especialmente área
habitacional, observou-se ao longo dos últimos anos que a introdução de novos
produtos e sistemas construtivos, devido a industrialização da construção,
esbarrou na ausência de referências normativas que permitissem avaliar se
esses novos sistemas construtivos que surgiam no mercado atendiam a
condições mínimas desempenho (SOUZA, 1988).
17
O desempenho de uma edificação está relacionado com o
comportamento do mesmo em utilização ou do sistema construtivo em si, seja
em madeira, em, em concreto, cerâmica ou qualquer outro material (SOUZA,
1988).
A forma de estabelecimento do desempenho é comumente pensada por
meio da definição de requisitos (qualitativos), critérios (quantitativos ou
premissas) e métodos de avaliação, os quais permitem a mensuração clara do
seu atendimento (ABNT, 2013a).
“Em função das necessidades básicas de segurança, saúde, higiene e
economia, são estabelecidos para os diferentes sistemas requisitos mínimos de
desempenho que devem ser considerados e atendidos” (ABNT, 2013a, p.11).
A obtenção do desempenho desejado de uma edificação ao longo de
uma determinada vida útil de projeto depende de várias partes para ser
atingida, desde aqueles que concebem os empreendimentos até os
responsáveis pela sua operação e manutenção (BORGES, 2008).
Segundo Borges (2008), o caminho para a obtenção do desempenho
inicia-se pelos responsáveis pela concepção dos empreendimentos, que
definem qual é o nível de desempenho e a vida útil desejada, levando em conta
as necessidades dos usuários, e se dispõem a investir em soluções de projeto
que atendam tais premissas. A próxima etapa seria responsabilizada aos
projetistas, que depois de conhecer o desempenho requerido do produto final,
através de projetos especificam elementos e componentes que tenham
durabilidade compatível com a vida útil de projeto, e, posteriormente, orientam
os administradores dos empreendimentos para elaborarem programas de
manutenção corretiva e preventiva. Os construtores executam a obra
obedecendo rigorosamente o projeto, utilizando as técnicas construtivas
necessárias para a obtenção do desempenho desejado ao longo da vida útil de
projeto. Por fim, os usuários conhecem e aceitam a vida útil de projeto do
produto final, e em entram em um acordo com os administradores, que por sua
vez se comprometem a investir nos programas de manutenção e a atender aos
cuidados de operação previstos no projeto.
Para (1988), a avaliação de desempenho “[...] é uma tentativa de simular
o potencial desempenho, de fazer uma previsão do comportamento da
edificação ou fazer uma previsão de desempenho”.
18
Segundo ABDI (2015), um componente, elemento ou sistema
industrializado tem qualidade quando atende aos requisitos de desempenho, à
vida útil esperada e quando o seu custo total (de execução e manutenção) não
ultrapassa os valores esperados.
O grande desafio na utilização da abordagem de desempenho na
construção civil é a tradução das necessidades dos usuários em requisitos e
critérios que possam ser mensurados de maneira objetiva, dentro de
determinadas condições de exposição e uso, e que sejam viáveis técnica e
economicamente dentro da realidade de cada sociedade, região ou país. Outro
aspecto importante são as condições de exposição a que as edificações estão
sujeitas e que dependem dos agentes que atuarão sobre elas, e são relevantes
para a manutenção dos níveis de desempenho esperados ao longo do
tempo (BORGES, 2008).
Souza (2015) afirma que nas últimas décadas tem se verificado no Brasil
a busca de alternativas para substituírem os produtos e processos tradicionais
até então utilizados, por conta das transformações sociais, econômicas,
culturais e políticas que o país tem passado e que têm se refletido no campo da
construção de edifícios. “Esta busca está marcada pelo desenvolvimento de
novos materiais, componentes, sistemas construtivos e novas concepções de
projeto, traduzindo um grande esforço de racionalização e industrialização da
construção.” (SOUZA, 2015. p. 9).
Segundo Souza (2015), para se avaliar corretamente um sistema
construtivo, é necessário definir precisamente a sua função e estabelecer os
métodos que permitam verificar se ele a cumpre. Muitas variáveis estão
envolvidas em sua aceitação ou não destes, pois, a sua função depende do
tipo de edifício onde será aplicado, das exigências a serem satisfeitas por esse
edifício, das suas condições de uso, da região climática onde será construído e
do tempo durante o qual se deseja que o novo produto ou sistema cumpra a
sua função.
Mitidieri Filho (2003) aponta que a normalização de desempenho não se
destina exclusivamente a soluções inovadoras, mas aplica-se também a
qualquer sistema ou processo construtivo, mesmo que convencional, até
porque atualmente é muito difícil caracterizar o que é convencional. Segundo
ele ainda, a sistemática de avaliação técnica do produto, processo ou sistema
19
construtivo deve ter como base a abordagem de desempenho, ou seja, os
edifícios devem atender a requisitos e critérios de desempenho visando
satisfazer exigências de seus usuários. A forma de estabelecimento do
desempenho é comum e internacionalmente pensada por meio da definição de
requisitos (qualitativos), critérios (quantitativos ou premissas) e métodos de
avaliação, os quais permitem a mensuração clara do seu atendimento.
Os requisitos e critérios de desempenho procuram caracterizar o edifício
como um produto cuja função é a de satisfazer as exigências do usuário
quando submetido a determinadas condições de exposição (SOUZA, 2015).
Os produtos, processos e sistemas devem ser bem caracterizados por
ocasião da avaliação técnica, de forma a possibilitar o controle da qualidade da
obra, baseado em ensaios e análises periódicas de seus materiais e
componentes, e em auditorias periódicas do sistema da garantia da qualidade
adotado pelo produtor ou construto (MITIDIERI FILHO, 2003).
2.3 NORMA DE DESEMPENHO – NBR 15575
Segundo ABNT (2013a, p.xi), NBR 15575, as “[...] normas de
desempenho são estabelecidas buscando atender aos requisitos dos usuários”.
“O foco desta Norma está nos requisitos dos usuários para o edifício
habitacional e seus sistemas, quanto ao seu comportamento em uso e não na
prescrição de como os sistemas são construí.” ABNT (2013a, p.xi).
“ABNT NBR 15575 é utilizada como um procedimento de avaliação do
desempenho de sistemas construtivos.” (ABNT, 2013a, p.1).
A avaliação de desempenho consiste em “[...] prever o comportamento
potencial do edifício e suas partes quando em utilização normal.” (SOUZA,
2015, p. 14).
A Norma de Desempenho – 15575, possui diversas normas de como
base, como por exemplo a NBR 6118, Projeto de estruturas de concreto –
Procedimento, NBR 5674, Manutenção de edificações, NBR 10151, Acústica,
entre muitas outras. Essa junção das Normas na NBR 15575, segundo
Baestero (2017), só traz benefícios, para que as empresas construtoras, por
exemplo, eliminem os fornecedores que não atendem aos critérios. A Norma de
Desempenho estabelece requisitos com base no uso consagrado de produtos
20
ou procedimentos, buscando o atendimento as exigências dos usuários de
forma indireta.
A Norma - Edificações habitacionais – Desempenho - contém as
seguintes partes:
— Parte 1: Requisitos gerais;
— Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais;
— Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos;
— Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e
externas – SVVIE;
— Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas;
— Parte 6: Requisitos para os sistemas hidrossanitários.
Esta norma traduz os requisitos dos usuários em requisitos e critérios e
são complementares às normas prescritivas, sem substituí-las. “A utilização
simultânea de normas de desempenho e prescritivas visa atender aos
requisitos do usuário com soluções tecnicamente adequadas” (ABNT, 2013a,
p.xi).
A ABNT NBR 15575 (2013a) afirma que “[...] se as normas prescritivas
apresentarem requisitos suplementares a norma de desempenho, estes devem
ser integralmente atendidos.”
A diferença entre uma Norma prescritiva e uma Norma de desempenho
é que enquanto uma estabelece requisitos baseados no uso consagrado de
produtos ou procedimentos, visando o atendimento às exigências dos usuários
de forma indireta, a outra traduz essas exigências em requisitos e critérios,
segundo a ABNT NBR 15575. Dessa forma, uma norma de desempenho
complementa a norma prescritiva.
A Norma de Desempenho não se aplica a obras já concluídas, obras em
andamento na data da entrada em vigor desta norma, projetos protocolados
nos órgãos competentes até 18 de julho de 2013, obras de reformas, retrofit de
edifícios e edificações provisórias (ABNT, 2013a).
Segundo a ABNT NBR 15575 (2013a) para os diferentes sistemas são
estabelecidos três níveis de desempenho, mínimo (M), intermediário (I) e
superior (S). Sendo que os requisitos mínimos de desempenho (M) devem ser
considerados e atendidos para todos os sistemas. Esses níveis de
desempenho são classificados conforme os resultados dos métodos de
21
avaliação, que podem ser ensaios laboratoriais, ensaios em campo, inspeções
em protótipos, simulações, análise de projetos.
2.3.1 Definições e conceitos importantes
A primeira parte da NBR 15575 (ABNT, 2013a) apresenta uma série de
definições e conceitos utilizados na Norma de Desempenho em suas 6 partes.
A seguir são relacionadas algumas destas definições presentes na norma:
Norma prescritiva - Conjunto de requisitos e critérios estabelecidos
para um produto ou um procedimento específico, com base na consagração do
uso ao longo do tempo.
Norma de desempenho - Conjunto de requisitos e critérios
estabelecidos para uma edificação habitacional e seus sistemas, com base em
requisitos do usuário, independentemente da sua forma ou dos materiais
constituintes.
Usuário - Proprietário, titular de direitos ou pessoa que ocupa a
edificação habitacional.
Construtor - Pessoa física ou jurídica, legalmente habilitada, contratada
para executar o empreendimento de acordo com o projeto e em condições
mutuamente estabelecidas.
Incorporador - Pessoa física ou jurídica, comerciante ou não, que,
embora não efetuando a construção, compromisse ou efetive a venda de
frações ideais de terreno, objetivando a vinculação de tais frações a unidades
autônomas, em edificações a serem construídas ou em construção sob regime
condominial, ou que meramente aceita propostas para efetivação de tais
transações, coordenado e levando a termo a incorporação e responsabilizando-
se, conforme o caso, pela entrega em certo prazo e preço e determinadas
condições das obras concluídas.
Fornecedor - Organização ou pessoa que fornece um produto.
Requisitos de desempenho - Condições que expressam
qualitativamente os atributos que a edificação habitacional e seus sistemas
devem possuir, a fim de que possam atender aos requisitos do usuário.
22
Critérios de desempenho - Especificações quantitativas dos requisitos
de desempenho, expressos em termos de quantidades mensuráveis, a fim de
que possam ser objetivamente determinados.
Desempenho - Comportamento em uso de uma edificação e de seus
sistemas.
Requisitos do usuário - Conjunto de necessidades do usuário da
edificação habitacional e seus sistemas.
Durabilidade - Capacidade da edificação ou de seus sistemas de
desempenhar suas funções, ao longo do tempo e sob condições de uso e
manutenção especificadas no manual de uso, operação e manutenção.
Condições de exposição - Conjunto de ações atuantes sobre a
edificação habitacional, incluindo cargas gravitacionais, ações externas e ações
resultantes da ocupação.
Manual de uso, operação e manutenção - Documento que reúne as
informações necessárias para orientar as atividades de conservação, uso e
manutenção da edificação e operação dos equipamentos.
Manutenção - Conjunto de atividades a serem realizadas para
conservar ou recuperar a capacidade funcional da edificação e seus sistemas
constituintes, a fim de atender às necessidades e segurança dos seus
usuários.
Manutenibilidade - Grau de facilidade de um sistema, elemento ou
componente de ser mantido ou recolocado no estado no qual possa executar
suas funções requeridas de uso especificadas, quando a manutenção é
executada sob condições determinadas, procedimentos e meios prescritos.
Vida útil (VU) - Período de tempo em que um edifício e/ou seus
sistemas se prestam às atividades para as quais foram projetados e
construídos, com atendimento dos níveis de desempenho previstos,
considerando a periodicidade e a correta execução dos processos de
manutenção especificados no respectivo manual de uso, operação e
manutenção. Não pode ser confundida com prazo de garantia legal ou
contratual.
Vida útil de projeto (VUP) - Período estimado de tempo para o qual um
sistema é projetado, a fim de atender aos requisitos de desempenho
estabelecidos, considerando o atendimento aos requisitos das normas
23
aplicáveis, o estágio do conhecimento no momento do projeto e supondo o
atendimento da periodicidade e correta execução dos processos de
manutenção especificados no respectivo manual de uso, operação e
manutenção. Não pode ser confundida com o tempo de vida útil, durabilidade e
prazo de garantia legal ou contratual.
Sistema - Maior parte funcional do edifício. Conjunto de elementos e
componentes destinados a atender a uma macro função que o define (por
exemplo, fundação, estrutura, pisos, vedações verticais, instalações
hidrossanitárias, cobertura).
2.3.2 Parte 1 - Requisitos gerais
A NBR 15575-1 (ABNT, 2013a) apresenta uma lista geral de exigências
dos usuários. Estas exigências são utilizadas para estabelecer os requisitos e
critérios a serem abordados nas demais partes da norma referentes a cada
sistema que compreende uma edificação, a saber: sistemas estruturais, pisos
internos e externos, vedações verticais e horizontais, cobertura e sistemas
hidrossanitários. Cada parte da norma contempla todas as doze exigências dos
usuários. Estas exigências são separadas em três classes:
1 Segurança:
• Desempenho estrutural;
• Segurança contra incêndio;
• Segurança no uso e na operação.
2 Habitabilidade:
• Estanqueidade;
• Desempenho térmico;
• Desempenho acústico;
• Desempenho lumínico;
• Durabilidade e manutenibilidade;
• Saúde, higiene e qualidade do ar.
3 Sustentabilidade:
• Funcionalidade e acessibilidade;
24
• Conforto táctil, visual e antropodinâmico e Adequação ambiental.
A primeira de seis partes da Norma de Desempenho, NBR 15575-1 -
Edificações Habitacionais – Desempenho – Parte 1: Requisitos Gerais, “[...]
estabelece os requisitos e critérios de desempenho aplicáveis às edificações
habitacionais, como um todo integrado, que serão avaliados de forma isolada
para um ou mais sistemas específicos” (ABNT, 2013a, p.1).
Esta parte também aborda as incumbências técnicas dos intervenientes,
as quais são:
Fornecedor de material, componente e/ou sistema: Cabe ao
fornecedor de sistemas caracterizar o desempenho de acordo com esta Norma.
Convém também que os fabricantes de produtos, sem normas brasileiras
específicas ou que não tenham seus produtos com o desempenho
caracterizado, forneçam resultados comprobatórios do desempenho de seus
produtos com base nesta Norma ou em Normas específicas internacionais ou
estrangeiras (ABNT, 2013a).
Projetistas: Devem estabelecer a vida útil de projeto (VUP) de cada
sistema que compõe a NBR 15575 e apresenta-los em memoriais descritivos.
É de responsabilidade do projetista o papel de especificar materiais, produtos e
processos que atendam ao desempenho mínimo estabelecido nesta parte da
ABNT NBR 15575 com base nas normas prescritivas e no desempenho
declarado pelos fabricantes dos produtos a serem empregados em projeto
(ABNT, 2013a).
Construtor e incorporador: Cabe ao construtor ou incorporador
elaborar o manual de uso, o e manutenção. O manual deve ser entregue ao
proprietário da unidade quando da disponibilização da edificação para uso
(ABNT, 2013a).
Usuário: Tem a responsabilidade de realizar a manutenção, de acordo
com o estabelecido na ABNT NBR 5674 e o manual de uso, operação e
manutenção fornecido pela construtora (ABNT, 2013a).
Segundo a ABNT (2013a, p. 13), “[...] a avaliação de desempenho busca
analisar a adequação ao uso de um sistema ou de um processo construtivo
destinado a atender a uma função, independentemente da solução técnica
25
adotada”. Para atingir esta finalidade, na avaliação do desempenho é realizada
uma investigação baseada em métodos consistentes, capazes de produzir uma
interpretação objetiva sobre o comportamento esperado do sistema nas
condições de uso definidas. Esta avaliação do desempenho deve realizada por
instituições de ensino especializadas, empresas de tecnologia ou equipes
profissionais de reconhecida capacidade técnica. Recomenda-se que os
resultados desta investigação sejam documentados por meio de registro de
imagens, memorial de cálculo, catálogos técnicos dos produtos (ABNT, 2013a).
Segundo a ABNT (2013a, p.14), “[...] os requisitos de desempenho
devem ser verificados aplicando-se os respectivos métodos de ensaio previstos
nesta parte”.
Segundo ABNT (2013a) os métodos de avaliação estabelecidos
consideram a realização de ensaios laboratoriais, ensaios em campo,
inspeções em protótipos ou em campo, simulações e análise de projetos.
No caso de sistemas construtivos já utilizados em outras obras, pode-se considerar na avaliação a realização de inspeções de campo, atendendo aos requisitos e critérios de desempenho estabelecidos, desde que se comprove que a edificação habitacional ou o sistema seja igual ao da avaliação que se deseja proceder. (ABNT, 2013a, p.14).
A parte 1 da Norma de Desempenho – NBR 15575-1 (ABNT, 2013a)
apresenta requisitos relativos à segurança contra incêndio. Estes estão
pautados em proteger a vida dos ocupantes das edificações, em caso de
incêndio; dificultar a propagação do incêndio, reduzindo danos ao meio
ambiente e ao patrimônio; proporcionar meios de controle e extinção do
incêndio e dar condições de acesso para as operações do Corpo de
Bombeiros. A garantia à resistência ao fogo dos elementos estruturais tem
como principais objetivos possibilitar a saída dos ocupantes da edificação em
condições de segurança; garantir condições para o emprego de socorro
público, onde se permita o acesso operacional de viaturas, equipamentos e
seus recursos humanos, com tempo hábil para exercer as atividades de
salvamento e combate a incêndio; evitar ou minimizar danos à própria
edificação, às outras adjacentes, à infraestrutura pública e ao meio ambiente.
26
A segurança contra incêndio baseia-se em fundamentos de projetos
(implantação adequada para que o incêndio não se propague para outras
edificações, rotas de fuga, compartimentação, acesso para os bombeiros, etc.),
propriedades dos materiais e dos elementos da construção (ignitibilidade,
resistência ao fogo, etc), dispositivos de detecção e combate ao fogo (CBIC,
2013).
Esta primeira parte da norma também aborda a segurança no uso e
operação dos sistemas e componentes da edificação habitacional. Esta
segurança deve ser considerada em projeto, especialmente no que diz respeito
a agentes agressivos (por exemplo, proteção contra queimaduras e pontos e
bordas cortantes) (ABNT, 2013a).
Verifica-se, nas habitações em geral, número significativo de ocorrências
rotuladas como "acidentes", sendo que na verdade muitas delas são
decorrentes de situações de exposição ao risco. Nesta parte da norma são
introduzidos requisitos e critérios visando minimizar a possibilidade de
ferimentos nos usuários da habitação, choques elétricos, tropeções, quedas e
queimaduras. Procura-se quantificar o coeficiente de atrito de pisos, a
resistência mecânica de guarda corpos, os cuidados na manutenção de
telhados e outros (CBIC, 2013).
Segundo CBIC (2013), a segurança no uso e na operação dos sistemas
e componentes da edificação habitacional deve ser considerada em projeto,
especialmente no que diz respeito à presença de agentes agressivos (o que
pode ocorrer, por exemplo, como emprego de materiais ou execução de
sistemas que contenham pontas e bordas cortantes, provoquem queimaduras,
etc.). As instalações devem ser incorporadas à construção de forma a garantir
a segurança dos usuários, sem riscos de queimaduras (instalações de água
quente) ou outros acidentes. Devem ainda harmonizar-se com a
deformabilidade das estruturas, interações com o solo e características fisico-
químicas dos demais materiais de construção.
Segundo a Norma de Desempenho – NBR 15575-1 (ABNT, 2013a),
devem ser previstas no projeto e na execução formas de minimizar, durante o
uso da edificação, o risco de: queda de pessoas em altura: telhados, lajes de
cobertura e quaisquer partes elevadas da construção; acessos não controlados
aos locais com riscos de quedas; queda de pessoas em função de rupturas das
27
proteções; queda de pessoas em função de irregularidades nos pisos, rampas
e escadas; ferimentos provocados por ruptura de subsistemas ou
componentes, em função da operação das partes móveis de componentes, em
função da projeção de materiais ou componentes a partir das coberturas e das
fachadas, tanques de lavar, pias e lavatórios, com ou sem pedestal, e de
componentes ou equipamentos normalmente fixáveis em paredes; ferimentos
em função de explosão resultante de vazamento ou de confinamento de gás
combustível.
Com relação a estanqueidade, a exposição à água de chuva e à
umidade devem ser consideradas em projeto, pois a umidade acelera os
mecanismos de deterioração e acarreta a perda das condições de
habitabilidade e de higiene do ambiente construído. (ABNT, 2013a).
De acordo com Guia Orientativo para Atendimento à Norma ABNT NBR
15575 (CBIC, 2013), a NBR 15575 não considera condicionamento artificial
para fins de conforto térmico. O desempenho térmico é dependente de 31
diversas características do local a ser implantado o empreendimento como
topografia, temperatura, umidade do ar, direção e velocidade do vento, etc., e
da edificação como materiais constituintes, número de pavimentos, pé-direito,
etc.
Para atender aos requisitos de desempenho térmico, a edificação
habitacional deve reunir determinadas características, considerando-se a zona
bioclimática definida pela NBR 15220-3. A NBR 15575-1 estabelece um
procedimento normativo, procedimento simplificado e um procedimento
informativo, procedimento de medição, que é apresentado em anexo a esta
parte da norma (ABNT, 2013a).
Segundo a ABNT (2013a), NBR 15575 – Parte 1, a edificação deve
apresentar isolamento acústico adequado das vedações externas, no que se
refere aos ruídos aéreos provenientes do exterior da edificação habitacional,
isolamento acústico adequado entre áreas comuns e privativas e entre áreas
privativas de unidades autônomas diferentes.
Além de critérios de isolamento ao som aéreo, a norma inclui
disposições para o isolamento ao ruído transmitido por impactos, fator
extremamente importante para os entrepisos e coberturas acessíveis. A NBR
15575 estipula critérios para a atenuação acústica dos ruídos de impactos
28
aplicados às lajes de piso e para o isolamento ao som aéreo dos pisos e do
envelope da construção (fachadas e coberturas). Considera ainda a
necessidade de isolação acústica de paredes de geminação entre unidades
autônomas e de paredes divisórias entre áreas privativas e áreas comuns nas
edificações multifamiliares. Na presente versão da norma, não são
estabelecidos limites para a isolação acústica entre cômodos de uma mesma
unidade (CBIC, 2013).
Durante o dia, as dependências da edificação habitacional (sala de
estar, dormitório, cozinha, área de serviço, banheiros, garagens, áreas de uso
comum) devem receber iluminação natural conveniente, oriunda diretamente
do exterior ou indiretamente, através de recintos adjacentes. Para o período
noturno, o sistema de iluminação artificial deve proporcionar condições internas
satisfatórias para ocupação dos recintos e circulação nos ambientes com
conforto e segurança (ABNT, 2013a).
Segundo a NBR 15575 (ABNT, 2013a), os requisitos de iluminância
natural podem ser atendidos mediante adequada disposição dos cômodos
(arquitetura), correta orientação geográfica da edificação, dimensionamento e
posição das aberturas, tipos de janelas e de envidraçamentos, rugosidade e
cores dos elementos (paredes, tetos, pisos etc.), inserção de poços de
ventilação e iluminação, eventual introdução de domo de iluminação, etc.
Recomenda-se que a iluminação natural das salas de estar e dormitórios seja
provida de vãos de portas ou de janelas.
Considerando apenas a iluminação artificial, a norma ABNT NBR 5413
estipula as iluminâncias requeridas para várias tarefas e atividades, para
diferentes tipos. de edificações (habitações, escolas, comércio etc.). A norma
de desempenho 15575 estipula níveis requeridos de iluminância natural e
artificial nas habitações, reproduzindo, neste último caso, as próprias
exigências da NBR 5413 – Iluminância de interiores (CBIC, 2013).
Segundo a NBR 15575 (ABNT, 2013a, p. 31), “[...] a durabilidade do
edifício e de seus sistemas é um requisito econômico do usuário, pois está
diretamente associado ao custo global do bem imóvel”.
Segundo o Guia Orientativo para Atendimento à Norma ABNT NBR
15575/2013 (CBIC, 2013), a NBR 15575 estipula prazos de Vida Útil de Projeto
(VUP) em níveis Mínimo, Intermediário e Superior. Para que a VUP possa ser
29
atingida é necessário que sejam atendidos simultaneamente os seguintes
aspectos:
− Projetos adequados aos programas de necessidades, compatíveis
com a VUP pretendida, bem detalhados, aderentes às características do
local da obra, com adequada coordenação entre as diferentes disciplinas e
com especificações precisas dos materiais, processos e detalhamentos
construtivos;
− Emprego de componentes e materiais de qualidade compatível
com a VUP;
− Execução com técnicas e processos que possibilitem a obtenção
da VUP;
− Atendimento em sua totalidade aos programas de manutenção
corretiva e preventiva;
− Atendimento aos cuidados pré-estabelecidos para se fazer uso
correto do edifício;
− Utilização do edifício em concordância ao que foi previsto em
projeto;
A NBR 15575 (ABNT, 2013) também define que as condições de
exposição do edifício devem ser especificadas em projeto, a fim de possibilitar
uma análise da vida útil de projeto (VUP) e da durabilidade do edifício e seus
sistemas.
Além dos aspectos de desempenho estrutural, segurança contra
incêndios, durabilidade e outros atributos citados nesta Parte da NBR 15575, é
necessário que a habitação apresente compartimentação adequada e espaços
suficientes para a disposição de camas, armários, poltronas e os diversos
utensílios domésticos. Além dos espaços e pé direito mínimos, são
estabelecidos critérios regulando a possibilidade e ampliação de unidades
térreas e o funcionamento de instalações hidráulicas reportando-se sempre que
necessário a outras Normas técnicas (CBIC, 2013).
Com base nos princípios da ergonomia, a NBR 15575-1 estabelece
critérios de desempenho para o conforto tátil e antropodinâmico, para não
prejudicar as atividades normais dos usuários no dia a dia (CBIC, 2013).
30
Por fim, com relação a adequação ambiental das edificações, os
empreendimentos e sua infraestrutura (arruamento, drenagem, rede de água,
gás, esgoto, telefonia, energia) devem ser projetados, construídos e mantidos
de forma a minimizar as alterações no ambiente (ABNT, 2013a).
2.3.3 Requisitos para o sistema estrutural
A segunda parte da Norma de Desempenho, NBR 15575-2 Edificações
Habitacionais – Desempenho – Parte 2: Requisitos para os Sistemas
Estruturais, estabelece os requisitos e critérios de desempenho aplicáveis aos
sistemas estruturais das edificações habitacionais (ABNT, 2013b).
A NBR 15575 – 2 (ABNT, 2013b) primeiramente define os requisitos
gerais da estrutura da edificação habitacional, que são apresentados a seguir:
a) não ruir ou perder a estabilidade de qualquer de suas partes; b) prover segurança aos usuários sob ação de impactos, choques, vibrações e outras solicitações decorrentes da utilização normal da edificação, previsíveis na época do projeto; c) não provocar sensação de insegurança aos usuários pelas deformações de quaisquer elementos da edificação, permitindo-se tal requisito atendido caso as deformações se mantenham dentro dos limites estabelecidos nesta Norma; d) não repercutir em estados inaceitáveis de fissura de vedação e acabamentos; e) não prejudicar a manobra normal de partes móveis, como portas e janelas, nem prejudicar o funcionamento normal das instalações em face das deformações dos elementos estruturais; f) atender às disposições das ABNT NBR 5629, ABNT NBR 1168 e ABNT NBR 6122, relativas às interações com o solo e com o entorno da edificação. (ABNT, 2013b, p. 4).
As edificações devem apresentar um nível específico de segurança
contra a ruína, considerando-se as combinações de carga de maior
probabilidade de ocorrência, ou seja, aquelas que se referem ao estado-limite
último. Para isso, devem atender às disposições aplicáveis das normas que
abordam a estabilidade e a segurança estrutural para todos os componentes
estruturais da edificação habitacional.
31
Esta parte da norma também define que as cargas permanentes,
acidentais (que ocorrem devido ao vento), devem ser consideradas em projeto,
atendendo as normas NBR 8681, NBR 6122 e NBR 6123.
A edificação não deve apresentar deformações ou fissuras excessivas
nos elementos de construção vinculados ao sistema estrutural, levando-se em
consideração as ações permanentes e de utilização. O sistema estrutural deve
conservar a segurança, estabilidade e aptidão em serviço durante todo o
período que corresponder à sua vida útil (ABNT, 2013b).
A NBR 15575 – 2 (ABNT, 2013b) define que devem ser previstas e
realizadas manutenções preventivas sistemáticas e manutenções de caráter
corretivo, caso necessário, a fim de que seja alcançada a vida útil de projeto
(VUP) para a estrutura e seus elementos. As 37 manutenções a serem
realizadas devem seguir o Manual de Uso, Operação e Manutenção fornecido
pela construtora ou incorporadora e às boas práticas, de acordo com a NBR
5674.
Esta segunda Parte da NBR 15575 – Norma de Desempenho, toma
como base diversas outras Normas referentes a estruturas de edificações.
Sendo assim, todos os projetos estruturais devem seguir os procedimentos e
critérios máximos e mínimos com base nas mesmas normas, como por
exemplo a NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto – Procedimento, NBR
6120 – Cargas para o cálculo de estruturas de edificações, entre outras.
2.3.3 Requisitos para os sistemas de pisos
Esta parte da ABNT NBR 15575 estabelece os requisitos e critérios de
desempenho que se aplicam ao sistema de pisos da edificação habitacional.
Os sistemas de pisos não devem apresentar ruína, seja por ruptura ou
perda de estabilidade, nem falhas que coloquem em risco a integridade física
do usuário. Para assegurar estabilidade e segurança estrutural, a camada
estrutural do sistema de pisos deve atender aos critérios especificados na
ABNT NBR 15575-2 (ABNT, 2013b).
A NBR 15575 – Parte 3 estabelece que o sistema de pisos deve
dificultar a ocorrência da inflamação generalizada no ambiente de origem de
incêndio. Determina também requisitos e critérios de resistência ao fogo em
32
que os sistemas de pisos devem obedecer a fim de garantir o controle dos
riscos de propagação do incêndio e fumaça, e que os materiais a serem
empregados nos sistemas de pisos devem dificultar a ocorrência da inflamação
generalizada no ambiente de origem do incêndio e não gerar fumaça excessiva
capaz de impedir a fuga dos ocupantes em situações de incêndio (ABNT,
2013c).
Segundo a NBR 15575 – Parte 3, a segurança no uso e operação de um
sistema de piso é um requisito muito importante, e que o risco de queda e
acidentes pode ser reduzido com a presença de sinalização adequada, uso de
corrimãos, manutenção e uso de produtos adequados (ABNT, 2013c).
A terceira parte da Norma de Desempenho delimitam os desníveis
abruptos que devem ser especificados em projetos, com presença de
sinalização adequada a fim de evitar acidentes e consequentes lesões dos
usuários da edificação (ABNT, 2013c).
Esta parte da ABNT NBR 15575 apresenta os requisitos e critérios para
a verificação do isolamento acústico do sistema de piso entre unidades
autônomas. São considerados o isolamento de ruído de impacto no sistema de
piso (caminhamento, queda de objetos e outros) e o isolamento de ruído aéreo
(conversas, som proveniente de TV e outros) (ABNT, 2013c).
A NBR 15575 – Parte 3 determina que o projeto deve especificar a
sinalização e locais da sinalização, além de considerar a adequação da
camada de acabamento dos degraus das escadas e das rampas, bem como
deve especificar desníveis entre as alturas das soleiras.
A Norma também sugere a planicidade do sistema de pisos, com a
regularização entre placas ou tábuas contíguas, para melhor conforto tátil e
antropodinâmico.
2.4 TRABALHOS SOBRE A IMPLANTAÇÃO DA NORMA DE DESEMPENHO NAS CONSTRUTORAS E SUAS IMPLICAÇÕES
Para promover a disseminação da Norma de Desempenho foram
produzidas algumas publicações, e uma considerada das mais importantes é o
33
“Desempenho de Edificações - Guia orientativo para atendimento à norma NBR
15575”, da Câmara Brasileira da Industria da Construção, 2013, que como um
guia prático da norma com comentários e recomendações que visam facilitar o
entendimento dos consumidores e produtores de habitações em relação ao
desempenho dos sistemas construtivos citados nas seis partes da norma. O
guia funciona como complemento ao texto da NBR 15575, sem substituir o
estudo desta norma, porém é muito utilizado como bibliografia para muitos
trabalhos sobre este assunto.
34
Figura 1: Guia orientativo para atendimento à NBR 15575
Fonte: CBIC (2013).
A implantação da NBR 15575 - Norma de Desempenho - causa impacto
nos vários processos construtivos, passando pela fase de projetos até a
execução, o uso e a manutenção das edificações habitacionais. Os projetistas
muitas vezes terão que adaptar seus projetos aos requisitos e critérios
estabelecidos nesta norma. Com a existência desta norma, o usuário passa a
ter em mãos um instrumento que lhe permite exigir maior conforto e
desempenho dentro da vida útil do produto, desde que a execução da
manutenção predial seja feita devidamente.
Cotta (2017) realizou um estudo em empresas construtoras de pequeno
e médio porte, avaliando como elas estão se mobilizando para atendimento dos
requisitos e critérios estabelecidos pela norma de desempenho, suas maiores
dificuldades, entraves e avanços em relação à implantação da norma. Visou
também apresentar sugestões para melhorias no processo de projeto, através
de fluxograma do processo de projeto, ferramentas, checklists de projetos,
roteiros, os quais foram apresentados para as empresas estudadas visando o
atendimento do desempenho. A autora observou que a maioria das as
empresas possuíam conhecimento da existência da norma de desempenho,
mas em todas faltava conhecimento técnico específico da norma e o que fazer
ou como fazer para aplicá-la, e que a postura dos projetistas acontece de forma
35
passiva, mostrando que estavam acomodados à antiga forma de trabalho e
que, se não são exigidos pela construtora, não se mobilizam para configurar
seus projetos de maneira a atender a norma de desempenho.
Kuchla (2018) desenvolveu um método de implantação da NBR 15575
para nortear as empresas de Maringá, estabelecendo passos a serem
cumpridos para o atendimento à norma. Para tal, antes do desenvolvimento do
método e da aplicação nas construtoras, foi necessária a análise de todos os
requisitos e critérios apresentados pela NBR 15575, elaborando-se uma
planilha com todos os requisitos e critérios constantes na Norma de
Desempenho, em suas seis partes e fez-se a análise sobre quem é o
profissional ou qual é o setor responsável para atendimento a cada um dos
critérios apresentados pela norma, e por fim, foram determinadas ações
necessárias a cada projetista responsável a fim de facilitar a compreensão do
seu papel no processo de implantação ao atendimento à NBR 15575.
Tabela 1 – Exemplo da planilha confeccionado na tese de Kuchla (2018)
Parte Item Requisitos Item Critérios Setor responsável
1
8.2
Dificultar o princípio do
incêndio
8.2.1.1
Proteção contra descargas
atmosféricas
Projeto Elétrico e
Projeto de Prevenção
Contra Pânico e Incêndio.
8.2.1.2
Proteção contra risco de ignição nas
instalações elétricas
Projeto Elétrico.
8.2.1.3
Proteção contra risco de vazamento
nas instalações de gás
Projeto Arquitetônico e Projeto
de Instalações de Gás.
8.3
Facilitar a fuga em
situação de incêndio
8.3.1
Rotas de fuga
Projeto Arquitetônico e
Projeto de Prevenção Contra
Pânico e Incêndio.
Fonte: Kuchla (2018).
Após um estudo inicial para levantamento das principais dificuldades
enfrentadas pelas construtoras da cidade de Maringá para a implantação da
Norma de Desempenho, a autora constatou que estas não estavam preparadas
para o cumprimento da Norma de Desempenho e a maioria sequer conhecia o
seu conteúdo. Como consequência desta falta de conhecimento, as
construtoras não conseguiam estabelecer o procedimento para aplicação do
atendimento à norma. Verificou-se também que muitos projetistas não seguem
sequer as normas específicas da sua atividade, e os projetistas que procuram
projetar atendendo as normas se depararam com dificuldades nas
36
especificações de muitos produtos, pois muitas vezes os fornecedores não
possuem as informações técnicas necessárias para que sejam tomadas as
decisões adequadas de projeto, o que comprovou o despreparo dos fabricantes
sobre as características mecânicas e físicas que seus produtos devem atender
para que a norma possa ser cumprida.
Okamoto (2015) realizou um estudo de caso em empresas construtoras
e incorporadoras, o qual tinha como objetivo traçar panoramas de como o
processo de projeto é conduzido nas empresas interrogadas e de como as
exigências da NBR 15575 têm sido acolhidas pelos profissionais relacionados
com o processo de projeto, identificando quais providências estão sendo por
eles tomadas frente a uma nova realidade, que é a existência desta norma.
Além disto, procurou-se detectar os entraves e as boas práticas encontradas
em empresas de incorporação e construção, projetistas e fornecedoras de
materiais e sistemas construtivos, no que é tangível ao processo de projeto e
ao atendimento das exigências da Norma de Desempenho em edificações
residenciais.
Para a realização desta pesquisa de campo a autora elaborou três
questionários: um para empresas incorporadoras e construtoras, outro para
projetistas e outro para fornecedores de materiais, sistemas construtivos ou
mão de obra. Os questionários aplicados às empresas contemplaram questões
relacionadas às posturas e providencias perante as exigências da Norma de
Desempenho em relação a diversas atividades do processo de projeto nas
quais possuem participação, desde a compra de terrenos, passando pela
atividade de formatação de produtos, estudos de viabilidade, desenvolvimento
de projetos executivos, fiscalização de obras, contratações e retroalimentação
de projetistas e fornecedores, divulgação de produtos, elaboração do manual
de uso e operação e assistência técnica.
A autora considerou o envolvimento de todos os projetistas, desde as
primeiras fases de projeto, é essencial para que informações de grande valor
possam ser consideradas e agregadas na concepção e configuração de um
produto a ser entregue de acordo com as necessidades do cliente (e conforme
divulgado e comercializado), minimizando falhas técnicas, construtivas e de
atendimento às necessidades dos usuários geradas pela falta de planejamento,
coordenação e compatibilização de projetos. Dentre muitos projetistas
37
entrevistados, os principais foram o arquiteto, projetista hidráulico e elétrico.
Nas entrevistas com as empresas foram identificados também
fornecedores de materiais e sistemas construtivos, almejando verificar se com
a vigência da Norma de Desempenho, estas empresas estão passando a se
envolver mais na elaboração de projetos, impactando na forma tradicional de
se projetar e inclusive na qualidade do produto final.
Assim como os outros trabalhos relacionados ao tema acima, a autora
deste estudo de caso também se verificou certo despreparo das empresas
entrevistadas quanto ao entendimento de normas baseadas em desempenho.
A autora também notou que não é frequente a comunicação entre
projetistas e fornecedores, sendo mais comum a troca de informações entre
incorporadoras/construtoras e fornecedores, concluindo que os projetistas,
algumas vezes, especificam a utilização de materiais e sistemas construtivos,
cujos detalhes técnicos e de instalação e utilização, pouco conhecem. Muitas
vezes são as construtoras que solicitam a especificação em projeto de
determinado produto aos projetistas, e estes últimos acatam as solicitações,
sem ao menos verificar ou conhecer as características técnicas e o
comportamento do que estão especificando. Considera-se também que o
relacionamento mais estreito entre projetistas e fornecedores antes e durante a
concepção e elaboração dos projetos, permite que se a tenha maior
conhecimento sobre a execução e/ou sobre características técnicas dos
materiais e sistemas construtivos, fornecendo mais subsídios para que sejam
realizadas especificações mais adequadas e corretas, aumentando a
possibilidade de que o produto final venha a presentar o desempenho
esperado.
38
3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO DE CASO
O trabalho foi realizado com autorização da Construtora “X” com base
nos projetos de um edifício sendo construído na Cidade de Navegantes, Santa
Catarina. Neste estudo de caso foi feita a verificação de todos os critérios
aplicáveis aos projetos fornecidos pela construtora para confirmar o
atendimento à NBR 15575. Foi utilizada a planilha de ações necessárias para
cumprimento dos requisitos e critérios proposta na tese de Kuchla (2018), que
se encontra exemplificada no Anexo Y deste trabalho. Esta tese parece ser o
método mais completo de avaliação de projetos entre os trabalhos encontrados
sobre o tema. Além da planilha, foi de grande importância o auxílio do Guia
Orientativo Para Atendimento á Norma ABNT NBR 15575 do CBIC, além da
própria NBR 15575.
3.1 A CONSTRUTORA E A OBRA
A construtora em questão se localiza na cidade de Navegantes, Santa
Catarina, e atua desde 2010 na cidade, com foco inicial em obras de pequeno
porte, como casas geminadas e casas particulares. Em 2013 entregou o
primeiro empreendimento multifamiliar exclusivamente de apartamentos, como
participante do programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal.
A partir de 2014, a construtora decidiu expandir sua marca, iniciando a
construção de empreendimentos de alto padrão próximos a praia do Gravatá,
Navegantes. Sendo assim, em 2017 anunciaram o seu mais novo
empreendimento em que foi feito o estudo de caso, que será o primeiro
empreendimento considerado de alto padrão da empresa.
O edifício em construção tem por suas principais características:
- Ser um bloco residencial, com 38 unidades, área de lazer (incluindo
salão de festas, brinquedoteca, playground, academia, piscina) e uma sala
comercial;
- Localiza-se na beira da Praia do Gravatá, em Navegantes, Santa
Catarina;
- Área total a construir = 9078,30 metros quadrados, distribuídos em
uma torre de 12 pavimentos mais barrilete e caixa d’água;
39
3.2 LIMITAÇÕES DO TRABALHO
Algumas limitações aconteceram durante a execução do trabalho,
principalmente por causa da fase em que a construção se encontrava. Durante
a realização do estudo de caso, a obra estava na fase de execução de
superestrutura em concreto armado, bem como a iniciação da execução da
alvenaria de vedação. Sendo assim, alguns requisitos e critérios não puderam
ser atendidos devido à falta de projetos específicos e do Manual do Uso,
Operação e Manutenção das Edificações. Projetos específicos como o de
impermeabilização, de sistema de cobertura e de sistema de pisos não foram
fornecidos pois, segundo o dono da construtora, não estavam prontos na época
do trabalho, sendo assim, todos os requisitos e critérios que exigiram algum
destes projetos e/ou o Manual serão indicados na seção 4 deste trabalho,
denominada Resultados da análise dos Projetos.
40
4 RESULTADOS
Apresenta-se a seguir os principais resultados obtidos na análise dos
projetos e memoriais descritivos fornecidos pela Construtora, sendo eles
listados a seguir:
– Memorial descritivo geral da edificação;
– Memorial descritivo dos Sistemas de Segurança Preventivos de
Incêndio;
– Memorial Descritivo de atendimento a NBR 15575 dos projetos
arquitetônico, preventivo, estrutural, elétrico e hidrossanitário;
– Projetos Arquitetônico, preventivo, estrutural, elétrico e hidrossanitário.
Por questões de extensão do trabalho, foi opção do autor juntamente
com seu Orientador de Trabalho de Conclusão de Curso fazer a Análise
apenas das três primeiras partes da Norma de Desempenho, que são: Parte 1:
Requisitos Gerais, Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais; Parte 3:
Requisitos para os sistemas de pisos;
A análise foi realizada critério por critério, seguindo a ordem:
– Verificar o que cada requisito e critério da norma exige;
– Definir qual projeto ou memorial deveria conter as informações para o
atendimento;
– Análise dos projetos e memoriais descritivos de acordo com o que é
recomendado na bibliografia listada na parte 3 desde trabalho;
O que não constava em projetos e / ou memoriais descritivos, foi
subentendido como requisito ou critério não foi atendido segundo a Norma
ABNT 15575.
Os Requisitos que serão apresentados a seguir estão listados na
mesma ordem em que se encontram presentes na NBR 15575, bem como
subdivididos em critérios.
41
4.1 ANÁLISE DOS REQUISITOS E CRITÉRIOS ESTABELECIDOS NA NBR 15575 – PARTE 1: REQUISITOS GERAIS
Requisito: Dificultar o princípio de incêndio:
Critério 8.2.1.1 - Proteção contra descargas atmosféricas: Exige que o
edifício deve ser provido de proteção contra cargas atmosféricas.
Projeto responsável: Projeto de Prevenção Contra Pânico e Incêndio.
Memorial descritivo do projeto preventivo: “O projeto atende ao
critério 8.2.1.1 - PT 1 da NBR 15575 atendendo a NBR 5419, o Edifício é
provido de proteção contra descargas atmosféricas.”
42
Figura 2: Projeto preventivo mostrando presença de sistema contra descargas atmosféricas
Fonte: Construtora (2016).
Nota: Presença do sistema contra descargas atmosféricas previamente dimensionado
no telhado da edificação no projeto preventivo (SCPDA na cor roxa ao redor da do
telhado)
43
Critério 8.2.1.2 - Proteção contra risco de ignição nas instalações
elétricas: Determina que as instalações elétricas devem ser projetadas de
acordo com a ABNT NBR 5410.
Projeto responsável: Projeto Elétrico.
Memorial descritivo elétrico: O projeto atende ao critério 8.2.1.2 – PT
1, da NBR 15575, as instalações elétricas das edificações são projetadas de
acordo com a NBR 5410 para a proteção contra risco de ignição nas
instalações elétricas.
A informação sobre o atendimento a este critério está presente no
memorial geral da obra, afirmando que “as instalações serão executadas
conforme projeto aprovado pela CELESC e por profissionais especializados.”
Critério 8.2.1.3 - Proteção contra risco de vazamento nas instalações de
gás: Solicita que o projeto das instalações de gás esteja de acordo com NBR
13523 e NBR 15526.
Projeto responsável: Projeto de Prevenção Contra Pânico e Incêndio.
Memorial descritivo preventivo: O projeto atende ao critério 8.2.1.3 -
PT 1 da NBR 15575, as instalações de gás são projetadas e serão executadas
de acordo com a NBR 13523 e NBR 15526.
Segundo o Memorial descritivo dos Sistemas de Segurança Preventivos
de Incêndio, todo o projeto de instalações de gás, incluindo os cálculos de
dimensionamento da rede de gás, está de acordo com a IN 008 CMBSC
(Instrução Normativa do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina), que, por sua
vez, usa como referência a 13523 e NBR 15526.
Requisito: Facilitar a fuga em situação de incêndio:
Critério 8.3.1 - Rotas de fuga: Determina que as rotas de saída de
emergência devem atender ao estabelecido na ABNT 9077.
Projeto responsável: Projeto de Prevenção Contra Pânico e Incêndio.
Memorial descritivo preventivo: O projeto atende ao critério 8.3.1 - PT
1 da NBR 15575, as rotas de saída do edifício atendem a NBR 9077.
44
Figura 3: Projeto preventivo com a rota de fuga do pavimento térreo
Fonte: Construtora (2016).
Figura 4: Detalhe da rota de emergência prevendo o uso de portas corta fogo do tipo P-90, no projeto preventivo
Fonte: Construtora (2016).
45
Critério 8.5.1.3 - Assegurar estanqueidade e isolamento: Apresentar em
memorial descritivo as considerações sobre a estanqueidade e o isolamento
dos sistemas, a fim de minimizar a propagação de incêndio.
Projeto responsável: Projeto de Prevenção Contra Pânico e Incêndio.
Memorial descritivo preventivo: O projeto atende ao critério 8.5.1.3 -
PT 1 da NBR 15575, os sistemas ou elementos de compartimentação que
integram a edificação habitacional atende a NBR 14432 e à parte da NBR
15575 para minimizar a propagação de incêndio, assegurando estanqueidade e
isolamento.
Requisito: Segurança estrutural em situação de incêndio:
Critério 8.6.1.1 - Minimizar o risco e colapso estrutural: Sugere que o
projetista estrutural atenda as NBR 15200 e NBR 14432, verificando
atendimento a resistência ao incêndio das estruturas.
Projeto responsável: Projeto Estrutural.
Não houve verificação do atendimento a este critério pois o projeto
estrutural foi realizado em uma versão do Eberick que não continha as NBR
15200 e NBR 14432 em sua base de dados, portanto, seria recomendado
verificação para garantir a segurança da edificação.
Requisito: Sistema de extinção e sinalização de incêndio:
Critério 8.7.1 - Equipamentos de extinção, sinalização e iluminação de
emergência: Propõe a presença de sistemas de alarme, extinção, sinalização
e iluminação de emergência, obedecendo as suas respectivas normas
especificas.
Projeto responsável: Projeto de Prevenção Contra Pânico e Incêndio.
Memorial descritivo preventivo: O projeto atende ao critério 8.7.1 - PT
1 da NBR 15575, edifício dispõe de sistemas de alarme, extinção, sinalização e
iluminação de emergência, conforme proposto na NBR 17240, NBR 13434,
NBR 12693, NBR 13714, NBR 10898.
46
Figura 5: Detalhe do projeto preventivo com a presença de iluminação de emergência (1 e 4), extintores de incêndio (2), sinalização de saída (3) e sistema de alarme (5)
Fonte: Construtora (2016).
Requisito: Segurança na Utilização do Imóvel:
Critério 9.2.1 - Segurança na utilização dos sistemas: Assegurar que
tenham sido tomadas medidas de segurança aos usuários da edificação
habitacional. Determina que sistemas devem apresentar segurança aos
usuários, e que não devem apresentar rupturas, instabilidades, quedas, que
possam colocar em risco a integridade física dos usuários, e deve-se listar
todas as recomendações no Manual de Uso, Operação e Manutenção.
Projeto responsável: Todos os projetos.
Como indicado na parte 3 neste trabalho, não foi fornecido Manual de
Uso, Operação de Manutenção do empreendimento, portando não foi possível
avaliar as recomendações ao usuário.
Porém, nos memoriais descritivos há a indicação de que ao término do
empreendimento, este critério será atendido.
47
Memorial descritivo arquitetônico, elétrico, hidrossanitário,
estrutural e preventivo: O projeto atende ao critério 9.2.1 - PT 1 da NBR
15575, os sistemas não apresentam as características de rupturas,
instabilidade, tombamento ou quedas que possam colocar em risco a
integridade física dos ocupantes ou de transeuntes nas imediações do imóvel,
partes expostas cortantes ou perfurantes, deformações e defeitos acima dos
limites especificados na NBR 15575-2 e NBR 15575-6.
Requisito: Segurança das instalações:
Critério 9.3.1 - Segurança na utilização dos sistemas: Conferir se os
projetos de instalações estão de acordo com suas respectivas normas.
Projeto responsável: Todos os projetos.
Memorial descritivo arquitetônico, elétrico, hidrossanitário,
estrutural e preventivo: O projeto atende ao critério 9.3.1 - PT 1 da NBR
15575, a edificação atende aos requisitos da norma específica, por exemplo:
NBR 5410, NBR 5419, NBR 15526, NBR 15575-6.
No projeto elétrico foi possível verificar que todas as tubulações,
equipamentos e acessórios do sistema elétrico direta ou indiretamente
aterrados;
Toda rede de gás foi projetada com base na a IN 008 CMBSC (Instrução
Normativa do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina), e a central de gás será
protegida por paredes corta-fogo com tempo de resistência a 2 horas;
Requisito: Estanqueidade à água da chuva e à umidade do solo e do
lençol freático:
Critério: 10.2.1 - Estanqueidade à água de chuva e à umidade do lençol
freático: Determina que o projetista de impermeabilização indique em
memorial ou projeto a execução do ensaio da lâmina d’água, e que o sistema
seja estanque por no mínimo 72 horas, e que deva atender também os
requisitos nas ABNT NBR 15575 Parte 3 e ABNT NBR 15575 Parte 5.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico e Projeto de
impermeabilizações.
Não foi fornecido projeto específico de impermeabilização, porém em
memorial descritivo foi indicado que as impermeabilizações serão feitas em
48
todas as áreas necessárias (cobertura, terraço, áreas comuns como a
churrasqueira próximo a piscina) com manta impermeabilizante. Após
aplicação de manta impermeabilizante será realizado o teste de estanqueidade,
onde o local impermeabilizado deverá permanecer 72h com água.
Memorial descritivo arquitetônico: O projeto atende ao critério 10.2.1
– PT 1 da NBR 15575-3, 15575-4, 15575-5, 9575, estanqueidade à água de
chuva e à umidade do solo e do lençol freático atende aos requisitos
específicos nas NBR 15575-3 a NBR 15575-5.
Figura 6: Detalhe no projeto arquitetônico prevendo laje impermeabilizada
Fonte: Construtora (2016).
Requisito: Estanqueidade a fontes de umidade internas à edificação:
Critério 10.3.1 - Estanqueidade a água utilizada na operação, uso e
manutenção do imóvel: Determina que a edificação deve prover de sistema
de impermeabilização para garantir estanqueidade das áreas molháveis (que
possuem contato direto com a água, como banheiro com chuveiro, área de
serviço, e áreas descobertas como sacada) e molhadas (que possuem contato
indireto com água, como cozinhas, lavabo).
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico e Projeto de
impermeabilizações.
49
Como indicado no critério anterior, não foram fornecidos projetos
específicos de impermeabilização, porém em memoriais descritivos afirma que
as sacadas e banheiros com boxes receberão sistema de impermeabilização
adequado com pinturas hidrofugantes a fim de evitar vazamentos no andar
inferior.
Memorial descritivo arquitetônico: O projeto atende ao critério 10.3.1
– PT 1 da NBR 15575-1, são previstos no projeto detalhes que assegurem a
estanqueidade de partes do edifício que tenham a possibilidade de ficar em
contato com a água gerada na ocupação ou manutenção do imóvel, verificando
a adequação das vinculações entre as instalações de água, esgotos ou águas
pluviais e estrutura, pisos e paredes, de forma que as tubulações não venham
a ser rompidas ou desencaixadas por deformações impostas.
Requisito: Desempenho de verão
Critério 11.3.1 – Valores máximos de temperatura: Determina que
seja solicitada consultoria para simulação de desempenho térmico das paredes
externas, de modo que o valor máximo diário da temperatura do ar no interior
da habitação seja menor ou igual ao valor máximo diário da temperatura do
exterior da edificação.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico.
A solução para este critério por parte da construtora foi executar paredes
externas em alvenaria do tipo tijolo cerâmico com espessura de 14 cm, com
posterior realização de reboco. Como a obra ainda estava na fase de execução
da alvenaria, não foi contratado nenhum tipo de consultoria para que pudesse
ser confirmado atendimento à este critério.
Requisito: Desempenho de inverno
Critério 11.4.1 – Valores mínimos de temperatura: Determina que seja
solicitada consultoria para simulação de desempenho térmico das paredes
externas, de modo que o valor mínimo diário da temperatura do ar no interior
da habitação seja maior ou igual ao valor mínimo diário da temperatura do
exterior da edificação acrescido de 3 graus célsius.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico.
50
A solução para este critério é a mesma do critério anterior. Portanto, não
há confirmação do atendimento do critério pela ausência de ensaios
comprovatórios.
Requisito: Isolação acústica de vedações externas
Critério 12.2.1 – Desempenho acústico das vedações externas: Impõe que
seja solicitada consultoria especializada para realizar medições do nível de
ruído externo e interno, verificando se a diferença do nível sonoro atende aos
valores prescritos na NBR 15575 – Parte 4.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico.
Foi utilizado tijolos cerâmicos com espessura de 14 cm para as
fachadas, porém não foram realizados ensaios para comprovar o atendimento
ao critério.
Além da alvenaria de vedação, as aberturas das paredes externas
apresentarão esquadrias em PVC da marca Bellevue com isolamento acústico.
Os níveis de atenuação acústica são de 30 dB a 45 dB.
Requisito: Isolação acústica entre ambientes
Critério 12.3.1 – Isolação ao ruído aéreo entre pisos e paredes internas:
Solicita realização de medições de ruídos para comprovar isolamento acústico
mínimo entre pisos e entre paredes internas.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico.
Entre apartamentos vizinhos, a solução adotada foi executar paredes
duplas com tijolos de 14cm de espessura, a aplicação de uma placa de
poliestireno expandido com 1 cm de espessura, além de um vão de 5 cm entre
as paredes. Porém, assim como o critério anterior, não foram realizados as
medições prescritas na NBR 15575 Parte 3 e NBR 15575 Parte 4.
Requisito: Ruído de impactos
Critério 12.4.1 – Ruídos gerados por impactos: Determina que a edificação
possua desempenho mínimo de isolação acústica por ruídos de impacto, e
atender os critérios específicos presentes nas NBR 15575 Parte 3.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico.
51
A solução escolhida pela construtora em relação a este requisito é a
utilização de manta acústica do tipo Ecofiber floor, composto de lã de poliéster.
A tabela seguir, retirada do próprio site da Ecofiber, indica níveis de
desempenho superiores aos apresentados na NBR 15575, Parte 3, tabela E.1.
Na tabela E.1, ABNT NBR 15575 – Parte 3, para um sistema de piso
separando unidades habitacionais posicionadas em pavimentos distintos, para
um nível de desempenho mínimo é desejado que o nível de pressão sonora de
impacto-padrão ponderado esteja entre 66 e 80 dB.
Figura 7: Tabela de ensaio feito pela Universidade Federal de Santa Maria, comprovando que a percepção de ruído de impacto com a presença da manta é de 51 dB (decibéis)
Fonte: Ecofiber (2019).
Requisito: Iluminação diurna natural
Critério 13.2.1 – Simulação: Níveis mínimos de iluminação natural:
Determina que a edificação deve iluminação natural oriunda direta ou
indiretamente do meio externo, e sugere a realização de ensaios para medir os
níveis de iluminância nas seguintes dependências: Sala de estar, dormitórios,
cozinha e área de serviço.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico.
Não serão feitos ensaios para confirmar o atendimento deste critério,
porém algumas premissas que a NBR 15575 fornece foram obedecidas, como:
52
- Orientação geográfica da edificação: Fachada frontal voltada para o
leste, recebendo diretamente o sol da manhã, enquanto que a fachada oeste
receberá o sol da tarde;
- Opção por pele de vidro para fachada voltada para o leste, assim como
sacadas com guarda-corpos em vidro;
- Utilização de esquadrias com aberturas adequadas nas dependências
necessárias, com alturas do peitoril acima de 1 metro (nos dormitórios foram
posicionas em projeto na cota de 1,10m, e nos banheiros na cota 1,60m);
Critério 13.2.3 Medição in loco: Fator de luz diurna (FLD): Sugere que
sejam realizadas medições para verificar o fator luz diurna nas mesmas
dependências do critério anterior.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico.
Não serão feitos ensaios para verificação do atendimento desde critério,
então não é possível confirmar atendimento, porém, as premissas citadas no
critério de cima valem para este critério também.
Critério 13.3.1 Níveis mínimos de iluminação artificial: Solicita que a
edificação seja projetada de modo que os seus cômodos apresentem
iluminação artificial de acordo com a tabela E.5 da NBR 15575-1.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico.
Não foi feito projeto luminotécnico, portanto não há garantias de
atendimento a este critério.
Requisito: Vida útil de projeto do edifício e dos sistemas que o compõem
Critério 14.2.1- Vida útil de projeto (VUP): Determina que os projetistas
apresentem a VUP mínima de acordo com a tabela 7 da NBR 15575 Parte 1.
Projeto responsável: Todos os projetos.
O dono da empresa confirmou que em os projetistas informaram em
memorial descritivo o atendimento a este critério, tendo como base os valores
mínimos de VUP que estão indicados na norma na tabela 7 da NBR 15575,
Parte 1: Estrutura (50 anos), Pisos internos (13 anos), vedação vertical interna
(20 anos), vedação vertical externa (40 anos)...
Memorial descritivo arquitetônico, elétrico, hidráulico, preventivo,
estrutural: O projeto atende ao critério 14.2.1 – PT 1 da NBR 15575-1, o
projeto especifica o valor teórico para a vida útil de projeto (VUP) para cada um
53
dos sistemas que o compõem, não inferiores aos estabelecidos na tabela 7
(NBR 15575-1). Ele é elaborado para que os sistemas tenham uma
durabilidade potencial compatível com a vida útil de projeto (VUP) a serem
consideradas nos projetos elaborados a partir da exigibilidade desta parte da
NBR 15575.
Critério 14.2.3 – Durabilidade – Determina que os projetistas apresentem as
considerações feitas em relação a durabilidade dos sistemas projetados, e as
apresentar recomendações e uso, operação e manutenção no Manual de Uso,
Operação e Manutenção.
Projeto responsável: Todos os projetos.
Como ainda não foi realizado o Manual De Uso, Operação e
Manutenção, não é possível confirmar o atendimento deste critério. Entretanto,
os memoriais descritivos arquitetônico, elétrico, hidráulico, preventivo e
estrutural afirmam o seguinte: O projeto atende ao critério 14.2.3 – PT 1 da
NBR 15575-1, o edifício e seus sistemas apresentam durabilidade compatível
com a vida útil de projeto (VUP) preestabelecida em 14.2.1 (NBR 15575-1).
Requisito: Manutebilidade do edifício e de seus sistemas
Critério 14.3.1 - Facilidade ou meios de acesso: Solicita que os sistemas
projetados tenham o favorecimento das condições de acesso para inspeção
predial através da instalação de suportes para fixação de andaimes, balancins
ou outro meio que possibilite a realização da manutenção. Requer também que
as recomendações para a manutenção da edificação estejam especificadas em
Manual de Uso, Operação e Manutenção da Edificação.
Não foi realizado Manual de Uso, Operação e Manutenção da
Edificação, portando esta parte do critério ainda não foi atendida.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico.
Memorial descritivo arquitetônico: O projeto atende ao critério 14.3.2
da NBR 15575-1, os projetos são desenvolvidos de forma que o edifício e os
sistemas projetados tenham o favorecimento das condições de acesso para
inspeção predial através da instalação de suportes para fixação de andaimes,
balancins ou outro meio que possibilite a realização da manutenção.
54
Figura 8: Projeto preventivo comprovando a presença de dispositivo para ancoragem de cabos
Fonte: Construtora (2016).
Detalhados na Figura 9, as peças de suporte deverão ser vigas ou
pilares da própria estrutura de concreto armado do edifício, nunca paredes de
alvenaria ou similares (memorial preventivo).
55
Figura 9: Dispositivo para Ancoragem de cabos detalhado no projeto preventivo
Fonte: Construtora (2016).
Requisitos de saúde, higiene e qualidade do ar:
Proliferação de micro-organismos: Determina que a edificação deve possuir
condições adequadas em relação a umidade e temperatura, evitando-se a
proliferação de micro-organismos seja evitada e que os projetistas atendam a
legislação vigente.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico.
Todos os projetos, incluindo o arquitetônico, estão de acordo com o
código de obras vigente da cidade de Navegantes.
Poluentes na atmosfera interna a habitação: Impõe que os materiais
utilizados nos diversos sistemas da edificação não liberem produtos que
poluem o ar de ambientes confinados, como por exemplo o gás carbônico,
recomendando que os projetistas atendam a legislação vigente.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico.
Todos os projetos, incluindo o arquitetônico, estão de acordo com o
código de obras vigente da cidade de Navegantes.
Poluentes no ambiente de garagem: Determina que as garagens
possuem sistema adequado de ventilação para que os gases do escapamento
dos veículos não invadam áreas internas da edificação.
56
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico.
A construtora informou que haverá sistema de ventilação permanente
através de esquadrias basculantes que respeitem o código de obras da Cidade
de Navegantes, atendendo o requisito. Além disso, em projeto arquitetônico foi
possível verificar que será utilizada parede em cogobó, que é uma parede com
furos para auxiliar na ventilação permanente.
Figura 10: Projeto arquitetônico apresentando sistema de ventilação permanente através de parede cogobó e vidro basculante
Fonte: Construtora (2016).
Requisito: Altura mínima de pé direito
Critério 16.1.1 - Altura mínima do pé direito: Solicita que as informações das
dimensões mínimas de pé direito da edificação estejam especificadas em
projeto e memorial descritivo.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico.
Memorial descritivo arquitetônico: O projeto atende ao critério 16.1.1
– PT 1, a altura mínima de pé direito é superior a 2,50 m. Em vestíbulos, halls,
corredores, instalações sanitárias e despensas, é permitido que o pé direito
seja reduzido ao mínimo de 2,30m. Nos tetos com vigas, inclinados,
abobadados ou, em geral, contendo superfícies salientes na altura piso a piso
e/ou o pé direito mínimo, devem ser mantidos pelo menos 80% da superfície do
teto, permitindo – se na superfície restante que o pé direito livre possa descer
até o mínimo de 2,30 m.
57
No projeto vemos que o pé direito utilizado é de 3,14m, descontando a
dimensão do forro de gesso de 15cm em quartos, salas, cozinhas e 20cm em
banheiros e áreas de serviço e além disto considerando a espessura adotada
de 10cm da camada de piso e contrapiso, a altura mínima ainda ficaria acima
do que requisitado na norma.
Figura 11: Altura de pé direito indicada no projeto arquitetônico
Fonte: Construtora (2016).
Requisito: Disponibilidade mínima de espaços para uso e operação da
habitação:
Critério 16.2.1 - Disponibilidade de espaços para uso e operação da
habitação: Solicita atendimento às dimensões mínimas dos espaços conforme
apresentado no anexo F da NBR 15575, Parte 1.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico.
Memorial descritivo arquitetônico: O projeto atende ao critério 16.2.1
– PT 1, da NBR 15575-1, para os projetos de arquitetura habitacional de
unidades habitacionais, é prevista no mínimo a disponibilidade de espaço nos
cômodos da edificação habitacional para colocação e utilização dos móveis e
equipamentos padrão listados no Anexo F da NBR 15575-1.
58
Figura 12: Projeto arquitetônico de um dos apartamentos da edificação apresentando as dimensões da sala de estar
Fonte: Construtora (2016).
Apesar de não constar com os móveis-padrão que a norma fornece no
anexo F.1 (exemplo: sala estar: Sofá de dois ou três lugares + armário/estante
+ poltrona), a dimensão mínima requisitada no anexo F.2 (largura mínima de
2,40m), é respeitada.
Requisito: Adequação para pessoas com deficiências físicas ou pessoas
com mobilidade reduzida
Critério 16.3.1 - Adaptações de áreas comuns e privativas: Determina que
as dimensões de cada cômodo com finalidade para uso de pessoas com
alguma limitação física estejam atendendo a norma específica NBR 9050.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico.
Memorial descritivo arquitetônico: O projeto atende ao critério 16.3.1
– PT 1, da NBR 9050, as áreas privativas devem receber as adaptações
necessárias para pessoas com deficiência física ou com mobilidade reduzida
nos percentuais previstos na legislação, e as áreas de uso comum atendem ao
estabelecido na NBR 9050.
59
Figura 13: Projeto arquitetônico apresentando um WC para P.N.E (pessoas com necessidades especiais) em uma área comum do edifício
Fonte: Construtora (2016).
As dimensões do banheiro respeitam as exigências da NBR 9050, com
Área mínima de 1,7 por 1,5 m² (indicado na figura: 1 e 2) e abertura mínima da
porta de 80cm (3), e contará com barras de apoio devidamente dimensionadas.
Requisito: Possibilidade de ampliação da unidade habitacional
Critério 16.4.1 - Ampliação de unidades habitacionais evolutivas: Solicita
que as recomendações a serem feitas sobre detalhes construtivos para
ampliação da edificação estejam presentes no Manual de Uso, Operação e
Manutenção.
Não se aplica nesta edificação.
Requisito: Conforto tátil e adaptação ergonômica
60
Critério 17.2.1 - Adequação ergonômica de dispositivos de manobra:
Determina que componentes como portas e janelas atendam aos requisitos de
suas respectivas normas específicas.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico.
Memorial descritivo arquitetônico: O projeto atende ao critério 17.2.1
– PT 1, os elementos e componentes da habitação (trincos, puxadores,
cremonas, guilhotinas, etc) deverão ser projetados, construídos e montados de
forma a não provocar ferimentos nos usuários. Os elementos e componentes
que contam com normalização específica (janela, portas, torneiras e outros)
devem ainda atender aos requisitos das respectivas normas.
As esquadrias serão da marca Bellevue, feitas em PVC, e o fornecedor
apresentará laudos que confirmam o atendimento a este requisito.
Segundo memorial descritivo, as portas de madeira a serem
empregadas na obra serão da melhor qualidade, e dentro das normas cabíveis
para os materiais nela empregados.
Requisito: Adequação antropodinâmica de dispositivos de manobra
Critério 17.3.1 - Força necessária para o acionamento de dispositivos de
manobra: Determina que o arquiteto indique a utilização de materiais que
atendam as normas específicas.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico.
A construtora afirmou que todo material ou equipamento empregado na
edificação acompanhará laudos técnicos para comprovação do atendimento as
normas especificas, fornecidos pela própria empresa fornecedora.
Requisito: Projeto e implantação de empreendimentos: Determina que os
projetistas considerem os riscos pertinentes ao solo, como desconfinamento,
deslizamento de taludes, além de outros riscos similares.
Projeto responsável: Projeto de fundações e ensaios no solo.
A construtora informou que foram realizados ensaios para verificação da
capacidade de carga do solo. Foi informado também que não havia
construções vizinhas ao terreno da edificação, e os terrenos vizinhos estavam
no mesmo nível do terreno em que seria construído o edifício, não
apresentando riscos de deslizamentos.
61
Requisito: Seleção e consumo de materiais
Critérios 18.3.1 a 18.3.5: Segundo a NBR 15575, Parte 1, recomenda-se que
os empreendimentos sejam construídos mediante exploração e consumo
racionalizado de recursos naturais, objetivando a menor degradação ambiental.
Recomenda-se também a utilização de madeiras cuja origem possa ser
comprovada mediante apresentação de certificação legal. Durante a
construção, deve-se implementar um sistema de gestão de resíduos no
canteiro de obras, de forma a minimizar sua geração e possibilitar a
segregação de maneira adequada para facilitar o reuso, a reciclagem ou a
disposição final em locais específicos.
A construtora afirma que teve cautela na hora da escolha dos materiais
que serão utilizados na edificação, sempre optando por madeira de lei com
certificação legal, e que tentam ao máximo evitar o desperdício de materiais.
O memorial também prevê que os entulhos ou sobras de material são
regularmente coletados e removidos.
Requisito: Utilização e reuso da água: Sugere que o projetista de instalações
hidráulicas especifique se haverá reuso da água e quais as soluções adotadas.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico e Hidrossanitário.
O projetista hidráulico adotou como alternativa o reuso da água da
chuva, prevendo reservatório devidamente dimensionado, que posteriormente
abastecerá algumas torneiras nas áreas da garagem.
62
Figura 14: Projeto hidráulico prevendo reservatório para o reuso da água pluvial, no piso diferenciado, que fica acima das garagens e abaixo dos pavimentos tipo
Fonte: Construtora (2016).
Requisito: Consumo de energia no uso e ocupação da habitação:
Recomenda que os requisitos de desempenho térmico e lumínico sejam
atendidos a fim de minimizar o uso de iluminação artificial e de ar condicionado,
e adicionar recomendações de economia de energia no Manual de Uso,
Operação e Manutenção.
Projeto responsável: Projeto lumínico.
Como o projeto lumínico de interiores e o Manual de Uso, Operação e
Manutenção da edificação não foram fornecidos, não há como avaliar o
atendimento do requisito nestes documentos.
Porém, soluções já citadas como uso pele de vidro, sacadas com guarda
corpos em vidro, aberturas adequadas nas dependências são algumas das
63
soluções utilizadas pelos projetistas a fim de aumentar o consumo de energia
na edificação.
4.2 ANÁLISE DOS REQUISITOS E CRITÉRIOS ESTABELECIDOS NA NBR 15575 – PARTE 2: SISTEMAS ESTRUTURAIS
Os critérios 7.2.1 Estado limite último e 7.3.1 Estado limite de serviço
determinam que o projetista estrutural apresente em seu memorial de cálculo
as normas relacionadas ao sistema estrutural que estão sendo atendidas.
Critério 7.2.1 - Estado limite último
Projeto responsável: Projeto estrutural.
Memorial descritivo estrutural: O projeto atende ao critério 7.2.1 –
NBR 15575 PT 2, da NBR 8681, NBR 610, NBR 6122, NBR 6123, atende às
disposições aplicáveis das normas que abordam a estabilidade e a segurança
estrutural para todos os componentes estruturais da edificação habitacional.
Critério 7.3.1 - Estado limite de serviço
Memorial descritivo estrutural: O projeto atende ao critério 7.3.1 – PT
2, da NBR 6118, NBR 7190, NBR 8800, NBR 9062, NBR 15961, NBR 14762,
os deslocamentos são menores que os estabelecidos nas normas de projeto
estrutural. As fissuras têm aberturas menores que os limites indicados nas NBR
6118 e NBR 9062.
Projeto responsável: Projeto estrutural.
O projetista estrutural forneceu a imagem que será apresentada a
seguir. Nela, pode-se observar uma janela chamada Critérios de projeto, que
indica todas as considerações feitas durante o projeto estrutural. O projeto foi
desenvolvido no Software Eberick, o qual possui na base de dados as normas
indicadas na figura a seguir. A sua base de dados impõe ao software os
estados limites últimos e estados limites de serviço.
64
Figura 15: Imagem fornecida pelo engenheiro estrutural, o qual apresenta as normas relacionadas ao projeto estrutural do empreendimento
Fonte: Construtora (2016).
Requisito: Impactos de corpo mole e duro:
Os critérios 7.4.1 (Critérios e níveis de desempenho para resistência de
corpos moles) e 7.4.2 (Critérios e níveis de desempenho para resistência de
corpos duros) Determinam que os componentes da estrutura atendam aos
valores mínimos propostos na NBR 15575 – Parte 2, com relação a resistência
de impactos de corpo mole e duro. Porém como a edificação estava nas
primeiras fases de execução da estrutura, não foram feitos ensaios para
comprovar o atendimento a estes critérios, que apenas serão realizados em
etapas futuras do empreendimento.
Requisito: Durabilidade do sistema estrutural
Critério 14.1.1 - Vida útil de projeto no sistema estrutural: Determina que o
projetista estrutural leve em consideração as condições ambientais previstas na
época do projeto para garantir a segurança e a estabilidade global da
edificação durante sua vida útil.
Projeto responsável: Projeto estrutural.
Memorial descritivo estrutural: O projeto atende ao critério 14.1.1 –
PT 2, da NBR 15575-1 e NBR 15575-2, a estrutura principal e os elementos
que fazem parte do sistema estrutural, comprometidos com a segurança e a
65
estabilidade global da edificação, são projetados e construídos de modo que,
sob as condições ambientais previstas na época do projeto e quando utilizados
conforme preconizado em projeto e submetidos a intervenções periódicas de
manutenção e conservação, segundo instruções que serão contidas no manual
de uso, operação e manutenção, mantêm sua capacidade funcional durante
toda a vida útil do projeto, conforme estabelecido na Seção 14 da NBR 15575-
2 e NBR 15575-1.
O projetista estrutural afirmou que a vida útil prevista é de 100 anos,
acima da vida útil mínima para estruturas em concreto armado, que é de 50
anos.
Na foto a seguir, algumas das considerações que o projetista levou em
conta, como a classe de agressividade moderada, o valor máximo das fissuras,
além do tipo de concreto C-35 e C-25.
Figura 16: Janela do software Eberick. Imagem fornecida pelo projetista estrutural, apresentando as considerações feitas em relação a durabilidade e vida útil do projeto
Fonte: Construtora (2016).
Requisito: Manutenção do sistema estrutural
Critério 14.2.1 – Manual de Uso, Operação e Manutenção do sistema
estrutural: Solicita que o projetista estrutural cite as recomendações de uso,
operação e manutenção do sistema estrutural no manual, para a prevenção de
falhas.
66
Projeto responsável: Projeto estrutural.
O manual de uso, operação e manutenção do sistema estrutural será
feito em uma etapa futura do empreendimento, portanto não é possível avaliar
o atendimento a este critério. Porém o projetista estrutural citou algumas das
recomendações básicas para prevenção de patologias na estrutura: Evitar o
contato do aço da estrutura com Cal; Evitar a lavação da estrutura com água
sanitária, pois provoca corrosão da estrutura; fazer o preenchimento de fissuras
devido a retração com material adequado para não ocorrer exposição da
armadura em contato com o oxigênio.
4.3 ANÁLISE DOS REQUISITOS E CRITÉRIOS ESTABELECIDOS NA NBR 15575 – PARTE 3: SISTEMA DE PISOS
Requisito: Estabilidade e resistência estrutural
Critério 7.2.1 - Assegurar estabilidade e segurança estrutural: Determina
que o projetista de estruturas atenda aos requisitos impostos na ABNT NBR
15575 – Parte 2.
Projeto responsável: Projeto estrutural.
Memorial descritivo estrutural: O projeto atende ao critério 7.2.1 – PT
3, da NBR 15575-2, a camada estrutural do sistema de pisos (todas as
camadas) da edificação atende aos critérios especificados na NBR 15575-2
(Ver critério 7.2.1 – PT 2).
Requisito: Limitação dos deslocamentos verticais
Critério 7.3.1 - A camada estrutural do sistema de piso deve atender aos
critérios da NBR 15575-2: Assim como critério anterior, determina que o
projetista de estruturas atenda aos requisitos impostos na ABNT NBR 15575 –
Parte 2.
Projeto responsável: Projeto estrutural.
Memorial descritivo estrutural: O projeto atende ao critério 7.3.1 – PT
3, da NBR 15575-2, a camada estrutural do sistema de pisos (todas as
camadas) da habitação atende aos critérios especificados na NBR 15575-2
(Ver critério 7.3.1 – PT 2).
67
Requisito: Resistência a impactos de corpo duro:
Critério 7.4.1 – Critérios e níveis de desempenho para resistência a
impactos de corpo duro: Determina que o sistema de pisos resista aos
valores de energia de impacto de corpo duro previstos na tabela 1 da NBR
15575 – Parte 3, que podem ser comprovados por ensaio de impacto de corpo
duro.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico.
Como a execução do sistema de pisos ocorrerá em fases futuras do
empreendimento, não foram realizados ensaios para comprovação do
atendimento ao requisito.
Requisito: Cargas verticais concentradas
Critério 7.5.1 – Verificação de ruptura quando submetidos a cargas
verticais: Solicita que o sistema de pisos resista a cargas verticais previsíveis
nas condições normais de serviço, sem apresentar ruína ou danos
significativos, que podem ser comprovados por ensaios.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico.
Assim como o critério anterior, ainda não foram realizados ensaios para
comprovação do atendimento do critério.
Requisito: Dificultar a ocorrência de inflamação generalizada
Critério 8.2.1 - Avaliação da reação ao fogo da face inferior do sistema de
piso (camada estrutural): Solicitar verificação do atendimento do sistema
estrutural às NBR 5628, NBR 14323 e NBR 15200.
Projeto responsável: Projeto Estrutural.
Não foi encontrado nenhum documento que confirme a verificação em
relação ao incêndio com base nas normas citadas a acima por parte do
projetista estrutural.
Critério 8.2.3 - Avaliação da reação ao fogo da face superior do sistema de
piso: Determina que o projeto do sistema de pisos apresente pisos que
68
atendam aos valores da tabela 4 da NBR 15575 – Parte 3, sendo que os pisos
de escadas devem ser incombustíveis.
Projeto responsável: Projeto Preventivo Contra Pânico e Incêndio.
O projeto especifico do sistema de pisos será realizado em fases futuras
da edificação, porém em memorial descritivo há a confirmação do atendimento
a este critério.
Memorial descritivo preventivo: O projeto atende ao critério 8.2.3 – PT
3, da NBR 15575-3, os critérios de avaliação da reação ao fogo da face
superior do sistema do piso presentes na tabela 4, da NBR 15575-3..
Como demonstrado anteriormente na figura 15, o projeto preventivo
prevê a utilização de piso antiaderente e incombustível, que será detalhado
futuramente em projeto específico do sistema de pisos.
Requisito: Dificultar a propagação de incêndio, da fumaça e preservar a
estabilidade estrutural da edificação
Critério 8.3.1 - Resistência ao fogo de elementos de compartimentação
entre pavimentos e elementos estruturais associados: Determina que as
lajes devem apresentar adequada resistência ao fogo a fim de controlar a
propagação de incêndio entre um pavimento e outro.
Projeto responsável: Projeto Estrutural.
Assim como o critério 8.2.1, não houve confirmação do atendimento às
normas NBR 5628 - Determinação de resistência ao fogo e NBR 15200 -
Projeto de estruturas de concreto em situação de incêndio por parte do
projetista estrutural. É recomendado que futuramente sejam realizados ensaios
prescritos na NBR 5628 para confirmação do atendimento.
Critério 8.3.3 - Selagem corta-fogo nas prumadas elétricas e hidráulicas:
Solicita que as aberturas nas lajes para o posicionamento das prumadas
elétricas e hidráulicas, devem possuir selagem corta-fogo.
Projeto responsável: Projeto Elétrico, Projeto Hidrossanitário e Projeto
Preventivo Contra Pânico e Incêndio.
A construtora informou que será executada selagem corta-fogo nas
prumadas elétricas e hidráulicas com pintura intumescente, de fabricante ainda
não definido, capaz de exercer a função de uma barreira térmica a chama e ao
69
calor, será exigido laudo técnico comprovando atendimento às normas
específicas.
Critério 8.3.5 – Selagem corta-fogo de tubulações de materiais
poliméricos: Determina que as tubulações de materiais poliméricos selagem
corta-fogo especial capaz de fechar o buraco deixado pela tubulação
consumida pelo fogo do pavimento inferior, ou então atender ao critério 8.3.9 –
Prumadas enclausuradas.
Projeto responsável: Projeto Elétrico, Projeto Hidrossanitário e Projeto
Preventivo Contra Pânico e Incêndio.
Será atendido ao critério 8.3.9 – Prumadas enclausuradas.
Critério 8.3.7 – Registros corta-fogo nas tubulações de ventilação:
Determina que, quando existentes, as tubulações de ventilação e ar
condicionado que transpassam os pisos devem possuir registros corta-fogo,
instalados no nível de cada piso.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico e Projeto Preventivo Contra
Pânico e Incêndio.
Não haverá tubulações de ventilação e ar condicionado que
transpassem os pisos, portanto este critério não se aplica neste
empreendimento.
Critério 8.3.9 – Prumadas enclausuradas: Sugere que as paredes por onde
passam instalações como água e esgoto devem ser enclausuradas,
apresentando resistência ao fogo.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico.
Todas as aberturas para a implantação das prumadas elétricas e
hidráulicas serão executadas com bloco de concreto celular auto clavado da
marca Celucon, que contarão com os laudos de resistência ao fogo
providenciados pelo fornecedor.
Critério 8.3.11 – Prumadas de ventilação permanente: Determina que os
dutos de ventilação de banheiros sejam compostos por materiais
incombustíveis.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico e Projeto Preventivo Contra
Pânico e Incêndio.
A ventilação dos lavabos que não possuirão aberturas para o exterior da
edificação será feita através de ventiladores mecânicos da empresa Ventokit.
70
Tanto os dutos como os materiais dos ventiladores serão incombustíveis,
comprovados por laudo técnico quando a empresa realizar a compra dos
equipamentos.
Critério 8.3.13 – Prumadas de lareiras, churrasqueiras, varandas gourmet
e similares: Solicita que os dutos de churrasqueiras, varandas gourmet e
similares sejam compostos de materiais incombustíveis, conforme tabela 2 da
NBR 15575 – Parte 3.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico e Projeto Preventivo Contra
Pânico e Incêndio.
Em memorial descritivo foi indicado que as churrasqueiras serão
compostas por tijolos refratários, que, por sua vez, têm a capacidade de
suportar altas temperaturas sem perder suas características físico químicas, e
dutos metálicos para escoamento da fumaça, que irão até acima do telhado.
Serão requisitados todos os laudos técnicos que comprovem que os materiais
são apropriados para o uso.
Critério 8.3.15 - Escadas, elevadores e monta-cargas: Solicita que as
escadas, elevadores e monta-cargas atendam ao desempenho de segurança
ao fogo previstas no critério 8.3.1.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico e Projeto Preventivo Contra
Pânico e Incêndio.
Memorial descritivo preventivo: O projeto atende as normas ABNT
NBR 10636 e NBR 6479, as escadas, os elevadores atendem aos critérios
estabelecidos no item 8.3.1 – PT 3.
As escadas foram projetadas com paredes enclausuradas resistentes ao
fogo, com bloco de concreto auto clavado resistente ao fogo por 4 horas, o piso
será antiderrapante e incombustível e as portas serão corta fogo.
As paredes do poço de elevador serão de concreto armado projetadas
pelo engenheiro estrutural respeitando as normas de estruturas citadas
anteriormente, porém não houve verificação em relação ao atendimento da
resistência ao incêndio.
71
Figura 17: Detalhe no projeto preventivo apresentando detalhes sobre a escada, com piso antiderrapante incombustível (1), parede resistente ao fogo (2) e portas corta-fogo (3)
Fonte: Construtora (2016).
Requisito: Coeficiente de atrito da camada de acabamento
Critério 9.1.1 - Coeficiente de atrito dinâmico: Solicita cuidados na
especificação de pisos para ambientes onde é requerida resistência ao
escorregamento, como em áreas molhadas, rampas e terraços.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico.
Memorial descritivo arquitetônico: O projeto atende ao critério 9.1.1 –
PT 3 da NBR 15575, a camada de acabamento dos sistemas de pisos da
edificação habitacional apresenta coeficiente de atrito dinâmico em
conformidade aos valores apresentados na NBR 13818:1997. Anexo N.
Todos os pisos serão da fornecedora de escolha da construtora, Eliane,
e junto com eles é apresentado um laudo técnico com as características de
cada piso.
72
A seguir são apresentadas duas tabelas que apresentam a classificação
dos pisos em relação a seu grupo de absorção de água, e sua classe de atrito,
respectivamente. Ambas as tabelas estão baseadas nos valores que são
apresentados na NBR13818:1997, Anexo N.
O piso que será utilizado ao redor da piscina e na Área de
churrasqueira, assim como a rampa destacada na figura XX será
antiderrapante do tipo Eliane Minimum Areia EXT, da categoria porcelanato
técnico, grupo de absorção Bla e classe de atrito II. Analisando o gráfico a
seguir, a classe de absorção de água Bla possui uma resistência mecânica
altíssima, e a classe II de atrito é recomendado para áreas externas.
A escadaria será revestida com material anti-derrapante (tipo cimento
desempenado e pintado), aprovado pelo Corpo de Bombeiros.
Tabela 2: Classificação dos Pisos em função da classe de absorção de água fornecido
pelo Manual de Características técnicas da fornecedora Eliane
Fonte: Manual Eliane (2019).
Tabela 3: Classificação dos pisos em relação à sua classe de atrito, com base na NBR
13818, como é solicitado na NBR 15575-3, fornecido pelo Manual de Características
técnicas da fornecedora Eliane
Fonte: Manual Eliane (2019).
73
Figura 18: Detalhe no projeto arquitetônico especificando o piso antiderrapante em áreas molhadas (indicados na figura por 1 e 3), que será utilizado na rampa (indicada por 2), também com a presença de Deck em madeira tratada (4)
Fonte: Construtora (2016).
Requisito: Segurança na circulação:
Critério 9.2.1 - Desníveis abruptos: Solicita que quando houver desníveis
abruptos superiores a 5mm, para o sistema de pisos em escadas, rampas com
declividade acima de 5% e para áreas comuns, é necessário apresentar
sinalização para a visibilidade do desnível.
Projeto responsável: Projeto Preventivo Contra Pânico e Incêndio.
Memorial descritivo preventivo: O projeto atende ao critério 9.2.1 – PT
3, da NBR 15575, áreas privativas os desníveis abruptos superiores a 5 mm
terão sinalização que garanta a visibilidade do desnível, por exemplo, por
mudanças de cor, testeiras e faixa de sinalização. Para áreas comuns o projeto
atende a NBR 9050.
74
Figura 19: Detalhe no projeto arquitetônico apresentando os cuidados com as rampas com inclinações acima de 5%, com presença de guarda-corpo, piso antiderrapante, e mudança de cores (madeira) no fim da rampa em direção ao deck
Fonte: Construtora (2016).
Critério 9.2.2 – Frestas: Determina que sejam executados tratamentos
adequados para frescas nos sistemas de pisos, e que as mesmas não tenham
abertura maior que 4mm.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico ou Projeto de sistema de
pisos.
Como não foi apresentado sistema específico do sistema de pisos ainda,
não há como avaliar este critério. Porém foi informado pela construtora que a
execução do sistema de pisos seguirá as premissas da fornecedora, para obter
um bom resultado.
Requisito: Segurança no contato direto
75
Critério 9.3.1 – Arestas contundentes: Determina que sejam tomados
cuidados em relação ao projeto do sistema de pisos, e que os pisos não
liberem fragmentos perfurantes durante seu uso e operação.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico ou Projeto de sistema de
pisos.
Não foi realizado projeto específico de pisos, porém os pisos serão de
alta qualidade, provenientes da empresa Eliane, que possuirão laudos técnicos
comprovando a qualidade do produto.
Requisito: Estanqueidade de sistema pisos de áreas molháveis da
habitação
Áreas molháveis não são estanques, portando, este requisito não é
avaliado.
Requisito: Estanqueidade de sistema pisos em áreas molhadas
Critério 10.4.1 - Estanqueidade de sistema pisos em áreas molhadas:
Determina que seja feita impermeabilização nas áreas molhadas, ou seja, as
áreas que pode ocorrer formação de lâmina de água em sua utilização
(banheiro com chuveiro, área de serviço...).
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico ou Projeto de
Impermeabilização.
Não possui projeto de impermeabilização, porém em memorial descritivo
está definido que nas sacadas e boxes de banheiros será aplicada
impermeabilização através da aplicação de pinturas hidrofugantes do tipo Sela
água, Sika Top ou similar.
Concluída a execução, deverá ser realizado o teste de estanqueidade
onde o local impermeabilizado deverá permanecer 72h com água. Após a
liberação da área pelo fiscal da obra que comprovará a inexistência de
vazamento deverá proceder-se a proteção mecânica.
Requisito: Níveis de ruído permitidos na habitação
Critério 12.3.1 – Ruído de impacto no sistema de pisos: Determina que
sejam realizados ensaios para avaliar o som resultante de impactos no sistema
de pisos entre as unidades habitacionais.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico.
76
Como o edifício ainda está em fase de construção, não há como avaliar
o atendimento deste critério. Todavia, a solução para o conforto acústico entre
unidades habitacionais é a utilização de manta acústica anteriormente citada
no critério 12.4.1 da seção 4.2 deste trabalho.
Requisito: Isolamento de ruído aéreo do sistema de pisos entre unidades
habitacionais: Determina que sejam realizados ensaios para avaliar o som
resultante de ruídos aéreos entre as unidades habitacionais.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico.
Assim como o critério anterior, a solução para o tratamento acústico
para esta situação é a utilização de manta acústica.
Requisito: Resistência à umidade do sistema de pisos de áreas molhadas
e molháveis
Critério 14.2.1 - Ausência de danos em sistemas de pisos de áreas
molhadas e molháveis pela presença de umidade: Determina que seja
executado ensaio para verificar impermeabilização de áreas molhadas e,
quando necessário, áreas molháveis. O sistema de pisos não deve apresentar
bolhas, fissuras, descolamentos, entre outras danificações depois de
submetido à uma lâmina de água por 72 horas.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico.
Em memorial descritivo é informado que o ensaio para verificação do
desempenho da impermeabilização será realizado em fases futuras da
edificação, como citado anteriormente no critério 10.4.1.
Requisito: Resistência ao ataque químico do sistema de pisos
Critério 14.3.1 – Ausência de danos em sistemas de pisos pela presença
de agentes químicos: Solicita a especificação de materiais que apresentem
resistência quando entrar em contato com agentes químicos, como produtos de
limpeza doméstica, em memorial descritivo, e deve-se considerar na hora da
escolha do sistema de pisos, a principais características de uso para cada
ambiente.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico ou Projeto de Sistema de
Pisos.
77
Confirme citado anteriormente, não havia sido realizado projeto
específico de pisos, sendo informado que os pisos serão da marca Eliane, e
apresentarão laudos técnicos que confirmarão o atendimento a este requisito.
Cada tipo de ambiente da edificação recebeu uma escolha de piso, que estão
listadas a seguir:
PISOS DAS ÁREAS COMUNS
Hall de entrada: revestido com piso porcelanato;
Circulação: a área de circulação será revestida com piso cerâmico com
especificação primeira qualidade;
Escadarias: a escadaria será revestida com material antiderrapante (tipo
cimento desempenado e pintado), aprovado pelo Corpo de Bombeiros;
Garagem e rampas: o piso das garagens que se localizam no pavimento
térreo e 2º pavimento da edificação terão seus pisos cimentados ou de PVS
(piso de blocos de concreto);
PISOS DAS ÁREAS PRIVATIVAS
Banheiros: pisos tipo porcelanato;
Sala, Circulação, Quarto, Área de Serviço e Cozinha : Estas áreas serão
revestidas piso tipo porcelanato;
Requisito: Resistencia ao desgaste em uso
Critério 14.4.1 - Desgaste por abrasão: Determina a especificação de pisos
que apresentem desistência ao desgaste devido ao uso, de forma a garantir a
vida útil do produto.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico.
Não serão realizados ensaios in loco para confirmar o atendimento à
este critério. Entretanto, a construtora informou que todos os pisos escolhidos
para o edifício possuirão resistência a abrasão adequada para manter a vida
útil do sistema.
Requisito: Sistema de pisos para pessoas portadoras de deficiência física
ou pessoas com mobilidade reduzida (PMR)
Critério 16.1.2 - Sistema de piso para área privativa: Requer projeto de
sistema de piso para pessoas com mobilidade reduzida.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico ou Projeto de Sistema de
Pisos.
78
Não foi apresentado projeto específico para atender este requisito.
Critério 16.1.3 – Sistema de piso para área comum: Solicita projeto
de sistema de piso para pessoas com mobilidade reduzida, atendendo a NBR
9050.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico ou Projeto de Sistema de
Pisos.
Não foi apresentado projeto específico para atender este requisito. A
Construtora informou que o piso para áreas comuns será escolhido a fim de
atender os requisitos da NBR 9050.
Requisito: Homogeneidade quanto à planicidade da camada de
acabamento do sistema de piso
Critério 17.2.1 – Planicidade: Solicita que o sistema de pisos seja
executado de forma adequada tanto em áreas comuns como privativas a fim de
não haver irregularidades no sistema.
Projeto responsável: Projeto Arquitetônico ou Projeto de Sistema de
Pisos.
A construtora informou em memorial descritivo que a execução do
sistema de pisos será realizada por profissionais capacitados e que verificação
a regularidade do sistema após executá-lo.
79
5 CONCLUSÃO
O presente trabalho foi realizado com o intuito de avaliar o quão
presente a norma de desempenho se encontra na cultura de uma construtora
que não possui muito tempo de mercado, verificar se há conhecimento por
parte da empresa sobre o assunto, como a existência da norma afetou sua
seleção de fornecedores, e quais as soluções adotadas para que os requisitos
propostos pela norma sejam atendidos.
Realizando este trabalho de conclusão de curso, foi possível perceber
que a construtora possui conhecimento da existência da norma de
desempenho visto que, entre os documentos fornecidos para o autor realizar o
estudo de caso, incluíam-se memoriais descritivos específicos em relação aos
requisitos e critérios presentes na norma que foram atendidos. Avaliando-se os
memoriais descritivos e os projetos da edificação em questão verificou-se que
apresentavam as soluções adequadas para o atendimento das três primeiras
partes da Norma (Parte 1 – Requisitos Gerais, Parte 2 – Requisitos para os
sistemas estruturais e Parte 3 – Requisitos para os sistemas de pisos).
Além de apresentar projetos e memoriais descritivos com informações
que auxiliaram o estudo de caso, os fornecedores dos produtos que a
construtora utilizará na edificação apresentavam laudos técnicos que atestaram
que seus produtos atendiam aos requisitos da norma que foram avaliados
neste trabalho, seja desempenho acústico de esquadrias e da manta para o
sistema de pisos, bem como a qualidade dos pisos cerâmicos, apresentando
suas características mecânicas. O dono da construtora informou que o
mercado ainda se encontra numa situação delicada e muitas empresas ainda
não oferecem produtos certificados que atendam a Norma de Desempenho, o
que dificultou o trabalho de selecionar um fornecedor de confiança da
construtora.
Entretanto, alguns entraves ocorreram durante a realização deste
trabalho. À época da pesquisa, a construção do edifício residencial encontrava-
se em fases iniciais de superestrutura e de levantamento da alvenaria de
vedação, o que tornou impossível a verificação do atendimento de alguns
requisitos, como a verificação da planicidade do sistema de pisos, pois não
havia sido executado sistema de pisos ainda. Outro exemplo é a da realização
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de ensaios que comprovem que o sistema de vedação vertical atendesse aos
requisitos de desempenho térmico e acústico, que, segundo a construtora,
seriam feitos em fases finais da obra.
Foi informado também que os projetos específicos do sistema de
cobertura e de impermeabilização seriam realizados em fases futuras da
construção, o que impossibilitou, de certa forma, a avaliação de certos
requisitos deste sistema, como a sua estanqueidade à água da chuva, pois no
projeto arquitetônico apenas foi informado que a laje seria impermeabilizada,
não informando como e com qual produto.
O Manual do Uso, Operação e Manutenção da edificação, com as
recomendações necessárias para manter a durabilidade dos sistemas da
edificação e garantir sua vida útil proposta pelos projetistas, também foi um dos
documentos que faltaram para melhor análise de alguns requisitos, porque
solicitavam a existência do mesmo. Recomendações de segurança na
utilização do imóvel, das instalações, além da manutenibilidade do edifício e
dos sistemas foram alguns exemplos de requisitos que não foi possível avaliar
o total atendimento.
Por parte do sistema estrutural, a norma sugere que o projetista forneça
memorial de cálculo que auxilie na comprovação do atendimento aos requisitos
estruturais, o que não foi fornecido, e que haja verificação em relação às
situações de incêndio. Porém o engenheiro estrutural afirmou que estava
obedecendo as normas que foram apresentadas no capítulo 4 deste trabalho, e
que a base de dados da versão de seu software não incluía os módulos de
situações de incêndios.
Conclui-se, portanto, que a empresa está procurando se capacitar para
estar bem preparada para o mercado de trabalho de alto padrão, visto que o
atendimento da norma é um diferencial notável para garantir a qualidade e
durabilidade dos variados sistemas que fazem parte da edificação. Os
requisitos e critérios das três partes em que foi feito a análise foram cumpridos
em sua grande maioria, excluindo-se os requisitos que não puderam ser
verificados.
A construtora em estudo mostrou ter ciência da importância que a NBR
15575 apresenta para o mercado brasileiro da construção civil, e que o usuário
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poderá sempre optar por fazer negócio com uma construtora que mostre
preocupação em atender aos requisitos dispostos nesta norma.
Com o conhecimento adquirido pela realização deste Trabalho de
Conclusão de Curso, o aluno se encontra apto para avaliar a implantação da
NBR 15575 em construtoras, podendo fornecer informações relacionada a
gestão de projetos e de controle de qualidade dos serviços executados em
obra.
Para obtenção de uma análise ainda mais completa, a sugestão do autor
é que sejam realizadas análises em todas as fases da construção, visto que a
norma engloba a construção das edificações como um todo, acompanhando a
execução dos sistemas, tanto como realização dos ensaios propostos pela
norma para confirmação do atendimento aos critérios.
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ANEXO A – Exemplo de Tabela retirada da tese de doutorado de Kuchler
(2018) 1
1 Para acesso à tabela na íntegra, consultar: Kuchla (2018).
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