O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
A Contribuição da Educação Física no Desenvolvimento e na Aprendizagem em Crianças com Transtornos de Déficit de Atenção
e Hiperatividade
Marli Ferreira da Silva1
Márcia Marques Dib2
RESUMO
O presente artigo é resultado de um processo de estudo decorrente da participação no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) no período 2009-2010, de iniciativa da Secretaria de Estado do Paraná, realizado na Universidade Estadual de Londrina, área curricular de Educação Física. Houve abordagem qualitativa por meio da pesquisa ação, desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. A elaboração do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola procurou favorecer o processo de construção de saberes dos alunos com diagnóstico do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Para atingir o proposto, decidiu-se pela implementação através da construção de um Caderno Pedagógico, tendo como objetivo levar a uma reflexão e construção da implementação das Atividades de Educação Física escolar, no desenvolvimento e na aprendizagem da criança com TDAH atendidas na Sala de Recursos. A implementação do referido projeto se fez no Colégio Estadual “Dr. Gabriel C. Martins” Ensino Fundamental e Médio, da rede pública estadual. Os trabalhos foram desenvolvidos com metodologias e estratégias diferenciadas, buscando nas áreas das Inteligências Múltiplas através do lúdico, envolvendo os alunos em jogos construídos em torno das ideias de Howard Gardner (2000 apud GÁSPARI, 2004). Como resultado, verificou-se que os alunos com diagnóstico do TDAH atendidos na Sala de Recursos e participantes do projeto, quando estimulados com conteúdos novos e estimulantes, tiveram uma maior interação professor-aluno, aluno-aluno, favorecendo a criação de alternativas diferenciadas; sendo possível desenvolver a criatividade, socialização, percepção, raciocínio lógico/dedutivo, memória e a auto-estima.
1 Prof. PDE 2009 na área de Educação Física, graduada pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Arapongas – Paraná FAFLICLA, professora QPM, atua no Colégio Estadual “Dr. Gabriel Carneiro Martins” Ensino Fundamental e Médio – Londrina/Pr.2 Prof. PDE,UEL Profª. Ms. Márcia Marques Dib. Graduada: Educação Física – Universidade do Norte do Paraná/UNOPAR/Londrina . Especialista: Gestão Universitária – Instituto Politécnico José A. Echeverría – ISPJAE/Cuba em parceria com a Universidade Norte do Paraná/UNOPAR. Educação Física Infantil – Universidade Estadual de Maringá – UEM/PR. . Mestre: Ciência do Movimento Humano – Pedagogia do Movimento – Universidade Federal de Santa Maria/RS . Diretora Acadêmica da Faculdade Integrada INESUL/Londrina/PR . Docente efetiva da Universidade Estadual de Londrina – UEL/PR . Áreas de atuação acadêmica: Ludicidade, Motivação, Psicomotricidade, Educação Inclusiva, Educação Física Infantil, Gestão.
Palavras-chave: Educação Física Escolar, Déficit de Atenção e Hiperatividade, Ludicidade, Sala de Recursos.
INTRODUÇÃO
A principal prioridade do referido projeto, no qual a Educação Física ficou
inserida na Sala de Recursos no período de dezessete a vinte e sete de agosto de
dois mil e dez, foi a contribuição da área na construção de saberes dos alunos com
diagnóstico do Transtorno de déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Consistiu em um resultado de um processo de estudos decorrente da
participação do Programa de Desenvolvimento (PDE) de iniciativa da Secretaria de
Estado da Educação do Paraná, realizado na Universidade Estadual de Londrina
(UEL) na área de Educação Física.
O resultado do processo de estudo foi a implementação, através da
construção de um Caderno Pedagógico, com o intuito de levar a uma reflexão e
construção da implementação das atividades de Educação Física escolar, na
aprendizagem da criança e adolescente com diagnóstico do TDAH atendidos na
Sala de Recursos.
A proposta buscou aliar dois importantes recursos, ou seja, a utilização do
lúdico em torno das Inteligências Múltiplas.
Os trabalhos foram desenvolvidos com metodologia e estratégias
diferenciadas envolvendo os alunos em jogos construídos em torno das ideias de
Howard Gardne (2000) e Gáspari (2004), os quais propõem que, na Teoria das
Inteligências Múltiplas, o ser humano detém, potencialmente, as inteligências lógica-
matemática, linguística, espacial, corporal-cinestésica, pessoal (inter e intra),
musical, e naturalística.
Todas essas inteligências são independentes, porque requisitam áreas
específicas no cérebro humano, porém, mantém interdependência entre si.
É nesta vertente que se acredita que o professor de Educação Física
poderá contribuir de forma significativa com sua experiência e ferramentas
pedagógicas que propicie na área das Inteligências Múltiplas o estimulo através do
lúdico na aprendizagem, e a auto-estima do aluno com TDAH, tornando assim, as
aulas de Educação Física excelentes oportunidades de relacionamento, convívio e
respeito entre as diferenças, de desenvolvimento de ideias e de valorização
humana, principalmente para que o outro seja respeitado em sua essência.
Tem-se que o professor de Educação Física trabalha, de modo mais
significativo, os diversos estímulos ambientais que interferem no desenvolvimento
físico, cognitivo, intelectual e emocional da criança, pois, conhece a verdadeira idade
cognitiva das crianças que tem ao seu redor.
É sabido que, o conhecimento é algo inacabado e em constante movimento.
Como profissionais da Educação, esperamos que este trabalho seja o início de uma
proposta, possibilitando sua ampliação com sugestões do professor de Educação
Física, enriquecendo e aprimorando cada vez mais estes achados.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Educação Física Escolar
Ao final da década de 80, início dos anos 90, uma nova concepção de
Educação Física começou a ser estruturada. Verificando as influências que o meio
físico e social traziam sobre o desenvolvimento humano alguns autores acreditam
que essa concepção teve como característica a observação do homem como ser
integrado no meio físico e social, sendo constantemente modificado por ele e, ao
mesmo tempo, servindo a ele próprio como agente modificador de seu meio
(GOMES; ALMEIDA, 2001).
Assim, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) em seu
artigo 26, § 3º, dispõe que: “a Educação Física, integrada à proposta pedagógica da
escola, é componente curricular obrigatório da Educação Básica, ajustando-se às
faixas etárias e às condições da população escolar”.
Com isso, a Educação Física Escolar tem por objetivo, contribuir na
formação geral dos estudantes, através do desenvolvimento de cultura das
capacidades motoras, cognitivas, afetivas e sociais, visando à aquisição do hábito
da prática regular de atividades físicas como componente fundamental da educação
para uma vida saudável.
Dentro do contexto abordado, em função das características peculiares de
pessoas com necessidades especiais, foram elaboradas em 2001, as Diretrizes
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, para o atendimento aos
alunos que apresentam necessidades educacionais especiais, como os com TDAH,
por exemplo (BRASIL, 2001).
2.2 Inclusão
Quando se fala em inclusão escolar, está-se referindo a construir todas as
formas possíveis por meio das quais se busca, no decorrer do processo educacional
escolar, de minimizar o processo de exclusão, maximizando a participação do aluno
dentro do processo educativo e produzindo uma educação consciente para todos,
levando em consideração quaisquer que sejam as origens e barreiras para o
processo de aprendizagem (SANTOS; PAULINO, 2006).
A inclusão educacional trata do direito à educação, comum a todas as
pessoas e o direito de receber a educação, sempre que possível, junto com as
demais pessoas nas escolas regulares. As tendências mais recentes de ensino são,
segundo Serra (2006):
a) integração/inclusão do aluno com necessidades especiais
preferencialmente no sistema de ensino e, se isto não for possível em
função do educando, realizar o atendimento em classes e escolas
especializadas;
b) ampliação do regulamento das escolas especiais para prestarem apoio e
orientação aos programas de integração, além do atendimento específico;
c) melhoria da qualificação dos professores do ensino fundamental;
d) expansão da oferta dos cursos de formação/especialização pelas
universidades e escolas normais.
Os alunos são oriundos de uma sociedade multicultural, com várias
possibilidades: a diversidade familiar, culturas de raças, etc. Torna-se um marco
para a prática de inclusão evitar um ensino elitista, autoritário e positivista,
respeitando a identidade cultural e a experiência social do corpo discente (SANTOS;
PAULINO, 2006).
Como pode ser verificado, não existe um estado de inclusão permanente.
Toda inclusão é sempre temporária e precisa ser revista de maneira contínua para
evitar que os processos e mecanismos de exclusão social retornem (SILVAb, 2006).
Segundo Santos e Paulino (2006) igualdade, um dos fundamentos da
Educação Inclusiva, não é tornar igual. Ao contrário, as diferenças, em vez de
inibidas, são valorizadas.
A inclusão em educação é favorecida pela expressão plena da criatividade
do professor. Assim, quanto mais criativo é o professor, mais tenderá a estar aberto
a novas experiências e orientar-se em função de atitudes inclusivas. Moita (1992, p.
115) defende a idéia de que “o papel dos professores é um dos elementos principais
para que o processo de inclusão em educação realmente ocorra.” Nesse contexto, a
formação do profissional envolvido com a Educação é de fundamental importância, a
meu ver, o futuro da escola inclusiva, implica no comprometimento da família, escola
e sociedade.
2.3TDAH
O termo “TDAH” surgiu de tentativas iniciais de descrever comportamentos
desatentos e excessivamente ativos, e é definido no Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais (MDETM), sendo compreendido em relação à
desatenção, à hiperatividade e à impulsividade (FARRELL, 2008). O problema
atinge um grande número de crianças e adolescentes, que vêem o seu desempenho
acadêmico prejudicado pela doença e muitas vezes sequer sabem que são
portadores.
Os sintomas de TDAH são sintomas de desatenção, de hiperatividade, de
inquietude e impulsividade encontradas com mais intensidade nas crianças
portadoras de TDAH, do que nas crianças em geral.
São os professores das primeiras séries do ensino fundamental que se
deparam com alunos que não pára quieto um instante, sai do lugar que incomoda a
aula atrapalhando o bom andamento, não dando a mínima para o que está sendo
ensinado e ainda incomoda os colegas. “A criança com TDAH possui plena
capacidade de desenvolver seu potencial criativo, porém, sempre que perde a
atenção, deixa seu projeto pela metade, faltando assim, a conclusão” (FARREL,
2008, p. 77).
As crianças hiperativas compartilham deficiências que englobam a
dificuldade de prestar atenção, de controlar o corpo e as emoções e de pensar antes
de agir. Na idade escolar, a criança hiperativa começa a se aventurar no mundo e já
não tem a família para agir como um amortecedor, e precisa agora aprender a lidar
com as regras, a estrutura e os limites de uma educação organizada (GOLDSTEIN;
GOLDSTEIN, 1994).
Permitir recreios e pausas durante o trabalho da turma parece ajudar a
reduzir a desatenção e deixar espaço para a necessidade de atividade associada à
impulsividade. Pesquisas indicam que os alunos com TDAH podem sustentar o
esforço e a concentração em situações estruturadas e controladas em que a
atividade é estimulante, mas acham particularmente difícil retornar a uma atividade
depois que se distraem (FARREL, 2008).
observa-se, também, os sintomas de desatenção em várias atividades comuns: dificuldade de prestar atenção a detalhes ou cometer erros por descuido em atividades escolares; não conseguir acompanhar instruções longas e/ou não terminar as tarefas escolares ou domésticas; apresentar grandes dificuldades em organizar as tarefas; evitar ou relutar em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental por um longo período; perder com facilidade coisas importantes para a realização de tarefas; distrair-se com facilidade com estímulos alheios a tarefa e esquecer as tarefas ou atividades diárias (ANDRADE, 2003, p. 77).
A desatenção leva à distração, ao “sonhar acordado” e à dificuldade de
persistir em uma única tarefa por um período mais prolongado de tempo
(ANDRADE, 2003).
Apesar do fato de que as crianças com TDAH cometem muitos erros por
desatenção, Mattos (2004, p. 36) defende que “elas não têm dificuldades de
compreensão e, quando se esforçam mais ou conseguem controlar os sintomas, têm
um desempenho normal”. Complementa afirmando que “os portadores de TDAH têm
mais problemas de comportamento do que de notas”.
TDAH com predomínio de desatenção é mais frequente no sexo feminino e
parece apresentar uma taxa mais elevada de comprometimento acadêmico [...] nível
mais alto de isolamento e retraimento (ANDRADE, 2003).
As crianças com TDAH com predomínio de sintomas de
hiperatividade/impulsividade, são mais agressivas que as crianças com um dos
outros dois tipos, tendendo a apresentar altas taxas de rejeição pelos colegas e
sofrer impopularidade (ANDRADE, 2003).
Embora caracterizado por sintomas de desatenção, hiperatividade e
impulsividade, a existência de diferentes quadros clínicos, bem como as várias
possibilidades de tratamento, indica que, pelo menos ao nível fenótipo, O TDAH é
uma patologia bastante heterogênea. Isso quer dizer que fatores genéticos e
ambientais diferentes devem atuar na manifestação das características que
compõem os vários quadros clínicos de TDAH (SCHMITZ; POLANCZYK; HUTZ,
2003).
Muitas crianças hiperativas vivenciam uma ampla gama de problemas
comportamentais ou emocionais secundários na escola, como consequência de sua
incapacidade de satisfazer as exigências na sala de aula. Esses problemas muitas
vezes se desenvolvem em resposta a fracassos freqüentes e repetidos. Como
resposta, algumas crianças tornam-se deprimidas e retraídas, enquanto outras se
tornam irritadas e agressivas (GOLDSTEIN; GOLDSTEIN, 1994).
O portador do TDAH tem déficits que dificultam que ele se comporte ou
realize as tarefas do mesmo modo que as outras crianças. Portanto, é importante
tentar amenizar o impacto do TDAH tanto na vida acadêmica da criança quanto em
sua vida social. Desse modo, os professores devem dar tratamento diferenciado ao
aluno, que aumente suas chances de ser bem-sucedido, apesar de seus déficits
(MATTOS, 2002).
Embora caracterizado por sintomas de desatenção, hiperatividade e
impulsividade, a existência de diferentes quadros clínicos, bem como as várias
possibilidades de tratamento, indica que, pelo menos ao nível fenótipo, O TDAH é
uma patologia bastante heterogênea. Isso quer dizer que fatores genéticos e
ambientais diferentes devem atuar na manifestação das características que
compõem os vários quadros clínicos de TDAH (SCHMITZ; POLANCZYK; HUTZ,
2003).
Muitas crianças hiperativas vivenciam uma ampla gama de problemas
comportamentais ou emocionais secundários na escola, como conseqüência de sua
incapacidade de satisfazer as exigências na sala de aula. Esses problemas muitas
vezes se desenvolvem em resposta a fracassos freqüentes e repetidos. Como
resposta, algumas crianças tornam-se deprimidas e retraídas, enquanto outras se
tornam irritadas e agressivas (GOLDSTEIN; GOLDSTEIN, 1994).
Neste sentido, esta proposta visa apresentar através da Educação Física
uma possibilidade de trabalhar com a diversidade, buscando nas Inteligências
Múltiplas o despertar das suas capacidades e no lúdico como facilitador da
aprendizagem a fim de proporcionar ao aluno com TDAH estímulos significativos ao
desenvolvimento cognitivo, físico e social
2.4 Sala de Recursos
A Educação Física pode ser trabalhada em espaços diferentes, entre eles a
Sala de Recursos, na qual é possível trabalhar a Educação Física de maneira lúdica,
com atividades que possibilitem estimular o movimento e a imaginação lúdicas:
sair/entrar, subir/descer, construir/derrubar, falar/ouvir, rir/chorar, puxar/ empurrar,
andar/parar, levantar/sentar, pegar/soltar, esconder/achar, etc., para que se perceba
a infinidade de ações que se pode propiciar numa situação de ensino/aprendizagem
(SCHWARTZ et al., 2004).
O serviço ocorrido na Sala de Recursos, realiza-se em escolas, em local
dotado de equipamentos e recursos pedagógicos adequados às necessidades
educacionais especiais dos alunos, podendo estender-se a alunos de escolas
próximas, nas quais ainda não exista esse atendimento. Pode ser realizado
individualmente ou em pequenos grupos, para alunos que apresentem necessidades
educacionais especiais semelhantes, em horário diferente daquele em que
freqüentam a classe comum (BRASIL, 2001).
O professor da Sala de Recursos deve elaborar o planejamento pedagógico
individual, com metodologia e estratégias diferenciadas, organizando-o de forma a
atender as intervenções pedagógicas sugeridas na avaliação de ingresso e/ou
relatório semestral (PARANÁ, 2008). É imprescindível que o professor da sala de
recursos passe orientação ao professor da sala regular para adequar as estruturas
das tarefas de maneira que o aluno com TDAH, possa manejar com mais eficácia
suas dificuldades.
2.5 Inteligências Múltipas
O especialista em inteligência e cognição Celso Antunes, que teve seus
trabalhos desenvolvidos segundo a definição da Teoria das Inteligências Múltiplas
de Howard Gardne, afirma que: “a mente humana abriga diferentes inteligências que
a INTELIGÊNCIA não é uma propriedade única na mente humana, mas que elas se
interagem entre as competências intelectuais e as inteligências” (apud ANTUNES,
2003).
Gardner (2000 apud GÁSPARI, 2004) propõe, na Teoria das Inteligências
Múltiplas, que o ser Humano detém, potencialmente, as inteligências: lógico-
matemática, linguística, espacial, corporal-cinestésica, pessoal (intra e inter),
musical, naturalista. Todas são independentes, porque requisitam áreas especificas
no cérebro humano, porém, mantêm interdependentes entre si.
O desenvolvimento das inteligências se processa de maneira mais
acentuada quando premiadas pela oportunidade de estímulos (ANTUNES, 2003).
Ainda segundo Antunes (2003) a Inteligência lógico-matemática se
manifesta através da facilidade para o cálculo, na capacidade de se perceber a
geometria nos espaços, na satisfação revelada por muitos em criar e solucionar
problemas.
A inteligência linguística ou verbal se manifesta pela facilidade em organizar
palavras em uma sentença e pelo sentido de verdadeira “arquitetura” com que
poetas e escritores constroem imagens verbais. Antunes (2003) explica que sua
presença é inerente a todos os seres humanos, mas em alguns, bem mais
nitidamente que em outros, mesmo quando às vezes revelam carências
vocabulares.
A corporal-cinestésica está presente nos atletas, atores, cirurgiões,
dançarinos, mecânicos, artesãos e outros profissionais de orientação técnica, que
utilizam potencialmente o corpo para resolver problemas ou fabricar produtos
(GÁSPARI, 2004).
É importante ressaltar que o valor social do esporte, da dança e das
diversas atividades mímicas constituem estímulos expressivos, mas a abrangência
dos mesmos necessita envolver outras áreas da motricidade inteiramente
esquecidas na família e na escola, como é o caso da sensibilidade tátil, do
aprimoramento do paladar e mesmo da percepção de diferenças expressivas entre
tipos de aroma (ANTUNES, 2003).
Inteligência espacial corresponde a capacidade de perceber com precisão
o mundo visuo-espacial e de realizar transformações sobre essas percepções.
Envolve a sensibilidade à cor, linha, forma, configuração e espaço, e às relações
existentes entre esses elementos (ARMSTRONG, 2001).
Já a inteligência musical, segundo esse autor, é a capacidade de perceber,
discriminar, transformar e expressar formas musicais. Inclui sensibilidade ao ritmo,
tom ou melodia, e timbre de uma peça musical.
Inteligência interpessoal é a capacidade de perceber e fazer distinções no
humor, intenções, motivações e sentimentos das outras pessoas. Isso pode incluir
sensibilidade a expressões faciais, voz e gestos; a capacidade de discriminar muitos
tipos diferentes de sinais interpessoais; e a capacidade de responder efetivamente a
estes sinais de uma maneira pragmática (ARMSTRONG, 2001).
Nesse sentido buscaremos através das atividades lúdicas (jogos), estímulos
diferenciados para cada uma das Inteligências humanas, ao mesmo tempo exaltar
no aluno com TDAH as suas competências e inteligências de forma mais ampla.
3 METODOLOGIA
O método utilizado neste estudo foi a abordagem qualitativa por meio da
pesquisa ação, desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos.
A pesquisa-ação, que segundo Gil (2002, p. 143) “[...] além dos aspectos
referentes à pesquisa propriamente dita, envolve também a ação dos pesquisadores
e dos grupos interessados”.
As atividades de intervenção pedagógica foram realizadas com alunos
diagnosticados com TDAH, com dificuldades de aprendizagem, que frequentam a
Sala de Recursos, do Ensino Fundamental, no Colégio Estadual “Dr. Gabriel C.
Martins”, situados na cidade de Londrina-Pr.
A coleta de dados foi realizada no Colégio acima citado, com alunos
matriculados e frequentando a Sala de Recursos, com duas turmas, entretanto, a
intervenção ocorreu somente com uma turma de quatro alunos participantes do
projeto.
Inicialmente foi feita uma abordagem com a professora da Sala de Recursos
para estabelecer os alunos que iriam participar do projeto, bem como, dias e horário
que estaria sendo desenvolvido o trabalho.
Esta abordagem anterior foi fundamental para consolidar as etapas
posteriores – elaboração do caderno pedagógico, implementação do projeto
pedagógico na escola, Termo de Consentimento Livre e Esclarecimento à
professora da Sala de Recursos e aos pais dos alunos participantes do projeto,
questionários para Professora da Sala de Recursos e para os alunos.
A priori, seria feito em duas Escolas, mas como na outra escola, neste ano
de 2010, ficou apenas um aluno com diagnóstico de TDAH, optou-se por ficar
somente com o Colégio “Dr. Gabriel C. Martins”, pois haviam alunos de outras
Escolas frequentando a Sala de Recursos.
Por sugestão da professora da Sala de Recursos, a coleta de dados foi
aplicada há 8 alunos, mas a intervenção ocorreu com uma turma de 4 alunos.
Para análise dos dados foi feito um trabalho comparativo (por amostragem)
dos questionários aplicados nas duas turmas.
A pesquisa foi realizada em 3 fases distintas: 1ª Fase: aplicação de
questionário com perguntas a professora da Sala de Recursos, relacionado aos
sintomas dos alunos com TDAH e outro relacionado às Inteligências Múltiplas; 2ª
Fase: intervenção com realização de atividades Lúdicas; 3ª Fase: reaplicação do
questionário, para levantamento da existência de melhoria na aprendizagem dos
alunos com TDAH, após a intervenção.
4 PROJETO DE INTERVENÇÃO NA ESCOLA
A partir da identificação das dificuldades e encaminhamentos dos alunos
para a Sala de Recursos que participaram da pesquisa, observou-se que todos
apresentam dificuldades de relacionamento, além das dificuldades de
aprendizagem. A partir deste encaminhamento, ficou possível conhecer as
dificuldades que os alunos possuem.
Quadro 1: Identificação dos alunos da Sala de Recursos participantes do projeto. No ALUNOS SÉRIE Dificuldade
/distúrbioEncaminhamento
1 JNC 7ª TDAH e Dislexia
O aluno repetiu por duas vezes a 5ª série e teve dificuldades de aprendizagem na 4ª, muito acentuadas; tiveram reflexos na auto-confiança e no relacionamento com colegas.
2 LVM 7ª TDA-H Usa medicação.Dificuldades de concentração. Leitura, interpretação, dicção e raciocínio lógico.Tem dificuldades em trabalhos em grupo, precisa socializar.
3ª JGSS 6a THAH e DPAC
Aluno instável emocionalmente. Faz uso de medicação.Em situações de conflito pode reagir agressivamente. Dificuldade de concentração, leitura, interpretação e raciocínio lógico.
4ª LMRF 6a Deficiência Intelectual
Extrema dificuldade em leitura, interpretação e raciocínio lógico; indisciplinado; displicente; repetiu três
vezes a 5a série; precisa socializar-se. Fonte: Pesquisa 2010
Dentro do contexto abordado, em função das características apresentadas,
veio culminar com a articulação do objetivo do projeto em, identificar como a
Educação Física escolar pode contribuir na aprendizagem dos alunos com TDAH
atendidos na Sala de Recursos. Nesse sentido, ficou clara a importância de se
trabalhar com metodologias e estratégias diferenciadas, buscando nas áreas da
Inteligência Múltiplas estímulos através do Lúdico, dissipando as dificuldades
imperativas da aprendizagem pelas quais os alunos são encaminhados.
A implementação do projeto de intervenção pedagógica na escola,
oportunizou a elaboração de um Caderno Pedagógico.
Foram feitas várias atividades, sendo que, ao final de cada uma a professora
dava aos alunos o feedback, observando-se que, ao final das atividades eles, como
que inconscientemente, aguardavam o retorno da professora do projeto. O que vem
firmando a importância dos elogios das respostas positivas.
No Bloco de Conhecimento cujo tema foi a Linguística inter e intra-pessoal, o
objetivo foi proporcionar aos alunos momentos de integração, favorecendo o grupo a
se tornar, aos poucos, uma turma de verdade, onde irão compartilhar das mesmas
atividades e tarefas; apresentar a metodologia trabalhada, a proposta e os objetivos
de estudo; e aplicar uma entrevista em forma de questionário com os alunos da sala
de recursos, participantes do projeto sobre a Inteligência Múltiplas.
Foi explicado aos alunos o objetivo do projeto e informado como seria seu
desenvolvimento, com encontros todas as terças-feiras na Sala de Recursos para
trabalharem o projeto.
Como previsto foi aplicado um questionário relacionado às Inteligências
Múltiplas com os alunos da sala de recursos, participantes do projeto. O mesmo
questionário foi aplicado a outros alunos com TDAH que não participaram do projeto.
Foram utilizadas as seguintes perguntas norteadoras: o que você mais gosta
de fazer nas horas vagas? você tem muitos amigos? como se relaciona como eles?
faz amizade fácil? qual seu esporte de preferência? Com o apoio de recursos
auxiliares como apostila, máquina fotográfica, sulfite e caneta.
O procedimento didático-metodológico utilizado nesse momento foi a
aplicação de um questionário aos alunos relacionado ao treinamento esportivo e
elaboração das perguntas para entrevista aos alunos atletas.
Essa atividade alcançou o objetivo ao se verificar que eles conseguiram
elaborar perguntas com clareza e coerência, com melhora na ortografia e trabalho
em equipe.
A professora elogiou os alunos pela elaboração das perguntas, se propôs a
trazer a filmadora e a máquina fotográfica, incentivando a fazer a montagem da
filmagem e entregar à professora de português, mostrando que eles eram
competentes para fazer um bom trabalho.
No segundo encontro o objetivo foi o enriquecimento do vocabulário; o
trabalho em equipe; o uso de linguagem oral adequada na hora da filmagem; a
entonação de voz; e o manuseio da filmadora.
No início da aula, antes de levar os alunos à sala de informática, foram
lembrados dos objetivos da aula e a importância do trabalho a ser desenvolvido por
eles.
Os recursos auxiliares utilizados foram a máquina fotográfica com tripé para
apoiar a filmadora; e questionário. O procedimento metodológico utilizado foi a
entrevista com os alunos atletas, trabalhando as Inteligências linguística e inter/intra-
pessoal através da entrevista e filmagem, com o objetivo de trabalhar as inteligência
inter/intra- pessoal, através da entrevista e filmagem; resgatar a habilidade de
interagir com outros alunos buscando através da entrevista aprimorar a habilidade
de comunicação e fortalecendo a auto-estima e a confiança do aluno com TDAH;
trabalhar a gramática e o vocabulário nas perguntas; estimular o aluno a respeitar o
momento certo na entrevista em fazer as perguntas e esperar a resposta; aprimorar
a habilidade cooperativa, enquanto um entrevista o outro ajuda na filmagem e após
o filmagem o outro monta o vídeo; elaborar de perguntas com coerência e clareza;
uso de linguagem oral adequada na hora da entrevista; e entonação de voz.
Pode-se observar que houve uma boa participação, tantos os alunos
entrevistados como os alunos da Sala de Recursos se sentiram valorizados com a
atividade. Os alunos da Sala de Recursos, por ter feito o vídeo e os alunos
convidados por dar a entrevista. Tiveram uma boa nota em português e foram
elogiados pela professora.
No próximo encontro, trabalhou-se a inteligência cinestésico-corporal e
espacial com o objetivo de desenvolver a Inteligência Cinestésico-corporal –
capacidades tátil, visual coordenativas – através de confecção de caixas de
madeiras para jogos de mesa; estimular o desenvolvimento da manipulação e da
motricidade fina das mãos através de lixar as caixas de madeira; estimular a
orientação espacial através da pintura observando o modo de trabalhar com a lixa e
o pincel, sempre na mesma direção.
Foram utilizados como recurso material caixas de madeira, lixas, pincel, rolo,
tinta branca para a base de fundo. Na primeira etapa os alunos lixaram as caixas de
madeiras deixando lisa para pintura. Na segunda etapa passaram uma mão de tinta
branca como base de fundo, com um pincel; passaram o rolo para tirar as marcas do
pincel depois usaram um secador de mão para secar mais rápido, tornaram a lixar.
Os alunos, ao tempo que estavam fazendo a atividade das caixinhas
conversavam sobre como iriam jogar, se poderiam levar para casa? Um aluno disse
que estava entendendo agora quando seu pai pintava a casa, por que tinha que
lixar, passar uma mão de tinta e esperar secar para passar a próxima mão de tinta.
Um aluno comentou que achou que iria ser chato, mas que estava gostando
muito, nunca tinha feito esta atividade antes. Outro aluno disse que gostava muito
de esqueite e o Leonardo de jogar no computador e xadrez com seu pai.
As professoras estimulavam-nos a comentar o que estavam achando e
sobre o que gostavam. Foram muito proveitosas as aulas de pintura das caixas.
Buscou-se desenvolver, através da pintura das caixas de madeiras com
pincéis, a concentração e atenção e organização espacial; facilitar a caligrafia
através da manipulação do pincel no pintar as caixinhas de madeira; aprender a
dosar o uso de material, evitando desperdício; desenvolver a musculatura fina;
organizar o material e a sala para a próxima aula; oportunizar a predisposição para
experimentar situações novas que envolvam novas aprendizagens.
Na segunda etapa, em sala de aula, com o auxílio de tinta acrílica fosca,
cores diversas, pincel e rolo, começaram a pintar a caixa de jogos, sendo que cada
aluno escolheu a sua cor. Foi passada a primeira mão de tinta seca depois passa a
segunda se preciso for uma terceira mão, sempre observando o processo ensinado
– passa o pincel, rolo e seca.
Foram incentivados os alunos a organizar e arrumar os materiais para a aula
seguinte; valorizar os trabalhos parabenizando pela escolha das cores e o bom
desempenho na pintura.
No encontro seguinte, a Inteligência inter e intra-pessoal trabalhada foi a
matemática (jogos de mesa) e na inteligência linguística a leitura do texto e
completar a história, com o objetivo de desenvolver a inteligência lógica Matemática
através do levantamento dos custos e benefícios na confecção do material dos jogos
de mesa; estimular os alunos a criar estratégias de venda; e fazer cálculos dos
gastos do material e a porcentagem nos lucros.
Na terceira etapa dessa atividade, o intuito foi o de colar o jogo na tampa;
passar o verniz em toda caixa, e deixar secar naturalmente. Enquanto secava o
verniz, trabalhava-se a Inteligência Linguística.
O objetivo foi o de estimular, através das sugestões de jogos, habilidades
essenciais à linguagem, como analisar, sintetizar comparar, relacionar, descrever,
como auxílio de estimular a memória verbal.
Foi entregue, a cada aluno, um texto selecionado pela professora, tirado do
livro “Dinâmicas de Grupo Crescimento e Integração” com o texto “Desafiando com
Textos”. Leu-se juntos o texto pela metade, e foi pedido que os alunos lessem
novamente e completassem a história.
Foi feita uma reflexão com os alunos, mostrando que todos são
predestinados à felicidade, mas nem sempre a buscam. Que ninguém e igual a
ninguém; que deve-se respeitar e buscar ser respeitado nas diferenças. Deixou-se
que o aluno colocasse as suas opiniões a respeito do texto de si e dos outros.
Foi também, trabalhado com o livro “ZOOM” da autora Istvan Banyai,
objetivando desenvolver noção de espaço-tempo, perto e longe de uma mesma
imagem; a arte e a técnica de interpretar e a criatividade no modo de interpretar;
permitir dar sentido as coisas que vemos e a vida que temos, e que nos leva a
conversa interior; resgatar a memória; desenvolver a capacidade de raciocínio;
criação de objetos e invenções de saídas quando parece não existir indícios de sua
existência.
Os alunos confeccionaram lupas utilizando cilindros de papel (estrutura
interna de rolo de papel higiênico, papel alumínio de vários tamanhos), saíram no
pátio do Colégio explorando o ambiente. Estes dispositivos acionaram o “olhar
zoom”, a figura (imagem) escolhida. Em seguida, voltaram para a sala e receberam
revistas e jornais velhos. Escolheram uma figura, recortaram e colaram numa folha
de sulfite e desenharam duas vezes: uma mais próxima e a outra mais afastada,
mantendo o mesmo enquadramento nessas duas folhas, trabalhando a noção de
escala e criando desenhos refletindo a proposta do livro. No segundo desenho
ampliando a visão da figura escolhida, aí apareceu também a criatividade.
Após terminarem fizeram comparação das diferentes visões da mensagem
do livro. Entusiasmados com e resultado de seu trabalho, os alunos não deixaram
para exposição na Sala de Recursos, pois decidiram levar para mostrar em casa, os
efeitos do ZOOM.
Na atividade sobre matemática (jogos de mesa), o objetivo foi o de despertar
através da confecção, montagem dos jogos, estímulos para o gosto pela matemática
de forma descontraída e lúdica; incentivar os alunos a calcular os gasto e mão-de-
obra utilizadas para confeccionar os jogos, criando um meio de venda, onde vão
calcular gastos e benefícios (lucros) na venda dos jogos.
Os alunos confeccionaram os jogos utilizando caixa de jogos, tinta, pincel,
rolo, verniz, cola, lixa, sulfite para regras; cada aluno confeccionou seu próprio jogos;
depois de pronto eles calcularam os gastos do material, mão de obra, e simularam a
vendo um com o outro.
Com a confecção dos jogos de mesa, buscou-se estimular o aluno a criar
alternativas diferentes nos jogos de mesa, buscando sua criatividade; estimular a
sociabilidade, interação, percepção e raciocínio lógica/dedução e memória.
Os alunos levaram os jogos para casa estudaram as regras, jogou em casa
com os seus. Cada aluno por vez demonstrou seu jogo ensinando as regras para os
demais alunos, no inicio eles ficaram meio intimidados em demonstrar, o primeiro a
demonstrar foi o aluno João depois jogamos com todos os jogos, uns com os outros.
O interessante foi a participação e a criação de alternativas nos jogos pelos
alunos, e a interação por meio da prática realizada em duplas, fortalecendo a auto-
estima e a confiança do aluno com TDAH.
Na atividade que utilizava os jogos de desafio, o objetivo foi o de aprimorar a
habilidade cooperativa através da dinâmica do calendário, orientando os alunos a
perceber seu estado de emoção; desenvolver a percepção visual atenção e fluência
verbal, raciocínio lógico/dedução e memória nos jogos de desafio, (Torre de Hanoi,
jogo cilada, escape e peças de tangram, quebra cabeça); despertar no aluno o gosto
pela música,descobrindo suas habilidades e aumentando sua auto-estima; perceber
os sons do pátio.
Explorando as relações inter/intra-pessoal dos alunos com TDAH, foi
elaborado um calendário contendo nome e foto dos alunos a baixo uma pequena
bolsa contendo círculos nas cores verde, amarelo e vermelho para ser fixada no
calendário.
A professora orientou os alunos a perceber seus estados de emoção e, toda
aula ao entrar na sala escolham uma das cores e colocar abaixo de seu nome.
Explicou que o calendário representa um semáforo das emoções, onde as cores
representam as emoções.
Os alunos tiveram plena liberdade para falar ou não de seu estado
emocional e a professora independente da cor colocada no calendário, falou sobre
os estados de emoção de cada um.
Um aluno colocou o sinal vermelho justificando que não estava bem, não
tinha dormido direito; outro colocou amarelo, disse que estava mais ou menos hoje,
tinha dormido tarde e levantou muito cedo estava com sono; outro colocou amarelo
justificando que tinha dormido tarde também e tinha avaliação no período da tarde e
não tinha estudado; outro aluno colocou verde e disse que estava muito bem
naquele dia.
Os alunos comentaram suas emoções de uma forma descontraída e
sincera. Em seguida foram trabalhados os jogos de desafios marcando o tempo de
cada jogo e trocando um com o outro, estimulando o aluno a criar alternativas
diferentes nos jogos, buscando diminuir o tempo de finalizar o jogo.
Foi comentado sobre os barulhos da sala de aula, despertando neles a
percepção auditiva. Foram no pátio da escola e os alunos foram orientados a ficar
em silêncio por alguns instantes e ir anotando em uma folha de sulfite as
diversidades de sons ouvidos.
Essa atividade estimulou os alunos a buscar diferentes sons em jogos pela
internet e trazerem na próxima aula.
Para concretizar as atividades musicais, e ao mesmo tempo trabalhar as
inteligências inter/intra pessoal, os alunos foram levados para conhecer um
conservatório de música e fazer aula do instrumento da sua escolha. A maioria deles
não conhecia um conservatório e nem fazia ideia de como era uma escola de
música. Eles ficaram impressionados. A professora do conservatório contou um
pouco da história, quando e como se instalou ali o primeiro conservatório de
Londrina, no Paraná. Ficaram admirados, despertando o desejo de fazer aula de
música.
Nas atividades sobre a linguística espacial e corporal-cinestésico, o objetivo
foi o de desenvolver essa Inteligência, utilizando o próprio corpo e seus movimentos,
resolvendo problemas ou elaborando através de atividades lúdicas; solicitar aos
alunos, após a escolha de seus parceiros, que realizem movimentos livres com a
bola, movimentos estes os quais já sabem e gostam de fazer; desenvolver nos
alunos o trabalho em grupos, despertando o respeito a habilidade de cada um.
Os alunos trabalharam com atividades variadas utilizando bolas, arcos,
pneus, diferentes texturas (tapetes ásperos,espumas, etc.). Foram feitos exercícios
de rolar, segurar, conduzir, segurar bolas, pneus e arcos. Foram também,
desenvolvidas atividades jogo da velha, com arcos e bola, trabalhando a
criatividade, coordenação e espírito de equipe.
Para terminar as atividades com os alunos participantes do projeto foi
realizado um passeio no Shopping Royal Plaza - Londrina, não deixando perdendo o
foco do projeto,objetivando despertando nos alunos a socialização a interação entre
eles e gerenciando o seu dinheiro com os jogos e lanches. Os alunos descontraídos
brincaram e riram o tempo todo. Disseram que era a primeira vez que estavam
saindo sem a presença dos pais. Foi tudo registrado com fotos.
Essa atividade foi realizada em conjunto com as crianças com o propósito de
promover a integração entre os próprios alunos e destes com a professora.
Houve a preocupação e cuidado na escolha do local de realização das
atividades, buscando variação de ambientes e estímulos, possibilitando mais espaço
para a criação, para o movimento, para a interação entre as crianças e a
diversificação nos tipos de jogos visando despertar interesse e mobilização.
Enfocando uma modalidade de inteligência de cada vez, realizaram-se cerca de três
jogos específicos e distintos para cada modalidade, em dias diferentes. Por sua vez,
cada jogo englobava e auxiliava também no desenvolvimento de outros tipos de
inteligência além daquela que era enfocada, ou seja, a estimulação ocorreu de modo
generalizado durante todo o ano.
O resultado abaixo demonstra os resultados levantados a partir da aplicação
do pré-questionário proposto na metodologia utilizada.
Gráfico 1 – Resultado do Questionário
Foi aplicado um pré-questionário sobre as inteligências múltiplas, baseado no trabalho de Escala Likert, segundo Gil (2009), no qual cada aluno deveria indicar uma nota de 0, 2 ou 4 equivalente ao nível das suas habilidades, sendo 0 = se não for bom na atividade; 2 = somente bom na atividade; e 4 = muito bom na atividade.
O questionário contou com 32 opções dentro das Inteligências Múltiplas, de
acordo com o foco deste estudo e do perfil dos alunos participantes.
Optou-se por apresentar, no gráfico 1, os resultados considerados dificuldades apontadas pelos alunos.
Para cada uma das atividades buscou-se trabalhar as diferentes
inteligências múltiplas presentes nos alunos, pois, cada um teve a oportunidade de
se identificar em suas preferências, oportunizando em vários momentos, situações
de se movimentarem saindo um pouco de suas carteiras, trabalhando em equipe, e
desenvolvendo as atividades dentro e fora da sala de aula, como as atividades de
confecção e pintura de caixas de madeiras para jogos de mesa, estimulando o
desenvolvimento da manipulação e da motricidade fina das mãos através de lixar e
pintar as caixas de madeira; estimular a orientação espacial através da pintura.
Os alunos, o tempo todo em que estavam fazendo a atividades das
caixinhas, conversava sobre como iriam jogar?, se poderiam levar para casa? O
aluno J.G. comentava que entendia agora por que seu pai lixava tanto a casa antes
de pintar, por que tinha que lixar, passar uma mão de tinta, esperar secar para
depois passar a próxima mão de tinta.
O aluno 1A. comentava que achava que iria ser chato, mas que estava
gostando muito, nunca tinha feito esta atividade antes. O 2A. que gostava muito de
SKETE e o 3A. de jogar xadrez com seu pai e no computador.
A professora do projeto e a professora da sala de recursos estimulavam os
alunos a comentar o que estavam achando das atividades e o que mais gostavam.
Foi muito proveitoso, pois os alunos enquanto executavam a atividade falavam de
modo descontraído e divertido. A professora regente da sala, comentava que nunca
tinha vistos ele tão descontraídos e interessados. Ao final da aula os alunos
arrumavam os materiais e organizavam a sala para aula seguinte, sempre
incentivados e elogiados pela escolha das cores e o bom desempenho na pintura.
Demonstraram bastante interesse e desenvoltura quando terminaram as
caixas e foram fazer um levantamento dos gastos e os cálculos simulando a venda
um para o outro (trabalhando as inteligência lógico-matemática e intra/inter pessoal).
O aluno 4A. escreveu um texto simulando a propaganda do que o seu comércio
estava ofertando: “LOJA DO JOÃO: Vende-se caixa de jogos por R$:40,00. Estes
jogos estimulam o raciocínio lógico, memória, criatividade e atenção. Vem com
regras e dura de 5(cinco) a 10(dez) anos se bem cuidado. É só aqui na loja do
João”.
Já o aluno 1A. fez a simulação da venda do seu jogo pela internet, criando
um site: “Vende-se jogos de mesa, que ajuda a desenvolver a mente e estimula o
raciocínio rápido, por apenas R$ 41,15, podendo também ser encontrado pelo site:
www.jhonathan.com.br”.
O aluno 3A. fez um cartaz: “VENDE-SE JOGOS QUE ESTIMULA O
RACIOCÍNIO E A INTELIGÊNCIA DESENVOLVE A MENTE POR APENAS R$
41,15”.
Trabalhamos a percepção das emoções através do calendário representado
por um semáforo onde eles, a cada aula, escolheram as cores representando suas
emoções. Eles justificavam a cor e seu estado naquela aula e o porquê daquela cor,
foi bem interessante em algumas dela: O aluno 4A colocou o sinal vermelho
justificando que não estava bem, não tinha dormido direito; o aluno 1A. colocou
amarelo, disse que estava mais ou menos hoje, tinha dormido tarde e levantou muito
cedo estava com sono; o 2A. colocou amarelo justificando que tinha dormido tarde
também e tinha avaliação no período da tarde e não tinha estudado ; o 3A. colocou
verde disse que estava muito bem naquele dia. Os alunos comentavam suas
emoções de forma descontraída e sincera.
Na aula das inteligências musicais eles se divertiram muito, quando saíram
fora da sala para identificar os barulhos externos (percepção auditiva). No pátio da
escola, em silêncio, anotaram todos os barulhos que identificaram: entre eles
comentavam sobre os barulhos das carteiras na sala, o ventilador, etc... O aluno 2A.
observou que quando ele estava sozinho no pátio deu para ouvir até o vento nas
folhas e o cantar de sons diversos de passarinhos. O 1A. comentou como seria o
barulho dos carros nas ruas em movimento..Nossa..que legal!
No trabalho com o livro “ZOOM” os alunos ficaram impressionados com os
efeitos e como podiam fazer uma leitura sem estar lendo as palavras. Ao saírem da
sala com os tubos como lupa riam bastante e se divertiram com as possibilidades
variadas do longe e o perto através de um simples cilindro. Nossa vai lá 2A. pra eu
ver só uma parte sua comentava o 4A...Vou fazer a tia da limpeza como eu vejo de
perto e longe comentava o 3A... E na montagem do trabalho um dizia para o outro o
meu vai ficar bem legal, o outro só quero ver, o meu está ficando igual o livro...
Liberaram sua criatividade de forma divertida e agradável.
Na visita ao conservatório musical pudemos observar o quanto os alunos se
interessam com atividades extra-classe, nenhum deles conhecia um conservatório e
ficaram admirados em ver tantos instrumentos diferentes, como o som de um não
atrapalhava o outro. Puderam se identificar tocando alguns instrumentos. O aluno
1A. dizia: nossa eu não sabia que tinha escola assim, bem que a nossa poderia,
ensinar música também, seria mais interessante. O 3A. se interessou tanto que
pediu que a professora da Sala de Recursos falasse com a mãe dela para por ele
naquela escola. Foi bem gratificante ver o entusiasmo e a alegria dos alunos.
No passeio no Shopping Royal Plaza-Londrina, onde encerrou as atividades
com os alunos, fomos em dois carros, os alunos estavam bem descontraídos e riam
muito, até mesmo o 1A. que é o mais tímido fez piadas de dava gargalhadas com os
demais meninos, ele dizia: Nós temos que sair mais sozinhos sem nossos pais, eu
nunca tinha vindo ao Shopping sem meus pais, você vai continuar com a gente o
ano que vem professora? Eu gostei muito, foi muito legal e diferente suas aulas!
Após realizadas todas estas atividades, foi possível alcançar os seguintes
resultados, considerados positivos, se comparados ao gráfico anterior.
Gráfico 2 – Resultado das Atividades
O projeto atendeu significativamente as necessidades dos alunos da Sala de
Recursos, que na sua maioria apresentam dificuldades de relacionamento e na
aprendizagem, pois o projeto foi trabalhado de forma lúdica desenvolvendo as
Inteligência Múltiplas, despertando o interesse na aprendizagem de forma mais
dinâmica. No desenrolar das aulas podemos perceber como o aluno com TDAH
necessita de atividades diversificadas, e o quanto as mesma ajudaram na melhoria
da socialização, na conduta individual, na percepção dos colegas, no relacionar com
a professora, e na sua própria percepção, através das atividades extra-classe
observou-se uma melhora na auto-estima e segurança em si mesmo, o interesse de
compartilhar com a família os resultados, na visita ao conservatório e no passeio ao
shopping em ministrar seu próprio dinheiro.
Através do portfólio elaborado durante o processo de implementação do
projeto de intervenção pedagógica na Sala de Recursos, foi possível verificar como
os alunos com diagnóstico de TDAH se apropriam com atividades Lúdicas, e como a
Educação Física pode auxiliar de forma significativa no desenvolvimento e na
aprendizagem da criança com TDAH.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No primeiro encontro houve uma expectativa tanto por minha parte como
dos alunos. Busquei favorecer a interação do grupo que até então não trabalhavam
juntos.
Conversamos sobre a vida deles, o que gostam e pretende ser no futuro.
Deixei que eles expusessem suas opiniões, ouvi e considerei os pontos de vista dos
alunos, que ajudou a manter um elo de comprometimento entre ambas as partes.
Através desta abertura, os alunos comentaram a dificuldade que estavam
tendo em elaborar um trabalho pedido pela professora de Português. Tinham que
montar um vídeo e não estavam sabendo como fazer. Propus-me em ajudá-los.
O resultado foi surpreendente tanto para os alunos como para os
professores e pais dos mesmos. Permitindo trabalhar nestas atividades varias
inteligências: lingüística, intra/inter-pessoal, espacial, atendendo as necessidades
dos alunos e aumentando sua auto-estima com o resultado positivo do trabalho
realizado.
As atividades do projeto foram desenvolvidas com confecção de jogos
utilizando matérias de fácil manipulação e de custo baixo, afim de que os alunos se
atentassem a sua própria criação e valorizarem suas produções, e aos outros
alunos.
Os alunos responderam com empolgação, pois, estavam habituados a
serem atendidos individualmente outros em duplas.As propostas diferenciadas
possibilitando trabalhar em grupos e com manuseio de matérias diversificados e com
atividades extra-classe, trouxe curiosidade e interesse, com isto, tivemos poucas
faltas, podendo desenvolver a medida do possível as propostas planejadas.
Contudo, nem todas as atividades propostas puderam ser realizadas a
contendo, pois, tivemos muitos feriados neste período, e os alunos tinham os outros
dias já comprometidos com outras atividades como: psicólogos, computação, entre
outras. O período de atendimento para realização das atividades era uma hora e
meia, não podendo ser ultrapassada, pois, logo em seguida eu tinha aula na sala
regular e a Sala de Recursos era trabalhada com outra turma.
Objetivando levar a contribuição da Educação Física no desenvolvimento e
na aprendizagem em crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade, levando em consideração que uma das principais dificuldades dos
alunos com diagnóstico de TDAH é comportamental, tanto em casa como no
ambiente escolar, manifestada pela dificuldade de obedecer regras disciplinares, e
que o portador do TDAH tem déficits que dificultam que ele se comporte ou realize
tarefas do mesmo modo que as outras crianças. Como diz Mattos (2002) ”é
importante tentar amenizar o impacto do TDAH tanto na vida acadêmica da criança
quanto em sua vida social. Desse modo, os professores devem dar tratamento ao
aluno, que aumenta suas chances de ser bem-sucedido, apesar de seus déficits.
Portanto, é importante tentar amenizar o impacto do TDAH tanto na vida acadêmica
como na vida social desta criança.
Conclui-se que a Educação Física com suas especificidades, vem auxiliar
em muito a criança atendida na sala de recursos com diagnóstico de TDAH,
desenvolvendo através do lúdico, atividades que demandam
criatividade e energia, capacidade de resolver problemas, enfrentar desafios, enfim
situações que exijam adrenalina, atividades de curta duração, que contribua para
seu desenvolvimento e aprendizagem, valorizando sua auto-estima. O aluno com
TDAH não consegue desenvolver atividades com trabalhos de longa duração e sem
lhe proporcionar desafios.
O desenvolvimento das Inteligências se processa de maneira mais
acentuada quando premiada pela oportunidade de estímulos (ANTUNES, 2003).
A Educação Física auxiliando a Sala de Recursos trabalhando as
Inteligências Múltiplas através do Lúdico, trouxe um novo instrumento de ensino
aprendizagem, e consequentemente proporcionando resultados mais significativos
Os trabalhos desenvolvendo as Inteligências Múltipla através do Lúdico
trouxe uma renovação a Sala de Recursos do nosso Colégio. A mediação, por meio
de jogos, já nas primeiras aulas como recurso de intervenção pedagógica, levando
os alunos a confeccionar seus próprios jogos que posteriormente seriam utilizados
por eles, tornou as atividades mais interessantes e mais dinâmicas, levando os
alunos a se engajarem ao desenvolver as várias atividades, e a aprendizagem fluiu
naturalmente.
Ao final do projeto os alunos participantes demonstraram mais confiança em
apresentar seus trabalhos e em expressar valorização nos trabalhos dos amigos.
Podemos, verificar nos resultados positivos através das analises dos dados
pré e pós-questionário, e através dos relatos dos alunos participantes do projeto.
Uma das principais dificuldades dos alunos com diagnóstico de TDAH é
comportamental, tanto em casa como no ambiente escolar, manifestada pela
dificuldade de obedecer regras disciplinares.O portador do TDAH tem déficits que
dificultam que ele se comporte ou realize tarefas do mesmo modo que as outras
crianças. Portanto, é importante tentar amenizar o impacto da TDAH tanto na vida
acadêmica como na vida social desta criança.
Ao final dos estudos considera-se a necessidade de propostas
metodológicas alternativas que disponibilize o desenvolvimento cognitivo e na
aprendizagem do aluno com distúrbios, oportunizando o mesmo a se engajar em
atividades que possa desenvolver todo seu potencial, são necessidades imperativas
para conduzir ao sucesso do aluno com TDAH.
Uma das dificuldades encontradas para conclusão de um resultado
realmente mais eficaz foi o tempo, pois no período de implementação pedagógica
nos dias marcados para as aulas tivemos muitos feriados dificultando assim a
realização de algumas atividades.
O trabalho foi eficiente no sentido de visualizar a possibilidade de resultados
positivos, porém não dá pra afirmar ter sido eficaz, pois os resultados não puderam
ser mensurados com exatidão, por conta do pouco tempo, das poucas aulas
decorrente ao número de feriados nas terças-feiras no período em que foi proposto o
trabalho.
Porém, fica a sensação de que é possível intervir no processo ensino-
aprendizagem desses alunos, através de jogos lúdicos, de modo efetivo e benéfico
para sociedade.
Espero contribuir através deste trabalho com o processo de construção de
conhecimento no desenvolvimento das Inteligências Múltipla através do Lúdico,
possibilitando um caminho para professores de Educação Física articular teoria e
prática a fim de criar e elaborar novos valores educacionais aos alunos atendidos na
Sala de Recursos.
Com o encerramento deste projeto, espero que os professores
comprometidos com a educação, através deste trabalho, dêem continuidade ao
estudo do tema, principalmente pela carência de produções na área da Educação
Física voltada para trabalhos com alunos de Sala de Recursos (TDAH ).
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