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Bocada - Forte ::: Reportagens
"Entre a Luz e a Sombra": o outro lado
Data: 02/12/2009
Já está em cartaz em salas de cinema de São Paulo Belo Horizonte o
documentário "Entre a Luz e a Sombra" da jornalista Luciana Burlamaqui.
O filme aperta o F5 na questão prisional do país a partir de registros de
imagens e entrevistas que contam parte da trajetória da dupla 509-E
formada por Dexter e Afro-X do lado de trás das grades. Também
protagonizam o filme, Sophia Bisilliat, atriz e professora de teatro, que
torna-se empresária da dupla, e o então juiz corregedor dos presídios
paulistas, Octávio de Barros Filho - que apóiava as saídas dos artistas para
os shows desde o lançamento de Provérbios 13, há dez anos atrás. Apoio
este, que mais tarde tornou-se alvo de críticas e chegou a afastar Filho do
cargo, além de suspender as saídas do 509-E para as apresentações de
divulgação do disco pelo país.
Com pouco mais de 150 minutos de duração, o apanhado de registros de
2000 a 2007 mostra o início da carreira da dupla, as vitórias, o sucesso e os
conflitos; a liberdade condicional de Afro-X, a transferência de Dexter após
o Carandiru ser desativado e o fim do 509-E, que deu início a duas carreiras
solo, a de Marcos e Christian, em realidades bem opostas - prisão X
liberdade.
O filme chega às salas de cinema de SP e BH atualizando o debate sobre o
sistema carcerário, ainda tão sem progressos e quase idêntico ao da década
passada, quando o cenário da discussão era o mesmo em Estação Carandiru,
de Draúzio Varela. O recorte das quatro realidades envolvidas no enredo do
filme aponta o leque de perspectivas de ressocialização que a arte - em
especial o Rap pode proporcionar; e vai além, ao expor a lentidão do
sistema judiciário e a dureza das batalhas particulares, travadas
diariamente, por aqueles que acreditam na recuperação coletiva e na
oferta de oportunidades dignas aos presidiários. De forma romântica, talvez
para caber nas telas da tevê, mas numa tentativa visivelmente sincera de colocar luz sob a imensa
massa carcerária que apenas em São Paulo ultrapassa os 300 mil.
Dividindo opiniões, "Entre a Luz e a Sombra" estreou dois dias depois de um dos principais atores do
documentário: o rapper Dexter, se manifestar dizendo não se sentir parte da obra. Em seu blog, Dexter
disse apenas ter lido a sinopse do filme, e que o rumo tomado não condiz com a proposta incial - feita
à ele e o seu então companheiro na época, Afro-X, em 2000, quando tiveram início as filmagens dentro
EVENTOS
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do Carandiru. Em um trecho do texto, Dexter explica o porquê:
"(...) não posso concordar e apoiar aquilo que desconheço. Meu único contato com a obra finalizada foi
a sinopse do mesmo que não me passou o que me foi proposto quando aceitei que gravassem imagens
minhas para o referido documentário. Pela sinopse entendo que o foco apresentado no início da
proposta, adotou outro rumo. A intenção era que o mesmo mostrasse que a recuperação do ser humano
que se encontra privado de sua liberdade é totalmente possível, desde que a própria pessoa se
interesse por sua vida e seu futuro. E não relações humanas individualizadas, com temáticas
corriqueiras a qualquer programa comercial de TV. (isso obviamente baseado no pouco material que
tive contato). Com certeza isso não faz parte dos meus objetivos".
A asssessoria da produção do filme respondeu em nota de esclarecimento, apenas sobre o fato de
Dexter não ter tido acesso ao filme finalizado: "A Secretaria da Administração Penitenciária de São
Paulo (SAP) não autorizou a entrada da jornalista e documentarista Luciana Burlamaqui em todas as
suas tentativas e pedidos formalizados por escrito nos últimos dois anos para mostrar o filme Entre a
Luz e a Sombra para Marcos Fernandes de Omena (Dexter), alegando que o mesmo estava em regime-
fechado e a SAP não abriria qualquer exceção. Em razão destas negativas, o advogado da produtora
junto com um dos advogados do Dexter estão juntos tentando conseguir esta autorização na vara de
execuções criminais. Esperamos que em breve ela seja concedida e Dexter possa finalmente assistir a
versão final do Entre a Luz e a Sombra, documentário produzido ao longo de nove anos com o intuito
de promover reflexões sobre caminhos de cultura de paz e não-violência e de uma humanização do
sistema prisional brasileiro. Todos os esforços da equipe de produção do documentário continuarão
neste sentido e ansiamos por um parecer favorável da justiça".
Do outro lado, Afro-X, também protagonista do filme, disse que o mais importante no momento é
discutir a criação de políticas públicas que possam trazer melhoras para o sistema carcerário e não a
condução da história feita pela cineasta. "O filme é uma visão da cineasta sobre a questão. Não é
minha". O rapper, que lançou no último dia 20 de novembro o seu novo disco "Das Ruas pro Mundo",
preferiu não entrar na questão e finalizou: "Eu faço música, e mesmo que ela tenha ficado perfeita,
depois de um tempo ouvindo, você acaba encontrando partes que deviam ser melhoradas. O filme é a
visão da cineasta sobre a questão, então prefiro não opinar neste sentido".
O universo atrás das grades
Um relatório divulagado em setembro de 2000, feito pela caravana da Comissão de Direitos Humanos
em visita a diversos presídios do país, já apontava o quadro assustador do sistema prisional no país,
que invariavelmente atinge gente pobre, jovem e semi-alfabetizada.
De acordo com o documento, em carceragens do Ceará, presos se alimentavam com as mãos, e a
comida, "estragada", era distribuída em sacos plásticos, já em Pernambuco, sacos plásticos serviam
para que detentos isolados pudessem defecar. No Rio de Janeiro, em Bangu I, ,verificou-se que não
havia oportunidade de trabalho e de estudo porque trabalho e estudo ameaçavam a segurança. No
Paraná, os deputados se defrontaram com um preso recolhido em cela de isolamento (utilizada para
punição disciplinar) havia sete anos, período que passou sem ter recebido visitas nem tomado banho
de sol. No Rio Grande do Sul, na Penitenciária do Jacuí, com 1.241 detentos, apesar de progressos,
havia a assistência jurídica de um único procurador do estado, e os visitantes dos presos eram
expostos à humilhações durante a revista que não convém dizer aqui.
Quase dez anos depois, pouca coisa ou quase nada mudou. Em abril de 2008, já havia 223.220 presos no
Brasil, o que representava 142,1 detentos para cada grupo de 100 mil habitantes. A maior
concentração estaá em São Paulo, com 94.737 presos e uma proporção de 277,7 presos para cada grupo
de 100 mil habitantes. O déficit é de pelo menos 26 mil vagas no complexo formado pelas
penitenciárias e pelas carceragens das delegacias de São Paulo.
Como admitem os próprios comandantes destes depósitos de gente (a Secretaria de Administração
Penitenciária e também a Secretaria de Segurança Pública), para dar conta do crescimento da
população presa mensalmente (de 800 a mil), seria necessário construir um novo presídio a cada trinta
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dias. Para se ter uma noção, a população carcerária atual de São Paulo equivale ao número de
habitantes de uma cidade como Bauru. E os números ainda não contabilizam os infratores com menos
de 18 anos, que estão amontoados nos preparatórios "engrosse as estatísticas", já chamado de FEBEM e
atualmente, Fundação CASA. No primeiro semestre de 2008, pelo menos 99 mil cumpriam medida sócio
educativa, destes, ao menos 18 mil estavam internados em alguma das 46 unidades espalhadas pelo
Estado de São Paulo.
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[+] Acesse o site oficial do filme
[+] Visite o blog oficial de Dexter
[+] Clique e visite o Myspace de Afro-X
Por: AnaJu
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