O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
1
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
AGNALDO ALBERTO CARDOSO
Parque Nacional de Ilha Grande: uma percepção de sua geografia
Maringá2010
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AGNALDO ALBERTO CARDOSO
Parque Nacional de Ilha Grande: uma percepção de sua geografia
Trabalho apresentado ao PDE - Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação do Paraná.
Orientadora: Profª. Drª. Maria das Graças de Lima
Maringá2010
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Parque Nacional de Ilha Grande.................................................................................7Figura 2 - Mapa do município de Icaraíma – PR........................................................................8Figura 3 - Mapa do estado do Paraná com destaque para o município de Icaraíma...................9Figura 4 - Vista parcial do rio Paraná e de Porto Camargo......................................................10Figura 5 - Banca de areia no leito do rio Paraná.......................................................................11Figura 6 - Embaúbas.................................................................................................................13Figura 7 - Ingá...........................................................................................................................13Figura 8 - Figueira-branca.........................................................................................................14Figura 9 - Pau d'alho.................................................................................................................14Figura 10 - Aguapés..................................................................................................................16Figura 11- Ilha das araras, ao centro uma das lagoas do Parque...............................................17Figura 12 - Lavoura de mandioca.............................................................................................18Figura 13 - Cervo do Pantanal..................................................................................................20Figura 14 - Jacaré do papo amarelo..........................................................................................20Figura 15 - Anta........................................................................................................................21Figura 16 - Bugio......................................................................................................................22Figura 17- Onça pintada............................................................................................................22Figura 18 - Dourado..................................................................................................................23Figura 19 - Pacu........................................................................................................................24Figura 20- Algas........................................................................................................................26
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SUMÁRIO
Introdução ................................................................................................................................... 5 Parque Nacional de Ilha Grande ................................................................................................. 6 1 Meio Físico .............................................................................................................................. 6 Localização e caracterização física ............................................................................................. 6 1.2 Aspectos geológicos e geomorfológicos ............................................................................. 10 Meio biótico .............................................................................................................................. 12 2.1 Vegetação ............................................................................................................................ 12 2.2 Fauna ................................................................................................................................... 19 2.3 Outros componentes bióticos .............................................................................................. 25 3 Considerações Finais .............................................................................................................. 26 4 Vocabulário ............................................................................................................................ 28 Referências ................................................................................................................................ 30
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Parque Nacional de Ilha Grande – Uma Percepção de sua geografia
Introdução
O Parque Nacional de Ilha Grande sendo uma área de relevante importância
ambiental e de estratégica localização geográfica (área de transição entre os estados do Paraná
e Mato Grosso do Sul), apresenta uma série de valores que interferem no cotidiano local e
regional, pois a área é tida também como um regulador térmico e pluviométrico, que
dependendo da sua situação pode interferir seriamente nos referidos quesitos.
Além da exuberância e gigantismo do Rio Paraná, o Parque Nacional apresenta um
imenso complexo de ilhas que favorecem a formação de uma riqueza espetacular da fauna e
flora, além de servir de área de reprodução, abrigo e existência de espécies ameaçadas de
extinção.
Para a produção desse material, pesquisou-se uma série de referenciais, embora com
alguma dificuldade, pois não existe publicação específica do Parque, daí a grande importância
desse caderno pedagógico, que além de servir como base para estudos, pode viabilizar
encaminhamentos para a produção de outros materiais.
Além dos trabalhos de campo, pesquisando e entrevistando pessoas conhecedoras do
assunto, buscamos atualizar o material fotográfico, sistematizar textos e também
documentando em vídeo grande parte do desenvolvimento das propostas.
Sugerimos essa produção para toda a rede educacional, particularmente para
professores que atuam em área de preservação, pois com certeza vai contribuir no
enriquecimento das atividades cotidianas.
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Parque Nacional de Ilha Grande
1 Meio Físico
Localização e caracterização física
Parte do Parque Nacional de Ilha Grande (área norte) localiza-se no distrito de Porto
Camargo, no município de Icaraíma .
O Parque Nacional de Ilha Grande está localizado na região sul da planície de
inundação do alto Rio Paraná, entre as coordenadas 23º15 'a 24º05' e 53º 40' a 54º17 W (ver
figura 1). Conhecida também como “Varjão do Rio Paraná”, esta planície inicia-se na
barragem de Jupiá, na foz dos rios Sucuriú e Tietê no Rio Paraná, entre os Estados de São
Paulo e Mato Grosso do Sul, até o Rio Piquiri, na área de influência do lago de Itaipu
(MAACK, 1968; CAMPOS & COSTA-FILHO, 1994). O Parque Nacional é formado pelo
conjunto de ilhas que compõem o arquipélago fluvial de Ilha Grande e por áreas de várzeas
marginais ao leito do rio Paraná.
Com uma temperatura média de 22ºC e precipitação entre 1500 e 1800 mm anuais, o
clima da região de acordo com o sistema Koppen é classificado como Cfa – clima subtropical
úmido mesotérmico, com verão quente. A área do Parque Nacional de Ilha Grande situa-se
entre 200 e 220 metros de altitude. Com a construção da usina hidrelétrica de Porto Primavera
no rio Paraná, 40% desse ecossistema foi alagado restando outros 60% (aproximadamente
3.375 Km2) como o último remanescente desse ecossistema no único trecho livre de barragens
do rio Paraná em território brasileiro (AGOSTINHO & ZALEWSKI, 1996).
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Figura 1- Parque Nacional de Ilha GrandeFonte: http:www.engesat.com.br>Acessado em 18/04/2010
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Figura 2 - Mapa do município de Icaraíma – PRFonte: Autor
9
Debate:
Realize um levantamento utilizando fotografias sobre as mudanças que ocorreram na região
(como era antes e como é hoje). Apresente para a sala de aula.
Figura 3 - Mapa do estado do Paraná com destaque para o município de IcaraímaFonte: Autor
10
1.2 Aspectos geológicos e geomorfológicos
A história de formação da região onde se insere o Parque Nacional de Ilha Grande
está relacionada com a história de formação do Rio Paraná. Produções bibliográficas
consideram que o Rio Amazonas, Orinoco e Madalena, juntamente com os rios da Patagônia e
Chile central, tenham sido formados como respostas ao levantamento da Cordilheira dos
Andes (Mioceno) e o Rio Paraná estaria ligado à separação da América do Sul e África (Juro-
Cretáceo), portanto muito mais antigo.
Os depósitos aluviais dominantes no ambiente terrestre do Parque Nacional de Ilha
Grande correspondem aos depósitos típicos de planície de inundação: lama arenosa, silte,
camadas de silte arenoso, areia fina e muito fina. Essas deposições, ao longo do tempo podem
formar extensas ilhas, entre as quais destacam-se: a Ilha Grande, com aproximadamente 10
Figura 4 - Vista parcial do rio Paraná e de Porto CamargoFonte: Autor
11
km de largura e 80 km de extensão, e a Ilha Bandeirantes, com até 4 km por 25 km (SOUZA-
FILHO & STEVAUX, 1997).
Grande parte da área do parque é caracterizada por solos que em sua maioria são
pouco desenvolvidos, derivados de sedimentos aluviais e sedimentos colúvio-aluviais não
consolidados (EMBRAPA, 1981; SENAGRO/CORIPA, 1996).
Nesta planície os níveis hidrométricos do rio são a principal função de força que atua
sobre os processos ecológicos. As ilhas e as demais áreas do parque, estão situadas entre 1 e 3
metros acima do nível do rio, ficando sujeitas a inundações periódicas, ocorrendo forte
interação e relação de dependência entre os três principais componentes do meio físico (solo,
água e ar).
Figura 5 - Banca de areia no leito do rio ParanáFonte: Autor
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Meio biótico
2.1 Vegetação
A tipologia florestal da região adotada por Maack (1968), inclui a vegetação do
Parque Nacional de Ilha Grande como sendo as “Regiões Pantanosas e de Campos de
Inundação do Rio Paraná”.
De acordo com a classificação proposta por Veloso & Góes-Filho (1986) e IBGE
(1992), a vegetação da floresta estacional semidecidual, cujo conceito ecológico está
condicionado pela dupla estacionalidade climática, uma tropical, com épocas de intensas
chuvas de verão (dezembro a março), seguidas por estiagem acentuada, e outra subtropical,
sem período seco, mas com seca fisiológica provocada pelo frio de inverno (junho a
setembro). Nesse tipo de vegetação, a porcentagem de árvores caducifólias no conjunto
florestal, e não das espécies que perdem folhas individualmente, situa-se entre 20 a 50%
(IBGE, 1992). De acordo com a Eletrosul (1986), a intensidade e duração do período
climático adverso guardam estreita relação com o índice de decidualidade da floresta.
A formação florestal da área é classificada como floresta estacional semidecidual
aluvial, sendo possível identificar três agrupamentos florestais peculiares distintos
(ELETROSUL,1986):
1) Agrupamentos situados sobre solos hidromorfológicos: frequentemente cobertas pelas
águas dos rios, permitindo o desenvolvimento de espécies altamente seletivas, tais
como Caolophyllum brasieliense (guanandi), Inga affinis (ingá) e Cecrópia
pachystachya (embaúba).
Todas essas espécies são importantíssimas para a proteção das margens das ilhas e
produção de alimentos para a fauna terrestre, aérea e aquática.
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Atividade:
Você conhece a história da formação do Parque Nacional Ilha Grande? Este espaço já foi
explorado de outras formas? Para enriquecer nosso conhecimento, faça uma entrevista com um
antigo morador da ilha.
Figura 6 – EmbaúbasFonte: Autor
Figura 7- IngáFonte: Autor
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2) Agrupamentos situados em áreas sobre diques marginais: é formada por um a
vegetação bastante densa, constituída de árvores emergentes com 20 a 25 metros de
altura, entre as quais destacam-se: Sloania guianensis (pateiro), Gallesia intergrifolia
(pau-d'álho), Ficus obtosiuscula (figueira-branca). As áreas de diques marginais, por
serem mais altas e, portanto, menos sujeitas a inundação, foram as que sofreram maior
impacto antrópico, principalmente com a implantação de culturas anuais e pastagens.
Figura 9- Pau d'alhoFonte: Autor
Figura 8 – Figueira-brancaFonte: Autor
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3) Agrupamentos situados em áreas mais enxutas e melhor drenadas: apresenta uma
vegetação mais densa com ocorrência de Protium heptahyllun (almécega), Guazuma
ulmifolia (mutambo), entre outras.
As formações não-florestais estão representadas pelas áreas de formação pioneira
com influência fluvial que, de acordo com IBGE (1992), ocorrem ao longo das planícies
fluviais e ao redor das depressões aluvionares (pântanos, ressacos e lagoas), frequentemente
em terrenos instáveis cobertos por vegetação em constante sucessão. São essas formações que
se consideram como pertencendo ao “complexo vegetacional edáfico de primeira ocupação”
(formações pioneiras), cujo padrão fisionômico é tipicamente campestre, destacando-se nas
áreas de inundação periódica as herbáceas (hidrofilas) até as arbustivas (Eletrosul, 1986). Nos
terrenos permanentemente inundados encontram-se as macrófitas aquáticas Eicchornia
crassipes (aguapés), Pistia stratiodes (alface d'água) e Sagitaria montevidensis (chapéu-de-
couro), plantas aquáticas de talos inchados com 1,5 a 2 metros de altura. Apesar de estarem
quase sempre protegidas, exigem o mesmo grau de preocupação que outras formações
vegetais. Não são alvos de interesses comerciais, mas são prejudicadas por poluentes e dejetos
trazidos pelas águas.
Nos terrenos mais enxutos, mas sujeitos a inundações, ocorrem grandes áreas
dominadas pela vegetação graminóide, típica da região central de Ilha Grande, sendo zona
intangível do Parque.
16
Figura 10 – AguapésFonte: Autor
17
Devido a dificuldade de acesso propiciou a conservação desses ambientes, fazendo
com que estejam entre as áreas prioritárias para a preservação permanente. As lagoas são
ecossistemas onde ocorre a reprodução de várias espécies de peixes (são conhecidas como
berçários), pois além de oferecer fartura de alimentos em suas águas e vegetação típica,
garantem segurança aos alevinos até atingirem idade de ganhar o grande rio. Na região do
Parque Nacional de Ilha Grande existem inúmeras lagoas, com destaque para Saraiva, Jacaré e
das Araras.
No Parque Nacional de lha Grande ocorrem, com bastante frequência, áreas de
tensão ecológica (vegetação de transição) que, de acordo com IBGE (1992), são aquelas áreas
onde duas ou mais regiões ecológicas se interpenetram, constituindo as transições florísticas
ou os contatos edáficos. Ao nível local, interno às ilhas e várzeas do Parque Nacional,
ocorrem os contatos dos agrupamentos florestais descritos anteriormente, entre eles, os
contatos dessas formações com as pioneiras tipicamente campestres. Existem ainda, na forma
de encraves, manchas de formações florestais (capões).
Ao nível macro-regional, as ilhas e várzeas do Parque Nacional e da planície de
Figura 11- Ilha das araras, ao centro uma das lagoas do ParqueFonte: Autor
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inundação do alto Rio Paraná, podem ser consideradas um grande ecótono transicional entre a
região da floresta estacional semidecidual do estado do Paraná e a savana (cerrado) do Estado
do Mato Grosso do Sul.
Existem ainda as áreas antrópicas, onde a intervenção humana descaracterizou a
vegetação primária. Entre essas se encontram as áreas com culturas temporárias (arroz, milho,
feijão, mandioca entre outras), pastagens artificiais, campos naturais antropizados e áreas em
processo de regeneração ou sucessão secundária.
Figura 12 - Lavoura de mandiocaFonte: Autores
19
Pesquisa:
Pesquise em casa sobre o tema: A importância da mata ciliar para a preservação das margens
dos rios, bem como no fornecimento de alimentos e abrigo para a fauna em geral.
Desenhe o que você pesquisou.
2.2 Fauna
A fauna terrestre do Parque Nacional de Ilha Grande, zoogeograficamente, pertence a
província Guarani e por estar vinculada a fauna tropical e subtropical da América do Sul,
apresenta-se com uma variada mastozoológica, caracterizada por um grande número de
espécies e indivíduos (CAMPOS & COSTA-FILHO, 1994).
A fauna de vertebrados terrestres da região, é pouco conhecida. Um levantamento
realizado pelo Consórcio Themag (1994) como parte do diagnóstico ambiental para a
construção da Usina Hidrelétrica de Porto Primavera, registrou a presença de 417 espécies de
vertebrados, sendo 60 de mamíferos, 298 de aves, 37 de répteis e 22 de anfíbios
(AGOSTINHO & ZALEWSKI, 1996).
A região central da Ilha Grande, pelas condições naturais e por ser local de difícil
acesso ao maior predador do mundo (o homem), mantém grande população de animais que
tem como habitat principal áreas de várzeas, entre eles, Blastocerus dichotomus (cervo-do-
pantanal) que é o símbolo do Parque Nacional, Hydrochaeris (capivara), Tapirus terrestris
(anta) e Caiman latirostris (jacaré-de-papo-amarelo).
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Figura 13 - Cervo do PantanalFonte: Autores
Figura 14 - Jacaré do papo amareloFonte: Autores
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Em áreas adjacentes encontra-se várias espécies, entre as aves Tinamus solitarius
(macuco) e Oryzoborus maximiliani (bicudo), felídios Puma concolor (sussuarana) e Panthera
onca (onça pintada), e outros mamíferos, entre eles Tayssu tajucu (cateto), Dusicyon thous
(cachorro-do-mato), mazana sp (veado mateiro), Tamamndua tetradactyla e Myrmecophaga
tridactyla (tamanduás), Aloutta caraya e Alouta fusca (bugio) Lutra longicaudis (lontra), Eira
barbara (irara) (Agostinho & Zalewski, 1996).
Figura 15 – AntaFonte: Autor
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Tais informações foram confirmadas nos levantamentos de campo para a elaboração
do Zoneamento Ecológico-Econômico das APAs Intermunicipais da Ilha Grande realizada
Figura 16 – BugioFonte: Autores
Figura 17- Onça pintadaFonte: Autor
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pela Senagro/Coripa (1996).
Em relação à diversidade ictiofaunística, estudos realizados pela Universidade
Estadual de Maringá, entre o reservatório do lago de Itaipu e a Foz do Rio Paranapanema,
registraram a ocorrência de 170 espécies de peixes, seis das quais introduzidas de outras
bacias. A assembleia de peixes é composta de formas residentes, que desenvolvem todo o
ciclo de vida na área, e de migradores, que utilizam a planície apenas durante parte do tempo
de vida. Entre estas espécies destacam-se Salminus maxillosus (dourado), que por seu
dinamismo e pela qualidade de sua carne é um dos mais destacados peixes existentes nas
águas do Rio Paraná.
Destacando ainda o Paulicea luetkni (jaú – o maior peixe da bacia), Pimelodus
Ortomanni (mandi), que seu tamanho permitido para a captura é acima de 30 cm, sendo uma
Figura 18 – DouradoFonte: Autores
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espécie de grande importância para a pesca, Astyanax spp (lambari) que são peixes de
pequeno porte, normalmente inferior a 15 cm, podem ser encontrados nos diferentes
ambientes da bacia, Pseudoplatystoma corruscans (pintado) e Piaractus mesopotamicus (pacu)
(Agostinho et al. 1997).
Todas as espécies citadas e outras mais, tornam a atividade pesqueira profissional e
amadora, uma das mais importantes atividades econômicas da região do Parque Nacional de
Ilha Grande.
Figura 19 – PacuFonte: Autor
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Atividade:
Após ter lido sobre a fauna local, apresente outras dez espécies existentes na região, bem como
sua importância para o ecossistema e faça um desenho.
2.3 Outros componentes bióticos
Além dos componentes da biota anteriormente relatados, existem outras
comunidades que possuem indivíduos de menor porte, mas nem por isso de menor
importância. Entre as comunidades aquáticas destacam-se as algas plantônicas, o zooplâncton
e o zoobentos.
Estudos realizados na planície de inundação do alto Rio Paraná, com alguns pontos
de coletas na área do Parque Nacional de Ilha Grande, indicaram uma elevada diversidade
específica, com mais de 150 algas associadas à Eichhornia azurea (aguapé), 286 taxa de
organismos zooplantônicos e 28 grupos taxonômicos de zoobentos, mais de 300 taxa de algas
plantônicas.
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A partir da formação do lago de Itaipu (outubro de 1982) algumas espécies
aumentaram muito e, segundo alguns estudiosos isso ocorreu porque as águas do Rio Paraná
diminuíram sua velocidade favorecendo a proliferação desse vegetal, que por um lado é
positivo, pois garante segurança e alimentos a várias espécies aquáticas e muito negativo
quando se trata de navegação (AGOSTINHO & ZALEWSKI, 1996).
Esses organismos, a maioria microscópicos, tem papel importante no meio,
principalmente as algas, uma vez que sendo produtores primários, funcionam como a base de
toda cadeia alimentar do ecossistema aquático.
3 Considerações Finais
O ecossistema em que está inserido o Parque Nacional de Ilha Grande (planície de
inundação), estando sujeito a alagamentos periódicos, proporcionam o desenvolvimento de
uma rica e especializada biota, confinada neste último trecho remanescente do Rio Paraná em
território brasileiro.
Figura 20- AlgasFonte: Autores
27
A influência do clima e do meio físico, proporcionaram o desenvolvimento de uma
diversidade muito grande de organismos que, por sua vez, interagindo com o meio também
provocaram sua modificação, estabelecendo um processo de evolução natural e contínuo de
equilíbrio dinâmico. Portanto, qualquer ação impactante na área, mesmo que possa parecer de
pequena monta ou dimensão, pode levar esse ecossistema a um processo irreversível de
degradação.
Daí a importância da criação e implementação de um mosaico de unidades de
conservação, municipais, estaduais e federal na região, compondo o Corredor de
Biodiversidade do Rio Paraná.
Atividade:
Após estudarmos e conhecermos todos os tipos de ilhas e estabelecidas as regras, escreva sobre
os critérios e métodos devem ser estabelecidos para explorar uma ilha, considerando os seguintes
aspectos: TURISMO, PESCA, AGRICULTURA, MORADIA, LAZER.
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4 Vocabulário
Aluviais: detritos ou sedimentos clásticos (constituído de fragmentos de outras rochas) de qualquer natureza carregados e depositados pelos rios.
Antrópico: referente a ação humana em um determinado local.
APA: Área de Proteção Ambiental
Arquipélago: agrupamento de ilhas concentradas em certas áreas de grandes rios e oceanos
Barragem: barreira de concreto destinada a represar as águas de um rio.
Biota: conjunto de seres vivos que habitam um determinado ambiente ecológico.
Caducifólia: plantas que não se mantém verdes durante o ano todo, perdendo as folhas na estação seca ou no inverno.
CORIPA: Consórcio Intermunicipal para Conservação do Remanescente do rio Paraná e Áreas de Influência.
Dique marginal: pequena acumulação de material aluvial, que aparece ao longo dos rios cujo declive é muito acentuado e muito fraco.
Ecótono: é a região de transição entre duas comunidades ou entre dois ecossistemas.
Ecossistema: conjunto das relações de interdependência dos seres vivos com seu meio ambiente.
Edáfico: concernente à parte agrícola mais ativa do solo.
Estacional: Sazonal, que está sujeito a uma estação seca.
Estiagem: período longo sem chuvas.
Graminóide: vegetação natural ou plantada, geralmente de pequeno porte e também resistentes a áreas de grande umidade.
Hidrófilas: plantas que tem afinidade e que absorvem bem a água, podendo viver perto do curso d'água ou submersas.
Hidromorfológicos: ramo da biologia que lida com a forma e a estrutura dos organismos, nesse caso, com destaque para os indivíduos aquáticos.
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Hidrometria: parte da hidrologia que consiste na mediação das grandezas que interessam ao estudo das águas na natureza, como vazões e níveis de água em rios, lagos e represas, índices pluviométricos e outros parâmetros. Pode ser aplicada também em medições e/ou tratamento de água ou de esgotos.
Intangível: que não pode pegar, tocar e que não pode ser modificado.
Itaipu: maior usina hidrelétrica do planeta em geração de energia, localizada na fronteira entre Brasil e Paraguai no rio Paraná
Juro-cretáceo: da Era Mesozoica com duração de aproximadamente 50 milhões de anos. Época de aparecimento de animais de transição entre répteis e aves.
Mastofauna: conjunto de espécies de mamíferos que vivem em uma determinada área.
Mastozoológica: ramo da Zoologia que estuda os mamíferos.
Planície de Inundação: extensão de terreno mais ou menos plano e pouco elevada acima do nível médio das águas sendo frequentemente inundada por ocasião das cheias, é também de terraço ou várzea.
Mioceno: período da Era Cenozoica que durou aproximadamente 12 milhões de anos, tendo começado há uns 18 milhões de anos. A palavra significa que contém mais ou menos a metade das espécies atuais.
Restinga: área alongada e mais alta, que por deposição formam-se no interior das maiores ilhas e em locais de inundação, garantindo refúgio a diversos animais.
Sedimentos: materiais originados pela destruição de rochas pré-existentes e susceptíveis de serem transportados e depositados.
Silte: (ou limo) todo e qualquer fragmento de mineral ou rocha menor do que areia fina e maior do que argila.
Zoobentos: conjunto de animais e muitos protistas que vivem no substrato dos ecossistemas aquáticos.
Taxinômicos: ramo da biologia que cuida de descrever, identificar e classificar os seres vivos
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Referências
AGOSTINHO, A A.; ZALEWSKI,M. A planície de inundação do alto Rio Paraná: importância e preservação. Maringá: EDUEM, 1996.
AGUERRE, G. Os bichos pedem passagem. Superinteressante, v.12,n.1,p. 47- 53, jan.1998.
AULETE, C. Mini dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2004.
CAMPOS, J. B. Parque Nacional de Ilha Grande: reconquista e desafios . Maringá: IAP – Instituto Ambiental do Paraná, 2001.
EMBRAPA/IAPAR. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos, Rio de Janeiro, RJ. Levantamento e reservatório dos solos do Estado do Paraná, Curitiba, 1984. (EMBRAPA-SNLCS. Boletim técnico; n. 27).
ELETROSUL – CENTRAIS ELÉTRICAS DO SUL DO BRASIL. Ilha Grande – A vegetação da área de influência do reservatório da usina hidrelétrica de Ilha Grande (PR/MS). Florianópolis, 1986. 52p.
FERREIRA, A. B. de H. Dicionário Aurélio Escolar da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.
GEOGRAFIA/ vários autores – Curitiba: SEED-PR, 2006.
GUERRA, A. T. Dicionário Geológico – Geomorfológico. Rio de Janeiro: IBGE, 1987.
IBGE-INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, IBGE. Manual técnico da vegetação brasileira. Rio de Janeiro, 1992.
MAACK, R. Geografia física do Estado do Paraná. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1981.
TEREZO, C. F. Novo Dicionário de geografia. São Paulo: Livro Pronto, 2008.
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