1
Ana Maria de Carvalho
Jlio Ribeiro Soares
Maria do Socorro da Silva Batista
Slvia Maria Costa Barbosa
(Organizadores)
POLTICA DE FORMAO DOCENTE E
INTERVENO NA REALIDADE ESCOLAR
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar. / Ana Maria de Carvalho [et al]. (Org). Mossor, RN: Edies UERN, 2013.
421 p.
ISBN 978-85-7621-061-0
1. Produo acadmica - PIBID/UERN. 2. Divulgao cientfica - PIBID/UERN. 3. Formao docente UERN. 4. Programa Institucional de Bolsa de Iniciao Docncia. I. Carvalho, Ana Maria de. II. Soares, Jlio Ribeiro. III. Batista, Maria do Socorro da Silva. IV. Barbosa, Slvia Maria Costa Barbosa. III. Ttulo.
UERN/BC CDD 378.007
Organizao Ana Maria de Carvalho Jlio Ribeiro Soares Maria do Socorro da Silva Batista Silvia Maria Costa Barbosa Capa, projeto grfico, editorao eletrnica e diagramao Mrio Srgio Leite; Ana Maria de Carvalho. Reviso Os textos aqui apresentados foram os selecionados pela comisso cientfica que integrou o II Encontro PIBID/UERN. Cada autor foi responsvel pela reviso de seu prprio texto e por ele responde por quaisquer questes e/ou atos que venham a ser levantados.
Catalogao da Publicao na Fonte.
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
Reitor
Prof. Milton Marques de Medeiros
Vice-Reitor
Prof. Acio Cndido de Souza
Pr-Reitor de Pesquisa e Ps-Graduao
Prof. Wogelsanger Oliveira Pereira
Comisso Editorial do Programa Edies UERN:
Prof. Wogelsanger Oliveira Pereira
Profa. Marclia Luzia Gomes da Costa (Editora Chefe)
Prof. Eduardo Jos Guerra Seabra
Prof. Humberto Jefferson de Medeiros
Prof. Srgio Alexandre de Morais Braga Jnior
Profa. Lcia Helena Medeiros da Cunha Tavares
Prof. Bergson da Cunha Rodrigues
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
SUMRIO
APRESENTAO 08
I - CONCEPES DE ENSINO E APRENDIZAGEM 09
A LITERATURA DE CORDEL COMO FERRAMENTA PARA O ENSINO DE
HISTRIA E HISTRIA INDGENA
10
Aldione Francisco da Silva
A UTILIZAO DE AULAS PRTICAS COMO MTODO DE ENSINO APRENDIZAGEM
15
Tiago Caminha de Lima, Maria Tereza de Alencar
ANLISE DOS CONHECIMENTOS PRVIOS DOS ALUNOS SOBRE
METABOLISMO CELULAR
25
Arnaldo Ferreira da Costa, Andr Lenidas da Silva Rodrigues, Dijenaide Chaves de Castro
ATIVIDADES LDICAS E A MOTIVAO NAS AULAS DE E/LE: UMA
EXPERINCIA DO PIBID
32
Joseilson Jales Alves, Maria Janicleide de Freitas, Ivoneide Aires Alves do Rego
CONHECE-TE A TI MESMO: A ESCOLHA PELA PROFISSO DOCENTE DOS
ALUNOS(AS)-BOLSISTAS DO PIBID/PEDAGOGIA/CAMEAM/ UERN
41
Jhonnys Ferreira do Nascimento, Maria da Conceio Matias, Dbora Maria do Nascimento
CONHECIMENTOS PRVIOS: UMA ABORDAGEM E EXEMPLO A SER
SEGUIDO
52
Francisca Jssica Teixeira da Silva, Gesa Maria da Cruz, Giany Paiva Pedrosa, Anairam de
Medeiros e Silva
ENSINO PBLICO: INSTRUMENTOS E CRITRIOS PARA AVALIAO DA
HABILIDADE ORAL DE ESPANHOL
59
Beatriz Fernandes da Costa, Josenildo Fernandes Sobrinho, Silas Soares da Silva, Maria Solange de
Farias
EL USO DEL TEXTO LITERRIO EN EL MANUAL SNTESIS 1: UNA
PERSPECTIVA SEMITICA
70
Solange Maria de Farias, Josirranny Priscilla da Silva, Samira Luara Gis Arajo
FEIRA DE CINCIAS: INCENTIVANDO O PENSAMENTO CIENTFICO DE
ALUNOS DO ENSINO MDIO DE UNA MG
81
Franciele Caetano Vasconcelos, Ana Luiza Litz Passos, Cla Mrcia Pereira Cmara
FORMAO DE PROFESSORES: UMA EXPERINCIA A PARTIR DO
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAO DOCNCIA
88
Eleni de Andrade Leite, Rafaella Pereira Chagas, Dbora Maria do Nascimento
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
IMPLANTAO DO ENSINO DE ESPANHOL NAS ESCOLAS PBLICAS DE
MOSSOR: DESAFIOS E CONQUISTAS
99
Naftali Naalai de Lima Souza, Oscarina Caldas Vieira, Karine Menezes Ribeiro, Maria Solange de
Farias
LA IMPORTANCIA DE LA PRAGMTICA EN LA ENSEANZA DE LENGUAS 109 Emanuela Azevedo Costa, Pedro Adrio
LEVANTAMENTO DE CONHECIMENTOS PRVIOS DE ESTUDANTES DE
ENSINO MDIO SOBRE METABOLISMO E MORFOLOGIA VEGETAL
121
Andr Luiz Braga Silva, Rita Maria da Silva Lima, Dijenaide Chaves de Castro, Anairam Medeiros
e Silva, Priscilla Kelly da Silva Barros
MTODOS DE RESOLUO DE PROBLEMAS 129 Eli Erisson Pereira Antunes, Farlei Ferreira Silva, Wilian Ferreira Rocha, Rosivaldo Antonio
Gonalves
O PROJETO POLTICO PEDAGGICO E OS PARMETROS CURRICULARES
NACIONAIS COMO DOCUMENTOS NORTEADORES DO PLANEJAMENTO
ESCOLAR
135
Lais Francielly Garcia do Nascimento, Las Klennaide Galvo da Silva, Maria Luzia Carlos da
Silva, Maria Solange de Farias
O USO DO GNERO LITERRIO NAS AULAS DE ESPANHOL DAS ESCOLAS
PBLICAS DE MOSSOR: ANLISE DO MANUAL ENLACES
147
Rozilene Ferreira da Costa, Thayn Celina Rodrigues, Ana Paula Alves Ferreira, Maria Solange de
Farias
PERCEPES NOS PARMETROS MUSICAIS NO ENSINO FUNDAMENTAL I:
PROPOSTA MUSICAL VIVENCIADA NO PIBID MSICA UFRN 158
Joalisson Jonathan Oliveira Diniz, Orientador: Prof. Dr. Danilo Guanais
PIBID: CONTRIBUIES DA FORMAO DOCENTE PARA A PRTICA
PEDAGGICA NO ENSINO FUNDAMENTAL
165
Kely Barcelos de Oliveira, Giselly de Castro Ramos, Mnia Maristane Neves Silveira Maia
PROPUESTA DIDACTICA: El GNERO CUENTO PARA EL DESARROLLO DE
LAS HABILIDADES LINGUSTICAS EN CLASE DE ELE
175
Emanuela Azevedo Costa, Maria Evnia Pinheiro de Albuquerque, Yanskara Roberta de
Medeiros, Maria Solange de Faras
RELATOS DE EXPERINCIAS VIVENCIADAS E ADQUIRIDAS DURANTE AS
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO PIBID/UERN
186
Maria Emurielly Nunes Almeida, Antnia Karolina Bento Pereira, Cryslene Dayane Bezerra da
Silva, Edilene Rodrigues Barbosa
TRABALHANDO GEOMETRIA E RESOLUES DE PROBLEMAS 196 Ana Flvia Pereira de Souza, Anny Christine Vieira Lima, Gislaine Beatriz Teixeira Santos,
Romulo Barbosa Veloso
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
II - DIVERSIDADE E INCLUSO SOCIAL NA EDUCAO BSICA 206
AS METODOLOGIAS ATUAIS DE ENSINO DE GEOGRAFIA NA
MODALIDADE DA EDUCAO DE JOVENS E ADULTOS
207
Ana Paula Souza, Maria Adriana de Souza Lins, Maria Aparecida Monteiro da Silva, Luiz Eduardo
do Nascimento Neto
EDUCAO MUSICAL E DEFICINCIA AUDITIVA: UM ENCONTRO
POSSVEL? RELATO DE EXPERINCIA DO PIBID MSICA/UFRN
215
Aline Regina da Silva, Amlia de Jesus, Catarina Aracelle Porto
INCLUSO DAS PESSOAS COM DEFICINCIA NAS AULAS DE EDUCAO
FSICA NA ESCOLA DR. JOSE FERNANDES DE MELO
224
Maria Solange de Frana, Darphany Alexandre Ramalho, Antonio Gracione Macena Morais, Maria
Ione da Silva
III - SABERES E PRODUO DE CONHECIMENTO NA ESCOLA 234
A POLTICA DE FORMAO E TRABALHO DOCENTE NO BRASIL 235 Profa. Dra. Nilza Maria Cury Queiroz
O PIBID NA FORMAO DE PROFESSORES: MODOS DE INTERVENO NA
REALIDADE ESCOLAR E A CONSTITUIO DE NOVOS SENTIDOS DA
DOCNCIA
249
Profa. Me. Eliana de Sousa Alencar Marques
O PROCESSO DE FORMAO DE PROFESSORES NO CONTEXTO DAS
POLTICAS PBLICAS
259
Slvia Maria Costa Barbosa, Ana Maria de Carvalho
A CONSTRUO DO CONHECIMENTO ATRAVS DA CRIAO DE
MATERIAL DIDTICO-PEDAGGICO: UMA AO PARTICIPATIVA
264
Evandro Nogueira de Oliveira, Francisco Alves de Alencar, Lindonjhmson Ferreira da Silva, Maria
Ione da Silva
A IMPORTNCIA DO PIBID PARA A FORMAO DOS ESTUDANTES DE
LICENCIATURA
274
Seliane de Oliveira Pascoal, Jlio Ribeiro Soares
AS CONTRIBUIES DO ESTGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO NA
FORMAO PROFISSIONAL DO PROFESSOR
283
Cla Mrcia Pereira Cmara
CURRCULO E PRTICA DOCENTE NO ENSINO DE GEOGRAFIA DO RN 298
Otoniel Fernandes da Silva Junior, Maria Jos Costa Fernandes
PIBID: APLICAO E ANLISE DO SEMINRIO SOBRE TRATAMENTO DE
RESDUOS QUMICOS NA ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR ABEL FREIRE
COELHO
307
Clarissa Grazianne Barbosa Fernandes, Roseana da Silva Bezerra, Paula Havanna Alves de Morais,
Vasco de Lima Pinto
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
PIBID E ENSINO DE GEOGRAFIA: TECENDO SABERES, CONSTRUINDO
PRTICAS
312
Miqueias Virginio da Silva, Milton Thiago Gomes Barroso, Adlany Fontes Oliveira, Luiz Eduardo
do Nascimento Neto
POR ONDE ANDAM? UM ESTUDO SOBRE AS ABORDAGENS PEDAGGICAS
DA EDUCAO FSICA NO PIBID/CEF/CAMEAM
323
Fernanda de Oliveira Silva, Francisco Anderson Dias de Freitas, Francisco Hugo Borges, Maria
Ione da Silva
PRTICAS PEDAGGICAS DESENVOLVIDAS POR BOLSISTAS DO PIBID NO
5 ANO
332
Ranuze Maria da Silva Gomes, Thamyres Ramos de Andrade, Isabel Cristina da Silva Fontineles
PROJETO DE EDUCAO FSICA CULTURA CORPORAL: A BUSCA DO CORPO PERFEITO PELA SADE
340
Fernando Florncio Da Costa, Otto Jos Pereira, Regina Sheelly Da Silva Paiva, Maria Ione Silva
UMA VISO DO ALUNO NUMA EXPERINCIA DOCENTE 347 Valderi Idalino da Silva, Luiz Eduardo do Nascimento
UTILIZAO DE MODELOS DIDTICOS DE CAULES COMO ARTICULADOR
DO ENSINO DE BOTNICA NO ENSINO MDIO
357
Diego Jairon Lopes Paulino, Gssica Gabriela Freire do Rgo, Andra Bezerra dos Santos
IV - LINGUAGENS, CULTURA E ARTE 364
A GUERRA FRIA EM HISTRIA EM QUADRINHOS 365 Patrcia Tmara da Silva, Kelly kalla Aires de Almeida, Tas Cristina Nunes Pereira Gurgel, Me.
Luiz Eduardo do Nascimento Neto
A LITERATURA DE CORDEL: CONSTANDO AS HISTRIAS DO SERTO
NORDESTINO
372
Antonio Marcos Ferreira da Costa
ANLISE DAS PROPOSTAS DE ATIVIDADE SOBRE VARIAO
LINGUSTICA NO LIVRO DIDTICO DE LNGUA PORTUGUESA
380
Reginaldo Fernandes da Costa, Sueilton Junior Braz de Lima, Maria Santana Soares de Andrade,
Maria Clivoneide de Freitas Freire
AS CHARGES: LINGUAGEM ALTERNATIVA NO ENSINO DA GEOGRAFIA 389 Francisco de Assis Fernandes Lima, Jos Washington Gonalves Pereira, Luiz Eduardo do
Nascimento Neto
AS PRTICAS DE LINGUAGEM NA ESCOLA: IMPLICAES NO ENSINO DE
LNGUA PORTUGUESA
396
Manoel Guilherme de Freitas, Josefa Christiane Mendes Martins, Antonia Cludia de Lucena
Freitas, Francisco Elieudes Fernandes de Queiroz
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
O TEATRO NA ESCOLA: UM CAMINHO PARA A EDUCAO 405 Cristiana Abrantes Sarmento, Maria Bonfim Gonalves, Maria Ismelry Diniz, Sidileide Batalha do
Rgo
RITMO NO ENSINO FUNDAMENTAL I: UMA PROPOSTA MUSICAL A
PARTIR DA VIVNCIA NO PIBID MSICA UFRN 413
Luciano Luan Gomes Paiva, Orientador: Prof. Dr. Danilo Guanais
8
Apresentao
Esta publicao destaca a produo acadmica do PIBID no cenrio da
formao inicial dos alunos-bolsistas das diversas licenciaturas, como tambm dos
professores-supervisores das escolas parceiras e de todos que compe o quadro de
professores ligado ao Programa.
Em trs anos de desenvolvimento do PIBID/UERN houve uma ampliao
significativa dos subprojetos. Com essa ampliao no binmio de 2011/2012 temos
20 subprojetos nas diversas licenciaturas, totalizando 393 bolsistas, o que tem nos
garantido o maior PIBID do Rio Grande do Norte. relevante a poltica de
formao inicial dos futuros professores que vem sendo mediada e financiada pela
CAPES, tendo em vista a produo acadmica na rea de ensino.
O II Encontro do PIBID/UERN veio ampliar e socializar as experincias
desenvolvidas, tais como: estudos, oficinas pedaggicas no mbito das escolas
parceira. Nessa perspectiva, o livro POLTICA DE FORMAO DOCENTEE
INTERVENO NA REALIDADE ESCOLAR vem propiciar temticas
condizentes com as reas das diversas licenciaturas, tendo como eixo comum a
articulao da produo, a formao e o trabalho docente. Assim, temos neste E-
BOOK quatro eixos temticos como: concepes de ensino e aprendizagem;
diversidade e incluso social na educao bsica; saberes e produo de
conhecimento na escola; linguagens, cultura e arte.
Assim sendo, vale destacar os trabalhos de outras universidades onde o
Programa vem sendo gestado. Isso possibilitou a rica oportunidade de teorizao da
realidade, fato esse que se materializou nos diversos grupos temticos do referido
encontro e que hoje apresentamos nesta edio.
Slvia Maria Costa Barbosa
(Coordenadora de rea de Gesto de Processos Educacionais do PIBID/UERN)
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
9
I - CONCEPES DE
ENSINO E APRENDIZAGEM
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
10
A LITERATURA DE CORDEL COMO FERRAMENTA PARA O
ENSINO DE HISTRIA E HISTRIA INDGENA
Aldione Francisco da Silva
Resumo
O referente artigo a literatura de cordel como ferramenta para o ensino de histria e histria
indgena, tem como objetivo utilizar a Literatura de Cordel como ferramenta pedaggica para
o ensino de histria. Por isso, a proposta desse trabalho proporcionar um mtodo de ensino
para os profissionais da rea de educao que tenham interesse no tema e ainda em fazer
cumprir a Lei N 11.645|08 que tornou obrigatrio a incluso do estudo da histria indgena
no Currculo Escolar em escolas pblicas e privadas, principalmente nas disciplinas de
Histria, Geografia e Literatura. Para isso, sero apresentados cordis que retratem um pouco
da histria do ndio, que proporcionaram uma maior discusso em relao ao tema. Logo,
possvel constatar que essa temtica pode-se se fazer presente em sala de aula, e que histrias
retratadas pelas poesias possibilitam discusses e reflexo sobre a histria indgena. Vale
destacar ainda que, a lei n 11645\08 que representou um avano no que diz respeito
valorizao do ndio no nosso pas, no cabe somente ao professor, por isso tambm podemos
fiscalizar e constatar se realmente os rgos responsveis est cumprindo com suas
obrigaes.
Palavras-Chave: Literatura de cordel. Histria indgena. Lei n 11645\08.
Introduo
A Literatura de Cordel surge na Europa durante a Idade Mdia, numa poca que
no existia televiso, cinema, teatro, entre outros meios de comunicao. Por isso, essa poesia
popular era uma forma de diverso para as pessoas daquela poca, que durante as feiras livres,
em meio multido, eram apresentadas Cordis, muitas vezes, acompanhados pelo som de
uma viola que se apresentavam as lendas, as aventuras, as culturas de determinada regio,
chegando a ser considerada como um veculo de comunicao. Vale ressaltar, que o nome se
deu em decorrncia da forma de sua comercializao, onde essas folhas (folhetos) eram
penduradas em cordes que l eram chamados de Cordis.
Essa poesia popular chegou ao Brasil trazida pelos portugueses no incio da
colonizao, mas espalhou-se principalmente na regio nordeste, especificamente nos estados
de Pernambuco, Paraba, Rio Grande do Norte e Cear. E s ganharam caractersticas de
nosso povo durante o sculo XIX.
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
11
Abrangendo uma diversidade de assuntos, faz da Literatura de Cordel um grande
contedo didtico e educativo. Essas poesias podem ser utilizadas como instrumentos
paradidticos, onde ir propor uma maior facilidade na transmisso de contedos e no
processo de aprendizagem.
Esse trabalho esta dividido em dois tpicos, a Lei N 11.645|08 e como utiliz-la
em sala de aula e literatura de cordel e histria indgena, onde sero utilizados Cordis para
essa apresentao e por fim as consideraes finais.
1 A Lei N 11.645|08 e como utiliz-la em sala de aula
A Lei N 11.645|08 determina a incluso da histria indgena no Brasil, nos
estabelecimentos de ensino fundamental e mdio, pblicos ou privados.
Esses contedos podem ser ministrados em todo currculo escolar, mais
especialmente nas disciplinas histria, geografia e literatura.
No entanto, deve-se ter bastante cuidado com relao histria indgena e como
passar esse conhecimento para os alunos, pois, existe bastante documentao colonial
tradicional que apresenta o ndio a parti do olhar europeu-extico. Alm disso, o livro
didtico, um grande instrumento que se tem na educao bsica, na maioria das vezes,
apresenta os ndios ainda com caractersticas dos do ano de 1.500. Logo, tem se notado que
aps a implementao da lei, os livros didticos da atualidade tm trazido informaes sobre
o ndio dos dias de hoje.
Por isso, tendo em mos outros instrumentos como: revistas, jornais, entre outros,
o professor ter a possibilidade de passar para os alunos os preconceitos que ainda existe em
relao ao ndio e assim tentar acabar com isso, onde, a cultura o meio que possibilita
analisar esse processo de mudanas. Assim, podemos fazer comparaes entre o ndio do ano
1.500 e o dos dias atuais.
2 Literatura de cordel e histria indgena
Ao fazer uso de determinados instrumentos, o professor deve ter bastante cuidado
para que o contedo seja passado da melhor maneira possvel. Por isso, ao utilizar a Literatura
de Cordel, o professor deve propor aos alunos reflexes a cerca do Cordel.
Neste artigo, foram apresentados trs Cordis: hostilidade- Tas de Oliveira
Arajo, indiozinho- Narclio Lima de Assis, filhos do Brasil- Tatiane da Silva Santos.
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
12
As poesias escolhidas retratam um pouco da histria indgena, onde mostra a
forma como eles receberam os europeus (conquistadores), como ficou essas localidades aps
a conquista e a grande quantidade que existia de ndio naquele perodo e o que restou deles.
Nos prximos tpicos, sero apresentados esses Cordis separadamente, mostrando como
utiliz-los em sala de aula.
2.1 A Recepo indgena
Hostilidade
O ndio do litoral sem nenhuma inimizade.
Recebeu o europeu sem m vontade.
Mostrou tudo com disposio, mas o que recebeu foi traio.
O ndio inocente confiou tanto que ajudou o branco a sobreviver.
Por isso perdeu suas terras que at seus costumes teve que esquecer.
Tudo o ndio vez para tentar ajudar, mas o branco capitalista como
sempre s queria enricar.
O ndio sofreu, o ndio chorou por ver sua terra chorando de dor.
rvores no cho, rio sem vida.
Tudo isso sendo morto por causa de briga.
Os arcos e flechas jogados no cho, ndios mortos dentro da mata por
causa da minerao.
Garimpeiros invadem suas matas, que roubam sua tradio.
Que matam porque e sem razo.
E j se passaram quase quinhentos anos do descobrimento hostil.
Mas ainda hoje preconceito contra ndios h no Brasil
(Tas de Oliveira Arajo).
O professor poder propor aos alunos uma discusso em relao ao encontro entre indgenas e
europeus e, os confrontos que existiram entre eles.
2.2 As perdas dos indgenas
Indiozinho
Indiozinho nu na mata.
Arco e flecha em sua mo
Foi caar seu alimento
Indiozinho brincalho.
Indiozinho to valente
Foi na vida se embrenhar
Curioso esse menino
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
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Indiozinho a brincar
Indiozinho ficou triste
Quando viu tudo queimado
Sua tribo sentiu fome
Viu o ndio desolado.
(Marclio Lima de Assis).
O professor poder propor uma discusso sobre as devastaes ocorridas durante
e aps a colonizao.
2.3 Como eram os ndios e o que hoje
Filhos do Brasil
Eles j foram milhes
Os donos do cho brasileiro
Sem lutar, sem morte, sem medo
De um mundo com exploraes.
Hoje restou histria
E a preservao da cultura
Danas, comidas, pinturas
De um povo que anseia a vitria
No meio do descobrimento Na rota de uma viajem
A vista de muita coragem
Sem ter mais de conhecimento
A tribo, a canoa, a oca
O arco, a flecha, o coc
Tacape, brinco, mo
E o gosto da mandioca.
A fora de uma tradio
Que vive para os animais
Perdeu o direito de paz
Pois no civilizao (Tatiane da Silva Santos).
O professor poder fazer uma discusso junto com os alunos em relao as
grandes comunidades indgenas que existiam no ano de 1.500, e as condies das poucas
tribos existentes na atualidade.
3 Consideraes finais
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
14
Este artigo props aliar a literatura de cordel histria indgena, com isso, foi
possvel constatar que esta temtica pode se fazer presente em sala de aula, e que as histrias
retratadas pelas poesias possibilitam discusses e reflexes acerca da histria indgena.
Vale ressaltar, que a Lei n 11645/08 no dever s do professor, por isso, cabe a
ns fiscalizar que os rgo responsveis esto realmente cumprindo com suas obrigaes.
Referncias
CAVALCANTE, Thiago Leandro Viana. Etino-histria e histria indgena: questes sobre
conceitos, mtodos e relevncia da pesquisa. Histria (So Paulo) v. 30, n.1, p. 349-371,
jan/jun 2011 ISSN 1980-4369 2011.
ABLC Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Disponvel em: Acesso em: 29 de setembro de 2012.
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
15
A UTILIZAO DE AULAS PRTICAS COMO MTODO DE ENSINO/
APRENDIZAGEM
Tiago Caminha de Lima
1
Maria Tereza de Alencar2
Resumo
A utilizao de mtodos de ensino diversificados atualmente um diferencial bastante
consistente no auxlio da aprendizagem do aluno, tendo em vista a necessidade de utilizar
diferentes metodologias para contribuir com a melhor compreenso dos estudos realizados em
sala e em seu dia a dia. O presente trabalho faz uma abordagem sobre o desenvolvimento de
aulas prticas como forma de dinamizar o processo de ensino-aprendizagem em sala de aula
com os alunos do 7 ano da Unidade Escolar Santa Ins, localizada na zona Sudeste da cidade
de Teresina Piau. O objetivo geral relatar a experincia dos pibidianos do curso de Geografia na busca e realizao de aulas prticas para melhor compreenso dos contedos
abordados em sala de aula.Para conhecer a problemtica da escola realizamos diagnstico
com os alunos da instituio de ensino, atravs da aplicao de questionrios
semiestruturados.Com a anlise dos resultados obtidos percebemos que os educandos no
estavam motivados nas aulas de Geografia. Desta forma, visando ampliao dos
conhecimentos produzidos em sala de aula, propusemos metodologias diferenciadas, tais
como: construo de maquetes, exibio de vdeos, elaborao de cartazes, edificao de
instrumentos de pesquisa e exposio dos materiais produzidos em uma feira do
conhecimento geogrfico. Os resultados alcanados, em sua maioria foram satisfatrios, pois
percebemos uma melhor compreenso dos assuntos ministrados, somado motivao dos
alunos durante as aulas de Geografia.
Palavras-chave: Ensino. Geografia. Aulas Prticas. PIBID.
Introduo
O emprego de tcnicas diversificadas de ensino atualmente um diferencial
consistente no auxlio da aprendizagem do aluno dentro e fora da sala de aula. Tendo em vista
que fundamental a necessidade de utilizar metodologias inovadoras para contribuir com uma
melhor compreenso e motivao dos estudos realizados na escola.
Giovanni (2007, p. 44) afirma que a Geografia talvez seja a disciplina que mais
trabalha com prticas interdisciplinares, percorrendo um leque de possibilidades na rea da
1 Discente do 7 bloco do curso de Licenciatura Plena em Geografia da Universidade Estadual do Piau - UESPI
e bolsista do Programa Institucional de Iniciao Docncia PIBID Subprojeto Geografia. E-mail: [email protected]. 2 Professora Doutora em Geografia da Universidade Estadual do Piau UESPI, orientadora do trabalho e
Coordenadora do Subprojeto/Geografia PIBID. E-mail: [email protected].
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
16
educao. No mundo globalizado, no h como evitar a recorrncia aos conceitos bsicos da
Geografia para entendermos o mundo e as sociedades.
Por meio dos estudos realizados em sala e com incremento das aulas prticas o
alunado percebe expressivamente o papel da Geografia, sabendo estabelecer os conceitos
bsicos geogrficos, desde o seu lugar, espao, territrio e regio. Dessa forma, percebemos a
relevncia deste trabalho. Kaercher (2002, p. 225/226) afirma que se ajudarmos nossos
alunos a perceberem que a Geografia trabalha com as materializaes das prticas sociais,
estaremos colocando-a no seu cotidiano.
Assim sendo, desenvolveu-se esse trabalho com alunos do 7 ano da Unidade
Escolar Santa Ins, localizada na zona Sudeste da cidade Teresina Piau, com o objetivo de
relatar a experincia dos pibidianos de Geografia na busca e realizao de aulas prticas para
o melhor desenvolvimento dos contedos abordados em sala de aula, visando ampliao dos
conhecimentos produzidos em classe.
Para o incio do trabalho realizou-se pesquisa bibliogrfica que consiste na formao
terica para o desenvolvimento das aulas prticas. Logo aps, efetivou-se a pesquisa de
campo, que consistiu na aplicao de questionrios com os alunos do 7 ano da referida
escola.
O presente artigo est dividido em introduo, desenvolvimento e concluso. O
desenvolvimento est dividido em duas partes: na primeira, realizou-se uma anlise sobre as
questes propostas na avaliao diagnstica e na segunda faz-se um relato sobre as atividades
proposta pelos pibidianos e sua contribuio para o ensino-aprendizagem do aluno.
Avaliao diagnstica dos educandos
O Programa Institucional de Iniciao Docncia PIBID, subprojeto Geografia,
possui nos seus objetivos a insero de futuros professores na sua rea de atuao, podendo
assim intervir nas escolas juntamente com os professores, colocando em prtica metodologias
diversificadas de ensino em sala de aula.
Para o incio das atividades em sala de aula realizou-se primeiramente uma avaliao
diagnstica, com o objetivo de saber as dificuldades, interesses, melhorias dos alunos e como
est seu desenvolvimento no estudo da Geografia.Como afirma Filho(2012, p. 06), a
avaliao diagnstica possibilita o conhecimento de cada um, da sua posio em relao
classe, estabelecendo uma base para atividades de ensino-aprendizagem.
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
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A avaliao foi composta de seis perguntas: duas relacionadas aos dados pessoais
como idade e bairro onde reside o aluno e quatro sobre a disciplina Geografia, em
conformidade com os grficos 1 a 4. Utilizou-se a amostragem de vinte e quatro alunos na
realizao da avaliao, onde cada aluno exps sua opinio sobre a disciplina.
No grfico1 est o resultado referente terceira pergunta: O que voc acha da
disciplina Geografia?, verificou-se a partir da tabulao dos dados respostas bastante
objetivas. Oito alunos consideraram a disciplina legal, nove alunos avaliaram como muito
boa, trs consideraram a disciplina interessante. Apenas um aluno classificou a matria como
divertida. Uma pequena minoria, trs alunos, declararam no gostar da disciplina.
Grfico 1 Opinio sobre a disciplina Geografia
Fonte: LIMA, T.C., 2012.
No grfico 2, foi exposto a resposta da seguinte pergunta: Qual a sua opinio sobre
a maneira que o professor repassa os assuntos em sala de aula?.
Nas respostas, observou-se que nove alunos achavam a aula boa, trs tima e dois
gostavam bastante. Cinco alunos apontaram que o professor repassava os contedos muito
rapidamente e quatro comentaram ser regular o modo de transmisso dos assuntos.
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
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Grfico 2 - Opinio sobre a maneira que o professor repassa os assuntos em sala de aula
Fonte: LIMA, T.C., 2012.
No grfico 3foi exposto a resposta a seguinte pergunta: O que poderia ser melhorado
nas aulas de Geografia?. Observou-se as seguintes respostas: sete alunos sugeriram a
realizao de atividades diferenciadas. Outra sugesto foi sobre a melhoria da explicao do
contedo, exposta por sete alunos. Trs outros alunos questionaram sobre o comportamento
dos discentes em sala e trs comentaram sobre a necessidade de correo das atividades em
classe.
Dois alunos sugeriram ser necessrio a ampliar o tempo de aula visando uma melhor
explorao do contedo.Em relao organizao da sala, apenas um aluno colocou seu
posicionamento, e enfatizou a questo da indisciplina dos alunos e a falta de ordem na sala,
pois os alunos encontravam-se dispersos na classe.
Grfico 3 - O que poderia ser melhorado nas aulas de Geografia
Fonte: LIMA, T.C., 2012.
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
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No grfico 4, apresentamos as respostas a seguinte pergunta: Quais os instrumentos
voc gostaria que fossem utilizados em sala de aula?.
Nesse questionamento, foi inserindo algumas alternativas em que os alunos poderiam
escolher de uma a cinco opes (Revistas e Jornais/Msicas/Jogos/Vdeos/Charges e
Quadrinhos) sobre quais destes instrumentos deveriam ser utilizados em sala de aula.
Grfico 4 -Instrumentos que o aluno gostaria que fosse utilizados em sala de aula
Fonte: LIMA, T.C., 2012.
Na apresentao dos resultados foi percebido que dezesseis alunos assinalaram a
opo jogos. Catorze alunos marcaram a necessidade de trazer vdeos para a sala de aula. Em
relao msica, doze alunos gostariam como ferramenta de ensino. Apenas dois alunos
optaram pelas revistas e jornais e a mesma quantidade de alunos escolheram charges e
quadrinhos.
Prticas de ensino em sala de aula
A primeira atividade possua como contedo a Agricultura e a Pecuria, solicitou-se
uma pesquisa sobre as prticas agrcolas e pecurias do estado do Piau,porque existe a
necessidade de o alunado conhecer melhor o prprio estado e a partir desse um melhor
conhecimento sobre os aspectos agropecurios do mundo, como afirma Perez (2001, p. 107):
Ler o mundo ler o espao. Ler o mundo aprender a linguagem do mundo,
traduzindo-o e representando-o: a percepo do espao e sua representao
um processo de mltiplas operaes mentais que se desenvolve a partir da
compreenso simblica do mundo e das relaes espaciais topolgicas
locais.
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
20
Assim percebeu-se a necessidade de um estudo partindo do local para o global, para
que o aluno compreenda melhor o espao que vive e as transformaes que ocorrem no
mesmo.
A segunda atividade abordada em sala foi sobre o processo de Urbanizao, foi
exposto em classe os fatores que levam a urbanizao, consequncias da mesma e a
importncia do processo de urbanizao no Brasil.A partir da aula terica pediu-se aos alunos
que formassem grupos e que elaborassem cartazes sobre os principais problemas urbanos da
sua cidade. Fotos 1 e 2. Como afirma Villaa, (2003, p. 29):
A cidade brasileira hoje o pas. O Brasil est estampado nas suas cidades.
Sendo o pas, elas so a sntese das potencialidades, dos avanos e tambm
dos problemas do pas. Vamos falar dos problemas. Nossas cidades so hoje
olocus da injustia social e da excluso brasileiras. Nelas esto a
marginalidade, a violncia, a baixa escolaridade, o precrio atendimento
sade, as ms condies de habitao e transporte e o meio ambiente
degradado. Essa a nova face da urbanizao brasileira.
Compreender o processo de urbanizao de sua cidade de fundamental importncia
para conhecer os fatores positivos e negativos que as cidades possuem, sendo que os fatores
negativos, como violncia, favelizao, poluio esto bastante evidente no espao urbano
local e global.
Foto 1 Apresentao dos cartazes Foto 2 Cartazes elaborados
Fonte: LIMA,2012 Fonte: LIMA, 2012.
Ao dar continuidade aos estudos sobre o espao urbano exibimos em sala de aula
vdeos retratando os problemas urbanos encontrados nas principais cidades do mundo, como
exemplo: Cidade do Mxico, Tquio, Mumbai e So Paulo; e como essas cidades procuram
diminuir esses problemas.O estudo do campo e da cidade de fundamental relevncia para a
compreenso de diversos fatores polticos, sociais, econmicos e culturais, assim confirma
Spsito (2006, p. 122), em que:
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
21
A unidade espacial urbana, como marca das cidades, no decorrer do longo
processo de urbanizao, cedeu lugar ao binmio urbano/rural resultado,
tambm, da incapacidade, no perodo atual, de distinguir onde acaba a
cidade e comea o campo. As formas confundem-se porque as relaes se
intensificam, e os limites entre esses dois espaos tornam-se imprecisos.
Com o estudo do espao rural e espao urbano pode-se unificar o contedo e retratar a
importncia de um para o outro. A partir dos conhecimentos tericos e prticos realizados em
sala de aula pediu-se aos alunos que construssem maquetes retratando o Campo e a Cidade
sob o ponto de vista deles. Fotos 3 e 4. Percebeu-se um excelente desenvolvimento dos
grupos na construo das maquetes, mas verificou-se o baixo desempenho em relao ao
trabalho entre os grupos, no existindo um cooperativismo, prevalecendo o individualismo
entre os grupos.
Foto 3 Construo das maquetes Foto 4 Maquetes Espao Rural
Fonte: LIMA,2012. Fonte: LIMA,2012.
Na atividade seguinte realizou-se o estudo sobre o Clima, em que se abordou em sala
os tipos de clima, sua influncia, entre outros. Sugeriu-se aos alunos a edificao de um
anemmetro, aparelho utilizado por medir a velocidade do vento, pois o estudo do clima e
seus agentes so de fundamental importncia para compreender os efeitos terrestres,
completa, Ayoade (1996, p. 286), que:
O clima talvez seja o mais importante componente do ambiente natural. Ele
afeta os processos geomorfolgicos, os da formao dos solos e o
crescimento e desenvolvimento das plantas. Os organismos, incluindo o
homem, so influenciados pelo clima. As principais bases da vida para a
humanidade, principalmente o ar, a gua, o alimento e o abrigo, esto na
dependncia do clima. Assim, o ar que respiramos obtido da atmosfera, a
gua que bebemos origina-se da precipitao e o nosso alimento tem sua
origem na fotossntese - um processo que se torna possvel por causa da
radiao, do bixido de carbono e da umidade, e todos so atributos do
clima.
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
22
O estudo do clima se torna necessrio devido importncia do mesmo na interveno
das atividades naturais e humanas na atmosfera, sendo que, o clima influncia diretamente na
organizao do espao das sociedades e no seu dia a dia.
Ao finalizar as atividades prticas foi realizada com uma feira cultural de Geografia,
com o objetivo de divulgar a toda comunidade escolar as atividades desenvolvidas em sala.
Essa exposio foi organizada juntamente com os alunos, pibidianos, professor supervisor e a
coordenadora do subprojeto. O ttulo dessa feira foi construdo atravs de um sorteio onde os
alunos desenvolveram o nome dessa exposio, intitulada de: Arte do Saber Geogrfico no
Dia a Dia.
Foto 5 Mural - Problemas urbanos Foto 6 Feira de Geografia
Fonte: LIMA,2012. Fonte: LIMA,2012.
A aplicao de atividades prticas cada vez mais necessria em todas as disciplinas,
em virtude da necessidade do alunado poder utilizar o conhecimento apreendido na escola no
seu cotidiano. Como afirma Freire (2000, p. 95), a construo ou a produo do
conhecimento do objeto implica o exerccio da curiosidade, sua capacidade crtica de tomar
distncia do objeto, de observ-lo, delimit-lo, de cindi-lo, de cercar o objeto ou fazer sua
aproximao metdica, sua capacidade comparar, de perguntar. A importncia da incluso
de ferramentas diferenciadas no ensino coloca em ascenso o crescimento da viso de espao
do aluno, visto assim, ele passa a ampliar o seu senso crtico.
A prtica do ensino de geografia, segundo, Souza (2009, p. 6) est felizmente se
renovando, seja pelo aperfeioamento dos docentes, bem como pela prpria imposio das
transformaes que dominam o nosso mundo e sociedade, as quais exigem que o professor
realize um ensino mais dinmico e contextualizado.
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
23
A interveno dos pibidianos de Geografia nas escolas conveniadas de essencial
importncia, pois possui a finalidade de contribuir para uma melhor formao dos futuros
docentes, na construo do processo de ensino-aprendizagem dos alunos.
Consideraes finais
Os resultados alcanados foram positivos, percebeu-se uma melhor compreenso dos
assuntos ministrados em sala de aula somado a utilizao de aulas prticas, como a elaborao
de cartazes, construo de maquetes, edificao de instrumentos de pesquisa em relao ao
clima e elaborao de uma feira do conhecimento.
Do ponto de vista negativo percebeu-se a dificuldade em alguns alunos em trabalhar
em cooperao. No entanto, nosso trabalho proporcionou a interao dos educandos e
favoreceu momentos de descontrao e troca de conhecimentos entre eles, isto fez com que os
mesmos se aproximassem e compreendessem a importncia de trabalhar em grupo.
A realizao de atividades complementares as aulas expositivas de essencial
importncia para mostrar de forma prtica como a Geografia est presente no dia a dia,
permitindo que o aluno estabelea relaes sobre os contedos expostos em sala de aula,
atravs das aulas prticas com a utilizao de maquetes, cartazes, pesquisas, feira de
conhecimento.
Para os pibidianos a realizao de aulas diferenciadas importante para contribuir para
sua formao profissional, uma vez que os mesmos esto se aperfeioando na construo de
ferramentas que contribuem positivamente no processo de ensino-aprendizagem dos alunos.
Concluiu-se que a realizao das aulas prticas contribuiu para desenvolver e melhorar
os estudos dos alunos em sala ampliando sua viso crtica para as questes debatidas em
classe e no seu cotidiano, promovendo a relao entre a teoria e prtica.
Referncias
AYOADE, J. O. Introduo a climatologia para os trpicos. Traduo de Maria Juraci Zani
dos Santos; reviso de Suely Bastos; coordenao editorial de AntonioChristofoletti. 4 ed.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996.
CASTROGIOVANNI, AntonioCarlos; ROSSATO, Mara Suertegaray (Org.) et. al. Ensino da
Geografia: caminhos e encantos. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007.
CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos. Para entender a necessidade de prticas prazerosas no
ensino de geografia na ps-modernidade. In: REGO, Nelson et al. Geografia: prticas
pedaggicas para o ensino mdio. Porto Alegre: Artmed, 2007.
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
24
FILHO, Jos Amadeu da Silva. Avaliao Educacional: Sua Importncia no processo de
Aprendizagem do Aluno.Campina Grande: REALIZE Editora, 2012.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessrios prtica educativa. 15 ed.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.
KAERCHER, Nestor. Andr. Ler e escrever a geografia para dizer a sua palavra e construir o
seu espao. In: NEVES, Iara Conceio Bitencourt;SOUZA, Jusamara Vieira;SCHAFFER,
Neiva Otero;GUEDES, Paulo Coimbra;KLUSENER, Renita (Orgs). Ler e escrever:
compromisso de todas as reas. 8ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2007.
PEREZ, Carmem Lcia Vidal. Leituras do mundo/leituras do espao: um dilogo entre Paulo
Freire e Milton Santos. In. GARCIA, Regina Leite (Orgs). Novos olhares sobre a
alfabetizao. So Paulo: Cortez, 2001. p. 101-122.
SOUZA, Hanilton Ribeiro. O Cotidiano na Geografia, a Geografia no Cotidiano. Porto
Alegre: ENPEG, 2009.
SPSITO, M.E e WHITACKER, A.M. A Questo Cidade-Campo: Perspectiva a Partir da
Cidade. In: SPSITO, M.E e WHITACKER, A.M. (Org) Cidade e Campo: Relaes e
contradies entre urbano e rural. So Paulo: Expresso Popular, 2006.
VILLAA, F. A recente urbanizao brasileira. In: CASTRIOTA, L. B. (Org.) Urbanizao
Brasileira: redescobertas. Belo Horizonte.
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
25
ANLISE DOS CONHECIMENTOS PRVIOS DOS ALUNOS SOBRE
METABOLISMO CELULAR
Arnaldo Ferreira da Costa3
Andr Lenidas da Silva Rodrigues4
Dijenaide Chaves de Castro5
Introduo
Desde quando nascemos estamos submetidos ao processo de ensino-aprendizagem.
Mesmo que de maneira informal, a maioria das palavras que saem da boca de um sujeito
determina um conhecimento aprendido que esta sendo repassado para os que ouvem, seja este
considerado verdadeiro ou no pelos especialistas. Dessa forma, para a prtica do ensino
formal, devemos considerar relevantes os conhecimentos adquiridos pelos sujeitos durante
toda sua vida at ali. Estes conhecimentos vm sendo alvo de muitas discusses nos dias
atuais e recebe o nome de conhecimentos prvios.Segundo Trevisan (1991, p. 02) Esse
conhecimento, que abrange basicamente o conhecimento de mundo, [...] armazenado na
memria do leitor,a partir das vivncias e experincias acumuladas ao longo de sua vida.
Todos os alunos que chegam ao ensino formal j trazem com sigo uma considervel
carga de conhecimentos que foram aprendidos durantes suas relaes com o ambiente e os
sujeitos que dele fazem parte. A partir disso, a escola tem o dever de auxiliar os alunos para
que estes possam descobrir nestes conhecimentos o que so verdades ou no. Dessa forma,
o professor tem a responsabilidade de nortear os alunos na busca e assimilao dos
conhecimentos tomados como corretos e relevantes pelas cincias, para a formao de um
cidado voltado as exigncias da sociedade. Para isso, os professores devem fazer um
intercmbioentre os conhecimentos prvios dos alunos, com os conhecimentos acumulados
pelas cincias necessrios para formao destes, ajudando para que estes possam, dessa
forma, construir o seu prprio conhecimento. Segundo Junior (1998, p. 107) a imagem de
que o conhecimento ativamente construdo pelo aprendiz e no apenas transmitido pelo
3Graduando em Cincias Biolgicas (Lic.). Universidade do Estado do Rio Grande do Norte- UERN. (Campos
Central, Mossor/RN). 4Graduando em Cincias Biolgicas (Lic.). Universidade do Estado do Rio Grande do Norte- UERN. (Campos
Central, Mossor/RN). 5Doutora em psicobiologia. Professora supervisora - Secretaria de Estado da Educao e da Cultura do
RN.
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
26
professor e passivamente aprendido, hoje um lugar comum no apenas entre pesquisadores,
mas tambm no discurso de boa parte dos professores de diversas reas.
Existe uma variao na quantidade de conhecimentos prvios entre um assunto e
outro,cada realidade proporciona sua oportunidade para aquisio de tipos de conhecimentos
diferentes. Ento, cada aluno vai possuir sua carga de conhecimento, de cada assunto, que
reflete seu tipo de realidade vivida. Este um dos fatores que dificulta a ao do professor em
conhecer cada carga de conhecimentos prvios de cada aluno, exigindo do professor
estratgias para anlises desses conhecimentos, seja antes ou durante a prpria aula.
O estudo da biologia no ensino mdio possuem muitos assuntos considerados de alto
grau de dificuldade de assimilao, pois exige que os alunos aprendam nomenclaturas de
cunho cientfico que muito caracterstica e difere muito da usual, bem como ciclos,
esquemas, vias, conceitos, leis etc. Metabolismo celular um desses assuntos que se encaixa
bem nessa afirmao, pois possui quase todas as dificuldades citadas anteriormente, como
exemplo:vias metablicas (gliclise e Beta-oxidao), conceitos de metabolismo, ciclos (ciclo
de Krebs e ciclo de Calvin) e nomenclatura cientfica (Acetil-Coenzima-A). Com isso, o
professor precisa saber os conhecimentos prvios dos alunos sobre este assunto, para poder
trabalhar encima das dificuldades dos mesmos. A partir dessa premissa, este trabalho visa
investigar os conhecimentos prvios de um grupo de alunos sobre o assunto Metabolismo
Celular com enfoque em respirao celular e fotossntese.
Metodologia
A pesquisa foi realizada na cidade de Mossor/RN Rio Grande do Norte (RN),
envolvendo 19 alunos do 1 ano do ensino mdio, Centro de Educao Integrada Professor
Eliseu Viana (CEIPEV), sendo esta uma escola pblica, durante o perodo de maro a abril.
Foi utilizada uma abordagem de pesquisa do tipo qualitativa, que segundo Rosa
(2013, p. 32),
[...] O carter quantitativo ou no da pesquisa vem do uso ou no de
ferramentas quantitativas (tipicamente ferramentas da Estatstica Inferencial)
para anlise dos registros colhidos. Pesquisas qualitativas tm por
caracterstica no usarem estas ferramentas, privilegiando o uso de
ferramentas baseadas na interpretao subjetiva dos registros por parte do
pesquisador.
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
27
Para coleta dos dados foi aplicado um questionrio com nove questes discursivas
sobre o assunto metabolismo das clulas animal e vegetal, com enfoque em respirao e
fotossntese. O mtodo de aplicao dos questionrios foi o face a face, sem qualquer tipo de
auxlio aos participantes da pesquisa e a resoluo do questionrio foi realizada em um nico
dia, por esta se tratar de anlise de conhecimento prprio.
O critrio utilizado para anlise dos dados e classificao dos conhecimentos prvios
dos alunos foi comparao subjetiva com a literatura vigente, que trata dos assuntos
abordados na pesquisa.
Resultados e discusso
Tabela 1 Resultado e classificao dos conhecimentos prvios dos alunos participantes da pesquisa.
QUESTES SEM
RESPOSTA
NENHUM POUCO RAZOVEL BOM
1 QUESTO 2 17
2 QUESTO 3 14 1
3 QUESTO 1 15 3
4 QUESTO 17 2
5 QUESTO 4 13 1 1
6 QUESTO 3 11 5
7 QUESTO 4 10 3 2
8 QUESTO 14 2 1
9 QUESTO 8 6 4 1
Fonte: Questionrio da pesquisa.
Como foi possvel perceber nos resultados apresentados na tabela 1, em todas as
questes a grande maioria dos alunos no possuam nenhum conhecimento sobre o assunto
enfocado na pesquisa. Esse resultado confirma as expectativas levantadas sobre o quanto que
os alunos possuam de conhecimento sobre o assunto metabolismo celular (com enfoque em
respirao e fotossntese), pois se sabe que este contedo no to abordado no dia-a-dia,
tanto nas mdias quanto nos dilogos informais. As questes que os alunos tiveram pouco ou
razovel conhecimentos foram na maioria aquelas que tratavam do assunto fotossntese, que
pode ser justificado por este ser mais citado nas mdias e tambm por ser introduzido, de
forma superficial, anteriormente no quarto ano do fundamental um. Este foi o caso da resposta
da ltima questo do questionrio que pedia para que o aluno fizesse um esquema
representando o processo da fotossntese, no qual, ao menos, quatro alunos tiveram o
conhecimento classificado como pouco e um como razovel, onde este ltimo possvel ver a
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
28
resposta na ntegra (na imagem 1), que se comparado como esquema da fotossntese da
imagem 2, o aluno s esqueceu de mencionar a produo de glicose.
Imagem 1 Resposta do aluno com um esquema do processo da fotossntese.
Fonte: Questionrio da pesquisa.
Imagem 2 Esquema da fotossntese.
Fonte: http://www.ciencias.seed.pr.gov.br
Para que esta resposta pudesse classificar o conhecimento do aluno como bom, o
mesmo teria que dar um enfoque mais bioqumico do processo, como por exemplo;
mencionar que o CO2 fixado e posteriormente transformado em glicose e a energia
necessria para isso fornecida pela radiao solar que excita os eltrons da clorofila que est
presente nas folhas ou mais especificamente nos tilacides dos cloroplastos, arrancando-
os(os eltrons arrancados da clorofila so repostos atravs da quebra da gua no ction
hidrognio (H+) e na molcula de oxignio (O2) ) para que percorram uma cadeia de
complexos formados por protenas at reduzir no final uma molcula aceptora de eltrons
(NADP+), que ser utilizado na fosforilao oxidativa para produzir adenosina trifosfato
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
29
(ATP) que a molcula energtica utilizada para fornecer energia para a maioria das reaes
nas clulas. Esse o conhecimento que deve ser passado pelos professores de biologia na
aplicao desse assunto para os alunos para que estes possuam um bom conhecimento sobre
o mesmo. Com isso, percebe-se que seria quase impossvel que um aluno possua um
conhecimento prvio classificado como bom apenas atravs de formas de ensino informal.
J as questes relacionadas ao processo de respirao celular os alunos
demonstraram um rendimento menor se comparado com as de fotossntese. Isso pode ser por
que o tema respirao pouco ou no abordado nas mdias, em sries iniciais e em
conversas informais no dia-a-dia. possvel visualizar em algumas respostas da questo um
que perguntava a funo do oxignio no organismo, que eles no fazem a mnima ideia da
resposta e sabem apenas que importante para vida. Alguns alunos responderam; sua funo
para que tenhamos uma respirao melhor, e com a falta do oxignio ns no poderamos
respirar; todos seres humanos precisa de oxignio; O ar muito importante, sem respirar
no existe a vida,Porque se agente para de respirar por muito tempo nosso corao para. E
para que essa resposta pudesse classificar o conhecimento do aluno sobre a mesma como
bom, o aluno teria que responder que o oxignio tem a funo de aceptor final de eltrons
na cadeia transportadora de eltrons. Conhecimento este, muito difcil de um aluno de 1 ano
que nunca estudou o assunto metabolismo celular e suas vias metablicas, possuir.
Foi possvel perceber tambm que a maioria dos alunos tinha grande dificuldade em
interpretar a questo e no respondiam o que a mesma pedia. Foi o caso da questo trs, que
apresentava uma questo/situao onde dizia: No ltimo dia de carnaval, Maria Luiza sentiu
uma fraqueza no corpo seguida de tontura e foi levada para o hospital da cidade, onde foi
diagnosticada pelo mdico com um quadro de hipoglicemia e desidratao, onde foi
necessria a aplicao intravenosa de um soro fisiolgico contendo glicose, pois segundo o
mdico, ela precisava se hidratar e recuperar as energias. Explique atravs do seu
conhecimento, como esse procedimento pode ajuda-la? Algumas respostas foram as
seguintes: ela tem que ficar em casa bebendo gua se alimentando bem e no enchendo a
cara no meio da farra; ela tem que tomar muita vitamina para ficar boua. Estas no
condizem com o que foi pedido na questo, evidenciando a deficincia que os alunos possuem
em interpretao da pergunta. Outros alunos repetiam as mesmas informaes dadas na
pergunta, talvez por no saber a resposta ou na tentativa de enrolar, como foi o caso dessas
respostas: Para ajud-la a repor suas energias; A glicose vai ajud-la a repor sua energia.
Informaes estas que j estavam no enunciado da questo.
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
30
Um outro fator que pode ter influenciado na pesquisa, como ponto negativo, tambm
por contadas questes/situao do questionrio, que pode ter contribudo para aumentar o
ndice de questes sem respostas, pois como possvel perceber na tabela 1, que a partir da
quinta questo a mdia de questes sem resposta foi bem maior (3,8) que nas quatro
primeiras (1,4). Isso pode ter ocorrido por conta que os alunos no esto acostumados a esse
tipo de questo e foram se cansando ao longo do questionrio e desistindo de responder. A
questo oito pode ter fugido a este aspecto por conta de ser de alternativa seguida de
justificativa, no qual a maioria no justificou, mas mesmo assim foi considerada como
questo respondida.
Consideraes finais
A anlise dos conhecimentos prvios dos alunos antes de abordar qualquer assunto,
seja atravs de questionrios ou indagaes no inicio da aula, um procedimento muito
importante para facilitar no processo de ensino aprendizagem. Atravs dessa anlise o
professor pode se guiar, identificando os pontos fracos e fortes que os alunos possuem sobre o
assunto que ser abordado. Dessa forma, os professores devem sempre fazer essa anlise no
s para alcanar uma aprendizagem mais significativa, mas tambm para facilitar o prprio
processo. H sempre diferenas entre a quantidade de conhecimentos prvios dos alunos de
um assunto para o outro, e isso varia de acordo com o contexto social e a realidade do mesmo.
Fica claro que os alunos sempre trazem consigo um conhecimento informal sobre o
assunto metabolismo celular, sendo que este a grande maioria das vezes no correto, e cabe
ao professor utilizar este para mold-lo e transform-lo em verdadeiro.
Ficou tambm evidente que os alunos possuam grande dificuldade em interpretar as
questes/situao, que necessita raciocnio para responder, o que pode ter levado tambm a
que os mesmos deixassem as ltimas perguntas sem respostas. Isso pode acontecer porque os
professores utilizam abordagens de ensino que no estimulam a reflexo e raciocnio dos
alunos, deixando-os acomodados com abordagens que utilizam a metodologia do decoreba.
Com isso, os professores devem buscar novas metodologias e processos de aprendizagem
atravs da formao continuada, para que os alunos percam esse vcio do decoreba.
Referncias
Galeria de imagens. Sistemas Biolgicos. Disponvel em:
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
31
.
Acesso em: 10 de abril de 2012.
JUNIOR, O. A. O Papel do Construtivismo na Pesquisa em Ensino de Cincias.
Investigaes em Ensino de Cincias, v. 3(2), p. 107-120, 1998.
ROSA, P. R. S. Uma Introduo a Pesquisa Qualitativa no Ensino de Cincias.
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS, Campo Grande, 2011.
TREVISAN, E. M. C. Leitura e Conhecimento Prvio. Revista Letras, n2, Universidade
Federal de Santa Maria UFSM, 1991.
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
32
ATIVIDADES LDICAS E A MOTIVAO NAS AULAS DE E/LE:
UMA EXPERINCIA DO PIBID
Joseilson Jales Alves6
Maria Janicleide de Freitas7
Ivoneide Aires Alves do Rego8
Resumo
O presente trabalho se volta para uma breve apresentao de alguns conceitos que tratam do
uso de materiais ldicos na sala de aula de lngua estrangeira como ferramentas que
contribuem para a melhoria das aulas e elemento motivador por parte dos alunos, assim como,
traz uma sumaria descrio de experincias com atividades ldicas desenvolvidas em uma
instituio campo de atuao do PIBID de Letras Lngua Espanhola no municpio de Pau dos
Ferros/RN. Com o objetivo de aproximar o aluno universitrio da prtica docente
desenvolvida nas escolas pblicas, o planejamento das aes didticas desenvolvidas dentro
do PIBID juntamente com a escola campo de atuao efetivou o contato do futuro professor
de lngua espanhola com seu ambiente de trabalho, a escola,o que contribui para a formao
do educando de modo a averiguar na prtica, as teorias estudadas na academia. Para tanto,
tomamos por base os conceitos tericos de Silva (2006), Teixeira (1995), Nunes (2003),
Piaget (2003), Santics (2003), dentre outros que colaboraram para a construo dessa
pesquisa. Como procedimentos para a construo desse trabalho, fizemos primeiramente um
estudo terico dos conceitos que tratam de materiais ldicos, fizemos o planejamento das
aulas juntamente com o professor supervisor, depois em conjunto aplicamos as atividades em
sala de aula e realizamos um registro de notas das aulas trabalhadas, as quais resultaram em
registro de experincia das aulas planejadas. Os resultados da aplicao do planejamento se
mostraram satisfatrios por alterar o comportamento desmotivado e a participao dos alunos
nas aulas, resultando em aulas mais produtivas e em um ensino/aprendizagem de melhor
qualidade.
Palavras-chave: Materiais ldicos. Ensino/aprendizagem. Motivao. Ensino de lnguas.
Introduo
Sabendo que o fundamental da ao pedaggica e da atuao docente promover a
aprendizagem dos alunos, o professor reconhece a importncia de planejar formas de envolv-
los, mobilizar seus processos de pensamento, explorar todas as dimenses e oportunidades de
aprendizagem, fazer e refazer percursos, criar e renovar procedimentos, visando sempre seus
alunos, os quais formam um grupo com caractersticas prprias.
6Aluno do 8 Perodo de Letras Espanhol no CAMEAM/UERN, bolsista PIBID Lngua Espanhola na instituio
Escola Estadual Prof Maria Edilma de Freitas. [email protected] 7Aluna do 8 Perodo de Letras Espanhol no CAMEAM/UERN, bolsista PIBID Lngua Espanhola na instituio
Escola Estadual Prof Maria Edilma de [email protected] 8Professora supervisora PIBID Lngua Espanhola na instituio Escola Estadual Prof Maria Edilma de Freitas
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
33
Dentre essas caractersticas encontramos a desmotivao como um fator
preponderante. fato que todo educador ir encontrar em salas de aula, um ou outro aluno
desmotivado, assim como, turmas inteiras sem disposio para participar das aulas planejadas,
por isso, buscar desenvolver atividades que motivem os alunos no processo de
ensino/aprendizagem tarefa constante do trabalho pedaggico.
O professor como um dos agentes fundamentais no ensino-aprendizagem deve
buscar desenvolver atividades em que venha a despertar no aluno o interesse em aprender.
Sendo assim, planejar aulas com atividades ldicas pode auxiliar na aquisio de uma lngua
estrangeira, no caso especfico deste trabalho, o espanhol.
Entendemos que o professor como responsvel pelo resultado no processo de ensino-
aprendizagem de uma LE deve buscar melhorar cada vez mais suas prticas didticas de
modo que o aluno venha a adquirir um melhor aprendizado.
Nesse processo de ensino-aprendizagem, buscar reavaliar as prticas didticas e
procurar novas metodologias para ensinar os contedos de qualquer disciplina uma tima
opo. Dessa forma, compreendemos o ldico como uma ferramenta didtica facilitadora no
processo de ensino-aprendizagem.
O uso desse elemento na prtica pedaggica no algo indito e nem recente. De
acordo com investigaes de Silva (2006) a origem desse elemento datada de 776 a.C. Deu-
se incio na Grcia Antiga quando jovens exercitavam suas habilidades atravs dos jogos nas
competies que realizavam.
Nosso estudo sobre o elemento ldico como ferramenta didtica e motivadora no
processo de ensino-aprendizagem de E/LE vem contribuir para novas discusses acerca deste
tema que vem sendo investigado por muitos estudiosos no que se refere prtica pedaggica
do docente. relevante, porque nos baseamos em teorias consistentes e em estudiosos que
diagnosticaram muitos pontos positivos com o uso deste elemento. Nessa perspectiva,
buscaremos apresentar algumas atividades que foram desenvolvidas na primeira fase do
PIBID espanhol e, consequentemente, avaliar os resultados.
O ldico: origem e perspectivas
Segundo SantAnna e Nascimento (2011) a palavra ldico se origina do latim
ludusque significa brincar. Esse termo no est relacionado somente ao brincar, como
exemplifica Silva (2006, p.13),
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
34
A atividade ldica no est relacionada somente ao jogo ou a brincadeira, ela uma
atividade utilizada em sala de aula em que na maioria das vezes requer esforo,
concentrao, socializao e interao com o outro, e isso possibilita um grande
prazer ao indivduo (aluno).
bem verdade que o professor ao planejar uma aula fazendo uso de jogos ou
brincadeiras espera receber uma boa aceitao dos seus alunos. Seu objetivo principal
repassar os contedos de modo que este seja parte indispensvel na realizao da atividade.
Ao participar, o aluno desenvolve sua concentrao e ao mesmo tempo interage com o outro.
Seu esforo cognitivo busca dar o melhor de si a fim de ser reconhecido pela agilidade e, ou
pelo conhecimento prvio que se tem daquele determinado assunto, resultando assim, em uma
aula proveitosa e dinmica para ele.
Segundo Vygotsky (1987, apud SANCTIS, 2008), o aprendizado se realiza atravs
da interveno dos outros, sendo assim, se constitui como um fenmeno social. Dessa forma,
compreende-se que o forte lao entre professor e aluno na construo do conhecimento
determinante no desenvolvimento das prticas educativas. Estas devem envolver da melhor
maneira possvel os alunos na aprendizagem dos variados contedos.
Fazendo um percurso histrico, vemos que o ldico esteve sempre relacionado de
acordo com os estudos de Piaget(2003) aos smbolos que a criana em seu comportamento
produzia. Esses smbolos se referem s atividades habituais da criana. Essa simbologia est
atrelada as imitaes que a prpria realizava e que resulta em um significante. Em suas fases
que descrevem o desenvolvimento da inteligncia sensrio-motora, Piaget (2003) mostrou que
o brincar apresenta formas diferenciadas e que o jogo representa uma evoluo significativa
para a criana, pois a partir dele que ela assimila e transforma a realidade.
Piaget (2003) conclui que o jogo se constitui como importante ferramenta na
construo da inteligncia, uma vez que, produz o prazer e consequentemente motiva o aluno
aprendizagem.
Dessa forma, compreendemos que o brincar em um contexto educativo uma boa
ferramenta a ser utilizada pelo professor para estimular a autonomia de cada aluno na
construo do conhecimento. Sobretudo, a ludicidade no est relacionada somente ao ensino
da criana, ela pode tambm influenciar e trazer benefcios para os adultos, pois estes gostam
de aprender ao mesmo tempo em que se distraem.
Portanto, percebemos que as atividades ldicas contribuem para o desenvolvimento
das funes psicolgicas e intelectuais do aluno. Estas so essenciais para ampliar de forma
qualitativa o aprendizado de uma E/LE, pois, os alunos so os agentes principais na execuo
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
35
das atividades. Sendo assim, ao participar destas, o aluno utiliza seus potenciais de maneira
absoluta na busca de adquirir um conhecimento consistente.
O ldico como ferramenta motivadora no ensino de lnguas
Quando pensamos no ldico como ferramenta motivadora, logo podemos refletir
sobre as prticas didticas dos professores de E/LE. No tocante ao nosso contexto de pesquisa
podemos reforar que o professor de lngua estrangeira deve proporcionar ao aluno, nas
atividades realizadas, o maior contato possvel com a audio, oralidade, leitura e escrita. Esse
contato deve ser realizado de forma que o aluno venha a adquirir o letramento dessas
habilidades a fim de desenvolv-las em seu contexto social.
Sobretudo, no se pode tambm sobrecarreg-los, pois, quando o aluno submetido
a muitas atividades envolvendo regras gramaticais e traduo de textos por exemplo, alm de
no encontrar sentido, se frustra, porque de certa forma no encontra significado nas
atividades.
fundamental que o professor de lngua espanhola trabalhe com o objetivo de
repassar ao aluno a importncia de se estudar uma lngua estrangeira, alm disso, que
desenvolva um trabalho dinmico e que o envolva nessa construo de sentido em situaes
reais de uso da lngua, contextualizando os contedos de modo que sejam atrativos para ele.
As atividades ldicas de acordo com os estudos de Teixeira (1995 apud SANCTIS,
2008) originam o prazer e o esforo nos alunos. Causa prazer porque os motiva a participar da
aula e esforo porque requer destes um empenho na execuo das atividades.
Sabemos que cabe ao professor inserir em seu planejamento uma mescla de
metodologias para ensinar os mais variados contedos. Se ensinarmos com a inteno de
motivar o alunado, com certeza a educao alar voos rasantes. O elemento ldico exemplo
disso, traz o contedo e quebra a rotina de usar somente a lousa.
O ldico no processo de ensino/aprendizagem de E/LE
No processo de ensino-aprendizagem, buscar reavaliar as prticas didticas e
procurar novas metodologias para ensinar os contedos so fatores positivos no que se refere
ao ensino de qualquer disciplina. No tocante ao ensino de E/LE indispensvel, segundo
Sanctis (2008) o uso de atividades ldicas, pois estas quebram a rotina em sala de aula e
desafiam o aluno a um comportamento alm de seu conhecimento bsico de lngua
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
36
estrangeira, desse modo, pode provocar mudanas significativas, uma vez que este buscar
resolver o problema de maneira que possa alcanar o objetivo da atividade.
Os recursos ldicos como assegura Nunes (2006) so mais empregadas no ensino da
matemtica, contudo, elas devem ser inseridas na prtica de outras disciplinas, como o caso
da lngua estrangeira. Dessa maneira, reforamos que as aulas de E/LE podem tambm fazer
uso dos recursos ldicos a fim de obter tambm resultados satisfatrios, pois o aluno ser
motivado a aprender da mesma forma que na disciplina de matemtica.
Para Nunes (2006) O ser que brinca e joga , tambm, o ser que age, sente, pensa,
aprende e se desenvolve. No se pode negar essa verdade, pois quando somos submetidos a
participar de uma brincadeira nosso pensamento estimulado e o aprendizado flui de maneira
natural, consequentemente o contedo internalizado e o objetivo da aula alcanado.
Silva (2006) apresenta a abordagem behaviorista na aprendizagem de lngua
estrangeira:
A abordagem behaviorista na aprendizagem de lngua estrangeira corresponde
trade ESTMULO-RESPOSTA-REFORO que se baseia basicamente ao professor
fornecer os contedos ao aluno, o qual dever dar uma resposta, e a avaliao do
professor tido como um reforo (SILVA, 2006, p. 23).
Nesse sentido, compreendemos que o aluno, se estimulado a participar da aula,
provavelmente atender aos objetivos da atividade e com certeza o aprendizado flui. Essa
resposta pode e deve ser acrescida de mais informaes advindas do docente. Acreditamos
que o aluno j possui um conhecimento prvio e que pode ser estimulado e reforado pelo
professor na tentativa de construir a aquisio de uma lngua estrangeira.
Para Souza (2010) se faz necessrio introduzir o ldico no ensino-aprendizagem de
Lngua Espanhola, uma vez que se trata de uma maneira eficaz, eficiente e prazerosa de
aprender, pois o ato de brincar estimula os alunos a se deparar com contedos que at ento
so considerados inditos. Assim, intensificamos que o professor nesse processo de ensino-
aprendizagem deve procurar de forma comunicativa oferecer ao aluno uma maior
participao, pois sabemos que este j traz conhecimentos prvios que somados ao do
professor resulta num aprendizado excelente.
No tocante ao aspecto pedaggico Nunes (2006) defende que o professor precisa
compreender que a sociedade se transforma ao longo dos anos e que isso requer
transformaes no ensino. Assim, ele deve reconhecer que o seu saber no absoluto e que
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
37
deve adequar-se as novas formas de aprendizagem, pois sabemos que a tecnologia muito tem
influenciado a aprendizagem e dessa maneira, deve-se reavaliar conceitos e metodologias.
Devemos compreender que o foco da aprendizagem o aluno e se faz necessrio que
este tenha um contato com os diversos usos da lngua para que sua capacidade de interagir
seja desenvolvida; se assim acontecer, esse aluno poder exercer a sua afetiva participao na
sociedade.
Portanto, compreendemos que o ldico de fundamental importncia no processo de
ensino-aprendizagem de E/LE, uma vez que o alunado levado a participar interacionalmente
da atividade que tem finalidade to somente de possibilitar uma aquisio da lngua espanhola
de forma que sirva de progresso para cada um deles.
A ludicidade aplicada: uma experincia no PIBID
Na primeira fase do PIBID que abarcou os meses de outubro a dezembro de 2012,
acompanhamos diretamente a prtica docente do professor de lngua espanhola, e nesse
perodo percebemos que falta motivao por parte dos alunos na execuo do que prope o
livro didtico. Como reflexo do que se observou, viu-se a necessidade de incluir atividades
que objetivem receber uma maior participao do aluno na aula.
Ademais, observamos que muitos dos alunos alimentavam uma ideia errnea e isso
lhes causava grande resistncia no processo de ensino e aprendizagem de E/LE. Muitos
diziam que no precisavam estudar porque no iriam viajar aos pases falantes dessa lngua e,
ou, que s precisavam dela para uma prova de vestibular. Essa foi uma das dificuldades que
encontramos, porm, buscamos planejar e, juntamente com a professora, desenvolver
atividades que os motivassem a participar das aulas e quebrar esses paradigmas.
Dessa forma, desenvolvemos projetos e executamo-los a fim de obtermos uma
melhor participao dos alunos. Descreveremos dois momentos em que trabalhamos juntos,
todos os pibidianos, na tentativa de apresentar a cultura de alguns pases hispnicos e ao
mesmo integr-los na execuo das atividades propostas.
Antes de descrevermos o que desenvolvemos na escola campo de atuao do PIBID,
importante entender que a ludicidade no se restringe somente ao jogo e a brincadeira,
sobretudo, inclui atividades que possibilitem ao aluno uma melhor participao na aula e, de
forma prazerosa, adquira o conhecimento repassado pela atividade que for aplicada. Esses
momentos devem integr-los na aula de maneira participativa no qual cada um seja agente
ativo no processo de ensino/aprendizagem.
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
38
O primeiro momento, onde foi possvel colocar elementos ldicos visando facilitar
este contato entre os alunos e a lngua espanhola ocorreu numa amostra cultural na Escola
Edilma de Freitas, preparamos uma sala temtica sobre a cultura de alguns pases que falam
espanhol, expondo sua culinria, lendas e danas tpicas. Nesta sala destinada s mais diversas
aes culturais, demos destaqueao item dana, onde a historia da msica Macarena, seus
autores, cantores assim como sua letra e coreografia passo a passo foram expostos e
apresentados a turma, posteriormente encaminhamos um concurso de dana onde houve a
participao ativa dos alunos mostrando que as informaes ali expostas haviam sido
absorvidas, e muito mais que isso eles s aplicavam executando a coreografia. As atividades
desenvolvidas foram extremamente recompensadoras tanto para ns quanto para os alunos
que se mostraram envolvidos pela maneira ldica de apresentarmos a eles esta cultura to
diversa.
Certos dos resultados positivos desta ao na escola como um todo, decidimos
minimizar esta ao de amostra cultural trazendo-a para a sala de aula em aspecto
convencional e seguindo um tema do livro didtico voltado para os pases hispnicos
aplicando este conceito de ludicidade para obter melhores resultados de aprendizagem.
Nesses termos, preparamos uma aula para a turma do 1 ano noturno, havendo 32
alunos na turma, nosso intuito era expor os 24 pases que falam espanhol, apresentando
peculiaridades como: bandeira, hino, capital, paisagens e personalidades marcantes do pas.
Sempre em conversao com a turma verificamos que a grande maioria demostrava interesse
e estava motivada a participar da aula. Em seguida direcionamos uma atividade escrita a
turma, onde alm de poderem fazer relao das ilustraes da atividade a diversidade exposta
nos slids e vdeos poderiam posicionar-se em relao a esta temtica diversidade, em defesa
de que no h um pas hispnico melhor que outro, e sim pases de culturas distintas, mas no
menos ricas.
Consideraes finais
O fazer pedaggico compreende uma ao educativa que visa desenvolver no
educando habilidades para melhor adquirir conhecimentos para sua vivncia e interao
dentro e principalmente fora da escola. Para tanto, a interveno do educador se faz
necessria, assim como, a articulao de atividades e metodologias que promovam alm do
conhecimento terico, o bem estar e a motivao necessria para aprender a conhecer de
modo prazeroso.
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
39
Da as discusses se voltarem para o uso do ldico na sala de aula como ferramenta
que facilita e promove uma aprendizagem mais dinmica e eficiente, tanto por parte do aluno
como por parte do professor.
A experincia vivenciada na instituio campo de atuao do PIBID de espanhol se
mostrou satisfatria pelo fato de que os alunos antes relutantes em participar das atividades,
passaram a participar ativamente com as novas atividades planejadas. Todavia, isso no
significa que o trabalho do professor era insuficiente, mas pela disposio da carga horaria e o
pouco tempo da prpria carga horria destinada disciplina tambm so fatores negativos
para a qualidade das aulas e a prpria motivao por parte do professor, fator contornado com
a ajuda dos bolsistas do PIBID que auxiliaram e colaboraram no planejamento e execuo das
atividades ldicas planejadas para as turmas da instituio campo de atuao do PIBID.
Em linhas gerais, ficou comprovado atravs de nossas experincias que as atividades
ldicas contribuem e muito para o processo de ensino e aprendizagem de lngua espanhola no
sentido de dinamizar e melhorar na qualidade das aulas e na motivao dos alunos em
aprender, resultando num impacto positivo nas aulas de lngua espanhola atravs do programa
PIBID.
Referncias
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em:. 2006. Acesso
em 06 de Fevereiro de 2013.
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representao. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2003.
SANTANNA, A, NASCIMENTO, P, R.A histria do ldico na educao. Disponvel em: http://dx.doi.org/10.5007/1981-1322.2011v6n2p19. 2011. Acesso em 10 de Janeiro de 2013.
SANCTIS, R, J, O. A mediao ldica no ensino de lngua espanhola: um desafio docente
para alm da instruo. Disponvel em:< http://artigos.netsaber.com.br/resumo>. 2008.
Acesso em 15 de Fevereiro de 2013.
SILVA, M, J, F. Atividades ldicas no ensino da lngua espanhola. Originalmente
apresentada como monografia de graduao, UERN, Mossor, 2006.
SOUZA, A, S. Entre o prazer e o conhecimento: um olhar sobre o ldico no processo de
ensino-aprendizagem de lngua espanhola. Originalmente apresentada como monografia de
graduao, UERN, Pau dos Ferros, 2010.
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
40
TEIXEIRA, C, E, J. A ludicidade na escola. So Paulo: Loyola, 1995.
TRIPP, D. Pesquisa-ao: uma introduo metodolgica. Educao e Pesquisa, So Paulo,
2005.
VYGOTSKY, L, S. A Formao social da mente. So Paulo: Martins Fontes, 2003.
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
41
CONHECE-TE A TI MESMO: A ESCOLHA PELA PROFISSO
DOCENTE DOS ALUNOS(AS)-BOLSISTAS DO
PIBID/PEDAGOGIA/CAMEAM/UERN
Jhonnys Ferreira do Nascimento9
Maria da Conceio Matias10
Dbora Maria do Nascimento11
Resumo
O Mtodo (auto) biogrfico vem sendo utilizado, pelas Cincias da Educao, desde a dcada
de 1980, como um dispositivo de pesquisa-formao. Ao narrar sua histria de vida, com a
perspectiva de presente-passado, o sujeito em processo de formao aprendente consegue ressignificar suas projees de futuro, o que contribui para seu processo de formao
permanente. Nesta perspectiva, o subprojeto PIBID do Curso de Pedagogia do Departamento
de Educao (DE), Campus Avanado Profa. Maria Elisa de Albuquerque Maia (CAMEAM)
da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), que tem como objetivo a
valorizao da docncia como base da formao do pedagogo, utiliza, como primeira
atividade (auto)formativa, as narrativas de vida. Este escrito o resultado da anlise das 15
(quinze) narrativas dos alunos-bolsistas do referido subprojeto. A indagao charneira que
orientou este estudo foi: Por que escolhi ser professor?Utilizamos a Anlise do Discurso
como instrumento de leitura das narrativas de vida. Acreditamos que refletir sobre escolha
pela profisso docente salutar para s discusses sobre identidade profissional do educador,
visto que, ao empreender uma anlise crtica e reflexiva acerca deste aspecto, poderemos
entender como foi construdo o sentimento de pertena pela profisso, e quais fatores
contriburam para isso. Observamos, no decorrer da pesquisa, que o contexto
socioeconmico, a lgica de destinao profissional atribuda s mulheres, e a influncia de
familiares, foram os principais fatores que influenciaram na escolha pela docncia.
Conclumos, tambm, que a populao da zona rural, principalmente as mulheres
camponesas, esto chegando, com mais intensidade, ao curso de Pedagogia, o que demonstra
a disparidade de oportunidade entre moradores da zona urbana e rural.
Palavras-chave: Mtodo (auto)biogrfico. Identidade profissional. Escolha profissional
9 Discente do 7 Perodo do Curso de Pedagogia, do Departamento de Educao (DE), Campus Avanado Profa.
Maria Elisa de Albuquerque Maia (CAMEAM), Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).
Bolsista do Programa de Iniciao Docncia (PIBID). E-mail: [email protected]. 10
Discente do 7 Perodo do Curso de Pedagogia, do Departamento de Educao (DE), Campus Avanado Profa.
Maria Elisa de Albuquerque Maia (CAMEAM), Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).
Bolsista do Programa de Iniciao Docncia (PIBID). E-mail: [email protected] 11
Doutora em Educao. Docente do Curso de Pedagogia, do Departamento de Educao (DE), Campus
Avanado Profa. Maria Elisa de Albuquerque Maia (CAMEAM), Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte (UERN). Coordenadora do Subprojeto PIBID/PEDAGOGIA/CAMEAM/UERN. Orientadora. E-mail:
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
42
Iniciando a Caminhada
O Programa Institucional de Bolsas de Iniciao Docncia (PIBID), configura-se,
na atualidade, como uma das maiores polticas pblicas de valorizao da formao de
professores, visando o aperfeioamento da mesma. Ao propor a aproximao entre
Universidade e Educao Bsica, possibilitando que os professores j atuantes tornem-se
formadores dos alunos dos cursos de licenciatura, o programa fortalece a formao inicial dos
graduandos e, ao mesmo tempo, contribui para o desenvolvimento profissional dos docentes,
ou seja, para a formao continuada.
neste sentido de trabalho colaborativo entre professores atuantes e graduandos, que
se insere o subprojeto PIBID do Curso de Pedagogia, Departamento de Educao (DE),
Campus Avanado Profa. Maria Elisa de Albuquerque Maia (CAMEAM), Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte (UERN), que possui como principal objetivo a
[...]valorizao da docncia como base da formao do pedagogo (NASCIMENTO, 2012,
p. 02). Assim, o foco do subprojeto a [...]reflexo e a construo dos saberes e prticas
alfabetizadoras nos 1 e 2 anos do Ensino Fundamental (Idem, p. 02).
O citado subprojeto tem como tessitura terica para a formao dos alunos-bolsistas
o trabalho colaborativo e reflexivo, tendo em vista as atuais discusses acerca destas teorias
na literatura pedaggica (DESGAGN, 2007; IBIAPINA, 2010; NASCIMENTO, 2011;
SCHON, 1992). Neste sentido, busca-se a construo de saberes tericos-metodolgicos
na/para a prtica de alfabetizao, nos 1 e 2 anos do Ensino Fundamental, utilizando para
tanto, o trabalho colaborativo e reflexivo entre graduandos e professores da Educao Bsica.
Nesse sentido, e visto que, na atualidade, no se concebe a formao de educadores
sem a prtica da pesquisa, a colaborao compreendida como [...]oportunidade igual e
negociao de responsabilidades, em que os partcipes tm vez e voz no processo de
negociao de sentidos (IBIAPINA, 2010, p. 04). Interligado com as prticas colaborativas,
encontra-se a reflexo que, segundo Nascimento (2011, p. 50), [...] uma maneira de encarar
e responder aos problemas, uma maneira de ser professor. Ou seja, tanto a prtica de
reflexo, como a de colaborao, so fulcros para a investigao e a formao de educadores.
Assim, o subprojeto PIBID/PEDAGOGIA/CAMEAM/UERN, visa formao dos
alunos-bolsistas imersos na prtica da pesquisa. Neste interim, a primeira atividade
desenvolvida com os graduandos foi a produo de uma Narrativa de Vida, onde os mesmos
iriam relatar suas trajetrias de vida e formao experincias com a alfabetizao, refletindo
sobre o caminho trilhado da Educao Bsica ao Ensino Superior. As histrias de vida e,
Poltica de formao docente e interveno na realidade escolar
43
tambm, o mtodo (auto)biogrfico, podem ser concebidas como estratgias pertinentes para a
formao de professores, pois [...]as duas funes do mtodo biogrfico, a investigao e a
formao, surgem, de fato, como dois eixos fundamentais de qualquer projeto de formao
(FINGER; NVOA, 2010, p.26).
Partindo da dialtica pesquisa-formao, como eixos do subprojeto, empreendemos
uma anlise crtico-reflexiva das narrativas de vida dos alunos-bolsistas, visando responder a
pergunta: Por que escolhi ser professor? A curiosidade epistemolgica (FREIRE, 2010) que
nos levou a esta questo, foi as atuais discusses que permeiam os escritos sobre a profisso
docente, principalmente no que se refere identidade e profissionalizao do ensino
(NVOA, 1992, 2007, 2008; VALLE, 2002, 2006; RAMALHO; NUEZ; GAUTHIER,
2004). Acreditamos que o processo de escolha pela docncia influenciado pelo contexto
histrico e geogrfico (VALLE, 2002, 2006), assim como, pela lgica de destinao
profissional atribuda s mulheres (BUENO, 2005; LOURO, 2000).
O presente estudo insere-se na tessitura da pesquisa qualitativa, onde adotamos a
Anlise do Discurso, embasados em Orlandi (2007), como instrumento para a leitura das
15(quinze) narrativas de vida dos alunos-bolsistas do PIBID/PEDAGOGIA. Utilizamos os
seguintes aportes tericos: Bueno (2005), Desgagn (2007), Dominic (2010), Ferrarotti
(2010), Finger; Nvoa (2010), Ibiapina (2010), Josso (2007), Louro (2000), Nascimento
(2011), Nvoa (1992, 2007, 2008), Orlandi (2007), Passeggi (2006) e Valle (2002; 2006).
Na primeira sesso deste escrito refletiremos, brevemente, acerca da literatura
pedaggica que versa sobre a escolha profissional. Neste mesmo tpico, discutiremos,
tambm, as principais abordagens do Mtodo (auto)biogrfico. Na segunda sesso, traremos
os resultados da pesquisa realizada.
Escolha pela profisso professor e Mtodo (auto)biogrfico: Qual entendimento? Quais
perspectivas?
O presente estudo parte do pressuposto de que, refletir sobre a escolha profissional
dos professores, ou alunos-professores em formao, no caso deste trabalho, propicia analisar
as identidades profissionais dos educadores, ou, futuros
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