Francine Bertolais do Valle Souza
Eficácia e Segurança do Rituximab no tratamento da
Síndrome de Sjögren primária (SSp): Revisão sistemática
e metanálise
Tese apresentada à Universidade
Federal de São Paulo - Escola Paulista
de Medicina, para obtenção do Título de
Mestre em Ciências.
São Paulo
2016
Francine Bertolais do Valle Souza
Eficácia e Segurança do Rituximab no tratamento da
Síndrome de Sjögren primária (SSp): Revisão sistemática
e metanálise
Tese apresentada à Universidade
Federal de São Paulo - Escola Paulista
de Medicina, para obtenção do Título de
Mestre em Ciências.
Orientador: Profa. Dra. Virgínia Fernandes Moça Trevisani
São Paulo
2016
Souza, Francine Bertolais do Valle Eficácia Rituximab e segurança no tratamento da Síndrome de Sjögren primária (SSp): Revisão sistemática e metanálise. /Francine Bertolais do Valle Souza. -- São Paulo, 2016.
xvi, 132fls Tese (Mestrado) – Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de
Medicina. Programa de Pós-graduação em Saúde Baseada em Evidências. Rituximab Effectiveness and Safety for Treating Primary Sjögren's Syndrome
(pSS): Systematic Review and Meta-Analysis. 1. Revisão Sistemática. 2. Metanálise. 3. Rituximab. 4. Síndrome de
Sjögren primária.
iii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE MEDICINA
DISCIPLINA DE MEDICINA DE URGÊNCIA E MEDICINA BASEADA EM
EVIDÊNCIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE BASEADA EM EVIDÊNCIAS
Chefe do Departamento: Profa. Dra. Maria Teresa Zanella
Coordenador do Programa de Pós-Graduação: Profa. Dra. Edina Mariko Koga Silva
iv
Francine Bertolais do Valle Souza
Eficácia e Segurança do Rituximab no Tratamento da Síndrome
de Sjögren Primária (SSp): Revisão Sistemática e Metanálise.
Presidente da banca: Profa. Dra.Virgínia Fernandes Moça Trevisani
BANCA EXAMINADORA
Titulares:
Prof. Dr. Alexandre Wagner Silva de Souza
Profa. Dra. Simone Appenzeller
Profa. Dra. Sonia Cristina de Magalhães Souza Fialho
Suplente:
Profa. Dra. Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro
v
Dedicatória
À Deus, por me dar saúde e sabedoria para que eu pudesse sempre seguir seus
caminhos e pelas maravilhosas oportunidades que me proporcionou até aqui.
À minha família, em especial à minha mãe Rita, meu irmão Fernando e meu tio
Leonel, por serem meu alicerce, além do carinho, amor incondicional e incentivo
para que eu sempre buscasse o melhor que há em mim.
Ao meu grande amor, meu noivo Luiz Gustavo, pelo amor e companheirismo
dedicados a mim em todos os momentos e em especial a esse ano tão importante
para nós. Essa conquista também é sua.
Aos meus amados avós Zualdo e Maria que estarão sempre em meu coração (in
memorian).
vi
Agradecimentos
À minha orientadora Profa. Dra. Virgínia Fernandes Moça Trevisani, por acreditar
em mim e me mostrar o caminho da ciência.
Ao amigo Gustavo José Martiniano Porfírio, por sua ajuda nos momentos mais
críticos, por acreditar no futuro deste projeto e contribuir para o meu crescimento
profissional.
À Brenda Nazaré Gomes Andriolo e Julia Vajda de Albuquerque, que contribuíram
com seus conhecimentos científicos e dedicação para execução desse trabalho.
A todos os colegas e professores da pós-graduação em Saúde baseada em
evidências e Centro Cochrane do Brasil, pelo convívio e aprendizado.
vii
Agradecimentos
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), pela
bolsa de Mestrado concedida.
viii
"Aqueles que se apaixonam pela prática
sem a ciência são como um marinheiro que
entra em um navio sem leme ou bússola e
que nunca pode ter certeza do lugar para
onde está indo.” (Leonardo da Vinci)
ix
Sumário
Dedicatória .................................................................................................................. v
Agradecimentos ......................................................................................................... vi
Lista de figuras ........................................................................................................... xi
Lista de quadros ........................................................................................................ xii
Lista de Abreviaturas e Símbolos ............................................................................. xiii
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1
1.1 Revisão sistetica ............................................................................................................................... 2
1.2 Síndrome de Sjögren primária (SSp) ................................................................................................ 2
2. MÉTODOS .............................................................................................................. 7
2.1 Desenho de estudo ........................................................................................................................... 8
2.2 Local .................................................................................................................................................. 8
2.3 Amostra ............................................................................................................................................. 8
2.3.1 Tamanho da amostra ..................................................................................................................... 8
2.3.2 Critérios de inclusão ....................................................................................................................... 8
2.3.2.1 Tipos de estudos .......................................................................................................................... 8
2.3.2.2Tipos de participantes ................................................................................................................... 9
2.3.2.3 Tipos de intervenção .................................................................................................................... 9
2.3.2.4 Tipos de desfechos ...................................................................................................................... 9
2.3.2.4.1 Desfechos primários .................................................................................................................. 9
2.3.2.4.2 Desfechos secundários ........................................................................................................... 10
2.4 Estratégia de busca dos estudos .................................................................................................... 10
2.4.1 Busca eletrônica ........................................................................................................................... 10
2.4.2 Busca manual ............................................................................................................................... 11
2.5 Seleção dos estudos ....................................................................................................................... 11
2.5.1 Análise da qualidade metodológica dos estudos ......................................................................... 11
2.5.2 Extração de dados ....................................................................................................................... 13
2.6 Análise estatística ........................................................................................................................... 13
2.7 Análise de subgrupos ...................................................................................................................... 14
2.8 Análise de sensibilidade .................................................................................................................. 14
3. RESULTADOS DOS ESTUDOS INCLUÍDOS ...................................................... 16
3.1 Descrição dos estudos .................................................................................................................... 17
3.1.1 Estudos identificados ................................................................................................................... 17
3.1.2 Qualidade metodológica ............................................................................................................... 18
3.1.3 Estudos excluídos ........................................................................................................................ 18
x
3.1.4 Estudos incluídos ......................................................................................................................... 19
3.1.4.1 Desenho dos estudos incluídos ................................................................................................. 19
3.1.4.2 Tipos de participantes ................................................................................................................ 19
3.1.4.3 Intervenções ............................................................................................................................... 19
3.1.4.4 Dados faltantes .......................................................................................................................... 19
3.1.5 Minimização do viés de seleção .................................................................................................. 20
3.1.6 Minimização do viés de perda ...................................................................................................... 20
3.1.7 Minimização do viés de detecção ................................................................................................ 20
3.1.8 Avaliação da força da evidência (GRADE) .................................................................................. 20
4.RESULTADOS DA REVISÃO E METANÁLISE .................................................... 21
4.1 Desfechos primários ........................................................................................................................ 22
4.1.1 Função da glândula lacrimal ........................................................................................................ 22
4.1.2 Função da glândula salivar .......................................................................................................... 23
4.1.3 Fadiga ........................................................................................................................................... 24
4.1.4 Eventos adversos ......................................................................................................................... 25
4.2 Desfechos secundários ................................................................................................................... 27
4.2.1 Qualidade de vida ........................................................................................................................ 27
4.2.2 Atividade da doença ..................................................................................................................... 28
4.2.3 Alterações nas variáveis laboratoriais .......................................................................................... 28
4.2.4 Percepção dos sintomas .............................................................................................................. 29
5. DISCUSSÃO ......................................................................................................... 30
6. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 34
7. ANEXOS ............................................................................................................... 36
8. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 85
ABSTRACT ...................................................................................................................
APÊNDICE ....................................................................................................................
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ..................................................................................
xi
Lista de figuras
Figura 1. Fluxograma dos estudos selecionados. ................................................ 17
Figura 2. Avaliação do risco de viés dos estudos incluídos. ................................. 18
Figura 3. Rituximab X Placebo. Metanálise do desfecho teste de Schirmer na
semana 24............................................................................................................. 23
Figura 4. Rituximab X Placebo. Metanálise do desfecho taxa do fluxo salivar na
semana 24............................................................................................................. 23
Figura 5. Rituximab X Placebo. Metanálise do desfecho secura oral (EVA) na
semana 24............................................................................................................. 24
Figura 6. Rituximab X Placebo. Metanálise do desfecho melhor a de até 30% da
fadiga avaliada através da EVA na semana 24. .................................................... 25
Figura 7. Rituximab X Placebo. Metanálise do desfecho eventos adversos graves
na semana 24. ....................................................................................................... 27
Figura 8. Rituximab X Placebo. Metanálise do questionário SF-36 domínio saúde
mental na semana 24. ........................................................................................... 28
Figura 9. Rituximab X Placebo. Metanálise do desfecho atividade da doença
avaliada através da ESSDAI na semana 24. ........................................................ 28
xii
Lista de quadros
Quadro 1. Critérios classificatórios internacionais revisados para SS/2002 ........... 5
Quadro 2. Risco de viés (Cochrane Collaboration) .............................................. 12
xiii
Lista de Abreviaturas e Símbolos
DM Diferença de média.
ECR Ensaios Clínicos Randomizados.
ESSDAI EULAR Sjögren’s Syndrome Disease Activity Index.
ESSPRI EULAR Sjögren’s Syndrome Patient Reported Index.
EVA Escala Visual Analógica.
FACIT-F Chronic Illness Therapy-Fatigue.
FR Fator Reumatóide.
GRADE Grading of Recommendations, Assessment, Development and
Evaluations.
IC Intervalo de Confiança.
PROFAD Profile of Fatigue and Discomfort.
RevMan Review Manager.
RR Risco Relativo.
RTX Rituximab.
SF-36 Short Form-36.
SS Síndrome de Sjögren.
SSp Síndrome de Sjögren primária.
RESUMO
R e s u m o
xv
Introdução: A Síndrome de Sjögren (SSp) primária é uma doença autoimune,
sistêmica, que acomete as glândulas exócrinas e menos frequentemente órgãos
internos, apresenta intensa infiltração linfoplasmocitária principalmente do epitélio
dos tecidos envolvidos, levando a destruição e perda da função secretora. As
opções terapêuticas incluem principalmente medidas sintomáticas e de suporte, e
drogas imunossupressoras tradicionais não têm mostrado eficácia em ensaios
clínicos randomizados. O rituximab (RTX) é um anticorpo quimérico anti-CD20,
que conduz à depleção de células B por diversos mecanismos. Há evidências de
que esta droga possa ser eficaz para o tratamento da SSp. O objetivo desta
revisão sistemática foi avaliar a eficácia e segurança RTX para tratamento de
SSp.
Métodos e resultados: Foi realizada uma revisão sistemática de ensaios clínicos
randomizados publicados até dezembro de 2015, sem restrição de linguagem.
Foram realizadas estratégias de busca nas seguintes bases de dados científicas:
MEDLINE, EMBASE, CENTRAL e LILACS. Foram incluídos adultos com
diagnóstico SSp estabelecido de acordo com os critérios de classificação
Americano e Europeu 2002, e considerado o uso de RTX como a intervenção e o
uso de outras drogas ou placebo como controle. Quatro estudos preencheram os
critérios de elegibilidade: três com baixo risco de viés e um com risco incerto de
viés. O número total de participantes foi de 276 (145 RTX, 131 placebo). Foi
avaliado o risco de viés de cada estudo incluído e avaliados como desfechos
principais: a função da glândula lacrimal, a função da glândula salivar, melhora a
fadiga e eventos adversos. Não foram encontradas diferenças entre os grupos no
teste de Schirmer na metanálise da semana 24 (DM 3,59, 95% IC -2,89 a 10,07).
Apenas um estudo avaliou o teste de lissamina verde e relatou uma diferença
estatisticamente significativa entre os grupos na semana 24 (DM -2,00, IC 95% -
3,52 a -0,48). Houve diferença significativa entre os grupos em relação à taxa de
fluxo salivar (DM 0,09, 95% IC 0,02-0,16) e melhora na fadiga através da EVA na
semana 6 (RR 3,98, IC 95% 1,61-9,82) e na semana 16 (RR 3.08, 95 % IC 1,21-
7,80).
Conclusões: De acordo com a evidência de qualidade moderada, o tratamento
com um único ciclo (duas doses) de RTX em pacientes com SSp apresenta efeito
discreto na função da glândula lacrimal. Evidências de baixa qualidade indicam o
potencial desta droga para melhorar o fluxo salivar. De acordo com evidências de
R e s u m o
xv
baixa qualidade, não foram observadas diferenças na avaliação após 24 semanas
relativas à redução de fadiga (30% da EVA), ocorrência de eventos adversos
sérios, na qualidade de vida e atividade da doença. Com nível de evidência muito
baixo, não houve melhora na secura da boca através da avaliação pela EVA.
i
1. INTRODUÇÃO
I n t r o d u ç ã o | 2
1.1 Revisão Sistemática
Revisão sistemática é um tipo de estudo planejado para avaliar as
evidências e responder a uma pergunta específica. Utiliza métodos explícitos e
sistemáticos para identificar, selecionar e avaliar criticamente os estudos, coletar
e analisar os dados desses estudos incluídos na revisão. Os métodos estatísticos
(metanálise) podem ou não ser utilizados na análise e na síntese dos resultados
dos estudos incluídos; assim, a revisão sistemática utiliza toda essa estruturação
para evitar viés em cada uma de suas partes. Uma revisão sistemática tenta
reunir toda evidência empírica com critérios de elegibilidade pré-especificados, a
fim de responder a uma pergunta de pesquisa específica. As principais
características de uma revisão sistemática são: ter uma questão a ser respondida
com critéiros claramente definidos, objetivos com critérios pré-definidos de
elegibilidade para estudos a depender da pergunta e desfechos claros e
previamente validados. (Atallah, Castro 1998; Higgins 2011)
1.2 Síndrome de Sjögren primária (SSp)
A Síndrome de Sjögren primária (SSp) é uma doença autoimune sistêmica,
que envolve as glândulas exócrinas e órgãos internos, levando à destruição e
perda da função secretora devido à intensainfiltração linfoplamocitária das
glândulas envolvidas. (Moutsopoulos, Youinou 1991; Tzioufas,
Vlachoyiannopoulos 2012)
Essa síndrome foi primeiramente descrita por Johann Mikulicz em 1892
como "Síndrome de Mikulicz" após a descrição da infiltração celular e atrofia
acinar, em glândulas salivares de um agricultor com 42 anos de idade, com
aumento da glândula parótida bilateral. Em 1933, Henrik Sjögren, oftalmologista
sueco, usou pela primeira vez o termo "ceratoconjuntivite seca" para descrever o
sintoma de olho seco diferenciando-o de "xeroftalmia", que se trata do sintoma de
olho seco, devido à deficiência de vitamina A. (Morgan, Castleman 1953, Yi et al.,
2016)
I n t r o d u ç ã o | 3
Fatores genéticos, hormonais e externos contribuem para o
desenvolvimento desta doença multifatorial (Moutsopoulos, Youinou1991;
Tzioufas, Vlachoyiannopoulos 2012; Tzioufas et al., 2012), que tem uma
distribuição a nível mundial e afeta principalmente as mulheres, na proporção de
9:1. O pico de incidência da SSp é entre 40 e 60 anos de idade, embora SSp
possa ocorrer em qualquer idade (Plesivcnik et al., 2004; Alamanos et al., 2006) e
estima-se que sua prevalência seja entre 0,5% a 3,3%, apresenta-se como a
segunda doença autoimune sistêmica mais comum após a artrite reumatóide.
(Bowman et al., 2004; Shiboski et al., 2012; Flament et al., 2016; Yi et al., 2016)
Os primeiros sinais e sintomas de SSp geralmente são inespecíficos e o
diagnóstico pode demorar entre 6 a 10 anos para ser estabelecido. (Kassan,
Moutsopoulos 2004)
Como outras doenças autoimunes, a compreensão dos mecanismos precisos
que envolvem a etiopatogênese da SS ainda não foram totalmente esclarecidos,
provavelmente fatores ambientais, vírus (Ebstein-Barr vírus, citomegalovírus,
vírus linfotrópico de células T humanas tipo 1 - HTLV 1), parvovírus, vírus da
hepatite C e vírus da imunodeficiência humana sejam as principais causas; além
da predisposição genética (presença do alelo DQA1*0501) alterações hormonais
(hipoestrogenismo e níveis baixos de de hidroepiandrosterona), levando a
inflamação glandular inicial e uma resposta imune desregulada com ativação das
respostas Th1 e Th2. (Flament et al., 2016)
Estudos têm procurado caracterizar a resposta imune que ocorre na
síndrome, confirmando que as células B e T desempenham um papel importante
nesta resposta imunitária, mas também realçam o papel importante da imunidade
inata. O papel das células-T na SS tem sido extensivamente estudado e revisto
com conclusões divergentes, especialmente em relação aos papéis das células T
reguladoras e células T-helper, mas a ativação das células T citotóxicas é
inegável. (Alunno et al., 2015; Chaigne et al., 2015)
A imunidade inata na SS é uma área de interesse crescente, destacando-se o
papel importante do interferon (INF) permitindo-se dizer que a doença apresenta a
“assinatura do interferon”. (Nezos et al., 2015) Novas descobertas sobre a
imunidade inata também incluem defeito apoptótico na depuração celular,
interação entre os receptores de P2X7 e inflamassoma e o papel das células
I n t r o d u ç ã o | 4
epiteliais, tal como outros elementos pró-inflamatórias, na resposta imune. (Baldini
et al., 2015; Fragoulis et al., 2015; Luciano et al., 2015)
Evidências clínicas e experimentais suportam a importância dos linfócitos B na
patogênese da SSp. O fator ativador do linfócito B (BAAF) apresenta níveis
elevados no sangue, saliva e glândulas salivares desses pacientes. (Mariette et
al., 2003; Pers et al., 2005) Níveis de BAAF relacionam-se com altos níveis de
hipergamaglobulinemia e dos autoanticorpos anti-Ro/SSA e anti-La/SSB séricos e
também na formação de centros germinativos glandulares. (Mariette et al., 2003;
Gottenberg et al., 2005)
A ativação de células B inicialmente policlonal pode progredir para
linfoproliferação monoclonal com o desenvolvimento do linfoma. Estudos
demonstram risco relativo entre 16 a 44 de desenvolvimento de linfoma em
pacientes com SSp. (Kassan et al., 1978; Nocturne et al., 2014)
Critérios de classificação podem ser usados para garantir a padronização do
diagnóstico em pacientes que participam em estudos clínicos, e para facilitar a
análise dos resultados ea comparação de pacientes entre instituições. (Vitali et
al., 2016)
Entre 1988 e 1996, o Grupo Europeu de Estudo sobre critérios de
classificação para SS realizou um estudo multicêntrico cujos objetivos foram:
validar um questionário simples para sintomas de secura; selecionar os testes
mais sensíveis e específicos para o diagnóstico de SS; definir um conjunto de
critérios de classificação para esta doença; e, validar estes critérios definidos. Os
objetivos do estudo foram alcançados, com a colaboração de diferentes centros
europeus durante suas diversas fases e proporcionando um grande número de
pacientes e controles. (Vitali et al., 2016)
Os critérios de classificação Americano/Europeu de 2002 para a
classificação da SS (Quadro1.), têm sido utilizado em um grande número de
estudos clínicos e citado em livros texto de medicina interna e reumatologia. No
entando, nos últimos anos têm sofrido críticas e novos critérios foram idealizados
como os 2012, apesar disso, os critérios de classificação de 2002 serão mantidos
até que haja um consenso para a sua substituição. (Shiboski et al., 2012)
I n t r o d u ç ã o | 5
Quadro1. Critérios classificatórios internacionais revisados para SS/2002
1 - Sintomas oculares: uma resposta positiva para pelo menos uma das questões Você já teve olhos desconfortavelmente secos, diariamente, por mais de três meses?
Você tem sensação recorrente de areia ou cascalho nos olhos?
Você usa lágrimas artificiais mais do que três vezes ao dia?
2 - Sintomas orais: uma resposta positiva para pelo menos uma das questões Você já teve sensação diária de boca seca por mais de três meses?
Você costuma ter aumento persistente ou recorrente das glândulas salivares na idade adulta?
Você costuma beber líquidos para ajudar na deglutição de comidas secas?
3 - Sinais oculares – evidência objetiva do envolvimento ocular definido por pelo menos um dos testes positivo
Teste de Schirmer sem anestesia (≤ 5 mm em 5 minutos)
Escore de Rosa Bengala ou outro corante (≥ 4 de acordo com o sistema van Bijsterveld)
4 – Histopatologia Biópsia de glândulas salivares menores mostrando sialoadenite linfocítica focal, com escore focal
≥ 1
Escore focal: número de focos linfocitários contendo mais de 50 linfócitos por 4 mm2
de tecido glandular com mucosa acinar adjacente de aspecto normal
5 - Envolvimento de glândula salivar: evidência objetiva do envolvimento de glândula salivar pela positividade de pelo menos um dos seguintes testes
Fluxo salivar total não estimulado (≤ 1,5 ml em 15 min)
Sialografia de parótida com sialectasias (padrões puntato, cavitário ou destruído), sem
evidência de obstrução dos ductos maiores
Cintilografia salivar mostrando retardo na captação, baixa concentração e/ou atraso na
excreção do radiofármaco
6 – Autoanticorpos Presença do anticorpo anti-Ro/SSA e/ou anti-La/SSB
Regras para classificação SSp: presença de 4 dos 6 itens, contanto que o item 4 ou 6 seja positivo ou 3 dos 4 critérios objetivos. SSs: diagnóstico bem definido de outra doença do tecido conjuntivo, na presença dos itens 1 ou 2 associados a quaisquer 2 itens entre 3 e 5. Critérios de exclusão: história prévia de irradiação em cabeça/pescoço, infecção por hepatite C ou HIV, linfoma pré-existente, sarcoidose, doença do enxerto versus hospedeiro, uso de drogas anticolinérgicas.
Adaptado de Vitali et al., 2002
Essa síndrome caracteriza-se por secura das mucosas, principalmente
ocular e oral. (Shiboskiet al., 2012) A doença pode se estender além do
envolvimento das glândulas exócrinas e manifestações sistêmicas, incluindo
fadiga, artralgia/artrite, vasculite, alterações pulmonares, doença renal,
comprometimento neurológico, hepático e pancreático podem ocorrer, além
desses pacientes terem um risco aumentado para desenvolvimento de linfoma.
I n t r o d u ç ã o | 6
(Fox 2005; Quartuccio et al., 2014, Flament et al., 2016) Pacientes com SSp
apresentam amplo espectro de alterações nos exames laboratoriais, como
citopenias, hipergamaglobulinemia, presença de anti-Ro/SSA, anti-La/SSB, fator
antinuclear, fator reumatóide (FR), crioglobulinas e hipocomplementemia.
(Retamozo, 2012)
O tratamento da SS é multidisciplinar e envolve a participação de
educadores, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e médicos
(em geral reumatologistas, oftalmologistas, otorrinolaringologistas, neurologistas,
ginecologistas e hematologistas). Os objetivos do tratamento são: aliviar os
sintomas da síndrome seca e melhorar a qualidade de vida (prevenir ou retardar a
progressão da doença). (Thanou-Stavraki, James 2008; Tzioufas 2012) As
opções terapêuticas incluem principalmente medidas sintomáticas e de suporte.
(Ramos-Casals et al., 2010)
Imunossupressores e imunobiológicos (anti-fator de necrose tumoral) não
demontraram eficácia em ensaios clínicos randomizados realizados em pacientes
com SSp. (Skopouli et al., 1996; Mariette et al., 2004; van Woerkom et al., 2007)
O rituximab (RTX) é um anticorpo anti-CD20 quimérico, que conduz à
depleção de células B por diversos mecanismos. Há evidências de que esta droga
possa ser eficaz para o tratamento de SSp. (Thanou-Stavraki, James 2008) No
entanto, os resultados de estudos sobre a eficácia do RTX são controversos,
principalmente devido às diferentes manifestações clínicas. (Devauchelle-Pensec
et al., 2007; Thanou-Stavraki, James 2008; Ramos-Casals et al., 2010; Meiners et
al., 2011) Com objetivo de diminuir as incertezas com relação a efetividade do
RTX no tratamento da SSp resolvemos realizar uma revisão sistemática da
literatura.
2. MÉTODOS
M é t o d o s | 8
2.1 Desenho de estudo
Foi realizada uma revisão sistemática da literatura de acordo com a
metodologia da Cochrane Collaboration disponível no Cochrane Handbook of
Systematic Reviews of Interventions. (Higgins, Green 2011)
Inicialmente, elaborados um protocolo de pesquisa aprovado, sem
restrições, pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal de
São Paulo/Escola Paulista de Medicina e registrado na Plataforma Brasil do
Ministério da Saúde (Apêndice I).
2.2 Local
Estudo realizado no Programa de Pós-graduação em Saúde Baseada em
Evidências (PGSBE), Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de
São Paulo (UNIFESP).
2.3 Amostra
2.3.1 Tamanho da amostra
Foram incluídos todos os estudos encontrados com a estratégia de busca
especificada e que preencheram os critérios de inclusão especificados a seguir.
2.3.2 Critérios de inclusão
2.3.2.1 Tipos de estudos
Apenas ensaios clínicos randomizados que preencheram os critérios de
inclusão, independentemente do idioma e tipo de publicação.
Estudos “quase-randomizado”, coorte, caso-controle e transversal foram
excluídos.
M é t o d o s | 9
2.3.2.2 Tipos de participantes
Participantes com idade superior a 18 anos e com diagnóstico SSp
estabelecido de acordo com os Critérios de Classificação Americano-Europeu,
2002. (Vitali et al., 2002)
2.3.2.3 Tipos de intervenção
Considerou-se o uso de RTX como a intervenção e o uso de outras drogas
ou placebo como controle.
2.3.2.4 Tipos de desfechos
Para ser incluído, um estudo precisava apresentar pelo menos um dos
seguintes desfechos:
2.3.2.4.1 Desfechos primários
1. Função da glândula lacrimal, avaliados através do teste de Schirmer,
teste de lissamina verde, teste de fluoresceína, rosa bengala e escala
visual analógica para secura ocular (EVA secura ocular).
2. Função da glândula salivar, avaliada através do fluxo salivar e escala
visual analógica para secura oral (EVA secura oral).
3. Fadiga avaliada por meio da Functional Assessment of Chronic Illness
Therapy-Fatigue (FACIT-F), Profile of Fatigue and Discomfort
(PROFAD) e escala visual analógica (EVA fadiga).
4. Ocorrência de eventos adversos relatados pelos autores.
M é t o d o s | 10
2.3.2.4.2 Desfechos secundários
1. Qualidade de vida, avaliada através do questionário de qualidade de
vida Short Form-36 (SF-36) ou de outros instrumentos validados.
2. Atividade da doença, avaliada através do EULAR Sjögren’s Syndrome
Disease Activity Index (ESSDAI). (Serrano et al., 2013; Seror et al.,
2015)
3. Alterações nas variáveis laboratoriais (linfócitos B, imunoglobulina e
fator reumatóide).
4. Percepção dos sintomas, avaliada através do EULAR Sjögren’s
Syndrome Patient Reported Index (ESSPRI). (Seror et al., 2011)
2.4 Estratégia de busca dos estudos
Procuramos identificar todos os ECRs relevantes, independentemente do
idioma e do status de publicação (publicados, não publicados, em impressão, ou
em andamento).
Desenvolvemos estratégias de busca, incluindo os seguintes termos e
sinônimos: “rituximab”, “CD20 antibody rituximab”, “Mabthera”, “Roche brand of
rituximab”, “rituxan”, “Hoffmann-La Roche brand of rituximab”, “IDEC brand of
rituximab”, “Genentech brand of rituximab”, “IDEC-C2B8 antibody”, “IDEC-C2B8”,
“Sjogren's Syndrome”, “Sjogren Syndrome”, “Sjogrens Syndrome”, “Syndrome
Sjogren's”, “Sicca Syndrome” e “Syndrome Sicca”.
2.4.1 Busca eletrônica
Rodamos a estratégia de busca até dezembro de 2015 com filtros para
RCTs nas seguintes bases eletrônicas: Cochrane Central Register of Controlled
Trials (CENTRAL) (http://www.cochranelibrary.com/), MEDLINE (via PubMed)
M é t o d o s | 11
(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/), EMBASE (http://store.elsevier.com/) e
LILACS (http://lilacs.bvsalud.org/).
2.4.2 Busca manual
Realizamos busca manual nas listas de referências dos estudos relevantes
e busca em literatura médica através da Web of Science Proceedings. A busca
de ensaios em andamento e/ou não publicados foi realizada através das
seguintes bases: National Research Register, Early Warning System, Current
Controlled Trials, MRC Clinical Trials database, The US National Institutes of
Health Ongoing Trials Register (www.clinicaltrials.gov).
2.5 Seleção dos estudos
Dois autores (FBVS e GJMP) rastrearam os estudos de forma
independente. Através da leitura de títulos e resumos, avaliamos a elegibilidade
dos estudos identificados.
Os estudos classificados como possivelmente elegíveis, foram lidos em
texto completo e determinado à inclusão na revisão. Em caso de barreira da
língua, submeteríamos os artigos a um tradutor qualificado e em caso de
divergências de elegibilidade, um terceiro autor (VMFT) eliminaria a discordância.
Os estudos classificados como não elegíveis tiveram suas razões especificadas.
2.5.1 Análise da qualidade metodológica dos estudos
Para esta avaliação foi utilizada a tabela de risco de viés da Cochrane
Collaboration (Quadro 2.). (Higgins, Green 2011) De acordo com a tabela, a
classificação do risco de viés é feita da seguinte maneira: “Sim” = baixo risco de
viés; “Incerto” (não há informações suficientes para fazer o julgamento) = risco
incerto de viés (risco moderado); “Não” = alto risco de viés; para cada um dos
sete domínios: geração de sequência aleatória; ocultação da alocação;
cegamento dosparticipantes e profissionais; cegamento dos avaliadores dos
desfechos; desfechos incompletos; relato de desfecho seletivo e outras fontes de
viés.
M é t o d o s | 12
Cada ensaio clínico foi avaliado independentemente por dois revisores
(FBVS e GJMP). A concordância interobservadores das relações e qualidade
metodológica de cada estudo foi calculada através do teste estatístico de Kappa.
(Cohen, 1960) Em caso de divergências, um terceiro autor (VMFT) eliminaria a
discordância.
Quadro 2. Risco de viés (Cochrane Collaboration)
Critério Descrição Julgamento
Viés de seleção
1. Geração da
sequência
aleatória
A sequência de alocação foi gerada de maneira
adequada? Descreve o método utilizado para gerar
a sequência de alocação com detalhes suficientes?
Sim
Não
Incerto
Viés de seleção
2. Ocultação da
alocação
A ocultação da alocação foi adequada? Descreve o
método utilizado para ocultação da sequência de
alocação com detalhes suficientes para determinar
se a alocação da intervenção poderia ser
conhecida antes ou durante o acompanhamento?
Sim
Não
Incerto
Viés de performace
3. Cegamento dos
participantes e
profissionais
Descreve as medidas utilizadas para cegar os
participantes do estudo quanto à intervenção
recebida? O conhecimento da alocação da
intervenção foi adequadamente prevenido durante
o estudo? Informa se o mascaramentofoiefetivo?
Sim
Não
Incerto
Viés de detecção
4. Cegamento dos
avaliadores dos
desfechos
Descreve todas as medidas utilizadas para cegar
os avaliadores quanto à intervenção recebida pelos
participantes? Informa se o mascaramento foi
efetivo?
Sim
Não
Incerto
Viés de atrito
5. Desfechos
incompletos
Descreve todos os dados dos desfechos, incluindo
perdas e exclusões na análise? Quando há perdas
e exclusões, descreve o número em cada grupo de
intervenção e razões? As perdas no
seguimentoforam adequadamenterelatadas e
analisadas?
Sim
Não
Incerto
Viés de relato
6. Relatode desfecho
seletivo
Os resultados do estudo são livres de sugestão de
desfecho seletivo? Todos os desfechos propostos
inicialmente (e/ou relevantes) foram relatados?
Sim
Não
Incerto
M é t o d o s | 13
Outros viéses
7. Outrasfontes de
viés
O estudo está aparentemente livre de outros
problemas que possam levar a algum risco de
viés?
Sim
Não
Incerto
2.5.2 Extração de dados
Dois pesquisadores (FBVS e GJMP) extraíram os dados utilizando um
formulário padronizado que continha informações sobre os participantes,
intervenção, comparação, resultados e características do estudo (Anexo 1).
2.6 Análise estatística
Foram incluídos os dados avaliados na 24ª semana, partindo da linha de
base. Os programas de análise estatística contidos no pacote Review Manager
5.3.5, fornecido pela Cochrane Collaboration, foram utilizados.
Dados contínuos foram comparados como diferença de média (DM) ou
diferença de média padronizada (DMP), em caso de uso de ferramentas
diferentes para análise do mesmo defecho. Dados dicotômicos foram expressos
como risco relativo (RR) com respectivo intervalo de confiança (IC) de 95%.
Quando clinicamente significante, os dados dicotômicos foram convertidos em
número necessário para tratar (NNT), a partir da diferença de risco (DR), sendo
calculado como o inverso da diferença de risco.
Adotamos o valor de p ≤ 0.05 nos resultados dos desfechos clínicos.
(Higgins, 2002) A heterogeneidade estatística foi avaliada por meio do teste de
inconsitência (I2), variando de 0-100% incluindo o intervalo de confiança de 95%.
(Higgins, 2002). O I2 demonstra o percentual de variação total através dos
estudos causados por heterogeneidade e foi utilizado para julgar o grau de
consistência da evidência obtida.
Assumiu-se como heterogeneidade estatística quandoo I² fosse superior a
50%, utilizando para esses casos, modelo estatístico de efeito randômico. Para os
casos em que o valor de I² fosse menore que 50%, utilizamos o modelo estatístico
M é t o d o s | 14
de efeito fixo. Cabe ressaltar que o teste de heterogeneidade só é calculado
quando a metanálise contém dois ou mais estudos.
As possíveis fontes de heterogeneidade foram planejadas para serem
avaliadas por sensibilidade e análises de subgrupos como descrito a seguir. A
estratégia de teste do funil (“funnel plot”) foi planejada, mas não foi realizada
devido ao baixo número de estudos incluídos.
Quando possível, os dados dos estudos foram sumarizados em gráficos de
metanálise (síntese quantitativa), caso contrário, os resultados de cada estudo
foram apresentados individualmente e de modo narrativo (síntese qualitativa).
2.7 Análise de subgrupos
Planejamos executar análises de subgrupos para explorar as diferenças de
tamanho de efeito de acordo com as seguintes características:
• Comprometimento de um órgão específico;
• Protocolo de intervenção (ciclo, dosagem ou comparação com outras
drogas);
• Tempo da doença;
• Idade.
2.8 Análise de sensibilidade
Planejamos executar análises de sensibilidade com o propósito de explorar
a influência dos seguintes fatores sobre o efeito estimado:
1. Repetir a análise excluindo estudos não publicados;
2. Repetir a análise considerando a qualidade metodológica do estudo,
como especificado acima;
3. Repetir a análise excluindo todos os estudos muito longos ou muito
grandes para estabelecer quanto que eles dominam o resultado;
M é t o d o s | 15
4. Repetir a análise excluindo estudos que utilizassem os seguintes filtros:
critérios de diagnóstico, idioma da publicação, fonte de financiamento
(indústria versus outros) e país onde o estudo foi conduzido.
Na presente versão desta revisão não foi possível executar as análises de
subgrupos e de sensibilidade.
3. RESULTADOS DOS ESTUDOS INCLUÍDOS
R e s u l t a d o s d o s E s t u d o s I n c l u í d o s | 17
3.1 Descrição dos estudos
3.1.1 Estudos identificados
Foram identificados e selecionados 126 registros através da busca nas
bases eletrônicas de dados. Após leitura de título e resumo, 122 foram excluídos
por tratarem de assuntos não pertinentes ao estudo e quatro estudos (Dass et al.,
2008; Meijer et al., 2010; Devauchelle-Pensec et al., 2014; Bowman et al., 2015)
foram incluídos na análise qualitativa e quantitativa (metanálise) (Figura 1).
Nenhum estudo foi identificado na busca manual e literatura cinzenta.
Os estudos incluídos totalizaram 276 participantes, sendo 145 no grupo
RTX e 131 no grupo controle (placebo). Em todos os estudos incluídos (Dass et
al., 2008; Meijer et al., 2010; Devauchelle-Pensec et al., 2014; Bowman et al.,
2015) os pacientes foram randomizados para o grupo RTX (duas infusões 1g
RTX: dia 1 e dia 15, curso único) ou grupo controle (infusão de placebo).
Figura 1. Fluxograma dos estudos selecionados.
R e s u l t a d o s d o s E s t u d o s I n c l u í d o s | 18
3.1.2 Qualidade metodológica
A análise de cada estudo incluído foi realizada por dois examinadores de
maneira independente (GJMP e FBVS) através da ferramenta da Cochrane
Collaboration para avaliar o risco de viés (Figura 2). Em caso de discordância um
terceiro examinador seria solicitado (VFMT).
Entre os quatro estudos selecionados, três foram classificados como baixo
risco de viés (Meijer et al., 2010; Devauchelle-Pensec et al., 2014; Bowman et al.,
2015) e um estudo foi classificado como risco incerto de viés. (Dass et al., 2008)
Figura 2. Avaliação do risco de viés dos estudos incluídos.
3.1.3 Estudos excluídos
Foram excluídos 122 estudos após leitura de título e resumo. Os estudos
foram excluídos por mais de uma razão, sendo a causa mais comum a ausência
da associação entre a doença (SSp) e a intervenção (RTX) estabelecidos em
nossa revisão.
R e s u l t a d o s d o s E s t u d o s I n c l u í d o s | 19
3.1.4 Estudos incluídos
Quatro estudos atenderam aos nossos critérios de inclusão e foram
incluídos em nossas análises. (Dass et al., 2008; Meijer et al., 2010; Devauchelle-
Pensec et al., 2014; Bowman et al., 2015)
3.1.4.1 Desenho dos estudos incluídos
Os quatro estudos incluídos foram randomizados e controlados. A duração
dos ensaios incluídos variou entre 24 (Dass et al., 2008; Devauchelle-Pensec et
al., 2014) e 48 semanas. (Meijer et al., 2010; Bowman et al., 2015)
3.1.4.2 Tipos de participantes
Os quatro estudos incluídos totalizaram 276 participantes, sendo 145 no
grupo RTX e 131 no grupo controle (placebo). A amostragem nos estudos variou
de 17 (Dass et al., 2008) à 120 participantes (Devauchelle-Pensec et al., 2014),
com idade entre 18 a 80 anos, com diagnóstico SSp estabelecido de acordo com
os Critérios de Classificação Americano-Europeu, 2002. (Vitali et al., 2002)
3.1.4.3 Intervenções
Todos os estudos incluídos realizaram para o grupo RTX duas infusões de
1g RTX, no 1º e 15º dia ou infusão de placebo. Os dados foram analisados 24
semanas a partir da linha de base.
3.1.4.4 Dados faltantes
Utilizamos em nosso estudo técnicas de imputação de dados realizada
estimando o desvio-padrão a partir do erro-padrão e do valor de P informado nos
estudos obedecendo ao modelo proposto e recomendado pela Cochrane
Collaboration, com ferramentas disponíveis no programa Review Manager
(RevMan) (disponível em http://tech.cochrane.org/revman/download). (Higgins
2011)
R e s u l t a d o s d o s E s t u d o s I n c l u í d o s | 20
Nos casos que mesmo assim, não foi possível obter os dados para a
metanálise, os resultados foram apresentados de forma descritiva (síntese
qualitativa) e discutidos no texto principal da revisão.
3.1.5 Minimização do viés de seleção
Todos os estudos descreveram adequadamente os procedimentos de
randomização. (Dass et al., 2008; Meijer et al., 2010; Devauchelle-Pensec et al.,
2010; Bowman et al., 2015) O sigilo da alocação foi adequado em três estudos
(Meijer et al., 2010; Devauchelle-Pensec et al., 2010; Bowman et al., 2015) e
classificada como incerta para um dos estudos. (Dass et al., 2008)
3.1.6 Minimização do viés de perda
Perdas e exclusões foram descritas por todos. A abordagem de análise por
intenção de tratar foi realizada quando necessária.
3.1.7 Minimização do viés de detecção
Apenas um estudo relatou que os avaliadores dos desfechos não estiveram
cientes ao grupo para o qual os participantes foram alocados. (Devauchelle-
Pensec et al., 2014) Três estudos não descreveram se os avaliadores dos
desfechos estavam cientes quanto às alocações dos pacientes. (Dass et al.,
2008; Meijer et al., 2010; Bowman et al., 2015)
3.1.8 Avaliação da força da evidência (GRADE)
Para a graduação da força das evidências obtidas a partir desta revisão, foi
utilizada o GRADE (Grading of Recommendations Assessment, Development and
Evaluation), que classifica as evidências como tendo qualidade alta, moderada,
baixa ou muito baixa. (Guyatt et al., 2011) Os critérios para classificação levam
em consideração o desenho do estudo, o risco de viés, a inconsistência dos
dados, a subjetividade (“indirectness”, ou evidências indiretas), a imprecisão e o
viés de publicação. (Guyattet al., 2011)
4.RESULTADOS DA REVISÃO E METANÁLISE
R e s u l t a d o s d a R e v i s ã o e M e t a n á l i s e | 22
4.1 Desfechos primários
4.1.1 Função da glândula lacrimal
Três dos estudos incluídos avaliaram a função da glândula lacrimal através
do teste de Schirmer. (Dass et al., 2008; Meijer et al., 2010; Devauchelle-Pensec
et al., 2014) Dass et al.,(Dass et al., 2008) relataram que não houve nenhuma
mudança, mas não apresentaram seus resultados. Foram incluídos apenas dois
estudos (Meijer et al., 2010; Devauchelle-Pensec et al., 2014) na metanálise do
desfecho teste de Schirmer em 24 semanas. Meijer et al., (Meijer et al., 2010)
relataram melhora da função da glândula lacrimal no grupo RTX desde a linha de
base até a semana 48, no entanto, não encontraram diferenças entre os grupos
no teste de Schirmer. Devauchelle-Pensec et al., (Devauchelle-Pensec et al.,
2014) não encontraram efeitos de RTX em variáveis associadas à secura, tais
como os resultados para a produção lacrimal no teste de Schirmer. Realizamos
um modelo metanálise de efeito fixo (I2< 50%) para esse resultado e não
observamos diferenças estatisticamente significativas entre o grupo RTX e grupo
placebo na semana 24 (DM 3.59, IC 95%-2.89, 10.07; Figura 3).
Meijer et al., (Meijer et al., 2010) avaliaram a função da glândula lacrimal
através do teste lisamina verde e encontraram uma diferença significativa entre o
RTX e grupo placebo na semana 24 (DM -2.00, IC 95% -3.52, -0.48). Os autores
também relataram melhora das pontuações da EVA para secura ocular no grupo
RTX desde a linha de base até a semana 48, ao passo que a pontuação no grupo
placebo só apresentou melhora significativa após a semana 5. Houve uma
diferença significativa na alteração média de secura ocular avaliada através da
EVA entre os grupos desde o início até a semana 24 (DM -27.00, IC 95% -46.28, -
7.72), semana 36 (DM -24.0, IC 95% -44.5, -3.5) e semana 48(DM -30.00, IC 95%
- 47.01, -12.99).
R e s u l t a d o s d a R e v i s ã o e M e t a n á l i s e | 23
Figura 3. Rituximab X Placebo. Metanálise do desfecho teste de Schirmer na
semana 24.
4.1.2 Função da glândula salivar
Todos os estudos incluídos realizaram análise de dados do fluxo salivar.
(Dass et al., 2008; Meijer et al., 2010; Devauchelle-Pensec et al., 2014; Bowman
et al., 2015) Dass et al.,(Dass et al., 2008) relataram que não houve nenhuma
mudança, mas não apresentaram dados quantitativos, portanto, foram excluídos
desta metanálise. (Dass et al., 2008) Meijer et al., (Meijer et al., 2010) relataram
melhora de fluxo salivar no grupo RTX na semana 24 (DM 0.14, IC 95% 0.02,
0.26), enquanto Devauchelle-Pensec et al., (Devauchelle-Pensec et al., 2014) e
Bowman et al., (Bowman et al., 2015) não observaram diferenças significativas
entre o grupo RTX e placebo na semana 24 (DM 0.05, IC 95% -0.04, 0,14 e
DM0.17, IC 95% -0.07, 0.41, respectivamente). Realizamos uma metanálise da
taxa do fluxo salivar, com modelo de efeito fixo (I²< 50%), que demonstrou uma
diferença estatisticamente significativa entre os grupos a favor do grupo RTX na
semana 24 (DM 0.09, IC95% 0.02, 0.16; Figura 4).
Figura 4. Rituximab X Placebo. Metanálise do desfecho taxa do fluxo salivar na
semana 24.
R e s u l t a d o s d a R e v i s ã o e M e t a n á l i s e | 24
Dois dos estudos incluídos (Meijer et al., 2010; Bowman et al., 2015),
avaliaram secura da boca através da EVA. Meijer et al., (Meijer et al., 2010)
relataram melhora na pontuação da EVA para todos os sintomas de secura oral
no grupo de RTX. Eles encontraram uma diferença média estatisticamente
significativa entre os grupos na semana 24 (DM -30.00, IC 95% -50.50 a -9.50).
Foi realizada uma metanálise de efeito randômico (I² > 50%) para esse desfecho
e não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos
na semana 24 (DM -13.47, IC 95% -42.82 a 15.89; Figura 5). Bowman et al.,
(Bowman et al., 2015) também avaliaram secura da boca através de taxas de
porcentagem da EVA e não encontraram diferenças significativas entre os grupos
(RR 0.93, IC 95% 0.45-1.93).
Segundo a abordagem GRADE, a metanálise do desfecho secura da boca
avaliada através da EVA apresentou qualidade de evidência muito baixa.
Figura 5. Rituximab X Placebo. Metanálise do desfecho secura oral (EVA) na
semana 24.
4.1.3 Fadiga
Três dos estudos incluídos avaliaram a fadiga através de EVA. Dass et al.,
(Dass et al., 2008), Devauchelle-Pensec et al., (Devauchelle-Pensec et al., 2014)
e Bowman et al., (Bowman et al., 2015). Estabelecemos para esse estudo, uma
melhora de até 30% da EVA como o objetivo primário. Não foram encontradas
diferenças significativas entre os grupos na metanálise de melhora de até 30% da
fadiga através da EVA na semana 24 (RR 1.12, IC 95% 0.75 a 1.66; Figura 6). No
entanto, os resultados de Devauchelle-Pensec et al., (Devauchelle-Pensec et al.,
2014) indicaram uma resposta favorável ao RTX na semana 6 (RR 3.98, IC95%
1.61 a 9.82; Figura 6) e na semana 16 (RR 3.08, IC 95% 1.21 a 7.80; Figura 6).
R e s u l t a d o s d a R e v i s ã o e M e t a n á l i s e | 25
Bowman et al., (Bowman et al., 2015), também relataram resultados de fadiga
através da pontuação média da EVA (0-100mm, sendo 100=grave) e não
encontraram diferenças significativas entre os grupos (DM 5.0, IC 95% -3.37 a
13.37). Apenas Dass et al., (Dass et al., 2008) avaliaram o desfecho fadiga
através do questionário SF-36 e os autores relataram que houve uma melhora
significativano domínio fadiga no grupo RTX na semana 24 (p = 0,009), mas não
no grupo placebo (p = 0,087).
Foi avaliada a qualidade da evidência através da abordagem GRADE.
(Guyatt et al., 2011) A metanálise do teste de Schirmer apresentou qualidade
moderada. As metanálises relecionadas à taxa de fluxo salivar e melhora da
fadiga de até 30% através da EVA apresentaram evidências de baixa qualidade.
Figura 6. Rituximab X Placebo. Metanálise do desfecho melhor a de até 30% da
fadiga avaliada através da EVA na semana 24.
4.1.4 Eventos adversos
Todos os estudos incluídos relataram efeitos adversos. Reações
relacionadas à infusão, como calafrio, erupção cutânea macular e púrpura foram
R e s u l t a d o s d a R e v i s ã o e M e t a n á l i s e | 26
mais frequentes no grupo RTX, assim como transtornos gastrintestinais,
respiratórios e alterações musculoesqueléticas. No entanto, Meijer et al., (Meijer
et al., 2010) e Devauchelle-Pensec et al., (Devauchelle-Pensec et al., 2014)
encontraram taxas de infecção similares entre os grupos RTX e placebo.
Meijer et al. (Meijer et al., 2010) e Devauchelle-Pensec et al., (Devauchelle-
Pensec et al., 2014) também relataram, respectivamente, que um e dois pacientes
do grupo RTX desenvolveram púrpura dentro de 15 dias após a infusão de RTX.
Devauchelle-Pensec et al., (Devauchelle-Pensec et al., 2014) relataram uma
ocorrência no grupo placebo.
Devauchelle-Pensec et al., (Devauchelle-Pensec et al., 2014) também
relataram eventos adversos como falta de ar, tosse seca, espirros ou irritação na
garganta em sete pacientes RTX, e encontraram uma diferença significativa entre
os grupos na proporção de doentes com pelo menos um distúrbio respiratório 24
horas após a infusão (p = 0,014). Apenas um desses eventos foi considerado
grave e todos os pacientes melhoraram após diminuição da infusão, ou a
interrupção do tratamento. Um paciente no grupo do placebo apresentou um
ataque de asma 15 dias após a infusão. (Devauchelle-Pensec et al., 2014)
Devauchelle-Pensec et al., (Devauchelle-Pensec et al., 2014) relataram
dois diagnósticos de câncer no grupo RTX durante as investigações: um no dia 7
a partir da linha de base (carcinoma de células escamosas da pele) e outro no dia
38 (câncer de mama, e a paciente foi à óbito um ano após a inclusão no estudo).
Um paciente do grupo placebo foi diagnosticado com carcinoma basocelular
superficial 125 dias após a inclusão no estudo. (Devauchelle-Pensec et al., 2014)
Bowman et al., (Bowman et al. 2015) relataram ocorrência de mais eventos
adversos no grupo RTX do que no placebo (325 RTX e 275 placebo). No entanto,
os eventos adversos considerados graves eram iguais entre os grupos (10 RTX e
10 placebo). Os autores também relataram apenas uma reação à infusão
considerada grave (grupo RTX) e um anafilaxia grave (grupo placebo).
Eventos adversos graves ocorreram em 25 participantes do grupo RTX
(Dass et al., 2008; Devauchelle-Pensec et al., 2014; Bowman et al. 2015) e em 18
participantes do grupo placebo. (Devauchelle-Pensec et al., 2014; Bowman et al.
2015) Foi realizada uma metanálise de efeito fixo (I2< 50%) para este resultado e
R e s u l t a d o s d a R e v i s ã o e M e t a n á l i s e | 27
não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos (RR 1.33, IC 95%
0.77 a 2.30; Figura7). Esta metanálise apresentou evidências de baixa qualidade
segundo a abordagem GRADE. (Guyattet al., 2011)
Figura7. Rituximab X Placebo. Metanálise do desfecho eventos adversos graves
na semana 24.
4.2 Desfechos secundários
4.2.1 Qualidade de vida
Três dos estudos incluídos (Dass et al., 2008; Meijer et al., 2010;
Devauchelle-Pensec et al., 2014) avaliaram a qualidade de vida através do
questionário de saúde SF-36, mas os resultados foram reportados de formas
diferentes. Meijer et al., (Meijer et al., 2010) relataram apenas a pontuação total
do SF-36 e segundo os autores, não encontraram diferenças significativas entre
os grupos dede o início até a semana 48 (DM -5.00, IC 95% -17.15 a 7.15). Dass
et al., (Dass et al., 2008) apenas relataram a ocorrência de melhora no domínio
da saúde mental.
Devauchelle-Pensec et al., (Devauchelle-Pensec et al., 2014) descreveu o
score do domínio saúde mental e domínio físico, mas não mencionou a pontuação
total do SF-36. Os autores não encontraram diferenças significativas entre os
grupos no domínio físico na semana 24 (DM 0.60, IC 95% -16.90 a 18.10). Devido
à heterogeneidade entre os estudos, foi realizada uma metanálise de efeito
randômico (I2> 50%) dos resultados do domínio saúde mental na semana 24 e
não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos (DM 10.85, IC
95% -15.26 a 36.97; Figura 8). Esta metanálise apresentou evidências de baixa
qualidade segundo a abordagem GRADE. (Guyattet al., 2011)
R e s u l t a d o s d a R e v i s ã o e M e t a n á l i s e | 28
Figura 8. Rituximab X Placebo. Metanálise do questionário SF-36 domínio saúde
mental na semana 24.
4.2.2 Atividade da doença
Devauchelle-Pensec et al., (Devauchelle-Pensec et al., 2014) e Bowman et
al., (Bowman et al., 2015) avaliaram a atividade da doença através da ESSDAI.
Foi realizada uma metanálise para este resultado e não foram encontradas
diferenças significativas entre o RTX e grupo placebo (DM -0.30, IC 95% -1.40 a
0.79; Figura 9). De acordo com a abordagem GRADE, esta metanálise
apresentou evidências de baixa qualidade. (Guyatt et al., 2011)
Figura 9. Rituximab X Placebo. Metanálise do desfecho atividade da doença
avaliada através da ESSDAI na semana 24.
4.2.3 Alterações nas variáveis laboratoriais
Dass et al., (Dass et al., 2008) demonstraram que, em termos de
resultados laboratoriais, houve uma diferença significativa na redução do FR na
semana 24 favorável ao grupo RTX (DM 45, IC 95% 3.62 a 86.38). Devauchelle-
Pensec et al., (Devauchelle-Pensec et al., 2014) mencionaram que iriam analisar
R e s u l t a d o s d a R e v i s ã o e M e t a n á l i s e | 29
o desfecho FR como resultado secundário, no entanto, o resultado não foi
apresentado no estudo.
Apenas Meijer et al., (Meijer et al., 2010) descreveram a análise do número
de células B e observaram uma redução expressiva na média do número absoluto
de células B após a primeira infusão de RTX sem alterações significativas no
grupo do placebo. Os autores também encontraram diferenças estatisticamente
significativas entre os grupos para esse desfecho desde linha de base até
semanas 5, 12, 24, 36 e 48 (DM -0.23, IC 95% -0.31 a -0.15).
Dois estudos avaliaram os níveis de imunoglobulina. (Dass et al., 2008;
Devauchelle-Pensec et al., 2014) Dass et al., (Dass et al., 2008) relataram uma
diferença na redução percentual favorável ao RTX (p = 0,05). Devauchelle-
Pensec et al., (Devauchelle-Pensec et al., 2014) encontraram uma redução
significativa IgM no grupo RTX (DM 0.30, IC 95% 0.13 a 0.47).
4.2.4 Percepção dos sintomas
Apenas Bowman et al., (Bowman et al., 2015) avaliaram a percepção dos
sintoma através do ESSPRI e não encontraram diferenças significativas entre o
RTX e grupos placebo (DM 0.50, IC95% -0.19 a 1.19).
5. DISCUSSÃO
D i s c u s s ã o | 31
O número de artigos publicados sobre o anticorpo quimérico anti-CD20
(RTX) no tratamento da SSp vêm crescendo ao londo do tempo. No entanto, a
maioria dos estudos identificados são relatos ou série de casos. Dos estudos
encontrados, apenas quatro preencheram os critérios de inclusão para nosso
estudo, sendo que um dos estudos (Bowman et al., 2015) foi publicado na forma
de resultados preliminares. Carubbi et al. (Carubbi et al., 2013) publicaram um
estudo comparando o RTX versus imunossupressores e encontraram resultados
favoráveis ao RTX. No entanto, devido a aspectos metodológicos, este estudo
não pôde ser incluído nesta revisão.
Até o momento, o tratamento da SSp incluiu apenas medidas sintomáticas
e de suporte. ECRs com imunossupressores tradicionais não mostraram eficácia
no tratamento desta doença multisistêmica. (Dross et al., 1986; Skopouli et al.,
1996; Price et al., 1998; van Woerkom et al., 2007; Gottenberg et al., 2014)
Devemos também levar em consideração que essa resposta insatisfatória em
parte, pode ser devido ao tempo para a realização do diagnóstico, tornando
muitas lesões irreversíveis e não responsivas aos tratamentos propostos até
então.
O conhecimento sobre a frequência de características sistêmicas graves, a
probabilidade de evolução para doenças linfoproliferativas (Zintzaras et al., 2005),
o progresso no reconhecimento do papel das citocinas (tais como IFN-γ e IL-2)
concomitante com a ativação anormal da célula B demonstra ser uma
possibilidade de novas medidas terapêuticas. (Groom et al., 2002; Mariette et al.,
2003; Szodoray et al., 2004)
Pacientes com SSp apresentam hiperatividade das células B, o que sugere
um papel importante destas células na patogênese da síndrome. (Groom et al.,
2002; Mariette et al., 2003) Sabe-se que o RTX atua diretamente contra estas
células, e é considerado um tratamento potencial para SSp.
Ainda não há um consenso sobre o melhor intervalo de tempo para avaliar
a eficácia do tratamento SSp. (Devauchelle-Pensec et al., 2014) Consideramos
um período de tratamento de 24 semanas para análise dos resultados, uma vez
que este intervalo foi comum a todos os estudos incluídos.
D i s c u s s ã o | 32
As manifestações sistêmicas não foram avaliadas nos estudos e o período
de acompanhamento foi curto, não sendo possível analisar fatores de prognóstico
da doença. Nossos principais resultados foram sobre a função da glândula ocular,
salivar e fadiga. Dois estudos (Devauchelle-Pensec et al., 2014; Bowman et al.,
2015) avaliaram a atividade da doença e não encontraram diferenças
significativas entre os grupos. A ação do RTX na redução dos níveis séricos de
FR e de células B foi demonstrada por Dass et al. (Dass et al., 2008) e Meijer et
al. (Meijer et al., 2010), respectivamente.
Os pacientes com SSp possuem alta incidência de linfoma não-Hodgkin e
linfomas, principalmente na mucosa. (Ioannidis et al., 2002; Voulgarelis et al.,
2012) O uso de RTX, associada ou não à quimioterapia, parece ser uma opção
para o tratamento nesses casos de complicações da SSp. (Voulgarelis et al.,
2012) Entrentanto, uma vez que os estudos incluídos não relataram a presença
de pacientes com linfoma, não foi possível concluir sobre este aspecto.
Um aumento significativo do risco de efeitos adversos, principalmente
reações à infusão e distúrbios respiratórios foram observados para os
participantes submetidos ao tratamento com RTX em comparação com os que
receberam placebo em todos os estudos incluídos. No entanto, as taxas de
infecção foram semelhantes entre os grupos em três estudos (Dass et al., 2008;
Meijer et al., 2010; Devauchele-Pensec et al.,2014) e a ocorrência de eventos
adversos considerados graves também. (Bowman et al., 2015)
Esta avaliação destaca a dificuldade e inadequação da investigação na
SSp uma vez que existem apenas alguns estudos randomizados comparando a
eficácia destra droga em relação ao placebo ou outras drogas. Os estudos
incluídos apresentaram desfechos semelhantes, no entanto, a avaliação dos
resultados ainda necessita de padronização, por esse motivo, em nosso estudo,
não foi possível realizar uma análise de sensibilidade ou subgrupos.
Dentre as limitações do estudo podemos citar a avaliação de apenas um
ciclo de tratamento com RTX, o número de participantes incluídos, mesmo nas
metanálises, e ausência da análise para eficácia em diferentes manifestações
sistêmicas. Em relação aos benefícios observados, somente os resultados para o
desfecho fluxo salivar demonstraram evidência de melhora, e RTX demonstrou
D i s c u s s ã o | 33
ser uma droga segura uma vez que não houve diferenças na presença de eventos
adversos graves, comparados ao grupo placebo. No entanto para efeito de
segurança o tempo de 24 semanas pode não ser o mais adequado, períodos de
seguimento mais longos são necessários. Para a prática clínica, é necessário
ponderar os benefícios e malefícios desta intervenção no tratamento da SSp.
6. CONCLUSÕES
C o n c l u s õ e s | 35
De acordo com evidências de qualidade moderada, o tratamento com um
único curso de RTX em pacientes com SSp apresenta efeito discreto para
melhorar a função da glândula lacrimal. Evidências de baixa qualidade indicam o
potencial desta droga para melhorar o fluxo salivar e de acordo com evidências de
baixa qualidade, não foram observadas diferenças na avaliação após 24 semanas
relativas à redução de fadiga (30% da EVA), ocorrência de eventos adversos
graves, melhora da qualidade de vida e atividade da doença. Com nível de
evidência muito baixo nível, não houve melhora na avaliação da secura oral
através da EVA.
7. ANEXOS
A n e x o s | 37
Anexo 1. Formulário de extração de dados.
Data collect ion form
Intervention review – RCTs
This form can be used as a guide for developing your own data extraction form. Sections can be expanded and added, and irrelevant sections can be removed. It is difficult to design a single form that meets the needs of all reviews, so it is important to consider carefully the information you need to collect, and design your form accordingly. Information included on this form should be comprehensive, and may be used in the text of your review, ‘Characteristics of included studies’ table, risk of bias assessment, and statistical analysis.
Notes on using a data extraction form:
Be consistent in the order and style you use to describe the information for each
report.
Record any missing information as unclear or not described, to make it clear that
the information was not found in the study report(s), not that you forgot to
extract it.
Include any instructions and decision rules on the data collection form, or in an
accompanying document. It is important to practice using the form and give
training to any other authors using the form.
Review title or ID
Study ID (surname of first author and year first full report of study was published e.g. Smith 2001)
Report ID
Report ID of other reports of this study
Notes
General Information
Date form completed (dd/mm/yyyy)
Name/ID of person extracting data
Reference citation
Study author contact details
Publication type (e.g. full report, abstract, letter)
Notes:
A n e x o s | 38
Study eligibility
Study Characteristics
Eligibility criteria:
Eligibility criteria met?
Location in text or source (pg & ¶/fig/table/other) Yes No
Unclear
Type of study Randomised Controlled Trial
Cluster or Cross-over study
Participants
Diagnostic criteria for the participants
Participants older than 18 years and established pSS diagnosis according to the Classification Criteria American-European, 2002. (Vitali et al., 2002)
Types of intervention
RTX versus another drugs or placebo
Types of outcome measures
INCLUDE
EXCLUDE
Reason for exclusion
Notes:
DO NOT PROCEED IF STUDY EXCLUDED FROM REVIEW
Characteristics of included studies
Methods
Descriptions as stated in report/paper
Location in text or source (pg & ¶/fig/table/other)
Aim of study (e.g. efficacy, equivalence, pragmatic)
Design(e.g. parallel, crossover, non-RCT)
A n e x o s | 39
Unit of allocation (by individuals, cluster/ groups or body parts)
Start date
End date
Duration of participation (from recruitment to last follow-up)
Ethical approval needed/ obtained for study
Yes No Unclear
Notes:
Participants
Description: Participants older than 18 years and established pSS diagnosis according to the Classification Criteria American-European, 2002. (Vitali et al., 2002)
Location in text or source (pg & ¶/fig/table/other)
Population description (from which study participants are drawn)
Setting (including location and social context)
Inclusion criteria
Exclusion criteria
Method of recruitment of participants (e.g. phone, mail, clinic patients)
Informed consent obtained
Yes No Unclear
Total no. randomised (or total pop. at start of study for NRCTs)
A n e x o s | 40
Clusters (if applicable, no., type, no. people per cluster)
Baseline imbalances
Withdrawals and exclusions (if not provided below by outcome)
Age
Sex
Race/Ethnicity
Severity of illness
Co-morbidities
Other relevant sociodemographics
Subgroups measured
Subgroups reported
Notes:
Outcomes Copy and paste table for each outcome. Outcome 1
lacrimal gland function (evaluated through the Schirmer test, lissamine green or fluorescin test and VAS)
Description as stated in report/paper
Location in text or source (pg & ¶/fig/table/other)
Outcome name
Time points measured (specify whether from start or end of intervention)
Time points reported
Outcome definition (with diagnostic criteria if relevant)
Person measuring/ reporting
Unit of measurement (if relevant)
A n e x o s | 41
Scales: upper and lower limits (indicate whether high or low score is good)
Is outcome/tool validated?
Yes No Unclear
Imputation of missing data (e.g. assumptions made for ITT analysis)
Assumed risk estimate (e.g. baseline or population risk noted in Background)
Power (e.g. power & sample size calculation, level of power achieved)
Notes:
Outcome 2
salivary gland function (evaluated through salivary flow rate and VAS)
Description as stated in report/paper
Location in text or source (pg & ¶/fig/table/other)
Outcome name
Time points measured (specify whether from start or end of intervention)
Time points reported
Outcome definition (with diagnostic criteria if relevant)
Person measuring/ reporting
Unit of measurement (if relevant)
Scales: upper and lower limits (indicate whether high or low score is good)
A n e x o s | 42
Is outcome/tool validated?
Yes No Unclear
Imputation of missing data (e.g. assumptions made for ITT analysis)
Assumed risk estimate (e.g. baseline or population risk noted in Background)
Power (e.g. power & sample size calculation, level of power achieved)
Notes:
Outcome 3
Fatigue (evaluated through the Functional Assessment of Chronic Illness Therapy-Fatigue (FACIT-F), VAS and the Profile of Fatigue and Discomfort (PROFAD)).
Description as stated in report/paper
Location in text or source (pg & ¶/fig/table/other)
Outcome name
Time points measured (specify whether from start or end of intervention)
Time points reported
Outcome definition (with diagnostic criteria if relevant)
Person measuring/ reporting
Unit of measurement (if relevant)
Scales: upper and lower limits (indicate whether high or low score is good)
Is outcome/tool validated?
Yes No Unclear
A n e x o s | 43
Imputation of missing data (e.g. assumptions made for ITT analysis)
Assumed risk estimate (e.g. baseline or population risk noted in Background)
Power (e.g. power & sample size calculation, level of power achieved)
Notes:
Outcome 4
adverse events reported by authors
Description as stated in report/paper
Location in text or source (pg & ¶/fig/table/other)
Outcome name
Time points measured (specify whether from start or end of intervention)
Time points reported
Outcome definition (with diagnostic criteria if relevant)
Person measuring/ reporting
Unit of measurement (if relevant)
Scales: upper and lower limits (indicate whether high or low score is good)
Is outcome/tool validated?
Yes No Unclear
Imputation of missing data (e.g. assumptions made for ITT analysis)
A n e x o s | 44
Assumed risk estimate (e.g. baseline or population risk noted in Background)
Power (e.g. power & sample size calculation, level of power achieved)
Notes:
Risk of Bias assessment
See Chapter 8 of the Cochrane Handbook. Additional domains may be added for non-randomised studies.
Domain Risk of bias Support for judgement (include direct quotes where available with explanatory comments)
Location in text or source (pg & ¶/fig/table/other)
Low High Unclear
Random sequence generation (selection bias)
Allocation concealment (selection bias)
Blinding of participants and personnel (performance bias)
Outcome group: All/
(if separate judgement by outcome(s) required)
Outcome group:
Blinding of outcome assessment (detection bias)
Outcome group: All/
(if separate judgement by outcome(s) required)
Outcome group:
Incomplete outcome data (attrition bias)
Outcome group: All/
(if separate judgement by outcome(s) required)
Outcome group:
A n e x o s | 45
Selective outcome reporting? (reporting bias)
Other bias
Notes:
Data and analysis
Copy and paste the appropriate table for each outcome, including additional tables for each time point and subgroup as required. Dichotomous outcome
Description as stated in report/paper
Location in text or source (pg & ¶/fig/table/other)
Comparison
Outcome
Subgroup
Time point (specify from start or end of intervention)
Results Intervention Comparison
No. with event
Total in group
No. with event
Total in group
Any other results reported (e.g. odds ratio, risk difference, CI or P value)
No. missing participants
Reasons missing
No. participants moved from other group
Reasons moved
Unit of analysis (by individuals, cluster/groups or body parts)
A n e x o s | 46
Statistical methods used and appropriateness of these (e.g. adjustment for correlation)
Reanalysis required? (specify, e.g. correlation adjustment)
Yes No Unclear
Reanalysis possible? Yes No Unclear
Reanalysed results
Notes:
For RCT/CCT Continuous outcome
Description as stated in report/paper
Location in text or source (pg & ¶/fig/table/other)
Comparison
Outcome
Subgroup
Time point (specify from start or end of intervention)
Post-intervention or change from baseline?
Results Intervention Comparison
Mean SD (or other variance, specify)
No. participants
Mean SD (or other variance, specify)
No. Participants
Any other results reported (e.g. mean difference, CI, P value)
No. missing participants
Reasons missing
A n e x o s | 47
No. participants moved from other group
Reasons moved
Unit of analysis (individuals, cluster/ groups or body parts)
Statistical methods used and appropriateness of these (e.g. adjustment for correlation)
Reanalysis required? (specify)
Yes No Unclear
Reanalysis possible? Yes No Unclear
Reanalysed results
Notes:
Continuous outcome
Description as stated in report/paper
Location in text or source (pg & ¶/fig/table/other)
Comparison
Outcome
Subgroup
Time point (specify from start or end of intervention)
Post-intervention or change from baseline?
Results Intervention Comparison
Mean SD (or other variance, specify)
No. participants
Mean SD (or other variance, specify)
No. participants
A n e x o s | 48
Any other results reported (e.g. mean difference, CI, P value)
No. missing participants
Reasons missing
No. participants moved from other group
Reasons moved
Unit of analysis (individuals, cluster/ groups or body parts)
Statistical methods used and appropriateness of these (e.g. adjustment for correlation)
Reanalysis required? (specify)
Yes No Unclear
Reanalysis possible? Yes No Unclear
Reanalysed results
Notes:
Other outcome
Description as stated in report/paper
Location in text or source (pg & ¶/fig/table/other)
Comparison
Outcome
Subgroup
A n e x o s | 49
Time point (specify from start or end of intervention)
No. participants Intervention Control
Results Intervention result
SE (or other variance)
Control result
SE (or other variance)
Overall results SE (or other variance)
Any other results reported
No. missing participants
Reasons missing
No. participants moved from other group
Reasons moved
Unit of analysis (by individuals, cluster/groups or body parts)
Statistical methods used and appropriateness of these
Reanalysis required? (specify)
Yes No Unclear
Reanalysis possible? Yes No Unclear
Reanalysed results
Notes:
A n e x o s | 50
Other information
Description as stated in report/paper
Location in text or source (pg & ¶/fig/table/other)
Key conclusions of study authors
References to other relevant studies
Correspondence required for further study information(from whom, what and when)
Notes:
Definitions
Assumed risk estimate An estimate of the risk of an event or average score without the
intervention, used in Cochrane 'Summary of findings tables'. If a study provides useful estimates of the risk or average score of different subgroups of the population, or an estimate based on a representative observational study, you may wish to collect this information.
Bias A systematic error or deviation in results or inferences from the truth. In studies of the effects of health care, the main types of bias arise from systematic differences in the groups that are compared (selection bias), the care that is provided, exposure to other factors apart from the intervention of interest (performance bias), withdrawals or exclusions of people entered into a study (attrition bias) or how outcomes are assessed (detection bias). Reviews of studies may also be particularly affected by reporting bias, where a biased subset of all the relevant data is available.
Change from baseline A measure for a continuous outcome calculated as the difference between the baseline score and the post-intervention score.
Clusters A group of participants who have been allocated to the same intervention arm together, as in a cluster-randomised trial, e.g. a whole family, town, school or patients in a clinic may be allocated to the same intervention rather than separately allocating each individual to different arms.
Co-morbidities The presence of one or more diseases or conditions other than those of primary interest. In a study looking at treatment for one disease or condition, some of the individuals may have other diseases or conditions that could affect their outcomes.
A n e x o s | 51
Compliance Participant behaviour that abides by the recommendations of a doctor, other health care provider or study investigator (also called adherence or concordance).
Contemporaneous data collection
When data are collected at the same point(s) in time or covering the same time period for each intervention arm in a study (that is, historical data are not used as a comparison).
Exclusions Participants who were excluded from the study or the analysis by the investigators.
Imputation Assuming a value for a measure where the true value is not available (e.g. assuming last observation carried forward for missing participants).
Integrity of delivery The degree to which the specified procedures or components of an intervention are delivered as originally planned.
Post-intervention The value of an outcome measured at some time point following the beginning of the intervention (may be during or after the intervention period).
Power In clinical trials, power is the probability that a trial will obtain a statistically significant result when the true intervention effect is a specified size. For a given size of effect, studies with more participants have greater power. Note that power should not be considered in the risk of bias assessment.
Providers The person or people responsible for delivering an intervention and related care, who may or may not require specific qualifications (e.g. doctors, physiotherapists) or training.
Quasi-randomised controlled trial
A study in which the method of allocating people to intervention arms was not random, but was intended to produce similar groups when used to allocate participants. Quasi-random methods include: allocation by the person's date of birth, by the day of the week or month of the year, by a person's medical record number, or just allocating every alternate person.
Reanalysis Additional analysis of a study's results by a review author (e.g. to introduce adjustment for correlation that was not done by the study authors).
Report ID A unique ID code given to a publication or other report of a study by the review author (e.g. first author's name and year of publication). If a study has more than one report (e.g. multiple publications or additional unpublished data) a separate Report ID can be allocated to each to help review authors keep track of the source of extracted data.
Sociodemographics Social and demographic information about a study or its participants, including economic and cultural information, location, age, gender, ethnicity, etc.
A n e x o s | 52
Study ID A unique ID code given to an included or excluded study by the review author (e.g. first author's name and year of publication from the main report of the study). Although a study may have multiple reports or references, it should have one single Study ID to help review authors keep track of all the different sources of information for a study.
Theoretical basis The use of a particular theory (such as theories of human behaviour change) to design the components and implementation of an intervention
Unit of allocation The unit allocated to an intervention arm. In most studies individual participants will be allocated, but in others it may be individual body parts (e.g. different teeth or joints may be allocated separately) or clusters of multiple people.
Unit of analysis The unit used to calculate N in an analysis, and for which the result is reported. This may be the number of individual people, or the number of body parts or clusters of people in the study.
Unit of measurement The unit in which an outcome is measured, e.g. height may be measured in cm or inches; depression may be measured using points on a particular scale.
Validation A process to test and establish that a particular measurement tool or scale is a good measure of that outcome.
Withdrawals Participants who voluntarily withdrew from participation in a study before the completion of outcome measurement.
Sources: Cochrane Collaboration Glossary, 2010.Available from http://www.cochrane.org/training/cochrane-handbook. Higgins JPT, Green S (editors). Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Interventions Version 5.1.0 [updated March 2011]. The Cochrane Collaboration, 2011.Available from www.cochrane-handbook.org. Last JM (editor), A Dictionary of Epidemiology, 4th Ed. New York: Oxford University Press, 2001. Schünemann H, Brożek J, Oxman A, editors. GRADE handbook for grading quality of evidence and strength of recommendation. Version 3.2 [updated March 2009]. The GRADE Working Group, 2009. Available from http://www.cc-ims.net/gradepro.
A n e x o s | 53
Anexo 2. Artigos incluídos na revisão.
A n e x o s | 54
A n e x o s | 55
A n e x o s | 56
A n e x o s | 57
A n e x o s | 58
A n e x o s | 59
A n e x o s | 60
A n e x o s | 61
A n e x o s | 62
A n e x o s | 63
A n e x o s | 64
A n e x o s | 65
A n e x o s | 66
A n e x o s | 67
A n e x o s | 68
A n e x o s | 69
A n e x o s | 70
A n e x o s | 71
A n e x o s | 72
A n e x o s | 73
A n e x o s | 74
A n e x o s | 75
A n e x o s | 76
A n e x o s | 77
A n e x o s | 78
A n e x o s | 79
A n e x o s | 80
A n e x o s | 81
A n e x o s | 82
A n e x o s | 83
A n e x o s | 84
8. REFERÊNCIAS
R e f e r ê n c i a s | 86
Alamanos Y, Tsifetaki N, Voulgari PV, Venetsanopoulou AI, Siozos C, Drosos AA.
Epidemiology of primary Sjögren's syndrome in north-west Greece, 1982–
2003.Rheumatology (Oxford). 2006;45(2):187–91.
Alunno A, Carubbi F, Bistoni O, Caterbi S, Bartoloni E, Mirabelli G, Cannarile
F, Cipriani P, Giacomelli R, Gerli R. T regulatory and T helper 17 cells in primary
Sjögren’s syndrome: Facts and perspectives. Mediators Inflamm.
2015;2015:243723.
Atallah NA, Castro AA. Revisão sistemática e metanálises: Evidências para
melhores decisões clínicas. São Paulo: Lemos Editorial; 1998. Disponível em
URL:http://www.epm.br/cochrane/bestevidence.htm
Baldini C, Rossi C, Ferro F, Santini E, Seccia V, Donati V, Solini A..The P2X7
receptor-inflammasome complex has a role in modulating the inflammatory
response in primary Sjögren’s syndrome. J Intern Med. 2013;274(5):480–9.
Bowman SJ, Ibrahim GH, Holmes G,Hamburger J, Ainsworth JR.Estimating the
prevalence among Caucasian women of primarySjögren’s syndrome in two
general practices in Birmingham, UK. Scand J Rheumatol 2004;33(1):39–43.
Bowman S, Everett C, BombardieriM, Busch R, Emery P, Hall F, PeaseCT,
PitzalisC, Price E, Dawson L, Smith P, Sutcliffe N, Wan-Fai Ng, Fernandez C,
Ruddock S, Sharples L, Reynolds C, Pavitt S. Preliminary Results of a double
blind randomised trial of rituximab anti-B-cell therapy in patients with primary
Sjögrens syndrome [abstract]. Arthritis Rheumatol. 2015;67(suppl 10).
CarubbiF, Cipriani P, MarrelliA, Benedetto P, Ruscitti P, Berardicurti O, Pantano
I, Liakouli V, Alvaro S, Alunno A, Manzo A, Ciccia F, Gerli R, Triolo G,Giacomelli
R.Efficacy and safety of rituximab treatment in early primary Sjögren's syndrome:
a prospective, multi-center,follow-up study. Arthritis Res Ther. 2013;15(5):R172.
R e f e r ê n c i a s | 87
Chaigne B, Lasfargues G, Marie I, Hüttenberger B, Lavigne C, Marchand-Adam
S, Maillot F, Diot E. Primary Sjögren’s syndrome and occupational risk factors: a
case-control study. J Autoimmun 2015;60:80–5.
Cohen J. A coefficient of agreement for nominal scales.Educational and
Psychological Measurement. 1960;20:37-46.
DassS, BowmanSJ, VitalEM, IkedaK, PeaseCT, Hamburger J, Richards A, Rauz
S, Emery P. Reduction of fatigue in Sjögren syndrome with rituximab: results of a
randomised, double-blind, placebo-controlled pilot study. Ann Rheum Dis.
2008;67(11):1541–4.
DeeksJJ, HigginsJPT, Altman DG. Chapter 9: Analysing data and undertaking
meta-analyses. In: Higgins JPT, Green S (editors). Cochrane Handbook for
Systematic Reviews of Interventions Version 5.1.0 [updated March 2011]. The
Cochrane Collaboration, 2011.Available from www.cochranehandbook.org.
Devauchelle-PensecV, PennecY, Morvan J, PersJO, DaridonC, Jousse-Joulin
S,Roudaut A, Jamin C, Renaudineau Y, Roué IQ, Cochener B, Youinou P,Saraux
A.Improvement of Sjögren's syndrome after two infusions of rituximab (anti-
CD20).Arthritis Rheum. 2007;57(2):310– 7.
Devauchelle-PensecV, MarietteX, Jousse-JoulinS, Berthelot JM, Perdriger A,
Puéchal X, Le Guern V, Sibilia J, Gottenberg JE, Chiche L, Hachulla E,Hatron
PY, Goeb V, Hayem G, Morel J, Zarnitsky C, Dubost JJ, Pers JO, Nowak
E, Saraux A.Treatment of Primary Sjögren syndrome with rituximab. Ann Intern
Med. 2014;160(4):233–42.
DrososAA, Skopouli FN, GalanopoulouVK, KitridouRC, Moutsopoulos HM.
Cyclosporin a therapy in patients with primary Sjögren's syndrome: results at one
year. Scand J Rheumatol Suppl. 1986;61:246–9.
R e f e r ê n c i a s | 88
Flament T, Bigot A, Chaigne B, Henique H, Diot E, Marchand-Adam
S.Pulmonary manifestations of Sjögren's syndrome.Eur Respir Rev. 2016;
25(140):110-23.
Fox RI. Sjögrensyndrome. Lancet. 2005;366(9482):321–31.
Fragoulis GE, Vakrakou AG, Papadopoulou A, Germenis A, Kanavakis
E, Moutsopoulos HM, Manoussakis MN.Impaired degradation and aberrant
phagocytosis of necrotic cell debris in the peripheral blood of patients with primary
Sjögren’s syndrome. J Autoimmun. 2015;56:12–22.
Gottenberg JE, Busson M, Cohen-Solal J, Lavie F, Abbed K, Kimberly RP, Sibilia
J, Mariette X.Correlation of serum B lymphocyte stimulator and beta2
microglobulin with autoantibody secretion andsystemic involvement in primary
Sjogren's syndrome.Ann Rheum Dis. 2005 Jul;64(7):1050-5.
Gottenberg JE, Ravaud P, Puéchal X, Le Guern V, Sibilia J, Goeb V, Larroche
C, Dubost JJ, Rist S, Saraux A, Devauchelle-Pensec V, Morel J,Hayem G, Hatron
P, Perdriger A, Sene D, Zarnitsky C, Batouche D, Furlan V, Benessiano
J, Perrodeau E, Seror R, Mariette X. Effects of hydroxychloroquine on
symptomatic improvement in primary Sjogren syndrome: the JOQUER
randomized clinical trial. JAMA.2014;312(3):249–58.
Gougerot H. Insuffisance progressive et atrophie des glandes salivaires et
muqueuses de la bouche, desconjonctives (et parfois des muqueuses nasale,
laryngée, vulvaire) sécheresse de la bouche, des conjonctives, etc).Bull
Méd.1926;40:360–8.
Groom J, KalledSL, CutlerAH, OlsonC, WoodcockSA, Schneider P,Tschopp
J, Cachero TG, Batten M, Wheway J, Mauri D, Cavill D, Gordon TP, Mackay
CR, Mackay F. Association of BAFF/BLyS over expression and altered B cell
differentiation with Sjogren's syndrome. J Clin Invest. 2002;109(1):59–68.
Guyatt GH, Oxman AD, Vist GE, Kunz R, Falck-Ytter Y, Alonso-
CoelloP, Schünemann HJ,GRADE Working Group. GRADE: an emerging
R e f e r ê n c i a s | 89
consensus on rating quality of evidence and strength of recommendations. BMJ.
2008;336(7650):924-6.
Guyatt G, Oxman AD, Akl EA, Kunz R, Vist G, Brozek J, Norris S, Falck-Ytter
Y, Glasziou P, DeBeer H, Jaeschke R, Rind D, Meerpohl J, Dahm P,Schünemann
HJ. GRADE guidelines: 1. Introduction-GRADE evidence profiles and summary of
findings tables. J Clin Epidemiol. 2011;64(4):383-94.
Higgins JP, Thompson SG.Quantifying heterogeneity in a meta-analysis. Stat
Med. 2002;21(11):1539-58.
Higgins JP, AltmanDG, Sterne JAC. Chapter 8: Assessing risk of bias in included
studies. In: Higgins JPT, Green S (editors). Cochrane Handbook for Systematic
Reviews of Interventions Version 5.1.0 [updated March 2011]. The Cochrane
Collaboration, 2011.Available from www.cochrane-handbook.org.
Higgins JPT, Green S (editors). Cochrane Handbook for Systematic Reviews of
Interventions Version 5.1.0 [updated March 2011]. The Cochrane Collaboration,
2011.Available from www.cochrane-handbook.org.
Ioannidis JP, Vassiliou VA, Moutsopoulos HM. Long‐term risk of mortality and
lymphoproliferative disease and predictive classification of primary
Sjögren'ssyndrome.Arthritis Rheum. 2002;46(3):741–7.
Kassan SS, Thomas TL, Moutsopoulos HM, Hoover R, Kimberly RP, Budman
DR, Costa J, Decker JL, Chused TM. Increased risk of lymphoma in sicca
syndrome. Ann Intern Med. 1978;89(6):888-92.
Kassan SS, Moutsopoulos HM. Clinical manifestations and early diagnosis of
Sjögren’s syndrome. Arch Intern Med. 2004;164(12):1275–84.
Kornitzer JM, Kimura Y, Janow GL. Primary Sjögren syndrome in a Child with
neuromyelitis optica spectrum disorder.J Rheumatol. 2016;43(6):1260-1.
R e f e r ê n c i a s | 90
Luciano N, Valentini V, Calabrò A, Elefante E, Vitale A, Baldini C, Bartoloni E.One
year in review 2015: Sjögren’s syndrome. Clin Exp Rheumatol. 2015;33(2):259–
71.
Mariette X, RouxS, ZhangJ, BengoufaD, LavieF, Zhou T, Kimberly R. The level of
BLyS (BAFF) correlates with the titre of autoantibodies in human Sjogren's
syndrome. Ann Rheum Dis. 2003; 62(2):168–71.
Mariette X, Ravaud P, Steinfeld S, Baron G, Goetz J, Hachulla E, Combe
B, Puéchal X, Pennec Y, Sauvezie B, Perdriger A, Hayem G, Janin A, Sibilia
J.Inefficacy of infliximab in primary Sjögren's syndrome: results oftherandomized,c
ontrolledTrialofRemicadeinPrimarySjögren'sSyndrome(TRIPSS).Arthritis
Rheum. 2004; 50(4):1270-6.
Mason AM, GumpelJM, Golding PL. Sjögren's syndrome--a clinical review. Semin
Arthritis Rheum.1973;2(4):301–31.
Meijer JM, MeinersPM, VissinkA, SpijkervetFK, AbdulahadW, Kamminga N,
Brouwer E, Kallenberg CG, Bootsma H. Effectiveness of rituximab rreatment in
primary Sjögren’s syndrome: a randomized, double-blind, placebo-controlled trial.
Arthritis Rheum. 2010;62(4): 960–8.
MeinersPM, VissinkA, KallenbergCG, KroeseFG, Bootsma H. Treatment of
primary Sjögren's syndrome with anti-CD20 therapy (rituximab). A feasible
approach or just a starting point?ExpertOpin Biol Ther. 2011;11(10):1381–94.
Morgan WS, Castleman B.A clinicopathologic study of Mikulicz’s disease. Am J
Pathol. 1953;29(3):471–503.
MoutsopoulosHM, Youinou P. New developments in Sjögren'ssyndrome.Curr Opin
Rheumatol.1991;3(5):815–22.
Nezos A, Gravani F, Tassidou A, Kapsogeorgou EK, Voulgarelis M, Koutsilieris
M, Crow MK, Mavragani CP. Type I and II interferon signatures in Sjogren’s
R e f e r ê n c i a s | 91
syndrome pathogenesis: contributions in distinct clinical phenotypes and Sjogren’s
related lymphomagenesis. J Autoimmun 2015;63:47–58.
Nocturne G,Mariette X. Sjögren Syndrome-
associatedlymphomas:anupdateonpathogenesisandmanagement. Br J
Haematol. 2015;168(3):317-27.
Pers JO, d'Arbonneau F, Devauchelle-Pensec V, Saraux A, Pennec YL, Youinou
P. Is periodontal disease mediated by salivary BAFF in Sjögren's syndrome?
Arthritis Rheum. 2005; 52(8):2411-4.
Plesivcnik Novljan M, RozmanB, Hocevar A, Grmek M, Kveder T, Tomsic M.
Incidence of primary Sjögren's syndrome in Slovenia. Ann Rheum Dis.
2004;63(7):874–76.
Price EJ, RigbySP, ClancyU, Venables PJ. A double blind placebo controlled trial
of azathioprine in the treatment of primary Sjögren's syndrome. J Rheumatol.
1998;25(5):896–9.
Quartuccio L, Isola M, Baldini C, Priori R, Bartoloni Bocci E, Carubbi F, Maset
M, Gregoraci G, Della Mea V, Salvin S, De Marchi G, Luciano N,Colafrancesco
S, Alunno A, Giacomelli R, Gerli R, Valesini G, Bombardieri S, De Vita
S.Biomarkers of lymphoma in Sjögren’s syndrome and evaluation of thelymphoma
risk in prelymphomatous conditions: results of a multicenter study. J Autoimmun.
2014;51:75–80.
Ramos-Casals M, Tzioufas AG, Stone JH, Sisó A, Bosch X. Treatment of Primary
Sjögren’s syndrome: a systematic review. JAMA. 2010;304(4):452–60.
RetamozoS, Brito-Zerón P, GandiaM, PallarésL, Ramos-Casals M. Immunological
Tests in Primary Sjögren Syndrome.Springer.2012;401–16.
Seror R, Ravaud P, Bowman SJ, Baron G, Tzioufas A, Theander E, Gottenberg
JE, Bootsma H, Mariette X, Vitali C; EULAR Sjögren's Task Force.EULAR
Sjögren’s syndrome disease activity index: development of a consensus systemic
R e f e r ê n c i a s | 92
disease activity index for primary Sjögren’s syndrome. Ann Rheum Dis.
2010;69(6):1103–9.
Seror R, Ravaud P, Mariette X, Bootsma H, Theander E, Hansen A, Ramos-
Casals M, Dörner T, Bombardieri S, Hachulla E, Brun JG, Kruize AA, Praprotnik
S, Tomsic M, Gottenberg JE, Devauchelle V, Devita S, Vollenweider C, Mandl
T, Tzioufas A, Carsons S, Saraux A, Sutcliffe N, Vitali C, Bowman SJ; EULAR
Sjögren's Task Force. EULAR Sjögren’s Syndrome Patient Reported Index
(ESSPRI): development of a consensus patient index for primary Sjögren’s
syndrome. Ann Rheum Dis. 2011;70:968–72.
Seror R, Theander E, Brun JG, Ramos-Casals M, Valim V, Dörner T, Bootsma
H, Tzioufas A, Solans-Laqué R, Mandl T, Gottenberg JE,Hachulla E, Sivils KL, Ng
WF, Fauchais AL, Bombardieri S, Valesini G, Bartoloni E, Saraux A, Tomsic
M, Sumida T, Nishiyama S,Caporali R, Kruize AA, Vollenweider C, Ravaud
P, Vitali C, Mariette X, Bowman SJ; EULAR Sjögren's Task Force. Validation of
EULAR primary Sjögren's syndrome disease activity (ESSDAI) and patient
indexes (ESSPRI).Ann Rheum Dis. 2015 May;74(5):859-66.
Serrano EV, Valim V, Miyamoto ST, Giovelli RA, Paganotti MA, Cadê NV.
Transcultural adaptation of the "EULAR Sjögren's Syndrome Disease Activity
Index (ESSDAI)" into Brazilian Portuguese.Rev Bras Reumatol. 2013; 53(6):483-
93.
Shiboski SC, Shiboski CH, Criswell L,Baer A, Challacombe S, Lanfranchi H,
Schiødt M, Umehara H, Vivino F, Zhao Y, Dong Y, Greenspan D, Heidenreich AM,
Helin P, Kirkham B, Kitagawa K, Larkin G, Li M, Lietman T, Lindegaard J,
McNamara N, Sack K, Shirlaw P, Sugai S, Vollenweider C, Whitcher J, Wu
A,Zhang S, Zhang , GreenspanJ,DanielsT;Sjögren's International Collaborative
Clinical Alliance (SICCA) Research Groups. American College of Rheumatology
classification criteria forSjögren’s syndrome: a data-driven, expert consensus
approach in the Sjögren’s International Collaborative Clinical Alliance cohort.
Arthritis Care Res. 2012;64(4):475–87.
R e f e r ê n c i a s | 93
Skopouli FN, Jagiello P, Tsifetaki N, Moutsopoulos HM. Methotrexate in primary
Sjögren's syndrome. Clin Exp Rheumatol. 1996;14(5): 555–8.
Szodoray P, Alex P, Brun JG, Centola M, Jonsson R. Circulating cytokines in
primary Sjogren's syndrome determined by a multiplex cytokine array system.
Scand J Immunol. 2004;59(6):592–9.
Thanou-Stavraki A, James JA. Primary Sjögren's syndrome: current and
prospective therapies. SeminArthritis Rheum. 2008;37(5):273–92.
Tzioufas AG, Kapsogeorgou EK, Manoussakis MN, Moutsopoulos HM.
Pathogenetic Aspects of Primary Sjögren’s Syndrome.Springer. 2012;33–53.
Tzioufas AG, Vlachoyiannopoulos PG. Sjogren’s syndrome: an update on clinical,
basic and diagnostic therapeutic aspects. J Autoimmun. 2012;39:(1–2):1–3.
van Woerkom JM, Kruize AA, Geenen R, van Roon EN, Goldschmeding R,
Verstappen SM, van Roon JA, Bijlsma JW. Safety and efficacy of leflunomide in
primary Sjögren's syndrome: a phase II pilot study. Ann Rheum Dis.
2007;66(8):1026–32.
Vitali C, Bombardieri S, Moutsopoulos HM, Balestrieri G, Bencivelli W, Bernstein
RM, Bjerrum KB, Braga S, Coll J, de Vita S, Drosos AA, Ehrenfeld M, Hatron PY,
Hay EM, Isenberg DA, Janin A, Kalden JR, Kater L, Konttinen YT, Peter J.
Maddison FRCP,Ravinder N. Maini FRCP, Rolf Manthorpe MD,Olivier Meyer
MD,Pierantonio Ostuni MD, Yvon Pennec MD, Jan U. Prause MD,Andrea
Richards MD, Bernard Sauvezie MD, Morten Schiødt DDS,Maria Sciuto
MD,Crispian Scully MD,Yehuda Shoenfeld MD,Fotini N. Skopouli MD,Josef S.
Smolen MD,Michael L. Snaith MD,Moshe Tishler MD,Silvano Todesco MD,Guido
Valesini MD,Patrick J. W. Venables MRCP,Marie J. Wattiaux MD, Pierre Youinou
MD. Preliminarycriteria for the classification of Sjögren’s syndrome.Results of a
prospectiveconcerted action supported by the European Community.Arthritis
Rheum.1993;36(3):340–7.
R e f e r ê n c i a s | 94
Vitali C, Bombardieri S, Moutsopoulos HM, Coll J, Gerli R, Hatron PY, Kater
L, Konttinen YT, Manthorpe R, Meyer O, Mosca M, Ostuni P, Pellerito RA,Pennec
Y, Porter SR, Richards A, Sauvezie B, Schiodt M, Sciuto M, Shoenfeld Y, Skopouli
FN, Smolen JS, Soromenho F, Tishler M, Wattiaux MJ. Assessment of the
European classification criteria for Sjögren’ssyndrome in a series of clinically
defined cases: Results of a prospectivemulticentre study. The European Study
Group on Diagnostic Criteria for Sjögren's Syndrome.Ann Rheum Dis.
1996;55(2):116–21.
Vitali C, Bombardieri S, Jonsson R, Moutsopoulos HM, Alexander EL, Carsons
SE, DanielsTE,FoxPC, Fox RI, KassanSS, PillemerSR,TalalN, Weisman MH,
European Study Group on Classification Criteria for Sjögren's Syndrome.
Classification criteria for Sjögren's syndrome: a revised version of the European
criteria proposed by the American-European Consensus Group. Ann. Rheum Dis.
2002;61(6):554–8.
Voulgarelis M, Ziakas PD, Papageorgiou A, Baimpa E, Tzioufas AG,
Moutsopoulos HM. Prognosis and outcome of non-Hodgkin lymphoma in primary
Sjögren syndrome. Medicine (Baltimore).2012;91(1):1–9.
Yi MK, Choi WJ, Han SW, Song SH, Lee DH, Kyung SY, Han SH.
Overlap syndrome with Sjögren's syndrome and systemic sclerosis in steel rolling
mill worker: a case report. AnnOccup Environ Med. 2016;2;28:24.
Zintzaras E, Voulgarelis M, Moutsopoulos HM. The risk of lymphoma development
in autoimmune diseases: a meta-analysis. Arch Intern Med. 2005;165(20): 2337–
44.
ABSTRACT
A b s t r a c t
BACKGROUND: Primary Sjögren's Syndrome (pSS) is a systemic autoimmune
disease that involves the exocrine glands and internal organs. pSS leads to
destruction and loss of secretory function due to intense lymphoplasmacytic
infiltration. Therapeutic options include mainly symptomatic and supportive
measures, and traditional immunosuppressant drugs have shown no effectiveness
in randomized trials. Rituximab (RTX) is a chimeric antibody anti-CD20 that leads
to B cell depletion by diverse mechanisms. There is evidence that this drug may
be effective for treating pSS. The objective of this systematic review was to
evaluate Rituximabeffectiveness and safety for treating pSS.
METHODS AND FINDINGS: We conducted a systematic review of RCTs
published until December 2015, with no language restriction. We registered a
protocol on PlataformaBrasil (40654814.6.0000.5505) and developed search
strategies for the following scientific databases: MEDLINE, EMBASE, CENTRAL
and LILACS. We included adults with established pSS diagnosis and considered
the use ofRTX as intervention and the use of other drugs or placebo as control.
Four studies met our eligibility criteria: three with low risk of bias and one with
uncertain risk of bias. The total number of participants was 276 (145 RTX, 131
placebo). We assessed the risk of bias of each included study and evaluated the
following as primary outcomes: lacrimal gland function, salivary gland function,
fatigue improvement and adverse events. We found no significant differences
between the groups in the Schirmer test at week 24 meta-analysis (MD 3.59, 95%
CI -2.89 to 10.07). Only one study evaluated the lissamine green test and reported
a statistically significant difference between the groups at week 24 (MD -2.00, 95%
CI -3.52 to -0.48). There was a significant difference between the groups regarding
salivary flow rate (MD 0.09, 95% CI 0.02 to 0.16) and improvement in fatigue VAS
at weeks 6 (RR 3.98, 95% CI 1.61 to 9.82) and week 16 (RR 3.08, 95% CI 1.21 to
7.80).
CONCLUSIONS: According to moderate quality evidence, the treatment with a
single RTX course in patients with SSp presents discrete effect for improving
lacrimal gland function. Low-quality evidence indicates the potential of this drug for
improving salivary flow. According to low quality evidence, no differences were
observed in the evaluation after 24 weeks regarding fatigue reduction (30% VAS),
serious adverse events occurrence, quality of life improvement and disease
activity. With a very low level of evidence, there was no improvement in oral
dryness VAS evaluation.
APÊNDICE
A p ê n d i c e
Apêndice 1. Registro na Plataforma Brasil e aprovação no Comitê de ética e pesquisa local.
A p ê n d i c e
A p ê n d i c e
A p ê n d i c e
A p ê n d i c e
Apêndice 2. Artigo elaborado após conclusão dessa tese e publicado na
revista PLOS one (open access).
Disponível em: http://dx.plos.org/10.1371/journal.pone.0150749
A p ê n d i c e
A p ê n d i c e
A p ê n d i c e
A p ê n d i c e
A p ê n d i c e
A p ê n d i c e
A p ê n d i c e
A p ê n d i c e
A p ê n d i c e
A p ê n d i c e
A p ê n d i c e
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
B i b l i o g r a f i a C o n s u l t a d a
Esta tese foi formatada de acordo com as seguintes orientações:
Livro "Como escrever sua tese". Autoras: Edna Terezinha Rother e
Maria Elisa Rangel Braga.
DECS - descritores em ciências da saúde.
Para abreviatura dos títulos de periódicos internacionais,
consultamos: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/
Top Related