ENSINO MÉDIO E FORMAÇÃO HUMANA INTEGRAL
DORIGO, Silvana¹; HUSAK, Wanda S.¹; TAVARES, Rubens¹; MACEDO, Orlando de¹; ACCO, Tania¹; BARNABɹ, Valtemir;
PREGOLINI, Oswaldo¹; GIANOTTO, Rosa do C. L.¹; SKROBOT, Rosangela A.¹; SMANIOTTO, Adriano da Rosa¹,
PSZYBYLSKI, Rafael F.¹; WOJTECKI, Thiago J.¹; FANK, Elisane²; RODRIGO, Carolina M. P.²; SILVA, Sergio L. A. da¹;
ANDRADE, ROSA, Érika G. da³.
1 Professores da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná, Membros do Grupo de Estudos Pacto Nacional para o
Fortalecimento do Ensino Médio do Colégio Estadual do Paraná/ Turma 2.
2 Professoras Pedagogas da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná, Membros do Grupo de Estudos Pacto Nacional para o
Fortalecimento do Ensino Médio do Colégio Estadual do Paraná/ Turma 2.
3 Professora Pedagoga da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná, Orientadora de Estudos do Pacto Nacional para o
Fortalecimento do Ensino Médio do Colégio Estadual do Paraná/ Turma 2.
Fomento para a Formação de Professores da Escola Pública – Fundo Nacional de Educação (FNDE) - Programa do Ministério da
Educação, Governo Federal, Universidade Federal do Paraná, Secretaria de Educação do Estado do Paraná.
1 INTRODUÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
Os desafios que ainda permanecem na realidade brasileira no Ensino
Médio público são: universalização; infraestrutura, formação e currículo.
A preocupação com a universalização do Ensino Médio se deu no
transcorrer da história brasileira, porém com barreiras existentes nos aspectos
sociais, políticos e culturais.
É necessário, no entanto, tornar ainda mais significativo o
conhecimento para os estudantes inseridos no Ensino Médio, como também as
escolas proporcionarem aos professores um planejamento de trabalho
integrado entre as áreas do conhecimento para um direcionamento comum.
A história da educação indica uma dualidade estrutural do ensino.
Desde a Reforma Francisco Campos, passando pela Reforma Gustavo
Capanema (5692/71). A reforma do Ensino Médio se consolida na dualização
do ensino propedêutico e técnico, conforme configuração histórica separada
entre “ricos e pobres”.
Um dos desafios a enfrentar é a universalização deste nível e da
própria configuração social, política, econômica e cultural do modo de produção
as insuficiências do Ensino Médio, contidos nas relações macro estruturais.
Na esteira destas relações presencia-se histórica e pedagogicamente a
precarização do currículo, bem como, dos próprios conteúdos básicos das
disciplinas curriculares. Atualmente os estudantes chegam às universidades
sem compreensão dos fundamentos dos conteúdos básicos. Tal análise se
funda na necessidade de discutir e compreender a identidade do Ensino Médio
no Brasil.
O desafio das escolas públicas também está em conceber os sujeitos
(adolescentes) nelas inseridos. Lida-se com jovens, cuja adolescência tardia é
concebida pela sociedade do pragmatismo, do mundo virtual e descartável,
cujo os valores são mutáveis tanto quanto a lógica pós-moderna.
O pragmatismo tornou para os adolescentes tudo tão fácil e
descartável que a falta de expectativa parece estar inserida no aprender.
Neste contexto um dos grandes desafios é reconstruir a identidade
docente, compreender os sujeitos do Ensino Médio, analisar este nível de
ensino em suas relações macro estrutural para então discutir o currículo.
Os professores assim vivem a angústia de buscar possibilidades e
explicações para oferecer melhoras diante do desamparo e desespero da
educação escolar e números cada vez maiores de estudantes fora da escola.
Contudo, traçam-se sempre possibilidades de melhoras tais como:
melhor estrutura nas escolas, formação de equipe administrativa nas escolas
não dependentes a mandatos de governos, reformulação curricular com
participação de toda comunidade escolar, por meio de amplas discussões e
valorização dos profissionais da educação com cotas para professores de
escolas públicas em pós-graduação a nível mestrado e doutorado.
2 DIAGNÓSTICO ATUAL DO ENSINO MÉDIO
Os desafios do Ensino Médio no contexto atual são inúmeros e o intuito
é obter uma sociedade igualitária e universalizar o Ensino Médio.
Universalizar é torná-lo comum a todos, para que tenham oportunidade
ao ensino independente da idade. Estatísticas do IBGE (2013) apontam que
aproximadamente um milhão de jovens de 15 a 17 anos encontrar-se
totalmente fora da escola.
Assim o desafio atual é aumentar o número de matrículas na rede
estadual de ensino, estabilizar as taxas de abandono escolar, manter os alunos
na escola, resgatar os alunos, dar atenção a suas dificuldades e mostrar a
importância dos estudos para sucesso no mundo do trabalho.
Para estas questões no período de julho a agosto de 2014, os
professores do Pacto Nacional para o Fortalecimento do Ensino Médio - Turma
2 do Colégio Estadual do Paraná, realizaram um questionário diagnóstico para
conhecer seus alunos, no que se refere a aspectos sociais, culturais e
econômicos.
Em uma análise de 15 turmas do Ensino Médio do Colégio Estadual do
Paraná, foram contempladas 09 turmas de 1º ano, sendo uma de ensino
técnico integrado, 04 turmas de 2º ano e 02 turmas de 3º ano, em um total de
284 participantes da pesquisa.
Deste total percebe-se que o gênero e a idade (GRÁFICO 1) estão
distribuídos em:
GRÁFICO 1: Gênero e idade.
Dados coletados demonstram que deste total apenas 1% é de
nacionalidade estrangeira. Dorigo1 (2014) coloca que “os dados demonstraram
que 83% dos alunos utilizam transporte público para irem à escola (...)”, mesmo
que apenas 13% dessas famílias não possuírem veículos automotivos,
conforme Gráfico 2 a seguir:
1 Professora de Biologia Silvana Dorigo - Aluna bolsista PNEM – Turma 2
42%
58%
Gênero
ro
Idade
01%
12 %
%
87%
GRÁFICO 2: Números de veículos.
Com relação à localização do domicílio percebe-se que 43% dos alunos
moram na periferia da Região Metropolitana, 35% nos bairros da região central,
17% em condomínio fechado e apenas 3% na região rural (chácara/ sítio).
No questionário averiguou-se que 79% dos alunos apenas estudam e
21% trabalham e estudam. Segundo Husak2 (2014) dos alunos de 2ºano, 11
trabalham, sendo que 9 pertencem ao programa menor aprendiz. Deste
contingente de alunos que trabalham 13% ajudam parcialmente no sustento
família, 3% é responsável por suas próprias despesas e 1% é o principal
responsável pelo sustento familiar.
O Gráfico 3, representa a renda familiar mensal, onde observou-se que
1% vive com menos de um salário mínimo, 13% dois salários mínimos, 42% de
dois a cinco salários mínimos, 33% de cinco a dez salários mínimos, 8% de dez
a quinze salários mínimos e 3% com mais de quinze salários mínimos mensais.
GRÁFICO 3: Renda familiar.
2 Professora de Biologia – Wanda Sofia Hysak - Aluna bolsista PNEM – Turma 2
47%
%
29%
%
11%
%
13%
%
Conforme afirma Pszybylski3 (2014) “referente a condição
socioeconômica de suas famílias os dados revelam que a composição familiar
é composta por quatro pessoas em sua maioria, sendo a renda mensal de dois
a cinco salários”.
Percebe-se que no contexto familiar no que refere à saúde a maioria
contem plano de saúde, conforme Gráfico 4 abaixo:
GRÁFICO 4: Plano de saúde.
Percebe-se, portanto, que a maior parte dos estudantes dessa turma pertence a famílias de classe média, que possuem certas condições de aquisição de bens, de promoção de estudo e informação, demonstrando, inclusive, consciência da importância do convívio com as diferenças na sociedade, e lançando um olhar otimista sobre essa questão. (ACCO
4, 2014).
Com relação a dedicação aos estudos em casa levantou-se que 36%
estudam em casa menos de uma hora por dia, 29% estudam apenas 1 hora
por dia, 11% duas horas, 7% três horas e 16% não estudam em casa.
Já o acesso a livros o Gráfico 5 expressa que 45% faz leitura diária, 26%
quase que diariamente, 22% raramente e 7% nunca.
GRÁFICO 5: Dedicação a leitura de livros.
3 Professor de Física – Rafael Felipe Pszybylski - Aluno bolsista PNEM – Turma 2
4 Professora de Português – Tania Acco.- Aluna bolsista PNEM – Turma 2
71%
%
29%
%
Acco (2014) realça:
Diante da realidade pesquisada, não posso deixar de perceber que a média de livros lidos anualmente é baixa para a realidade econômica e social de seus integrantes, e que as horas de dedicação ao estudo em casa são ínfimas (...), o que fica incoerente com a necessidade do empenho máximo, em termos de leitura e estudo, para o ingresso e permanência, a nível satisfatório, em curso superior.
O acesso aos meios de comunicação e informação dos alunos são
grandes, acesso diário ao facebook dá um percentual de 73%, já ao whatsApp
acesso diário de 68%. Dorigo (2014) coloca que “no contexto geral segundo o
que declaram são alunos de classe média, com fácil acesso a todo tipo de
informação e tecnologia, porém não se preocupam em ler ou estudar fora da
escola”.
Os acessos à internet tem um número significativo no que se trata a
diversão e contatos com amigos em site de relacionamento (facebook).
Gianotto5 (2014) ressalta que “a internet ainda não é usada por parte dos
estudantes de forma a contribuir para a elevação acadêmica, ela é mais usada
como forma de comunicação e entretenimento”.
Com relação a atividades físicas e acesso aos meios culturais, Skrobot6
(2014) aponta que “a maioria pratica esportes semanalmente e visitas ao
shopping também é – para a maioria – de uma vez por semana, já ao cinema,
a frequência é de uma vez por mês, enquanto que para teatros e museus,
acontece raramente ou nunca. Mesmo para parques, onde a entrada é gratuita,
os alunos demonstraram pouco interesse”.
O acesso aos meios culturais são 60%, em cinema (01 vez ao mês) e
desta porcentagem 40% visitam museus via escola.
Com relação a política 60% não se interessam e 40% acham
importante. Realça Pregolini7 (2014) “pouca dedicação aos estudos em casa
(menos que 1 hora por dia) e muito pouco interesse na política!”.
Por fim percebeu-se através da aplicação deste questionário que os
alunos estão interessados em estudar e seguir uma carreira profissional com
5 Professora de História Rosa do Carmo Lourenço Gianotto – Aluna bolsista PNEM – Turma 2.
6 Professora de Português – Rosangela Skrobot - Aluna bolsista PNEM – Turma 2
7 Professor de Física Oswaldo Pregolini - Aluno bolsista PNEM – Turma 2.
aprimoramento. Interesse exposto, por exemplo, pela procura á cursos de
línguas externos ao ambiente de educação regular. (PSZYBYLSKI, 2014).
3 RUMO AO ENSINO MÉDIO DE QUALIDADE SOCIAL: DCNEM, O DIREITO
À EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO HUMANA INTEGRAL
O Ensino Médio é um direito social de cada pessoa, e dever do Estado
na sua oferta pública e gratuita a todos” (Art. 3º) e que “[...] em todas as suas
formas de oferta e organização, baseia-se [...] (Art. 5º)” na “Formação integral
do estudante” (DCNEM Art. 5º, Inciso I).
A direção para o fortalecimento do Ensino Médio é garantir direito
igualitário a todos de qualidade. Conforme coloca Dourado & Oliveira (2009),
(…) é fundamental estabelecer a definição de dimensões, fatores e condições de qualidade a serem considerados como referência analítica e política no tocante à melhoria do processo educativo, e também, à consolidação de mecanismos de controle social da produção, à implantação e monitoramento de políticas educacionais e de seus resultados, visando produzir uma escola de qualidade socialmente referenciada.
Contudo, a função dos sistemas organizacionais é dar condições de
oferta ao ensino, como realça Dourado & Oliveira (2009),
Garantia de instalações adequadas aos padrões de qualidade, definidos pelo sistema de educação (…) ambiente escolar adequado à realização de atividades de ensino, lazer e recreação, práticas desportivas e culturais, reuniões com a comunidade, equipamentos em quantidade, qualidade e condições de uso adequadas as atividades escolares, biblioteca com espaço físico apropriado, com possibilidades de pesquisa online, laboratórios de ensino e informática apropriados, serviços de apoio e orientação aos estudantes, condições de acessibilidade a portadores com deficiência e segurança para todos dentro da escola.
A qualidade da educação está relacionada a diversos aspectos:
Estrutural; Políticas Educacionais, visando prioridade de recursos para
educação; Plano de Gestão e Organização Escolar; Formação continuada a
professores e valorização (incentivos e benefícios ao trabalho docente); Aluno,
acesso, permanência e desempenho escolar significativo.
A formação integral do ser humano condiz com o desenvolvimento de
suas potencialidades, formação científica, tecnológica e humanística com vistas
à emancipação, bem como, trabalhar com os princípios da dignidade humana,
como:
Experiência cotidiana da dignidade leva a sabedoria;
Humanismo – afirmação de valores;
Aperfeiçoamento moral;
Emancipação humana;
Responsabilidade solidária;
Amor à vida;
Como realça Nietzsche “aquilo que se faz por amor está sempre além do
bem e do mal”.
O processo singular e social é a aprendizagem, onde o caminho é a
incorporação ao currículo de conhecimentos que contribuam para a
compreensão do trabalho como princípio educativo; reflexão do mundo do
trabalho – Dos saberes construídos a partir do trabalho e relações sociais;
reflexão do trabalho como princípio educativo – Busca de unidade entre teoria
e prática.
3.1 REFLEXÃO-AÇÃO: Nas DCNEM o Ensino Médio baseia-se na formação
integral do estudante, tendo dentre outros aspectos, o trabalho como princípio
educativo, a pesquisa como fundamento pedagógico e a integração entre
educação e trabalho. Coloque abaixo os principais princípios e fundamentos
que constituem a proposta de formação humana integral, destacando aspectos
potencializadores e as eventuais dificuldades a serem superadas.
Cabe à escola, a partir do repertório de leituras preferido dos estudantes, levá-los a outras
leituras necessárias para sua formação integral, uma vez que é perceptível que os alunos,
hoje, leem bastante, todavia, o material lido, embora tenha sua relevância específica, não
contempla todos os conteúdos essenciais para uma melhor formação.
Acreditamos, também, que, a partir da melhoria das políticas públicas relacionadas à qualidade
de ensino, teremos um melhor aproveitamento do tempo de estudo efetivo.
Professores: Sergio Luiz Alves da Silva e Tania Maria Acco
Pensar em formação integral é buscar um projeto de escola que deve trabalhar conjuntamente
com outros setores da Sociedade Civil organizada, uma vez que a própria escola se encontra
inserida nesses espaços, e não isolada deles. As modificações devem ser de maneira
conjunta, desde a questão da emancipação humana, que depende de melhoria intelectual, com
a discussão de valores que possibilitem a formação democrática e cidadã.
Além de possibilitar o acesso a conhecimentos de superação de senso comum visando à
compreensão integral do conhecimento, que ele seja emancipatório e não limitador e
condicionante à adequação de uma realidade e não a questionar e propor novas emancipações
de participação coletiva , que a garantia da preservação da vida seja o fundamental em
contraposição ao material.
Professores: Rosa Gianotto, Rubens da Silva Tavares e Orlando de Macedo Junior
Aspectos que podem contribuir para a potencialização de uma formação humana integral :
# Importância do incentivo e participação da família no processo de formação escolar do
estudante;
# Importância de políticas públicas que realmente estejam voltadas para o estabelecimento de
uma educação de qualidade, políticas essas bem planejadas e implementadas, não apenas
políticas de governo e sim, políticas de Estado, que assegurem de fato, a permanência do
estudante na escola;
# Ampliação do tempo de permanência do estudante na escola, com todo o suporte necessário
para que o processo ensino-aprendizagem seja efetivado com qualidade;
# Melhores condições de trabalho aos profissionais da educação;
# Fortalecimento da educação nas séries iniciais.
Professores: Wanda Sofia Husak, Silvana Dorigo e Valtemir Barnabé
A formação humana integral começa com um planejamento sólido que não se perca ao longo
de gestões políticas partidárias. Flexibilizar o currículo de acordo com a realidade de cada
comunidade, ofertando um conhecimento mais próximo as suas diferentes realidades, assim o
aluno passa a ser um agente de transformações social e cultural. para isso devemos
constantemente capacitar os profissionais da educação para a realidade da escola.
Entendemos que a educação integral é fundamental para a formação completa dos alunos,
onde este precisa ter mais contato com a ciência, cultura e esportes. Uma das dificuldades
encontrar é a falta de politicas publicas para manter os alunos que passam por fragilidade
econômica, ofertando “bolsa permanências” que estimulem a participação em atividades,
culturais, cientificas e esportivas.
Professores: Tiago José Wojtecki, Rafael Felipe e Oswaldo Pregolini
Acreditamos que o tempo escolar apresenta-se como um desafio pois não basta apenas
expandir o tempo, mas sim a qualidade da oferta do Ensino Médio, para uma formação do
aluno na sua totalidade. Percebemos uma fragilidade na leitura de mundo dos alunos que,
mesmo tendo acesso a diversos recursos educativos, não percebem significado nas atividades
escolares e motivação para fazê-las.
Professoras: Carolina Pinto Rodrigo e Rosangela Skrobot
O ambiente escolar deve ser o espaço onde a partir de práticas coerentes com a realidade dos
seus alunos, seja oportunizado momentos e situações favoráveis ao desenvolvimento do hábito
de leitura, a começar por repertórios que contemplem o que é assunto de interesse dos alunos,
e uma vez que esse público de alunos são conquistados como leitores, num segundo momento
deve-se desenvolver projetos para levá-los a acessar conteúdos mais direcionadas e capazes
de dar a estes subsídios para uma formação integral. E uma vez a escola estando
comprometida com esta formação integral, deverá ampliar seus horizontes, visando a
construção de parcerias com todos os setores da sociedade, onde a escola possa conectada
com o mundo se tornar um universo de possibilidades para o aprendizado e se torne uma porta
para o mundo.
Penso que seja urgente no Brasil, desvincular a Educação como projeto de governo e torná-la
um projeto de Estado, onde as políticas públicas comprometidas com a melhoria da qualidade,
sejam sempre aprimoradas e tenham continuidade, neste sentido a Educação Integral por
exemplo que se apresenta como solução para garantir a permanência e a melhoria na
qualidade de ensino não tem o atendimento que deveria e por vezes tem sido usado como
discurso de campanha e na prática a coisa não acontece como deveria, pois uma vez que as
estruturas já fragilizadas demandam grandes investimentos e é nesse momento que vemos de
fato que a educação como prioridade no Brasil não vai mesmo além de discurso de campanha
e algumas iniciativas tímidas acabam morrendo na praia quando vem a mudança de
governante.
Professor: Valtemir Barnabé
4 DESAFIOS ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS DE ENSINO MÉDIO
O grande desafio trata-se de políticas públicas redistributivas e
emancipatórias, desafios estes:
Geradora de igualdade;
Escola unitária de currículo integrado;
Trabalho como princípio educativo;
Dialética entre sociedade/ trabalho, cultura, ciência e tecnologia;
Resgatar o estudante que está fora da escola;
Permanência do estudante nos estudos;
Conclusão do ensino médio com qualidade;
Escola inclusiva de caráter referencial.
Com base no Projeto de Lei nº 8.035/20108, o atendimento às metas
do Plano Nacional de Educação que se relacionam à população com idade
entre 15 e 17 anos:
Meta 3 – Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a
população de 15 a 17 anos e elevar, até 2020, a taxa líquida de
matrículas no ensino médio para 85%.
Meta 4 – Universalizar, para a população de 4 a 17 o atendimento
escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de
ensino;
Meta 10 – Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de EJA na forma
integrada à educação profissional.
À instituição escolar cabe definir, a partir do Projeto Político Pedagógico
(PPP), os objetivos e estratégias para alcançar e avaliar a aprendizagem dos
estudantes, por meio de um trabalho coletivo democrático, onde as
perspectivas educacionais necessitam estar expressas no PPP.
4.1 REFLEXÃO AÇÃO – COMO CHEGAR À UNIVERSALIZAÇÃO DO ENSINO
MÉDIO ?
A nosso ver, a inclusão desses adolescentes só será possível por meio de uma ação conjunta
entre a escola e órgãos governamentais, nas esferas federal, esdadual e municipal, os quais
devem estar em perfeita sintonia quanto às ações a serem desenvolvidas, visando o alcance
do objetivo de inclusão e permanência desses jovens na escola
Professores: Sergio Luiz Alves da Silva e Tania Maria Acco
Existem muitos entraves no que diz respeito à implementação efetiva dos projetos relativos à
educação como um todo, principalmente burocracia do sistema político/financeiro.
A universalização do Ensino Médio esbarra também em questões de condições
socioeconômicas, culturais, etc., onde o acesso à Educação não é a realidade de muitos,
desde a Educação Básica.
Um currículo mais próximo da realidade e dos interesses dos jovens estudantes.
Professores: Wanda Sofia Husak, Silvana Dorigo e Valtemir Barnabé
8 Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=12768
A universalização do ensino médio será verdadeiramente pensado e executado a partir da
presença constante e em conjunto do educando, educador, pais, mídias e sociedade política.
Através dessa interação aprimorar a verdadeira função do ensino médio a vida dos estudantes,
fazendo com que esses percebam a importância da instituição escolar para o seu
desenvolvimento intelectual, social e cultural, a fim de integra-lo a sociedade como um cidadão
consciente e participativo . É importante que esse planejamento seja integralmente executado
e não interrompido por mudanças governamentais e sim aprimorado.
Professores: Tiago José Wojtecki, Rafael Felipe e Oswaldo Pregolini
O primeiro fator é implantar políticas claras em relação à juventude, e seus problemas de
ordem econômica, existencial, educacional, e sua relação com aspectos de formação ética, e
de desenvolvimento emocional para se relacionar com o mundo complexo e diversificado.
Devem-se levar em consideração vários fatores, desde a criminalização da juventude, até a
rediscussão da penalização das drogas, até a sua inserção no mundo do trabalho. Nestas
constatações, percebe-se a pouca importância da formação cultural e também de políticas
claras de incentivo e acesso a bens culturais. Outro fator importante é a necessidade de uma
maior oferta de espaços públicos que ofereçam atividades que ajudem a compreender a
importância da educação para a sua vida. Compreender também a precoce gravidez que
atinge uma parcela considerável da juventude e que as estatísticas acabam mostrando que a
jovem grávida a primeira opção é o abandono da escola e consequentemente não concluindo
em tempo escolar a sua formação.
Garantir também que os jovens tenham acesso prioritariamente à escola e que essa seja o
ponto inicial e final de sua formação, onde se valoriza a formação intelectual. Garantir que o
tempo de permanência seja estendido.
A revisão dos métodos educacionais quanto à atualização curricular, com metodologias
adequadas ao momento atual incentivando sempre a modernização e as culturas juvenis que
sejam refletidas nas construções dos PPP. Que a escola seja significante na sua vida diante de
novos espaços escolares que garantam a sua plena formação. Aperfeiçoar a participação
democrática para que os estudantes do ensino médio tenham voz e entendimento de direitos e
deveres. Ainda investir na melhor formação de docentes, inicial e continuada.
Professores: Rosa Gianotto, Rubens da Silva Tavares e Orlando de Macedo Junior
Para que ocorra a universalização do Ensino Médio são necessárias diversas frentes de ação.
Inicialmente, o fortalecimento das séries iniciais para uma maior compreensão do contexto de
mundo. Os alunos chegam ao Ensino Médio sem compreensão do contexto em que estão sem
vivência e experiências da cultura de sua sociedade. Ainda que os docentes abordem questões
cotidianas, o aluno aparenta, muitas vezes, estar desconecto dessa realidade.
Professoras: Carolina Pinto Rodrigo e Rosangela Skrobot
5 CONSIDERAÇÕES – Considerações/ Percepções dos Encontros do
Pacto Nacional para o Fortalecimento do Ensino Médio, Referente ao
Caderno I, bem como, suas Perspectivas Referente à esta Formação.
Os encontros têm sido bastante proveitosos, pois raramente temos
tempo para nos reunirmos para discutir os problemas que afetam o nosso
cotidiano escolar, e as reuniões do Pacto Nacional para o Ensino Médio têm
propiciado discussões importantíssimas que vêm ancoradas em leituras e
vídeos repletos de informações e sugestões. Creio que cresceremos muito
pessoal e profissionalmente ao longo do curso. (SKROBOT, 2014)9.
Esta formação tem sido de grande relevância para aprofundarmos
nossas reflexões sobre o Ensino Médio. Os cadernos têm trazidos dados
estatísticos que nos coloca diante de uma realidade dura com problemáticas
que extrapolam o âmbito escolar ou pedagógico. Dentre esses grandes
desafios está em universalizar o Ensino Médio, grande parte dos jovens ainda
não concluem o Ensino Médio e isto se torna um grande entrave para uma
nação que deseja superar as desigualdades sociais. Além dessas questões
estruturais e conjunturais temos também problemas de ordem pedagógica,
como: currículos desinteressantes para muitos jovens, metodologias e sistemas
de avaliações engessantes, indisciplina, desmotivação, precariedade nas
condições de trabalho do professor, dentre outros. (GIANOTTO, 2014)10.
Desta forma os cadernos e temáticas estão sendo de grande
importância para pensarmos nossa realidade escolar, bem como as atividades
propostas. (GIANOTTO, 2014).
A proposta do Pacto para o Fortalecimento do Ensino Médio realmente
está “mexendo” com a escola, os encontros são envolventes, uma turma muito
interessada e comprometida, ansiosa em discutir, refletir e repensar sobre a
9 Professora Rosangela Skrobor – Bolsista PNEM – Colégio Estadual do Paraná (Turma 2) – Relato
disponível no blog: www.estudodocente.wordpress.com – link: http://estudodocente.wordpress.com/2014/07/20/1o-encontro-pacto-nacional-de-fortalecimento-do-ensino-medio/ 10
Professora Rosa Gianotto – Bolsista PNEM – Colégio Estadual do Paraná (Turma 2) – Relato disponível no blog: www.estudodocente.wordpress.com – link: http://estudodocente.wordpress.com/2014/07/20/1o-encontro-pacto-nacional-de-fortalecimento-do-ensino-medio/
realidade, as ações docentes e ao aluno inserido no Ensino Médio. (ROSA,
2014)11.
Orientar estas temáticas realmente trata-se de um grande desafio,
porém sinto-me realizada, pois saio de cada encontro “mais e mais”
entusiasmada. O envolvimento dos professores me motiva, as horas são
poucas para as discussões que acabamos em nos alongar sempre de 15 a 20
minutos. São comprometidos e enriquecem os trabalhos a cada encontro.
(ROSA, 2014).
Na escola são propagadores do sucesso do PNEM e muitos estão
interessados em participar sabendo da importância e encaminhamento das
discussões e encontros. (ROSA, 2014).
6 REFERÊNCIAS
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução n. 2, de 30 de janeiro de 2012. Define Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: CNE, 2012.
______. Conselho Nacional de Educação. Projeto Lei nº 8.035/2010. Define Metas do Plano Nacional de Educação. Brasília: CNE, 2010.
______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 5692/71. Fixa Diretrizes e Bases para o Ensino de 1º e 2º graus, e dá outras providências. Brasília, 1971.
______. Cadernos de Estudos Programa Pacto Nacional para o Fortalecimento do Ensino Médio. Formação de Professores do Ensino Médio. Brasília: FNDE, 2013. Etapa I Caderno I.
DOURADO, L. F; OLIVEIRA, J. F. A qualidade da educação: Perspectivas e desafios. Cadernos CEDES (Impresso), v. 29, p. 201-215, 2009.
ROSA, Érika Gomes da. Estudo Docente. Disponível em: www.estudodocente.wordpress.com.
11
Érika Gomes da Rosa – Orientadora de Estudos PNEM – Colégio Estadual do Paraná (Turma 2) – Relato disponível no blog: www.estudodocente.wordpress.com – link: http://estudodocente.wordpress.com/2014/07/20/1o-encontro-pacto-nacional-de-fortalecimento-do-ensino-medio/
Top Related