Em Petiz
Cesário Verde
Nasceu em
Lisboa a 25 de
Fevereiro de
1855 e faleceu
a 19 de Julho
de 1886, em
Lumiar.
A preocupação com as injustiças sociais
Oposição
Campo/Cidade
Oposição passado
presente
Impressionismo
adaptado ao Real
A humilhação (sentimental, estética, social)
Temáticas
Figura Feminina
Mais morta do que viva, a minha companheiraNem forças teve em si para soltar um grito;E eu, nesse tempo, um destro e bravo rapazito,Como um homenzarrão servi-lhe de barreira!
Em meio do arvoredo, azenhas e ruínas,Pulavam para a fonte as bezerrinhas brancas;E, tetas a abanar, as mães, de largas ancas,Desciam mais atrás, malhadas e turinas.
Do seio do lugar - casitas com postigos -Vem-nos o leite. Mas batizam-no primeiro.Leva-o, de madrugada, em bilhas, o leiteiro,Cujo pregão vos tira ao vosso sono, amigos!
Nós dávamos, os dois, um grito pelo vale:Várzeas, povoações, pegos, silêncios vastos!E os fartos animais, ao recolher dos pastos,Roçavam pelo teu "costume de percale".
Já não receias tu essa vaquita preta,Que eu seguirei, prendi por um chavelho? JuroQue estavas a tremer, cosida com o muro,Ombros em pé, medrosa, e fina, de luneta!
I
TardeRecordação do caráter
destemido do sujeito
poético, contrastando com o
da sua companheira; discurso
centrado predominantemente
no eu, tu e nós.
Descrição dos animais que se
observam (vacas) durante o
passeio e do alimento de
primeira necessidade que
fornecem (leite); discurso
centrado principalmente no
ele e elas.
destro - ágil
turinas – vacas
batizam-no – adicionam-lhe
pregão – anúncio público feito em
voz alta
pegos – zonas mais fundas do rio.
“costume de percale” – expressão
francesa – fato de perca (tecido
de algodão, fino e liso)
chavelho - chifre
Várzeas – planície extensa e
cultivada
Mais morta do que viva, a minha companheiraNem forças teve em si para soltar um grito;E eu, nesse tempo, um destro e bravo rapazito,Como um homenzarrão servi-lhe de barreira!
Em meio do arvoredo, azenhas e ruínas,Pulavam para a fonte as bezerrinhas brancas;E, tetas a abanar, as mães, de largas ancas,Desciam mais atrás, malhadas e turinas.
Do seio do lugar - casitas com postigos -Vem-nos o leite. Mas batizam-no primeiro.Leva-o, de madrugada, em bilhas, o leiteiro,Cujo pregão vos tira ao vosso sono, amigos!
Nós dávamos, os dois, um giro pelo vale:Várzeas, povoações, pegos, silêncios vastos!E os fartos animais, ao recolher dos pastos,Roçavam pelo teu "costume de percale".
Já não receias tu essa vaquita preta,Que eu seguirei, prendi por um chavelho? JuroQue estavas a tremer, cosida com o muro,Ombros em pé, medrosa, e fina, de luneta!
20 versos
5 quadras
Interpolada
Emparelhada
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
Tema • Recordação de um passeio pelo campo quando era mais pequeno, “Em Petiz”.
Assunto
• Descrição de uma tarde passada no campo (vista na perpetiva do presente), onde a presença de vacas a pastar foi o pretexto para mostrar a valentia e o medo, respetivamente, do sujeito poético e da sua acompanhante.
“rapazito”
“destro”
“bravo”
Revela um grande sintonia com o
ambiente campestre
Age “como um homenzarrão”
Adjetivação: “um destro e bravo rapazito” v.3
Comparação: “como um homenzarrão” v. 4
Antítese: “rapazito” vs “homenzarrão” v. 3-4
Urbana
Medrosa
Insegura
“o teu costume de percal”
“E fina, de luneta!”
Mulher anjo
Hipérbole: “Mais morta do que viva” v.1
Metáfora: “cosida com o muro” v.19
“casitas com postigos”
“silêncios vastos”
Espaço: “vale”
Elementos paisagisticos: “arvoredos”, uma
“fonte”, “pastos”, “azenhas”, “ruínas”;
Observa: “Várzeas, povoações, pegos”
Animais (vacas)
Jovialidade
Despreocupação
Irrequietude
Sujeito
poético“amigos”
Invocação
Os citadinos que
recebem o leite;
Anaísa Chagas, 11ºE, 2012
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