ÉPOCA DE SEMEADURA VERÃO INVERNO
Gustavo Pereira Avila
Mestrando Agronomia/Fitotecnia
Introdução Época de semeadura
Rendimento da soja
Instalação da lavoura
Fatores climáticos limitantes
Temperatura
Umidade
Fotoperíodo
Duração do ciclo
• Semeaduras anteriores a novembro: ciclo mais longo
• Semeaduras posteriores: ciclo mais curto
Melhor período para semeadura
Meados de OUTUBRO a meados de DEZEMBRO
Início de Outubro
PERDAS Após meados de Dezembro
Efeitos de fatores ambientais TEMPERATURA
Temperaturas altas: florescimento precoce, ciclo curto, plantas com porte baixo
Temperaturas baixas: florescimento tardio, ciclo longo, plantas maiores
Temperatura adequada para a semeadura: 25ºC
Temperaturas inferiores a 18ºC e superiores a 40ºC:
redução nos índices de germinação e emergência
Semeaduras anteriores ou posteriores às indicadas para cada região
UMIDADE
Escolha da época de semeadura
• Evitar períodos de baixa precipitação durante estádios críticos
o Germinação – Emergênciao Floração – Enchimento de grãos
Semeadura em solos secos: processo de germinação lento, expondo as sementes às pragas e microrganismos do solo
Redução do número de plantas desejadas
FOTOPERÍODO
Sensibilidade ao fotoperíodo
Regiões com menores latitudes ou semeadura tardia
maior comprimento do dia, florescimento precoce, plantas de porte baixo, menor índice de área foliar
Menor produtividade
Período juvenil longo: florescimento tardio, plantas mais altas
Recomendação de melhor época para cada região
Região Centro-Oeste
• 20 de outubro a 10 de dezembro
Novembro: maiores produtividades e altura de planta adequada
• Áreas bem fertilizadas e com alta tecnologia: semeadura até 20 de dezembro
Cultivares de ciclo médio ou semitardio de porte alto
Rondônia e sul de Tocantins
Regiões Norte e Nordeste
• Maranhão - no sul, novembro a 15 de dezembro; no norte, janeiro.
• Pará - no sul (Redenção), novembro a 15 de dezembro; no nordeste (Paragominas), 15 de dezembro e janeiro; no noroeste (Santarém), 10 de março a abril.
• Piauí - no sudoeste (Uruçuí - Bom Jesus), novembro a 15 de dezembro.
• Tocantins - no norte (Pedro Afonso), novembro a 15 de dezembro.
• Roraima - na região central (Boa Vista), maio.
• Bahia – novembro a 15 de dezembro.
Regiões Sul e Sudeste
Maiores produtividades
Segunda quinzena de outubro e do mês de novembro
Centro-norte do Mato Grosso, sul de Goiás e parte das regiões Oeste e Sudoeste do Paraná
• Solos férteis, condições favoráveis de umidade e temperatura
• Semeaduras anteriores a meados de outubro: cultivares precoces e de crescimento indeterminado
Cultura em sucessão: milho safrinha
Efeito sobre a produção
ÉPOCAS DE SEMEADURA
CULTIVARES EP1 EP2 EP3 EP4 MÉDIA
M-SOY 8411 3924,25 aA 3517,75 aA 2459,50 aB 937,75 aC 2709,81 a
BRS Corisco 4142,25 aA 2768,25 bB 1744,50 bC 585,25 aD 2310,06 b
BRS 263
(Diferente)3956,25 aA 2517,75 bcB 1163,00 bcC 658,75 aC 2072,93 bc
BRS Barreiras 3929,50 aA 1955,50 cB 714,50 cC 641,75 aC 1810,31 c
M-SOY 9350 4005,50 aA 2634,50 bB 1028,75 cC 850,50 aC 2129,81 b
MÉDIA 3991,55 A 2678,75 B 1422,05 C 734,80 D
TABELA 1. Valores médios da produtividade de grãos (kg ha-1) em cinco cultivares de
soja, instalados nas épocas de semeadura Ep1 (29/11/2006), Ep2 (14/12/2006), Ep3
(28/12/2006) e Ep4 (12/01/2007), no Oeste da Bahia.
TABELA 2. Rendimento médio das sementes, em kg.ha-1, de cinco cultivares de soja,
em cinco épocas de semeadura. Maringá, PR - 1998/99.
ÉPOCAS DE SEMEADURA
CULTIVARES 15/10 30/10 15/11 30/11 15/12 MÉDIA
BRS-132 4288,50 3396,33 3229,17 3654,41 2822,03 3478,09 b
BRS-133 4364,61 4076,95 4424,80 4169,21 3261,51 4059,42 a
BRS-134 4117,34 3619,28 3431,09 3122,06 3313,44 3520,64 b
BR-16 3683,09 3796,32 3086,60 3689,50 3164,63 3484,03 b
FT-Estrela 2942,08 3058,62 2593,36 2714,51 2298,29 2721,37 c
MÉDIA 3879,12 3589,50 3353,00 3469,94 2971,98
TABELA 3: Produção de grãos (kg.ha-1), em função do cultivar e da época de semeadura em Gurupi, TO.
Efeito sobre as características agronômicas
Altura de planta
Altura de inserção da primeira vagem
Número de ramificações
Diâmetro do caule
Acamamento
Número total de vagens
Número total de grãos
Semeaduras extemporâneas
Porte reduzido
Diminuição da altura de inserção da primeira vagem
Dificulta a colheita e diminui a produtividade
Porte alto
Acamamento
Dificulta a colheita
Atraso na semeadura
Antecipa o florescimento
Reduz o ciclo da cultura
Redução da altura das plantas
Redução do número de nós
Redução do número de vagens
Menor produtividade
Época de semeadura de inverno
Vantagens
• Produção de sementes com elevado potencial fisiológico;
maturação e colheita com temperaturas e umidades menores
• Obtenção de uma segunda safra no mesmo ano;
• Cobertura vegetal do solo por um período maior;
• Redução do tempo de armazenamento entre a colheita e a próxima semeadura;
• Produtividades baixas compensadas pelo valor agregado às sementes;
• Renda para o agricultor.
Desvantagens
• O plantio tardio encontra mais esporos do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática, no campo, o que torna o controle mais difícil e mais caro;
• Diminuição do potencial produtivo da soja;
Vazio sanitário Legislação
Evitar o surgimento e a propagação da ferrugem asiática da soja nas lavouras
Plantio permitido: pesquisas científicas
Objetivos: melhoramento genético, avanço das variedades, avaliação de outras doenças da soja e multiplicação de sementes genéticas
Períodos do vazio sanitário no Brasil:
• MT - 15/06 a 15/09
• GO - 01/07 a 30/09
• MS - 01/07 a 30/09
• TO - 01/07 a 30/09
• SP - 01/07 a 30/09
• MG - 01/07 a 30/09
• MA - 15/08 a 15/10
• PR - 15/06 a 15/09
• BA - 15/08 a 15/10
• RS - não há vazio sanitário (inverno rigoroso)
Considerações finais• Época de semeadura é um dos fatores que mais
influenciam o rendimento da soja;
• Semeaduras em épocas inadequadas podem afetar o porte, o ciclo e o rendimento das plantas e aumentar as perdas na colheita;
• De maneira geral, a melhor época de semeadura se situa entre meados de outubro e meados de dezembro, preferencialmente em novembro;
• Época de semeadura de inverno possui a principal vantagem de produzir sementes com elevado potencial fisiológico, mas possui o risco de disseminação do fungo causador da ferrugem asiática.
OBRIGADO!
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