ESS Jean Piaget Vila Nova de Gaia @ 3º ano de Enfermagem
UC: Geriatria
Docente: Carlos Ferreira
Elaborado por: Cláudia Sofia nº48308
Joana Nunes nº 49140
Marlene Magalhães nº48546
Há uma visão negativa do envelhecimento que pode interferir na
adaptação social, bem estar e postura da sociedade em relação aos
idosos.
O envelhecimento está associado a sentimentos como
proximidade da morte, início da última etapa da vida, sensações
de perda de status ocupacional e económico, que desencadeiam
uma condição depressiva que pode ser acentuada se existirem
sensações de insuficiência, inutilidade, ansiedade e irritabilidade.
Além do mais, envelhecer é um fenómeno natural…
Com o passar dos anos ocorre diminuição das
funções celulares e metabólicas que, por si só, já
afectam as transmissões nervosas no cérebro e a
produção hormonal.
Ao contrario do que muitos dizem, depressão não significa tristeza. A tristeza é um sentimento experimentado por todas as pessoas , em algum momento da vida, que geralmente dura horas ou dias.
A depressão vai muito além disso. É uma doença mental, invade o individuo afectando não só o seu humor, mas também o seu comportamento e pensamento.
Há uma perda de interesse por atividades habitualmente sentidas como agradáveis, perda de energia e cansaço fácil.
Trata-se de uma doença frequente em todas as fases da vida, mas que se vem acentuando em mulheres e entre
indivíduos senis.
Estima-se que cerca de 14 a 20 % tentam o suicídio
Tipos de Depressão
A depressão pode ser:
Episódica
Recorrente
Crónica/Distimia
Em cerca de 20 por cento dos casos torna-se uma
doença crónica.
O tipo de depressão mais comum na velhice é a
depressão ansiosa.
Fatores de Risco
Utentes com episódios de depressão no passado;
Utentes com história familiar de depressão;
Idade;
Utentes do sexo feminino – a depressão é mais
frequente nas mulheres, ao longo de toda a
vida, mas em especial durante a adolescência, no
primeiro ano após o parto, menopausa e pós-
menopausa;
Utentes que sofrem qualquer tipo de perda
significativa, mais habitualmente a perda de alguém
próximo;
Utentes com doenças crónicas;
Utentes com tendência para ansiedade e pânico;
Etiologia
As causas diferem muito de pessoa para pessoa, embora hajam causas que influenciam o aparecimento e a permanência de episódios depressivos, como:
Condições de vida adversa (doença);
O divórcio;
A perda de um ente querido, muitas vezes o companheiro/a de uma vida;
A reforma;
A incapacidade em lidar com determinadas situações ou em ultrapassar obstáculos;
Falta de ocupação;
Algumas doenças podem provocar ou facilitar a ocorrência de episódios depressivos ou a evolução para depressão crónica.
a doença de Parkinson, o cancro, outras doenças mentais.
Manifestações clinicas
Baixa auto-estima
Fadiga, cansaço e perda de energia;
Modificação do apetite (falta ou excesso de apetite);
Perturbações do sono (sonolência ou insónia);
Desinteresse, apatia e tristeza;
Sentimentos de inutilidade, de falta de confiança,
sentimentos de culpa e sentimento de incapacidade;
Alterações do desejo sexual;
Irritabilidade;
Manifestação de sintomas físicos, como dor muscular,
dor abdominal, enjoo.
Falta ou alterações da concentração;
Preocupação com o sentido da vida e com a morte;
Diagnóstico
Pela avaliação clínica do doente, designadamente
pela identificação, enumeração e curso dos sintomas
bem como pela presença de doenças de que
padeça e de medicação que possa estar a tomar.
Não existem meios complementares de diagnóstico
específicos para a depressão, o diagnóstico clínico é
fácil e bastante preciso (devido a sintomatologia do
utente).
Tratamento
“Remédio para os sintomas…
Dialogo para ao problemas”
Intervenções Psicoterapêuticas:
Úteis nas situações ligeiras;
Uso de medicamentos:
São usados antidepressivos, essenciais no tratamento das
depressões moderadas e graves e das depressões crónicas;
Conjugação das duas;
Ocupação diária;
Tem como finalidade reduzir o sofrimento psíquico causado
por esta enfermidade, diminuir o risco de suicídio, melhorar o
estado geral do paciente e também garantir uma melhor
qualidade de vida .
É uma síndrome neurocomportamental decorrente da
quebra transitória de homeostase cerebral, que se inicia
subitamente, tem curso flutuante e se manifesta por
comprometimento global das funções cognitivas, distúrbio
da atenção e do ciclo sono-vigília e atividade psicomotora
anormalmente elevada ou reduzida.
Caracteriza-se pela alteração da atenção, com um período
de instalação muito rápido (horas a dias) e de curta
duração.
Duração média: 10 a 14 dias.
Quase na totalidade, o delirium é um processo que ocorre
após uma doença física grave, intoxicação
medicamentosa e abstinência a hipnossedativos, álcool
ou outra droga de abuso.
Epidemiologia
Diversos estudos mostram que 57 a 80% dos pacientes
idosos com distúrbios cognitivos não são
diagnosticados pela equipa clinica na admissão
hospitalar e, em particular com o Delirium, esta falha
pode chegar a 70%.
À admissão hospitalar, a prevalência varia de 14% a
24% e a incidência durante o período de
internação, de 6% a 56%. Em pacientes internados nos
cuidados intensivos, a incidência é ainda
maior, podendo variar de 70% a 87%.
Taxa de Mortalidade: entre 22% a 57%.
Complicações
O delirium pode ser a única manifestação clínica que dá
origem a:
Enfarte Agudo do Miocárdio;
Pneumonia;
Septicemia;
Ulceras de pressão;
Distúrbios metabólicos e hidroeletrolíticos;
Tempo de internamento superior ao esperado;
Maior taxa de mortalidade;
Fatores de Risco
Idade;
Gravidade da doença física
subjacente;
Limitação/comprometimento
da função cognitiva;
Complicações clínico-
cirúrgicas;
Tempo de internamento
hospitalar;
Etiologia
• Desidratação
• Mau estado nutricional
• Hipoalbuminémia
• Distúrbios hidroeletrolíticos
• Internamento
• Restrição física
• Cateterismo vesical
• Múltiplos procedimentos
hospitalares (cirúrgias)
• Dor
• Stresse emocional
• Privação prolongada de sono
• Infecções
• Hipnóticos
• Tratamento com múltiplas
drogas
• Abstinência de álcool ou drogas
• AVC (principalmente em
hemisfério não dominante)
• Hemorragia intracraniana
• Meningite e encefalite
• Doença aguda grave
• Hipóxia
• Choque
• Febre ou hipotermia
• Anemia
• Drogas anticolinérgicas
• Narcóticos
Classificação
Hipoactivo: confusão mental, sedação. Letargia com
evidente perda muscular.
Hiperativo: agitação psicomotora com presença de alucinações e delírios.
Misto: alterna períodos de hipo e hiperativo.
Sinais e Sintomas
Sonolência;
Torpor;
Distúrbio do ciclo sono-vigília;
Alterações do comportamento psico-motor;
Agitação;
Confusão, com discurso incoerente e desorganizado;
Alterações emocionais: Apatia, ansiedade, medo, euforia, irritabilidade;
Alteração da memória;
Alucinações ilusões e delírios;
Tremor;
Diagnóstico
De acordo com a versão mais recente do Manual Estatístico e
Diagnóstico da Associação Psiquiátrica Americana (DSM-
IV), para o diagnóstico de delirium requer-se a presença de
quatro características fundamentais.
As três primeiras características definem a síndrome de delirium e
a quarta, a sua provável etiologia: doença física, toxicidade
medicamentosa, abstinência, múltiplas etiologias e, no caso de
não se poder atribuir a nenhuma causa, sem outra especificação
(SOE).
A. Distúrbio da consciência (diminuição da perceção do ambiente) com diminuição na
capacidade para focar, manter ou mudar a atenção.
B. Uma alteração na cognição (tal como uma deficiência de memória, desorientação, ou distúrbio
de linguagem) ou o desenvolvimento de um distúrbio da perceção que não possa ser atribuído a
uma demência preexistente, estabelecida ou em evolução.
C. O distúrbio desenvolve-se em curto espaço de tempo (usualmente horas a dias) e tende a flutuar
durante o curso do dia.
D. Há evidência na história, exame físico ou exames laboratoriais de que o distúrbio seja causado
pelas consequências fisiológicas diretas de uma condição clínica geral qualquer.
Diagnóstico (cont.)
Dosagem sanguínea de drogas;
Hemoculturas;
TAC ao crânio;
Gasometria;
Hemograma;
Avaliação da glicemia e urina;
Tratamento
NÃO FARMACOLÓGICO:
Proporcionar ambiente calmo e tranquilo;
Uso de relógios e calendários;
Ouvir o utente;
Atividades de orientação diárias;
Presença de objetos de família;
Reorientação verbal frequente;
Envolvimento da família nos cuidados;
Mobilização precoce;
Permitir tempo necessário de sono, sem interrupções;
Presença de janelas com claridade;
Restrição mecânica (em último recurso!!)
FARMACOLÓGICO:
Anti psicótico: haldol e risperidona;
Diagnósticos de Enfermagem
Perturbações da autoestima relacionada com
sentimento de impotência secundário a uma
doença, perda demonstrada;
Alteração da comunicação verbal, relacionada com
sentimento de impotência secundário ao isolamento
social demonstrada;
Sofrimento espiritual, relacionada com o faltar á missa
ou outra incapacidade demonstrada;
Falta de distrações relacionada com o isolamento
social demonstrada;
Adesão ao regime terapêutico não-demonstrado
Intervenções
Incentivar utente a:
Tomar consciência da sua identidade;
Manter a esperança;
Ter algum controlo sobre a sua vida;
Ter uma boa imagem de si e do seu valor,
Ultrapassar o sentimento de impotência;
Reavaliar o seu papel e o das pessoas mais próximas;
Alargar o grupo de suporte;
Estabelecer um horário de vida e de atividades quotidianas;
Implicar a família e pessoas próximas no
acompanhamento do doente;
Quando a velhice chegar, aceita-a, ama-a . Ela é abundante
em prazeres se souberes amá-la. Os anos que vão
gradualmente declinando estão entre os mais doces da vida
de um homem, Mesmo quando tenhas alcançado o limite
extremo dos anos, estes ainda reservam prazeres.
Sêneca
Bibliografia
Depressão no Idoso, in
http://www.unifesp.br/dpsiq/polbr/ppm/atu3_02.htm;
Outubro/2013.
Depressão no Idoso, in
http://www.famerp.br/projis/grp19/depressao_idoso.h
tml; Outubro/2013
Delirium, in
http://www.saudemental.net/depressao_idoso.htm;
Outubro/2013
BERGER Louise, MAILLOUX-POIRIER Danielle; Pessoas
Idosas – Uma abordagem global; Lusodidacta; 1995.