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Dilma RousseffOrigem: Wikipdia, a enciclopdia livre.Ir para: navegao, pesquisa Dilma Rousseff

Foto oficial de Dilma Rousseff.

36 Presidente do Brasil

Perodo de governo1 de janeiro de 2011a atualidade

Vice-presidenteMichel Temer

Antecessor(a)Luiz Incio Lula da Silva

Ministra-chefe da Casa Civil do Brasil

Perodo de governo21 de junho de 2005a 31 de maro de 2010

PresidenteLuiz Incio Lula da Silva

Antecessor(a)Jos Dirceu

Sucessor(a)Erenice Guerra

Ministra de Minas e Energia do Brasil

Perodo de governo1 de janeiro de 2003a 21 de junho de 2005

PresidenteLuiz Incio Lula da Silva

Antecessor(a)Francisco Luiz Sibut Gomide

Sucessor(a)Silas Rondeau

Secretria de Minas, Energia e Comunicaes do Rio Grande do Sul

Perodo de governo1999 a 2002

GovernadorOlvio Dutra

Secretria de Minas, Energia e Comunicaes do Rio Grande do Sul

Perodo de governo1993 a 1994

GovernadorAlceu Collares

Secretria Municipal da Fazendade Porto Alegre

Perodo de governo1985 a 1988

PrefeitosJoo Antnio DibAlceu Collares

Vida

Nome completoDilma Vana Rousseff

Nascimento14 de dezembro de 1947(66anos)Belo Horizonte, Minas Gerais

Nacionalidadebrasileira

ProgenitoresMe: Dilma Jane SilvaPai: Pedro Rousseff (Ptar Russv)

Dados pessoais

Alma materUniversidade Federal do Rio Grande do Sul

CnjugeCludio Galeno de Magalhes Linhares (1967-1969)Carlos Franklin Paixo de Arajo (1969-2000)

PartidoPartido dos Trabalhadores

ReligioCatlica romana[1]

ProfissoEconomistaPoltica

Assinatura

Websitewww.presidencia.gov.br

Dilma Vana Rousseff[2] [3] (Belo Horizonte, 14 de dezembro de 1947) uma economista e poltica brasileira, filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT) e atual presidente[4] da Repblica Federativa do Brasil.[5] [6] Durante o governo do ex-presidente Luiz Incio Lula da Silva, assumiu a chefia do Ministrio de Minas e Energia e posteriormente da Casa Civil. Em 2010, foi escolhida pelo PT para concorrer eleio presidencial,[7] [8] cujo resultado de segundo turno, anunciado em 31 de outubro, tornou Dilma a primeira mulher a ser eleita para o posto de chefe de Estado e chefe de governo em toda a histria do Brasil.[9] Em 26 de outubro de 2014 foi reeleita, novamente no segundo turno das eleies.[10]Nascida em famlia de classe mdia alta, interessou-se pelo socialismo durante a juventude, logo aps o Golpe Militar de 1964, e ento ingressou na luta armada de esquerda: tornou-se membro do Comando de Libertao Nacional (COLINA) e posteriormente da Vanguarda Armada Revolucionria Palmares (VAR-Palmares) ambas organizaes que defendiam a luta armada contra o regime militar. Passou quase trs anos presa (19701972): primeiro pelos militares da Operao Bandeirante (OBAN), onde passou por sesses de tortura, e posteriormente pelo Departamento de Ordem Poltica e Social (DOPS).[2] [8]Reconstruiu sua vida no Rio Grande do Sul, onde, junto a Carlos Arajo, seu companheiro por mais de trinta anos, ajudou na fundao do Partido Democrtico Trabalhista (PDT) e participou de diversas campanhas eleitorais. De 1985 a 1988, no governo de Alceu Collares, exerceu o cargo de secretria municipal da Fazenda de Porto Alegre. De 1991 a 1993 atuou como presidente da Fundao de Economia e Estatstica. Atuou como secretria estadual de Minas e Energia entre 1999 e 2002, durante o governo de Alceu Collares e o do sucessor Olvio Dutra. Em 2001 decidiu filiar-se ao Partido dos Trabalhadores (PT).[8] [11] Em 2002 participou da equipe que formulou o plano de governo de Luiz Incio Lula da Silva para a rea energtica. Posteriormente, foi escolhida para ocupar o Ministrio de Minas e Energia.Em 2005, Rousseff foi nomeada ministra-chefe da Casa Civil, em substituio a Jos Dirceu, que renunciara ao cargo aps o advento do chamado Escndalo do Mensalo. Alm de ser a primeira mulher presidente, Dilma tambm foi a primeira mulher a atuar como secretria da Fazenda de Porto Alegre, a primeira ministra de Minas e Energia do Brasil e a primeira chefe da Casa Civil, durante o Governo Lula.[12]ndice[esconder] 1 Biografia 1.1 Famlia, infncia e primeiros anos 1.2 Atuao no COLINA 1.3 Na VAR-Palmares 1.4 Priso 1.5 Mudana para Porto Alegre 1.6 Formao acadmica 1.6.1 Titulao 2 Carreira poltica 2.1 Secretria Municipal da Fazenda 2.2 Secretria Estadual de Energia, Minas e Comunicaes 2.3 Ministra de Minas e Energia 2.3.1 Luz Para Todos 2.4 Ministra-Chefe da Casa Civil 2.4.1 Dossi da Casa Civil 2.4.2 Caso Varig 2.4.3 Programa de Acelerao do Crescimento 2.5 Presidente da Repblica 2.5.1 Candidata s eleies de 2010 2.5.1.1 Suposto dossi 2.5.1.2 Repercusso internacional 2.5.1.3 Programa de governo 2.5.1.4 Multas eleitorais 2.5.2 Eleio 2.5.3 Diplomao 2.5.4 Posse 2.5.5 Conselho de ministros 2.5.6 Principais diretrizes e desempenho de seu governo 2.5.7 Reconhecimento internacional 2.5.8 Popularidade 2.5.9 Controvrsias 2.5.9.1 Plano de Acelerao do Crescimento 2.5.9.2 Poltica econmica 2.5.9.3 Meio ambiente 2.5.9.4 Manifestaes populares 2.5.9.5 Poltica externa 2.5.9.6 "Presidenta" 2.5.10 Candidata s eleies de 2014 2.5.11 Reeleio 3 Vida pessoal 3.1 Paula Rousseff 3.2 Temperamento 3.3 Sade 3.4 Outras atividades profissionais 4 Posies polticas 5 Cronologia sumria 6 Notas 7 Referncias 8 Ver tambm 9 Ligaes externasBiografiaFamlia, infncia e primeiros anos

A famlia Rousseff (da esquerda para a direita): o filho mais velho, Igor; a me, Dilma Jane Coimbra Silva; as filhas Dilma Vana e Zana Lcia; e o pai, Pedro.Dilma filha do advogado e empreendedor blgaro naturalizado brasileiro Pedro Rousseff[nota 1] [2] [13] e da dona de casa Dilma Jane Coimbra Silva. Seu pai, parente distante do escritor Ran Bosilek,[14] manteve estreita amizade com a poetisa blgara Elisaveta Bagriana.[14] Foi filiado ao Partido Comunista da Bulgria[11] e frequentava os crculos literrios na dcada de 1920.[15] Chegou ao Brasil no fim da dcada de 1930. Em sua terra natal deixara sua esposa, a dona de casa Evdokia Yankova,[16] esperando um filho,[17] Luben, nascido em abril de 1930[14] e falecido em 2007. Quando ainda vivo, Luben, que era engenheiro de barragens, afirmou que Pedro Rousseff deixara a Bulgria no por razes polticas, mas por causa da falncia.[14] Pedro mudou-se para Buenos Aires e, anos depois, voltou ao Brasil, fixou-se em So Paulo e prosperou. Em uma viagem a Uberaba, conheceu Dilma Jane Coimbra Silva, moa fluminense de Nova Friburgo, professora de vinte anos criada no interior de Minas Gerais, onde seus pais eram pecuaristas. Casaram-se e fixaram residncia em Belo Horizonte, onde tiveram trs filhos: Igor, Dilma Vana e Zana Lcia (falecida em 1976).[2] [11] [18]Pedro Rousseff trabalhou para a siderrgica Mannesmann,[19] alm de trabalhar com construes e com venda de imveis.[16] Vencido o preconceito inicial da comunidade local contra os estrangeiros blgaros, passaram a frequentar as associaes mais tradicionais da regio.[20] Incentivada pelo pai, Dilma adquiriu cedo o gosto pela leitura. Falecido em 1962,[2] Pedro Rousseff deixou de herana por volta de 15 imveis de valor.[21]De 1952 a 1954, cursou a pr-escola no colgio Izabela Hendrix e a partir de 1955 iniciou o ensino fundamental no Colgio Nossa Senhora de Sion (atual Colgio Santa Dorotia), em Belo Horizonte.[2] Em 1964 prestou concurso e ingressou no Colgio Estadual Central (atual Escola Estadual Governador Milton Campos), ingressando na primeira srie do clssico[2] (ensino mdio). Nessa escola pblica o movimento estudantil era ativo, especialmente por conta do recente golpe militar.[11] De acordo com ela, foi nessa escola que ficou "bem subversiva" e que percebeu que "o mundo no era para debutante".[22] Ainda em 1964,[2] ingressou na Poltica Operria (POLOP), uma organizao fundada em 1961, oriunda do Partido Socialista Brasileiro, onde militou ao lado de Jos Anbal.[2] Seus militantes logo viram-se divididos em relao ao mtodo a ser utilizado para a implantao do socialismo: enquanto alguns defendiam a luta pela convocao de uma assembleia constituinte, outros preferiam a luta armada. Dilma ficou com o segundo grupo, que deu origem ao Comando de Libertao Nacional (COLINA).[8] Para Apolo Heringer, que foi dirigente do COLINA em 1968 e havia sido professor de Dilma na escola secundria, a jovem fez opo pela luta armada depois que leu Revoluo na Revoluo, de Rgis Debray, filsofo e intelectual francs que na poca havia se mudado para Cuba e ficara amigo de Fidel Castro. Segundo Heringer, "O livro incendiou todo mundo, inclusive a Dilma".[11]Foi nessa poca que conheceu Cludio Galeno de Magalhes Linhares, cinco anos mais velho, que tambm defendia a luta armada. Galeno ingressara na POLOP em 1962, havia servido no Exrcito, participara da sublevao dos marinheiros por ocasio do golpe militar e fora preso na Ilha das Cobras. Casaram-se em 1967, apenas no civil, depois de um ano de namoro.[2] [11]Atuao no COLINASegundo companheiros de militncia, Dilma teria desenvoltura e grande capacidade de liderana, impondo-se perante homens acostumados a mandar. No teria participado diretamente das aes armadas, pois era conhecida por sua atuao pblica, contatos com sindicatos, aulas de marxismo e responsabilidade pelo jornal "O Piquete". Apesar disso, aprendeu a lidar com armas e a enfrentar a polcia.[11]No incio de 1969, o COLINA em Minas Gerais resumia-se a algumas dezenas de militantes, com pouco dinheiro e com poucas armas. Suas aes haviam-se resumido a quatro roubos a bancos, alguns furtos de carros e dois atentados a bomba que no fizeram vtimas. Em 14 de janeiro, com a priso de alguns militantes aps um assalto a banco, os demais reuniram-se para discutir como libert-los. Porm, ao amanhecer foram surpreendidos com a ao da polcia na casa em que estavam. Reagiram usando uma metralhadora do grupo para matar dois policiais e ferir um terceiro.[11]Dilma e Galeno passaram a dormir cada noite em um local diferente, j que o apartamento em que moravam era tambm frequentado por um dos lderes da organizao que fora preso. Precisaram, pois, voltar ao apartamento escondidos, para destruir documentos da organizao. Permaneceram algumas semanas em Belo Horizonte, tentando reorganizar o que sobrara do grupo. Cientes de que as casas de seus pais eram vigiadas (a famlia no conhecia o grau de envolvimento de Dilma com essas atividades), Galeno ainda teve que passar por uma modificao de fisionomia, pois um retrato falado seu havia sido elaborado e divulgado alegando que Galeno havia sido um dos participantes do assalto ao banco (fato negado por ele). Em maro, o apartamento foi invadido, porm nenhum documento interno da organizao foi encontrado. Perseguidos na cidade, a organizao ordenou que fossem para o Rio de Janeiro. Dilma tinha 21 anos e conclura o segundo ano de Economia.[11]H uma perda intrnseca para o pas quando essa experincia de uma juventude que se jogou na luta democrtica, se jogou no combate para construir um pas melhor, perdida por morte

Dilma Rousseff[23] .

Era grande a quantidade de mineiros da organizao no Rio (inclusive Fernando Pimentel, que tinha 18 anos quando a perseguio foi iniciada, e recusou-se a obedecer as ordens de seu pai para entregar-se ao Exrcito, entrando, pois, na clandestinidade), sem que houvesse infraestrutura para abrigar a todos. Dilma e Galeno ficaram um perodo na casa de uma tia de Dilma, que imaginava que o casal estava de frias. Mais tarde, ficaram num pequeno hotel e, a seguir, num apartamento, at Galeno ser enviado pela organizao a Porto Alegre. Dilma permaneceu no Rio, onde ajudava a organizao, participando de reunies, bem como no transporte de armas e dinheiro. Nessas reunies, conheceu o advogado gacho Carlos Franklin Paixo de Arajo, ento com 31 anos, por quem se apaixonou e com quem viria a viver por cerca de 30 anos. Arajo era chefe da dissidncia do Partido Comunista Brasileiro (PCB, na poca tambm conhecido como o "Partido"), e abrigara Galeno em Porto Alegre. A separao de Galeno e Dilma foi pacfica. Como afirmou Galeno, "naquela situao difcil, ns no tnhamos nenhuma perspectiva de formar um casal normal".[11]Arajo era filho de um renomado advogado trabalhista e havia comeado cedo na militncia, no PCB. Tinha viajado pela Amrica Latina (inclusive conhecendo Fidel Castro e Che Guevara) e j havia sido preso por alguns meses em 1964. Com a edio do AI-5, em 1968, ingressou na luta armada. No incio de 1969 passou a tratar da fuso de seu grupo com o COLINA e a Vanguarda Popular Revolucionria (VPR), liderada por Carlos Lamarca. Dilma participou de algumas reunies sobre a fuso, que acabou formalizada em duas conferncias em Mongagu, originando a Vanguarda Armada Revolucionria Palmares (VAR-Palmares). Dilma e Arajo estiveram presentes, e Lamarca, que teria tido impresso de ser Dilma "metida a intelectual". Ela teria defendido trabalho poltico pelas bases, criticando a viso militarista caracterstica da VPR.[11]Na VAR-PalmaresCarlos Arajo foi escolhido como um dos seis dirigentes da VAR-Palmares, que se autointitulava "uma organizao poltico-militar de carter partidrio, marxista-leninista, que se prope a cumprir todas as tarefas da guerra revolucionria e da construo do Partido da Classe Operria, com o objetivo de tomar o poder e construir o socialismo".[11]De acordo com Maurcio Lopes Lima, um integrante de buscas da Operao Bandeirante (Oban), estrutura que integrava o servio de inteligncia das Foras Armadas (onde teriam sido realizados atos de tortura), Dilma era a grande lder da organizao clandestina VAR-Palmares. Usando vrios codinomes, como Estela, Lusa, Maria Lcia, Marina, Patrcia e Wanda,[24] teria recebido eptetos superlativos dos relatrios da represso, definindo-a como "um dos crebros" dos esquemas revolucionrios. O delegado Newton Fernandes, que investigou a organizao clandestina em So Paulo e traou o perfil de dezenas de integrantes, afirma que Dilma era uma das molas mestras dos esquemas revolucionrios. O promotor que denunciou a organizao chamou-a "Joana dArc da subverso", a chefiar greves e assessorar assaltos a bancos,[25] que Dilma contesta, dizendo nada lembrar das tantas aes que lhe atribuem.[26] O militante Darcy Rodrigues, brao direito de Carlos Lamarca, diz que ela era ligao entre os comandos nacional e regionais.[24]

Companheiro de Dilma na VAR Palmares, Carlos Minc sustenta que ela no tinha papel de destaque na organizao, verso contestada por outros.Em 18 de junho de 1969, na capital fluminense, Dilma teria sido a organizadora do roubo de um cofre de Ademar de Barros, ex-governador de So Paulo e reputado pela guerrilha como smbolo da corrupo, de onde foram subtrados 2,5 milhes de dlares estadunidenses.[3] [14] Carlos Minc, que foi seu colega na organizao clandestina VAR-Palmares e estava entre os militantes que invadiram a casa da suposta amante do ex-governador, negou a participao de Dilma e afirmou, ainda, que exagerada a verso de que Dilma tenha sido a lder da organizao: na poca ela seria apenas uma participante sem destaque especial. Em pelo menos trs ocasies, Dilma tambm negou participao no evento.[27] [28] Depoimentos e relatrios policiais indicavam que coube a Dilma administrar o dinheiro, pagar salrios de militantes, encontrar abrigo para o grupo e comprar um Fusca. Dilma afirma lembra-se apenas do automvel, mas nega que tenha sido a responsvel pela administrao do dinheiro.[26] [29]A VAR-Palmares teria tambm planejado em 1969 o sequestro de Delfim Neto, smbolo do milagre econmico e, poca, o civil mais poderoso do governo federal. O suposto sequestro, que deveria ter sido em dezembro daquele ano, j havia sido referido no livro "Os Carbonrios", de Alfredo Sirkis, em 1981. Antonio Roberto Espinosa, ex-comandante da Vanguarda Popular Revolucionria e da VAR-Palmares, reconheceu haver coordenado o plano, que seria de conhecimento de cinco membros da cpula da organizao, e Dilma seria um daqueles integrantes de cpula. O sequestro no se teria consumado devido ao fato de os membros daquele grupo comearem a ser capturados semanas antes. Dilma nega peremptoriamente tivesse qualquer conhecimento do plano e duvida que algum disso realmente se lembre, declarando que Espinosa teria fantasiado sobre o assunto.[26] [29] Ao tomar conhecimento das declaraes que lhe foram atribudas, entretanto, Espinosa contestou aquela informao, dizendo que nunca afirmara que Dilma teve conhecimento do plano, o que, se ocorreu, foi em termos rpidos e vagos. Afirmou, pois, que Dilma nunca participou de aes ou de planejamento de aes militares, sempre tendo uma militncia somente poltica.[30] [31] [32]Mesmo com grande quantidade de dinheiro, a organizao no conseguiu manter a unidade. Em um congresso em Terespolis, entre agosto e setembro de 1969, teria havido grande diviso entre os "militaristas", focados na luta armada, e os "basistas", que defendiam um trabalho de massas. Dilma estava com o segundo grupo. Enquanto os primeiros se agruparam na VPR militarista, liderados por Lamarca, Dilma ficou no segundo grupo, a VAR-Palmares basista. Teria havido disputa pelo dinheiro do grande assalto e pelas armas.[11]Aps a diviso, Dilma foi enviada a So Paulo, onde esteve encarregada de manter em segurana as armas que couberam a seu grupo. Evitando mant-las em apartamentos sem a segurana necessria, ela e a amiga Maria Celeste Martins (dcadas mais tarde, sua assessora na Casa Civil) mudaram-se para uma penso simples na zona leste urbana, com banheiro coletivo, escondendo o arsenal debaixo da cama.[11]Priso

Foto da ficha de Dilma Rousseff no Departamento de Ordem Poltica e Social (DOPS) de So Paulo, registrada em janeiro de 1970.Uma srie de prises de militantes conseguiu capturar Jos Olavo Leite Ribeiro, que encontrava-se trs vezes por semana com Dilma. Conforme o relato de Ribeiro, aps um dia de tortura, revelou o lugar onde se encontraria com outro militante, em um bar na Rua Augusta. Em 16 de janeiro de 1970, obrigado a ir ao local acompanhado de policiais disfarados, seu colega tambm foi capturado e, quando j se preparavam para deixar o local, Dilma, que no estava sendo esperada, logo chegou. Percebendo que algo estava errado, Dilma tentou sair do local sem ser notada. Desconfiados, os policiais a abordaram e encontraram-na armada. "Se no fosse a arma, possvel que conseguisse escapar", ressalta Ribeiro.[11]Foi, ento, levada para a Operao Bandeirante (Oban), no mesmo local onde cinco anos depois Vladimir Herzog perderia a vida. Foi torturada por vinte e dois dias[33] com palmatria, socos, pau-de-arara, choques eltricos. Relatou Maria Lusa Belloque, uma companheira de cela:A Dilma levou choque at com fiao de carro, fora cadeira do drago, pau-de-arara e choque pra todo lado.

Maria Lusa Belloque, companheira de cela

No meio militar, h quem veja o relato de Dilma com ironia e descrdito, especialmente quanto possibilidade de algum sobreviver a vinte e dois dias de tortura.[34] Posteriormente, Dilma denunciou as torturas em processos judiciais, inclusive dando nome de militares que participaram dos atos, como o capito do Exrcito Benoni de Arruda Albernaz, referido por diversas outras pessoas. Ainda que tenha revelado o nome de alguns militantes, conseguiu preservar Carlos Arajo (que s viria a ser preso vrios meses depois) e sua ajudante no recolhimento das armas, Maria Celeste Martins.[11] Seu nome estava numa lista, encontrada na casa de Carlos Lamarca, com presos a que se daria prioridade para serem trocados por sequestrados, mas nunca foi trocada e cumpriu a pena regularmente.[35]

Portal do presdio Tiradentes, onde Dilma cumpriu sua pena. Ao ser demolido, preservou-se o portal, que foi tombado "pelo valor simblico que representa na luta contra o arbtrio e a violncia institucionalizadas em nosso pas em passado recente".[36]Carlos Arajo foi preso em 12 de agosto de 1970. Durante o perodo em que Dilma esteve presa, Arajo teve um rpido romance com a atriz e ento simpatizante da organizao Bete Mendes. Ao ser preso, encontrou-se com Dilma em algumas ocasies, nos deslocamentos relativos aos processos militares que ambos respondiam. Ficaram alguns meses no mesmo presdio Tiradentes, em So Paulo, inclusive com visitas ntimas, onde se reconciliaram, planejando reatarem a vida conjugal aps a priso.[11]Em dezembro de 2006, a Comisso Especial de Reparao da Secretaria de Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro aprovou pedido de indenizao por parte de Dilma e de outras dezoito pessoas, presas em dependncias de rgos policiais do governo estadual paulista na dcada de 1970.[37] Em seu processo, foi fundamental o depoimento de Vnia Abrantes, que esteve com ela na mesma viatura policial em uma viagem de So Paulo para o Rio de Janeiro (Vnia era a companheira de Carlos Arajo quando ele e Dilma comearam seu relacionamento).[11] Pediu ainda indenizao nos estados de So Paulo e Minas Gerais, pois alm de ter sido presa em So Paulo, fora levada a interrogatrio em Juiz de Fora e no Rio de Janeiro. Tambm pediu indenizao ao governo federal. Nos trs estados, as indenizaes fixadas em lei, somadas, podem chegar a 72 mil reais. Conforme a assessoria de Dilma, os pedidos tem um carter simblico, alm do que teria solicitado que os processos s fossem julgados aps seu afastamento dos cargos pblicos.[38]No dia 5 de abril de 2009, a Folha de So Paulo publicou, ao lado de uma reportagem sobre o suposto plano da VAR-Palmares para sequestrar o ento ministro Antonio Delfim Netto, uma falsa ficha criminal de Dilma Rousseff, que o jornal alegou ter obtido junto ao arquivo do Departamento de Ordem Poltica e Social (DOPS). Diante da contestao de Dilma, que apresentou inclusive percias comprovando a fraude, o jornal admitiu, ento, no ter obtido a ficha da parte do DOPS, mas via e-mail, declarando, pois, simplesmente "no poder atestar sua veracidade". A ficha est disponvel no site Ternuma.[26] [39] [40] [41] [42] [43]Dilma foi condenada em primeira instncia a seis anos de priso. Havendo cumprido trs anos, o Superior Tribunal Militar reduziu, ento, a condenao a dois anos e um ms. Teve tambm seus direitos polticos cassados por dezoito anos.[38]Eu no vou esconder o que eu fui e no tenho uma avaliao negativa. () Tenho uma viso bastante realista daquele perodo. Eu tinha 22 anos, era outro mundo, outro Brasil. Muita coisa a gente aprendeu. No tem similaridade o que acho da vida hoje.

Dilma, em 2005, falando sobre suas atividades durante a luta armada.[44]

Mudana para Porto Alegre

Foi em Porto Alegre que Dilma iniciou sua carreira pblica, cidade em que se radicou para acompanhar Carlos Arajo, trs vezes eleito deputado estadual.Dilma saiu do Presdio Tiradentes no fim de 1972, com 57kg, dez quilos mais magra e com uma disfuno na tireoide.[45] Havia sido condenada em alguns processos e absolvida em outros. Passou um perodo com sua famlia, em Minas Gerais, para se recuperar, algum tempo com uma tia, em So Paulo, e mudou-se para Porto Alegre, onde Carlos Arajo cumpria os ltimos meses de sua pena. Ficou na casa dos sogros, de onde avistava o presdio onde estava Arajo. Dilma visitava-o com frequncia, levando jornais e at livros polticos, disfarados de romances. Desativado o Presdio da ilha das Pedras Brancas, Arajo cumpriu o restante da pena no Presdio Central. O prestigiado advogado Afrnio Arajo, pai de Carlos, faleceu em junho de 1974, o que levou amigos juristas a pressionarem soluo para a priso de Carlos, que acabou libertado uma semana depois.[11] [45]Ficou grvida em 1975 enquanto cursava a graduao e em maro de 1976 nasceu sua nica filha, Paula Rousseff Arajo. Sua primeira atividade remunerada, aps sair da priso, foi a de estagiria na Fundao de Economia e Estatstica (FEE), vinculada ao governo do Rio Grande do Sul.[45]A sua militncia poltica, desta vez dentro da legalidade, foi reiniciada no Instituto de Estudos Polticos e Sociais (IEPES), ligado ao ento nico partido legalizado de oposio, o Movimento Democrtico Brasileiro (MDB). Mesmo no tendo se filiado ao partido, Dilma organizava debates no instituto, que recebia palestras de intelectuais como Francisco de Oliveira, Fernando Henrique Cardoso e Francisco Weffort. Em 1976, Arajo e Dilma trabalharam na campanha a vereador de Glnio Peres, pelo MDB. Embora eleito, Peres foi cassado por denunciar torturas em um discurso. Em novembro de 1977, o nome de Dilma foi divulgado no jornal O Estado de So Paulo como sendo um dos 97 subversivos infiltrados na mquina pblica. A relao havia sido elaborada pelo ento demissionrio Ministro do Exrcito, Slvio Frota, que havia resumido os antecedentes polticos dos listados. Dilma, qualificada como militante da VAR-Palmares e do COLINA e "amasiada com o subversivo" Carlos Arajo, foi, em consequncia, exonerada da FEE, sendo, contudo, anistiada mais tarde.[45]Formao acadmicaPunida por subverso, de acordo com o Decreto-lei 477 (considerado o "AI-5 das universidades"), ela havia sido expulsa da Universidade Federal de Minas Gerais e impedida de retomar seus estudos naquela universidade em 1973,[23] o que levou Dilma a prestar vestibular para Economia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Graduou-se em 1977, no tendo participado ativamente do movimento estudantil.A partir de 1978 Dilma passou a frequentar a Universidade Estadual de Campinas, com inteno de cursar mestrado. Nessa poca, participava de um grupo de discusso em So Paulo com outros ex-integrantes da VAR-Palmares, dentre os quais Rui Falco, Antonio Roberto Espinosa, seu companheiro de priso e, eventualmente, Carlos Arajo. Com reunies trimestrais, o grupo durou cerca de dois anos, lendo obras de Marx, Poulantzas e Althusser, discutindo o melhor momento de retomar a atividade poltica. Sobre a polmica a respeito de sua titulao, Dilma declarou que "Fiz o curso de mestrado, mas no o conclu e no fiz dissertao. Foi por isso que voltei universidade para fazer o doutorado. E a eu virei ministra e no conclu o doutorado." A universidade informa que ela nunca se matriculou oficialmente no mestrado.[45]TitulaoO stio oficial da Casa Civil informava erroneamente que Dilma era mestre em teoria econmica pela Unicamp e, tambm, doutoranda em economia monetria e financeira pela mesma universidade. Na Plataforma Lattes, Dilma estava identificada como mestra, com ttulo obtido em 1979, e doutoranda em cincias sociais aplicadas desde 1998. Conforme as informaes da Unicamp, Dilma cumpriu os crditos (cursara as disciplinas e demais requisitos) referentes aos cursos, mas no defendeu as teses, no obtendo assim os ttulos.[46] A assessoria de imprensa da Casa Civil reconheceu que havia informado errado a titulao da ministra, corrigindo-a, primeiro, para "cursou mestrado e doutorado pela Unicamp" e, aps, para "foi aluna de mestrado e doutorado em cincias econmicas pela Unicamp, onde concluiu os respectivos crditos".A assessoria de imprensa informa que Dilma foi, realmente, aluna do curso de ps-graduao stricto sensu (mestrado) em cincias econmicas naquela instituio entre maro de 1978 e julho de 1983, havendo cumprido os crditos exigidos, mas no tendo defendido a dissertao, pois assumira a Secretaria Municipal da Fazenda de Porto Alegre. O doutorado tambm no teria sido concludo por ter ela assumido outro cargo poltico (ocupou a Secretaria de Minas, Energia e Comunicaes do Rio Grande do Sul de 1999 a 2002 e em seguida foi nomeada Ministra de Minas e Energia).[47]Carreira poltica

Dilma Rousseff e Leonel Brizola.Com o fim do bipartidarismo, participou junto com Carlos Arajo dos esforos de Leonel Brizola para a recriao do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Aps a perda da sigla para o grupo de Ivete Vargas, participou da fundao do Partido Democrtico Trabalhista (PDT).[45] Arajo foi eleito deputado estadual em 1982, 1986 e 1990. Foi, tambm, por duas vezes, candidato a prefeito de Porto Alegre, perdendo para Olvio Dutra, em 1988, e Tarso Genro, em 1992. Dilma conseguiu seu segundo emprego na primeira metade dos anos 1980 como assessora da bancada do PDT na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.[45]Secretria Municipal da FazendaArajo e Dilma dedicaram-se com afinco na campanha de Alceu Collares prefeitura de Porto Alegre, em 1985, sendo que em sua casa foi preparada grande parte da campanha e do programa de governo. Eleito prefeito, Collares a nomeou titular da Secretaria Municipal da Fazenda, seu primeiro cargo executivo. Collares reconhece a influncia de Arajo na indicao, mas ressalta que, para isso, certamente tambm contribuiu a competncia de Dilma.[45]Na campanha do pedetista Aldo Pinto para o governo do estado em 1986, Dilma participou da assessoria. O candidato a vice na chapa era Nelson Marchezan, um dos mais destacados civis apoiadores da ditadura militar. Mesmo que tenham sido amplamente derrotados pelo candidato do PMDB, Pedro Simon, vinte anos depois, Dilma ainda assim justifica a polmica aliana: "Marchezan foi lder da ditadura, mas nunca foi um 'enrag'. A ala Marchezan era a ala da pequena propriedade radicalizada. E ele era um cara tico".[45]Dilma permaneceu frente da Secretaria Municipal da Fazenda at 1988, quando se afastou para se dedicar campanha de Arajo prefeitura de Porto Alegre. Foi substituda por Polbio Braga, que conta que Dilma tentara convenc-lo a no assumir o cargo, aconselhando-o, ento: "No assume no, que isso pode manchar a tua biografia. Eu no consigo controlar esses loucos e estou saindo antes que manche a minha." Enquanto Collares lembra da gesto de Dilma como exemplo de competncia e transparncia, Polbio Braga discorda, lembrando que "ela no deixou sequer um relatrio, e a secretaria era um caos".[45]A derrota de Arajo na candidatura a prefeito alijou o PDT dos cargos executivos. Em 1989, contudo, Dilma foi nomeada diretora-geral da Cmara Municipal de Porto Alegre, mas acabou sendo demitida do cargo pelo presidente da casa, vereador Valdir Fraga, porque chegava tarde ao trabalho. Conforme Fraga, "eu a exonerei porque houve um problema com o relgio de ponto".[45]Secretria Estadual de Energia, Minas e ComunicaesEm 1990, Alceu Collares foi eleito governador, indicando Dilma para presidente da Fundao de Economia e Estatstica (FEE), na qual ela estagiara na dcada de 1970. Permaneceu ali at fim de 1993, quando foi nomeada Secretria de Energia, Minas e Comunicaes, sustentada pela influncia de Carlos Arajo e seu grupo poltico.[45] Permaneceu no cargo at final de 1994, poca em que seu relacionamento com Arajo chegou ao fim, abalado pela descoberta da gravidez da me de Rodrigo, nascido em 1995. Depois reconciliaram-se e permaneceram juntos at 2000, quando Dilma foi morar s em um apartamento alugado.[45]Em 1995, terminado o mandato de Alceu Collares, Dilma afastou-se dos cargos polticos e retornou FEE, passando a ser editora da revista Indicadores Econmicos. Foi nesse intervalo que ela se matriculou oficialmente no curso de doutorado da Unicamp, em 1998.[45] Em 1998, o petista Olvio Dutra ganhou as eleies para o governo gacho com o apoio do PDT no segundo turno, e Dilma retornou Secretaria de Minas e Energia. Conforme Olvio, "Eu j a conhecia e respeitava. E a nomeei tambm porque ela estava numa posio mais esquerda no PDT, menos populista".[45]O PDT ganhara alguns cargos no primeiro escalo, mas Leonel Brizola entendia que seu partido tinha pouco espao no governo, administrando parcela nfima do oramento. Por no conseguirem mais espao, os pedetistas foram pressionados a entregar seus cargos. A composio da chapa para a prefeitura de Porto Alegre nas eleies de 2000 acentuou a briga entre os dois partidos, pois o PDT indicava Alceu Collares e o PT, Tarso Genro. Dilma defendeu a manuteno da aliana que elegera Olvio Dutra e apoiou a candidatura de Tarso Genro, por no aceitar "alianas neoliberais e de direita", mesmo j tendo defendido a aliana com Marchezan, da ditadura militar, na eleio de 1986. Genro venceu Collares no segundo turno e Dilma filiou-se ao PT. Brizola acusou de traidores os egressos: "Venderam-se por um prato de lentilhas".[45]Na sua gesto na Secretaria de Minas e Energia do governo Dutra, a capacidade de atendimento do setor eltrico subiu 46%,[45] com um programa emergencial de obras que reuniu estatais e empresas privadas. Em janeiro de 1999, Dilma viaja a Braslia e alerta as autoridades do setor eltrico de que, sem investimentos em gerao e transmisso de energia, os cortes que o Rio Grande do Sul enfrentara no incio de sua gesto ocorreriam no resto do pas.[48] Na crise do apago eltrico no final do governo Fernando Henrique Cardoso, os trs estados da Regio Sul no foram atingidos, no sendo imposto qualquer racionamento, pois no houve estiagem na regio. Ainda assim, houve economia voluntria de energia e Dilma tentou obter compensao, como se concedia nas demais regies. O governo federal no cedeu e Dilma conseguiu contemporizar junto iniciativa privada gacha. Conforme Pedro Parente, chefe da Casa Civil no governo FHC, "Ela era pragmtica, objetiva e demonstrou que tinha um dilogo fluido com o setor empresarial".[45]Ministra de Minas e Energia

Dilma Rousseff concede entrevista coletiva no Palcio do Planalto, 2006.Os assuntos relacionados rea de minas e energia na plataforma do candidato Lula eram discutidos em reunies coordenadas pelo fsico e engenheiro nuclear Luiz Pinguelli Rosa. Este, como Ildo Sauer, outro destaque do grupo, era totalmente contrrio s privatizaes no setor, que, em sua viso, eram as responsveis pelos problemas energticos que o pas passava. Convidada por Pinguelli a participar do grupo em junho de 2001, Dilma chegou tmida para integrar uma equipe com vrios professores, mas logo se sobressaiu com sua objetividade e bom conhecimento do setor. Para todos no grupo, contudo, era evidente que Pinguelli seria o ministro de Minas e Energia, caso Lula vencesse a eleio em 2002.[45]Foi grande a surpresa quando Lula, eleito, escolheu Dilma para titular da pasta. Declarou: "J prximo de 2002, aparece por l uma companheira com um computadorzinho na mo. Comeamos a discutir e percebi que ela tinha um diferencial dos demais que estavam ali porque ela vinha com a praticidade do exerccio da Secretaria de Minas e Energia do Rio Grande do Sul. A eu fiquei pensando: acho que j encontrei a minha ministra aqui."[45] Teria pesado muito a simpatia que Antonio Palocci nutria por Dilma, reconhecendo que teria trnsito muito mais fcil junto ao setor privado do que Pinguelli, alm de ter apoiado a Carta aos Brasileiros, concordando com as mudanas no partido. Olvio Dutra diz que tambm foi consultado e elogiou os mritos tcnicos de sua secretria de Minas e Energia. "Posso ter pesado um pouco na balana naquele momento, mas, da transio para frente, o mrito todo da Dilma." J ministra, aproximou-se muito de Jos Dirceu, ento chefe da Casa Civil.[45]Sua gesto no ministrio foi marcada pelo respeito aos contratos da gesto anterior, como pelos esforos em evitar novo apago e pela implantao de um modelo eltrico menos concentrado nas mos do Estado, diferentemente do que queriam Luiz Pinguelli Rosa e Ildo Sauer. Quanto ao mercado livre de energia, Dilma no s o manteve como o ampliou. Jos Luiz Alqures, presidente da Light, elogia o modelo implantado por Dilma, que est ajudando o segmento, criticando apenas a demora, que na sua viso culpa da mquina governamental.[45] Convicta de que investimentos urgentes em gerao de energia eltrica deveriam ser feitos para que o pas no sofresse um apago j em 2009, Dilma travou um srio embate com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que defendia o embargo a vrias obras, preocupada com o desequilbrio ecolgico que poderiam causar. Jos Dirceu, ento ministro-chefe da Casa Civil, teve que criar uma equipe de mediadores entre as ministras para tentar resolver as disputas.[49]Amigo de Lula, Pinguelli foi nomeado presidente da Eletrobras e protagonizou grandes divergncias com a ministra, chegando a colocar o cargo disposio. Ironizava as oscilaes de humor de Dilma: "Essa moa formata o disquete a cada semana." Pinguelli por fim deixou o governo. Mauricio Tolmasquim, que na equipe de transio tinha uma viso do setor mais prxima a de Dilma, foi convidado por ela para ser o secretrio-executivo do ministrio. Declarou que medida que foram se conhecendo melhor, Dilma passou a gritar de vez em quando com ele: " o jeito dela. No pessoal. E em cinco minutos fica tudo bem." Ildo Sauer tambm desentendeu-se com a ministra, que rechaara suas ideias sobre um modelo estatizante. Com efeito, ao assumir a direo de gs e energia da Petrobras, divergiu, assim como o presidente da empresa, Sergio Gabrielli, vrias vezes da ministra, sendo necessrio at mesmo a interveno de Lula. Sauer deixou a empresa em 2007. Ainda sobre questes de energia, tambm teve desentendimentos com a ministra o ex-deputado federal Luciano Zica. Para ele, "a Dilma a pessoa mais democrtica do mundo, desde que se concorde 100% com ela".[45]Ao assumir o ministrio, Dilma defendeu uma nova poltica industrial para o governo, fazendo com que as compras de plataformas pela Petrobras tivessem um contedo nacional mnimo, com o que poderiam gerar cerca de 30 mil novos empregos no pas. Argumentou que no era possvel que uma obra de 1 bilho de reais no fosse feita no Brasil.[50] As licitaes para as plataformas P-51 e P-52 foram, assim, as primeiras no pas a exigir um contedo nacional mnimo.[51] Houve crticas exigncia, sob o fundamento de que isso aumentaria os custos da Petrobrs,[52] mas Dilma defendeu a capacidade do pas de produzir navios e plataformas, afirmando que a nacionalizao, que variava entre 15 e 18%, subira a mais de 60%.[53] Lula reconheceu que, visto apenas sob a ptica da empresa, o custo foi maior, entretanto no se deveria mirar apenas o custo imediato, mas tambm o fortalecimento da cincia e tecnologia nacionais.[54] Assim, em 2008, a indstria naval passou a empregar 40 mil pessoas, marca extraordinariamente superior comparada s 500 pessoas empregadas em meados da dcada de 1990, fato que seria decorrente da exigncia de nacionalizao,[54] e que levou a indstria naval condio de sexta maior do mundo em 2009.[55]Luz Para TodosVer artigo principal: Luz para TodosDilma props acelerar as metas de universalizao do acesso energia eltrica, que tinha como prazo final 2015, de modo que mais 1,4 milho de domiclios rurais viessem a ser iluminados at 2006. Argumentou que a universalizao era uma meta de incluso social, devendo fazer parte de programas como o Fome Zero, no sendo possvel supor que seja um programa que d retorno financeiro.[56] No governo anterior, havia sido lanado o programa "Luz no Campo", com o objetivo de incentivar o agronegcio e prevendo o custeio pelo beneficirio, sendo que o programa governamental propunha-se a financiar o custo. A meta daquele programa anterior era atender um milho de famlias, mas, at o incio de 2003, pouco mais da metade haviam sido atendidas.[57] Conforme Dilma, o programa anterior s obteve resultados nos estados onde os governos locais subsidiaram a populao.[58] Defendeu, ento, um programa altamente subsidiado pelo governo, que no deveria apenas financiar, mas custear e suportar efetivamente tal universalizao.[59] O subsidio em questo deveria ser expressa e unicamente para o consumidor final, destinatrio do programa, e no para as empresas[58] .O programa foi lanado em novembro de 2003, com o nome "Luz Para Todos",[60] concentrado em beneficiar regies de baixo ndice de desenvolvimento humano e famlias com renda at trs salrios mnimos.[57] A meta do programa era atender, at 2008, dois milhes de famlias[60] . Em abril de 2008, o governo ampliou o programa para at 2010, de modo a beneficiar mais 1,17 milho de famlias.[61] Em outubro de 2008, Dilma reconheceu que o governo no conseguiria cumprir a meta em tempo, e ainda restariam 100 mil famlias para serem atendidas em 2009.[62] A Regio Nordeste concentrou 49% das ligaes do programa, que representou, de janeiro de 2005 a maio de 2008, 37,8% de todas as novas ligaes eltricas na regio, fazendo com que o Nordeste pela primeira vez ultrapassasse a Regio Sul no consumo de energia eltrica.[63]Ministra-Chefe da Casa Civil

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, apresenta plano de habitao s centrais sindicais.Como ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff tinha o apoio de dois dos principais ministros do governo Lula: Antonio Palocci e Jos Dirceu. Quando Dirceu saiu do ministrio devido ao escndalo do mensalo, ao invs de ela ficar enfraquecida, novamente Lula surpreendeu escolhendo-a para a chefia da Casa Civil. Gilberto Carvalho, secretrio particular do presidente, diz que Dilma chamou a ateno de Lula pela coragem de encarar situaes difceis e pela capacidade tcnica. Franklin Martins, ex-guerrilheiro a se tornar ministro, afirmou que Lula teria ficado muito impressionado com a gesto de Dilma nas Minas e Energia, evitando um outro apago: "Lula percebeu que ela fazia as coisas andarem." E evitaria a disputa entre Palocci e Dirceu para suced-lo, j que Dilma no tinha essa ambio, era nova no partido e, por no pertencer a nenhuma ala, transitava por todas. Dilma revelou a Gilberto Carvalho que a indicao para a Casa Civil foi surpresa muito maior do que quando fora indicada para a pasta de Minas e Energia.[45] O senador Pedro Simon (PMDB-RS), disse que, desde que Dilma assumiu o ministrio, "a seriedade est se impondo" na Casa Civil.[64]O Consulado dos EUA em So Paulo encaminhou ao Departamento de Estado, logo aps a posse de Dilma na Casa Civil, dossi detalhado, traando seu perfil, o passado de guerrilheira, gostos e hbitos pessoais e caractersticas profissionais, descrevendo-a como tcnica prestigiada e detalhista, com fama de workaholic e com grande capacidade de ouvir, mas com falta de tato poltico, dirigindo-se s vezes, conforme relato de assessor graduado, diretamente aos tcnicos, em lugar de aos seus superiores.[65] [66]Dossi da Casa Civil

Dilma em entrevista em 2009, ainda como Ministra-Chefe da Casa Civil.Em virtude do escndalo dos cartes corporativos, surgido em janeiro de 2008, atingindo o governo federal e causando a demisso da ministra de Polticas de Promoo da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, a oposio entrou com pedido para a instalao de uma Comisso Parlamentar de Inqurito para investigaes mais aprofundadas.Em 22 de maro de 2008, uma reportagem da revista Veja afirmou que o Palcio do Planalto montara dossi detalhando gastos da famlia Fernando Henrique Cardoso. A matria diz que os documentos estariam sendo usados para intimidar a oposio na CPI dos Cartes Corporativos. A Casa Civil negou a existncia de um tal dossi, apresentando, no intervalo de quinze dias, trs verses diferentes sobre o assunto, todas depois desmentidas pela imprensa.[67] Em 28 de maro, o jornal Folha de So Paulo publicou uma reportagem afirmando que a secretria-executiva da Casa Civil, Erenice Alves Guerra, dera a ordem para a organizao do dossi. Em entrevista coletiva de 4 de abril, Dilma reconheceu a feitura do banco de dados, mas descartou qualquer conotao poltica pertinente. Disse que o vazamento de informaes e papis federais crime e que uma comisso de inqurito interna iria apurar o fato. Em 7 de abril, a Polcia Federal (PF) decidiu investigar o caso.Em 7 de maio, em audincia na Comisso de Infraestrutura do Senado Federal, respondeu questes relativas ao "dossi".[68]Eu fui barbaramente torturada, senador. Qualquer pessoa que ousar falar a verdade para os torturadores, entrega seus iguais. Eu me orgulho muito de ter mentido na tortura, senador.

Em resposta ao senador Jos Agripino Maia (DEM/RN). O senador sugeriu que, por ter mentido quando presa durante a ditadura, tambm poderia estar mentindo sobre vazamento de dados que formaram o dossi sobre gastos de FHC.[68]

As investigaes da PF concluram que o responsvel pelo vazamento foi o funcionrio da Casa Civil Jos Aparecido Nunes, ento subordinado de Erenice Guerra, ento secretria-executiva de Dilma Rousseff e posteriormente sua sucessora na Casa Civil.[69] Ele enviou passagens do dossi para o assessor do senador lvaro Dias, Andr Fernandes,[70] confirmando que o dossi existiu.Caso Varig

Dilma e Lula durante cerimnia de lanamento do PAC da Habitao.Em junho de 2008, a ex-diretora da Anac (Agncia Nacional de Aviao Civil) e atual pr-candidata presidncia,[71] Denise Abreu, afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que a Casa Civil favoreceu a venda da VarigLog e da Varig ao fundo norte-americano Matlin Patterson e aos trs scios brasileiros.[72]Abreu, que deixou o cargo em agosto de 2007, sob acusaes feitas durante a CPI do Apago Areo, relatou que a ministra Dilma Rousseff e a secretria-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, a pressionaram a tomar decises favorveis venda da VarigLog e da Varig. Segundo ela, Dilma a desestimulou a pedir documentos que comprovassem a capacidade financeira dos trs scios (Marco Antnio Audi, Lus Eduardo Gallo e Marcos Haftel) para comprar a empresa, j que a lei probe estrangeiros de possuir mais de 20% do capital das companhias areas.[73]Dilma negou as acusaes e Denise Abreu no apresentou nenhum documento ou prova que sustentasse suas acusaes.[74]Programa de Acelerao do CrescimentoDilma Rousseff considerada pelo governo a gerente do Programa de Acelerao de Crescimento (PAC). Lula tambm a chamou de "me" do PAC, designando-a responsvel pelo programa em todo o pas e informando que a populao deve cobrar dela o andamento das obras .[75] [76] Quanto ao ritmo das obras, Dilma alegou que o pas no tem o elevado grau de eficincia da Sua, mas tem conseguido acelerar os maiores projetos.[77]Presidente da RepblicaVer artigo principal: Governo Dilma RousseffCandidata s eleies de 2010Ver artigo principal: Eleio presidencial no Brasil em 2010

Dilma no incio da campanha Presidncia da Repblica em Porto Alegre, em julho de 2010.Em abril de 2007, Dilma j era apontada como possvel candidata presidncia da Repblica.[78] No ms seguinte, Dilma afirmou que era simptica ideia.[79] Em outubro do mesmo ano, jornais estrangeiros, como o argentino La Nacin e o espanhol El Pas, j indicavam que ela era um nome forte sucesso de Lula.[80] [81] Lula passou a fazer uma superexposio de Dilma para testar seu potencial como candidata.[82] Em abril de 2008, a The Economist indicava que sua candidatura no parecia ainda vivel, pois era pouco conhecida, ainda que fosse a ministra mais poderosa de Lula.[83]Em dezembro de 2008, o presidente Luiz Incio Lula da Silva disse que jamais conversara com Dilma Rousseff sobre sua possvel candidatura para as eleies presidenciais de 2010, dizendo ter apenas insinuado. Para Lula, Dilma a "pessoa mais gabaritada" para suced-lo.[84] Em outubro de 2009, Dilma e Lula foram acusados pela oposio de estarem fazendo propaganda eleitoral antes do prazo[85] durante visitas feitas pelo Presidente s obras de Transposio do Rio So Francisco. O episdio ganhou mais notoriedade quando o ento Presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, comentou o caso.[86]Sua candidatura foi oficializada em 13 de junho de 2010, em conveno nacional do Partido dos Trabalhadores realizada em Braslia. Foi tambm referendado o nome do ento presidente da Cmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB) como seu vice. Participaram da mesa, entre outros, o ex-ministro Jos Dirceu, o lder do PT na Cmara, Fernando Ferro (PE), e o secretrio-geral da legenda, Jos Eduardo Cardozo.[87] Sua candidatura foi apoiada por figuras famosas como Chico Buarque, Beth Carvalho, Alceu Valena, Elba Ramalho, Emir Sader, Oscar Niemeyer, Leonardo Boff, e Marilena Chau.[88]Suposto dossiO delegado Onsimo das Graas Sousa,[nota 2] aposentado do Departamento de Polcia Federal, segundo reportagem da Folha de S.Paulo alega ter participado de um encontro com os coordenadores da campanha eleitoral de Dilma Rousseff para a criao de um dossi contra o tambm candidato Jos Serra.[91] Onsimo diz que recusou-se a fazer o que lhe foi pedido e denunciou os fatos para a imprensa. Em depoimento no dia 17 de junho de 2010 para a Comisso de Controle das Atividades de Inteligncia do Congresso Nacional Brasileiro, afirmou ter sofrido ameaa de morte por revelar esse plano para a confeco do dossi.[92]Em uma segunda matria publicada em 19 de junho de 2010, a Folha de S. Paulo afirmou que dados da declarao de imposto de renda do presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, oriundos do sistema da Receita Federal, haviam sido levantados por um "grupo de inteligncia" da pr-campanha de Dilma Rousseff. Os papis tambm integrariam o suposto dossi supracitado que, segundo a Folha, teria sido montado com o aval de uma ala da pr-campanha presidencial petista.[93] [94]

Dilma Rousseff em entrevista para o Jornal Nacional, ao lado do jornalista William Bonner, em 2011.Dois dias aps a publicao da reportagem, a direo nacional do PT divulgou nota negando qualquer participao do partido no episdio. No dia 13 de julho de 2010, em depoimento CCJ (Comisso de Constituio e Justia) do Senado onde foi convocado a se explicar sobre o caso, o secretrio da Receita Federal, Otaclio Cartaxo, confirmou o acesso aos dados fiscais protegidos por sigilo do vice-presidente nacional do PSDB, Eduardo Jorge, mas se recusou a apontar o nome dos responsveis, mesmo se a sesso fosse transformada em secreta.[94] [95] Aps o depoimento de Cartaxo, o deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) informou que ingressaria com representao no Ministrio Pblico Federal (MPF) contra o secretrio da Receita Federal, por crime de prevaricao. O deputado acusou o PT de utilizar o aparato do governo federal para atacar a oposio "Primeiro foi o caso do caseiro Francenildo Costa. Agora, a Receita Federal est envolvida em outro escndalo. A transparncia fundamental nessa investigao".[96]Reportagem publicada pela revista Carta Capital em junho de 2006 afirma que o suposto dossi seria, na verdade, um livro, intitulado A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jnior, acerca de supostos escndalos envolvendo privatizaes e desvio de dinheiro pblico em gestes do PSDB. Ainda segundo a Carta Capital, Onsimo, especialista em contraespionagem, teria oferecido ao PT servios de vigilncia e rastreamento de escutas telefnicas, mas foi descartado[97] . Amaury foi indiciado por quatro crimes pela Polcia Federal em 25 de outubro do mesmo ano[98] . Em entrevista ao programa Roda Viva, Dilma afirmou, sobre as alegaes da Folha quanto existncia do suposto dossi, que o jornal "no tem f pblica" e que enquanto o jornal no demonstrar provas, trata-se de uma "uma acusao infundada". Tambm afirmou que s no processou a Folha de S. Paulo porque "respeita a liberdade de imprensa". O PT entrou com ao na justia contra Jos Serra, pelo fato do candidato t-la acusado de ser responsvel pelo suposto dossi.[99]Em 21 de julho, surgiu o nome de Antonia Aparecida Rodrigues dos Santos Neves Silva como possvel responsvel pelo vazamento. Antonia analista da Receita Federal e foi exonerada do cargo em comisso que ocupava no dia oito de julho, uma semana aps as denncias surgirem na imprensa e a Receita ter aberto sindicncia. Para o Fisco, foi com a senha de acesso de Antonia que os dados foram consultados e impressos sem justificativa legal. Casada com um auditor fiscal, Antonia tambm j participou da diretoria do sindicato dos servidores da receita na regio do ABC. Segundo o sindicalista Helio Bernardes, atual presidente do Sindireceita, a servidora nega ter acessado os dados.[100] [101]Repercusso internacional

Dilma Rousseff na Conveno Nacional do Partido dos Trabalhadores.Para o jornal britnico The Independent, em matria publicada sobre a candidata,[102] a sua eleio "marca o desmantelamento final do 'Estado de segurana nacional', um arranjo que os governos conservadores nos Estados Unidos e na Europa j viram como seu melhor artifcio para manter um status quo podre, que manteve uma vasta maioria na Amrica Latina na pobreza, enquanto favorecia seus amigos ricos", sendo ela uma candidata que "no se constrange com o passado de guerrilha urbana, que incluiu o combate a generais e a temporada na priso como prisioneira poltica". Disse tambm que, caso eleita, tornar-se- "a mulher mais poderosa do mundo".[103]O jornal espanhol El Pas caracterizou Dilma como "uma grande gestora, mulher mais de ao do que de pensamento"[104] e posteriormente, ao estimar que o candidato do PSDB Jos Serra pode sofrer uma "derrota humilhante" nas urnas,[105] [106] ps em questo o aparecimento de escndalos levantados por outros candidatos s vsperas das eleies: "milhares de brasileiros sonhavam com uma campanha eleitoral sem sobressaltos e centrada nas propostas dos candidatos, mas mais uma vez o jogo sujo est eclipsando o debate poltico".[107]A candidata, que descendente de blgaros, recebeu uma reportagem de duas pginas do mais importante peridico da Bulgria, o Trud, e vrios jornalistas de meios de comunicao do pas comentam com empolgao a possibilidade uma filha de blgaro ser eleita presidente do Brasil.[108] Durante sua campanha o pas experimentou uma espcie de "febre" e interesse por Dilma.[109] [110]Programa de governoSegundo informaes divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, o programa de governo de Dilma Rousseff registrado no TSE em 6 de julho de 2010, uma formalidade exigida pela legislao, contemplou duas verses em questo de algumas horas. Inicialmente o partido registrou um papelrio com dezenove pginas, todas rubricadas pela candidata, com temas controversos como controle da mdia, aborto e invaso de terras. Horas depois, uma segunda verso, sem os temas mais controversos classificados como radicais por diversos meios de comunicao, como a Folha de S. Paulo, o jornal O Globo e a revista Veja,[111] [112] [113] foi enviada para substituir o primeiro, esse assinado por advogados procuradores do PT.[114] [115] Ainda segundo o jornal, a assessoria da candidata teria afirmado que tanto ela quanto Jos Eduardo Dutra (presidente do partido) assinaram a verso sem ler o que estava escrito.[116] Indagada, Dilma respondeu que "Ns no concordamos com a posio expressa (sobre controle da mdia, aborto e invaso de terras)". "Tem coisas do PT com as quais concordamos, coisas com as quais no concordamos, e assim nos outros partidos tambm".[114]Multas eleitoraisDilma foi a primeira candidata a presidncia a receber multa eleitoral por propaganda irregular na eleio de 2010. A primeira multa, de cinco mil reais, foi em 13 de maio de 2010, aps o TSE analisar o programa partidrio veiculado pelo PT em dezembro de 2009 e considerar que houve propaganda antecipada em favor de Dilma. A segunda infrao ocorreu dia 10 de abril de 2010, na sede do Sindicato dos Metalrgicos.[117] A terceira multa, tambm no valor de cinco mil reais, foi aplicada no dia 8 de julho de 2010.[118]No dia 13 de julho, a ministra do Tribunal Superior Eleitoral Nancy Andrighi multou mais uma vez a candidata em seis mil reais.[119] No dia 20 de julho uma representao impetrada pelo Ministrio Pblico Eleitoral foi acatada pelo ministro Henrique Neves, e outra multa de cinco mil reais foi aplicada presidencivel.[120] No mesmo dia, outra multa de 5 mil reais foi aplicada candidata.[121] A stima punio foi dada no dia 22 de julho e teve o valor de 4 mil reais.[122]Por propaganda antecipada, Dilma j contabiliza sete multas, totalizando trinta e trs mil reais de dbito com a justia.[123]Eleio

Dilma eleita a primeira mulher presidente do Brasil, 31 de outubro.No dia 31 de outubro de 2010, Dilma Rousseff foi eleita presidente do Brasil. Ela obteve 56,05% do total de votos vlidos.[9]Dilma Rousseff escolheu a Rede Record para conceder sua primeira entrevista aps sua eleio. Ela respondeu s perguntas das jornalistas Ana Paula Padro e Adriana Arajo, em Braslia, e elogiou a editora por ter sido entrevistada justamente por mulheres.[124] A presidente tambm foi a primeira eleita democraticamente, desde o fim do regime militar no Brasil, a conceder sua primeira entrevista ps-eleio a uma emissora que no fosse a Rede Globo. Durante a conversa, Dilma ainda anunciou que a Record seria a primeira a noticiar o novo ministrio escolhido pela presidente.[124]Em seu pronunciamento, tratou de diversos temas, entre eles a valorizao da democracia, a liberdade de imprensa, a liberdade religiosa e sobretudo as mulheres. Disse ainda que seu governo iria manter a inflao sob controle, melhorar os gastos pblicos, simplificar a tributao e melhorar os servios pblicos para a populao.[125] Sobre o envolvimento de seu governo no combate pobreza no pas, declarou:Vou fazer um governo comprometido com a erradicao da misria e dar oportunidades para todos os brasileiros e brasileiras. Mas, humildemente, fao um chamado nao, aos empresrios, trabalhadores, imprensa, pessoas de bem do pas para que me ajudem.

Dilma Rousseff[125]

DiplomaoA presidente eleita e seu vice-presidente, Michel Temer, foram diplomados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em solenidade realizada no dia 17 de dezembro de 2010, s 17 horas, na sede do TSE, em Braslia, com a presena de 250 convidados, entre parentes e polticos. Dilma disse que iria "honrar as mulheres, cuidar dos mais frgeis e governar para todos". Os diplomas foram confeccionados na Casa da Moeda do Brasil.[126]Este o teor da diplomao:[127]Pela vontade do povo brasileiro, expressa nas urnas em 31 de outubro de 2010, a candidata pela coligao Para o Brasil Seguir Mudando, Dilma Vana Rousseff, foi eleita presidente da Repblica Federativa do Brasil. Em testemunho desse fato, a Justia Eleitoral expediu o presente diploma, que a habilita investidura do cargo perante o Congresso Nacional no dia 1 de janeiro de 2011, nos termos da Constituio.

Texto do diploma conferido a Dilma Rousseff pelo Tribunal Superior Eleitoral

PosseVer artigo principal: Posse de Dilma Rousseff

Dilma Rousseff discursa no Congresso Nacional do Brasil como presidente.Dilma Rousseff tomou posse como Presidente do Brasil em 1 de janeiro de 2011. O evento - que foi organizado pela sua equipe de transio, pelos Ministrios das Relaes Exteriores e Defesa e pela Presidncia da Repblica[128] - foi aguardado com alguma expectativa, visto que ela se tornou a primeira mulher a presidir o pas. Figuras femininas importantes na histria do Brasil foram homenageadas com painis espalhados por todo o Eixo Monumental.[129] De acordo com a Polcia Militar do Distrito Federal, em torno de 30 mil pessoas compareceram ao evento.[130]

Dilma Rousseff recebe a faixa presidencial de Luiz Incio Lula da Silva em 1 de janeiro de 2011.At 21 de dezembro de 2010, a editora do Senado tinha impresso 1229 convites para a posse de Dilma Rousseff.[131] O Congresso Nacional recebeu um total de 2 mil convidados para a cerimnia.[131] Conforme relatado pela imprensa, entre 14 e 17 chefes de Estado e de governo confirmaram a sua presena.[132] [133] Entre eles estavam Jos Scrates,[134] Juan Manuel Santos, Mauricio Funes, Alan Garca, Jos Mujica, Hugo Chvez, lvaro Colom, Alpha Cond, Sebastin Piera, Evo Morales[132] (mas no pde comparecer devido a protestos de ltima hora em seu pas) e Boyko Borisov. O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enviou a Secretria de Estado, Hillary Rodham Clinton, para represent-lo.[132] [135] o ex-primeiro-ministro do Japo, Taro Aso, tambm participou da cerimnia.[132]Alm da cerimnia formal, a posse de Dilma Rousseff tambm contou com apresentaes de cinco cantoras brasileiras: Elba Ramalho, Fernanda Takai, Zlia Duncan, Mart'nlia e Gaby Amarantos.[136] O Ministrio da Cultura organizou a parte cultural do evento, com um oramento estimado em 1,5 milho de reais.[136] Os concertos comearam s 10h00 e terminaram s 2:00 horas, com o incio da cerimnia oficial. As apresentaes continuaram entre 6:00-21:00. Rousseff no participou, j que ela realizou uma recepo no Palcio do Itamaraty para as autoridades estrangeiras que participaram da cerimnia de posse. Cada autoridade estrangeira teve a oportunidade de falar com ela por 30 segundos.[137]Conselho de ministrosVer artigo principal: Ministrios do BrasilEste artigo ou seo pode conter informaes desatualizadas. Se sabe algo sobre o tema abordado, edite a pgina e inclua informaes mais recentes.

Dilma Rousseff com o vice Michel Temer e seu conselho de ministros empossados em janeiro de 2011.Em 17 de dezembro de 2010, Dilma Rousseff recebeu do Tribunal Superior Eleitoral um diploma atestando sua vitria na eleio presidencial de 2010, tornando-se a primeira mulher na histria do Brasil a ocupar tal cargo.[138] Contudo, no conseguiu nomear todos os membros de seu gabinete (ou conselho de ministros) at essa cerimnia, como tinha desejado.[139] Ela completou a nomeao de todos os 37 membros do seu gabinete em 22 de dezembro de 2010.[140] Apesar de ter previsto que 30% do seu gabinete seria composto por mulheres,[141] [142] elas compem 24% de sua equipe ministerial. Membros do Partido dos Trabalhadores (PT), do qual a presidente faz parte, compe 43% de seu gabinete, com 16 membros, enquanto outros 12 ministrios foram entregues a seis em cada dez partidos polticos que formaram a coligao eleitoral vencedora. Os restantes 9 ministrios do gabinete, entre os quais estavam os cargos importantes, como a presidncia do Banco Central do Brasil, do Ministrio das Relaes Exteriores e do Ministrio do Meio Ambiente, foram entregues a pessoas tcnicas, no ligadas a partidos.[140]Desde que tomou posse, Dilma Rousseff mudou os membros dos membros seu gabinete quatro vezes.[143] Ela tornou-se a presidente que mais promoveu mudanas em sua equipe de ministros nos primeiros seis meses de governo.[143] Em 7 de junho de 2011, o ento Ministro-Chefe da Casa Civil do governo Rousseff e um dos lderes mais influentes do PT, Antonio Palocci, renunciou ao cargo devido a um escndalo envolvendo uma suposta evoluo desproporcional de sua riqueza pessoal.[143] No mesmo dia, a senadora paranaense Gleisi Hoffmann (tambm do PT) substituiu-o.[143] Trs dias depois, Ideli Salvatti, uma ex-senadora do PT por Santa Catarina e Ministra da Pesca e Aquicultura at ento, passou a ser a Ministra-chefe da Secretaria de Relaes Institucionais, cargo at ento ocupado por Luiz Srgio, ex-prefeito do municpio de Angra dos Reis e deputado federal licenciado do PT pelo Rio de Janeiro.[143] Em 6 de julho, Alfredo Nascimento, ento ministro dos Transportes, deixou o cargo aps denncias de que obras pblicas que estavam sendo superfaturadas.[143] Em 4 de agosto, Nelson Jobim deixou o Ministrio da Defesa depois de uma entrevista que ele deu a revista Piau criticando Hoffmann e Salvatti.[144] Rousseff nomeou Celso Amorim para substitu-lo.[144] Jobim j havia declarado ter votado em Jos Serra para presidente.[144] Com essas mudanas a presena feminina no gabinete aumentou para 26%, enquanto que a presena do PT aumentou para quase 45%.[144]A logomarca do governo da presidente Dilma Rousseff possui desenho inspirado nas cores da Bandeira do Brasill, fundo amarelo destaca[145] o dstico Brasil em letras verdes sendo que a letra A est encimada com o losango do pavilho nacional. Na parte superior tem a grafia Governo Federal e em baixo o slogan, Pas rico pas sem pobreza. O Palcio do Planalto divulgou em janeiro de 2011 que a logomarca foi criada pelo marqueteiro Joo Santana e pelo diretor de arte Marcelo Krtz.[146]Principais diretrizes e desempenho de seu governoEsta seo pode conter informaes desatualizadas. Se sabe algo sobre o tema abordado, edite a pgina e inclua informaes mais recentes.

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A presidente iniciou seu governo declaradamente num esprito de continuidade com o de seu antecessor, Lula,[147] e at chegou-se a temer que ela ficaria dominada pela sua influncia. No entanto, ela logo imps um estilo pessoal de governar e ideias prprias, embora Lula permanea naturalmente como conselheiro at hoje. Apesar da crise inicial com seus ministros, o governo no foi profundamente abalado por isso. As maiores dificuldades apareceram pela mudana no contexto internacional, diluindo o ambiente favorvel ao crescimento que Lula encontrara, e trazendo desafios inesperados aos planos originais, fazendo baixar as expectativas.[148] [149]Estudo sobre seu primeiro ano de governo, elaborado pelo Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores em parceria com o Instituto Humanitas da Unisinos, considerou que os princpios que nortearam sua atuao inicial derivam de um modelo desenvolvimentista, em que o Estado tem importante papel na regulao e fomento do crescimento econmico, bem como na definio das estratgias para o crescimento. As suas primeiras medidas de impacto foram a elevao da taxa de juros de 10,75 para 11,25%, a definio do salrio mnimo em R$ 545,00 e um grande corte no oramento, que teriam o objetivo de disciplinar a rpida expanso da economia e conter a inflao, que j dava mostras de se elevar.[148] [150] [151] Outros grandes interesses do governo eram os juros, o cmbio, o ajuste fiscal, a poltica industrial e a relao comercial com a China.[148] Suas aes logo desencadearam polmica. Para uns foram uma boa novidade, para outros elas significavam claramente a continuidade em relao ao governo anterior, dado interpretado tanto contra ela como a seu favor. Os crticos do governo Lula a viam como a perpetuao dos problemas que apontavam antes, mas para outros a meta de manter em alta o crescimento era uma justificativa suficiente para a continuidade de um modelo que consideravam de sucesso. Muitos louvaram a nfase nos aspectos tcnicos e o pragmatismo de sua administrao.[148] [152]As medidas adotadas controlaram a inflao, embora no tanto como o governo havia planejado, encerrando o ano de 2011 com uma taxa acumulada de 6,50%, no teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetrio Nacional.[153] Mesmo enfrentando dificuldades, em junho de 2011 o IBGE apresentou resultados positivos das polticas, indicando um crescimento de 1,3% no primeiro trimestre do ano.[154] O desempenho positivo colocou o pas na posio de sexta maior economia do mundo.[155] Ao longo de todo o seu governo as expectativas oficiais de crescimento seriam em geral frustradas, com ndices abaixo do previsto, mas, no obstante, o crescimento tem sido positivo. O primeiro ano de seu mandato resultou num crescimento de 2,7%, em 2012 a economia cresceu 0,9%, e em 2013 o PIB cresceu 2,3%.[156] [157] [158] Em 2013 o pas ficou em terceiro lugar em taxa de crescimento entre as 13 principais economias mundiais.[159]

O presidente Lula anunciando em 2007 o Programa de Acelerao de Crescimento (PAC). Ao lado, a ento ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que em sua gesto presidencial deu seguimento ao programa.Ao mesmo tempo, seu governo tem declarado sua forte preocupao com a elevao da qualidade de vida das classes desfavorecidas. Vrias medidas foram adotadas para atingir o objetivo. A partir de janeiro de 2012 o salrio mnimo foi reajustado para R$ 622, [160] o que, de acordo com estudo do DIEESE, fez com que o poder de compra do trabalhador alcanasse o nvel mais alto em mais de 30 anos, podendo comprar 2,25 cestas bsicas, a maior quantidade desde 1979.[161] Tambm foram feitos investimentos em obras sociais e de infra-estrutura bsica, embutidos no Plano de Acelerao do Crescimento 2 (PAC 2), uma atualizao de iniciativa do governo anterior que um dos principais eixos de estruturao de seu programa de governo, e que prev investimentos de R$ 958,9 bilhes entre 2011 e 2014 em reas sensveis atravs de vrios projetos subsidirios.[162] Destaca-se o programa Minha Casa, Minha Vida 2, que teve o objetivo de disponibilizar dois milhes de habitaes at 2014, 60% delas para famlias de baixa renda.[163] Segundo fontes oficiais, o programa j contratou 3,2 milhes de unidades habitacionais at maro de 2014, com investimentos de R$ 205 bilhes.[164] No saneamento j foram investidos R$ 37,8 bilhes.[165] Outro programa o Brasil sem Misria, contribuindo para tirar muitas famlias da pobreza extrema, definida pelo governo como uma renda de at R$ 77 mensais por pessoa.[166] Segundo Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social e Combate Fome, o programa foi um sucesso, levando 22 milhes de brasileiros para cima da linha da misria:"Foi o fim da misria, do ponto de vista da renda, para o pblico do Bolsa Famlia. [...] Esse novo projeto poltico aliviou a pobreza, empoderou as mulheres, melhorou as condies de vida no Nordeste, levou as crianas para a escola e impactou positivamente na sade das crianas e das gestantes. [...] A renda dos mais pobres cresceu 6,4% com relao dos mais ricos, o salrio mnimo teve um aumento de 72% acima da inflao e foram criados mais de 20 milhes de empregos formais nesses 10 anos".[167]Francisco Diniz Bezerra, especialista do Banco do Nordeste, disse que "os beneficirios tendem a consumir bens produzidos nacionalmente, ajudando a fortalecer o setor produtivo do pas, estimulando o mercado interno e criando um mercado consumidor de massas".[167] O Brasil sem Misria tem vrios projetos associados para atender a reas especficas, como o citado Bolsa Famlia, que concede aos beneficirios de R$ 77,01 a R$ 154, conforme o nmero de dependentes e o grau de pobreza. O programa desde sua implementao pelo governo Lula tem recebido apoio de autoridades internacionais, incluindo o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento.[166] [168] [169] O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Tcnico e Emprego oferece cursos gratuitos de qualificao profissional.[167] O Programa Microempreendedor Individual destinado a fomentar pequenos mercados e a dar assistncia tcnica e gerencial a microempresas, j presente em 4 mil municpios e, segundo o ministro da Educao, Henrique Paim, contemplando at maro de 2014 mais de 6 milhes de pessoas;[170] O programa gua para Todos cuja meta para 2014 era de construir 750 mil cisternas e 6 mil sistemas coletivos de abastecimento para o consumo, especialmente no semirido, tinha em outubro daquele ano 725820 famlias atendidas.[171] Em relao produo agropecuria, est programada[quando?] a criao de 20 mil cisternas de produo, 20 mil pequenos sistemas de irrigao e 3 mil barragens para captao da chuva.[172] Na rea da sade esto previstos investimentos de R$ 82,6 milhes em 2014, com um crescimento de mais de 7 milhes em relao ao ano anterior,[173] e merece nota o polmico programa Mais Mdicos, que pretende aprimorar a infra-estrutura sanitria e tem trazido mdicos estrangeiros para suprir carncias crnicas em reas desfavorecidas.[174] [175] H outros programas em atividade. Segundo Marcelo Neri, ministro interino da Secretaria de Assuntos Estratgicos, "o Brasil est ficando mais prspero e mais igual, menos desigual".[176] Na anlise do Banco Mundial, o Brasil tem se revelado relativamente estvel diante da crise mundial, e apesar da existncia ainda de grandes desigualdades e da desacelerao do seu crescimento, que teve um impacto desproporcional sobre as indstrias, deve em geral se beneficiar da diminuio da pobreza, de uma economia forte e de uma inflao sob controle.[177] [168] Para Alosio Mercadante, ex-ministro da Cincia e Tecnologia e da Educao,"Na ltima dcada ns construmos a estabilidade macroeconmica, com 350 bilhes de dlares em reservas cambiais, reduzimos a dvida pblica de 65% para 35% do PIB, estabilizamos a democracia, a diviso dos poderes, a liberdade de imprensa e somos um pas que h 140 anos no tem conflito com vizinhos. O Brasil chega na posio de sexta economia do mundo com uma srie de valores que o mundo admira. O grande diferencial foi ter includo 40 milhes de pessoas no mercado de consumo e isso fundamental porque, nesta crise, no h como crescer para fora por causa da situao da Zona do Euro, a dificuldade da economia americana de retomar o crescimento mais acelerado e, principalmente, a desacelerao asitica. A nossa ncora o crescimento do mercado interno e isso significa emprego e salrio. O Brasil vai ter que fazer um ajuste para aumentar sua competitividade, e a presidenta Dilma est fazendo um conjunto de medidas para elevar a eficincia sistmica da economia brasileira".[178]

Plataforma petrolfera P-20, da Petrobras: a explorao de petrleo em guas profundas tornou a empresa uma referncia mundial.

Inaugurao do Pavilho Brasil na Rio+20, a Conferncia das Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel, com a presidente Dilma Rousseff.O governo tem estimulado tambm o setor energtico, dando incentivos pesquisa e produo de petrleo e carvo mineral, construo de hidreltricas e ao desenvolvimento de fontes alternativas de energia, como o biodiesel e o lcool da cana. Em vrios programas o Brasil conquistou projeo internacional, como na pesquisa de petrleo em guas profundas e na produo de lcool.[179] [180] [181] [182] Liga-se a este setor a questo ambiental e agrria. O Brasil tem sido cronicamente pouco efetivo no combate s ameaas ao seu ambiente, mas o governo Dilma tem dado ateno ao assunto, como o j citado apoio aos combustveis renovveis. Mas h outras linhas de ao, e tem despertado especial preocupao as ligaes do Brasil com o problema do aquecimento global. Lanando um grande programa multianual voltado ao ambiente, as metas definidas para o perodo at 2020 incluem reduzir em 80% o desmatamento na Amaznia em relao aos nmeros de 1996-2005, melhorar a eficincia energtica, expandir em 3 milhes de hectares o reflorestamento, investir no gerenciamento de resduos, recompor 15 milhes de hectares de pastagens degradadas, expandir para mais 4 milhes de hectares os sistemas de produo integrada agricultura-pecuria-silvicultura, expandir para mais 8 milhes de hectares a prtica do plantio direto, expandir para mais 5,5 milhes de hectares a prtica do uso de fixadores biolgicos de nitrognio em vez do uso de fertilizantes qumicos, e incentivar o uso do carvo de madeira renovvel.[183] O Brasil, de fato, conquistou projeo internacional nas negociaes das polticas sobre o aquecimento, propondo metas voluntrias de reduo de emisses de gases estufa, e foi elogiado pela ONU pela reduo nas taxas histricas de desmatamento, mas os resultados das polticas ambientais recentes tm sido muito controversos.[184] [185] [186] [187] O agronegcio tem sido um dos pontos fortes do seu governo, contribuindo com 100 bilhes de dlares em exportaes, e um setor de grande influncia poltica, com forte presena no Congresso como base aliada da presidente (a chamada bancada ruralista). Contudo, o setor tem interesses que com frequncia divergem dos ambientalistas, surgindo dali uma srie de conflitos, por vezes violentos, que o governo tem tido dificuldade de administrar, e que so engrossados por reivindicaes de outras sees da sociedade, como os sem-terra e os povos indgenas.[188] [189] [190]O programa Mais Educao visa estimular o ensino em perodo integral, com prioridade nas regies mais pobres.[167] Aloizio Mercadante (Ministro da Educao de janeiro de 2012 a fevereiro de 2014) disse que os problemas maiores esto no ensino mdio, mas "nos ltimos 15 anos trouxemos cerca de 5 milhes de estudantes a mais. A incluso fantstica".[191] [...] "O pas se conscientizou de que a educao algo estratgico". A alfabetizao bsica, o ensino superior e a pesquisa cientfica tambm so objetos de ateno do governo, com uma srie de projetos a eles dedicados.[178] Na cultura tambm tem sido focada com especial interesse a classe trabalhadora. Foi implantado o Vale Cultura, que, segundo o Ministrio da Cultura, tem potencial para alcanar 42 milhes de trabalhadores. At o incio de abril de 2014 500 mil foram contemplados. O programa paga R$ 50 mensais para o funcionrio de empresa devidamente cadastrado que tenha seus direitos regidos pela Consolidao das Leis do Trabalho (CLT) e ganhe at cinco salrios mnimos. O recurso pode ser usado, por exemplo, para ir a shows e museus, e para aquisio de CDs, livros e revistas.[192] O governo tambm tem vrios programas de incentivo ao teatro, cinema, museus, artes visuais, folclore, tem entre suas prioridades o fomento da leitura e tem investido no turismo cultural e na preservao e valorizao do patrimnio histrico. Muitos desses projetos tm forte marca social, apoiando o multiculturalismo, protegendo comunidades e expresses culturais tradicionais e promovendo a criao de pontos de cultura em reas carentes.[193] [194] [195]Reconhecimento internacionalVer pgina anexa: Lista de viagens presidenciais de Dilma RousseffEm 2009, foi includa entre os 100 brasileiros mais influentes do ano, pela revista poca[196] e, em novembro do ano seguinte, a revista Forbes classificou-a como a 16 pessoa mais poderosa do mundo.[197] Em 2011 estava incluida na lista das 100 personalidades mais influentes do planeta pela revista Time, como a terceira mulher mais poderosa do planeta e 22 pessoa mais poderosa do mundo pela Forbes.[198] [199] [200]Rousseff ainda recebeu o Woodrow Wilson Award, dedicados a lderes de governos dedicados a melhorar a qualidade de vida de seu pas e ao redor do mundo.[201] Em 2011, Rousseff foi a primeira mulher a abrir a Assembleia-Geral das Naes Unidas em toda a histria da ONU.[202] No final de 2013, o jornal espanhol El Pas classificou Rousseff como uma das 11 personalidades ibero-americanas "que deixaram sua marca no ano".[12] [203]

Rousseff ao receber o Woodrow Wilson Awards em Nova Iorque em 21 de setembro de 2011.Em 20 de setembro, Rousseff recebeu o prmio Woodrow Wilson Public Service, no Hotel Pierre em Nova Iorque, Estados Unidos, uma distino que tambm foi dada ao seu antecessor, em 2009. No dia seguinte, ela se tornou a primeira mulher a abrir uma sesso da Assembleia Geral das Naes Unidas.[204] Rousseff tambm foi destaque na capa da revista Newsweek em 26 de setembro de 2011. Durante a sua visita de Estado Bulgria, em 5 de outubro de 2011, Dilma foi premiada com a maior honraria do governo blgaro, a Ordem de Stara Planina.[205]O jornalista Glenn Greenwald, que ajudou Edward Snowden a divulgar a espionagem que a Agncia de Segurana Nacional (NSA), dos Estados Unidos, realiza ao redor do mundo, disse que o governo brasileiro teve muito mais coragem que a maioria dos outros pases ao criticar a posio do governo norte-americano. Greenwald afirmou: "Aqui [no Brasil] os polticos e a presidente Dilma Rousseff reagiram de forma muito mais veemente e agressiva [aos casos de espionagem]. Rousseff reprovou o comportamento dos EUA, recusando o convite para a primeira visita de Estado aos EUA, desde vrias dcadas. Ela criticou o comportamento dos EUA perante as Naes Unidas, enquanto o presidente Obama esperava fora do plenrio, no corredor. A meu ver, nenhum dos chefes de Estado e governo europeus mostrou tanta coragem."[206]Em seu livro de memrias intitulado Hard Choices, Hillary Clinton, a ex-Secretria de Estado dos Estados Unidos, afirmou que "admira e gosta" de Rousseff e a classificou como uma "lder formidvel". "Ela pode no ter a graciosa ousadia de Lula ou a experincia tcnica de Cardoso, mas tem um intelecto forte e muita garra", afirma. Clinton ainda aponta a atuao da presidente durante os protestos sociais de 2013 como um exemplo de ao democrtica: "Em vez de desprezar ou bater e prender manifestantes, como fizeram muitos outros pases, incluindo a Venezuela, Dilma se juntou a eles, reconheceu as suas preocupaes e pediu que trabalhassem com o governo para resolver os problemas".[207]PopularidadeRousseff manteve um alto ndice de aprovao nos dois primeiros anos de seu mandato. Desde maro de 2011 os que consideravam o governo como timo ou bom nunca foram menos do que 48%, estando em ascenso contnua entre julho de 2011 e maro de 2013. No final de maro de 2013, seu governo era aprovado por 63% dos brasileiros, enquanto seu ndice de aprovao pessoal era de 79%. Mas desde ento enfrenta uma forte queda em popularidade.[208] [209] A popularidade de Dilma nos dois primeiros anos foi atribuda a medidas populares de seu governo, como a reduo do imposto federal na conta de energia eltrica e a iseno de impostos federais nos produtos da cesta bsica (carne, leite, feijo, arroz, farinha, batata, tomate, po, acar, p de caf, leo de cozinha, manteiga, bananas e mas).[210] A reduo dos juros da taxa selic conduzida pelo Banco Central do Brasil tambm mencionada como uma das causas da alta popularidade de Dilma.[211]Pesquisa recente do CNI-Ibope revelou que a popularidade do governo em maro de 2014 cara para 36%. Segundo notcia do Globo,"A confiana na presidente Dilma tambm diminuiu. A parcela da populao que confia na presidente caiu de 52% para 48%. O governo teve uma piora na avaliao em todas as nove reas pesquisadas. O descontentamento maior principalmente quanto conduo da poltica econmica, com preocupaes em relao inflao e ao desemprego. [...] Na rea de Educao: a desaprovao subiu para 65%, contra 58% na pesquisa anterior. Na rea de Sade, a insatisfao subiu para 77%, contra 72% na pesquisa anterior; Na rea da Segurana Pblica, o descontentamento chegou a 76%. [...] A pesquisa mostrou que 77% desaprovam a poltica econmica de forma geral. No caso especfico da inflao, a insatisfao de 71%. Na rea de meio ambiente, descontentamento de 54%".[209]O Ministro da Casa Civil, Alosio Mercadante, reconheceu a validade da pesquisa e a interpretou como um estmulo para o governo trabalhar duro para apresentar melhores resultados, mas o vice-presidente do PT, Alberto Cantalice, e a ministra de Relaes Institucionais, Ideli Salvatti, minimizaram a importncia dos resultados, considerando-os circunstanciais.[212]ControvrsiasInternamente seu governo tem recebido crticas de muitos setores da sociedade. No incio do mandato, vrios dos ministros do governo Rousseff foram acusados de corrupo poltica,[213] [214] [215] [216] o que levou a presidente a exoner-los de seus cargos, episdio que ficou conhecido na imprensa do pas como "faxina no governo".[217] Centenas de militares da reserva, incluindo mais de 60 generais e muitas outras autoridades, num abaixo-assinado de 2012, criticaram a presidente, entendendo que ela se afastou de suas promessas iniciais e esqueceu que governa para todos os brasileiros e no apenas para certos grupos. Segundo notcia, o governo, incomodado, atravs do ministro da Defesa, Celso Amorim, teria pressionado para a retirada do abaixo-assinado do ar, o que de fato veio a acontecer. Com isso, o apoio ao movimento cresceu, sendo divulgada uma nota de repdio atitude do governo.[218]Plano de Acelerao do CrescimentoA conduo do Plano de Acelerao do Crescimento (PAC), apesar de alguns pontos positivos, considerada por vrios crticos como eleitoreira, ineficiente e inconsistente,[219] [220] [221] [222] com apenas 12% das obras previstas no programa concludas nos trs primeiros anos de governo.[223] Nas palavras de Jorge Oliveira, escrevendo para o Dirio do Poder,"A presidente quer parecer que administra o pas. Para tanto no mede as consequncias dos seus atos intempestivos e irresponsveis. Quer acelerar as obras do PAC, paralisadas em todos os cantos, por decreto ou bazfias. Quer ganhar no grito o que no conseguiu nos ltimos trs anos: administrar o pas com competncia. A um ano das eleies, Dilma percorre os estados anunciando projetos lunares e inaugurando obras de vereador. Promete bilhes e bilhes de reais para projetos que simplesmente no saem do papel, mas que so divulgados pela imprensa como factveis a menos de um ano de acabar o governo".[219]Poltica econmicaA poltica econmica do seu governo tambm tem sido alvo de crticas, principalmente devido ao nvel de inflao, que chegou prximo ao teto da meta anual de 6,5% estipulada pelo governo, aos dficits da balana comercial brasileira, ao crescimento da desvalorizao cambial e ao nvel relativamente baixo de crescimento do produto interno bruto (PIB) em relao a outros pases emergentes.[224] Para Michael Reid, editor da revista The Economist, Dilma merece aplauso "por ser uma democrata, por ter realizado aes no incio do governo contra a corrupo e por ter respeitado a liberdade de expresso", mas se tornou uma decepo para muitos porque "o governo federal continua crescendo como um aparato burocrtico e tem uma base de apoio imensa, que cobra cargos e verbas. E no parece que ela tem uma viso de como reformar o Estado para que ele faa melhor as coisas que os brasileiros querem".[222] Para vrios analistas, nos ltimos anos a confiana no Brasil dos investidores estrangeiros vem declinando.[225] [226] [227] Paulo Bilyk, fundador da Rio Bravo Investimentos, atribui isso instabilidade institucional, produzida, entre vrios motivos, por contas pblicas desajustadas e aumento da inflao.[226] Segundo avaliao da Organizao para Cooperao e Desenvolvimento Econmico, na Amrica Latina o pas s perde para a Argentina em carga tributria, e o FMI projetou uma queda no crescimento de 3,2% para 2,8% ao longo de 2014, com os problemas piores registrados na infraestrutura.[227] O jornal Financial Times fez duras crticas sua administrao e pediu um "choque de credibilidade" no Brasil, dizendo: "Os preparativos atrasados para a Copa do Mundo j envergonham o Pas, enquanto o trabalho para os Jogos Olmpicos de 2016 classificado como 'o pior' que o Comit Internacional j viu. A economia tambm est em queda. O Brasil, uma vez o queridinho do mercado, v investidores caindo fora".[225] O editorial considerou que se a presidente no mudar seu hbito de mais falar do que ouvir sua reeleio pode ficar comprometida, mas admite que h sinais de algumas mudanas positivas, afirmando:"Saber se a senhora Rousseff, que parece Merkel (Angela Merkel, chanceler da Alemanha), mas resulta nos Irmos Marx, realmente a pessoa certa para colocar o Brasil de volta aos trilhos outra questo. Afinal de contas, sua primeira administrao foi uma decepo. Mas, pelo menos, h sinais de que os mercados do Pas esto trabalhando como deveriam atravs da transmisso de uma preocupao generalizada e crescente. Estes esto agora comeando a empurrar o debate poltico em uma direo favorvel aos investidores. Isso s pode ser uma coisa boa".[225]At mesmo seu conselheiro e apoiador constante, o ex-presidente Lula, num almoo com empresrios e polticos promovido pelo banco Merrill Lynch, criticou sua pouca disposio ao dilogo e sua tendncia de concentrar em si o poder, devendo aprender a delegar e a "ser mais lder e menos general".[228] Reinaldo Azevedo, escrevendo para a Veja, disse que o governo Dilma teria se sado melhor se tivesse encontrado uma conjuntura mais favorvel, como a que Lula encontrou:"Acontece que esses eventos no vo se repetir. Dilma est pegando a fase final das 'virtudes' do modelo lulista, ancorado no consumo. O dficit de US$ 11,591 bilhes nas contas externas em janeiro comeou a ser fabricado no governo Lula. O rombo certo na balana comercial em 2014 o primeiro em 13 anos tambm comeou a ser fabricado no lulismo. O papel cada vez mais modesto da indstria no PIB e um dficit de US$ 110 bilhes do setor no ano passado tm a digital indelvel de... Lula! [...] O governo Dilma , sim, a meu juzo, muito ruim mas no pior do que era o de Lula. O que mudou de modo importante foi a conjuntura internacional, e o PT no estava preparado para isso".[149]Meio ambienteA abordagem da grave problemtica ambiental contempornea tem sido considerada pelos ambientalistas brasileiros como a pior das ltimas dcadas, favorecendo retrocessos, estabelecendo polticas contraditrias e oportunistas e dando grande incentivo ao uso de combustveis fsseis, altamente poluidores. Apesar de a ministra do ambiente Izabella Teixeira ter recebido distino da ONU em 2013 pela reduo nas taxas histricas, segundo a FAO o Brasil at 2010 continuava sendo o campeo mundial em desmatamento, grande parte dele ilegal, e ainda em 2013 as taxas voltaram a se elevar rapidamente. Este retrocesso se deve, na opinio de cientistas e ambientalistas, muito porque o governo Dilma no vetou tudo o que podia nas mudanas do Novo Cdigo Florestal Brasileiro, que foi aprovado por forte presso da bancada ruralista do Congresso, parte da base aliada do governo, e porque os poderes fiscalizadores do Ibama, o administrador da poltica ambiental, foram reduzidos nesta gesto, sofrendo ainda de crnica insuficincia de recursos. Todos os biomas nacionais esto seriamente ameaados, as reservas protegidas so poucas, o controle pouco eficiente, e o Ibama tem sido incapaz de atender a todas as demandas e combater a ilegalidade.[229] [230] [231] [232] [233] [234] [235] [236] [237] [238] O Brasil tem dado contribuio significativa ao aumento nos nveis do aquecimento global, e suas taxas de emisso de gases estufa esto crescendo, especialmente no setor energtico.[239] [240] [241] [242] [243]Outros setores com grandes problemas tambm esto relacionados ao meio ambiente, ao uso da terra e dos recursos naturais, com importantes repercusses sociais: o seu governo tem sido criticado por no dar questo agrria a ateno que o problema merece,[244] [245] em 2012 o Incra, rgo governamental responsvel pela reforma agrria, foi acusado pelo Ministrio Pblico como o maior desmatador da Amaznia,[246] e a poltica indigenista do governo considerada um fracasso por vasto nmero de observadores, com os problemas piores ligados questo das terras indgenas e ao uso dos seus recursos, deixando os ndios do Brasil em uma condio de crnica desassistncia que favorece a continuidade do genocdio histrico que esses povos sofreram pela ao dos colonizadores. A base aliada do governo no Congresso tem sido responsvel pela aprovao de mltiplos projetos de lei que prejudicam os interesses indgenas. Esses problemas tm gerado conflitos violentos, com muitas perdas de vidas e sofrimento, com denncias que chegaram a fruns internacionais como a ONU e a OIT, sem qualquer efeito.[247] [248] [249] [250] [251] [252] Questionado pela Comisso Interamericana de Direitos Humanos, brao da OEA, sobre violaes de direitos humanos no caso da construo da usina de Belo Monte, um dos mais polmicos, o governo se recusou a comparecer audincia, chamou seu embaixador de volta e ameaou cortar fundos de apoio organizao.[253]Manifestaes populares

Manifestantes no teto do Congresso Nacional, protestando contra