1 - REDE DE CONEXÕESA proposta urbanística e paisagística propõe uma malha de caminhos que atravessam e circundam toda a
área do Parque Estadual do Rio Cocó (01). A ideia foi estabelecer uma rede de conexões urbanas qualificando
percursos já existentes e propondo novos percursos alternativos, fazendo com que o Parque do Cocó passe a
ser um importante elemento de articulação urbana, interligando as principais vias urbanas da região por meio de
uma malha peatonal e cicloviária (02). Além disso, foram consideradas para o projeto, tanto a malha cicloviária
existente como a já implantada, de forma a potencializar este meio de transporte tão importante para a cidade.
Foram ainda considerados e interligados à rede de conexão urbana os mais importantes equipamentos localizados
no entorno imediato do parque, como a Câmara Municipal, o Shopping Iguatemi e o Centro de Convenções, a
Unifor e a Assembléia Legislativa.
A rede de conexões proposta é composta de:
1.1 - Calçadões no contorno do Parque. Propõe-se a requalificação dos passeios já existentes e cuja pavimentação
de blocos intertravados de concreto foi implantada há relativamente pouco tempo. Nesses casos, a proposta é a
de alargar os passeios na direção do parque preservando integralmente o conjunto do passeio já implantado e a
largura existente das pistas de rolamento. A configuração proposta para o novo calçadão inclui uma ciclovia com
dois metros e meio de largura na faixa mais próxima ao parque, uma faixa de um metro e meio de circulação de
pedestres adequada aos padrões de acessibilidade universal, com sinalização podotátil para deficientes visuais e
piso antiderrapante, e ainda uma faixa de um metro de largura junto ao meio fio para o posteamento, arborização
e tampas de redes de infraestrutura urbana. Ainda nesta faixa de serviços, propõe-se, nos trechos em que o
calçadão acontece em ruas de pouco movimento e em bairros residenciais, como no Aerolândia ou no Jardim
das Oliveiras, bancos e lixeiras no mesmo padrão proposto para toda a área do parque, sob a arborização já
implantada. Para as árvores já implantadas, são propostas golas de concreto pré-fabricado. Nos trechos em
que a arborização urbana apresenta descontinuidades ou nos trechos em que não há arborização, propõe-se o
plantio de espécies nativas próprias à arborização de vias, com golas em concreto pré-fabricado. Nos trechos em
que não há passeios pavimentados ou a pavimentação está inadequada, propõe-se a implantação do calçadão
seguindo os mesmo padrões construtivos e as mesmas dimensões das áreas em que ele foi requalificado. Nos
trechos em que os calçadões passam em pontes já existentes, foi prevista a ampliação do passeio por meio de
estrutura auxiliar, aparafusada nas vigas laterais das pontes, criando uma faixa de ciclovia independente. Para a
transposição das vias de maior movimento, foram criadas passarelas elevadas, com altura de aproximadamente
5 metros, com rampas com inclinação suave, de 5%, o que dispensa patamares de descanso e com largura que
inclui tanto a faixa de pedestres como de bicicletas.
1.2 - Trilhas ecológicas atravessando o Parque. Para os caminhos que atravessam o Parque do Rio Cocó nos
mais diferentes pontos, propõe-se a implantação de trilhas ecológicas, ampliando e qualificando a experiência que
já acontece nas áreas próximas ao Parque Adahil Barreto (área 04) e ao Parque do Cocó (área 06). Nesses locais
já existem hoje trilhas ecológicas que interligam alguns pontos do parque e que já contribuem no sentido da
educação ambiental da população. Para criar percursos que estejam disponíveis não somente para fins de turismo
ecológico, mas que também contribuam com os percursos cotidianos da população local, inclusive em períodos
de chuva, propõe-se que as trilhas tenham três metros de largura e que tenham piso com placas pré-fabricadas
de concreto drenante (permeabilidade de 90%). Ao longo das trilhas, serão instaladas lixeiras em concreto pré-
fabricado, no padrão adotado para todo o parque. Nos encontros entre trilhas dentro do parque, foram previstas
ilhas com bancos e tótens de sinalização visual, ambos em concreto pré-fabricado, no padrão geral do parque.
Para as travessias sobre os cursos d’água, foram previstas passarelas com estrutura, piso e guarda-corpos de
madeira, com três metros de largura.
2 - REQUALIFICAÇÃO AMBIENTALA proposta urbanística e paisagística para o Parque do Cocó inclui um Plano de Requalificação Ambiental para
toda a área, considerando tanto a recomposição da cobertura vegetal do parque como o sistema hidrológico
do Rio Cocó. Para a recomposição vegetal do parque, foram consideradas cada uma das três grandes unidades
geoambientais que estão presentes na área do parque e suas respectivas coberturas vegetais pioneiras: a Faixa
Litorânea, com sua cobertura vegetal típica de planície litorânea; as áreas de dunas fixas e semi-fixas, com sua
vegetação característica e as áreas de planícies fluvio-marinhas e sua vegetação de mangue. No projeto de todas
as dezessete áreas de intervenção direta do Parque do Cocó, foi prevista a recomposição vegetal nativa tanto com
espécies arbóreas como também com espécies rasteiras e de forração. Para as demais áreas do parque também
foi prevista a recomposição vegetal por meio de um plano geral, em nível de diretrizes paisagísticas. (ver prancha
04/15).
A melhoria da qualidade ambiental do Rio Cocó é importante tanto para a requalificação ambiental da área
como para a exploração do potencial turístico do parque. Para isso, propõe-se no nível de diretriz urbanística, a
implantação de redes interceptoras de esgoto em algumas áreas específicas do entorno do parque com ocupações
irregulares, já consolidadas ou potenciais, localizadas à jusante das redes públicas de saneamento ou em áreas sem
qualquer tipo de infraestrutura urbana de esgoto (03). Propõe-se ainda, também em nível de diretriz urbanística,
com a finalidade de aumentar o controle de cheias do Rio Cocó nos períodos chuvosos, um sistema de bacias de
detenção na sua margem direita (04). Aproveitando grandes áreas não urbanizadas localizadas no bairro Jardim
das Oliveiras e imediações, são propostos campos de futebol rebaixados em relação às cotas altimétricas das
vias urbanas do entorno, capazes de absorver grandes volumes de água de chuva antes de atingirem o leito do
Rio Cocó.
3 - SUPERFÍCIES TOPOLÓGICASAs áreas de intervenção propostas no presente concurso constituem, em sua grande maioria, extensas áreas urbanas
terraplanadas ou com inclinações muito suaves. Como forma de gerar maior diversidade de apropriação funcional
e simbólica desses espaços públicos, foram propostas pequenas elevações do terreno natural, redesenhado como
uma superfície topológica. As elevações, todas universalmente acessíveis, ora abrigam espaços de uso específico
como áreas com brinquedos ou pistas de skate, ora geram pontos de observação à distância. As alturas máximas
dessas elevações chegam à 1,20 e 1,60 m em relação ao nível da praça em que estão inseridas, o que contribui
para criar maior variedade espacial no espaço público, sem comprometer sua segurança com a criação de barreiras
visuais (05). A conformação lateral dessas elevações acontece na forma de jardineiras, contidas por placas de
concreto pré-fabricado, que por sua vez geram bancos e arquibancadas em alguns trechos específicos.
ESTRATÉGIAS DE PROJETOApresenta-se aqui, o Plano Geral para o Parque, baseado em um Diagnóstico Ambiental da área, contendo diretrizes gerais da proposta, um plano de articulação do parque com a cidade e sua malha viária, diretrizes de mobilidade
e acessibilidade e princípios gerais de sustentabilidade ambiental para as intervenções.
4 - SOMBRA E LUZO projeto paisagístico para as dezessete áreas de intervenção propostas pelo concurso toma como base a ideia de
espaços públicos com o máximo de sombreamento durante o dia e com a melhor condição de iluminação durante
a noite. Considerando as características climáticas de Fortaleza e o regime de incidência solar a que uma cidade
de baixa longitude está sujeita, somente espaços adequadamente sombreados e com boa ventilação natural
são capazes de garantir qualidade ambiental para a apropriação adequada. Para isso, foram propostas para as
praças três estratégias: a manutenção integral dos indivíduos arbóreos existentes; o plantio de novos indivíduos,
privilegiando as espécies nativas e as características de copa com alta capacidade de filtragem de luz e radiação
solar; a criação de elementos de sombreamento na forma de pérgolas, com características físicas que garantem
tanto a atenuação da incidência solar direta sobre os espaços de permanência, com a sua adequada ventilação,
aproveitando os ventos que sopram praticamente o ano todo vindo das direções Leste e Es sudeste (06).
Para a iluminação das dezessete áreas urbanas para os calçadões de contorno do parque, foi proposta uma
iluminação com postes metálicos de 3,5 metros de altura e luminárias com lâmpadas de LED. Em todos os
equipamentos esportivos, campos de futebol, quadras e pistas de skate, foram propostos refletores com lâmpadas
multivapores metálicos (HQI) em postes altos de concreto pré-fabricado. A ideia aqui é a de garantir o uso noturno
das praças para atividades de esporte e lazer e também a circulação geral das pessoas nos caminhos de maior
fluxo, por meio de uma iluminação adequada, melhorando a sensação de segurança urbana dos espaços públicos
e aumentando seu potencial de utilização.
5 - ROBUSTEZ E LEVEZAA proposta de intervenção nas dezessete áreas usa duas estratégias distintas na definição dos materiais e
sistemas construtivos dos principais elementos urbanísticos e paisagísticos. Todos os elementos no nível do chão,
mais próximos ao contato diário com as pessoas e, portanto, mais sujeitos a ações de degradação e vandalismo,
precisam ser elementos robustos, sólidos, de maior durabilidade e menor custo de manutenção. Propõe-se
que estes elementos sejam constituídos predominantemente de concreto pré-fabricado, como já acontece com
diversos elementos e mobiliários urbanos presentes nos espaços públicos de Fortaleza. Os quiosques para
instalação de pequenos comércios, postos da Polícia Militar e para sanitários foram pensados utilizando um
módulo básico de concreto pré-fabricado. Também foram pensados utilizando esse mesmo material os elementos
de contenção as jardineiras e bancos, bem como as lixeiras e os pilares das pérgolas e das edificações. Já para
as partes desses mesmos elementos urbanos que ficam distantes do chão e sem contato direto com ele, foi
utilizada a madeira certificada, de reflorestamento, mais leve, gerando menor sobrecarga. Isso acontece tanto
nos três edifícios propostos como nas pérgolas criando uma imagem mais adequada à inserção em uma área de
preservação ambiental (07).
6 - FACILIDADE E AGILIDADE DE CONSTRUÇÃOOs elementos urbanos presentes nas dezessete áreas de intervenção e nos calçadões de contorno e trilhas
ecológicas foram todos pensados a partir da premissa de facilidade de transporte até o canteiro e simplificação
construtiva. Todos os pisos propostos são constituídos por elementos pré-fabricados: pisos intertravados nas
áreas pavimentadas das praças, seguindo o padrão já existente em algumas calçadas do entorno do parque, e
placas de concreto drenante nas trilhas, todos possíveis de serem transportados manualmente. Os elementos
pré-fabricados de contenção das jardineiras e os bancos que sobre eles se assentam nas praças, são todos
constituídos por placas de concreto de 70x40x40 cm, facilmente transportáveis com carrinhos de mão até o local
onde serão instalados (08). Da mesma forma, as lixeiras, os bicicletários e tótens de comunicação visual são
elementos que dispensam transporte mecanizado para sua instalação. Somente os módulos com os quiosques
necessitam de algum tipo de içamento mecânico, mas todos se localizam em áreas próximas à vias urbanas,
facilitando a sua instalação com um caminhão-guincho (munck). Para facilitar o seu transporte, as medidas destes
módulos de concreto foram pensadas em função das medidas de uma carroceria típica de caminhão (09). Além da
facilidade construtiva, o uso predominante de elementos industrializados na proposta urbanística contribui para
uma maior padronização visual das intervenções em todo o extenso perímetro do Parque do Cocó e possibilita
uma reposição mais fácil ao longo dos anos.
(01) Rede de Conexões Urbanas proposta para o Parque do Cocó, em cinza, com calçadões em tons alaranjados e trilhas ecológicas em tons verdes.
(02) Rede de Conexões Urbanas proposta para o Parque do Cocó em tons alaranjados, articulados com a malha viária existente, em preto.
(03) Redes de esgoto propostas, em marrom, sob vias urbanas e trilhas ecológicas.
(04) Em laranja, sistema de bacias de detenção proposto como diretriz na sua margem direita do rio Cocó aproveitando grandes áreas não urbanizadas localizadas no bairro Jardim das Oliveiras e imediações.
(05) Elevações propostas criam maior variedade espacial no espaço público, sem comprometer sua segurança com a criação de barreiras visuais. conformação lateral dessas elevações geram bancos e arquibancadas em alguns trechos específicos.
(06) Pérgolas garantem a atenuação da incidência solar direta sobre os espaços de permanência com a sua adequada ventilação, aproveitando os ventos que sopram praticamente o ano todo.
(07) Tanto para as praças (esquerda) como para os edifícios (direita), duas estratégias distintas foram adotadas: todos os elementos no nível do chão (em preto), mais sujeitos a degradação, propõe-se o uso do concreto pré-fabricado, já para as partes dos elementos que ficam distantes do chão, foi utilizada madeira certificada.
(08) Os mobiliários pré-fabricados são facilmente transportáveis com carrinhos de mão até o local onde serão e dispensam transporte mecanizado para sua instalação
(09) As medidas dos módulos de concreto de quiosques, únicos que necessitam de algum tipo de içamento mecânico, foram pensadas em função das medidas de uma carroceria típica de caminhão
Vista do Batalhão da Polícia Ambiental, na área 9 - Caça e Pesca - Desde o rio Cocó
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