Fernanda Fonseca Torres Pessoa
Luciana Hoffert Castro Cruz
EDUCAÇÃO INCLUSIVA:
o conhecimento sobre as neurociências aplicadas à
educação e suas contribuições na construção do
pensamento e práticas inclusivas
ITABIRA
2019
SUMÁRIO Introdução ......................................................................................03
Conhece a proposta e a legislação da educação inclusiva?...........07
Para uma educação inclusiva ........................................................08
Conheça o TDAH ...........................................................................09
Algumas características do TDAH .................................................10
Anatomia da aprendizagem............................................................11
Fatores que contribuem para a aprendizagem...............................12
Considerações Finais ....................................................................13
Referências bibliográficas ..............................................................14
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INTRODUÇÃO
Esta cartilha é o produto da dissertação intitulada “A inclusão escolar
de alunos com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade: importância
da formação continuada de professores”, do Programa de Mestrado
Profissional em Ensino de Ciências, do Instituto de Ciências Exatas e
Biológicas da Universidade Federal de Ouro Preto.
A proposta desta cartilha sobre educação inclusiva, não é oferecer
uma fórmula capaz de resolver o problema dos alunos que apresentam
alguma dificuldade de aprendizagem, na verdade, é promover o conhecimento
de como as neurociências podem auxiliar o atendimento destes discentes e
contribuir na formação de professores para uma educação inclusiva.
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CONHECE A PROPOSTA E A LEGISLAÇÃO DA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA?
No cenário mundial, era realizada pela UNESCO, a
Declaração Mundial sobre Educação para Todos,
garantindo a igualdade de acesso à educação aos
portadores de todo e qualquer tipo de deficiência. Neste
mesmo ano, no Brasil, era promulgado o Estatuto da
Criança e Adolescente, estabelecendo o atendimento
educacional especializado aos portadores de deficiencia.
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Declaração de Salamanca, ocorrida na Espanha, com
repercussão mundial, promoveu a substituição do conceito
e terminologia integracionista pela inclusivista, alterando
as concepções na construção de ações que garantiam
apenas a permanência dos alunos nas salas regulares.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN)
estabelece o atendimento de serviços de apoio
especializado, preferencialmente na escola regular, quando
necessário.O termo preferencialmente foi corrigido em
1999 para matrícula compulsória.
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Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na
Educação Básica, decreta que as instituições de ensino
promovam o atendimento às potencialidades do aluno,
elaborando planos pedagógicos que atendam além das
disposições frequentes da demanda escolar. Essas
Diretrizes modificam ainda, o público atendido pela
educação especial, ampliando essa assistências para
além da deficiência, incorporando as dificuldades de
aprendizagem. Atendimento às Necessidades
Educacionais Especiais (NEEs).
Lei Brasileira de Inclusão, que assegura, dentre outros, a
elaboração de ações que maximizem o desenvolvimento
acadêmico do indivíduo
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Programa de Sala de Recursos Multifuncionais,
dispobilizando nas escolas públicas do ensino regular,
equipamentos de informática, mobiliários, materiais
pedagógicos e de acessibilidade, para atendimento
especializado aos alunos com NEEs.
Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusa, constituida no ano de 2008, assegura o
direito de toda criança, independente de sua dificuldade ou
diferença, à aprendizagem, responsabilizando às escolas
por receber e responder às necessidades individuais de
cada aluno. Neste mesmo ano houve a mudança da
terminologia Educação Especial para Atendimeno
Educacional Especializado.
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PARA UMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Escola
Inclusiva
Estratégias de ensino
diversificadas
Profissionais da educação capacitados para o trabalho com
alunos com NEEs.
Professores mediador,
AEE.
Participação e apoio da família
Investimento em
infraestrutura
Alunos com TDAH apresentam Necessidades Educacionais Especiais (NEEs), isto porque o transtorno é responsável por dificuldades de
aprendizagem apresentadas pelos estudantes.
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EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A proposta da educação inclusiva não é um atendimento exclusivo ou
diferenciado aos alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEEs), na
verdade apenas propõe que seja garantida a todos os alunos, sem distinção,
metodologias de ensino que favoreçam a aprendizagem, pois assim como existem
diferentes modos de aprendizagem também existem diferentes modos de ensinar.
Combinado ao trabalho do professor regente na busca do efetivo
aprendizado, existe o professor mediador, que realiza o Atendimento Educacional
Especializado (AEE), nos casos em que o aluno com NEEs apresenta algum
transtorno global do desenvolvimento ou possui diversas barreiras que
comprometem sua interação com a escola e sociedade.
Fonte: FREEIMAGES, 2019.
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CONHEÇA O TDAH
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é o
distúrbio de neurodesenvolvimento mais comum na infância. Há três tipos de
apresentação para o TDAH: o predominantemente desatento, o
predominantemente hiperativo/impulsivo ou o combinado, que possui
características dos dois tipos anteriores.
DESATENTO
Desatenção, facilidade em
distrair, o indivíduo apresenta
dificuldade em realizar atividades
que envolvam maior esforço
mental e apresentam dificuldades
em perceber a passagem do
tempo.
HIPERATIVO/IMPULSIVO
Caracteriza-se por um comportamento desmoderado de agitação, hiperatividade e
impulsividade. O indivíduo apresenta dificuldade em pensar antes de agir.
Fonte: FREEIMAGES, 2019.
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ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO TDAH
Dificuldades de aprendizado, fracasso escolar, perturbações motoras, problemas
comportamentais e sociais geralmente fazem parte da vida desses indivíduos.
Não há cura para este transtorno, mas a interação do tratamento psicoterápico e
farmacológico resulta em melhor qualidade de vida dos indivíduos com TDAH.
Não há nenhum teste psicométrico, neurológico ou laboratorial para o diagnóstico
do TDAH, portanto ele é fundamentalmente clínico.
O ambiente escolar costuma ser um dos mais problemáticos para a criança com
TDAH, e muitas vezes a relação com o professor é conflituosa.
Pela visão do aluno com TDAH a escola é um ambiente penalizante, que exige inúmeras tarefas que ele não consegue cumprir.
Fonte: FREEIMAGES, 2019.
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ANATOMIA DA APRENDIZAGEM
O TDAH provoca alterações no córtex pré-frontal do indivíduo, na
ilustração abaixo é representada pela cor azul,comprometendo funções executivas
que estão diretamente relacionadas à aprendizagem. Veja quais funções são
executadas pelo lobo pré-frontal:
Coordena e
ajusta o
comportamento
social
Motivação
para atingir
um objetivo Organização
Pensamento
Crítico
Memória de
Trabalho
Ajuda a gerenciar
o impulso e a
controlar as
emoções
Concentração da
atenção:
organização de
informação e sua
realização na
prática
Aprender
com a
experiência
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FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A
APRENDIZAGEM
Não existe fórmula da aprendizagem! O conhecimento de como
funciona as linguagens da mente: visão, audição e cinestesia; combinado à
utilização de diferentes estratégias e instrumentos de ensino facilitam este
processo. Além disso, fatores externos também devem ser levados em
consideração:
• Qualidade do sono: é durante o sono que as informações são consolidadas,
isto é, que há a consolidação da memória de longo prazo, a formação do
conhecimento.
• Prática de atividade física: a prática regular de atividades físicas apresenta
significativa melhora na plasticidade cerebral, isto é, na capacidade do
cérebro de realizar novas sinapses, de aprender.
• Nutrição: a alimentação equilibrada fornece ao organismo os nutrientes
necessários para seu pleno funcionamento, inclusive cerebral.
• Contexto Familiar: um ambiente tranquilo e amoroso é fundamental para o
desenvolvimento humano.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação inclusiva já é prevista em nossa legislação, contudo não houve uma formação ou capacitação dos professores para sua realização. Infelizmente há ainda uma interpretação errônea da prática inclusiva, gerando o desinteresse e desmotivação do docente. Contudo, o prazer em ensinar e a satisfação em promover a aprendizagem é inerente ao professor, e o aluno deve construir este conhecimento através de diferentes metodologias, permitindo à todos a equidade na educação.
“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria
produção ou a sua construção.” Paulo Freire
Fonte: FREEIMAGES, 2019.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL, Alice Bicalho do; et al. A formação do professor para trabalhar com crianças que apresentam
diagnóstico de TDAH no ensino fundamental I na rede municipal de ensino de Curitiba. Curitiba: Revista
Eletrônica do Curso de Pedagogia das Faculdades OPET, dez. 2013. Disponível em:
http://www.opet.com.br/faculdade/revista-pedagogia/pdf/n6/ARTIGO-MONICA.pdf Acesso em 11 de maio de 2017.
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União, Brasília, 6 de julho de 2015.
BRASIL. Lei Nº 8.069, DE 13 DE JULHO E 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, 13 de Junlho de 1990.
CASTRO, Eliane Pereira dos Santos. As políticas de formação continuada do professor do ensino médio no
Tocantins e seus desdobramentos na valorização docente. 2017. 165f. Dissertação (mestrado) – Programa de
Pós-Graduação em Educação, Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2017.
COSENZA, Ramon M; GUERRA, Leonor B. Neurociência e Educação: como o cérebro aprende. Porto Alegre:
Artmed, 151 p., 2011.
GUIMARÃES, Leonardo; SCHIRMER, Mayara; COSTA, Zuleika. Implicações da privação do sono na qualidade
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JUNIOR, Édison de Britto Rangel; LOOS, Helga. Escola e desenvolvimento psicossocial segundo percepções
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-863X2011000300010. Acesso em 03 de set de 2017.
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