Diário de campo- Vale do Paraíba- Maria Luiza Fenicio Coutinho
O Vale do Paraíba, estudado entre os dias 28 e 30 de abril de 2014, se
encontra na região sudeste do país, o nome é originado pois a região se
encontra na parte inicial da bacia hidrográfica do rio Paraíba do sul. Essa
região é considerada muito importante historicamente e geograficamente para
o Brasil atualmente e principalmente no século XIX.
Os primeiros núcleos urbanos começaram com a vinda de tropeiros que saiam
de Minas Gerais para poderem chegar aos portos e poderem revender o ouro
que acharam. Porém, a maior ocupação ocorreu quando a produção açucareira
virou a principal do país, assim os centros urbanos que já existiam cresceram e
novos foram formados.
A produção cafeeira foi ganhando espaço no pais e a açucareira ficou em
segundo plano, assim as fazendas de café que existiam na região do Rio de
Janeiro foram se expandindo até que os barões de café chegaram na região
Paulista do Vale. Essas fazendas eram de grande porte, ou seja, latifundiárias
e possuíam mão de obra escrava. Na região do Bananal, algumas dessas
fazendas foram conservadas, possibilitando assim a observação de algumas
características da época.
Fazenda Pau d’Alho, que possuia em média 150 escravos na epoca, e era uma das maiores da região.
Podemos perceber a partir das imagens acima que essa fazenda se localizava
em uma região de Mares de Morros, e eram nesses morros que havia as
plantações de Café, esse local trouxe uma vantagem ao Barão já que de sua
casa, que era em baixo, ele conseguia observar seus escravos trabalhando.
Esse café era colhido depois colocado para secar e então levado para
máquinas de engenho que havia na fazenda, para que assim pudessem ser
exportados e distribuídos para o resto do mundo. A plantação era feita
verticalmente, ou seja em linhas, o que mais tarde trouxe grande desvantagem,
já que quando chovia esses morros agilizavam o processo de erosão e assim
um rápido esgotamento dos nutrientes do solo.
As pinturas da fazenda resgate foram, em sua maioria, feitas pelo pintor
espanhol José Maria Villaronga. No hall da fazenda encontra-se as pinturas
dos principais produtos agrícolas da fazenda, com uma destaque para o Café,
depois na sala de visitas havia pinturas com uma folhagem de ouro, já na sala
de jantar havia principalmente pinturas representando a riqueza de Valim.
Fazenda Resgate que pertencia a Manuel de Aguiar Valim que se tornou o mais importante fazendeiro do Bananal na segunda metade do século XX. Ele tinha em média 351 escravos só na resgate. Valim alem de barão do café era também chefe do tráfico de escravos, quando o trafico ja era proibido no Brasil e dai que vem a maior parte de sua riqueza.
Nessas duas fazendas há alguns objetos e cômodos que foram mantidos que
apresentam como a religião era importante nessa época, na Pau d’Alho havia
diversos oratórios espalhados pela casa principal e na Resgate Valim construiu
sua própia capela.
Para que pudessemos aprender um pouco mais sobre a cidade, no segundo
dia do passeio foram realizadas diversas entrevistas com moradores da cidade,
dessa maneira concluímos que o ensino da cidade do Bananal, até o ensino
médio, de acordo com a população é bom,
porém se você quiser cursar o ensino superior
era preciso migrar para cidades vizinhas, como
Cruzeiro, para que no futuro você pudesse ter
oportunidades. A questão de segurança, por
ser uma cidade pequena, não é um grande
problema do município, já que, segundo alguns
moradores todo mundo é amigo de todo
mundo, então todos se ajudam. Uma forte
reclamação que ouvimos de todos os
entrevistados é a questão da saúde na cidade,
já que, segundo eles é bem precária e se você precisar realizar exames mais
completos ou de médicos mais competentes é necessário ir para cidades
vizinhas.
O Jongo é uma representacão da manifestacão cultural da região. São
cantigas, que podem ou não ser improvisadas, que era praticada originalmente
pelos escravos durante a noite depois do trabalho. Essa cantiga pode ser
entendida de duas maneiras diferentes, o significados real da palavra, ou seja,
aquilo que voce escuta, que no caso dos escravos aquilo que o barão e sua
familia iriam ouvir, e aquilo que está por tras das palavras, muitas vezes era
uma forma dos escravos se comunicarem, usando o sentido denotativo das
palavras, eles poderiam mandar mensagens para aqueles que eram escravos
domesticos ou até mesmo uma mensagem para todos os outros escravos ali
presente.
Em nosso último dia, na volta para São Paulo, paramos em Cruzeiro para
visitarmos as indústrias Maxion, que é a maior produtora de rodas do mundo e
fornece para quase todas as montadoras de carros do Brasil. Visitamos a
fábrica e como ocorre a produção, e assim vimos máquinas de alta tecnologia.
Assim, podemos concluir que o Vale do Paraíba como um todo perdeu muito
de seu valor com a desvalorização do café, isso afeta até hoje as cidades
desse local, já que, até mesmo seus cidadãos nativos dizem que lá não tem
oportunidades e que a infraestrutura das cidades é bem precária. Essa região
antigamente era uma das mais importantes do país, porem com os passar dos
anos ela foi sendo deixada de lado, e a única coisa que lembram é de seu
passado glorioso.
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