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Harmonizar o conhecimento sobre os efeitos secundários biomédicos do doping

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NÍVEL ELEVADO A Versão de Nível Elevado do material de formação assume um conhecimento básico no campo das substâncias dopantes. O material foca apenas os efeitos secundários no corpo humano. Se for pretendido um conhecimento básico sobre o tópico de prevenção de doping, deve trabalhar primeiro com as Versões do Nível Básico e/ou Médio do material de formação. Além disso, gostaríamos de mencionar e recomendar que o Manual do Congresso “Biomedical Side Effects of Doping” (Efeitos Secundários Biomédicos do Doping) contém informação detalhada além deste documento, que também pode ser utilizada como informação base para a apresentação da Versão de Nível Elevado. Download gratuito do Manual do Congresso: www.dopingprevention.sp.tum.de/index.php?id=45 DIAPOSITIVO 2: A Agência Mundial Antidoping (AMA) define o Código Mundial Antidoping do seguinte modo: “Um dos feitos mais importantes, até à data, na luta contra o doping no desporto foi a redacção, aceitação e implementação de um conjunto de regulamentos antidoping uniforme, o Código Mundial Antidoping (Código). O Código é o documento principal que fornece o suporte para políticas, regras e regulamentos antidoping harmonizados entre as organizações desportivas e as autoridades públicas. Funciona em conjunto com quatro Normas Internacionais com o objectivo de fazer a harmonização entre as organizações antidoping em várias áreas. Em testes, laboratórios, isenções de utilização terapêutica (TUE) e a Lista de Substâncias e Métodos Proibidos. …”. Pode fazer download da descrição completa e de todo o documento em http://www.wada-ama.org/en/dynamic.ch2?pageCategory.id=250. A imagem mostra: Estrutura global da política antidoping pela Agência Mundial Antidoping, de acordo com o Código Mundial Antidoping. • AMA e o Código Mundial Antidoping (“O Código”)

regulador/observador internacional e de monitorização independente da luta global contra o doping no desporto e sua estrutura (“O Código”).

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• COI (Comité Olímpico Internacional), IPC (Comité Paralímpico Internacional), IF (Federação Internacional de Desporto)

responsável pelo processo de teste e sanções. • Governos

apoio financeiro, político e estrutural e muito mais. • O NOC (Comité Olímpico Nacional), NPC (Comité Paralímpico Nacional) e IF

(Federação Nacional de Desporto) devem concordar com a implementação do Código.

• NADO (Organização Nacional Antidoping), RADO (Organização Regional Antidoping)

responsável por testar os atletas nacionais dentro e fora da competição e adjudicando as violações dos regulamentos antidoping e educação antidoping.

• Atletas e Companhia em conformidade com o Código.

• LAB (Laboratórios) analisar os testes de controlo de doping.

• CAS (Tribunal Arbitral do Desporto) facilita o estabelecimento de disputas relacionadas com o desporto.

DIAPOSITIVO 3: De acordo com o Código Mundial Antidoping, estão definidas as seguintes violações de regulamentos: 2.1 A presença de uma Substância Proibida ou seus Metabolitos ou

Marcadores numa Amostra corporal de um Atleta. 2.2 Utilização ou Tentativa de Utilização de uma Substância ou um Método

Proibido. 2.3 Recusa ou falha sem apresentar justificação em submeter uma recolha de

Amostra depois da notificação como autorizado nos regulamentos antidoping aplicáveis ou, de outro modo, fugir à recolha de Amostra.

2.4 Violação dos requisitos aplicáveis de acordo com a disponibilidade do Atleta para Testes Fora de Competição incluindo a falha em fornecer o local da informação e testes em falta, que são declarados com base em regulamentos razoáveis.

2.5 Falsificação ou Tentativa de falsificação de qualquer parte do Controlo de Doping.

2.6 Posse de Substâncias e Métodos Proibidos … 2.7 Tráfico de qualquer Substância ou Método Proibido.

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2.8 Administração ou Tentativa de administração de uma Substância Proibida ou Método Proibido para qualquer Atleta, ou assistir, encorajar, ser cúmplice, encobrir ou qualquer outro tipo de cumplicidade que envolva qualquer violação de regulamento antidoping ou qualquer Tentativa de violação.

O Código Mundial Antidoping de 2003 e o seu conteúdo original estão disponíveis em: http://www.wada-ama.org/en/dynamic.ch2?pageCategory.id=250. DIAPOSITIVO 4: A “Lista Proibida” da Agência Mundial Antidoping está disposta do seguinte modo: Substâncias sempre proibidas (proibição dentro e fora da competição) S1. Agentes anabólicos S2. Hormonas e substâncias relacionadas S3 Beta-agonistas 2 S4. Antagonistas de hormona e moduladores S5. Diuréticos e outros agentes de camuflagem Métodos sempre proibidos (proibição dentro e fora da competição) M1. Melhoria da transferência de oxigénio M2. Manipulação química e física M3. Doping genético Substâncias e métodos proibidos em competição S6. Estimulantes S7. Narcóticos S8. Canabinóides S9. Glucocorticosteróides Substâncias proibidas em desportos específicos P1. Álcool (por ex. proibido no tiro com arco, desportos automóveis, motorizados, et al.) P2. Betabloqueantes (por ex. proibidos nas corridas de trenó, ski e snowboard [salto, estilo livre, halfpipe], luta livre)

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A lista é actualizada e publicada anualmente. Pode fazer o download da Lista Proibida actualmente disponível em www.wada-ama.org/en/dynamic.ch2?pageCategory.id=370. DIAPOSITIVO 5: A conformidade do regulamento Antidoping é controlada por procedimentos de teste que deparam todos os atletas com conjuntos de testes especiais. As federações internacionais de desporto devem criar um conjunto de testes para os seus atletas de nível internacional, em que as organizações nacionais antidoping devem criar um conjunto de testes registado para os atletas nacionais. O procedimento de teste chama-se “teste alvo”, o que significa que os atletas não são escolhidos aleatoriamente. Além disso, existe um teste em competição (para substâncias e métodos proibidos na competição) e um teste fora da competição (para substâncias e métodos proibidos fora da competição). O procedimento de teste está dividido em duas formas: Um é o teste de aviso prévio e o outro é o teste sem aviso prévio, que deve ser o preferido. Se um teste for anunciado, deve ser realizado dentro do máximo de seis horas. No caso de um teste sem aviso prévio deve passar menos de uma hora depois da abordagem. Dentro desta hora, os atletas que vão ser testados devem estar sob controlo constante. O Código Mundial Antidoping de 2003 e o seu conteúdo original sobre o procedimento de teste estão disponíveis em: http://www.wada-ama.org/en/dynamic.ch2?pageCategory.id=250. DIAPOSITIVO 6: As amostras de controlo de doping são, por um lado, amostras de urina, e por outro lado, amostras de sangue. A maioria das amostras ainda são amostras de urina. Contudo, cada vez mais amostras de sangue (duas amostras A- e B- de três mililitros de sangue) são realizadas para controlar a ausência de substâncias ou métodos proibidos. Actualmente, a maioria das amostras de sangue são utilizadas para o controlo do estado de saúde dos atletas (por ex. aumento de hematócritos em esquiagem cross-country maior risco de hipertensão arterial e eventos tromboembólicos).

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DIAPOSITIVO 7: De acordo com as Directrizes de Isenção de Utilização Terapêutica da AMA, a definição é a seguinte: Uma Isenção de Utilização Terapêutica (TUE) é uma autorização para tomar uma Substância Proibida sob condições bem definidas e restritas. Deve ser feita uma candidatura para um TUE, de acordo com a Norma Internacional para TUE. Deve ser obtida uma TUE para a utilização de qualquer Substância que esteja na Lista Proibida. Dependendo da própria Substância e da rota de administração..., pode ser concedida quer uma TUE padrão ou uma TUE Abreviada (ATUE). Todos os atletas que precisem de tratamento médico que inclua uma Substância Proibida ou Método e estejam sujeitos a Testes devem obter uma TUE da sua respectiva Organização Antidoping (ADO). Para obter a aprovação para uma TUE, os atletas devem possuir uma condição médica bem documentada, apoiada por dados médicos de confiança e relevantes. Os quatro critérios que devem ser preenchidos para conceder uma TUE estão indicados na NormaInternacional para TUE: 1. O atleta deve sofrer de uma debilitação significativa para a saúde, caso a

Substância Proibida ou Método Proibido tenha de ser evitado no curso do tratamento de uma condição médica aguda ou crónica (Artigo 4.2 da Norma Internacional para TUE).

2. A utilização terapêutica da Substância Proibida ou Método Proibido não deve produzir nenhuma melhoria adicional ao desempenho além daquilo que pode ser antecipado pelo retorno ao estado de saúde normal depois do tratamento de uma condição médica legítima. A utilização de qualquer Substância Proibida ou Método Proibido para aumentar os níveis “baixos normais” de qualquer hormona endógena não é considerada uma intervenção terapêutica aceitável (Artigo 4.3. da NormaInternacional para TUE). Como 'melhoria de desempenho’ deve entender-se: o regresso pelo atleta ao nível de desempenho possuído antes de ocorrer a condição médica tratada. Significa que pode ocorrer uma determinada melhoria do desempenho individual, devido à eficácia do tratamento, mas não pode ir além do nível de desempenho que o atleta possuía antes da sua condição médica.

3. Não existe nenhuma alternativa terapêutica razoável para a utilização de outro modo da Substância Proibida ou Método Proibido (Artigo 4.4. da Norma Internacional para TUE). Devem ser retidos dois pontos para alternativas terapêuticas razoáveis: - Apenas as medicações válidas e referenciadas são consideradas alternativas. -. A definição do que é válido e referenciado pode variar de acordo com os diferentes países. Estas diferenças devem ser tomadas em consideração, por ex. um

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medicamento pode ser registado num país especial e não no outro ou ainda estar em fase de testes, etc.

4. A necessidade da utilização de outro modo da Substância Proibida ou Método Proibido não pode ser uma consequência, total ou parcialmente de utilização não terapêutica anterior de qualquer substância que esteja na Lista Proibida (Artigo 4.5. da Norma Internacional para TUE). Uma TUE só deve ser concedida se forem cumpridos todos os quatro critérios.

Pode fazer download da informação completa sobre Isenções de Utilização Terapêutica (TUE) em: www.wada-ama.org/en/dynamic.ch2?pageCategory.id=373. DIAPOSITIVO 8: A maioria das substâncias dopantes são originalmente drogas farmacêuticas. Estas drogas são utilizadas para o tratamento médico de doenças em parte graves. De acordo com este aspecto, essas drogas têm, por um lado, os efeitos pretendidos sobre as doenças, mas por outro lado, possuem efeitos secundários indesejáveis. Estes efeitos secundários biomédicos são controlados e testados entre várias experiências especiais e provou-se serem aceitáveis na referência aos problemas que surgem a partir das doenças originais. O problema da utilização de drogas médicas como substâncias de melhoria do desempenho é o facto de os atletas saudáveis tomarem drogas sem uma necessidade adequada. E além disso, a maioria das substâncias das quais se abusa são tomadas em doses chamadas de supra farmacológicas ou em combinações diferentes (“amontoar”), sem investigação médica prévia, o que origina efeitos secundários biomédicos que não podem ser previstos por ninguém. A imagem mostra: O relacionamento entre as drogas utilizadas para fins médicos e as drogas abusadas no desporto. As drogas utilizadas a nível médico apresentam efeitos terapêuticos dentro das doses farmacológicas, uma vez que as drogas que melhoram o desempenho podem apresentar efeitos perigosos, devidos à utilização de doses supra farmacológicas. Como consequência, os efeitos secundários podem ser de curto prazo, reversíveis, irreversíveis ou resultado de danos tardios. DIAPOSITIVO 9: Visão geral dos sistemas orgânicos que são afectados por um abuso de

substâncias dopantes

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Estes sistemas serão discutidos durante esta apresentação: - Sistema Cardiovascular - Sangue e sistema vascular - Pele - Sistema hepático - Sistema músculo-esquelético - Sistema endócrino - Sistema central nervoso - Sistema imunitário

O tópico dos genes (doping genético) pode, de facto, não contar directamente para os sistemas orgânicos, mas devido à real importância deste ponto, também será brevemente discutido.

DIAPOSITIVO 10: Os vários efeitos secundários biomédicos de um abuso de substâncias proibidas estão expressos no sistema cardiovascular. Estes efeitos secundários biomédicos dependem do tipo de droga consumida, assim como da quantidade e duração da ingestão e a sensibilidade do corpo. Existe uma grande variedade inter-individual de respostas a uma droga. Normalmente, as doses utilizadas no desporto são muito superiores às doses testadas em experiências clínicas e utilizadas para fins terapêuticos. O abuso de várias drogas combinadas é frequente, o que leva a um maior risco de efeitos secundários. Entre os efeitos secundários biomédicos do doping, os efeitos cardiovasculares são os mais nocivos. As substâncias proibidas com o valor mais elevado de efeitos secundários biomédicos no sistema cardiovascular são (devido a Deligiannis e associados): Esteróides anabólicos androgénicos (maior parte dos efeitos) > cocaína > efedrina, álcool, anfetaminas > hGH, agonistas beta-2 > canabinóides > glucocorticosteróides, eritropoietina > diuréticos, narcóticos (menos efeitos). Estas drogas provocam: Arritmias > morte cardíaca súbita > hipertensão > enfarte do miocárdio > falha cardíaca > doença da artéria coronária > hipertrofia ventricular esquerda. Pode encontrar informação mais detalhada em: Deligiannis, Björnstad, Carre, Heidbüchel, Kouidi, Panhuyzen-Goedkoop, Pigozzi, Schänzer & Vanhees (2006): ESC Study Group of Sports Cardiology Position Paper on adverse cardiovascular effects of doping in athletes; European Journal of Cardiovascular Prevention and Rehabilitation, 13:687–694.

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DIAPOSITIVO 11: São discutidos cinco mecanismos diferentes relativamente a efeitos cardiovasculares de substâncias proibidas. O primeiro é o “mecanismo de aterogénese”. Os efeitos aterogénicos do abuso de um esteróide anabólico androgénico baseiam-se no perfil da lipoproteína. A toma de AAS pode levar a uma diminuição do colesterol da lipoproteína de alta densidade (HDL) e ao aumento do colesterol da lipoproteína de baixa densidade (LDL). Estes efeitos formam a base das alterações arteroscleróticas nos vasos sanguíneos. Como consequência, tudo isto pode provocar um maior risco de morte cardíaca súbita, hipertensão arterial ou eventos tromboembólicos. A figura superior mostra: Artérias coronárias hipertróficas com um meio hipertrófico e íntima alargada (Coloração EVG, ampliação de 100:1). A figura inferior mostra: Enfarte anterior com aneurisma e trombo; incrustação: Ectasia da artéria coronária direita. Pode encontrar informação mais detalhada em: Hartgens & Kuipers (2004): Effects of Androgenic-anabolic Steroids in Athletes; Sports Med, 34 (8): 513-554. Tischer, Heyny-von Haußen, Mall & Doenecke (2003): Koronarthrombosen und -ektasien nach langjähriger Einnahme von anabolen Steroiden; Z Kardiol 92: 326-331. Deligiannis, Björnstad, Carre, Heidbüchel, Kouidi, Panhuyzen-Goedkoop, Pigozzi, Schänzer & Vanhees (2006): ESC Study Group of Sports Cardiology Position Paper on adverse cardiovascular effects of doping in athletes; European Journal of Cardiovascular Prevention and Rehabilitation, 13:687–694. DIAPOSITIVO 12: São discutidos cinco mecanismos diferentes relativamente a efeitos cardiovasculares de substâncias proibidas. O segundo é descrito por “mecanismo de trombose”. Os esteróides anabólicos androgénicos influenciam o sistema hemostático. Por um lado, levam a um aumento da agregação de plaquetas, geração de trombina e plasma e, por outro lado os esteróides anabólicos androgénicos conduzem a uma diminuição da actividade fibrinolítica e síntese da prostacilina. Como consequência, o abuso de um esteróide anabólico androgénico pode aumentar o risco de eventos cardiovasculares, por ex. perturbações da angina peitoral ou enfarte do miocárdio.

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A imagem mostra: Angiograma coronário da artéria coronária esquerda. 2 cm depois da saída do RIVA (ramo interventricular anterior) surge um trombo com 3 cm de comprimento. Pode encontrar informação mais detalhada em: Hartgens & Kuipers (2004): Effects of Androgenic-anabolic Steroids in Athletes; Sports Med, 34 (8): 513-554. Tischer, Heyny-von Haußen, Mall & Doenecke (2003): Koronarthrombosen und -ektasien nach langjähriger Einnahme von anabolen Steroiden; Z Kardiol 92: 326-331. Deligiannis, Björnstad, Carre, Heidbüchel, Kouidi, Panhuyzen-Goedkoop, Pigozzi, Schänzer & Vanhees (2006): ESC Study Group of Sports Cardiology Position Paper on adverse cardiovascular effects of doping in athletes; European Journal of Cardiovascular Prevention and Rehabilitation, 13:687–694. DIAPOSITIVO 13: São discutidos cinco mecanismos diferentes relativamente a efeitos cardiovasculares de substâncias proibidas. O “mecanismo de vasoespasmo da artéria coronária” é o terceiro. Em geral, o óxido de azoto actua como um factor de relaxamento derivado de endotélio em músculos lisos de artérias que levam à vasodilatação Neste contexto, os esteróides anabólicos androgénicos podem inibir o óxido de azoto que poderia provavelmente activar um espasmo vascular. Num caso pior, o espasmo vascular poderia induzir uma isquémia cardiovascular ou até um enfarte. Pode encontrar informação mais detalhada em: Hartgens & Kuipers (2004): Effects of Androgenic-anabolic Steroids in Athletes; Sports Med, 34 (8): 513-554. Deligiannis, Björnstad, Carre, Heidbüchel, Kouidi, Panhuyzen-Goedkoop, Pigozzi, Schänzer & Vanhees (2006): ESC Study Group of Sports Cardiology Position Paper on adverse cardiovascular effects of doping in athletes; European Journal of Cardiovascular Prevention and Rehabilitation, 13:687–694. DIAPOSITIVO 14: São discutidos cinco mecanismos diferentes relativamente a efeitos cardiovasculares de substâncias proibidas. O quarto chama-se “mecanismo de morte de célula directa”. Os efeitos de estimulação de crescimento dos esteróides

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anabólicos androgénicos podem levar à hipertrofia do músculo cardíaco com consequências posteriores como perturbações da estrutura anatómica. A hipertrofia crescente do músculo cardíaco pode reduzir o fornecimento de oxigénio às artérias. Além disso, os músculos cardíacos apresentam uma crescente fibrose com diminuição do desempenho cardíaco. Pode encontrar informação mais detalhada em: Hartgens & Kuipers (2004): Effects of Androgenic-anabolic Steroids in Athletes; Sports Med, 34 (8): 513-554. Deligiannis, Björnstad, Carre, Heidbüchel, Kouidi, Panhuyzen-Goedkoop, Pigozzi, Schänzer & Vanhees (2006): ESC Study Group of Sports Cardiology Position Paper on adverse cardiovascular effects of doping in athletes; European Journal of Cardiovascular Prevention and Rehabilitation, 13:687–694. DIAPOSITIVO 15: São discutidos cinco mecanismos diferentes relativamente a efeitos cardiovasculares de substâncias proibidas. O último mecanismo é descrito como “alterações degenerativas”. Fineschi e colaboradores (2006) sugeriram que a paragem cardíaca pode ser medicada com uma miotoxicidade de catecolamina que poderá estar associada à fibrilação ventricular devido a necrose do miocárdio e alterações degenerativas nos neurónios simpáticos intramiocardíacos . Pode encontrar informação mais detalhada em: Fineschi, Baroldi, Monciotti et al. (2001): Anabolic steroid abuse and cardiac sudden death: a pathologic study. Arch Pathol Lab Med, 125: 253-255. Hartgens & Kuipers (2004): Effects of Androgenic-anabolic Steroids in Athletes; Sports Med, 34 (8): 513-554. Deligiannis, Björnstad, Carre, Heidbüchel, Kouidi, Panhuyzen-Goedkoop, Pigozzi, Schänzer & Vanhees (2006): ESC Study Group of Sports Cardiology Position Paper on adverse cardiovascular effects of doping in athletes; European Journal of Cardiovascular Prevention and Rehabilitation, 13:687–694. DIAPOSITIVO 16: São principalmente conhecidos dois tipos de substâncias por influenciarem o sistema vascular e sanguíneo. Por um lado existe a eritropoietina e a sua mimética e por outro lado existem as transfusões autogénicas e alogénicas.

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Consequentemente, os efeitos secundários biomédicos provêem de alterações da consistência sanguínea. A eritropoietina aumenta a quantidade de células dos glóbulos vermelhos dos respectivos eritrócitos e a transfusão aumenta imediatamente o volume de circulação sanguínea. Como consequência, pode haver um aumento considerável do risco de trombose venosa profunda, embolia pulmonar, tromboses coronárias ou cerebrais ou doenças infecciosas. DIAPOSITIVO 17: O diapositivo descreve o sistema vascular com as suas duas partes: o sistema arterial e o sistema venoso. Ambas as partes induzem diferentes complicações clínicas. Uma eritrocitose estimulada aumenta os glóbulos vermelhos, os níveis de hemoglobinas e hematócritos o que leva a um aumento da viscosidade sanguínea e da trombogenicidade. O sistema arterial pode apresentar trombose cerebral e coronária, enquanto que o sistema venoso pode apresentar trombose venosa profunda e embolia pulmonar. Pode encontrar informação mais detalhada em: Jelkmann (2001): Beneficial and adverse Effects of Erythropoietin Therapy in Peters, Schulz, Michna: Biomedical Side Effects of Doping. Wissenschaftliche Berichte und Materialien des Bundesinstitutes für Sportwissenschaft 13; Sport und Buch, Köln 2001, p35-42. www.lrz-muenchen.de/~tc131ac/webserver/webdata/index.html DIAPOSITIVO 18: O sistema vascular e o sistema sanguíneo fornecem O2 a todo o corpo. Principalmente em situações de stress como desempenhos de resistência, um fornecimento de oxigénio para o coração e músculos esqueléticos está limitado. Vários parâmetros são determinantes desta capacidade de resistência O fornecimento de O2 depende da saída cardíaca máxima e da extracção máxima de O2. Uma concentração especial de aumento de hemoglobina origina um desempenho físico melhorado. Os métodos para manipular este transportador de O2 estão associados aos efeitos secundários biomédicos do sistema vascular. Pode encontrar informação mais detalhada em: Jelkmann (2001): Beneficial and adverse Effects of Erythropoietin Therapy in Peters, Schulz, Michna: Biomedical Side Effects of Doping. Wissenschaftliche Berichte und Materialien des Bundesinstitutes für Sportwissenschaft 13; Sport und Buch, Köln 2001, p35-42. www.lrz-muenchen.de/~tc131ac/webserver/webdata/index.html

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DIAPOSITIVO 19: A figura apresenta o caminho fisiológico da proliferação da célula de glóbulos vermelhos e os pontos de interrupção farmacológica. O caminho do transporte de O2 começa nos rins, segue pela medula óssea e termina nos músculos. As interrupções farmacológicas têm como objectivo estimular a produção endógena de eritropoietina. Um abuso de eritropoietina conduz a um aumento da eritropoiese na medula óssea com um aumento da contagem de glóbulos vermelhos. É induzida uma estimulação fisiológica e legal através do exercício e hipoxia. Ensaio Original de Elliot S (2008): British Journal of Pharmacology, 529–541: Agentes de estimulação da eritropoiese e outros métodos para melhorar o transporte de oxigénio O oxigénio é essencial para a vida e o corpo desenvolveu um método requintado para recolher oxigénio nos pulmões e transportá-lo para os tecidos. A Hb (hemoglobina) contida nas células dos glóbulos vermelhos é o componente de transporte de oxigénio principal no sangue e os níveis de glóbulos vermelhos são controlados de modo rígido de acordo com a necessidade de oxigénio. A disponibilidade de oxigénio tem um papel crucial no desempenho atlético e os agentes que melhoram a entrega de oxigénio aos tecidos aumentam a potência aeróbica. Os primeiros métodos para aumentar a entrega de oxigénio incluíam treinar em altitude e mais tarde, a transfusão de pacotes de glóbulos vermelhos. Uma descoberta do entendimento de como a formação de glóbulos vermelhos é controlada incluiu a descoberta de eritropoietina (Epo) e a clonagem do gene EPO. A clonagem do gene EPO foi seguida pelo desenvolvimento comercial da Epo humana recombinante (rHuEpo). A utilização legítima deste e de outros agentes que afectam a entrega de oxigénio é importante para o tratamento de anemia (níveis de Hb baixos) em pacientes com doença crónica renal ou em pacientes com cancro e com anemia induzida pela quimioterapia. Contudo, os desportos de competição foram afectados pela utilização ilícita de rHuEpo para melhorar o desempenho de resistência. Os métodos testados para estes agentes resultou num jogo do “gato e rato”, com testes laboratoriais para tentar detectar a utilização de uma droga ou produto sanguíneo para melhorar o desempenho atlético (doping) e levou certos atletas a desenvolverem métodos para utilizarem os agentes sem serem detectados. Este artigo examina os métodos actuais para melhorar o desempenho aeróbico e os métodos para detectar a utilização ilícita. A imagem mostra: Todos os sistemas orgânicos e as possibilidades do transporte de O2 no corpo e os métodos para melhorar este transporte de oxigénio.

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DIAPOSITIVO 20: A avaliação clínica da pele permite-lhe obter informação sobre o abuso de esteróide anabólico androgénico. Principalmente, relativamente a um abuso a longo prazo de esteróides como os esteróides anabólicos androgénicos ou glucocorticosteróides, origina estrias de distensão e acne. Outros efeitos secundários visíveis podem ser a alopecia androgénica e hipertricose, ambas mais raras. Os glucocorticosteróides apresentam atrofia dos tecidos, inibição da cicatrização de feridas e fragilidade da pele. Os outros efeitos secundários biomédicos são bastante diversos. Os estimulantes, narcóticos, corticotropina, eritropoietina e álcool são menos abusados e apresentam também menos efeitos na pele. Pode encontrar desidratação pelo abuso de estimulantes (principalmente anfetaminas). A urticária, eritema e prurido podem resultar do abuso de narcóticos. As gerações alérgicas gerais são encontradas devido ao abuso de corticotropina e as reacções alérgicas locais (por ex. em redor da área da injecção) são encontradas pelo abuso de eritropoietina. O álcool pode induzir um envelhecimento prematuro da pele. DIAPOSITIVO 21: O abuso de esteróides anabólicos androgénicos por atletas que pratiquem halterofilismo apresenta um aumento do valor de estrias de distensão. Por isso, observa-se uma atrofia da pele, principalmente em áreas de stress do corpo, como ombros, costas, peito e o tronco superior. Parece poder causar uma distensão induzida pelo exercício. As imagens apresentam dois exemplos de estrias de distensão desenvolvidos por levantamento extensivo de pesos e abuso de esteróides anabólicos androgénicos. A figura superior mostra: Estrias de distensão por levantamento extensivo de pesos A figura inferior mostra: Estrias de distensão num bodybuilder Pode encontrar informação mais detalhada em: Karamfilov & Elsner (2002): Sport als Risikofaktor und therapeutisches Prinzip in der Dermatologie; Hautarzt, 53: 98-103 Wollina, Pabst, Schönlebe, Abdel-Naser, Konrad, Gruner, HAroske, Klemm & Schreiber (2007): Side effect of topical androgenic and anabolic substances and steroids. A short review. Acta Dermatoven APA, 16 (3): 117-122

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DIAPOSITIVO 22: Os atletas jovens e fortes que apresentem acne nas suas costas e/ou peito devem avisar os médicos. Será o chamado “esteróide-acne” induzido pelo abuso de esteróides anabólicos androgénicos. Os esteróides estimulam as glândulas sebáceas que originam um aumento de excreção de sebum, aumento de lípidos da superfície da pele e aumento de Propionibacterium acnes. Ensaio Original de Melnik et al. (2007): J Dtsch Dermatol Ges. 5(2), 110-117: Abuso de esteróides anabólicos androgénicos e acne em bodybuilding: um problema de saúde subestimado. O abuso de esteróides anabólicos androgénicos (AAS) por membros de centros fitness e outros na Alemanha alcançou dimensões alarmantes. O sistema de cuidados de saúde fornece AAS ilegal para 48,1% dos utilizadores. Os médicos estão envolvidos na receita ilegal de AAS e monitorizam 32,1% dos utilizadores de AAS. Além dos efeitos que ameaçam a saúde cardiovascular, hepatotóxica e psiquiátrica de longo termo dos AAS, surge acne em cerca de 50% dos utilizadores de AAS, o que é um importante indicador clínico do abuso de AAS, principalmente em rapazes jovens entre os 18-26 anos. Tanto a acne conglobata como a acne fulminante podem ser induzidas pelo abuso de AAS. O dermatologista deve reconhecer a acne de bodybuilding, informar acerca do abuso de AAS e avisar o paciente sobre os outros potenciais perigos para a saúde. A figura superior mostra: Acne papulo-pustulosa induzida por esteróides anabólicos androgénicos A figura inferior mostra: Acne conglobata induzida por esteróides anabólicos androgénicos DIAPOSITIVO 23: O fígado é o órgão mais importante para o metabolismo e desintoxicação. O fígado é um órgão bastante irrigado, cujas células estão dispostas de modo a terem um contacto intenso com a corrente sanguínea. Durante os processos metabólicos, o fígado produz a bílis, importante para a digestão de gorduras. Os principais tipos de células hepáticas são as células parenquimatosas do tecido metabólico, as células do estroma como tecido conjuntivo de suporte e as chamadas células de Küpffer para fagocitose de partículas estranhas. A maioria das drogas são metabolizadas pelo fígado e como consequência os efeitos secundários biomédicos afectam o tecido hepático. Principalmente, os esteróides anabólicos androgénicos podem originar a estase biliar, colestase, peliose hepática, hepatoma e desregulação de lipoproteínas As hormonas e substâncias relacionadas influenciam o crescimento

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geral de órgãos e as perturbações funcionais. A insuficiência hepática aguda e hepatite podem ser consequências dos estimulantes. Os narcóticos, álcool e betabloqueantes podem originar insuficiência hepática aguda, fígado gordo (hepatite de degeneração gorda) e cirrose. Além disso existem vários sintomas não específicos de perturbações da parte abdominal superior. Pode encontrar informação mais detalhada em: Müller-Platz, Nishino & Sarikaya (2007): Gastrointestinal tract and liver. In Sarikaya, Peters, Schulz, Schönfelder & Michna: Congress Manual: Biomedical Side Effects of Doping; München 2007, p66-88. www.doping-prevention.com DIAPOSITIVO 24: As perturbações e doenças da função hepática devido ao tratamento de AAS baseiam-se principalmente na administração de esteróides 17-α-alquilados (por ex. metiltestosterona, oximetolona, fluoximesterona, noretandrolona e metandienona). Estas desordens hepáticas são por ex. estase biliar, colestase, hepatite peliose e hepatomas. Além disso, as investigações registaram uma diminuição da lipoproteína de alta densidade (a “boa”), um aumento da lipoproteína de baixa densidade (a “má”) e da apolipoproteína A que promove a aterogénese. Estes efeitos secundários são normalmente reversíveis depois da descontinuação. A imagem mostra: Inflamações no fígado; degeneração gorda do tecido e a formação de quistos hepáticos são exemplos dos danos directos que podem ocorrer no tecido. Ensaio Original de Hartgens & Kuipers (2004): Sports Med 34 (8), p513-554: Efeitos de Esteróides Androgénicos Anabólicos em Atletas Os esteróides anabólicos-androgénicos (AAS) são derivados sintéticos da hormona masculina da testosterona. Podem exercer fortes efeitos no corpo humano que podem ser benéficos para o desempenho atlético. Uma revisão da literatura revelou que a maioria dos estudos de laboratório não investigaram as doses reais de AAS que foram actualmente abusadas nessa área. Assim, esses estudos podem não reflectir os efeitos actuais (adversos) dos esteróides. A literatura científica disponível descreve que a administração a curto prazo destas drogas por atletas pode aumentar a força e a massa corporal. Foram observados ganhos de força de cerca de 5-20% da força inicial e os aumentos de 2-5kg de massa corporal que podem ser atribuídos a um aumento da massa corporal magra. Não parece ocorrer uma redução da massa gorda. Apesar da administração de AAS poder afectar a eritropoiese e as concentrações de hemoglobinas no sangue, não foram observados

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efeitos no desempenho da resistência. Estão disponíveis poucos dados sobre os efeitos dos AAS nas respostas metabólicas durante os exercícios de treino e a recuperação e, desse modo, não permitem conclusões sólidas. Os principais efeitos desagradáveis do abuso de AAS a curto e longo termo que os atletas masculinos indicam mais frequentemente são um aumento da vontade sexual, ocorrência de acne vulgar, aumento dos pelos corporais e aumento do comportamento agressivo. A administração de AAS vai perturbar a produção endógena normal da testosterona e gonadotropinas, que pode persistir durante meses depois da retirada da droga. Os factores de risco cardiovascular podem sofrer alterações nocivas, incluindo o aumento da pressão arterial e decréscimo do soro da lipoproteína de alta densidade (HDL)-, e dos níveis de colesterol HDL2- e HDL3. Em estudos ecocardiográficos em atletas masculinos, o AAS não pareceu afectar a estrutura e função cardíaca, apesar de em estudos animais ter-se observado que estas drogas exercem perigosos efeitos na estrutura e funcionamento do coração. Em estudos a atletas, não se observou que a utilização de AAS danificasse o fígado. A psique e o comportamento parecem ser fortemente afectados pelos AAS. Geralmente, o AAS parece induzir aumentos de agressão e hostilidade. As perturbações de humor (por ex. depressão [hipo]mania, episódios psicóticos) podem dever-se à dependência da dose e da droga. A dependência de AAS ou os efeitos da desabituação (como a depressão) parecem ocorrer apenas num pequeno número de utilizadores de AAS. A insatisfação no corpo e a baixa auto-estima podem levar ao chamado ‘síndroma de anorexia inversa’, que predispõe para o início da utilização de AAS. Muitos outros efeitos adversos foram associados à má utilização de AAS, incluindo a perturbação da função endócrina e de imunidade, alterações do sistema sebáceo e pele, alterações do sistema hemostático e do tracto urogenital. Tem de se ter em consideração que os dados científicos podem subestimar os actuais efeitos desagradáveis, devido às doses relativamente baixas administradas nesses estudos, uma vez que não se aproximam às doses utilizadas pelos utilizadores de esteróides ilegais. O mecanismo de acção de AAS pode ser diferente entre combinações, devido às variações na molécula de esteróide e afinidade dos receptores de andrógenos. Foram reconhecidos vários caminhos de acção. A enzima 5-α-reductase parece ter um papel importante ao converter AAS em diidrotestosterona (androstanolona), que actua no núcleo das células dos órgãos alvo, tal como as glândulas acessórias masculinas, pele e próstata. Outros mecanismos englobam a mediatização pela enzima aromatose que converte os AAS em hormonas sexuais femininas (estradiol e estrona), acção antagonística para os estrogénios e um antagonismo competitivo dos receptores glucocorticóide. Além disso, o AAS estimula a síntese de eritropoietina e a produção de células vermelhas, assim como formação óssea, mas age contra a quebra óssea. Os efeitos do sistema cardiovascular são propostos como sendo mediados pela ocorrência de aterosclerose induzida por AAS (devido a uma influência desfavorável nos lípidos de soro e lipoproteínas), trombose, espasmo vascular ou ferimento directo para as paredes dos vasos ou pode estar

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relacionada com a combinação de diferentes mecanismos. O incremento induzido por AAS de tecido muscular pode ser atribuído à hipertrofia e à formação de novas fibras musculares, nas quais os papéis principais são realizados pelo número e ultra-estrutura das células satélites, receptores de androgénio e núcleos das células musculares. DIAPOSITIVO 25: O sistema músculo-esquelético é fortemente afectado por várias substâncias proibidas. Os esteróides anabólicos androgénicos podem causar fracturas ósseas, patologia dos tendões e rabdomiólose ou um encerramento prematuro da epífise, que resulta num atraso do crescimento. Além disso, os esteróides podem causar alterações na própria estrutura do tendão. Do mesmo modo, quando haja rupturas espontâneas dos tendões de jovens atletas com um estado muscular adequado, deve avisar-se o médico para ter em consideração um abuso de esteróide anabólico androgénico. As hormonas e substâncias relativas podem exprimir sintomas clínicos como a acromegalia devido a um excesso de secreção da glândula pituitária. Entre as alterações visíveis do osso e da cartilagem estão, entre outras, o aumento das mãos e pés, nariz, queixo, língua e orelhas. Os agonistas beta-2 devem ser utilizados para o tratamento médico de ataques asmáticos. Influenciam vários processos metabólicos e fisiológicos no músculo-esquelético. Surgem efeitos negativos na arquitectura do osso, como diminuição da massa óssea e diminuição da densidade mineral óssea; tremor do músculo e cãibras do músculo. Os glucocorticosteróides podem originar a osteoporose e um risco aumentado de fracturas e atraso da reparação óssea até uma diminuição da nutrição muscular e um grave risco de atrofia muscular. O beta bloqueante utilizado medicamente no tratamento de doenças cardiovasculares, mostra os efeitos adversos relativamente ao músculo-esquelético, devido a uma glicogenólise reduzida. Pode encontrar informação mais detalhada em: Müller-Platz, Nishino & Sarikaya (2007): Gastrointestinal tract and liver. In Sarikaya, Peters, Schulz, Schönfelder & Michna: Congress Manual: Biomedical Side Effects of Doping; München 2007, p66-88. www.doping-prevention.com

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DIAPOSITIVO 26: Os efeitos secundários biomédicos de esteróides androgénicos anabólicos mostram diferentes alterações no sistema músculo-esquelético Existem registos sobre fracturas ósseas e um fecho prematuro da epífise resultante do atraso do crescimento. Além disso, os esteróides podem causar por si só alterações na estrutura do tendão. Os esteróides anabólicos parecem induzir alterações reversíveis nas propriedades biomecânicas dos tendões, ao produzir um tendão rígido e menos elástico. É possível que as rápidas adaptações de forma, que são produzidas pelos esteróides anabólicos androgénicos no músculo-esquelético não sejam acompanhadas em simultâneo pela lenta adaptação, menos estruturas de tendão vascular, tornando os tendões a ligação mais fraca na cadeia. A destruição muscular por rabdomiólise pode ocorrer depois de tomar esteróides anabólicos androgénicos em combinação com programas de treino de peso. Um registo de caso sobre rupturas múltiplas do tendão por um atleta (futebol) que abusa dos anabólicos. Ensaio Original de Isenberg et al. (2008): Unfallchirurg, 46-49: Rupturas sucessivas dos tendões patelar e de Aquiles. Esteróides anabólicos nos desportos de competição Derivados da testosterona ou de 19-nor-testosterona são utilizados como anabólicos com o objectivo de melhorar o desempenho, apesar do efeito dos anabólicos conhecido ainda estar sob discussão. A utilização de esteróides anabólicos continua entre os atletas de competição, apesar do aumento dos controlos e os incidentes dramáticos cada vez mais frequentes ligados a essa utilização. Enquanto que a disfunção metabólica durante a utilização anabólica é bem documentada, raramente são registadas rupturas dos tendões grandes. Dentro de 18 meses, um futebolista profissional de 29 anos precisou de uma cirurgia devido à ruptura do tendão patelar em ambos os tendões de Aquiles. O inquérito cuidadosamente dirigido confirmou que ele tinha tomado regularmente diferentes esteróides anabólicos durante 3 anos com a intenção de melhorar a sua força. Depois de cada operação, os esteróides anabólicos foram novamente tomados em grande dose, durante o início da convalescença e treino. A cirurgia minimalmente invasiva e as técnicas de suturação aberta originam a união completa dos tendões de Aquiles num bom período de tempo. O treino e a utilização anabólica começado logo depois de suturar o tendão patelar, incluindo os túneis ósseos, culminou na nova ruptura histológica confirmada 8 semanas depois. Depois de uma reconstrução dos ligamentos com um enxerto do tendão semi-tendinoso com subsequente infecção, o tendão e o aparelho de tracção reservado perderam-se. Foram dados avisos repetidos sobre o prejuízo para a cura, caso continuasse a utilização anabólica, mas sem sucesso. Tendo em vista o elevado número de casos não registados no desporto de competição e atlético,

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podemos assumir que a utilização de esteróides anabólicos possui também relevância quantitativa no tratamento operativo de rupturas de tendão. A imagem mostra: A rótula (setas amarelas) e a sua perda de ligação com a tíbia (ruptura do tendão patelar). DIAPOSITIVO 27: Os órgãos endócrinos são afectados de modos diferentes pelas substâncias proibidas. Os agentes anabólicos androgénicos influenciam o sistema reprodutivo do homem e da mulher. Além disso, a resistência à insulina e tolerância à glucose são influenciados pelos esteróides. A função da tiróide é afectada pelas hormonas de crescimento e as gonadotropinas, uma vez que os glucocorticosteróides afectam o corte supra-renal. Pode encontrar informação mais detalhada em: Georgieva (2007): Reproductive and endocrine system. In Sarikaya, Peters, Schulz, Schönfelder & Michna: Congress Manual: Biomedical Side Effects of Doping; München 2007, p89-111. www.doping-prevention.com DIAPOSITIVO 28: Os esteróides anabólicos androgénicos afectam o sistema reprodutivo masculino. As funções secretória e gametogécina dos testículos são ambas dependentes da secreção da hormona de libertação da gonadotropina (GnRH) a partir do hipotálamo, o que estimula a secreção da gonadotropina pituitária anterior, a hormona luteinizante (LH) e a hormona de estimulação dos folículos (FSH). Como derivados da testosterona, os AAS expressaram efeitos no eixo masculino hipotalámico-pituitário-gonádico e o seu abuso pode resultar no síndroma clínico de hipogonadismo hipogonadotrófico. Este estado hipogonadal induzido por esteróides é caracterizado por concentrações diminuídas de soro de FSH e LH, baixa produção de testosterona endógena, defeito de espermatogénese e atrofia testicular. Estes efeitos derivam do feedback negativo dos esteróides anabólicos no eixo hipotalámico-pituitário e possivelmente dos efeitos supressivos locais do excesso de andrógenos nos testes: A administração de AAS imita um nível melhorado de testosterona endógena circulante. Os elevados níveis de testosterona, assim como os AAS inibem a secreção de LH ao actuar directamente na glândula pituitária anterior e ao inibir a secreção de GnRH do hipotálamo. Por sua vez, isto causa uma diminuição

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correspondente da secreção tanto de LH como de FSH e a diminuição de LH reduz a produção de testosterona endógena. A administração de elevadas doses de testosterona induz os níveis supra fisiológicos de total de soro e liberta a testosterona. As concentrações de soro de estradiol, androstenediona e Di-hidrotestosterona (DHT) também aumentam, devido à conversão periférica de AAS. A imagem mostra: Comparação de um testículo de tamanho normal com um testículo diminuído depois do abuso de esteróides anabólicos androgénicos. Pode encontrar informação mais detalhada em: Georgieva (2007): Reproductive and endocrine system. In Sarikaya, Peters, Schulz, Schönfelder & Michna: Congress Manual: Biomedical Side Effects of Doping; München 2007, p89-111. www.doping-prevention.com DIAPOSITIVO 29: A resistência à insulina e um nível reduzido de glucose podem ser induzidos por um abuso de esteróide anabólico androgénico. Estas alterações imitam a diabetes de tipo II e são observadas em pacientes tratados com androgénios orais 17-alquilados e em atletas masculinos que utilizem AAS durante um longo período de tempo (3-7 anos). Apesar de não haver documentação de diabetes de tipo II em atletas que utilizem esteróides anabólicos, estas alterações estão associadas ao risco cardiovascular aumentado. Pode encontrar informação mais detalhada em: Georgieva (2007): Reproductive and endocrine system. In Sarikaya, Peters, Schulz, Schönfelder & Michna: Congress Manual: Biomedical Side Effects of Doping; München 2007, p89-111. www.doping-prevention.com DIAPOSITIVO 30: Os esteróides anabólicos androgénicos originam um desequilíbrio entre acções livres de estrogénio e livres de androgénio no tecido do peito masculino. Como consequência, pode ocorrer ginecomastia. Ambas as imagens mostram: Ginecomastia num Bodybuilder amador de 30 anos (imagem superior) e ginecomastia num Bodybuilder profissional de 25 anos (imagem inferior).

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DIAPOSITIVO 31: O sistema endócrino das mulheres é afectado por um abuso de esteróide anabólico androgénico (AAS). Uma toma de AAS suprime o eixo hipotalámico-pituitário-gonádico, que regula as partes do sistema imunitário e reprodutivo. Além do mais, os níveis de soro da hormona luteinizante (LH), a hormona estimulante do folículo (FSH), a progesterona, a globulina de ligação da hormona sexual (SHBG) são diminuídos e os níveis de soro da testosterona são elevados. Este desequilíbrio do sistema endócrino pode levar a um aumento do clítoris, atrofia do peito, crescimento anómalo do cabelo (padrão masculino de pelos corporais). Normalmente, todos estes efeitos são irreversíveis. Existe a possibilidade de consequências clínicas: Virilização (surgimento de características sexuais secundárias masculinas em

mulheres), Hirsutismo (crescimento excessivo de cabelo com distribuição anómala) e Amenorreia (ausência do ciclo menstrual).

Pode encontrar informação mais detalhada em: Georgieva (2007): Reproductive and endocrine system. In Sarikaya, Peters, Schulz, Schönfelder & Michna: Congress Manual: Biomedical Side Effects of Doping; München 007, p89-111. www.doping-prevention.com DIAPOSITIVO 32: O sistema nervoso central é principalmente afectado pelos esteróides anabólicos androgénicos, os agonistas beta-2, narcóticos e estimulantes. Um abuso de AAS pode ser expresso pelo aumento dos níveis de irritabilidade, agressão, perturbações de personalidade e diagnóstico psiquiátrico. Uma activação do sistema nervoso simpático está associada à libertação de adrenalina e noradrenalina Os narcóticos estão associados com o alívio de dores e alteração de humor numa ampla faixa, desde sono a total imobilização do corpo a euforia e excesso de excitação Os simpaticomiméticos como os estimulantes são as drogas que activam o sistema central nervoso através das acções da catecolamina (por ex. adrenalina e noradrenalina) Pode encontrar informação mais detalhada em: Grucza (2007): Psychological effects and addiction including CNS. In Sarikaya, Peters, Schulz, Schönfelder & Michna: Congress Manual: Biomedical Side Effects of Doping; München 2007, p135-153. www.doping-prevention.com

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DIAPOSITIVO 33: Um abuso de substâncias proibidas pode levar a alterações do sistema nervoso central, por ex. dependências. Por um lado existe a dependência física que ocorre quando o corpo é privado de drogas. Essa privação origina os sintomas físicos que variam com a droga: dor (opiáceos), tremores graves (álcool) e convulsões (barbitúricos e benzodiazepinas). A dependência psicológica pode durar muito mais tempo que a dependência física. Baseia-se mais nas características do indivíduo que na própria substância: Hábitos, estados afectivos, estilo de vida. O sistema de recompensa tem um papel importante no desenvolvimento da dependência psicológica. A cocaína e anfetaminas podem ser bons exemplos de substâncias com uma elevada dependência psicológica e uma baixa dependência física. Pode encontrar informação mais detalhada em: Grucza (2007): Psychological effects and addiction including CNS. In Sarikaya, Peters, Schulz, Schönfelder & Michna: Congress Manual: Biomedical Side Effects of Doping; München 2007, p135-153. www.doping-prevention.com DIAPOSITIVO 34: Tecnologia genética: A definição de doping genético baseia-se na modulação específica da informação genética e da expressão de genes. Para estudar, identificar ou modificar os genes de organismos vivos, é utilizada a biotecnologia e tecnologia genética, um termo que se refere a toda uma gama de ferramentas e técnicas. Isto inclui também técnicas para transferir material genético como ADN ou RNA, para fornecer o máximo possível de componentes ausentes ou para compensar os genes anómalos. Outras técnicas são a sequenciação do ADN, a tecnologia de clonagem, a tecnologia de marcadores de genes, técnicas transgénicas e silenciamento de genes ou terapia genética. Todas estas técnicas foram utilizadas por vários cientistas como biólogos (moleculares), (bio)químicos, geneticistas ou médicos. No público geral, o doping genético está associado estritamente à terapia genética, mas é mais que isso, é a aplicação consequente da tecnologia genética. Isto funciona para a utilização de anti-corpos específicos para estimular ou inibir a expressão dos genes para uma modificação selectiva de uma célula, um gene ou a modulação de um receptor para a regulação específica da expressão de genes, depois da transferência de genes. Desse modo, as estratégias para detectar o doping genético devem focar-se em mais que um aspecto: Por um lado, deve detectar se a própria melhoria do desempenho dos genes ou uma construção de um gene de modulação é transferida para o corpo e, por outro lado, se os genes alvo importantes para o desempenho físico estão ligados ou desligados com substâncias especiais.

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Pode encontrar informação mais detalhada em: Schulz (2007): Gene doping. In Sarikaya, Peters, Schulz, Schönfelder & Michna: Congress Manual: Biomedical Side Effects of Doping; München 2007, p186-208. www.doping-prevention.com DIAPOSITIVO 35: A Lista Proibida de 2008 define o doping genético como “o uso não terapêutico de células, genes, elementos genéticos ou da modulação da expressão de genes, com a capacidade de melhorar o desempenho atlético”. A ideia da terapia genética é implementar os genes modificados na célula com a ajuda de transportadores específicos. Depois da implementação as proteínas funcionais corrigidas/novas podem ser sintetizadas pela célula e a doença pode ser curada, ou pelo menos diminuída. O objectivo médico da terapia genética é corrigir os genes defeituosos que são responsáveis pelo desenvolvimento da doença, como doenças hereditárias. Porém o problema é o abuso da ideia terapêutica para fins desportivos. Se a correcção dos genes defeituosos for possível, não deverá estar longe da modificação dos genes musculares. Os possíveis objectivos do abuso podem ser: 1. Genes de resistência O desempenho de resistência está fortemente relacionado com a óptima oxigenação do tecido e a alocação de energia. Isto implica uma melhoria do sistema de entrega de oxigénio, por ex. o próprio sangue, ou o fluxo sanguíneo ou a melhoria da regulação das hormonas e proteínas que modulam o metabolismo energético. Os factores que possivelmente interessam podem ser a eritropoietina (EPO), factores de indução de hipoxia (HIF) e a enzima de conversão da angiotensina. 2. Melhoria do desempenho muscular ..via hipertrofia, hiperplasia e melhor regeneração. A melhoria do desempenho no desporto está estritamente dependente das adaptações do músculo-esquelético e, desse modo, à remodelação das fibras musculares. As respostas das fibras musculares ao treino incluem a activação de caminhos de sinalização intra-celular e reprogramação genética através dos mecanismos endócrinos, factores de crescimento e estímulo mecânico que originam como consequência alterações da massa muscular, propriedades contrácteis e estados metabólicos. Os factores possivelmente interessantes podem ser o factor de crescimento mecânico (MGF), factor-1 de crescimento semelhante à insulina (IGF-1), hormona de crescimento (GH), factor de diferenciação da miostatina/de crescimento (gdf-8).

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Pode encontrar informação mais detalhada em: Schulz (2007): Gene doping. In Sarikaya, Peters, Schulz, Schönfelder & Michna: Congress Manual: Biomedical Side Effects of Doping; München 2007, p186-208. www.doping-prevention.com DIAPOSITIVO 36: Genes de resistência: O desempenho de resistência está fortemente relacionado com a óptima oxigenação do tecido e a alocação de energia. Isto implica uma melhoria do sistema de distribuição de oxigénio, por ex. o próprio sangue, ou o fluxo sanguíneo ou a melhoria da regulação das hormonas e proteínas que modulam o metabolismo energético. Os alvos de uma transferência de genes ou modulação de genes nesta área incluem o eixo hormonal, por ex., a eritropoietina (EPO), genes mitocondriais ou receptores como o receptor activado de proliferação de peroxissomas. Pode encontrar informação mais detalhada em: Schulz (2007): Gene doping. In Sarikaya, Peters, Schulz, Schönfelder & Michna: Congress Manual: Biomedical Side Effects of Doping; München 2007, p186-208. www.doping-prevention.com DIAPOSITIVO 37: Melhoria de desempenho muscular via hipertrofia, hiperplasia e melhor regeneração: A melhoria do desempenho no desporto está estritamente dependente das adaptações do músculo-esquelético e, desse modo, à remodelação das miofibras. As respostas das miofibras ao treino incluem a activação de caminhos de sinalização intra-celular e reprogramação genética através dos mecanismos endócrinos, factores de crescimento e estímulo mecânico que originam como consequência alterações da massa muscular, propriedades contrácteis e estados metabólicos. Deste modo, modelar o estado hormonal e os factores de crescimento é um alvo para a terapia genética para pessoas com condições musculares degenerativas. Isto inclui por exemplo as hormonas semelhantes a andrógenos, hormona de crescimento, insulina ou factores de crescimento como MGF, IGF, miostatina (GDF-8), TGF-ß e folistatina. Os factores influenciadores que bloqueiam ou induzem as hormonas relativas ao músculo e factores de crescimento também são relevantes, por ex., a decorina ou IL-6 e TNF-α e, deste modo, candidatos para o doping genético.

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A figura superior mostra: Diferentes genes a influenciarem a força muscular. A figura inferior mostra: Aos 4,5 anos de idade, apresentou um crescimento da massa muscular e de força, devido ao aumento de uma mutação genética de miostatina. Podia com dois pesos de 3kg em suspensão horizontal com os braços esticados. Pode encontrar informação mais detalhada em: Schulz (2007): Gene doping. In Sarikaya, Peters, Schulz, Schönfelder & Michna: Congress Manual: Biomedical Side Effects of Doping; München 2007, p186-208. www.doping-prevention.com Schuelke et al. N Engl J Med. 2004 Jun 24; 350(26), p2682-2688. DIAPOSITIVO 38: Ensaio Original de Tentori & Graziani (2007): Pharmacol Res, 55(5), 359-69: Doping com hormona de crescimento/IGF-1, esteróides anabólicos ou eritropoietina: existe risco de cancro? Os esteróides anabólicos e as hormonas peptídicas ou factores de crescimento são utilizados para aumentar o desempenho de atletas de desportos profissionais ou amadores. Apesar dos seus bem documentados efeitos adversos, a utilização de alguns destes agentes cresceu significativamente e estendeu-se também a não atletas com o objectivo de melhorar a aparência ou contrariar o envelhecimento. Os estudos pré-clínicos e observações epidemiológicas em pacientes com um excesso de produção de hormona ou em pacientes tratados cronicamente com hormonas/factores de crescimento para várias patologias, apresentaram avisos sobre o potencial risco de desenvolvimento de cancro e progressão, que pode também estar associado à utilização de determinados agentes de doping. Os esteróides anabólicos foram descritos como provocadores de tumores no fígado; a hormona de crescimento ou os altos níveis do seu mediador, o factor-1 de crescimento semelhante à insulina (IGF-1) foram associados a cancro no cólon, mama e próstata. Na verdade, o IGF-1 promove a progressão do ciclo celular e inibe a apoptose, quer ao desencadear outros factores de crescimento, quer por interagir com vias que possuem uma função estabelecida na promoção de carcinogénese e cancro. Mais recentemente, descobriu-se que a eritropoietina (Epo) pode promover a angiogénese e inibir a apoptose ou modular a quimiossenbilidade ou radiossensibilidade nas células cancerígenas que exprimem o receptor Epo e surgiu a preocupação de que a utilização de Epo recombinante, para aumentar a oxigenação do tecido, pode favorecer a sobrevivência de tumores e a agressividade. O risco de cancro associado ao doping pode ser superior ao risco de os pacientes utilizarem hormonas/factores de crescimento como terapia de substituição, uma vez

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que os atletas tomam frequentemente doses muitíssimo elevadas durante um longo período de tempo. Além disso, estas substâncias são frequentemente utilizadas em combinação com outras drogas legais ou ilegais e isto faz com que seja quase impossível prever todos os possíveis efeitos adversos, incluindo o cancro. De qualquer modo, os atletas devem ser avisados que o tratamento a longo prazo com agentes de doping pode aumentar o risco do desenvolvimento de cancro. DIAPOSITIVO 39: Os vários efeitos secundários biomédicos de um abuso de substâncias proibidas estão expressos no sistema imunitário. Estes efeitos secundários biomédicos dependem do tipo de droga consumida, assim como da quantidade e duração da ingestão e a sensibilidade do corpo. Existe uma grande variedade inter-individual de respostas a uma droga. Normalmente, as doses utilizadas no desporto são muito superiores às doses testadas em experiências clínicas e utilizadas para fins terapêuticos. O abuso de várias drogas combinadas é frequente, o que leva a um maior risco de efeitos secundários. As substâncias proibidas com o valor mais elevado de efeitos secundários biomédicos no sistema imunitário são: Esteróides androgénicos anabólicos, Hormonas e substâncias relativas, Beta-agonistas 2, Estimulantes, Narcóticos, Canabinóides, Glucocorticosteróides, Álcool, Betabloqueantes Estas drogas provocam: - Produção elevada de citoquinas pró-inflamatórias - Supressão imunológia elevada - Susceptibilidade a infecções elevada - Incidência de tumor elevada - Modulação imunológica Pode encontrar informação mais detalhada em: Ortega, Hinchado, Giraldo (2007): Immune system and skin: The importance of studying this problem. In Sarikaya, Peters, Schulz, Schönfelder & Michna: Congress Manual: Biomedical Side Effects of Doping; München 2007, p119-134. www.doping-prevention.com

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DIAPOSITIVO 40: Os suplementos nutricionais podem ser necessários para alguns atletas de competição executarem a intensidade e duração dos seus desportos. Estes atletas têm um nível de utilização de calorias extremamente elevado, que não consegue ser coberto pela nutrição diária normal (como a Volta à França, etc.). As substâncias críticas são as vitaminas do complexo B e os minerais, como o iodo, zinco e parte do ferro perdido através do suor. Apesar disso, uma alimentação bem equilibrada é muito melhor que qualquer suplemento nutricional e, de facto, os níveis de toma devem ser tidos em consideração, para evitar o efeito de uma ‘sobredosagem’. DIAPOSITIVO 41: Um dos principais factores de risco dos suplementos nutricionais pode ser o teste positivo ao doping por suplementos contaminados. Estes ingredientes não indicados podem levar, em casos extremos, até a um teste de doping positivo. Com consequência, os efeitos secundários biomédicos dependem do tipo de substância “não indicada”. As substâncias mais detectadas são vários esteróides anabólicos androgénicos. É um facto que vários desportistas utilizam suplementos sem terem conhecimento dos efeitos secundários e os níveis de posologia recomendados. Face ao grande mercado de suplementos nutricionais (cerca de 12 mil milhões de dólares nos Estados Unidos em 2001) e a tremenda venda em todo o mundo, oscila entre o limite da utilização recomendada e a má utilização. Além disso, o pressuposto para facilmente cobrir possíveis deficiências nutricionais através da utilização de suplementos nutricionais pode levar a menos atenção relativamente a uma alimentação saudável e bem equilibrada. A tabela mostra: Uma análise do Comité Olímpico Internacional de 600 suplementos nutricionais sem prescrição médica concluiu que um quarto dos suplementos investigados continha substâncias banidas, como esteróides anabólicos.