UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DA EMOÇÃO NO PROCESSO ENSINO
APRENDIZAGEM SEGUNDO A NEUROCIÊNCIA PEDAGÓGICA
Por: Betânia de Fátima Santos Pereira Batista
Orientador
Prof. Marta Pires Relvas
Rio de Janeiro
2014
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DA EMOÇÃO NO PROCESSO ENSINO
APRENDIZAGEM SEGUNDO A NEUROCIÊNCIA PEDAGÓGICA
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada
como requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Neurociência Pedagógica
Por: . Betânia de Fátima Santos Pereira Batista
AGRADECIMENTOS
...Agradeço a Deus por todos os momentos
desta jornada. A minha família por toda ajuda e
compreensão e em especial a minha filha pelo
carinho e a mão amiga...
RESUMO
O presente estudo tem por objetivo evidenciar a importância da Educação
Emocional no para o desenvolvimento integral do educando e a contribuição da
Neurociência favorecendo esse novo olhar pedagógico. O trabalho esclarece a
importância do aspecto emocional que é, em parte, responsável pela matriz
cognitiva das crianças. O capítulo I destaca a contribuição das pesquisas da
neurociência no processo ensino aprendizagem. Os capítulos II e III são compostos
de informações adquiridas a partir de pesquisas sobre emoções e a importância da
inteligência emocional no contexto educacional.
Palavras-chaves: cérebro, neurociência, emoção, processo ensino
aprendizagem.
METODOLOGIA
O presente estudo é uma pesquisa bibliográfica, direcionada por consulta de
autores e publicações que tratam do tema cito: Roberto Lent, Eric R. Kandel, António
Damásio, Marta Relvas, Celso Antunes, entre outros, de modo a coletar dados
suficientes para uma análise detalhada afim de que todas as possibilidades sejam
consideradas, confrontadas e avaliadas.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A neurociência e o processo ensino
aprendizagem 11 CAPÍTULO II - Como funciona o cérebro 20
CAPÍTULO III – Emoção e aprendizagem 39
CONCLUSÃO 47
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 52
ÍNDICE 59
FOLHA DE AVALIAÇÃO 63
8
INTRODUÇÃO
“A emoção sempre considerada irracional, na verdade, é o produto da lógica do
mesmo cérebro que pensa racionalmente”. (Marta Relvas)
O conceito de educação, por consenso, é caracterizado como ensino,
instrução: cortesia; civilidade; ação ou efeito de educar (-se). Outra definição é o
desenvolvimento das capacidades humanas, visando à integração social. A
educação é, e sempre foi a esperança de transformação, exercido com liberdade,
favorecendo a solidariedade, o viver comunitário, com amor e respeito entre as
pessoas..
A educação brasileira está baseada em princípios lineares e os currículos e
seus conteúdos assentam-se nos processos intelectuais e cognitivos, deixando de
lado os fatores emocionais. Com o advento do paradigma da complexidade, muito
se tem comentado sobre a necessidade da educação desenvolver saberes sobre os
diferentes aspectos que compõem o ser humano, especialmente no sentido de
formá-lo para a vida plena.
As emoções é um tema que vem ganhando grande destaque no cenário
educacional, devido a sua importância no desenvolvimento do indivíduo, e no
processo educativo. Entender como se dão esses processos psíquicos pode
contribuir, para que o aluno do ensino fundamental alcance um aprendizado
expressivo.
A escola tem algo importante a oferecer aos seus alunos. Para tanto, torna-se
necessário entender o significado, a função e a importância da emoção para o
desenvolvimento integral da criança.
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As pesquisas de vários neurocientistas investigam o processo de como o
cérebro aprende e conhecer seu funcionamento fundamental, pois a aprendizagem e
educação estão ligadas ao desenvolvimento do cérebro, o qual é moldável aos
estímulos do ambiente.
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CAPÍTULO I
A NEUROCIÊNCIA E O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM.
“O ser humano nos é revelado em sua complexidade: ser, ao mesmo
tempo, totalmente biológico e totalmente cultural. O cérebro, por meio do
qual pensamos, a boca, pela qual falamos, a mão, com a qual escrevemos,
são órgãos totalmente biológicos e, ao mesmo tempo, totalmente culturais.
O que há de mais biológico – o sexo, o nascimento, a morte – é, também, o
que há de mais impregnado de cultura.” (MORIN,2002, p.128)
A neurociência é um ramo de estudo recente, agrupando Neurologia,
Psicologia e Biologia. Muitos aspectos da fisiologia, bioquímica e estruturas do
sistema nervoso de invertebrados e o cérebro de vertebrados foram esclarecidos. O
desenvolvimento de técnicas modernas para o estudo da atividade cerebral durante
a realização de tarefas tem permitido uma investigação mais precisa dos circuitos
durante seu funcionamento.
1.1 – Neurociência: uma breve história
Na antiguidade, o ser humano já correlacionava a mente com a cabeça
(cérebro), pois quando alguém sofria uma pancada na cabeça e desmaiava, a
relação estava evidenciada.
Fatos Importantes
• 7000 anos atrás – trepanação – “saída de maus espíritos”.
• 5000 anos atrás – coração como sede de espírito e memória.
• Hipócrates (460 – 379 a.c) – Sede das emoções – localizava a mente no cérebro.
• Aristóteles (384 – 322 a.c) – afirmava que a mente tinha a sua sede no coração,
não atribuindo nenhum papel ao cérebro, a não ser o de esfriar o sangue.
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• Galeno (130 – 200 d.c) – O cérebro comandava as sensações e o cerebelo
comandava o movimento – ventrículos cerebrais.
• 1596-1650 – Descartes = encéfalo X mente
• Século XVIII – divisão do sistema nervoso – Na virada do século XVIII, o cientista
italiano Luigi Galvani e o biólogo alemão Emil Du Bois – Reymond mostravam que
os músculos se contraem quando os nervos são estimulados eletricamente, e que o
cérebro é capaz de gerar eletricidade. Essas descobertas acabaram com a idéia de
que os nervos comunicavam-se com o cérebro através do movimento de fluidos.
1758-1828 – Franz Gall – acreditava que o cérebro é uma máquina sofisticada que
produz comportamento, pensamento e emoções, e que o córtex cerebral é na
verdade uma série de órgãos com diferentes funções.
• 1824-1880 – Paul Broca – declarou que a linguagem tinha uma localização precisa
no córtex cerebral humano.
• 1876 – Carl Wernick – confirmou uma área da linguagem, responsável pela
compreensão.
• 1834-1902 – Friedrich Goltz – fez experimentos com cachorros, convicto de que o
intelecto não poderia ser confinado a porções discretas do cérebro.
• 1870 – David Ferrier – Fez estimulações precisas no córtex de macacos.
Apenas no final do século XIX, com os estudos do médico italiano Camillo
Golgi e do histologista espanhol Santiago Ramón y Cajal, foram descritas em
detalhes a estrutura das células neurais.
1.2 - Descobertas sobre o encéfalo no XIX
- O encéfalo se comunica com o corpo por meio de nervos.
- O encéfalo apresenta partes diferentes identificáveis e provavelmente executam
diferentes funções.
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- Lesões no encéfalo podem causar desorganização das sensações, movimentos e
pensamento, podendo levar à morte.
- O encéfalo opera uma máquina e segue as leis da natureza.
Na virada do século XX, a pesquisa de Cajal levava à proposta de uma nova
teoria: a chamada Teoria Neural, que entende o sistema nervoso como um conjunto
de células individuais, especializadas segundo a região do cérebro, e organizadas
ordenadamente em um sistema complexo.
Os progressos observados nas áreas de neuroimagem e da neurofisiologia
permitiram correlacionar localização e função, resultando na identificação e
diagnóstico de grande parte dos distúrbios que agora sabemos reconhecer.
Atualmente os estudos da neurociência são divididos em níveis:
- Neurociências Celulares – quantos tipos de neurônios existem; como um neurônio
influencia outros; como é o desenvolvimento fetal.
- Neurociências de sistemas – analisam informações sensoriais; formam percepções
do mundo externo; tomam decisões e executam movimentos.
- Neurociências comportamentais – como os sistemas neurais trabalham juntos;
como agem as drogas que alteram a mente; regulação do humor e comportamento;
comportamentos específicos de cada gênero.
- Neurociências cognitivas – compreensão dos mecanismos neurais responsáveis
pelas atividades mentais superiores do homem, como a consciência, a imaginação e
a linguagem.
Segundo LENT (2010), os profissionais que lidam com o sistema nervoso são
de dois tipos: os neurocientistas que fazem pesquisas científicas em neurociências e
os profissionais da saúde, que tem como objetivo preservar e restaurar o
desempenho funcional do sistema nervoso.
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1.3 – Destacando a neurociência cognitiva
A neurociência cognitiva estuda nossa memória, os pensamentos e as formas
de aprendizado. O estudo do planejamento, do uso da linguagem e das diferenças
entre a memória para eventos específicos, e a memória para a execução de
habilidades motoras, são exemplos da análise do nível cognitivo.
Segundo Kandel, num conceito mais amplo, a neurociência cognitiva é:
Uma combinação de métodos de uma variedade de campos – biologia
celular, neurociência de sistemas, neuroimagem, psicologia cognitiva,
neurologia comportamental e ciência computacional – deram origem a uma
abordagem funcional do encéfalo denominada neurociência cognitiva.
(KANDEL e cols, 2003.p.382)
Ainda para Kandel, ganhador do Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina de
2000, a neurociência atual é a neurociência cognitiva, “um misto de neurofisiologia,
anatomia, biologia desenvolvimentista, biologia celular e molecular e psicologia
cognitiva.” (KANDEL e cols, 2003.p.1165)
1.4 – A aprendizagem e a neurociência
A aprendizagem é o processo pelo qual o cérebro reage aos estímulos do
ambiente, ativa a sinapse (região em que ocorre a transformação do estímulo
elétrico em estímulos químicos, mediados pelos neurotransmissores) tornando-as
mais ativas. A cada estímulo novo, a cada repetição de um comportamento que
queremos que seja consolidado temos circuitos que processam as informações, que
deverão ser consolidadas.
O aprendizado é um processo contínuo, incessante, que nos acompanha
durante toda a vida. A conscientização de que conhecimentos da neurobiologia
podem ser aplicados de maneira positiva no ambiente escolar deve provocar novas
formas de trabalhar o processo ensino e aprendizagem, desde que seja respeitada a
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velocidade de aprendizado de cada aluno e suas limitações. Isso tudo requer
mudanças de atitudes, como uma nova forma de preparar as aulas e a criação de
aulas mais estimulantes.
É fato que a neurociência passa a nos desvendar aquilo que desconhecíamos,
até então, sobre aprendizagem, pois ela estuda o sistema nervoso central e sua
complexidade, através de bases científicas, dialogando também com a educação,
através de uma nova área, a neuroeducação que entende o cérebro como um órgão
“social”, passível de ser modificado através de intervenções pedagógicas. Nessa
ótica, cumpre frisar que aprendizagem não significa somente assimilar conteúdos,
muito menos memorizar conjuntos de regras (RELVAS, 2009.p.56), sustenta que “o
conceito de memória vai muito além do poder de recordar”. Isso nos leva a crer que
os inúmeros casos de dificuldades para aprender e para se concentrar que circulam
com mais freqüência no ambiente escolar sejam referentes às práticas
metodológicas que não contemplam o aprendizado, mas a absorção de conteúdos.
A ação pedagógica que não tem como base as possibilidades de
aprendizagem e desenvolvimento do período de formação, nem se utiliza dos
instrumentos culturais e não se apóia nas formas de pensamento do educando será
sempre uma ação pedagógica com pouca chance de êxito.
Tendo ciência desse fato, se faz necessário ao educador o conhecimento das
condições básicas como: respeitar e compreender que o processo de aprendizagem
se dá por meio da integração entre corpo, emoção e cognição, com o objetivo de
favorecer a apropriação particular da realidade; entender que o desenvolvimento é
um processo particular que se transforma como resultado das contínuas
reorganizações que ocorrem nas várias interações que o sujeito estabelece; o
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funcionamento da mente e do cérebro necessitam da experiência, como também
beneficiam-se da mesma.
O processo de aprender é múltiplo. Não há uma única forma de resolver um
problema. Aprendemos pela realização de sistemas, cuja efetivação é função do
contexto sócio-cultural. Do ponto de vista biológico, a configuração de redes neurais
se constituirá em função do conjunto de experiências do indivíduo. Vários
neurocientistas apontam para a individualidade do desenvolvimento dizendo que
cada cérebro é diferente do outro, ou seja, que há um desenho sináptico para cada
indivíduo, semelhante à impressão digital, que é única para cada um de nós. O
desenvolvimento é considerado por muitos neurocientistas como função do meio.
Em outras palavras, o desenvolvimento é simultaneamente orgânico e social.
É necessário considerar que toda pessoa quando exposta às situações
motivadoras de ensino, é capaz de aprender e avançar em relação a seus padrões
anteriores de desempenho e aprendizagem.
1.5 – Teorias do desenvolvimento e aprendizagem.
“O conhecimento está naturalmente ligado à vida fazendo parte da
existência humana. A ação de conhecer está presente simultaneamente nas
ações biológicas, cerebrais, espirituais, culturais, lingüísticas, sociais,
políticas e históricas, por isto, o ser condiciona o conhecer, que ao mesmo
condiciona o ser.” (PETRAGLIA, 1995, p.71)
Cada teoria do desenvolvimento apóia-se em diferentes concepções do ser
humano e do modo como ele aprende. Essas teorias dependem, também, da visão
de mundo existente em determinada situação.
A teoria Inatista do desenvolvimento, também conhecida pelos nomes de
nativista, é inspirada nas premissas do idealismo filosófico, isto é, um modo de
pensar especulativo e não científico.
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O idealismo filosófico parte do princípio que a consciência é que determina a
vida. A consciência é considerada a base e não o produto da atividade humana,
nada existe fora do homem. O mundo real é um simples fenômeno da consciência.
As abstrações é que produzem fenômenos particulares, reais e concretos. As
generalizações são consideradas como causas imutáveis. De modo geral, esta
teoria baseia-se na crença de que as capacidades básicas do ser humano como:
personalidade, valores, comportamento e formas de pensar são inatas, isto é, já se
encontram prontas. O destino individual de cada ser humano já estaria determinado
antes do nascimento.
Para esta teoria o desenvolvimento é pré-requisito para a aprendizagem, com
isso, o processo educacional pouco altera as determinações inatas. Os processos
de ensino só podem se realizar à medida em que o ser humano estiver maduro para
efetivar determinada aprendizagem.
Outra teoria é a ambientalista, que busca sua inspiração na filosofia empirista
que considera a experiência como fonte de conhecimento e na filosofia positivista –
objetividade e neutralidade no conhecimento da realidade humana.
A teoria ambientalista, também chamada behaviorista ou comportamental,
atribui exclusivamente ao ambiente a constituição das características humanas,
privilegiando a experiência como fonte de conhecimento e de formação de hábitos
de comportamento. Esta teoria preocupa-se em explicar os comportamentos
observáveis do ser humano, desprezando a análise de outros aspectos da conduta
humana, tais como: o raciocínio, o desejo, a imaginação, os sentimentos e a
fantasia, entre outros. Também defende a necessidade de medir, comparar, testar,
experimentar e controlar o comportamento e desenvolvimento, objetivando controlar
o comportamento do indivíduo.
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As teorias interacionistas do desenvolvimento apóiam-se na ideia de interação
entre o organismo e o meio. A aquisição do conhecimento é entendida como um
processo de construção contínua do ser humano em sua relação com o meio.
Organismo e meio exercem ação recíproca. Novas construções dependem das
relações que estabelecem com o ambiente numa dada situação.
Dentre as teorias interacionistas destacam-se: a teoria interacionista Piagetiana
e a teoria sócio-interacionista de Vygotsky.
Jean Piaget (1896-1980), foi um especialista em psicologia evolutiva e
epistemologia genética com preocupações eminentemente epistemológicas, numa
perspectiva interdisciplinar. Elaborou a Teoria Psicogenética, mostrando que o
indivíduo no desenvolvimento da inteligência, passa por mudanças qualitativas
desde a infância até a adolescência, no uso desta em suas ações (período sensório-
motor, pré-operatório, operações concretas e operações formais).
Segundo Piaget, o conhecimento resulta de uma inter-relação entre o sujeito
que conhece e o objeto a ser conhecido. O processo do conhecimento na teoria
Piagetiana se dá a partir de esquemas de ação/assimilação, mobilizados através da
ação do sujeito sobre o conhecimento ou operações mentais, que são as ações que
se realizam no plano mental. Esses esquemas vão se tornando mais complexos na
medida em que o processo de maturação biológica, as experiências, as trocas
interpessoais e transmissões culturais vão se tornando mais complexas na vida do
sujeito. Para Piaget todo organismo vivo procura manter um estado de equilíbrio ou
de adaptação com seu meio, agindo de forma a superar perturbações na relação
que se estabelece com o meio.
Ainda para Piaget, o desenvolvimento cognitivo do ser humano ocorre através
de constantes desequilíbrios e equilibrações. O aparecimento de uma nova
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possibilidade orgânica no indivíduo ou a mudança de alguma característica do meio
ambiente, por mínima que seja, provoca a ruptura do estado de repouso, da
harmonia entre organismo e meio, causando um desequilíbrio. Piaget denominou
acomodação o mecanismo de ampliação ou modificação de um esquema de
assimilação. Essa articulação interna acontece por sucessivos processos de
assimilação de novos esquemas, confrontando com esquemas anteriores,
acomodação de esquemas mais complexos, resultando num processo de
adaptação. Piaget observa que, ainda que os detalhes dos movimentos assimilativos
ou acomodativos vão variando, há uma inviabilidade em sua apresentação, em
qualquer processo de adaptação de todo ser vivo. Estas constantes proporcionam o
vínculo fundamental entre a biologia e a inteligência.
Lev Semiono-Vitsky Vygotsky (1896-1934) sustenta que todo conhecimento é
construído socialmente, no âmbito das relações humanas. Para Vygotsky, as origens
da vida consciente e do pensamento abstrato deveriam ser procuradas na interação
do organismo com as condições de vida da espécie. A origem das mudanças que
ocorrem nas pessoas está na interação entre estas, a sociedade, a cultura e a sua
própria história. Esse mesmo sujeito não é apenas ativo, mas interativo, porque além
de construir conhecimentos, se constitui a partir de relações intra e interpessoais.
Ele participa ativamente da construção de sua própria cultura e de sua história,
modificando-se e provocando transformações com os demais sujeitos com que
interage.
“Vygotsky defende a ideia de contínua interação entre as mutáveis
condições sociais e a base biológica do comportamento humano. Partindo
de estruturas orgânicas elementares, determinadas basicamente pela
maturação, formam-se novas e mais complexas funções mentais, a
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depender da natureza das experiências sociais a que as crianças se acham
expostas.” (Oliveira, 2010, p.56)
Para Vygotsky a linguagem, a partir da sua função comunicativa, permite ao
indivíduo formular conceitos e, portanto, abstrair e generalizar a realidade, através
de atividades mentais complexas. Essa capacidade de generalizar e abstrair,
incluindo os objetos, outros seres, ou mesmo ações, permite que seu pensamento
conceitual e proposicional seja flexibilizado.
O significado da palavra transforma-se ao longo do desenvolvimento do sujeito,
evoluindo porque integra novos sentidos, novas conotações.
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CAPÍTULO II
COMO FUNCIONA O CÉREBRO
“Será que saber como o cérebro funciona é importante para a forma como
vivemos a nossa vida?
Sem qualquer dúvida, em especial se, para além de saber quem somos
presentemente, nos preocuparmos com o que poderemos vir a ser.”
(DAMÁSIO. 2010,p.50)
O cérebro situa-se no sistema nervoso. O sistema nervoso é o mais complexo
dos sistemas do corpo humano e ainda hoje muitas das suas características e
potencialidades é um mistério. Divide-se em sistema nervoso central e sistema
nervoso periférico.
O sistema nervoso central desempenha necessariamente as tarefas
associadas ao processamento e coordenação das informações. Divide-se em duas
partes: a espinal medula e o encéfalo. A espinal medula é um centro coordenador
das atividades reflexas, sendo assim, um mecanismo de defesa contra agressões do
meio porque suas respostas são rápidas e ocorrem antes de qualquer decisão
cerebral, é um centro condutor porque conduz os impulsos provenientes do cérebro,
e que para elas são direcionadas. Já o encéfalo localizado no interior do crânio,
protegido por um conjunto de três membranas(meninges) é o coordenador da
atividade voluntária, isto é, dos atos conscientes, intencionais e que exigem
planificação e deliberação. É dividido em quatro partes:
- Telencéfalo – formado pelo córtex cerebral, externamente e, por uma
substância branca internamente. Ele nos capacita a realizar ações como ler,
escrever, interpretar e criar. O córtex cerebral é o responsável pela capacidade de
realizar as funções mentais superiores. Tem duas áreas funcionais, as áreas
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primárias ou sensoriais – recebem e produzem informação sensorial -, e as áreas
secundárias ou psicosensoriais – processam as informações.
- Diencéfalo – formado por duas partes principais: tálamo e hipotálamo.
• Talámo – grande conjunto ovóide de núcleos localizados bilateralmente acima
do tronco encefálico. Atua como estação retransmissora de impulsos nervosos para
o córtex cerebral. É responsável pela condução dos impulsos às regiões apropriadas
do cérebro onde devem ser processados. O tálamo também está relacionado com
alterações no comportamento emocional, que decorre não só da própria atividade,
mas também de conexões com outras estruturas do sistema límbico.
• Hipotálamo – O hipotálamo é essencial para a sobrevivência do indivíduo e da
espécie porque a integração dos comportamentos e das funções orgânicas pelo
hipotálamo é necessária para a continuação da existência. Tem como função a
manutenção da homeostase, comportamento de comer, reprodutivos e defensivos,
expressão emocional de prazer, raiva, medo e aversão, regulação dos ritmos
arcadianos, regulação endocrinológica do crescimento, do metabolismo e dos
órgãos reprodutores.
- Cerebelo – é formado por dois hemisférios que desempenham papel significativo
no que diz respeito à coordenação dos movimentos e na manutenção do equilíbrio.
- Trono Encefálico – dividido em três partes: bulbo – ponte – mesencéfalo
• Bulbo – no bulbo localizam-se os centros respiratório e vasomotor. Ocorre no
bulbo a decussação das pirâmides, onde o trato motor denominado cortiço-espinal
cruza a linha média e leva informação motora para a metade controlateral da sua
origem. Ex.: O hemisfério cerebral direito leva a informação motora para o lado
esquerdo do corpo.
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• Ponte – A ponte conecta o tronco encefálico ao cerebelo e ao córtex. Pela
ponte percorrem tractos importantes tais como o córtico-espinal lateral, espino-
talâmico lateral. O primeiro relaciona-se com as informações motoras dirigidas para
os membros e tronco. O segundo relaciona-se com informações sensitivas
dolorosas, táteis e térmicas.
• Mesencéfalo – O mesencéfalo liga-se ao diencéfalo por meio dos pedúnculos
cerebrais. Quando secciona-se o mesencéfalo transversalmente, pode-se observar a
substância negra do mesencéfalo, formada por neurônios que contém melanina.
Dorsalmente, observa-se quatro eminênias arredondadas, os colículos superiores e
inferiores. Essas massas estão relacionadas com informações visuais e auditivas.
O sistema nervoso periférico conduz a informação da periferia para os centros
nervosos e as respectivas respostas para a periferia. É constituído pelos nervos que
são representantes dos axônios(fibras nervosas) ou dos dentritos(fibras sensitivas).
São as fibras nervosas dos nervos que fazem a ligação dos diversos tecidos do
organismos com o sistema nervoso central. Diferente do sistema nervoso central, o
sistema nervoso periférico não se encontra protegido pela barreira
hematoencefálica. Divide-se em sistema nervoso autônomo e sistema nervoso
somático.
O sistema nervoso autônomo é constituído por nervos motores que conduzem
impulsos do sistema nervoso central à musculatura lisa de órgãos viscerais,
músculos cardíacos e glândulas. É dividido em duas partes: Simpático e
Parassimpático. O sistema nervoso simpático prepara o organismo para o
estresse(fuga ou luta) e o sistema nervoso parassimpático estimula atividades
relaxantes(repouso).
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O sistema nervoso somático é formado por nervos motores que conduzem
impulsos do sistema nervoso central á musculatura estriada esquelética. Determina
ações conscientes como: andar, falar, abraçar, etc.
Nosso cérebro é um emaranhado de bilhões de neurônios, cada um ligado a
outros por milhares de sinapses. O cérebro controla o que pensamos, sentimos e
também nossos movimentos. Os cérebros humanos são diferentes uns dos outros,
adaptado a cada indivíduo, dependendo da forma como é usado, das experiências
vividas, dos conhecimentos acumulados e da quantidade de funções cognitivas
desenvolvidas.
Os elementos básicos que constituem o sistema nervoso são os neurônios,
células nervosas responsáveis pela recepção e transmissão dos estímulos do meio.
Um neurônio é formado por quatro elementos fundamentais: corpo celular, dendrito
e axônio.
- Corpo Celular – parte celular onde está o núcleo. Centro de controle do
funcionamento do neurônio. Nessa região são sintetizados os neurotransmissores.
- Dendritos – região do neurônio que recebe os estímulos, seja do meio ambiente,
seja de outros neurônios, seja dos órgãos internos. Possuem grande superfície de
recepção de estímulos que serão enviados ao corpo celular.
- Axônio – prolongamento do citoplasma. O impulso nervoso recebido pelos
dendritos é convertido pelo corpo celular em corrente elétrica e esta percorre o
axônio até atingir os telodendros (extremidades do axônio) que fazem conexão com
outras células nervosas, com células musculares ou com células glandulares.
Os neurônios são divididos e classificados segundo sua forma e função. Quanto à
forma são multipolares, bipolares, unipolares e pseudounipolares. Quanto à função
são motores (eferentes), sensoriais (aferentes) e interneurônicos.
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O sistema de informações veiculada pelos neurônios forma um circuito elétrico
designado por influxo nervoso. A conexão de um neurônio para o outro chama-se
sinapse. O influxo transita porque a fenda sináptica(espaço entre os neurônios) é
preenchida por neurotransmissores, que são substâncias químicas segregadas
pelas vesículas sinápticas. A cada nova informação recebida, sinapses são criadas e
configuram-se novas redes entre os neurônios, que guardam informações
separadas, mas conectadas entre si. Esses circuitos são ativados sempre que uma
dessas informações é requisitada. Para que isso aconteça, as informações precisam
estar guardadas como memória de longo prazo.
Outro elemento básico do sistema nervoso são as células da glia, ou neróglia,
que desempenha uma série de funções auxiliares fundamentais para permitir o
funcionamento dos neurônios. Existem diferentes tipos de neuroglias, cada uma com
funções especializadas, como: proteger o tecido nervoso, auxiliar e reparar as
células, agir como fagócitos e regular a composição dos líquidos.
O cérebro humano pesa aproximadamente 1,4kg e contém cerca de 3,5 bilhões
de neurônios. Está dividido em dois hemisférios. O hemisfério direito controla a
formação de imagens, as relações espaciais, as percepções das formas, das cores,
das tonalidades afetivas e o pensamento concreto. O hemisfério esquerdo é
responsável pelo pensamento lógico, linguagem verbal, discurso, cálculo e memória.
Os dois hemisférios trabalham coordenadamente, desempenhando papéis
complementares.
O córtex que cobre cada hemisfério apresenta quatro regiões ou lobos
cerebrais, separados por fendas.
- Lobo frontal – Córtex pré-frontal – está relacionada com as funções superiores
representadas por vários aspectos comportamentais humanos. Recebe impulsos
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nervosos dos lobos parietal e temporal por meio de feixes de longas fibras de
associações situados no giro cíngulo. Lesões bilaterais da área pré-frontal
determinam a perda da concentração, diminuição da habilidade intelectual e déficit
de memória e julgamento. Incluem-se três giros frontais: o giro orbital, a maior parte
do giro frontal medial e, aproximadamente, a metade do giro cíngulo.
- Lobo Temporal – Possui funções situadas em porções diferentes. A parte posterior
está relacionada com a recepção e a decodificação de estímulos auditivos, que se
coordenam com impulsos visuais; a parte anterior está relacionada com a atividade
motora visceral (olfato e gustação) e com alguns aspectos de comportamentos
instintivos.
- Lobo Parietal – Está relacionado à interpretação, á integração de informações
visuais (provenientes do córtex occipital) e às somatossensitivas primárias,
principalmente o tato. A lesão do córtex primário occipital determina perda do campo
visual, enquanto as lesões do lobo parietal resultam em perda do conhecimento
geral, inadequação do reconhecimento de impulsos sensoriais e falta de
interpretação das relações espaciais (visual espacial e motora).
- Lobo Occipital – Esta região realiza a integração visual a partir da recepção dos
estímulos que ocorre nas áreas primárias, leva informações para serem apreciadas
e decodificadas nas áreas secundárias e de associação visual. Estes centros visuais
são conectados por fibras intra-hemisféricas ao córtex do parietal do mesmo lado,
bem como as outras áreas corticais, tais como: ao lobo temporal, para outras
atividades integradoras. Além da integração intra-hemisférica, as áreas parietais
direita e esquerda e temporais posteriores são conectadas por meio do corpo
caloso, comunicando os dois hemisférios pelas fibras comissurais inter-hemisféricas.
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2.1 – Sistema Límbico
O sistema límbico é o responsável basicamente por controlar as emoções e as
funções de aprendizado e da memória, localizado nas estruturas do cérebro tem
formato de um anel cortical de cor acinzentada, formado por neurônios. Ele possui
várias estruturas e cada uma delas tem suas funções, como: hipotálamo, tálamo,
amígdala, hipocampo, os corpos mamilares e o giro do cíngulo.
2.2 – Áreas de comunicação
O hemisfério dominante em 98% dos humanos é o hemisfério esquerdo, é
responsável pelo pensamento lógico e competência comunicativa. Enquanto o
hemisfério direito é responsável pelo pensamento simbólico e criatividade. Nos
canhotos as funções estão invertidas. O hemisfério esquerdo diz-se dominante, pois
nele localiza-se duas áreas especializadas: a Área de Broca (B), o córtex
responsável pela motricidade da fala, e a Área de Wernicke (W), o córtex
responsável pela compreensão verbal.
• Área de Wernicke: É na zona onde convergem os lobos occipital, temporal e
parietal que se localiza a área de Wernicke, que desempenha um papel muito
importante na produção de discurso. É esta área que nos permite compreender o
que os outros dizem e que nos faculta a possibilidade de organizarmos as palavras
sintaticamente corretas.
• Área de Broca: É a parte do cérebro humano responsável pelo
processamento da linguagem, produção da fala e compreensão. Possui este nome
em homenagem ao médico do século XIX Paul Broca.
O corpo caloso localiza-se no fundo da fissura inter-hemisférica, ou fissura
sagital, é a estrutura responsável pela conexão entre os dois hemisféricos cerebrais.
Essa estrutura, composta por fibras nervosas de cor branca (feixes de axônios
27
envolvidos em mielina), é responsável pela troca de informações entre as diversas
áreas do córtex cerebral.
2.3 – Plasticidade Cerebral
“A plasticidade cerebral é o ponto culminante da nossa existência, e seu
desenvolvimento se dá ao longo da vida. Deste desenvolvimento, depende
todo o processo de aprendizagem e, também, de reabilitação das funções
motoras e sensoriais.” (Marta Relvas, 2009, pág.49)
A Plasticidade Cerebral é a capacidade do cérebro de se remodelar em função
das experiências do indivíduo. A flexibilidade do cérebro permite criar novas
sinapses e ligações entre os neurônios, e esta plasticidade permite que se aprenda
toda a vida.
Segundo Lent (2013), Plasticidade Cerebral é a propriedade que o sistema
nervoso tem de alterar a sua função ou a estrutura em resposta às influências
ambientais que o atingem.
2.4 – O cérebro e a memória
“A memória tem a qualidade peculiar de ser incompleta, e mesmo assim, a
totalidade de experiências de vida acumulada é imensa. Apesar da grande
quantidade de informação guardada em nossos cérebros, continuamente
adquirimos novas informações e formamos novas memórias.”
(Gazzaniga.2010)
A memória é o processo dinâmico que consiste na decodificação,
armazenamento e recuperação de conteúdos da memória ou de informação.
Adquirimos e armazenamos informação para a utilização nas mais diversas
situações da vida. Do ponto de vista fisiológico, essa capacidade é resultado de
modificações na circuitaria neural em função da interação do indivíduo com o
ambiente. A memória não está localizada em uma estrutura isolada no cérebro, ela é
28
um fenômeno biológico e psicológico envolvendo união de sistemas cerebrais que
funcionam juntos.
A memória influencia inúmeros processos mentais, como a linguagem, a
escrita, a inteligência, etc. Existem vários processos de memória fundamentais ao
ser humano. Destacam-se três tipos:
- Memória Sensorial – é a capacidade de os nossos sentidos visuais e auditivos
perceberem a informação, de forma a existir continuidade à nossa percepção. As
informações obtidas pelos sentidos são retidas por um curto espaço de tempo. Se a
informação não for processada, perde-se, se for processada passa para a memória
a curto prazo.
- Memória de curto prazo – também chamada de memória de trabalho ou memória
ativa, tem a capacidade de codificar um número limitado de informações por um
curto período de tempo. As informações da memória de curto prazo se forem
processadas, passam para a memória de longo prazo.
- Memória de longo prazo – é um tipo de memória alimentada por informações da
memória de curto prazo que são codificadas em símbolos. A informação enviada é
transformada à medida que vai sendo integrada. A memória de longo prazo retém as
informações durante horas, meses ou durante toda a vida.
O hipocampo é uma estrutura essencial no processo de consolidação da
memória; é crítico para a memória espacial, navegação, consciência, memória
episódica, associação, etc. No hipocampo existem inúmeros neurônios de
reconhecimento episódico que nunca foram ativados e que estão estreitamente
conectados às células de novidades. Quando um evento ocorre pela primeira vez,
ele ativa um desses neurônios, e sua estreita conexão com a célula de novidade nos
proporciona a sensação de novidade. Porém, essa intensa ativação alarga a
29
conexão entre o neurônio e a célula de novidades. Dessa maneira, nas próximas
vezes que o mesmo evento ocorrer a sensação de novidade será cada vez menor,
pois o neurônio que agora reconhecerá sempre esse episódio estará cada vez
menos conectado com a célula de novidade.
As lesões na região do hipocampo podem ter efeitos devastadores, pois podem
destruir a memória retrospectiva do indivíduo. Tudo se torna novo, é preciso
reaprender tudo outra vez.
30
CAPÍTULO III
EMOÇÃO E APRENDIZAGEM
“A emoção é a primeira opinião que o cérebro emite sobre o assunto,
baseado em toda a experiência que acumulou ao longo dos anos. Por isso,
por mais que pareça paradoxal, elas são perfeitamente lógicas. Como são
rápidas e personalizadas são valiosas, sobretudo quando o tempo é curto.”
(Relvas, 2010, p.111)
As emoções têm despertado o interesse de muitos pesquisadores nos últimos
anos. Atualmente o estudo das emoções não se limita apenas ao conhecimento
subjetivo do ser humano, ele passa a assumir um papel fundamental na evolução
biológica e social do ser humano. As pesquisas recentes demonstram que as
emoções estão na base de tomada de decisão das ações humanas.
A palavra é originária do latim “emore”, onde o e (variante do ex) significa “fora”
e “movere” significa “movimento”. Do ponto de vista psicológico as emoções podem
ser entendidas como um conjunto de reações fisiológicas e psicológicas, provocadas
por estímulos internos, pensamentos, recordações ou provocadas por estímulos
externos vindos do ambiente. Já no ponto de vista biológico, a “emoção pode ser
definida como um conjunto de reações químicas e neurais subjacentes à
organização de certas respostas comportamentais básicas à sobrevivência dos
animais.” (Lent, 2008, p.254). Alguns aspectos sobre as emoções são importantes
em relação a esse conceito: há um substrato neural organizador das respostas aos
estímulos emocionais e da percepção da emoção, há também sua função biológica,
já que as respostas comportamentais, ao se ajustarem a situações específicas,
aumentam as chances de sobrevivência.
31
Ao longo da vida qualquer indivíduo aprende a lidar com uma variedade de
situações emocionais, criando um conjunto de hábitos emocionais para as situações
que se adapta melhor ou pior. Muitas reações emotivas dependem da
aprendizagem, da educação, do ambiente sociocultural e da idade de quem as
experimenta.
As emoções do ser humano são classificadas em três tipos: emoções
primárias, emoções secundárias e emoções de fundo.
As emoções primárias são consideradas inatas ou reflexas, estas são comuns
a todos os seres humanos, independente de fatores sociais ou socioculturais, o seu
aparecimento não depende da aprendizagem. Deste grupo fazem parte as emoções
básicas ou elementares, como: raiva, alegria, tristeza, nojo, medo e surpresa.
As emoções secundárias ou sociais são mais complexas que as primárias,
dependem de fatores e variáveis socioculturais. Estas podem variar amplamente
entre culturais e/ou sociedade. São exemplos dessas emoções a culpa, a gratidão,
vergonha, ciúme, etc.
As de fundo estão relacionadas com o bem-estar ou com o mal-estar interno.
São induzidas por estímulos internos, com origem em processos físicos ou mentais,
levando o organismo a um estado de tensão ou relaxamento, fadiga ou energia.
Estas emoções expressam-se em alterações musculoesqueléticas, refletindo-se em
variações na postura dos movimentos.
3.1 – Teorias sobre as emoções
Várias interpretações sobre as emoções se organizaram em diferentes
hipóteses, mas nenhuma delas atende todos os aspectos das emoções.
O primeiro a abordar a emoção em suas pesquisas foi Charles Darwin (1809-
1882). Segundo Darwin as emoções desempenham um papel adaptativo
32
fundamental na história da espécie humana, sendo determinantes na nossa
capacidade e sobrevivência.
Em 1884 o psicólogo e filósofo americano William James (1842-1910) e o
psicólogo dinamarquês Carl Lange (1834-1900) consideravam que “as emoções são
experimentadas a partir da percepção das alterações fisiológicas no organismo”
(Lent, 2008, p.255). Segundo esses teóricos, a emoção acontece após o córtex
receber sinais sobre alterações fisiológicas, declarando que “sentimos tristeza
porque choramos e não porque nos sentimos tristes” (Lent, 2008).
O fisiologista americano Walter Cannon (1871-1943) questionou a teoria de
James-Lange, argumentou que as respostas corporais não seriam diversas o
suficiente para promover diferentes emoções e que podemos vivenciar as emoções
mesmo que nenhuma mudança fisiológica seja produzida (Lent, 2008). Em 1929,
Walter B. Cannon definiu a emoção como um mecanismo de preparação do
organismo diante de situações e emergências, mediante a elevação do nível
energético, a focalização da atenção e disposição para agir.
Os neurofisiologistas Walter Cannon e Philip Bard, na metade do século XX
formularam uma nova teoria, aceita até hoje. Segundo a teoria, quando o indivíduo
se encontra diante de um acontecimento que o afeta, o impulso nervoso chega
primeiro ao tálamo, e a partir desse ponto, a mensagem se divide. Uma parte vai
para o córtex cerebral, originando experiências subjetivas de medo, alegria, etc.
Outra parte dirige-se para o hipotálamo. Segundo essa teoria, a experiência
emocional e as reações fisiológicas são simultâneas.
Em 1937 o anatomista norte-americano James Papez (1883-1958) propôs que
a emoção não é função de centros cerebrais específicos, mas de um circuito
formado por quatro estruturas básicas, interligadas por feixes nervosos: o
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hipotálamo e seus corpos mamilares, o núcleo anterior do tálamo e seus corpos, o
giro cingulado e o hipocampo. Segundo James Papez a experiência da emoção era
determinada inicialmente pelo córtex cingulado, e depois por outras áreas corticais.
Em 1949, Paul McLean ampliou a teoria de Papez, adicionando novas
estruturas ao sistema: os córtices orbitofrontal e o médio frontal (área pré-frontal), o
giro parahipocampal, a amígdala, o núcleo mediano do tálamo, a área septal, os
núcleos basais do prosencéfalo e a formação do tronco cerebral. Essas estruturas
foram denominadas sistema límbico.
Todas estas áreas formam circuitos neuronais importantes para a emoção e
reações emocionais. O hipocampo também está relacionado a memória e o
aprendizado.
O neurocientista António Damásio (1996) formulou a hipótese do marcador-
somático, sugerindo uma inter-relação entre processos cognitivos e emocionais.
Para Damásio a emoção é a combinação de um processo mental de avaliação,
simples ou complexas, com respostas dispositivas a esse processo, em sua maioria
dirigidas ao próprio corpo, resultando num estado emocional do corpo, mas também
dirigidas ao próprio cérebro, ocasionando acréscimos de alterações mentais.
Atualmente os cientistas que pesquisam sobre as emoções concordavam com
a perspectiva sistêmica em se tratando da emoção. Observam que os componentes
de uma emoção exercem efeitos recíprocos uns com os outros. Essas observações
têm a ver com o modo como as respostas do sistema nervoso autônomo as
expressões faciais, cognições e crenças contribuem para a intensidade de uma
emoção.
3.2 – Afetos, sentimentos e emoções.
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Os afetos são um conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a
forma de emoções e sentimentos, acompanhados da impressão de dor ou prazer, de
satisfação ou insatisfação, etc. O afeto está sempre relacionado à uma ideia e nem
sempre são conscientes.
Os sentimentos são as emoções processadas pela razão humana; são
duradouros e estáveis, em geral são experiências particulares, que não podem ser
observadas por outras pessoas. As emoções estão na base dos sentimentos, são
instintivas, acontecem a passam, podendo voltar desde que um estímulo as
provoque. As emoções acontecem principalmente no sistema límbico e os
sentimentos perpassam pelo lóbulo frontal do cérebro. Dessa maneira os
sentimentos aproximam-se de uma emoção.
Os componentes das emoções são:
- Cognitiva – acontece quando toma-se conhecimento do fato, se não houver
conhecimento deste não se expressa nenhuma emoção.
- Avaliativa – é feita uma avaliação da situação em função de interesses e valores
pessoais.
- Fisiológica – manifestações orgânicas e corporais.
- Expressiva – expressões corporais, mostrando ao outro as emoções.
- Comportamental – estado emocional que provoca determinado conjunto de
comportamentos.
- Subjetiva – está relacionada com o que o indivíduo sente a nível emocional,
associado a um estado afetivo.
As emoções se distinguem dos sentimentos. Segundo António Damásio
(Revista Veja, 2013):
“A emoção é um conjunto de todas as respostas motoras que o cérebro faz
parecer no corpo em resposta a algum evento. É um programa de
35
movimentos como a aceleração ou desaceleração do batimento do coração,
tensão ou relaxamento dos músculos e assim por diante. Existe um
programa para o medo, um para a raiva, outro para a compaixão, etc. Já o
sentimento é a forma como a mente vai interpretar todo esse conjunto de
movimentos. Ele é a experiência mental daquilo tudo. Alguns sentimentos
não tem a ver com a emoção, mas sempre têm a ver com os movimentos do
corpo (Revista Veja, 2013).”
3.3 – Os teóricos da educação e a emoção.
É unânime a convicção de diversos autores que a emoção interfere na
retenção de informações e que os sentimentos podem estimular o aprendizado,
intensificando a atividade de redes neurais e fortalecendo suas conexões sinápticas.
Grandes teóricos da educação, como: Vygotsky, Piaget e Wallon, enfatizam em suas
teorias a estreita relação entre afeto e cognição, fazendo referência ao papel da
emoção para o processo ensino aprendizagem.
Vygotsky é categórico ao afirmar que a compreensão completa do pensamento
humano só é possível quando se compreende o aspecto emocional no
desenvolvimento humano e que a cognição e a afetividade são uma unidade: o afeto
interfere na cognição e vice-versa. Segundo Vygotsky:
“A afetividade é um elemento cultural que faz com que tenha peculiaridades
de acordo com cada cultura. Elemento importante em todas as etapas da
vida da pessoa, a afetividade tem relevância fundamental no processo
ensino aprendizagem no que diz respeito à motivação, avaliação e relação
professor e aluno (1998, p.42).”
Piaget considerava o desenvolvimento intelectual como tendo dois
componentes: o cognitivo e o afetivo, sendo assim, o desenvolvimento cognitivo está
paralelo ao desenvolvimento afetivo, também menciona que a emoção pode
36
influenciar positivamente ou negativamente o processo de aprendizagem. Segundo
Piaget:
“O sentimento dirige a conduta ao atribuir um valor aos seus fins (...). A
afetividade é caracterizada por suas composições energéticas, com cargas
distribuídas sobre um objeto ou um outro (cathexis) segundo as ligações
positivas ou negativas. O que caracteriza, pelo contrário, o aspecto
cognitivo das condutas e as suas estruturas (apud SALTINI,2008,p.13).”
Para Wallon a afetividade e a inteligência são fatores que se entrelaçam,
acredita que a educação da emoção deve ser incluída entre os propósitos da ação
pedagógica. Ainda para o teórico, o movimento é a base do pensamento e as
emoções é que dão origem à afetividade. Segundo Wallon:
“O motor, o afetivo, o cognitivo, a pessoa, embora cada um desses
aspectos tenha identidade estrutural e funcional diferenciada, estão tão
integrados que cada um é parte constitutiva dos outros. Sua separação se
faz necessária apenas para a descrição do processo. Uma das
conseqüências dessa interpretação é de que qualquer atividade humana
sempre interfere em todos eles. Qualquer atividade motora tem
ressonâncias afetivas e cognitivas; toda disposição afetiva tem
ressonâncias motoras e cognitivas; toda operação mental tem ressonâncias
afetivas e motoras. E todas essas ressonâncias têm um impacto no quarto
conjunto: a pessoa (Apud ALMEIDA, 2012, P.17).”
3.4 – Inteligência emocional
Pensar em inteligência e educação nos dias atuais é pensar nas emoções do
educando, como uma possibilidade importante para melhoria da qualidade no
processo ensino e aprendizagem.
O conceito de inteligência emocional definida inicialmente em 1990 por Peter
Solovey e John Mayer e mais tarde teve grande divulgação por Daniel Goleman.
37
Para Solovey e Mayer, inteligência emocional é a habilidade de perceber seus
próprios sentimentos e emoções, bem como os sentimentos e emoções alheios, de
distingui-los e de utilizar essas informações como guia para suas ações e seus
raciocínios (Solovey, Mayer 1990,apud. Chabot, 2005,p.96).
Solovey considerando que a primeira definição não contemplava todos os
aspectos da inteligência emocional propõe uma definição mais ampliada:
“A inteligência emocional é a habilidade que permite perceber, apreciar e
expressar corretamente nossas emoções; a habilidade para sentir e/ou
gerar sentimentos quando estes facilitam nossos raciocínios; a habilidade
para compreender as emoções e os conhecimentos emocionais; e a
habilidade para administrar as próprias emoções no intuito de favorecer o
crescimento emocional e intelectual.” (Solovey.1997, apud Chabot.2005
p.97)
Para Daniel Goleman a inteligência emocional evidencia a maneira como as
pessoas lidam com suas emoções e com as das pessoas ao seu redor. Segundo
Goleman a inteligência emocional é a “capacidade de reconhecer nossos próprios
sentimentos e os de outrem, de nos motivar e de administrar nossas emoções, seja
internamente seja em nossas relações com outras pessoas (Goleman. 1995,apud
Chabot, 2005. P.96).”
Daniel Goleman distingue a inteligência emocional em cinco áreas de
habilidades:
- auto – conhecimento emocional – reconhecer um sentimento enquanto ele ocorre.
- controle emocional – habilidade de lidar com seus próprios sentimentos.
- auto – motivação – dirigir suas emoções a serviço de um objetivo.
- reconhecimento de emoções em outras pessoas.
- habilidade nos relacionamentos inter-pessoais.
38
As três primeiras habilidades estão relacionadas a inteligência intrapessoal (se
associa ao auto conhecimento e à auto estima) e o restante à inteligência
interpessoal (ligada a empatia). Essas duas inteligências agrupam-se nas
competências a que o psicólogo Haward Gardner chamou de pessoais.
Os irmãos Daniel Chabot e Michel Chabot seguindo a perspectiva de Salovey e
Mayer, conceitua a inteligência emocional como um conjunto de competências que
permitem:
“• Identificar as próprias emoções e as emoções alheias;
• Expressar corretamente as próprias emoções e ajudar os outros a fazerem
o mesmo;
• Compreender suas próprias emoções e as emoções alheias;
• Gerir suas próprias emoções e adaptar-se às emoções do outro;
• Utilizar suas emoções e as habilidades próprias da inteligência emocional
nas diferentes esferas de atividade, especialmente para se comunicar bem,
tomar boas decisões, administrar com êxito suas prioridades, motivar-se e
motivar os outros, possuir boas relações pessoas etc (Chabot, 2005 p.98).”
Considerando o que os pesquisadores da emoção nos dizem a inteligência
emocional conjuga as áreas emocionais, afetivas e cognitivas e quando essas áreas
são bem desenvolvidas, contribuem significativamente para o sucesso escolar e
pessoal do educando.
3.5 – Educação emocional e a escola.
A escola proporciona oportunidades de transformação na vida dos indivíduos,
portanto tem um papel fundamental na formação emocional dos educandos. Tanto a
afetividade como a aprendizagem são consideradas fenômenos complexos e multi-
determinados, definidos por processos individuais internos que se desenvolvem
através do convívio.
39
A educação emocional deve ser incluída entre os propósitos da ação
pedagógica, o que sugere o conhecimento do seu modo de funcionamento.
A todo momento no cotidiano escolar se vivencia uma experiência emocional.
Segundo Relvas(psique.2012): “A criança pode experimentar sentimentos, o que o
torna aprendiz eficiente e mais confiante em si. Por isso, a sua eficácia emocional se
relaciona com a própria capacidade de lidar com seus sentimentos.
O professor dentro desse contexto é o mediador junto à criança. Ele a ajudará
a desenvolver essas habilidades e a percebê-las como importante para seu
desenvolvimento. Para Celso Antunes(2012, p.25) o alfabetizar emocional necessita
indispensavelmente de dois atributos:
“• ser conhecedor de estratégias ou situações de aprendizagens específicas para o
trabalho de Alfabetização Emocional;”
“• ser incitador de idéias, propositor de desafios, verdadeiro “garimpeiro” de
opiniões.”
Levando em consideração as observações de Celso Antunes, as estratégias
são para o desenvolvimento do educando, são ações que por meio de técnicas são
capazes de ampliar a memória e ajudar o aluno a gerir suas emoções.
Ainda segundo Antunes o alfabetizador emocional é: “essencialmente um
condutor de discussões sobre um tema selecionado, ele passa a palavra de um para
o outro aluno, sugere múltiplos desafios, debate e estrutura opiniões através de
múltiplas interações e “casos” diversos (2012 p.24).”
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CONCLUSÃO
Antigamente a inteligência era considerada como sendo única e a verdade
apresentada era absoluta e indiscutível. Atualmente, essa visão de educação tende
a ser superada.
As novas descobertas da neurociência e as pesquisas realizadas por vários
estudiosos mudam as linhas de conhecimento neurológico sobre a mente humana e
colocam em questão processos anteriormente descritos para explicar sistemas
neurais que envolvem as emoções, a memória e a aprendizagem.
Sabe-se que as precondições cognitivas são dadas pela genética, mas este
aspecto só se desenvolve por meio da interação com o mundo. A neurobiologia
mostra que se aprende melhor quando o objeto do aprendizado tem conteúdo
emocional, por este motivo o foco de interesse, nesta pesquisa é a emoção e como
ela contribui no processo ensino aprendizagem.
A formação do caráter, a discussão sobre a moral e ética do agir humano em
relação ao mundo criado, à natureza e às pessoas é um ponto importante na
formação das pessoas. E deve ser uma preocupação tanto da família como da
escola.
A teoria da inteligência emocional se apóia nas novas descobertas
neurológicas procedidas na Universidade de Harvard e outras universidades dos
Estados Unidos que mudam as linhas de conhecimento neurológico sobre a mente
humana e colocam em questão processos anteriormente descritos para explicar
sistemas neurais que envolvem a memória, a aprendizagem, a consciência, as
emoções e a inteligência em geral.
Perceber o que o aluno sente, sem que ele o diga, constitui a essência da
empatia, uma das características fundamentais da educação emocional. A criança e
o adolescente, dificilmente, dizem em palavras aquilo que sentem, mas revelam
seus sentimentos por seu tom de voz, pela expressão facial ou por outras maneiras
não verbais.
41
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ANTUNES, C.Alfabetização Emocional: Novas estratégias. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999. CHABOT,DANIEL MICHEL. Pedagogia emocional – Sentir para aprender. Sá editora. LENT, ROBERTO. Neurociência da mente e comportamento. Rio de Janeiro. Koogan,2013. SALTINI, CALÚDIO J.P. Afetividade e inteligência, 5.ed. – Rio de Janeiro: Wak Ed, 2008. KANDEL, ERIC R. Em busca da memória: o nascimento de uma nova ciência da mente – São Paulo: Companhia das Letras, 2009. RELVAS, Marta Pires. Fundamentos biológicos da educação: despertando inteligências e afetividade no processo de aprendizagem – 4. Ed. – Rio de Janeiro: Wak Ed.,2009. RELVAS, Marta Pires. Neurociência e educação: potencialidades dos gêneros humanos na sala de aula – 2. Ed. – Rio de Janeiro: Wak Ed., 2010. RELVAS, Marta Pires. Que cérebro é esse que chegou à escola? As bases neurocientíficas da aprendizagem – Rio de Janeiro: Wak Editora, 2012. RELVAS, Marta Pires. Neurociências e transtornos de aprendizagem: as múltiplas eficiências para uma educação inclusiva – 5. Ed. – Rio de Janeiro: Wak Ed., 2011. GAZZANICA, Michael S. Neurociência cognitiva: a biologia da mente/ Michael S. Gazzanica, Richard B. Ivry, George R. Mangun; tradução Angélica Rosat Consiglio. 2 ed. Porto Alegre, 2006. VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. Rio de Janeiro: Guanábora Koogan, 1998.
42
WEBSITES
DAMÁSIO, António. Sentimentos e emoções. Revista Veja, 2013. http://
veja.abril.com.br/noticias/ciência/os sentimentos são fundamentais para a sociedade
diz Antonio-damasio. Acesso, julho 2014.
WWW.fronteira.com/canalfronteiras/entrevista/ Damásio, neurociência e
neurofilosofia. Acesso, julho 2014.
WWW.scielo.br/afetividade na escola: alternativas teoricas e praticas/ acesso, julho
2014.
43
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
(A NEUROCIÊNCIA E O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM) 10
1.1 – Neurociência: uma breve história 10
1.2 – Descobertas sobre o encéfalo no século XIX 11
1.3 – Destacando a neurociência cognitiva 13
1.4 – A aprendizagem e a neurociência 13
1.5 – Teorias do desenvolvimento e aprendizagem 15
CAPÍTULO II
(COMO FUNCIONA O CÉREBRO) 20
2.1 – Sistema Límbico 26
2.2 – Áreas de comunicação 26
2.3 – Plasticidade cerebral 27
2.4 – O cérebro e a memória 27
CAPÍTULO III
(EMOÇÃO E APRENDIZAGEM) 30
3.1 – Teorias sobre as emoções 31
3.2 – Afetos, sentimentos e emoções 33
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