1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO ANTROPOLOGIA E MUSEOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA
DISCIPLINA: CULTURA POPULAR
PROFESSORA: LADY SELMA FERREIRA ALBERNAZ
HORÁRIO: Quinta feira – 09:00 as 13:00 h – Segundo Semestre de 2012
Ementa: cultura popular noções conceituais e campos de análise. Abordagens disciplinares
de cultura popular: antropologia, história, estética, sociologia e política. Aplicações e usos de
cultura popular em pesquisas nas ciências humanas: identidade, classificações de produções
culturais; construção do objeto; festas e rituais.
Apresentação: Pretende-se oferecer um panorama dos estudos de cultura popular, focando
sua relação com a antropologia e tendências atuais. O tema atravessa várias disciplinas, sendo
aqui abordados alguns exemplos como classificações culturais; estudos históricos e políticos
sobre ideologia e estratificação social; análises estética e ritual do popular. Espera-se mostrar
as sutilezas do campo, que possam elucidar os embates políticos e teóricos que permeiam o
debate sobre o tema.
Avaliação: Apresentação de seminários orais e trabalho final.
Plano do curso
13/09 1. Apresentação da disciplina
20/09 2. Cultura e suas classificações
KUPER, Adam. Cultura: a visão dos antropólogos. Bauru-SP: EDUSC,
2002. pp. 9-71
ORTIZ, Renato. Românticos e Folcloristas: Cultura Popular. São Paulo:
Olho d’Água, 1992. pp. 7-76
27/09
3. Classificações das produções culturais: posição social e estética
BURKE, Peter. Cultura popular na idade moderna. Europa, 1500-1800.
São Paulo: Companhia das Letras, 1989. (Prólogo, Introdução, Parte I e
Capítulo 8, “A vitória da Quaresma: a reforma da cultura popular”).
BAKHTIN, Mikhail. M. A cultura popular na Idade Média e
Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo/Brasília:
HUCITEC/UNB, 1987. (Introdução e Capítulo “As Formas e imagens da
festa popular na obra de Rabelais”).
2
Sugestão de filmes: Pier Paolo Passolini. A Trilogia da vida (“The Decameron” e
“The Canterbury Tales”).
04/10
4. Nação, classe e cultura
GRAMSCI, Antonio. Os Intelectuais e a Organização da Cultura. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 1968. (“A Formação dos Intelectuais” pp. 3-
23).
GELLNER, Ernest. “O advento do nacionalismo e sua interpretação: os mitos
da nação e da classe”. Gopal Balakrishnan, (org.). Um Mapa da questão
nacional. Rio de Janeiro: Contraponto, 2000. pp: 107-54.
11/10
5. Nação, classe e cultura – o caso brasileiro
CHAUÍ, Marilena. Conformismo e resistência: aspectos da cultura popular
no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1986. pp. 87-120
CHAUÍ, Marilena. Cultura e democracia. O discurso competente e outras
falas. (5ª ed.) São Paulo: Cortez, 1990. pp. 39-83
ORTIZ, Renato. Cultura brasileira e identidade nacional. São Paulo:
Brasiliense, 1986. pp. 127-142
18/10
6. Cultura de classe e suas tensões
THOMPSON, E. P. Costumes em comum. Estudos sobre a cultura popular
tradicional. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. pp. 13-85; 353-406.
HOGGART, Richard. The uses of literacy. Hammondworth: Penguin, 1969
[1957]. (Capítulo 1 “Who are the working classes?”; Capítulo 5 “The full
rich life”). (Tradução portuguesa online).
25/10
7. Um termo – muitas questões (fronteiras e legitimidade)
CHARTIER, Roger. “‘Cultura Popular’ revisitando um conceito
historiográfico”. In: Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol.8, nº 16, pp.179-
192. (disponível online)
CANCLINI, Néstor García. Culturas Híbridas: estratégias para entrar e sair
da modernidade. São Paulo: Edusp, 1997. pp. 17-66; 159-350.
BOURDIEU, Pierre. “Vouz avez dit ‘populaire’?”. Actes de La Recherche
en Sciences Sociales, nº 46, março. pp.98-103, 1983. Tradução online
http://www.anped.org.br/rbe/rbedigital/RBDE01/RBDE01_04_PIERRE%20
BOURDIEU.pdf
3
01/11
8. Um termo – muitas questões (processos de institucionalização)
VILHENA, Luis Rodolfo. Projeto e missão: o movimento folclórico
brasileiro (1947-1964). Rio de Janeiro: FUNARTE/Fundação Getulio
Vargas, 1997, p. 39-74.
CASTELO-BRANCO, Salwa El Shawan e BRANCO, Jorge Freitas.
“Folclorização em Portugal: uma perspectiva”. In: _______(org). Vozes do
Povo: a folclorização em Portugal. Oeiras-Portugal: Celta, 2003. pp.1-21
08/11
9. O popular, cultura de massas e indústria cultural
FISKE, John. Understanding popular culture. New York/London:
Routledge, 1989. (Partes a selecionar).
LIMA, Luiz Costa. Teoria da cultura de massa. (6ª Ed. revisada). São
Paulo: Paz e Terra, 2001. (Introdução pp. 13-69).
22/11
10. Espetáculo e patrimônio
GONÇALVES, José Reginaldo Santos. “Ressonância, materialidade e
subjetividade: as culturas como patrimônios”. Horizontes Antropológicos.
[online]. 2005, vol.11, n.23, pp. 15-36. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-
71832005000100002.
CARVALHO, José Jorge de. “‘Espetacularização’ e ‘canibalização’ das
culturas populares na América Latina”. Revista Anthropológicas [online].
2010, vol.21 (1): pp. 39-76.
http://www.ufpe.br/revistaanthropologicas/index.php/revista/article/view/189
/140
29/11
11. Identidade e festivais
HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo
Horizonte/Brasília: Editora UFMG/Representações da UNESCO no Brasil,
2003. (Capítulo “Notas sobre a desconstrução do ‘popular’” pp. 247-64)
KÜCHLER, Susanne, KÜRTI, László & ELKADI, Hisharn (editores). Every
day’s a festival: diversity on show. United Kingdom: Sean Kingston
Publishing, 2011. (“Festivals an Introduction” pp. 1-23).
06/12
12. Festas e rituais
VALERI, Valério. “Rito” In: Enciclopédia Einaudi, v. 30: Religião/Rito.
Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1994, p. 325-359.
VALERI, Valério. “Festa”. In: Enciclopédia Einaudi, v. 30: Religião/Rito.
Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1994, p. 402-414,
GUARINELLO, Norberto Luiz. “Festa, Trabalho e Cotidiano”. In: Istvan
Jancso; Iris Kantor. (Org.). Festa: Cultura e Sociabilidade na América
4
Portuguesa. São Paulo: EDUSP/HUCITEC, 2001, v. 2, p. 969-975.
13/12
13. Festas e rituais
DURKHEIM, Émile. As formas elementares de vida religiosa: O sistema
totêmico na Austrália. São Paulo: Edições Paulinas 1989 (Introdução e
Conclusão).
TURNER, Víctor W. O Processo Ritual: estrutura e anti-estrutura.
Petrópolis,Vozes, 1974. (Capítulo 3 “Liminaridade e comunitas” pp. 116-59).
DAMATTA, Roberto. Carnavais, malandros e heróis. Para uma
sociologia do dilema brasileiro. Rio de Janeiro: Zahar, 1979. (“Carnavais,
paradas e procissões: reflexões sobre o mundo dos ritos” pp. 35-66).
20/12
14. Performance
LANGDON, Esther Jean. “Performance e sua Diversidade como Paradigma
Analítico: A Contribuição da Abordagem de Bauman e Briggs”. Revista
Ilha, v. 8, n. 1, 2 (2006) pp. 163-83
(http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/ilha/issue/view/141)
BAUMANN, Richard e BRIGGS, Charles. “Poética e Performance como
perspectivas críticas sobre a linguagem e a vida social”. Revista Ilha, v. 8, n.
1, 2 (2006) pp.185-229.
(http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/ilha/issue/view/141)
SCHIEFFELIN, E. L. "Performance and the cultural construction of reality".
American Ethnologist, 12 (4): 707-724, 1985.
27/12 15. Experiência
BRUNER, Edward M. “Experience and its expressions”. In: Victor Turner &
Edward M. Bruner (editors). The anthropology of experience. Illinois:
University of Illinois, 1986. pp. 3-30.
TURNER, Victor. “Dewey, Dilthey, and drama: na essay the anthropology of
experience”. In: Victor Turner & Edward M. Bruner (editors). The
anthropology of experience. Illinois: University of Illinois, 1986. pp. 33-
44.
Propostas de 3 aulas extras: nas sextas feiras pela manhã nos meses de outubro e de novembro
para encerrar o curso no início de dezembro – combinar data no dia da apresentação do curso
Top Related