1
Cozinhas comunitárias
um mundo por explorar
2
Índice
3
4 Por um Design Socialmente Responsável
6 Ponto de Encontro: Lisboa
8 Interculturalidade
10 Interculturalização : Globalização
12 Identibuzz
14 Hungry City
16 Cozinha Popular da Muraria
20 Community Kitchens
26 How to set up a kitchen
30 Other Considerations
33 Bibliografia
4
Quando falamos em design, nos dias atuais, não é difícil
perceber uma certa preocupação em desenvolver produtos,
serviços ou programas com responsabilidade social. Com
o propósito de auxiliar indivíduos que possuem necessidades
especiais, como portadores de deficiências, idosos, pobres
e também populações de países em desenvolvimento (e que
acaba incluindo todas as problemáticas existentes em tais
ambientes), esse enfoque social do design apareceu com uma
grande força através do livro “Design for the Real World“,
de Vitor Papanek, publicado em 1972.
Algumas impressõesO objetivo principal do design social é satisfazer
as necessidades humanas, diferente daquilo que é observado
no design para o mercado, que tem por finalidade de projetar
produtos para venda e consumo. De acordo com Victor
Margolin e Sylvia Margolin, para que se possa pensar e produzir
produtos capazes de ajudar a satisfazer tais necessidades,
é preciso criar um “modelo social” em design, inspirado nas
políticas de assistência social, onde os assistentes sociais têm
a função de avaliar a relação entre seu “cliente” (que pode ser
uma única pessoa ou até uma comunidade inteira) e os domínios
que existem no ambiente onde esse mesmo cliente está situado.
Assim, o designer deve contribuir não só na busca de soluções
e criação de produtos para melhorias no ambiente social, mas
também na procura e identificação de problemas. Infelizmente,
recursos que ajudam a prática do design social ainda são
escassos, e para contornar esta situação, o designer deve adotar
práticas como a observação participativa e pesquisas centradas
Por um Design
Socialmente Responsável
5
no desenvolvimento de produtos socialmente responsáveis, bem
como aprender e aprimorar habilidades relacionadas
às populações vulneráveis e ambientes que ele irá atender.
Possuir um maior entendimento nas áreas de sociologia,
psicologia e políticas públicas também é uma característica
relevante e necessária.
Para Alain Findeli, “responsabilidade em Design” significa que
nós, profissionais de design, precisamos estar conscientes
de que cada vez que nos envolvemos em um projeto, estamos
também recriando o mundo. Exagero ou não, o que nos
interessa é o argumento de que assim como produtos
mal-elaborados estão à espera de designers responsáveis
e competentes, também há serviços aguardando pelos mesmos,
ou seja, designers também podem projetar sistemas que
possam diminuir a burocracia nos hospitais e serviços públicos
das cidades onde moram, por exemplo, ou criar estratégias
de maior efetividade para abordar problemas como estes.
ConclusãoA prática do design “socialmente responsável” deve nos ajudar
a nos focarmos em como as coisas podem ser melhoradas,
ou como nós podemos projetar uma maior eficácia em produtos
e sistemas que já existem. Melhorar a prestação de serviços para
um determinado grupo de pessoas pode ser tão desafiador
quanto o desenvolvimento de novos sistemas de tecnologia
para atender as comunidades excluídas.
Por Mauro Adriano Müller
6
7
Lisboa, é hoje, como sempre foi, uma cidade intercultural. O posicionamento geoestratégico da cidade de Lisboa dita-lhe a condição que sempre teve de encruzilhada entre a Europa, o Mediterrâneo e o Atlântico, ponto de chegadas e de partidas, lugar de trocas e encontros de culturas, espaço de tolerância e de diversidade. Por outro lado, as cidades, como os indivíduos, são portadoras de identidades múltiplas, plurais e híbridas e a diversidade de culturas, de expressões, de práticas, linguagens e conteúdos artísticos e culturais deve ser um bem essencial a preservar e a promover nas várias dimensões das políticas de cidade. O acolhimento de comunidades diversas, o reconhecimento da diferença e a valorização dos que nos procuram é um modo de enriquecer a experiência de vida de todos, em que a cidade investirá decididamente.
Ponto de encontro: lisboa
8
O c
once
ito d
e in
terc
ultu
ralid
ade
tem
um
a fo
rte
rela
ção
com
o d
e ed
ucaç
ão,
amb
os u
ma
nece
ssid
ade
e ex
igên
cia
da
soci
edad
e at
ual.
A c
omp
lexi
dad
e e
mul
ticul
tura
lidad
e sã
o fe
nóm
enos
intr
inse
cam
ente
lig
ados
ao
mun
do
dos
dia
s d
e ho
je, o
nde
glo
bal
izaç
ão, m
igra
ção,
min
oria
s e
tent
ativ
as
de
heg
emon
ia s
ão r
ealid
ades
efe
tivas
. A in
terc
ultu
ralid
ade
pas
sa p
ois
pel
o d
esafi
o la
nçad
o p
ela
glo
bal
izaç
ão e
sua
s im
plic
açõe
s ét
nica
s e
cultu
rais
. Id
entid
ade,
hom
egen
eid
a-d
e e
div
ersi
dad
e sã
o os
eix
os d
efini
dor
es d
a in
terc
ultu
ra-
lidad
e, q
ue t
em n
a ed
ucaç
ão e
sua
s in
stitu
içõe
s e
agen
tes
os m
eios
de
des
envo
lvim
ento
. Os
valo
res
são
os d
a p
az, d
a ci
dad
ania
, dos
dire
itos
hum
anos
, da
igua
ldad
e, t
oler
ânci
a,
educ
ação
mul
ticul
tura
l. A
inte
rcul
tura
lidad
e vi
sa a
ssim
não
ap
enas
a f
orm
ação
mas
tam
bém
a in
teg
raçã
o d
os g
rup
os
no t
odo
soci
al,
per
ante
o i
ndiv
idua
lism
o e
a cu
ltura
con
-su
mis
ta e
imed
iatis
ta d
a g
lob
aliz
ação
. A in
terc
ultu
ralid
ade
inte
rcu
ltu
ra
lid
ad
e
9
pre
ssup
õe a
ed
ucaç
ão d
emoc
rátic
a, a
tra
nsna
cion
alid
ade
da
mes
ma
e a
sup
eraç
ão d
os h
erm
etis
mos
soc
iais
do
Est
a-d
o-N
ação
, bem
com
o a
opos
ição
à s
upre
mac
ia d
e cu
ltura
s so
bre
out
ras.
A c
idad
ania
glo
bal
, a e
duc
ação
e a
soc
ied
ade
em fu
são,
são
os
val
ores
tra
nsve
rsai
s d
a in
terc
ultu
ralid
ade
soci
al d
o m
un-
do
de
hoje
, que
se
pre
tend
e in
teg
rad
ora,
eq
uita
tiva,
just
a,
resp
onsá
vel
e so
lidár
ia,
de
mod
o a
man
ter
as d
ifere
nças
se
m s
ubal
tern
izaç
ões
nem
sob
rep
osiç
ões
e in
tole
rânc
ias.
A
inte
rcul
tura
lidad
e é
assi
m u
m d
os in
stru
men
tos
de
ame-
niza
ção
e re
fund
ação
da
soci
edad
e m
oder
na n
a se
nda
da
glo
bal
izaç
ão.
Ou
está
par
a al
ém d
o m
ater
ialis
mo
pol
ítico
--e
conó
mic
o: u
ma
glo
bal
izaç
ão d
e va
lore
s, d
e cu
ltura
, d
e fo
rmaç
ão, d
e id
entid
ades
e d
e ci
dad
ania
ple
na.
10
A temática em que me agradaria bastante abordar no âmbito
do projeto de Design de Comunicação seria a interculturalidade.
Para tal, que local melhor para falar sobre este tema que o bairro
da Mouraria em Lisboa!
Através do site da Associação Renovar a mouraria descobri que
se realizam visitas guiadas aos sábados de manhã por isso decidi
inscrever-me. Sábado, dia 13 de Abril às dez e meia da manhã,
encontrei-me com um pequeno grupo em frente à Igreja de Nossa
Senhora da Saúde na praça Martim Moniz.
A Associação Renovar a Mouraria foi criada em 2008 por dois
residentes da mouraria, que sentiam que algo tinha de ser feito por
este bairro histórico que se estava degradar em vários domínios.
Era necessário reabilitar este bairro, não só a nível das instalações,
mas também nível cultural e social, para melhorar a qualidade
de vida das pessoas que lá viviam. Juntamente com outros amigos
residentes e não residentes deste bairro, conseguiram, em pouco
tempo, que o movimento Renovar a Mouraria se tornasse numa
associação. A partir daí começaram a surgir projetos e iniciativas
que convidavam os moradores a participar em conjunto, assim
foi possível ir começando a unir as pessoas deste bairro, por mais
diferente que fosse a cultura de cada um. Na Mouraria vivem pessoas
de cerca de 52 etnias diferentes, por isso, seria um desperdício esta
riqueza cultural não ser partilhada.
A associação já consegue neste momento usufruir de um espaço
próprio, ao qual chamaram Edifício Manifesto que mais tarde
foi batizado de Casa Comunitária da Mouraria. Neste espaço
desenvolvem-se diversas atividades com os locais, como por
exemplo cursos de línguas, dança, festas tradicionais provenientes
de várias culturas e também um pouco da cultura portuguesa, já que
Portugal é o país que acolhe todas estas comunidades.
Interculturalização = Globalização
11
O Bairro da Mouraria é a meu ver, um exemplo extraordinário
de um futuro para o qual todas as sociedades estão, ou pelo
menos deveriam estar, a caminhar. Temos um mundo cada vez
mais globalizado, mas muitas vezes nem nos apercebemos das
possibilidades que essa globalização pode ter. Habituámo-nos
a comunicar através de interfaces digitais e muitas vezes nem nos
apercebemos da riqueza cultural que os que estão à nossa volta nos
podem oferecer, se criarmos um diálogo direto com essas pessoas,
sem barreiras digitais.
Por exemplo, a maioria das pessoas, se precisarem de fazer algum
trabalho sobre a China, constrangem a sua pesquisa ao que
a internet lhes dá, em vez disso, por que não, ir falar com os donos
da loja chinesa por baixo da sua casa?!
Muitas vezes os imigrantes que se deslocam para outro país, veem
com a esperança de encontrar emprego e conseguir ter uma vida
melhor, algo que muitas vezes não se confirma, acabando por viver
em condições muito precárias. Para além disso, muitos emigrantes
têm dificuldade em integrar-se na cultura e costumes do país que
os acolhe, sofrendo também com o isolamento por parte dos outros
indivíduos. Assim, se houver um local onde as pessoas
se possam encontrar, trocar experiências e onde encontrem apoio
às suas dificuldades no domínio da língua ou da inserção social,
então estaremos a caminhar para um futuro onde haverá mais
respeito, tolerância e conhecimento do próximo, entre pessoas
de qualquer origem. É preciso que haja uma consciencialização
de que o mundo, para se tornar numa verdadeira aldeia global,
como muitos gostam de lhe chamar, não basta a facilidade
na comunicação e no acesso à informação, mas necessita também
de conhecimento mútuo entre culturas, através do diálogo direto
entre os seus indivíduos. O Bairro da Mouraria é apenas um começo!
12
O projeto Identibuzz explora as intersecções entre a multiculturalidade e a interculturali-dade que se vivem no bairro. A diversidade cultural presente no bairro é inerente. Contu-do, este documento audiovisual indaga nas relações que se criam no bairro entre as di-ferentes culturas, que tipo hibridação cultural experimentam os que vêm de fora, que tipo de influências experimentam os portugueses com a vinda dos estrangeiros.
identibuzz
13
A dinâmica de identibuzz, baseada no vídeo participativo, é essencialmente prática. Tem um caráter social e comunitário, em que o importante é que um grupo de pessoas, sem relação direta com a realização audiovisual, se reúna, tenha alguma coisa que contar e queira utilizar esta ferramenta audiovisual para deixar a sua mensagem. A metodologia de trabalho que utilizamos para realizar Identibuzz, articula-se em torno de workshops express de capacitação cidadã, e está fundamentada na comunicação audiovisual horizontal e em conceitos como o jornalismo cidadão e na Web 2.0.Nos workshops express de capacitação cidadã, analisam-se as chaves e as estratégias documentais e audiovisuais aplicadas às novas tecnologias de comunicação, e propõe-se um diálogo sobre os mecanismos de discurso e as ferramentas para criar narrativas digitais. Durante os dias seguintes à realização dos workshops express, as pessoas colaboradoras, organizadas por grupos, mapeiam os territórios à procura de entrevistas, ações e atividades que expliquem o contexto a documentar. Articular o projeto mediante a realização de vídeos participativos permite mostrar o olhar a partir do interior das comunidades através de uma dinâmica vivencial. O vídeo participativo é utilizado como desculpa para reunir diferentes identidades culturais presentes nos bairros, colocando-os em contato com o objetivo de criar novas relações sociais de caráter intercultural.
14
Hungry CityHungry City: How Food Shapes Our Lives, by Carolyn Steel
Hungry City é um livro acerca do modo como as cidades encaram a comida. A forma como as cidades se alimentam tem sem dúvida um impacto social e físico sobre nós, mais do que qualquer outra coisa que fazemos. No entan-to, poucos de nós no Ocidente estão cons-cientes do processo de produção dos alimen-tos. Estes aparecem nos nossos pratos como por magia e raramente paramos para pensar como chegaram até nós.
15
“Chapter 5 is about that stage of food’s journey that we can’t help knowing at least something about: eating. We all do it several times a day, so you would have thought we were experts at it, but you would be wrong. Most of the time, we barely think about what we’re putting in our mouths – we are far too busy thinking about something else. We have learnt to treat food as fuel, which is not only doing terrible things to our bodies, but harming the very fabric of our society. Because food in the past was scarce, it was also highly valued, and shared meals were significant social events. Although this undoubtedly had its downsides, such as the use of table manners as a mechanism for social snobbery, the fact that people ate regularly together was also highly beneficial.Through history, the table has been where people have learnt to share, to socialise, to converse – it is without equal as a place to become culturally attuned and civilised. Yet as more and more of us eat on our own, research suggests that we are losing social skills that previous generations took for granted.Another equally important function of the shared meal, which might sound a bit old-fashioned today, is the way in which table manners regulate how and what we eat. In the fight against obesity, shared meals could have a vital role to play, because they involve the most powerful known mechanism for regulating eating habits: social pressure.”
16
cozinha popular da mouraria
Um espaço para trocar ideias, divulgar culturas, cozinhar, experimentar, partilhar, reunir a família, viajar pelo mundo e mui-to mais. Este projecto tem como ambição um objectivo: a partilha gastronómica e cultural.
17
“Todos comem, todos cozinham.” Foi com este mote que a Cozinha Popular da Mouraria, em Lisboa, abriu após quatro anos de muitos projetos, contratempos, apoios e, acima de tudo, vontade. Adriana Freire é uma apaixonada pelo bairro e pela culinária e é com orgulho que vê a cozinha de todos os seus sonhos ganhar forma e encher-se de sabores e saberes. “Sempre quis viver numa cozinha, é onde tudo acontece”, conta esta fotógrafa de profissão, que contou com o apoio do programa BIP/ZIP e da Teka. “Cada chefe é um mundo, cada produto tem a paixão de quem o fez. O mais importante são as pessoas.” E é por isso que esta cozinha está aberta a todos, com muito espaço e versatilidade. Vamos por partes: primeiro tem uma vertente social, como centro de aprendizagem das gentes do bairro, que poderão usar a cozinha não só para aprender as artes da culinária com profissionais como também para cozinharem os seus próprios produtos com equipamentos certificados, podendo assim comercializá-los. Depois há, diariamente, almoços confecionados pela cozineira residente, Rita Grifo, para todos os que queiram experimentar boa comida a preços em conta (refeição completa: €5). Na agenda há ainda os cursos (como o de Cozinha Vegetariana, a decorrer até 22 de Maio) e os jantares Viagem no Prato, cozinhados por Chefes estrangeiros ou viajantes amantes da cozinha.
18
A Cozinha Popular da Mouraria tem uma forte componente de intervenção social traduzindo-se assim num verdadeiro centro de aprendizagem.Dado que a cozinha é uma linguagem universal, com este projecto pretende-se acima de tudo envolver todos os recursos existentes no bairro, por forma a proporcionar um vasto encontro de culturas.
19
Cada “passageiro“ tem uma passaporte, onde carimba os pratos por onde “viajou“. O próximo é da Guiné, já na terça-feira (refirção completa: €15). Mas ainda há mais: a tarde dos sábados é dedicada aos mais novos, com o curso Mãos na Massa, onde as crianças aprendem a preparar iguarias como pizas, bolachas e pão (€5). E se quiser cozinhar para amigos mas a sua cozinha for pequenina, pode também alugar o espaço e confecionar tudo lá. Se não tiver jeito para a culinária, a cozinheira residente também pode preparar um jantar de grupo. “Com direito a meterem o nariz durante a preparação e aprenderem umas dicas!“, frisa Adriana. Não há serviço de mesa, portanto cada um vai buscar pratos e talheres. “Quem cá entra tem de ter consciência de que isto não é um restaurante. É um espaço de partilha, como se estivessem na cozinha da própria casa.“
Paula Cosme Pinto in Revista Expresso 27/ABR/13
20
community kitchens
O website Community Kitchens é uma plata-forma dedicada ao tema das cozinhas comu-nitárias. É dirigido a todos os interessados, sejam organizações, associações, ou um gru-po de pessoas comuns que pretende começar um projecto desta natureza. No site são dis-ponibilizadas dicas e ferramentas que expli-cam os passos necessários para a implantação de uma cozinha comunitária.
21
What are Community Kitchens?
A Community Kitchen is a group of like-minded individuals
who come together on a regular basis to socialise and cook
affordable and nutritious meals. The participants then sit down
to share the meal or divide it up for each person to take home.
Through buying and cooking in bulk, many Kitchens are able
to produce meals at a lower cost than individuals who cook
at home for themselves.
The Community Kitchens are owned and driven by the
participants. They make all the decisions about the running
of the group including how often the group meets and what they
will be cooking. Community Kitchens are for everybody in the
community and people from many different walks of life attend.
What Community Kitchens ARE NOT?
Cooking classes – Community Kitchens participants learn from
each other and through their own hands-on experiences rather
than from one ‘expert’ person teaching the group;
Welfare-style soup kitchens – Community Kitchens participants
contribute to the costs of the food and cook the food
themselves: they have full ownership and there are no handouts;
Communal cooking spaces – Community Kitchens refers to the
group of participants who use kitchen facilities to prepare food
together, not a kitchen site itself.
22
Participants of Community Kitchens have
reported positive changes in:
Social skills - communication and
interpersonal skills.
Teamwork and leadership skills - working
with others, taking a leadership role.
Budgeting - writing shopping list, putting
money aside, buying in bulk or on sale.
Cooking - learning new recipes,
cooking techniques.
Shopping – saving money on food costs.
Greater motivation to cook at home and
reduced intake of takeaway/fast food.
Access to food - increased availability
of food, increased variety.
Literacy and numeracy.
Confidence and self esteem.
Benefits of Community Kitchens
23
Where do they operate?
Community Kitchens can
operate in a variety of settings
where there is an existing
kitchen that is accessible
to community members.
Neighbourhood Houses and
Community Centres:
Churches
Welfare organisations
Men’s Sheds
Service clubs
Schools
What is involved?
A group of people (6-8 usually)
with common backgrounds
or interests cooking healthy meals
together on a regular basis. The
groups usually cook on a weekly,
fortnightly or monthly routine.
Group members have ownership
and make all the decisions
including when to cook, what
recipes to cook, who will do the
shopping and different
cooking tasks.
The Facilitator
The group is assisted by
a facilitator who can be
a member of the group
or a volunteer or a paid worker
(who may be from within the
organisation that hosts the
Community Kitchen).
If possible, it is recommended
to have more than one facilitator
per Community Kitchen.
The facilitator’s main role
is to make sure the group goes
along smoothly.
How does a Community
Kitchen run?
There are four basic elements
involved with running
a Community Kitchen:
Planning
Shopping
Cooking
Eating
The following is a list of general
rules for each of these elements
but each Community Kitchen
manages them differently.
24
Planning:
Group members bring along
recipes that they think would
be good to cook in their
kitchen. These can be from
a range of sources such as
recipe books, magazines or
websites. The group discusses
the recipes and agrees on which
ones they would like to cook.
Groups normally choose a few
recipes and put them into
a timetable so that the planning
process does not have
to be done every session.
They may decide to agree on
enough recipes so that they
know what they will be cooking
for the next 3 or 4 sessions.
The group may choose
to modify the recipes to make
them cheaper or healthier. For
example, the group may choose
to use chicken instead of beef
or to use margarine if the recipe
calls for butter. Groups should
try to choose recipes with
ingredients that are on special
or in season.
Shopping:
The group decides on who
will do the shopping for each
session. It may be easier for two
members to shop together.
Money for shopping can
be collected before or after the
shopping is done and members
contribute equally.
The person doing the shopping
sticks to the list and only
purchases items for the Kitchen.
Any personal shopping should
be done separately.
Receipts should always be kept
and stored appropriately at the
Kitchen for future reference.
25
Cooking:
At the start of the session,
it is very important to set
aside time to read through
each recipe before tasks are
delegated to each participant.
It is usually recommended that
participants divide into small
groups so they can take part
in cooking a complete meal.
The facilitator should try
to arrange it so that the same
people are not doing the
same tasks every week and
that everyone gets a chance
to try something different and
develop new skills.
Eating:
The group will either sit down
to share a meal together
or portion out the food into
containers for each person
to take home.
Any extra food is taken home
by the participants for
themselves or members of their
household: it is NOT sold
or given to other people.
26
It is important to note that this information is a guide only. All Community Kitchens are dif-ferent and therefore things that apply to the formation of some kitchens may not apply to others. The steps also differ depending on what you want to achieve. (Eg. Do you just want to set up one Kitchen or do you want to help others set up multiple Kitchens?)
HOW TO SETUP A KITCHEN ?
27
If you have your own kitchen
facilities and you wish to start
a Community Kitchen,
it is recommended to first
develop a Community Kitchens
Working Group.
Develop a working group
of 4-8 people that includes
key representatives from
organisations and community
groups who should be involved
in the development
of the Kitchen.
Consult with the potential
community members and
participants to determine the
level of interest and to further
establish the working group.
Make sure that management
within the organisation where
you wish to run the Community
Kitchen understands the
concept of Community
Kitchens, how it will run and the
goal of the Kitchen. At times
you may need their support so it
is best to communicate well with
each other. Include them on the
working group if possible.
Address any liability concerns
with management of the
host organisation. View their
public liability certificate and
ensure the Community Kitchen
participants will be covered.
Develop a written agreement
or guidelines between the
Kitchen host and user group.
Discuss where you will find
participants and how you will
recruit. Have you ensured
participants will be involved
in the development of their CK?
Identify requirements;
participants, food, equipment,
fundraising or sponsorship,
group facilitator, transport,
childcare, equipment and food
storage. Are you able
to minimise any barriers
to participation for your
target group?
Identify any partnerships that
can be created to support the
Community Kitchen,
as identified in.
Determine how you will evaluate
the success of the Kitchen.
OPTION A
28
If you are an organisation that
wants to start a Community
Kitchen but you do not have any
facilities, you will need to:
Gather information about
Community Kitchens.
Partner together with
an organisation that has
a kitchen site and negotiate with
them for its use.
Use the Premises Audit
Checklist to ensure any hazards
are identified and resolved
before the Community Kitchen
commences. Ensure there
is a fire extinguisher and first
aid kit available.
Check that Community Kitchens
participants are covered
by public liability insurance
(either through your
organisation or preferably
through the host of the kitchen
site).
Then follow the steps under
Working Groups.
OPTION B OPTION C
If you are an organisation such
as a Community Health Centre
that wants to help others
develop Community Kitchens,
you may like to:
Gather information about
Community Kitchens.
Invite key community groups
and organisations to
an information session about
Community Kitchens.
Establish the level of interest at
this meeting. Find out who has
a kitchen site that may
be used by participants, who
wants to start a Kitchen, who
wants to volunteer and who
wants to participate in Kitchens.
Form Working Groups for each
Kitchen you want to establish.
Consult with potential
participants regarding their
needs and interest
in a Community Kitchen.
If there are no kitchens
available, conduct a mapping
exercise of potential kitchen
sites. This may need to be
done earlier depending on the
29
If there are already Community
Kitchens established in your
area, you may like to contact
them for guidance in setting
up your Kitchen.
OPTION D
situation in your area. Ideally
these kitchens will be situated
within organisations/agencies
that can take ownership
of the running of the
Community Kitchen.
Use the Premises Audit
Checklist to assess the
suitability of potential
kitchen sites.
Invite the Local Government
Environmental Health Officer
to examine the potential
kitchen sites.
Check that the Community
Kitchen will be covered
by public liability insurance.
Seek partnerships with local
organisations to support training
for facilitators in basic food safety,
group facilitation, nutrition
and budgeting.
Seek partnerships with local
retailers/market gardeners for
discounted/donated produce.
Continue to promote the concept
to local organisations in order
to establish new Kitchens and gain
referrals into existing Kitchens.
If you would like to assist
a number of groups to set
up Community Kitchens, you
should consider having
a coordinator to oversee the
project until the groups are able
to run independently.
The role of a coordinator
is to assist a number of different
groups in the community who
are interested in setting up
a Community Kitchen.
30
OTHER CONSIDERATIONS
31
What is are the main goals
of your Kitchen?
(eg: for participants to develop
cooking skills, to build social
networks, to increase access
to nutritious meals?)
Which members of the
Community would you like
to reach? Have you consulted
with this group?
How many participants can work
in your kitchen comfortably?
Is there any cooking
equipment? If not how will this
be arranged?
Is there enough storage space?
Are Kitchen participants able
to bring equipment if there
is a lack of storage space?
How will you advertise?
Is the facilitator to be from
within the group, a member
of staff or a volunteer?
What are the responsibilities
of the Kitchen facilitator?
Will the host organisation
or other organisations contribute
to any of the food costs?
How will recipes be selected?
Address food safety issues.
At least one person from each
Kitchen needs to have done
some food safety training.
If not, discuss with the project
co-ordinator for arrangements
to be made.
The facilitator should also
be aware of first aid and fire
procedures in the organisation
that hosts the Kitchen.
The facilitator should also
be strongly encouraged
to have done group
facilitation, nutrition and
budgeting training.
Advertise for participants
if necessary and hold
a first meeting.
32
“ Todas as pessoas têm direito a um nível de vida adequado, que lhe assegure, assim como à sua família, a saúde e o bem-estar, e de modo especial a alimentação, o vestuário, a habitação, a assistência médica e os serviços sociais necessários”.
Declaração Universal dos Direitos Humanos Artigo 25
33
http://www.communitykitchens.org.au/
http://www.hungrycitybook.co.uk/index.htm
http://www.cm-lisboa.pt/pt
http://www.aimouraria.cm-lisboa.pt/ha-vida-na-mouraria.html
http://www.renovaramouraria.pt/
http://edificiomanifesto.wordpress.com/
http://www.acidi.gov.pt/
http://www.identibuzz.org/
https://www.facebook.com/CozinhaPopularDaMouraria?fref=ts
http://www.revistacliche.com.br/
http://embracetomorrowwisdom.wordpress.com/
Revista Expresso, 27 de Abril de 2013
Referências
34
Susana Barroso5864
Top Related