DOPING: LEGALIZAÇÃO? OU PROIBIÇÃO?
A NÃO PERDER! REAL MADRID - 4-4-2 2014/2015
Desporto&EsportRevista Digital de Estratégia e Gestão Desportiva
OS PRÓS E OS CONTRAS AS DIFERENTES ANÁLISES E PERSPETIVAS
A VIDA DE AGASSI
A História do ténista queódiava ténis
PEP GUARDIOLA
As Táticas de Barcelona aMunich
LINGUAGEM CORPORAL TREINO VS TALENTO
Desporto Profissionalismo e LesõesNo desporto profissional as lesões são cada vez mais frequentes. Nesta edição, mostramos os tratamentos mais recentes na medicina atual. Especial
Qual dos 2 é mais importanteA Linguagem escondida
O doping, entendível como a utilização de substâncias ilícitas para aumentar
a performance desportiva, existe desde os primórdios do desporto, e tem-no
acompanhado desde sempre. E foi inclusive, mais ou menos assumido, parte
integrante da política desportiva de muitos países, como forma de confronto
com nações rivais, usando o desporto para vitórias “bélicas” e poiticas. Hoje,
isso é cada vez menos uma prática, mas segundo as autoridades competentes,
nunca o uso do doping foi tão alto. Os diversos estudos apontam para valores
acima dos 10% sendo que apenas menos de 1% desses atletas acaba por acu-
sar positivo. Para muitos, estes valores podem surpreender, mas para aqueles
que olham mais de perto o fenómeno desportivo, facilmente afirma que estes
valores, nada mais são que uma consequência natural dos requisitos e do des-
gaste, para além do aumento de lesões graves, que a atividade desportiva de
topo carrega no desporto atual, onde os limites humanos são constantemente
exigidos. Deste modo, temos que nos questionar e trazer para o debate publi-
co um debate serio sobre o doping, e se o uso de substancias deve continuar
a ser totalmente banida do desperto, ou se, por contrário, de devemos adotar
uma abordagem menos fundamentalista e mais permissiva, adotada a cada
modalidade e as suas características.
Mas não só de doping, vive esta segunda edição da Desporto&Esport. Temos
um especial, com um conjunto de artigos, sobre lesões, os novos tratamentos,
totalmente futuristas para os leigos, e o impacto emocional e de psicológico
que provoca nos atletas. Falamos igual, de como, a linguagem corporal e uma
boa analise da mesma, pode ser a diferença entre a vitória ou derrota dentro
de um campo de futebol. Olhamos para o Brasil e o voleibol e das razões que
fazem deste desporto um sucesso em terras de vera cruz. Andre Agassi, um
tenista que odiou o ténis por toda a sua vida, é a figura desportiva desta edição;
um caso paradigmático de onde o sucesso e a felicidade não andam de mãos
dadas.
Por fim, agradecendo a todos os colunistas convidados a sua participação,
congratulamo-nos, por cada vez mais sermos uma revista por toda a comu-
nidade e países de língua portuguesa, com colunistas de diferentes nacionali-
dades e leitores um pouco por todo o mundo.
Diogo Sampaio, Director
EDITORIAL
Director geral e Editor Diogo Sampaio [email protected] ColunistasPedro M. Silva, Vitor E. Santos, Diogo Sampaio, Thiago Y. Jacomelly, Ricardo Reis, Tiago Dinis
Colunistas ConvidadosRodolfo Resende Pires, Alexandre Monteiro, Olívia Santos, Alexandre Cardoso, Ana Matos
Websitewww.desportoeesport.com
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ESPECIAL LESÕES24 O impacto psicologico das lesões28 Holografia: lesões e Basebol 32 Celulas estaminais, lesões e recu-peração fisica34 NFL e o risco de doenças dege-nerativas
FIGURA36 Agassi: O tenista que odiava tenis
MAIS DESPORTO&ESPORT26 Squash29 O respeito dentro do Balneario33 NHL e as imagens POV45 Menos carbiodratos para os maratonistas46 Ciclismo e Tecnologia50 NBA: a origem dos craques51 Sérvia-Albânia: a origem da vio-lencia56 Hidratação no desporto profis-sional58 Triatletas: três erros comuns62 Fotografia do mês68 Filme: Um homem fora de serie70 Livro: o treino da tomada de decisão71 Número do mês72 Software: ZenPlanner73 Aplicativo Web: OneFootball
CAPA: DOPING
06 Doping: Proibição? Legalização?
08 Doping: Definição 09 Razões para o uso do doping
17 Principais metódos e substân-cias dopantes
18 Doping e saúde: o caso da Alemanha oriental
19 Doping: uma questão legal ou ética?
52 Doping: legalização!
53 Doping: Proibição!
65 Doping: conclusões finais
DESPORTO&ESPORT10 Real Madrid: 4-4-2 12 Segredos da Linguagem corporal
15 O segredo do sucesso do voleibol brasileiro de quadra: qual a receita?
20 GPS e arbitragens
23 A importancia da análise de video
30 Videojogos: devem ser consid-erados desporto?
40 Tecnologia MuscleSound
44 Estádios Intelegentes
48 Redes sociais, marcas e desporto
59 Pep Guardiola: as taticas de bar-celona a munich 63 Treino Vs. Talento
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Nos anos 70, muitas atletas femininas engravidavam propositadamente semanas antes
das grandes competições, isto porque nos primeiros meses de gestação as mulheres ficam
mais fortes e aumentam a capacidade aeróbica. Na Grécia antiga, de cordo com os escritos
deixados pelo filósofo Philostratus, os atletas da primeira era olímpica, aproximadamente
776 a.C, consumiam chás compostos por diversas ervas e comiam cogumelos para mel-
horaram as suas marcas. Atualmente, a química e a tecnologia produzem um conjunto de
drogas e fármacos sintéticos que aumentam fortemente as performances do corpo humano
e permite bater recordes totalmente inimagináveis e impossíveis num “corpo limpo”. A
procura de meios, metodologias e substâncias para o aumento de performance desportiva,
como facilmente percebemos, foi uma constante por toda a história humana.
Atualmente a problemática do doping, ou em português propriamente dito – dopagem,
assume contornos ainda mais proeminentes.
DOPING: LEGALIZAÇÃO OU PROIBIÇÃO?
Proibição? Legalização? Como decidir no meio de questões legais, éticas, des-portivas, saúde, entre tantas outras?
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DOPING: LEGALIZAÇÃO OU PROIBIÇÃO?
O canadense e ex-atleta Richard William
Pound, membro do Comitê Olímpico
Internacional (COI) e presidente na
Agência Mundial Antidoping de 1999 a
2007, afirmou, à pouco mais de dois anos,
que os diversos estudos indicam categori-
camente que mais de 10% dos desportistas
de alto rendimento se dopam, mas os
testes e os controlos anti-doping não apan-
ham mais que 1 ou 2%.
A tecnologia e os avanços científicos tam-
bém chegaram ao desporto e ao doping e a
realidade é que não sabemos com exatidão
a sua proporção, nem em que desportos
se desenvolvem em maior número; sim,
porque acreditar que o doping é uma
coisa unicamente do ciclismo é uma total
ingenuidade.
No entanto, o pressuposto deste artigo, e
dos artigos que acompanham o tema do
doping na 2 edição da Desporto&Esport,
debruça-se e leva o debate para um outra
orientação: devemos manter a intransigên-
cia quanto à utilização de substancia que
aumentam o rendimento? Ou, por outro
lado, devemos manter uma noção mais
abrangente sobre o tema, e abrir lenta-
mente o desporto, ou pelo menos algumas
modalidades, a essas mesmas substâncias,
e aceita-las como parte integrante da ativi-
dade desportiva profissional e de topo?
Este tema e este debate torna-se ainda mais
preponderante quando olhamos para o
desporto atual e facilmente entendemos o
nível de esforço requerido, ou o número de
jogos e partidas e o pouco tempo temporal
em que acontecem, ou o número de lesões,
em muitos casos, anormalmente altas
e muito definitivas para muitos atletas.
Muitas substâncias, até agora proibidas,
poderiam em muitos casos minimizar o
desgaste excessivo e prevenir lesões, e tor-
nar o desporto, à falta de melhor palavra,
de novo a índices humanos e possíveis de
ser praticados por humanos, onde alca-
nçar o limite não leva necessariamente à
destruição.
Se a isto somarmos, um conjunto de
metodologias e maquinaria cientifica, nor-
malmente ausente do debate do doping,
mas que criam, mesmo que legalmente,
claras diferenças artificias entre atletas,
beneficiando aqueles que têm um maior
poder financeiro ou que estão inseridos
em clubes ou instituições mais poderosas.
Assim, iniciar um debate serio e claro
sobre o uso do doping no desporto pro-
fissional é mais necessário que nunca,
sem termos como é obvio, a pretensão de
chegar a uma resposta definitiva. Neste
conjunto de artigos, para além de definir-
mos com exatidão o conceito de doping,
iremos apresentar a perspetiva de diversos
autores e da diversa literatura, defendendo
quer o uso do doping, que a sua total
proibição.
Definir universalmente o significado de doping é uma tarefa difícil e até certo ponto inexequível, dada a falta de consenso, nomeadamente no mundo académico. Ainda assim é possível alcançar alguns acordos e ideias partilhadas pela maior parte dos especialistas. A palavra “doping” é um anglicanismo que terá sur-gido pela primeira vez em 1889 nos Estados Unidos da América em 1889 em contexto bélico, no qual referia: “ mistura de ópio e narcóticos administrada aos cavalos”, que significava “estimulação ilícita para os cavalos durante a corrida”. O termo doping como descrito acima não “nasceu” interligada com o desporto, isso aconteceu apenas, pelo menos a nível internacional, em 1933, e a sua definição passava por “ o uso de determinados fárma-cos para aumentar o rendimento físico”. Apenas duas décadas, em 1949, a definição de dop-ing haveria de sofrer uma ligeira remodelação: “todo o uso de substâncias ou de práticas estimulantes que exageram momentaneamente o rendimento de um individuo”.
Ao longo dos anos, outras pequenas alterações foram feitas, sendo que hoje, a definição usualmente mais aceite e adotada pela convenção europeia contra a
dopagem no desporto e presente na legislação portu-guesa é: Doping ou “Dopagem é o uso de qualquer medicamento ou produto que contenha substâncias indicadas na lista de substâncias proibidas”.
Para os mais curiosos, etimologicamente a palavra doping tem três grandes teorias. A primeira, e seguida por muitos autores anglo-saxónicos, afirmam que a palavra doping advém da língua inglesa “dope”, que significa “ pasta, líquido espesso ou gordo, utilizado como um lubrificante ou óleo alimentar”.Outros contrariam fortemente esta primeira teoria e afirmam que a palavra doping deriva diretamente do dialecto Kafir, que era falado por indígenas do sudeste de África que atribuía à palavra “dop” o significado de: “licor forte, que era bebido como estimulante durante os cultos ou cerimónias religiosas segundo a aprovação de Kafa”.
Recentemente surgiu a ideia de relacionar o termo doping com DOPA (dihidroxifenilalamina), que é um aminoácido monoaminocarboxílico, formado pela oxidação da tiosina em reacção catalizada pela tirosi-nasa.
Doping ou “Dopagem é o uso de qualquer medicamento ou produto que contenha substâncias indicadas na lista de substân-cias proibidas”
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RAZÕES PARA O USO DO DOPING
A teoria de Durkheim refere o uso do doping por parte dos atle-
tas como “um reflexo discrepantes das normas na sociedade”. Do
ponto de vista prático, este autor aponta a sociedade e as subcul-
turas como o principal meio para que o atleta se permita o uso
do doping; um pouco da mesma forma como a cultura potencia
ou reprime o crime. Quanto mais a sociedade for permissiva ao
uso de substâncias ilegais mais fácil será para o atleta dar o passo
decisivo para o uso de dopagem.
A teoria de Merton aponta as razões do uso do doping como o
“resultado de grandes exigências, motivações e recompensas nos
atletas de elite que testariam os limites da performance e isso sug-
eria o uso de meios ilegais”. Este ponto é facilmente identificável
e para isso basta ligarmos as nossas televisões ou ligar os nossos
computadores ou smartphone para entendermos os inúmeros
estímulos que os grandes atletas estão sujeitos: fama, dinheiro ou
reconhecimento mediático, são apenas alguns dos mais notórios.
Os atletas vivem vidas de aparente sonho, para chegar a elas ou
para lá se manter o doping pode ser um mal menor.
objetivo, como é claro para todos, para uso de substâncias ilegais, é aumentar a performance desportiva e alcançar vitórias e
records. Mas, esta é uma das situações em que é necessário olhar mais afundo para a questão, até porque quando olhamos
para alguns dos fármacos utilizados para melhorar artificialmente o desempenho, entendemos os seus malefícios. Por
exemplo o uso de esteroides pode provocar delírios, episódios de paranoia e quebras psicológicas graves, podendo inclusive
afetar o comportamento motor. Pior ainda, o uso prolongado pode originar problemas crônicos como doenças cardíacas,
enfermidades no fígado, disfunções sexuais e uma diminuição acentuada da espectativa de vida e nos casos mais graves a morte. Em alguns
casos deram-se ainda modificações corporais extremas, principalmente em atletas do sexo feminino. Assim é imperativo perceber quais as
razões que levam os atletas a correram tão altos riscos para o aumento artificial. No geral existem duas teorias: Durkheim e Merton.
O
Para além dos motivos já destacadas, existe também a problemática dos efeitos psicológicos nos atletas que se doparam e o muito comum efeito
de dependência que lhes provoca e não lhe permite, mesmo quando o desejam, de deixarem de utilizar substâncias proibidas.
Muitas das substâncias usadas no doping alteram dramaticamente o sistema límbico do cérebro, que controla o comportamento instintivo,
as emoções, e muito importante, a motivação. A maiorias das drogas utilizadas, como referido, alteram significativamente o metabolismo,
nomeadamente neurotransmissores como a adrenalina, noradrenalina, dopamina e serotonina estão envolvidos no controlo de muitos estados
emocionais e mentais, e criando em muitos casos dependência, tanto física como emocional. Aliás, como é sabido, todas as drogas criam,
nem que seja artificialmente, uma dependência, e aumentam a quantidade de dopamina no sistema de recompensa, e a procura de prazer,
euforia e em muitos casos uma sensação falsa de felicidade. Por exemplo, uma das substâncias mais usadas as anfetaminas criam uma elevada
dependência emocional e psicológica.
Assim sendo, é absolutamente termos em mente esta problemática, em casos onde existe a reincidência de atletas no doping, ou por outro lado
o uso continuado de substancia dopantes, assim como as entidades reguladoras, que têm necessariamente de olhar para estes atletas como
seres humanos e sujeitos a todas as fragilidades a isso inerentes, e devem como tal, focar-se primeiro no tratamento e só depois na penalização.
Evitando igualmente, a excessiva exposição mediática dos atletas, que em termos humanos pode ser extremamente contra producente.
Teoria de Durkheim Teoria de Merton
A problemática dos efeitos psicológicos e da dependência
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James Rodríguez, Toni Kroos e Luka Modric (no fundo em imagens, na sequencia apresentada) compõem o novo, e diga-se vibrante, meio-campo merengue, pertencendo quase no exclusivo a estes três homens a titularidade no atual sistema tático (4-4-2) criado por Ancelotti para o Real Madrid versão 2014/2015. Este trio altamente técnico, foi construído tendo por base três números 10, o que é uma total novidade no mundo do futebol, mas que ao contrário de muitas catastrófi-cas previsões tem resultado em pleno, aliando ainda uma beleza estética que esteve ausente da maior equi-pa da capital espanhola desde há vários anos.
O passe passou a ser o lema do Real Madrid desta presente época, em diferentes estilos, combinando a velocidade e a rapidez dos passes longos com períodos de desaceleração e até a própria inércia quebrando o habitual e permanente jogo de contra-ataque dos últi-mos anos. Permitindo, desta forma, que o jogo meren-gue possuía várias mudanças e diferentes abordagens, e possa, como é norma dizer na linguagem futebolista, especular com o jogo e com o que a equipa adversária oferece.
Isco e James, apesar de terem uma maior respon-sabilidade de passes de rutura, apostam igualmente na segurança e na eficiência, no oposto da época anterior onde o passe de rutura e de risco era a norma e o mais procurado. A versatilidade de Kroos é fundamental para a con-sistência da equipa, sendo ele, o principal motor com a sua qualidade de passe, consciência posicional e capa-cidade para aproveitar as oportunidades de remates para golo. Além disso, a sua capacidade para as bolas paradas é crucial para criar desequilíbrios, num futebol atual extremamente fechado. Assim, como a quali-dade de último passe de James na Zona 14 (consulte o nosso Website para saber mais sobre a zona 14 www.desportoeesport.com).Outo ponto crucial, é o povoamento do campo, mais fechado ao cento e com um maior número de jogadores no miolo do terreno, melhorando em grande medida o jogo interior e o passe entre linhas, aproveitando e potenciando ao máximo as superiores qualidades téc-nicas dos jogadores. observando o posicionamento em campo mais frequente dos jogadores do Real Madrid torna-se muito claro e prevalencia para o centro em detrimento das alas.
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O encanto do “novo” Real Madrid passa sobretudo pelo que o meio-campo e o futuro na Liga será o que James, Modric e Kroos forem capazes de fazer. Resta-nos esperar se a qualidade de jogo e de consistência consegue durante toda a época. Com as saídas do onze de Kedira e Xavi Alonso, e as menores capacidades defensivas de Kroos e Modric, não existia outra solução que não mudar e criar uma almofada tática que eliminasse ao máximo a perda de compostura, desorganização ou desequilíbrios. A simplicidade passou a ser o maior imperativo. Simplicidade com eficiência. Tomando como exemplo o jogo do Real contra o Liverpool – 3-0 vitória para a equipa espanhola, Kroos completou 88 dos seus 90 passes, com Modric 89 de 95, apostando num tipo de passe onde a segurança é a base, um pouco à imagem do que o Barcelona tem feito na última meia década.
SEGREDOS DA LINGUAGEM CORPORAL
o desporto existe uma “lin-
guagem escondida” que
os jogadores, treinadores e
maior parte dos intervenien-
tes no jogo usam, a Linguagem Corporal.
Normalmente durante um jogo, o jogador
não pergunta ou indica as suas intenções
de uma forma verbal “ Posso passar-te a
bola? Desmarca-te! Vou lançar a bola para
a direita! Vou fintar! Vou dar um murro
no lado direito!”, Maior parte da lingua-
gem no desporto faz-se de uma forma
não-verbal.
Os melhores atletas são muito bons a ler
linguagem corporal, são muito intuitivos
a emitir sinais não-verbais e ainda a cap-
tar e entender as pistas não-verbais dos
adversários e treinadores.
Os atletas excelentes dominam esta lin-
guagem e usam-na para dissimular a sua
estratégia (Fintas, dissimular golpes, dis-
simular passes…), ou antecipar a estra-
tégia do adversário (“cortar” a bola ao
adversário, adivinhar o lado de marcação
de uma penalidade, para onde irá ser
atirada a bola, perceber qual o golpe do
adversário, …).
A linguagem corporal é uma linguagem
simples e mais verdadeira que todos nós já
conhecemos e “ falamos”, o meu objetivo é
relembrar os seus significados e criar uma
consciência sobre os sinais, movimentos
e expressões em prol de melhores resul-
tados.
A linguagem corporal influencia o com-
portamento do jogador antes e durante
jogo, se o jogador optar por uma pos-
tura de confiança, peito para fora, ombros
levantados, cabeça levantada, irá elevar os
níveis de testosterona logo melhorar o seu
desempenho e rendimento durante o jogo.
Sabia que a confiança de um Guarda-
redes durante a marcação de uma penali-
dade sobe aumentando a possibilidade de
defesa, se o jogador que marca a penali-
dade exibir uma postura submissa (Cabeça
Baixa, peito encolhido, ombros descaídos).
Dominar a Lingua-gem Corporal significa aumentar rendimento desportivo. Quanto melhor um atleta domi-nar esta linguagem e de uma forma consciente, maior o seu poder de antecipação logo mel-hor o seu rendimento e eficácia.
N
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Elementos da mesma equipa que dão mais toques de incentivo entre eles, demonstram maior união de grupo.
O treinador cobre a cara quando sente frustração ou desagrado pelo que está a acontecer
SEGREDOS DA LINGUAGEM CORPORAL
“Saber ler Linguagem Corporal é como aproximar-se de uma leitura de pensa-mentos dos seus adversários.”
Existem sinais não-verbais muito simples de observar que nos ajudam a Conhecer, Relacionar e Otimizar a forma como inter-agimos com os companheiros de equipa ou adversários, antes e durante um jogo. Quando um jogador levanta as sobrancel-has pelo menos duas vezes em direção a um companheiro/a de equipa é o mesmo que dizer ”Prepara-te!“ e como adversário devemos perceber que alguma coisa vai acontecer e assim antecipar.Quando o adversário levanta o queixo é
sinal de alerta, devemos ter atenção ao local para onde o seu queixo aponta.
O ângulo do tronco ajuda a adivinhar para onde o jogador irá passar ou atirar a bola, antes de passar ou atirar a bola o jogador inclina o tronco para o local onde irá passar ou atirar a bola, tanto que os bons jogadores usam um movimento “truque” para enga-nar o seu adversário, apontando a cara um lado e passam para outro, mas o tronco não engana.
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Alexandre Monteiro. Especialista em comportamento humanowww.pessoab.pt www.segredosdaLinguagemCoporal.blogspot.com
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Ao analisar a fotografia o que podemos perceber?
Poderoso - Braços abertos, Peito para fora, pés afastados, queixo levantado (Cristiano Ronaldo).
Para saber qual o jogador mais “poderoso”, repare no jogador que coloca o peito para fora, o que fizer de forma mais evidente é o que se sente mais poderoso em relação à equipa, Entre dois adversários, o que mais evidenciar o peito para fora, é o favorito à vitória.
Líder “Silencioso”- Queixo levantado, mãos na cintura, peito para fora (Pepe). Peito para fora e, queixo levantado revela confiança. Mãos na cintura encontra-se pronto para o desafio.
Lutador- Punhos Fechados e um pé com avanço (Raúl Meireles). Punhos fechados revela agressividade. Pé avançado, homem de ação.
O treinador ou espectador pode de uma forma simples olhar para um jogo através de uma outra dimensão, verificar e prever onde bola irá estar, quem é o atleta mais poderoso, quem é o líder “Silencioso”, qual o estado de união da equipa e muito mais, para isso basta observar simples sinais da linguagem cor-poral dos jogadores.
A linguagem corporal é tão importante
que é responsável por influenciar o com-portamento do jogador antes e durante jogo, se o jogador optar por uma postura de con-fiança, peito para fora, ombros levantados, cabeça levantada, irá elevar os níveis de tes-tosterona logo melhorar o seu desempenho e rendimento.A leitura da linguagem corporal está acessível a todos, podendo com a prática tornar-se mais natural. Tal como nas artes
marciais não precisa de saber 1000 técnicas para ser bom, basta sim saber 10 técnicas e treiná-las 1000 vezes, também na lingua-gem corporal não precisa de saber ler 1000 gestos, posições e expressões para captar as mensagens mais importantes, aprendendo a ler os simples gestos e posições nas diversas situações do seu dia-a-dia, ganha logo esta vantagem.
Alexandre Monteiro. Especialista em comportamento humanowww.pessoab.pt www.segredosdaLinguagemCoporal.blogspot.com
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om certeza, muitas pessoas no mundo afora ficam
se perguntando qual a receita de tanto sucesso das
seleções masculina e feminina brasileira de voleibol
e quando isso começou a se tornar realidade? Para
essas e mais perguntas, o artigo a seguir enumera
todo o esforço da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV)
visando os resultados recentes.
Para isso seria interessante entendermos como funciona toda
dinâmica estratégica e também os fatores responsáveis de tal
sucesso. E uma verdade universal que todos os esportes somente
conseguem algum apoio e visibilidade a partir de resultados e
projetos de marketing. A seleção masculina teve seu primeiro prê-
mio importante em 1982 no Campeonato Mundial disputado em
Buenos Aires, onde obteve a segunda colocação levando a medalha
de prata. Em 1984, novamente a seleção masculina consegue outra
medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles. Em 1990
a embalada seleção ganha uma medalha de bronze na 1º Liga
Mundial disputada em Osaka, Japão após vencer um jogo contra
a extinta URSS. Porém o ápice do voleibol masculino foi a con-
quista inédita da medalha de ouro em 1992 nos Jogos Olímpicos
de Barcelona. Mediante aos resultados apresentado pela seleção
masculina, o voleibol feminino teve suas conquistas um pouco
mais tarde.
Tudo começou em 1993, quando conseguiu um histórico 4º lugar
no Grand Prix de Voleibol e que em 1994 vinha a ganhar o ouro
em cima da fortíssima seleção de Cuba, que era a atual Campeã
Olímpica. A partir dessa data, a seleção canarinho feminina
firma-se definitivamente no cenário mundial como uma potência
no esporte após conseguir uma medalha de prata no Campeonato
Mundial Feminino de 1994, disputado no Brasil no estádio
Ibirapuera localizado no estado de São Paulo. A partir desses
resultados, a CBV passou a profissionalizar o voleibol, oferecendo
recursos de fontes privadas e públicas para que o esporte pudesse
crescer e se fortalecer como uma potência nacional e internacional.
Todos esses títulos iniciais e os incentivos estabelecidos pelos
inúmeros presidentes que regiram a CBV ao longo desses anos
notaram a necessidade de se criar um centro de treinamento de
excelência, onde pudessem concentrar todos os atletas a fim de
disponibilizar um ambiente propício a prática da modalidade,
objetivando assim sua excelência. Em 25 de agosto de 2003,
a CBV inaugura o Complexo de Treinamento Saquarema na
cidade Saquarema, localizada no estado do Rio de Janeiro. Além
das seleções principais, o complexo tinha como objetivo treinar
atletas de diferentes categorias de base que se colocassem a dis-
posição da seleção mediante as seletivas estaduais estabelecidas
pelas Federações de Voleibol dos 26 estados nacionais e o Distrito
Federal. O complexo possui cerca de 108 mil metros quadrados,
com instalações e equipamentos de ultima geração disponíveis
a comissão técnica e aos atletas para que todo esse sucesso que
vemos hoje pudesse se tornar real. O centro de treinamento levou
a CBV ser reconhecida como a primeira entidade esportiva do
mundo a ganhar um certificação ISO 9001:2000.
A CBV recebe apoio de diferentes setores, seja ele privado ou estat-
al. Tem como seu principal patrocinador o Banco do Brasil, que
financia recursos dirigidos aos principais campeonatos nacionais
C
Thiago Yavorkes Jacomelly, graduando em Física Médica e apaixonado por voleibol [email protected]
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existentes, sendo mais importante a
Superliga Masculina e Feminina. A com-
petição que outrora era chamada de Liga
Nacional teve seu nome adotado como
Superliga em 1994, mediante a necessi-
dade de popularizar e disseminar a prática
esportiva nos inúmeros clubes espalha-
dos por todo o Brasil. Anos após ano, a
Superliga se fortaleceu tornando um dos
principais torneios esportivos do mundo,
vitrine para formação de jogadores de alto
nível e até intercambio de vários atletas.
Dentre as varias nacionalidades que já
participaram ou participam da Superliga
podemos citar jogadores cubanos, rome-
nos, italianos, sérvios, tchecos, america-
nos, entre outros.
Hoje a Superliga conseguiu superar em
relação de visibilidade e mercado as prin-
cipais ligas do mundo, como a Liga Italiana
que advento da crise que se instalou na
Europa, acabou por exportar seus princi-
pais atletas nacionais e estrangeiros. Além
do Brasil, outras ligas se fortaleceram
como a Liga Turca e a Liga Russa, absor-
vendo atletas e comissão técnica de alto
desempenho no esporte.
A Superliga 2014/2015 está a todo vapor.
A Superliga Masculina conta com a par-
ticipação de 12 times de quatro estados
nacionais sendo: 5 times de São Paulo,
4 times de Minas Gerais, 2 times do Rio
Grande do Sul e 1 time do Paraná. Já a
Superliga Feminina conta com 13 times
de 6 estados nacionais sendo: 7 times de
São Paulo, 2 times de Minas Gerais, 1 time
do Rio de Janeiro, 1 time do Maranhão, 1
time do Distrito Federal e 1 time de Santa
Catarina.
O sistema de disputa desse torneio é longo,
geralmente entre o período das principais
competições internacionais objetivando a
continuidade do trabalho. Tem duração de
aproximadamente 6 meses entre os meses
de Novembro a Abril. E disputada em
quatro fases:
• 1º fase: Na primeira fase todos os
times se enfrentam em turno e returno e
são contabilizados pontos de acordo com o
utilizado no sistema internacional. Vitoria
por 3x0 ou 3x1 o time consegue 3 pontos
e vitória por 3x2 o time consegue 2 pontos
e o adversário leva 1 ponto. Os critérios de
desempate são respectivamente: numero
de vitorias, set average, pontos average,
confronto direto e sorteio.
• 2º fase: Os oito times mais bem
colocados mediante a pontuação conquis-
tada, disputam em um cruzamento sim-
ples de 1ºx8º, 2ºx7º, 3ºx6º e 4ºx5º lugares.
São disputados melhor de 3 jogos playoffs.
• 3º fase: as semifinais são disputa-
das em jogos onde o vencedor do 1ºx8º
pega o vencedor do 4ºx5º e o vencedor do
2ºx7º pega o vencedor do 3ºx6º.
• 4º fase: Final. Disputa em um
único jogo dos vencedores da 3º fase.
Portando, é notório que o suces-
so do voleibol depende de muitos fatores
que foram sendo construídos ao longo
das conquistas tanto do vôlei masculino
como do feminino. E importante frisar
a dedicação e o empenho de cada atleta,
comissão técnica e responsáveis que jun-
tos conseguem um resultado expressivo
reconhecido mundialmente. Então qual é a
receita ? Não existe uma receita, é somente
fruto de muito trabalho e entrega de todos
os apaixonados pelo esporte.
“Anos após ano, a Superliga se fortaleceu tornando um dos principais tor-neios esportivos do mundo, vitrine para formação de jogadores de alto nível e até intercambio de vários atletas. ”
Thiago Yavorkes Jacomelly, graduando em Física Médica e apaixonado por voleibol [email protected]
Doping: Proibição? Legalização?
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s substâncias proibidas e tidas como dopantes divi-
dem-se me cinco grupos farmacológicos distintos.
Temos num primeiro plano os estimulantes, que tal como é indicado pelo nome, exitam o organ-ismo alterando drasticamente o metabolismo. De
entre os principais estimulantes destacam-se as anfetaminas, a cafeína, a cocaína e seus derivados como o crack, a efedrina, a estriquinina e a terbutalina. Assim, valores superiores a 500 ng/mL de salbutamol na urina, por exemplo, são passivos de punições. Algumas substâncias proibidas são permitidas em tratamentos específicos, como a adrenalina e o imidazol que podem ser usados como anestésicos locais.Temos também os agentes anabolizantes que se dividem em dois subgrupos: os esteroides anabolizantes androgeniza-ntes como a testosterona e seus derivados, a bolasterona, a androstenediona, a noratandrolona, entre outros agentes. Caso o exame evidencie uma relação superior a 6 partes de testosterona para uma de epitestosterona, será considerado positivo. Contudo, um estudo endocrinológico deverá ser realizado para saber se o distúrbio é natural, que ainda que raro, acontece em muitas situações.Os Narcótico-analgésicos são substâncias narcóticas, ou seja, têm como principal objetivo relaxar ou diminuir a dor dos atletas, destacam-se deste grupo de substâncias a morfina, a heroína, a hidrocodona entre outros compostos correlatos.Os Diuréticos como a bumetanida, a espronolactona, a diclof-
enamida e o manitol são igualmente proibidos pelo menos quando injetados diretamente no corpo.Por fim, entre as substâncias temos as Hormonas peptídi-cas e substâncias análogas, das quais se destacam as hor-monas de crescimento (HGH), a gonadotrofina coriônica humana (HCG), unicamente para o sexo masculino, que eleva a produção de esteróides androgênicos, aumentando a produção de hormônios masculinos, resultando, entre outras coisas, no aumento da massa muscular. E a insulina, hormona criada pelo pâncreas, com importante função no metabo-lismo dos açúcares pelo organismo. A sua utilização aumenta a queima dos açúcares o combustível do corpo humano. Com isso, há maior produção energética, resultando em ganhos consideráveis no desempenho.Algumas das metodologias ilegais utilizadas são por exemplo as
transfusões de sangue ou a aplicação de analgésicos locais. Existe
ainda um conjunto de técnicas de despiste de testes de doping,
como manipulação química e farmacológica da urina ou a admin-
istração de transportadores artificiais de oxigénio e substitutos
de plasma. Por fim, existe atualmente um conjunto de máquinas
(físicas) tecnológicas, que não entrando na definição de doping,
podem entrar muito ser tidas como um aumento artificial da
performance, dado que permite treinos com mais intensidade mas
menor esforço e uma melhor recuperação.
PRINCIPAIS MÉTODOS E SUBSTÂNCIAS DOPANTES
A
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DOPING E SAÚDE O CASO DA ALEMANHA ORIENTAL
s efeitos nefastos para a saúde é sem dúvida um dos principais problemas para os apologistas da liberalização do doping e o exemplo da Alemanha oriental é paradigmático. aniversário dos vinte e
cinco anos da queda do muro de Berlim serviu como um excelente pretexto para a ex-atleta da Alemanha oriental Ines Geipel, de 54 anos, levantar de novo as sequelas na saúde deixadas pelo uso do doping durante quase 45 anos, 1945-1989. Segundo Geipel, apenas no ultimo ano 700 pessoas pro-curaram a ajuda da associação que dirige “Ajuda às Vítimas de Doping” (sigla DOH, em alemão). Uma problemática que novamente segundo Geipel recebe pouco ou nenhum apoio por parte das autoridades. E, este é um problema que afetará incontáveis ex-atletas dado que se estima que entre os anos 60 e 80, cerca de 10 mil atletas tenham participado de um programa sistemático de uso de substâncias proibidas com suporte do governo – Alemanha oriental.Um programa que muitos dos muitos dos ex-atletas envolvidos
não tinham sequer conhecimento da sua participam, dado que
as “vitaminas” que recebiam de seus treinadores na verdade eram
drogas, na maioria esteroide anabólico e testosterona, que deixa
sequelas como problemas de coração, rins, fígado e ginecológicos,
abortos e má formação de fetos e recém-nascidos.
Um dos casos mais famosos é o da lançadora de peso Heidi
Krieger, que também usou doping sistematicamente a partir dos
16 anos. As mudanças em seu corpo foram drásticas e, no fim dos
anos 90, ela decidiu passar por uma cirurgia de mudança de sexo
e alterou seu nome para Andreas.
Durante cerca de vinte anos a Alemanha oriental ostentou um
curriculum invejável de vitórias desportivas que muito bem soube
capitalizar politicamente, mostrando que a problemática do dop-
ing não é exclusivamente da responsabilidade dos atletas mas em
muitos mais casos do que sequer imaginamos, a responsabilidade
recai em organizações fortes, e mesmos em países ou concessões
políticas.
O
O CASO DA LANCE ARMSTRONG
Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 19
DOPING: UMA QUESTÃO LEGAL OU ÉTICA?
badalado caso de doping de Lance Armstrong voltou, de certo modo, a recentrar a questão do doping como essencialmente uma questão moral ao invés do há muito estabelecido como
essencialmente uma problemática legal. Isto é especialmente demonstrativo no caso do ciclista americano dado que o seu julgamento mediático foi acima de tudo moral apesar da generalidade do público facilmente admitir que o doping era uma prática comum no ciclismo aquando das vitórias do americano. Deixando em grande medida as questões legais fora do debate. O caso do ciclista americano é especialmente demonstrativo de como o julgamento popular e inclusive o julgamento das entidades competentes se deu essencialmente a nível ético A sua própria vida pessoal, um símbolo de superação pes-soal, vinda da sua vitória contra a doença do cancro e alguma “fanfarronice” num homem Símbolo um ícone ilustrativo em palestras de auto ajuda promovidas no mundo todo. aumen-tou ainda mais o ruido das suas condenações. Os ataques que Armstrong sofreu foram sobretudo morais e
as suas explicações também o foram: “Na época não me sen-tia errado, e isso é assustador. Não me sentia um batoteiro. É mais assustador ainda. Não era traição, mas sim ter vantagem sobre o adversário. Eu estava a igualar as condições. Falar hoje é fácil. Eu não compreendia a magnitude da adoração das pessoas. O mais importante é que estou a começar a entender. Vejo raiva nas pessoas. E traição. Pessoas que me apoiaram e acreditaram em mim. Vou passar o resto da minha vida a tentar recuperar a confiança e pedindo desculpas a elas”.Talvez o caso do ciclista americano nos faça de facto olhar o problema do doping de onde ele magoa e mais fere os adep-tos, no sentimento e na ideia de adorar uma fralde, e isso torna o doping uma questão essencialmente moral e como consequência ética. A mentira para os adeptos é questão central que está por trás do doping, inclusive superior ao aumento da performance por meios artificiais. O doping e a ética desportiva levar-nos-ia para outro debate que não é de todo a intensão desta edição, como tal, tratare-mos desse ponto, numa outra edição da Desporto&Esport, e genericamente nos artigos que se seguem.
O
O CASO DA LANCE ARMSTRONG
20 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
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introdução da tecnolo-
gia de linha de golo no
Mundial de 2014 no Brasil
veio aumentar a perceção
geral que a introdução de mais e novas tec-
nologias na arbitragem no futebol é apenas
uma questão de tempo. Apesar de existir
ainda uma rejeição por parte da FIFA
e da UEFA, que pretendem continuar a
aumentar o “número de olhos” nas equipas
de arbitragens. Mas o movimento pró-tec-
nológico nas arbitragens está vivo, talvez
como nunca, e uma mudança, sente-se,
poderá estar para breve. O debate deverá
então concentrar-se em que tecnologias se
devem escolher e qual o impacto que isso
terá no jogo.
O vídeo-árbitro, genericamente a análise
dos lances do jogo através da repetições
das imagens, tem sido cabeça de cartaz
mas tem contra si inúmeros argumentos.
Desde logo, não ser 100% fiável e depender
da análise e interpretação humana, nome-
adamente de um novo árbitro ou equipa
de arbitragem. Tem ainda a dificuldade de
“mexer” com a dinâmica do jogo, obrig-
ando pelo menos a novas paragens, sendo
o que vulgarmente se apelida de uma
tecnologia intrusiva. Acredito então, que
se deva optar, tal como a tecnologia da
linha de golo, por modelos tecnológicos
que primeiro eliminem a subjetividade
na análise e sejam não intrusivos, ou seja,
não obriguem à criação de novas regras.
E deixar, pelo menos para já, o debate do
vídeo-árbitro para o futuro e encontrar
caminhos que vão de encontro aos dois
axiomas acima.
Uma boa opção aparece pelas mãos da
empresa pela GPSports e pretende utilizar
a tecnologia de GPS (Global Positioning
System) para a lei do fora-de-jogo ou no
Brasil a lei do impedimento. No futebol,
a tecnologia de posição por satélite não é
sequer uma novidade, e há muito que é
utilizada pelos clubes e equipas técnicas
para recolher dados e informações sobre
os seus atletas. Nem é de espantar que
assim seja. A tecnologia GPS mostra-se
uma solução portátil, não invasiva, de
medição continua, de acesso livre e fácil
a satélites e de fácil armazenamento para
posterior análise.
O sistema de fora-de-jogo que a GPSports
esta atualmente a desenvolver funciona
como um sistema de alerta que envia um
sinal sonoro por fone ao ouvido do árbi-
tro que o alerta – um quarto de segundo
depois, quando acontece um passe para
lá das regras dos legais. O espaço de erro
deste sistema é de 1cm, bem acima da
margem de erro humano.
GPS - FUTEBOL E RUGBY
E ARBITRAGEM
A FUTEBOL
RUGBY
NFL
ENTRE OUTROS
No futebol desen-volve-se um sistema que deteta jogadas em fora de jogo/im-pedimento. No Rugby o sistema deteta pass-es para a frente.
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O porta-voz GPSports Sistema Damien
Hawes afirma: “Eu posso confirmar que
vamos ter um sistema de posicionamento
para o futebol que vai descer a um centí-
metro ade precisão e confiabilidade de
onde a bola se move no campo.”
O Rugby, ao contrário do futebol, tem
uma ligação mais estreita e pacifica com a
tecnologia na arbitragem, e o vídeo-árbitro
faz já parte desta modalidade há vários
anos. E tem sido utilizado para retirar
diversas dúvidas durante o jogo como as
faltas ou o jogo sujo, falhando no entanto,
na observação para os casos onde a bola é
passada para a frente. Para os menos acos-
tumados com esta modalidade, os passes
tem de ser sempre efetuados para trás. Um
sistema semelhante ao fora-de-jogo para
o futebol, desenvolvido igualmente pela
GPSports, esta a ser desenvolvido e pode
entrar no jogo em muito breve tempo.
O sistema funciona de forma muito sim-
ples, um microship e bateria do tamanho
da uma unha do dedo mindinho está
incluído na estratificação das bolas de
Rugby. Os sinais são enviados e tratados
via satélite e computador – vídeo-árbitro,
e quando se dá alguma irregularidade
no passe, um sinal sonoro dispara no
ouvido do árbitro, à semelhança do siste-
ma homónimo no futebol. Hawes rela-
tivamente ao Rugby disse: “Vai dizer (as
equipas de arbitragem) exatamente o que
ângulo em que a bola deixa as mãos de um
jogador dentro de um quarto de segundo”
A tecnologia tem muito a oferecer às
equipas técnicas e à verdade desportiva do
jogo, quer no Rugby, mas principalmente
no futebol, onde a sua implementação está
bem mais atrasada. Escolher corretamente
que tecnologias apostar é fundamental
para que estas novas soluções possam
fazer o seu caminho de forma natural e
que não mexa com as leis do jogo e as suas
dinâmicas.
“A introdução de tecnologia como auxílio das equipas de arbitragens deve pas-sar preferencialmente por soluções com níveis de êxito próximas dos 100% e deve retirar o máximo possível a subjetividade da análise humana. O sistema em desenvolvimento pela GPSports consegue ambas”.
Pedro M. Silva, colunista Desporto&[email protected]
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análise de vídeo e de des-
empenho, ainda que recen-
tes, ocupam um enorme
espaço dentro dos pro-
cessos de observação e de
preparação de jogos e de treino dentro
das equipas técnicas um pouco por todas
as modalidades desportivas. Tendo no
entanto, ainda uma maior preponderân-
cia nos jogos coletivos, dada a sua maior
dificuldade de análise e na dispersão da
atenção em vários atletas por parte dos
analistas. Neste seguimento, um recente
estudo demostra categoricamente, que a
capacidade do ser humano apenas permite
memorar entre 30-50% dos momentos-
chave de um jogo, deitando “fora” mais de
metade das situações mais importantes,
para além de inúmeros outros pormenores
que tidos como menos cruciais podem
fazer a diferença.
A evolução tecnológica associada à
diminuição de custos na aquisição de hard-
ware e software especializado a que ainda
é necessário somar a crescente necessidade
de tornar as equipas o mais profission-
ais e eliminado tudo o que é redutor,
abriu o caminho para a democratização
da análise por meios digitais e por vídeo.
É de assinalar igualmente o papel decisivo
que as televisões e as transmissões des-
portivas por streaming desempenharam
em todo este processo, nomeadamente, e
como é facilmente entendível, na recolha
e disponibilização de imagens e vídeos.
Juntando-se ainda, a massificação de dis-
positivos de gravação de vídeo, como tab-
lets, smartfhones ou mesmo câmaras de
gravação digital, que facilmente elemina
as lacunas deixadas nos jogos que não são
televisionados.
Todo o equipamento tecnológico ganhou
igualmente uma inclusiva intuitividade,
permitindo que qualquer membro da equi-
pa técnica, com poucos mais que alguns
conhecimentos informáticos na ótica do
utilizador, possa facilmente manobrar e
gerar mais-valias desta referida tecnologia.
Comecemos então por exemplificar os
referidos ganhos na utilização da analise
de vídeo e de performance.
Desde logo, avaliar o desempenho indi-
vidualizado por jogador. Identificar os
pontos fortes e fracos de cada atleta, pre-
parando de seguida treinos e áreas de trab-
alho para potenciar uma evolução positiva.
Gerar conhecimento no atleta através do
visionamento de vídeos com momentos
chaves do jogo ou com boas jogadas para
motivá-los. Produzir vídeos dos adversári-
os diretos, para que o atleta possa estudar
e melhor compreender o meio em que se
vai mover durante o jogo. Identificar os
jogadores certos e os próximos talentos.
Avaliar os erros da própria equipa, iden-
tificando os pontos fracos da dinâmica de
jogo coletiva – sendo que uma atempada
identificação de erros, permite corrigi-los
mais rapidamente. O mesmo conceito é
valido para a equipa adversária. Podendo
a isto somar-se, a identificação de padrões
de jogo, detetar e identificar os jogadores
chaves e a sua dinâmica no conjunto da
equipa. E mapear as zonas de maior uti-
A
IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DE VÍDEO
Pedro M. Silva, colunista Desporto&[email protected]
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Observar as melhores e mais preparadas
equipas é igualmente de indiscutível uti-
lidade. Identificar novos padrões de jogo
e novas estratégias ou mesmo abordagem
ao jogo é origina nos técnicos mais con-
hecimento e maior capacidade para fazer
evoluir as próprias equipas.
Por fim, a análise de vídeo e de perfor-
mance pode ser igualmente utilizada para
analisar as razões porque um atleta sofre
recorrentemente lesões ou as mesmo tipo
de lesão. Assim, como entender a lingua-
gem corporal e expressões do atleta e em
caso de necessidade intervir com especial-
istas que possam melhorar-lhe a confiança
e a autoestima.
Nas exigências do desporto moderno não
permitem mãos analises subjetivas e assen-
tes no instinto. Analisar dados concretos
e retirar daí informações verdadeiras é
crucial para criar um caminho que leve ao
êxito. A análise de vídeo e de performance
através deste meio, como ficou demostra-
do, assume para si vantagens que tornam a
sua utilização indispensável.
Sair vencedor numa atividade tão com-
petitiva como é o desporto atualmente só
está ao alcance dos que mais trabalham,
dos que executam as tarefas o mais profis-
sionalmente possível e daqueles que usam
todas as ferramentas disponíveis. Quem
não o fizer ficará para trás e perderá o seu
lugar para os mais preparados. No deporto
como em tudo na vida.
O IMPACTO PSICOLÓGICO DAS LESÕES
boa saúde mental dos atletas de alta competição e a
sua importância para o seu rendimento é, erronea-
mente, banalizada pelos adeptos e pelos comentado-
res desportivos, e inclusive e mais grave por muitos
clubes e treinadores. A atual perceção dualista da mente/cérebro
e corpo prejudica fortemente, em muitos casos, uma intervenção
atempada e especializada quando surge nos atletas uma diminu-
ição da sua saúde mental, esperando-se que a força de vontade
destes seja suficiente para ultrapassar todas as dificuldades. A ver-
dade é que não existe diferença entre saúde mental e física e quer
uma quer a outra desempenham um papel chave na performance
desportiva. A debilidade causada, por exemplo por uma depressão,
é tao relevante quanto uma qualquer lesão física e que pode inclu-
sive deixar cicatrizes mais profundas e mais duradouras quando
em comparação. O impacto psicológico que pode advir de uma
lesão e de uma paragem prolongada da competição é igualmente
importante e será este ponto que iremos abordar neste artigo.
Anderson Silva foi um dos muitos atletas que reconheceu ter
recorrido a ajuda psicológica especializada após a sua fratura da
tíbia e fíbula da perna esquerda; uma lesão que o deixou muito
tempo parado e com alguma normal insegurança. As suas pala-
vras são bem demostrativas disso: “ Quando tive a lesão, várias
coisas passaram pela minha cabeça. Primeiro que já estou na fase
“duzenta”. Fiquei apreensivo, achei que não voltaria a lutar mais”.
Os obstáculos mentais após uma lesão de grande gravidade são
não só normais como comum e transversais a atletas de todas as
modalidades. O Dr. Michael Cervais, diretor de High Performance
Psicologia DISC, em entrevista à Bleacher Report, salienta: “
existem muitos tipos variados de respostas a uma lesão. Alguns
atletas enfrentam a lesão de frente com a intenção focada. Outros,
por seu lado, tornam-se completamente sobrecarregados com a
ideia de que todos seus objetivos e sonhos vão escorregar pelas
suas mãos, perdendo progressivamente o ânimo e a esperança”.
De forma, bastante simplificada as consequências psicológicas de
uma lesão de um atleta dividem-se em três respostas: cognitivas,
emocionais e comportamentais.
As consequências cognitivas assumem-se da forma como o
atleta analisa e interpreta a sua situação e a lesão que sofreu, onde
diversos pensamentos passam pela sua mente. Desde, a simples
aceitação ao frequente “o que me está a acontecer?” Obviamente
que a resposta cognitiva vai definir em grande medida como o
atleta vai reagir emocionalmente, que pode até passar por diversas
fases e sentimentos durante o período da recuperação da lesão e
do regresso à competição ativa. Sentimentos de ansiedade, raiva ou
depressão são frequentes, sendo que quanto mais rápido o atleta
assumir uma predisposição positiva de “confronto ativo com a
lesão” mais fácil será a sua recuperação. O comportamento do
atleta definir-se-á consoante a sua resposta aos dois pontos acima
mencionados.
A
Alexandre Cardoso, especialista em [email protected]
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Depois, existem muitas variáveis que desempenham um papel
fundamental na forma como o atleta irá responder à adversidade
de uma lesão. Afinal, como afirmou Becker, “as mudanças na vida
diária do desportista, após lesão, são drásticas e englobam todos
os aspetos da sua vida: desportivo, físico, psicológico e psicosso-
cial”. Por exemplo, a percentagem com que a auto identificação e a
identidade do atleta estiver relacionada com a atividade desportiva
que desenvolve terá um papel decisivo para a recuperação, seja
ele positivo ou negativo. Neste sentido, o Dr. Gervais salienta:
“quando um atleta se vê unicamente como um atleta, ele tende a ter
mais dificuldade em ultrapassar o período da lesão. Quando uma
pessoa não é mais capaz de fazer o que o define, corre mais rapi-
damente para uma crise, de dimensões imprevisíveis. Se por outro
lado, o atleta se vê como um ser multidimensional, é mais fácil que
ele se mova positivamente pelas várias fases da lesão.
As principais técnicas utilizadas no processo de reabilitação são
a formulação de objetivos, o Auto diálogo ou auto-instruções, o
relaxamento e a visualização mental. A formulação de objetivos é
particularmente útil em todo o processo já que permite ter o atleta
focado e determinado nesses pequenos ganhos diários e distrai-o
de pensamentos negativos. A visualização é igualmente crucial
para criar um impacto positivo no interior do atleta, dando-lhe
a oportunidade de se imaginar recuperado e sem mazelas num
futuro próximo; um sentimento de esperança permanente des-
empenha um papel tão importante como o melhor dos medica-
mentos. Habilitar psicologicamente o atleta para saber lidar com a
dor física para que ele a associe a algo de positivo é também parte
integrante no processo de apoio. A transformação da dor em algo
desagradável para algo que é inclusive desejado como um bem
para a recuperação é um dos pontos mais difíceis de conseguir,
mas também um dos mais importantes. Por fim, deixar apenas
a ideia da necessidade de uma maior sensibilização de todos os
agentes desportivos para a indispensabilidade de uma boa saúde
Anderson Silva assumiu publicamente ter recorrido a ajuda psicológica após a sua grave lesão.
A lesão nas costas em pleno Mundial, há-de ter sido um forte revés num jogador tão novo quanto Neymar. O apoio dos familiares e amigos foi fun-damental
Alexandre Cardoso, especialista em [email protected]
Ricardo Reis, especialista em [email protected]
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SQUASHConheça esta modalidade que apesar dos muitos “adeptos”, é ainda desconhecida para uma grande maioria dos amantes do desporto.
squash, um desporto originário do seculo xix, é
ainda em grande medida totalmente desconhecido
para a grande maioria do público ou tido muitas
vezes como um desporto de elite ou simplesmente
como um desporto de ginásio ou academia. No entanto, esta é uma
ideia muito errada e desfasada da realidade. Este é um desporto
federado, com regras próprias e com atletas de alto nível que com-
petem em torneios cada vez mais concorridos e televisionados.
Desde 1995, para dar um exemplo do crescimento da importância
deste desporto, que o squash está incluído no programa dos jogos
Pan-Americanos.
Este desporto nasceu em Londres na escola de Harrow e pratica-
se usando uma raquete e uma bola de borracha preta, disputada
por dois ou quatro jogadores, num recinto fechado por quatro
paredes, sendo a parede de trás de vidro resistente ou pelo menos
transparente.
O nome deste desporto deve-se ao facto da bola ser literalmente
esmagada - squashed em linfua inglesa - quando é lançada contra
a parede.
As raquetes são atualmente feitas de grafite e fibra de carbono.
As bolas, de borracha dura, têm 40 milímetros de diâmetro. Deve
usar-se igualmente óculos de proteção, nomeadamente, para segu-
rança dos olhos, evitando o contato dessa zona com a bola de bor-
racha que viaja muitas vezes em grandes velocidades.
O
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Regras do Squash
Num jogo a dois, os jogadores devem alternar as jogadas ao lançar a bola contra a parede frontal;
A primeira linha do campo, chamada de primeira linha de marcação, corresponde à rede que é usada no ténis e deve estar situada a 48 centí-
metros do chão. Ao acertar com a bola abaixo desta linha significa que o jogador perde um ponto;
A linha de serviço fica a 1,783 metros do chão e também funciona como a rede que está presente no ténis. Neste caso, ao acertar com a bola
abaixo desta linha, o jogador também perde um ponto;
A terceira linha está situada a 4,5 metros do chão e limita a altura máxima da zona de jogo. Ao acertar acima desta linha, é considerada bola
fora;
Depois da bola bater na parede frontal, ela poderá bater nas paredes laterais ou na parede de fundo. No entanto, só poderá bater uma vez no
chão antes de ser rebatida pelo jogador contrário;
Os quadrados que se encontram no fundo do campo delimitam o espaço que deve ser tocado com pelo menos um dos pés quando o jogador
serve a bola;
No serviço, a bola deverá atingir a parede frontal entre a linha do meio e a linha superior e, de seguida, atingir o chão do quadrante onde se
situa o adversário que está autorizado a rebater a bola antes que ela atinja o chão;
O primeiro jogador a servir deverá ser definido por sorteio. Quando o jogador ganha um ponto, os jogadores deverão trocar de lado;
Pontuação no Squash
Tal como acontece no ténis, um jogo de squash é decidido à melhor de 3 ou de 5 jogos, existindo dois sistemas de
pontuação. O primeiro, o sistema standard vai até 9 pontos, o jogador ganha um ponto sempre que ganhar a jogada
em que foi ele a servir. Caso o jogo termine empatado a 8 pontos, o jogador que recebe o serviço poderá escolher
se acaba aos 9 pontos ou se acaba aos 10 pontos. O segundo sistema é o Sistema Pars: que à semelhança do que
acontece no ténis de mesa vai até aos 11 pontos. O jogador ganha um ponto sempre que ganhar uma jogada. Caso
haja empate a 10 pontos, o jogador que abrir uma vantagem de 2 pontos será o vencedor do jogo.
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Dentro do basebol os joga-
dores que jogam na posição
de pitchers, em português
arremessador, sempre
foram mais suscetíveis a lesões e tal sempre
foi tido como “normal” e um subproduto
do desgaste e das exigências desta posição
no jogo. No entanto, durante apenas o
decorrer desta época da MLB já se regista-
ram 65 lesões unicamente em pitchers, e já
se começa a usar a palavra “catástrofe” para
descrever a situação. Até porque entre os
lesionados estão nomes bem conhecidos
da modalidade como Masahiro Tanaka
(New York Yankee), Matt Harvey (New
York Mets) ou Patrick Corbin (Arizona
Diamondbacks).
Num dos desportos mais seguidos e que
maiores receitas gera, as sistemáticas lesões
dos seus melhores e mais famosos atletas
grita por uma solução para este problema.
E. essa solução parece estar na Tecnologia
holográfica Digital aplicada à medicina.
Se em eventos musicais o holograma não
é uma novidade, na medicina está a dar
os primeiros passos, mas os primeiros
resultados mostram-se bastante promis-
sores, e com implicações relevantes, alguns
usam afirmam mesmo revolucionário, no
tratamento de lesões de atletas de alta
competição.
Simplisticamente, um holograma é uma
réplica de uma imagem em três dimensões
(3D) criada a partir de uma compilação de
laser, iluminação de dados e intensidade
luz. Estas imagens em três dimensões são
extremamente precisas e tem permitido
aos médicos entender as especificidades
das lesões nos pitchers.
O processo desenvolve-se fazendo um
holograma dos membros saudáveis dos
arremessadores, por norma do cotovelo
– a zona mais sensível e mais propensa
a lesões e após ferimento fazer um novo
holograma e depois comparar os dois
hologramas em conjunto.
Deste modo é possível acompanhar na
perfeição o movimento dos ossos, mús-
HOLOGRAFIA LESÕES E BASEBOL
CA medicina desportiva aposta na Holografia para entender e minimizar as lesões tão frequentes dos pitchers.
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e cartilagens. Oferecendo aos médicos uma maior compreensão
das especificidades destas lesões e do porque da sua alta frequên-
cia.
Por fim, é importante referir que esta nova tecnologia que tem
apresentado resultados bem animadores no basebol, não se esgota
nesta modalidade, e pode como deve ser aproveitada para todo o
desporto.
Modalidade técnicas como o atletismo, ténis ou mesmo o futebol,
que são propensas a pequenas lesões nos músculos e cartilagens
podem ter muito a ganhar com a holografia aplicada à medicina
desportiva.
O RESPEITO DENTRO DO BALNEÁRIO
AUma análise às duras palavras do presidente do Sporting após a derrota com o Vitória de Guimarães a contar para o campeonato.
pós as recentes críticas do presidente Bruno de
Carvalho no facebook à equipa sportinguista depois
da derrota frente à equipa do Vitória de Guimarães
onde acusa a equipa de falta de empenho e até de
dignidade, fica uma inquietante pergunta no ar: qual a importân-
cia do respeito dentro de um balneário de uma equipa profissional?
Gerir relações humanas e criar um ambiente saudável entre os
atletas e dos atletas com todos os diversos agentes que orbitam no
clube, é hoje, num desporto altamente mediatizado, uma das tare-
fas mais difíceis de alcançar. O respeito, como afirma Lee Addison,
é a base para o conseguir.
Focando-se no papel de um treinado, mas que pode ser facilmente
transportado para qualquer agente desportivo, Addison afirma:
“Se um treinador não respeitar os seus jogadores, eles não vão
respeitá-lo, e a relação vai-se tornar simplesmente impraticável.
Isso não significa que o treinado precisa ser o melhor amigo de
seus jogadores desde o início, só deve tratá-los com respeito e, no
mínimo, de uma forma profissional. Desta forma, até mesmo trei-
nadores e jogadores com personalidades muito diferentes podem
estabelecer boas relações”.
Olhando por exemplo para o futebol, é sem esforço visível quanto
a dinâmico jogador vs. Clubes/agentes do clube está a mudar e
quanto as forças de um em relação ao outro estão balanceadas.
Principalmente se focarmos esta análise em Portugal e no Brasil e
nos seus jogadores mais importantes das suas Ligas e por conse-
guinte mais valiosos e quão importante é potenciar as suas perfor-
mances para as janelas de transferências, fulcrais para manter um
bom balanço financeiro nas SADs dos clubes.
Assim, desenvolver e proteger uma boa comunicação é uma peça
fundamental para garantir uma boa dinâmica de funcionamento
individual e de grupo, reforçando o bom ambiente e as possibili-
dades de êxito desportivo.
É dentro deste paradigma que as palavras de Bruno de Carvalho
merecem ser alvo de duras críticas. A utilização de palavras
extremamente duras que podem muito bem ser ofensivas e humil-
hantes para muitos dos jogadores verde e branco quebram um
laço de respeito vital para o bom funcionamento interpessoal. Que
pode muito bem ter influência dentro do campo, e como tal, nos
resultados desportivos.
Terminamos com uma pequena parte do texto de Ricardo Reis na
primeira edição da Desporto&Esport: “Um ponto fundamental, mas que muitas vezes é esquecido pelos clubes, é a neces-sidade das pessoas/atletas se sentirem uteis e uma das formas mais eficazes para as motivar é simplesmente reconhece-las, assim como a sua importância dentro da equipa, e o papel determinante que desempenha para o êxito do projeto. Este ponto deve ser encarado como uma necessidade básica, mal comparando, como a água necessária para o bom funciona-mento do corpo humano. O reconhecimento individual dado a cada atleta não necessita de benefícios tangíveis visíveis (como prémio monetários), ou formalidades; não se trata de um benefício que tenha como objetivo alterar o desempenho do atleta, mas identificar a importância do individuo dentro da organização, o que pode ser verdadeiramente gratificante para este”.
Tiago Dinis, colunista Desporto&[email protected]
Vitor E. Santos, colunista Desporto&[email protected]
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VIDEOJOGOS DEVEM SER CONSIDERADOS COMO DESPORTO?
O mercado dos videojogos é imenso. A sua popularidade é ainda
maior. Existem adeptos por todo o mundo. Torneios como Major
League Gaming, World Cyber Games ou o Cyberathlete Professional
League fazem as delícias dos fãs e dos jogadores e criam os meios
para o profissionalismo. Mas, poderão ser os jogadores (profission-
ais) de videojogos considerados atletas? De igual modo como um
jogador de futebol, NFL ou ténis? De forma mais clara: podem os
videojogos ser considerado um desporto? Ou não são mais que um
entretenimento que devido à popularidade se tornou uma atividade
rentável para muitos dos seus jogadores?
Simplisticamente, desporto, pelo dicionário de Oxford, é definido
como uma atividade física ou mental sujeita a determinados regula-
mentos e que geralmente visa a competição entre praticantes. Para
ser considerado desporto tem de haver envolvimento de habilidades,
capacidades motoras e competitividade entre opostos; regras instituí-
das por uma organização ou federação regente. Algumas modalidades
desportivas não requerem esforço físico, sendo aí mais importante
a destreza e a concentração do que o exercício físico. Do ponto de
vista apenas da definição os videojogos ajustam-se em algumas das
específicas de uma atividade tida como desporto mas vão em total
desacordo com outros pressupostos. Diversas atividades, que facil-
mente podem ser comparadas com os videojogos, como o xadrez ou
o poker, já se definem e são reconhecidas como um desporto, sendo
no entanto enquadradas no que é usualmente definido como desporto
da mente. Os vídeo jogos devem seguir este mesmo caminho; até
porque não sendo uma atividade fisicamente agressiva ou exigente
necessita de uma treino duro e prolongado para se chegar ao topo. O
multiplayer online possuem inclusive um nível de competitividade
entre os jogadores muito mais democráticos e muito mais intenso
que a maioria dos desportos que passam nas nossas televisões em
que o vencedor é facilmente reconhecível e encontrado tendo por
base o orçamento anual das diferentes equipas. Olhando ainda para os
primórdios do desporto, onde a prática desportiva era uma preparação
para a guerra, também nos videojogos encontramos o lado estratega
das batalhas bélicas.
Do ponto de vista estritamente funcional encontramos igualmente o
lado mais tradicional, como jogadores estrela, patrocínios, campe-
onatos e milhões de seguidores dispostos a acompanhar todas as
competições tanto pela televisão ou por streaming como ao vivo e
dispostos a pagar para o fazer. Existe ainda quem argumente que os
videojogos não são mais que uma evolução dos tempos em que o
digital criou uma nova realidade e fazemos a mesma evolução que
os jogos tradicionais fizeram nos seus primórdios. Por fim, existe
uma clara perceção que independentemente da opinião que se tenha
a força do videojogo e das suas competições são demasiado abran-
gentes
Rodolfo Resende Pires, especialista em [email protected]
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para que seja unicamente olhado como um simples hobby. E que o seu crescimento é exponencial e rapidam-ente será necessário integra-lo numa prática bem definida e socialmente facilmente reconhecível.
Do lado das vozes contra o video-jogo enquanto desporto está Michael Cohen, um dos mais reputados jor-nalistas e críticos de jogos de com-putador. Segundo as suas palavras: “porque o jogo muda. A mecânica do núcleo do jogo impulsiona as melhorarias, e a mudança acontece…Esses fatores ajudam a manter o jogo fresco, novo e divertido.
Ele exibe possibilidades ilimitadas que superam a dos desportos com uma mecânica e regras básicas e quase inalteráveis.”
Esta é sem dúvida uma das mais importantes diferenças entre o mundo
do desporto e o mundo dos videojo-gos e aquela que colide mais frontal-mente com a definição de desporto. As constantes alterações, inclusive tecnológicas, modificam constante-mente a dinâmica do jogo e as suas regras.
Olhemos por exemplo para o futebol em praticamente 100 anos de história muito pouco se alterou e quando a mudança aconteceu foi apenas pon-tual e pouco significativa. Em um ano, um jogo de computador e toda a tecnologia que o envolve pode sofrer alterações drásticas e a forma como ele é jogado dar uma curva de 180 graus.
A necessidade de regras bem instituí-das é o calcanhar de Aquiles para se assumir desde já o videojogo como um desporto.
Se olhar-mos para o futuro e sou-
bermos entender os sinais talvez ai possamos afirmar que em menos de uma década o videojogo será de facto assumido como um desporto.
Existe um movimento forte a poten-ciar esta alteração e o lobby que os torneios e principalmente as marcas de videojogos é poderoso e dará fru-tos os seus frutos.
Para os milhões de adeptos a mudan-ça de estatuto dos videojogos pouco interessará, para eles, apenas o espe-táculo importa e ele parece apenas melhorar de ano para ano, Assim como a competição que aumenta de interesse e intensidade a cada novo torneio e a cada nova competição.
Rodolfo Resende Pires, especialista em [email protected]
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élulas estaminais, no brasil células-tronco, são células
que possuem a capacidade de se dividirem dando
origem a células semelhante ou podem igualmente
transformar-se, num processo conhecido como dife-
renciação celular, em outros tecidos do corpo como
ossos, nervos, músculos ou sangue. Esta característica singular tem
feito das células estaminais uma estrela para aplicação terapêutica
e chegou agora ao desporto. Muitos atletas já recorreram a este
método para melhorarem o tempo de recuperação após lesão.
Rafael Nadal é um excelente exemplo. Peyton Manning, Pau Gasol
ou Bartolo são também atletas do mais alto nível que recorrendo
a este tratamento também alcançaram resultados positivos. Di
Maria usou igualmente este tratamento para tentar jogar a final
do campeonato do Mundo de futebol, infelizmente no seu caso, o
tratamento não fez efeito em tempo útil.
Este tratamento tem dois objetivos aliviar a dor e acelerar a regen-
eração da cartilagem. E os resultados têm sido animadores.
“A eficácia da aplicação de células estaminais no tratamento das
contusões desportivas mais comuns, como a lesão no menisco,
tem vindo a ser comprovada com sucesso ao longo dos anos”,
explica Hélder Cruz, diretor da ECBio, empresa que desenvolveu
o método de isolamento de células estaminais do tecido do cordão
umbilical utilizado pela Cytother.
E, é interessante pensar que neste processo os filhos dos atletas
podem desempenhar um papel chave, como explica Hélder Cruz
em comunicado: “Estas células estaminais adultas podem ser
retiradas da medula óssea, do sangue periférico ou da gordura
do próprio paciente mas o processo de colheita é muito invasivo,
doloroso e possui um elevado risco de infeção para o dador. Como
tal, a criopreservação das células estaminais provenientes do tecido
do cordão umbilical dos filhos - um processo completamente não
invasivo, indolor e sem qualquer risco para a mãe e para o recém-
nascido - começa a ser cada vez mais pensado pelos pais, não só
pela prevenção da saúde das suas crianças mas também da família,
uma vez que as células estaminais mesenquimais indiferenciadas
do bebé são 100% compatíveis com familiares diretos”.
As potencialidades destes tratamentos são quase ilimitadas e num
futuro bem próximo serão utilizadas genericamente, inclusive para
a população em geral, e não teremos de ver os nossos atletas prefe-
ridos sacrificados dos grande jogos por causa de lesões “chatas”.
C
Rafael Nadal é um dos desportistas que recorreu ao tratamento de células estaminais para o auxiliar na recuperação física após lesão.
CÉLULAS ESTAMINAIS, LESÕES E RECUPERAÇÃO FÍSICA
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s televisões e serviços de streaming de desporto em
direto têm insistentemente procurado fornecer ser-
viços adicionais e diferenciativos de modo a reter e a
captar novos utilizadores. As televisões e serviços de
streaming de desporto em direto têm insistentemente procurado
fornecer serviços adicionais e diferenciativos de modo a reter e a
captar novos utilizadores. A cadeia de televisão NBC em parceria
com a GoPro apresenta uma grande novidade para a atual época
da NHL para as campanhas promocionais, imagens POV (Point
of View ou em português Ponto de vista). Brian Jennings, CMO
da NHL, e um entusiasta desta iniciativa afirma: “a tecnologia
desmistifica o nosso jogo e realmente mostra a habilidade que os
nossos jogadores têm”.
A expansão de imagens POV em outras modalidades está em ação
pela própria empresa GoPro, e centra-se no Surf e o NFL. Veremos
até onde poderá chegar esta nova forma de imagem mais realista e
que impacto terá nas transmissões desportivas em direto.
NHL E AS IMAGENS DE VÍDEO POV
A
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Matt Reeve quarterbacks na NFL
NFL E O RISCO DE DOENÇAS DEGENERATIVAS
ESTUDOS DEMOSNTRAM MAIORES RISCOS NA DOENÇA DE ALZHEIMER E ALS
m estudo, datado de à pouco mais de um ano da
National Institute for Occupational Safety and
Health, descobriu uma estreita ligação entre os
jogadores profissionais de NFL (National Football
League) com doenças degenerativas. De acordo com o estudo
mencionado, os atletas profissionais de futebol americano são
quatro vezes mais propensos a morrer de uma doença cerebral
neuro degenerativas, como a doença de Alzheimer ou ALS -
esclerose lateral amiotrófica. Apontando também uma maior
propensão, cerca de três vezes mais, para a doença de Parkinson.
As conclusões partiram da análise dos atestados de óbito de 3439
ex-jogadores da NFL, que jogaram pelo menos cinco temporadas,
entre 1959 e 1988. Em 2007, cerca de 10%, ou 334 dos partici-
pantes, havia morrido (em uma idade média de 57), e os investiga-
dores olharam para as mortes causadas pela doença de Alzheimer,
Parkinson e ELA. Os resultados são os acima indicados.
Olhando para os números temos que 334 ex-atletas que falecerem
durante o período do estudo, 7 morreram em consequência da
doença de Alzheimer e o mesmo número com doenças de ALS,
taxas significativamente mais altas do que as encontradas na
população em geral. As mortes registadas por Parkinson foram
apenas três, ainda assim, um número elevado. Apesar dos próprios
autores do estudo reconhecerem que o tamanho da amostra era
pequeno, afirmam, no entanto, categoricamente que os jogadores
de NFL correm um maior risco de desenvolver uma doença neuro
degenerativa, assim como desordens neurológicas, como pequenos
problemas de memória, encefalopatia traumática crônica (CTE),
entre outras. É importante reafirmar que o estudo é transversal
a todas as posições, mas demostrou que atletas que atuem como
quarterbacks, running backs, receptores e linebackers são três
vezes mais propensos que as restantes posições, que diga-se, não
U
Rodolfo Resende Pires, especialista em [email protected]
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Os resultados apresentados são consis-
tentes com outros recentes estudos que
sugerem igualmente um risco aumentado
de doenças neuro-degenerativas entre
jogadores de futebol americanos. E, as con-
clusões deste estudo apontam ainda para
indícios mais preocupantes. Pela voz de
um dos autores, o Dr. Everett J. Lehman, “
embora o nosso estudo analisasse as causas
de morte por doença e ALS de Alzheimer,
como mostrado nas declarações de óbito, a
pesquisa sugere agora que a encefalopatia
traumática crônica (CTE) pode ter sido o
verdadeiro fator primário ou secundário
em algumas dessas mortes. A autópsia ao
cérebro é necessário para diagnosticar com
exatidão a doença CTE e distingui-lo de
Alzheimer ou ALS. Enquanto CTE é um
diagnóstico separado, os sintomas muitas
vezes são semelhantes aos encontrados na
doença de Alzheimer, Parkinson e escle-
rose lateral amiotrófica, e pode ocorrer
como resultado de múltiplas concussões”.
A principal liga de futebol americano
enfrenta atualmente processos de mais de
3400 ex-atletas ou das suas famílias, apon-
tando responsabilidades à NFL e à sua
minimização e deturpação dos riscos que
o desporto que tutela comporta, nome-
adamente os ferimentos e concussões na
cabeça. Muitos desses atletas queixam-se
de depressão, perdas de memória e outros
problemas neurológicos.
A liga rebate essas acusações, e pelo seu o
porta-voz Brian McCarthy, e em comuni-
cado, afiança: “Bem antes deste estudo foi
lançado, a NFL tomou medidas impor-
tantes para enfrentar lesões na cabeça
no futebol, fornecer assistência médica e
financeira aos nossos jogadores aposenta-
dos, e aumentar a conscientização sobre as
formas mais eficazes para prevenir, con-
trolar e tratar contusões”.
Novos estudos são precisos e estão em
marcha. Investigar todos os fatores em
pormenor que possam potenciar doenças
degenerativas dentro da prática do futebol
americano são fundamentais para desen-
volver metodologias que possam diminuir
esses riscos. Steve Marshall, um epide-
miologista da Universidade da Carolina
do Norte, assume ainda uma posição
mais alarmista quando afirma: O jogo
mudou muito desde então (1959 a 1988),
de maneiras que são potencialmente mais
gravosas para a saúde dos jogadores”.
Quanto mais e melhor vamos entendendo
o corpo humano, maior é a obrigação
das entidades organizadoras de prote-
gerem os seus atletas tanto no presente,
como assegurar um envelhecimento digno
daqueles que elevam o seu desporto a
arte. Desportos de contato e potencial-
mente mais duros, como o Boxe, MMA,
Hóquei, entre muitos outros, potenciam
lesões cerebrais e traumáticas com con-
sequências de longo prazo duradouras e
incapacitantes. Idealizar medidas é crucial.
Os atletas profission-ais de futebol ameri-cano são quatro vezes mais propen-sos a morrer de uma doença cerebral neuro degenerativa, como a doença de Alzheimer ou ALS - esclerose lateral ami-otrófica. E três vezes mais da doença de Parkinson.
Rodolfo Resende Pires, especialista em [email protected]
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Em 2009, após publicada a sua autobiogra-
fia - Open, André Agassi ficou na mira da
imprensa e do público depois de ter con-
fessado que havia consumido metanfetam-
ina, que perdeu propositadamente alguns
dos seus jogos e que não gostava de muitos
dos seus rivais contemporâneos como Pete
Sampras ou Michael Chang. E que odiava
ténis. As suas palavras são claras aos
sentimentos que a sua autobiografia lhe
geraram: “Diria que viver este livro - vivê-
lo - foi catártico; lê-lo foi catártico. Mas
escrevê-lo foi algo diferente. Senti como se
estivesse a lutar com minha vida no campo
de certo modo, a tentar atingir uma meta
muito diferente que é comunicar lições de
vida que acredito que poderem verdadei-
ramente impactar milhões de pessoas que
nunca conheci.”
A vida de Agassi é de estremos, sempre
contraditória, em uma das mais amadas
figuras da década de 90, onde o imenso
talento pelo ténis, construído desde cri-
ança pelo seu pai, o levou ao pícaros do
mundo, mas esse mesmo sucesso criou
nele uma imensa tristeza e até depressões.
Agassi é também o mais perfeito exemplo
de até onde a necessidade mediática de
construir heróis, leva os homens comuns,
a percorrer o caminho da vilania.
AGASSI: O TENISTA QUE ODIAVA TÉNIS Doping, amor e ódio na vida de um dos atletas mais amados de sempre
Em cima, a biografia de Agassi: “Open”. Ao lado, Agassi e a mulher,Stefanie Graf. Em baixo, Agassi levantando o seu primeiro titulo,de Grand Slam: wimbledon.
38 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
Andre Kirk Agassi nasceu em 1970 em Las Vegas nos Estados Unidas
da América e um dos apenas sete tenistas que venceram todos os
quatro Grand Slam conquistados na era moderna, vencendo ainda
uma medalha olímpica, o que o torna em um dos melhores tenistas
de sempre. No seu auge, Agassi elevou a sua popularidade a uma
estrela de Hollywood, algum incomum à altura, o que levou a BBC,
na altura em que este se retirou a apelida-lo: de “talvez a maior estela
mundial da história do desporto”. Mas toda a sua fama, popularidade
e milhões ganhos escondiam o seu lado depressivo e de profundo
odio ao ténis que vinha desde bem novo, quando o pai de Agassi o
abrigava a bater diariamente centenas de bolas em vez de o deixar
brincar com os seus amigos – o seu verdadeiro desejo em criança.
O seu conflito entre o talento que tinha para jogar ténis e o res-
sentimento que tinha por este desporto fora sempre uma constante
em toda a sua vida desportiva. Num dos momentos mais marcantes
contados na sua autobiografia, Agassi conta o pânico que sentia
ainda pequeno quando treinava obsessivamente sobre o olhar atento
do seu pai violento. E a solidão e o medo que sentiu quando foi para
que mais parecia um campo de concentração. A sua infância
difícil teve sem dúvidas um papel fundamental no estilo rebelde
que adotou nos primeiros anos da sua vida adulta, estilo esse, que
levou para dentro dos cortes de ténis, num desporto ainda hoje
conservador, e o transformaram num ícone no final dos anos 80,
início dos anos 90. Cabelo longo e tingido, orelhas furadas e ar de
rock-punk foi durantes largos anos a sua imagem de marca.
O seu natural talento para a modalidade, ainda hoje, é considerado
o melhor jogador de sempre a devolver os serviços dos oponentes
depressa o fizeram subir no ranking, numa das alturas mais com-
petitivas do ténis mundial. Depois de três finas de Grand Slam
perdidas, a sua primeira grande vitória apareceu onde menos se
esperava – Wimbledon (1992), um torneio que o próprio sempre
desprezara por não se sentir capaz de vencer.
Mas, o parente êxito escondia o sofrimento que sentia e que se
tornaria bem visível nos anos seguintes a essa vitória. As drogas
passaram a fazer parte da sua vida. Nem sempre com o intuito de
melhorar o desempenho como; é disso bom exemplo o facto de ter
tomado crystal uma droga que não ajuda a ganhar. Mas também
tomou drogas dopantes como anfetaminas. Chegou inclusive a dar
positivo num controlo anti doping, mas fingiu inocência, disse que
tomou a droga por engano, num refrigerante.
O facto de ter usado substâncias dopantes para melhorar o seu
desempenho é ainda mais estranho que na sua autobiografia, Open
– Aberto em português, tenha admitido perder propositadamente
jogos, nomeadamente a meia-final do Austrália Open.
Agassi também sentia uma enorme animosidade contra os seus
adversários. De Pete Sampras afirma que “é mais robótico que um
papagaio”, a Boris Becker apelida-o de “maldito alemão” e admite
que ficou “com vontade de vomitar” quando o também americano
Michael Chang venceu o torneio de Roland Garros (França), em
1989, e este agradeceu a Deus a vitória. “Ele dava graças à Deus
e atribuía suas vitórias a Deus, e isso irritava-me muito. Por que
Deus se importaria com uma partida de tênis? E, por que ele se
colocaria contra mim e a favor do Chang? Isso é ridículo. Quando
ele venceu Roland Garros em 1989, fiquei com vontade de vomi-
tar. E perguntei-me: por que logo o Chang, entre tantos outros,
logo ele, foi vencer um Grand Slam antes de mim?”.
Apesar de tudo Agassi deixou a sua marca e apesar da contesta-
ção dos seus títulos por muitos ex-tenistas e até tenistas atuais, a
realidade é que o seu palmares é invejável. Em 20 anos conquistou
60 títulos ATP, uma medalha olímpica em 1996 e venceu todos os
4 grandes Grand Slam (Wimbledon, Roland Garros, US Open e
Aberto da Austrália).
“Digo a mim mesmo: Lembra-te disto. Segura-te a isto. Esta é a única per-feição que existe, a perfeição de ajudar os outros. Esta é a única coisa que podemos fazer que tem algum valor ou significado duradouro. É por isso que estamos aqui. Para fazer o outros se sentirem seguros.” Andre Agassi na sua autobiografia sobre a sua autobiografia.
Em cima, a biografia de Agassi: “Open”. Ao lado, Agassi e a mulher,Stefanie Graf. Em baixo, Agassi levantando o seu primeiro titulo,de Grand Slam: wimbledon.
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Por entre as luzes das vitórias e as depressões que o levaram a sair dos
100 melhores do mundo aos 27 anos, altura que deveria ser o seu auge
desportivo, a vida privada de Agassi não foi menos conturbada. Um
breve relacionamento com Barbra Streisand e um casamento fracas-
sado, e largamente discutido nas revistas cor-de-rosa, com Brooke
Shields, depressões, quebras de confiança e erros irrefletidos puseram-
lhe em muitas situações a carreira desportiva em risco. Mas, como
apenas no desporto acontece, a reviravolta aconteceu e em 1999, Agassi
tornou-se à altura o mais velho tenista a ocupar o lugar número 1 do
ranking.
O equilíbrio surgiu, já nos trinta anos, fruto da sua relação com
Stefanie Graf, a primeira pessoa, segundo o próprio Agassi, com quem
pode ser ele como de facto é, sem mascaras ou mentiras. Esta relação
fortaleceu-o e juntamente com o seu treinador, o seu irmão, de caracter
gentil e sensato, conseguiu ganhar a harmonia para os seus últimos
anos de tenista profissional. Assim como nos anos seguintes, onde a
filantropia passou a ocupar a maioria das horas dos seus dias.
Agassi é o exemplo perfeito de um homem que foi engolido pelos
desejos dos país, que olham para os filhos como extensão das vidas
dos próprios e imputam uma vida e pressões desmedidas e que ultra-
passam em grande medida dos limites da capacidade que uma criança
consegue lidar. Assim como o preço da fama e da influência da comu-
nicação social e do público em geral, e quão devastadora essa pressão
se pode tornar. Relembra-nos que os nossos heróis mediáticos são tão
humanos quanto nós e erram tanto ou mais como o mais simples dos
mortais.
Por fim, deixamos uma das suas mais contundentes frases que facil-
mente muitos de nós se identificarão:” Eu odeio tênis, odei-o com uma
escura e secreta paixão, e ainda assim eu continuo a jogar, porque eu
não tenho escolha. E esse abismo, a contradição entre o que eu faço e
Diogo Sampaio, diretor e colunista Desporto&[email protected]
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TECNOLOGIA MUSCLESOUND
o desporto atual, profis-
sional e de milhões, as
analises empíricas, nome-
adamente ao que diz res-
peito ao treino, estão a tornar-se obsoletas,
e pior que isso, atletas e treinadores que
insistam em desprezar os meios tecnológi-
cos partem em considerável desvantagem
e autoeliminam-se da luta pela vitória.
A necessidade de um treino adequado,
nutrição e definir com exatidão os tempos
de repouso e recuperação levam os atletas,
treinadores e equipas desportivas e procu-
rar métodos tecnológicos avançados que
possam incrementar uma perfeita analise
da performance e do corpo/organismo
dos atletas.
Muitas têm sido as inovações nesta última
década de modo a corresponder às exigên-
cias e demandas das novas necessidades
do treino desportivo, mas tem existo algu-
mas que se destacam, como á o caso
da tecnologia MuscleSound criada pela
SportTechie. Este novo sistema permite
um monitoramento instantâneo dos níveis
de energia e a partir desses dados uma
dieta energética adaptada às necessidades
imediatas e futuras do atleta que potencie
a sua performance.
Um avanço fundamental proporcionado
por esta nova tecnologia é a possibilidade
de analisar os níveis de glicose derivada
dos carboidratos no corpo. A glicose, e o
armazenamento que cada atleta tem no
seu organismo – varia entre as 450 e as 500
gramas, é a principal e mais eficiente fonte
de energia, mas que se esgota com alguma
rapidez em treinos intensos e durante
a competição. Uma análise periódica, e
inclusive durante os treinos e após com-
petição, dos níveis de glicose é crucial para
que os atletas produzam novos planos de
treino e novas dietas energéticas, com o
objetivo de manterem os seus níveis ener-
géticos otimizados.
Ao contrário da perceção generalizada e
menos especializada, muito treino não
equivale necessariamente a melhores
resultados. Este mito, muitas vezes criado
por alguns atletas mas principalmente a
comunicação social, deixa de lado as novas
conclusões cientificas. Sendo uma das
principais, o consumo exagerado de pro-
teínas e aminoácidos para oxidar a glicose,
resultando num decréscimo de glicogénio
no fígado e no músculo, potenciando quer
o desgaste mas pior aumentando o risco
de lesões. O treino excessivo é transver-
salmente comum a todos os atletas mas, e
na medida que os anos avançam, a chave
para muitas lesões musculares cronicas e
até alguns abandonos prematuros de mui-
N
A possibilidade de analisar os niveis de glicose dereivados dos carbiodratos no corpo, energia armazenada, de forma simples e eficaz é preciosos para o treino de qualquer atleta.
Análise científica da performance e capacidades físicas dos atletas
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do músculo armazenar energia.
A tecnologia MuscleSound permite de
forma não intrusiva, rápida e simples uma
análise eficiente. É preciso destacar que as
outras técnicas para obter a mesma analise
passa por processos altamente intrusivos
como a ressonância magnética ou uma
biópsia muscular; ambos estes processos
exigem que os profissionais médicos e
uma variedade de equipamentos caros,
para além de uma deslocação a um centro
hospital. E, aumentam o risco de infeções
e outras complicações de saúde, dado os
requisitos cirúrgicos e todos os potenciais
problemas que a isso se associam.
A simplicidade e a facilidade são de facto
as grandes mais-valias desta nova tecnolo-
gia em apenas 60 segundos verifica vários
indicadores dos músculos, aprovisionando
no imediato um relatório energético com-
pleto do atleta.
Como afirma o chefe operacional da
SportTechie em entrevista à sporttechie:
“Nós encorajamos a equipe de treino de
a usar o nosso sistema, tanto quanto pos-
sível, mas particularmente no pré-treino
e pós-treino e após competição para aux-
iliar na recuperação e na prevenção de
lesões. MuscleSound fornece dados pré-
desempenho permitindo recomendações
nutricionais e baseados no desempenho
personalizados. O sistema MuscleSound
também identifica os primeiros sinais de
fadiga muscular, lesão muscular e níveis
de eficácia do treino a partir de dados,
permitindo decisões pró-ativas e person-
alizadas para ajudar na recuperação e pre-
venção de lesões a longo prazo”.
Ricardo Reis, colunista Desporto&[email protected]
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ESTÁDIOS INTELIGENTES: O CONCEITO DE FUTURO QUE JÁ EXISTE NO PRESENTE - AS RAZÕES DA MUDANÇA
conceito de cidade inteli-
gente – smart cities tem
apreciado de uma media-
tização ampliada na última
década de tal forma que hoje só é uma
novidade para os mais distraídos. Apesar
deste conceito agrupar três dimensões,
criatividade/inteligência individual e a
inteligência coletiva, é na terceira dimen-
são, a inteligência artificial, que gera mais
espectativas e que pode de fato fazer avan-
çar esta ideia de futuro mas que já se faz
notar no presente. A tecnologia digital ali-
ada ao espaço físico da cidade em conjunto
com todas as múltiplas infraestruturas de
comunicação tem criado uma forte cade-
ia de informação que permite de forma
rápida e ao segundo arranjar soluções para
problemas de toda uma população, como é
exemplo a gestão do transito, ou soluções
individuais, como apresentar, mesmo sem
pedido, os hotéis mais próximos quando
visitamos uma cidade pela primeira vez e
precisamos de uma cama para dormir. Um
outro conceito, que entronca diretamente
no conceção de smart city – a ideia de
edifícios inteligentes e mais concretamente
de estádios inteligentes.
Imaginarmo-nos dentro do estádio a
assistir a nossa equipa num jogo impor-
tante ou mesmo num clássico, e à distância
de um clique em qualquer dispositivo
móvel disparar no ecrã todas as repetições
dos lances mais importantes e dos golos,
em todos os ângulos e câmaras disponíveis.
Ou algo tão simples como pedir direções
à casa-de-banho/banheiro mais próximo.
Ou ainda, simplesmente não perder pitada
do jogo e encomendar uma sandwich e
um sumo pelo smartphone. Nada disto é
futurismo e já existe em inúmeros estádios
um pouco por todo o mundo e será uma
realidade “corriqueira” a breve trecho em
todos as grandes arenas desportivas.
A implementação de “inteligência artifi-
cial” nos estádios surge da necessidade dos
clubes adaptarem os seus recintos à nova
realidade dos seus adeptos e aquilo que é
o aparecimento de adeptos de uma faixa
demográfica mais nova e mais adaptada
e exigente dos serviços proporcionados
pela tecnologia digital, à necessidade de
competir com os ecrãs de televisão e de
straming e a carência de procura de novas
fontes de rendimento.
Um relatório da Cisco revelou que para u
em cada três estudantes universitários a
internet é tão vital quanto a água, o ar ou
a comida. Nos Estados-Unidos acontece
um fenómeno bem curioso. Nos jogos uni-
versitários os fãs costumavam abandonar
os jogos ao intervalo caso não possam
O
A implementação de “inteligência artificial” nos estádios surge da neces-sidade dos clubes adap-tarem os seus recintos à nova realidade dos seus adeptos e aquilo que é o aparecimento de adeptos de uma faixa demográfica mais nova e mais adapta-da e exigente dos serviços proporcionados pela tec-nologia digital.
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conectar-se à internet e fazer o upload e
partilhas de ficheiros como fotos e vídeos
relacionados com o evento que estão a
presenciar. Não é então de estranhar que
seja na natural mudança demográfica dos
adeptos que se encontre o principal moti-
vo impulsionador na implementação de
tecnologia digital nos novos estádios e
arenas desportivas.
A qualidade dos pacotes desportivos dis-
poníveis pelos serviços de televisão e cada
vez mais também pelos serviços de stream-
ing é elevadíssima, mais baratos, mais
práticos e mais fácies que ir a um estádio e
comprar um bilhete. Neste sentido, nova-
mente um recente estudo apresentado pela
Cisco mostra que 57% dos adeptos prefere
assistir um jogo em casa.
A conectividade e o digital, e os aplicati-
vos e serviços a ele agregados têm como
objetivo proporcionar uma experiência
vastamente melhorado ao fã dentro do
estádio e trazer as pessoas de para longe
dos seus sofás mesmo para aqueles que
têm excelentes serviços de transmissão de
jogos em direto.
Com recurso aos serviços adicionais dis-
ponibilizados pelo meio WI-FI, o adepto
que se desloca ao estádio pode obter todas
as experiências que obteriam em casa
somando ainda a vivência de ver o seu
atleta preferido ao vivo a fazer a jogada da
sua vida.
Outro grande motivo pelas equipas esta-
rem a apostar tão firmemente em estádios
inteligentes é o aumento de receitas através
da aquisição de serviços adicionais e da
compra de bens como comida ou bebida.
As novas oportunidade de receita são
quase ilimitadas e totalmente inexplora-
das, nomeadamente em Portugal e no
Brasil. Ativar e potenciar serviços nos
estádios através de dispositivos com acesso
à internet é fundamental para gerar mais-
valias para o adepto e inclusive para o mel-
hor compreensão dos gostos e interesses
das pessoas que se dirigem aos estádios
e fazem gosto em apoiar as suas equipas
ao vivo com todos os transtornos que isso
representa.
“A nova geração de fãs, têm de estar conectados com o Twitter ou Facebook ou seu e-mail ou mensagens instantâneas ou o que seja, tudo isso é de vi-tal importância para a sua vida. Faz sentido apoiarmo-nos que o melhor que podemos fazer para que eles não sintam como se estivem num buraco negro de conectividade, onde a internet não existe (quando estão num estádio de-sportivo)” Joe Inzerillo, vice-presidente executivo e CTO da MLBA (Basebol)
Diogo Sampaio, diretor e colunista Desporto&[email protected]
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PUBLIQUE CONOSCO
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Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 45
MENOS CARBOIDRATOS PARA OS TREINOS DOS MARATONISTAS
s benefícios dos carboidratos, biomoléculas consti-
tuídas principalmente por carbono, hidrogênio e
oxigénio, nos desportos de resistência são bastante
conhecidos. Vários estudos nos últimos 50 anos
sugerem a relevância destas biomoléculas para a performance em
modalidades em que é exigido uma conduta física de longa dura-
ção, como a corrida e mais precisamente a maratona. Os atletas
e treinadores bem conhecedores desta realidade preparam uma
dieta rica em alimentos e suplementos alimentares ricos em car-
boidratos, tanto para as competições quer para os treinos.
No entanto, recentemente vem aparecendo e ganhando força uma
nova abordagem à dieta dos maratonistas durante o treino que os
priva de enjerir carboidratos. Este novo processo parte da ideia,
que ensinando o corpo a exercitar-se sem carboidratos, ganhará
uma maior eficiência nos dias de prova, altura em que o organismo
será “inundado” de dessas biomoléculas. Steve Magness, autor
de A Ciência da duração e docente e treinador na Universidade
de Houston replica: “No treino, parte do que estamos fazemos,
é obrigar o nosso corpo a consumir o combustível até aos níveis
máximos, para ser mais eficiente quando o corpo estiver de facto
cheio de combustível”.
A grande desvantagem e principal dificuldade na implementação
deste método é a extrema exigência mental e física exigida aos
atletas para que resulte em pleno. No entanto, vários treinadores
e especialistas negam essas dificuldades, afirmando simplesmente
que a maratona é uma especialidade desportiva exigente, assim
como o seu treino, e a nova dieta podem facilmente ser inserida
no conjunto de boas praticas dos atletas.
Existem dois métodos de treino baseados nesta nova dieta: double
workouts e fasted workouts. O primeiro método processa-se com
um treino duro pela manhã seguido de um almoço com baixo
teor de carboidratos, e, em seguida, um segundo treino, mais fácil,
algumas horas depois. O primeiro treino esvazia os músculos de
carboidratos para que a segunda sessão obrigue o organismo do
atleta a adaptar-se a funcionar sem essa biomoléculas. O segundo
método passa por longas sessões de treino sem que exista anteri-
ormente sejam consumidos carboidratos, impedindo o acesso fácil
a “combustível” na corrente sanguínea.
Os resultados práticos da mudança já se fazem sentir, apesar de
existir ainda alguma controvérsia no mundo académico e cien-
tifico onde as conclusões ainda não são satisfatórias. Em pouco
tempo, será entendível qual a melhor dieta para os maratonistas
para o treino e qual a melhor abordagem.
O
Ana Matos, especialista em nutriçã[email protected]
1
4
46 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
Reynolds Black Label Wheels. A empresa
detentora da patente para clinchers de fibra
renovou a linha de rodas para o moun-
tain-bike aprimorando o desempenho e
diminuindo o preço. As rodas Black Label
juntam jantes de montanha já existentes
nas marcas Reynolds com o acostumado preto sobre preto cubos
DT240S para os rodados.
As rodas Black Label já estão disponíveis em quatro modelos: 29
XC (1.440 gramas), 29 TR (1.500 gramas), 27,5 XC (1.435 gramas),
e 27,5 AM (1.530 gramas). A todas as rodas são fornecidos com
adaptadores “end-cap” para a conversão para qualquer formato
de hub.
CICLISMO E TECNOLOGIA
1- R. BLACK LABEL WHEELS
2- SMITH OVERTAKE HELMET
3- MEIAS TECNOLÓGICAS
4- BKOOL CONNECT
As inovações para 2015
1.
23
Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 47
Smith Overtake Helmet. A empresa Smith
sediada em Idaho, Sun Valley, desenvolveu
um novo modelo de capacete para ciclistas
amadores e profissionais, principalmente
para o mountain-bike, que promete uma
maior proteção em comparação com out-
ros modelos do género, graças à utilização de um material des-
ignado de Kroroyd. Este material, absorve mais 30% do impacto
energético do que a espuma EPS, o material utilizado com mais
frequências nos capacetes para ciclistas. Acrescentando ao mesmo
tempo ventilação.
Este modelo de capacete aposta num design apelativo, fornecendo
igualmente um armazenamento estável para os óculos de sul. Com
peso um pouco acima dos 250 gramas já está a ser comercializado
no mercado norte-americano e em breve irá expandir-se a marca
para novas localizações.
Meias tecnológicas. A empresa Shimano
desenvolveu umas meias tecnológicas para
ciclismo que promete melhorar a experi-
encia em cima da bicicleta do ciclista. Feita
de um material rijo, anti-abrasão pata o
dedo grande o pé e do calcanhar, respirável com inúmeras seções
de ventilação, trabalham em conjunto com os sapatos da mesma
marca aumentando ainda a experiencia de conforto.
A meia tecnológica permite igualmente minimizar no topo do pé e
melhorar a experiencia de transpiração do pé, em muito devido, à
ventilação que proporciona – característica que já foi mencionada
acima.
4.Bkool Connect Trainer. Esta nova bicicleta
promete revolucionar o treino indoor. Por
pouco mais de 650 dólares americanos é
possível adquirir esta maquinaria que pos-
sibilita o treino eua experiencia mais real
de ciclismo de estrada sem sair de casa.
Com um sistema de fácil acesso Web e capaz de recolher infor-
mações via Iphone ou GPS, e executando o aplicativo Bkool, que
trabalha com os dados acima referidos, acompanhando o treino,
fazendo inclusive o upload de um vídeo ou de um mapa.
Por os amantes mais acérrimos do ciclismo de estrada, a Bkool está
a incorporar na sua oferta de vídeo cenas de corridas dos eventos
Pro Tour, Esta é uma escolha perfeita para quem adora ciclismo e
estar em cima da bicicleta mas não quer sair do conforto do lar.
3.
2.
48 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
desporto, para o marketing e publicidade, são para
o seculo xxi o mesmo que o sexo foi para o seculo
xx, e a presença das grandes marcas no digital e nas
redes sociais associadas a grandes atletas e eventos
desportivos não para de crescer. Por exemplo, no facebook 6 em
cada 10 posts das grandes marcas associam-se de alguma forma
ao desporto. Nas outras redes socias os valores não se distanciam
significativamente destes valores.
Estes números apenas podem ser uma surpresa para os mais dis-
traídos. E os motivos são evidentes. Temos, em primeiro lugar, a
generalização e a massificação global do uso da internet e as altas
taxas de envolvimento e compromisso dos utilizadores com o
digital e as redes sociais em particular. Depois, com a chegada da
televisão por cabo e o streaming de vídeo, a atenção das pessoas
dispersou-se, e o desporto foi-se tornando na principal atividade
agregadora e transversal a toda a sociedade. Por fim, temos a
paixão dos fãs pela sua equipa e pelo seu desporto favorito e a
maior propensão destes de comentar, gostar e acima de tudo par-
tilhar posts com os quais se identifica.
Para termos um pouco a ideia dos números envolvidos, olhemos
para o campeonato do Mundo de Futebol no Brasil que se consa-
grou como o evento desportivo mais falado de sempre nas redes
sociais. Apenas na noite da final e apenas no facebook, registaram-
se mais de mais de 280 milhões de interações relacionados com
o jogo por mais 88 milhões de utilizadores desta rede social. No
Twitter, foram mais de 35,6 milhões neste mesmo jogo, E, no jogo
entre Alemanha e Brasil da meia-final chegou-se ao recorde de
tweets por minuto com 618.725.
As grandes empresas e marcas olham com muita atenção para
estes números e associam-se através do patrocínio desportivo para
divulgação e impulsionar as vendas através dessas parcerias e apos-
tam depois nas redes sociais como principal meio de divulgação.
Outra vantagem da aposta nas redes socias pelas marcas, é a
imediata perceção dos resultados das campanhas, entendendo ao
minuto a abrangência e impacto gerado por cada nova publica-
ção. Outra vantagem da aposta nas redes socias pelas marcas, é a
imediata perceção dos resultados das campanhas, entendendo ao
minuto a abrangência e impacto gerado por cada nova publicação.
Assim, como o perfil de utilizador a que as campanhas chegam e
interagem. Neste sentido, as marcas, adquirindo pacotes de serviço
oferecidos pelas redes sociais, podem focar as suas campanhas a
um determinado perfil de público, vulgarmente designado como
nicho, de modo a tirar o maior partido dos recursos investidos.
Por fim, esta tendência das marcam bem na continuada perceção
que os meios mais tradicionais, como publicidade em média tradi-
cionais ou placares outdoors, estão a perder força e a tornarem-se
me nos efetivos, e ao bem mais “estáticos” em comparação com as
redes sociais.
O
NO FACEBOOK 6 EM CADA 10 POSTS DAS GRANDES MARCAS EN-
ENVOLVEM O DESPORTO OU EVENTOS DESPORTIVOS
Olivia Santos, especialista em marketing e redes [email protected]
Marcas de roupa desportiva, com a Nike na foto, são as que mais apostam nas redes sociais. Assim como marcas de cerveja, abaixo. Ou mesmo empresas tecnológicas.
Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 49
Na final da copa do mundo e apenas no face-book, registaram-se mais de mais de 280 milhões de interações relacio-nados com jogo.No Twitter, foram mais de 35,6 mil-hões.
Olivia Santos, especialista em marketing e redes [email protected]
50 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
NBA: A ORIGEM DOS CRAQUES
MAPA ORIGEM DOS JOGADORES PROFISSIONAIS DE NBA PER CAPITA 1980-2014 FONTE: THATNBALOTTERYPICK.COM
uma análise rápida ao mapa acima, rapidam-
ente identificamos, e sem surpresa, as áreas de
Mississippi, New York City, Los Angeles, Chicago,
Washington e Filadélfia, como aquelas onde se
originam o maior número de atletas na NBA. Seguidas de perto
por Atlanta, Dallas, Houston, Indianapolis, Detroit, New Orleans
e Seattle. A não surpresa destes dados advém destes estados
serem também os maiores centros populacionais do país norte-
americano, e como tal, esperado que ai apareçam mais atletas de
nível profissional.
O basquetebol é sobretudo um desporto urbano e deste modo
não é de estranhar que Washington, capital norte-americano,
tem o maior histórico de “produção” de jogadores da NBA, com
68 atletas atualmente a atuar na NBA nascidos neste estado.
Relembramos que Washington é unicamente urbana. Outro dado
a ser adicionado é o facto dos habitantes de Washington serem
esmagadoramente afrodescendentes, e a NBA é largamente domi-
nada por atletas negros. Neste seguimento, não igualmente de
estranhar que Mississippi apareça no segundo lugar desta lista com
cerca de 50 atletas profissionais. 50% da população desse estado é
de descendência africana.
Outros estados que à partida teriam indícios menos propícios para
o aparecimento de atletas para a NBA como Indiana e Kentucky,
que ocupam lugares cimeiros no mapa acima, sugerem que a cul-
tura local desempenha um papel fundamental para potenciar o
aparecimento de jogadores com qualidade para o profissionalismo.
O facto de alguns estados como Vermont, Ilhas marianas do Norte
ou o Alasca apenas esporadicamente originaram atletas para a
NBA também não é uma surpresa, seja pelos baixos índices popu-
lacionais, pelo clima menos propício a este desporto ou pela falta
de engajamento das populações locais ao basquetebol em prefer-
ência do futebol americano ou do hóquei em gelo.
N
Ricardo Reis, colunista Desporto&[email protected]
Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 51
MAPA ORIGEM DOS JOGADORES PROFISSIONAIS DE NBA PER CAPITA 1980-2014 FONTE: THATNBALOTTERYPICK.COM
momento de pura violência
e agressões entre jogadores
e equipas técnicas no ainda
recente jogo entre Albânia e
a Servia apanhou todos de
surpresa, até porque, aparentemente tudo
se iniciou por um simples drone que trans-
portava uma bandeira albanesa. Mas, isto
apenas pode ter surpreendido os mais dis-
traídos e menos conhecedores da história
europeu e dos seus “conflitos internos”. O
conflito sérvio-albanês, como muitas vezes
é apelidado, é um conflito étnico entre
este dos povos que dura há vários seculos,
mas que teve o seu auge no século xx, com
a primeira guerra balcânica, a segunda
grande guerra e a guerra do Kosovo, tendo
tido no entanto início, no século xix após o
conflito entre a Rússia e a Turquia.
Após a derrota do Imperio Otomano, os
povos cristãos dos Balcãs ganharam mais
território, originando a deslocação de mais
de 80 mil muçulmanos, para a zona que é
hoje conhecida como o Kosovo, agravando
as tensões religiosas e provocando graves
efeitos demográficos.
Este acontecimento é tido visto como o
ponto de partida para o “conflito sérvio-
albanês, desde que foi o primeiro ato de
violência organizado em grande escala
pelo Estado no conflito e pelo menos uma
parte (os sérvios) tinham desenvolvido em
uma nação plenamente funcional e exibida
de uma consciência nacional da Sérvia
(enquanto o nacionalismo albanês ainda
estava em seus estágios infantis)”.
Durante todo o conturbado seculo xx
europeu, principalmente durante a pri-
meira centena de anos, o conflito agravou-
se, com constantes conflitos bélicos, numa
região altamente martirizada com guerras
e invasões militares e constantes novas
definições de fronteiras. O último con-
flito deu-se em 1999 e 2001 ainda que em
menor escala.
Com este historial, não deveria obrigar
as organizações do futebol, neste caso a
UEFA, pensar com mais cuidado a forma
como se dão os sorteios e se não devem
existir restrições prévias? Dado que clara-
mente, ao contrário do que muitas vezes é
propagandeado, o “fair-play” desportivo
não ultrapassa todos os conflitos.
O
Ricardo Reis, colunista Desporto&[email protected]
Vitor E. Santos, colunista Desporto&[email protected]
52 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
DOPING: LEGALIZAÇÃO!
Uma cultura pró-doping, para muitos, é inevitável no futuro do
desporto. E um futuro que não estará tão longe quanto se julga,
dado que a muito breve trecho estaremos a atingir os limites
de performance do corpo humano. Ora vejamos, mesmo com
todo os novos métodos de treino, de nutrição e equipamentos,
os tempos e os recordes dos nossos melhores atletas acontecem
cada vez mais desfasados no tempo e as melhorias acontecem
progressivamente mais lentamente. Estima-se, por exemplo,
que o limite do tempo para os 100 metros é de 9,48 segundos.
Quando esse tempo for atingido e não existir mais a espectativa
de ser quebrado, continuaram os adeptos do atletismo a seguir
esta modalidade tao afincadamente como o têm feito até agora?
Ultrapassar e melhorar a história é um dos pilares do desporto
moderno, quando isso deixar de ser possível, os fãs estarão dis-
postos a deixar cair este tão fundamental axioma? A resposta,
ainda que futurista e unicamente baseada na historia passada do
desporto, terá que ser um redondo NÂO.
Dentro deste paradigma, temos ainda a questão dos desportos
onde a exigência é superior ao suportado pelo corpo humano, o
ciclismo é paradigmático. O doping faz e sempre fez parte deste
desporto, não vale a pena enganarmo-nos; não é por acaso que
os maiores escândalos de uso de substâncias ilícitas são ciclis-
tas. Este desporto, por muito que doa a muitos, exige demasiado
dos atletas, e diminuindo drasticamente o potencial de perfor-
mance dos seus corpos; a ajuda química vem muitas vezes
permitir unicamente uma melhor recuperação de etapa a etapa.
E, as entidades deste desporto continuam a olhar para o lado,
como se nada fosse, e nada mudam nas regras ou no para-
digma da modalidade para se adaptar à “condição humana” dos
ciclistas. Continua a fazer sentido existir etapas de mais de 200
km em voltas com mais de vinte etapas? Faz sentido passar
por três, quatro e as vezes mais contagens de montanha numa
única etapa? Estar em cima da bicicleta por 5, 6 ou mais horas?
Somando a isso os diminutos tempos de descanso, com as indis-
pensáveis viagens, insuficientes para segundo as estatísticas,
faz a cada duas etapas o esforço físico de uma maratona? A
questão central: é que é essa a vontade dos adeptos. Eles que-
rem ver cinco e seis horas de ciclismo. Ele não querem menos,
querem mais. Superar o passado é a frase e um sinonimo que
sem o qual o desporto profissional não sobrevive.
As razões que podem levar o desporto profissional a adotar politicas mais favoráveis ao doping!
Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 53
Doping: Proibição? Legalização?
Outro ponto fundamental é as lesões.
Nunca como no desporto atual as lesões,
e muitas delas graves, aconteceram com
tanta frequência e tão repetidamente.
Os casos da NBA, discutidos da edição
anterior, ou a dos pitchers no basebol
(nesta edição) são apenas um exemplo.
O mundial de futebol de seleções deste
ano de 2014, onde os melhores joga-
dores chegaram ou esgotados, jogaram
lesionados como Cristiano Ronaldo ou
simplesmente como Ribéry nem sequer
pode ser convocado. E o número altís-
simo de lesões que não deixou nenhuma
das 32 seleções sem pelo menos um dos
seus melhores jogadores. Isto reflete
nada mais que o excesso de competição
dos calendários desportivos da maioria
dos desportos e modalidades, onde o
descanso e o repouso são insuficientes.
E, a competitividade aumenta de ano
para ano, onde equipas e atletas mesmo
de menor gabarito obtém metodologias
de treino semelhantes e como tal o espa-
ço que antes existia entre os melhores e
os menos bons, diminuiu significativa-
mente na última década.
É preciso assumir igualmente que existe
atualmente uma revolução tecnológica e
química e que pode, e para muitos deve,
auxiliar o desporto e os seus atletas.
Simplesmente, assumir que a tecnologia
e a química não existem, não é uma
opção e de uma forma paulatina mas
progressiva, muitas das novas substan-
cias que são artificialmente sintetizadas
e produzidas em laboratórios, logram
a possibilidade de eliminar muitos dos
problemas acima mencionados. E levam
igualmente o desporto para um outro
patamar. Algo que todos os adeptos
desejam.
A própria saúde dos atletas pode em
caso de uma politica mais pró-doping
sair revigorada, dado que os atletas não
necessitariam de recorrer a substâncias
comprovadamente perigosas ou drogas
experimentais com a potencialidade de
escapar a controlos de antidoping, e
poderiam usar substancias não nocivas
que teriam o mesmo efeito.
Um outro ponto que deve ser men-
cionado, é diferenciar as substâncias e
metodologias que têm como principal
intuito auxiliar e diminuir o tempo de
recuperação e aquelas que procuram de
facto criar vantagem competitivas e de
aumento de performance. As primeiras
devem ter uma abordagem mediática e
legal mais positiva.
Por fim, o doping faz parte do desporto
desde os seus primórdios. Convivemos
com eles desde sempre e sempre assim
será. A legalização ou uma maior aber-
tura a medidas pró-doping beneficiará
a todos, principalmente aqueles que se
dopam de forma ilegal, e que podem
desta forma encontrar um caminho mais
limpo e mais saudável.
“A própria saúde dos atletas pode em caso de uma politica mais pró-doping sair revigorada, dado que os atletas não necessitariam de recorrer a substâncias com-provadamente perigosas ou drogas experimentais com a potencialidade de escapar a controlos de antidoping, e poderiam usar substancias não nocivas que teriam o mesmo efeito.”
54 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
Saúde. Sem dúvida que o bem-estar dos atletas, tanto no pre-
sente como no futuro, é um dos mais fortes entraves à legaliza-
ção do doping ou de uma cultura mais pó-doping no desporto.
Como anteriormente sublinhamos, muitas das substâncias são
altamente danosas para a saúde dos próprios e dos seus futuros
filhos – os casos de má formação de fetos ou de nascença
com deficiência de filhos de ex-atletas que usaram doping são
imensos.
Neste sentido o professor Andy Miah bioeticista da Universidade
do Oeste da Escócia argumenta que é necessario ter um “Pro-
Doping Agency World” para complementar a Agência Mundial
Anti-Doping. “No momento os atletas olham e procuram
substâncias perigosas e com riscos significativos para a saúde,
mas com o quadro de escolham corretas, os atletas podem con-
hecer os riscos envolvidos”. E acrescenta: “Faz sentido para
se certificar de que os atletas sabem o que estão a ingerir, em
oposição ao atual “liberdade”, que pode levar a efeitos colater-
ais terríveis para si. Os esteroides anabólicos, por exemplo, têm
efeitos secundários adversos que variam de acne, infertilidade
e impotência, a hipertensão, a psicose e doenças cardiovascu-
lares. Um órgão regulador que permite que os atletas sabem
o que estão ingerindo iria melhorar a saúde de uma forma
global”. O fair-play é entendido em um plano mais geral como
uma atitude de prática desportiva moralmente boa. E apesar do
termo “fair-play” se ter revelado um campo amplo o suficiente
para interpretações diversas de seu significado. Uma iniciativa
bastante comum é traduzi-lo como ‘jogo limpo ou qualifica-lo
como ‘espírito desportivo’.
DOPING: PROIBIÇÃO!As principais razões que levam a dizer NÂO ao doping
Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 55
Assim o conceito de fair-play obedece a um conjunto de regras
e conceitos e quebra-los é uma violação grave às regras do
jogo e por consequência uma violação das regras e valores
desportivos.
Um outro argumento de natureza ética contra o doping é aquele
que afirma que o processo de desenvolvimento de substâncias
dopantes transforma a competição desportiva em uma verda-
deira competição entre laboratórios de farmacologia, de tal
maneira
deslocando-a do seu lugar natural, as arenas e a capacidade
inata e aprendida dos atletas.
Octávio Tavares, no seu trabalho “doping: argumentos em dis-
cussão”, afirma: “A possibilidade de liberação de uso do doping
é claramente entendida como a possibilidade de utilização de
todo o potencial tecnológico ao alcance dos países ricos sem
as peias de ordem ética e legal, o que tornaria ainda maiores a
diferença nas condições de preparação entre atletas de países
desiguais”.
Outro ponto importante na argumentação é que a liberalização
do doping forcará todos os atletas a recorrer a substâncias
dopantes. Este raciocínio leva-nos a uma posição onde atletas,
mesmo que não desejem recorrer ao doping, serão forçados
ao uso do doping, por coação externa, como treinadores ou
empresas parceiras, ou pela necessidade de níveis de perfor-
mance mais avançadas e pela possibilidade de luta pela vitória.
A realidade é que muitos atletas podem efetivamente sentir-se
tentados ou forçados à transgressão, inclusive baseados em
motivos bastante racionais.
Temos ainda, que alterar as leis do doping, farão neces-
sariamente ondas de choque no passado do desporto, fazendo
existir, um desporto antes do doping e depois do doping. E, a
consciência de que muitas novas marcas apenas serão atingidas
graças a substâncias sintetizadas no laboratório. Como reagirá
o adepto. Iremos ser capazes de olhar para esses futuros atletas
da mesma forma que olhamos para os atletas do presente e do
passado? Ou não serão olhados acima de qualquer coisa como
um resultado de uma laboratório e de experiencias científicas.
E, até que ponto, não diremos simplesmente, este atleta não é
melhor que os outros, simplesmente tem melhores cientistas e
laboratórios a trabalhar para si.
Por fim, ao alterar tão drasticamente as leis do desporto não
corremos um risco serio de alterar o que faz dele o que ele é?
E, esse risco, não pode ser a sua morte?
“Os esteroides anabólicos, por exemplo, têm efeitos secundários adversos que variam de acne, infertilidade e impotência, a hipertensão, a psicose e doenças cardiovascu-lares. Para além disso: a possibilidade de liberação de uso do doping é claramente entendida como a possibilidade de utilização de todo o potencial tecnológico ao alcance dos países ricos sem as peias de ordem ética e legal, o que tornaria ainda maiores a diferença nas condições de preparação entre atletas de países desiguais”.
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HIDRATAÇÃO NO DESPORTO PROFISSIONAL
A prática de exercício físico, independentemente do desporto e das condições em que a atividade é desen-volvida, leva inevitavelmente uma significativa perda de água e eletrólito (sódio e cloreto) do organismo que terá consequências para o atleta no caso de esses líqui-dos não serem progressivamente repostos.
Atualmente estima-se que 70% da energia gerada durantes os processos fisiológicos recorrentes da atividade física não é convertida em trabalho útil, mas sim convertida em grande medida em calor, que por sua vez leva à transpiração e à perda de líquidos, o que num caso extremo, pode levar à desidratações traumáticas que facilmente criam lesões e efeitos de longo prazo.
Isto é de tal modo verdadeiro, que pequenas perdas de quantidade de água, perdas de água equivalentes a
2% da massa corporal reduzem fortemente a resistên-cia e a performance dos atletas, independentemente do clima e da altitude. Piorando quando o exercício físico se mantem por um período de tempo superior a 90 minutos.
Existem ainda estudos que comprovam que um des-canso de vinte minutos com a reposição de líquidos de pelo menos de 50% são capazes de restaurar significativamente a capacidade física de um atleta, permitindo-lhe retomar a atividade física.
Para além das elevadas perdas de desempenho e de resistência física, a desidratação eleva igualmente os riscos de cefaleias (dores de cabeça), sensação exag-erada de fadiga, náuseas e as já faladas lesões como cãibras.
Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 57
Olhemos alguns dados. Uma redução de
massa corporal por perda de líquidos de
4% tem como consequência imediata uma
perda de forças de pelo menos de 2% a 3%
e perdas de resistência de 10%, somando-
se ainda, as alterações a alguns músculos
específicos onde as perdas são ainda maio-
res. Se a isto ainda adicionarmos temper-
aturas superiores a 30 graus centígrados
as perdas do atleta são severamente supe-
riores.
Hoje existe um consenso alargado entre
os especialistas suportados inclusive pelo
comité olimpo que os níveis de desidrata-
ção dos atletas não devem ultrapassar os
2% da massa corporal, e que esses níveis
devem incluir as taxas de perdas de sódio,
expelidos igualmente pelo suor. As perdas
não devem ser superiores a 3 ou 4 gramas
de sódio sem que a performance e mesmo
a saúde seja prejudicada.
A ligação entre perdas de água e lesões,
a mais frequentes as cãibras muscula-
res, acontecem principalmente de forma
indireta, ou seja, pela perda de sódio e
cloreto através do suor, assim para além
da hidratação e da ingestão de água, os
atletas devem ter em conta a necessidade
de ingerirem outros alimentos ou suple-
mentos que possam repor os seus habituais
níveis de eletrólitos.
O processo de hidratação do atleta deve
ser contínuo, ou pelo menos, ser iniciado
uma semana antes no início da competição
ou de um treino de alta intensidade.
É importante ressalvar que uma hidrata-
ção excessiva é tão prejudicial quanto a
falta de líquidos, provocando nos atletas
uma sensação de enfartamento, e pior,
aumentando as taxas de suor expelidas, o
que provoca maiores perdas de eletrólitos.
Por fim, as áreas geográficas, como a alti-
tude, e o clima, calor ou humidade, devem
ser tidas em contas quando se esboça o
plano de hidratação do atleta.
Perdas de água equivalentes a 2% da massa corporal, no exercício físico perante, reduzem fortemente a resistência e a performance dos atletas, in-dependentemente do clima e da altitude. Piorando quando o exercício físico se mantem por um período de tempo superior a 90 minutos. Perdas de líquidos superiores podem criar uma sensação de fadiga extrema, náuseas, cefaleias e até aumentar seriamente o risco de lesões.
Diogo Sampaio, diretor e colunista Desporto&[email protected]
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TRIATLETAS: TRÊS ERROS COMUNS
o desporto atual altamente competitivo todos os
detalhes no treino fazem a diferença e no triatlo
não é diferente. Existe um conjunto de práticas e
cuidados na preparação para as competições que
não devem ser descuidados quem o faz comete
erros estratégicos graves. Nas próximas linhas iremos identificar
três dos mais frequentes.
Testes periódicos de taxas de suor durante o esforço. Como anali-
sado no artigo acima a “ importância da hidratação no desporto
profissional” basta uma perda de água em 2% da massa corporal
para um abaixamento considerável na performance e capacidade
física do atleta. Assim é fundamental que exames e medições, o
quanto mais precisas melhor, da taxa de perdas de liquido durante
os exercícios para que aquando da competição o atleta saiba com
exatidão a quantidade de líquidos que necessita ingerir e não se fie
apenas na sede que sente.
Apostar numa dieta calórica e energética inadequada ou simples-
mente suspendem a sua dieta, tendo como principal propósito
perder uns quilos, ou o que também acontece diversas vezes por
quebra de resistência mental. Por norma, a dieta dos triatletas é
altamente exigente, com o consumo de carboidratos periódicos ao
longo do dia e obrigando a um constante “auto-supervisionamen-
to” difícil de perpetuar ao longo do tempo. Acontece igualmente
que a dieta calórica indo de encontro às necessidades competitivas
pode ainda assim causar uma sensação de fome ao atleta e este
efetuar novas alimentações desadequadas.
Procurar nos suplementos deficiências ou erros na preparação do
treino, como se esses mesmos suplementos funcionassem como
um atalho que tudo resolve. Um erro monumental. Os suple-
mentos servem acima de tudo para responder e corrigir algumas
deficiências nutricionais como vitaminas ou cálcio, entre muitos
outros.
N
Ana Matos, especialista em nutriçã[email protected]
Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 59
PEP GUARDIOLA: uardiola venceu e vence mais que os outros porque eleva táticamente as suas
equipas a patamares superiores. Neste artigo vamos analisar um pouco mais todos os detalhes tecnicos das duas equipas que treinou ao mais alto nivel – Barcelona e Bayern de Munich. Comecemos, no entanto, por desenhar um breve perfil da sua carreira e da sua filosofia de jogo e das origens desta.Pep Guardiola é um raro exem-
plo de alguém que ousou inovar, modernizando os valores e táti-cas dominantes no futebol e com isso mudou o jogo. Mudou-o vencendo e criando aquela que foi para muitos a melhor equipa de sempre – o Barcelona de 2008 a 2012. As equipas que treinou não só obtiveram sucesso nos respetivos campeonatos nacio-nais como nas provas europeias, como serviram de base para as duas últimas seleções campeãs do mundo. Guardiola, que tem apenas 42 anos e menos de uma
década enquanto treinador, ganhou uma aura mística como possivelmente nunca nenhum outro treinador o conseguiu na história do futebol. Neste senti-do Virendra Karunakar escreve:
“O nome de Guardiola não rep-resenta simplesmente mais um homem; ele tem vindo a rep-resentar uma fé, uma crença, uma filosofia; uma filosofia que alcança o sucesso de forma con-sistente e ao mais alto nível”.
GAS TÁTICAS – DE BARCELONA A MUNIQUE
Ana Matos, especialista em nutriçã[email protected]
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Guardiola chegou a treinador principal do Barcelona em 2008 e
assumia para si a responsabilidade de reconstruir uma equipa que
apenas dois anos antes tinha ganho tudo o que havia para ganhar
mas que num espaço de um ano parecia que tinha desaprendido
de jogar. A única saída era a revolução. Saíram jogadores. Entre
eles, aquele que era considerado o melhor do mundo na altura –
Ronaldinho Gaúcho. E fez entrar uns tantos novos, a maioria vinda
da formação ou da equipa B. A construção do jogo do “renovado”
Barcelona passou essencialmente por uma filosofia de harmonia,
ritmo de trabalho, alta intensidade todo o jogo, paciência, circula-
ção de bola, jogo zonal, jogo posicional e, finalmente dinamismo.
A filosofia de passe era tão determinante neste novo Barcelona de
Guardiola, que levou a alcunha de Tiki Taka. Esta forma de jogar,
como o próprio Guardiola já o afirmou, foi inspirada no futebol
praticado pela seleção brasileira dos anos 70 e 80 que apesar de
poucos títulos encantaram o mundo. Não joguei no Brasil. “ O que
tentamos fazer foi passarmos a bola o mais rápido possível. É o que
o Brasil fez a sua vida inteira”, afirmou Guardiola em conferência
de imprensa após a vitória do Barcelona sobre o Santos (4-0) na
final do Mundial de Clubes em Yokohama, em 2011.
Depois de quatro anos de muito sucesso Guardiola abandona a
equipa de Barcelona. Passa um ano sabático, e depois aceita o
desafio de se sentar no banco de suplentes do Bayern de Munich,
que havia ganho tudo o que havia para ganhar na época anterior.
Depois de muitas dúvidas sobre o que podia acrescentar aquela
que era já para muitos a melhor equipa do mundo, as primeiras
respostas surgiram logo nos primeiros jogos, e novamente com a
cultura de posse e vários passes na base do jogo. Mas ao contrário
do que acontece com muitas equipas, que circulam a bola à espera
do erro, as equipas de Guardiola, apostam num paradigma dife-
rente: “provocar e soltar a bola”. Com isto o adversário não fica só
à espera, tem que reagir constantemente
No principio havia o 4-3-3 (Barcelona)
Na primeira temporada no Barcelona, Guardiola operou a sua
equipa pronominalmente no 4-3-3, seguro na posse da bole, mov-
endo a bola constantemente do centro para as laterais e vice-versa,
na constante procura do desequilíbrio da equipa adversaria, com
uma rapidez de execução acima da média, com dois ataques no
pico da forma, Thierry Henry e Samuel Eto’o, e o génio de Lionel
Messi a despoletar. Atrás Sergio Busquets, promovido da equipe
B ou Toure, como médios mais defensivos, e no centro do terreno
Andres Iniesta e Xavi, uma dupla que era o motor da equipa.
Com a saída de Eto’o e com a experiencia falhada de Zlatan
Ibrahimovic como homem golo, Messi foi convertido a atacante
centro. Uma decisão acertada já que os números na concretização
de Messi dispararam – 2008-09 foi a última vez que Messi marcou
menos de 49 golos em todas as competições. Este modelo tático
abdicou do que vulgarmente é chamado de número 9 e de uma
referência fixa na grande área, viveu sobretudo da mobilidade e do
entendimento dos três homens da frente.
No ano seguinte, um novo ano de glória para a equipa do
Barcelona, deu-se aquilo que se convencionou-se chamar-se troca
por troca, David Villa ocuparia o papel de Henry fora de largura
à esquerda após a partida do francês e Pedro iria assumir o cargo
de largura direita – sendo que este ultimo ocupava um lugar muito
intermitente no onze titular.
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Depois apareceu o 4-4-2 que se desdobrava no 4-1-3-2 (Barcelona)
Na última época de Guardiola à frente do Barcelona, apareceu um jogador que haveria de “obrigar” a mudar a conceção
tática da equipa – Cesc Fabregas.
Uma mudança para o 4-4-2 e a introdução do conceito de falso 9 e com a substituição de Pedro por Alexis Sanchez.
Com a mobilidade dos homens da frente o modelo tático muitas vezes alterava-se para um 4-1-3-2 com Messi e Sanchez
na frente. Alves na lateral e Abidal ao centro eram duas peças fundamentais para manter a fluidez de jogo e Busquets
assumia para si um papel chave na manutenção dos equilíbrios.
Do tempo de Guardiola no Barcelona haveria de ficar também a perceção que o jogo ofensivo deve começar nos defesas
e a boa qualidade destes com a bola nos pés é elementar para a equipa. Fica igualmente a qualidade das desmarcações
e do jogo sem bola de todos os jogadores, na constante procura de oferecer linhas de passe. Por fim, salienta-se tam-
bém a qualidade na recuperação de bola onde os jogadores funcionavam como um bloco coeso no desarme do jogador
adversário portador da bola. Abaixo a explicação do tiki taka.
Novo desafio, Novo esquema tático: 4-1-4-1 (Bayern de Munich)
Guardiola apostou numa formação 4-1-4-1. A tática imposta por
Guardiola teve como objetivo explorar a profundidade do Bayern no
meio-campo, especialmente em torno da capacidade de Toni Kroos
para distribuir, circular em todo o meio do campo e igualmente assum-
ir o papel de organizador de jogo. Enquanto no Barça, Guardiola tinha
jogadores de baixa estatura à sua disposição, que eram muito bons na
posse; no Bayern tinha jogadores mais diretas e verticais como Thomas
Müller, Arjen Robben e Franck Ribery o que permitia uma maior vari-
ação de passe curto com passe longo, tornando sempre imprevisível o
que a equipa ia fazer num determinado momento.
Philip Lahm, o melhor lateral-direito do mundo, foi “re-programado”
para jogar como medio defensivo e passou a fazer dupla com Bastian
Schweinsteiger. Esta mudança mostrou-se fundamental para criar o
tipo de jogo que Guardiola tanto gosta e passa pela manutenção da
bola o maior tempo possível e foi igualmente importante para a varia-
ção passes – entre curto e longo – bem como transportar o esférico em
que Lahm é especialista. Rafinha, que ocupou a vaga deixada vaga por
Lahm na direita também se mostrou um enorme trunfo para o ataque
dado que passou a ocupar por diversas vezes os espaços deixados vagos
por Ribery que passou habitar zonas mais centrais no campo.2014-2015: 3-4-3? (Bayern de Munich)
Após a meia-final perdida para o Real-Madrid na época passada, o
Bayer passou a utilizar algumas vezes o modelo 3-4-3, inclusive contra
o Borussia Dortmund na final da DFB (taça da Alemanha). E mesmo
nesta presente época Guardiola tem apostado consistentemente nesta
nova forma de jogar. Ainda é cedo para perceber se esta mudança é
ou não definitiva e em próximos artigos iremos analisar este modelo
tático com mais pormenor.
Diogo Sampaio, diretor e colunista Desporto&[email protected]
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FOTOGRAFIA DO MÊS: MANUEL NEUER O “LIBERO” ALEMÃO!
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FOTOGRAFIA DO MÊS: MANUEL NEUER O “LIBERO” ALEMÃO!
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TREINO VS. TALENTOreino e pratica continuada ou a genética e talento
inato: qual dos dois tem mais impacto na formação
dos génios do desporto? Durante anos, esta foi uma
das principais questões do desporto e discutidas
por dirigentes, treinadores e adeptos um pouco por
todo o mundo. E, como a discussão do ovo e da galinha, até agora,
não se havia chegado a nenhum consenso. No entanto, os avanços
tecnológico, principalmente da genética, mas não só, também os
avanços das metodologias de treino e de análise do progresso dos
atletas tem desbravado caminho virgem e chegou a pelo menos a
algumas conclusões. Ainda que complexas e com variadas inter-
pretações.
Logo num primeiro ponto, até agora, e apesar dos inúmeros
esforços dos cientistas, não se encontrou qualquer “gene de des-
empenho”, e como tal, pelo menos para já, é de supor que ele não
existe. Sendo que é ainda suportado por muitos especialistas, que
os “genes do desempenho” são uma realidade, e a única razão para
não os ainda termos descobertos é o facto de eles serem numero-
sos, com pequena influência individual, e demasiado complexo
para os meios tecnológicos atuais.
O treino e o esforço são uma parte fundamental para o êxito do
atleta, assim como centenas de outros pequenos fatores incontro-
láveis, mas existe cada vez mais a perceção, suportada por estudos
validos e aceites pela comunidade científica, que é a genética que
desempenha o papel mais relevante para que o atleta suba ao pata-
mar do profissionalismo e da excelência.
Olhemos por exemplo para os seguintes dados. Num recente
estudo, os resultados apresentados mostram claramente o papel
da genética, demonstrando que apenas apenas 28% da variação no
desempenho poderia ser explicado por 15 anos (as muito faladas
10.000 horas de treino) de tempo de prática.
Em estudos realizados com um considerável conjunto, cerca de
300 a 400 indivíduos (já praticantes de desporto), sujeitos a um
treino intenso durante períodos compreendidos entre os 4 e os 6
meses, concluiu que apenas menos de 5% dos testados apresentou
melhoras significativas e relevantes.
Estes testes foram realizados por diversos países e em diversos
continentes e os resultados não poucas ou nenhumas variações
tiveram com os acima apresentados. Apenas, um estudo similar
realizado pelo Quénia apresentaram ligeiras diferenças, subindo
para 7% o número de atletas que aumentaram significativamente
a sua performance.
Outro mito que a ciência tem vindo a desmentir é as 10.000 horas.
Com origem em 1993 pela Ericsson, estudando a capacidade dos
violinistas, e mostrou que a performance foi determinada pelas
horas acumuladas de treinamento até a idade de 20. Ou seja, o
melhor especialistas havia acumulado o número mágico de 10
mil horas, enquanto que os classificados como apenas “bom” ou
T
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O ACTN3 resulta da síntese de uma forma truncada e não-funcio-nal de alfa-actinina-3. Os cientis-tas expuseram que os indivíduos com a variante em de cópias do seu gene ACTN3 pode ter uma pré-disposição natural para a resistência (eventos relacionados com cagas de energia aeróbica), tais como corrida de longa dis-tância, natação distância ou esqui. Esses atletas com uma cópia da variante no seu gene ACTN3. Pode ser igualmente adequado para tanto resistência e Sprint / potência desportiva como o fute-bol ou andar de bicicleta. Atletas que não possuem nenhuma cópia da variante na sua ACTN3 gene podem ter uma predisposição natural para a velocidade des-portes ou potência como eventos de futebol, levantamento de peso e de sprint. A presença deste gene nas populações jamaicanas é tido como um dos fatores responsável pela performance dos sprinters deste país. No entanto, este é inclusive um polimorfismo de DNA relativa-mente comum. Esta presente em cerca de 18% a 25% da popula-ção geral, com ligeiras diferenças dependendo da região geográfica. O facto de este gene ser relativa-mente comum, como os dados acima tão bem demostram, saem do foco da pergunta que faz titulo deste artigo, uma vez que se pro-cura fatores que possam fazer a diferença entre indivíduos e não entre população. Poderá obter mais dados deste gene na primeira edição da Desporto&Esport.
A questão do ACTN3:
ou “menos consumado” foram encontrados para ter feito apenas
8.000 ou 5.000 horas de prática, respetivamente. Mas os estudos
mais recentes demostram claramente que para esses “mesmo
bons”, bastam 3.000 horas de trabalho para chegar ao seu índice de
performance mais elevada.
Obviamente que estes dados não eliminam a importância do tre-
ino e dos métodos de treino para potenciarem a performance dos
atletas, mas indicam claramente que a genética e o talento inato são
o fator mais preponderante para o êxito desportivo.
Diogo Sampaio e Vitor [email protected]
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Doping: Proibição? Legalização?
Concorda com a introdução de substâncias e suplementos dopantes no deporto de alto nível?
Diogo Sampaio, diretor e colunista Desporto&[email protected]
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DOPING: CONCLUSÕES FINAIS
Resultado do inquérito feito aos leitores da Desporto&Esport feito por quiz na plataforma online em Outubro de 2014
Doping no desporto é uma questão polemica,
fraturante, e ainda, tabu. Apoiar o uso de substân-
cias que artificialmente aumentam a performance
ou diminuam o tempo de repouso são, tanto na
opinião especializada e na opinião pública, fortemente criticadas
e condenadas. Muitas vezes, no entanto, as opiniões emitidas
desconhecem os fatos ou estão desfasadas da realidade e dos avan-
ços tecnológicos e na química que o desporto tende a rejeitar com
veemência.
Acontece que em muito breve trecho seremos obrigados a redefinir
o desporto espetáculo de alto nível e de muitos milhões, e colo-
cando de forma o mais simples possível: optar pela introdução de
substâncias e métodos tidos até agora como dopantes ou iniciar
uma inflexão competitiva. O número de lesões e o desgaste assim
o vão obrigar; já é possível vermos estes sinais. Com estes artigos
e o tema que chamamos para capa desta segunda edição não pre-
tendemos assumir uma posição sobre a legalização ou proibição
do doping. Assumimos unicamente a necessidade e a premência
de iniciar um debate sobre o tema. Um debate sem tabus. Onde
atletas, treinadores, dirigentes e adeptos sejam chamados a opinar
e se criem consensos pelo diálogo ou invés da pré-condenação, o
sistema atual para quem levanta a voz a defender unicamente o
debate.
Julgo que foi conseguido, ainda que genericamente, dar voz aos
principais argumentos, dificuldades e condicionantes do tema que
nos propusemos debater e cabe ao leitor definir a opinião; uma
opinião que teríamos muito gosto que partilha-se connosco, tanto
no contato direto como pela nossa plataforma online.
Por fim, os resultados do nosso QUIZ aos leitores é bem dem-
ostrativo da divisão de opiniões que este tema produz mas que
encaramos como algo extremamente positivo e que levará a um
debate mais rico e aprofundado.
O
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UM HOMEM FORA DE SERIE: UM SONHO DE MENINO PARTILHADO POR TODOS OS ADULTOS
FILME
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uem nunca sonhou em pequeno jogar profissional-
mente o seu desporto preferido? E, quem em adulto,
não fantasia sonhos impossíveis, onde num passe de
mágica, o corpo se move para o centro do terreno,
no mais barulhento dos estádios, a meio de uma
final? Muito poucos. Arrisco-me a dizer quase nenhuns. O sonho e
a fantasia faz parte do ADN do desporto e o grande feitiço é fazer-
nos sonhar com o impossível, com os desejos irrealizáveis e com a
nossa própria transcendência. O filme The Natural, em português
Um homem fora de serie, leva-nos por entre a grande tela branca
dos cinemas, para um mundo, onde o homem adulto conquista
o sonho de menino. O “wonderboy”, Roy Hobbs, é representado
por Robert Redford, um prodígio desde a infância para a prática
do basebol, cria inclusive o seu próprio taco com madeira de uma
árvore atingida por um raio, que devido às circunstâncias da vida
é obrigado a abandonar no final da adolescência o desporto pro-
fissional, depois de ter conseguido uma indicação para jogar pelos
Chicago Cubs. Mas, dezasseis anos depois, em 1939, quando Roy
vive já na segunda metade dos seus trinta anos, aparece uma nova
oportunidade, e ele ingressa no New York Knights, uma equipa da
primeira divisão mas que ganha muito pouco.
Aparecendo como um total desconhecido e numa idade em que a
maioria dos jogadores já pensa na reforma, sentimos ao longo de
toda a primeira metade do filme, todos os entraves à sua presença
e é visível em quase todos uma desconfiança total às suas capacid-
ades. O treinador principal acha-o demasiado velho e está sempre
reticente em dar-lhe uma oportunidade. Os seus companheiros
acham-no uma farsa. A imprensa desportiva têm-no como uma
anedota. E, é neste clima de desconfiança, que o talento de Roy
imerge, e os risos que lhe eram constantemente lançados deram
lugar a expressões de admiração e gaudio, principalmente dos fãs.
Transformando uma equipa que somava derrotas atras de derro-
tas, numa equipa vencedora, capaz de ir à grande final.
Este é também um filme de vilões e de múltiplas tentações, e de
amores antigos – a antiga namorada de Roy, Iris, bem cedo entra
na história, dando uma nova oportunidade a um amor que tinha
sido precocemente abandonado. Roy consegue manter-se sempre
fiel ao desporto que tanto glorifica e torna real o seu maior desejo:
“ser o melhor jogador de sempre”.
Um homem fora de serie é um filme americano de 1984 dirigido
por Barry Levinson, e para além de Robert Redford, conta tam-
bém com Glenn Close, Robert Duvall, kim Basinger ou Wilford
Brimley. Adaptado de um romance com o mesmo nome de
Bernard Malamud, editado pela primeira vez em 1952, este é
um filme bem representado, bem dirigido e com uma fotografia
excecional. Este é um filme feito por quem entende o jogo e ama
o jogo, e olha para o desporto como a possibilidade da conquista
do sublime.
Este não é com certeza um filme para aqueles que procuram no
cinema a total transposição da realidade das nossas vidas. Nem
para os mais cínicos. Este é um dos raros filmes que pede a homens
adultos que sonhem como crianças. Que acreditem no impos-
sível. E desejem o inalcançável. No fundo, pede o mesmo que o
desporto.
Q
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alvez em nenhum país, como em Portugal, a arbitragem no
futebol ocupe tanto espaço na opinião publicada e televisi-
va. Todos os lances suscetíveis de alguma dúvida são anali-
sados e reanalisados ao pormenor até à exaustão. Quase
nunca o consenso é alcançado. E ainda mais raramente
a arbitragem é debatida nos pontos em que verdadeiramente interessa
e lhe agregue algo de positivo para o futuro. Um dos raros exemplos
contrários é “ O treino da tomada de decisão” de Pedro Henriques e
Duarte Araújo. Ainda que datado de 2012, este livro continua atual e
decisivo para melhor entender os árbitros e as suas tarefas dentro do
campo de jogo.
Transcrevendo parte da sinopse: “Esta investigação estudou o treino da
tomada de decisão do árbitro de futebol. A análise começou pela identifi-
cação e organização sistemática das situações críticas para a intervenção
do árbitro que ocorrem num jogo de futebol, de modo a que os elemen-
tos identificativos referentes a cada situação estivessem discriminados o
mais detalhadamente possível. Esta análise tomou a forma de uma tabela
que foi sujeita a uma validação efetuada por cinco peritos em ciências do
desporto, futebol e arbitragem. Seguidamente procurou-se identificar a
frequência de ocorrência, bem como a importância para o resultado do
jogo, das situações críticas validadas em 30 jogos do campeonato nacio-
nal da 1.ª Liga Portuguesa. Posto isto, passou-se à conceção de exercícios
de treino que pudessem intervir nas situações críticas levantadas, em
concordância com os princípios teóricos que explicam a tomada de
decisão do árbitro. Um dos aspetos metodológicos que caracterizou esta
conceção foi a representatividade dos exercícios, para o comportamento
em jogo. Neste sentido, foi elaborada uma bateria de exercícios para tre-
ino da tomada de decisão no terreno de jogo, de modo a que os árbitros
e árbitros assistentes fossem colocados perante as mesmas condições que
ocorrem no jogo. Os exercícios elaborados foram posteriormente min-
istrados no Centro de Treino de Lisboa da Liga Portuguesa de Futebol
Profissional (LPFP) aos árbitros e árbitros assistentes da 1.ª categoria
nacional, sendo depois submetidos a uma apreciação por parte desses
árbitros através de um questionário.”
LIVRO
O TREINO DA TOMADA DE DECISÃO
T(ARBITRAGEM)
Ricardo Reis, colunista Desporto&[email protected]
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(ARBITRAGEM)
O NÚMERO DO MÊS: 253
O NÚMERO QUE FAZ DE MESSI O MELHOR MARCADOR DA HISTÓRIA DA LIGA ESPANHOLA
Ricardo Reis, colunista Desporto&[email protected]
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SOFTWARE
ZENPLANNER: SOFTWARE DE GESTÃO DESPORTIVA PARA COMUNIDADES OU GINÁSIO DE FITNESS E MUSCULAÇÃO
gestão desportiva, como a gestão de uma qualquer
empresa ou organização, não sobrevive sem o apoio
de software especializado. Isto acontece e será cada
vez mais uma realidade muito em graças não só à
“digitalização do Mundo” mas sobretudo à necessidade de rapidez
e eficiência em organizações que estão cada vez mais segmenta-
das e criam exponencialmente informação a cada novo ano. Os
gestores e as áreas de gestão apoiam-se, e bem, no software para
gerir o dia-a-dia das suas empresas e os clubes e organizações
desportivas não são uma exceção. Nesta edição apresentamos o
Zenplanner.
Zenplanner é um pacote de software especialmente pensado
para ginásios ou comunidade ligadas ao fitness e permite gerir
um sem número de áreas de uma forma fácil e intuitiva como
são exemplo: o processamento integrado de pagamento, agenda-
mento, gestão de adesão, e-mail e modelos de site, entre muitos
outros. Possibilitando desta forma uma gestão centralizada num
único pacote de software eliminando a mais que certa confusão e
trabalho de compatibilizar várias aplicações, cada uma com a sua
funcionalidade distinta e os seus requisitos específicos.
Com funcionalidades de faturação e de finanças, é também de
grande ajuda para desenvolver e se manter a par das sessões de
treino dos utilizadores das instalações.
Com ajuda integrada e “instrutores” da aplicação sempre dis-
poníveis, assim como uma comunidade forte e sempre disponível,
esta é uma solução perfeita para quem pretende ter num único
pacote de software todas as funcionalidades básicas para gerir o
seu negócio.
A
Pedro M. Silva colunista Desporto&[email protected]
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ZENPLANNER: SOFTWARE DE GESTÃO DESPORTIVA PARA COMUNIDADES OU GINÁSIO DE FITNESS E MUSCULAÇÃO
ONEFOOTBALL: RESULTADOS DE FUTEBOL EM DIRETO
APLICATIVO WEB
sta aplicação Web, tal como o nome indica para
amentes do desporto rei, disponibiliza em tempo
real os resultados dos jogos de futebol de todos
os campeonatos mais importantes e decisivos.
Fundamental para se saber um resultado, ver uma tabela clas-
sificativa, verificar o agendamento dos jogos ou procurar dados
estatísticos sobre as equipas em campo, de forma rápida, simples
e intuitiva. Tem ainda um sistema de atualização em runtime que
permite ao utilizador estar atualizado aos resultados dos jogos que
pretende acompanhar. Permite ainda parametrizar os clubes e ligas
preferidas para que o utilizador tenha acesso imediato aos
seus favoritos.
Em comparação com aplicativos similares, é o sistema de relatório
em direto por texto escrito por diversos jornalistas de renome, que
asseguram a veracidade e a coerência dos textos.
Um dos pontos que podem fazer alguns torcer o nariz ou a feli-
cidade de outros é o interface da aplicação que é algo complexo,
apresentando bastantes opções de customização. Por último, a
opção para receber notificações também esta presente nesta apli-
cação.
E
Pedro M. Silva colunista Desporto&[email protected]
Tiago Dinis, colunista Desporto&[email protected]
Desporto&EsportWWW. DESPORTOEESPORT.COM
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