188 CONTEXTUS Revista Contemporânea de Economia e Gestão. Vol 15 – Nº 2 – mai/ago 2017
EFEITO DA VOLATILIDADE DA TAXA DE CÂMBIO NAS
EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
EFFECTS OF EXCHANGE RATE VOLATILITY ON BRAZILIAN
EXPORTS
EFECTOS DE LA VOLATILIDAD DEL CAMBIO EN LAS
EXPORTACIONES BRASILENÃS
Osmar José Bertholini Pianca
Mestre em Administração, na linha de pesquisa Finanças
e Avaliação de Empresas / Professor do Instituto Federal
do Espírito Santo (IFES), Campus Linhares, Brasil
Carlos Heitor Campani
PhD em Finanças pela Edhec Business School, França /
Professor de Finanças do Instituto de Pós-Graduação e
Pesquisa em Administração (COPPEAD) da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Brasil /
Pesquisador associado do Instituto Edhec-Risk, França
Rafael Cardoso do Nascimento
Pesquisador do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em
Administração (COPPEAD) da Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ), Brasil
Contextus
ISSNe 2178-9258
Organização: Comitê Científico Interinstitucional
Editor Científico: Carlos Adriano Santos Gomes
Avaliação: double blind review pelo SEER/OJS
Edição de texto e de layout: Carlos Daniel Andrade
Recebido em 25/07/2017
Aceito em 23/10/2017
2ª versão aceita em 06/11/2017
RESUMO
Uma economia com alta volatilidade no câmbio gera incertezas em seu fluxo de comércio internacional, o que
acaba por impactar suas exportações. Tais incertezas ensejam pesquisas que procuram identificar os efeitos da
volatilidade da taxa de câmbio sobre as exportações dos países. O presente trabalho visa investigar o impacto da
volatilidade do câmbio de dólar estadunidense nas exportações do Brasil com foco em certos setores relevantes da
economia brasileira. Assim, tomam-se como variáveis independentes quatro métricas distintas de volatilidade
cambial e, como variáveis dependentes, os volumes exportados de alguns produtos e setores. As estimativas foram
realizadas pelo Método Generalizado dos Momentos, por este apresentar melhores propriedades para amostras
finitas e tratar problemas de endogenia. Os resultados demonstram que alguns produtos e setores são afetados pela
volatilidade da taxa de câmbio do dólar estadunidense de forma negativa, enquanto outros produtos ou setores
parecem não sofrer efeito algum.
Palavras-chave: Volatilidade cambial. Taxa de câmbio real. Taxa de câmbio nominal. Exportações brasileiras.
Brasil.
ABSTRACT
An economy with high exchange rate volatility brings uncertainties to its international trade flow and, therefore,
affects its country’s exports. Such uncertainties justify researches trying to identify the effects of exchange rate
volatility on exports. This paper aims to investigate the effects of the US dollar exchange rate volatility on Brazilian
exports with a focus on certain relevant sectors of Brazil’s economy. Four different metrics of exchange rate
volatility were used as independent variables whereas the exported volumes of some products and sectors were
taken as dependent variables. The estimation process was carried out by means of the Generalized Method of
Moments because it presents better properties for finite samples and it treats the endogenicity problem. The results
show that some products and sectors are indeed affected by volatility of the US dollar exchange rate in a negative
way, while other products and sectors seem to have not been affected.
Keywords: Exchange rate volatility. Real exchange rates. Nominal exchange rates. Brazilian Exports. Brazil.
Osmar José Bertholini Pianca, Carlos Heitor Campani, Rafael Cardoso do Nascimento
189 CONTEXTUS Revista Contemporânea de Economia e Gestão. Vol 15 – Nº 2 – mai/ago 2017
RESUMEN
Una economía con alta volatilidad em su cambio genera incertidumbres a su flujo de comercio internacional, lo
que acaba por impactar sus exportaciones. Debido a tales incertidumbres, hay investigaciones que buscan
identificar los efectos de la volatilidad de cambio en las exportaciones de los países. El presente trabajo busca
investigar los efectos de la volatilidad del cambio del dólar estadounidense en las exportaciones de Brasil en ciertos
sectores relevantes de la economía brasileña. Así, se tomó como variables independientes cuatro métricas
diferentes de la volatilidad cambiaria y, como variables dependientes, los volúmenes exportados de algunos
productos y sectores. Las estimaciones fueron realizadas con el Método Generalizado de los Momentos, porque
este presenta mejores propiedades para muestras finitas y trata problemas de endogenía. Los resultados demuestran
que algunos productos y sectores se ven afectados por la volatilidad del cambio del dólar estadounidense de forma
negativa, mientras que otros productos y sectores parecen no sentir ningún efecto.
Palabras clave: Volatilidad cambiaria. Tipo de cambio real. Tipo de cambio nominal. Exportaciones brasileñas.
Brasil.
1 INTRODUÇÃO
O regime de câmbio flutuante é
assunto bastante discutido no contexto do
comércio internacional, pois – conforme
indicam Bakhromov (2011) e Baum e
Caglayan (2010) – a volatilidade da taxa de
câmbio pode ter maior ou menor impacto no
comércio entre países. Desde o colapso do
acordo de Bretton Woods, houve uma
transformação gradativa no regime cambial
dos países: muitos abandonaram o câmbio
fixo e adotaram o flutuante (TAKAENDA;
TSHEOLE; AZIAKPONO, 2006). Arize,
Osang e Slottje (2008) também destacam a
relação entre aquele colapso e a volatilidade
cambial.
Desse modo, as exportações dos
países podem sofrer flutuações perante seus
parceiros comerciais, porém ainda não há
consenso sobre o caráter positivo ou
negativo de tal efeito (VITA; ABBOTT,
2004). Enquanto alguns estudos
encontraram um impacto negativo da
volatilidade da taxa de câmbio sobre as
exportações (ARIZE; OSANG; SLOTTJE,
2008; CHOWDHURY, 1993), outros
identificaram impacto positivo
(ALTINTAŞ; CETIN; ÖZ, 2011;
SERENIS; TSOUNIS, 2014). Existem
ainda pesquisas que não encontraram
efeitos significativos (ARISTOTELOUS,
2001; WESSEH; NIU, 2012) e aquelas que
apresentaram efeitos mesclados (WANG;
BARRETT, 2007; ZHANG;
BUONGIORNO, 2010). O presente estudo
visa contribuir para o debate analisando o
caso brasileiro.
Conforme destacam Caglayan e Di
(2010), os resultados da volatilidade são
conflitantes e sensíveis a vários fatores.
Ozturk (2009) corrobora isso ao constatar
que a volatilidade da taxa de câmbio tem
sobre o comércio efeitos sensíveis: à
escolha do período da amostra, aos modelos
de especificação, à escolha das medidas de
volatilidade e ao grau de desenvolvimento
dos países em análise.
EFEITO DA VOLATILIDADE DA TAXA DE CÂMBIO NAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
190 CONTEXTUS Revista Contemporânea de Economia e Gestão. Vol 15 – Nº 2 – mai/ago 2017
Conforme destacam Osang, Slottje e
Arize (2000), Aziakpono, Takaenda e
Tsheole (2006), Bakhromov (2011) e Vergil
(2002), pouco se conhece em países menos
desenvolvidos devido à falta de dados ou à
baixa qualidade destes. Esta pesquisa
buscou preencher um pouco tal lacuna,
identificando efeitos da volatilidade da taxa
de câmbio do dólar estadunidense nas
exportações em diversos setores e produtos
relevantes da economia brasileira. Esse
ponto é inovador, na medida em que busca
trazer um poder informacional muito maior
do que uma análise agregada das
exportações brasileiras, como feito em
estudos anteriores. Foram utilizados dados
originais e atualizados, bem como se
expandiu a análise para as taxas de câmbio
real e nominal, ao passo que estudos
anteriores tenderam a usar somente a taxa
de câmbio real, em maior escala, ou
somente a taxa nominal.
O Brasil é o país escolhido para o
estudo, pois, desde 1999, possui regime de
câmbio flutuante. A propósito, a mudança
no regime brasileiro de câmbio fixo para
flutuante elevou fortemente, segundo Teles
(2005), a variabilidade da taxa cambial e,
como consequência, o risco de entrada no
mercado externo. Além dessa razão, a
importância e o tamanho da economia
brasileira no cenário internacional trazem
natural relevância para esta pesquisa.
O restante do trabalho está
estruturado da seguinte forma. A próxima
seção apresenta uma breve discussão da
literatura. A terceira explica a metodologia
utilizada e fornece uma descrição dos dados
utilizados. A quarta apresenta os resultados
e os discute. Na última seção, expõem-se
algumas considerações finais.
2 DISCUSSÃO DA LITERATURA
2.1 Efeitos da volatilidade da taxa de
câmbio no fluxo de comércio dos países
Apesar da opinião generalizada de
que as mudanças na volatilidade das
variáveis financeiras têm impactos
significativos sobre o fluxo de comércio, a
evidência empírica é notoriamente mista.
Uma série de modelos teóricos, bem como
estudos empíricos de diferentes grupos de
países têm sido propostos para explicar o
impacto da volatilidade da taxa de câmbio
sobre as exportações dos países. Não
obstante, os resultados ainda se mostram
heterogêneos.
Osang, Slottje e Arize (2000)
encontraram efeitos negativos da
volatilidade sobre as exportações, com uma
volatilidade maior surgindo como custo
adicional para os comerciantes, que
normalmente possuem grande aversão ao
risco. O descasamento entre a taxa de
câmbio (na maioria das vezes acordada no
Osmar José Bertholini Pianca, Carlos Heitor Campani, Rafael Cardoso do Nascimento
191 CONTEXTUS Revista Contemporânea de Economia e Gestão. Vol 15 – Nº 2 – mai/ago 2017
contrato) e o pagamento (na maioria das
vezes feito na entrega física ou mesmo
depois) expõe o exportador ao risco da
flutuação, devendo ele precificar a fonte de
risco adequadamente, o que gera um custo
adicional ao produto.
Por outro lado, há também estudos
apontando efeitos positivos da volatilidade
da taxa de câmbio no fluxo de comércio dos
países, como por exemplo, Serenis e
Tsounis (2014). Por sua vez, Aristotelous
(2001) observou ausência de impacto da
volatilidade da taxa de câmbio nas
exportações britânicas para os Estados
Unidos. Como se pode notar, a literatura é
bastante controversa, e o efeito parece
depender de outros fatores.
Byrne, Darby e MacDonald (2008)
encontraram diferentes resultados entre as
indústrias: efeito negativo e significativo
para produtos diferenciados e efeito
insignificativo para produtos homogêneos.
Tal disparidade sugere, portanto, que os
efeitos podem variar entre setores e que
outras variáveis podem influenciar a relação
entre volatilidade cambial e exportações,
tais como o nível de competição, a natureza
do contrato, os instrumentos existentes de
hedge e o nível de abertura ao comércio
internacional, dentre outros.
Hsu e Chiang (2011), de forma
interessante, observaram que o efeito da
volatilidade no volume de exportações dos
Estados Unidos para países desenvolvidos é
negativo, enquanto –para países em
desenvolvimento – é positivo. Li, Ma e Xu
(2015) analisaram a reação dos
exportadores chineses às variações da taxa
de câmbio relativas à moeda local. A partir
de seu estudo, constataram ser pequena a
resposta do preço das exportações em
relação à variação cambial, enquanto a
resposta ao volume é moderada. Asteriou,
Masatci e Pilbeam (2016) investigaram a
volatilidade da taxa de câmbio e sua relação
com o volume do comércio internacional do
México, da Indonésia, da Nigéria e da
Turquia no longo e curto prazos. No longo,
não encontraram vínculo entre a
volatilidade da taxa de câmbio e as
atividades comerciais internacionais, exceto
na Turquia, onde tal relação, em todo o
caso, mostrou-se fraca. No curto prazo,
detectaram uma relação causal significativa
entre a volatilidade e a demanda de
importação/exportação, no caso da
Indonésia e do México. Encontraram, para
a Nigéria, causalidade unidirecional da
demanda de exportação para a volatilidade,
enquanto – para a Turquia – não detectaram
causalidade alguma entre a volatilidade e a
demanda de importação/exportação.
Bahmani-Oskooee e Harvey (2017),
em estudo com foco em Cingapura,
concluem que a volatilidade da taxa de
câmbio tem efeitos significativos de curto
EFEITO DA VOLATILIDADE DA TAXA DE CÂMBIO NAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
192 CONTEXTUS Revista Contemporânea de Economia e Gestão. Vol 15 – Nº 2 – mai/ago 2017
prazo em 70 de 156 indústrias exportadoras
e em 73 de 155 importadoras. No entanto,
os efeitos de curto prazo duram no longo
prazo apenas em 46 indústrias exportadoras
e em 36 importadoras.
Tais resultados, bastante diversos,
bem como a ausência de estudos com foco
no Brasil apontam para a necessidade de
mais pesquisas sobre a questão de forma
mais aprofundada e rica. É precisamente
nesse contexto que se encaixa este estudo.
2.2 Efeitos da volatilidade da taxa
de câmbio e o desenvolvimento dos países
Segundo Takaenda, Tsheole e
Aziakpono (2006), o impacto da
volatilidade do câmbio no comércio
exterior tem recebido mais atenção de
pesquisas em países desenvolvidos do que
naqueles em desenvolvimento, o que sugere
a potencial relevância de tal diferenciação.
A seguir, destacamos alguns autores que
olharam o tema com foco no nível de
desenvolvimento dos países analisados.
Chowdhury (1993) encontrou efeito
negativo da volatilidade da taxa de câmbio
no fluxo de comércio bilateral entre os
países desenvolvidos pertencentes ao G-7,
ao passo que Aristotelous (2001) não
encontrou nenhum impacto das exportações
britânicas para os Estados Unidos (ambos
do G7). Por sua vez, Fountas e Bredin
(1997) encontraram efeitos diferentes nas
exportações agregadas e setoriais da Irlanda
para a União Europeia: nenhum impacto
significativo no curto prazo, mas positivo e
significativo no longo.
De Vitta e Abbot (2004)
pesquisaram a volatilidade na exportação
agregada dos Estados Unidos para um
conjunto de países desenvolvidos,
detectando um efeito negativo para o Reino
Unido e a Alemanha, positivo para o Japão
e nenhum efeito significativo para o
Canadá. Byrne, Darby e MacDonald
(2008), ao pesquisar a exportação tanto de
produtos homogêneos quanto de
diferenciados, de seis países desenvolvidos
(Reino Unido, Alemanha, França, Itália,
Holanda e Espanha), para os Estados
Unidos, concluíram que os itens
homogêneos não sofreram impacto e os
diferenciados, efeitos negativos.
Há também estudos sobre países em
desenvolvimento. Por exemplo, Altintas,
Cetin e Oz (2011) encontraram efeito
positivo da volatilidade nas exportações
agregadas da Turquia. Bakhromov (2011),
por sua vez, encontrou um impacto negativo
nas exportações agregadas do Uzbequistão.
Ekanayake, Thaver e Plante (2012)
encontraram um efeito positivo das
exportações da África do Sul para a União
Europeia no longo prazo e negativo no
curto.
Osmar José Bertholini Pianca, Carlos Heitor Campani, Rafael Cardoso do Nascimento
193 CONTEXTUS Revista Contemporânea de Economia e Gestão. Vol 15 – Nº 2 – mai/ago 2017
Wang e Barret (2007) estudaram as
exportações setoriais do Taiwan para os
Estados Unidos, encontrando efeito
negativo na agricultura e nenhum efeito
entre os outros setores analisados. Caglayan
e Di (2010), por seu turno, voltaram-se para
países desenvolvidos e em
desenvolvimento: enquanto nestes o efeito
foi negativo, naqueles foi positivo.
Em um estudo sobre o Brasil,
Bittencourt e Campos (2014) verificaram se
a instabilidade da taxa de câmbio afetou o
fluxo de comércio de exportação e
importação setoriais do Brasil com cinco de
seus principais parceiros comerciais –
China, Argentina, Holanda, Japão e Chile –
, encontrando um resultado negativo para
todos os setores pesquisados. Silva, Freitas
e Mattos (2016) buscaram identificar o
impacto da volatilidade da taxa de câmbio
real bilateral sobre o fluxo de comércio
entre países da América do Sul. Os
resultados sugerem uma redução de
atividades no comercio internacional por
conta da exposição adicional ao risco
cambial.
Silva e Bittencourt (2017) buscaram
analisar o efeito da volatilidade da taxa de
câmbio especificamente sobre o comércio
intraindustrial entre os países do Mercosul.
Os resultados da pesquisa apontam que tal
comércio foi afetado positivamente durante
o período analisado. De Vita e Abbott
(2004), reforçados por Baum e Caglayan
(2010), concordam que os resultados da
literatura, mesmo se considerado o nível de
desenvolvimento dos países estudados, são
mesclados, concluindo, portanto, que mais
investigações se fazem necessárias.
3 METODOLOGIA
Foram coletados, nas bases
IPEADATA, mantidas pelo Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA),
dados da exportação brasileira por meio do
índice de exportações (base 2006 = 100,
indicador do volume exportado),
organizados por produtos e setores. Além
do caráter inovador dessa segmentação em
termos de pesquisa, ela gera maior poder
informacional, contemplando vários
produtos e setores relevantes da economia
brasileira. Os setores e produtos
pesquisados foram um total de sete:
combustíveis; produtos manufaturados;
bebidas; celulose, papel e produtos de
papel; máquinas e equipamentos; produtos
de metalurgia; e produtos alimentícios em
geral. O período de abrangência dos dados
vai do primeiro trimestre de 1999 ao
terceiro trimestre de 2016. O ano de 1999
foi escolhido porque foi exatamente quando
o Brasil passou a usar a política de câmbio
flutuante. Anteriormente, a política de
câmbio variou entre câmbio fixo e banda
cambial. Entendemos que misturar períodos
EFEITO DA VOLATILIDADE DA TAXA DE CÂMBIO NAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
194 CONTEXTUS Revista Contemporânea de Economia e Gestão. Vol 15 – Nº 2 – mai/ago 2017
com políticas cambiais tão distintas não
seria benéfico para a análise.
Com base no volume mensal das
exportações, calculou-se a média trimestral
e então tomou-se o logaritmo natural de tais
médias. O uso de logaritmos é um
procedimento extremamente usual na
literatura (TAKAENDA; TSHEOLE;
AZIAKPONO, 2006, e SERENIS;
TSOUNIS, 2014 para citar apenas dois
exemplos) e corrige distorções quando se
lida com dados de grande escala e diferentes
ordens de grandeza (como é o caso de
nossas variáveis dependentes). Além disso,
o uso de logaritmos normalmente diminui
problemas de heteroscedasticidade e de
assimetria, bem como lineariza relações
entre variáveis medidas em escalas de
naturezas distintas. Tais efeitos são
importantes quando se utilizam modelos
baseados em regressões lineares (BUENO,
2012).
Para as variáveis independentes
adotadas, foram usadas a taxa de câmbio
real obtida no website do IPEADATA e a de
câmbio nominal obtida na base de dados do
Banco Central. A taxa de câmbio efetiva
real mensal usada no estudo foi a série
denominada INPC – exportações – índice
(base 2010 = 100).
Quanto à taxa de câmbio nominal,
esta diz respeito ao câmbio diário da moeda
brasileira. Como se considerou um período
trimestral para os cálculos, foi feita a
estimativa com 63 observações, referentes
aos dias úteis do trimestre. A partir desses
dados, foram calculadas quatro medidas de
volatilidade: duas da taxa de câmbio real
(VCR1 e VCR2) e duas da de câmbio
nominal (VCN1 e VCN2), conforme
especificações abaixo:
(I) VCR1: desvio-padrão da taxa de câmbio
real de 2 trimestres;
(II) VCR2: desvio-padrão da taxa de
câmbio real de 4 trimestres;
(III) VCN1: desvio-padrão da taxa de
câmbio nominal de 2 trimestres;
(IV) VCN2: desvio-padrão da taxa de
câmbio nominal de 4 trimestres.
Utilizar o desvio-padrão como
proxy para a volatilidade de um ativo
financeiro é normalmente a primeira
escolha na literatura de finanças nacional e
internacional, e o embasamento teórico para
tal pode ser encontrado em Hull (2015).
Para o cálculo das variáveis independentes
VCN1 e VCR1, há um total de 69
observações, enquanto, para as variáveis
VCN2 e VCR2, têm-se 67 observações. O
uso das quatro métricas distintas de
volatilidade visa capturar o efeito das
variações da taxa de câmbio, real e nominal,
que possam influenciar os produtos ou os
setores pesquisados das exportações
Osmar José Bertholini Pianca, Carlos Heitor Campani, Rafael Cardoso do Nascimento
195 CONTEXTUS Revista Contemporânea de Economia e Gestão. Vol 15 – Nº 2 – mai/ago 2017
brasileiras, além de prover maior robustez à
pesquisa.
Adotou-se como variável de
controle nas estimativas o logaritmo dos
termos de trocas trimestrais (TT), calculado
a partir dos dados mensais coletados junto
ao IPEADATA de forma análoga com o que
foi feito com o volume de exportações. A
escolha dessa variável de controle seguiu
Bakhromov (2011). Outra variável utilizada
como controle foi o PIB trimestral do Brasil
a preço de 1995 (base 1995 = 100), coletado
nas bases de dados do IBGE. A partir dos
dados trimestrais do PIB em valores
absolutos, foi encontrado o logaritmo
natural do PIB trimestral brasileiro.
Além dessas variáveis de controle,
utilizaram-se três variáveis binárias
(dummies) de dessazonalização a fim de
modelar a sazonalidade dos trimestres
dentro do próprio modelo, sendo tais
variáveis referentes ao primeiro, ao segundo
e ao terceiro trimestres. O quarto foi
naturalmente controlado pelo termo
constante (intercepto). As variáveis
dependentes e independentes utilizadas no
estudo são sumarizadas no Quadro 1.
Quadro1 – Variáveis
Exportações de celulose, papel e produtos de papel (ExpCelu)
Exportações de máquinas e equipamentos (ExpMaqui)
Exportações de metalurgia (ExpMetal)
Dependentes Exportações de produtos alimentícios (ExpAlim)
Exportações de produtos manufaturados (ExpManuf)
Exportações de combustíveis (ExpComb)
Exportações de bebidas (ExpBeb)
Volatilidade cambial real 1 (VCR1)
Volatilidade cambial real 2 (VCR2)
Volatilidade cambial nominal 1 (VCN1)
Volatilidade cambial nominal 2 (VCN2)
Independentes Termos de troca trimestral (TT)
PIB trimestral (PIB)
Dummy para dessazonalização temporal (D1)
Dummy para dessazonalização temporal (D2)
Dummy para dessazonalização temporal (D3)
Fonte: elaborado pelos autores.
A regressão dos dados foi executada
pelo Método Generalizado dos Momentos
(MGM) com o suporte do software E-
Views. Optou-se por uma estimativa por
MGM para que problemas de endogenia
(oriundos, por exemplo, de causalidades
reversas e variáveis omitidas) pudessem ser
tratados com variáveis instrumentais. Além
disso, tal metodologia lida de forma mais
eficaz com o problema da
EFEITO DA VOLATILIDADE DA TAXA DE CÂMBIO NAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
196 CONTEXTUS Revista Contemporânea de Economia e Gestão. Vol 15 – Nº 2 – mai/ago 2017
heteroscedasticidade. Destaca-se também
que o estimador MGM apresenta melhores
propriedades para pequenas amostras
(BUENO, 2012), o que vem a ser o caso
deste estudo.
Antes de estimar a regressão, as
variáveis VCR1, VCR2, VCN1, VCN2, TT,
PIB e as dependentes (relativas à
exportação de produtos ou setores) devem
ser analisadas para assegurar que nenhuma
delas seja não estacionária, pois variáveis
não estacionárias podem gerar uma
regressão espúria. Desse modo, verificou-se
a estacionariedade das séries por meio do
teste de Dickey-Fuller Aumentado (ADF)
(GUJARATI; PORTER, 2011). O teste
ADF é o teste padrão para checar
estacionariedade de séries temporais, ao
passo que testes alternativos carecem do
mesmo nível de reconhecimento na
literatura. Por exemplo, o teste ADF é
utilizado por Aristotelous (2001) e por
Altintas, Cetin e Oz (2011), para mencionar
apenas dois dos trabalhos citados por nós
neste estudo.
Tabela 1 – Resultados do teste de raiz unitária
NÍVEL 1ª DIFERENÇA
SÉRIES E VARIÁVEIS INTERCEPTO
TENDÊNCIA E
INTERCEPTO INTERCEPTO
TENDÊNCIA E
INTERCEPTO
COMBUSTÍVEIS
ln ExpComb -3,27(3)*** -3,44(10)* -11,65(0)*** -11,63(0)***
ln TT -1,37(10) -1,40(10) -6,46(0)*** -6,49(0)***
ln PIB -1,37(11) 0,18(10) -3,15(10)** -3,47(11)*
VCR1 -6,44(0)*** -6,78(0)*** -9,82(1)*** -9,75(1)***
VCR2 -3,00(4)** -3,60(4)** -6,82(2)*** -6,76(2)***
VCN1 -3,66(4)*** -3,63(4)** -15,17(0)*** -15,05(0)***
VCN2 -4,06(10)*** -4,04(10)** -6,46(10)*** -6,38(10)***
MANUFATURADOS
ln ExpManuf -1,98(10) -1,77(10) -3,24(2)*** -9,31(2)***
VCR1 -3,18(1)** -3,28(1)* -17,33(0)*** -17,22(0)***
VCR2 -3,00(2)** -3,32(2)* -6,83(2)*** -6,76(2)***
VCN1 -3,66(1)*** -3,63(1)** -15,17(0)*** -15,05(0)***
VCN2 -4,06(4)*** -4,04(4)** -6,46(4)*** -6,38(4)***
SETOR BEBIDAS
ln ExpBeb -5,30(2)*** -5,19(2)*** -9,67(2)*** -9,68(2)***
VCR1 -3,13(4)** -3,41(4)* -9,82(2)*** -9,75(2)***
VCR2 -3,00(3)** -3,32(3)*** -6,82(3)*** -6,76(3)***
VCN1 -3,66(10)*** -3,63(10)** -9,91(10)*** -9,84(10)***
VCN2 -4,06(2)*** -4,04(2)** -6,46(2)*** -6,38(2)***
(CONTINUA)
Osmar José Bertholini Pianca, Carlos Heitor Campani, Rafael Cardoso do Nascimento
197 CONTEXTUS Revista Contemporânea de Economia e Gestão. Vol 15 – Nº 2 – mai/ago 2017
(CONTINUAÇÃO)
SETOR CELULOSE
ln ExpCelu -0,61(10) -2,67(10) -13,29(10)*** -13,19(10)***
VCR1 -6,44(0)** -6,78(0)*** -17,33(0)*** -17,22(0)***
VCR2 -3,00(2)** -3,32(2)* -6,82(2)*** -6,76(2)***
VCN1 -3,66(10)** -3,63(10)** -9,91(10)*** -9,18(10)***
VCN2 -4,06(4)*** -4,04(4)** -6,46(4)*** -6,38(4)***
SETOR MAQUINAS
ln ExpMaqui -2,36(4) -2,28(4) -3,47(4)*** -3,63(4)**
VCR1 -3,13(4)** -3,41(4)* -9,82(4)*** -9,75(4)***
VCR2 -3,00(4)** -3,60(4)** -6,82(4)*** -6,76(4)***
VCN1 -3,66(4)*** -3,63(4)** -9,91(4)*** -9,84(4)***
VCN2 -4,06(4)*** -4,04(4)** -6,46(4)*** -6,38(4)***
SETOR METALURGIA
ln ExpMetal -2,92(2)** -3,62(2)** -8,84(2)*** -8,77(2)***
VCR1 -3,18(2)** -3,28(2)* -9,82(2)*** -9,75(2)***
VCR2 -3,00(2)** -3,32(2)* -6,82(2)*** -6,76(2)***
VCN1 -3,66(2)*** -3,63(2)** -9,91(2)*** -9,84(2)***
VCN2 -4,06(2)*** -4,04(2)** -6,46(2)*** -6,38(2)***
SETOR ALIMENTÍCIOS
ln ExpAlim -2,98(10)** -1,81(10) -4,81(10)*** -11,52(10)***
VCR1 -3,18(10)** -3,41(10)* -9,82(10)*** -9,75(10)***
VCR2 -2,47(10) -3,60(10)** -6,82(10)*** -4,64(10)***
VCN1 -3,66(10)*** -3,63(10)** -9,91(10)*** -9,84(10)***
VCN2 -4,06(10)*** -4,04(10)** -6,46(10)*** -6,38(10)***
Fonte: elaborado pelos autores.
Notas: ( ) representa o número de defasagens incluídas, que são selecionadas com base no Akaike Information
Criteria (AIC) para teste ADF. O asterisco (*) denota a significância estatística: *** 1%, ** 5%, *10%. Os valores
são fornecidos pelo Eviews.
Note-se que a rejeição na Tabela 1
(isto é, a presença de asteriscos) indica
evidência de estacionariedade. Portanto,
podemos concluir que a maioria das séries
apresenta evidências de estacionariedade.
Para aquelas sem tais evidências,
trabalhamos com as suas primeiras
diferenças (tradicional indicação na
literatura), que apontaram, em todos os
casos, estacionariedade. Dessa maneira,
fomos capazes de seguir adiante em nossa
análise.
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
As estimativas efetuadas pelo MGM
neste estudo têm a intenção de verificar os
efeitos que a volatilidade da taxa de câmbio
pode causar nas exportações brasileiras. A
Tabela 2 apresenta as estatísticas descritivas
das variáveis adotadas neste estudo.
EFEITO DA VOLATILIDADE DA TAXA DE CÂMBIO NAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
198 CONTEXTUS Revista Contemporânea de Economia e Gestão. Vol 15 – Nº 2 – mai/ago 2017
Tabela 2 – Estatística Descritiva
VARIÁVEIS MÉDIA MEDIANA MÁXIMO MÍNIMO DESVIO OBSERVAÇÕES
ln ExpComb 1 4,44 4,61 5 3,15 0,47 69
ln ExpComb 2 4,47 4,61 5 3,15 0,44 67
ln ExpManuf 1 4,34 4,38 4,68 3,82 0,23 69
ln ExpManuf 2 4,36 4,39 4,68 3,86 0,21 67
ln ExpBeb 1 4,45 4,47 4,8 3,68 0,21 69
ln ExpBeb 2 4,47 4,48 4,8 3,94 0,18 67
ln ExpCelu 1 4,6 4,65 5,19 3,77 0,36 69
ln ExpCelu 2 4,62 4,66 5,19 3,77 0,35 67
ln ExpMaqui 1 4,27 4,35 4,71 3,48 0,35 69
ln ExpMaqui 2 4,29 4,36 4,71 3,59 0,33 67
ln ExpMetal 1 4,45 4,47 4,77 4,12 0,15 69
ln ExpMetal 2 4,46 4,48 4,77 4,12 0,14 67
ln ExpAlim 1 4,5 4,58 4,89 3,63 0,3 69
ln ExpAlim 2 4,52 4,59 4,89 3,63 0,29 67
ln PIB 12,42 12,43 12,65 12,13 0,16 69
ln TT 4,64 4,62 4,87 4,51 0,1 69
VCR1 5,29 3,97 26,46 0,007 5,56 69
VCR2 8,45 5,84 31,92 1,04 6,51 67
VCN1 0,09 0,06 0,44 0 0,1 69
VCN2 0,16 0,12 0,6 0,01 0,12 67
Fonte: elaboração própria.
Nota-se, na Tabela 2, que o número
de observações se diferencia entre as
variáveis dependentes (exportações de
produtos e setores) e as independentes
relativas a volatilidade, visto que, em alguns
casos, os cálculos partem do desvio-padrão
de 2 trimestres e, em outros, do desvio-
padrão de 4 trimestres.
Para estimar os efeitos da
volatilidade da taxa de câmbio real (VCR1
e VCR2) e da volatilidade da taxa de
câmbio nominal (VCN1 e VCN2) sobre as
exportações brasileiras, foram
apresentados, nas Tabelas 3 a 9, os
resultados em diferentes produtos
(combustíveis, manufaturados e bebidas) ou
setores de exportação da economia
brasileira (celulose, papel e produtos de
papel, metalurgia, máquinas e
equipamentos e produtos alimentícios).
A Tabela 3 apresenta os resultados
das estimativas, mensurando os efeitos da
volatilidade da taxa de câmbio (manifesta
nas variáveis independentes) sobre a
variável dependente ExpComb. Os
resultados obtidos, para a variável de
interesse volatilidade, não se mostraram
estatisticamente significativos em nenhuma
Osmar José Bertholini Pianca, Carlos Heitor Campani, Rafael Cardoso do Nascimento
199 CONTEXTUS Revista Contemporânea de Economia e Gestão. Vol 15 – Nº 2 – mai/ago 2017
das regressões estimadas, daí a volatilidade
da taxa de câmbio não influenciar as
exportações brasileiras de combustíveis.
Tabela 3 – Regressão exportação de combustíveis
Método generalizado dos momentos – MGM
Amostra: 1999T1 – 2016T3
Matriz de ponderação dos estimadores: HAC (Bartlet Kernel, Newest-West janela fixa = 4000)
Erro padrão e covariância: matriz de ponderação HAC (Bartlet Kernel, Newest-West janela fixa = 4000)
Variável dependente: ExpComb
Regressão 1 2 3 4
VCR1 0,00 (0,73)
VCR2 0,00 (0,74)
VCN1
0,23 (0,48)
VCN2
0,22 (0,55)
ln TT -0,54 (0,36) -0,42 (0,48) -0,44 (0,46) -0,18 (0,79)
ln PIB 2,18 ***(0,00) 2,05 *** (0,00) 2,09 *** (0,00) 1,83 *** (0,00)
Dummy 1 -0,01 (0,43) -0,00 (0,99) -0,03 (0,55) -0,00 (0,94)
Dummy 2 -0,04 (0,78) -0,01 (0,78) -0,01 (0,78) -0,01 (0,78)
Dummy 3 0,03 (0,50) -0,06 (0,24) -0,04 (0,38) 0,06 (0,23)
Intercepto -20,11 *** (0,00) -19,05*** (0,00) -19,50 *** (0,00) -17,39 *** (0,00)
R2 Ajustado 0,56 0,54 0,56 0,54
Ranking Inst. 8 8 8 8
Estatística J 9,05 8,52 8,99 8,46
Valor-p Est. J 0,000 0,000 0,000 0,000
Nº Obs. 69 67 69 67
Fonte: elaboração própria.
Nota: *** significativo a 1%, **significativo a 5% e *significativo a 10%. Entre parênteses, valor p.
Os termos de troca e o PIB
apresentaram efeitos significativos em
muitas estimativas. Entretanto, por serem
somente variáveis de controle e não objeto
deste estudo, optou-se por não colocar as
interpretações em relação aos resultados
obtidos nas regressões estimadas.
Com a intenção de verificar se os
efeitos da volatilidade da taxa de câmbio
seguem a mesma direção da exportação de
combustíveis, estimam-se os efeitos da
volatilidade da taxa de câmbio na variável
dependente ExpManuf, conforme Tabela 4.
EFEITO DA VOLATILIDADE DA TAXA DE CÂMBIO NAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
200 CONTEXTUS Revista Contemporânea de Economia e Gestão. Vol 15 – Nº 2 – mai/ago 2017
Tabela 4 – Regressão exportação de manufaturados
Método generalizado dos momentos – GMM
Amostra: 1999T1 – 2016T3
Matriz de ponderação dos estimadores: HAC (Bartlet Kernel, Newest-West janela fixa = 4000)
Erro padrão e covariância: matriz de ponderação HAC (Bartlet Kernel, Newest-West janela fixa = 4000)
Variável dependente: ExpManuf
Regressão 1 2 3 4
VCR1 -0,00* (0,10)
VCR2 -0,01*** (0,01)
VCN1
-0,39 (0,13)
VCN2
-0,67** (0,02)
ln TT -0,60 (0,27) -0,81 (0,13) -0,68 (0,22) -1,19 **(0,05)
ln PIB 0,98 **(0,02) 0,76 *(0,08) 1,07 *** (0,00) 1,18 *** (0,00)
Dummy 1 -0,15 *** (0,00) -0,19*** (0,00) -0,17 *** (0,00) -0,17 *** (0,00)
Dummy 2 -0,07 ***(0,02) -0,10 *** (0,00) -0,08 **(0,01) -0,12 *** (0,00)
Dummy 3 -0,02 (0,30) -0,03 (0,20) -0,04 *(0,07) -0,05*(0,07)
Intercepto -4,94 (0,17) -1,14 (0,77) -5,73 (0,07) -4,57 (0,18)
R2 Ajustado 0,37 0,38 0,37 0,39
Ranking Inst. 8 8 8 8
Estatística J 11,09 10,53 11,53 11,43
Valor-p Est. J 0,000 0,000 0,000 0,000
Nº Obs. 69 67 69 67
Fonte: elaboração própria.
Nota: *** significativo a 1%, **significativo a 5% e *significativo a 10%. Entre parênteses, valor p.
Os resultados apresentados na Tabela
4 sugerem que a volatilidade cambial
impacta negativamente as exportações de
manufaturados do Brasil em três das quatro
estimativas verificadas. A volatilidade da
taxa de câmbio mostrou-se estatisticamente
significativa ao nível de 10% na VCR1,
enquanto o resultado na VCR2 foi mais
interessante: significativo a 1%. Quanto à
VCN2, foi encontrado um nível de
significância de 5% da volatilidade da taxa
de câmbio. Convém destacar que todos os
coeficientes apresentaram resultados
negativos, ou seja, um aumento da
volatilidade da taxa de câmbio diminui as
exportações de manufaturados.
Quanto aos efeitos da volatilidade da
taxa de câmbio nominal e real nas
exportações de bebidas (ver Tabela 5), os
resultados mostraram-se estatisticamente
significativos em todas as estimativas
efetuadas: nível de significância de 1% na
Osmar José Bertholini Pianca, Carlos Heitor Campani, Rafael Cardoso do Nascimento
201 CONTEXTUS Revista Contemporânea de Economia e Gestão. Vol 15 – Nº 2 – mai/ago 2017
VCR1 e na VCN1, estatisticamente
significativos ao nível de 5% na VCR2 e de
10% na VCN2. Como todos os coeficientes
apresentam resultados negativos, são
semelhantes aos resultados negativos
encontrados na Tabela 4.
Tabela 5 – Exportações de bebidas
Método generalizado dos momentos – GMM
Amostra: 1999T1 – 2016T3
Matriz de ponderação dos estimadores: HAC (Bartlet Kernel, Newest-West janela fixa = 4000)
Erro padrão e covariância: matriz de ponderação HAC (Bartlet Kernel, Newest-West janela fixa = 4000)
Variável dependente: ExpBeb
Regressão 1 2 3 4
VCR1 -0,01*** (0,00)
VCR2 -0,01** (0,05)
VCN1
-0,77*** (0,00)
VCN2
-0,42* (0,09)
ln TT -1,19 *** (0,00) -1,29 *** (0,00) -1,44 *** (0,00) -1,35 *** (0,00)
ln PIB 0,68 *(0,05) 0,51 *(0,06) 0,98 **(0,01) 0,74 **(0,04)
Dummy 1 -0,20 *** (0,00) -0,16 *** (0,00) -0,23 *** (0,00) -0,16 *** (0,00)
Dummy 2 -0,11 ***(0,03) -0,10 **(0,02) -0,13 **(0,01) -0,12 **(0,02)
Dummy 3 -0,04 (0,28) -0,02 (0,59) -0,07 *(0,08) -0,03 (0,43)
Intercepto 1,66 **(0,01) 4,31 (0,10) -0,90 (0,78) 1,73 (0,54)
R2 Ajustado 0,27 0,27 0,26 0,21
Ranking Inst. 8 8 8 8
Estatística J 7,27 7,50 6,98 7,00
Valor-p Est. J 0,000 0,000 0,000 0,000
Nº Obs. 69 67 69 67
Fonte: elaboração própria.
Nota: *** significativo a 1%, **significativo a 5% e *significativo a 10%. Entre parênteses, valor p.
A fim de aumentar as respostas e a
robustez dos resultados dos efeitos da
volatilidade da taxa de câmbio real e
nominal nas exportações brasileiras,
estimaram-se tais efeitos nos setores de
celulose, máquinas e equipamentos,
metalurgia e produtos alimentícios. O
primeiro setor a ser estimado encontra-se
especificado na Tabela 6.
EFEITO DA VOLATILIDADE DA TAXA DE CÂMBIO NAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
202 CONTEXTUS Revista Contemporânea de Economia e Gestão. Vol 15 – Nº 2 – mai/ago 2017
Tabela 6 – Exportações setor celulose, papel e produtos de papel.
Método generalizado dos momentos – GMM
Amostra: 1999T1 – 2016T3
Matriz de ponderação dos estimadores: HAC (Bartlet Kernel, Newest-West janela fixa = 4000)
Erro padrão e covariância: matriz de ponderação HAC (Bartlet Kernel, Newest-West janela fixa = 4000)
Variável dependente: ExpCelu
Regressão 1 2 3 4
VCR1 -0,00 (0,63)
VCR2 0,00 (0,93)
VCN1
-0,05 (0,59)
VCN2
0,07 (0,53)
ln TT -1,26 *** (0,00) -1,25 *** (0,00) -1,28 *** (0,00) -1,15 *** (0,00)
ln PIB 2,60 *** (0,00) 2,62 *** (0,00) 2,62 *** (0,00) 2,57 *** (0,00)
Dummy 1 0,07 **(0,01) 0,07 **(0,02) 0,06 **(0,02) 0,07 **(0,01)
Dummy 2 0,02 (0,43) 0,02 (0,48) 0,02 (0,49) 0,02 (0,43)
Dummy 3 -0,03 (0,11) -0,03 (0,20) -0,04 (0,11) -0,02 (0,30)
Intercepto -21,84 *** (0,00) -22,16 ***(0,00) -21,97 ***(0,00) -22,00 *** (0,00)
R2 Ajustado 0,91 0,91 0,91 0,91
Ranking Inst. 8 8 8 8
Estatística J 10,66 10,75 10,66 10,81
Valor-p Est. J 0,000 0,000 0,000 0,000
Nº Obs. 69 67 69 67
Fonte: elaboração própria.
Nota: *** significativo a 1%, **significativo a 5% e *significativo a 10%. Entre parênteses, valor p.
Os efeitos da volatilidade da taxa de
câmbio real e nominal não apresentaram
nenhum efeito nas exportações do setor
celulose, papel e produtos de papel, mesmo
considerando uma significância de 10%.
Por ser um setor bastante exportador no
Brasil, pode ser que as empresas não
tenham a opção em vender ou não para o
mercado externo, visto que muitos contratos
de compra no setor são fechados
antecipadamente. Portanto, a volatilidade
não é fator crucial para a quantidade de
celulose e derivados exportados.
Analisando a Tabela 7, verificam-se
os efeitos negativos da volatilidade da taxa
de câmbio nas exportações do setor
máquinas e equipamentos. A volatilidade da
taxa de câmbio real apresenta efeito
significativo ao nível de 5% na VCR1 e de
1% na VCR2, VCN1 e VCN2, alterando
somente os valores dos coeficientes.
Entretanto, os sinais dos coeficientes são
Osmar José Bertholini Pianca, Carlos Heitor Campani, Rafael Cardoso do Nascimento
203 CONTEXTUS Revista Contemporânea de Economia e Gestão. Vol 15 – Nº 2 – mai/ago 2017
negativos, indicando que um aumento na
volatilidade da taxa de câmbio diminui as
exportações para o setor de máquinas e
equipamentos.
Tabela 7 – Exportações setor máquinas e equipamentos
Método generalizado dos momentos – GMM
Amostra: 1999T1 – 2016T3
Matriz de ponderação dos estimadores: HAC (Bartlet Kernel, Newest-West janela fixa = 4000)
Erro padrão e covariância: matriz de ponderação HAC (Bartlet Kernel, Newest-West janela fixa = 4000)
Variável dependente: ExpMaqui
Regressão 1 2 3 4
VCR1 -0,01**(0,05)
VCR2 -0,02*** (0,01)
VCN1
-0,71*** (0,00)
VCN2
-1,06*** (0,01)
ln TT -0,19 (0,82) -0,51 (0,53) -0,34 (0,68) -1,05 (0,26)
ln PIB 1,14 *(0,08) 0,66 (0,32) 1,34 **(0,03) 1,34 **(0,04)
Dummy 1 -0,12 **(0,02) -0,17 *** (0,00) -0,15 *** (0,00) -0,15 *** (0,00)
Dummy 2 -0,06 (0,20) -0,12 **(0,01) -0,07 (0,12) -0,15 *** (0,00)
Dummy 3 -0,05 (0,17) -0,07 (0,10) -0,08 **(0,02) -0,10 **(0,03)
Intercepto -8,89 (0,11) -1,32 (0,83) -10,70 **(0,03) -7,18 (0,18)
R2 Ajustado 0,34 0,29 0,34 0,32
Ranking Inst. 8 8 8 8
Estatística J 12,14 11,03 12,64 12,65
Valor-p Est. J 0,000 0,000 0,000 0,000
Nº Obs. 69 67 69 67
Fonte: elaboração própria.
Nota: *** significativo a 1%, **significativo a 5% e *significativo a 10%. Entre parênteses, valor p.
Os efeitos da volatilidade da taxa de
câmbio nas exportações do setor de
metalurgia no Brasil não são tão claros (ver
Tabela 8), tendo em vista um efeito
negativo da volatilidade da taxa de câmbio
nominal (VCN1) nas exportações de tal
setor, sendo o nível de significância de 10%,
ao passo que a volatilidade VCR1, a VCR2
e a VCN2 não apresentam nenhum efeito.
EFEITO DA VOLATILIDADE DA TAXA DE CÂMBIO NAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
204 CONTEXTUS Revista Contemporânea de Economia e Gestão. Vol 15 – Nº 2 – mai/ago 2017
Tabela 8 – Exportações setor metalurgia
Método generalizado dos momentos – GMM
Amostra: 1999T1 – 2016T3
Matriz de ponderação dos estimadores: HAC (Bartlet Kernel, Newest-West janela fixa = 4000)
Erro padrão e covariância: matriz de ponderação HAC (Bartlet Kernel, Newest-West janela fixa = 4000)
Variável dependente: ExpMetal
Regressão 1 2 3 4
VCR1 0,00 (0,95)
VCR2 -0,00 (0,75)
VCN1
-0,71* (0,07)
VCN2
-0,00 (0,99)
ln TT -1,32 *** (0,00) -1,36 *** (0,00) -0,34 (0,68) -1,34 *** (0,00)
ln PIB 1,17 *** (0,00) 1,11 *** (0,00) 1,34 **(0,03) 1,12 *** (0,00)
Dummy 1 0,02 (0,27) 0,02 (0,37) -0,015 ***(0,00) 0,02 (0,30)
Dummy 2 -0,05 **(0,03) -0,05 **(0,04) -0,07 (0,12) -0,05 *(0,06)
Dummy 3 -0,00 (0,82) 0,01 (0,63) -0,08 **(0,02) 0,01 (0,62)
Intercepto -3,89 **(0,01) -3,03 (0,10) -10,70 **(0,03) -3,26 (0,05)
R2 Ajustado 0,41 0,39 0,34 0,38
Ranking Inst. 8 8 8 8
Estatística J 12,28 12,17 12,64 11,98
Valor-p Est. J 0,000 0,000 0,000 0,000
Nº Obs. 69 67 69 67
Fonte: elaboração própria.
Nota: *** significativo a 1%, **significativo a 5% e *significativo a 10%. Entre parênteses, valor p.
Por fim, verificam-se, na Tabela 9, os efeitos da volatilidade da taxa de câmbio no setor
produtos alimentícios.
Tabela 9 – Exportações setor produtos alimentícios
Método generalizado dos momentos – GMM
Amostra: 1999T1 – 2016T3
Matriz de ponderação dos estimadores: HAC (Bartlet Kernel, Newest-West janela fixa = 4000)
Erro padrão e covariância: matriz de ponderação HAC (Bartlet Kernel, Newest-West janela fixa = 4000)
Variável dependente: ExpAlim
Regressão 1 2 3 4
VCR1 -0,00 *** (0,00)
VCR2 -0,00 (0,31)
VCN1
-0,14 (0,55)
(CONTINUA)
Osmar José Bertholini Pianca, Carlos Heitor Campani, Rafael Cardoso do Nascimento
205 CONTEXTUS Revista Contemporânea de Economia e Gestão. Vol 15 – Nº 2 – mai/ago 2017
(CONTINUAÇÃO)
VCN2
-0,17 (0,49)
ln TT -0,95 **(0,05) -0,98 **(0,04) -0,95 **(0,04) -1,02 **(0,04)
ln PIB 1,65 *** (0,00) 1,49 *** (0,00) 1,68 *** (0,00) 1,59*** (0,00)
Dummy 1 -0,18 *** (0,00) -0,19 *** (0,00) -0,08 *** (0,00) -0,18 *** (0,00)
Dummy 2 -0,08 *** (0,00) -0,07 **(0,01) -0,08 *** (0,00) -0,08 **(0,01)
Dummy 3 0,05 **(0,04) 0,07 *** (0,00) 0,04 (0,13) 0,06 **(0,03)
Intercepto -11,57 *** (0,00) -9,33 **(0,01) -11,85 **(0,00) -10,38 ***(0,00)
R2 Ajustado 0,69 0,66 0,69 0,66
Ranking Inst. 8 8 8 8
Estatística J 9,21 7,96 9,23 7,97
Valor-p Est. J 0,000 0,000 0,000 0,000
Nº Obs. 69 67 69 67
Fonte: elaboração própria.
Nota: *** significativo a 1%, **significativo a 5% e *significativo a 10%. Entre parênteses, valor p.
Os resultados das estimativas dos
efeitos da volatilidade da taxa de câmbio
real e nominal nas exportações de produtos
alimentícios não apresentam nenhum efeito.
Tais resultados são semelhantes àqueles
encontrados nas estimativas da volatilidade
no setor de metalurgia e no setor de
celulose, papel e produtos de papel. Pode
ser que o setor alimentício tenha a opção de
vender no mercado interno ao verificar que
a volatilidade da taxa de câmbio está
afetando a sua lucratividade.
Como podemos perceber, os
resultados aqui encontrados no mercado
brasileiro dependem do setor da economia
analisado: ora não houve evidências de
impacto da volatilidade cambial nas
exportações do setor, ora a evidência
mostrou-se estatisticamente significativa.
Essa conclusão, em que pese ser original
para o mercado brasileiro, não é única na
literatura mundial. Por exemplo, Byrne,
Darby e MacDonald (2008), estudando o
mercado estadunidense, encontraram
diferentes resultados para diferentes
indústrias. Por sua vez, Fountas e Bredin
(1997) também já haviam encontrado tais
resultados analisando as exportações
irlandesas para a União Europeia. Em
consequência, acreditamos que estudos que
agreguem características setoriais para
entendermos as reais razões de haver efeito
ou não em determinado setor econômico
podem contribuir para o presente debate de
maneira relevante e original.
EFEITO DA VOLATILIDADE DA TAXA DE CÂMBIO NAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
206 CONTEXTUS Revista Contemporânea de Economia e Gestão. Vol 15 – Nº 2 – mai/ago 2017
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo buscou identificar os
efeitos da volatilidade da taxa de câmbio
sobre as exportações brasileiras, em
diversos de seus produtos e setores. A
literatura acerca do tema sugere que a
volatilidade cambial influencia as
exportações de vários países, de modo
negativo em alguns casos e nulo em outros.
Alguns estudos foram inconclusivos, ou
seja, encontraram efeito positivo em
algumas situações e negativo em outras.
Com a intenção de verificar os efeitos da
volatilidade da taxa de câmbio nas
exportações brasileiras, foram calculadas
quatro proxies de volatilidade como
variáveis independentes. Como variáveis
dependentes, utilizaram-se dados de
exportações de alguns setores e produtos da
economia brasileira. Os resultados obtidos
não foram uníssonos, tendo sido
encontrados efeitos diferentes para
diferentes produtos e setores exportadores,
o que vai ao encontro da literatura
internacional.
Os resultados encontrados no
produto bebidas e no setor máquinas e
equipamentos apresentaram efeitos
negativos e estatisticamente significativos
para todas as métricas utilizadas. Quanto
aos produtos combustíveis, bem como ao
setor celulose, papel e produtos de papel,
além do setor alimentício, não foram
encontrados indícios de efeitos com
nenhuma das métricas utilizadas. Porém,
com relação aos produtos manufaturados,
os resultados se mostraram significativos (e
negativos) em três das quatro métricas,
enquanto – no setor de metalurgia – a
significância estatística se deu com somente
uma métrica (VCN3).
Diante dos resultados expostos,
verificou-se que a volatilidade da taxa de
câmbio pode afetar as exportações
brasileiras de forma negativa em alguns
casos. Consequentemente, patamares mais
estáveis para as taxas de câmbio podem
ajudar as exportações brasileiras,
aumentando nossa competitividade no
mercado mundial e ajudando a balança
comercial brasileira.
Uma limitação deste estudo diz
respeito à quantidade de dados disponíveis
do câmbio, pois o Brasil se tornou um país
com regime de câmbio flutuante somente
em 1999, impossibilitando uma maior
quantidade de dados para serem analisados.
Como sugestão de pesquisa, entendemos ser
relevante pesquisar os efeitos da
volatilidade da taxa de câmbio também nas
importações brasileiras, considerando
produtos e setores da economia, bem como
no próprio saldo da balança comercial.
Pode-se também pesquisar a influência da
volatilidade da taxa de câmbio no curto e no
Osmar José Bertholini Pianca, Carlos Heitor Campani, Rafael Cardoso do Nascimento
207 CONTEXTUS Revista Contemporânea de Economia e Gestão. Vol 15 – Nº 2 – mai/ago 2017
longo prazos, considerando técnicas de
cointegração e mecanismos de correção de
erros.
EFEITO DA VOLATILIDADE DA TAXA DE CÂMBIO NAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
208 CONTEXTUS Revista Contemporânea de Economia e Gestão. Vol 15 – Nº 2 – mai/ago 2017
REFERÊNCIAS
ALTINTAŞ, H.; CETIN, R.; ÖZ, B. The Impact of Exchange Rate Volatility on Turkish
Exports: 1993-2009. South East European Journal of Economics and Business, v. 6, n. 2, p.
71-81, 1 jan. 2011.
ARISTOTELOUS, K. Exchange-rate volatility, exchange-rate regime, and trade volume:
Evidence from the UK-US export function (1889-1999). Economics Letters, v. 72, n. 1, p. 87-
94, 1 jul. 2001.
ARIZE, A. C.; OSANG, T.; AND SLOTTJE, D. J. Exchange volatility and foreign trade:
Evidence from thirteen LDCs. Journal of Business and Economic Statistics, v. 18, n. 1, p.
10-17, jan. 2000.
_____. Exchange-rate volatility in Latin America and its impact on foreign trade. International
Review of Economics and Finance, v. 17, n. 1, p. 33-44, 1 jan. 2008.
ASTERIOU, D.; MASATCI, K.; PILBEAM, K. Exchange rate volatility and international
trade: International evidence from the MINT countries. Economic Modelling, v. 58, p. 133-
140, nov. 2016.
BAHMANI-OSKOOEE, M.; HARVEY, H. Exchange rate volatility and its impact on
commodity trade flows between singapore and malaysia. Journal Of Economic Development,
v. 17, n. 1, p. 17-33, 2017.
BAKHROMOV, N. The Exchange Rate Volatility and the Trade Balance: Case of Uzbekistan.
Journal of Applied Economics and Business Research JAEBR, v. 1, n. 3, p. 149-161, 2011.
BAUM, C. F.; CAGLAYAN, M. On the sensitivity of the volume and volatility of bilateral
trade flows to exchange rate uncertainty. Journal of International Money and Finance, v. 29,
n. 1, p. 79-93, 1 fev. 2010.
BITTENCOURT, G. M.; CAMPOS, A. C. Efeitos da instabilidade da taxa de câmbio no
comércio setorial entre Brasil e seus principais parceiros comerciais. Economia Aplicada, v.
18, n. 4, p. 657-678, dez. 2014.
BUENO, R. DE L. DA S. Econometria de Séries Temporais. 2. ed. 2008.
BYRNE, J. P.; DARBY, J.; MACDONALD, R. US trade and exchange rate volatility: A real
Osmar José Bertholini Pianca, Carlos Heitor Campani, Rafael Cardoso do Nascimento
209 CONTEXTUS Revista Contemporânea de Economia e Gestão. Vol 15 – Nº 2 – mai/ago 2017
sectoral bilateral analysis. Journal of Macroeconomics, v. 30, n. 1, p. 238-259, 1 mar. 2008.
CAGLAYAN, M.; DI, J. Does Real Exchange Rate Volatility Affect Sectoral Trade Flows?
Southern Economic Journal, v. 77, p. 313-335, October 2010.
CHOWDHURY, A. Does Exchange Rate Variability Depress Trade Flows? Evidence From
Error Correction Models. Review of Economics and Statistics, v. 75, n. 4, p. 700-706, 1993.
DE BIASI DA SILVA, C.; VAZ, M.; BITTENCOURT, L. O comércio intra-industrial do
Mercosul e a volatilidade da taxa de câmbio. In: XX ENCONTRO DE ECONOMIA DA
REGIÃO SUL, 2017, Porto Alegre. Disponível em:
<https://www.anpec.org.br/sul/2017/submissao/files_I/i5-
1f402e0fd994cb90ed8c44f97775f534.pdf>. Acesso em: 3 nov. 2017.
EKANAYAKE, E. M.; THAVER, R. L.; PLANTE, D. The Effects of Exchange Rate Volatility
on South Africa’s Trade with the European Union. The International Journal of Business
and Finance Research, v. 6 (3), p. 13-26, 2012.
FOUNTAS, S.; BREDIN, D. Exchange Rate Volatility and Exports: The Case of Ireland.
Department of Economics, National University of Ireland, Galway, v. 16, p. 301-304, May
1997.
GUJARATI, D. N.; PORTER, D. C. Econometria basica. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2011.
HSU, K. C.; CHIANG, H. C. The threshold effects of exchange rate volatility on exports:
Evidence from US bilateral exports. Journal of International Trade and Economic
Development, v. 20, n. 1, p. 113-128, fev. 2011.
HULL, J. Options, Futures, and Other Derivatives. 9. ed. Pearson Education, 2015.
LI, H.; MA, H.; XU, Y. How do exchange rate movements affect Chinese exports? – A firm-
level investigation. Journal of International Economics, v. 97, n. 1, p. 148-161, 1 set. 2015.
OZTURK, I.; KALYONCU, H. Exchange rate volatility and trade: An empirical investigation
from cross-country comparison. African Development Review, v. 21, n. 3, p. 499-513, 1 dez.
2009.
SERENIS, D.; TSOUNIS, N. Exchange Rate Volatility and Aggregate Exports: Evidence from
Two Small Countries. ISRN Economics, v. 2014, p. 1-10, 20 jan. 2014.
EFEITO DA VOLATILIDADE DA TAXA DE CÂMBIO NAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
210 CONTEXTUS Revista Contemporânea de Economia e Gestão. Vol 15 – Nº 2 – mai/ago 2017
SILVA, F. A.; FREITAS, C. O. DE; MATTOS, L. B. DE. Volatilidade da taxa de câmbio e
seus efeitos sobre o fluxo de comércio dos países da América do Sul. Revista de Economia
Contemporânea, v. 20, n. 2, p. 229-249, 2016.
TAKAENDESA, P. ; TSHEOLE, T. ; AZIAKPONO, M. Real exchange rate volatility and its
effect on trade flows: new evidence from South Africa. Studies in Economics and
Econometrics, v. 30, n. 3, p. 79-97, 1 nov. 2006.
TELES, V. K. Choques cambiais, política monetária e equilíbrio externo da economia brasileira
em um ambiente de hysteresis. Economia Aplicada, v. 9, n. 55, p. 415-426, set. 2005.
VERGIL, H. Exchange Rate Volatility in Turkey and Its Effect on Trade Flows. Journal of
Economic and Social Research, v. 4, n. 1, p. 83-99, 2002.
VITA, G. DE; ABBOTT, A. Real Exchange Rate Volatility and US Exports: An ARDL Bounds
Testing Approach. Economic Issues Journal Articles, v. 9, n. 1, p. 69-78, 2004.
WANG, K.-L.; BARRETT, B. Estimating the Effects of Exchange Rate Volatility on Export
Volumes. Journal of Agricultural and Resource Economics, v. 32, n. 2, p. 225-255, 2007.
WESSEH, P. K.; NIU, L. The impact of exchange rate volatility on trade flows: New evidence
from South Africa. International Review of Business Research Papers, v. 8, n. 1, p. 140-165,
2012.
ZHANG, S.; BUONGIORNO, J. Effects of exchange rate volatility on export volume and
prices of forest products. Canadian Journal of Forest Research, v. 40, n. 11, p. 2069-2081,
nov. 2010.
Top Related