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DIREITOS DE DISTRIBUIÇÃO EXCLUSIVOS
das empresas Plantar Empreendimentos e Produtos
Florestais Ltda. e Montana Química S.A.
A reprodução total ou parcial, de qualquer forma, do
conteúdo desta publicação, é expressamente proibida.
LEI nº. 8.635, ART. 184 de 16 de março e 1993.
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Plantar Empreendimentos e Produtos Florestais Ltda.
e Montana Química S. A.
GUIA DE ESTRUTURAS DE AMARU ®
1ª edição _ REV00-25/05
Belo Horizonte, 2016
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO ............................................................................... 5
PARTE 1 – AMARU ®: UMA EVOLUÇÃO ....................................... 7
1.1. Grupo Plantar ......................................................................7 1.2. AMARU®: madeira tratada de alta performance .................9 1.3. Plantar e Montana: parceria de sucesso.......................... 17
PARTE 2 – MADEIRA DE REFLORESTAMENTO TRATADA: CONCEITOS E APLICAÇÕES ........................................................ 20
2.1. Regulamentação da atividade de preservação de madeiras ........................................................................... 20
2.2. Tratabilidade das coníferas e das folhosas ..................... 21 2.3. Aspectos relevantes sobre a substância
preservativa CCA ............................................................. 28 2.4. Restrições de uso para a madeira tratada com
CCA .................................................................................. 29 2.5. Destinação dos resíduos de madeira tratada com
CCA .................................................................................. 30 2.6. Produtos para acabamento de madeiras ......................... 34 2.7. Madeira e sustentabilidade na construção civil ............... 38
PARTE 3 – CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO DE ESTRUTURAS DE AMARU ®
........................................................... 40
3.1. Boas práticas relacionadas ao projeto de estruturas de madeira ...................................................... 40
3.2. Inspeções de rotina .......................................................... 45 3.3. Manutenções preventivas ................................................ 49 3.4. Intervenções durante a vida útil da estrutura ................... 53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................... 67
5
APRESENTAÇÃO
As empresas parceiras Plantar Empreendimentos e
Produtos Florestais Ltda. e Montana Química S.A.
sentem-se honradas em tê-lo como cliente e, com o
objetivo de melhor orientá-lo quanto aos cuidados que irão
permitir que o bom desempenho das estruturas de
AMARU® não seja afetado prematuramente, elaboraram
este Guia contendo informações técnicas relacionadas aos
produtos que fornecem.
A leitura deste documento proporcionará maior
conhecimento sobre madeira tratada, fornecerá subsídios
para a conservação dos componentes de AMARU® que
integram estruturas de forma geral, bem como direcionará
alguns procedimentos básicos diante da ocorrência de
eventuais vícios.
Colocamo-nos à disposição para prestar qualquer
esclarecimento sobre os dados aqui contidos e
agradecemos a confiança na escolha da madeira
preservada AMARU® e dos produtos de acabamento da
Montana Química.
Boa leitura!
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Av. Raja Gabaglia, 1380, CEP 30440-452,
Belo Horizonte – MG – Brasil
Tel.: +55 31 3290 4000
Acesse o site:
www.grupoplantar.com.br
Rua Ptolomeu, 674, CEP 04762-040
São Paulo – SP – Brasil
Tel.: + 55 11 3201 0200
Acesse o site:
www.montana.com.br
7
PARTE 1 – AMARU ®: UMA EVOLUÇÃO
1.1. GRUPO PLANTAR
O Grupo Plantar, fundado em 1967, nasceu da vocação de
seus fundadores para a silvicultura e hoje atua nas áreas
de gestão florestal, siderurgia, projetos de carbono e
madeira tratada. A organização é reconhecida pela
excelência na gestão sustentável de suas empresas,
promovendo investimentos que contribuem para o fomento
e o desenvolvimento das comunidades em que atua
(Figura 1).
8
Figura 1– Esquema organizacional do Grupo Plantar.
A Plantar Reflorestamentos, empresa que deu origem ao
Grupo, é responsável pela administração de viveiros, pelo
plantio, formação e manutenção de florestas próprias e de
terceiros.
A Plantar Siderúrgica produz ferro gusa verde de alta
qualidade, utilizando carvão vegetal renovável. Seus
produtos são destinados aos mercados interno e externo.
A Plantar Carbon oferece serviços de consultoria nas áreas
de mudança do clima e sustentabilidade. É pioneira no país
no campo da mitigação dos gases de efeito estufa, tendo o
primeiro Projeto Florestal de Mecanismo de
9
Desenvolvimento Limpo no Brasil aprovado pela
Organização das Nações Unidas (ONU).
A Plantar Empreendimentos responde pela produção e
comercialização de madeira tratada para utilização em
diversos mercados, como o setor rural, setor elétrico e
construção civil, tendo como produto o material genético
denominado AMARU®.
1.2. AMARU®: MADEIRA TRATADA DE ALTA
PERFORMANCE
Figura 2 – Floresta de AMARU® cultivada em Curvelo/MG.
10
AMARU® é uma madeira de reflorestamento exclusiva do
Grupo Plantar (Figura 2, Figura 3), desenvolvida após
décadas de pesquisas de melhoramento genético de
eucaliptos e cultivada em florestas próprias certificadas
pelo FSC (Forest Stewardship Council).
Figura 3 – Esquema demonstrativo das etapas da cadeira
produtiva do AMARU®.
A produção de mudas para a formação das florestas
comerciais de AMARU® tem início com uma rigorosa
avaliação genética voltada para a seleção e clonagem de
árvores elite que promovam bom nível de produtividade
das áreas cultivadas; que possuam boa resistência a
11
pragas e doenças e que apresentem requisitos de
qualidade desejáveis para a madeira de uso estrutural,
como baixa ocorrência de rachaduras de topo, adequada
relação cerne/alburno, boa densidade e baixos índices de
fendilhamento, de conicidade e de tortuosidade.
Depois de colhida e descascada, a madeira é transportada
para o pátio industrial, onde ocorre a seleção e a
classificação das peças segundo diâmetros e
comprimentos. Na sequência, tem início a etapa de
secagem, que corresponde a uma das fases mais
importantes da cadeia produtiva, sendo determinante para
o bom resultado do tratamento preservativo. O AMARU®
permanece secando ao ar livre até atingir o teor de
umidade máximo de 25%, índice que irá permitir a
imunização plena das camadas permeáveis da madeira, ou
seja, do alburno (Figura 4).
12
Figura 4 – Seção de um tronco de AMARU® com diferenciação das camadas de cerne e de alburno para ilustrar a tratabilidade
dos eucaliptos.
Obedecendo com rigor às normatizações da ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas), a
impregnação das peças com a substância preservativa
CCA (Arseniato de Cobre Cromatado) acontece através de
sistema de vácuo-pressão em autoclave, processo que
garante a proteção da madeira tratada contra o ataque de
insetos xilófagos (cupins, brocas, carunchos, etc.) e de
fungos causadores de podridão e de bolores (Figura 5,
Figura 6). A qualidade do tratamento é garantida por
inspeções sistemáticas dos parâmetros “penetração” e
“retenção” do produto preservativo. O primeiro parâmetro
13
está relacionado à distribuição da substância no tecido
lenhoso, avaliando a profundidade e a uniformidade
alcançadas pelo CCA no alburno. Já o segundo, verifica a
quantidade de preservativo presente na madeira, servindo
para confirmar o atendimento à norma técnica.
Figura 5 – Uma das duas autoclaves da Unidade de Preservação
de Madeira da Plantar.
14
Figura 6 – Esquema das etapas de tratamento de madeira em sistema de vácuo-pressão em autoclave.
Laudos de caracterização do IPT (Instituto de Pesquisas
Tecnológicas) e do LaMEM/USP (Laboratório de Madeiras
e de Estruturas de Madeira da Universidade de São Paulo)
15
confirmam que o AMARU® assegura maior estabilidade
dimensional e resistência se comparado a outras madeiras
de reflorestamento disponíveis no mercado, fator que
credencia o uso do produto nos principais mercados de
madeira tratada, como eletrificação, agronegócio,
paisagismo, construção civil e urbanismo. Destes, o
primeiro a ser explorado foi o elétrico, com o fornecimento
de postes e cruzetas (Figura 7) para a concessionária de
energia CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais
S.A.), que, desde 2012, vem reconhecendo anualmente a
qualidade dos produtos adquiridos concedendo o Prêmio
“Fornecedores CEMIG” à Plantar Empreendimentos e
Produtos Florestais Ltda., detentora da marca AMARU®.
Figura 7 – Poste de AMARU® Natural e cruzeta de AMARU®
Perfilado.
16
A boa aceitação do produto no mercado resultou na
conquista de novos segmentos. Primeiramente no
agronegócio, o AMARU® ganhou destaque nacional e
conheceu aplicações mais variadas, sendo utilizado como
mourão, estaca e estrutura para instalações agropecuárias.
Como caminho natural de um ciclo de evolução técnica e
comercial, chegou à construção civil, encontrando nesse
setor um ambiente muito receptivo e apropriado para o
desenvolvimento de práticas inovadoras.
A comercialização do AMARU® acontece sob a forma de
dois produtos básicos denominados AMARU® Natural e
AMARU® Perfilado . O primeiro corresponde a peças que
conservam a conicidade
natural dos troncos. Já o
segundo, designa peças
que, antes do tratamento
preservativo, passam por
uma usinagem mecânica
que elimina a variação de
diâmetro ao longo do
comprimento (Figura 8).
Figura 8 – Produção de perfil roliço na unidade industrial da
Plantar.
17
A linha de produtos AMARU® Perfilado foi criada
especificamente para atender as necessidades da
construção civil nacional, que demonstra ampla demanda
por soluções construtivas baseadas em madeira com
tecnologia e apelo ecológico agregados. A introdução dos
perfis de AMARU® nesse mercado resultou do
planejamento integrado entre a Plantar Empreendimentos e
a empresa paulista Montana Química S.A., fabricante de
produtos para preservação e acabamento de madeiras. O
projeto delineado e implementado pelas companhias se
baseou na articulação de estratégias comerciais e de
conhecimento técnico na área de soluções construtivas,
visando promover o uso do material e sustentar o aumento
da demanda ao longo do tempo.
1.3. PLANTAR E MONTANA: PARCERIA DE
SUCESSO
Reunindo conhecimentos nas áreas de silvicultura,
estruturas de madeira e indústria química para proteção e
acabamento de madeiras, as empresas Plantar
Empreendimentos e Montana Química trabalham em
18
parceria, desde 2010, para promover o uso da madeira de
reflorestamento preservada na construção civil.
A associação dessas empresas, que possuem longo e
honrado histórico de atuação no mercado de madeiras,
possibilitou a combinação de meios, de ferramentas e de
processos que resultaram na formatação de um Sistema
Construtivo pautado nas melhores práticas envolvidas na
cadeia produtiva de uma obra, desde a preparação das
mudas de árvores para o plantio, passando pelas etapas
de cultivo, beneficiamento mecânico, tratamento
preservativo, projeto, fabricação e montagem de estruturas,
até chegar à etapa final de aplicação de produtos de
acabamento na madeira.
As parceiras possuem capacidade para atender o mercado
nacional em larga escala, contando com revendas
independentes distribuídas pelo país. A serviço destas,
bem como de empresas e de profissionais autônomos, a
Plantar e a Montana mantém uma equipe de especialistas
para fornecer suporte técnico nas áreas de
desenvolvimento de projetos e de execução de obras com
o Sistema Construtivo AMARU® Perfilado com Acabamento
em Osmocolor®.
19
A partilha de conhecimentos e a capacitação profissional
constituem os principais pilares sobre os quais se estrutura
e se viabiliza o objeto da parceria.
20
PARTE 2 – MADEIRA DE REFLORESTAMENTO
TRATADA: CONCEITOS E APLICAÇÕES
2.1. REGULAMENTAÇÃO DA ATIVIDADE DE
PRESERVAÇÃO DE MADEIRAS
No Brasil, a atividade industrial de preservação de
madeiras é regulamentada pela Portaria Interministerial nº
292, de 28 de abril de 1989, pela Instrução Normativa nº
05, de 20 de outubro de 1992 e pela Portaria nº 10, de 16
de fevereiro de 2005.
As Usinas de Preservação de Madeiras (UPMs) devem
possuir equipamentos e instalações adequados para o
atendimento da legislação pertinente, que inclui
conformidade com a Norma Regulamentada pelo Ministério
do Trabalho e Emprego (NR 13 – Caldeiras e Vasos de
Pressão), registro no IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio
Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) e cumprimento
das exigências estaduais e municipais relacionadas ao
meio ambiente (MONTANA QUÍMICA S.A., 2014a, p. 5).
21
O uso da madeira tratada tem como principal órgão
regulador a Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), que mantém normas específicas para as mais
diversas situações relacionadas ao tema. O governo
federal, por seu turno, regula a utilização de produtos
preservativos e credencia empresas para operar com tais
substâncias por meio do IBAMA.
2.2. TRATABILIDADE DAS CONÍFERAS E DAS
FOLHOSAS
A classificação científica das árvores faz distinção entre
coníferas e folhosas , havendo diferenças importantes
entre as madeiras produzidas por cada uma dessas
categorias de vegetais.
As coníferas pertencem ao grupo botânico denominado
gimnosperma, que, dentre outras características,
corresponde a plantas que apresentam “sementes nuas”,
ou seja, sementes que não são envolvidas por um fruto,
mas sim dispostas em torno de um eixo, configurando uma
estrutura cônica (Figura 9). O Pinho-do-Paraná é uma
espécie de conífera nativa do Brasil (Figura 10), mas aqui
22
também são cultivadas diversas variedades de pinus, que
constituem coníferas exóticas.
Figura 9 – Configuração típica das sementes das árvores
coníferas (ou gimnospermas)
Figura 10 – Araucária ou Pinho-do-Paraná: exemplo de conífera
nativa do Brasil.
As folhosas fazem parte do grupo botânico das
angiospermas, cuja característica a ser destacada em
oposição às gimnospermas é a ocorrência de frutos que
abrigam sementes em seu interior. A maior parte das
espécies florestais brasileiras é folhosa, incluindo a
23
sucupira, o ipê, o mogno, a andiroba, o cedro, o jatobá, o
pau-brasil, o jacarandá, o cumaru, a itaúba, o angelim-
pedra, o pau roxo, etc. (Figura 11). Além dessas nativas, o
eucalipto é uma folhosa exótica amplamente cultivada no
Brasil para produção comercial de madeira, sendo esse o
caso do AMARU® (Figura 12).
Figura 11 – Ipê Amarelo: exemplo de folhosa (angiosperma) nativa do Brasil.
Figura 12 – Plantio comercial de eucalipto, exemplo de folhosa (angiosperma) exótica.
24
Embora os termos em inglês para designar as coníferas e
as folhosas sejam, respectivamente, softwood (madeira
macia) e hardwood (madeira dura), a tradução literal das
palavras comporta exceções. Nem todas as madeiras
provenientes de coníferas são macias e nem todas as
folhosas são fornecedoras de madeira dura.
A aparência das seções dos troncos de coníferas e
folhosas também difere. Na observação a olho nu, as
coníferas apresentam anéis de crescimento anual visíveis
ao passo que nas folhosas as camadas geralmente
percebidas são o cerne e o alburno (Figura 13).
a) Aparência geral do tronco de uma conífera: anéis de
crescimento anual visíveis.
25
b) Aparência geral do tronco de uma folhosa: clara
diferenciação entre as camadas de cerne e de alburno.
Figura 13 – Diferenciação entre as seções dos troncos de uma conífera e de uma folhosa.
As diferenças nos arranjos dos elementos anatômicos que
constituem as coníferas e as folhosas são ainda mais
perceptíveis na análise microscópica (Figura 14) e fazem
com que as madeiras delas provenientes assumam
comportamentos diferenciados em relação ao tratamento
preservativo.
26
a) Aspectos anatômicos de uma conífera.
a) Aspectos anatômicos de uma folhosa.
Figura 14 – Estrutura microscópica do lenho das madeiras de coníferas e de folhosas.
A capacidade de penetração das substâncias preservativas
está diretamente relacionada à permeabilidade das
27
madeiras. Normalmente, as madeiras mais duras
apresentam maior dificuldade para secar e para serem
impregnadas por preservativos pelo fato de possuírem
menores espaços vazios disponíveis para a circulação de
fluidos.
Dado o exposto, é possível estabelecer os seguintes
padrões de tratabilidade para coníferas e folhosas:
• Coníferas : apresentam canais de penetração que
permitem distribuição homogênea do fluxo de
preservativo por toda a madeira, sendo possível atingir a
saturação completa de algumas coníferas, como os
pinus, com a substância preservativa;
• Folhosas : por apresentar maior porosidade, a camada
de alburno aceita melhor o tratamento preservativo do
que o cerne. Na maioria das folhosas, como no caso dos
eucaliptos, a impregnação total do alburno com o
produto preservativo é possível. O mesmo não ocorre
com o cerne porque os dutos celulares dessa camada
apresentam-se obstruídos pela formação de tiloses e
pela deposição de extrativos.
28
2.3. ASPECTOS RELEVANTES SOBRE A
SUBSTÂNCIA PRESERVATIVA CCA
O preservativo de madeiras mais utilizado nas UPMs é o
CCA (Arseniato de Cobre Cromatado), tipo C, na base
óxido, que responde por aproximadamente 90% do
mercado. Assim como os produtos semelhantes, é utilizado
dentro de um sistema industrial fechado que oferece muita
segurança aos operadores, não havendo contato direto do
homem com o produto.
O CCA, produto empregado no tratamento do AMARU®, é
hidrossolúvel, possui ação fungicida e inseticida e confere
maior segurança quando da utilização da madeira tratada
uma vez que: não deixa resíduos superficiais, não exala
vapores ou odores, não altera a condutividade elétrica e a
combustibilidade da madeira, não aumenta a corrosividade
dos metais em contato com ela e ainda proporciona maior
durabilidade aos produtos de acabamento superficial nela
aplicados (id., 2009, p. 1). Os produtos de acabamento,
vale destacar, também permitem modificar a coloração
esverdeada que a madeira assume após o tratamento.
A madeira adequadamente tratada com CCA não deve ser
classificada como perigosa porque o produto é
29
extremamente resistente à lixiviação, permanecendo fixo e
estabilizado nas fibras da madeira. Esse preservativo é
uma mistura de óxidos metálicos estáveis, que reagem
quimicamente com os açúcares da madeira, formando
precipitados que permanecem insolúveis no interior das
cavidades celulares. Tão logo esses precipitados tenham
se fixado na madeira, o que ocorre no pátio da própria
usina de tratamento, eles não migram ou evaporam (id.,
2010a, p. 1).
2.4. RESTRIÇÕES DE USO PARA A MADEIRA
TRATADA COM CCA
O AMARU® preservado e seus resíduos, assim como
acontece com qualquer outra madeira tratada, não devem
ser utilizados nas seguintes condições:
• Situações em que a madeira possa contaminar ou
tornar-se componente de alimento humano ou animal,
como: tábuas de bater e de cortar carne, pilões para
socar temperos e cereais, recipientes para alimentos,
silos para armazenagem de grãos, cochos para rações,
30
partes de colmeias que possam vir a ter contato com o
mel, etc.;
• Situações em que a madeira possa vir a ter contato com
a água potável, como reservatórios de água e dutos
para a sua condução. Constituem exceção os casos de
contatos incidentais, como pontes e docas.
• Interior de cabines de saunas;
• Camas para animais;
• Lenha para ser queimada em fogueiras, fogão,
churrasqueira, lareira, fornos, grelhas e caldeiras
residenciais; e
• Utilização de resíduos para fabricação de produtos
destinados à queima. Exemplo: carvão ou briquetes.
2.5. DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS DE MADEIRA
TRATADA COM CCA
A legislação ambiental vigente permite estabelecer
orientações variadas em relação à destinação final da
31
madeira tratada fora de serviço ou das sobras geradas
durante o seu processamento.
Sempre que possível, uma ótima alternativa para a madeira
tratada colocada fora de serviço por não mais apresentar
desempenho adequado para a função em que foi
empregada originalmente é a sua reutilização para a
confecção de peças decorativas, elementos de jardinagem
e de paisagismo, playgrounds, cercas, lixeiras, cavaletes,
etc.
Quando os resíduos de madeira tratada não são passíveis
de reutilização, um dos procedimentos legítimos é a sua
destinação para um aterro industrial controlado, que esteja
devidamente registrado pelo órgão ambiental local e que
atenda às legislações ambientais vigentes no município, no
estado e na federação. Outra solução adequada é usar tais
resíduos como biomassa energética em fornos ou caldeiras
industriais que possuam sistema de queima controlada, em
circuito fechado, e que estejam em situação de
regularidade com as licenças ambientais cabíveis para
essa finalidade. Além das opções citadas, a Resolução
CONAMA 307/02, que estabelece critérios e procedimentos
para uma gestão adequada dos resíduos provenientes da
32
construção civil, também apresenta as possibilidades de
encaminhar os resíduos para Ecopontos, Áreas de
Transbordo e Triagem (ATT’s) ou para empresas
recicladoras. Vale destacar que o envio para empresas
desse segmento – normalmente aquelas especializadas na
fabricação de produtos como chapas de fibras, chapas de
partículas, madeira laminada, compósitos de madeira-
cimento e compósitos de fibras de madeira-plástico – pode
exigir fornecimento contínuo e em quantidade suficiente
para atender às demandas de produtividade da unidade
industrial.
Informações mais detalhadas sobre a destinação final de
madeira tratada podem ser consultadas nos seguintes
documentos (disponíveis para download no site da
Montana Química):
• “Gerenciamento de Resíduos de Madeira Industrializada
na Construção Civil”
(http://www.montana.com.br/Comunicacao/Publicacoes/
Livros-Manuais-e-Cartilhas); e
• “Destinação Final de Madeira Tratada com CCA”
(http://www.montana.com.br/Comunicacao/Publicacoes/I
nformativo-Tecnico)
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Quadro resumo de alternativas para disposição de re síduos de madeira tratada com CCA:
ALTERNATIVA CONCEITO FORMAS DE CONCRETIZAÇÃO VIABILIDADE P / O CONSUMIDOR FINAL
REUTILIZAÇÃO Reaplicação de um resíduo sem transformação do mesmo.
Usar a madeira para a confecção de outros bens.
ALTA
RECICLAGEM
Processo de reaproveitamento de um resíduo mediante sua transformação.
Encaminhar a madeira descartada para empresas recicladoras que utilizem o material na fabricação de produtos compósitos.
BAIXA
Encaminhar a madeira descartada para uma ATT (área destinada ao recebimento de resíduos da construção civil para triagem, armazenamento temporário dos materiais segregados, eventual transformação e posterior remoção para destino adequado).
ALTA
DESTINAÇÃO FINAL
Disposição de resíduos não passíveis de reutilização ou reciclagem.
Encaminhar para aterros industriais legalizados, de classe I.
ALTA
Encaminhar para tratamento térmico em formos ou caldeiras industriais de queima controlada em circuito fechado.
BAIXA
34
2.6. PRODUTOS PARA ACABAMENTO DE MADEIRAS
Quando exposta ao tempo, qualquer madeira pode ser
afetada por fatores ambientais como calor e radiação
ultravioleta do sol, chuvas, ventos, geadas e poeira. A
incidência dos raios ultravioleta sobre a superfície
desprotegida da madeira causa estragos na sua porção de
lignina, componente responsável pela coesão entre as
fibras do tecido lenhoso. Com isso, a madeira assume
aspecto esbranquiçado e o seu processo de desfibramento
é acelerado, tendo como resultado a redução de sua
resistência à abrasão e o aumento de sua porosidade, fator
este que favorece a penetração de umidade.
Nessas condições, é fundamental proteger a camada
superficial da madeira com produtos de acabamento que
ofereçam proteção contra a radiação solar ultravioleta, que
não sejam formadores de películas e que apresentem a
propriedade de repelir a água, estando essas
características reunidas nos stains. Ao contrário das tintas
e vernizes, os stains são produtos impregnantes que não
encobrem a textura natural da madeira, assim valorizando
a beleza do material. Quanto à proteção que fornecem,
podem ser classificados em duas categorias:
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• Stains Impregnantes e Preservativos: são os que
possuem ação fungicida como característica adicional.
Essa classificação é conseguida, obrigatoriamente,
mediante o registro do produto no IBAMA, sendo para
tanto necessário comprovar a eficácia da ação
imunizante contra fungos por meio de ensaios
específicos normatizados pela ABNT;
• Stains Impregnates de Acabamento: são aqueles que
podem ou não possuir substâncias fungicidas, algicida
ou inseticida em sua composição, bem como possuir
ação fungitática, mas não necessitam de registro no
IBAMA. Como esse tipo de stain não é considerado
preservativo de madeira, o seu fabricante não pode
explorar comercialmente qualquer característica dessa
natureza.
A Montana Química, que possui vasta tradição no comércio
de produtos para proteção e acabamento de madeiras,
fabrica o stain preservativo registrado com a marca
“Osmocolor®” (Figura 15). Devidamente licenciado pelo
IBAMA, o Osmocolor® Stain é preservativo que:
• Protege e embeleza a madeira, realçando seus veios e
desenhos naturais;
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• Possui formulação composta de fungicidas, resinas e
pigmentos que protegem a superfície da madeira da
ação dos raios solares UV (ultravioleta) e de fungos
manchadores e emboloradores;
• Possui a propriedade de hidrorrepelência, que
proporciona maior estabilidade dimensional para a
madeira;
• Penetra nas fibras e acompanha os movimentos da
madeira sem formar a película rígida dos acabamentos
convencionais, os quais são facilmente deterioráveis
pelas intempéries;
• É de fácil aplicação e manutenção. Uma vez que seu
desgaste se dá por erosão, basta uma leve limpeza e
lixamento da superfície para reaplicar o produto;
• Está disponível em vários tipos e tonalidades, com
indicações específicas para cada situação de uso e de
exposição.
37
Figura 15 – Osmocolor® Stain Preservativo, produto de
acabamento de madeiras da Montana Química S.A.
Osmocolor® Stain, assim como outros produtos de proteção
e acabamento de madeiras da Montana Química, pode ser
adquirido nas revendas de AMARU® ou em lojas de tintas.
Para essa última modalidade de compra, o site do
fabricante oferece um serviço de busca (disponível em:
http://www.montana.com.br/Produtos/Revendas/Linha-
Decorativa-Imobiliaria/Stains-Preservativos/Osmocolor-
Stain-Natural-UV-Gold) que permite localizar a revenda
mais próxima do endereço do consumidor.
38
2.7. MADEIRA E SUSTENTABILIDADE NA
CONSTRUÇÃO CIVIL
Ao longo da história, a madeira tem sido um material
largamente utilizado, atendendo às mais diferentes
finalidades, desde a produção de energia ao uso em
edificações. Por causar prejuízos ambientais de grandes
proporções, no entanto, a exploração indiscriminada desse
recurso natural atingiu limites inaceitáveis para ter
continuidade. Como consequência da escassez da madeira
de florestas nativas e do desenvolvimento tecnológico dos
nossos tempos, é o produto originado em florestas
plantadas com espécies de rápido crescimento que hoje se
apresenta como alternativa eficaz para suprir as demandas
dos mais diversos mercados de madeira, inclusive o da
construção civil.
A pressão global por soluções construtivas menos
agressivas ao meio ambiente, por sua vez, (re)colocou a
madeira em posição de destaque em relação a materiais
industrializados amplamente explorados no século
passado. Uma das principais questões relacionadas ao
conceito de sustentabilidade na arquitetura atualmente é o
uso de materiais de fontes renováveis e que demandem
39
baixo consumo de energia na sua produção. Nessa
perspectiva, a madeira se apresenta como um produto de
melhor desempenho quando comparado ao alumínio, ao
aço, ao cimento e a muitos outros.
Através do processo de fotossíntese, as árvores absorvem
gás carbônico (CO2) da atmosfera e estocam o carbono (C)
em sua biomassa. Assim, o carbono armazenado ao longo
do período de crescimento de uma árvore é parte
constituinte dos produtos de madeira dela derivados.
Frente à grande quantidade de carbono estocada na
madeira industrializada e nos plantios florestais, as
emissões de CO2 decorrentes do processamento da
madeira passam a ser insignificantes.
A expansão das florestas plantadas e o emprego da sua
madeira nas construções é um modelo eficaz e
economicamente viável de fixação de carbono,
contribuindo de forma significativa para a redução do efeito
estufa e das suas consequências no aquecimento global
(id., 2014a, p.1).
40
PARTE 3 – CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO DE
ESTRUTURAS DE AMARU ®
3.1. BOAS PRÁTICAS RELACIONADAS AO PROJETO
DE ESTRUTURAS DE MADEIRA
O projeto corresponde a um item que também pode
contribuir, significativamente, para que a madeira
mantenha boa performance ao longo do tempo. Um passo
inicial importante é fundamentar a escolha da madeira em
critérios como procedência, resistência e durabilidade,
podendo-se relacionar as seguintes questões a cada um
deles:
• Procedência : assegurar-se de que o material procede
de fonte segura e legal;
• Resistência : a noção das propriedades mecânicas da
madeira abre caminho para que o projeto seja
desenvolvido em consonância com o seu potencial
41
estrutural. Em relação ao AMARU®, um importante
facilitador nessa área é representado pela “Tabela de
Pré-dimensionamento de Estruturas” 1, documento que
exemplifica elementos estruturais de AMARU® com
resistência adequada para diversas situações de
carregamento.
• Durabilidade : quando aplicada em situações que
envolvam responsabilidade estrutural e exposição a
organismos deterioradores, deve-se optar por uma
madeira durável, requisito atualmente atendido pelas
madeiras de reflorestamento submetidas a tratamento
preservativo sob pressão em autoclave.
Além da proteção contra os agentes bióticos (vivos), o
projeto também deve ser cauteloso em relação aos fatores
ambientais que afetam o desempenho da madeira,
privilegiando soluções que proporcionem proteção contra
1 A Tabela de Pré-dimensionamento de Estruturas de AMARU® está disponível para download no endereço: http://www.montana.com.br/Comunicacao/Publicacoes/Livros-Manuais-e-Cartilhas
42
os raios solares ultravioleta e contra a concentração de
umidade nas peças.
O cuidado relacionado à radiação solar se resume na
especificação de “stains” para revestimento superficial da
madeira, preferencialmente os que também possuem ação
preservativa, como é o caso do Osmocolor®, da Montana
Química.
Para salvaguardar a madeira dos efeitos da chuva e para
promover a rápida drenagem da água na obra, podemos
citar medidas como garantir estanqueidade aos telhados,
trabalhar com beirais generosos e dotar as coberturas de
dispositivos para captação e direcionamento das águas
pluviais (calhas e rufos). Outra questão de extrema
importância diz respeito ao detalhamento das interfaces da
estrutura de madeira com a fundação ou com qualquer
outro substrato utilizado como base. Nesses casos, a
recomendação é livrar a madeira do contato com o solo e
nunca posicionar as bases das peças abaixo do nível do
piso acabado. Para tanto, basta recorrer a conectores
metálicos (executados com chapas de aço galvanizado)
para fazer a ligação entre os componentes do conjunto
estrutural, sendo possível detalhar conectores
43
diferenciados em função da solicitação de carga da peça
de madeira (Figura 16).
Figura 16 – Exemplo de base de pilar de AMARU® Perfilado
fixado com conexão metálica.
As situações de agressividade a que os componentes de
madeira das construções podem ser submetidos são
tratadas pela ABNT na norma técnica NBR 16143 –
“Preservação de Madeiras: Sistemas de Categorias de
Uso”. O documento oferece um mecanismo simplificado
para orientar decisões quanto ao uso racional e inteligente
da madeira em obras. Visando obter o melhor desempenho
do material em termos de durabilidade e de resistência a
agentes biodeterioradores, relaciona tipos de madeiras
aplicadas em diferentes condições de projeto e indica as
44
alternativas de tratamento preservativo apropriadas para
cada caso.
Em observância à NBR 16143, a aplicação do AMARU ®
Perfilado tratado em autoclave é indicada para a
condição de agressividade máxima caracterizada pelo
uso em ambiente externo, fora do contato com o solo e
sujeito às intempéries . Esse enquadramento normativo
permite uma vasta exploração do produto na construção
civil, apenas excluindo as possibilidades de aplicação que
envolvam contato com o solo, contato com água doce,
engaste em concreto ou em alvenaria e exposição a água
salgada ou salobra. A respeito dessas exclusões, cabem
os seguintes esclarecimentos:
• A não recomendação para uso do AMARU® Perfilado
em situações de engaste em concreto ou em alvenaria
pressupõe o embutimento da peça, não devendo ser
confundida com o contato superficial da madeira com os
mesmos materiais;
• A não recomendação para uso do AMARU® Perfilado
em contato com água doce não diz respeito à exposição
a fontes de umidades residenciais (Ex.: banheiros).
45
Além da mencionada, a ABNT também dispõe de outras
normas técnicas relacionadas ao uso da madeira (tratada
ou não) como componente de estruturas e para a
confecção de elementos diversos, como postes e cruzetas,
carreteis, dormentes ferroviários, mourões, etc. Dentre
elas, merece destaque a NBR 7190 - “Projetos de
Estruturas de Madeira”, que constitui referência para a
elaboração de projetos estruturais de madeira, atividade
que deve ser desenvolvida por profissionais legalmente
habilitados.
3.2. INSPEÇÕES DE ROTINA
Assim como ocorre com qualquer outro material
construtivo, é fundamental realizar inspeções periódicas e
sistemáticas para avaliar o estado geral de conservação da
madeira aplicada em função estrutural ou não. O objetivo
das vistorias deve ser identificar fontes ou sinais de
deterioração, tais como: goteiras e infiltrações em telhados;
telhas quebradas; calhas entupidas ou danificadas;
infiltrações em esquadrias e cantos de paredes; corrosão
acentuada em elementos metálicos usados nas fixações da
estrutura de madeira; formação de poças de água em
46
contato com a madeira; descoloração da madeira;
presença de fungos no material ou nas imediações; e
infestações de insetos xilófagos em qualquer elemento de
madeira existente na obra.
As inspeções devem, inclusive, preceder a execução da
obra. Nessa fase, é muito importante investigar a
ocorrência de cupins no terreno e, se for o caso, buscar
ajuda de empresas especializadas para combatê-los.
Outras medidas simples são muito eficazes para evitar o
crescimento de colônias no entorno da edificação, como
manter o terreno livre de resíduos de madeira não tratada
enterrados (ex: formas para blocos de concreto das
fundações).
Como responsável pela realização das inspeções em obras
executadas com componentes de AMARU®, o proprietário,
ao detectar eventuais sinais de danos relacionados a essa
madeira, deverá informar o fornecedor sobre o ocorrido,
sendo esse um requisito para a manutenção da Garantia
do produto. Nessa hipótese, contará com assistência
técnica não só da revenda que efetuou os serviços, mas
também da equipe da Plantar Empreendimentos
especializada em suporte a projetos e obras.
47
Quadros resumo de inspeções:
• Fase 1: antes do início da obra:
LOCAL POSSÍVEIS PROBLEMAS PERIODICIDADE AÇÕES NA OCORRÊNCIA DE FALHAS
Terreno -Ocorrência de cupins 1 vez, próximo ao início da obra
-Combater os focos de cupins antes de dar início à obra Entorno do
terreno
• Fase 2: durante a execução da obra:
LOCAL POSSÍVEIS PROBLEMAS PERIODICIDADE AÇÕES NA OCORRÊNCIA DE FALHAS
Terreno -Ocorrência de cupins; -Ocorrência de madeira não tratada enterrada em caráter permanente
Sempre que estiver em andamento algum serviço que envolva preparação de formas ou escoramentos.
-Combater os focos de cupins; -Retirar qualquer peça de madeira não tratada que esteja sob o solo.
Fundações
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• Fase 3: após a conclusão da obra:
LOCAL POSSÍVEIS PROBLEMAS PERIODICIDADE AÇÕES NA OCORRÊNCIA DE FALHAS
Cobertura -Goteiras e infiltrações; -Telhas quebradas; -Rufos danificados -Calhas entupidas e/ou danificadas;
A cada 6 meses ou antes, acompanhando as temporadas de chuvas ou no caso de exposição ao acúmulo de detritos (ex.: folhas).
Providenciar manutenção.
Alvenarias e esquadrias
-Infiltrações em alvenarias e em cantos de paredes;
A cada 6 meses ou antes, acompanhando as temporadas de chuvas.
Identificar os pontos de infiltração e providenciar o reparo.
Estrutura de AMARU®
-Corrosão acentuada dos fixadores metálicos;
A cada 1 ano ou antes, no caso de terrenos litorâneos.
Solicitar avaliação do responsável pela execução da estrutura de madeira.
-Formação de poças de água em contato com a madeira;
A cada 6 meses ou antes, acompanhando as temporadas de chuvas.
Providenciar manutenção.
-Presença de fungos. A cada 6 meses se a madeira não tiver recebido acabamento com Osmocolor® Stain.
Providenciar remoção dos fungos e posterior aplicação de Osmocolor® Stain.
-Desgaste do acabamento com Osmocolor® Stain.
A cada 1 ano. Providenciar reaplicação do produto.
Conjunto da obra
-Infestação de fungos e de insetos xilófagos em qualquer elemento de madeira existente na obra.
A cada 6 meses ou antes caso algum sinal de infestação se apresente.
-Combater os focos de cupins e de fungos.
49
3.3. MANUTENÇÕES PREVENTIVAS
A manutenção preventiva é caracterizada pelo conjunto de
ações contínuas realizadas para conservar o desempenho
da madeira em serviço. A vinculação dessas manutenções
a um programa eficaz de inspeções da obra contribui
expressivamente para o prolongamento da vida útil das
estruturas de madeira, representando custos muito
otimizados em relação ao benefício que é proporcionado.
Qualquer falha detectada durante as inspeções deve ser
adequadamente corrigida. Além de reparar deficiências
instaladas na edificação, outras medidas apresentam
caráter mais rotineiro e servem para evitar ou para reduzir
problemas futuros, sendo as mais evidentes:
• remover sujeiras das fachadas para não permitir
acúmulos que favoreçam a concentração de umidade na
madeira;
• limpar e desentupir calhas e drenos de água; e
• reaplicar o acabamento protetor (Osmocolor® Stain
Preservativo) no tempo adequado, o que, dependendo
das condições de exposição, pode variar de 1 a 5 anos.
50
Vale reforçar que alguns comportamentos naturais da
madeira não são considerados patologias, como o
encolhimento e a formação de trincas até que o material
atinja o ponto de equilíbrio com o ambiente externo.
Em relação à contração da seção transversal das peças de
AMARU® (encolhimento) é preciso ficar atento quanto as
seguintes ocorrências:
• Afrouxamento de parafusos passantes formados
pela associação de barras rosqueadas, porcas e
arruelas : facilmente corrigido com o reaperto desses
elementos de fixação, devendo o serviço ser combinado
e realizado por profissional habilitado a trabalhar com o
Sistema Construtivo baseado em AMARU®.
• Afastamento entre elementos que deveriam estar em
contato e aproximação entre elementos que
deveriam estar afastados : o reaperto dos elementos
de fixação da estrutura também deve ser suficiente para
corrigir tais situações, desde que o serviço seja
realizado por profissional habilitado.
Sobre as rachaduras nas peças de AMARU®, a aplicação
do cupinicida Pentox® Super Dupla Ação (Figura 17)
51
naquelas cuja profundidade atingir a porção do cerne,
corresponde ao cuidado mais importante em relação aos
componentes com função estrutural. A constatação de que
o cerne da peça foi afetado por uma rachadura é possível
pela observação de uma linha de ruptura na tonalidade das
paredes da fenda. A camada externa do alburno
apresentará coloração mais escura e esverdeada ao passo
que o cerne se mostrará com a tonalidade mais clara e
natural da madeira.
Figura 17 – Pentox® Super Dupla Ação: cupinicida de ação preventiva da Montana Química.
52
Também é dada ao proprietário a alternativa de preencher
as rachaduras com o produto de calafetação Mazza®
(Figura 18), mediante combinação prévia com os
responsáveis pela execução da estrutura, sempre que:
• Estiverem em posição desfavorável que permita o
acúmulo de água e/ou de sujeira;
• Quando estiverem em local visível e se apresentarem
esteticamente desagradáveis no julgamento do
proprietário.
Figura 18 – Mazza®: produto para calafetação de rachaduras da
Montana Química.
Na hipótese da madeira passar a apresentar, após a
conclusão da obra, um padrão de rachaduras que pareça
excessivo, o proprietário tem a opção de solicitar ao
fornecedor uma avaliação mais detalhada.
53
3.4. INTERVENÇÕES DURANTE A VIDA ÚTIL DA
ESTRUTURA
Durante o tempo de uso de uma edificação, é normal a
promoção de mudanças no projeto original em decorrência
de motivos diversos, sejam eles desejo ou necessidade do
proprietário. Diante dessas situações, os primeiros passos
independem do sistema construtivo utilizado na obra: é
preciso entender a concepção estrutural e suas limitações
para, com respaldo técnico especializado, definir o que é
possível fazer.
De forma muito simplificada, cabe esclarecer que nem todo
sistema estrutural é baseado em uma armação principal -
formada por pilares e vigas - que recebe, distribui e
direciona as cargas de uma obra para a fundação. Em
muitos casos, as paredes também exercem função
estrutural, sendo essa uma ocorrência possível em
alvenarias executadas com blocos estruturais ou em
edificações baseadas nos sistemas construtivos Wood
54
Frame2 e Steel Frame3. Embora ofereçam inúmeras
vantagens e tendam a ganhar cada vez mais espaço no
mercado, essas tipologias impõem maiores restrições para
a remoção de paredes.
Os perfis de AMARU® podem ser usados em sistemas
estruturais do tipo Wood Frame (Figura 19) e, nessas
circunstâncias, o conjunto da obra deve ser objeto de
estudo mais detalhado durante o planejamento de reformas
ou de intervenções pontuais. Na mesma situação se
enquadram as edificações de AMARU® Perfilado que
seguem os princípios do sistema Notching, no qual as
paredes autoportantes – formadas pela sobreposição de
2 Sistema de construção a seco constituído por uma estrutura leve de perfis de madeira que formam um esqueleto estrutural autoportante composto de painéis, vigas, tesouras de telhado e outros elementos, projetados para suportar as cargas da edificação. Sobre este esqueleto estrutural são fixadas placas de fechamento internas e externas, isolamentos termo acústicos e barreiras, gerando uma construção com aspecto final semelhante ao da construção convencional. 3 Sistema construtivo similar ao Wood Frame no qual o esqueleto estrutural autoportante é executado com perfis de aço galvanizado e não de madeira.
55
peças de madeira maciça na posição horizontal – se
entrecruzam formando um conjunto estrutural muito estável
(Figura 20).
a) Esquema dos painéis do sistema AMARU® Frame.
b) Estudo de edificação baseada no sistema AMARU®
Frame.
Figura 19 – Sistema Construtivo AMARU® Frame.
56
Figura 20 – Estudo de uma edificação de AMARU® Perfilado
baseada no sistema Notching.
Em relação às estruturas de AMARU® concebidas no
conceito tradicional de pilares e vigas (Figura 21), as
precauções e restrições mais evidentes recaem sobre as
intervenções que possam gerar sobrecarga na estrutura,
que impliquem remoção de componentes da estrutura ou
de elementos construtivos que sirvam de apoio para a
mesma. Somente profissionais especializados podem
definir, com segurança, as soluções cabíveis para cada
caso.
57
a) Estrutura em fase de
montagem b) Obra acabada
Figura 21 – Exemplo de obra com estrutura de AMARU® Perfilado concebida no princípio de pilares e vigas.
Ainda a respeito do modelo estrutural acima, é importante
exemplificar intervenções de menores proporções cujo
potencial de impacto na estrutura não pode ser
negligenciado, como a realização de desbastes e de
furações pontuais nas peças de AMARU® para facilitar a
instalação de objetos e de utilidades (armários, vasos,
luminárias, dutos, etc.).
Qualquer recorte executado em peças com função
estrutural implica redução da sua seção transversal e,
dependendo da profundidade, pode diminuir e
comprometer a capacidade de resistência do elemento,
bem como a eficiência do tratamento preservativo se o
58
cerne ficar exposto. Dessa forma, a remoção pontual de
qualquer porção das peças estruturais de AMARU®,
incluindo furações, deve ser evitada. Não havendo essa
possibilidade, as intervenções citadas deverão respeitar os
limites indicados a seguir. Na hipótese de excederem os
parâmetros aqui estabelecidos ou de se tratar de um caso
não contemplado nesse documento, a interferência só
poderá ocorrer mediante a aprovação do responsável pela
execução da estrutura. Quando aprovadas e executadas,
as superfícies geradas por tais intervenções devem ser
protegidas com aplicação do cupinicida Pentox® Super
Dupla Ação. Na sequência, deve ser realizado acabamento
com Osmocolor® Stain Preservativo nas faces que ficarem
expostas para os lados interno ou externo da construção.
59
Execução de desbastes em peças estruturais de AMARU ® após a conclusão da obra:
• Posição dos desbastes em peças submetidas a cargas paralelas em relação ao eixo
longitudinal (ex.: pilares):
60
• Posição dos desbastes em peças submetidas a cargas ortogonais, ou inclinadas, em
relação ao eixo longitudinal (ex.: vigas, terças, banzos, caibros, etc.):
61
• Tabela com limites de dimensões para a execução de desbastes:
DIÂMETRO EQUIVALENTE DOS PERFIS DE AMARU®
CARACTERÍSTICAS DOS DESBASTES
PROFUNDIDADE COMPRIMENTO ALTURA
15 cm Máximo 1,00 cm
Até o limite do comprimento da peça
Poderá atravessar a peça por completo
13 cm Máximo 0,75 cm
11 cm Máximo 0,75 cm
9 cm Máximo 0,50 cm
6 cm Máximo 0,30 cm
4 cm Máximo 0,30 cm
62
Execução de furos em peças estruturais de AMARU ® após a conclusão da obra:
• Tabela com limites de dimensões para a execução de furos:
DIÂMETRO EQUIVALENTE DOS PERFIS DE AMARU®
CARACTERÍSTICAS DOS FUROS
GEOMETRIA DIÂMETRO PROFUNDIDADE
15 cm
Circular
Máximo 3,0 cm
Poderão atravessar a peça por completo
(furo passante)
13 cm Máximo 2,6 cm
11 cm Máximo 2,2 cm
9 cm Máximo 1,8 cm
6 cm Máximo 1,2 cm
4 cm Máximo 0,8 cm
63
• Determinação de faixas do comprimento da peça que podem receber furações:
64
• Determinação de distâncias a serem respeitadas para a execução de furos, sendo
permitidos até dois furos em cada faixa de comprimento da peça:
65
• Orientação dos furos:
66
• Furos executados sobre uma linha paralela à direção das fibras da madeira devem ser
posicionados na linha neutra do elemento estrutural:
67
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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68
KLOCK, Humberto, et. al.. Química da Madeira . 3. ed. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2005. 86 p. Disponível em: <http://www.madeira.ufpr.br/disciplinasklock/quimicadamadeira/quimicadamadeira.pdf>. Acesso em: 01 dezembro 2015. MONTANA QUÍMICA S.A. A Indústria de Madeira Preservada no Brasil. Treinamento Montana para Usinas de Preservação de Madeira , São Paulo: Montana Química S.A., 2014a. Programa de Treinamento Montana – Lição 1. 10 p. MONTANA QUÍMICA S.A. O Crescimento da Árvore e do Material Lenhoso. Treinamento Montana para Usinas de Preservação de Madeira , São Paulo: Montana Química S.A., 2014b. Programa de Treinamento Montana – Lição 2. 12 p. MONTANA QUÍMICA S.A. Relações Madeira-Água. Treinamento Montana para Usinas de Preservação de Madeira , São Paulo: Montana Química S.A., 2014c. Programa de Treinamento Montana – Lição 3. 9 p. MONTANA QUÍMICA S.A. Deterioração da Madeira por Fungos, Insetos e Brocas Marinhas. Treinamento Montana para Usinas de Preservação de Madeira , São Paulo: Montana Química S.A., 2014d. Programa de Treinamento Montana – Lição 4. 15 p.
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70
MONTANA QUÍMICA S.A. Produtos. Stains Preservativos . Disponível em: <http://montana.com.br>. Acesso em: 8 dezembro 2015. PLANTAR EMPREENDIMENTOS E PRODUTOS FLORESTAIS LTDA. AMARU® Perfilado . Belo Horizonte: PLANEP, 2013. Catálogo do produto. SOUZA, Maria Helena de, et. al.. Esclarecimentos técnicos sobre a tradução de termos em inglês para o português. Revista da Madeira , Curitiba, nº 109, dezembro 2007. Disponível em: <http://www.remade.com.br>. Acesso em: 30 novembro 2015. TORA S.A. Manual do Proprietário: Manual de Manutenção Preventiva – janeiro/ 2006. Serra: Tora S.A., 2006. 15 p.
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