Informações sobre as pesquisas do Instituto, obtidas pelos jornalistas, foram veiculadas nos meios de comunicação da Alemanha
Jornal do Inpa
Manaus, Setembro 2012 - Ano IV - Ed.25- ISSN 2175-0866www.inpa.gov.br
Capes lança edital para promover a ciência na Amazônia
Inpa recebe visita do Embaixador do Japão no Brasil
Bosque da Ciência recebe crianças da promoção “Uma Aventura Selvagem”
Inpa apresenta estudos sobre a história evolutiva recente de sapos na Amazônia
Programa apresenta aos professores o projeto Puxirum para incentivo à pesquisa nas escolas
O PCE também busca aumentar o número de professores participantes do programa realizado pelo Inpa
Inpa recebe Associação Alemã de Jornalistas Científicos
Pág. 02
Pág. 02
Pág. 02
Pág. 03
Pág. 04
Curso de Controle de Vetores do Inpa debate sobre formas de contágio e controle da malária
Pág. 05
O estudo investigou diversas características em diferentes populações de espécies de sapos recém-descobertas, entre elas a variabilidade genética e de seus sinais sexuais
Acervo PCE
Foto: Igor Kaefer
Aves da região de Manaus
Boa leitura
Pág. 02
Os debates tiveram como tema as espécies de protozoários plasmodium falciparum e o plasmodium vivax, mais predominantes no Brasil, associados à malária
Foto: Josiane Santos
GEEA debate educação e novo humanismo
Pág. 08
Foto: Eduardo Gomes
A Diretoria do Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI)
recebeu no dia 14, o Embaixador do
Japão no Brasil, Akira Miwa, que reali-
zou visita oficial ao Estado do Amazo-
nas.
Acompanhado pelo Cônsul Geral do
Japão em Manaus, Hajime Naganuma
e pela Vice-Cônsul, Michiko Shibata, o
embaixador reuniu-se com o diretor do
Inpa, Adalberto Val, que explanou
sobre os acordos de cooperação que o
Instituto possui com o Japão, suas con-
sequências e perspectivas. “A coopera-
ção científica para nós ocupa, na estru-
tura organizacional, uma posição extre-
mamente importante, e a cooperação
com o Japão é de grande relevância.
Nós temos interesse em manter, estrei-
tar e ampliar essas relações com outras
instituições japonesas’’, disse.
Com clima de muita diversão, as
gravações do programa “Aventura
Selvagem”, do SBT, foram realizadas
nas dependências do Bosque da Ciên-
cia no Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia (Inpa/MCTI) no dia 24.
As crianças escolhidas pela promo-
ção “Viva uma aventura selvagem”,
proporcionada pela TV Em Tempo,
percorreram diversos pontos do Bos-
que, guiados pelo apresentador do
programa, Richard Rasmussen, que
promove grandes encontros interativos
com os mais variados animais, e acom-
panhados por pesquisadores do Insti-
tuto.
As crianças visitaram vários lugares
de “parada obrigatória” para quem
visita o Bosque, como as trilhas, a Ilha
da Tanimbuca e o Condomínio das
Abelhas.
Página 02 - Setembro 2012
Assessora de Comunicação: Tatiana Lima (MTB 4214/MG) - Editora Chefe: Fernanda Farias - Repórteres:
Editoração Eletrônica: Juliana Lima - Revisão: - Fotos: Equipe Ascom e Acervo PesquisadoresTiragem: 1000 -
Edição 25 -Setembro- ISSN 2175-0866. Produção: Assessoria de Comunicação do Inpa/MCTI.
Clarissa Bacellar, Josiane Santos e Juan Mattheus Clarissa Bacellar
+55 92 3643-3100 / 3104 [email protected] ascom_inpa
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA/MCTI
Expediente Fale com a redação
Ministério daCiência e Tecnologia e Inovação
Tome Ciência
Bosque da Ciência recebe crianças da promoção “Uma Aventura Selvagem”
A Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior (Capes)
lançou em Manaus, no dia 26, o edital
Pró-Amazônia – criado para a região
com o objetivo de reforçar projetos de
pesquisa e promover o intercâmbio de
conhecimentos entre pesquisadores e
estudantes, nas modalidades pós-
doutorado, iniciação científica, douto-
rado e professor visitante sênior.
O lançamento do edital aconteceu
no Auditório da Ciência do Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia
(Inpa/MCTI), em meio à programação
do segundo dia da Reunião Regional
Norte do Fórum de Pró-Reitores de
Pesquisa e Pós-Graduação das Insti-
tuições de Nível Superior Brasileiras
(Foprop), com a participação de reito-
res e pró-reitores de diferentes univer-
sidades da Amazônia.
Capes lança edital para promover a ciência na Amazônia
Inpa recebe visita do Embaixador do Japão no Brasil
Boa Leitura - Aves da Região de Manaus
Foto: Juan Mattheus Foto: Eduardo Gomes
Muitas pessoas não fazem ideia da diversidade de aves que a cidade de Manaus
abriga, por isso a paixão pelos pássaros levou os ornitólogos Ingrid Torres de Macedo
e Mário Cohn-Haft, à produção deste livro, para que as pessoas possam conhecer e
apreciar a variedade existente. Com belíssimas fotografias feitas pelo veterinário do
Inpa, Anselmo d´Affonseca, e textos, em português e inglês, dão seu devido comple-
mento com informações precisas sobre cada espécie, como nome científico, habitat e
ícones da dieta.
Durante a leitura, percebe-se que as lentes de Anselmo parecem deixar todos os
pássaros muito a vontade, já que em cada registro, apresentam um comportamento
natural e sereno e na obra deixa claro, que a vontade de realização dos colegas pes-
quisadores, na busca dessas espécies, foi cumprida, pois fascina o leitor pela riqueza
dos detalhes. Nos registros estão vários passarinhos de Manaus, sabiás das ruas e
praças, beija-flores da janela, arapaçus do quintal, choquinhas, galo-da-serra. Para
adquiri-lo entre em contato por meio dos e-mails: [email protected] ou
ou pelo telefone (92)3643-3223.
editora.ven-
Foto: Logo Capes
pessoas, compartilhando recursos e
experiências em prol da melhoria da
qualidade de vida de todos.
Para tanto, o palestrante destaca a
necessidade da revitalização da esfe-
ra pública global, com mudanças no
fluxo das redes de comunicação, com
ética e responsabilidade, pensando
em um novo humanismo. “Necessita-
mos autonomia. No contexto da comu-
nicação e da tecnologia não é possível
criar independências, somos interco-
nectados. Autonomia significa que
necessitamos produzir mensagens
usando a língua, símbolos, imagens,
arte, poesia, cultura, para sobreviver e
coexistir e dialogar, pois o diálogo só é
possível entre iguais. Estamos buscan-
do educação global”, expôs Varis.
A Coordenadora de Cooperação e
Intercâmbio do Inpa, Magali Henriques,
questionou o professor sobre os ambi-
Setembro - Página 03Educação e Sociedade
GEEA debate educação e novo humanismo
O Grupo, que existe desde 2007, tem como proposta debater questões de interesse estratégico para a região amazônica
| Clarissa BacellarDa equipe do Divulga Ciência
O Grupo de Estudos Estratégicos
Amazônicos (GEEA), do Instituto Naci-
onal de Pesquisas da Amazônia
(Inpa/MCTI), debateu na manhã do dia
25, o tema “Humanismo e edu-
cação”, com palestra proferida
pelo presidente da Educação
Virtual Global - UNESCO e pro-
fessor de Educação em Mídia na
Universidade de Helsinki (Fin-
lândia), Tapio Varis.
A 25ª reunião do Grupo, que
aconteceu no auditório da Dire-
toria do Inpa, buscou abordar
subtemas como a mudança da
percepção, interação e aprendi-
zado na atualidade, que influen-
ciam no entendimento do que é o huma-
nismo.
A problemática global que envolve
sociedade e conhecimento foi discutida
sob várias óticas, mas sempre abor-
dando o “controle ditador tecnológico”.
“Nós notamos a dominação da tecnolo-
gia na nossa vida, sem valores huma-
nos. A tecnologia tem que servir aos
interesses humanos, não o contrário”,
defendeu o palestrante.
Priorizando a educação global, Varis
também abordou a importância de se
realizar intercâmbios que contem com
participação e o comprometimento das
entes onde foram feitos os estudos,
como a Europa, fato que distancia da
realidade da educação de outros paí-
ses como o Brasil, além de destacar as
tecnologias como novos educadores.
“Boa parte do conhecimento já está
disponível nos computadores e me
pergunto se o papel dos professo-
res vai ser realmente ajudar a
conectar de novo cérebro e cora-
ção, tentar incentivar os estudan-
tes a olhar ao redor”, justificou a
pesquisadora.
Sobre o GEEA
Formado por pesquisadores de
instituições de ensino, órgãos
governamentais e sociedade civil
organizada, o GEEA surgiu no
ano de 2007 a partir da percepção de
que a sociedade apresenta inúmeras
demandas de questões ambientais.
Muitas dessas informações são funda-
mentais para as ações vivenciadas no
cotidiano
O Grupo é formado por pesquisado-
res, professores, empresários, huma-
nistas e gestores que se reúnem geral-
mente a cada dois meses para debater
um tema escolhido previamente e apre-
sentado por um especialista de reno-
me.
‘‘ ‘‘Nós notamos a dominação da tecnologia na
nossa vida, sem valores humanos.
Foto: Clarissa Bacellar
Página 04 - Setembro 2012
Programa apresenta aos professores o projeto Puxirum para incentivo à pesquisa nas escolas
Sétima edição do Circuito da Ciênc ia apresenta novas atividadesO evento ocorreu dia 29, das 8h às 12h no Bosque da Ciência, com atividades socioambientais e oficinas educativas
Juan MattheusDa equipe do Divulga Ciência
A pesqu isadora do pro je to “Tartaruga’’O Programa Ciência na Escola (PCE), executado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), realizou no dia 26, o I Puxirum PCE, que busca formar professores das redes públicas estaduais e municipais de Manaus, incentivando-os a participar do programa.
Puxirum é de origem Tupi e significa mutirão, trabalho coletivo de um dia só. O I Puxirum aconteceu no Instituto de Educação do Amazonas (IEA), onde aconteceu apresentação para os pro fessores in te ressados em concorrer ao edital, seguido da Oficina de Elaboração de Projetos Científicos Escolares, que foi ministrada simultaneamente em 10 salas de aula, com capacidade para até 50 pessoas cada.
A oficina trabalhou os principais pontos do Edital e pode ser conferido na página oficial da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM); explicando passo a passo como elaborar um projeto científico, auxiliando assim os professores que ainda tem dúvidas e querem submeter suas propostas.
Ciência na EscolaO PCE está chegando a sua sétima
edição com a meta de receber mais de 500 projetos inscritos, uma vez que
são apenas 320 vagas divididas entre interior e capital. Vale ressaltar que os projetos aprovados recebem um incentivo de R$ 4.840 p a r a d e s e n v o l v e r e m s u a s pesquisas em um período de seis meses, auxiliando também alunos e professores com bolsas.
O programa é considerado pioneiro e inovador, servindo de base para outros estados e países como Minas Gerais e Portugal, onde programas semelhantes foram implantados aos moldes do PCE.
O principal objetivo do programa é viver a prática das pesquisas, levando os jovens pesquisadores ao mundo da iniciação científica, ampliando a visão dos estudantes, criando expectativas de que é possível melhorar e eles são o caminho para isso.
O Programa Ciência na Escola – (PCE) é uma iniciativa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) em parceria com Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Secti), a Secretaria de Estado de Educação do Amazona (SEDUC) e Secretaria Municipal de Educaçao (SEMED) e ob je t iva a par t ic ipação de professores e estudantes de escolas públicas municipais e estaduais no Estado do Amazonas.
O PCE também busca aumentar o número de professores participantes do programa realizado pelo Inpa
|Jamyly MacedoPCE
Meio Ambiente
Acervo PCE
O Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa/MCTI) realizou em
setembro a sétima edição de 2012 do
projeto “Circuito da Ciência”, que tem
se revelado como uma das ferramentas
mais importantes de difusão das pes-
quisas realizadas pelo Inpa para a
comunidade.
As escolas selecionadas para o even-
to foram: Escola Municipal Moisés Fran-
ça Viana (Tancredo Neves), Escola
Municipal Alfredo Linhares (São José I),
Escola Estadual Professor Roberto dos
S. Vieira (Cidade Nova) e a Escola Esta-
dual Antonio Nunes Jimenez (Zumbi).
Entre as atividades realizadas esta-
vam o circuito de atividades sócio-
ambientais, as oficinas educativas e
exposições sobre a malária e dengue,
leishmaniose, insetos aquáticos, mamí-
feros aquáticos da Amazônia, inverte-
brados vivos terrestres, Tartarugas da
Amazônia, herbário e carpoteca. “Com
isso, estamos apostamos nas crianças
como multiplicadoras do conhecimen-
to, que é o foco do nosso evento”, afir-
mou o coordenador do Circuito, Jorge
Lobato.
A 7ª edição contou com uma nova
exposição, da Associação Nipo Brasi-
leira, que realizará uma divulgação dos
100 anos da imigração dos japoneses
na Amazônia e também sobre ativida-
des ambientais no Amazonas.
Além disso, aconteceram apresenta-
ções nos estandes dos parceiros,
como: Saúde Bucal (Uea-Ufam); Clube
de Ciências (Ufam); Com Posição
Certa (Uniniltonlins); Com Postura (Fa-
metro); Projeto: Despertando a Cons-
ciência (Uninorte); Sala de Ciências
(Sesc); Nutrição (INSTITUTO
IRMANAR); Resíduos Sólidos (Sem-
mas); Fitoterápicos – Óleos Amazôni-
cos (Unicel); Gestão de Resíduos
(Moto Honda); Distribuição de Revis-
tas (Sesi); entre outros.
Setembro - Página 05Divulga Ciência
Informações sobre as pesquisas do Instituto, obtidas pelos jornalistas, serão veiculadas nos meios de comunicação da
Alemanha
Inpa recebe Associação Alemã de Jornalistas Científicos
Durante quatro dias, 17 jornalistas
da Associação Alemã de Jornalistas
Científicos (WPK), tiveram a oportuni-
dade de conhecer de perto algumas
pesquisas que o Instituto Nacional de
Pesquisas Amazônia (Inpa/MCTI)
realiza na região amazônica.
No domingo (23), acompanhan-
do os jornalistas, estavam os pes-
quisadores Jochen Schöngart,
Antônio Manzi e Prakki Satya-
murty, que apresentaram toda a
estrutura do Programa de Grande
Escala da Biosfera-Atmosfera na
Amazônia (LBA) durante visita à
Reserva Biológica de Cuieiras,
Km 34 da BR-174. “Apenas dessa
forma os jornalistas vão obter em
primeira mão informações de institui-
ções que trabalham aqui na Amazônia
e o Inpa vem realizando pesquisas
relevantes na nossa região ao que
concernem as mudanças do clima e
outras preocupações referentes à Ama-
zônia”, explicou Schöngart.
Adapta/LMA/CPPMA
Na segunda-feira (24) os jornalistas
visitaram o Centro de Preservação e
Pesquisa de Mamíferos Aquáticos
(CPPMA), em Balbina, e, recebidos
pelas pesquisadoras Daniela Ribeiro e
Stella Lazarini, esclareceram dúvidas
sobre as ameaças que os mamífe-
ros aquáticos da Amazônia sofrem,
além de conhecerem como é reali-
zada a educação ambiental nas
comunidades ribeirinhas
“A vinda dos jornalistas científicos
aqui no CPPMA é uma oportunidade
única de troca de experiências, onde
podemos mostrar todo o trabalho que é
feito aqui com os mamíferos aquáticos,
das pesquisas até nosso trabalho com
a comunidade, pela tentativa de pre-
servação das espécies ameaçadas”,
comentou a veterinária do CPPMA,
Daniela Ribeiro.
Projetos visitados
Durante a visita ao Instituto na terça-
feira (25), acompanhados da pesqui-
sadora Maria Tereza Piedade, os jor-
nalistas visitaram as instalações do
Instituto Nacional de Ciência e Tecno-
logia (INCT) Adaptações da Biota Aquá-
tica da Amazônia (Adapta), e
ainda as ações que o Laborató-
rio de Mamíferos Aquáticos
(LMA) realiza juntamente com a
Associação Amigos do Peixe-
boi (Ampa), com o auxílio da
pesquisadora Vera Silva. Tive-
ram ainda uma conversa com os
pesquisadores Phillip Fearnsi-
de, William Magnussum e Niro
Higuchi sobre suas respectivas
pesquisas.
A visita da comitiva alemã terminou
com uma excursão fluvial ao redor de
Manaus no dia 26, organizada pelo
projeto Inpa/Max Planck, onde alguns
pesquisadores os acompanharam
para debater sobre áreas úmidas e
outros assuntos.
‘‘ ‘‘Apenas dessa forma os jornalistas vão obter
em primeira mão informações de instituições que trabalham aqui na Amazônia
Foto: Josiane Santos
|Fernanda FariasDa equipe do Divulga Ciência
Página 06 -Setembro 2012 Ciência e Tecnologia
O Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia (Inpa/MCTI) sediou,
nos dias 11 e 12, a reunião dos repre-
sentantes dos oito países da Organi-
zação do Tratado da Cooperação
Amazônica (OTCA) - Bolívia, Brasil,
Colômbia, Equador, Guiana,
Peru, Suriname e Venezuela -
para discutir o estabelecimen-
to do Observatório Regional da
Amazônia, um fórum perma-
nente de instituições voltado à
elaboração de estudos de
interesse para a região, com
ênfase no estudo da biodiver-
sidade amazônica.
Incluindo a Plataforma para
a Cooperação na área ambien-
tal, que consiste no sistema integrado
de informação e uma formação regio-
nal de capacitação, o encontro em
Manaus teve também o compromisso
de constituir um sistema integrado de
informação, cursos de intercâmbio e
seminários regionais.
Segundo a Coordenadora de
Cooperação e Intercâmbio do Inpa,
Magali Henriques, os representantes
dos países-membros discutiram inici-
ativas nacionais que poderiam ser inte-
gradas ao esforço de implementação
do Observatório Regional da Amazô-
nia. “O objetivo dessa reunião é estabe-
lecer as bases do projeto do Observa-
tório Amazônico que deverá ser apre-
sentado na próxima reunião dos Chan-
celeres dos oito países, o fórum máxi-
mo de decisão da OTCA. Após
aprovação dos Chanceleres, o
Observatório entrará na fase de imple-
mentação”, explicou.
De acordo com a coordenadora, o
Inpa é uma das três instituições que
participou desta reunião como consul-
tora da OTCA, para essa fase de con-
cepção do Observatório. “A partir da
elaboração de um termo de referência,
a pedido do Ministro Clemente Baena
Soares, e de uma reunião preparatória
que reuniu os diretores do INPA, IIAP e
SINCHI, na sede do SINCHI em Letícia
(Colômbia), ficou acordado que essa
reunião seria realizada no Instituto,
visando a elaboração de diretrizes para
a implementação do Observatório”,
esclarece Henriques.
Missão do observatório da Amazô-
nia
O Tratado de Cooperação Amazô-
nica tem como compromisso "promo-
ver ações conjuntas para o desenvol-
vimento harmônico da Bacia Amazô-
nica". Em 1995, as oito nações cria-
ram a OTCA.
Com a criação do Observatório, a
OTCA visará a operacionalização de
um sistema de informações e indica-
dores sobre o desenvolvimento dos
Países membros em suas regiões ama-
zônicas, que permita construir cenários
e monitoramento da sustentabilidade
no desenvolvimento regional relacio-
nado ao social, econômica, ecológica,
área demográfica e cultural, além de
permitir e incentivar o debate sobre
desenvolvimento regional amazônico.
|Clarissa BacellarDa equipe do Divulga Ciência
Inpa sedia reunião internacional para elaborar fórum sobre estudo da biodiversidade amazônicaReunião da OTCA discutiu a criação do Observatório da Amazônia
‘‘‘‘ O objetivo dessa reunião
é estabelecer as bases do projeto do
Observatório Amazônico
Foto: Eduardo Gomes
agentes de controle de malária e um
tratamento intensivo das pessoas
doentes”, destacou Rodrigues.
O Brasil possui o Instituto Nacional
de Ciência e Tecnologia em Vacinas
(INCTV) que tem como principal objeti-
vo o desenvolvimento de uma vacina
para o plasmodium vivax, espécie
de malária mais amplamente distri-
buída no mundo.
Contribuintes da doença
Marcus Lacerda, pesquisador em
malária da Fundação de Medicina Tro-
pical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-
HDV) do Amazonas, falou ao público
sobre malária e coinfecções citando
alguns casos de pacientes que tiveram
seu quadro clínico complicado por
‘‘ ‘‘O problema de se estudar anemia é que as causas da anemia e da malária são
múltiplas e elas interagem entre si
Setembro - Página 07Divulga Ciência
Curso de Controle de Vetores do Inpa debate sobre formas de contágio e controle da maláriaOs debates tiveram como tema as espécies de protozoários plasmodium falciparum e o plasmodium vivax, mais predominantes no Brasil, associado à malária
No dia 4, durante o XII Seminários
em Doenças Tropicais e Controle de
Vetores promovido pelo Laboratório de
Malária e Dengue do Instituto Nacional
d e P e s q u i s a s d a A m a z ô n i a
(Inpa/MCTI), o professor Maurício
Martins Rodrigues, da Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp),
proferiu palestra sobre o 'Desen-
volvimento e Vacina contra Malá-
ria'.
Rodrigues citou a importância
das vacinas como um dos fatores
que colaboraram para o aumento
na expectativa de vida nos últimos
100 anos, mostrou alguns avan-
ços nas vacinas e destacou, tam-
bém, a importância de programas
de controle da doença. “Se você
tiver programas bem desenvolvidos,
mesmo que não envolvam vacinas,
você consegue controlar a malária
como é o caso de Sri Lanka, em que
eles reduziram os números de casos
de malária de 300 mil para praticamen-
te zero. Aqui no Brasil, a estratégia
utilizada para o controle da malária nos
últimos 10 anos foi a contratação de
conta de outras patologias como ane-
mia, apontada como principal compli-
cação daplasmodium vivax, especial-
mente entre crianças, e dengue.
Ambas tem ocorrências comuns nos
municípios amazonenses.
“O problema de se estudar anemia é
que as causas da anemia e da malária
são múltiplas e elas interagem entre si
de uma forma muito peculiar: a medula
óssea não produz hemácia de
forma satisfatória juntando à isso
a desnutrição, infecções conco-
mitantes – HIV, B19, entre
outros. É muito complicado estu-
dar anemia e mais ainda compa-
rar os dados que nós temos com
dados,porque as doenças de
outros países podem ser diferen-
tes e as caraterísticas genéticas
também”, explicou Lacerda.
Foto: Eduardo Gomes
| Josiane SantosDa equipe do Divulga Ciência
Foto: Eduardo Gomes
Página 08 - Setembro 2012
Inpa apresenta estudos sobre a história evolutiva recente de sapos na AmazôniaO estudo investigou diversas características em diferentes populações de espécies de sapos recém-descobertas, entre elas a variabilidade genética e de seus sinais sexuais
É comum encontrá-los em todos os
cantos, ouvindo seus coaxares, seja no
quintal de casa ou na beira de igarapés.
Os anuros, grupo de anfíbios que não
possuem cauda e possuem estrutura
de esqueleto adaptada para locomo-
ção aos saltos, representam a mais
diversa ordem de anfíbios da região
amazônica, sendo mais de trezentas
espécies catalogadas. Assim, a
Amazônia ocidental tem a mais rica
fauna destes animais no mundo.
Observando isso, o estudo de
doutorado realizado pelo pesquisa-
dor formado pelo Programa de Pós
(PPG-Eco) Graduação em Ecologia
do Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia (Inpa/MCTI), Igor Kaefer,
orientado pela também pesquisadora
do Instituto, Albertina Pimentel e co-
orientado pela pesquisadora da Univer-
sidade Federal do Amazonas (Ufam),
Izeni Farias, teve como foco a integra-
ção de diferentes classes de caracteres
para entender a história evolutiva
recente de algumas espécies de anfíbi-
os pouco estudados na Amazônia bra-
sileira.
Foram utilizados na pesquisa, além dos
caracteres de genética que são comu-
mente empregados em estudos evoluti-
vos, marcadores morfológicos e compor-
tamentais que, no caso, foram os
acústicos. “A utilização desses
marcadores serviu para entender
como se deu a evolução relativa de
cada característica”, explica Kaefer.
O Sotaque dos Sapos
Uma das descobertas que atrai a aten-
ção é a diferença na evolução dessas
variadas classes de caracteres nesses
anfíbios. A morfologia e o canto evoluem
de uma forma não necessariamente igual
àquela do DNA mitocondrial. Foram feitas
análises de propriedades temporais e
espectrais dessas vocalizações para
Pesquisa - Divulga Ciência
|Juan MattheusDa equipe do Divulga Ciência
‘‘ ‘‘Os sons que eles emitem, o sinal sexual, são estudados para entender como a varia-
ção dessas vocalizações indicam o status de cada
população
obter informações que permitissem
separar essas populações em uni-
dades evolutivas.
Segundo Kaefer, as populações
que foram estudadas são bastante
diferenciadas e estruturadas geneti-
camente, mas não necessariamen-
te isso aparece nas característi-
cas que são usadas para deter-
minar as espécies. Foi observa-
da uma diferenciação genética
muito mais pronunciada do que
aquela do fenótipo, indicando
que a riqueza em espécies
nesses grupos pode estar
sendo altamente subestima-
da.“É como se os sapos tives-
sem sotaques. "Os sons que
eles emitem, o sinal sexual, são
estudados para entender como a
variação dessas vocalizações indi-
cam o status de cada população",
explana.
Os estudos foram realizados em
áreas de várzea e terra firme nos
estados do Amazonas e Pará, e
também testaram o efeito que os
rios Solimões/Amazonas e Madeira.
Foto: Igor Kaefer
Top Related