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Page 1: Credito e mesmo dinheiro extra

Crédito: necessidade, seleção e uso

Consumo Consciente do Dinheiro e do Crédito GUIA DO MULTIPLICADOR

Situações 3Crédito é mesmo dinheiro extra?

“Ok, decidi alugar dinheiro, mas onde?”

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Crédito: necessidade, seleção e uso

• Qual é a hora certa de pegar um dinheiroemprestado?

• Para deixar mais clara a importância destadecisão podemos mudar um pouco apergunta: Estou contraindo um empréstimoou fazendo uma dívida? Ou: quando ecomo saber se o endividamento é razoávelou necessário?

• Não utilize nenhuma fonte de créditoantes de ponderar demoradamente sobrea sua REAL necessidade. Seja sincero:quantas vezes você não inventou umanecessidade para comprar algo?

• A melhor maneira de não cair nessaarmadilha é fazer contas. O melhor “juiz”dessa dúvida é o orçamento.

• Não cometa o erro de considerar apenaso valor das parcelas mensais e nemse deixe seduzir pela disponibilidade decrédito: compras parceladas, saldos docheque especial, cartão de crédito etc.Nenhum desses dinheiros é seu!

• De quem é o dinheiro que chamamosde crédito? Obviamente, a resposta é: dosinvestidores e poupadores que o confiarama bancos, financeiras etc. Os juros quevocê paga por ele, além de garantirem asegurança desse patrimônio, geram osresultados dessas instituições, divididosentre os investidores, os poupadores, osdirigentes e os acionistas.

• O crédito não é um “dinheiro extra”.Crédito é aluguel de dinheiro.

• Corre o risco de chegar à insolvência quemnão sabe ou não quer fazer as contasnecessárias antes de alugar dinheiro.

• Além de fazer as contas, há outrasperguntas que você deve se fazer eanalisar com a cabeça bem fria:

• Posso mesmo, ou devo desistir doque quero comprar? Isto o ajudará a

diminuir as compras por impulso, quasesempre desnecessárias ou adiáveis.

• Quem está decidindo a compra?O desejo, a vaidade, a pressão dealguém ou a necessidade?

• Não posso mesmo esperar, oudeveria juntar o dinheiro – guardarmensalmente como se estivessepagando as prestações do empréstimoou financiamento – para aproveitar arenda da aplicação e depois comprarà vista e com desconto?

• Atualmente o crédito corre solto e atrás denós. Existem muitas fontes de crédito; asprincipais são os bancos e as financeiras;cada uma delas oferece uma quantidadee uma qualidade bastante grande deprodutos.

• A sabedoria popular diz que é bom colocarum pé atrás quando a esmola é muita, ouseja, quando tudo parece muito fácil. É ocaso hoje em relação ao crédito: o estoquede dinheiro disponível para empréstimose financiamentos está bem alto.

a. Qual é a fonte que me oferece asmelhores condições: taxas, custos,prazos? Veja abaixo uma lista dasfontes mais comuns, e seus custosaproximados (conforme a média domercado financeiro, em janeiro/2006.

b. Estou escolhendo a fonte apenas porqueela “facilita” o crédito? Às vezes, nós nãotemos competência ou frieza suficientespara analisarmos a nossa própriacapacidade de tomar um crédito euma recusa pode ser bem-vinda.

c. O contrato está escrito de umamaneira clara? Preciso de ajudapara compreendê-lo?

d. A oferta é boa demais? Cautela: emgeral as ofertas muito tentadorasescondem armadilhas que podem vir a

• Essa facilidade do “dinheiro extra” à mão,não é, por si mesma, algo ruim.Os problemas começam a aparecerquando ela se junta aos estímulos paraque pratiquemos o consumismo.E o consumista, você sabe, come debarriga cheia.

• Assim, nenhum cuidado é exageradona hora de usar o dinheiro: habitue-sea desconfiar do seu autocontrole na horade enfrentar vitrines, apelos e outraspublicidades.

• Aproveite a oferta para negociar melhorescondições. Não tenha vergonha de fazeristo com o lojista ou o gerente do bancoe responda – de forma refinada e bemcuidada – cada uma dessas questões:

Objetivo: Mostrar que o créditonão é um patrimônio, mas apenasa possibilidade de “alugar dinheiro”.Alertar para o risco e o custo do“crédito fácil”.

Objetivo: Aprofundar a discussãosobre problemas do “crédito fácil”e dar orientações para uma decisãomais consciente na hora de tomarempréstimos.

Dicas para o multiplicador

• Veja a ficha abaixo: Ok, decidi alugardinheiro, mas onde? Elas devem serestudadas em conjunto.

Dicas para o multiplicador

• Esta ficha deve ser analisadajuntamente com a anterior: “Crédito émesmo dinheiro extra?”

• Reúna alguns artigos e reportagenssobre esses dois temas correlatos(nos jornais e na Internet: experimente, porexemplo, digitar, “crédito fácil” ou “perigosdo crédito fácil” em algum dos buscadoresdisponíveis: google, yahoo, radar uol etc.).Proponha a leitura e o debate em grupode alguns deles.

• Discuta também, as noções de juros(simples e compostos) e mostre-lhes comoeles variam segundo o tipo de fonte decrédito (cartão de crédito, cheque especial,empréstimo pessoal, consórcio etc.)

custar caro. Lembre que todos estão nomesmo mercado e sabem avaliar o queé razoável ou não. Na dúvida, procurea ajuda de alguém que entenda definanças (um consultor, um gerentede banco de sua confiança ou umcontador) ou a área de RH e assistênciasocial da empresa onde trabalha.

e. Esta fonte de crédito é confiável?Conheço alguém que já se relacionoucom ela? Onde posso buscar maisinformações? Não se esqueça de quepara receber o dinheiro que pediu, vocêdará a quem emprestou uma série dedireitos para cobrar o crédito. Existemcredores sérios, mas também existemaqueles que tentam abusar de seusdireitos, pressionando e mesmoprejudicando, de vários modos, odevedor. O PROCON e o BancoCentral são sempre um bom começo.

• Faça e refaça as contas. Verifique tudoisso, mesmo se o empréstimo pretendidoestiver previsto no seu orçamento.A finalidade é criar ou fortalecer umamentalidade (um jeito de pensar e agir)que enfrente os impulsos consumistasque caracterizam a nossa época.

• Lembrete: Comprar a prazo, pagar emvárias vezes, dar cheque pré-datado,postergar o pagamento, comprar fiadoe usar o limite do cartão de crédito oudo cheque especial são na verdade, amesma coisa: formas de ALUGARDINHEIRO.

Crédito: é perigoso se enrolar...

FONTE: ANEFAC – Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade – 2002http://www.vidaeconomica.com.br/familias.htm#topo (pesquisa na integra)

O tamanho da mordidaPercentual da renda familiar comprometido com dívidas

R$ 200,00 a R$ 1.000,00 a R$ 2.000,00 a R$ 1.000,00 a acima de1.000,00 2.000,00 4.000,00 10.000,00 10.000,00

Faixas de renda

% d

a re

nda

% da renda livre % comprometido com dívidas

35% 34% 33% 28% 19%

Tipo de empréstimoTaxa líquida (%)

Tipo de empréstimoTaxa líquida (%)

Mensal Anual Mensal Anual

Empréstimo familiar Antecipação de créditos: 13º salário(poupançade 01/01/2005 a 01/01/2006) 4 0,73 9,12 e restituição de Imposto de Renda 4 3,00 42,57

Usar um consórcio ao invés Taxa administração entre Empréstimos consignadosde financiar o bem 4 10% e 24% do valor do bem. vinculados à folha de pagamento 2 2,68 37,35

Empréstimos em cooperativas Empréstimo pessoal -de crédito 3 2,00 26,82 financeira 1 11,63 274,43

Financiamento de automóveis: venda CDCo carro para pagar a dívida e financie Crédito Direto ao Consumidor em bancos 2

outro (talvez de menor valor) 2 2,67 37,25 (financiamento de veículos) 3,50 51,11

Empréstimo pessoal - banco 1 5,75 95,60 Cartão de crédito 1 10,24 222,16

Cheque especial 1 8,21 157,76 Agiotas: jamais os procure! 4 15% 435%ou mais ou mais

Juros do comércio 1 6,15 104,66 Empréstimo “de pai para filho” 4 zero zero

1 FONTE: Anefac: http://www.anefac.com.br/2 FONTE: Banco Central:http://www2.uol.com.br/infopessoal/noticias/_HOME_OUTRAS_456984.shtml e http://www.bcb.gov.br/ftp/depec/NITJ200602.xls3 http://www.terra.com.br/istoedinheiro/425/seudinheiro/5430os_donos_d.htm 4 Estimativa AKATU

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