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Neilson Carlos Leite Ramalho
Um Estudo Sobre a Adoo da Computao em Nuvem no
Brasil
So Paulo
Novembro de 2012
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Neilson Carlos Leite Ramalho
Um Estudo Sobre a Adoo da Computao em Nuvem no
Brasil
Dissertao apresentada como parte dos
requisitos para a obteno do ttulo de Mestre
em Cincias pelo programa de Ps-graduao
em Sistemas de Informao EACH - Escola de
Artes, Cincias e Humanidades.
Orientador: Prof. Dr. Edmir Parada Vasques
Prado
So Paulo
Novembro 2012
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Autorizo a reproduo e divulgao total ou parcial deste trabalho, por qualquer meioconvencional ou eletrnico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada fonte.
CATALOGAO-NA-PUBLICAOBiblioteca
Escola de Artes, Cincias e Humanidades da Universidade de So Paulo
Ramalho, Neilson Carlos LeiteUm estudo sobre a adoo da computao em nuvem no
Brasil / Neilson Carlos Leite Ramalho ; orientador Edmir
Parada Vasques Prado. So Paulo, 2012.157 f. : il.
Dissertao (Mestrado em Cincias) Programa de Ps-Graduao em Sistemas de Informao, Escola de Artes,Cincias e Humanidades da Universidade de So Paulo, em2012.
1. Tecnologia da informao - Gerenciamento. 2.Computao em nuvem. 3. Sistemas distribudos. 4. Sistemasde informao gerencial. 5. Arquivamento e recuperao dainformao. I. Prado, Edmir Parada Vasques, orient. II. Ttulo.
CDD 22.ed. 004.0681
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Dissertao de mestrado sob o ttulo Um Estudo Sobre a Adoo da
Computao em Nuvem No Brasil", defendida por Neilson Carlos Leite
Ramalho e aprovada em 18 de Dezembro de 2012, em So Paulo, Estado de So
Paulo, pela banca examinadora constituda pelos doutores:
Prof. Dr. Edmir Parada Vasques Prado
Orientador
Prof. Dr. Hiroo Takaoka
Universidade de So Paulo
Prof. Dr. Marcos Lordello Chaim
Universidade de So Paulo
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Dedicatria
Para Graa, Zely, Dona Jlia,Crisantina (em memria) e Anita (em memria).
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Agradecimentos
Meus sinceros agradecimentos ao meu orientador Prof. Dr. Edmir Parada VasquesPrado por todo o conhecimento passado durante a realizao deste trabalho, pelo incentivo,
pelas excelentes sugestes, pela pacincia, pelos contatos apresentados e por ter sempre me
ajudado a traar os planos para seguir carreira acadmica. Muito obrigado pela dedicao, por
ter acreditado em meu pontencial e por ter sempre me incluido nas diversas iniciativas de
pesquisa e cooperao.
Aos professores do Programa de Ps-graduao em Sistemas de Informao, em
especial queles com os quais tive mais contato: Ariane Machado Lima, Claudia Ins Garcia,
Ftima de Lourdes dos Santos Nunes Marques, Gisele da Silva Craveiro, Ivandr Paraboni,Joo Porto de Albuquerque, Kthia Maria Honrio, Luciano Antonio Digiampietri, Marcelo
de Souza Lauretto, Marcelo Fantinato, Marcelo Morandini, Marcos Lordello Chaim e
Sarajane Marques Peres.
Aos meus colegas do curso de PPgSI, em especial a Alexandre Souza, Ricardo
Wandr, Fernando Henrique, Renata Madeo e Christian Lacerda.
A todos que responderam o questionrio da pesquisa, em especial a Eduardo Neger,
presidente da ABRANET, que ajudou na divulgao do questionrio.
A todos os funcionrios da EACH e Universidade de So Paulo. minha famlia e aos meus pais por sempre me incentivarem a ir mais longe, pelo
apoio e pela pacincia nos meus momentos de ausncia.
minha noiva Rosiane pela compreenso, apoio e pacincia.
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Resumo
A Computao em Nuvem (CN) um dos temas mais abordados por profissionais deTI atualmente. Com um forte apelo econmico, a CN torna possvel a ideia da computao
como uma utilidade, na qual recursos computacionais (processamento e armazenamento, por
exemplo) podem ser consumidos e pagos com a mesma convenincia que a energia eltrica.
Com este novo paradigma, uma empresa, ao iniciar suas atividades, no necessita mais
investir antecipadamente um alto capital em equipamentos de TI. Os recursos computacionais
so adquiridos conforme so necessrios e o consumidor paga apenas pelo que utiliza. Esta
pesquisa traz uma contribuio para as organizaes e para o meio acadmico, uma vez que
analisa a adoo da CN por empresas brasileiras. A pesquisa abrange empresas privadas dediversos portes e setores que tenham adotado pelo menos um servio de TI no modelo de CN.
O modelo de pesquisa foi elaborado com base nos objetivos especficos, os quais se
originaram das lacunas existentes sobre o uso de servios de CN no Brasil. A pesquisa
utilizou uma amostra no probabilstica contendo 96 casos, os quais contemplaram aspectos
do respondente, da organizao e do servio de CN mais importante para a organizao. Os
dados foram coletados por meio de um questionrio e tratados estatisticamente usando
tcnicas no paramtricas e Anlise de Agrupamentos. A pesquisa se caracteriza por ser
exploratria, verificando frequncias e ligaes entre as caractersticas organizacionais e osservios de CN. A pesquisa identificou as caractersticas dos servios de CN utilizados no
Brasil e o grau de aderncia de cada servio definio de CN proposta. Adicionalmente,
foram apresentadas as relaes entre as caractersticas organizacionais e as caractersticas dos
servios de CN. Alm disso, foi possvel identificar trs grupos distintos de empresas, em
relao s caractersticas dos servios de CN utilizados, e descrever s caractersticas
organizacionais e dos servios associados a cada grupo. Finalmente, a CN foi discutida luz
das Teorias de Terceirizao.
Palavras-chave: Computao em Nuvem no Brasil. Tecnologia de Informao.
Sistemas de Informao.
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Abstract
Cloud Computing (CC) is one of the most discussed topics among IT professionalstoday. With a strong economic appeal, CC makes possible the idea of computing as a utility,
in which computing resources (processing power and storage, for example) can be consumed
and paid with the same convenience as electricity. In this new paradigm, a startup company
does not need up-front capital to invest in advanced IT assets. The computing resources are
acquired as needed and the customer pays only for what is used. This research makes an
important contribution to organizations and academia, since it analyzes CC adoption by
Brazilian companies. The survey covers private companies of all sizes and sectors that have
adopted at least one IT service in CC model. The research model was designed based on theresearch specific objectives, which were made from the gaps of CC services usage in Brazil.
This paper used a not randomly picked sample with 96 cases, which specified aspects of the
respondent, organization and the most important CC service to the organization. Data was
collected through a questionnaire and statistically analyzed using nonparametric techniques
and Cluster Analysis. This research is characterized as exploratory, checking frequencies and
links between organizational characteristics and CC services characteristics. This research
identified the characteristics of CC services used in Brazil and the compliance degree of each
service to the proposed CC definition. Additionally, we presented and discussed therelationships between organizational characteristics and characteristics of CC services.
Furthermore, it was possible to identify three distinct groups of companies in relation to the
characteristics of CC services they use, and describe organizational characteristics and
services associated with each group. Finally, CC was discussed in the light of the Outsourcing
Theories.
Keywords: Cloud Computing in Brazil. Information Technology. Information Systems.
Outsourcing Theories.
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Sumrio
Dedicatria ............................................................................................................................ ii
Agradecimentos .................................................................................................................... iii
Resumo ................................................................................................................................. iv
Abstract ................................................................................................................................. v
Sumrio ................................................................................................................................ vi
Introduo .............................................................................................................................. 1
1.1 Formulao da situao-problema ..................................................................... ....... 3
1.2 Questes de pesquisa ................................................. ............ .................................. 4
1.3 Objetivos geral e especficos .................................................. .................................. 41.4 Organizao do estudo ............................................................................................. 5
2 Computao em Nuvem ................................................................................ .................. 7
2.1 Definio e Caracterizao.............. ......................................................................... 7
2.2 Classificao .......................................................................................................... 11
2.2.1 Tipos de servios oferecidos ............................................................................... 11
2.2.2 Forma de disponibilizao ao usurio final ......................................................... 15
2.3 Vantagens da adoo da CN................................................................................... 17
2.4 Tecnologias Relacionadas CN ............................................................................. 20
2.4.1 Virtualizao ................................................. ..................................................... 22
2.4.2 Diferenas entre CN e Grid Computing .............................................................. 25
2.5 Servios de CN oferecidos no Brasil ...................................................................... 28
a) Servios IaaS ......................................................................................................... 29
b) Servios SaaS ........................................................................................................ 29
c) Servios PaaS ........................................................................................................ 30
d) Outros servios ...................................................................................................... 31
2.6 CN e o Impacto na Estratgia e na Operao da Organizao ................................. 31
3 CN e as Teorias aplicadas Terceirizao ..................................................................... 343.1.1 Fases do Processo de Terceirizao e Teorias ....................................... ........... ... 35
3.1.2 Teoria do Custo da Transao.................................... ......................................... 35
3.1.3 Teoria da Agncia .................................................. ............ ................................ 38
3.1.4 Teoria da Dependncia de Recursos ................................................................... 40
3.1.5 Teoria Baseada em Recursos .............................................................................. 41
4 Mtodo de pesquisa .................................................. ..................................................... 42
4.1 Modelo de Pesquisa ............................................................................... ................ 42
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4.2 Caractersticas da Pesquisa ...................................................................... .............. 43
4.3 Abordagem Quantitativa e Qualitativa ................................................ ................... 44
4.4 Survey ................................................................................................................... 45
4.5 Fonte de Dados e Plano Amostral ..................................................................... ..... 46
4.6 Determinao dos Dados a Serem Coletados ....................................... ................... 484.7 Redao do Instrumento.................................................................................... ..... 49
4.8 Pr-teste ................................................................................................................. 50
4.9 Coleta dos dados .................................................................................................... 50
4.9.1 Tratamento inicial dos dados .............................................................................. 51
4.9.2 Variveis binrias ............................................................................................... 51
5 Anlise dos Dados .................... .............................................................. ........... ............ 54
5.1 Descrio da amostra ................................................. ............ ................................ 54
5.1.1 Caractersticas do respondente ............................................................................ 54
5.1.2 Caractersticas das organizaes ......................................... ................................ 55
5.1.3 Caractersticas dos servios de CN ..................................................................... 57
5.2 Aderncia dos servios ao conceito de CN .................... ........... ........... ................... 61
5.3 Relaes entre as caractersticas organizacionais e servios de CN ........................ 64
5.3.1 Importncia do servio para a organizao ......................................................... 65
5.3.2 Nacionalidade do fornecedor .............................................................................. 66
5.4 Identificao de grupos semelhantes ...................................................................... 67
a) Caractersticas das organizaes ......................................................................... 69
b) Caractersticas dos servios de CN .............................. ....................................... 705.5 CN vista como um processo de Terceirizao .......... ........... ..................... ........... ... 71
6 Concluses .................................................................................................................... 73
6.1 Servios de CN Adotados pelas Organizaes Brasileiras ...................................... 73
6.2 Aderncia dos Servios Adotados ao Conceito de CN ............................................ 75
6.3 Caractersticas Organizacionais Associadas aos Servios de CN ............................ 76
6.4 Perfil das organizaes em funo dos servios de CN adotados ............................ 78
6.5 Adoo da CN sob o Ponto de Vista da Teoria da Dependncia de Recursos .......... 79
Sugestes de Pesquisa .......................................................................................................... 80
Referncias .......................................................................................................................... 81
Apndice A .......................................................................................................................... 87
a) Servios de IaaS .................................................................................................... 87
b) Servios de SaaS .................................................................................................... 89
c) Servios de PaaS .................................................................................................... 91
d) Outros Servios ..................................................................................................... 93
Apndice B .......................................................................................................................... 95
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Definio das Variveis de Pesquisa ................................................................................. 95
i. Caractersticas do Respondente .............................................................................. 95
ii. Caractersticas da Organizao .............................................................................. 96
iii. Caractersticas dos Servios de CN ........................................ ................................ 99
b) Nome do servio/fornecedor .................................................. .............................. 100c) Motivao para escolha do fornecedor ................................................................. 100
Apndice C ........................................................................................................................ 107
Questionrio utilizado para a coleta de dados ............................................................... 107
Apndice D ........................................................................................................................ 114
Tabelas cruzadas e sadas do SPSS relativas Seo 5.3 ................................................. 114
i. Frequncias relativas das razes para escolha do fornecedor para fonrnecedoresexternos ....................................................................................................................... 114
ii. Frequncias relativas das razes para escolha do fornecedor para fonrnecedores
nacionais ..................................................................................................................... 116iii. Caractersticas da organizao e motivao para escolha do fornecedor .......... ..... 118
ii. Impacto operacional e impacto estratgico ........................................................... 125
iii. Nacionalidade do fornecedor ................................................. .............................. 127
Apndice E ........................................................................................................................ 134
Tabelas cruzadas e sadas do SPSS relativas Seo 5.4 ................................................. 134
i. Nmero de agrupamentos ........... ........... .............................................................. 134
ii. Agrupamentos e caractersticas das organizaes ................................................. 138
iii. Tabelas cruzadas dos agrupamentos com as caractersticas do servio .................. 140
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Definies dos termos e abreviaes
Termo DefinioBackup Cpia de seguranaCaaS Comunicao como servioCache Tipo de memria de acesso rpidoCIO Chief Information Officer
CMSContent Management Systems - Sistemas de gerenciamento decontedo
CN Computao em NuvemCPD Centro de processamento de dadosCPU Central Processing Unit - Unidade Central de Processamento
CRMCustomer Relationship Managment Gerenciamento de Relaescom o Cliente
DaaS Banco de dados como ServioData centers Centro de processamento de dados
Deploy Disponibilizao de uma aplicao em ambiente de produoERP Enterprise Resource Planning - Sistemas Integrados de Gesto
Grid Computing (GC) Computao em grade
HypeFebre. o termo utilizado para designar uma tecnologia muitocomentada pelo mercado
IaaS Intraestrutura como servioMaaS Monitorao como Servio
Mashup Sitecom contedo de mais de uma fonte
Multi-tenant um modelo de computao no qual um fornecedor atende a
diversos clientes simultaneamentePaaS Plataforma como ServioPME Pequenas e Mdias EmpresasPool Repositrio
RAIDRedundant Array of Independent Drives - Conjunto Redundantede Discos Independentes
SaaS Software como Servio
SCMSupply Chain Managment Sistemas de Gerenciamento daCadeia de Suprimento
SecaaS Segurana como ServioSGBD Sistema de Gerenciamento de Banco de DadosSLA Service Level Agreement - Acordo de Nvel de Servio
SOA Service Oriented Architecture - Arquitetura Orientada a ServiosStaaS Armazenamento como servioTablet Modelo de microcomputador pessoal em formato de pranchetaTCT Teoria do Custo da TransaoVOIP Voz sobre IPVPS Virtual Private Server - Servidor Virtual PrivadoWeb World Wide Web A InternetXaaS Tudo como servio
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Lista de Figuras
Figura 1 - Hype Cicle da Gartner. .......................................................................................... 3
Figura 2 - Cloud Computing no Google Trends. ..................................................................... 7
Figura 3 - Pirmide de classes de CN. .................................................................................. 15Figura 4 - Evoluo da CN. .................................................................................................. 20Figura 5 - Impacto da TI nas organizaes e as estratgias de terceirizao ............ .............. 32Figura 6 - Modelo de pesquisa. Fonte: prprio autor............................................................. 42Figura 7 - Variveis da pesquisa ........................................................................................... 43Figura 8 - Componentes do Windows Azure. Fonte: Microsoft (2012, p. 3). ........................ 92
Figura 9 Questionrio: questes 1 e 2 .............................................................................. 107Figura 10 Questionrio: questes 3, 4 e 5. ....................................................................... 108
Figura 11 Questionrio: questes 6, 7 e 8. ....................................................................... 108Figura 12 Questionrio: questo 9 ................................................................................... 109
Figura 13 Questionrio: questes 10 e 11. ....................................................................... 110Figura 14 Questionrio: questes 12, 13 e 14. ................................................................. 111
Figura 15 Questionrio: questes 15, 16 e 17. ................................................................. 112Figura 16 Questionrio: questes 18, 19 e 20. ................................................................. 113
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Lista de Quadros
Quadro 1 - Definies de CN ............................................................................................... 10
Quadro 2 - Definio de CN adotada na pesquisa. ................................................................ 10
Quadro 3 - Comparao entre GC e CN. .............................................................................. 27Quadro 4 - Semelhanas entre Terceirizao e CN. .............................................................. 34Quadro 5 - Estratgias de Terceirizao ............................................................................... 37Quadro 6 - Situaes relevantes para diferentes estratgias de pesquisa ................................ 45Quadro 7 - Relao entre as variveis, o questionrio e os objetivos especficos. .................. 49Quadro 8 - Classes dos servios de CN ................................................................................ 52
Quadro 9 - Classificao de empresas de acordo com o porte. .............................................. 97Quadro 10 - Classificao de empresas com base no nmero de empregados. ...................... 98
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Lista de Tabelas
Tabela 1 - Nvel hierrquico e o tempo de experincia em TI ............................................... 55
Tabela 2 - Distribuio da amostra nas regies brasileiras .................................................... 56
Tabela 3 - Setor versus faturamento, tempo de mercado e porte da organizao ................... 56Tabela 4 - Cinco tipos de servios mais usados .................................................................... 57Tabela 5 - Motivao para escolha do fornecedor e impactos do servio .............................. 59Tabela 6 - Forma de disponibilizao, disponibilidade, localizao dos dados e forma depagamento ........................................................................................................................... 61Tabela 7 - ndice e grau de CN de acordo com as variveis S7, S8 e S11.............................. 63
Tabela 8 - Frequncias dos nveis de CN .............................................................................. 63Tabela 9 - Relao entre o nvel de CN do servio e a nacionalidade do fornecedor ............. 64
Tabela 10 - Resduos ajustados da relao entre as caractersticas da organizao e impactosdo servio de CN ................................................................................................................. 65
Tabela 11 Relaes entre nacionalidade do fornecedor e caractersticas do servio de CN . 66Tabela 12 - Resumo da execuo do agrupamento hierrquico ............................... .............. 68
Tabela 13 - Medida de distncias dos agrupamentos nos estgio .......................................... 68Tabela 14 Resduos ajustados da relao entre as caractersticas organizacionais e osagrupamentos ....................................................................................................................... 69Tabela 15 - Resduos ajustados das relaes entre os agrupamentos e as caractersticas dosservios ................................................................................................................................ 70Tabela 16 - Caractersticas da organizao e motivao para escolha do fornecedor .......... ... 72
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1
Introduo
O termo Cloud Computing, em portugus, Computao em Nuvem (CN) constitui,atualmente, um dos temas mais abordados na rea da Tecnologia da Informao (TI).
Diversos grupos de pesquisa ao redor do mundo tm concentrado seus esforos visando
entender este novo conceito e suas implicaes para as organizaes e para a sociedade. Nos
Estados Unidos, o NIST (Instituto Nacional de Padres e Tecnologia) e a NASA
(Administrao Nacional do Espao e da Aeronutica) possuem iniciativas de pesquisa de
mbito nacional envolvendo CN. A Unio Europeia, por sua vez, demonstra preocupao com
o futuro da rea e com o estabelecimento de padres de interoperabilidade, como
demonstrado nos trabalhos de Jeffery e Neidcker-Lutz (2010).Com um forte apelo econmico, a CN torna possvel a ideia da computao como uma
utilidade, na qual recursos computacionais (processamento e armazenamento, por exemplo)
podem ser consumidos e pagos com a mesma convenincia que a energia eltrica. Carr (2003)
argumenta que o cenrio pelo qual est passando TI e a sua relevncia dentro das
organizaes se assemelham aos tempos em que as ferrovias e a eletricidade geravam
vantagem competitiva para as empresas. Para o autor, medida que esses recursos foram se
tornando cada vez mais comuns e ubquos, eles perderam a vantagem competitiva, pois se
transformaram em commodities. A CN ento a concretizao da computao comoutilidade.
Com este novo paradigma, uma empresa, ao iniciar suas atividades, no necessita mais
investir antecipadamente um alto capital em equipamentos de TI. Os recursos computacionais
podem ser adquiridos sob demanda de um provedor de CN e a empresa pagar apenas pelo
que for consumido.
Por oferecer s empresas a oportunidade de dissociar suas necessidades de TI de sua
infraestrutura, a CN capaz de oferecer, em longo prazo, economia s empresas, incluindo a
reduo de custos de infraestrutura e modelos de pagamento baseados em utilizao deservios (pagamento somente pelo que usado). Adotando a CN, as empresas podem tirar
proveito do uso de servios em um modelo sob demanda. A reduo de despesas com capital
inicial importante, o que permite s empresas maior flexibilidade com novos servios de TI.
ISACA (2009).
Desenvolvedores de software ao redor do mundo esto usando servios de CN. Nos
primeiros dez meses em que estiveram abertos para uso, os primeiros servios de CN da
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Amazon atraram 500 mil consumidores (Rosenberg e Mateos, 2010). O baixo custo da CN e
sua capacidade de expanso de recursos de maneira dinmica fazem com que ela impulsione a
inovao para pequenas empresas, especialmente no mundo em desenvolvimento (Lehman e
Vajpayee, 2011).
Atualmente h diversas definies aceitas sobre o que CN. Apesar de haver
convergncia de conceitos nestas definies, a falta de um consenso faz com que algumas
empresas ofeream servios tradicionais de hospedagem como se fossem servios de CN.
Segundo a ComputerWorldUK (2011), tem aumentado o nmero de servios associados CN
que simplesmente no se encaixam nas definies mais aceitas no mercado. Em muitos
servios oferecidos, ainda necessrio que o cliente entre em contato com o fornecedor para
realizar eventuais modificaes (aumentos na capacidade de processamento ou de
armazenamento) nos servios oferecidos.Outros fornecedores ainda trabalham com contratos mensais ou at mesmo anuais,
porm, os servios reais de CN so escalveis, flexveis, e a cobrana feita apenas pelo que
utilizado. Assim, em vez de oferecer servios com estas caractersticas, algumas empresas
oferecem servios tradicionais com a palavra cloud includa para tirar vantagem do alarde
comercial do termo (ComputerWorldUK, 2011). Neste cenrio, mostra-se importante uma
anlise dos servios que so oferecidos no mercado em busca de determinar quais so
verdadeiramente servios de CN de acordo com as definies mais aceitas.
A consultoria Gartner publica anualmente um relatrio no qual descreve a curva deadoo de novas tecnologias. Este relatrio uma representao grfica da maturidade e
adoo das tecnologias e aplicaes, e como elas so potencialmente relevantes para resolver
problemas reais de negcio e explorar novas oportunidades (Gartner, 2011).
No mercado, esta representao conhecida como Hype Cicle. A Figura 1 ilustra as cinco
fases doHype.
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3
Figura 1 - Hype Cicle da Gartner.
Fonte: Adaptado de Gartner (2011, p. 1).
O eixo horizontal a linha do tempo no ciclo de vida da tecnologia. J o eixo vertical
representa as expectativas em relao nova tecnologia, que se traduz no quanto a tecnologia
est sendo abordada pela mdia por meio de notcias, artigos, fruns e eventos em geral. Neste
relatrio, a CN privada ganhou maturidade desde a pesquisa anterior (realizada em 2010) e
em 2011 atingiu o pico desta curva. Ressalta-se, entretanto, que o escopo desta representao
grfica o cenrio mundial, ou seja, no Brasil a situao pode ser ligeiramente diferente,
embora oHype possa apontar uma tendncia.
Com isso, mostra-se importante o estudo deste conceito sob a tica brasileira, j que
h poucos trabalhos abordando o tema com foco em seus aspectos sociais.
1.1 Formulao da situao-problema
De acordo com Gartner (2010), a CN movimentar US$ 148,8 bilhes em 2014, sendo
US$ 80,5 bilhes em CN privada e US$ 68.3 bilhes em CN pblica. Segundo
ComputerWorld (2010), a mesma consultoria realizou uma pesquisa na qual foram
entrevistados 1.586 gestores da rea de TI de 41 pases e descobriu-se que a CN constitui a
principal preocupao dos CIOs brasileiros. No resto do mundo, o tema aparece em segundo
lugar, perdendo apenas para outro conceito: virtualizao, que ainda assim considerado
como uma das facetas da CN.
Dada a importncia da CN no mundo e sua relevncia para o Brasil como um pas em
desenvolvimento, pertinente identificar como este novo paradigma tm sido explorado e
utilizado no cenrio nacional. Alm disso, as empresas brasileiras comearam a adotar e
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oferecer solues baseadas em CN, porm, como a natureza dessas solues muito distinta,
alguns servios oferecidos no possuem todas as caractersticas da CN. Outros servios
englobam apenas parte dos critrios necessrios para se caracterizar uma aplicao em CN.
Muitas organizaes esto terceirizando seus servios de TI para fornecedores
externos h algum tempo. Contudo, a indstria de servios de TI e a terceirizao esto
passando por rpidas mudanas com a crescente adoo da CN (Dhar, 2011). Assim,
importante abordar CN como uma alternativa deste fenmeno, dada a semelhana entre os
mesmos.
1.2 Questes de pesquisa
Este trabalho visa estudar a maneira com a qual as empresas brasileiras esto adotando
a CN. Dentre as perguntas a serem respondidas esto:
a) Que servios de CN so oferecidos no mercado e quais as suas caractersticas?
b) Com que grau os servios oferecidos no Brasil, e classificados como CN, atendem
s caractersticas que definem o conceito de CN?
c) Quais as motivaes das organizaes na escolha do fornecedor de CN?
d) Qual a importncia para a organizao dos servios de CN contratados?
e) H diferenas entre os servios contratados de fornecedores nacionais e
estrangeiros?f) Quais os servios de CN mais adotada pelas organizaes brasileiras?
g) possvel identificar diferentes perfis de organizaes em funo dos servios de
CN adotados por elas?
h) Sob o ponto de vista das teorias usadas para explicar o fenmeno da terceirizao,
as opes de adoo da CN so semelhantes s das terceirizaes tradicionais?
1.3 Objetivos geral e especficos
O objetivo geral deste trabalho analisar a adoo da CN por organizaes brasileiras.
Os objetivos especficos so:
a) Descrever as caractersticas dos servios de CN usados por organizaes brasileiras;
b) Identificar o grau com que os servios usados pelas organizaes atendem s
caractersticas da CN descritas na literatura.
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c) Identificar caractersticas organizacionais associadas aos servios de CN adotados
por organizaes brasileiras;
d) Identificar grupos de organizaes com padres de uso de servios de CN
semelhantes.
e) Avaliar o processo de adoo da CN visto como um fenmeno de Terceirizao de
TI.
1.4 Organizao do estudo
Este trabalho est organizado nos seguintes captulos
Captulo 1 O Problema
Neste captulo apresenta-se o tema e a sua relevncia para a prtica e para o meio
acadmico. Nele esto descritos a formulao da situao-problema, o objetivo geral e os
objetivos especficos, o escopo da pesquisa e um quadro contendo as definies dos principais
termos e siglas usados no decorrer do trabalho.
Captulo 2 Computao em Nuvem
Este captulo busca apresentar as definies mais aceitas de CN da atualidade, explicar
as classificaes mais difundidas sobre o tema, seus modelos de disponibilizao (pblica,
privada, comunitria e mista), listar os seus aspectos econmicos e a sua relao com outrastecnologias como Grid Computing (GC) e Virtualizao.
Captulo 3 Teorias aplicadas Terceirizao e CN
Este captulo apresenta um estudo sobre as Teorias de Terceirizao. Inicialmente, so
explicadas as fases do processo de Terceirizao e as Teorias Econmicas mais usadas para
explicar este fenmeno.
Captulo 4 Metodologia de PesquisaEste captulo apresenta a pesquisa realizada neste trabalho sobre a adoo da CN em
empresas brasileiras do setor privado. Busca-se ilustrar as caractersticas da pesquisa realizada
e justificar a escolha do mtodo. Em seguida, so descritas as variveis, as tcnicas estatsticas
utilizadas, a fonte e o processo de coleta de dados.
Captulo 5 - Anlise dos Dados
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Neste captulo realizada a anlise dos dados. Inicialmente a amostra descrita por
meio de anlises uni variadas do perfil do respondente, da organizao e do servio de CN.
Em seguida, as caractersticas organizacionais so cruzadas com os servios de CN e as
relaes significativas so descritas, e so apresentados os resultados da anlise de
agrupamentos.
Captulo 6 Consideraes finais
Neste captulo esto as concluses do trabalho e as consideraes finais sobre o uso da
CN no Brasil.
Apndice A
Contm a descrio dos principais servios de CN oferecidos no mercado brasileiro.
Apndice B
Contm a definio das variveis de pesquisa.
Apndice C
Contm o questionrio utilizado na coleta de dados.
Apndice DContm as sadas do SPSS das tabelas cruzadas entre as variveis relevantes.
Apndice E
Contm as sadas do SPSS para a anlise de agrupamentos.
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Computao
Esta seo visa esclardo termo, as classificaes
disponibilizao. Alm diss
desvantagens da adoo da C
de gesto. Como a CN res
tambm procura descrever
virtualizao e Grid Computi
2.1 Definio e CA CN tem sido o foco
efetuado grandes investiment
tm surgido com o objetivo
TI. Wang et al. (2008) mostr
quais o mesmo se baseia. A Fi
dos seus pilares a Virtualiza
2008, quando superou as cocom base na pesquisa de
ferramenta Google Trends. O
buscas) e o eixo x o tempo.
Fig
F
em Nuvem
cer os conceitos gerais da CN, discutir as prinquanto aos tipos de servios oferecidos
o, busca-se mostrar quais so as princip
, abordando tanto aspectos tcnicos quanto as
ultado da evoluo de um conjunto de tecnol
duas dessas tecnologias que so mais rele
g(Computao em Grade - GC).
racterizaode diversas iniciativas de pesquisa na atualidad
s neste novo conceito e, em todo o mundo, ce
e estudar e aperfeioar essa nova forma de uti
m que o termo recente quando comparado
gura 2 mostra que o termo Cloud Computing, q
o, s comeou a tomar propores significa
sultas relacionadas a Grid Computing. O grang et al. (2008), porm, com dados atuali
eixo y representa o volume de buscas (100 rep
ura 2 - Cloud Computing no Google Trends.
onte: Adaptado de Wang et al. (2008, p.1).
7
cipais definiesas formas de
is vantagens e
ectos humanos e
gias, esta seo
antes ao tema:
e. Empresas tm
tros de pesquisa
lizar recursos de
tecnologias nas
ue tem como um
tivas a partir de
ico foi montadoados tirados da
esenta o pico de
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A consultoria Gartner define CN como um estilo de computao no qual recursos
elsticos e escalveis de TI so providos como servios para mltiplos usurios por meio da
Internet. J Khalid (2010) compara a CN ao ato de comprar um terreno, construir um prdio e
alug-lo completamente ou parcialmente. O provedor de servios disponibiliza o software na
Internet, os clientes o utilizam e pagam somente pelo que utilizado.
Armbrust et al. (2009) definem CN como a unio entre as aplicaes disponibilizadas
como servios na Internet, o hardwaree sistemas de softwarenos Centro de Processamento
de Dados (CPD) usados para prover tais servios. A CN seria ento o hardwaree o software
do CPD, viso tambm compartilhada por Xu (2010).
Jeffery e Neidecker-Lutz (2010) definem a CN como um ambiente de execuo que
envolve mltiplas partes interessadas e fornece recursos com diferentes granularidades, de
maneira elstica, medida e com um nvel especificado de qualidade de servio. Para os
autores, a CN no se refere a uma tecnologia especfica, mas sim a um paradigma geral de
provisionamento de recursos com capacidades melhoradas, cujas caractersticas funcionais
englobam elasticidade, confiabilidade e disponibilidade. Os autores afirmam que h diversos
desafios relacionados CN e recomendam que pesquisas sejam conduzidas, alm do
desenvolvimento de padres de interoperabilidade eframeworksregulatrios visando elucidar
os aspectos legais que regem o novo conceito.
Vaquero et al.(2009) estudaram mais de vinte definies do termo CN para chegar a
um consenso sobre a definio, bem como quais so as caractersticas mnimas que a
constituem. Os autores afirmam que o conceito ainda est sofrendo modificaes, mas
definem como a CN vista na atualidade: Nuvens so grandes reservatrios de recursos
virtualizados (hardware, plataformas de desenvolvimento ou servios) facilmente utilizveis e
acessveis. Os recursos so aproveitados de maneira mais eficiente porque podem ser
ajustados dinamicamente para se adequarem carga que est sendo utilizada em um dado
momento. O modelo de cobrana aquele em que o usurio paga somente pelo que utilizar e
o fornecedor oferece garantias de fornecimento e de qualidade desses servios por meio decontratos previamente definidos. Os autores afirmam que no existe um ponto comum a todas
as definies estudadas, embora exista um conjunto mnimo que melhor descreve todos os
trabalhos. Este conjunto composto pelas caractersticas escalabilidade, pagamento por
utilizao e virtualizao.
Para Rosenberg e Mateos (2010), os cinco princpios que definem a CN so:
1. Recursos computacionais disponveis para qualquer usurio inscrito;
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2. Recursos computacionais virtualizados visando maximizao da utilizao de
hardware;
3. Escalabilidade elstica, ou seja, possibilidade de alocar e liberar recursos de
acordo com a necessidade;
4. Criao e remoo automtica de mquinas virtuais;
5. Pagamento somente pelos recursos utilizados.
Segundo Mell e Grance (2011), a CN um modelo para permitir acesso de rede
ubquo, conveniente, e sob demanda a um repositrio compartilhado de recursos
computacionais (redes, servidores, armazenamento, aplicaes e servios) que podem ser
rapidamente provisionados e liberados com esforo mnimo de gerenciamento ou interao
com o provedor de servios. Para os autores, as cinco caractersticas essenciais da CN so:1. Auto provisionamento de recursos sob demanda - Um consumidor pode, de
maneira unilateral, aumentar ou reduzir os recursos computacionais
consumidos conforme a sua necessidade e sem interao humana com o
provedor de servios.
2. Acesso rede As capacidades esto disponveis por meio da rede e so
acessadas por mecanismos padronizados que permitem que tais capacidades
sejam usadas por diferentes plataformas, como por exemplo: celulares, tablets,
notebooks ou estaes de trabalho.3. Repositrio (pool) de recursos os recursos computacionais do provedor so
agrupados visando servir mltiplos clientes usando um modelo multi-tenant,
com diferentes recursos fsicos e virtuais que so dinamicamente alocados e
realocados de acordo com a demanda. A localizao desses recursos
transparente ao usurio e geralmente no h controle ou conhecimento sobre o
local exato onde recursos esto. Todavia, o cliente pode especificar a
localizao em um nvel mais alto de abstrao, como estado, pas ou at
mesmo data center.4. Elasticidade rpida As capacidades podem ser provisionadas ou liberadas
de maneira elstica e rpida, em alguns casos, automaticamente, de forma que
o fornecimento dos recursos esteja compatvel com a demanda. Para o cliente,
as capacidades parecem ser infinitas e podem ser adquiridas em qualquer
quantidade e a qualquer hora.
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5. Servios mensurveis Os sistemas de CN controlam e aperfeioam
automaticamente o uso dos recursos, permitindo diferentes granularidades de
mensurao de acordo com o tipo servio (processamento, armazenamento,
banda, contas ativas de usurios). Assim, o uso dos recursos pode ser
monitorado, controlado e reportado com transparncia tanto para o cliente
quanto para o fornecedor.
O Quadro 1 resume as definies de CN discutidas nesta seo.
Quadro 1 - Definies de CN
Autores Conceitos principais
Armbrust et al. (2009) Aplicaes como servios;
Unio Europeia - Jeffery e
Neidecker-Lutz (2010)
Recursos granulares, elasticidade, nvel especificado de qualidade de servio.
NIST, ISACA (2009) e CSA Acesso ubquo, sob demanda, repositrio compartilhado de recursos, pouco
gerenciamento, mnima interao com o fornecedor.
Vaquero et al. (2009) Recursos virtualizados, ajuste dinmico de acordo com a carga (elasticidade),
pagamento somente pelo que utilizado, garantias por meio de contratos.
O Quadro 2 apresenta a definio de CN usada neste trabalho, que tem como base a
definio proposta por Mell e Grance (2011).
Quadro 2 - Definio de CN adotada na pesquisa.
A CN um modelo para permitir acesso de rede ubquo, conveniente, esob demandaa um
repositrio compartilhado de recursos computacionais,aparentemente infinitose podem ser
rapidamente provisionados e liberadoscom esforo mnimo de gerenciamento ou interao
com o provedor de servios.
Fonte: Adaptado de Mell e Grance (2011), p.2.
Ao se considerar que a CN se refere a um modo de se usar a tecnologia e no a uma
tecnologia especfica, suas aplicaes englobam diferentes reas e com isso h a necessidade
de se diferenciar as capacidades que so fornecidas pelos diferentes sistemas de CN (Jeffery e
Neidecker-Lutz, 2010). A Seo 2.2 descreve as principais classificaes de CN quanto
forma de disponibilizao ao usurio final e os tipos de servios oferecidos.
Esta seo mostrou as principais definies de CN da atualidade. Dentre as definies
listadas, optou-se pela definio proposta por Mell e Grance (2011), j que a mesma engloba
uma ampla variedade de servios e consegue definir com clareza e simplicidade os principais
servios de CN disponveis no mercado.
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2.2 Classificao
A CN envolve um conjunto de servio de naturezas distintas. Com isso, importante
organizar e classificar esses servios tendo como base as suas caractersticas. Na literatura, osdois mecanismos de classificao mais usados referem-se aos tipos de servios oferecidos e a
maneira como a CN disponibilizada ao usurio final.
2.2.1 Tipos de servios oferecidos
Quanto aos tipos de servios oferecidos em CN, Motahari-Nezhad, Stephenson e
Singhal (2009) sugerem a seguinte classificao:
Infraestrutura como Servio, Infrastructure as a Service (IaaS) - So recursos de
hardware(armazenamento e poder de processamento, por exemplo) que so oferecidos como
servios para usurios finais. Neste modelo de negcios, as empresas provedoras alugam
recursos computacionais para clientes a um custo de utilizao estabelecido por tempo de uso.
Assim, uma empresa iniciando suas atividades no necessitaria investir um alto capital na
aquisio de equipamentos de TI. A alternativa proposta pelo modelo de IaaS alugar esses
recursos de um provedor, s pagar pelo que utilizado e realizar a alocao de recursos sob
demanda. Se o cliente necessitar de mais capacidade de processamento em um determinado
horrio do dia (horrio de pico), pode-se solicitar mais servidores e fazer com que a aplicao
escale de maneira horizontal. Esta flexibilidade de adio e remoo de recursos conforme
necessrio constitui uma fator extremamente interessante para empresas cuja natureza do
negcio sazonal ou h picos de utilizao, como por exemplo, quando a empresa tem uma
loja virtual e resolve aplicar uma promoo para uma data comemorativa. Do ponto de vista
do fornecedor, a IaaS tambm tem a vantagem de otimizar a utilizao dos recursos
computacionais, j que as mquinas virtuais compartilhando uma mesma mquina fsica
constituem a base desse servio.
Plataforma como Servio, Platform as a Service (PaaS). o oferecimento, na
Internet, da infraestrutura de apoio para o ciclo de desenvolvimento de uma aplicao, desde o
levantamento dos casos de uso, definio da arquitetura, codificao, testes e operao at a
manuteno. Os problemas atuais deste modelo so as limitaes tcnicas inerentes das
restries do ambiente de cada fornecedor. Para Rittinghouse e Ransome (2009), o PaaS
uma evoluo do modelo de aplicaes SaaS (descrito posteriormente nesta seo). O modelo
PaaS contempla todos os aparatos que suportam o ciclo completo de construo e implantao
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de aplicaes e servios disponveis na Internet e sem a necessidade de se fazer downloadsou
instalaes. Para os autores, enquanto que no modelo do IaaS os desenvolvedores precisam
instalar e configurar detalhes do SO que suportar as aplicaes desenvolvidas, no PaaS os
desenvolvedores podem se concentrar apenas nas tarefas de desenvolvimento e geralmente os
detalhes sobre qual SO est executando so irrelevantes. O foco passa a ser em inovao, em
vez de infraestruturas complexas e as organizaes podem ento direcionar os investimentos
para aplicaes que possam trazer valor real de negcio.
Software como Servio, Software as a Service (SaaS) Conforme descrito por
Armbrust et al.(2009), neste modelo, as aplicaes so oferecidas como servios na Internet,
quebrando o modelo tradicional de softwaresob encomenda. As aplicaes comerciais dessa
categoria utilizam diversos modelos de cobranas, dentre eles: o modelo de cobrana mensal,
no qual o usurio paga uma mensalidade pela utilizao do software; e um por nmero deusurios. Para os dois modelos de cobrana, o valor final gasto sempre menor do que
desenvolver e manter o softwarelocalmente. Alm do mais, as atualizaes ficam a cargo do
provedor de servios e os dados dos usurios ficam armazenados em modelos do tipo DaaS
(descritos posteriormente nesta seo). Exemplos de aplicaes desta categoria so os
processadores de texto, as planilhas eletrnicas e os servios de e-mail oferecidos pela
Google, e as aplicaes de CRM do Salesforce. Esta categoria de servio a mais ampla, j
que engloba softwares de diversas naturezas. Mesmo outras categorias como o DeskaaS
(Desktopcomo servio) podem ser consideradas como uma subdiviso do modelo SaaS, poisno final das contas, um software utilizado para virtualizar pastas da rea de trabalho do
usurio.
Banco de dados como Servio,Database as a Service(DaaS) o oferecimento de
banco de dados como servios. Geralmente utiliza uma arquitetura propcia para atender a
diversos usurios, onde os dados desses usurios so armazenados em uma nica tabela.
Outras caractersticas desse tipo de servio so: os dados geralmente no so armazenados de
maneira relacional, impossibilidade de se efetuar junes (joins) e o fato de cada provedor
utilizar uma linguagem especfica para manipulao de dados. De acordo com Mateljan eCisic (2010), aplicaes na abordagem DaaS armazenam banco de dados no ambiente de CN
e proporcionam aos usurios funcionalidades como definio de dados, armazenamento e
recuperao na Internet. Os autores relatam que os maiores provedores de CN (Google,
Amazon, Microsoft, IBM e Oracle) esto investindo em solues de DaaS. Tais solues
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iniciaram-se de forma bem simples, como por exemplo, a aplicao SimpleDB1da Amazon,
que consiste em um banco de dados que armazena as informaes na forma chave-valor.
Entretanto, existem aplicaes mais complexas que suportam at paradigmas mais elaborados,
como o relacional. Exemplo desse tipo de aplicao oAmazon Relational Database Service2
(RDS).
As quatro classificaes supracitadas so as mais abordadas na literatura. Todavia,
novas classificaes tm surgido, conforme aumenta a variedade de servios oferecidos via
CN. Seguem abaixo outras classificaes importantes encontradas na literatura:
Segurana como Servio, Security as a Service (SecaaS): de acordo com o CSA, esta
classificao refere-se ao oferecimento de aplicaes e servios de segurana de TI via CN.
Segundo a CSA, os servios mais oferecidos nesta abordagem so:
Gesto de Acesso e Identidade,Identity and Access Management (IAM); Servios de Preveno de Perda de Dados,Data Loss Prevention (DLP);
Segurana na Internet;
Segurana de E-mail;
Avaliao de segurana;
Servios de deteco de intrusos;
Segurana da informao e gesto de eventos;
Encriptao;
Continuidade de Negcios e recuperao de desastres;
Segurana de Rede.
Rittinghouse e Ransome (2009) classificam esse tipo de servios comoMonitorao
como Servio, Monitoring as a Service (MaaS). O MaaS refere-se terceirizao dos
servios de Segurana visando garantir a integridade, confidencialidade e disponibilidade dos
ativos de TI da organizao.
Comunicao como Servio, Communication as a Service(CaaS) trata-se de uma
soluo terceirizada de comunicao coorporativa. Os provedores desse tipo de soluo so
responsveis pela gesto do hardwaree software necessrios para o fornecimento de servios
de VoIp, servios de comunicao por mensagens instantneas e servios de vdeo
conferncia. Neste modelo, os clientes podem usufruir das caractersticas e dos servios de
comunicao de maneira seletiva, pagando somente pelo que utilizado e com um nvel de
qualidade de servio especificado por um SLA. O CaaS oferece a flexibilidade e a
1http://aws.amazon.com/simpledb/2http://aws.amazon.com/rds/
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escalabilidade que PMEs (Pequenas e Mdias Empresas) no teriam condies de usufruir se
as solues fossem desenvolvidas internamente. Alm disso, os servios de CaaS so
preparados para lidar com picos de utilizao, pois permitem a adio de mais capacidade,
dispositivos ou aumento da rea de cobertura de acordo com a necessidade do cliente. O
conjunto de funcionalidades pode ser mudado dinamicamente para que esteja de acordo com a
demanda e os recursos no sejam desperdiados.
Para os clientes, os benefcios do CaaS ilustram os mesmos da CN de uma maneira
geral: para o cliente no h necessidade de investimentos macios em infraestrutura, elimina
os custos de manuteno e operao e no h riscos dos servios se tornarem obsoletos (a
atualizao fica sob responsabilidade do fornecedor) (Rittinghouse e Ransome, 2009).
Armazenamento como Servio, Storage as a Service(StaaS) o armazenamento
de dados como servio, categoria na qual se encaixa o servio S3 da empresa Amazon. Osservios de StaaS consistem na locao de capacidade de armazenamento de dados, na qual o
usurio geralmente contrata planos com base na quantidade de dados que podem ser
armazenados, na largura de banda para transferncia dos dados e na quantidade de dados que
podem ser trafegados na rede.
Motahari-Nezhad, Stephenson e Singhal (2009) citam outros modelos de servios que
so oferecidos com base em CN, que so: gerenciamento, monitorao, integrao e pessoas
como servios. Este ltimo elemento refere-se ao modelo tradicional de oferecimento de
servios na Internet por pessoas com habilidades especficas. Neste caso, a diferena que jexiste o oferecimento de servios especficos para problemas envolvendo a adaptao de
solues de SaaS ou a integrao dessas solues com mltiplos fornecedores.
Alm das categorias descritas nesta seo, inmeras outras categorias surgiram no
mercado em razo da diversidade de servios oferecidos. Como isso, foi cunhando o termo X
as a Service, ou Everything as a Service, que ilustram o conceito de Tudo como Servio,
conforme descrito por Schaffer (2009).
Apesar de todas as classificaes que o mercado criou, as categorias SaaS, PaaS e IaaS
servem como referncia para classificar qualquer aplicao de CN. A Figura 3 ilustra apirmide de CN, na qual as trs principais classes de servios so representadas conforme o
nvel de elaborao de servios de cada classe.
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Figura 3 - Pirmide de classes de CN.
Adaptado de GoGrid (2012)
Conforme ilustrado na Figura 3, a IaaS representa a estrutura, ou seja, os recursos
computacionais fsicos. Esta camada da pirmide serve como base para o desenvolvimento de
uma classe de servio de um nvel superior: o PaaS. Neste nvel, servidores de aplicaes ou
de banco de dados utilizam os recursos computacionais fornecidos pela camada inferior (IaaS)
para proporcionar um ambiente adequado execuo de aplicaes. Por fim, a camada SaaS
utiliza o ambiente fornecido pelo PaaS para executar aplicaes.
2.2.2 Forma de disponibilizao ao usurio final
Em relao forma como a CN disponibilizada ao usurio final, Armbrust et al.
(2009) defendem as seguintes categorias:
Nuvens pblicas. Os servios so disponibilizados na Internet e o usurio paga
somente pelo que usa. Desse modelo de negcio, surge o conceito de computao como
utilidade, conceito amplamente discutido por Carr (2003), que faz uma analogia entre osservios oferecidos pela TI e utilidades como energia eltrica, gua e telefone. Na viso do
autor, empresas como Microsoft, IBM e Oracle esto competindo para se tornarem
provedoras de servios, onde a TI seria inicialmente uma commodity, para posteriormente se
transformar em uma utilidade. No Brasil, a proviso desses servios ainda est em estado
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incipiente. Entretanto, empresas americanas como a Salesforce3j oferecem servios de CRM
para clientes brasileiros e com suporte em portugus. Outro exemplo o Google App Engine4,
que conta com o suporte de vrios grupos de usurios e desenvolvedores no Brasil.
Nuvens privadas so os datacenters internos das organizaes que no so
disponibilizados publicamente. Motahari-Nezhad, Stephenson e Singhal (2009) argumentam
que a CN o resultado de uma evoluo natural da infraestrutura de TI das empresas. O
modelo tradicional de arquitetura de TI previa a alocao de recursos dedicados para cada
unidade de negcios e isso levava ao subaproveitamento de recursos. Dessa forma, as
empresas investiram em tcnicas como a virtualizao para reduzir os custos das operaes de
TI, nascendo assim o conceito de CNprivada.
O NIST ainda inclui duas novas formas de disponibilizao de servios de CN, a ver:
Nuvens hbridas: constituem uma composio de duas ou mais infraestruturas de CN(pblica, privada ou comunitria), sendo que as entidades ainda se comportam como nicas,
porm ligadas por tecnologias proprietrias ou padronizadas que permitem a portabilidade de
dados e de aplicao. Para Jeffery e Neidecker-Lutz (2010), no modelo hbrido, o usurio
terceiriza os servios no crticos para a CN pblica, mas mantm os servios e os dados
estratgicos em solues privadas sob o seu controle. Com isso, empresas podem tirar
vantagem da reduo de custos com a terceirizao de servios que no fazem parte da
estratgia do negcio e ao mesmo tempo manter o nvel de controle desejado sobre dados
crticos.Nuvens comunitrias: A infraestrutura de CN disponibilizada para uso exclusivo de
uma comunidade especfica de consumidores em organizaes com objetivos e preocupaes
em comum, tais como: misso, requisitos de segurana, polticas, dentre outras. A operao e
gesto desses sistemas podem ficar a cargo de uma ou de mais organizaes de dentro da
comunidade, de terceiros ou de alguma combinao desses itens. Para Jeffery e Neidecker-
Lutz (2010), este modelo particularmente interessante para Pequenas e Mdias Empresas
(PME), j que cada entidade pode contribuir com sua respectiva parcela na infraestrutura
geral da nuvem comunitria.Jeffery e Neidecker-Lutz (2010) apontam ainda uma quinta maneira de
disponibilizao de servios de CN:
Nuvens de propsitos especficos:os sistemas de IaaS tendem a ser genricos quanto
maneira que podem ser utilizados por diversos tipos de clientes ou em diversos casos de uso.
3http://www.salesforce.com/br/4http://code.google.com/intl/pt-BR/appengine/
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Todavia, Jeffery e Neidecker-Lutz (2010) argumentam que sistemas de PaaS so mais
especficos e restritos a determinados domnios, como o caso do Google App Engine. As
nuvens de propsitos especficos fornecem servios direcionados a casos de uso especficos e
funcionalidades dedicadas.
Esta seo apresentou as principais classificaes dos servios de CN. Dentre os
mecanismos de classificao h destaque para dois: quanto ao tipo de servios oferecidos
(PaaS, IaaS, SaaS, DaaS, etc.) e quanto forma de disponibilizao dos servios para o
usurio final (nuvens pblicas, privadas, hbridas). Como a uma ampla variedade de servios
que so oferecidos na forma de CN, possvel que um servio seja classificado em mais de
uma categoria.
2.3 Vantagens da adoo da CNPara Armbrust et al.(2009), apesar de o apelo econmico da CN estar frequentemente
ligado converso de Custos de Capital em Custos Operacionais, o que realmente reflete os
benefcios econmicos da CN o modelo de pagamento somente pelo que utilizado.
Para Reese (2009), a possibilidade de alocar os recursos somente quando os mesmos
so necessrios tambm elimina a necessidade da aquisio antecipada de equipamentos de
TI. Com isso, este capital (que outrora ficaria investido nesses equipamentos) pode ser
utilizado em outras atividades estratgicas da empresa.Para Armbrust et al.(2009), o modelo de pagamento por utilizao permite que o uso
de um recurso (processamento de um servidor, por exemplo) possa ser distribudo de maneira
no linear no tempo. Assim, mesmo que o preo cobrado por um provedor de CN fosse maior
do que o valor investido na compra e manuteno de infraestrutura prpria (considerando a
depreciao), ainda compensaria investir em CN em razo da elasticidade e da transferncia
do risco, principalmente os riscos de subdimensionamento (com consequente saturao) e
superdimensionamento (recursos ociosos).
Para Reese (2009), o principal problema econmico de uma infraestrutura de TIinterna o custo do capital (ou custo de oportunidade), j que os equipamentos so adquiridos
antecipadamente e, ento, colocados em operao por um perodo de dois ou trs anos. O
problema neste caso que um servidor adquirido um ativo cujo valor deprecia com o passar
do tempo. Alm do mais, como o capital investido fica retido nesta transao (j que o bem
foi adquirido), deixa-se de investir em outras reas mais estratgicas da empresa. Na viso do
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autor, a CN atrativa para empresas porque ela mitiga investimentos de capital e outros
custos iniciais, j que possvel atrelar os custos ao que est realmente sendo usado.
O surgimento da CN impactou fortemente empreendedores (e investidores) porque
facilitou o acesso inovao. O modelo de pagamento somente pelo que utilizado permite a
empresas de pequeno porte o desenvolvimento de novos servios e softwares a partir de
baixos investimentos iniciais (Rosenberg e Mateos, 2010).
Para Velte et al. (2009), os benefcios econmicos da CN englobam diversos aspectos,
dentre eles:
Pessoas A migrao para a CN faz com que a empresa dependa de menos profissionais
tcnicos.
HardwareFornecedores de CN podem adquirir hardware, equipamentos de rede ou banda
por preos mais baratos que os praticados no mercado e, com isso, fornecer estes recursos aousurio final a preos viveis, explorando a economia de escala. Assim, um cliente ao
necessitar de mais processamento ou armazenamento no ter mais que comprar servidores ou
discos rgidos. A demanda configurada via interface disponibilizada pela Internet a cobrana
feita com base na utilizao.
Pagamento somente pelo que utilizado nesta abordagem, o usurio no dono dos
equipamentos de TI, ele apenas usufrui dos recursos por um tempo determinado. No final de
um perodo, os equipamentos de TI continuam sendo do fornecedor e o usurio fica isento dos
custos de depreciao, o que no acontece na TI tradicional.Tempo de colocao de produto no mercado (time to market) Na CN os clientes no
necessitam comprar e configurar equipamentos de TI, e com isso, o tempo gasto na entrega de
uma aplicao em produo reduzido quando comparado ao cenrio tradicional.
Ubiquidade como as aplicaes so disponibilizadas na Internet, o acesso pode ser feito de
qualquer lugar onde o usurio tenha acesso rede.
Acordo de Nvel de Servio (SLA) O SLA visa garantir ao cliente a qualidade de servio.
Caso algum problema no softwareseja reportado pelo cliente, o processo de correo deve ser
executado de maneira transparente pelo fornecedor, sem nenhum nus por parte do cliente.Atualizaes Visando manter o cliente satisfeito, interesse do fornecedor manter a
aplicao sempre atualizada.
Facilitar o trabalho da equipe de TI A SaaS faz com que boa parte das atividades de
manuteno de equipamentos e sistemas seja transferida para o fornecedor. Dessa forma, a
equipe de TI tem mais tempo para focar seus esforos nas operaes realmente crticas para a
empresa.
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Mais dinheiro Ao contratar os servios de um fornecedor de CN, a empresa corta gastos
tanto em custos operacionais quanto no oramento da TI.
Os benefcios da CN no se aplicam apenas a quem adquire os servios (clientes). Os
fornecedores tambm podem aproveitar a economia de escala e a centralizao de recursos
para fornecer servios que atendam a um grande nmero de clientes e ter retornos
significativos, mesmo com baixa margem de lucro, como o caso da Amazon. Velte, T. et al.
(2009) citam alguns benefcios da CN para fornecedores, a ver:
Ambiente de operaes por ser proprietrio da infraestrutura, o fornecedor de servios tem
pleno controle sobre como seus equipamentos e softwares evoluem. O fornecedor no ter
problemas com clientes usando equipamentos antigos ou muito especficos, j que o controle
da infraestrutura est sob o seu domnio e com isso ele pode evolu-la de acordo com suas
necessidades.Fluxo de receita previsvel O fornecedor consegue prever a receita nos casos onde a
cobrana pelos servios tem como base uma inscrio ou mensalidade.
Estudo do uso Para aplicaes SaaS,o fornecedor pode estudar como as funcionalidades
so usadas e com isso melhor-las ou criar outras que atendam de uma maneira mais
adequada s demandas dos clientes. No cenrio tradicional, onde o softwarefica armazenado
a infraestrutura do cliente, este tipo de estudo fica invivel.
Atualizaes menores e mais frequentes As correes de defeitos de softwareou a criao
de novas funcionalidades podem ser feitas de maneira incremental, em vez de incluir em umanica versoinmeras modificaes.
Gerenciamento do relacionamento com clientes considerando que o servio oferecido
baseado em uma assinatura, importante que a empresa gerencie e mantenha os clientes
satisfeitos.
A CN particularmente vantajosa para pequenas e mdias empresas, j que permite
entrada rpida no mercado sem altos investimentos em infraestrutura. Para os fornecedores, a
propriedade e a responsabilidade sobre os recursos permite maior controle sobre o ambiente,
permitindo a realizao de estudos sobre a utilizao dos servios, atualizaes maisfrequentes e maior retorno financeiro com a economia de escala.
Esta seo mostrou as vantagens da adoo da CN. H destaque para as vantagens
econmicas, j que h uma transferncia de riscos quando investimentos antecipados em
equipamentos de TI no so mais necessrios. Com isso, a organizao pode utilizar o capital
que antes ficava imobilizado em equipamentos em outros setores mais estratgicos da
organizao. A CN tambm proporciona elasticidade necessria a alguns modelos de negcio.
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Assim, a demanda no precis
podem ser fornecidos ou liber
2.4 Tecnologias R
A CN resultado do
Mateos (2010), a evoluo da
termos de hardware, os au
arquiteturas de cliente-servi
Tambm h destaque para
processamento de dados, nas
processamento e armazenam
Figura 4 est ilustrada a evolu
Ad
Dentre as etapas descr
tecnologia responsvel pelo s
ser prevista antecipadamente com exatido, j
ados em questo de horas.
elacionadas CN
madurecimento de diversas tecnologias. Segu
CN englobou duas frentes principais: hardwar
ores mencionam a evoluo dos mainframe
or at os recentes modelos de aplicaes
o desenvolvimento de tecnologias de ar
quais se observam aumentos significativos d
nto, bem como a reduo dos custos de arm
o da CN sob o ponto de vista de Rosenberg e
Figura 4 - Evoluo da CN.
aptado de Rosenberg e Mateos (2010, p. 11).
itas na Figura 4, os autores destacam a import
rgimento da CN. Por fazer parte do processo
20
que os recursos
do Rosenberg e
ee software.Em
s, passando por
para a Internet.
mazenamento e
e capacidade de
azenamento. Na
Mateos (2010).
cia da GC como
evolucionrio da
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CN, os conceitos de GC e CN muitas vezes so confundidos. Para Foster et al. (2008), alm
de muitos conceitos da CN se sobreporem a conceitos da GC, a CN ainda tem a GC como
base em termos infraestrutura. Para o autor, a CN resultado da evoluo da GC, j que na
CN os recursos providos so mais abstratos.
Todavia, a GC apenas uma das tecnologias que proporcionou o surgimento da CN.
De acordo com Reese (2009) e Wang et al. (2008), outras tecnologias foram igualmente
importantes para a evoluo e a consolidao da CN como forma de fornecimento de recursos
computacionais, a ver:
Virtualizao permite a maximizao dos recursos de hardware e a
escalabilidade de plataformas;
Orquestrao de servios A CN oferece um conjunto completo de servios sob
demanda que podem ser resultado da composio de outros servios internos ouexternos. Assim, a CN deve ser capaz de orquestrar, de maneira automtica,
servios de diferentes naturezas e de diferentes fontes com o intuito de fornecer
solues completas aos usurios;
Servios Web e SOA Os servios de CN geralmente so expostos por meio de
Servios Web que segue padres de mercado. A orquestrao de servios dentro
dos sistemas de CN pode ser gerenciada por meio de SOA;
Web 2.0 e Mashup A Web 2.0 refere-se a uma tendncia das tecnologias de
Internet que visa melhorar aspectos como usabilidade, interfaces,compartilhamento de informaes e contribuio entre usurios. J os Mashups,
so servios que combinam, em uma mesma ferramenta, dados e informaes de
diferentes origens;
Sistemas de armazenamento distribudo na Internet Os modelos de
armazenamento em CN contemplam duas caratersticas:
o Um sistema de armazenamento em rede, onde usurios podem armazenar
dados conforme suas necessidades e a gesto desses dados (como migrao ou
backup) fica a cargo do fornecedor;
o Sistemas de localizao de dados por meio de nomes lgicos, em vez de
caminhos fsicos.
A Seo 2.4.1 descreve com mais detalhes o conceito de Virtualizao e, na Seo
2.4.2, esto as diferenas entre CN e GC dado que esse dois tpicos esto mais associados aos
objetivos deste trabalho.
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2.4.1 Virtualizao
Para Menken e Blokdijk (2010), a virtualizao a tecnologia que torna possvel uma
das caractersticas mais importantes da CN: a escalabilidade. Segundo os autores, a
virtualizao, de uma maneira geral, a emulao de uma ou mais estaes de trabalho ouservidores dentro de uma nica mquina fsica, ou seja, a emulao de hardware dentro de
uma plataforma de software.
Para Rittinghouse e Ransome (2009), a virtualizao maximiza o retorno sobre o
investimento, j que ela reduz os gastos com aquisio de hardware e custos de manuteno,
resultando assim em economias significativas para a empresa.
J na viso de Rosenberg e Mateos (2010), a virtualizao se constitui como o grande
fator responsvel pelo fenmeno da CN, possibilitando o melhor aproveitamento dos recursos
de hardware, uma vez que um nico servidor fsico pode ser dividido em mltiplos servidores
virtuais. Nesta abordagem, os servidores virtualizados executam aplicaes completas e as
suas funcionalidades (processamento ou armazenamento, por exemplo) constituem os
insumos consumidos na CN.
A virtualizao se refere abstrao de recursos computacionais (CPU,
armazenamento, rede, memria, aplicaes e banco de dados) e usurios finais consumindo
estes recursos. A abstrao da infraestrutura produz a noo de democratizao de recursos
(sejam eles aplicaes, infraestrutura ou informao) e faz com que estes recursos possam
ficar disponveis para qualquer usurio autorizado a utiliz-los por meio de interfaces
padronizadas (Mather et al., 2009).
A virtualizao permite que um nico computador assuma o papel de mltiplos
computadores. Este tipo de virtualizao conhecido como virtualizao completa e ela torna
possvel o processo de compartilhamento de recursos de um computador fsico em mltiplos
ambientes (Menken e Blokdijk, 2010).
Para Velte T. et al. (2009), a virtualizao importante para a CN porque ela constitui
a maneira pela qual os recursos so consumidos, j que os servios oferecidos por provedores
de CN so, em sua totalidade, virtualizados.
Contudo, Menken e Blokdijk (2010) argumentam que a virtualizao no est limitada
apenas simulao de mquinas. Os autores afirmam que h diferentes tipos de virtualizao,
cada uma com um determinado propsito. Dentre eles, esto: a memria virtual, partio de
disco, RAID (Redundant Array of Independent Disks) e virtualizao de processamento.
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No processo de simulao de hardware via software, utiliza-se um software de
virtualizao (programa de controle) que responsvel por criar o ambiente simulado, ou seja,
uma mquina virtual, que permitir que outros softwares sejam executados nessa
infraestrutura. Estes softwares de virtualizao simulam os recursos de hardware, criando
assim uma mquina virtual com todas as funcionalidades de uma mquina fsica. Mltiplas
mquinas virtuais podem ser instaladas em uma nica mquina fsica como entidades
separadas sem que haja interferncias. Com isso, as mquinas virtuais operam de maneira
independente (Menken e Blokdijk, 2010).
Nas mquinas virtuais (gerenciados pelo programa de controle), possvel instalar
Sistemas Operacionais (SOs) completos e o comportamento o mesmo que em mquinas
fsicas. Frequentemente, uma nica mquina fsica pode simular diversas mquinas virtuais,
sendo que o limite est ligado aos recursos de hardwareda mquina fsica. A virtualizao ento uma maneira de reduzir os custos de aquisio e manuteno de hardware, o que pode
resultar em economias significativas para qualquer empresa (Rittinghouse e Ransome, 2009).
Apesar de a virtualizao estar presente h muitos anos, somente agora ela comea a
ser usada em larga escala. Dentre as principais razes esto o aumento do poder de
processamento e os avanos em tecnologia de hardware. Conforme os benefcios da
virtualizao vo sendo percebidos, esses benefcios vo se estendendo para uma ampla gama
de usurios, desde profissionais de TI at grandes organizaes pblicas e privadas (Menken e
Blokdijk, 2010).De acordo com Menken e Blokdijk (2010), os objetivos da virtualizao so:
Aumentar o uso de recursos de hardware com os avanos tecnolgicos (aumento
da capacidade de processamento e armazenamento, por exemplo), a taxa de utilizao dos
recursos de hardwarecomeou a ficar em torno de 5% a 20%, consistindo em um desperdcio
considervel de recursos. A virtualizao minimiza este problema porque permite que um
servidor fsico execute softwares de virtualizao, fazendo com que os recursos sejam
utilizados de maneira mais eficiente e reduzindo assim os custos operacionais e de gesto.
Reduzir custos de gesto e de recursos - O uso de infraestrutura virtualizada reduz onmero de mquinas fsicas. Assim, h economia de espao fsico, sistemas de refrigerao e
eletricidade.
Aumentar a flexibilidade de negcio a expanso do nmero de servidores e
estaes de trabalho, de uma maneira geral, algo caro e demorado para as organizaes.
Alm do espao fsico, ainda necessrio instalar e configurar os novos equipamentos,
processo este que demorado e consome recursos organizacionais direta e indiretamente. O
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mesmo processo com mquinas virtuais mais fcil e rpido, j que no h gastos adicionais
com hardware e nem preciso mais espao fsico.
Melhorar a segurana e a disponibilidade mquinas virtuais so entidades
isoladas. Dessa maneira, se uma mquina virtual falhar ou estiver com algum vrus, ela est
isolada das outras mquinas virtuais, mesmo estando em uma mesma mquina fsica. Outra
vantagem que as mquinas virtuais so independentes de hardware. Se um equipamento
falhar, as mquinas virtuais nele contidas podem ser migradas para outro servidor sem
maiores prejuzos.
A virtualizao, por si s, traz diversos benefcios tcnicos, operacionais e gerencias
para as organizaes. De acordo com Menken e Blokdijk (2010), os benefcios da
virtualizao so:
Facilidade de gesto dos recursos Com a virtualizao, administradores desistemas podem gerenciar mltiplas mquinas virtuais por meio de uma nica mquina fsica.
Eliminao de problemas de compatibilidade no passado, a execuo de mltiplos
SOs em uma mesma mquina fsica gerava inmeros problemas. Com a virtualizao, SOs
distintos e aplicaes de diferentes plataformas podem ser executados em uma mesma
mquina fsica sem que haja interferncias entre os mesmos.
Isolamento entre instncias erros em uma mquina virtual no afetam outras
mquinas virtuais. Os possveis defeitos so automaticamente isolados e os administradores
de sistemas podem analis-los e conserta-los enquanto outros servios e sistemas continuamoperando normalmente.
Aumento da segurana Com a virtualizao, os administradores de sistemas podem
separar as informaes e aplicaes de uma mquina fsica em diferentes mquinas virtuais.
Outro aspecto importante o fato de que um vrus, ao infectar uma mquina virtual no
afetar todo o funcionamento da mquina fsica e nem se propagar por outras mquinas
virtuais no mesmo hardware, j que as instncias esto isoladas.
Uso eficiente de recursos Como uma mesma mquina fsica pode comportar
mltiplas mquinas virtuais, os recursos de hardware so utilizados mais eficientemente,evitando-se assim os cenrios de subutilizao citados anteriormente.
Portabilidade Os dados de uma mquina virtual so armazenados em arquivos na
mquina fsica. Dessa forma, o esforo de transferir uma mquina virtual para outra mquina
fsica baixo quando comparado s migraes de dados em abordagens tradicionais.
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Ambiente para testes As mquinas virtuais podem ser facilmente configuradas para
servirem como mquinas de teste. Com isso, cenrios especficos ou testes de estabilidade
podem ser executados sem afetar o ambiente de produo.
Configurao rpida O disco rgido de uma mquina virtual geralmente
representado por um nico arquivo na mquina fsica, tornando fcil o processo de replicao
ou transferncia dessa mquina para outra mquina fsica.
Reduo de custos os custos so reduzidos com da diminuio do nmero de
mquinas fsicas, dos gastos com eletricidade, refrigerao e reduo no quadro de
funcionrios necessrios para administrar a infraestrutura tradicional. Menos mquinas fsicas
significam menos espao fsico, menos eletricidade e refrigerao e, consequentemente,
menor o gasto da operao.
Habilidade para separar aplicaes Servios e aplicaes que podem conflitarentre si podem ser instalados em diferentes mquinas virtuais. Como os servios continuariam
executando em uma mesma mquina fsica, os recursos e o poder de processamento no
estariam sendo desperdiados.
Facilidade de gerenciamento o nmero reduzido de mquinas fsicas faz com que
diminuam os problemas de hardware. Com isso, a equipe de TI pode utilizar o tempo para se
concentrar em tarefas mais estratgicas para o negcio. Alm disso, mltiplas mquinas
virtuais podem ser configuradas e monitoradas de um nico lugar e administradores de
sistemas no precisam ir de mquina em mquina configurando atualizaes ou efetuandomudanas. O processo de backupe restaurao de um ambiente virtualizado tambm mais
simples quando comparado a uma mquina fsica. Caso ocorra algum problema em uma
mquina fsica, o administrador de sistemas pode copiar todas as mquinas virtuais para outra
mquina fsica. Este processo reduz consideravelmente as indisponibilidades do sistema.
2.4.2 Diferenas entreCN e Grid Computing
De acordo com Grandison et al. (2010), a diferena entre CN e Grid Computing (GC)
est na forma como cada uma fornece os recursos necessrios para processar uma
determinada carga de trabalho. Enquanto na GCos recursos so fornecidos em sua totalidade
(a empresa implanta o CPD e este fica completamente disponvel), em CN, os recursos so
fornecidos sob demanda. Armbrust et al. (2009) afirmam que, do ponto de vista de hardware,
trs aspectos so novos em CN. So eles:
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1. A iluso de recursos computacionais infinitos, disponveis sob demanda. Com isso,
o usurio no precisa planejar antecipadamente possveis aumentos na demanda
pelos servios;
2. Os usurios no precisam realizar antecipadamente investimentos macios em
equipamentos de TI e isso permite que empresas iniciando suas atividades possam
utilizar somente os recursos necessrios naquele dado momento e aument-los
conforme a necessidade;
3. Os usurios podem pagar pelo uso de recursos computacionais por perodos
pequenos de tempo e liber-los quando os mesmos no forem mais necessrios.
Assim, no se pagaria um valor fixo mensal por um dado nmero de processadores
ou certa capacidade de armazenamento: o pagamento seria por processadores por
hora ou armazenamento por dia.Vaquero et al. (2009) analisaram detalhadamente as caractersticas da CN e as
comparam com as de GC. Segundo os autores, a razo para haver confuso entre os termos
est no fato de que ambos compartilham a mesma viso: reduo de custos computacionais e
aumento da flexibilidade e da confiabilidade pelo uso de hardwareoperado por terceiros. Para
efetivar a comparao, o autor define a GC como um sistema que gerencia recursos que no
esto sob um controle centralizado e que usa protocolos e interfaces padres, abertos e de
propsito geral, buscando fornecer qualidade de servio.
Os pontos comparados por Vaquero et al. (2009) so os seguintes:Compartilhamento de recursos Enquanto a GC torna mais eficiente o
compartilhamento de recursos, CN fornece os recursos sob demanda. Assim, a ideia de
compartilhamento de recursos no se aplica ao conceito de CN em razo do isolamento que
proporcionado pela virtualizao.
Heterogeneidade Tanto CN quanto a GC suportam a agregao de recursos de
softwaree hardwarede naturezas heterogneas.
Virtualizao Em GC, tem-se a virtualizao tanto de dados quanto de recursos
computacionais. Em CN, outra dimenso adicionada: a virtualizao de hardware eplataformas de software.
Segurana Em GC, a segurana alcanada pela atribuio de credenciais. Em CN
a segurana proporcionada pelo nvel de isolamento inerente ao processo de virtualizao.
Arquitetura, e dependncia de plataforma Em CN possvel se fazer a
implantao de aplicaes das mais diversas naturezas. J em GC, necessrio que o
programador desenvolva sua aplicao com restries especficas do ambiente de GC.
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Usabilidade CN apresenta um melhor grau de usabilidade porque os detalhes de
plataforma no ficam visveis ao usurio.
Padronizao Em razo da maturidade da rea, visvel que em GC h uma maior
padronizao tanto das interfaces internas quanto das interfaces de interao com o usurio. J
em CN, as iniciativas de padronizao e interoperabilidade ainda esto em estgios
incipientes.
Modelo de pagamento - Esta caracterstica um dos pontos fortes de CN no mbito
econmico. Enquanto em GC o usurio tem que contratar os servios por um valor fixo, em
CN o pagamento efetuado somente pelo que o usurio utiliza.
O Quadro 3 mostra uma comparao das caractersticas da CN e da GN.
Quadro 3 - Comparao entre GC e CN.
Caracterstica GC CN
Compartilhamento de recursos Colaborao Recursos alocados no so
compartilhados
Heterogeneidade Agregao de recursos heterogneos Agregao de recursos heterogneos
Virtualizao Virtualizao de dados e de recursos
computacionais
Virtualizao de hardware e de
plataformas de softwares
Segurana Segurana por meio da atribuio de
credenciais
Segurana por isolamento
Arquitetura e dependncia de
plataforma
Arquitetura orientada a servio Arquitetura escolhida pelo usurio
Usabilidade Difcil de gerenciar Fcil de gerenciar interface amigvel
com o usurio
Padronizao Padronizao e interoperabilidade Falta de padres para
interoperabilidade
Modelo de pagamento Rgido Flexvel
Fonte: Adaptado de Vaquero et al. (2009, p. 53).
Para Grossman (2009), recursos e servios sob demanda no so conceitos novos e
existem na Internet h algum tempo. O autor argumenta que o foco em CN justifica-se por
trs fatores:
Escalabil
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