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Estudo das exigncias fisiolgicas efuncionais do jogo de voleibol de praiae das suas implicaes na recuperao
Mrio Pedro Oliveira Incio
Porto, Dezembro de 2006
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Estudo das exigncias fisiolgicas efuncionais do jogo de voleibol de praia edas suas implicaes na recuperao
Orientador: Prof. Doutor Jos Magalhes
Co-Orientador: Prof. Doutora Isabel Mesquita
Mrio Pedro Oliveira Incio
Porto, Dezembro de 2006
Monografia realizada no mbito da disciplina deSeminrio do 5 ano da licenciatura em Desportoe Educao Fsica, na rea de Desporto deRendimento - Voleibol, da Faculdade de Desportoda Universidade do Porto
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Agradecimentos
Este passo o ltimo de uma grande caminhada realizada com bastante
esforo e sobretudo com bastante apoio.
No posso deixar passar em claro esta ltima oportunidade para
agradecer a quem eu realmente sinto que me ajudou a concretizar esta longa
caminhada.
Professora Doutora Isabel Mesquita por me ter dado esta
oportunidade de trabalhar na rea que eu sempre quis e lutarei para continuar.
Ao Professor Doutor Antnio Ascenso por toda a sua disponibilidade,
ajuda fundamental na parte experimental do trabalho, suas opinies e
sugestes preciosas que foram extremamente importantes para a
concretizao deste trabalho.
Ao professor Mestre Eduardo Oliveira por toda a sua disponibilidade eensinamentos relativamente ao manuseamento de alguns instrumentos de
avaliao, que se tornou tambm preponderante nesta etapa.
Ao Professor Doutor Jos Magalhes toda a sua ajuda, compreenso e
por me ter ajudado da melhor forma possvel quando eu parecia fraquejar. Por
toda a sua transmisso de conhecimentos e motivao para a realizao desta
tarefa. Obrigado pela sua confiana num dos momentos mais importantes daminha vida.
Junta de Freguesia de Matosinhos por ter cedido o local
imprescindvel operacionalizao da parte experimental deste trabalho.
A todos os atletas que se disponibilizaram a participar neste projecto,
uma vez que sem eles nada disto era possvel.
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Aos meus pais que sempre desejaram que este momento chegasse e
que fizeram o possvel e o impossvel para me ajudar da melhor forma, mesmo
quando parecia impossvel.
Patrcia Costa que foi tambm ela uma pedra importante na realizao
deste trabalho.
E por fim Andreia Ribeiro por seres quem s. Obrigado por sempre
teres estado l quando eu mais precisei. Obrigado por todo o amor e carinho
que me ajuda a crescer.
A todos obrigado
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NDICE GERAL
RESUMO. I
RESUMO............................................................................................................ 9
1. INTRODUO ............................................................................................... 1
2. REVISO DA LITERATURA ......................................................................... 32.1.CARACTERIZAO DO ESFORO INTERMITENTE ............................................. 3
2.2.CARACTERIZAO GERAL DO VOLEIBOL DE PRAIA ........................................ 13
2.3.EXIGNCIAS FISIOLGICAS DO VOLEIBOL DE PRAIA....................................... 17
3. MATERIAL E MTODOS ............................................................................ 26
3.1.CARACTERIZAO DA AMOSTRA ................................................................ 26
3.2.PROCEDIMENTOS ..................................................................................... 27
3.2.1. Recolha de dados ........................................................................... 27
3.2.1.1. Protocolo de aplicao dos testes................................................ 27
3.2.1.1.1. VO2mximo .............................................................................. 29
3.2.1.1.2. Frequncia cardaca em jogo.................................................... 29
3.2.1.1.3. Concentraes sanguneas de lactato em jogo ........................ 29
3.2.1.1.4. Deslocamentos em jogo............................................................ 30
3.2.1.1.5. Velocidade 7,5metros e 15metros............................................. 303.2.1.1.6. Impulso vertical ....................................................................... 30
3.2.1.1.7. Wingate ..................................................................................... 31
3.2.1.1.8. Fora Mxima Isomtrica.......................................................... 32
3.2.2. Tratamento de dados...................................................................... 32
3.3.INSTRUMENTARIUM ................................................................................... 33
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4. APRESENTAO DOS RESULTADOS..................................................... 34
4.1.VO2MXIMO ............................................................................................ 34
4.2.FREQUNCIA CARDACA EM JOGO............................................................... 35
4.3.CONCENTRAES SANGUNEAS DE LACTATO EM JOGO................................. 36
4.4.DESLOCAMENTOS EM JOGO ....................................................................... 37
4.5.VELOCIDADE 7,5M E 15M .......................................................................... 38
4.6.IMPULSO VERTICAL ................................................................................. 38
4.7.WINGATE ................................................................................................. 39
4.8.FORA MXIMA ISOMTRICA ..................................................................... 40
5. DISCUSSO DOS RESULTADOS.............................................................. 42
6. CONCLUSO .............................................................................................. 49
7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS............................................................ 50
8. ANEXOS ...................................................................................................... 63
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NDICE DE FIGURAS
FIGURA 1 - ESQUEMA SIMPLIFICADO DO PROTOCOLO EXPERIMENTAL; FMI FORA
MXIMA ISOMTRICA.................................................................................... 28
FIGURA 2-GRFICO DA FREQUNCIA CARDACA DURANTE UM JOGO DE VOLEIBOL DE
PRAIA COM 3SETS. ...................................................................................... 35
FIGURA 3-%DE TEMPO DE JOGO DESPENDIDO NAS DIFERENTES PERCENTAGENS DE
FCMXIMA.VALORES REPRESENTAM A MEPM. .......................................... 36
FIGURA 4 - % DE TEMPO TOTAL DE JOGO CORRESPONDENTE A DIFERENTES
INTENSIDADES DE JOGO.VALORES REPRESENTAM A MEPM.......................... 37
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NDICE DE TABELAS
TABELA 1 -CARACTERSTICAS ANTROPOMETRICAS E FISIOLGICAS DOS JOGADORES
DE VOLEIBOL DE PRAIA. ............................................................................... 26
TABELA 2-FCMXIMA,VO2MXIMO E VELOCIDADE MXIMA AERBIA ATINGIDA PELOS
VOLEIBOLISTAS ............................................................................................ 34
TABELA 3 - EFEITO DO VOLEIBOL DE PRAIA NAS CONCENTRAES MXIMAS DE
LACTATO. .................................................................................................... 36
TABELA 4EFEITOS DE UM JOGO DE VOLEIBOL DE PRAIA NA VELOCIDADE DE 7,5E 15
METROS DOS ATLETAS.................................................................................. 38
TABELA 5EFEITOS DE UM JOGO DE VOLEIBOL DE PRAIA NA IMPULSO COM CONTRA-
MOVIMENTO DOS ATLETAS. ........................................................................... 39
TABELA 6 EFEITOS DE UM JOGO DE VOLEIBOL DE PRAIA NAS VARIVEIS DO TESTE
WINGATE .................................................................................................... 40
TABELA 7 EFEITOS DE UM JOGO DE VOLEIBOL DE PRAIA NA CONTRACO MXIMA
VOLUNTRIA ISOMTRICA, NOS GRUPOS MUSCULARES, QUADRICEPS E
ISQUIOTIBIAIS,DO MEMBRO INFERIOR DOMINANTE DOS ATLETAS....................... 41
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Resumo
I
RESUMO
Um atleta de voleibol de praia, numa competio oficial, pode realizar 3
jogos no mesmo dia, com tempos de repouso apenas de 3 horas. Assim sendo,
foi nosso objectivo verificar se os atletas esto aptos para realizar um novo
jogo com to curto perodo de recuperao. A amostra utilizada foi constituda
por 15 atletas de voleibol de praia (23,62,3 anos; 77,14,2 kg; 187,56,5 cm;
11,72,6 % gordura corporal). Os atletas realizaram uma avaliao de
laboratrio para obter a sua FC e VO2 mximos. Realizaram tambm um
protocolo no terreno que consistia em 3 momentos de avaliao (antes do jogo,
imediatamente aps o jogo e 3 horas aps o trmino do jogo) nos quais osatletas realizaram testes de impulso vertical, velocidade 7,5 e 15 m, fora
mxima isomtrica e o teste de Wingate. Durante o jogo a frequncia cardaca
dos atletas foi monitorizada assim como o nmero de deslocamentos. Ainda
durante o jogo foram realizadas colheitas aleatrias de sangue para anlise
das concentraes de lactato.
Os principais resultados mostram no existir alteraes significativas nos
valores de impulso vertical, de potncia anaerbia e de resistncia de foraimediatamente aps o jogo. Por outro lado, verifica-se uma diminuio
significativa da performance de velocidade horizontal (7,5 e 15 m) e da fora
mxima isomtrica dos extensores e flexores da perna aps o jogo. Tambm
se constatou que durante cerca de 65% do tempo de jogo os atletas se
exercitam a uma intensidade acima de 70% da FC mx. A actividade do jogo,
segundo uma avaliao por acelerometria, revelou ser moderada reduzida.
As concentraes de lactato sanguneas obtidas durante o jogo sosignificativamente diferentes dos valores iniciais, mas ainda assim baixas.
Verificou-se, ainda, que com excepo da velocidade de deslocamento, os
atletas recuperaram todos os restantes parmetros aps 3 horas.
Adicionalmente, podemos concluir que aps 3 horas de recuperao os
atletas de voleibol de praia esto aptos para realizarem um novo jogo.
Palavras-chave: voleibol de praia, recuperao, consumo mximo de oxignio,
frequncia cardaca, lactato, intensidade de exerccio.
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Introduo
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1. INTRODUO
O voleibol de praia uma modalidade extremamente recente e em
grande evoluo. Como prova so as alteraes s regras de jogo que se
fizeram sentir num desporto ainda to jovem como este.
Estas adaptaes surgem como forma de melhorar, tornar mais
cativante, entusiasmante e tambm mais competitiva a modalidade. Mas para
tal acontecer necessrio conhecer, saber, possuir conhecimentos tcticos,
tcnicos, fsicos e tambm fisiolgicos que envolvem esta modalidade.
Estes pontos so todos importantes uma vez que numa competio devoleibol de praia, nacional ou internacional, os atletas podem realizar 3 jogos
no mesmo dia, por vezes com tempos de repouso apenas de 3 horas entre os
jogos e ter vrios dias de provas, desde qualificaes at quadros principais.
Para tal necessrio estar muito bem preparado fisicamente para conseguir
corresponder s eventuais exigncias fsicas e fisiolgicas (Smith et al, 1992;
Conlee et al, 1982 cit Barroso, 2005) quando for solicitado.
provvel que os jogadores de voleibol de praia possam desenvolverelevados graus de fadiga, particularmente nos membros inferiores,
comprometendo dessa forma a realizao das habilidades tcnicas e a
capacidade fsica necessria para a realizao das mesmas.
No entanto, apesar de ser modalidade Olmpica, no existem estudos
que caracterizem as exigncias fisiolgicas e implicaes funcionais do jogo de
voleibol de praia. Os estudos existentes sobre a modalidade focam
essencialmente aspectos relacionados com leso (Aagaard, Scavenius, &Jorgensen, 1997; Bahr & Reeser, 2003), aspectos biomecnicos (Bishop, 2003;
Giatsis, Kollias, Panoutsakopoulos, & Papaiakovou, 2004) e psicolgicos (Kais
& Raudsepp, 2004). Mas ser que os atletas conseguem corresponder de igual
forma em todos os jogos que realizam no mesmo dia, at mesmo tendo
reduzidos tempos de repouso como 3 horas?
Esta a problemtica que vamos discutir e investigar ao longo deste
estudo. Desta forma elaboramos uma bateria de testes que possibilitasse a
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Introduo
2
observao e anlise das alteraes fisiolgicas e funcionais que um jogo de
voleibol de praia pode induzir nos atletas.
Iniciamos com a caracterizao da amostra, seguido da
operacionalizao da bateria de testes. Esta bateria possua como finalidade
avaliar a velocidade de deslocamento (7,5 e 15 metros), impulso vertical
(counter-movement jump), potncia anaerbia dos membros inferiores e
resistncia de fora (teste Wingate), monitorizao da produo de lactato e
frequncia cardaca durante o jogo, registo da intensidade de actividade
(acelermetro unidimensional) e fora mxima isomtrica dos grupos
musculares, flexores e extensores, da perna dominante.
Na operacionalizao escolhemos 3 momentos de avaliao, antes dojogo, imediatamente aps o jogo e 3 horas aps o trmino do jogo.
Devido a tal falta de informao acerca da modalidade, parece-nos
extremamente pertinente ter como objectivos gerais do presente estudo,
descrever o impacto fisiolgico e funcional de um jogo de voleibol de praia e
verificar se os atletas esto aptos para realizar 2 jogos com apenas 3 horas de
intervalo para repouso.
A partir destes objectivos gerais formulmos os seguintes objectivosespecficos.
- avaliar as alteraes funcionais aps um jogo de voleibol de praia
quanto velocidade de deslocamento horizontal (7,5 e 15 m);
- avaliar as alteraes na capacidade de impulso vertical aps um jogo
de voleibol de praia;
- avaliar as alteraes da potncia mxima anaerbia e resistncia de
fora dos membros inferiores aps um jogo de voleibol de praia- avaliar as alteraes na fora mxima isomtrica dos flexores e
extensores da perna dominante aps um jogo de voleibol de praia ;
- avaliar as alteraes metablicas induzidas pelo jogo de voleibol de
praia, nomeadamente quanto s concentraes sanguneas de lactato;
- estimar a intensidade de um jogo de voleibol de praia com base na
interpretao do perfil da FC e do recurso acelerometria.
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Reviso da Literatura
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2. REVISO DA LITERATURA
2.1. Caracterizao do esforo intermitente
O esforo intermitente um tipo de esforo caracterstico de diversas
modalidades. Diversos autores, como por exemplo Soares (1988), definem
modalidades de esforo intermitente como aquelas caracterizadas pela
existncia de paragens frequentes, fases de recuperao total e/ou parcial e
nveis de intensidade muito variveis, tanto nos momentos activos como nasfases de repouso. No entanto, o parmetro que se pode considerar como o
mais caracterstico deste tipo especfico de esforo a completa aleatoriedade
pela qual todas as aces se processam.
Tendo como base a ideia referida, diversos estudos tm sido realizados
com a finalidade de caracterizar o esforo intermitente, analisando diversos
parmetros como o consumo mximo de oxignio (VO2 mx.), a frequncia
cardaca (FC), o dispndio energtico e a variao de inmeros biomarcadoressanguneos e musculares, entre os quais as concentraes de lactato.
Christmass et al (1999) realizaram um estudo onde verificaram que o
consumo de hidratos de carbono em corrida intermitente de 12 seg. com 18
seg. de repouso, era superior ao da corrida contnua e, por sua vez, o consumo
de lpidos era inferior. J Chasiotis et al. (1987) compararam as respostas
fisiolgicas de uma actividade intermitente e uma contnua e verificaram que a
utilizao de ATP e a actividade glicoltica foram superiores durantecontraces intermitentes, mas por outro lado a glicogenlise foi semelhante a
contraces contnuas. Na mesma perspectiva de anlise, Hu et al. (1999)
verificaram que aps um exerccio intermitente, as concentraes basais de
testosterona plasmtica se mantiveram estveis, no entanto, aps exerccio
contnuo os valores eram inferiores.
Como tentativa de verificar as diferenas entre os dois tipos de esforo,
ao nvel do consumo de oxignio e da frequncia cardaca, Drust et al (2000)
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Reviso da Literatura
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verificaram no existir diferenas significativas ao nvel destes dois parmetros.
Da mesma forma, Falk (1995) verificou que o dispndio energtico de dois
protocolos, contnuo e intermitente, eram semelhantes e portanto, com
consumos de oxignio semelhantes. J Demarie et al (2000), ao comparar
tambm os mesmos tipos de esforo, obtiveram resultados opostos.
Verificaram que o exerccio intermitente induzia resultados mais elevados que o
contnuo no que respeita ao aumento da potncia aerbia mxima. Isto ,
permite atingir valores de VO2mais elevados e manter uma actividade em VO2
mximo mais prolongada.
Tardieu-Berger et al (2004) tambm realizaram um estudo para verificar
a influncia de diferentes tipos de exerccio intermitente no VO2mximo. Osresultados que obtiveram mostraram que o tempo mdio at exausto foi
superior no exerccio intermitente com maior tempo de repouso (E1). O tempo
dispendido ao VO2 mximo e o tempo dispendido acima de 90% do VO2
mximo, no foi estatisticamente diferente nos distintos exerccios, mas quando
expressos a um valor relativo, no E1 foram significativamente inferiores aos de
menor tempo de repouso (E2). Apesar de se verificar uma diminuio
significativa do tempo para atingir os 90% do VO2mximo, no incio de cadasrie durante o E1, o tempo dispendido abaixo dos 90% do VO2mximo veio
limitar o tempo a 90% do VO2mximo em cada srie.
Por sua vez, Hargreaves et al. (1998) realizaram um estudo com sujeitos
submetidos a um protocolo de 4 sries de 30 seg. at exausto em
cicloergometro com perodos de repouso de 4 min entre as 3 primeiras sries.
No final da 3 srie, os indivduos repousaram 4 min e realizaram um exerccio
de 30 min a 30 35 % VO2mx. e seguidamente repousaram mais 60 minantes da 4 srie. Os resultados mostram uma diminuio da potncia da 1
para a 3 srie, mas no foram registadas diferenas de potncia entre a 1 e a
4 srie. Imediatamente antes da 3 srie, as concentraes de Adenosina
Trifosfato (ATP), Fosfocreatina (PCr), glicognio, pH e o consumo de Ca2+do
retculo sarcoplasmtico sofreram uma reduo. Por outro lado, as
concentraes de lactato aumentaram. Antes da realizao da 4 srie, as
concentraes de ATP e glicognio mantiveram-se significativamente mais
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baixas que imediatamente antes da 1 srie, mas desta vez no se verificaram
diferenas significativas nos valores de lactato, pH e consumo de Ca2+ de
retculo sarcoplasmtico. As concentraes de PCr anteriores 4 srie
encontravam-se mais elevadas que os valores de repouso. Saugen et al.
(1997), tambm suportam esta ideia visto que ao utilizarem um protocolo de
contraces isomtricas de 6 seg. de durao e 4 seg. de repouso, a 40% da
CMV, constataram que a PCr diminui consideravelmente nos primeiros
perodos de tempo, atingindo uma posterior estabilidade, mas este ltimo ainda
acrescenta que os valores de PCr, Pi e pH retornam quase que para os valores
de controlo em 5 min aps a exausto. Parolin et al. (1999) tambm verificaram
uma acumulao de lactato significativamente progressiva durante umexerccio de elevada intensidade, no atingindo valores superiores quando
repetido.
Estes resultados podem ser explicados por McCartney et al (1986),
Spriet et al (1989) e Withers et al (1991), ao afirmarem que as maiores vias
para ressntese de ATP so a depleo de PCr e a degradao de glicognio
muscular com a consequente formao de cido lctico.
Montelpare et al (2002) verificaram ainda que aps um protocolointermitente, que consistia em 16 sries de 2 min de durao intervaladas com
repouso de 2 min em ciclo ergometro, as concentraes urinrias totais de
albumina e protena se encontravam mais elevadas que aps o protocolo
contnuo (32 minutos a 75% VO2mx. em ciclo ergometro).
O cido lctico possui uma elevada taxa de produo durante exerccios
intermitentes (Bangsbo, 1993a). Como suporte afirmao anterior existem
inmeros estudos realizados. Chamari et al (2001) verificaram que asconcentraes sanguneas de lactato variariam com a realizao de saltos de
impulso vertical consecutivos e intervalados com repouso de 6 seg. Os
resultados obtidos mostraram que aps este tipo de esforo intermitente ocorre
um aumento significativo das concentraes de lactato sanguneo. Este
aumento pode ser justificado pela activao do metabolismo anaerbio lctico
durante o exerccio, que participa na produo de energia Chamari et al,
(2001).
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Durante a actividade muscular, a produo de energia depende de
ambos os metabolismos aerbio e anaerbio (Chamari et al., 2001). McArdle et
al (1985) ainda mais rigoroso afirmando que em actividades muito curtas de
elevada potncia, a energia provem predominantemente do sistema ATP-PCr,
pelo fraccionamento de fosfatos intramusculares. As enzimas responsveis
pela degradao de ATP so designadas como ATPases. O seu processo de
degradao d-se por hidrlise e origina Adenosina Difosafato (ADP), fosfato
inorgnico (Pi) e energia que ser utilizada. A ADP posteriormente ser
ressntetisada em ATP (Brooks, Fahey, & White, 1996).
A PCr tem um papel muito importante em termos energticos,
fornecendo fosfatos para a ressntese de ATP atravs da reaco da creatinaquinase durante rpidos aumentos na intensidade do exerccio (Bangsbo,
1993a). A terceira componente uma enzima designada por mioquinase. Esta
enzima tem a capacidade de criar uma molcula de ATP a partir de duas
molculas de ADP (Brooks et al., 1996).
Em actividades ligeiramente mais prolongadas e, necessariamente, de
menor intensidade o sistema glicoltico o predominantemente responsvel
levando produo acrescida de cido lctico (McArdle et al., 1985).Brooks (1996), por outro lado, afirma que exerccios de intensidade
moderada com durao superior a 30 segundos no podem ser suportados
predominantemente pelos 2 primeiros sistemas energticos (fosfagnios e via
glicoltica) devido sua reduzida capacidade. Assim sendo, a via oxidativa
comea a ter um papel preponderante na produo de energia a partir dessa
durao. Com a diminuio progressiva da intensidade do exerccio e o
prolongamento da actividade, a energia proveniente das reservas de fosfato eglicolticas vo diminuindo, passando a produo aerbia a ter cada vez mais
um papel preponderante nesta aco. No exerccio de longa durao, o
sistema aerbio o principal responsvel por gerar a energia necessria. No
estudo realizado por Gaitanos et al. (1993) verificou-se que a energia
necessria para manter a elevada performance durante um exerccio mximo
de carcter intermitente, como a realizao de sprints maximais de 6 seg de
durao com intervalos de 30 seg de repouso em cicloergometro, provinha de
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uma contribuio semelhante do primeiro sistema energtico (fosfagnios) e da
gliclise anaerbia.
Mercier et al (1991), por seu lado, mostrou que as concentraes de
lactato venoso aumentavam significativamente aps 6 seg. de exerccio
intenso. Desta forma, foi tambm concludo que o metabolismo anaerbio
lctico provavelmente contribui significativamente para a produo de energia
durante exerccios intensos de curta durao. Posteriormente, Bangsbo et al
(1996) tambm demonstraram que o exerccio intenso est associado a uma
elevada produo de lactato e consequente elevao de acidez intramuscular.
Moriguchi et al (2002) realizaram um estudo onde evidenciaram que
para extenses repetidas da perna a intensidades elevadas (80% de 1repetio mxima), o pH diminui consideravelmente durante 2,5 horas. Como
consequncia, as concentraes de lactato aumentaram significativamente
aps o primeiro minuto, ao contrrio do que se verificou com outras cargas
mais reduzidas.
Bangsbo (1993a) apresenta a perspectiva de que o exerccio
intermitente de elevada intensidade mais exigente energeticamente que o
exerccio contnuo correspondente. Esta afirmao pode ser suportada pelofacto das concentraes de lactato, como tivemos a oportunidade de verificar,
serem superiores durante exerccios de carcter intermitente. De facto, o
elevado gasto energtico durante exerccios intermitentes tambm pode ser
justificado atravs do VO2. Uma vez que o VO2correspondente aos perodos
de recuperao, mais elevado que a produo de energia anaerbia, anterior
ao exerccio. Por outro lado, o VO2 excessivo durante os perodos de
recuperao parece ser compensado por uma reduzida exigncia energticaquando o exerccio intermitente de elevada intensidade repetido (Bangsbo,
1993a).
Os estudos realizados de forma a comparar o gasto energtico entre
esforo contnuo e intermitente, mostram no haver diferenas significativas
(Peterson, Palmer, & Laubach, 2004; Ribeiro Braga, de Mello, & Gobatto,
2004).
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Para alm dos temas utilizados para a realizao dos estudos
mencionados acima, existem diversos estudos que permitem analisar o esforo
intermitente em termos de performance. No estudo realizado por Rahnama et
al (2003) verificou-se uma diminuio progressiva e significativa dos ndices de
fora dos quadriceps e isquiotibiais relativamente ao repouso no intervalo e
final de jogo. Mercer et al (2003) mostraram uma diminuio dos valores de
peak torque e torque relativizado ao ngulo de movimento, em cerca de 22,3%
e 24,9% respectivamente, entre a avaliao anterior e posterior ao protocolo.
J Golden et al (1992) e Eston et al (1996) tinham previamente verificado que
as diminuies de peak torque eram superiores para velocidades angulares
superiores. Este facto suporta a noo de que as fibras musculares de tipo II,que possuem actividades mais elevadas da ATPase, creatina quinase,
mioquinase, fosforilase, fosfofrutoquinase e lactato deshidrogenase que as
fibras tipo I (Essen, Jansson, Henriksson, Taylor, & Saltin, 1975; Harris, Essen,
& Hultman, 1976; Thorstensson, Sjodin, Tesch, & Karlsson, 1977), podem ser
selectivamente danificadas durante um exerccio (Asp, Daugaard, Kristiansen,
Kiens, & Richter, 1998; Brockett, Morgan, Gregory, & Proske, 2002).
Twist e Eston (2005), elaboraram um estudo onde a amostra realizou umconjunto de saltos verticais, seguidos de diferentes exerccios intermitentes,
como por exemplo 10x6 seg. sprints em cicloergometro, com 24 seg. de
recuperao activa e sprint de velocidade de deslocamento 10x10m, com 12
seg. de repouso, que serviram de avaliao ao protocolo pliomtrico. Os
resultados deste estudo demonstraram que aps exerccios pliomtricos a
capacidade do msculo gerar energia fica reduzida em pelo menos 3 dias. Da
mesma forma, Girard et al (2006) com um estudo em tnis mostraram umadiminuio significativa nos valores da contraco mxima voluntria (CMV)
aps o trmino do jogo, assim como os valores de impulso vertical.
Estes resultados de certa forma justificam a necessidade de conhecer
mtodos para diminuir os efeitos da fadiga. Bangsbo (1993a) refere a
realizao de exerccio de baixa intensidade nos perodos de repouso,
afirmando que, desta forma, os msculos so capazes de atingir os nveis
normais mais precocemente. A taxa de remoo de lactato intramuscular
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tambm aumentada com esta situao. Como forma de suportar a afirmao
de Bangsbo (1993a), o estudo de Dorado et al (2004) mostrou que a
recuperao activa facilita a performance, uma vez que aumenta a contribuio
aerbia durante o exerccio intermitente de alta intensidade.
A fadiga torna-se um aspecto fulcral para compreender a actividade
fsica e a performance, da a necessidade de a definir. Segundo Brooks e
Fahey (1985) a fadiga pode ser entendida como a incapacidade de manter
determinada intensidade de exerccio para o grupo muscular em actividade.
Ascenso et al (2003) so mais genricos, referindo fadiga como uma
diminuio mais ou menos acentuada na capacidade funcional do indivduo.
Estes autores ainda identificam algumas formas de manifestao da fadiga,como por exemplo a diminuio da velocidade mxima de um dado movimento,
a diminuio da fora isomtrica, diminuio dos valores sub-mximos de fora
ou velocidade, o aparecimento de tremor muscular, entre outros. Pode ento
afirmar-se que as causas da fadiga variam com a natureza do exerccio
(Brooks & Fahey, 1985) e como Enoka et al e Kranz et al (1992; 1983) referem,
o desenvolvimento da fadiga especfico do tipo de contraco, intensidade e
durao da actividade. A fadiga pode ainda ser de origem perifrica ou deorigem central (Ascenso et al., 2003).
Segundo Bangsbo (1993) a fadiga pode surgir aps um exerccio de
determinada intensidade. Por sua vez, o tempo necessrio para recuperar
deste estado de fadiga est dependente de uma grande variedade de factores
como a capacidade do indivduo, o tipo de actividade nos perodos de
recuperao, a intensidade e a durao do exerccio precedente. O estudo
realizado por Iridiastadi e Nussbaum (2006) veio suportar esta ideia, mostrandoque a intensidade da contraco possui influncia sobre a maioria dos
parmetros associados fadiga utilizados e que o tempo dos exerccios
afectava os valores do espectro EMG. Por sua vez, Twist e Eston (2005)
referem tambm que dos muitos sintomas que acompanham os danos
musculares induzidos pelo exerccio inabitual ou exaustivo, como a sensao
de desconforto muscular, o aumento das concentraes sanguneas de
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protenas miofibrilares, o edema e a diminuio da amplitude de movimentos,
talvez o mais significativo ser a diminuio da fora muscular.
Lattier et al (2004) realizaram um estudo cujo principal objectivo foi
verificar a contribuio de factores centrais e perifricos para a fadiga aps
uma corrida com inclinao ascendente de 18%. Os resultados mostraram uma
diminuio significativa de cerca de 7% nos valores de contraco mxima
isomtrica voluntria dos msculos extensores do joelho, no final da corrida. No
final deste estudo, foi possvel afirmar que a fadiga muscular aps corrida de
alta intensidade surge devido a alteraes significativas no processo
excitaocontraco e tambm que este tipo de actividade no capaz de
induzir fadiga central significativa.Como sabido, umas das possveis causas da fadiga perifrica remete-
se para a perda da homeostasia celular, nomeadamente devido ao
fornecimento insuficiente de ATP s enzimas responsveis pela sua
degradao (ATPases) por unidade de tempo ou devido acumulao de
substncias que desregulem as enzimas das vrias vias metablicas
(Ascenso et al., 2003).
O lactato uma dessas substncias e a sua acumulao resulta damaior produo que remoo de cido lctico em exerccios de alta intensidade
e de curta durao (Brooks e Fahey, 1985). Bangsbo (1993a) afirma ainda que
a fadiga est associada a uma grande produo de lactato e uma consequente
elevao da acidez intra-muscular. Hargreaves et al (1998) tambm referem
que para alm da reduo das concentraes de PCr e da disponibilidade de
glicose poder contribuir para o declnio da produo de energia anaerbia e
consequentemente da performance do exerccio, possvel que a acidoseintramuscular, consequncia do aumento da actividade glicoltica que ocorre
durante o exerccio, possa ser um dos potenciais responsveis pela mesma
situao (Hargreaves et al., 1998).
Foi tambm demonstrado que a acumulao e produo de lactato
reduzida com a repetio de exerccio intenso (Bangsbo, Graham, Kiens, &
Saltin, 1992). Este facto pode ser explicado por uma gliclise dificultada devido
ao aumento sucessivo das concentraes de H+, anteriores s sries
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subsequentes, visto ter sido demonstrado que um pH baixo possui um efeito
inibitrio na actividade da fosforilase e fosfofrutoquinase (PFK), extremamente
importantes na regulao enzimtica das vias glicolticas (Amorena, Wilding,
Manchester, & Roos, 1990). No entanto, na anlise de exerccios repetidos,
sempre existiu uma dificuldade em separar o efeito da elevada acidez do efeito
do exerccio precedente (Bangsbo et al., 1996). Este pode elevar as
concentraes sanguneas e musculares de lactato anteriormente realizao
do exerccio seguinte (Bangsbo et al., 1995) e afectar as trocas de lactato e
ies H+ durante o exerccio e consequentemente o lactato e pH muscular
durante o mesmo (Bangsbo et al., 1996). Assim sendo, a par de diversos
outros factores, a fadiga pode tambm estar relacionada com elevadasconcentraes de lactato e\ou acidose muscular, uma vez que j foi
demonstrado que elevadas concentraes de lactato e baixo pH conseguem
dificultar a performance muscular durante contraces intensas (Fitts, 1994).
Por outro lado, Vollestad et al (1988) sugere que a fadiga induzida pelo
exerccio repetitivo intermitente pode estar associada a uma dificuldade de
acoplamento no fenmeno excitaocontraco, independente da variao
das concentraes de diversos metabolitos e substratos. Por exemplo, aacumulao de Ca2+ intramitocndrial, durante exerccio prolongado, pode
causar ainda mais danos que a diminuio de pH citoplasmtico. De facto, se o
Ca2+se acumular em grandes quantidades a nvel mitocndrial a capacidade
de produo de energia pela via oxidativa fica comprometida. Adicionalmente,
a acumulao de radicais livres libertados, devido ao consumo de O2 na
mitocndria, tambm referido como um dos potenciais mecanismos de
desregulao do funcionamento muscular, assim como as alteraes nasconcentraes de K+, Na+, Ca2+, glucose sangunea, volume plasmtico,
osmolaridade e temperatura (Brooks e Fahey, 1985).
Ainda assim existem algumas incertezas quanto a alguns mecanismos
que podem estar na origem da fadiga, como as causas da diminuio da
gliclise e utilizao de ATP na repetio de exerccios intensos. A mesma
situao parece ser experimentada quanto inibio reflexa no msculo
aquando do aparecimento da fadiga. Esta situao pode ser justificada pela
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acumulao de potssio intersticial poder estimular alguns grupos de
receptores sensoriais de fibras nervosas (Bangsbo, 1993a). Efectivamente,
Bangsbo (1993a) verificou uma elevada libertao de K+durante perodos de
exerccio de maior intensidade. Imediatamente aps os perodos de elevada
intensidade constatou-se uma diminuio significativa de potssio. Desta
forma, possvel afirmar que o exerccio intenso estimula suficientemente
mecanismos, como as bombas de sdio e potssio, de forma a contrabalanar
a libertao de potssio causada pelo exerccio. Posteriormente, Bangsbo et al
(1996) afirmam que a acumulao de K+, que durante um exerccio libertado
do espao intra para o extracelular do msculo-esqueltico e posteriormente
para a corrente sangunea (Nielsen et al., 2004), tambm pode ser um factorimportante para o aparecimento da fadiga (Bangsbo et al., 1996). Para alm do
referido, Fitts (1994) sugeriu que o aparecimento da fadiga, resultante da
acumulao de K+no interstcio muscular, pode ser devido a uma diminuio
na capacidade de excitao da membrana. Mohr et al (2004) e Nielsen et al
(2004) verificaram tambm que no ponto de exausto, aps exerccio intenso
de curta durao, as concentraes de K+intersticial elevam-se para valores de
cerca de 12 mmol/L. Estes valores so suficientemente elevados paraconduzirem a uma despolarizao do potencial de membrana e consequente
reduo na produo de fora (Cairns & Dulhunty, 1995)
Miller et al. (1988) contribuem tambm com o seu estudo, onde
constataram que uma contraco mxima contnua, resultava num rpido
declnio dos valores de CMV e PCr, acompanhada de um rpido aumento das
concentraes de Pi, H+e H2PO4-. Os resultados mostram a existncia de uma
relao significativamente linear entre o aumento das concentraes de H
+
eH2PO4
-com a diminuio dos valores de CMV. Estes dados sugerem que tanto
H+como H2PO4-podem ser importantes determinantes para o aparecimento da
fadiga. Ainda Sjogaard et al. (1988) constataram que a corrente sangunea que
atravessa o msculo durante contraces de baixa intensidade (menos de 10%
da CMV) suficiente para impedir o aparecimento de fadiga. A partir destes
valores a fadiga muscular comea a instalar-se. Como possvel justificao
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para o aparecimento da fadiga, surge novamente a perda da homeostasia de
potssio.
Por outro lado, Ascenso et al (2003) referem que a fadiga pode tambm
estar associada a mecanismos de origem central, nomeadamente a diminuio
do potencial de aco. Essa diminuio do potencial de aco conseguida
pela diminuio das concentraes de acetilcolina libertadas para as placas
motoras. Outra forma de induo da fadiga central pela diminuio da
excitabilidade dos motoneurnios, atravs da aco de centros supra-
espinhais. A aco destes centros ainda parece estar relacionado com
alteraes sanguneas, como diminuio de glicemia, aumento de
concentraes de amnia e adrenalina. A sua aco parece tambm sermediada por aferncias musculares, como fibras nervosas que reagem a
elevadas concentraes de Pi e potssio durante o esforo fsico (Ascenso et
al., 2003).
2.2. Caracterizao geral do voleibol de praia
Modalidades desportivas com bola requerem elevadas capacidades de
compreenso assim como grandes capacidades fsicas, tcnicas, mentais e
tcticas (Tsunawake et al., 2003). Dentro destas, as fsicas conseguem-se
reflectir nas habilidades tcnicas dos prprios jogadores e nas tcticas da
equipa em si (Tsunawake et al., 2003). Desta forma, os jogadores devem
possuir as capacidades fsicas que lhes permitam realizar movimentos rpidose potentes e que os tornem competentes na realizao de vigorosas manobras
ofensivas e defensivas (Tsunawake et al., 2003).
O voleibol de praia uma modalidade extremamente recente e surgiu
como uma adaptao, ao nvel do regulamento, do voleibol indoor para o jogo
em praia. Mas mesmo tendo em considerao todas as adaptaes que se
fizeram sentir, a essncia do jogo de voleibol manteve-se, existindo desta
forma uma ligao ntima entre as duas modalidades referidas.
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Pode-se ento afirmar que esta recente modalidade (voleibol de praia)
se insere no grupo dos Jogos Desportivos Colectivos (JDC). Como tal, uma
modalidade com enorme aciclicidade tcnica, com uma grande complexidade
devido a todas as adaptaes que tm de surgir perante os problemas
apresentados pelo jogo e com enorme exigncia mental pela constante procura
das solues mais adequadas (Mesquita, 1992b).
Esta modalidade jogada ao ar livre, num campo com piso de areia, de
medidas totais 8m x 16m. A rede est colocada mesma altura que a rede de
voleibol em pavilho (2,43m, no caso de seniores masculinos), onde o piso
de superfcie dura. Esta diferena de terreno leva a algumas alteraes ao
nvel das estratgias a utilizar em campo, mas a habilidade de impulso verticalexiste como uma qualidade geral e no grandemente influenciada com as
diferentes superfcies (Bishop, 2003).
O voleibol de praia possui um sistema de contagem semelhante ao
sistema utilizado em pavilho, o rally point. Neste sistema, cada set termina
aos 25 pontos com diferena de 2 pontos, sendo a vitria dos sets alcanada
aos 21 pontos. Tambm existem divergncias relativamente ao voleibol indoor
quanto ao nmero de sets. Ao contrrio do que sucede na modalidade empavilho, onde os jogos so disputados melhor de 5 sets (3-0, 3-1 ou 3-2),
no voleibol de praia os jogos so disputados melhor de 3, com os resultados
possveis de 2-0 ou 2-1. Como acontece em pavilho, o ltimo set jogado
apenas at aos 15 pontos.
Sendo os jogos disputados ao ar livre e, por isso, sujeitos a todas as
inconstncias climatricas, as condies do vento ou sol podem motivar
alteraes da estratgia de jogo adoptada. Por isso, foram estipuladas trocasde lado de campo durante os sets. Estas trocas em vez de sucederem apenas
no final de cada set, como na modalidade em pavilho, sucedem de 7 em 7
pontos durante os sets normais e de 5 em 5 pontos no ltimo set de
desempate. No entanto, esta regra uma das grandes responsveis por um
tempo de actividade relativamente reduzido, quebrando o ritmo de jogo com
relativa frequncia.
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Para alm das caractersticas acima mencionadas, o voleibol de praia
jogado em equipas de dois vsdois jogadores. Esta caracterstica implica que
ambos os atletas estejam sempre presentes nas diferentes aces de jogo.
A exemplo dos outros Jogos Desportivos Colectivos, nesta modalidade o
objectivo evitar a pontuao do adversrio, mantendo a bola jogvel e
procurando criar condies para que a equipa adversria perca o controlo da
mesma, permitindo marcar ponto (Viitasalo et al, 1985 cit Barroso, 2005).
Assim sendo, as exigncias fsicas e psicolgicas tornam-se elevadas e a
necessidade de um jogador possuir um conhecimento tctico bastante apurado
eminente. Como afirma Bangsbo (1993a) para o futebol, tambm no voleibol
de praia possvel compensar alguma falta de condio fsica com um elevadograu de motivao e a escolha de uma tctica adequada.
No voleibol de praia os atletas esto sujeitos a um elevado nmero de
jogos durante as etapas do campeonato nacional assim como durante as
etapas do world tour. De facto, os atletas chegam a realizar cerca de 4 jogos
num nico dia e ter continuamente jogos durante 3 a 5 dias de competio.
No que diz respeito ao campeonato nacional de voleibol de praia, tem
incio no ms de Junho e termina no final do ms de Agosto, passando pordiversas zonas do pas em praias martimas ou at mesmo em praias fluviais,
dependendo do concurso dos Municpios Federao Portuguesa de Voleibol.
A competio realizada todas as semanas com a durao de 3 dias. O
primeiro dia 6 feira e reservado para a fase de qualificao para o quadro
principal, designada de qualify. Sbado e domingo so reservados para os
jogos do quadro principal.
As equipas so hierarquizadas atravs dos pontos conquistados porcada atleta, que somados se tornam nos pontos de equipa. No qualify entram
as 23 equipas com menos pontos, que vo jogar num sistema de playoff com 3
rondas de eliminao simples, ou seja, basta uma derrota para a equipa ser
eliminada da etapa. No final do qualify, as 4 equipas vencedoras ficam
apuradas para jogar no quadro principal realizando um total de 3 jogos no
mesmo dia.
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O quadro principal jogado com as 12 melhores equipas, uma vez mais
hierarquizadas pelos pontos, mais as 4 equipas apuradas do qualify, formando
desta forma um conjunto de 16 equipas.
Desta vez, as equipas jogam num sistema de playoff com dupla
eliminao, isto , existe a rvore com o lado dos vencedores e o lado dos
vencidos, sendo assim necessrio 2 derrotas para se ser eliminado da etapa.
Para domingo fica reservada a final, as semi-finais, o 3 e 4 lugar e os
quartos de final, onde uma equipa pode jogar at 4 jogos no mesmo dia. No
sbado so jogados os restantes jogos do playoff, 2 rondas do lado dos
vencedores e 3 do lado dos vencidos, onde o nmero de jogos realizados pode
chegar tambm a quatro, no mesmo dia.Como se torna lgico, para ser possvel a realizao de tantos jogos
num s dia, os tempos de repouso so na ordem das 4 horas, 3 horas e por
vezes at menos, sucedendo raramente.
No final da etapa so somados os pontos referentes s vitrias de cada
equipa e divididos por 2, metade para cada atleta, uma vez que na etapa
seguinte a constituio das equipas pode no ser a mesma.
No caso do world tour, o sistema relativamente semelhante.A competio inicia-se por volta do ms de Junho e termina por volta do
ms de Outubro, onde nos ltimos 5 anos, o nmero de etapas realizadas
subiu de 10 para 16, muito devido ao aumento de popularidade que a
modalidade tem tido.
Estas etapas so realizadas em diversos pases do globo, coincidindo
com as pocas do ano prximas do vero nos diferentes hemisfrios e
intervaladas em cerca de 3 dias. Este facto dificulta um pouco a participaoem todas as etapas do world tour, no s pela questo da fadiga acumulada
mas tambm em termos financeiros, uma vez que as deslocaes so
suportadas pelas prprias equipas.
Quanto competio em si, tem a durao de 5 dias, onde o primeiro
dia (4 feira) reservado para a fase de qualificao e os restantes 4 para os
jogos do quadro principal.
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semelhana do que verificamos na nossa competio, as equipas
tambm so hierarquizadas consoante os pontos que possuem.
A fase de qualificao realizada em sistema de playoff com eliminao
simples e o nmero de rondas dependente do nmero de equipas inscritas no
qualify. Desta vez, as 8 melhores equipas ficam apuradas para participar no
quadro principal.
O quadro principal constitudo pelas 24 equipas com maior nmero de
pontos, mais as 8 equipas apuradas do qualify, perfazendo um total de 32
equipas. Aqui tambm jogado em sistema de playoff, mas desta vez, de
eliminao dupla.
Nesta fase, o domingo fica reservado para a final e o 3 e 4 lugar, osbado para as semi-finais e as 2 ltimas rondas do lado dos vencidos,
podendo desta forma o nmero total de jogos ir at 3, no mesmo dia. A 6 feira
fica reservada para 2 rondas do lado dos vencedores e 3 do lado dos vencidos,
podendo-se realizar ento, um mximo de 3 jogos neste dia de competio.
Por fim, na 5 feira realizam-se 2 rondas do lado dos vencedores e 1 ronda do
lado dos vencidos, podendo haver assim um mximo de 2 jogos.
Realizando as contas ao nmero total de jogos possveis, para umaequipa que vem de um qualify com 3 rondas, durante uma etapa do world tour,
chegamos ao valor de 11 jogos durante uma etapa de 5 dias, onde no ltimo
dia do quadro principal apenas se realiza um jogo e no qualify se realizam 3
jogos. Os restantes jogos so repartidos por 3 dias, havendo assim tempos de
repouso entre jogos que rondam as 3 horas.
No final das etapas so tambm somados os pontos obtidos nas vitrias
aos j existentes, sendo esses os pontos para as prximas etapas.
2.3. Exigncias fisiolgicas do voleibol de praia
Na literatura, so muito reduzidas as referncias modalidade de
voleibol de praia, muito devido sua relativamente recente expanso e
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divulgao. No entanto, devido sua ntima semelhana com a modalidade
que lhe deu origem, o voleibol indoor, utilizaremos por diversas vezes o
conhecimento fisiolgico dessa modalidade para tentar compreender o voleibol
de praia.
Smith et al (1992) e Conlee et al (1982 cit Barroso, 2005) definem o
voleibol de pavilho como uma modalidade desportiva com caractersticas
intermitentes e, por isso, com exigncias metablicas a nvel aerbio e
anaerbio. Tant et al (1993 cit Barroso, 2005) acrescentam que as fases
decisivas do jogo de voleibol de pavilho dependem essencialmente da energia
obtida a partir da degradao da PCr, sendo no entanto importante que os
atletas possuam uma razovel capacidade aerbia para recuperaremadequadamente nos momentos de pausa ou de menor intensidade do jogo.
Tendo em considerao que o voleibol de pavilho requere um tipo de esforo
de curta durao mas extremamente intenso (Chamari et al., 2001), Karlsson
(1971) e Jones et al (1985) referem ainda que a maior parte da energia obtida
em exerccios maximais de curta durao obtida atravs de hidrlise da PCr
e gliclise.
Carvalho (1996 cit Paula, 2000) tambm suporta esta ideia, afirmandoque a energia despendida durante as fases decisivas do jogo de voleibol de
pavilho provm essencialmente do metabolismo anaerbio-alctico e durante
as pausas, a recuperao feita atravs de processos aerbios. Stanganlli
(1995 cit Paula, 2000) complementa ao referir que apesar do voleibol de
pavilho ser jogado com movimentos explosivos e intensos, estes no so
realizados com uma frequncia to elevada que motive a falncia do
metabolismo anaerbio para dar resposta s necessidades do jogo.Uma vez que uma das principais diferenas do voleibol indoor para o
voleibol de praia a passagem do solo firme para a areia, foram realizados
alguns estudos, como o de Muramatsu et al (2006), para comparar o dispndio
energtico de um salto em areia e em solo firme. Para tal, a amostra realizou 3
sries de 10 saltos repetitivos em areia (A) e numa plataforma de foras (F). Os
indivduos saltaram a cada 2 segundos durante cada srie e tinham um perodo
de descanso de 20 segundos entre cada srie. De forma a uniformizar os
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saltos em ambas as superfcies, os indivduos saltaram o mais alto possvel na
areia e na plataforma de fora saltaram apenas o correspondente altura
mxima atingida na superfcie de areia. Os resultados mostraram que a
impulso vertical obtida em areia cerca de 644,4% da impulso mxima em
solo firme. Por seu lado, o dispndio energtico na areia foi cerca de
119,410,1% do avaliado na plataforma de fora.
Bishop (2003) tambm realizou um estudo nesta perspectiva. Desta vez,
foi utilizada uma amostra de 18 jogadores de voleibol de praia que realizaram
quatro tipos diferentes de saltos verticais numa superfcie de madeira e em
areia. Os valores de impulso vertical obtidos indicam que, semelhana dos
resultados obtidos no estudo de Muramatsu et al (2006), todos os saltosobtiveram valores mais elevados na superfcie de madeira. No entanto,
constatou-se uma correlao significativa ente os resultados dos saltos obtidos
pelo atletas nas duas superfcies. Desta forma, pode afirmar-se que apesar de
qualquer salto vertical atingir valores inferiores se for realizado em areia, a
habilidade de impulso vertical existe como uma qualidade geral e no
significativamente influenciada com as diferentes superfcies. Giatsis et al
(2004) tambm compararam a impulso vertical, com salto de contramovimento, em superfcie rgida e em areia. Os resultados deste estudo
mostram uma impulso significativamente superior no solo rgido, assim como
a potncia e fora mxima. Estes resultados parecem ser explicados pela
instabilidade que a superfcie de areia apresenta.
Ferretti et al. (1994) verificaram que a potncia muscular de voleibolistas
indoor, avaliada pela sua impulso vertical, 43% superior dos indviduos
sedentrios. Por seu lado, a rea de seco transversal de msculos(somatrio dos msculos da coxa e triceps sural) dos voleibolistas tambm foi
15% superior. No entanto, as concentraes de ATP e PCr a nvel muscular,
foram semelhantes nos diferentes grupos analisados. Do ponto de vista
morfomtrico, Zoladz et al (2005) compararam o perfil de rea de fibras
musculares, a densidade do volume, o ratio fibra-capilar e o nmero de
capilares por milmetro quadrado de fibra muscular entre homens treinados e
no treinados, assim como entre atletas de diferentes modalidades desportivas.
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Os resultados obtidos mostraram que os atletas praticantes de modalidades de
resistncia, como corredores de longas distncias, ciclistas e corredores de
corta-mato no evidenciaram diferenas significativas comparativamente a
atletas de desportos de curta durao e elevada potncia, como por exemplo o
voleibol (Zoladz et al., 2005).
Por sua vez, Magalhes et al. (2004) verificaram que no existem
diferenas bilaterais de fora muscular significativas nos membros inferiores
entre atletas praticantes de voleibol e futebol. Por outro lado, a relao de fora
entre os isquiotibiais/quadriceps (I/Q) nos voleibolistas, significativamente
inferior obtida em jogadores de futebol. As exigncias musculares especficas
do voleibol, nomeadamente a hiper solicitao do quadriceps relativamente aosisquiotibiais, bem como uma eventual no compensao em termos de reforo
muscular poder explicar estes resultados. No entanto, sabendo-se que uma
baixa relao I/Q unanimemente assumida como um risco acrescido de
leso, os atletas de voleibol, deste ponto de vista, podero ser considerados
atletas em condies susceptveis de incorrerem em risco acrescido de leso
muscular ou articular. Entre jogadores de voleibol, futebol, basquetebol e
hquei foi verificado, atravs do mtodo de Margaria que os voleibolistas soos que possuem uma potncia mxima anaerbia mais elevada (Bhanot &
Sidhu, 1981).
Os jogadores de voleibol indoor de elite so caracterizados por uma
elevada ectomorfia e reduzida mesomorfia e endomorfia. Os atletas com
diferentes papis em campo tambm possuem o seu somattipo especfico.
Por exemplo, os jogadores na posio de distribuidores so os que possuem
maior mesomorfia e, por outro lado, os centrais so os mais ectomorfos(Gualdi-Russo & Zaccagni, 2001). Quando comparados com corredores de
mdias distncias, essas diferenas mostram-se mais evidentes. Os jogadores
de voleibol so mais altos, mais pesados e possuem volumes superiores de
coxa. Os valores de fora muscular obtidos por avaliao isocintica na
extenso da perna de jogadores de voleibol, bem como a fora mxima
isomtrica (FMI) na prensa, so mais elevados que os dos corredores de
mdias distncias. No caso da avaliao da FMI, os valores obtidos pelos
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corredores de mdias distncias corresponderam a cerca de 32% dos obtidos
pelos voleibolistas. Por outro lado, o n de fibras tipo II no variou entre as duas
modalidades, bem como a velocidade de conduo nervosa (Sleivert, Backus,
& Wenger, 1995). Bayos et al (2006) tambm realizaram um estudo com atletas
femininas onde verificaram que as voleibolistas eram mais altas e possuam
valores mais baixos de gordura corporal comparativamente a voleibolistas,
basquetebolistas e andebolistas.
Por sua vez, Kollias et al. (2004) compararam a performance de um salto
vertical precedido de queda (drop jump) em atletas de diversas modalidades.
Os resultados mostraram que os voleibolistas, entre atletas de seis
modalidades distintas (atletismo, futebol, voleibol, andebol, basquetebol eremo) foram os que obtiveram maior performance neste salto.
Quanto s exigncias especficas do jogo de voleibol de pavilho
propriamente dito, Laconi et al. (1998) verificaram alguns parmetros (FC, VO2
e o dispndio energtico do VO2) em trs momentos diferentes (fase de
repouso anterior ao jogo (R), fase de ataque (A) e fase de defesa (D)). Os
valores obtidos em R de FC foram 787 bpm, de VO2 foram 3,711,1 ml.kg-
1
.min-1
e de dispndio energtico do VO2(WO2) foram 75,122,3 J.kg-1
.min-1
. Aoanalisar A, e como seria de esperar, constatou-se um aumento de todos os
parmetros fisiolgicos avaliados. A FC elevou-se para valores de cerca de
14915 bpm, o VO2para 23,13,3 ml.kg-1.min-1e o WO2para 482,869,0 J.kg
-
1.min-1, o output de trabalho mecnico (Wmec) para 275,557,0 J.kg-1.min-1com
um ndice de eficincia de trabalho mecnico (=Wmec/WO2) de 0,570,09. Por
outro lado, em D quando comparada com os valores de A, a FC diminuiu 9% e
o VO2 e oWO2diminuram cerca de 18%, diminuindo por conseguinte o para0,210,05. Atravs de um ndice de eficincia do trabalho mecnico verificou-
se uma contribuio anaerbia significativa durante a fase de ataque. O facto
do valor de durante A ser superior a 0,25 indica uma contribuio do sistema
anaerbio no dispndio energtico. Por outro lado, o valor de inferior a 0,25
em D parece indicar a restaurao das fontes de energia anaerbia. Esta
diferena de entre a fase de ataque e de defesa, pode indicar uma
contribuio anaerbia mais elevada no jogo de voleibol (Laconi et al., 1998).
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Foi tambm verificado por Kunstlinger et al (1987) que aps um jogo de
voleibol de pavilho, embora as concentraes urinrias e plasmticas de Na+
se elevem, as concentraes de Ca2+e K+sofrem uma diminuio. Por outro
lado, durante e aps jogos de voleibol indoor constatou-se a existncia de
concentraes de lactato na ordem das 2,541,21 mmol.l-1e um aumento das
concentraes de cidos gordos livres. Este aumento das concentraes de
cidos gordos livres no sangue pode indicar que a utilizao das vias oxidativas
serve principalmente como forma de regenerar as fontes de energia anaerbia
nos perodos de repouso (12 s), ao passo que as reduzidas concentraes de
lactato tendem a evidenciar que a energia, durante exerccios intensos de curta
durao (9s), provem primordialmente da depleo de PCr. Por sua vez, asconcentraes de aldosterona e cortisol plasmtico, bem como os nveis de
adrenalina, so aumentadas mesma escala que uma modalidade de
resistncia. Os valores de noradrenalina excretada, correspondem aos de
actividades de elevada intensidade como jogos de voleibol, basquetebol,
hquei em gelo e patinagem (Kunstlinger et al., 1987).
Oliveira et al (2002) verificaram que durante um jogo simulado de
voleibol indoor, os valores mdios da FC foram mais reduzidos (na ordem dos125 bpm) que os obtidos noutros estudos de outras modalidades desportivas
colectivas. Este facto demonstra que o voleibol uma modalidade menos
intensa e que a participao do metabolismo aerbio para a produo de
energia significativo. Por seu lado, os valores mdios de velocidade
horizontal nos 7.5 e 15 metros, bem como a impulso vertical no sofreram
alteraes importantes com o jogo. Um teste de Wingate possibilitou verificar
que a potncia mxima anaerbia tambm no sofre alteraes significativas.No entanto, o ndice de fadiga determinado a partir da relao entre a potncia
mxima e mnima foi significativamente afectado pelo jogo.
Os saltos em voleibol indoor so as actividades mais intensas durante
um jogo (Oliveira et al., 2002). O sistema energtico que funciona como
principal via metablica para suportar as actividades de elevada intensidade,
o sistema ATP-PCr (Oliveira et al., 2002). Tendo em considerao que a
diminuio de performance poder estar associada fadiga metablica, e uma
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vez que no voleibol indoor os perodos de pausa e actividades de baixa
intensidade superam os de exerccio intenso, o tempo existente suficiente
para haver o restabelecimento das reservas de PCr necessrias nas
actividades de elevada intensidade. A incapacidade de produo evidenciada
pelos resultados do teste de wingate pode estar relacionada com o dfice de
substratos para produo de energia, nomeadamente com as reservas de
glicognio muscular (Oliveira et al., 2002).
Recentemente, um estudo de tempo e movimento realizado por
Resende e Soares (2003) descreve pormenorizadamente as tarefas motoras
que um atleta de voleibol de praia realiza em situao de jogo. As tarefas
motoras analisadas foram divididas em deslocamentos de diferentesintensidades (espera, marcha, corrida lenta, corrida rpida e sprint) e os
deslocamentos de acordo com a aco tcnica final (salto de ataque, salto de
bloco e salto de servio). Os resultados obtidos mostraram que em mdia um
jogador de voleibol de praia percorre uma distncia total de 1200,8300,6
metros durante cerca de 26,45,7 minutos. Ao analisar as diferentes tarefas
motoras, os autores verificaram que 52% da distncia percorrida pelos atletas
realizada a intensidade muito baixa (marcha). Por seu lado, 77% do tempo totalde actividade despendido na marcha ou em momentos de espera (tempo
passivo). As restantes tarefas motoras (jogo activo) representam cerca de 23%
do tempo total de jogo correspondendo a cerca de 48% da distncia total
percorrida. No que diz respeito distncia percorrida, somente 15,6% e 12,5%
esto associadas a tarefas motoras como a corrida rpida e o salto de ataque,
respectivamente. As outras tarefas apresentam percentagens substancialmente
mais reduzidas. Ao nvel do tempo de jogo, a marcha e a espera representamcerca de 44,3% e 33% respectivamente e as outras tarefas motoras possuem
tempos mais uniformes, mas consideravelmente mais reduzidos.
Como tivemos oportunidade de constatar na literatura, embora o voleibol
de praia seja jogado apenas com dois jogadores por equipa e num campo de
8x8m, os tempos de actividade de elevada intensidade so extremamente
reduzidos. uma situao facilmente explicvel pelo facto de s existir
actividade enquanto que a bola permanece no ar. Como o tempo de
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permanncia da bola no ar substancialmente inferior ao tempo que a bola se
encontra no solo, os perodos de actividade de baixa intensidade so bastante
superiores.
No entanto, do nosso conhecimento no existem estudos disponveis na
literatura que analisem o impacto fisiolgico e funcional de um jogo de voleibol
de praia. Por outro lado, tendo em conta o regulamento e as caractersticas
organizacionais dos torneios de voleibol de praia, nomeadamente a
possibilidade de realizar no mesmo dia mais do que um jogo com um curto
intervalo de recuperao, desconhece-se se os jogadores iniciam os jogos
subsequentes nas melhores condies fsicas.
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Material e Mtodos
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3. MATERIAL E MTODOS
3.1. Caracterizao da Amostra
A amostra utilizada para a realizao deste estudo foi constituda por 15
atletas de diferentes clubes da 1 Diviso A1 e 1 Diviso A2 e da II Diviso do
campeonato nacional de voleibol indoor. Da amostra, alguns atletas foram
campees nacionais das suas respectivas divises na presente poca
desportiva 2005/2006. Por sua vez, todos estes atletas participam regularmenteno campeonato nacional de voleibol de praia.
Na tabela 1, so apresentadas as caractersticas especficas dos atletas
que fizeram parte da amostra deste estudo.
Tabela 1- Caractersticas Antropometricas e Fisiolgicas dos jogadores de Voleibol de Praia.
Variveis
Idade (anos) 23,62,3
Massa (kg) 77,14,2
Altura (cm) 187,56,5
% Gordura Corporal 11,72,6
FCmax (bpm) 194,53,7
VO2max (ml.kg
-1
.min
-1
) 52,06,2
Os valores representam a MDP; FCmax Frequncia Cardaca mxima; VO2max Consumo
mximo de Oxignio avaliado em teste laboratorial at exausto, em tapete rolante.
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3.2. Procedimentos
3.2.1. Recolha de dados
A recolha dos dados foi efectuada em dois momentos distintos. Um
momento de avaliao no laboratrio da Faculdade de Desporto da
Universidade do Porto. Aqui, os atletas foram pesados, foi avaliada a sua
lactatmia em repouso, realizaram o teste de Wingate e foi tambm avaliado o
seu consumo mximo de oxignio atravs de um protocolo mximo eintermitente em tapete rolante. O outro momento de avaliao foi realizado no
terreno, no local onde se desenrolou o protocolo experimental.
3.2.1.1. Protocolo de aplicao dos testes
O protocolo experimental no terreno consistiu nos seguintes passos. Os
atletas chegaram ao local de manh e efectuaram exerccios de activao
geral, onde esteve includa mobilizao articular e estiramentos. Aps a
activao geral, realizamos os testes de impulso vertical (counter-movement)
em ergojump, os testes de velocidade (7,5m e 15m) e os testes de fora
mxima isomtrica (quadriceps e isquiotibiais). O teste de Wingate no foi
realizado neste 1 momento de avaliao visto j ter sido previamente avaliadono laboratrio.
Aps este 1 momento de avaliao, os atletas dirigiram-se para o
campo de voleibol de praia para efectuarem o respectivo aquecimento
especfico e o jogo. No jogo, as trocas de campo foram cumpridas, bem como
as paragens para os descontos tcnicos e para o fim dos sets. O jogo foi
realizado obrigatoriamente em 3 sets independentemente do resultado obtido
no final do 2 set.
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A cada atleta foi inicialmente colocado um cardiofrequencmetro (Polar
Vantage NV) para registar a Frequncia Cardaca (FC) durante o jogo e um
acelermetro com a finalidade de quantificar os deslocamentos dos atletas.
Durante o decorrer do jogo, todos os atletas foram alvo de recolhas aleatrias
de sangue capilar do lbulo da orelha para anlise da concentrao de lactato.
De forma a no alterar o ritmo normal de jogo, os momentos para realizar tal
interveno foram os descontos tcnicos e as paragens para o servio.
Aps o trmino do jogo, os atletas realizaram de novo o teste de
impulso vertical (counter-movement) em ergojump, os testes de velocidade
(7,5m e 15m), os testes de fora mxima isomtrica (quadriceps e isquiotibiais)
e o teste de Wingate.Finalizado este 2 momento de avaliao, os atletas foram instrudos
para procederem a um perodo de 3 horas de repouso como se estivessem
numa etapa do circuito nacional de voleibol de praia.
Finalmente, no final das 3 horas de repouso, procedemos ao 3
momento de avaliao dos atletas. Aps um perodo de activao geral, os
atletas voltaram a realizar todos os testes funcionais previamente descritos.
Figura 1 - Esquema simplificado do protocolo experimental; FMI Fora Mxima Isomtrica.
1 Momento
de Avaliao
- Impulso Vertical
- Velocidade (7,5m e 15m)
- FMI (Quadriceps e
Isquiotibiais)
- Wingate
- Impulso Vertical
- Velocidade (7,5m e 15m)
- FMI (Quadriceps e
Isquiotibiais)
- Wingate
Jogo 2 Momento
de Avaliao
3 Momento
de Avaliao
- Impulso Vertical
- Velocidade (7,5m e 15m)
- FMI (Quadriceps e
Isquiotibiais)
- Wingate
- FC
- Lactato
- Acelerometria
Repouso 3 horas1 Momento
de Avaliao
- Impulso Vertical
- Velocidade (7,5m e 15m)
- FMI (Quadriceps e
Isquiotibiais)
- Wingate
- Impulso Vertical
- Velocidade (7,5m e 15m)
- FMI (Quadriceps e
Isquiotibiais)
- Wingate
Jogo 2 Momento
de Avaliao
3 Momento
de Avaliao
- Impulso Vertical
- Velocidade (7,5m e 15m)
- FMI (Quadriceps e
Isquiotibiais)
- Wingate
- FC
- Lactato
- Acelerometria
Repouso 3 horas
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3.2.1.1.1. VO2mximo
A avaliao do consumo mximo de oxignio efectuou-se por
espirometria em circuito aberto com um oxmetro Breath-by-Breath (Crtex
Metalizer 3B). Este teste foi realizado em tapete rolante utilizando um protocolo
maximal contnuo com incrementos de 0,2m/s de minuto a minuto at
exausto. A FC mxima foi monitorizada durante a realizao do teste
utilizando um crdio-frequencmetro (Polar Vantage NV), composto por um
emissor colocado num cinto ajustvel ao trax dos atletas, ao nvel do apndice
xifoideo e por um receptor (relgio) colocado no pulso do brao que registavaos valores dos batimentos cardacos de 5 em 5 segundos. Durante a realizao
do teste os sujeitos foram verbalmente encorajados a realizar o teste at
exausto.
3.2.1.1.2. Frequncia cardaca em jogo
A frequncia cardaca foi monitorizada durante todo o perodo de jogo
recorrendo a crdio-frequencmetros Polar Vantage NV.
3.2.1.1.3. Concentraes sanguneas de lactato em jogo
A anlise deste parmetro metablico foi realizada em situao de
repouso e, de forma aleatria, durante o jogo, Para no se alterar o ritmo do
jogo, as recolhas foram efectuadas nas paragens para servio ou desconto de
tempo. Aps colheita de cerca de 5 l de sangue capilar do lbulo da orelha, as
concentraes de lactato foram determinadas com analisadores Lactate Pr.
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3.2.1.1.4. Deslocamentos em jogo
Uma das formas utilizadas para caracterizar a intensidade do jogo de
voleibol de praia, foi o registo da quantidade de movimentos. Assim sendo,
cada atleta realizou os jogos com um acelermetro unidimensional (MTI-
Actigraph) colocada cintura. Os acelermetros foram colocados no incio do
jogo e registaram, em perodos de 1 minuto, a quantidade de movimentos que
os atletas realizaram. Os valores registados so designados por counts e esto
padronizados, de forma a facilitar a caracterizao do esforo dispendido.
3.2.1.1.5. Velocidade 7,5metros e 15metros
Estes testes tiveram a finalidade de avaliar a velocidade de
deslocamento nas distncias de 7,5 e 15 metros. Foram utilizados trs pares
de clulas fotoelctricas(Speed Trap II Browser Timming System)colocadosna linha de partida, aos 7,5 metros e aos 15 metros. O cronmetro accionado
quando da passagem do atleta pelos diferentes pares de clulas fotoelctricas
com qualquer parte do corpo.
Cada atleta realizou o teste duas vezes, registando-se o melhor tempo
para cada uma das distncias.
3.2.1.1.6. Impulso vertical
O teste de impulso vertical foi utilizado com o objectivo de avaliar a
fora explosiva dos membros inferiores. Cada atleta realizou um salto com
contra-movimento (counter-movement jump - CMJ) numa plataforma de Bosco
(Ergojump)de acordo com as normas preestabelecidas para este salto. Cada
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atleta realizou duas tentativas sendo registado o melhor valor obtido em cada
um dos testes.
3.2.1.1.7. Wingate
Como forma de avaliar a potncia anaerbia e dos membros inferiores a
sua resistncia de fora, procedemos realizao do teste de Wingatenos trs
momentos de avaliao dos atletas.
O teste de Wingate foi realizado numa bicicleta ergomtrica com controlo
da carga por mecanismo de frico. O teste consiste em pedalar velocidade
mxima durante 30 segundos, com uma resistncia correspondente a 7,5% do
seu peso corporal. Cinco segundos antes do incio do teste, foi pedido aos
atletas para utilizarem uma cadncia de pedalada mxima enquanto o
avaliador fazia a contagem decrescente de 5 at zero. Neste momento (zero),
foi aplicada uma carga equivalente a 7,5% do peso corporal. Nos 30 segundos
subsequentes os atletas foram instrudos para manter a cadncia da pedalada
mxima, tendo sido verbalmente encorajados. Os parmetros avaliados foram:
(i) potncia mxima, calculada como a potncia mdia mais elevada nos
melhores 5 segundos do teste; (ii) potncia mdia, definida como a potncia
mdia ao longo dos 30 segundos; (ii) potncia mnima, definida como a
potncia mdia mais baixa registada no perodo correspondente aos piores 5
segundos do teste; (iii) ndice de fadiga, definido como um valor percentual
correspondente diferena entre a potncia mxima e mnima multiplicado por
100 e depois dividido pela potncia mxima. Os valores das potncias,mxima, mdia e mnima so expressos em watts (W). Todos estes valores
foram tambm relativizados ao peso de cada atleta, apresentando uma
expresso em W/kg. O ndice de fadiga expresso em percentagem. Em cada
um dos testes a altura do assento foi regulada de forma a que a perna ficasse
em extenso ao passar pelo ponto mais baixo da pedalada. O valor foi
registado e utilizado em todas as avaliaes subsequentes.
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3.2.1.1.8. Fora Mxima Isomtrica
A fora mxima isomtrica desenvolvida na flexo e extenso da perna,
foi avaliada atravs de um dinammetro isomtrico (Nichols Manual Muscle
Tester, Model 1160, Lafayette Instruments, USA) para o efeito. Estes testes
foram apenas realizados no membro inferior dominante. No caso da avaliao
do quadriceps, o atleta encontrava-se sentado com a perna a formar um ngulo
de 90 com a coxa. No caso da avaliao dos isquiotibiais, o atleta encontrava-
se deitado em decbito ventral e semelhana do quadriceps, com a perna a
formar um ngulo de 90 relativamente coxa. voz de comando dosavaliadores o atleta realizou uma contraco de fora mxima no grupo
muscular a avaliar.
3.2.2. Tratamento de dados
O tratamento estatstico dos dados foi realizado com o software SPSS
v.10.0, sendo calculadas as mdias e respectivos desvios padro. Para
proceder comparao das variveis entre cada momento de avaliao,
realizei tambm ANOVA para uma significncia de p 0,05.
O software Polar Precision Performance, tambm foi utilizado, com a
finalidade de aceder aos dados dos crdio-frequencmetros (polares).
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Material e Mtodos
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3.3. Instrumentarium
Para poder efectuar a recolha de todos os dados necessrios a este
estudo, foram utilizados os seguintes instrumentos:
Ergojump (Plataforma de Saltos);
Bicicleta de teste Monark;
Clulas foto-elctricas (Speed Trap II Browser Timing System);
Relgio Polar Vantage NV;
Medidores de Lactatmia (Lactate Pro)
Acelermetro unidimensional (MTI-Actigraph); Dinammetro isomtrico (Nichols Manual Muscle Tester, Model
1160, Lafayette Instruments, USA).
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Apresentao dos Resultados
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4. APRESENTAO DOS RESULTADOS
Apresentaremos de seguida os resultados referentes aos diferentes testes de
avaliao funcional e fisiolgica, realizados no protocolo experimental.
4.1. VO2mximo
Na tabela 2 encontram-se os resultados correspondentes avaliao doVO2mximo, fornecendo tambm os valores da FC mxima e da velocidade
mxima aerbia que os atletas atingiram.
Tabela 2- FC mxima, VO2mximo e velocidade mxima aerbia atingida pelos voleibolistas
Variveis
FC Mxima (bpm) 194,503,67
VO2Mximo (ml.kg-1.min-1) 52,006,16
Velocidade Mxima Aerbia (km.h-1) 16,241,38
Os valores representam a MDP; FC Mxima Frequncia Cardaca mxima; VO2 Mximo
Consumo mximo de Oxignio; Velocidade Mxima aerbia Velocidade mxima atingida no
protocolo em tapete rolante.
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Apresentao dos Resultados
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4.2. Frequncia cardaca em jogo
Figura 2- Grfico da frequncia cardaca durante um jogo de voleibol de praia com 3 sets.
A figura 2 corresponde ao grfico de FC de um atleta durante um jogo de
3 sets. Pode-se identificar claramente as duas pausas correspondentes ao final
dos dois primeiros sets, como sendo os perodos com valores de FC mais
baixos. Podemos ainda verificar, que a intensidade de jogo moderada e
relativamente constante.
Os resultados deste estudo mostram que, em mdia, despende-se cerca
de 39,895,65 min em jogo, a uma FC mdia de 145,0521,84 bpm.
Ao analisar a figura 3 verificamos tambm que em mdia, cerca de 65%
do tempo total de jogo realizado acima de 70% da FC mxima. Dentro destes
intervalos sobressai um, com uma percentagem de 31,5% do tempo total de
jogo. Como podemos verificar, esse intervalo o de [71;80] % da FC mxima,equivalendo a uma FC mdia de 138,102,61 bpm.
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Apresentao dos Resultados
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1,8
8,1
24,7
31,5
20,0
13,9
0,0
5,0
10,0
15,0
20,025,0
30,0
35,0
40,0
[41;50] [51;60] [61;70] [71;80] [81;90] [91;100]
% FC max
%Tempode
Jogo
Figura 3- % de tempo de jogo despendido nas diferentes percentagens de FC mxima.
Valores representam a MEPM.
4.3. Concentraes sanguneas de lactato em jogo.
Na tabela 3 so apresentados os valores correspondentes s
concentraes de lactato sanguneo em repouso e durante o jogo. Comopodemos verificar, as concentraes de lactato obtidas durante o jogo so
significativamente mais elevadas que as obtidas em repouso (p
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4.4. Deslocamentos em jogo
Na figura 4 encontram-se os valores correspondentes durao das
diferentes intensidades de um jogo de voleibol de praia.
Ao analisarmos a figura 4 podemos verificar que as aces de
intensidade moderada foram as mais prevalentes, correspondendo a cerca de
60,2% do tempo total de jogo, seguidas das de reduzida intensidade durante
cerca de 35,4% do tempo total de jogo. As actividades de intensidade vigorosa
ocorreram esporadicamente correspondendo a cerca de 4,4% do tempo total
de jogo. De acordo com o registo de counts efectuado, durante o jogo no serealizaram aces consideradas como de intensidade muito vigorosa.
0,04,4
35,4
60,2
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
Reduzida Moderada Vigorosa Muito Vigorosa
Intensidade
%TempodeJogo
Figura 4- % de tempo total de jogo correspondente a diferentes intensidades de jogo. Valoresrepresentam a MEPM.
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Apresentao dos Resultados
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4.5. Velocidade 7,5m e 15m
Na tabela 4 so apresentados os dados referentes s 3 avaliaes da
velocidade nas distncias de 7,5 e 15 metros. Como podemos observar, os
valores mdios alcanados nos 3 momentos foram semelhantes. Para ambas
as distncias podemos constatar um aumento progressivo e significativo ao
longo dos 3 momentos de avaliao.
Tabela 4 Efeitos de um jogo de voleibol de praia na velocidade de 7,5 e 15 metros dos
atletas.
Valores representam MDP; 1 Avaliao imediatamente antes do jogo; 2 Avaliao
imediatamente aps o jogo; 3 Avaliao 3 horas aps o trmino do jogo. * p
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Apresentao dos Resultados
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Tabela 5 Efeitos de um jogo de voleibol de praia na impulso com contra-movimento dos
atletas.
1 Avaliao 2 Avaliao 3 AvaliaoCMJ (cm) 56,304,99 55,483,27 55,395,46
Valores representam MDP; CMJ Counter-movement Jump; 1 Avaliao imediatamente
antes do jogo; 2 Avaliao imediatamente aps o jogo; 3 Avaliao 3 horas aps o
trmino do jogo.
4.7. Wingate
Na seguinte tabela (6) esto apresentados os dados relativos referentes
potncia mxima (PMax), mdia (PMed), mnima (PMin) e ndice de fadiga
(IF) obtidos no teste de Wingate, para os 3 momentos de avaliao.
Quanto aos diferentes parmetros de potncia, podemos verificar em
todos eles, uma ligeira melhoria aps as 3 horas de repouso,comparativamente aos resultados obtidos na 2 avaliao. Mas de qualquer
forma no se verificam diferenas significativas entre os diferentes momentos
de avaliao, para nenhuma das variveis.
Relativamente aos valores de ndice de fadiga, estes resultaram em
dados bastante semelhantes nas 3 avaliaes, no havendo aqui tambm
diferenas estatisticamente significativas.
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Apresentao dos Resultados
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Tabela 6 Efeitos de um jogo de voleibol de praia nas variveis do teste Wingate
Variveis 1 Avaliao 2 Avaliao 3 Avaliao
PMax (W.Kg-1) 11,660,78 11,30,67 11,670,75
PMed (W.Kg-1) 8,170,83 8,400,43 8,600,45
PMin (W.Kg-1) 5,690,74 5,890,82 5,920,75
IF (%) 50,406,57 48,674,16 49,876,60
Valores representam MDP; PMax Potncia Mxima; PMed Potncia Mdia; PMin
Potncia Mnima; IF ndice de Fadiga; 1 Avaliao imediatamente antes do jogo; 2
Avaliao imediatamente aps o jogo; 3 Avaliao 3 horas aps o trmino do jogo.
4.8. Fora Mxima Isomtrica
Na tabela 7 esto expressos os dados relativos avaliao da fora
mxima isomtrica dos msculos extensores (quadriceps) flexores(isquiotibiais) da perna do membro inferior (M.I.) dominante e o rcio
flexores/extensores (F/E).
Podemos verificar que a 1 e a 3 avaliao, para ambos os grupos
musculares, possuem valores mdios bastante semelhantes, ao passo que a 2
avaliao obteve valores mais reduzid
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