Terceiro Anne
AA KM LÍHEOA
mez 300 réis Annuncios, linha 20 réis
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AVUláO jornal, por linha 60 réis QIIXTA-FEJRA 19 DE FEVEREIRO DE 1874
A»SltV4Tl'BA NA PR9VIXCIA
1 mez 500 réis 3 mezes l&SOO ré:& A correspondência sobre administração a L »
RENA QUEIROZ, calcada do Cornhro. 10. 1.°
taero
Bi urbon-!'Arrliamb;iiilt
A nossa estampa representa o castrllo
de Bourbon-fArchambault onde morreu
madame de Montespan.
A villa, dominada pelas ruinas do ve-
lho rastcllo, fortaleza feudal começada
no XIII século, é pequena c conta ape-
nas 1:600 e tantos habitantes.
Tem corrido com a maior actividade as
obras do theatro da Figueira.
^A guarda de honra para o palacio das
cortes é hoje fornecida pelo batalhão de
caçadores n.° 5.
O sr. Francisco Simões da Cunha pu-
blicou um folheto com breves considera-
ções acerca da Industria e commercio do
figo, precedidas de uma carta do sr. Lu-
ciano Cordeiro.
E' obra muito curiosa.
Agradecemos os exemplares com que
fomos brindados.
Os srs. Manuel Thomaz Ferreira Nobre
de Carvalho e dr. Anselmo de Assis e
Andrade vão publicar em Beja uma folha
bi-semanal, sob o titulo de O Districto de
Beja.
A eamara municipal de Villa Nova de
Portimão nomeou uma commissào para
tratar dos festejos da inauguração da pon-
te sobre o rio d aquella villa.
A commissào é cwmposta dos srs. vis-
conde de Bivar, dr. Manuel d'Almeida,
José Alexandrino de Avellar, Joaquim de
Almeida Negrão e Manuel José Sarrea
Garfias.
São convidados para esta festa os srs.
ministro das obras publicas, deputados
Barros e Cunha, e Gomes da Palma, e as
camaras municipaes de Silves e Lagoa.
Está viuva a freguezia de Nossa Se-
nhora da Purificação de Oeiras, cujo pa-
rodio collado o reverendo José da Fon-
seca Garrido falleceu em 13 do corrente.
Era um sacerdote rcspeitabilissimo pela
gravidade do seu caracter, pelas suas vir-
tudes domesticas e pela perfeição com que
exercia o seu santo ministério. Era talvez
o decano dos parochos e do clero portu-
guez, pois morreu na edade de 98 annos.
Começou a ser parocho da edade de vin-
te e seis annos com o beneficiado curado
da sé de Castello Branco, sua patria.
Foi primeiro ca pel Ião do Loreto, em
Lisboa, no tempo em que essa capellania
italiana gosava de grandes privilégios. Foi
depois prior da freguezia da Pena, onde
ainda é lembrado com veneração e d'onde
saiu por causa da reintegração dos paro-
chos coitados.
FOLHETIM
Theatro em caza dos condes
do Caza! Ribeiro
Meu caro Pedro Corrêa. Domingo ulti-
mo fui passar a noite a casa dos~condes
do Cazal Ribeiro. Os jornaes, que não
guardam seçredos, haviam-me annuncia-
do uma noite de festa; que se tinham
transformado as salas em theatro, e que
quatro damas da nossa sociedade elegan-
te, e alguns cavalheiros, se propunham
divertir os hospedes com a representa-
■ ção de algumas comedias, e entre estas
uma em francez.
Como sabe,eu amo o theatro francez;an-
dava cheio de curiosidade, e aquella noi-
te não me podia escapar: de mais, alguém
me tinha asseverado que tomavam parte
no espectáculo duas provincianas, e eu
morro pelas damas das nossas províncias,
isto sem deixar de ter muita consideração
pelas nossas elegantes da sociedade lis-
bonense, que respeito e prezo ainda
mesmo quando ellas não fazem caso de
mim; pois cheguei á perfeição de não co-
nhecer despeito algum que me obrigue a
não considerar, e muito, uma senhora,
seja qual for o seu proceder para comigo.
Um theatro nas salas ha de convir que
é uma coisa bonita,que atírahe, e interes-
sa. As commoções nos espectadores são
mais vehementes, os receios rnais vivos,
as alegrias mais expansivas.
Meu amigo, já que fui, vi, e ouvi, con-
sinta que eu lhe roube alguns momentos
com a descripçào rapida uos actores, e da
festa, que foi verdadeiramente artística.
Ha per/o de 10 annos era prior da fre-
guezia de Oeiras, que tardo terá um pas-
tor tão grave e sabedor do seu ollicio.
Era irmão do sr. Manuel Duarte Figuei-
ra, por muitos annos delegado do tliesou-
ro em Castello Branco e hábil c probo
empregado de fazenda, e era tio materno
do reverendo prior d'Ajuda.
Mais tarde daremos biographia deste
digno sacerdote.
Verificaram-se sabbado passado na es-
cola inedico-cirurgica do Porto, as ultimas
provas dos candidatos ás secções medica e
cirúrgica da mesma escola.'
Ficaram approvados,os srs. Manuel Ro-
drigues da Silva Pinto, na secção medica,
e Manuel de Jesus Antunes Lemos, na ci-
rúrgica.
O sr. Antonio Zagallo Gomes Coelho de-
sistira do concurso.
N esta semana tenciona o sr. ministro
das obras publicas levar á eamara as pro-
postas para a conMruçào do caminho de
ferro da Beira-Alta e prolongamento dos
ramacs da linha de sueste,as quaes a com-
panhia, que as acceitar, deverá ter prom-
ptas, no fim de cinco annos, época em que
principiará a receber o preço da mesma
linha e ramaes. A companhia deve ter
lodo o interesse no acabamento da linha,
antes do pra.«o estabelecido.
Deram-se ante-honte á
sepultura os restos morta es
do sr. Eduardo Lessa Ju-
nior, filho do sr. conselhei-
ro director geral dos cor-
reios.
A prematura morte de tão
distincto e sympathico moço
deixou vivamente conster-
nados a quantos sabiam
aquilatar os nobilíssimos do-
tes de sua generosa alma.
Se alem tumulo podesse
chegar o eeco da saudade
humana, devia de ser éon-
soladoramente tránquillo
Íara o sr. Eduardo Lessa
unior o somno da morte.
Lá, onde quer que prin-
cipia a eternidade, saberia
o desventuroso moço que o
coração dos seus amigos se
entenebreceu de lueto, que
a esta hora cobre a sua il-
lustre fainilia.
Acha-se já restabelecido
do seu incommodo de saú-
de o sr. conselheiro Torres
Pereira.
No nosso ultimo numero, algumas pa-
lavras v muitas li'itras não resistiram aos
folguedos do dia e mascara ram-se.
No soneto da segunda columna, da se-
gunda pagina, um vfreis, vestiu-se de heis
de ver, que era o costume que tinha mais
a mão. A apparecersem mascara, o verso
com que se deu este caso teria saido as-
sim:
«Vereis beijar os pés á magestade.»
Os ee mascararam-se de aa, como em
ar rapei! ar; de ii, como em serin idade, d is-
cobrir; de oo como em polotào, etc.
Os ii mascararam-se em ee, como em
enedito, alentaria, esperituosos, etc.
Os oo em a a, como em ottamana; em
ee como em Castre; ein uu como em
mi/ttpismo. etc.
Muitas lettras não quizeram apresen-
tar-se. Por exemplo em p/atoniro desappa-
receu um /; de ÍJturde desappareceu um
r. Outras metteranirse onde não eram cha-
madas; uns hh n'umas palavras liespa-
nholas; um b na palavra abolir; um i na
palavra instigand >, ete., etc.
Tudo se desculpa se nos lembrarmos de
que esta vamos em pleno carnaval.
Podia succeder muito peior. Não sabe-
mos em que jornal succedeu um dia que,
tendo morrido um pobre diabo e temio-se
perdido um cão, as duas noticias bara-
lharam-se por modo que deram o seguin-
te composto: «Morreu o sr. fulano de tal
(A. B, C. D, ou E. F-), cavalheiro muito
estimável, de pel lo comprido, com uma
malha no lombo, e as orelhas corta-
das. »
Diz a Iberia que :i republica veiu de um
modo violento, e que violenta tem sido a
vida que tem vivi 'o.
Não é esta a opinião rln Democracia, que
entende que a republica segue serena e pa-
cifica nos seus triumphos É verdade que
isto foi dito em epocha carnavalesca, e por
consequência uiío deve a Iberia levar a
mal a brincadeira da folha portugueza, is-
to é, da folha que ò impressa em Portugal.
Os ministros estiveram reunidos em con-
selho, na secretaria das obras publicas, na
segunda feira ultima, desde as 11 horas da
manhã até ás 7 da tarde.
Ouvimos dizer que se tratara de as-
sumptos relativos a caminhos de ferro.
Tiveram logar no districto de Vianna
de Castello as eleições de procuradores á
junta geral. Dos eleitos 11 são partidarios
do governo actual, e dois pertencem áop-
posição. A junta deve reunir-se no dia !.•
de marco.
BOURBON — L'ARCIIAMBAULT
Foi assignado o decreto que confirma
em D. AnHa José de Bettencourt Lapa e
I). Maria José de Betten-
court Lapa, filhas do dis-
tincto general e par d* rei-
no visconde de Villa Nova
d'Ourem, a pensão que por
sobrevivência a sua mãe
lhes fora honrosamente vo-
tada em attenção aos rele-
vantes serviços prestados
por srti pae. O visconde de
Ourem foi um dos homens
que pela sua muita honra e
mérito no desempenho de
elevadas funcçòes mais se
illustrou e distinguiu no seu
paiz. prestííndo-ihe valiosos
serviços.
A Época não dá credito
á supposta fusão dos ele-
mentos do sr. Castelar com
os do sr. Martos e do duque
da Torre, porque lembra
que ainda está muito fresca
a tinta do protesto que o
mesmo sr. Castejar e seus
amigos fizeram contra a si-
tuação ereada em 3 de ja-
neiro.
Barcias no caso.
Estamos em dia de entrudo. Eu prefi-
ro conversar com o meu amigo a vaguear
de rua em rua,cheio de pó, apouquentado
pelos tremoços, ovos, y tnuchas cosas mas
que se julgam próprias do entrudo, ou
mesmo a vêros nossos janotas cavalgan-
do de mascara na cara pelas ruas, como
se não tivessem cara, que fosse digna de
vér-se.
Entrei no theatro, que estava cheio a
trasbordar. Pouco depois erguia-se o pan-
no, e annunciava-se a Gravata branca,
traducção do nosso illustre Pinheiro Cha-
gas.
A comedia foi desempenhada por D.
Gracia Pindella, José Jorge, e Ferreira da
Cunha.
A traducção é d'aquellas que de vez
em quando nos dá Pinheiro Chagas. Bas-
ta este nome para se perceber logo e sem
receio de ser enganado que é um pri-
mor.
Viu, ou leu já, meu caro Pedro, a Ora-
rão da tarde? Pois, diga com franqueza,
se o auctor comprehender bem o portu-
guez, não deverá ter desejos de dar dois
piparotes no Chagas, que não colheu me-
nos gloria traduzindo doqueelle em ha-
ver creado?...
Mas se a traducção da Gravata é um
primor, como disse, o desempenho, meu
caro Pedro, não deixou coisa alguma a de-
sejar. ^
D. Gracia Pindella, menina de 18 an-
nos, talhe elegante, e gentil, com a inge-
nuidade d uma creança, maneiras muito
delicadas, ar nobre sem pretenção al-
guma, feições bonitas, pelle assetinada,
e na physionomia a bondade, que lhe
vae lia alma, appareceu pela primei-
ra vez em scena, desempenhando o papel
de Julieta, que ha de confessar é entre-
meiado de dillicuklades, mesmo para os
que todos os dias pisam o palco, e teem
o theatro como modo de vida; e D. Gra-
cia comprehendeu perfeitamente o papel
que desempenhava.
Os embaraços em que Julieta se encon-
tra accusada por Alberto de haver-se
correspondido com o tenente de lanceiros,
e sem dever se justificar de prompto, a
graciosidade com que põe a gravata ao
noivo, que ella quizera, e que vae casar
com outra... o interesse em salval-o de
um matrimonio com uma mulher, que
não o estima, emlim, as impressões d'uma
declaração apaixonada feita pelo homem
que tem sido a sua idéa dominante, o ob-
jecto do seu segredo; e tudo isto traduzi-
do em palavras que nunca ouviu, em phra-
zes que lhe traziam a côr ao rosto; o bei-
jo nas tranças, que ninguém havia toca-
do... as commoções vehementes, produzi-
das pelo amor, e pelo receio, a justillca-
Íão, e a alegria de possuir a mão de Al-
lerto..., tudo foi bem desempenhado por
esta interessante menina. Desde muito não
encontro uni nome tão apropriado á phy-
sionomia. Se a conhece Pedro, ha de
concordar comigo, se não â conhece, pro-
cure vel-a e dira que não exagero.
Jose Jorge c Ferreira da Cunha não
pisavam o palco pela primeira vez. São
já conhecidos da nossa sociedade elegan-
te, o primeiro pelo seu grande talento de
imitação, o segundo pela expressão que
dá ao papel que desempenha.
Un caprice f Conhece meu caro Pedro
esta elegante comedia, mimosa e bella,
como quasi todas as producções de Octa-
ve Feiullet. Modelo de linguagem, tem dif-
iculdades na execução, principalmente
para quem nunca representou, ou não tem
um grande conhecimento do theatro fran-
cez.
D. Marianna Casal, (Mathilde) aquel-
la Mathilde, triste e por vezes chorosa, <-•
papel dillicil, como lambem o é o outro
desempenhado por D. Francisca fteuron.
Pois, meu amigo, devo dizer-lhe, que es-
tas duas senhoras transportaram-me das
salas das Chagas ao theatro francez. Aquel
les ditos chistosos e picantes, aquclles gra-
cejos tão naturaes, aquella tristeza de Ma-
thilde que parecia real, aquellas lagrimas
tão bem choradas... aquella pronuncia, e
maneiras tão francezas, foram muito além
do que havia direito a esperar. D. Marian-
na Casal Ribeiro, conhece-a ? é uma da-
ma ingénua, elegante e d'uma intelligen-
cia e instrucção pouco vulgares. I). Fran-
cisca é a mulher bella, mesmo formosa,
de gesto fácil e resposta adequada, buli-
çosa, altiva e nobre.
Senhoras que pela primeira vez desem-
penham uma comedia franceza, cheia de
gracejos, de pequeninos caprichos, de dif-
iculdades emlim, e que não só deixam
satisfeitos os espectadores, mas ossurpre-
hendem, são dignas de todos os elogios.
Ribeiro comprehendeu bem o papel de
Mr. de Savigny. Em algumas scenas an-
dou muito bem.
A Chavena de chá, comedia muito co-
nhecida e apreciada, foi desempenhada
por D. Carlota Pindella, José Jorge, Cu-
nha Sotto Maior, e João de Sousa (filho).
D. Carlota Pindella é uma menina cheia
de espirito e graça, de typo moreno, d'es-
tas que prendem á primeira vista, cheia
de vida e sempre inquieta, amena nas
suas conversações familiares, que não
deixa nunca de matizar com ditos chisto-
sos.
D. Carlota (a Baroneza) desempenhou-
se admiravelmente. Aquellas scenas de
ciúme, os ditos sarcasticos e picantes pro-
movidos pelos receios da sr. de Villar... o
medo de ser trahida pelo marido... o re-
HIGH-LIFE
Faz hoje annos a ex.u,a sr.a D. Amelia
Sophia Tinoco da Silva.
— Fez hontem annos a ex.ma sr.a D. Ma-
ria Ignez da Carvalho.
— Faz hoje annos o sr. Bandeira de
Mello.
— Está no Porto o sr. visconde de Vil-
la Mendo.
— Fez annos hontem o sr. I). Nuno da
Camara.
— Fez annos ante-hontem a ex.,,,a sr.*
D. Maria Ignez, esposa do sr. D. Salvador
de Vilhena.
— Nas reuniões de sexta feira em casa
da sr.a baroneza de Santos apparecem
sempre damas muito distinetas.
Costumam encontrar-se ali as ex.,u,s
sr." marqueza de Saldanha e filhas, con-
dessa do Casal Ribeiro esua filha, viscon-
dessa da Gandarinha. Pindella, Bulhão,
Ferreira Pinto e filhas, etc.
— Fez hontem annos a ex.n,a sr.a D.
Emilia de Almeida e Silva.
— Partiu hontem para o Porto, donde
seguirá para Braga, o distincto engenhei-
ro o sr. Frederico Augusto Pimentel.
S. ex.a visitou em Lisboa todos os esta-
belecimentos litterarios e scieniificos que
podem despertar interesse n'um espirito
culto como o seu, e retirou-se sobremodo
lisonjeado da extremada amabilidade com
que foi recebido em muitos d 'esses esta-
belecimentos. taes «oino imprensa nacio-
nal, commissào geodesica, etc,
— Os jornaes de Vizeu dizem maravi-
lhas do baile de inauguração do club d'a-
quella cidade, que se realisou domingo
nos salões do palacio do sr. Antonio de
Albuquerque do Amaral Cardoso, um dos
directores, que prestou para esse lim a
sua casa esplendidamente adornada.
— Fez na segunda l-ira annos o sr.
Jayme Leitão de Castro, tenente dartilhe-
ria.
— Na terça feira fez annos a ex.ma sr."
D. Maria Carolina Mikisch, aia que foi de
suas magestades 1). Pedro e D. Luiz.
— Também neste dia fizeram annos o
sr. Duarte Fava. I.° tenente de artilheria,
e o sr. Simeào Xavier de Basto, official
do ministério da guerra.
— Fez hontem annos o sr. bispo de Vi-
zeu.
— Também hontem foram os anniver-
sarios natalício* dos srs. bacharel Duarte
Joaquim dos Santos e Pedro Heunali, di-
gnos empregados do ministério do rei-
no; e dr. Joaquim Freire Macedo.
— Faz hoje annos a ex.,na >r.- D. Maria
das Dores Manuel, filha dos condes de
Bobadeila.
ceio do homem que encontra, ás duas lio"
ras da noite no seu quarto... os amores
fingidos com o presuposto conde de Ve-
ra Cruz... o desmaio... tudo em (im foi
desempenhado como se desde muito o ta-
lento desta senhora tivera sido applicado
á scena.
Pisava o palco como se fora para ella
uma casa muito familiar, e como se tudo
o que diziae fazia fosse a traducção fiel do
que se passava no seu espirito.
José Jorge no papel de gracioso foi um
perfeito actor, não deixando coisa alguma
a dezejar.
Cunha Sotto Maior (o Barão) desempe-
nhou um papel diflicil, e ainda muito mais
para elle. Conhece-o, Pedro? Aquella se-
riedade, que está pedindo um titulo de Ba-
rão, não o torna muito proprio para Barão
de comedia.
Comprehendeu comtudo o papel, e teve
magníficos lances. Na proposta de duello
ao conde de Vera Cruz, que lhe saia afi-
nal o Duarte Tinoco, excedeu mesmo a
nossa expectativa.
João de Souza (o creado Gregorio) liou-
ve-se bem e mostrou que já lhe era co-
nhecido o theatro.
Consinta meu caro Pedro Corrêa que
eu envie d'aqui a todos estes illustres acto-
res os meus mais sinceros parabéns.
Findo o theatro, dançou-se até ás i ho-
ras e meia da manhã. Você conhece
como é costume receber-se em casa dos
condes do Casal Ribeiro, e por tanto es-
cusado é dizer-lhe que todos os concor-
rentes áquella bonita festa se retiraram
penhorados pela affabilidade e maneiras
dos donos da casa, que podem ser imita-
tadas mas não excedidas.
V.
DIÁRIO JLLUSTRADO
— Também faz hoje annos o sr. vice-
almirante Antonio Sergio de Sousa, aju-
dante <le campo del-rei.
— Igualmente faz hoje annos a interes-
sante filhinha do sr. Carlos Figari.
— O sr. Antonio de Albuquerque, mor-
gado do Arco,em Vizeu,deu uma expan-
dida soiree, para solcmnisar o an n i versa -
rio natalício de sua sogra a ex.M sr." vis-
condessa do Amparo.
Estiveram nos salões do seu palacio
mais de 40 senhoras e de 80 cavalheiros,
entre os quaes se viam alguns trajando
bonitas costumes.
O sr. Antonio de Albuquerque vestia
um elegante costume de Mephistopheles,
e a ex.** sr." D. Emilia Barba, esposa do
sr. Albuquerque, vestia de Margarida do
Fausto.
A ex,m" sr.3 D. Margarida de Albuquer-
que, vestia de camponeza da Suissa. O
baile terminou de madrugada.
—No domingo gordo houve soiree em
casa dos srs. condas da Ribeira, appare-
cendo muitas mascaras e havendo gran-
de animação e concorrência.
Entre as dilTerentes damas noiavam-s6
as ex."-* sr.*» inarquezas de Yallada e li-
Iha, e de. Sabugosa, condessas de Rezende
e filhas, de Murça e filhas, dos Arcos, de
S. Miguel, viscondessa da Asseca, Ponies,
D. Maria Ferreira Pinto. D. Maria de Vas-
concello* e irmã, D. Anna de Bragança,
Alcaçovas, D. Constança Pombeiro, etc.
etc. *
—Esteveconcorridissima a soirée de sex-
ta feira em casa do sr. barão de S. Pe-
dro.
Entre as dilTerentes damas aehavam-so
as ex.m" sr.a' condessa da Silva Sanches,
viscondessa de Airey. baroneza de S. Jor-
«e, I). Maria Kruz, Pires, Fonseca Benevi-
des, Barbosa du Bocage, Duprat, D. Ma-
ria Clementina de Vasconcellos, Guedes,
Costa Xavier, filha do sr. barão de Proen-
ça a Velha, etc. etc.
—No domingo gordo houve baile em
casa do sr. D. José Machado de Castello
Branco, onde se encontrava a nossa socie-
dade mais disliucta.
Os donos da casa infatigáveis em pro-
mover o bem esiar dos seus convidados,
Concorreram com o seu porte cavalheiro-
so e fidalgo para que a rècepção fosse
em lodo o punto attrahentet
Dançou-se com phrenesi até depois das
cinco horas da manha, terminando o bai-
le por um brilhante cotillon, dirigido pelo
sr. D. Lniz de Saldanha.
Entre as dilTerentes damas notavam-se
as ex.n,i" sr.a* marqueza de Pombal, con-
dessas de Fonte Nova e Rio Pardo, vis-
condessa de Guiàcs è filha, D. Eugenia
de Menezes e filha, D. Marianna d'Almei-
da e filhas. D. Marianna Machadoe filhas,
I). Anna. D. Maria Amalia e 1). Maria da
Conceição Machado, Assecas, Pontes. D.
Constança Pombeiro, D. Leonor de Vilhe-
na, 1). Maria Rita Lavradio. D. Maria Bar-
boza de Lacerda, I). Maria José Ovar, D.
Maria Francisca Coutinho, D. Maria Ama-
lia de Carvalho, ele.
Entre os cavalheiros viam-se os srs.
marquez de Pombal, conde de Fonte No-
va, D. Sancho, I). Antonio, D. José de Vi-
lhena, D. Manuel e 1). Alexandre Ponte,
1). Fernando Pombeiro, D. Antonio e I).
Salvador Lavraditf, D. Luiz de Saldanha,
Antonio Pereira da Cunha, D. Luiz de
Sousa. Agostinho Ornelias. Sebastião Tri-
goso, Antonin Coutinho, Jacintho Sequei-
ra, Jorge Veiga, Luiz Soveral, Ferrão,
Owen, etc., etc.
—Na soiree dramatiea que houve do-
mingo i m casa dos srs. condes do Cazal
Ribeiro, e de que damos a descripcào em
folhetim,viam-se as ex.™4* sr.ao marquezas
de Saldanha, e d'Avila e de Bolama, con-
dessas tie Ficalho, de Mollo, e de Cintra,
viscondessas da Luz, e de Carvalho, ba-
ronezas da Regaleira e de Santos, I). Maria
Emilia Brandão Palha. D. Maria Benedi-
cta Raposo e filha. D. Maria Kruz, D. So-
phia d'Almeida, Guerras Quaresmas, Os-
borne Sampaio, D. Anna de Serpa Pimen-
tel e sobrinha, D. Maria Serpa, D. Sophia
Jervis e filhas, D. Maria Antónia, D. Alda
Ferreira Pinto, Emauz, D. Adelaide e D.
Elisa Santos e filhas, D. Rosa Mendes Leal
D. Anna Tullio, I). Eugenia e D. Gracia
Mendia. D. Maria Fontes Pereira de Mel-
lo, Bou fin), Pontoe Hortas, Barros e Sá,
Ramos, etc., etc.
FOLHETIM
por fmvlT
Tu queres, Dorinda, queres
que eu tome os banhos da egreja ? !
ISao será melhor que esteja
de noite a fazer colheres,
de dia a apanhar carqueja ?!
Pelo ceu ! que o matrimonio
não é mais que pelourinho,
d onde as barbas do visinho
vemos ardendo! demonio
disfarçado em cupidinho:
O outomno c'o o seu cortejo
de folhas seccas no chão !
o eterno adeus á illusio I
o ultimo som do harpejo
que amor tira ao coração!
O susto ! a agonia ! o trance
d'ir vivendo sempre á espreita
se ha quem tornar-nos alcance,
— pois que a leitura deleita, —
altos heroes d'um romance.
—O baile do Club, na segunda-feira,
esteve animadíssimo e muito concorrido.
Conservou a bem merecida e tradicio-
nal reputação de ser uma das melhores
distracções, que podein gosar-se no car-
naval.
O antigo palacio dos condes de Valada-
res estava perfeitamente preparado para
receber a visita da nossa distincta socie-
dade: as escadas lindamente guarnecidas
de arbustos c plantas raras, a illumina-
çào magnifica e profusa, as salas muito
bem guarnecidas, constituindo o seu prin-
cipal adorno as duzentas e vinte sete da-
mas da nossa sociedade elegante que ali
se contavam.
E' quasi impossível mencionar as bel-
lezas que se achavam no baile do Club,
assim como descrever as lindas toiletes
que ostentavam.
Procuraremos sair d'este dilTicil emba-
raço, mencionando apenas os nomes das
damas que retivemos de memoria.
Recordamo-nos deter visto as ex.™" sr."
marqueza de Vianna, condessa de Murça
e'.Murea (D. Marianna) e irmã, viscondessa
da Asseca, Andaluz, Loures, Trancoso,
Abrançalha, Paiva Manso, Ervedal, D. Eu-
genia de Menezes e filha, D. Maria de Vas-
concellos, D. Marianna Ponte e filha, Guer-
ra Quaresma c (ilhas, Botelho Aranha, D.
Guilhermina de Mendonça, Amzalacks, D.
Rita de Carvalho e sua tia (1). Amalia),
1). Maria Calado, Carvalhaes, Figueiras,
Paes de Faria. Rezendes, Ribeiros Neves,
Pinto Bastos, Castro Pereira, D. Sophia de
Almeida, Villa Pouca, D. Guilermina Roxo
e filha, 1). Maria Luiza Leeocq, etc., etc.
O baile terminou depois dás 6 horas da
manhã, e o serviço foi de bufete, abun-
dante e escolhido.
—Na soireê que a sr.a baroneza de Al-
meida deu na terça-feira, notavam-se,
entre as muitas damas da sociedade ele-
gante que ali concorreram, as ex."*' sr."
viscondessas de Menezes e filha, de Tran-
coso, e do Ervedal, baronesa d'Almeida
(D. Amelia) e fiihas, Çaslilhos, Aboins,
Cordeiros, D. Carlota Zambujal, Ribeiros
Neves e prima, D. Julia Lobão, D Maria
Roza de Mello e li lha, D. Julia Macedo,
D. Magdalena de Souza, D. Maria José
Moraes e filha, Cunhas Rebellos, D. Rita
de Carvalho, Gamas Lobos, Seguier, D.
Gertrudes Valle, Chancelleiros, D. Amelia
Moraes de Carvalho, baroneza do Salguei-
ro e filias, Pinto Coelho e filhas, D. Anna
e 1). Rita Gorjão, Alves, etc., etc.
Entre as mascaras distinguia-se o lin-
do costume de Vici/le manmizc da tercei-
ra filha da sr." baroneza d Almeida.
—Da soirée de li de fevereiro no pala-
cio dos srs. condes de Lumiaros, diremos
apenas: recebiam os srs. condes de Lu-
miares; era no elegante palacio da sua
residência; e reuniam-se ali muitas fa-
mílias da nossa melhor sociedade. Com
estes elementos como não havia de ser
assim deslumbrante a festa dos srs. con-
des?
Nada n'ella nos surprehèndeu, porque
era nosso direito e até dever tudo espe-
rar.
O que deveras nos causou admiração
foi o espectáculo, que tivemos o prazer de
presenciar.
A's 9 horas c meia subiu o panno do
bonito lheatrinho improvisado n'uma das
salas. Coube ao sr. conde de S. Miguel a
gloria de apresentar a primeira scena da
linda comedia de, Rangel de I.ima^loca/-
car ilas luvas. Começou a nossa surpre-
za; não era Vim amador, mas um artista,
mostrando não só uma extraordinaria
aplidão dramatiea, mas o que mais admi-
ramos. o desembaraço c espontaneidade
para que não basta o talento e o estudo,
mas que essencialmente demandam a
aturada pratica da scena. Competiu o se-
gundo papel á sr." D. Victoria Perestrel-
lo, (pie menos a sua vontade n'aquelledo
que depois no desempenho de criada na
ultima comedia o Testamento, nos pro-
meíteu todavia quanto Jiavia de surpre-
hender-nos então.
Como já falíamos no Testamento, com
quanto nos não enlucte o pensamento a
sinistra idéa de suicídio, nem tão pouco
deixe a nossa, bem haja Deus, vigorosa
saúde de fazer ligas ao sinistro soido do
miírmuro cyprestal, inverteremos a or-
dem do espectáculo tratando desde já do
Testamento (salvo seja).
O Testamento é uma comedia em tres
E queres, Dorinda, queres
que eu tome os banhos da egreja!
Para qué? Para que veja
que entre todas as mulheres
uma existe que sobeja?!
Nào, e não! Viva o solteiro!
aguia, voando no espaço,
sem ter certo o paradeiro;
e cravando as garras d aço
nas pombas que vô primeiro!
Sae, e entra, e torna fora
sem que ninguém o interrogue
onde foi, qual é a hora;
nem picuinhas lhe jogue
sobre a provável demora.
Sem que a esposa ciumenta,
fúria, Medusa, tormenta
de más caras—más respostas—,
invente o que o diabo inventa—
—dormir-se costas com costas!
E, depois, madame Aline
roa as unhas! Que se line
entre rendas d'Alençon,
Que o meu dinheiro nào tine
p ra que tu andes no tom.—
actos, cujo merecimento litterario não
apreciaremos, pois que nem a occasião
fôra azada, nem certamente faríamos a
critica imparcial. Temos, muito a quei-
xar nos contra esta peca, que tentou es-
conder-nos na obscuridade d*uns papeis
muito secundários verdadeiras vocações
que assim tivemos de adivinhar.
No papel de D. Amalia que mais havia
de fazer a sr.a baroneza de S. Jorge?...
No papel de D. Izabel se não fora a in-
genuidade encantadora e natural da sr.a
D. Maria da Gloria da Cunha Menezes co-
mo havíamos de ver ali, que Jfode sem
receio conliar-se lhe o desempenho d um
papel mais diíílculloso?
No desempenho de Chrispim houve-se
perfeitamente, luctando com as di/ncul-
dades do papel, o sr. D. Alexandre de
Saldanha da Gama, imitando com muita
graça o fallar algarvio; a sua vocação de-
cidida dispensava bem o auxilio, mas é
certo que o merecimento real do actor foi
poderosamente auxiliado pela sua popu-
laridade; bastou vél-o naquella figura,
para todos desatarem a rir.
No papel da criada Brites soube a^sr."
D. Victoria Peresfreílo honrar plenamen-
te as promessas, que na primeira come-
dia nos fizera, interpretando com primo-
res de graça e deliciosa vivacidade este
papel em que sobejamente manifestou
verdadeira vocação artística.
O sr. José Antonio de Freitas na inter-
pretação de Gaspar Melindroso, apesar de
ser até uo nome melindroso o p 'roma-
gem que representava, não melindrou
perante a diíllculdade e o perigo da con-
trafacção da voz n'uma peça de ires ac!o>,
e o mais é que até a dificuldade nào
transparecia, tão sem custo elle a ven-
ceu; foi muito bem desempenhado este
papel tanto como nós o esperavamos do
actor, cujo talento ha muito apreciamos e
por vezes temos applaudido em outras
suas manifestações; mas onde o nosso
amigo e collega mais brilhou foi na in-
terpretação de Alexandre de Mello na
lindíssima comedia Livro 3.°, capitulo
1.°, sobre tudo na parte cómica, durante
as duas ultimas seen as—situação cómica
das mais originates, mais finas, mais de-
licadas, de que tenho conhecimento.
Foi primoroso o desempenho d'esta
scena por parte dos tres actores, onde o
sr. Jorge Cabedo plenamente confirmou a
nomeada, que já tem de muito bom actor,
no seu papel de Vasco de Gouveia, e on-
de egual fama grangeou bem merecida-
mente no desempenho de Souza de Gou-
veia, a sr." D. Maria Luiza da Laura Me-
nezes, que viu traduzido em continuados
applausos o juslo apreço do seu talento e
da admiravel facilidade com que soube
triumphal* das dificuldades d'um papel
difllcil absolutamente e dificílimo para
uma estreia c uma estreia n'aquellas cir-
cumstancias. Esta comedia foi primorosa-
mente representada. Assim o pensamos,
e assim devia ser; aliaz como teria agra-
dado tanto, seguindo-se na ordem do es-
pectáculo á Fada que nos deixara mara-
vilhados ?...
Na Fada, que nào é uma comedia, mas
uin bijou dramatico, o sr. conde de S. Mi-
guel, no seu papel de conde de Commin-
ges, confirmou ap-nas o alto conceito, cm
que desde logo na primeira comedia o
considerámos como actor distincto e sa-
bido, ao que parecia, nas lidas dramati-
cas.
O sr. Vicente de Castro Guimarães, re-
presentando elegantemente o visconde de
Mauleon. e o sr. Jorge de Cabedo inter-
pretando conscienciosamente o papel de
Francisco, como se fôra um bom actor
de profissão, e bem assim o sr. D. Alexan-
dre de Saldanha no papel de Yvonnet,
que desempenhou com immensa graça,
concorrendo lodos para o bello êxito d'es-
ta peça; mas nãolião-deelles levar-nos a
mal, que no nosso justo applauso guarde-
mos muito distincto o logar da sr.a D. Ma-
ria Manoela de Brito sem mesmo consi-
derarmos a primazia que como senhora
lhe compete.
Nào é um comprimento, é um applauso
sincero e consciencioso. A sr.n D. Maria
Manoela interpretou tão delicada, tão ar-
tisticamente o seu papel de Fada, reúne
tantos dotes avultando entre elles o tim-
bre insinuante e suavíssimo da voz, que,
sem duvida, e sem nos levar ainda, o en-
thusiasmo com que tão applaudida foi,
Já vés que debalde quéres
que eu tome os banhos da egreja!
Iça o pau da carangueja!
nos turcos os escaleres!
e para o largo veleja!!
Mas—também viver sósinho!
sem fé! perdido! sem ninho!
sem se erguer uma só voz
na aridez d'este caminho
a Deus orando por nós!?
Retornando ao lar deserto
achar tudo a trouche e mouchel
O baliu, sem chave e aberto,
dizendo ao larapio—•entrouche,
«que você é que é o esperto—!?•
Sempre mal fervida a sopa!
sempre o café mal torrado!
Feita a passagem na roupa,
deixando o dono enleado
se foi a agulha, se a chõpa!!
Se ainda, Dorinda, queres
que tome os banhos da egreja,
nào descances na peleja;
esta senhora bem pouco teria de pedir ao
estudo e á prática para ser uma actriz de
muito distincto mérito.
O ensaio tinha sido dirigido pelo tão
ihtelligeflte como festejado actor Cezar
Polia, que cordialmente felicitámos pela
sua obra.
Eram 2 o um quarto da noite quando
terminou este delicioso divertimento, que
correspondeu em tudo á fidalga recepção
dos donos da casa.
O serviço fornecido pelo sr. José Hen-
rique de Bastos antigo conserveiro da rua
direita do Rato, foi abundante e magni-
fico.
Falleceu no dia 40 do corrente, de uma
congestão oèivbral, no logar tio Covello,
IVeguezia de Sares, concelho de Penaco-
va, o sr. Manuel Joaquim Tavares, um dos
7500 bravos do Mindello.
Do nosso amigo e collega Dantas Bara-
cho recebemos a carta que abaixo publi-
camos, aproveitando o ensejo para as se-
gui utes declarações:
O senhor Alberto Pimentel nãoé reda-
ctor eITectivo do Diário IIlustrado, mas
apenas colaborador. Até hoje nào escre-
veu uma linha que não fosse firmada com
o seu nome.
Os artigos e noticias do corpo do jornal
não são do anonyinos. Respondem por el-
les o director da folha e os seus redacto-
res. Isto, que sempre foi materia corrente
na imprensa de todos os paizes,só parece
ser desconhecido do Diário da Tarde.
Apesar do profundíssimo despreso, que
.sentimos pelo caracter do sr. Urbano Lou-
reiro desde a desgraçada o miserável po-
lemica que sustentou com o sr. Agostinho
Albano, nunca escreveríamos nem consen-
tiríamos que se escrevesse uma linha con-
tra qualquer dos redactores do Diário da
'Tarde sem que fossemos a isso previa-
mente provocados. A nossa divisa até ho-
je na imprensa tem sido e continuará a
ser — responder rijo ás aggressões, mas
não aggravar nunca em primeiro logar.
Finai mente, pouco nos incommodam
os insultos do sr. Urbano Loureiro contra
a nossa folha. Todo o Porto conhece as
diatribes e doestos do escrevinhador do
Salamilcck e dos Gafanhotos e todos sa-
bem dar-llie o devido valor.
Bo sr. Silva Pinto pensamos do mesmo
modo.
Um e outro são mastins que ladram
apenas, até que haja uma mão caridosa
que lhes parta os dentes.
Arcades ambo.
Pedro Corrêa.
Meu caro Pedro Corr'a—Merecc-me a
maior consideração a imprensa do Porto;
mas isto nào impede «pie exclua d'este
justo conceito o Diário da Tarde, pelo des-
preso que m • inspira o s«u redactor, o sr.
Urbano Loureiro.
Vem es!a minha declaração previa a
proposito de umas torpezas que aquella
folha publicou, ha dias, onde se abocanha-
va com apreciações próprias de maga-
refes, a todos e a tudo, e que mereceram,
da minha parte. ;i réspostano' nosso Diá-
rio.—a que o da Tarde replica em 10.
Escrevo a v. para o simples facto de me
declarar o auetor da local a que me refi-
ro,—escripto d.; que tomo a responsabili-
dade, para todos os effeitos, assim como
do que me resta a dizer.
O sr. Urbano Loureiro podia ser o au-
etor d aquellas perfídias cainhas, como o
tem sido de muitas outras que tem publi-
cado. Nào admira por isso que Ih'as at-
tribuisse, e, especialmente, por virem in-
sertas na secção que costuma redigir.
A quem nao as podia ajtribuir era ao
sr. Silva Pinto, depois da pendencia que
este poUchinell» da sua honra teve com
o Diário IIlustrado, e em que não ha me-
moria de se proceder mais sujamente do
que aquelle rafeiro.
O sr. Pinto, quando possuísse uns vis-
lumbres, se quer, de dignidade, nào vol-
tava a escrever; e muito menos o devia
fazer, referindo-se ao Ulustrado, ainda
mesmo quando estèja a cincoenta léguas
de distancia.
Os srs. Urbano Loureiro e Silva Pinto
são dignos um do outro. E é tal o concei-
to em que os tenho, que julgo nào me
afastar da imparcialidade que sempre
mantenho, quando declaro a v. : sentir
immenso nào os encontrar a ambos ao
que eu sou como os malmequeres
—Não e sim—... Louvado seja!
Ai! que é bom, durante os ocios,
na fortuna, e na miséria,
achar ao lado uma Egéria
que, em se faliando em negocios
nem tuja sobre a materia.
Que seja como a romana
meia amor, e meia róca;
nào saia nunca da toca
mais que uma vez por semana,
nem pinte os cabellos de oca.
Nem quando a afiada foice
da vida o lio nos corte,
de rijo invective a sorte,
e diga baixinho—*Foi-sel
• Como és minha amiga, ò mortel
E d'aqui outro consõlo
melhor que maracujá,
e que o doce de tijolo;
ter quem, a rilhar, n um bolo,
nos julgue e chame—papá!
Loura creancinha meiga,
para o pae — mimo celeste—;
nivel da sola da minha bota, para conjnn-
ctamente os mimosearcomo merecem.
Peço-lhe, meu caro Pedro, o obsequio
de publicar no proximo numero do Diá-
rio Ulustrado esta minha carta, com a
qual julgo responder, por agora, aos dois
pilios que entre si disputam a primasia
na calumnía e na torpeza.
De v. amigo e collega
Sebastião de Sousa Dantas Jíai*acho. ■ ■ • * ^ ■ • *
No Diário do Governo foram publica-
dos òs seguintes decretos.
—de I'» de janeiro, concedendo a João
Baptista Setze, cidadão hespanhol, paten-
te de invenção, por quinze annos, como
inventor de um apparelho multiplicador
de forca:
—de 29 do mesmo mez, concedendo a
Maurice Collemberg, cidadão francez, pa-
tente de invenção por cinco annos, como
inventor de um fogão gazogenio de ar for-
çado. applicado ás caldeiras a vapvr e aos
fornos de reverbero.
O caminho de feçro do Sueste produ-
dtiziu, na semana finda em ') de janeiro,
5:9iO$8oO réis, isto é, mais 45U635 réis
do que em igual período do anno passa-
do.
As soir/rs dados pelo Club Lusitano no
domingo e"terça-feira foram muito con-
corridas. Especialmente a de este dia
ultimo esteve animadíssima.
Appareceram muitas mascaras, e entre
ellas, algumas excêntricas e allnsivas.
Appareceunma exhibiçào referida ao
conhecido publicista de Belém, que pren-
deu a attençào do quem a ouviu.
A direcção brindou os dois mascaras
que mais se distinguiram.
A ex.nn sr.n D. Elvira Rodrigues can-
ton, acompanhada ao piano, uma roman-
za da Africana e a canção do pagem, do
terceiro acto do Baile de Mascaras.
Foi applaudida com muita justiça.
A ex.n,J sr.a D. Elvira Rodrigues pos-
suo uma voz muito^ harmoniosa e canta
com muita correcção.
A valsa do Postilhão executada peia
orchestra e acompanhada de córos pro-
duziu magnifico efTeilo.
Nas salas havia grande"numero de se-
nhoras, trajando lindas toilettes.
A soirée terminou depois das seis horas
da manhã, e a direcção jiromoveu por
todos os modos o bem estar dos associa-
dos pelo que é digna «le louvor.
Vae ser rendida pelo regimento de ca-
vai laria n.° 4 a força que o mesmo corpo
tem destacada na escola do exercito.
No period ico o Mundo encontramos os
seguintes apontamentos acerca da deriva-
ção dos nomes — Lacayo e libré.
Ilerbelot diz que o nome de lacayo é
derivado da palavra arabe Laksth e si-
gnifica o filho de pães incognitos,
Em uma obra publicada em Paris, em
1867, lé-se o seguinte acerca da origem
do noine de lacavo:
«Sob o reinado de Henrique IV ch.ima-
va-se naquets aos criados em França,
proveniente da palavra allemã kenets,
que significa servente. Cré-se que a pala-
vra franeeza laquei, que actualmente se
escreve lacuais, lacayo, vem do nome
naqnet, mudando o n em /.»
Aos soldados armados á ligeira, que
antigamente acompanhavam os cavallei-
ròs a guerra, chamavam lhes laeayos.Em
certas occasiões reuniam-se todos os la-
cayòs e formando um corpo irregular
atacavam ou resistiam ao inimigo.
Os duques de Bretanha tiveram no sé-
culo X uma especie de milícia que se de-
nominava de lacayos.
Antigamente os reis e príncipes costu-
mavam fazer alguns presentes em certos
dias do anno, na Paschoa, Natal, etc., a
seus criados e pagens: e esses presentes
consistiam principalmente em roupas e
outros objectos de uso domestico, aos
quaes se dava a designação de libré,
Outros attribuem dilTerente origem á
libré, julgando que fosse originada do uso
estabelecido nos torneios, onde cada ca-
valleiro, cada ala ou facção se apresen-
tava com adornos de eòres dilTerentes.
Antigamente, só os reis davam vestidos
distinetos aos seus criados.
Publicou-se o n.° 37 do Archivo Popu-
lar, semanário portuense de litteratura,
contendo o seguinte: — As cruzadas, por
para o estranho — uma peste —
que emporcalha de manteiga
as calças que a gente veste. —
Mas inda agora reparo
nos teus olhos, creatura !...
São negros, d'um negro raro!
Negros como a noite escura,
com seu que de sol bem claro!
Alto o seio e pura neve,
que mil desejos excita;
o pé delgadinho e breve;
e quanto á mão... Deuspermitta
que a não tenhas muito leve,
Dá-me o teu braço, Dorinda;
vamos aos banhos da egreja!
Certo é que nào graceja
quem' receita, minha linda,
refrescos p ra brotoeja.
Fevereiro de 1874.
F. Palua.
DIÁRIO ILLUSTRADO
Marques Gomes; O alchimista, pelo conde
de Rio Pardo; Luvas; Portugal antigo e
moderno, por Costa Goodolphim; A inve-
ja; O chaile amarello, comedia em 1 acto,
imitação do írancez, por A. A. Leal; O
Koran; O ciúme, poesia, por A. Moreira
Bello; Os leques; A mulher: Magestade e
Alteza; As ilhas formigas; Costumes suis-
sos; O monte Hecla; A esperança e o des-
engano, por F. C.; Os encadernadores;
Harpa eólia; Passagem das Thermopilas;
Os cheiros.
Pelas 4 horas da tarde, terça-feira,
houve grande desordem n'uma das pri-
sões do Limoeiro, resultando d elia o ficar
um dos presos gravemente ferido, e tendo
de intervir a força que do regimento de
infanteria 7 ali se achava de guarda.
Recolhe ao seu quartel na capital a di-
ligencia do regimento decavallaria ique
fôra a Leiria.
Só se receberam desde ante -hontem
correspondências de Hjspanha.
Continua a estar incommodado desau*
de o sr. Victor Joaquim de Miranda Guer-
reiro. chefe de repar:içào, no ministério
do reino. Desejamos-lhe o seu prompto
restabelecimento.
E* no proximo sabbado o beneficio da
sympathica eintelligente actriz Maria Ade-
laide, no tlif?atro do Gynmasio.
Além d'um variado c escolhido espe-
ctáculo, representa-se uma comedia nova.
O actor Taborda também toma parte
na recita.
Nào faltarão palmas e applausos á gen-
til actriz.
O sr. D. Nicolau Dias e Peres publi-
cou em Madrid uma memoria acerca da
grande fabrica de calçado que está esta-
belecida no bairro de Pozas, e pertence
ao sr. Soldevila e Castello. Segnrtdo da-
dos estatísticos, as despezas durante o an-
no de 1873 foram: material 170:7%-5000
réis; pessoal 86:2o8.£000 réis; entreteni-
mento 2.3633000 réis. Fizeram-se 350.000
pares de botinas. Esta fabrica fornece ho-
je ãio estabelecimentos de Hespanha, e
estrangeiros; mantém para cima de 650
operários de ambos os sexos, e é uma das
fabricas mais notáveis que existem em
Madrid.
Os casebres da calçada do Sacramento,
dos quaes é proprietário o sr. Estevão Ri-
beiro da Silva,Vão transformar-se em uma
casa de um andar, coin as competentes
lojas. A planta do novo edilieio foi apre-
sentada na intendência das obras publi-
cas, e approvada como nào podia deixar
<le o ser, visto a casa ser construída
sob todas as condições de segurança. Mas
ouvimos que o despacho do sr. intenden-
te das obras publicas écircumscripto uni-
camente aquellas condições sem se intro-
metter na parte que diz respeito ás di-
mensões e grandesa do edifício, e que é
da competencia da camara municipal.
Os actuaes casebres, que estrio col loca-
dos entre o bello edilieio do club lisbo-
nense e o grandioso prédio que faz esqui-
na para a rua do Chiado, sao com eITeito
uma vergonha e de um triste aspecto aos
olhos da civisaçáo. Mas deital-os abaixo
para serem substituídos por uma casa de
um só andar, importa, o mesmo que con-
servar os mesmos casebres. Ali, naquel-
le local, convém que o prédio que se le-
vantar íique a par dos outros edifícios;
devendo a camai a municipal ter muito
em vista os melhora mentos e as edifica-
cações que se fazem no centro mais po-
voado da cidade.
Foi publicada a ordem do exercito n.#
7 com data de li de fevereiro corrente.
Traz as seguintes disposições ;
Nomeação do cirurgiao-inedieò pela es-
cola de Lisboa, o sr. Antonio Manuel Tri-
go, para citurgião ajudante do exercito,
e col locado em caçadores 10.
— Melhoria de reforma ao tenente co-
ronel dc infanteria, com exercício de quar-
tel mestre na secretaria da guerra, atten-
dendo para issoa ter mais de sessenta e tres
annosde bons serviços, desdeos quinze com
que assentou praça; serviços estes pres-
tados durante a guerra peninsular em que
fez quasi a totalidade das campanha, am-
pliados com o zelo louvável com que to-
mou parte num destacamento expedicio-
nário ao Brazil, cm 1822, e com a perse-
guição e encerramento nas prisões do es-
tado, por espaço de cinco annos, pelos sen-
timentos dc lealdade e dedicação á patria
e á causa do throno constitucional, pela
qual combateu nas campanhas termina-
das em 1834, depois de ter sido solto.
— Promoções: o segundo tenente da
companhia n.° 2 dos Açores a i.° tenente
da mesma companhia; o tenente coronel
de cavailaria 5, Jeronymo José Correia de
Carvalho, a coronel para o quadro d'a-
quella arma; o major cfc cavallaria o,
Diogo Roberto Iliggs, a tenente coronel
para lanceiros i, e transferido em segui-
da para cavallaria 5; o alferes de caval-
laria 3, Antonio José Pereira, a tenente, e
o alferes graduado de cavallaria 6, Do-
mingos José Correia a affectivo, ambos
para aquelle corpo; o capitào de cavalla-
ria 7, Diogo Pires Monteiro Bandeira, a
major para cavallaria 5; e o tenente de
cavallaria 8, condo de Bornfim (José) a ca-
pitào para cavallaria 6.
Foi nomeado adjunto ná secretaria da
guerra, o sr. tenente de caçadores, José
Estevão de Moraes Sarmento.
Uma patrulha que girava na Junqueira,
ante-hontem ás 4 horas da tarde, tendo
noticia de um grande ajuntamento de po-
vo proximo ao sitio do Altinho, dirigiu-se
ali e viu um homem morto. Soube ter si-
do esmagado pelo carro americano n.° 2.
O cadaver foi removido para a egreja da
senhora das Dores onde íieou depositado.
O falleçido chamava-se Francisca Povoa,
e era carroceiro da estancia de madeira
do sr. Francisco Simões Moraes Lima. A
auctoridade tomou conhecimento do facto.
Um omnibus da carreira de Belem atro-
pelou um homem, ficando este com as
pernas fracturadas.
No distrirto da Guarda foram eleitos
procuradores á junta os srs. visconde de
S. Pedro do Sul, Julio d'Andrade, reitor
do lyceu, Antonio Ribeiro de Portugal,
pelo concelho da Guarda e Manteigas. Por
Celorico o sr. juiz de direito, Fonseca Pin-
to. Por Cea, os srs. Hortencio, administra-
dor do concelho, e Abranches. Por Gou-
veia. o sr. Theodorico Oliva. Por Foscõa,
o sr. Margarido administrador do conce-
lho. Pelo Sabugal, o sr. dr. Diniz profes-
sor do lyceu da Guarda.
Folgamos com a eleição d'estes cava-
lheiros, nào só por serem homens distin-
ctos e illustrados, mas por serem amigos
pessoaes e políticos do sr. deputado Tel-
les de Vasconcellos. Cremos que as cama-
Entrou em Hespanha, e ficou ás ordens
de D. Carlos, o general mexicano Herran,
casado com uma filha de D. Joào Almon-
te, ex-regente antes da exaltação de Ma-
ximiliano ao throno.
Na Pampulha, um homem embriagado
apostou com outro que subia e descia o
estribo do caminho de ferro americano,
sem que este diminuísse de andamento.
O homem subiu, mas quando descia en-
talou um dos pés entre o bordo da car-
ruagem, e momentos depois era cadaver.
No domingo gordo percorreram as ruas
da cidade do Porto dois indivíduos pe-
dindo esmola para os pobres, receben.lo-
as cm cofres que haviam sidosellados no
commissariado da policia.
Foi immenso o resultado d'esta philan-
tropica idéa, a ponto, dizem os jornaes da
localidade, de ser diflicil ás pessoas que
recolhiam as esmolas de se chegarem
junto dos que mais avultadas as podiam
dar, pela allluencia de povo a contribuir
também com o obolo da caridade.
ras e os municípios fizeram uma boa es-
colha, elegendo cavalheiros tão intelligen-
tes como sensatos.
Morreu em Mirandella um jornaleiro
que andava na apanha da azeitona.
Caiu de uma oliveira que estava vare-
jando, e foi-lhe atravessado o craneo pela
vara que lhe penetrou por um dos olhos.
Hontem pela uma hora da madrugada,
foram chamados, ao toque de 19 badalla-
das, soccorros para um incêndio da rua
de S. Lazaro n.0' 147 e 149.
Os soccorros nào se fizeram esperar.
A família que morava no andar supe-
rior e único do prédio, que se compu-
nha de uma mulher e dois filhos, foi ti-
rada pela janella, com auxilio de uma
escada de mão, porque a serventia para
a rua era por dentro da casa incendiada.
O prédio, pertencente ao sr. Manuel
Ferreira da Silva, e segura em 700.5000
réis, na companhia La Union de Madrid,
nào soffreu grandes prejuisos.
Trabalharam as bombas n.°" 3 o 6.
Ante-hontem, pelas 4 horas da tarde,
saiu do largo do Mastro o préstito fúne-
bre do 1.* patrão da bomba 3.
O infeliz succumbira a uma pneumonia
na 2.a feira ás 9 horas da noite.
O corpo foi levado pelos col legas do fi-
nado, n um carro fúnebre da inspecção
dos incêndios.
No couce do préstito formava uma for-
ça de 30 empregados e a guarnição da
inachina a que pertencia.
O cadaver foi levado para o cerni terio
occidental, onde ficou em cova separada,
para opportunamente ser transferido pa-
ra o jazigo, que ali se vae erigir para os
empregados dos incêndios.
O nosso collega O Município, de Villa
Nova de Portimão, queixa-se do não re-
ceber com regularidade a nossa folha.
Queixe-se do correio e reclame de lá.
Tem-lhe sido remeltida do nosso escri-
ptorio com a maior regularidade.
Recebemos do sr. J. C. de Oliveira no-
va carta reiterando o que nos dissera em
outra—que a bomba do matadouro esta-
va em bom estado—c explicando os mo-
tivos por que, por oceasiào do incêndio na
rua do Sacramento, nào tinha chegado a
sair aquella bomba.
A explicação é de todo o ponto satis-
fatória)
Foi nomeado o sr. Mendes Leal minis-
tro de sua magestade fidelíssima junto ao
governo francez. Nào podia ser mais acer-
tada a escolha. O sr. Mendes Leal é um
homem que ao seu incontestável mereci-
mento litterario reúne o mais excellente
caracter.
•Todos sabem a posição que occupa es-
te cavalheiro na república das letras c
os serviços por elle prestados ao paiz na
qualidade de conselheiro da coroa, e como
ministro em Hespanha.
Todos conhecem a elevação d'aquelle
espirito esclarecido, e recto, e todos sabem
a maneira como desempenha as conunis-
sòes, que lhe são confiadas.
Damos os parabéns ao sr. Corvo, pela
excellente escolha que fez.
Foi agraciado cavalleiro da ordem mi-
litar de S. Bento de Aviz, o sr. capitào de
infanteria 12, Manuel Ribeiro Braga.
Pela ultima ordem do exercito ficam
auctorisados os conselhos administrativos
dos corpos a abonar, por adiantamento, a
importância de um mez de subsidio de
marcha ou residencia, aos Olílciaes, que,
por serem nomeados para diligencias ou
destacamentos, tenham de sair da residen-
cia do seu quartel habitual. Dètermina-se
egualmente que este adiantamento se man-
tenha sempre, cm quanto os oíliciaes se
conservarem ein serviço exterior dos re-
gimentos.
N'uma noticia, dada p;la Democracia
e transcripta pelo Diário Popular, dá-se
conta de um leilão feito em caçadores 2,
no espolio de um official que tinha falle-
çido.
Custa a acreditar em factos d'esta or-
dem, praticados no meio das chufas da
soldadesca.
Parece impossível que se esqueça por
tal modo a dignidade devida a uma clas-
se e o respeito que inspira sempre a me-
moria de um defuncto!
Ao sr. ministro da guerra lembramos
a necessidade de adoptar providencias,
que terminem de vez com semelhantes
misérias, que, alem de tudo o mais, são
prejudiciahssimasá disciplina e offensivas
do bom nome, brio e decoro, de que não
pode prescindir-se no exercito.
Foi mandado fazer serviço em artilhe-
ria o sr. alferes do batalhão de caçadores,
José Candido de Sena.
Deve inaugurar-se no corrente mez a
fabrica de papel de todas as qualidades,
sita á beira do Rio Caima, e proximo do
Valle Maior.
Tem sido feita a expensas dos srs. com-
mendador Ferreira Tavares e irmão, abas-
tados capitalistas de Albergaria.
O machinismo é feito em uma das
primeiras fabricas dc França, sendo de
grandes dimensões a casa em que se acha
assente.
Tem grandes armazéns, alguns dos
quaes estão já litteralmente cheios de
trapo e caruma, que devem ser emprega-
dos na fabricação do papel.
O governo attendeu aos justos pedidos
da camara municipal de Castello de Vide.
Nilo fez mais do que traduzir em factos o
desejo geral d'aquelle bom povo, sempre
liberal, sempre monarchico, sempre liei
amigo do seu rei.
Castello de Vide sollicitou ha tempo uma
força militar para constante guarda de hon-
ra do monumento ali levantado á memoria
do chorado el-rei o sr. D. Pedro V, e os
Castello videnses alcançaram benigno de-
ferimento dos poderes públicos.
No dia 12 entrava na formosa villa um
destacamento de subalterno, «lo regimento
de infanteria n.° 4, sendo recebido com ge-
raes demonstrações de sympalhia de todo o
povo. \
Quando ali chegou a noticia que se apro-
ximava o destacamento, muitos cavalheiros
e indivíduos de todas as classes, acompa-
nhados da philarmonica Castello Vidense,
foram esperal-o ao caminho. Os foguetes e
as festas não cessaram durante o dia. A
tropa está aquartellada na excellente casa
que possue a Misericórdia.
Foi encontrado em Cartagena um docu-
mento que resa assim:
«Perico: manda-me 63 libras de prata,
arranjadas de modo que ninguém as veja.»
Respondeu Perico:
«Alii vae a prata; pesa-a, porque níío te-
nho pesos, mas parece-me que te mando,
aproximadamente, o que pedes.»
Este Perico era o encarregado da prata
roubada da fabrica... do sr. Figuerua, se-
gundo diz o Eco de Cartagena.
Não ha duvida que a republica tfegue se-
rena c pacifica nos seus triumphos.
TELEGRAMMAS
MADRID, 17 ás 10 h. e 8 m. da t.—A
Gaceta traz um decreto estabelecendo em
Puigcerdá, como imposto transitorio de
guerra puramente local, o direito de uma
peseta em cada fardo, pesando mais de
20 kilogrammas, quo entrar na ponte
Bourg-madame.
Foi batida a guerrilha carlista da pro-
víncia de Toledo.
O Imparcial combate a idea do plebis-
cito e prefere-lhe a aictadura.
A Prensa, Pueblo e Orden. .-1 Discussion
apoia-a.
Julga-se que o conselho de ministros
sr occupará d'esta questão somente quan-
do tiverem dado resultado as operações
começadas no norte para levantar o bio"
queio de Bilbáo.
E' provável que Moriones tenha feito
juneçao hoje com Primo Rivera.
PARIS, 16.—Uma carta de Lá Marmo-
ra desmente as asserções de Uzedom.
MADRID 17.—Interior, 14,75. Exterior,
17,80. Bilhetes hynothecarios, 99,00. Bon-
ds do thesouro, 52,60. Cambio sobre Lon-
dres, 49,75. Idem sobre Paris 5,19.
Fabra.
Pelo cabo de Falmouth
LONDRES 16 ás 5 h. e 25 m. da t.—
Dois redactores dos jornaes republicanos
e muitos outros indivíduos foram presos
em Havana, por cumplicidade no alvorote
promovido em frente do palacio de Jo-
vellar.
LONDRES, 16.—Consolidados inglezes,
92 i/8. Hespanhoes externos 18 5/16.
Portuguezes 145 1/4.
Reuter.
LONDRES, 17 ás 5 h. e 30 m. da t.—
Gladstone deu a sua demissão. O czar é
esperado em maio em Londres. Dizem de
Cape Coast com data de 28 de janeira
Sue os inglezes haviam de entrar em
oomassia no 1.° de fevereiro.
LONDRES, 17.—Consolidados inglezes
92 1/8. Hespanhoes externos 181/4. Portu-
guezes 45 1/4.
Reuter. • -
MADRID, 18 de fevereiro ás 9 horas e
40 minutos da manhã.—A Gaceta annun-
cia que já não existem partidas carlistas
na Estremadura.. Nào ha noticias do ge-
neral Mariones em consequência da in-
terrupção inomentanea do telegrapho en-
tre Santona e Santander.
PARIS, 17.—As informações dos jor-
naes allemães fazem considerar a ques-
tão do oriente .como novamente restaura-
da. O czar Yae a Inglaterra na próxima
primavera.
CHARADAS
Já tive uma grande voga
Na antiga legislação,
Hoje estou muito na moda
Íenlio co,m ella união,
s damas e cavalheiros
Faço boa companhia
Sou de todos acolhido
Em varias horas do dia.
0 que vive satisfeito
Exprime este sentimento,
Se duvida, se lhe falta, [ f
Vae-seabaixo n'um momento.-' *
Administrador
1
I,
Jam.
CHARADAS UI.TRA-NOVISSIMAS
1—2—3—Substantivo
2—3-Substantivo
3—Substantivo latino Perto de Lisboa.
J. C. MAssa Junior.
ESPECTÁCULOS
. HOJE j i }
l UNino UHbonenMo—Concerto pela com-
panhia franceza. ; 5
CIRCO »E PRMCK
Grande espectáculo equestre, gymnastic© c
comico.
As 8 horas.
TYP. DE J. fl. SOUSA tfXVgH
65, Rua da Atalaya, 67
ANTIGA AGENCIA
DE
BK
Alfredo Valadin
65 , Travessa de Santa Jusla, 65
2.° andar
RECEBE annuncios, communicados,
correspondências, assignaturas pa-
ra o IMarfO IlluMtrado. Jornal da Noite, Correupondeiicla dc Por-
tugal e para os demais periodicos da
capital, e lamber*'', para a esazeta do Algarve, (Lagos) *otic!o.io,(Yalen-
Èa e Jornal de Wotlcia* (P;lita-
elgada.)
0 escriptorio está aberto todos os
dias não santificados das y horas da
manhã as 7 da tarde . 1
DOCTOR IN ABSENTIA
0 PROFESSOR em artes, lettrasescien-
cias, clero e magistrados, medico,
cirurgião, dentista e artista que de-
sejem obtero titulo e diplomi de dou-
torou bacharel honorário, podem diri-
çir-se a MEDICOS, rua do Rei, 46, em Jersey (Inglaterra,) o qual dará gra-
tuitamente todas as informações so-
bre a universidade. 2
Gilio mio DE COLLARES
Vendido sob a inspecção do productor
JG. TEIXEIRA MaRQL'ES faz constar que os estabelecimentos auctorisados
• para vender o vinho produzido nas suas propriedades de Collares são os
seguintes:
A. J. de Macedo, rua do Amparo, 20
J. C.Pucci, successor de Baltresqiii, rua dos Capellistas,
122 e 124
Preços por garrafa
Novidade de 1870, 160 réis, sem garrafa.
Novidade de 1872, 140 réis, sem garrafa.
0 engarrafamento do vinho ó feito nas adegas do annunciante; as rolhas
teem a lesenda do nome do productor: as capsulas a ellas sobrepostas teem
a marca T. M. Todo o vinho que se não apresentar engarrafado n'estas con-
dições não é das propriedades do anniinci;.nte.—J G. Teixeira Marques.
E
Único essaiio peln Rainhi <le Inglaterra
?STE restaurador da belleza e formosura tranqueia e amacia a cutis, dan-
j do-ihe brilho e louçania da juventude; tira rapidamente as borbulhas e
sardas, e cura todas as moléstias de pelle.
A venda no deposito geral da Agua circa««iana
Rocio, 4*0 c S»a, Lisboa g
ORAÇÃO GRATULÀTORIA
nRONUNCIADA em presença de suas magestades e altezas no solemnissimo
i le-Deum, que, em 24 de outubro de 1873 fez celebrar a real irmandade
do Santíssimo Sacramento da freguezia de Nossa Senhora d'Ajuda, pelo feli-
císsimo salvamento de Sua .Majestade a Rainha e Príncipes, do perigo de que
estiveram a ponto de ser viclimas nas praias de Cascaes.
(Icwrcio especial
com a Hespanha
Commissões, consignações
e transportes
Eaerlpí«rl«
236, Rua dos Fanqueiros, 1*
HKWm koii€bi;raivt
« GENTE commercialda companhia d
A caminho de ferro de Ciudad Rea _ .lo
- - Real a Badaios e de Aimorchon ás minas
<le carvão de Belmez. 8
(Jnico usado |tc!o Shah da Persia
i STE admiravel oleo faz nascer e cresccr'o c*l ello, tira rapidamente a cas-
I! pa, benellcia os tubos capillares e toma o Cabello macio e lustroso c de
uma j)rilhantez inimitável.
É igualmente maravilhoso para amaciar a cutis das mãos, rosto, etc., etc.
A venda no deposito geral da Agua circuNMianu
liocio, GO e til, Lisboa 4
plll 11 i 17 1». I» n 4 H Comedia—por Pedro C. de Alcantara Chaves,
LI 1.1 A \j illlíMU. —Preço 160 réis—Vende-se na typographia
ae òousa iNeves, rua da Ataiaia, 65. 5
Recitado na solemnisMma reabertura da egreja de Santa Maria da Dc- veza, matriz de Castello de Vide, em 28 de setembro de 1873.
Por ¥ rawcisco da Silva Figueira
PrflOR DA FREGUEZIA DE NOSSA SENHORA D'AJUDA
Vende-se em Lisboa, na rua da Atalaia, 65, e nas lojas do costume.—Em
Coimbra, na livraria Académica.—1'reço 200 reis.
Remette-se, franco de porte, a quem enviar a importancia em estampi-
lhas ao administrador do Ramalhete do Chrislão, rua da Atalaia, 05. 7
Soccorrei
B
ONIFACIA MARIA, moradora na cal-
çada do Combro, (vulgo Paulistas)
n.° 10 5.* andar, tendo uma íillia en-
trevada, e nào podendo ganhar os
meios para a sua subsistência, nem
tão pouco para o tratamento da doen-
ça da sua querida filha, luctando com
a maior miséria, vem implorar uma
esmolla, pelo amor de Deus, ás pes-
soas caridesas, queiram ajudal-a a
minorar a sua infeliz situação e de
sua desgraçada filha. 9
POR Luiz Énault, 1 vol. — Preço 400
réis.—Vende-se na typographia de Sou?a Neves, rua da Atalaya. 05, e re-
mette-se franco de porte a quem en-
viar a sua importancia. 10
DIÁRIO ILLUSTRADO
N
VENDA DE CASA. BE QDffltt E DE VASILHAME
O dia 4 de março, pelas 12 horas do dia, no tribunal da Boa Hora e perante o juiz de direito da 4." vara, hade ser
posta em praça pelo preço offerecido de 8'.400£000 réis e com as condições que serão presentes no acto da praça a
quinta denominada «das Mouras», situada na estrada do Lumiar, 25 a 28, concelho dos Olivaes, a qual se compõe de ca-
sa de habitação, cocheira, cavallariça, adega, lagar e mais officinas de lavoura, terra de semeadura, vinha, parreiras, po-
mares de espinho, oliveiras e outras arvores de fructo, horta, jardim, duas minas d'agua doce. tres poços com engenhos
de nora e tanques. Comprehendem-se n'esta quinta sete prasos com diversos fóros na importancia total de 550420 réis.
No mesmo dia e hora será também posto em praça pelo preço offerecido de 750í$000 .réis, o vazilhame, distillador
e mais utensilios de adega e lagar, existentes na mesma quinta.
Os titulos da sobredita quinta podem ser examinador no escriptorio do tabellião Jorge Filippe Cosmelli, rua do
Crucifixo, 50.
0 caseiro morador na dita estrada n.° 26, está encarregado de mostrar a quinta e vazilhame. n
tOAQUIM Maria Osorio participa por
J este meio, aos seus amigos, bem
aos do seu extremoso filho An-
Maria Osorio, que foi Deus ser-
vido chamar este a melhor vida. e
que se ha de sepultar na quinta-feira
19 do corrente pelas 4 horas da 'arde,
no cemiterio occidental, saindo o
corpo da sua casa na rua de S. Domin-
gos á Lapa, 30. 12
Associação commer-
cial de Lisboa.
NO gabinete de leitura d'esta asso-
ciação estará patente, para ser
examinado pelos srs. socios. até o
dia 27 de fevereiro corrente, o pro-
iecto de representação que a direcção
julga dever idirigir ao governo de
S. M., sobre as modificações que exi-
gem a lei e regulamento do sello.
Lisboa % Sala da associação com-
mercial, em 18 de fevereiro de 1774.
—O secretario, A. A. Pereira de Mi-
randa 13
Única usada por Iodas as famílias reaes e nobresa da Europa
48 annos de êxito.—Venda superior a £.000:000 de vidros por a an
APPROYADA pelos medicos mais eminentes e por toda a imprensa estrangeira. Torna os cabellos brancos á sua
tiga côr: louro, castanho ou preto. é uma tivti ra. Tira radicalmente em tres dias, a caspa da cabeça.
Preços dos frascos 550 a ljOOO réis.—a venda no deposito geral, Rocio, 60 o 61, Lisboa 14
19 + 6=25
O PAGAMENTO da divida, como indi-
caste. é impossível sem grande
prejuiso teu.
É mell melhor mais
dizer,
vez, o que te
se paguem ju-
»s, por mais algum tempo.
Antes a demora, que o teu sacrifi-
cio.
Não espero, nem desespero. 15
rill/1CTI Mi - Por Luiz Knault, LHruollll \ 1 vol.— Preço 300
réis. — Vende-se na typographia de Sousa Neves, rua da Atalaya, 65.
MINISTÉRIO DA FAZENDA
Direcção geral da thesouraria
l-a Emissão das obrigações dos caminhos de ferro do
MINHO E DOURO
Tendo de proceder-se depois do dia b de
março proximo á troca dos certificados repre-
sentativos das ditas obrigações, annuncia-se,
tanto para conhecimento dos portadores dos
certificados já liberados como d'aquelles que
tem a satisfazer a ultima prestação, ven-
cível no dito dia, o seguinte:
1.° Os portadores dos certificados já libe-
rados que ainda não requereram o averbamen-
to nos termos do decreto de 25 de julho de
1873, publicado no 'Diário do Governo,, de 29
do mesmo mez, só o poderão fazer até ao in-
dicado dia 5 de março.
2.° Os portadores de certifcados cuja ulti-
ma prestação deva ser paga naquelle dia, que-
rendo receber em troca obrigações de assenta-
mento deverão no acto do pagamento da mesma
prestação entregar os seus titulos proviso-
rios juntos a um requerimento para esse fim.
3.° Os portadores de certificados, que não
requererem o averbamento até ao referido dia
5 de março, só poderão receber em troca obri-
gações de coupons.
4.° Em consequência da amortisação que
tem de se verificar semestralmente por meiode
sorteio uma vez realisada a distribuição das
obrigações não é mais permittida a troca de ti-
tulos de assentamento por coupons e vice-
versa.
Direcção geral da thesouraria 16 de feve-
reiro de 1874.
Jose Antonio Gomes Images.
ANTONIO DA FONSECA
PHOTOGRAPHO
I)c suas inagcstades fidellissiuias
PHOTOGRAPHIAS desde miniatura até tamanho natural. O seu gabinete
acha-se aberto das 9 horas da manhã até às 4 da tarde.
2, rua do Moinho de Vento, 2 18
ESTEIRAS EM UMA SÓ PEÇA
li na de Santo Anlào, 107 a 173 — Rua Larga de S. Roque, \
OFFr.INAS de Bruno da Silva, premiado em varias exposições. 19
PÍLULAS ORFILIKilS
CONTRA as gonourhéas (purgações) antigas e modernas e flores brancas. Es-
tas já muito acreditadas pílula» que tantos beneficios tem produsido em
favor da humanidade, continuam a vender-se em LISBOA, pharmacia MACE-
DO, rua de S. Paulo, *28 e 30; Sabino, na mesma rua, 136.—COIMBIU, phar-
rnacio Barata Diniz.- PORTO, pharmacia Pinto, largo dos Loios. 20
PROMPTO AaJblWlO
DO DOUTOR PLENCK
ONTRA as dores rheumaticas e nervosas, e muitas outras como consta do
prospecto que acompanha os vidros. Ha casos de pessoas tolhidas de rheu-
matismo. e outras causas levantarem-se em pouco tempo. A opintão publica
reconhece este medicamento como o mais energico no tratamento d'estas infermidades.—LISBOA, pharmacia MACEDO, rua de S. Paulo, 28 e 30; Sah
rw, na mesma rua, 136.—COIMBRA, pharmacia Barata Dinis. 21
: OZZOLAN v DOS AÇORES
OU CIMENTO HYDRAULICO
ÍKD8M-S* deade 15 kilos até qualquer porçio de metros cúbicos, no es-
■írio onode Germano Serrão Arnaud. 84 Caes do Sodré 2.® andar. 22
ponte e a dar logar ao que se lhe se-
guir na escalla.
8.° Não serão concedidos favores
nem preferencias. Os particulares
em circumstancias puramente
pcionaes julgarem ter motivos
cientes para serem preferidos,
rão expor por escripto esses motivos á direcção da Companhia que decidi-
rá a esse respeito.
9.* Km todo o caso a Companhia
reserva para si propria o direito de
preferencia, a fim de mandar attra-
dos logaresda ponte,
As philarmonicas
marciaes
i ORENÇO
JL profess
Raphael Plácido Estequine,
professor de musica, em Villa Ko-
va ae Consatncia, recebe qualqu
que ln<
luer en-
commenda de musica (iue lhe seja
feila para as mesmas phiíharmonicas
como: polkas, mazurkas, valsas, mar-
chas, passos dobrados, simphonias,
cavatinas, ronanzas. etc.
O annunciante envia a quem per-
tender o catalogo das suas musicas,
com os seus respectivos preços.
Companhia real dos caminhos
de íerro porluguezes
INSTRUCÇÃO N.° 3 — Embar-
que e desembarque na pon-
te da estação de Lisboa.
1.° Para qualquer navio attracar á
ponte de carga « u descarga da esta-
ção de Lisboa, devera o expedidor ou
consignario das mercadorias solicitar
por escripto ã repartição do Trafego
da Companhia, o logar na escalla res-
pectiva declarando o nome e data da
entrada do navio no porto de Lisboa,
quantidade e qualidade do genero
que deve carregar ou descarregar e
números das expedições.
2.® Estará patente uma escalla na
ponte, e n'ella se irão inscrevendo os
navios, á proporção que forem feitos
os pedidos. 3.* iNa escalla supracitada pira a
attracação dos navios só poderão ser
inseriptos aquelles qu£^ na data da
inscripção se acharem fundeados no
porto de Lisboa.
4." O navio que perder o seu turno
nào poderá ser substituído por outro,
embora pertencente ao mesmo desti-
natário, se não estiver registrado com
o numero immediato na escalla.
5." O navio n'estas condições só po-
derá attracar sendo novamente ins-
eri pto na escalla depois dos que n'ella
se acharem já registrados.
6.° E' concedido a cada navio:
l)m dia para attracar;
Um dia para largar;
Um dia por cada 100 toaeladas de
carga que receber ou descarregar.
7.° Todo o navio que não houver
concluído no praso indicado o servi-
ço de carga será obrigado a largar a
í
navios que lhe seiam consignados ou
que venham receber ou deixar mate-
rial ou carregamentos qara a mesma
Companhia. 10.* Todas as contestações que pos-
sam suscitar-se entre a Companhia e
os capitães serão regularisaaas, quer
pelos cônsules das respectivas na-
ões, quer pelo capitão do porto de
isboa.
11.® A presente Instrucção annulla
e s bstitue a Instrucção n.® 3 de 24
d'abril dá 1872, e tem o mesmo nu-
mero que ella.
Lisboa, 20 de janeiro de 1874.—O
dir-ctor. M. A. Espreçueira. 24
Associação humanita-
ria A Phenix.
I^STÂO patentes aos socios no escri-
j ptorio da associação, rua de Cae-
tano Palha, 41, 1/ andar, das 5 ás 7
horas da tarde, o relatorio e contas
da gerencia do conselho fiscal no
anno de 1873, parecer da comissão
revisora de contas e os livros da es-
cripturação comos respectivos docu-
mentos. Lisboa, 15 de fevereiro de 1874.—O
secretario do conselho fiscal, Salva-
dor Sarmento d'Oliveira. 25
Para LONDRES
O vapor Galicia
SAÍRA sabbado 21
do corrente.
Para carga e pas-
sagens iráta-se no
Caes do Sodré. 64.
Os Agentes
Pinto Basto & €.•
CIIARf.raS RÉUS
Bahia, Rio de ianeiio,
Santos, Montevideu
e Buenos-Ayres.
^ ESPERADO em
Ij Lisboa no dia 20 ou 21 do corrente
o ™por paquete francez «iei*ru-
que saíra para os portos acima de-
pois da indispensável demora n este
carga e passageiros para
os quaes tem excellentes acommoda-
ções
Fornece-se vinho aes passageiro*
de 3.' classe.
Dão-se todos os esclarecimentos no
escriptorio dos
Pereiras k La Rocque
120, rua dos Capellistas. 2.® 27
Penang, Singapore,
Hong Rung e Shangliae
Recebendo carga e passageiros
em transito para Ha can.
XT A ntíP V~Continuação de Chris- nAJJCiUL tina, yor Luiz Enault,
traducçáo de Pinheiro Chagas, 1 vol.
—Preço 400 réis.—Vende-se na typo-
graphia de Sousa fieves, rua da Ata-
íava, 65, e remette-se franco de por-
te a quem enviar a sua importancia.
Red Cross Line Of
Steamers
P aví\, Mavi\n\ií\o
e Ceará
f)ARA os portos
i acima saira de-
pois da indispen-
sável demora n'es-
te porto, o vapor
OarenKC. de 1354 to-
tonelladas, capitão Brooking, que se
Liverpool no dia 22 do
Para carga e passagens de \.*e 3.4
trata-se no escriptorio dos
PARA os portos
acima sairá no
^ dia 21 do corren-
gr te o paiuere in- glez— Agumcm-
espera de Liverpool em non,que i
20 ou 21.
Para carga ou passagens, trata-se
na rua do Alecrim. 10.
Os agentes — fenrlantf l.alrile;
& c.â 28
Pereiras & La Rocque
120, rua dos Capellistas, 2.® 30
Para LONDRES
O vapor
Sydney Hall
, y pSPEKA-SE de 10 k a 20 do corrente para sair depois.
' —da indispensável
383E5S2^'i demora. Para carga e passagens trata-se no
do Sodré, 64. Caes
31
Os agentes.
Pinto HbmIo & C.»
Para GIBRALTAR, MALAGA, CADIZ e SEVILHA
O vapor hespanhol Miguel Tacux.
ESPKRA-SE a 19 ou 20 do corrente e sairá depois da in-
dispensável demora. Para carga e passageiros trata-se na agencia, calçada
do Ferregial, 7, 1.® andar.
O
PARA O HâVHE E LOmmES
O vapor hespanhol Movattii
Espera-se a 18 ou 19, e sairá depois da indispensável demora.
PARA O E a
O vapor inglez l>aute
de 21 a 22, e sairá a 23 do corrente.
PARA LONDRES E
O vapor hespanhoi Z\iv\>avan
Espera-se a 23 e sairá a 25 do corrente.
' PARA LONDRES
O vapor hespanhol Ualboa
Espera-se a 25 e sairá a 27 do corrente.
Agencia, 7, calçada do Ferregial, 1.®,
O agente
IV. Alcobia.
THE PACIFIC S1EAM NAVIGATION COMPANY
Rio de Janeiro, Montevideu, Buenos Ayres,
Valparaizo, Arica, Islay e Callao.
UNHA SEMANiL
PAQUETES
(*) aconcagua, 25 de fevereiro.
PAQUETES
gai.ici.%, 4 de março.
Com escala por Pernambuco e Bahia
DE tS EM 1» DIAS
(*) acoiycagca a 25 de fevereiro.
Para Pernambuco se recebem malas e passageiros.
A velocidade d'estes vapores é ja btm conhecida, costumam gastar dc
Lisboa ao Rio de Janeiro 13 dias.
Para carga e passagens trata-se lo Caes do Sodré, 64.
O agente no Porto Vasco Ferreira Piuto IKukío.
Os agentes em Lisboa :. Pinto ItatfCo & C.*
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