ESTRATÉGIAS DE SUPLEMENTAÇÃO MINERAL NA RECRIA DE NOVILHAS MANEJADAS SOB SISTEMA DE PASTEJO
ROTACIONADO
FELIPE NOGUEIRA DOMINGUES
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO
CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ MARÇO - 2005
ESTRATÉGIAS DE SUPLEMENTAÇÃO MINERAL NA RECRIA DE NOVILHAS MANEJADAS SOB SISTEMA DE PASTEJO
ROTACIONADO
FELIPE NOGUEIRA DOMINGUES
Dissertação apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Produção Animal
Orientador: Prof. José Fernando Coelho da Silva
CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ MARÇO – 2005
ESTRATÉGIAS DE SUPLEMENTAÇÃO MINERAL NA RECRIA DE NOVILHAS MANEJADAS SOB SISTEMA DE PASTEJO
ROTACIONADO
FELIPE NOGUEIRA DOMINGUES
Dissertação apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Produção Animal
Aprovada em 11 de Março de 2005 Comissão Examinadora:
Prof. Pedro Antônio Muniz Malafaia (D.Sc., Zootecnia) – UFRRJ
Prof. Ricardo Augusto Mendonça Vieira (D.Sc., Zootecnia) – UENF
Prof. Hernán Maldonado Vásquez (D.Sc., Zootecnia) – UENF
Prof. José Fernando Coelho da Silva (PhD., Nutrição de Ruminantes) – UENF Orientador
ii
“Os animais domésticos são máquinas, não no sentido figurado da palavra, mas na sua acepção mais rigorosa, tal como admitem a mecânica e a indústria. São máquinas da mesma sorte que as locomotivas de nossas estradas de ferro, os aparelhos de nossas usinas onde se destila, onde se fabrica o açúcar, a fécula, onde se tece, onde se reduz a pó, onde se transforma uma matéria qualquer. São máquinas que dão serviços e produtos.
Os animais comem: são máquinas que consomem, que queimam certa quantidade de combustível, de certa espécie. Eles movem-se: são máquinas em movimento obedecendo às leis da mecânica. Produzem leite, carne, força: são máquinas fornecendo um rendimento, por uma determinada despesa.
Essas máquinas animais são construídas segundo um
plano, são compostas de elementos determinados, de órgãos, como se diz em anatomia e também em mecânica. Todas suas partes têm função certa, conservam entre elas certas relações, e funcionam em virtude de determinadas leis, para produzirem trabalho útil.
A atividade dessas máquinas constitui sua própria vida,
que a fisiologia resume em quatro grandes funções: nutrição, reprodução, sensibilidade, locomoção. Esse funcionamento, que caracteriza a vida, é também a condição de nossa exploração zootécnica, causa de despesas e de rendimentos, que devemos balancear de maneira a atenuar os preços de custo, para aumentar os lucros.
Mas essas máquinas admiráveis foram criadas por mãos
mais potentes que as nossas: não fomos chamados a estabelecer as condições de sua existência e de sua marcha, e para conduzi-las, multiplicá-las, devemos conhecê-las sob pena de destruí-las e deixar nosso trabalho, nosso tempo, nosso capital serem levados no jogo fatal de suas engrenagens. Quanto melhor conhecermos a construção dessas máquinas, as leis de seu funcionamento, suas exigências e seus recursos, melhor poderemos entregar-nos com segurança e vantagem na sua exploração”.
EMILE BAUDEMENT
Les Races Bovines au Concours Universelle Agricole de Paris en 1856. Atlas avec introduction et texte – Paris 1862. (Somente a introdução foi impressa, pois o autor faleceu antes da conclusão deste
trabalho)*.
* Texto retirado do livro “Introdução à zootecnia” do autor Otávio Domingues, 1968.
iii
Ao meu pai Antônio Guido Domingues e ao meu avô Hélio Alves Nogueira pela herança de honestidade e hombridade.
Dedico
iv
AGRADECIMENTO
Á DEUS.
À Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro pelos aprendizados durante
a graduação.
À Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, pela
oportunidade de realização do curso de mestrado.
Ao CNPq pela concessão da bolsa.
Ao Professor José Fernando Coelho da Silva, pelos conselhos, paciência,
orientação e confiança durante o curso.
Ao Professor Ricardo Augusto Mendonça Vieira, pela discussões,
gargalhadas, ensinamentos, conselhos e amizade desde os tempos da fazenda
Barreiro.
Ao Professor Pedro Antônio Muniz Malafaia, pela amizade e orientação
desde o período da graduação e pelos conselhos e críticas em relação a este
trabalho.
Ao Professor Hernán Maldonado Vasquez, pela participação na banca de
defesa de tese.
Ao Professor Paulo Marcelo de Souza, pela participação na banca do projeto
de tese e pela imprescindível ajuda nos cálculos do custo deste trabalho.
Aos Professores do LZNA pelos ensinamentos e conselhos.
Aos técnicos de nível superior Cláudio Lombardi e José Acácio da Silva,
pelos conselhos e ajuda na realização das análises laboratoriais.
v
Às secretárias da PGA, Etiene, Jovana e Elenita por estarem sempre
prontas ajudar e resolver os nossos problemas.
À coordenadora do curso de pós-graduação em produção animal Profa Célia
Raquel Quirino pela ajuda na solução dos mais diversos problemas.
Aos técnicos de nível superior da Unidade de apoio a pesquisa em zootecnia
Bia e Sérgio Peralva, em especial ao Rogério pela ajuda nos trabalhos de campo.
A todos os funcionários de campo em especial Amilson, Ricardo, Francisco e
Rony pela ajuda na implantação e execução do experimento.
À minha mãe Edna Martha Nogueira Domingues pelo carinho, dedicação e
por sempre ter confiado em mim.
Às minhas irmãs Luisa (Doideira) e Martinha (Magrela) pela amizade, brigas
e gargalhas nos momentos de reencontro.
Aos meus tios Luís, Carlos e João. Às minhas tias Marlúcia, Elda, Lucimar e
Valéria. Aos meus primos Julia (Jula), Bernardo (Be de bulga), Bruno (Guinga),
Leonardo (Léo), Rodrigo (Rego) e Carlos Henrique (Caca) por me apoiarem e me
dar à tranqüilidade de saber que sempre posso contar com vocês.
À minha namorada Alessandra pela compreensão, apoio, amor e carinho
incondicional.
Aos colegas da UENF, Fabinho (Mocito), Afonso (Lelo), Emanoel (Manu),
Denílson, Albert (Caninos), Edízio (Elízio), Jorge (Mirinda), Mirton, Paulo (Chacha),
Eduardo, Lara, George André, Laélio, Guilherme, Ismail, João, Julien, Sabrina,
Renata, Cassiano, Cleuber, Ralph, Mariana, Roberta, George (da motinha), Pedro,
André, Amanda, César, Lorena, Cíntia, Ana Paula e Caroline, pelo convívio.
Aos “caras” que moraram comigo, e foram a minha família em Campos
durante estes dois anos de luta, os meus amigos Adolpho (Hopkins), Ferolla (Júnior
e mentor intelectual da galera), Artur (Seu Artur), Victor (meu segurança), Armando
(Armandália) e Robson (Chupetinha é dez).
Aos amigos da República du Momento Saulo (Teco), Alberto (Beto), Tiago
(Tigrão), Léo (o que nós temos de melhor), Érico (Urso), Vitor (Vitão). Valeu pelos
churrascos e cachaçadas. “OS MENINO”!!
A todos que não foram citados, mas que colaboraram de alguma forma para
que eu pudesse chegar até aqui. O meu muito obrigado.
É por isso que eu digo “Companheiro é companheiro...”.
vi
BIOGRAFIA
FELIPE NOGUEIRA DOMINGUES, filho de Antônio Guido Domingues e
Edna Martha Nogueira Domingues, nasceu na cidade Timóteo, MG, em 09 de março
de 1979.
Em março de 1998, iniciou o curso de graduação em Zootecnia na
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, graduando-se em 16 de novembro de
2002.
Foi admitido em março de 2003 no Curso de Pós-graduação em Produção
Animal, Mestrado, com concentração na área de Nutrição de Ruminantes da
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), em Campos dos
Goytacazes, RJ. Submetendo-se à defesa de dissertação para conclusão do curso
em 11 de março de 2005.
vii
CONTEÚDO
RESUMO....................................................................................................................... ix
ABSTRACT................................................................................................................... xi
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 1
2. REVISÃO DE LITERATURA................................................................................... 4
2.1. Fase de recria ................................................................................................. 4
2.2. Minerais e sua importância............................................................................ 5
2.3. Funções dos minerais .................................................................................... 6
2.4. Influência dos minerais no consumo de matéria seca................................ 6
2.5. Fatores que afetam a disponibilidade dos minerais .................................. 7
2.6. Deficiência mineral ......................................................................................... 8
2.7. Métodos de avaliação das deficiências minerais....................................... 11
2.8. Consumo e digestibilidade das forragens ................................................... 12
2.9. Custos da suplementação.............................................................................. 14
3. MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................ 16
3.1. Local e data de execução.............................................................................. 16
3.2. Área experimental e tratamentos .................................................................. 16
3.3. Controle do consumo dos suplementos minerais ....................................... 18
3.4. Adubação......................................................................................................... 19
3.5. Manejo da pastagem e disponibilidade de forragem para a regulação da
pressão de pastejo ........................................................................................ 20
viii
3.6. Animais experimentais ................................................................................... 21
3.7. Consumo e digestibilidade ............................................................................ 21
3.8. Coleta, preparo e análise bromatológica das amostras ............................ 22
3.9. Custos das suplementações.......................................................................... 23
3.10. Análise estatística......................................................................................... 24
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................. 26
4.1. Composição bromatológica .......................................................................... 26
4.1.1. Matéria seca........................................................................................ 26
4.1.2. Proteína bruta ...................................................................................... 27
4.1.3. Fibra em detergente neutro ............................................................... 27
4.1.4. Minerais................................................................................................ 28
4.2. Consumo de matéria seca de lâmina foliar verde....................................... 31
4.3. Digestibilidade da matéria seca da lâmina foliar verde............................. 32
4.4. Ganho médio diário ........................................................................................ 35
4.5. Consumo dos suplementos minerais............................................................ 37
4.6. Consumo dos micro e macroelementos e exigências nutricionais........... 38
4.7. Consumo de matéria seca, proteína bruta e exigências nutricionais ....... 40
4.8. Custos das suplementações.......................................................................... 41
5. CONCLUSÕES........................................................................................................ 46
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 47
APÊNDICE.................................................................................................................... 54
ix
RESUMO
DOMINGUES, Felipe Nogueira; M. Sc.; Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro; março de 2005; Estratégias de suplementação mineral na recria de novilhas manejadas sob sistema de pastejo rotacionado. Professor Orientador: José Fernando Coelho da Silva. Professores Conselheiros: Ricardo Augusto Mendonça Vieira e Hernán Maldonado Vasquez.
Objetivou-se, com o presente trabalho, verificar alternativas na
suplementação mineral para novilhas que não impliquem perda de produtividade,
possibilitem a manutenção dos níveis de consumo e digestibilidade do pasto e que
sejam viáveis economicamente. Para isso, foram utilizadas 25 novilhas holandês x
zebu, sendo 16 animais-prova e nove animais para regular a oferta de forragem do
pasto. Os animais-prova foram distribuídos aleatoriamente em quatro tratamentos:
capim-mombaça e sal seletivo (MSS), capim-mombaça e sal comercial (MSC),
capim-elefante e sal seletivo (ESS) e capim-elefante e sal comercial (ESC). Os
capins mombaça e elefante foram manejados em sistema de pastejo rotacionado
com três dias de ocupação e 36 e 42 dias de descanso respectivamente. Foram
avaliados o consumo de matéria seca de lâmina foliar verde (CMSLFV) e a
digestibilidade aparente da matéria seca de lâmina verde (DMSLFV), utilizando-se o
óxido crômico como marcador externo e fibra em detergente neutro indigerível como
marcador interno. O ganho médio diário (GMD) foi avaliado mediante a pesagem dos
animais-prova a cada 28 dias, antes de cada pesagem os animais sofreram um
jejum de mais ou menos 16 horas. Foram mensurados o consumo do suplemento
mineral e também avaliados os teores de matéria seca, proteína bruta, fibra em
x
detergente neutro, cálcio, fósforo, potássio, magnésio, sódio, cobre, zinco, ferro e
manganês na lâmina foliar e posteriormente, procedeu-se uma análise de custo do
suplemento mineral seletivo e comercial para uma análise comparativa. O
experimento foi conduzido sob um delineamento experimental inteiramente
casualizado em esquema fatorial 2 x 2. Não houve efeito dos tratamentos (P>0,05)
para CMSLFV. Em relação à DMSLFV, houve interação sal x gramínea. Para o
GMD, houve efeito significativo apenas para gramínea, sendo o desempenho dos
animais que pastavam o capim-elefante superior àquele dos que pastavam o capim-
mombaça. Os consumos dos suplementos minerais foram de 0,18 e 0,14 g/kg
PV/dia, respectivamente, para o sal seletivo e o sal comercial. O custo de produção
do sal seletivo foi de R$ 0,48 e o custo do sal comercial foi de R$ 1,18. Para a
presente situação, é viável a substituição do sal comercial pelo sal seletivo visto que
os animais que consumiram este suplemento obtiveram desempenho semelhante ao
dos animais tratatos com sal comercial, porém com um custo de produção do
suplemento bem inferior e sem apresentar déficits no CMSLFV e na DMSLFV.
Palavras chaves: capim-elefante, capim-mombaça, minerais, custo, consumo
voluntário.
xi
ABSTRACT
DOMINGUES, FELIPE NOGUEIRA; M. Sc.; North Fluminense State University-Darcy Ribeiro; March 2005; Strategics of mineral supplementation of heifers under rotational grazing. Advisor: Professor José Fernando Coelho da Silva. Counselors: Professors Ricardo Augusto Mendonça Vieira and Hernán Maldonado Vasquez.7 Alternatives for the mineral supplementation of growing heifers that didn’t implicate in
productivity loss, make possible the maintenance of intake and digestibility levels of
pature and that are economically viable were studied. Twenty-five Holstein x Zebu
heifers were used that includes 16 test animals and nine animals to regulate the
availability of forage in the pasture. The test animals were randomly allotted to four
treatments: mombaça grass with selective salt (MSS), mombaça grass with
commercial salt (MSC), elephant grass with selective salt (ESS) and elephant grass
with commercial salt (ESC). The mombaça and elephant grasses pastures were
under rotational grazing system with three days of occupation period and 36 and 42
days of resting period, respectively. Dry matter intake (CMSLFV) and apparent
digestibility (DMSLFV) on the base green leaves were evaluated with chromium
oxide and indigestible neutral detergent fiber, the average daily gain (ADG) was
evaluated through the weighting of the animals every 28 days, after 16 hours fasting.
Mineral supplement intake was measured and the levels of dry matter, crude protein,
neutral detergent fiber, calcium, phosphorus, potassium, magnesium, sodium,
copper, zinc, iron and manganese in the grass leaves were also analyzed and finally
xii
a production cost analysis of the selective and commercial mineral supplements was
done to make comparisons. A completely randomized design in factorial arrangement
(2x2), was used. No significant (P>0.05) effect for CMSLF was found. For DMSLFV
there was an interaction between salt and grass. For ADG there was significant effect
just for type of grass, the animals on the elephant grass pasture showed higher
weight gain than those on the mombaça grass, the daily intakes of mineral
supplements were of 0.18 and 0.14 g/kg of live weight, respectively for the selective
salt and commercial salt. The production cost of the selective salt was of R$ 0.48 and
of the commercial salt was of R$ 1.18. In the present situation it is viable the
substitution of the commercial salt for the selective salt since the animals that
consumed this supplement had similar performance to those on the commercial salt,
however with a lower production cost and without deficits in CMSLFV and DMSLFV.
Key words: elephant grass, mombaça grass, minerals, cost, voluntary consume.
1. INTRODUÇÃO
A bovinocultura é uma atividade freqüente nas propriedades do Norte
Fluminense, com grande importância na economia e sustentabilidade dos municípios
na região; em Campos dos Goytacazes cerca de 40% das propriedades rurais tem a
pecuária como sua principal atividade (Ponciano et al., 2002). No Brasil, como
também na região Norte Fluminense o sistema predominante para criação de
bovinos é o sistema extensivo na qual as forrageiras são as principais fontes de
alimentos.
No que se refere à produção de leite, a recria de bezerras é uma fase
importante do sistema de produção, visto que estes animais serão as futuras
matrizes do plantel. Para que estes animais cheguem à puberdade o quanto antes e
tenham uma idade, no primeiro parto, próxima aos 24 meses, é necessária uma
atenção especial por parte do produtor a esta fase de criação, de modo que estes
animais dêem retorno financeiro (produção de leite) o mais rápido possível. Um
arraçoamento adequado é imprescindível, sendo que a suplementação mineral
merece destaque especial para os animais em crescimento.
Nos últimos 30 anos, a suplementação mineral em rebanhos bovinos sofreu
considerável incremento, sobretudo em função da maciça propaganda realizada
pelas empresas que produzem suplementos minerais. Esse fenômeno foi, por um
2
lado, positivo, pois induziu à conscientização sobre a importância das deficiências
minerais
como causa de enfermidades e de prejuízos econômicos. Como
conseqüência, houve uma ampla intensificação na utilização da suplementação
mineral para os rebanhos. Por outro lado, o método mais amplamente utilizado para
suplementar ou corrigir uma eventual deficiência vem sendo o emprego de misturas
minerais comercias (MMC), já adquiridas prontas no mercado. Essas MMC, em geral
contêm cálcio (Ca), fósforo (P), magnésio (Mg), enxofre (S), sódio (Na), zinco (Zn),
manganês (Mn), ferro (Fe), cobre (Cu), cobalto (Co), iodo (I) e selênio (Se) em sua
composição. Outras MMC ainda inserem em suas fórmulas cromo (Cr) e níquel (Ni),
na pressuposição de que esses minerais seriam dieteticamente importantes aos
bovinos (Peixoto et al., 2003).
A forragem produzida em solos tropicais pode ser deficiente em um grande
número de macro e microelementos inorgânicos necessários ao animal. Este fato
caracteriza a necessidade de se incluir, numa mistura mineral, os elementos que se
apresentem deficientes para que se alcance uma produção mais eficiente e lucrativa.
Entretanto, o conceito de que os minerais são necessários em numerosas
reações metabólicas nos animais, criou a equivocada percepção de que esses
nutrientes sempre devem ser suplementados aos animais. Ou seja, acredita-se que,
independentemente, da quantidade de minerais presentes nos alimentos energéticos
e protéicos, vários ou o maior número deles ainda deveriam ser disponibilizados,
para que os animais tornem-se saudáveis e atinjam sua máxima produtividade. Tal
prática, porém, além de não trazer qualquer benefício adicional, ainda representa um
considerável acréscimo nos custos de produção e pode resultar na menor absorção,
em função de antagonismos, em relação àqueles minerais que realmente são
necessários aos animais (Malafaia et al., 2004a).
Os bovinos não precisam ser suplementados com minerais em todas as
regiões do Brasil, com exceção do sal comum. Outros elementos devem ser
fornecidos apenas quando a sua deficiência for diagnosticada na região ou quando,
pelo menos, haja suspeitas neste sentido (Tokarnia et al., 2000). Com isso, a melhor
maneira e talvez a única de os técnicos e criadores avaliarem até que ponto a
inclusão deste ou daquele mineral na alimentação dos animais tem valor é por meio
experimental (Tokarnia et al.,1999; Tokarnia et al., 2000; Moraes, 2001b).
3
A maioria dos trabalhos publicados com relação aos minerais no Brasil não
tratam o assunto do ponto de vista da produção animal e, sim, do ponto de vista
clínico-patológico, descrevendo níveis considerados deficientes, seja no animal, na
planta ou no solo.
O objetivo deste trabalho foi testar alternativas na suplementação mineral
que não impliquem em perda de produtividade. Para tal, será avaliado o
desempenho ponderal de bezerras holandês x zebu, em crescimento, manejadas em
sistema de pastejo rotacionado com duas forrageiras Panicum maximum (cv.
Mombaça) e Pennissetum purpureum Schum. (cv. Napier), suplementadas com
mistura mineral comercial (MMC) e uma mistura mineral seletiva (MMS), contendo
Na, P, Cu e Co. Foram também estudados o consumo e a digestibilidade das
forrageiras utilizadas e avaliados economicamente os dois sistemas de
suplementação.
4
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Fase de recria
A fase de recria é o intervalo da desmama ou desaleitamento até a primeira
cobrição. O principal objetivo da alimentação e manejo de novilhas de reposição é a
obtenção de vacas de excelente produção. No entanto, a fase de recria tem sido
constantemente deixada de lado pelos produtores que alegam que tais animais não
dão lucro, evidentemente, referindo-se ao fato de as novilhas ainda não estarem no
período de lactação.
Esse argumento, na maioria das vezes, é comum nas propriedades cuja
principal atividade é a produção de leite. Tal postura tem que ser revista já que a
redução da idade a puberdade, e conseqüentemente, a redução da idade a primeira
cria, leva a uma redução do custo de produção geral da propriedade. Isso porque
estes animais entram em lactação com uma idade menor e permanecem no rebanho
por mais tempo e, com isso, há uma produção maior por animal durante a sua
permanência no rebanho.
O ganho de peso diário para novilhas em crescimento é o fator principal
para a redução da idade a puberdade visto que a idade ao primeiro cio (puberdade)
é o reflexo do tamanho ou peso (idade fisiológica) e não da idade cronológica da
novilha (Dacca-rett et al., 1993, citados por Campos e Lizieire 1998).
5
A fase de recria pode ser feita a pasto, com suplementação mineral
adequada (Campos e Lizieire, 1998).
2.2. Minerais e sua importância
A nutrição mineral dos ruminantes envolve os atributos físico-químicos e
biológicos que afetam as inter-relações do solo, planta e animal (e o ecossistema
microbiano ruminal), dificultando a predição das exigências em minerais e a
estimação da composição mineral dos recursos alimentares (Van Soest, 1994).
Um grande número de elementos inorgânicos são essenciais para o
crescimento normal e a reprodução dos animais. Os elementos inorgânicos são
usualmente divididos em dois grupos, de acordo com a concentração presente no
corpo dos animais. Estes grupos são os macroelementos e os elementos traços ou
microelementos inorgânicos. Os microelementos são aqueles presentes no corpo
animal em concentrações não maiores que 1 parte em 20000. Devido à baixa
concentração presente no corpo dos animais e nos tecidos das plantas estes
elementos são freqüentemente expressos em partes por milhão (ppm ou mg/kg)
(Macdonald, et al., 1966). Os macroelementos considerados essenciais são o Ca, P,
Na, Cl, K, Mg e S e os microelementos são o Co, Cu, I, Fe, Mn, Mo, Se, Zn, Ni e
talvez Cr e F (NRC, 2001).
Os desequilíbrios minerais são responsáveis pela baixa produção de carne e
leite, além dos problemas reprodutivos, crescimento retardado, abortos, fraturas e
queda da resistência orgânica. Tanto a deficiência severa, acompanhada por taxas
de elevada mortalidade, como as deficiências subclínicas, cujos sintomas não são
perceptíveis clinicamente, podem levar a perdas consideráveis na produtividade
(Moraes, 2001a).
Estudos realizados desde 1975 pelo Centro de Pesquisa Agropecuária dos
Cerrados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) têm indicado
que “não existe outro fator isolado com potencial tão elevado como a suplementação
mineral adequada para aumentar os índices de produtividade de bovinos, criados no
pasto, a um custo relativamente baixo”. Também há estudos apontando que a
administração adequada da mistura mineral para bovinos criados a pasto nos países
tropicais pode proporcionar aumentos da ordem de 20% a 50% na taxa de
natalidade e de 20% a 30% na taxa de ganho de peso, além de reduzir
6
significativamente os índices de doenças e de mortalidade do rebanho (Mustefaga e
Netto, 2000).
2.3. Funções dos minerais
Segundo Underwood e Suttle (1999), os minerais têm função estrutural,
fisiológica, catalítica e regulatória. Estruturalmente, os minerais podem formar
componentes dos órgãos do corpo e tecidos, como o Ca, P, Mg, F e S nos ossos e
dentes e o P e o S nas proteínas musculares. Minerais como Zn e P podem também
contribuir com a estabilidade estrutural de moléculas e membranas das quais fazem
parte. Fisiologicamente, os minerais ocorrem nos fluídos corporais e eletrólitos nos
tecidos, contribuindo com a manutenção da pressão osmótica, equilíbrio ácido-
básico, permeabilidade das membranas e transmissão de impulsos nervosos. Os
minerais também agem como catalisadores de enzimas, sistemas hormonais e como
componentes específicos de metaloenzimas ou como pequenos ativadores
específicos dentro de sistemas enzimáticos. Outra função importante dos minerais,
que nos últimos anos vem sendo descrita, é a função de reguladores da replicação e
diferenciação celular, o Ca, por exemplo, influencia os sinais de transdução e o Zn,
nos sinais de transcrição.
2.4. Influência dos minerais no consumo de matéria seca
A influência dos minerais na ingestão de matéria seca (MS) já foi descrita
por diversos autores, entretanto, na maioria dos casos, a função de cada mineral no
metabolismo animal é bem conhecida, mas o modo como a deficiência de um dado
mineral ou a sua toxidez deprimem a ingestão de matéria seca ainda não é
conhecido (Forbes, 1995).
Vários minerais podem influenciar o consumo de MS nos ruminantes, dentre
os quais encontra-se o Ca que, quando em níveis considerados deficientes, diminui
a ingestão de alimento em bezerros (Bechdel et al., 1933, citados por Forbes, 1995).
A deficiência de Co e Cu em ruminantes tem sido indicada como causa de
inapetência, sendo que o excesso de Cu pode causar uma crise hemolítica e até a
morte.
7
O excesso de molibdênio também causa uma diminuição na ingestão de MS
assim como o excesso e a deficiência de Na podem causar uma ingestão de MS
muito baixa (NRC, 1957 e 1963, citados por Forbes, 1995), a deficiência de Mg
diminui a digestibilidade da celulose, mas não o suficiente para diminuir a ingestão
de MS (Ammerman et al., 1971). Em ruminantes adultos, a deficiência de Mn
também inibe a ingestão de MS (Maynard e Loosli, 1962), como também, a
deficiência de potássio tem sido indicada como causa de inapetência (Telle et al.,
1964, citados por Forbes, 1995).
O Se, quando presente em níveis tóxicos tem sido responsabilizado pelo
decréscimo na ingestão de MS (Moxon e Rhian, 1943, citados por Forbes, 1995). O
Zn é um mineral que, tanto na sua deficiência (Miller et al., 1966, citados por Forbes,
1995), quanto no seu excesso (Ott et al., 1966, citados por Forbes, 1995), tem sido
indicado como causador da falta de apetite. Segundo MacDonald et al. (1995), o S é
responsável pela restrição na ingestão de MS por ruminantes.
Decréscimos no consumo alimentar e ganho médio diário causados por
concentrações elevadas de Fe na dieta também foram observados (Standish et al.,
1969; 1971 e Rosa et al., 1982, citados por Pott et al., 1989a).
2.5. Fatores que afetam a disponibilidade dos minerais
Vários fatores contribuem para a grande variabilidade na composição e
disponibilidade dos minerais nos alimentos. Em se tratando de animais,
exclusivamente, a pasto, os principais fatores são a espécie da forragem, a
fertilidade do solo e os níveis de adubação.
A variabilidade na composição mineral das espécies forrageiras se deve às
diferentes capacidades de absorção de determinados elementos. As quantidades
extraídas do solo podem variar ainda em função da idade, do estádio de
desenvolvimento da planta e com o processo de maturação da forrageira (Schunke,
2001).
O solo exerce grande influência na composição mineral das forrageiras.
Como a solução do solo apresenta uma complexa população de íons (aí estão
presentes os elementos minerais essenciais, os benéficos e os tóxicos), a existência
de um dado elemento em concentração muito alta, pode fazer com que a absorção
8
de um outro elemento seja diminuída por inibição competitiva ou não competitiva.
Como conseqüência, o primeiro poderá se acumular na planta até atingir níveis
prejudiciais aos animais, enquanto que o segundo poderá não ser absorvido em
quantidade suficiente para o atendimento das exigências do suposto elemento.
Alguns exemplos são: a “tetania dos pastos”, uma deficiência de Mg induzida por
excesso de K ou de Ca; excesso de Mo, que pode causar deficiência de Cu (diarréia
das pastagens) e o excesso de S, que pode induzir a carência de Se (Schunke,
2001). Outro fator de extrema importância na disponibilidade dos minerais para as
forrageiras é o pH do solo, que, de acordo com a sua variação, aumenta ou diminui a
concentração dos minerais nas plantas. Em solos com pH básico, a absorção de Mo
é aumentada enquanto, nesses mesmos tipos de solo, a absorção de Co e Mn é
reduzida. No entanto, a absorção de Cu e Zn não varia com relação ao pH
(Underwood e Suttle, 1999).
A adubação também influencia a composição bromatológica das forrageiras.
Diversos estudos comprovam a resposta das gramíneas à adubação,
particularmente em relação à produtividade e qualidade da matéria seca. Segundo
Schunke (2001), o teor de P dos tecidos de Brachiaria, por exemplo, aumenta com a
adubação fosfatada, porém tal aumento é significativo somente nas doses mais
elevadas do adubo. Nas doses recomendadas usualmente não se verificam grandes
alterações das concentrações do elemento nos tecidos, visto que o P absorvido pela
planta, nos níveis mais baixos de P disponíveis no solo, estimula o crescimento e se
dilui nos tecidos. Em contrapartida, Sousa et al. (1985) mostraram que animais
anelorados de sobreano pastejando capim-colonião implantado em solos de
fertilidade alta e adubado com 100 kg/ha de P2O5, o fornecimento de sal comum foi a
alternativa mais interessante do ponto de vista econômico, superando os
suplementos com P e micronutrientes, o que levanta a hipótese de que somente em
solos mais pobres o sal comum deveria ser substituído pelo sal mineral comercial.
2.6. Deficiência mineral
Os estudos com relação à deficiência de minerais no Brasil iniciaram-se há
várias décadas, sendo que os primeiros trabalhos com relato de diagnóstico de
deficiências de minerais no território nacional foram publicados por Gióvine (1943) e
9
Menicucci Sobrinho (1943) nos quais se referiram à deficiência de P e P e Ca,
respectivamente, no estado de Minas Gerais.
Desequilíbrios minerais para bovinos criados em campo são descritos em
quase todas as regiões do mundo, sendo inclusive comuns no Brasil para bovinos
sob condições de pastejo (Tokarnia et al., 2000).
A deficiência de Na é tida como uma deficiência mundial (já tendo sido
diagnosticada em todos os continentes), por isso, todos os rebanhos devem ter
acesso a este mineral. No Brasil, além do Na, a deficiência de P é tida como a
principal, seguida pelas deficiências de Co e Cu (Moraes et al., 1999 e Tokarnia et
al.,2000). Eventualmente, em algumas regiões, outros minerais podem estar
deficientes, como o Ca, Mg, K, Mn, Fe, Se, Zn e I (Moraes, 2001a e b).
Em comprovação da grande variabilidade dos locais e níveis de deficiência
mineral no Brasil, pode ser citado o trabalho de Peixoto et al. (2003) que, ao
trabalharem com mais de 1000 matrizes nelore no interior de Minas Gerais,
obtiveram taxas de prenhez de 90% com os animais, tendo como suplemento
mineral apenas sal comum (NaCl). De forma semelhante, S’Thiago et al. (2000)
concluíram que o uso de P em misturas minerais fornecidas ad libitum para vacas de
cria, em pastagens de B. humidicola por período de até seis anos, não interferiu no
desempenho produtivo e reprodutivo do animal.
Lopes et al. (1980a e b), estudando a composição mineral de amostras de
solo, forragem e tecido animal da microrregião de Mato Grosso de Goiás, verificaram
que apenas os minerais P, Zn e Cu apresentaram-se deficientes na microrregião, o
que não aconteceu em relação ao Mg, K e Ca.
Dayrell et al. (1973), pesquisando os níveis de P na região do cerrado de
Brasília, concluíram que, nas fazendas estudadas nos municípios de Planaltina,
Formosa e Luziânia, a suplementação fosfórica deve ser fornecida aos animais o
ano todo. Entretanto, no município de Sobradinho, não há esta necessidade, visto
que os animais em estudo apresentavam bom estado nutricional com relação ao P.
Sousa et al. (1986, 1987 e 1989) e Sousa e Darsie (1985 e 1986), em um
estudo completo sobre carência de minerais no estado de Roraima, percorreram seis
regiões do estado e analisaram o status de minerais no solo, forrageira (nativa e
cultivada) e tecido animal (fígado, plasma e costela) em animais em lactação,
crescimento e terminação concluíram que, naquelas regiões estudadas, não há
10
necessidade de suplementação mineral com relação a Fe, Mn, Mo. É necessária a
suplementação de Zn, P, Na, Mg e K, porque estes elementos apresentaram-se
deficientes no solo e forrageiras, porém os níveis de Mg no plasma sanguíneo foram
normais e na, cinza do osso da costela foram baixos. Os níveis de Ca foram baixos
na forrageira e no osso da costela que são considerados deficientes, no entanto, os
seus níveis no plasma sanguíneo estão dentro do considerado normal. Os níveis de
Cu foram baixos na forrageira, porém os teores no plasma sanguíneo estavam
dentro do considerado normal. Apesar do alto nível de Co no fígado bem acima do
considerado normal, os autores recomendaram uma leve suplementação deste
mineral.
Brum et al. (1987a e b), estudando a composição mineral do solo, das
forrageiras e do tecido animal em vacas de corte em lactação na região dos
Paiaguás no pantanal mato-grossense, concluíram que, em relação ao Fe e Mn, não
existe carência. Os níveis de Zn, em todas as amostras, foram deficientes e os de
Cu foram deficientes no solo e nas forrageiras, porém, no fígado dos animais
avaliados os níveis foram considerados normais.
Pott et al. (1987 e 1989), analisando o status mineral no solo, nas plantas
forrageiras e no tecido animal de vacas de corte lactantes, constataram teores
normais de K; os níveis de Fe e Mn estavam alto e, muitas vezes, excediam os
níveis de toxidez, o que fez com que os autores recomendassem a suplementação
de Ca, P, Mg, Zn e Co mesmo quando alguns destes minerais tiveram seus níveis
no tecido animal dentro das faixas consideradas normais.
O “mal do ronca” é outro exemplo de deficiência mineral. Sua incidência está
associada à baixa nutrição em Cu. Tokarnia et al. (1971) diagnosticaram casos de
“mal de ronca” no município de Campos dos Goytacazes; e Tebaldi et al. (2000)
constataram baixos níveis de Cu nas pastagens do norte fluminense os quais
poderiam não atender às exigências nutricionais dos animais.
Relatos de ocorrências de deficiências minerais em bovinos no Brasil foram
registrados em algumas revisões publicadas pelos seguintes autores: Tokarnia et al.
(2000); Tokarnia et al. (1999); Moraes et al. (1999).
11
2.7. Métodos de avaliação das deficiências minerais
A indicação de medidas corretivas e profiláticas corretas passa pelo
diagnóstico das deficiências minerais. No diagnóstico dessas deficiências, como no
de qualquer problema, é necessário que se estudem as suas diversas manifestações
e que se explore a questão sob diversos ângulos para, a partir daí, tirarem-se as
conclusões pelo exame do conjunto de dados obtidos (Tokarnia et al., 2000).
São vários os métodos utilizados para se diagnosticar as deficiências
minerais nos bovinos: a) exames histopatológicos, b) dosagens químicas e c)
experimentação.
a) Exames histopatológicos: em grande parte das deficiências minerais
acentuadas, o histórico, o exame clínico, a realização de necropsias e os estudos
histopatológicos podem ajudar consideravelmente no estabelecimento do
diagnóstico. Dados valiosos podem ser colhidos por meio dos exames
microrradiográficos e histológicos de fragmentos de tecido ósseo (costela). Com
essa metodologia ainda pouco explorada, consegue-se colher informações seguras,
entre outras, sobre o desenvolvimento do esqueleto face às disponibilidades de P e
Ca durante o crescimento do animal (Tokarnia et al., 2000).
b) Dosagens químicas: em relação às dosagens químicas, deve-se
recorrer, em primeiro lugar, a análises de materiais provenientes de animais e,
somente em segundo plano, à análise de pastagens e, por último, à análise do solo.
A análise de material proveniente dos animais permite verificar, de forma direta, com
maior rapidez e mais facilmente, as deficiências existentes, com menor risco de
erros na interpretação dos resultados. Tratando-se de fígado (Co, Cu, Mn, e Se e,
eventualmente Zn), sangue (Mg, Zn, Cu, Zn, Mn, Co) e ossos (P e Ca), com número
relativamente pequeno de amostras, pode-se chegar a conclusões bastantes
seguras sobre a ocorrência de deficiências minerais em extensas regiões (Tokarnia
et al., 2000). Deve-se ressalvar, porém, que as análises de amostras de pastagem e
de solo não são desprovidas de valor e, sim, constituem um complemento
importante no estudo das deficiências minerais (Sousa et al., 1979, 1986, 1987,
1989; Sousa e Darsie, 1985, 1986; Brum et al., 1987a e b e Pott et al., 1987, 1989a,
b, c, d, e).
c) Experimentação: consiste basicamente na administração do mineral
que se supõe deficiente, a um grupo de animais suspeito de sofrer esta carência. O
12
principal parâmetro para avaliação é o desempenho ponderal dos animais prova.
Também outros parâmetros, como por exemplo o índice de fertilidade pode ser
utilizado (Tokarnia et al., 2000).
2.8. Consumo e digestibilidade das forragens
Um dos principais fatores que influenciam o desempenho ponderal dos
animais é o consumo e a digestibilidade da matéria seca (DMS), sendo ainda de
maior importância para os ruminantes em regiões tropicais, visto que o baixo nível
de produção nestas áreas deve-se muitas vezes ao baixo consumo de MS. Os
fatores que afetam a ingestão, e os estímulos e os mecanismos que a regulam,
ainda não são completamente conhecidos (Mertens, 1994), notadamente, os efeitos
dos minerais.
O consumo voluntário de matéria seca (CMS) é a variável mais importante a
afetar o desempenho animal. Por meio deste, pode-se determinar a quantidade de
nutrientes ingeridos e obter estimativas da quantidade de produto animal elaborado
(Van Soest, 1994). Em dietas constituídas exclusivamente de volumosos, a
distensão física é o fator limitante no controle do consumo voluntário e este
relaciona-se diretamente com taxa a de passagem da digesta no rúmen-retículo e
com a digestibilidade da forragem (Balch e Campling, 1962).
O consumo voluntário é comumente empregado para designar o limite
máximo do apetite sob condições de alimentação ad libitum e constitui importante
critério na formulação de dietas para ruminantes, para o cálculo da área necessária
de pastagens em sistemas extensivos e semi-intensivos, para o estabelecimento da
área necessária de culturas como o milho e o sorgo para a ensilagem, bem como
para o controle de estoques de alimentos.
A mensuração do consumo a pasto é complexa e não pode ser realizada
diretamente, como em confinamento (Minson, 1990).
A técnica mais utilizada atualmente para a medição do consumo de MS é a
técnica dos indicadores, que consiste em uma alternativa para a determinação do
consumo e da digestibilidade da MS a pasto, a qual tem sido amplamente
13
empregada e se baseia na obtenção da massa consumida por meio da relação entre
excreção fecal (indicador externo) e o indicador interno.
Os indicadores externos são substâncias referência que passam pelo trato
gastrintestinal dos animais sem serem digeridas e absorvidas. Estes indicadores são
ingeridos juntamente com a dieta, seja espontaneamente ou introduzidos via oral ou
ruminal, devendo ser recuperados totalmente nas fezes.
Dentre os indicadores externos, o mais utilizado é o óxido crômico ou
sesquióxido de cromo (Cr2O3). O óxido de crômico é recuperado quantitativamente
nas fezes e é usado para estimar a excreção fecal e, conseqüentemente, o consumo
e a digestibilidade da dieta, quando associado a um indicador interno. Vários
problemas têm sido relatados com relação ao uso do óxido crômico, como a
incompleta mixagem com a digesta ruminal (Coelho da Silva et al., 1968), a
passagem mais rápida pelo rúmen que a do material fibroso (Van Soest, 1994). No
entanto, apesar dos problemas acima citados, o Cr2O3 tem sido usado amplamente
pelos pesquisadores e vem apresentando bons resultados.
O tempo de duração do período de coleta do óxido crômico vem sendo
discutido há muito tempo devido à ocorrência de variação na excreção fecal de Cr. O
período de coleta mais recomendado por diversos autores é o período de 5 a 7 dias
(Oliveira, 1991; Lima et al., 1980) e o período de adaptação de 5 a 7 dias, anterior
ao início das coletas fecais, a fim de se alcançar um platô de concentração nas fezes
(Owens e Hanson, 1992).
Os indicadores internos são constituintes naturais da dieta e apresentam-se
inalterados através do trato gastrintestinal ou têm uma digestibilidade constante. A
recuperação das frações indigestíveis do alimento é a base para os indicadores
internos (Van Soest, 1994).
Muitos são os indicadores internos utilizados na estimativa da
digestibilidade: cinza insolúvel em ácido, cinza insolúvel em detergente ácido, lignina
em detergente ácido indigestível, fibra em detergente neutro ou ácido indigestíveis
(FDNi e FDAi). Entretanto, tais indicadores baseados na indigestibilidade exigem
longo período de incubação (Van Soest, 1994). Entre esses indicadores o que
possui uma melhor alternativa para determinação indireta da digestibilidade da dieta
e do consumo de matéria seca em animais sob pastejo é a fibra em detergente
neutro indigestível (FDNi) (Detmann et al., 2001).
14
Entre os indicadores existentes,a FDNi e a FDAi e lignina, obtida após 144
horas de incubação, apresentaram resultados semelhantes aos obtidos por coleta
total de fezes (Berchielli et. al., 2000).
Na avaliação do consumo e da digestibilidade por animais em pastejo, existe
uma grande dificuldade de se obter em amostras representativas do material
ingerido pelos animais. Para que estas amostras sejam obtidas da maneira mais
representativa possível, diferentes técnicas têm sido utilizadas, dentre as quais elas
encontra-se a coleta feita pelo próprio animal, utilizando-se animais fistulados no
esôfago, técnica do pastejo simulado e amostras obtidas por corte manual da massa
verde acima de uma determinada altura.
2.9. Custo da suplementação
A escassez de referências bibliográficas sobre os aspectos econômicos da
prática em estudo é muito grande. O que mais se encontra na literatura são alguns
custos de produção envolvendo a utilização do chamado sal proteínado ou mistura
múltipla.
A suplementação mineral é pouco exigente em recursos, que estão
praticamente restritos ao capital necessário à aquisição dos ingredientes, uma vez
que as necessidades de instalação e mão-de-obra, podem ser desprezadas (Costa
et al., 1982).
O impacto no custo de produção referente à suplementação mineral tem sido
freqüentemente descrito no meio profissional como sendo da ordem de 1% do custo
total, porém trabalhos referentes a esse impacto não são encontrados nos mais
diversos periódicos da área. A carência dessas informações leva a discussões sem
embasamento técnico, podendo ocasionar conclusões errôneas sobre o assunto.
A descrição do custo da suplementação mineral em sistemas de produção
de bovinos é tão variável que, como dito anteriormente, muitos o descrevem como
sendo de 1% do custo total. Porém, Sousa (1985), citado por Malafaia et al. (2004b)
descreve que existem estimativas de que a suplementação mineral pode constituir
de 20 até 30% do custo total da produção de gado de corte.
Contudo deve-se ressaltar que o sistema de criação de bovinos mais
utilizado no Brasil é o sistema extensivo,no qual os animais são criados soltos em
grandes áreas de pastagem e por isso, a suplementação mineral deve ser feita de
15
maneira otimizada, porque quanto mais extensivo for o sistema, maior será a
participação da suplementação mineral no custo final de produção.
16
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Local e data de execução
A fase de campo do experimento foi conduzida no Setor de Forragicultura do
Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), da Universidade Estadual
do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), localizado no Colégio Agrícola “Antônio
Sarlo”, em Campos dos Goytacazes, RJ, durante o período de 27/04/2004 a
15/10/2004. A coleta de dados teve início no dia 09/06/2004, após um período de
adaptação de 44 dias. As coordenadas geográficas do município de Campos dos
Goytacazes são 21º 44’ 47 “de latitude sul e 41º 18’ 24” de longitude Oeste e altitude
de 12 metros, situado no Norte do Estado do Rio de Janeiro.
3.2. Área e tratamentos experimentais
A área experimental é um segmento tipo terraço, e o solo é classificado
como um Latossolo Amarelo Distrófico, apresentando classe textural franco-argiloso-
arenoso.
A área experimental de 3,36 ha já se encontrava ocupada por pastos de
capins Panicum maximum (cv. Mombaça) e Pennissetum purpureum Schum. (cv.
Napier), os quais receberam a mesma adubação.
17
A área experimental foi subdividida para se obter quatro tratamentos
independentes, cada um contendo cocho de sal e bebedouro para livre acesso dos
animais da seguinte forma:
§ Capim-elefante mais sal seletivo (ESS) = 15 piquetes.
§ Capim-elefante mais sal comercial (ESC) = 15 piquetes.
§ Capim-mombaça mais sal seletivo (MSS) = 13 piquetes.
§ Capim-mombaça mais sal comercial (MSC) = 13 piquetes.
Cada piquete, tanto dos tratamentos com capim-mombaça quanto os com
capim-elefante, possuía 600 m2.
A composição mineral do sal seletivo utilizado neste experimento foi
baseado nas exigências nutricionais dos animais, como também no histórico de
deficiências minerais na região em questão apresentadas nos trabalhos de Tebaldi
et al., 2000; Moraes et al., (1999) e Tokarnia et al., (1971).
Os cochos para o fornecimento das misturas minerais estavam próximos a
fonte de água para todos os tratamentos, sendo que todos eles possuíam a mesma
dimensão e suas medidas lineares foram sempre superiores a quatro centímetros
por animal. Os cochos dos tratamentos que continham o capim-elefante eram feito
de concreto com cobertura de telha de barro, já os cochos dos tratamentos que
continham o capim-mombaça eram feitos de tambor de material plástico com um dos
lados abertos para o acesso dos animais.
A composição do sal seletivo (SS) e do sal comercial (SC) encontra-se na
Tabela 1.
O sal seletivo foi misturado no setor de não ruminantes utilizando-se um
misturador tipo “Y” por 15 minutos (Oliveira et al., 1989). Os ingredientes utilizados
para a formulação do sal seletivo foram: (kg/100kg de SS) 74,68 kg de cloreto de Na;
25,00 kg de fosfato bicálcico; 0,300 kg de sulfato de cobre e 0,020 kg de sulfato de
cobalto.
18
Tabela 1: Composição mineral das misturas sal seletivo (SS) e sal comercial (SC)
Sal seletivo Sal comercial1
Cálcio (g/kg) 60,00 120,00
Fósforo (g/kg)2 45,00 88,00
Enxofre (g/kg) 0,41 12,00
Sódio (g/kg) 276,30 126,00
Cobalto (mg/kg) 40,00 55,50
Cobre (mg/kg) 763,50 1530,00
Ferro (mg/kg) _ 1800,00
Iodo (mg/kg) _ 75,00
Manganês (mg/kg) _ 1300,00
Selênio (mg/kg) _ 15,00
Zinco (mg/kg) _ 3630,00
Fluor (Max)
(mg/kg)
450,00 880,00
1 Composição segundo o fabricante. 2 Solubilidade do fósforo em ácido cítrico 2%, mínimo de 90%, no fosfato bicálcico.
3.3. Controle do consumo dos suplementos minerais
O controle do consumo de minerais foi feito medindo-se a quantidade de
mistura mineral ofertada na data de entrada dos animais em cada piquete (suficiente
para um consumo à vontade dos animais por um período de três dias) e medida a
quantidade de mineral que sobrou no cocho após este período. Assim, subtraiu-se o
suplemento mineral residual do suplemento mineral ofertado, obtendo-se o
consumido e, posteriormente, dividiu-se o valor obtido pela carga animal presente no
período (três dias) e em seguida dividiu-se o valor obtido pelo período de ocupação
19
(dias) encontrando-se a quantidade de mineral consumido em g de mineral/ kg de
PV/dia.
3.4. Adubação
Foram retiradas amostras de solo na profundidade de 20 cm, seguindo-se as
recomendações de Almeida et al. (1990) para análise de micro e macroelementos.
Estas foram enviadas para posterior análise química.
A adubação fosfatada foi baseada na elevação do teor de P para 20 mg/dm3
de solo. A fonte de P utilizada foi o superfosfato simples, aplicada toda a dosagem
após os primeiros três dias de ocupação de cada piquete, no período de adaptação.
A adubação nitrogenada foi realizada aplicando-se 200 kg/ha de N na forma
de uréia, juntamente com 60 kg/ha de K2O na forma de cloreto de potássio. As
adubações foram realizadas após a saída dos animais dos piquetes, sendo
parceladas de acordo com o número de rodízios em cada gramínea, a partir do início
do período de adaptação.
A adubação com micronutrientes (FTE-BR12) foi aplicada nas áreas de
capim-elefante e de capim-mombaça, juntamente com a primeira adubação
nitrogenada e potássica em cobertura, obedecendo a uma dosagem de 10 kg/ha
para ambos os capins. A mistura de elementos utilizada apresenta a seguinte
composição: Zn = 9%, B = 1,8%, Cu = 0,85%, Fe = 3,0%, Mn = 2,1% e Mo = 0,1%,
segundo o fabricante.
( )
(dias) ocupação de Período =PO
(kgPV) período no animal Carga = CAP
(g/dia) residual mineral Suplemento = SMR
(g/dia) ofertado mineral Suplemento = SMO
(g/dia) mineral de Consumo = CM
PV/dia mineral/kg de g =
=
POCAPCM
SMRSMOCM -
20
3.5. Manejo da pastagem e disponibilidade de forragem para a
regulação da pressão de pastejo
No período de adaptação, as forrageiras se encontravam acima da altura
considerada ideal para o início do pastejo, portanto, optou-se por um pastejo com a
carga animal um pouco mais alta no período de adaptação, para que houvesse um
maior consumo de capim maduro. Após o pastejo, no período de adaptação,
procedeu-se à retirada dos animais que estavam em excesso nos piquetes e, em
seguida foi efetuado um corte de uniformização a um metro de altura para todos os
piquetes de ambas as espécies de gramíneas.
As pastagens foram manejadas em sistema rotacionado, com três dias de
ocupação para ambos os capins e períodos de descanso de 36 e 42 dias,
respectivamente, para os capins mombaça e elefante. Os capins foram irrigados de
acordo com a disponibilidade da irrigação e de modo que cada piquete de todos os
tratamentos recebesse a mesma lâmina d’água.
A disponibilidade de forragem foi avaliada por intermédio da técnica dos
quadrados (Lopes et al., 2000), sendo realizada no dia anterior à entrada dos
animais nos piquetes. Foram coletadas três amostras de capim por piquete, cortadas
a 30 cm do solo com o auxílio de um quadrado de 1 m2 para a demarcação da área
a ser amostrada. O local de coleta foi pré-estabelecido com a utilização de uma
trena e uma haste de ferro de 1,80 m e a coleta feita a cada 15 m sobre uma
diagonal traçada entre dois vértices do piquete, sendo que na coleta subseqüente,
foi utilizada como referência a outra diagonal (Penati, 2002). As três amostras
cortadas eram misturadas e delas retirada uma amostra composta, para a separação
de caule mais bainha, material morto e lâmina foliar verde, para o cálculo da oferta
de forragem.
A pressão de pastejo foi regulada para uma oferta de 4 kg de matéria seca
de lâmina verde (MSLV) para cada 100 kg de peso vivo (PV), sendo que quando
alguns dos tratamentos estiveram com uma oferta de forragem abaixo deste valor,
todos os outros tratamentos foram regulados, tendo como referência o tratamento de
menor oferta. Foram utilizados nove animais reguladores ao longo do experimento.
21
3.6. Animais experimentais
Foram utilizadas 25 novilhas holandês x zebu com PV médio de 243 kg e
desvio padrão de ± 55 kg, sendo 16 animais prova distribuídos pelos quatro
tratamentos (ESS, ESC, MSS, MSC), quatro animais por tratamento de modo que
cada tratamento ficou com uma média de peso, desvio padrão e coeficiente de
variação dos pesos dos animais semelhantes. E nove animais reguladores, para
regular a oferta de forragem.
Todos os animais foram devidamente marcados (brinco), submetidos ao
controle de endo e ectoparasitas e vacinados contra febre aftosa.
O desempenho ponderal dos animais foi quantificado por meio de pesagens
a cada 28 dias, após um jejum sólido de aproximadamente 16 horas.
3.7. Consumo e digestibilidade
Para a medição do consumo foram utilizados o óxido crômico (Cr2O3) como
indicador externo e a fibra em detergente neutro indigerível (FDNi) como indicador
interno. O Cr2O3 foi administrado em dois períodos de 16 dias durante o período
experimental, sendo o primeiro em julho e o segundo em outubro. O Cr2O3 foi
fornecido aos animais de todos os tratamentos por meio de um tubo de PVC de 3/4
de polegadas, acompanhado de um êmbolo. O Cr2O3 era embrulhado em papel na
forma de cápsulas e introduzido via oral no rúmen.
O Cr2O3 foi administrado por um período de adaptação de 10 dias, em duas
doses diárias, sendo três gramas pela manhã (a partir das 7:30) e três gramas à
tarde (a partir das 16:00), perfazendo um total de seis gramas/animal/dia; nos seis
dias subseqüentes (período de coleta). Todos os animais continuaram a receber o
Cr2O3 do mesmo modo que no período de adaptação, contudo, também foi feita a
coleta de fezes diretamente no reto dos animais nos mesmos horários do
fornecimento do Cr2O3.
O valor de excreção fecal foi obtido conforme descrito por Smith e Reid
(1955).
(g/gMS) fezes nas crômico óxido ãoConcentraç(g/dia) fornecido crômico Óxido
= (g/dia) fecal Excreção
22
Para as estimativas do consumo de MS, a partir da FDNi foi utilizada a
seguinte equação.
(%MS) forragem na indicador de ãoConcentraç = CIFO
(%MS) fezes nas indicador do ãoConcentraç = CIF
(kg/dia) fecal Excreção = EF
seca matéria de Consumo = CMS
CIFOCIF × (kg/dia) EF
= (kg/dia) CMS
A digestibilidade da lâmina foliar foi feita utilizando a equação proposta por
Owens e Hanson (1992):
( )CIF
CIFO×100 -100= idade(%)Digestibil
3.8. Coleta, preparo e análise das amostras
Para as análises bromatológicas, foram utilizadas amostras das gramíneas
(capim-elefante e capim-mombaça), retiradas dos piquetes do mesmo modo que foi
feito para a regulação da oferta de forragem. Uma amostra foi retirada nos meses de
junho, agosto e setembro e duas amostras nos meses de julho e outubro que
coincidiram com os períodos de fornecimento o Cr2O3. Estas amostras foram
congeladas a -15ºC. As amostras fecais coletadas no reto de cada animal foram
conservadas em congelador juntamente com as amostras das forrageiras,
separando-se as amostras matutinas das vespertinas.
As amostras de capim foram descongeladas à sombra ao final do
experimento de campo e separadas em bainha mais colmo, material morto e lâmina
foliar verde, para secagem a 60ºC por 72 horas, juntamente com as amostras de
fezes que, após a secagem, foram pesadas, moídas e reunidas em uma amostra
composta por período para cada animal, relativa às coletas da manhã e tarde com
base na MS. As amostras de capim e de fezes foram moídas em moinho tipo Willey,
com peneira dotada de crivos de 1 mm, e acondicionadas em potes de plástico com
tampa. Posteriormente, foram feitas as análises de matéria seca (MS), proteína bruta
(PB), segundo (Silva e Queiroz, 2002), e fibra em detergente neutro, segundo (Van
23
Soest, citado por Silva e Queiroz, 2002) somente nas amostras de lâmina foliar. Para
as análises dos minerais, as amostras de capim (lâmina foliar verde) sofreram
digestão nitro-perclórica, segundo Miyazawa et al. (1999), e as leituras foram feitas
com os aparelhos descritos a seguir.
Para os minerais Ca, Mg, Cu, Fe, Mn e Zn, foi utilizado aparelho de
espectrofotometria por absorção atômica; para o Na e o K, aparelho de
espectrofotometria por emissão induzida por chama; e o P em aparelho de
colorimetria pelo método do molibidado segundo Malavolta et al. (1989). As
amostras fecais sofreram digestão nitro-perclórica e foram submetidas à dosagem
do teor de Cr, utilizando-se um espetrofotômetro UV visível a 440 nm (aparelho
SPECOL UV visível).
As amostras de forragem utilizadas para a avaliação do consumo e da
digestibilidade aparente da matéria seca de lâmina foliar verde (MSLFV) foram as
amostras dos meses de julho e outubro.
O teor de FDNi contido nas amostras de lâmina foliar e de fezes,
processadas em moinho com peneira formada por furos de 5 mm de diâmetro, foi
estimado incubando-se, aproximadamente, 0,8 g dos respectivos materiais em sacos
de nylon (50 micra), com superfície total de 49 cm2, por 144 horas em rúmen de
animal fistulado, mantido exclusivamente a pasto.
3.9. Custos das suplementações
Para o cálculo dos custos das suplementações, foram utilizados os
seguintes parâmetros: preço dos ingredientes para a formulação do sal seletivo
(sulfato de cobre, sulfato de cobalto, fosfato bicálcico e cloreto de sódio), custo de
oportunidade e depreciação do misturador, tempo para mistura (consumo de
energia), compra da fórmula do sal seletivo feita por um técnico, mão-de-obra para
mistura do sal e preço do sal comercial.
24
3.10. Análise estatística
O delineamento estatístico utilizado foi o delineamento inteiramente
casualizado (DIC) em um esquema fatorial 2 x 2 com duas gramíneas e duas
misturas minerais (sal). Cada tratamento foi composto por quatro animais, sendo
cada animal uma unidade experimental. O modelo estatístico utilizado para a análise
do ganho de peso foi o seguinte:
Yijk = µ + Si + Gj + SGij + eijk
Em que:
Yijk = observação referente ao k-ésimo animal, mantido no sistema de
pastejo rotacionado com a j-ésima gramínea e recebendo o i-ésimo suplemento.
µ = média geral.
Si = efeito relativo ao tratamento (sal) i (i = 1, 2.).
Gj = efeito relativo à gramínea j (j = 1,2.).
SGij = efeito da interação sal x gramínea
eijk = erro aleatório
O modelo estatístico utilizado para análise do consumo e digestibilidade das
forragens foi:
Yijkl = µ + Si + Gj + SGij + Ak(ij) + Pl + SPil + GPjl + SPGijl + eijkl
Em que:
Yijkl = observação referente ao k-ésimo animal, mantido no sistema de
pastejo rotacionado com a j-ésima gramínea e recebendo o i-ésimo suplemento no l-
ésimo período.
µ = média geral;
Si = efeito relativo ao tratamento (sal) i (i = 1 e 2.);
Gj = efeito relativo à gramínea j (j = 1 e 2.);
SGij = efeito da interação sal x gramínea;
25
Ak(ij) = efeito do animal dentro de sal e gramínea
Pl = efeito relativo ao período l (l = 1 e 2.);
SPil = efeito da interação sal x período;
GPjl = efeito da interação gramínea x período
SPGijl = efeito da interação sal x gramínea x período
eijkl = erro aleatório;
26
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Composição bromatológica
4.1.1. Matéria seca
Os teores de MS variaram de 18,78 a 27,57 e 18,40 a 27,88% para o capim-
mombaça dentro dos tratamentos MSS e MSC, respectivamente. Para o capim-
elefante, os teores de MS variaram de 10,40 a 24,80 e 12,83 a 27,33% para os
tratamentos ESS e ESC, respectivamente (Tabela 2).
Erbesdobler (1999) encontrou teor de MS na lâmina foliar do capim-elefante,
variando de 17,91 a 25,42%. Os limites superiores do presente trabalho são
semelhantes ao encontrado por este autor. Scolforo (2003), trabalhando com capim-
elefante com o mesmo intervalo de pastejo, encontrou teores de MS variando de
16,20 a 18,69% valores, dentro do intervalo descrito no presente experimento, sendo
que o teor médio de MS encontrado no presente trabalho foi semelhante ao de
Scolforo (2003) 17,05% e de Deresz (1994) que encontrou valores de 17,5 e 18,3%
para os períodos de 30 e 45 dias de descanso, respectivamente.
Trabalhando com o capim-mombaça com o mesmo intervalo de descanso,
Scolforo (2003) encontrou o teor de MS variando de 19,19 a 25,28%, semelhante ao
encontrado no presente estudo.
27
4.1.2. Proteína bruta
Os teores médios de PB observados nas forrageiras (Tabela 2) foram de
14,85, 14,04, 16,15 e 16,86% para o capim-mombaça (MSS), capim-mombaça
(MSC), capim-elefante (ESS) e capim-elefante (ESC), respectivamente.
Os teores de PB apresentados para o capim-mombaça foram superiores ao
encontrado por Brâncio et al. (2001a), que relataram teor médio de PB 9,9%, ao
estudarem o desenvolvimento da forrageira em várias épocas do ano com adubação
de 50 kg/ha de N. Scolforo (2003), com o mesmo intervalo de pastejo do presente
experimento porém com uma adubação de 100 kg/ha de N, encontrou teores
médios de 11,39 e 11,16%. Machado et al. (1998) encontraram valores de 12,5 e
13,2% de PB nos cortes realizados a 20 e 40 cm do solo, respectivamente.
Com relação aos teores de PB do capim-elefante, estes foram semelhantes
ao encontrados por Fonseca et al. (2001), a saber, 16,2 e 15,8% de PB para época
seca com adubação de 200kg/ha de N e 50 kg/ha de K, porém Scolforo (2003)
encontrou teor médio de 11,56% bem abaixo do valor médio do presente
experimento.
4.1.3. Fibra em detergente neutro
Nas análises de fibra em detergente neutro (FDN), os valores médios
encontrados para o capim-mombaça (MSS e MSC) e capim-elefante (ESS e ESC)
foram de 65,21, 64,56, 62,69 e 64,51%, respectivamente (Tabela 2).
Os valores de FDN encontrados neste trabalho para o capim-mombaça são
inferiores aos valores médios encontrados por Scolforo (2003) de 69,10 e 69,92% e
bem inferior aos encontrados por Brâncio et al. (2001a) que foi em média de 75,9%.
Os altos teores de PB e relativamente baixos para a FDN das duas
gramíneas nos dois sistemas de suplementação mineral ocorreram devido à
adubação e irrigação no período do experimento e ao fato das gramíneas não terem
atingido um porte muito alto, o que não ocasionou o efeito de diluição dos nutrientes,
como também não resultou na deposição de fibra para a sustentação da planta
(Botrel et al., 2000 citados por Fonseca et al., 2001). Outro ponto relevante que
provavelmente ocasionou estes maiores teores de PB e menores teores de FDN é
que, neste trabalho, foram analisadas apenas as amostras de lâmina foliar verde
para efeito de amostragem dos nutrientes ingeridos pelos animais.
28
4.1.4. Minerais
Os teores médios de minerais encontrados para o capim-mombaça (MSS e
MSC) e capim-elefante (ESS e ESC) encontram-se na tabela 2.
Os teores de Ca (0,42 e 0,44%) e P (0,29 e 0,28%) para o capim-elefante
sendo ESS e ESC, respectivamente, são inferiores aos encontrados por Peres
(2002) que descreveu valores médios de 0,55% para Ca e 0,34% para P nesta
mesma espécie de gramínea.
Com relação à concentração média de Ca para o MSS (0,47%), este
apresentou resultado inferior ao encontrado por Costa et al. (2001), que encontram
teor de Ca de 5,91 g/kg MS, já o teor de Ca para o MSC (0,57%) foi semelhante ao
descrito por estes autores. Comparando-se os teores de P obtidos no presente
estudo com o observado por Costa et al. (2001), de 2,87 g/kg MS, conclui-se que as
concentrações de P no capim-mombaça MSS (0,22%) e MSC (0,24%) são inferiores
à descrita por estes autores.
Valadares Filho et al. (2002), após ampla revisão sobre a composição de
alimentos para bovinos, apresentaram o valor médio de 0,40% de para Ca e 0,17%
para P no capim-elefante. Para o capim-mombaça, os mesmos autores relataram o
valor médio de 0,36% para Ca e 0,15% para P.
Os teores médios de K no capim-mombaça foram menores que os do capim-
elefante 1,32, 1,54, 1,78 e 1,88%, respectivamente, para os tratamentos MSS, MSC
e ESS, ESC. Costa et al. (2001) encontraram variações no teor de K entre 13,06 e
17,66 g/kg MS para o capim-mombaça, com doses de N variando de 50 a 150 kg/ha.
Valadares Filho et al. (2002), na sua revisão, descreveram o valor médio de 1,91%
de K para o capim-elefante.
As concentrações médias de Mg foram bem superiores para ambas as
gramíneas, quando comparadas com as descritas na literatura, sendo que o teor de
Mg no capim-mombaça foi 24,21%, superior ao do capim-elefante.
Os teores médios de Na nas forrageiras deste experimento foram muito
baixos, o que está de acordo com Tokarnia et al. (2000) que concluíram que o Na é
um mineral de deficiência universal nas forrageiras.
Os teores médios de Cu nas gramíneas foram de 6,15 e 4,97 mg/kg MS para
os tratamentos MSS, MSC e 8,34 e 7,95 mg/kg MS para os tratamentos ESS e ESC,
respectivamente. Sousa et al. (1985) encontraram teores de Cu variando de 4,8 a
29
6,3 ppm no capim colonião adubado, estes valores são bem semelhantes ao
apresentado neste estudo para o capim-mombaça.
Os níveis médios de Zn foram de 32,86 e 21,80 mg/kg MS para os
tratamentos MSS, MSC e 31,66 e 27,37 mg/kg MS para os tratamentos ESS e ESC,
respectivamente, valores bem acima dos encontrados por Sousa e Darsie (1985),
que relataram valor médio de 11,8 ppm de Zn para pastagem nativa de capim-
colonião no estado de Roraima.
As concentrações médias de Fe foram de 213,36, 197,21, 146,86 e 104,36
mg/kg MS, respectivamente, para os tratamentos MSS, MSC e ESS, ESC. Os teores
de Fe no capim-mombaça deste experimento estão inferiores aos descritos por
Sousa et al. (1985) que foram de 221 a 269 ppm de Fe. Com relação ao capim-
elefante, os teores apresentados foram inferiores aos descritos por Valadadres Filho
et al. (2002) para a gramínea idêntica.
Os teores médios de Mn foram de 153,59, 144,10, 129,49 e 130,63 mg/kg
MS, respectivamente, para os tratamentos MSS, MSC e ESS, ESC. Estes teores
estão dentro do considerado normal pelo NRC (2001).
30
Tabela 2: Teores de Matéria seca (MS), fibra em detergente neutro (FDN), proteína bruta (PB), cálcio (Ca), fósforo (P), potássio (K), magnésio (Mg), sódio (Na), cobre (Cu), zinco (Zn), ferro (Fe) e manganês (Mn) na MS das forrageiras
FDN PB Ca P K Mg Na Cu Zn Fe Mn Coleta (data)
MS (%)
(%MS) Mg/kgMS
MSS
22/jun 26,48 70,89 9,04 0,44 0,24 0,78 1,40 10,00 5,78 24,50 86,9 285,0 23/jul 19,44 64,05 15,81 0,52 0,27 1,56 1,08 15,00 6,95 45,85 111,4 205,0 26/jul 25,67 61,37 16,27 0,46 0,24 1,62 1,37 40,00 8,05 25,30 107,6 167,0
24/ago 18,78 65,15 16,24 0,51 0,25 1,81 1,09 20,00 6,29 27,85 131,7 262,0 29/set 27,57 67,6 12,31 0,48 0,17 0,86 1,08 20,00 3,79 15,70 235,3 154,0 8/out 26,13 63,69 16,80 0,42 0,17 1,48 1,12 15,00 4,98 55,65 200,1 138,0
11/out 25,65 63,71 17,48 0,48 0,23 1,16 1,10 20,00 7,25 35,20 202,0 280,0 Media 24,25 65,21 14,85 0,47 0,22 1,32 1,18 20,00 6,15 32,86 153,6 213,0
MSC
22/jun 27,88 70,14 7,70 0,75 0,21 1,23 1,26 25,00 3,88 23,15 91,7 260,0 23/jul 19,50 68,36 14,27 0,62 0,31 1,38 1,20 15,00 6,09 23,9 102,8 250,0 26/jul 18,40 66,43 14,36 0,52 0,30 1,26 1,07 10,00 6,95 24,8 90,0 111,5
24/ago 20,49 62,79 17,71 0,58 0,22 2,33 1,06 15,00 5,82 20,25 149,6 114,0 29/set 27,80 60,07 15,00 0,43 0,13 2,16 1,05 20,00 2,76 14,7 243,2 192,5 8/out 25,53 61,76 15,03 0,51 0,24 1,16 1,09 20,00 4,13 22,7 173,9 222,5
11/out 26,10 62,34 14,22 0,58 0,26 1,26 1,13 20,00 5,17 23,1 157,4 230,0 Media 25,31 64,56 14,04 0,57 0,24 1,54 1,12 17,86 4,97 21,8 144,1 197,2
ESS
22/jun 18,78 58,53 19,16 0,41 0,28 2,38 0,94 20,00 11,26 34,85 145,1 183,5 23/jul 10,40 64,87 17,94 0,46 0,38 1,93 0,88 15,00 12,04 32,7 143,6 141,0 26/jul 15,32 61,31 21,46 0,50 0,24 2,28 1,00 10,00 9,76 45,85 115,8 222,5
24/ago 16,33 64,25 15,78 0,39 0,30 2,06 0,91 20,00 9,69 31,4 126,2 137,0 29/set 23,28 66,26 13,54 0,41 0,24 1,38 1,03 5,00 4,99 30,55 155,1 115,0 8/out 22,07 67,21 12,54 0,38 0,28 1,31 0,88 5,00 5,9 21,05 113,8 80,5
11/out 24,8 56,37 12,63 0,40 0,29 1,13 1,04 25,00 4,76 25,2 106,9 148,5 Media 18,71 62,69 16,15 0,42 0,29 1,78 0,95 14,29 8,34 31,66 129,5 146,9
ESC
22/jun 18,04 61,21 20,21 0,47 0,42 2,83 1,00 20,00 12,09 33,3 178,8 78,5 23/jul 12,83 63,36 18,29 0,38 0,34 2,36 0,89 15,00 9,91 24,75 119,5 119,5 26/jul 18,6 63,53 19,57 0,44 0,26 2,56 0,99 15,00 9,81 40,70 121,9 169,0
24/ago 15,33 68,29 18,34 0,34 0,24 1,58 0,91 15,00 10,16 27,75 109,3 77,0 29/set 22,01 65,82 11,68 0,48 0,2 1,11 1,06 35,00 4,90 18,05 133,9 73,5 8/out 20,27 65,33 15,34 0,49 0,22 1,48 1,00 5,00 4,92 25,50 132,0 81,5
11/out 27,33 64,06 11,8 0,46 0,3 1,21 0,98 15,00 3,91 21,55 118,8 131,5 Media 19,2 64,51 16,46 0,44 0,28 1,88 0,97 17,14 7,95 27,37 130,6 104,4
31
4.2. Consumo de matéria seca de lâmina foliar verde
Os consumos médios diários de matéria seca de lâmina foliar verde
(CMSLFV) não foram influenciados por nenhuma das variáveis estudas e nem por
suas respectivas interações (P>0,05), conforme se depreende do quadro de análise
de variância (Tabela 3).
As médias gerais do CMSLFV foram de 3,73, 3,29, 2,98 e 3,13% PV para os
tratamentos MSS, MSC, ESS e ESC, respectivamente, e o coeficiente de variação
do experimento para o CMSLFV foi de 21,87% (considerando-se os períodos de
julho e outubro). Optou-se pela demonstração do resultado do CMSLFV mediante
uma média geral abrangendo os dois períodos de avaliação pelo fato de o período
não ter influenciado no CMSLFV.
Os valores de CMSLFV encontrados neste experimento foram superiores
aos descritos por Erbesdobler (1999) que trabalhou com pastagem de capim-
elefante e por Detmann et al. (2001) que trabalharam com pastagem de Brachiaria
decumbens, ambos os autores descreveram os valores de 2,16 %PV e 3,11 % PV,
respectivamente, para bovinos mestiços em pastejo.
No entanto, Brâncio et al. (2001b) apresentaram valores de consumo de
matéria seca variando de 1,9 a 3,4 kg MS/100 kgPV entre os meses de junho a
março, ao estudarem os cultivares de Panicum maximum Jacq, tanzânia, mombaça
e massai pastejados por bovinos de 200 kg, o que está de acordo com o presente
trabalho.
32
Tabela 3: Análise de variância para o consumo de MS. Fonte de variação (FV), graus de liberdade (GL), soma de quadrados (SQ), quadrado médio (QM) sal (S), gramínea (G), interação sal x gramínea (S x G), período (P), interação período x sal (P x S), interação período x gramínea (P x G), interação período x sal x gramínea (P x S x G)
FV GL SQ QM F1 Valor P
S 1 0,1689109 0,1689109 0,36 ***********
G 1 1,637516 1,637516 3,5 0,1581
S x G 1 0,6851842 0,6851842 1,47 0,3121
Erro (A) 3 1,402239 0,4674129
P 1 1,310266 1,310266 2,54 0,1261
P x S 1 0,9711404 0,9711404 1,88 0,1847
P x G 1 1,271856 1,271856 2,46 0,1315
P x S x G 1 0,02794244 0,02794244 0,54 ***********
Resíduo 21 10,843 0,5163334
Total 31 18,56954
1 Teste F (P<0,05). Coeficiente de variação de 21,87%.
4.3. Digestibilidade da matéria seca da lâmina foliar verde
Houve interação para as variáveis sal x gramínea para a digestibilidade
aparente da matéria seca da lâmina foliar verde (DMSLFV) como pode ser visto na
Tabela 4.
As médias gerais da DMSLFV encontradas neste experimento foram de
60,08, 56,33, 58,21 e 63,44% para os tratamentos MSS, MSC, ESS e ESC,
respectivamente, e o coeficiente de variação para a digestibilidade foi de 8,44%
(considerando-se os períodos de julho e outubro). Optou-se pela demonstração do
resultado da DMSLFV por meio de uma média geral, abrangendo os dois períodos
de avaliação pelo fato do período não ter influenciado na DMSLFV.
Para o desdobramento da interação, foi feita uma nova análise de variância.
A DMSLFV do capim-mombaça foi estatisticamente igual, quando os animais foram
alimentados com o sal seletivo ou sal comercial. A DMSLFV do capim-elefante foi
maior quando os animais foram alimentados com o sal comercial quando comparado
33
com o sal seletivo. A DMSLFV do capim-elefante foi igual a do capim-mombaça
quando os animais foram alimentados com o sal seletivo e quando os animais foram
alimentados com o sal comercial, a DMSLFV do capim-elefante foi maior do que a
do capim-mombaça (Tabela 5).
Machado et al. (1998) embora trabalhando com digestibilidade in vitro da MS
de cultivares e acessos de Panicum maximum Jacq, encontraram valores de
digestibilidade 64,3 e 64,8 % para as alturas de corte de 20 e 40 cm,
respectivamente, valores superiores aos apresentados neste trabalho. Valadares
Filho et al. (2002) descreveram valor de 71,53 % de digestibilidade da MS para o
capim-elefante com 31 a 45 dias de intervalo de pastejo, bem superior ao descrito no
presente trabalho.
34
Tabela 4: Análise de variância para a digestibilidade da MS. Fonte de variação (FV), graus de liberdade (GL), soma de quadrados (SQ), quadrado médio (QM) sal (S), gramínea (G), interação sal x gramínea (S x G), período (P), interação período x sal (P x S), interação período x gramínea (P x G), interação período x sal x gramínea (P x S x G)
FV GL SQ QM F1 Valor P
S 1 4,351413 4,351413 0,69 ***********
G 1 54,96817 54,96817 8,70 0,0600
S x G 1 161,3630 161,3630 25,55 0,0149
Erro (A) 3 18,945442 6,315140
P 1 14,56751 14,56751 0,58 ***********
P x S 1 97,04976 97,04976 3,85 0,0631
P x G 1 30,17027 30,17027 1,20 0,2864
P x S x G 1 39,04472 39,04472 1,55 0,2270
Resíduo 21 529,4111 25,21005
Total 31 949,8714
1 Teste F (P<0,05). Coeficiente de variação 8,44%.
35
Tabela 5: Análise de variância para o desdobramento da interação sal x gramínea.. Fonte de variação (FV), graus de liberdade (GL), soma de quadrados (SQ), quadrado médio (QM) sal (S), gramínea (G), sal dentro do capim-mombaça (S/M), sal dentro do capim-elefante (S/E), gramínea dentro do sal seletivo (G/SS), gramínea dentro do sal comercial (G/SC).
FV GL SQ QM F1 Valor P
G 1 54,97 54,97 *********** ***********
SAL/M 1 56,40 56,40 8,94 0,0581
SAL/E 1 109,30 109,30 17,32 0,0252
Erro (A) 3 18,94 6,31 *********** ***********
S 1 4,35 4,35 *********** ***********
G/SS 1 13,98 13,98 2,22 0,2334
G/SC 1 202,36 202,36 32,07 0,0109
Erro (A) 3 18,94 6,31 *********** ***********
1 Teste F (P<0,05).
4.4. Ganho médio diário
No quadro de análise de variância para o ganho médio diário (GMD) não foi
observado efeito significativo para as fontes de variação, sal e a interação sal x
gramínea, no entanto ocorreu efeito significativo para gramínea (P<0,05) sendo que
o desempenho dos animais foi melhor no capim-elefante (Tabela 6).
Os ganhos médios diários (GMD) observados para os animais dos
tratamentos MSS, MSC, ESS e ESC, foram de 0,677, 0,547, 0,777 e 0,796 kg PV/dia
(Tabela 7). O desempenho ponderal dos animais neste experimento, foi satisfatório
visto que, para novilhas mestiças holandês x zebu tenham o primeiro parto aos 24
meses estas necessitam chegar aos 15 meses de idade (idade a primeira cobertura)
com o peso vivo de 330 kg, o que equivale a um ganho médio diário de 0,667
kgPV/dia, ganho este alcançado pelas novilhas de quase todos tratamentos com
exceção do MSC
O capim-elefante apresentou teores médios de PB (16,15 e 16,46%), FDN
(62,69 e 64,51%) e DMSLFV (58,21 e 63,44%), respectivamente, para os
tratamentos ESS e ESC, em comparação ao capim-mombaça que apresentou teores
médios de PB (14,85 e 14,04%), FDN (65,21 e 64,56%) e DMSLFV (60,08 e
36
56,33%), respectivamente, para os tratamentos MSS e MSC; o que deve ter
favorecido o melhor desempenho das novilhas em pastagem de capim-elefante.
Scolforo (2003), observou GMD de 0,580, 0,590 e 0,650 kgPV/dia para
novilhas manejadas em sistema de pastejo rotacionado em capins elefante,
mombaça e mombaça + banco de proteína (Stylosantes), respectivamente, GMD
inferiores aos encontrados neste estudo. Esta diferença deve-se ao fato das
forrageiras no presente experimento estarem com uma qualidade superior às do
trabalho de Scolforo (2003).
Erbesdobler (1999), trabalhando com novilhos mestiços, com grau de
sangue ¾ Gir-holandês, em pastagem de capim-elefante, obteve GMD de 0,516
kgPV/dia, resultado inferior ao encontrado neste trabalho.
Tabela 6: Análise de variância para o ganho médio diário (GMD). Fonte de variação (FV), graus de liberdade (GL), soma de quadrados (SQ), quadrado médio (QM) sal (S), gramínea (G), interação sal x gramínea (S x G)
FV GL SQ QM F1 Valor P
S 1 0,012265 0,012265 1,203790 0,2941
G 1 0,121975 0,121975 11,97139 0,0047
S x G 1 0,022575 0,022575 2,215676 0,1624
Resíduo 12 0,122267 0,010189
Total 15 0,279083
1 Teste F (P<0,05). Coeficiente de variação 14,44%.
37
Tabela 7: Peso inicial (PI), peso final (PF) e ganho médio diário (GMD) por animal dentro do seu respectivo tratamento
Tratamento Animal (Nº) PI (kg) PF (kg) GMD (kg/dia) Média (kg)
110 235 304 0,611
103 276 370 0,832
116 215 300 0,752 MSS
513 154 212 0,513
0,677
89 255 310 0,487
505 154 212 0,513
115 284 356 0,637 MSC
502 186 248 0,549
0,547
111 268 371 0,912
90 266 343 0,681
150 187 264 0,681 ESS
149 158 252 0,832
0,777
109 281 371 0,796
106 255 346 0,805
154 174 256 0,726 ESC
506 172 269 0,858
0,796
4.5. Consumo dos suplementos minerais
Para o cálculo do consumo de suplemento pelos animais em seus
respectivos tratamentos, optou-se pela utilização do consumo de suplemento dos
últimos 60 dias do experimento de campo devido a uma maior estabilidade dos
dados, considerada após inspeção gráfica.
O consumo médio de suplemento mineral foi de 0,19, 0,07, 0,16, 0,21
g/kgPV/dia para os tratamentos MSS, MSC, ESS, e ESC, respectivamente. Como
não houve efeito significativo do suplemento e nem da interação suplemento x
gramínea no desempenho dos animais (item 4.4.), procedeu-se uma análise
conjunta dos consumos dos suplementos, chegando-se, assim, a uma média para
consumo do sal seletivo e sal comercial de 0,18 e 0,14 g/kgPV/dia, respectivamente,
resultado que contradiz a teoria de que, quanto maior o teor de NaCl no suplemento,
menor o consumo. O consumo médio total de suplemento pelos animais no
38
experimento foi de 0,16 g/kgPV/dia, o coeficiente de variação foi de 44,72% e o
desvio padrão de ± 0,07, avaliando-se os dois suplementos conjuntamente.
Este resultado inverso ao esperado com relação ao consumo de suplemento
e o seu respectivo teor de NaCl deve-se ao fato de os animais do tratamento MSC
terem apresentado um consumo bem inferior aos demais.
Porém, o presente resultado é similar ao de Sousa et al. (1985), que
trabalharam com novilhos mestiços nelore com peso vivo médio inicial de 174 kg, em
pastagem de capim-colonião adubada e obtiveram consumos de 30,0, 29,0 e 31,1
g/cab/dia para os tratamentos NaCl, NaCl + P e NaCl + P + Micro, respectivamente.
S’Thiago et al. (2000) descreveram os níveis de consumo de 76 e 112
g/vaca/dia para os tratamento sem e com P, respectivamente. Os teores de NaCl
para os respectivos tratamentos foram de 98,77 e 38,77%. Este consumo foi obtido
por vacas com 370 kgPV em média, o que equivale a 0,20 e 0,30 g/kgPV/dia.
4.6. Consumo dos micro e macroelementos e exigências nutricionais
Os consumos médios dos minerais pelos animais nos tratamentos MSS,
MSC, ESS e ESC e as respectivas exigências, encontram-se na Tabela 8.
Observando-se os valores apresentados na Tabela 8, chega-se à conclusão
de que os animais tiveram suas exigências nutricionais de Ca, P, K, Mg, Fe e Mn
atendidas exclusivamente pelas forrageiras.
A deficiência de Na nas forrageiras é clara neste trabalho, visto que, ambas
as gramíneas supriram no máximo 2,5% das exigências nutricionais dos animais em
questão. Apenas os tratamentos MSS, ESS e ESC tiveram as exigências dos
animais atendidas com Na fornecido pelo suplemento mais o Na contido na
forrageira. O tratamento MSC supriu apenas 35,72% das exigências dos animais,
isso somando o consumo de Na contido no capim-mombaça mais o Na contido no
suplemento. O baixo atendimento do requerimento de Na no tratamento MSC pode
ter acarretado menor desempenho dos animais deste tratamento quando comparado
com os demais.
Nenhuma das forrageiras estava com teores de Cu altos o suficiente para
atenderem às necessidades dos animais. Os animais dos tratamentos MSS, ESS e
ESC conseguiram atingir níveis de consumo de Cu suficientes para atender às
exigências nutricionais das novilhas. Os animais do tratamento MSC tiveram apenas
39
90,68% da exigência de Cu suprida, isso somando o consumo do mineral contido
nas forrageiras com aquele contido no suplemento.
O presente resultado vem a confirmar os trabalhos de Tokarnia et al. (1971)
e Tebaldi et al. (2000) que diagnosticaram teores deficientes deste elemento nas
forrageiras da região norte fluminense.
As forrageiras dos tratamentos MSS e ESS apresentaram teores de Zn
superiores aos das forrageiras dos tratamentos MSC e ESC, sendo que a
quantidade de Zn ingerida através das forrageiras nos tratamentos que continham o
sal seletivo supriu completamente a exigência nutricional das novilhas. Para os
tratamentos MSC e ESC, a soma do consumo de Zn contido nas forrageiras com o
consumo de Zn contido no suplemento, atendeu às exigências para o desempenho
esperado. Apesar de os tratamentos em que se utilizou o sal seletivo terem suprido
as quantidades requeridas pelos animais, estas estão muito próximas da exigência,
recomendando-se a presença de Zn nas misturas minerais a serem utilizadas para
animais em pastejo nesta área.
40
Tabela 8: Consumo médio de micro e macroelementos por tratamento e fonte. Cálcio (Ca), fósforo (P), potássio (K), magnésio (Mg), sódio (Na), cobre (Cu), zinco (Zn), ferro (Fe) e manganês (Mn)
Tratamento Elementos consumidos no volumoso1
Ca
(g/dia) P(g/dia) K (g/dia)
Mg
(g/dia)
Na
(mg/dia)
Cu
(mg/dia)
Zn
(mg/dia)
Fe
(mg/dia)
Mn
(mg/dia)
MSS 17,64 8,34 49,39 43,87 74,60 22,95 122,58 572,88 795,83
MSC 18,74 7,87 50,70 37,01 58,79 16,36 71,77 474,37 649,24
ESS 12,58 8,59 53,22 28,49 42,64 24,90 94,49 386,51 438,36
ESC 13,73 8,81 58,77 30,49 53,70 24,92 85,74 409,17 326,88
Elementos consumidos no sal mineral1
Ca
(g/dia) P(g/dia) K (g/dia)
Mg
(g/dia)
Na
(mg/dia)
Cu
(mg/dia)
Zn
(mg/dia)
Fe
(mg/dia)
Mn
(mg/dia)
MSS 1,14 0,86 0,00 0,00 5249,70 14,51 0,00 0,00 0,00
MSC 0,84 0,62 0,00 0,00 882,00 10,71 25,41 12,60 9,10
ESS 0,96 0,72 0,00 0,00 4420,80 12,22 0,00 0,00 0,00
ESC 2,52 1,85 0,00 0,00 2646,00 32,13 76,23 37,80 27,30
Exigências extraídas do NRC, (2001)2
Ca
(g/dia) P(g/dia) K (g/dia)
Mg
(g/dia)
Na
(mg/dia)
Cu
(mg/dia)
Zn
(mg/dia)
Fe
(mg/dia)
Mn
(mg/dia)
MSS 15,29 8,21 17,90 4,10 2984,02 37,30 119,36 160,39 82,06
MSC 13,50 7,24 15,80 3,62 2633,65 32,92 105,35 141,56 72,43
ESS 12,24 6,57 14,33 3,28 2387,95 29,85 95,52 128,35 65,67
ESC 12,84 6,89 15,03 3,45 2505,83 31,32 100,23 134,69 68,91
1 Consumo dos elementos oriundos do volumoso e do suplemento mineral tendo como referência um animal de 100 Kg de PV. 2 Adaptado do NRC (2001), exigência de bezerras para idade ao primeiro parto aos 24 meses e peso adulto de 680 kg.
4.7. Consumo de matéria seca, proteína bruta e exigências nutricionais
O CMSLFV, o consumo de proteína bruta (CPB) e o consumo de matéria
seca digestível de lâmina foliar verde (CMSDLFV) dos animais de cada tratamento e
a DMSLFV das forrageiras estão apresentados na Tabela 9.
O peso vivo médio dos animais de cada tratamento foi considerado como
sendo a média dos pesos dos animais no início e no término do experimento.
As exigências apresentadas na Tabela 8 são referentes a uma novilha de
250 kg com um GMD de 0,700 kg/dia. Nesta tabela, constam as exigências de CMS,
41
CPB, nutrientes digestíveis totais (NDT) e consumo de nutrientes digestíveis totais
(CNDT).
Comparando-se o CMSDLFV e CPB, do presente trabalho, com os CNDT e
CPB, extraídas do NRC (2001), conclui-se que todos os animais de todos os
tratamentos conseguiram suprir as suas exigências nutricionais.
Apesar do NDT não ser o mesmo que DMSLFV, teoricamente, ambos
apresentam valores similares, de modo a permitir uma comparação entre os dois
valores de CMSDLFV e CNDT. Valadares Filho et al. (2002) descrevem valores de
52,91 e 52,39 para NDT e DMS, respectivamente, para o capim-elefante cv. Napier.
Tabela 9: Peso vivo médio (PVM), consumo de matéria seca de lâmina foliar verde (CMSLFV), digestibilidade aparente da matéria seca da lâmina foliar verde (DMSLFV), consumo de matéria seca digestível de lâmina foliar verde (CMSDLFV) consumo de proteína bruta (CPB)
Tratamento Forrageira
PVM (kg)
CMSLFV (kg/dia)
DMSLFV (%) CMSDLFV
(kg/dia) CPB (kg/dia)
MSS 258 9,99 60,08 6,00 1,48 MSC 251 8,23 56,33 4,64 1,16 ESS 264 7,89 58,21 4,59 1,27 ESC 266 8,46 63,44 5,37 1,39
Exigências extraídas do NRC (2001)1
PVM (kg) CMS (kg/dia) NDT (%) CNDT (kg/dia) CPB (kg/dia)
MSS, MSC, ESS e ESC 250 6,10 61,7 3,76 0,76 1Exigência para uma novilha de 250 kgPV com um GMD de 0,700 kgPV/dia.
4.8. Custos das suplementações
Para a comparação do custo da suplementação entre os dois suplementos,
foram consideradas duas situações. A primeira com consumo de suplemento mineral
muito pequeno durante o ano, em face do pequeno número de cabeças que o
produtor possui. Este sistema é aquele considerado tradicional de agricultura
familiar. A segunda situação é aquela na qual o produtor possui um maior número de
cabeças, portanto há necessidade de maior gasto com a suplementação mineral.
Para a primeira situação, foram considerados como custos da
suplementação apenas os custos para aquisição dos ingredientes para a formulação
42
do sal seletivo gerando assim um custo de produção do suplemento de R$ 0,48/kg.
Já o preço do suplemento comercial foi considerado aquele praticado nas lojas
agropecuárias do município de Campos dos Goytacazes no momento da realização
desta análise de custo (fevereiro de 2005), gerando o valor de R$ 1,18/kg de
suplemento comercial. Tendo como base estes valores observa-se que o sal seletivo
foi 60% mais barato que o sal comercial, sem afetar o desempenho dos animais
(GMD descrito no item 4.4.).
Na segunda situação, foi considerado um maior número de variáveis para a
composição do custo do sal seletivo: ingredientes (NaCl, fosfato bicálcico, sulfato de
cobre e sulfato de cobalto), custo oportunidade e depreciação do misturador, tempo
para mistura (consumo de energia), custo da fórmula do sal seletivo feita por um
técnico, mão-de-obra para mistura do sal (Tabela 10). Infere-se que, a partir de um
consumo anual de 2000 kg de sal seletivo, que é o consumo anual de 56 vacas de
aproximadamente 550 kg, considerado um consumo de suplemento de 0,18
g/kgPV/dia, a mistura do suplemento mineral na propriedade torna-se viável (Figuras
1 e 2).
Inicialmente, para a segunda situação, foi preconizada uma análise de custo
distinta para a utilização de dois misturadores com capacidades de 60 e 85 kg.
Porém, após a análise concluída, foi observado que o custo de oportunidade e a
depreciação dos misturadores não alteraram os custos de produção do suplemento
mineral.
Sendo assim, o fator limitante para a escolha do misturador com capacidade
de 60 kg ou o misturador de 85 kg foi a capacidade de mistura anual de cada
aparelho. Por isso, recomenda-se a utilização do misturador de menor capacidade
para propriedades rurais que possuam um número de animais que consumam no
máximo 300 toneladas de suplemento/ano (capacidade máxima de produção do
misturador de 60 kg/ano). O misturador de maior capacidade é recomendado para
propriedades com carga animal suficiente para consumir entre 300 e 420 toneladas
de suplemento/ano (capacidade máxima de produção do misturador de 85 kg/ano).
43
Tabela 10: Composição do custo de produção do sal seletivo por volume de suplemento produzido por ano
Volume produzido (kg/ano)
500 1000 1500 2000 2500 3000 4000 5000 6000 10000
R$
Ingredientes 240,9 481,8 722,7 963,6 1204,5 1445,4 1927,3 2409,1 2890,9 4818,16
Energia 0,75 1,50 2,25 3,00 3,75 4,50 6,00 7,50 9,00 15,00
Mão-de-obra 6,25 12,50 18,75 25,00 31,25 37,50 50,00 62,50 75,00 125,00
Serviço técnico
especializado 500,00 500,00 500,00 500,00 500,00 500,00 500,00 500,00 500,00 500,00
Depreciação 516,00 516,00 516,00 516,00 516,00 516,00 516,00 516,00 516,00 516,00
Custo de oportunidade 283,80 283,80 283,80 283,80 283,80 283,80 283,80 283,80 283,80 283,80
Custo total1 1547,7 1795,6 2043,5 2291,4 2539,3 2787,2 3283,1 3778,9 4274,7 6258,0
Custo unitário2 3,10 1,80 1,36 1,15 1,02 0,93 0,82 0,76 0,71 0,63
Custo sal seletivo/sal comercial
162% 52,0% 15,0% -3,0% -14,0% -21,0% -30,0% -36,0% -40,0% -47,0%
1 Valores utilizados para a tabulação dos dados da figura 1. 2 Valores utilizados para a tabulação dos dados da figura 2.
44
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
11000
12000C
usto
tota
l (R
$)
Produção anual de suplemento (t)
Sal seletivo Sal comercial
Figura 1: Variação do custo total do suplemento mineral, em relação à produção
anual de suplemento.
45
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5C
usto
por
kg
(R$)
Produção anual de suplemento (t)
Sal seletivo Sal comercial
Figura 2: Variação do custo por kg de suplemento mineral em relação ao volume
total de suplemento produzido em um ano.
46
5. CONCLUSÕES
O capim-elefante permitiu um melhor desempenho dos animais quando
comparado com o capim-mombaça.
As forrageiras permitiram que os animais apresentassem GMD satisfatório.
Animais criados no local estudado, quando alimentados exclusivamente com
forrageiras que receberam adubação, não precisam receber suplementação mineral
contendo Ca, P, Mg, Mn, K e Fe.
Animais criados no local estudado, quando alimentados exclusivamente com
forrageiras que receberam adubação, precisam receber suplementação mineral
contendo Cu, Zn, Na.
O GMD não foi afetado pelo suplemento mineral, o que comprova que a
melhor opção é a utilização do suplemento seletivo, porque o GMD foi equivalente,
porém com um custo inferior.
É viável a mistura do suplemento mineral na propriedade.
Quando o custo do misturador não impacta de forma significativa no preço
do suplemento, o fator limitante para a escolha da máquina deve ser sua capacidade
de mistura anual.
47
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54
APÊNDICE
55
Tabela 1A: Peso vivo, teores de Cr na matéria seca fecal ([Cr]) e excreção fecal (EF) por animal dentro de seu respectivo tratamento nos dois períodos de avaliação (julho e outubro)
I período II período
Animal
(Nº) PV [Cr] (mg/kgMSF) EF
(kgMS/dia) Animal
(Nº) PV [Cr] (mg/kgMSF) EF
(kgMS/dia)
110 249 1578,01 2,6 110 304 912 4,5 103 287 936,73 4,38 103 370 555,75 7,39 116 221 1157,99 3,55 116 300 1125,3 3,65
MSS
513 156 2048,63 2 513 212 1308,84 3,14
89 239 1188,31 3,45 89 310 1032,36 3,98 505 161 1947,74 2,11 505 212 1139,18 3,6 115 277 1193,47 3,44 115 356 890,12 4,61
MSC
502 189 1847,87 2,22 502 248 868,41 4,73
111 278 1218,31 3,37 111 371 1119,53 3,67 90 272 1292,96 3,18 90 343 947,95 4,33 150 195 1778,72 2,31 150 264 1034,69 3,97
ESS
149 176 1716,44 2,39 149 252 1451,04 2,83
109 286 1416,74 2,9 109 371 1057,09 3,88 106 263 1509,39 2,72 106 346 1319,64 3,11 154 184 1941,88 2,11 154 256 1285,34 3,19
ESC
506 185 1742,88 2,36 506 269 1060,9 3,87
56
Tabela 2A: Peso vivo (PV), consumo de matéria seca (CMS), por animal dentro de seu respectivo tratamento nos dois períodos de avaliação (julho e outubro) e suas respectivas médias
I Período (Julho) II Período (Outubro)
Animal
(Nº) PV CMS
(kgMS/dia) CMS
(%PV) Média Animal
(Nº) PV CMS
(kgMS/dia) CMS
(%PV) Média
110 249 5,87 2,36 110 304 11,13 3,66
103 287 10,05 3,50 103 370 21,77 5,88
116 221 7,75 3,51 116 300 8,77 2,92 MSS
513 156 6,66 4,27
3,41
513 212 7,91 3,73
4,05
89 239 7,27 3,04 89 310 9,52 3,07
505 161 4,45 2,77 505 212 7,88 3,72
115 277 7,70 2,78 115 356 11,22 3,15 MSC
502 189 5,01 2,65
2,81
502 248 12,80 5,16
3,77
111 278 8,07 2,90 111 371 10,51 2,83
90 272 8,07 2,97 90 343 9,33 2,72
150 195 7,92 4,06 150 264 7,95 3,01 ESS
149 176 5,40 3,07
3,25
149 252 5,84 2,32
2,72
109 286 7,62 2,66 109 371 13,04 3,52
106 263 7,01 2,67 106 346 8,96 2,59
154 184 5,06 2,75 154 256 8,82 3,45 ESC
506 185 6,23 3,37
2,86
506 269 10,92 4,06
3,40
57
Tabela 3A: Peso vivo (PV), digestibilidade da matéria seca de lâmina verde (DMSLV), por animal dentro de seu respectivo tratamento nos dois períodos de avaliação (julho e outubro) e suas respectivas médias
I Período (Julho) II Período (Outubro)
Animal
(Nº) PV DMSLV
(%) Média Animal
(Nº) PV DMSLV
(%) Média
110 249 55,68 110 304 59,58
103 287 56,41 103 370 66,06
116 221 54,21 116 300 58,40 MSS
513 156 69,98
59,07
513 212 60,32
61,09
89 239 52,57 89 310 58,18
505 161 52,63 505 212 54,31
115 277 55,32 115 356 58,90 MSC
502 189 55,65
54,04
502 248 63,04
58,61
111 278 58,23 111 371 65,07
90 272 60,58 90 343 53,61
150 195 70,82 150 264 50,04 ESS
149 176 55,78
61,35
149 252 51,55
55,07
109 286 61,93 109 371 70,26
106 263 61,21 106 346 65,30
154 184 58,31 154 256 63,83 ESC
506 185 62,10
60,89
506 269 64,56
65,99
58
Tabela 4A: Pesos dos animais experimentais em cada data de pesagem
Datas das pesagens
Tratamento Animal (Nº) 9/jun 7/jul 13/ago 2/set 29/set
kgPV
110 235 249 265 283 304
103 276 287 323 342 370
116 215 221 259 287 300 MSS
513 154 156 173 197 212
89 255 239 271 286 310
505 154 161 182 198 212
115 284 277 322 339 356 MSC
502 186 189 206 230 248
111 268 278 318 333 371
90 266 272 294 309 343
150 187 195 226 241 264 ESS
149 158 176 211 228 252
109 281 286 320 332 371
106 255 263 306 323 346
154 174 184 220 242 256 ESC
506 172 185 228 240 269
59
0 20 40 60 80 100 120 140
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35C
onsu
mo
do s
uple
men
to m
iner
al (g
/kgP
V/d
ia)
Dias do período experimental
MSS
Figura 1A: Consumo diário do suplemento mineral seletivo, por animais submetidos
ao tratamento MSS.
60
0 20 40 60 80 100 120 140
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35C
onsu
mo
do s
uple
men
to m
iner
al (
g/kg
PV
/dia
)
Dias do período experimental
MSC
Figura 2A: Consumo diário do suplemento mineral comercial, por animais
submetidos ao tratamento MSC.
61
0 20 40 60 80 100 120 140
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35C
onsu
mo
do s
uple
men
to m
iner
al (
g/kg
PV
/dia
)
Dias do período experimental
ESS
Figura 3A: Consumo diário do suplemento mineral seletivo, por animais submetidos
ao tratamento ESS.
62
0 20 40 60 80 100 120 140
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35C
onsu
mo
do s
uple
men
to m
iera
l (g/
kgP
V/d
ia)
Dias do período experimental
ESC
Figura 4A: Consumo diário do suplemento mineral comercial, por animais
submetidos ao tratamento ESC.
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