PROFESSOR: PAULO ALVES
4º ANO VESPERTINO
PAULO SLIDES
Eu ando preocupada
com uma antiga vizinha
ela é minha xodozinha
mas não estou achando jeito
de encontrar o tal defeito
dessa história encardida
que levou minha querida
nessa enorme depressão
sem comer arroz feijão
nem qualquer outra comida.
PAULO SLIDES
Ela é madrugadora
mal o sol vem se chegando
ela já vai levantando
nem faz hora no banheiro
como era costumeiro
para a palavra-cruzada
que gostava da danada
mas abandonou o vício
diz que tem muito serviço
mas não tem serviço é nada.
PAULO SLIDES
Os dedos coçam de fato
pra ligar o tal do micro
esse apetrecho bandido
que tá levando a comadre
para onde só Deus sabe
e eu fico aqui a assistir
vendo a pobre se esvair
no meio dessas mensagens
que vem de outras paragens
que lhe faz chorar e rir.PAULO SLIDES
Café da manhã nem toma
gostava de ovo com bacon
e os fazia de tal jeito
que só de ver me danava
sua cozinha procurava
um taquinho eu queria
e ela sempre oferecia
eita trem bom e gostoso
valia por um almoço
o cardápio de abadia.
PAULO SLIDES
Mas hoje a pobre coitada
tá entravada nesse vício
na frente do estrupício
nem se lembra de comer
eu e ela só a receber
parecendo mãe-de-santo
e uma coisa eu garanto
isso não lhe dá camisa
não é do que ela precisa
mas falar já não adianta
PAULO SLIDES
Nem namorar ela quer mais
se eu convido pra sair
no baile querendo ir
ela inventa uma desculpa
diz que vai é sentir culpa
se abandonar seus pupilos
com seus xororós e grilos
despenca a escrever poema
que uma moça lhe dá o tema
pra depois enfeitar o bicho.PAULO SLIDES
Eu estou desconsolada
vendo chegar o fim da linha
da minha pobre vizinha
que não merecia isso
que era boa de serviço
boa de cama e cozinha
só eu sei da amadinha
quanto angu já aprontou
com os paqueras que arrumou
antes dessa anomaliaPAULO SLIDES
Se alguém souber de jeito
pra sanar essa quesila
me enviem a apostila
que a comadre não merece
rodeada de tanta prece
acabar nesse entrevero
nessa vida sem tempero
morrer à míngua e de fome
esquecida do que é homem
ela mora aqui no espelho.
PAULO SLIDES