Título do trabalho: A actividade física e as doenças cardio-respiratórias
Índice:
Introdução…………………………………………………………………………………………...3
Constituição do sistema cardio-respiratório……………………………………………………..4
Exames de diagnóstico de doenças cardio-respiratórias……………………………………...9
Doenças cardiovasculares……………………………………………………………………….16
Doenças respiratórias…………………………………………………………………………….20
Actividade Física e seus benefícios…………………………………………………………….23
Conclusão…………………………………………………………………………………………25
Bibliografia………………………………………………………………………………………...26
Introdução:
Este trabalho destina-se a entender um pouco mais a actividade física: o que é; quais os
seus benefícios no tratamento e até diagnóstico, de certas doenças do foro cardiovascular
e respiratório, e também a sua importância nas diversas faixas etárias.
Ao longo deste trabalho, aprofundarei algumas das doenças mais conhecidas a nível
circulatório e respiratório, os seus sintomas, prevenções, e tratamentos, etc, assim como
a constituição dos dois sistemas: cardiovascular e respiratório.
Constituição do sistema cardio-respiratório
Sistema cardiovascular (ou circulatório);
O sistema cardiovascular é constituído pelo coração, e por vasos sanguíneos (artérias,
arteríolas, veias, vénulas e capilares), e é o responsável, através do transporte do
sangue, pela condução: de oxigénio até às células de todo o corpo; hormonas até aos
tecidos, e dióxido de carbono que mais tarde, será absorvido pelo sistema respiratório
(nomeadamente, pelos pulmões); distribuição e remoção de certas substâncias
(mecanismos de defesa, e resíduos metabólicos, respectivamente) e gases dos tecidos
do corpo; e fornecimento de calor, entre outros.
O coração é um órgão muscular localizado no meio do tórax, ligeiramente inclinado para a
esquerda. É constituído pelo miocárdio (tecido muscular que funciona como a “parede” do
coração), o endocárdio (membrana que reveste o interior do coração) e, o pericárdio.
Tem, aproximadamente, o tamanho de um punho fechado, e pesa cerca de 400 gramas.
Bate cerca de 100 000 vezes por dia, bombeando uma média de 7 500 litros de sangue.
O coração humano apresenta quatro cavidades: duas aurículas (superiores), que
recebem o sangue, e dois ventrículos (inferiores), que o expulsam. Para evitar que o
sangue volte para trás, o coração é dotado de válvulas que impedem justamente essa
situação: a bicúspide, que impede o retorno do sangue do ventrículo esquerdo para a
aurícula esquerda; e a tricúspide, que impede o retorno do sangue do ventrículo direito
para a aurícula direita. Do lado direito do coração circula o sangue venoso, e do lado
esquerdo, circula sangue arterial.
A parte esquerda e a parte direita do coração estão separadas pelo septo.
Figura 1: Constituição do coração (legenda) (Fonte:
Wikipédia)
1. Aurícula direita
2. Aurícula esquerda
3. Veia cava superior
4. Artéria Aorta
5. Artéria pulmonar
6. Veia pulmonar
7. Válvula auriculoventricular
(bicúspide)
8. Válvula aórtica
9. Ventrículo esquerdo
10. Ventrículo direito
11. Veia cava inferior
12. Válvula auriculoventricular
(tricúspide)
13. Válvula pulmonar
A cada contração do músculo cardíaco ( quando o coração bate), o sangue é bombeado
para fora do coração. Essa contracção é chamada sístole. Quando o músculo cardíaco
relaxa, o coração enche-se de sangue ( antes da próxima batida). A esse relaxamento dá-
se o nome de diástole.
Figura 2: Sístoles e Diástoles (Fonte: Site - Dicas de Ciências)
Como já foi referido previamente, o sistema circulatório é constituído por artérias,
arteríolas, veias, vénulas e capilares (Figura 3).
Figura 3: Os diferentes vasos sanguíneos (Fonte: Manual Biologia – Terra, Universo de Vida 10º
ano)
As artérias carregam o sangue a partir dos ventrículos do coração para todas as partes do
corpo. Têm paredes fortes e elásticas. O que permitem dilatarem-se e contraírem-se em
cada batimento cardíaco. São exemplos: a artéria aorta, que recebe sangue directamente
do ventrículo esquerdo do coração; e a artéria pulmonar, que levam o sangue pobre em
oxigénio para os pulmões, onde o dióxido de carbono é trocado por oxigénio.
As arteríolas são ramificações das artérias e levam o sangue aos capilares.
As veias levam o sangue em direcção ao coração. Apresentam paredes mais finas e têm
diâmetros maiores que as artérias correspondentes. Funcionam como reservatórios de
volume de sangue, contendo 50% a 60% do volume sanguíneo total. São exemplos: a
veia pulmonar, que carrega sangue rico em oxigénio (sangue arterial) dos pulmões para o
ventrículo esquerdo do pulmão; a veia cava superior, que drena o sangue que vem da
cabeça e dos membros superiores, e transporta sangue venoso, pobre em oxigénio e rico
em dióxido de carbono; e a veia cava inferior
Os capilares são também ramificações, e neles dão-se as trocas de gases e nutrientes.
Diferem estruturalmente das artérias e das veias pois as suas paredes são muito finas,
constituídas por uma única camada de células.
Sistema respiratório;
Sistema respiratório é o conjunto de órgãos responsáveis pelas trocas gasosas do
organismo com o meio ambiente, ou seja, a hematose pulmonar, permitindo a respiração
celular.
O sistema respiratório é constituído pelas fossas nasais, pela boca, laringe, traqueia,
brônquios e pulmões (Figura 4). O tecido pulmonar é constituído por uma grande
quantidade de alvéolos. Por sua vez, a parede dos alvéolos é revestida por uma
membrana respiratória ao nível da qual se realizam as trocas gasosas. Assim, os pulmões
funcionam como intermediário entre o meio gasoso e o meio líquido que é o sangue, pois
é neles que este se enriquece de oxigénio e elimina o dióxido de carbono.
Figura 4: 1 – Fossas nasais | 2- Laringe | 3- Traqueia | 4- Brônquio | 5- Bronquíolo | 6- Alvéolo
Pulmonar (Fonte: Manual Biologia – Terra, Universo de Vida 10º ano)
As fossas nasais (Figura 4) são duas cavidades paralelas que começam nas narinas e
terminam na faringe. Promovem a filtração, através dos pelos e cílios, o aquecimento,
através dos capilares sanguíneos, e a humidificação do ar, pelo muco.
A faringe (Figura 4) é um canal tubular comum aos sistemas digestivo e respiratório, com
cerca de 12 a 14 cm de comprimento.
A laringe (Figura 5) é a continuação da faringe, e o local onde se encontram as cordas
vocais.
A traqueia (Figura 5) é um tubo cujas paredes são reforçadas por anéis cartilaginosos.
Apresenta glândulas produtoras de muco e cílios, que têm como função humedecer o ar,
reter as partículas estranhas e expulsá-las para o exterior.
Os brônquios (Figura 5) são duas ramificações que a traqueia sofre e que penetram nos
pulmões. São também formados por anéis cartilaginosos, idênticos aos da traqueia. O
brônquio esquerdo divide-se em 2 ramos e o direito em 3 ramos. Cada um desses ramos
subdivide-se várias vezes, sendo esses ramos chamados de bronquíolos.
Figura 5: Laringe, Traqueia e Brônquio (Fonte: Anatomia e Fisiologia Humana)
O diafragma (Figura 6) apoia-se na base de cada pulmão, é um órgão músculo-
membranoso que separa o tórax do abdómen, presente apenas em mamíferos,
promovendo, juntamente com os músculos intercostais, os movimentos respiratórios.
Localizado logo acima do estômago, o nervo frénico (Figura 6) controla os movimentos do
diafragma.
Figura 6: Diafragma e Nervo frénico (Fonte: Anatomia e Fisiologia Humana)
A respiração compreende distintos processos: a inspiração e a expiração. A inspiração
consiste na entrada de ar (oxigénio) até aos alvéolos pulmonares – é um processo de
intercâmbio de oxigénio e dióxido de carbono entre os alvéolos pulmonares e o sangue, e
é responsável pelo transporte do sangue até aos tecidos. A expiração consiste na saída
de ar (dióxido de carbono) dos alvéolos pulmonares para o meio exterior.
Exames de diagnóstico de doenças cardio-respiratórias
Electrocardiograma;
Um electrocardiograma é um método rápido, fácil e indolor, no qual se amplificam os
impulsos eléctricos do coração e se registam num papel em movimento. O
electrocardiograma (ECG) permite identificar batimentos do coração, as vias nervosas de
condução dos estímulos, a velocidade (frequência) e o ritmo cardíacos.
Para registar um ECG, colocam-se pequenos contactos metálicos (eléctrodos) sobre a
pele dos braços, das pernas e do tórax do doente, que medem a intensidade e a direcção
das correntes eléctricas do coração durante cada batimento. Cada eléctrodo está ligado
através de cabos a uma máquina que regista um traçado próprio, que alterna segundo o
eléctrodo. Frequentemente, faz-se um ECG todas as vezes que se suspeita de
perturbações cardíacas. Este exame auxilia à identificação de um certo número destas
perturbações, incluindo ritmos invulgares, chegada insuficiente de sangue e oxigénio ao
coração e uma excessiva hipertrofia (espessamento) do músculo cardíaco, que podem
ser a consequência de uma hipertensão arterial. Um ECG comprova também quando o
músculo cardíaco é fino ou inexistente por ter sido trocado por tecido não muscular; este
quadro pode ser o desfecho de um enfarte do miocárdio.
Figura 7: Electrocardiograma (Fonte: Google)
Figura 8: Electrocardiograma (Fonte: Texas Heart Institute)
Prova de Esforço;
As provas de resistência ao exercício oferecem conhecimento acerca da existência e da
gravidade da doença arterial coronária ou de outros problemas cardíacos.
A prova resume-se a pedalar numa bicicleta ou caminhar sobre um tapete rolante a um
determinado ritmo que aumenta gradualmente. A prova de tolerância ao esforço continua
até a frequência cardíaca alcançar 80 % a 90 % do valor máximo praticável de acordo
com a idade e o sexo. Se os sintomas, como por exemplo, dor torácica, provocarem um
mal-estar importante ou se aparecerem anomalias relevantes no ECG, ou no registo da
pressão arterial, a sessão interrompe-se antes.
Quando por alguma razão não é possível efectuar aquele exercício, pode ser levado a
cabo um electrocardiograma de stress, que proporciona uma informação semelhante à da
prova de tolerância ao esforço sem praticar exercício. Para isso, injecta-se um fármaco
que aumenta o fornecimento de sangue ao tecido cardíaco normal e diminui o
fornecimento de sangue ao tecido doente, o que simula os efeitos do exercício físico.
A prova de esforço sugere a presença de uma doença arterial coronária quando
aparecem certas anomalias no ECG, quando o doente desenvolve uma angina ou a sua
pressão arterial diminui.
Tomografia axial computorizada;
A tomografia axial computorizada, vulgarmente denominada por TAC, não é um exame
que se utilize para diagnosticar uma doença cardíaca, no entanto, a partir do TAC,
podem-se detectar anomalias estruturais no coração, a nível do pericárdio, dos vasos
sanguíneos ou dos pulmões. O computador do sistema cria imagens transversais de todo
o tórax usando os raios X e mostra a localização exacta das anomalias.
Figura 9: Tomografia Axial Computorizada
Figura 10: TAC
Radioscopia;
A radioscopia é um exame contínuo com raios X que exibe num ecrã o movimento do
coração em cada batimento e os pulmões aquando da inspiração e da expiração. No
entanto, dado que implica uma dose relativamente elevada de radiação, foi trocada pelo
ecocardiograma e por outros exames.
Pode ser de utilidade para o diagnóstico, de doenças nas válvulas e de defeitos
congénitos do coração.
Figura 11: Radioscopia
Ecocardiograma;
O ecocardiograma é uma das técnicas mais utilizadas para o diagnóstico das doenças
cardíacas. Não utiliza raios X e faculta imagens de excelente qualidade. Este exame é
inofensivo, indolor, pouco dispendioso e bastante viável.
Para o ecocardiograma utilizam-se ondas de alta frequência, emitidas por uma sonda de
gravação, que embatem contra as estruturas do coração e dos vasos sanguíneos e, ao
serem reflectidas, originam uma imagem que aparece num ecrã de vídeo.
O ecocardiograma encontra anomalias no movimento das cavidades cardíacas, o volume
de sangue bombeado em cada batimento, a espessura e as doenças do pericárdio e a
presença de líquidos entre o pericárdio e o músculo cardíaco.
Figura 12: Ecocardiograma (Fonte: CDE)
Ressonância magnética;
A ressonância magnética (RM) é uma técnica que utiliza um campo magnético eficaz para
obter imagens minuciosas do coração e do tórax. Esta técnica é sofisticada e
extremamente dispendiosa na obtenção de imagens está para o diagnóstico das doenças
cardíacas.
Coloca-se a pessoa dentro de um grande electroíman que causa uma vibração dos
núcleos dos átomos do organismo, produzindo sinais específicos, que são convertidos em
imagens bidimensionais e tridimensionais das estruturas cardíacas. Vulgarmente, não é
essencial o uso de contraste. Uma desvantagem da RM é que cada imagem precisa de
mais tempo para ser produzida comparando com a TAC. Por causa do movimento do
coração, as imagens obtidas com a RM são menos nítidas do que as obtidas com a TAC.
Algumas pessoas sentem também claustrofobia, pois devem permanecer imóveis num
espaço reduzido dentro de uma máquina gigantesca.
Figura 13: Ressonância Magnética
Figura 14: Ressonância Magnética cardíaca~
Cateterismo cardíaco;
O cateterismo cardíaco baseia-se na inserção de um pequeno cateter (tubo) numa artéria
ou numa veia, normalmente de um braço ou de uma perna, que avança pelos vasos
principais até às cavidades do coração. Os cateteres são introduzidos no coração tanto
para fins diagnósticos como para fazer determinados tratamentos. Antes de executar esta
técnica é necessário administrar anestesia local.
Os cateteres podem medir pressões, observar o interior dos vasos sanguíneos, dilatar
uma válvula do coração ou desobstruir uma artéria.
O cateterismo da artéria pulmonar baseia-se na introdução, numa veia do braço ou do
pescoço, de um cateter gerado com um globo na sua extremidade, o qual passa pela
aurícula e pelo ventrículo direitos até ao princípio da artéria pulmonar. O cateter utiliza-se
para medir a pressão arterial nos vasos principais e nas cavidades do coração, assim
como para determinar a quantidade de sangue que abandona o coração para os pulmões.
Dado a que ao introduzir um cateter na artéria pulmonar se podem causar anomalias no
ritmo cardíaco, durante este procedimento realiza-se um electrocardiograma. O cateter é
utilizado igualmente para obter amostras de sangue para estudos do metabolismo.
Utilizando também certos instrumentos através do cateter, podem obter-se amostras de
tecidos do músculo cardíaco do interior das cavidades cardíacas para o seu exame ao
microscópio (biopsias). Pode ainda registar-se, à parte, a pressão arterial em cada
cavidade e nas veias e artérias principais, assim como o teor de oxigénio e de anidrido
carbónico no sangue de diferentes partes do coração.
Figura 15: Cateterismo cardíaco
Angiografia Coronária;
A angiografia coronária é o estudo das artérias coronárias através de um cateter. Para
isso, introduz-se um cateter fino numa artéria do braço ou da virilha até chegar às artérias
coronárias.
Alguns efeitos secundários irrelevantes motivados pela angiografia coronária podem
aparecer logo após a injecção. Geralmente, à medida que o contraste se distribui pela
circulação sanguínea, o doente sente uma sensação de calor momentânea, sobretudo na
cabeça e na cara. A frequência cardíaca aumenta e a pressão arterial diminui
superficialmente. Invulgarmente se observam reacções um pouco mais relevantes, como
náuseas, vómitos e tosse. As reacções graves, que são muito pouco frequentes, podem
ser choque, convulsões, problemas renais e paragem cardíaca. Constatam-se também
anomalias no ritmo cardíaco se o cateter tocar as paredes do coração. A equipa médica
que leva a cabo este procedimento tem o instrumental e a aptidão, adequados para tratar
instantaneamente qualquer destes efeitos secundários.
Figura 16: Angiografia Coronária (Fonte: Federação Argentina de Cardiologia)
Figura 17: Angiografia (Fonte: BoaSAÚDE)
Doenças Cardiovasculares
Arritmia Cardíaca;
Arritmia cardíaca é um problema na velocidade ou ritmo do batimento cardíaco. Durante
uma arritmia, o coração pode bater muito rápido, muito devagar, ou com ritmo irregular.
Batimento cardíaco muito rápido é chamado de taquicardia (o coração bate mais de 100
vezes por minuto), enquanto muito devagar chama-se bradicardia (o coração bate menos
de 60 vezes por minuto). A maioria das arritmias não causa danos porém, algumas
podem ser sérias ou até ameaçar a vida. Com arritmia cardíaca o coração pode não ser
capaz de bombear sangue suficiente para o corpo, o que pode danificar o cérebro,
coração e outros órgãos.
A arritmia pode ocorrer quando os sinais eléctricos que controlam os batimentos
cardíacos se atrasam ou bloqueiam. Isto pode acontecer quando as células nervosas
especificas que produzem o sinal eléctrico não funcionam correctamente, ou quando os
sinais eléctricos não são direccionados normalmente pelo coração. Uma arritmia também
pode ocorrer quando outra parte do coração começa a produzir sinais eléctricos,
acrescentando aos sinais das células nervosas específicas, e modificando o batimento
cardíaco habitual.
Outras causas são: stress, fumo, ingestão de bebidas alcoólicas, exercício físico intenso,
uso de certas drogas (como cocaína e anfetaminas), uso de alguns medicamentos, e
muita cafeína podem causar arritmia em algumas pessoas. Um ataque cardíaco, ou
outras condições que danificam o sistema eléctrico do coração, também podem causar
arritmia. Estas condições incluem pressão alta, doença da artéria coronária, insuficiência
cardíaca, hipotiroidismo, hipertiroidismo, entre outros.
Muitas arritmias são completamente assintomáticas, e a grande parte da população
apresenta alguns episódios arrítmicos durante o dia e nem se dá conta disso.
O sintoma mais comum é as palpitações, que podem ocorrer tanto nas bradicardias como
nas taquicardias. Outro sintoma comum é a síncope (ou desmaio) caracterizada pela
recuperação imediata e espontânea. O indivíduo pode sentir também falta de ar, mal-
estar, e outros sintomas que vão depender da presença ou não de outras doenças.
Na suspeita de alguma arritmia, após a conversa com o paciente e o exame físico, o qual
pode mostra um pulso irregular, os exames complementares a serem solicitados são por
exemplo: electrocardiograma e ecocardiograma.
Enfarte do miocárdio;
Um enfarte do miocárdio (vulgarmente denominado por ataque cardíaco) ocorre quando a
corrente sanguínea das artérias coronárias que irrigam o coração fica bloqueada. Esta
obstrução geralmente deve-se a um coágulo (Figura 18). Como resultado, o músculo
cardíaco já não recebe o oxigénio suficiente (isquemia) e as células do miocárdio
desprovidas de oxigénio começam a morrer. Conforme o tamanho da artéria bloqueada e
o respectivo músculo cardíaco necrótico (morto), o enfarte é mais ou menos severo.
Figura 18: Coágulo que obstruiu uma artéria coronária
O enfarte do miocárdio compreende vários sintomas, como por exemplo: formigueiro nos
braços, falta de ar (dispneia), instabilidade na marcha, suor frio, palidez, angústia e
nervosismo, náuseas, vómitos, entre outros.
São várias as causas que podem levar a um enfarte do miocárdio: idade; precedentes
familiares de enfarte em idade precoce; colesterol alto; hipertensão; diabetes; obesidade,
tabaco, etc.
Para diagnosticar um enfarte de miocárdio, normalmente são realizados um ou mais
electrocardiogramas e análises ao sangue, para medir as enzimas expelidas durante o
enfarte.
Angina de Peito;
A angina, ou angina de peito, é uma dor torácica passageira ou uma sensação de pressão
que se produz quando o músculo cardíaco não recebe oxigénio suficiente (isquemia).
Um ataque de angina de peito geralmente dura menos de cinco minutos. Uma dor que
durar mais do que isso, ou se for mais aguda, pode dar origem a uma queda mais
significativa do fluxo sanguíneo para o coração. Isto pode acontecer quando alguém está
a ter um ataque cardíaco.
O esforço físico e as emoções aumentam o trabalho do coração e a necessidade de
oxigénio por parte deste órgão. As artérias coronárias que apresentam algum
estreitamento, onde o fluxo do sangue para o miocárdio não pode ser aumentado para
suprir uma maior necessidade de oxigénio, podem ocasionar crises de angina do peito.
Figura 19: Angina de Peito
Normalmente, esta doença manifesta-se através de pressão ou aperto no peito, náuseas,
vertigem ou tonturas, dificuldade em respirar, falta de ar e transpiração.
A respeito do diagnóstico, normalmente são feitos electrocardiogramas e angiografias
coronárias.
Aterosclerose;
O termo aterosclerose refere-se a várias doenças que envolvem artérias de diversos
tamanhos, e diferentes camadas das paredes das artérias. Da palavra grega, significando
endurecimento das artérias, o termo originalmente significou a tendência das artérias de
se tornarem enrijecidas e frágeis pela deposição de cálcio nas suas paredes. Esta não é
uma característica importante da maioria das formas familiares da aterosclerose, a qual
envolve a construção de depósitos de gordura no revestimento de artérias de grande e
médio calibre. A aterosclerose pode levar a uma doença coronária, infartes, e outras
doenças causadas pela tendência de se formar coágulos sanguíneos nas artérias já
danificadas e estreitadas pelas placas.
A arteriosclerose geralmente não causa sinais ou sintomas até que estreite severamente
ou bloqueie totalmente uma artéria. Muitas pessoas não sabem que têm arteriosclerose
até sofrerem uma emergência médica, como ataque cardíaco ou derrame. No entanto
sinais de aumento da pressão sanguínea ou hipertensão podem ser um indício primário
de aterosclerose.
Figura 20: Aterosclerose
Doenças Respiratórias
Pneumonia;
A pneumonia é uma infecção ou inflamação dos pulmões, que pode ser causada por
vários microrganismos diferentes, incluindo bactérias, parasitas ou fungos. Esta doença é
bastante frequente e afecta pessoas de todas as idades, sendo que anualmente, morrem
muitas pessoas de pneumonia.
Os principais sintomas de pneumonia são: febres altas, tosse, dor no tórax, alterações da
pressão arterial, falta de ar, Secreção de muco virulento de cor amarelada ou esverdeada
ou cor de tijolo, às vezes com vestígios de sangue.
Existem igualmente imensos factores de risco, como por exemplo: tabaco, que facilita a
penetração de agentes infecciosos; o álcool, que interfere no sistema imunológico e na
capacidade de defesa do aparelho respiratório; ar-condicionado; mudanças bruscas de
temperatura; insuficiência cardíaca; cirrose hepática; deficiência nutricional, entre outros.
Se há suspeita de pneumonia baseada nos sintomas e achados encontrados no exame
físico feito pelo médico, mais investigações são necessárias para confirmar o diagnóstico.
As ferramentas para diagnóstico incluem exame ao muco e raio-x. O raio-x é geralmente
usado para diagnóstico em hospitais e algumas clínicas com esse instrumento.
Ocasionalmente, tomografia computadorizada do peito ou outros testes podem ser
necessários para distinguir pneumonia de outras doenças.
O tratamento das pneumonias requer o uso de antibióticos em caso de origem bacteriana
ou fúngica, e a melhora costuma ocorrer em três ou quatro dias. O internamento
hospitalar pode ser indispensável quando o paciente é idoso, tem febre alta ou apresenta
alterações clínicas resultantes da própria pneumonia, tais como: perturbação na função
dos rins e da pressão arterial, dificuldade respiratória caracterizada pela baixa oxigenação
do sangue porque o alvéolo está cheio de secreção e não funciona para a troca de gases.
Figura 21: Pneumonia (Diferença entre os alvéolos pulmonares saudáveis e infeccionados)
Asma;
A asma é uma doença inflamatória crónica das vias aéreas que, em indivíduos
susceptíveis, origina episódios recorrentes de dispneia (dificuldade na respiração), aperto
torácico e tosse, particularmente nocturna ou no início da manhã.
Estes sintomas estão usualmente associados a uma obstrução generalizada, mas
variável, das vias aéreas, a qual é reversível espontaneamente ou através de tratamento.
A asma pode afectar qualquer pessoa, mas tem maior prevalência na população infantil e
juvenil.
Os sintomas de asma podem ocorrer ou agravar-se em presença de: exercício físico;
infecção viral; animais com pêlo; penas dos pássaros; exposição prolongada aos ácaros
do pó doméstico; fumo, principalmente de tabaco e lenha; pólen, sobretudo na Primavera;
alterações de temperatura do ar; emoções fortes, principalmente quando desencadeiam o
riso ou choro; produtos químicos inaláveis; etc.
Faz-se o diagnóstico de asma através de exames físicos.
Figura 22: Bronquíolo normal e Bronquíolo asmático
Bronquite;
É uma Inflamação da membrana mucosa dos brônquios, que produz uma tosse
persistente acompanhada de expectoração.
São causas de bronquite: tabaco; complicações de uma gripe; poluição do ar; alergias;
etc.
Os sintomas de bronquite podem ser: tosse (seca, no inicio, com expectoração, em
estádios mais tardios); febre; dores de cabeça; dores de garganta; voz rouca; entre
outros.
O diagnóstico passa por exames à expectoração, radiografia ao tórax e análises ao
sangue.
Figura 23: Bronquite
Actividade física e seus benefícios
Em educação física, actividade física é definida como um conjunto de acções que um
indivíduo ou grupo de pessoas pratica envolvendo gasto de energia e alterações do
organismo, por meio de exercícios que envolvam movimentos corporais, com aplicação
de uma ou mais aptidões físicas, além de actividades mental e social, de modo que terá
como resultados os benefícios à saúde.
A actividade física e os desportos saudáveis são essenciais para a nossa saúde e bem-
estar. Actividade física adequada e desporto constituem um dos pilares para um estilo de
vida saudável, a par de alimentação saudável, vida sem tabaco e o evitar de outras
substâncias nocivas à saúde.
Figura 24: Vida sem tabaco
Figura 25: Roda dos alimentos
Portanto, pode-se afirmar que a actividade física é para um indivíduo, um forte meio de
prevenção de doenças: reduz o risco de morte prematura, assim como, o risco de morte
por doenças cardíacas ou AVC, que são responsáveis por 30% de todas as causas de
morte; atenua o risco de vir a desenvolver doenças cardíacas, cancro do cólon e diabetes
tipo 2; ajuda a prevenir/reduzir a hipertensão, que afecta 20% da população adulta
mundial; a controlar o peso e diminui o risco de se tornar obeso; ajuda no crescimento e
manutenção de ossos, músculos e articulações saudáveis; fomenta o bem-estar
psicológico, reduz o stress, ansiedade e depressão; etc.
Os benefícios para a saúde normalmente são obtidos através de pelo menos de 30
minutos de actividade física moderada, todos os dias. Este nível de actividade pode ser
atingido diariamente através de actividades físicas agradáveis e de movimentos do corpo
no dia-a-dia, tais como caminhar para o local de trabalho ou para a escola, subir escadas,
dançar entre outros desportos. Benefícios complementares podem ser obtidos através de
actividade física diária moderada de longa duração: crianças e adolescentes precisam de
20 minutos adicionais de actividade física acentuada, 3 vezes por semana; o controlo do
peso requer pelo menos 60 minutos diários de actividade física.
O exercício físico regular fornece aos jovens infindos benefícios (físicos, mentais e
sociais) para a saúde. Estudos mostram que, nos adolescentes, quanto mais participarem
em actividades físicas, menor será a probabilidade de virem a fumar; nas crianças que
são mais activas fisicamente verifica-se um maior aproveitamento académico; e que os
jogos de equipa promovem de forma positiva a adaptação social e auxilia no
desenvolvimento das capacidades sociais dos adolescentes.
O exercício físico é essencial para as pessoas idosas saudáveis, amplificando e
garantindo a qualidade de vida e independência dos idosos. Caminhadas e sessões
organizadas de exercício físico, adaptadas a cada idoso, possibilitam o convívio social, e
uma vida mais saudável.
Figura 26: Hidroginástica
“Os que não encontram tempo para o exercício terão de encontrar tempo para as
doenças.”
Edward Derby
Conclusão:
Com este trabalho, pode-se concluir que a actividade física tem de facto um papel
fundamental no combate a doenças, principalmente aquelas que mais afectam não só os
portugueses, mas também a população mundial no seu geral.
A solução será então, a regular e adequada actividade física, para uma melhor qualidade
de vida, e obviamente que para prevenção de doenças cardiovasculares e respiratórias.
Bibliografia:
http://www.fac.org.ar/ - Federação Argentina de Cardiologia – (Imagens de
Exames)
http://boasaude.uol.com.br/ - BoaSAÚDE – Doenças cardiovasculares
http://pt.wikipedia.org/ - Wikipédia – (Actividade Física, Vasos Sanguíneos,
Doenças cardio-respiratórias)
SILVA, Amparo e outros . 2008 . Terra, Universo de Vida . Porto Editora . Porto
http://www.portaldasaude.pt/ - Portal da Saúde – Doenças Cardiovasculares