Jornal do Inpa
Manaus ,Abril 2012 - Ano IV - Ed.20- ISSN 2175-0866www.inpa.gov.br
Projeto Circuito da Ciência do Inpa iniciou atividades
Peixe-boi nascido em cativeiro no Inpa completou 14 anos
Inpa realizou “Open Day”
Educarte debateu projetos de educação ambiental no Inpa
Pesquisa sobre peixes da Amazônia e mudanças climáticas foi destaque no IV Workshop Adapta
Plantas estrategistas contribuem para recuperação de áreas alteradas
Pesquisador do Instituto desenvolve trabalho com plantas que demonstram capacidade de melhorar solos de áreas prejudicadas pela ação humana.
Consequências de crescimento populacional foram abordadas no IV WorkShop Adapta
O Workshop do Adapta está na sua quarta edição e reuniu pesquisadores do Inpa, Ufam, Ufopa e de Instituições internacionais.
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IV Workshop Adapta iniciou falando sobre adaptações da biota aquática amazônica
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Foto: Luiz Augusto Gomes
O evento contou com a apresentação de resultados de estudos e discussão de novas soluções para o futuro
Foto:Ricardo Oliveira
Foto: Ricardo Oliveira
Grupos de Estudos EstratégicosAmazônicos (Geea)Reúne os assuntos mais relevantes dos encontros mensais sobre a Amazônia.
Boa leitura
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O INCT Centro e Estudo de Adaptações da Biota Aquática da Amazônia (Adapta) realizou do dia 2 a 4 de abril, no Auditório da Ciência, o IV Workshop Adapta com o intuito de apresentar resultados e discutir os novos rumos das pesquisas.
Foto: Ricardo Oliveira
EDIÇÃO ESPECIALIV WORKSHOP ADAPTA
Página 02 - Abril 2012
Assessora de Comunicação: Tatiana Lima (MTB 4214/MG) - Editora Chefe: Fernanda Farias - Repórteres: Clarissa Barcellar, Delbert Bittencourt, Jéssica Vasconcelos, Josiane Santos e Sefóra Antela. Editoração Eletrônica: Juliana Lima - Revisão: - Fotos: Eduardo Gomes, Luiz Augusto Gomes, Rodrigo Amaral, Ricardo Oliveira Tiragem: 1000 - Edição 20 -Abril- ISSN 2175-0866. Produção: Assessoria de Comunicação do Inpa/MCTI.
Fernanda Farias
+55 92 3643-3100 / 3104 [email protected] ascom_inpa
Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia - INPA/MCTI
Expediente Fale com a redação
Ministério daCiência e Tecnologia e Inovação
Tome Ciência
O Auditório do Bosque da Ciência do
Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa/MCTI) recebeu dia 26
abril, o Educarte, evento realizado pelo
Museu da Amazônia (MUSA) com o
objetivo de debater a educação científi-
ca e ambiental em diferentes mídias e
espaços, reunindo representantes de
projetos de todo o país.
A pesquisadora do Inpa, Mª Inês
Higuchi, apresentou e debateu sobre
jogos educativos desenvolvidos para
educação ambiental, com o objetivo de
mobilizar a preservação do meio ambi-
ente.
O projeto Educke, desenvolvido
desde 1996 contou com apoio da Fun-
dação de Amparo à pesquisa do Esta-
do do Amazonas (Fapeam) e Conselho
Nacional de desenvolvimento cientifico
e tecnológico (CNPq).
Inpa realizou “Open Day”
Erê foi o primeiro peixe-boi da Ama-
zônia concebido, gerado e nascido em
cativeiro no Instituto Nacional de Pes-
quisas da Amazônia (Inpa/MCTI). No
dia 8 de abril ele comemorou 14 anos
no Laboratório dos Mamíferos Aquáti-
cos (LMA) juntamente com biólogos e
tratadores da Associação Amigos do
Peixe-boi (Ampa).
Para o veterinário do Inpa, Anselmo
d'Affonseca, esse foi um acontecimen-
to importante para obtenção de mais
informações sobre a biologia da espé-
cie. “A partir desse nascimento, come-
çamos a ter mais dados sobre a intera-
ção de mãe e filhote, a composição do
leite, da vocalização da mãe e filhote,
da época de desmame. Foi possível
também começar a comparar o cresci-
mento do Erê com os filhotes órfãos”,
explicou.
Peixe-boi nascido em cativeiro no Inpa completou 14 anos
Educarte debateu projetos de educação ambiental no Inpa
Boa Leitura | Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (Geea)
Foto: Eduardo GomesFoto: Rodrigo Amaral
A Coordenação de Tecnologia da
Informação (CTIN) junto com o Serviço
de Documentação e Informação
(SDIN), do Instituto Nacional de Pes-
quisas da Amazônia (Inpa/MCTI), pro-
moveu dia 20 de abril, o “Open Day”
(dia aberto).
O evento teve como objetivo levar a
comunidade do Instituto e o público
externo a conheceram a rotina e as
atividades das coordenações. Além de
oferecer palestras sobre os avanços da
tecnologia junto à ciência.
“Tivemos uma ótima resposta do
público, o comparecimento de pesqui-
sadores e bolsista do Inpa e alunos de
outras faculdades e da população inte-
ressada no assunto. Nas palestras
houve uma excelente interação com os
participantes”, afirmou o coordenador
do CTIN, José Laurindo.
Foto: Eduardo Gomes
Em mais uma obra do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (Geea), os
pesquisadores reuniram os assuntos mais relevantes dos encontros mensais. Tudo
para que os Estados se enriqueçam, ainda mais com informações sobre o
desenvolvimento da Amazônia.
Envolvendo os temas: Agricultura, Educação, Papel do Estado Brasileiro, Setor
Energético, e ainda a relação entre ciência e humanismo, como diz na sinopse do
livro, “O objetivo maior da ciência é servir a humanidade”. por isso a obra promove
também uma reflexão sobre estratégias em relação às questões ambientais.
E ainda neste edição, o grupo traz uma reflexão poética sobre a ciência,
juntamente com o poeta Thiago de Mello, onde em um depoimento vigoroso fala
sobre a necessidade da Ciência estar em defesa da floresta amazônica,
visivelmente ameaçada pela ganância da humanidade.
Os interessados em adquirí-la podem entrar em contato com a Editora Inpa, por
meio do telefone 3643-3223.
respiratory Compromise in the Amazon
Oscar”.
Durante a solenidade de abertura, o
diretor do Inpa e coordenador geral do
projeto, Adalberto Val, destacou as
expectativas com relação aos novos
resultados obtidos. “Estamos muito
entusiasmados com o desenvolvi-
mento do projeto até aqui". Fizemos
algumas expedições cientificas em que
tudo está indicando que por trás dessa
diversidade biológica que a gente tem
na Amazônia há um conjunto imenso
de outras informações de nível molecu-
lar extremamente relevantes para o
avanço da ciência”, destacou o pesqui-
sador.
O workshop é um espaço em que
pesquisadores debatem, a partir dos
resultados das pesquisas, como os
seres da biota aquática da Amazônia
estão se adaptando as mudanças cli-
Abril - Página 03Educação e Sociedade
IV Workshop Adapta iniciou falando sobre adaptações da biota aquática amazônicaO INCT Centro e Estudo de Adaptações da Biota Aquática da Amazônia (Adapta) realizou do dia 2 a 4 de abril, no Auditório da Ciência, o IV Workshop Adapta com o intuito de apresentar resultados e discutir os novos rumos das
|Clarissa BacellarDa equipe do Divulga Ciência
Os impactos causados pelo cresci-
mento urbano em ambientes aquáti-
cos, e principalmente, as mudanças
climáticas globais causadas pela inter-
venção humana, continuam preocu-
pando pesquisadores de todos
os cantos do planeta. Entretan-
to, é notório como muitas espé-
cies conseguem se adaptar às
novas condições ambientais.
Com o intuito de discutir e
demonstrar resultados de pes-
quisas sobre essas adaptações,
com foco nos organismos aquá-
ticos, começou dia 2 de abril, na
sede do Instituto Nacional de
Pesqu isas da Amazôn ia
(Inpa/MCTI), o IV Workshop Adapta,
um dos quatro Institutos Nacionais de
Ciência e Tecnologia (INCT) do Institu-
to.
O evento ocorreu até o dia 4 de maio
e contou com a participação de pesqui-
sadores de vários estados do Brasil e
também do exterior. São cientistas que
estudam animais e plantas que se rela-
cionam com as águas, como o profes-
sor convidado do departamento de
biologia da McMaster University (Ca-
nadá), Christopher Wood, que minis-
trou a palestra de abertura do evento,
intitulada “The Unusual Osmo-
máticas e como isso influencia no
desenvolvimento de outros ambientes.
Edições anteriores
O primeiro workshop Adapta teve as
discussões voltadas para as estratégi-
as de trabalho. No segundo, um con-
junto de resultados dos experi-
mentos que já estavam sendo
realizados empregando as estra-
tégias definidas, durante o prime-
iro evento, foi relatado. E o tercei-
ro workshop do Adapta apresen-
tou resultados e uma série de
pontos de integração que esta-
vam previstos no projeto.
Sobre Adapta
É um projeto ligado aos INCTs do
Centro Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq) finan-
ciado pela Fundação de Amparo à Pes-
quisa do Estado do Amazonas (Fape-
am) e trabalha com um conjunto de
quatro microcosmos reproduzindo os
cenários de mudanças climáticas com
os dados previstos pelo Painel Intergo-
vernamental sobre Mudanças Climáti-
cas (IPCC) para o ano de 2100.O Adapta buscar um novo momento
no estudo das Adaptações de organis-mos aquáticos da Amazônia.
‘‘ ‘‘Estamos muito entusiasmados com o desenvolvimento do projeto até aqui
Foto: Ricardo Oliveira
Página 04 - Abril 2012
Paiol da Cultura do Inpa abriu temporada de exposições de artes
GEEA discute sobre Hidrelétricas e alternativas de energias
Na oportunidade houve o lançamento do quarto volume do livro do grupo
|Fernanda FariasDa equipe do Divulga Ciência
Iniciando as exposições de artes
do Paiol da Cultura do Bosque da
Ciência, localizado no Instituto Naci-
onal de Pesquisas da Amazônia
(Inpa/MCTI), o artista plástico João
Bosco apresentou suas obras de
artes até o dia13 de maio, onde visi-
tantes puderam conhecer mais
sobre as artes plásticas e também
sobre a cultura da nossa região.
Manaus é cortada por vários iga-
rapés e, nas suas margens, ainda é
possível encontrar palafitas. É exa-
tamente isso que o artista plástico
João Bosco, traduz em seus qua-
dros. “Hoje em dia, muitas crianças
não sabem o que é uma palafita. Daí
a importância de retratar em obras
de arte, a cultura do caboclo amazo-
nense, pois se elas desaparecerem
do cenário urbano, estará eterniza-
da nos quadros”, comenta.
O artista ressalta que é a primeira
vez que apresenta uma exposição
temática, pois geralmente suas
exposições são bem ecléticas. “O
turista quando vem pra Manaus,
espera conhecer mais da nossa
região, por isso escolhi esse tema
bem regional para expor aqui no
Paiol do Inpa”, expõe Bosco.
Popularização das Artes Plásticas
Os moradores mais antigos com
certeza sabem bem como é uma pala-
fita. A “arquitetura do ribeirinho”, como
é conhecida, se caracteriza por ser
construída em torno de rios e igarapé.
Como sempre é retratado em livros,
documentários e também em obras
de artes.
“É fundamental para essa nova
geração conhecer nossa história, a
cultura do ribeirinho. Acho que as
escolas, tanto públicas, como particu-
lares, tem que levar mais os estudan-
tes para conhecerem e incentivarem,
desde cedo, o gosto pela cultura popu-
lar, conhecerem o lugar onde vivem,
os costumes, as origens e tudo mais”,
afirma o artista.
Arte em madeira no Paiol
Durante todas as exposições do
ano de 2012, o artista, também auto-
didata, Adevaldo Soares, irá expor
seus artesanatos feitos a partir de
resíduos provenientes da natureza.
Apresentando peças únicas, com
sementes, folhas secas e madeira
caída, tudo para que o visitante que
for ao Paiol da Cultura, sinta-se privi-
legiado com sua aquisição.
“Numa exposição de artes você consegue viajar por vários locais em uma única sala”, comenta o artista plástico João Bosco
|Da equipe do Divulga CiênciaFernanda Farias
Meio Ambiente
Foto: Eduardo Gomes
Em mais um encontro do Grupo de
Estudos Estratégicos Amazônicos
(GEEA), do Instituto Nacional de Pes-
quisas da Amazônia (Inpa/MCTI), pes-
quisadores se reuniram para discutir
temas que envolvem o desenvolvimen-
to na Amazônia.
Nesta edição o grupo abordou um
tema em evidência: “As hidrelétricas e
as alternativas de fontes de energia
renováveis”, com palestra do diretor do
Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-
Graduação e Pesquisa de Engenharia
(COPPE), Luiz Pinguelli.
Várias indagações sobre as constru-
ções das hidrelétricas foram expostas
por Pinguelli, como o impacto ambien-
tal e social que acarreta na construção
de reservatórios. “As emissões de
gases do efeito estufa, principalmente
nas regiões tropicais, são um agravan-
te na construção de hidrelétricas, mas
mesmo assim, emitem menos gases
tóxicos que as termelétricas a combus-
tíveis fósseis”, argumentou.
Pinguelli mostrou em gráficos o quan-
to o consumo de energia cresceu nos
últimos anos e, consequentemente, a
emissão dos gases que causam o aque-
cimento global. “Entre 1970 e 2004, a
quantidade de gases tóxicos emitidos
para a atmosfera, que geram o efeito
estufa, foi de 70%”, explicou.
Energia alternativa
É de conhecimento geral que os paí-
ses precisam desenvolver ainda mais
as energias renováveis, como usar
resíduos provenientes de áreas urba-
nas e rurais, que são encontrados em
abundância. Tudo para substituir as
energias oriundas de combustíveis
fósseis.
“Precisamos atentar aos resíduos
que são descartados diariamente pelas
residências e indústrias, pois além de
acarretar um grande acúmulo nos
lixões, acaba sendo uma matéria prima
desperdiçada”, explica Pinguelli.
Abril - Página 05Divulga Ciência
Pesquisa sobre peixes da Amazônia e mudanças climáticas foi destaque no IV Workshop AdaptaO evento contou com a apresentação de resultados de estudos e discussão de novas soluções para o futuro
Na manhã do segundo dia de semi-
nários do IV Workshop Adapta, 3 de
abril, foi dado destaque aos resultados
de projetos e discussões sobre novos
rumos das pesquisas, com palestras
de pesquisadores do Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazô-
nia (Inpa/MCTI) e da Universidade
Federal do Amazonas (Ufam).
O diretor do Inpa e coordenador
do Instituto Nacional de Ciência e
Tecnologia (INCT) Adapta, Adal-
berto Val, realizou a palestra “Pei-
xes da Amazônia e mudanças
climáticas”, onde buscou esclare-
cer quais os efeitos das mudanças
climáticas sobre os peixes amazô-
nicos, uma das pesquisas que o
projeto realiza. “As mudanças climáti-
cas estão associadas com a atividade
do homem no aumento de queimadas
com o desmatamento. A Amazônia
tem um papel importante no ciclo de
carbono planetário, e pode ser consi-
derada como uma região de grande
risco do ponto de vista das influências
das mudanças climáticas”, afirmou o
coordenador.
Algumas das mudanças previstas,
pesquisadas por Val, são: o aumento
da temperatura e o da concentração de
gás carbônico das águas, mudanças
que podem atingir todo o ecossistema
do planeta, não somente a Amazô-
nia. “Essas mudanças no clima,
para o tambaqui por exemplo,
poderão acarretar em várias per-
turbações", apesar de ser um animal
com grau elevado de adaptação a
diversos ambientes. E isso afetaria
tanto o consumo da proteína como o
sustento econômico”, alerta.
Logo após, a pesquisadora do Inpa,
Noemia Kazue, palestrou sobre o cres-
cimento de fungos e cogumelos na
Amazônia, primeiro resultado de pes-
quisa fora do microcosmos, onde
serão reproduzidos os cenários de
mudanças climáticas. “Os resultados
obtidos confirmam a característica
térmica dos cogumelos coletados em
Manaus, por apresentar maior produ-
ção de biomassa a 35°C em um tempo
maior de incubação. É necessário
ampliar o tempo de incubação para
este cogumelo atingir a fase estacioná-
ria do crescimento micelial, no
entanto na avaliação a 45° e
aplicar estratégias para contor-
nar a redução do meio de cultura
por evaporação”, avaliou Kazue.
Apoiadores
O workshop é patrocinado
pela Biotec-Controle ambiental,
Applied Biosystems, Prisma e
conta com apoio da Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado do
Amazonas (Fapeam), Conselho Naci-
onal de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), da Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (Capes) e do Ministério
da Ciência, Tecnologia e Inovação
(MCTI).
‘‘ ‘‘Essas mudanças no clima, para o tambaqui
por exemplo, poderão acarretar em várias
perturbações
|Da equipe do Divulga CiênciaDelber Bitencourt
Foto:Ricardo Oliveira
Página 06 - Abril 2012 Ciência e Teconologia
Com a finalidade de explorar mais
a biodiversidade da região Amazôni-
ca, o pesquisador do Instituto Nacio-
nal de Pesquisas da Amazônia
(Inpa/MCTI) Luiz Augusto Gomes,
dedica sua carreira a estudar uma
família de plantas extrema-
mente diversificada e que na
região amazônica é bastante
numerosa, as Fabaceae,
conhecidas também como
leguminosas.
A necessidade de valorizar a
biodiversidade é apoiada em
pesquisas sobre os recursos
da vegetação. “Neste cenário
das espécies de Fabaceae nas
matas primárias de terra firme,
campinaranas, igapós, torna-se
essencial para um aumento das pos-
sibilidades de aproveitamento das
espécies nesta parte da Amazônia”,
explica Souza.
Há uma grande variedade dentro
da família botânica das leguminosas
e as espécies variam de ervas anuais
à árvores de grande porte. “O Brasil
tem um estoque genético muito gran-
de dessas espécies, com a copaíba,
cumaru, jacarandá, e outros que são
árvores de grande porte encontradas
na Amazônia”, acrescenta.
Plantas estrategistas
Classificadas como plantas estrate-
gistas, as Fabaceae, contribuem para a
melhoria dos solos em áreas degrada-
das ou mesmo em práticas rela-
cionadas com a agricultura sus-
tentável. Uma das particularidades que
compõem essa família de plantas é a
capacidade de captação do nitrogênio
atmosférico através da associação
com bactérias do solo, conhecidas
como rizóbios.
“Há a formação nas raízes das plan-
tas, de estruturas benéficas chamadas
de nódulos radiculares, onde ocorre a
fixação do nitrogênio, acontecendo
então uma das mais práticas relações
ecológicas entre os vegetais e os
microrganismos”, esclarece Luiz Sou-
za.
No processo da fixação de nitrogênio
(passagem deste elemento da forma
gasosa para a estrutura dos compostos
orgânicos do interior da planta), a
leguminosa alimenta a bactéria com
produtos da fotossíntese e a bactéria
é responsável pela assimilação do
nitrogênio que está na atmosfera
tornando-o disponível para o desen-
volvimento da planta, onde o nitrogê-
nio está presente principalmente nas
folhas e, desta forma, entra no solo e
nos sistemas de produção agrícola.
Para o pesquisador, apesar da
região amazônica possuir “uma mata
exuberante”, as áreas de terra firme
apresentam problemas relacionados
ao solo, pois muitas vezes estes são
ácidos ou arenosos e podem ter níveis
excessivos de alumínio trocável, o que
compromete a fertilidade, em decor-
rência da baixa capacidade de reten-
ção de nutrientes ou mesmo pela pre-
sença de elementos tóxicos.
| Jéssica VasconcelosCTPetro
Plantas estrategistas contribuem para recuperação de áreas alteradasPesquisador do Instituto desenvolve trabalho com plantas que demonstram capacidade de melhorar solos de áreas prejudicadas pela ação humana.
‘‘‘‘O Brasil tem um estoque genético muito grande
dessas espécies, como a copaíba, cumaru, jacarandá,
e outros
Foto: Luiz Augusto Gomes
das em diversos níveis da sociedade e
do governo para que seja construída
uma consciência ecológica para tentar
recuperar essas águas”, alertou.
A pesquisadora do Inpa, Fabíola
Xochilt Valdez Domingos, apresentou
a pesquisa sobre “Efeitos ultraestrutu-
rais do petróleo de Urucu nas brân-
quias do peixe amazônico tambaqui
(Colossoma macropomum)”, cujo
objetivo foi avaliar os efeitos do petró-
leo e também de um óleo inerte para
verificar se somente a presença de
uma camada de óleo traz efeito preju-
dicial na questão morfológica nas brân-
quias do peixe.
Segundo a pesquisa, tanto o petró-
leo quanto a presença de um óleo iner-
te é capaz de afetar a estrutura bran-
‘‘ ‘‘Para reverter esse quadro é preciso tomar ações
articuladas em diversos níveis da sociedade e do
governo
Abril - Página 07Divulga Ciência
Crescimento populacional e conseqüência em rios foram abordados no IV WorkShop AdaptaO Workshop Adapta está na sua quarta edição e reuniu pesquisadores do Inpa, Ufam, Ufopa e de Instituições internacionais
O principal assunto discutido no
segundo dia de debate do IV Workshop
do Centro de Estudos de Adaptações
da Biota Aquática da Amazônia (Adap-
ta), coordenado pelo Instituto Nacional
d e P e s q u i s a s d a A m a z ô n i a
(Inpa/MCTI), foi o desenvolvimento
econômico e o crescimento popu-
lacional e suas conseqüências nos
igarapés e peixes da região.
A primeira pesquisa apresenta-
da durante a tarde tratou do cresci-
mento populacional e sua conse-
quência no lago do Iripixi, localiza-
do em Oriximiná, no Pará, apre-
sentado pelo acadêmico do curso
de ciências biológicas da Universi-
dade Federal do Oeste do Pará
(UFOPA), Marcelo Alves de Sou-
za, que também fez parte da pesquisa.
O objetivo era avaliar a qualidade da
água, os parâmetros biológicos e físi-
co-químicos.
Marcelo Alves ressalta que uma das
contribuições que mais podem surtir
efeito no combate à poluição é a edu-
cação ambiental. “Para reverter esse
quadro é preciso tomar ações articula-
quial do tambaqui.
O IV WorkShop Adapta encerrou
suas atividades no dia 4 de abril. O
Adapta representa uma rede de ativi-
dades de Biologia Aplicada e tem como
proposta buscar um novo momento no
estudo das Adaptações de organismos
aquáticos da Amazônia por meio da
incorporação de novos equipamentos,
da estruturação de um serviço de bioin-
formática, da capacitação de
pessoal em todos os níveis, além
da produção de livros paradidáti-
cos sobre os estudos.
Apoiadores
O Workshop é patrocinado
pela Biotec – Controle ambien-
tal, Applied Biosystems, Prisma
e conta com o apoio da Funda-
ção de Amparo à Pesquisa do
Estado do Amazonas (Fapeam), do
Conselho Nacional de Desenvolvimen-
to Científico e Tecnológico (CNPq), da
Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes), do
Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI) e do Inpa.
| Josiane SantosDa equipe do Divulga Ciência
Foto: Ricardo Oliveira
Página 08 - Abril 2012
Projeto Circuito da Ciência do Inpa iniciou atividades
Na primeira edição participaram cerca de 350 estudantes das escolas: Zenaira Bentes Pastor, Esmeraldo Bessa, Hermenegildo de Campos e Primeiro de Maio
O Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa/MCTI) promoveu o 1ª
edição Circuito da Ciência de 2012,
tendo como destaque os 17 anos do
Bosque da Ciência. O evento contou
com a participação do vice-diretor do
Inpa, Estevão Monteiro de Paula; o
Coordenador de Extensão, Carlos
Bueno; do Circuito Ciência, Jorge
Lobato; e o representante da empre-
sa Moto Honda da Amazônia, Josué
Campos. O vice-diretor do Inpa,
Estevão Monteiro, deu as primeiras
declarações sobre o circuito.
‘’Esses 17 anos simbolizam a
abertura do Inpa para a comunidade
em especial para a Amazônia e,
principalmente, para a cidade de Mana-
us, mas o significado maior que todas
atividades em torno de três anos tem
mobilizado as comunidades a procura
de uma solução de problemas ambien-
tas e de recurso naturais”.
Circuito dos Mamíferos Aquáticos
Quarenta alunos da Escola Estadual
Hermenegildo de Campos foram con-
templados com o mini-circuito dos
Mamíferos Aquáticos da Amazônia, reali-
zado por pesquisadores do Laboratório de
Mamíferos Aquáticos (LMA/Inpa) e da
Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa).
Durante o passeio, os estudantes
conheceram, de forma lúdica, a
biologia dos cinco mamíferos aquá-
ticos que habitam a Bacia Amazônica:
peixe-boi, a lontra neotropical, a arira-
nha, tucuxi e boto-vermelho. Além disso,
os alunos participaram de uma oficina de
reciclagem de óleo, ministrada por alunos
da Escola Estadual Antonio Nuñez Jime-
nez que fazem parte do Projeto Sabão
Ecológico, coordenado pela professora
Rosineide Oliveira.
Clube de Ciências
A abordagem teórica que sustenta o
Educação e Sociedade
|Por Delber Bittencourt e Séfora Antela Da equipe do Divulga Ciência
‘‘ ‘‘Esses 17 anos simbolizam a abertura do Inpa para a comunidade em especial
para a Amazônia
trabalho do projeto Clube de Ciênci-
as, projeto da Universidade Federal
do Amazonas (UFAM), é a constru-
ção do conhecimento, baseada no
método da descoberta e suas técni-
cas: redescoberta, problema e pro-
jeto. Os universitários, a cada
semestre realizam visitas nas
escolas, principalmente aque-
las localizadas na periferia,
numa tentativa de sensibilizar
os estudantes a participarem
do Clube.
Tartarugas da Amazônia
O objetivo do projeto é gerar
informações e sensibilizar a
população sobre a problemáti-
ca dos quelônios, acreditando que
estas iniciativas tornarão o consu-
mo mais consciente nos centros de
comércio ilegal. Através de dados
de monitoramento de espécies adul-
tas e praias de desova, o projeto
mostra também para as comunida-
des locais, como o consumo desen-
freado está afetando o status das
populações locais de quelônios
Foto: Eduardo Gomes
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