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Dilogo entre cincia e sociedade Tags:
Evaldo F. Vilela e Fernando Barros31 Julho 2014 | 02h 05 Um Cdigo Florestal ou um Cdigo Ambiental articulado com o estado da arte do conhecimento cientfico e tecnolgico de cada um dos seis biomas brasileiros no seria ideal? O investimento em cincia e tecnologia e o grau de relevncia estratgica credenciam o Brasil como produtor de inovao ou como usurio de pacotes importados? Sem priorizar pesquisa e inovao, vamos conseguir ampliar a democracia alimentar to duramente iniciada com a agricultura tropical desenvolvida pelo Brasil e agora fortemente ameaada pela crise mundial de abastecimento?Cabe um artigo s com perguntas cujas respostas tm unanimidade nos diversos nichos da comunidade cientfica nacional. Apesar disso, e mesmo neste momento de reflexo em face das complexas decises estruturantes, o posicionamento dos cientistas est praticamente ausente do debate brasileiro.H um abismo entre o laboratrio e a sociedade. As novas tecnologias e a informao ampliada em velocidade exponencial intensificam a complexidade, trazem novas perguntas. Ao mesmo tempo, parte expressiva do conhecimento j produzido no consegue sequer vencer as barreiras do anonimato, ser viabilizada como alternativa para a gesto pblica e privada.Na questo alimentar, um bom exemplo. A FAO convoca o Brasil a produzir mais 100 milhes de toneladas de gros em cerca de 20 anos, em razo do crescimento da populao, da renda e da realidade de cerca de 2 bilhes de seres humanos subnutridos. Um gigantesco desafio, seja pela dimenso dos obstculos a serem superados, seja pelas oportunidades que encerram para a economia, a incluso social e a intensificao da sustentabilidade. Inevitvel constatar que o debate nacional nessa rea desconsidera o espetacular acervo de solues e conquistas instalado na Embrapa e nas universidades com foco no campo agrrio. E por qu?Temor dos cientistas, et pour cause, de verem o trabalho de pesquisa vitimado, confundido com a disputa pelo espao de poder? No deveria. A plataforma que unifica a viso dos cientistas de outra natureza. A ideologia parte de uma proposta de sociedade, que se oferece como soluo. A cincia parte do problema e de uma metodologia bem definida do trajeto para super-lo.Por cautela compreensvel, num pas marcado pela clivagem ideolgica? No deveria. A lgica da cincia converge para o interesse coletivo, pois se ancora em parmetros mensurveis, em resultados comparveis, no mtodo cientfico. E por essa via que a pesquisa se alinha naturalmente ao aprimoramento do processo civilizatrio.H, ainda, o impacto das rupturas tecnolgicas na rea da comunicao. Inrcia e omisso so fatais num sistema de redes. Note-se que a prpria mdia convencional ainda luta para negociar seu lugar neste novo ambiente. O contedo desapareceu do periscpio: est l, embora menos percebido e influente.Nesse contexto, urge os cientistas do Pas iniciarem o debate da construo de um canal de comunicao cincia-sociedade. No se trata de um dilema brasileiro. Mesmo nas democracias mais avanadas, pesquisadores normalmente utilizam-se da "comunicao cientfica": publicam o progresso tcnico, sem avanar por seus significados sociais e econmicos - uma etapa reservada aos representantes polticos eleitos pelo voto.A crise de representatividade - e, com ela, os sinais planetrios de anomia - afetou aquele equilbrio. Ou, na viso de Moiss Naim em O Fim do Poder, o problema que o poder no deixou de existir, mas ficou muito mais difcil de ser exercido e muito mais fcil de ser perdido.Apesar dos fatos, instituies privadas e pblicas ainda atuam com estruturas de comunicao do sculo 20, no padro "de um para muitos": o lder decide; a assessoria de imprensa divulga; e a linguagem tcnica no decodificada inibe a compreenso leiga. A interlocuo delegada faliu. As rupturas tecnolgicas ameaam conceitos estabelecidos, sim. E, em tais condies, as corporaes reagem lentamente. Mas, se esse tema est alterando profundamente o desenho da sociedade, ainda que seja novo para a comunidade cientfica, simplesmente no pode ser evitado.Ora, para servir aos cidados, a cincia precisa ser por eles compreendida, para poder vir a ser valorizada, apoiada, sustentada. Por definio, comunicao um processo de dois sentidos. A ausncia das referncias cientficas no debate pblico nacional representa perda de oportunidades, mas tambm um risco, um convite ao oportunismo.Nos EUA, na Europa, no Japo, na Austrlia e na Nova Zelndia florescem propostas de novos links de comunicao entre o corpo cientfico e o social, j na plataforma "muitos para muitos". Temos de debater e aprofundar esse diagnstico, experimentar novos canais e modelos. E, especialmente, estimular a participao do cientista em todas as mdias. No se trata de ele disputar espao poltico, mas, sim, garantir que o valor do seu trabalho no seja subtrado da percepo pblica. Cabe cincia ambientar-se neste laboratrio de interface global, aproximar o saber do processo poltico e social. No fcil nem simples, mas urgente. A comunicao tornou-se uma rea transversal na esfera do conhecimento. No bastam novas mdias e o mecanismo publicitrio talvez no seja a opo mais vivel. preciso rever a mensagem, atitudes, simbologias. Talvez nos ajude olhar mais atentamente os movimentos do papa Francisco. Ele tem ensinado que gestos simples, impregnados de significados, podem operar milagres. Em pouco mais de duas semanas de papado, Jorge Bergoglio iluminou o caminho do reencontro da Igreja com sua proposta milenar. Sem gastar com mdia, fez submergir a pauta negativa que minava a imagem do Vaticano.No mgica. No sculo 17, Padre Vieira dizia: "Os homens amam as coisas no como so, seno como as imaginam". Comear pelo debate interno o melhor caminho para entender uma questo de dimenses to desafiadoras. O Brasil precisa da opinio de seus cientistas.
https://ec.europa.eu/research/science-society/action-plan/06_action-plan_pt.htmlhttps://ec.europa.eu/research/science-society/action-plan/06_action-plan_pt.html
1.3 Dilogo com os cidadosA aquisio de uma cultura cientfica e
tecnolgica de base por parte dos cidados europeus e a informao
peridica do pblico por parte dos peritos no so, por si s,
suficientes para permitir formar uma opinio. por conseguinte
necessrio instaurar um verdadeiro dilogo entre a cincia e a
sociedade.Nos ltimos anos, multiplicaram-se as iniciativas neste
sentido: as conferncias de consenso (1), os jris de cidados (2), as
consultas nacionais e regionais, os fruns electrnicos, os programas
de prospeco participativos, etc. surgiram para satisfazer esta
necessidade de compreenso mtua. Os Estados-Membros e a Comisso
devero favorecer este tipo de dilogo a todos os nveis (europeu,
nacional, regional e local).Rumo ao estabelecimento de um dilogo ao
nvel europeuO estabelecimento de um dilogo ao nvel europeu envolve
uma cooperao estreita entre uma vasta gama de participantes
oriundos das organizaes de investigao, autoridades pblicas, media,
cidados, sociedade civil, empresas, etc. A comunidade cientfica e
tecnolgica desempenhar um papel essencial apresentando questes de
interesse ao grande pblico e contribuindo para o debate.Aco 19A
Comisso analisar, juntamente com os representantes da comunidade
cientfica europeia interessados na promoo da cincia, a viabilidade
de organizao de eventos peridicos altamente visveis e de qualidade
(Conveno Europeia da Cincia).A Comisso prestar o seu apoio
organizao de um importante evento inaugural em 2004, que envolver o
maior nmero possvel de participantes interessados na cincia e na
tecnologia (3) ao nvel europeu.Dilogos locais e regionais Cincia e
sociedadeOs nveis locais e regionais prestam-se especialmente ao
dilogo Cincia e sociedade, quando os temas tratados so de interesse
directo para os cidados (ambiente, desenvolvimento sustentvel,
sade, segurana, transportes urbanos, etc.). Seria desejvel
favorecer a participao de cientistas em fruns e audies organizados
a nvel local, regional e inter-regional (nomeadamente
transfronteiras), quando os temas abordados so igualmente de
interesse pan-europeu.Aco 20A realizao de fruns locais e regionais
Cincia e sociedade beneficiar, entre outros aspectos, do
desenvolvimento de uma base de dados que englobe cientistas
sensibilizados para as profisses relacionadas com a
comunicao.Desenvolvimento da rede europeia de Science
Shops(4)Existem igualmente na Europa diversos tipos de Science
Shops prximas dos cidados em que a cincia colocada disposio das
comunidades locais e das associaes sem fins lucrativos (O projecto
SCIPAS, financiado pelo quinto programa-quadro,
permitiu criar uma rede europeia aberta de Science shops).Acolhidas
por universidades ou independentes, as Science Shops possuem em
comum a caracterstica de responderem a perguntas de cidados,
associaes de cidados ou ONG sobre os mais diversos temas
cientficos.As Science Shops surgiram nos Pases Baixos, na dcada de
70, tendo o seu conceito sido recuperado em cerca de dez pases do
mundo. Existem actualmente mais de sessenta Science Shops em
actividade na Europa, principalmente nos Pases Baixos, na Alemanha,
na ustria, no Reino Unido e em Frana.A diversidade e a amplitude
das questes abordadas so tais que os centros mais eficientes tm
dificuldade em satisfazer a procura. As Science Shops teriam
vantagem em se agruparem, com a cooperao da Comisso, a fim de
conjugarem os seus recursos, as suas actividades e as suas
experincias.Aco 21A ligao em rede das Science Shops nas regies da
Unio e dos pases candidatos ser incentivada, nomeadamente, pela
criao de um inventrio permanente e de uma estrutura de divulgao dos
trabalhos efectuados para os cidados e as associaes (e.g. base de
dados, ...), bem como pelo desenvolvimento de instrumentos de
promoo.
(1) Contrariamente sua designao, as conferncias de consenso suscitam geralmente um debate entre peritos e cidados sobre novos temas a nvel dos quais ainda no existe regulamentao.(2) Os jris de cidados procuram geralmente orientar o processo de tomada de decises relativamente s quais j foi definida a forma de soluo final (e.g. localizao de um depsito de resduos).(3) A conveno poder inspirar-se nos tradicionais e famosos eventos anuais da Associao Americana para o Avano da Cincia.(4) Usa-se geralmente o termo ingls.Tema: Dilogo entre cincia e sociedade
+4 votos A cincia que avana cada dia mais em relao a sociedade,
consegue realizar descobertas essncias que melhora a qualidade de
vida, diminuindo a taxa de mortalidade de diversos pases. Tendo em
vista a difcil linguagem usada neste meio de estudo dificultando a
compreenso popular, como tambm a as desconfianas e o forte apego a
costumes regionais e culturais.
Revistas tcnicas como a Science ou a Discovery, trs abordagem sobre
o avano no conhecimento cientifico, tais como conhecimento em um
novo vrus que pode tratar doenas como a Ebola ou a febre amarela na
Africa. Entretanto, a notcia no chega ao pblico geral sendo
difundida e argumentada de diferentes pontos de vista por
jornalistas ou meios de comunicao causando assim, grande problema
entre a sociedade pelo seus costumes morais ou religiosos como o
Brasil, no confiando nas pesquisas realizadas.
A cincia e a tecnologia influencia todos os aspectos das sociedades
contemporneas. h um vasto hiato entre a cincia e a sociedade que no
permite uma completa interao e comunicao entre estas duas
realidades, pelo fato da sua palavra ser muito tcnica ou diferente
do habitual da populao.
Desta forma difcil construir uma relao de confiana, compreenso e
cooperao. Aproximar a cincia e a sociedade a soluo para o aumento
da literacia cientfica e participao pblica na investigao feita em
benefcio de todos. O papel da comunidade cientfica na desmistificao
do envolvimento do pblico na cincia crucial. Os investigadores
desempenham um papel fulcral na disseminao da informao cientfica,
mas a complexidade de muitas questes cientficas tornam complicada a
misso de transmitir o conhecimento ao pblico.
melhor no utilizar palavra difceis ..
por exemplo o que quer dizer "fulcral "?
.
''Entretanto, a notcia no chega ao pblico geral ela difundida e
argumentada de diferentes pontos de vista causando assim, grande
problema entre a sociedade pelo seus costumes morais ou religiosos
como o Brasil
essa parte no entende!
acho que vc quis dizer que ela difundida e argumentada entre os
cientista j que ela no popular na sociedade isso?
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