DÉCADA DE AÇÃO PELA SEGURANÇA NO TRÂNSITO
Rio de Janeiro, 20 de Junho de 2012
Dr. Luiz Augusto Galvão Gerente da Área de Desenvolvimento
Sustentável e Saúde AmbientalOPAS – Washington, DC
ESTRUTURA DESTA APRESENTAÇÃO
1. Envolvimento mais recente do setor saúde com as questões do trânsito: OMS e OPAS;
2. Magnitude e Impacto das lesões e mortes no trânsito;
3. A particularidade do quadro da Região das Américas;
4. A Década de Ação pela Segurança no Trânsito
A Opas:
A Organização Pan-Americana da Saúde é um organismo internacional de saúde pública com um século de experiência, voltado a melhorar as condições de saúde dos países das Américas.
Também atua como Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde para as Américas e faz parte dos sistemas da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Organização das Nações Unidas (ONU).
Possui 36 Estados Membros, além de participantes e observadores.
Regional Office of the
World Health Organization
Pan AmericanHealthOrganization
PanamáParaguaiPeruRepublica DominicanaSanta Lucia San Vicente e Granadinas Saint Kitt e NevisSurinameTrinidad e Tobago UruguaiVenezuela
ESTADOS PARTICIPANTES França Países Baixos Reino Unido
ESTADOS OBSERVADORES Espanha Portugal
ESTADOS MEMBROS1. Antígua e
Barbuda2. Argentina3. Bahamas4. Barbados5. Belize6. Bolívia7. Brasil8. Canada9. Chile10. Colômbia11. Costa Rica12. Cuba13. Dominica14. El Salvador 15. Equador16. Estados Unidos17. Granada18. Guatemala19. Guiana20. Haiti21. Honduras22. Jamaica23. México24. Nicarágua
ENVOLVIMENTO MAIS RECENTE DA OPAS/OMS NA SEGURANÇA DO TRÂNSITO
19621: Primeiras incursões da OMS na questão. Em 1974: entendimento dos acidentes trânsito como um problema de saúde pública (Res. WHA27.59).
Em 2004 pela 1ª vez, o Dia Mundial da Saúde é dedicado à Segurança no Trânsito.
Em 14/04/2004:
inédita Sessão Plenária da Assembleia Geral das Nações Unidas, voltada ao tema, seguida de uma Resolução da ONU conclamando os países membros a uma ação mais vigorosa em relação à questão da morbimortalidade no trânsito
O RELATÓRIO MUNDIAL SOBREPREVENÇÃO DE LESÕES NO TRÂNSITO
O Dia Mundial de Saúde de 2004 marcado pela publicação do Relatório Mundial Sobre Prevenção de Lesões Causadas no Trânsito;
Foi um projeto envolvendo especialistas nas áreas de saúde, transporte, engenharia, segurança pública, educação e outras.
Descrição do impacto global, fatores de risco, intervenções conhecidas e recomendações;
Objetivo: chamar atenção para a magnitude e a previsibilidade do problema e apresentar as estratégias de intervenção.
Importante: mudanças no paradigmas da ação preventiva no trânsito
PANORAMA DESCRITO RELATÓRIO MUNDIAL SOBRE PREVENÇÃO DE LESÕES NO TRÂNSITO
NO RELATÓRIO, AS BASES DAS PREOCUPAÇÕES DA OMS:
Estimativas de 1,3 milhão de mortos e 50 milhões de feridos/ano no trânsito no mundo;
Acidentes: 3ª causa de mortes na faixa de 30-44 anos; 2ª na faixa de 5-14 e 1ª na faixa de 15-29;
Custos entre 1-3% dos PIBs (custo global US$ 518 bi/ano);
Relação como aumento dos índices de motorização dos países em desenvolvimento (com mais desigualdades, limitações infraestruturais e institucionais).
PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO: QUADRO MAIS PREOCUPANTE
PRINCIPAIS ATINGIDOS:
Usuários mais vulneráreis das vias (nos países mais pobres: até 70% dos óbitos);
Países mais pobres, com menores condições de arcar com os custos da morbimortalidade no trânsito;
Segmentos sociais menos favorecidos: populações com menor acesso a atendimentos emergenciais e pós-traumáticos.
IMPACTO NO SETOR SAÚDE NOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO
Estimativa OMS: para cada morte: 70 atendimentos de emergência e 15 internações;
Sobrecarga de prontos-socorros, setores de radiologia, fisioterapia; reabilitação;
Trânsito:
Cerca de 50% da ocupação dos centros cirúrgicos;
30%-86% das hospitalizações (média 20 dias de internação).
IMPACTO NO SETOR SAÚDE NOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO (CONT.)
CUSTOS MENOS TANGENCIÁVEIS:
Sofrimento humano;
Impacto nos círculo de convivência direto e indireto;
Estudo da FEVR*:
85-90% das famílias de falecidos/ incapacitados tiveram a condição de vida muito deteriorada; distúrbios de saúde, físicos e psicológicos, sem melhorias significativas ao cabo de 3 anos* FÉDÉRATION EUROPÉENNE DES VICTIMES DE LA ROUTE
Study of physical, psychological and material secondary damage inflicted on victims and their families by road crashes. Geneva, 1993.
2009: INFORMES SOBRE O ESTADO DA SEGURANÇA NO TRÂNSITO
NOVAMENTE: SITUAÇÃO PREOCUPANTE NOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO:
90% das mortes ocorrem em países de média e baixa renda, que detém menos da metade da frota, e possuem taxas entre 19 e 21 óbitos por 100 mil habitantes.
8.5%
49.5%41.9%
Mortos por Acidente de Trânsito
Países de Alta Renda
Países de Média Renda
Países de Baixa Renda
52.1%38
.7%
9.2%
Veículos Registrados
Fonte: WHO. Global status report on road safety: time for action. Geneva: WHO, 2009.
PONTOS DESTACADOS DOS INFORMES
POSTOS DESTACADOS DOS INFORME (CONT.)
O compartilhamento dos espaços de circulação dos modos motorizados com pedestres e ciclistas potencializa as colisões e os atropelamentos.
Vítimas mais frequentes: jovens e adultos jovens do sexo masculino pertencentes a segmentos com menos acesso a serviços de saúde e por consequência, de recuperação e retorno ao trabalho.
Com mortes e incapacitações: perda de arrimos, órfãos e perpetuação dos ciclos de pobreza Incidentes no trânsito são um problema de saúde que tornam-se problema sociais graves.
POSTOS DESTACADOS DOS INFORME (CONT.)
Historicamente, as medidas tem sido voltada a ocupantes de carros. No entanto, metade das vitimas fatais são pedestres, ciclistas, motociclistas, e usuários de transporte público – particularmente no países em desenvolvimento (ex: Peru 78% pedestres)
Pouco se fez em relação a estes segmentos mais vulneráveis.
Projeção: até 2030, em não se agindo energicamente, serão 2,4 milhões de óbitos/ano no trânsito, que passará da 9ª para a 5ª causa de óbitos no planeta.
PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTE - 2004 E PROJEÇÃO PARA 2030
2004 2030
1 Cardiopatia isquêmica 1 Cardiopatia isquêmica
2 Doenças cérebrovasculares 2 Doenças cérebrovasculares
3 Infecções vias resp. inferiores 3 Enferm. pulmonar obstrutiva crônica
4 Enferm. pulmonar obstrutiva crônica 4 Infecções vias resp. inferiores
5 Enfermidades diarréica 5 Traumatismos no trânsito
6 HIV/AIDS 6 Cânceres traqueia/brônquios/pulmões
7 Tuberculose 7 Diabetes Mellitus
8 Cânceres traqueia/brônquios/pulmões 8 Enfermidade cardíaca hipertensiva
9 Traumatismos no trânsito 9 Câncer de estômago
10 Prematuridade e baixo peso ao nascer 10 HIV/AIDS
Fonte: World health statistics 2008 apud WHO. Global status report on road safety:
time for action. Geneva: WHO, 2009.
O INFORME GLOBAL SOBRE O ESTADO DA SEGURANÇA NO TRÂNSITO NAS AMÉRICAS
DESDOBRAMENTO DO INFORME GLOBAL, DESTACANDO A SITUAÇÃO TRÂNSITO NAS AMÉRICAS (2009):
Resultados de 32 países da Região das Américas (99% da população da Região):
O trânsito responde por cerca de 140 mil mortes 5 milhões feridos por ano nas Américas;
Os acidentes são uma das primeiras causas de morte na Região, sobretudo na população de 5 a 44 anos;
SITUAÇÃO NA REGIÃO DAS AMÉRICAS
Estimou-se, na Região, uma taxa ajustada de 15,8 mortes por 100.000 habitantes. Mas há uma diferença entre os países, com variações de 4,3 a 21,8 por 100 mil habitantes.
Onze países (incluindo o Brasil) têm uma taxa mais elevada do que a média para a região.
Fonte: OPS. Informe sobre el Estado de la Seguridad Vial en la Región de las Américas. OPS. Washington, DC, 2009.
EUA
Canadá
Rep. Dominica
na
Porto Rico Cuba
Ilhas V
irgens B
ritânica
s
Guyana
Suriname
Sta. Lúcia
Trinidad yT
obago
Bahamas
Jamaica
Barbados
San Vicente e G
ranadinas
ParaguaiBrasil
ArgentinaChile
Uruguai
México
Belize
Costa Rica
Guatemala
Nicarágua
Honduras
Panamá
El Salva
dor
Venezuela
Peru
Bolívia
Colômbia
Equador0
5
10
15
20
25
13.9
8.8
17.3
12.8
8.6
21.7
19.9
18.317.6
15.514.5
12.3 12.2
6.6
19.7
18.3
13.7 13.7
4.3
21.7
15.6 15.414.7
14.213.5
12.7 12.6
21.8 21.5
16.7
11.7 11.7
Média regional
15,8
Fonte: OPS. Informe sobre el Estado de la Seguridad Vial en la Región de las Américas. OPS. Washington, DC, 2009.
TAXA DE MORTALIDADE POR 100.000 HABITANTES AJUSTADA SEGUNDO SUB-REGIÃO DA OPAS 2006-2007
1ª CONFERÊNCIA MINISTERIAL MUNDIAL SOBRE SEGURANÇA NO TRÂNSITO
Em Novembro de 2009:
1ª Conferência Ministerial Mundial sobre Segurança no Trânsito
Ao fim: Declaração de Moscou:
estimula a aplicação das recomendações dos Informes Mundiais de 2009;
Convida Assembleia Geral da ONU a declarar a "Década de Ação para a Segurança Viária 2011-2020” visando estabilizar e reduzir a mortalidade no trânsito.
ONU ACOLHE A DECLARAÇÃO DE MOSCOU
WEBSITE E LINKS DA “DÉCADA”
http://www.who.int/roadsafety/decade_of_action
PLANO DE AÇÕES
Um Plano Mundial foi proposto para se tomar como base para iniciativas nacionais e locais, descrevendo medidas para melhorar a segurança das vias e dos veículos, melhorar os serviços de emergência e criar capacidade de gestão da segurança das vias em geral.
Se aplicado de maneira satisfatória, as atividades do Plano Mundial permitirá salvar 5 milhões de vidas e evitar 50 milhões feridos graves.
CINCO PILARES BÁSICOS
O Plano de Ações para a “Década” é recomendado a partir de intervenções em Cinco Pilares
1. Gestão da Segurança no Trânsito
2. Infraestrutura Viária Adequada
3. Segurança Veicular
4. Comportamento/Segurança do Usuário
5. Atendimento Pré/Hospitalar/Pós
REDUÇÃO DESEJADA PARA A DÉCADA
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6
1.8
2.0
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
5 milhões de vidas salvas
Aumento projetado caso não haja ações
Redução esperada para a
Década
Mor
tes
no tr
ânsi
to (M
ilhõe
s)
METAS MUNDIAIS DA DÉCADA DE AÇÕES PELA SEGURANÇA NO TRÂNSITO 2011-2020
LANÇAMENTO DA DÉCADA
Em 11 de maio 2011 a “Década” Instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas foi lançada globalmente;
Governos, sociedade civil, ONGs e empresas em mais de 100 países celebraram lançamento da em vários eventos nacionais e locais.
É uma uma oportunidade histórica para inverter uma tendência. Caso não se haja firmemente em relação ao problema, projeta-se que até 1,9 milhão de vidas serão perdidas no trânsito em 2020.
EXPECTATIVAS SOBRE O BRASIL
Do Brasil, seja em pelo de seu novo posicionamento no panorama mundial, seja em função de sua condição de país em acelerado desenvolvimento e crescente taxas de motorização, muito se espera quanto ao seu posicionamento frente a esta mobilização.
A Opas vem dando apoio na forma de cooperação técnica, projetos, intercâmbios entre outras iniciativas.
Lançamento da Década em Brasília: Presentes Ministros da Saúde, das Cidades, Denatran,
SVS/MS, Opas/OMS no Brasil
Luiz Augusto GalvãoGerente da Área de Desenvolvimento Sustentável e Saúde AmbientalOPAS – Washington, DC
Obrigado!
BRASIL. Saúde Brasil 2007: uma análise da situação de saúde no Brasil/ Ministério da Saúde, SVS, DASIS. Brasília: Ministério da Saúde, 2007. Disponível em http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/saude_brasil_2007.pdf
FÉDÉRATION EUROPÉENNE DES VICTIMES DE LA ROUTE Study of physical, psychological and material secondary damage inflicted on victims and their families by road crashes. Geneva, 1993.
NORMAN LG. Road traffic accidents: epidemiology, control, and prevention. Geneva, WHO, 1962.
OPS. Informe sobre el Estado de la Seguridad Vial en la Región de las Américas. OPS. Washington, DC, 2009. Disponível em http://www.who.int/violence_injury_prevention/road_safety_status/2009/gsrrs_paho.pdf
PEDEN MM, World Health Organization. Injuries and Violence Prevention Dept. World report on road traffic injury prevention. Geneva;WHO, 2004. Disponível em http://whqlibdoc.who.int/publications/2004/9241591315.pdf
Resolution WHA27.59. Prevention of road traffic accidents. In:Twenty-seventh World Health Assembly, Geneva, 7–23 May 1974. Geneva, World Health Organization, 1974. Disponível em: http://www.who.int/violence_injury_prevention/media/en/171.pdf
Tight, M.; M. Page; A. Wolinski. e R. Dixey. Casualty reduction or danger reduction: conflicting approaches or means to achieve the same ends? Transport Policy 1998; 5(3): 185-192.
WHO. Global status report on road safety: time for action. Geneva: WHO, 2009. Disponível em http://www.who.int/violence_injury_prevention/road_safety_status/2009/en
WHO. Ottawa Charter for Health Promotion. In: First International Conference on Health Promotion Ottawa, 21 November 1986 - WHO/HPR/HEP/95. Disponível em: http://www.who.int/hpr/NPH/docs/ottawa_charter_hp.pdf
World health statistics 2008. Disponível em http://www.who.int/whosis/whostat/2008/en/index.html
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Top Related