Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
1
1.O Coroinha
Menino ou rapaz que, nas igrejas, exerce o papel de aclito nas
funes litrgicas. Menino do altar. Ajuda a missa. Aclito, na igreja
catlica, o ministro que acompanha e serve o celebrante de atos
litrgicos. O Documento Litrgico Ordines 34 e 35 descreve a ordenao
de aclitos. No sculo IV, sua funo era levar a eucaristia aos ausentes e
apresentar aos sacerdotes o Sancta na ocasio da frao do po. Somente
pode exercer o acolitato o leigo homem com idade e qualidade
estabelecidas pela Conferncia dos Bispos (CIC, 230, 1).
O aclito institudo para servir ao altar e auxiliar o sacerdote e o dicono. Compete-lhe principalmente preparar o altar e os vasos
sagrados, bem como distribuir aos fiis a Eucaristia, da qual Ministro
Extraordinrio da Comunho (Instruo Geral sobre o Missal Romano IGMR, 65). Trata se do aclito como Ministrio Concedido.
O coroinha ajuda a missa, sem precisar desses requisitos. quase
sempre um menino ou um jovem que tem como funo auxiliar o
sacerdote na celebrao da Santa Missa e dos demais Atos Litrgicos,
como casamentos, batizados etc.
O servio do coroinha
Quando Jesus fundou sua Igreja, quis instituir diversos
Ministrios ou Servios para a Comunidade. Na Igreja, todos recebem
uma vocao, um chamado. Alguns so chamados a servir como
coroinhas.
O Diretrio para a Missa com Crianas tem a preocupao de
formar as crianas para que celebrem a Eucaristia com alegria e
desembarao, sugerindo que se procure fazer com que elas sejam
atuantes, ativas, conferindo-lhes diversos ofcios e tarefas. Dessa forma
os coroinhas tm a oportunidade de iniciar e realizar sua caminhada de
Igreja, ao encontro do Senhor. A eles possibilita-se que aceitem essa
tarefa, importante para a comunidade. O coroinha no um enfeite, mas
algum que, servindo o altar, est fazendo crescer a comunidade.
Juntos, os coroinhas formam um grupo no qual podero encontrar
unio, compreenso, confiana e estima, coisas de que tanto precisam. O
proco dever, dentro do possvel, acompanhar cada um deles em sua
realidade pessoal, tomando o devido cuidado para que no venham a cair
no oba-oba, pois ser coroinha exige responsabilidade, para que
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
2
assumam, todos juntos e cada um em particular, com amor, este servio a
Cristo e sua Igreja.
Nos encontros dominicais ou em qualquer outro dia da semana,
tero eles a oportunidade de refletir sobre a Palavra de Deus previamente
escolhida.
Tomamos por princpio o que diz a Instruo Geral sobre o Missal
Romano - IGMR, 70: Todas as funes inferiores s do dicono podero ser exercidas por leigos do sexo masculino, mesmo que no tenham sido
institudas para isso (...). As prescries litrgicas so adaptadas nossa realidade, de acordo com os documentos da Igreja.
Quem dirige um grupo de coroinhas deve orient-los e participar
junto com eles, pois o dirigente, como lder, est para servir e no para
dominar ou impor.
O Diretrio para a Missa com Crianas ainda sugere que se
procure fazer cursos de preparao para os participantes: comentadores,
leitores, recepcionistas, os que levam as ofertas, os que participam do
lavabo, entre outras atividades.
Na celebrao cada um deve fazer a sua parte
Na assemblia reunida para a missa, cada um tem o direito e o dever de contribuir com sua participao, de modo diferente segundo a
diversidade de funo e de ofcio. Por isso todos, ministros e fiis, no
desempenho de sua funo, faam tudo e s aquilo que lhes compete, de
tal sorte que, pela prpria organizao da celebrao, a igreja aparea tal
como constituda em suas diversas funes e ministrios (IGMR, 58). importante saber qual o papel do coroinha nesta ou naquela
celebrao, para que ele no faa aquilo que no lhe compete, ocupando
o lugar de outro ministro.
O Conclio Vaticano II, em sua constituio Sacro Sanctum
Concilium n.29, diz: Tambm os ajudantes, leitores, comentadores e componentes da Schola Cantorum desempenham um verdadeiro ministrio litrgico. Portanto, cumpram sua funo com aquela piedade e
ordem que convm a to grande ministrio e com razo deles exige o
povo de Deus. Por isso, necessrio que, de acordo com as condies de
cada qual,sejam cuidadosamente imbudos do esprito litrgico e
preparados para executar as partes, perfeita e ordenadamente.
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
3
Como preparar os coroinhas na Parquia?
Um cursinho preparatrio que ensine higiene, boas maneiras, o
modo de preparar o ambiente para celebrao, os diversos nomes dos
objetos litrgicos, a paramentao, as diversas cerimnias da Missa e as
respostas ao dilogo do celebrante.
O que se espera / exige de um Coroinha?
Chegando ao Templo
Ao chegar ao templo, o coroinha deve dirigir-se Capela do
Santssimo Sacramento ou ao altar em que o sacrrio contenha Jesus
Sacramentado. A, deve fazer uma genuflexo e permanecer em orao
por alguns instantes, numa conversa com Jesus Cristo. S ento ele
dever dirigir-se sacristia, para iniciar as atividades de arrumao do
altar para a celebrao.
Do coroinha exige-se piedade, postura, respeito para com os ministrios,
respeito para com o sacerdote, respeito e ateno para com os fiis da
assemblia, respeito para com o templo (desde cedo ele deve se
acostumar a tratar santamente o lugar sagrado).
H parquias que possuem um corpo de coroinhas bem preparados e se
faz uma escala para o servio do altar. Noutras, alguns meninos aparecem
e ajudam, sem maiores exigncias.
Na catequese, surgem sempre alguns meninos que demonstram ao padre
seu desejo de ser coroinhas. Compete ao proco, ou a quem lhe faa s
vezes nesta rea, escolher aqueles que devero preparar-se para o ofcio
de coroinha.
H uma veste apropriada para o coroinha?
Este aspecto deve ficar sempre a critrio do proco, isto , do
padre responsvel pela parquia. Ele pode exigir que o coroinha tenha
uma veste litrgica, que deve usada durante as celebraes. Esta veste
pode ser a tradicional batina vermelha com sobrepeliz branca, uma tnica
branca com capuz, uma batina de cor do paramento do padre ou um
bluso que tenha o smbolo litrgico. O coroinha pode usar sua prpria
roupa, mas sempre bom ter uma veste apropriada para o culto divino.
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
4
O Cdigo de Direito Cannico fala das vestes usadas pelos
aclitos nas celebraes, mas se refere somente aos aclitos que
receberam o ministrio. Todavia, opcionalmente, os coroinhas podero
usar, de acordo com o costume do proco, uma tnica branca com um
cordo branco ou da cor litrgica do dia, a tradicional batina vermelha
com uma sobrepeliz branca ou ento uma roupa decente.
O que o coroinha deve conhecer?
1 a santa missa, com todas as suas partes;
2 os lugares na igreja;
3 os livros sagrados;
4 os utenslios utilizados na celebrao;
5 as vestes litrgicas (os paramentos).
O padroeiro dos coroinhas, Aclitos e Ministros Extraordinrios da Sagrada Comunho.
O santo padroeiro dos coroinhas So Tarcsio. Ele um mrtir
da histria da Igreja dos primeiros sculos, tendo vivido a perseguio de
Valeriano por volta do ano 258 da era crist. Tarcsio era aclito, isto ,
um coroinha que servia ao altar da igreja nas tarefas secundrias,
acompanhando o prprio Papa na celebrao eucarstica.
Durante a terrvel perseguio de Valeriano, muitos cristos
foram presos, processados e condenados morte. Nas tristes prises,
espera do martrio, os cristos desejavam ardentemente poder fortalecer-
se com Cristo Eucarstico chamado vitico, que quer dizer conforto para
a viagem rumo eternidade. Era muito difcil conseguir entrar nas
cadeias para levar o conforto da Eucaristia aos cristos presos. Dois
diconos Felicssimo e Agapito disfarados cumpriam este piedoso ofcio e foram reconhecidos cristos e condenados morte. s vsperas
de numerosas execues de mrtires, o Papa Sixto II no sabia como
levar o Po dos Fortes quelas hericas testemunhas de Cristo que
estavam na cadeia.
Foi ento que Tarcsio, com cerca de 12 anos de idade, ofereceu-
se dizendo pronto para essa piedosa tarefa. Diante das objees
relacionadas sua tenra idade, ao grave perigo de morte, Tarcsio
rebateu-as com a convico de que a pouca idade at poderia favorecer
sua entrada nas prises, passando despercebido, como se fosse um
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
5
parente prximo de algum condenado ao martrio. Com relao ao
perigo, Tarcsio afirmou que se sentia forte, disposto antes a morrer que a
entregar as sagradas hstias aos pagos.
Comovido por essa coragem, o Papa entregou numa caixinha de
prata as Hstias que deviam ser distribudas como vitico aos prximos
mrtires. Mas, passando Tarcsio pela Via pia, a grande estrada ao lado
da qual se encontram as catacumbas, alguns rapazes notaram sua estranha
compostura e comearam a indagar o que trazia, j suspeitando de algum
segredo dos cristos. Ele, porm, julgando ser coisa indigna entregar, no
dizer do Evangelho, prolas aos porcos, negou-se terminantemente a
faz-lo. Foi ento por eles batido e depois apedrejado. Aps a sua morte
revistaram-lhe o corpo, nada achando do Sacramento de Cristo.
Seu corpo foi recolhido por um soldado ocultamente cristo de
nome Quadrado, que o levou s catacumbas, onde recebeu honorfica
sepultura.
Conservam-se ainda nas catacumbas de So Calixto inscries e
restos arqueolgicos que atestam a venerao que Tarcsio granjeou na
igreja Romana.
Tarcsio foi declarado padroeiro dos coroinhas ou aclitos que
servem ao altar. Sua festa celebrada no dia 15 de agosto.
2.Liturgia
Liturgia , antes de tudo, AO. Ao supe movimento. A
liturgia se expressa mediante palavras e gestos. Por isso, dizemos que a
liturgia feita de sinais sensveis, ou seja, sinais que chegam aos nossos
sentidos (tato, paladar, olfato, viso e audio).
Antigamente, fora do campo religioso, liturgia queria dizer ao do povo.
A Igreja passou a aplicar este termo para indicar ao do povo reunido
para expressar sua f em Deus.
O que celebrar?
Celebrar tem vrios significados: festejar em massa, solenizar,
honrar, exaltar, cercar de cuidado e de estima.
O ser humano naturalmente celebrativo. As pessoas facilmente
se renem para celebrar aniversrios, vitrias esportivas, formaturas,
batizados, casamentos, funerais etc.
O ato de celebrar implica alguns elementos importantes:
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
6
1. Celebrar um ato pblico (reunio de pessoas). No tem sentido uma
pessoa celebrar o prprio aniversrio sozinha, fechada num quarto!
2. Celebrar supe que haja momentos especiais. Momentos privilegiados.
No se celebra a toda hora.
3. Celebrar requer motivao. Os motivos podem ser os mais variados,
como nascimento de um beb na famlia, dia da ptria, dia das mes etc.
4. Celebrar depende de ritos. O que so ritos? So gestos que se repetem.
Por exemplo, nos aniversrios, quais so os atos que se repetem? O
convite, a chegada dos amigos, o bolo geralmente enfeitado, as velinhas,
o canto do parabns, os comes-e-bebes... So atos prprios da festa de
aniversrio. Por isso no se confunde com uma festa de casamento, que
por sua vez composta de outros atos...
5. Celebrar supe espao. Um lugar onde as pessoas se renem.
6. Celebrar requer tempo. necessrio que haja hora marcada, a fim de
que os participantes se orientem. A celebrao tambm tem uma durao
(uma hora, o dia todo, uma semana... dependendo do que se trata).
Todos esses dados, a saber: ato pblico, momentos especiais, motivao,
ritos, espao e tempo se aplicam a todo tipo de celebrao.
Celebraes Litrgicas
O que so celebraes litrgicas? So encontros de Deus com seu
povo reunido. Esses encontros se realizam mediante algumas condies
que chamamos elementos constitutivos da celebrao litrgica.
Os principais elementos que constituem uma celebrao litrgica
so os seguintes:
1. Assemblia: so pessoas batizadas que se renem para celebrar.
2. Ministros: h os ministros ordenados - bispos, padres, diconos - e os
ministros institudos leitores e aclitos. H numerosos outros ministros
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
7
no ordenados nem institudos: ministro extraordinrio para a
distribuio da eucaristia, ministro da Palavra, ministro do batismo... e
ministros para os vrios servios da celebrao litrgica.
3. Proclamao da Palavra de Deus. Leitura de um trecho da Bblia,
escolhido para a celebrao.
4. Palavra da Igreja: explicao da palavra proclamada, homilia,
oraes.
5. Aes simblicas: ritos e smbolos mediante os quais os fiis entram
em comunho com Deus.
6. Canto: indispensvel na celebrao, o canto expressa a harmonia dos
cristos, unidos pela mesma f.
7. Espao: local da celebrao, mas significa tambm ocasio para se
reforar os laos de fraternidade; momento da organizao e luta por
melhores condies de vida, e ambiente da festa humana.
8. Tempo: a sucesso das horas do dia e da noite, mas tambm o
instante de graa de Deus; so momentos em que Deus, desde toda a
eternidade, vai realizando seu plano de salvao na histria humana.
O Culto
O que Culto?
justamente o conjunto de atos e
atitudes espirituais que
manifestam respeito, honra,
venerao e adorao a Deus,
como por exemplo, a missa e a
orao.
Todas as religies tm seu culto,
seu modo de glorificar Deus. H
religies, como a dos antigos
indgenas brasileiros, em que a
orao era feita com danas e
outros rituais. Os muulmanos,
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
8
ao rezar, ajoelham-se e encostam a cabea no cho. Os hindus do muitas
voltas em tomo de seus templos...
Para ns, cristos, a liturgia a maneira de glorificar Deus e seu
filho, Jesus Cristo, por meio das celebraes e oraes que realizamos na
igreja.
No se deve, porm, ir missa ou rezar a Deus apenas para obter
favores, pedir solues para nossos problemas, milagres, bnos, mas
principalmente para manifestar nosso amor por Deus e agradecer-lhe
todas as coisas que dele recebemos.
Para compreender bem isso, preciso esclarecer o seguinte: a
liturgia no foi criada por ns para conseguir milagres de Deus; ao
contrrio, a liturgia uma ao de Deus, para que os seres humanos
recebam, por meio de seus sinais, a graa divina, alcanando a salvao
pela f.
Outro aspecto muito importante do culto foi tambm destacado
pelos antigos profetas, por Jesus e, depois dele, por so Paulo: no
adianta ir sempre igreja, prestar culto a Deus, parecer muito bom e srio
aos outros e depois agir mal, ser egosta, injusto...
A liturgia, o culto, o ato de rezar ou de ir missa no devem,
portanto, ser aparentes. O culto cristo deve ser realizado com o corao,
com a vontade de querer servir a Deus, com o prazer em visit-lo em sua casa, com o desejo de ajudar os outros, de agir comi honestidade e justia. Deus quer que o visitemos na igreja e que lhe prestemos
homenagens de modo sincero e verdadeiro.
Voc pode avaliar agora como importante ser coroinha, pois
estar participando mais de perto de um dom de Deus, que guia nossa
vida para o bem.
2.1.Espao Celebrativo e
Objetos Sagrados
Espao Celebrativo
O altar e sua importncia: todas
as religies tiveram um local
especfico onde se ofereciam
sacrifcios. O altar o centro do
culto sacrifical e sinal da presena
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
9
divina entre os homens. No Antigo Testamento se verifica que patriarcas
e reis levantaram altares para agradecer a Deus e celebrar a sua presena
entre o povo: No ergueu um altar aps o dilvio (cf. Gn 8,20); Abrao
ergueu um altar no lugar em que Deus apareceu para ele (cf. Gn 12,7);
Jac construiu um altar em Betel (cf. Gn 31,1); Moiss, em
agradecimento, levantou um altar e lhe deu o nome de "O Senhor meu
estandarte" (cf. Ex 17,15); Gedeo chamou o seu altar de "O Senhor
Paz" (cf. Jz 6,24); Salomo fez um altar de bronze com dez metros de
comprimento, dez de largura e cinco de altura (cf. 2Cr 4,1).
Todos esses exemplos foram apenas figuras, uma antecipao da
novidade que Cristo veio trazer ao mundo. Cristo d sentido ao culto
antigo e pe fim a ele. No Novo Testamento, Cristo o nico altar (cf.
Hb 13,10). Os nossos altares de pedra ou de madeira so apenas imagens
dele. "O altar Cristo", afirma o Pontifical Romano da Igreja.
O coroinha dever compreender o porqu de no se colocar nada
sobre o altar, alm do estritamente prescrito: o Missal e o Clice da
celebrao.
Os castiais e as flores no devero ficar sobre a mesa do altar, assim
como papis, objetos etc., mesmo fora dos horrios de celebrao.
Ambo e estante (mesa da palavra): Ambo
um local fixo onde se anuncia a Palavra de Deus.
Difere da estante apenas porque ela mvel,
enquanto ele fixo e muitas vezes adornado,
para expressar a solenidade com que se deve
proclamar a Palavra de Deus. O ambo
normalmente se encontra numa das laterais do
altar, no presbitrio, e pode servir de mesa da
palavra, de onde se preside toda a liturgia da
palavra.
Credncia: mesinha onde se colocam os objetos
litrgicos que sero utilizados na celebrao.
Presbitrio: espao ao redor do altar, geralmente
um pouco elevado, onde se realizam os ritos
sagrados.
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
10
Nave: espao reservado aos fiis.
Plpito: nas igrejas mais antigas, lugar de
onde o sacerdote dirige a pregao.
Sacristia: sala anexa igreja onde se
guardam as vestes dos ministros e os
objetos destinados s celebraes;
tambm o lugar onde os ministros se
paramentam.
Batistrio: lugar reservado para a
celebrao do batismo. Em substituio ao
verdadeiro batistrio, usa-se a pia batismal.
Objetos Sagrados
Sacrrio ou tabernculo: o Sacrrio uma pequena
caixa de metal, madeira
ou pedra, um cofre
precioso, semelhante a
uma casa, tenda ou
barraca de campanha,
localizado geralmente na
capela do Santssimo
Sacramento ou atrs do
altar de celebrao da
missa. Nele guardada a
sagrada reserva, isto , as
partculas consagradas para a comunho dos doentes e para a visitao
dos fiis.
Ele deve ser forrado, na parte inferior interna, por um corporal, e sobre ele deve-se colocar o cibrio que contm as partculas consagradas.
Costuma-se cobri-lo com um vu chamado conopeu, que lembra a cortina
que cobria a Arca da Aliana no tabernculo dos hebreus, no deserto.
Uma luz sempre acesa deve permanecer perto dele para indicar a
presena de Jesus sob as espcies do po consagrado. Quando se passa
diante do sacrrio deve-se fazer uma genuflexo, isto , dobrar o joelho
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
11
direito at o cho, em sinal de adorao e de profundo respeito.
2.2. Utenslios usados para a celebrao Objetos Litrgicos
Principais Alfaias Litrgicas
Vasos Eucarsticos
Clice: vaso em forma de taa, no qual se
coloca o vinho que ser consagrado na
missa. Deve ser de metal dourado ou ter o
interior de sua copa dourado. um dos
objetos considerados mais sagrados, por
destinar-se a receber o sangue divino de
Jesus Cristo no santo sacrifcio da missa,
sob a espcie de vinho.
Patena: um pratinho ou disco
redondo de metal todo de ouro ou dourado nas na face cncava, na qual,
durante a missa, o sacerdote coloca a hstia - o po que vai ser
consagrado. A patena serve tambm para recolher os fragmentos da
hstia consagrada que podem ter ficado sobre o corporal aps a
comunho do sacerdote. bom lembrar que a missa um banquete;
portanto, so necessrios prato e copo (patena e clice) para a refeio.
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
12
Observao: existe uma patena que utilizada pelo coroinha durante a distribuio
da sagrada comunho eucarstica. Utilizando-a ele impede que a sagrada partcula
v ao cho e tambm recolhe os fragmentos. Esta patena diferente da patena que
acompanha o clice.
mbula - A palavra mbula refere-se primeiramente a pequenos vasos ou tubos de cobre, ou de argila, ou a
pequenos frascos de
vidro onde se guardam
os trs santos leos (o
dos enfermos, dos
catecmenos e do
crisma). Por extenso
ou analogia, d-se
tambm o nome de
mbula ao vaso sagrado onde se guardam as hstias
consagradas, mas melhor denomin-lo
de Pxide ou Cibrio. Ele um clice de
metal precioso, com tampa, que contm
as hstias a serem consagradas e as
conserva
dentro do
sacrrio,
quando
consagradas.
Ostensrio -
Estojo
redondo, dourado ou prateado, quase sempre
artisticamente emoldurado, com um pedestal
e suporte, que tem a funo de porta-hstia.
Serve para expor o Santssimo Sacramento (a
hstia consagrada) no altar e para conduzi-lo
em procisso pelas ruas. Na bno solene, os
ministros ordenados (e somente eles) traam,
com o ostensrio, o sinal-da-cruz sobre os
fiis.
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
13
Teca - Pequeno estojo redondo, ou
caixinha dourada ou prateada,
usado para levar a comunho s
pessoas doentes ou idosas.
Outras alfaias utilizadas na celebrao
Pala - Carto quadrado, forrado de
linho, utilizado para cobrir o clice
que contm o precioso sangue de
Jesus, protegendo-o de insetos,
poeira etc.
Corporal - Toalhinha
quadrada, branca, de linho,
sobre a qual so colocados o
clice e a patena com a matria
da consagrao. Quando a
hstia e o vinho esto
consagrados, o clice e a patena
devem ficar sobre o corporal,
assim como a mbula, que
contm as partculas
consagradas. Sempre que se vai
levar a comunho aos doentes, estende-se tambm o corporal sobre uma
mesinha, a fim de colocar a sagrada pxide com a sagrada partcula sobre
ele.
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
14
Sanguinho ou sanguneo - Pequeno
leno branco, ou uma toalhinha, que
o sacerdote utiliza para enxugar os
lbios, os dedos e tambm o clice,
aps a comunho eucarstica.
Lavabo - Conjunto de jarro, bacia e
toalha. O padre o utiliza para lavar as
mos e enxug-las depois de receber as
oferendas. Os ministros da Eucaristia
devero purificar os dedos, distribuio
da comunho, lavando-os num vaso
chamado purificatrio, que fica junto
ao sacrrio.
Galhetas - Pequenos
vasos que devem con-
ter o vinho e a gua
filtrada utilizados na
celebrao eucarstica.
Quase sempre so de
vidro, podendo
tambm ser de metal
ou de loua.
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
15
Velas - Devem ser utilizadas duas velas, sempre de
cera de abelha. Elas simbolizam a luz que Cristo e
devero ser colocadas em lugar de destaque, fora d o
altar, e ser acesas antes do incio da procisso de
entrada. comum encontr-las sobre o altar.
Crio Pascal - Vela especial, bem ornamentada e
abenoada na Viglia Pascal, que deve permanecer no
altar at a Festa da Ascenso. Depois da festa, ele
dever ser levado para o Batistrio (local em que se
celebra o batismo), para as cerimnias do sacramento
do batismo.
Turbulo - Vaso de metal onde se colocam brasas,
para queimar o
incenso. So
incensados o altar, o
livro dos evangelhos,
o crucifixo, o
santssimo
sacramento, o
presidente da
celebrao e a
assemblia, em dias
festivos.
Naveta - Pequeno vaso de
metal em forma de navio onde
se guarda o incenso que
dever ser queimado. Dentro
dele, h uma pequena colher
de metal utilizada para
apanhar o incenso e coloc-lo
sobre as brasas, no turbulo.
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
16
Incenso - Resina aromtica extrada de vrias rvores. Queimado no
turbulo durante a celebrao, simboliza a orao do povo, que sobe a
Deus como perfume agradvel. Tambm sinal de adorao a Deus, de
venerao aos Santos e de honra aos participantes da assemblia
litrgica. Quando utilizado no incio da santa missa, delimita o local
sagrado e d solenidade celebrao.
Castial - Utenslio que serve de suporte para
uma vela.
Candelabro - Grande castial com
ramificaes, a cada uma das quais
corresponde um foco de luz.
Plio - Cobertura com franjas, carregada
apoiada em varas, que cobre o Ministro que
leva o ostensrio com a hstia consagrada.
Bolsa do Vitico Bolsa, de tamanho pequeno, quase sempre de pano, em que
colocada a tea em que so levadas as hstias
consagradas aos doentes idosos.
Hstia - Pedao de po no fermentado, usado
para a celebrao eucarstica, para a comunho
do padre.
comum ter a
forma circular.
Partcula -
Pedao de po sem fermentado, em geral
de forma circular, que o padre consagra
para a comunho dos fiis.
Calderinha Vasilha onde se coloca gua benta para asperso do povo.
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
17
Aspersrio Instrumento com que se joga gua benta sobre o
povo ou objetos.
Outros termos litrgicos
Aleluia: palavra hebraica -
louvai o Senhor. uma
expresso de alegria que se usa
principalmente na aclamao ao Evangelho; no oficio, muitas vezes;
abundantemente no tempo pascal. No se usa no tempo da quaresma.
Alfaias litrgicas: so todos os objetos que servem de certo modo ao
exerccio da liturgia, por exemplo, clice, patena, casula etc.
Amm: palavra hebraica que alguns traduzem por assim seja, assim
acontea. Esta palavra no se traduz. O Apocalipse (3,14) chama Jesus
de o Amm, e a 2a Carta aos Corntios (1,20) afirma que em Jesus que
dizemos amm. Santo Agostinho diz que o nosso amm a nossa
assinatura, o nosso compromisso.
Ano Litrgico: perodo de doze meses em que a Igreja celebra os
Mistrios de Cristo. Inicia com o primeiro Domingo do Advento e
termina com o ltimo domingo do Tempo Comum (festa de Cristo Rei).
A festa central a Pscoa, precedida pela Quaresma e seguida do Tempo
Pascal. A este perodo d-se o nome de Ciclo de Pscoa. Depois tem a
festa de Natal, precedida pelo Advento e seguida do Tempo Natalino. A
este perodo d-se o nome de Ciclo de Natal. Afora o ciclo de Pscoa e o
ciclo de Natal, desenrola-se o Tempo Comum: a primeira parte que varia
de quatro a nove semanas - coloca-se entre a festa do Batismo do Senhor
e a Quarta-feira de Cinzas; a segunda parte vem logo aps a festa de
Pentecostes e vai at o final do Ano Litrgico. Ao longo do ano
distribuem-se as festas dos santos: Santoral.
Antfona: texto curto antes e depois de cada salmo da Liturgia das
Horas, que exprime sua idia principal.
Cnon da missa: orao eucarstica da missa.
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
18
Catecumenato: tempo de iniciao vida crist e preparao para o
batismo.
Concelebrao: celebrao simultnea de mais de um sacerdote
mesma missa.
Doxologia: frmula de louvor que geralmente se usa em honra da
Santssima Trindade. Na liturgia recebe o nome de Doxologia o Glria ao Pai..., o Glria a Deus nas alturas e o Por Cristo, com Cristo..., no final da orao eucarstica.
Cruciferrio: aquele que leva a cruz nas procisses.
Epiclese: orao da missa com a qual se invoca a descida do Esprito
Santo para que Ele, antes da Consagrao, santifique as oferendas, e aps
a consagrao santifique e associe a assemblia dos fiis vida de Cristo.
Epstola: na antiguidade, comunicao escrita de qualquer tipo. O Novo
Testamento contm vinte e uma epstolas ou cartas. As epstolas
normalmente tratam de temas gerais e so dirigidas no a uma pessoa em
particular, mas ao pblico em geral.
Exquias: ritos em favor dos fiis falecidos.
Hosana: palavra de origem hebraica que significa salva-nos, por favor!
Foi proclamada pelas multides que foram ao encontro de Jesus em sua
entrada solene em Jerusalm, para indicar sua real dignidade messinica
(cf. Mateus 21,9). Esta palavra aparece aps o prefcio, na aclamao:
Santo, Santo, Santo!
Kyrie eleison: expresso grega que significa Senhor, piedade. uma
invocao antiga mediante a qual os fiis imploram a misericrdia do
Senhor.
Lavabo: ato de lavar as mos. Na missa, o lavabo se d aps a
apresentao das ofertas. Alm disso, o lavabo ou abluo ocorre quando
o sacerdote tem necessidade de lavar as mos, por ocasio do lava-ps,
imposio das cinzas, uno das mos do neo-sacerdote...
Memento: parte da orao eucarstica em que se recordam os vivos e
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
19
falecidos.
Oitava: solenidades de Natal e Pscoa, que se celebram por oito dias.
Reserva eucarstica: hstias consagradas, guardadas no sacrrio.
Rubricas: regras ou explicaes impressas em vermelho-rubro significa
vermelho - para o reto desenrolar das aes litrgicas.
Sacramentais: so sinais sagrados e aes litrgicas no institudos por
Cristo, mas introduzidos pela Igreja, para proveito espiritual dos fiis.
So sacramentais, entre outros, as diversas bnos e os objetos benzidos,
assim como a dedicao de uma igreja e a consagrao de objetos e
paramentos destinados ao culto.
Sacramentrio: livro que engloba os diversos Rituais dos Sacramentos.
Turiferrio: pessoa que leva o turbulo.
Vitico: comunho que se leva aos que se encontram gravemente
enfermos.
2.3Os Livros Litrgicos Os Livros Sagrados
O Missal Romano
Livro usado pelo sacerdote para
a celebrao eucarstica. O Missal
contm:
Rito da Missa (partes fixas);
Prprio do tempo - Advento, Natal,
Quaresma, Tempo Comum etc.;
Prprio dos santos;
Vasta coleo de prefcios;
Vrias oraes eucarsticas;
Missas rituais - Batismo, Confirmao,
Profisso Religiosa etc.;
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
20
Missas e oraes para diversas necessidades: pelo papa, pelos bispos,
pelos governantes, pela conservao da paz e da justia etc.;
Missas votivas: Santssima Trindade, Esprito Santo, Nossa Senhora etc.;
Missas dos fiis defuntos.
No incio, o Missal apresenta longa e preciosa introduo
contendo a Instruo Geral sobre o Missal Romano e as Normas
Universais para o Ano Litrgico e o Calendrio.
Lecionrio
Livro que contm as leituras
para a celebrao eucarstica. Os
principais lecionrios so:
Lecionrio Dominical: compreende as leituras para as
missas dos domingos e de algumas
solenidades e festas.
Lecionrio Semanal: contm as
leituras para os dias de semana de
todo o Ano litrgico. A primeira
leitura e o salmo responsorial de
cada dia esto classificados por ano
mpar e ano par. O evangelho o mesmo para os dois anos.
Lecionrio Santoral: contm as leituras para as solenidades e festas dos
santos. Esto a includas tambm as leituras para uso na administrao
dos sacramentos e para diversas circunstncias.
Pontifical Romano: contm as leituras que acompanham o Pontifical Romano. O Pontifical Romano um livro que agrupa diversos
Livros Litrgicos usados nas Celebraes presididas pelo Bispo, por
exemplo, Crisma, Ordenaes, Instituies de Ministrios etc.
Evangelirio
Livro dos evangelhos, usado na missa para a proclamao ou o canto do
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
21
evangelho.
Liturgia das Horas ou Ofcio Divino
Designao dada orao de louvor da Igreja, que tem por objetivo
estender s diversas horas do dia a glorificao de Deus, que encontra seu
ponto mais elevado na orao eucarstica. Compreende quatro volumes:
Volume I: Tempo do advento, natal e epifania.
Volume II: Tempo da quaresma, trduo pascal e tempo pascal.
Volume III: Tempo comum (da 1 a 17a semana).
Volume IV: Tempo comum (da 1 a 34 semana).
Rituais
So livros que contm a celebrao dos sacramentos. Comeam com uma
Introduo, que resume a teologia, a espiritualidade, a pastoral e as
normas prticas. Em seguida vem a celebrao do respectivo sacramento,
e no final esto as leituras correspondentes.
Ritual do batismo de crianas
Ritual da confirmao
Ritual da iniciao crist dos adultos
Ritual da penitncia
Ritual da uno dos enfermos e sua assistncia pastoral
Ritual de exquias
Ritual da dedicao de igreja e de altar
Ritual de bnos
Ritual de ordenao de bispos, presbteros e diconos
Ritual do matrimnio
Pontifical romano
O cerimonial dos bispos e o rito das ordenaes
So reservados aos Senhores Bispos, e por isso quase sempre no so
encontrados nas parquias. Quando os Bispos fazem a Visita Pastoral ou
quando celebram as ordenaes, costumam trazer consigo os referidos
livros.
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
22
2.4Vestes, Cores Litrgicas e as Insgnias do Bispo
Vestes Litrgicas (paramentos)
Do Sacerdote
O Sacerdote usa vestes que o
distinguem das demais pessoas que
participam da assemblia litrgica, so elas:
Amito: pano branco que envolve o pescoo
do padre, embaixo da alva ou da tnica.
Tnica: veste talar geralmente branca que
cobre todo o corpo. A alva uma veste talar,
geralmente de linho branco, que recobre todo
o corpo, at os ps. Era usada pelos nobres
gregos e romanos e tambm pelos povos de
clima quente, como se v, ainda hoje, em
alguns pases do
oriente tropical. A
alva simboliza a
pureza de corao que deve ter o sacerdote que
celebra os mistrios divinos.
Estola: faixa vertical que desce do pescoo do
padre, com duas pontas na frente. Veste
litrgica dos ministros ordenados. O Bispo e o
presbtero a colocam sobre os ombros de modo
que caia pela ponta em forma de duas tiras,
acompanhando o comprimento da alva ou
tnica. Os Diconos usam a estola a tiracolo
sobre o ombro esquerdo, pendendo-a do lado
direito.
Cngulo: cordo branco, ou da cor dos
paramentos do dia, de seda, linho ou algodo, com o qual os ministros
ordenados cingem a cintura, por cima da alva ou da tnica. O uso do
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
23
cngulo nas cerimnias litrgicas fica a critrio de cada ministro.
Casula: pea em forma de casa que
usada sobre as vestes e cobre todo o
corpo. Ampla e solene, esta veste usada
nas missas dominicais e em dias festivos.
Observao: a cor da estola e da casula variam
de acordo com a liturgia do dia. O Diretrio
Litrgico traz informaes sobre as cores dos
paramentos para cada festa ou solenidade, bem
como para as missas da fria.
Capa pluvial: capa comprida usada pelos
antigos em
tempo de
chuva, como
o prprio
nome indica. Atrs, em cima, h uma dobra,
ou capuz, com a qual os antigos cobriam a
cabea,
semelhana de
algumas capas
impermeveis
modernas. Os
ministros
ordenados
usam-na em
funes
litrgicas
solenes, tais
como a
bno do
Santssimo Sacramento, as procisses
eucarsticas, a celebrao de matrimnio e
outras. tambm chamada de capa de asperges, porque usada durante a asperso dos fiis com gua benta. bom
notar que o dicono coloca, sobre a tnica, a estola a tira-colo,
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
24
atravessada da esquerda para a direita. Usa tambm uma veste chamada
dalmtica, semelhante casula do celebrante e da mesma cor.
Dalmtica: Veste prpria do dicono.
colocada sobre a alva ou tnica e a estola
do dicono.
Vu do Clice: pano quadrado com o qual
se cobre o clice (quase no se usa mais).
Do Coroinha
Tnica
Vermelha
Cota vestimenta
branca
colocada sobre a tnica vermelha (o branco
simboliza pureza da alma).
Colarinho colocado no pescoo dentro da tnica vermelha
Faixa Vermelha colocada sobre a cota. usada em celebraes festivas. Quando a cor
litrgica for roxa ou preta, no se usa.
Entretanto, h algumas comunidades que criaram suas prprias vestes,
cujos modelos se adaptam s necessidades locais, como:
Batina tnica branca.
Escapulrio veste litrgica em forma de tira nica (como a estola) com um orifcio central onde se pe a cabea, acompanhando o comprimento
da batina. Obedece cor litrgica do dia.
Crucifixo colocado sobre todas as outras vestes
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
25
Cores Litrgicas para os paramentos
Branco - cor pascal, a cor dos batizados, que indica a ressurreio, a
pureza, a alegria. Usa-se na Pscoa, no Natal, nas festas de Jesus Cristo,
nas festas de Nossa Senhora e nas festas dos Santos, exceto nas festas dos
Mrtires.
Vermelho - cor que lembra o fogo do Esprito Santo, o sangue. Usa-se na
solenidade de Pentecostes (festa do Esprito Santo, realizada cinqenta
dias aps a Pscoa), no Domingo de Ramos, na Sexta-feira da Paixo do
Senhor, nas festas dos Apstolos (exceto na festa de So Joo
Evangelista, em que se usa o branco) e nas festas dos Mrtires.
Verde - cor da esperana, usada em todos os domingos do chamado
Tempo Comum, que somam aproximadamente 33 domingos por ano.
Tambm se usa a cor verde nas chamadas missas da fria desse tempo,
isto , as missas do domingo que so repetidas durante a semana.
Roxo ou Violeta - cor da penitncia e da mortificao, usada durante o
tempo do Advento (que prepara o Natal) e na Quaresma (que prepara a
Pscoa), assim como nas missas dos fiis defuntos.
Rosa - cor intermediria entre o roxo e o branco, usada apenas duas
vezes por ano: no 3 domingo do Advento e no 4 o domingo da
Quaresma representando suavizao da penitncia e do sacrifcio durante
esses perodos.
Preto - cor do luto, da dor, atualmente muito pouco utilizada, sendo
substituda pelo branco ou roxo nas cerimnias fnebres, como missas de
stimo ou trigsimo dia.
Observao: em cada sacristia o Diretrio litrgico deve ser consultado pelo
sacristo ou pela pessoa que prepara os paramentos para a missa. Ele traz no
apenas a indicao de todos os textos para a celebrao de cada dia, mas tambm
as cores dos paramentos.
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
26
Insgnias do Bispo
Mitra: uma espcie de chapu alto
com duas pontas na parte superior e
duas tiras da mesma tela que caem
sobre os ombros.
Bculo: cajado que o
bispo utiliza para as
celebraes. Simboliza
que o Bispo pastor.
D-se o nome de
Frula ao bculo
usado pelo Papa.
Solidu: pea de tela de
forma arredondada e
cncava que cobre a coroa
da cabea.
Anel: simboliza a unio do bispo com os
fiis de sua
diocese e, de
maneira mais
abrangente, a
unio do bispo
com toda a
Igreja.
Cruz peitoral: cruz que os
bispos levam sobre o peito.
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
27
2.5Smbolos, movimentos, posturas e gestos.
Smbolos e gestos simblicos Costumamos dizer que a bandeira nacional smbolo da ptria. Isto quer
dizer que quando voc v ou toca a bandeira, logo seu pensamento voa
at o pas que ela representa, por exemplo o Brasil. Ento, atravs da
bandeira do Brasil voc passa a considerar tudo o que pertence ao Brasil,
sua extenso, as matas, os rios, as riquezas, o povo, enfim tudo o que faz
parte do Brasil. E se algum ofender a bandeira, mexe com seu
sentimento patritico.
Ento o smbolo (objeto) nos transporta para outra realidade que est
alm do smbolo e tem relao com o smbolo. Vamos dar um exemplo,
tirado do mundo cristo: o crucifixo. Todo cristo reconhece no
crucificado a pessoa de Jesus Cristo, que nos redimiu do pecado e nos
salvou. Portanto, aquele objeto de metal, madeira, ou outro material,
simboliza nosso Redentor, Jesus Cristo. Por isso tratamos com respeito o
crucifixo.
Gestos simblicos so aes que tm a mesma funo do smbolo, isto ,
nos transportam para outra dimenso, outra realidade, que, porm tem
relao com o gesto simblico. Por exemplo, no incio e no fim da missa
o padre traa sobre si o sinal-da-cruz, enquanto diz as palavras "Em
nome do Pai, e do Filho, e do Esprito Santo". um gesto simblico, que
nos remete Santssima Trindade a quem invocamos nesses momentos.
A seguir vamos explicar brevemente alguns sinais ou smbolos cristos
utilizados com freqncia na liturgia.
So a primeira e a ltima letra do
alfabeto grego (Alfa e mega). So
aplicadas a Cristo, princpio e fim
de todas as coisas. Em geral
aparecem no crio
pascal, mas
tambm nos
paramentos
litrgicos, no
ambo e no tabernculo.
Este sinal formado por duas letras do alfabeto grego
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
28
(X+P) e correspondem ao C e R da lngua portuguesa. Ajuntando as
duas, formavam-se as iniciais da palavra CRISTS: Cristo. Com
freqncia este sinal aparece nos paramentos dos padres, no ambo, na
porta do sacrrio e na hstia.
So as iniciais das palavras latinas Iesus
Hominum Salvator, que significam: Jesus
Salvador dos Homens. Geralmente so
empregadas nas portas dos tabernculos e
nas hstias. Smbolo de Cristo.
No incio do
cristianismo,
em tempos de
perseguio, o
peixe era o
sinal que os
cristos
usavam para representar o Salvador. que
as iniciais da palavra peixe na lngua grega
- IXTYS - explicavam quem era Jesus:
IESS CRISTS TES SOTR: Jesus
Cristo, Filho de Deus Salvador.
As letras
INRI so as iniciais das palavras latinas
Iesus Nazarenus Rex Iudaeorum, que
significam: Jesus Nazareno Rei dos Judeus.
O Evangelho de Joo nos informa que essas
palavras estavam escritas em trs lnguas
(hebraico, latim e
grego) sobre a cruz de
Jesus (cf. Joo,
19,19).
Com trs ngulos
iguais (eqiltero) representa a Santssima
Trindade (Pai, Filho e Esprito Santo).
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
29
Movimentos
Nas celebraes litrgicas, os diversos movimentos, posturas ou
atitudes so expresses corporais simblicas que expressam uma relao
com Deus.
A seguir apresento os principais movimentos:
Caminhar em procisso: atitude de quem no tem morada fixa neste
mundo: no se acomoda, mas se sente peregrino e caminha na direo
dos irmos e irms, principalmente os empobrecidos e marginalizados.
Existem algumas procisses que se realizam fora da Igreja, por exemplo,
na solenidade de Corpus Christi, no Domingo de Ramos, na festa do
padroeiro..., e outras pequenas procisses que se fazem no interior da
igreja: a procisso de entrada, a das ofertas e a da comunho. A procisso
do Evangelho muito significativa e se usa geralmente nas celebraes
mais solenes.
Reunido o povo, o sacerdote e os ministros paramentados dirigem-se ao
altar na seguinte ordem:
a) o ministro com o turbulo aceso, quando se usa incenso;
b) os ministros que, se for oportuno, trazem as velas e entre
eles, sendo o caso, outro ministro com a cruz;
c) os aclitos e outros ministros;
d) o leitor, que poder levar o livro dos Evangelhos;
e) o sacerdote que vai celebrar a Missa.
Antes de iniciar a procisso, o sacerdote, se for o caso, pe incenso no
turbulo.
Incensao: O incenso pode ser usado facultativamente em qualquer
forma de Missa:
a) durante a Procisso de Entrada;
b) no Incio da Missa, para incensar o altar;
c) Procisso e Proclamao do Evangelho;
d) ao Ofertrio, para incensar as oferendas, o altar, o sacerdote e o povo;
e) elevao da Hstia e do Clice, aps a Consagrao.
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
30
O sacerdote pe incenso no turbulo e abenoa-o com o sinal da cruz,
sem nada dizer.
A incensao do altar se faz da seguinte maneira:
a) Se o altar estiver separado da parede, o sacerdote o incensa andando ao
seu redor.
b) Se o altar no estiver separado da parede, o sacerdote, caminhando,
incensa primeiro a parte direita do altar depois a parte esquerda.
Se a cruz estiver sobre o altar ou junto dele, incensada antes do
altar; se estiver atrs do altar, o sacerdote a incensa quando passa diante
dela.
Como incensar
Quem incensa
segura com a mo
esquerda a parte
superior das correntes
que sustentam o
turbulo, e com a direita
segura as mesmas
correntes todas juntas
perto do turbulo, de
modo a poder
comodamente lan-lo e
pux-lo para si. Tenha o
cuidado de lan-lo
com suavidade e
decoro, sem mover o
corpo ou a cabea,
enquanto movimenta o
turbulo para frente ou
para trs. A mo esquerda que segura a parte superior das correntes deve
ficar firme encostada ao peito.
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
31
Para incensar o altar, use movimentos simples. No necessrio que o
turbulo toque as correntes; Para incensar o presidente da celebrao
(presbtero), primeiro faa pequena reverncia, d trs lances duplos e
em seguida, uma pequena reverncia; se for o bispo, d trs lances
triplos, fazendo-se uma pequena reverncia antes e outra depois; Para
incensar o Evangelirio (ou Lecionrio), antes da Proclamao do
Evangelho, utiliza-se trs lances triplos, faa pequena reverncia antes e
outra depois; Para incensar a assemblia, estando voc de p no centro e
na frente, faa pequena reverncia, d um lance simples em direo ao
centro, outro pra a esquerda e
outro para a direita e termine
com uma pequena reverncia
em direo ao centro; Durante
a elevao da hstia e do
clice consagrados, aplique
trs lances triplos, faa uma
reverncia simples antes e
outra depois.
Como segurar o turbulo
Segure a argola da
coroa do turbulo com o dedo
mnimo e a argola da corrente
com o dedo polegar. Esta a
posio que deve manter
normalmente durante a celebrao ou enquanto acompanha a procisso.
Como apresentar o turbulo para pr incenso
Mantenha o turbulo
seguro pela mo esquerda,
pegue as correntes bem
embaixo e erga o turbulo
(aberto) at uma altura
cmoda ao presidente da
celebrao. O coroinha, com
a naveta aberta, apresenta o
incenso ao sacerdote.
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
32
Quando o sacerdote terminar de pr o incenso, voc discretamente fecha
o turbulo e com a mo direita segure a parte superior do turbulo,
entregando o ao sacerdote.
Como segurar os castiais
Veja, na figura, a maneira correta de pegar os castiais: quem vai
do lado direito pe a mo esquerda no p do castial e com a direita
segura-o no meio, pelo n; quem vai do lado esquerdo pe a mo direita
no p do castial e com a esquerda segura-o pelo referido n.
Posturas ou posies
As posies indicam a atitude pessoal e comunitria para
participar em cada momento da celebrao.
A seguir apresento as principais posturas:
Estar em p: a posio do Cristo Ressuscitado, atitude de quem est
pronto para obedecer, pronto para partir. Indica tambm a atitude de
quem acolhe em sua casa. Estar em p demonstra prontido para pr em
prtica os ensinamentos de Jesus.
Estar sentado: a posio de escuta, de dilogo, de quem medita e
reflete. Na liturgia, esta posio cabe
principalmente ao se ouvir as leituras (salvo a
leitura do Evangelho), na hora da homilia e
quando a pessoa est concentrada, meditando.
Estar ajoelhado: a posio de quem se pe em
orao profunda, confiante. "Jesus se afastou deles
distncia de um tiro de pedra, ajoelhou-se e
suplicava ao Pai..." (Lucas 22,41). Lembremos o
leproso que, de joelhos, suplica que Jesus o livre
da lepra (cf. Marcos 1,40).
Fazer genuflexo: faz-se dobrando o joelho
direito at o solo. Significa adorao, pelo que
reservada ao Santssimo Sacramento, quer
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
33
exposto, quer guardado no sacrrio. No fazem genuflexo nem
inclinao profunda aqueles que transportam os objetos que se usam nas
celebraes, por exemplo, a cruz, os castiais, o livro dos evangelhos.
Prostrar-se: significa estender-se no cho; expressa profundo sentimento
de indignidade, humildade, e tambm de splica. Este gesto est previsto
na Sexta-feira santa, no incio da celebrao da Paixo. Tambm os que
vo ser ordenados diconos e presbteros se prostram. Em algumas
ordens ou congregaes religiosas se prev a prostrao na celebrao da
profisso dos votos religiosos.
Inclinar o corpo: uma atitude intermediria entre estar em p e
ajoelhar-se. Sinal de reverncia e de honra que se presta s pessoas ou s
imagens. Faz-se inclinao diante da cruz, no incio e no fim da
celebrao; ao receber a bno; quando, durante o ato litrgico, h
necessidade de passar diante do tabernculo; antes e depois da
incensao, e todas as vezes em que vier expressamente indicada nos
diversos livros litrgicos.
Silncio: atitude indispensvel nas celebraes litrgicas. Indica
respeito, ateno, meditao, desejo de ouvir e aprofundar a palavra de
Deus. Na celebrao eucarstica, se prev um instante de silncio no ato
penitencial e aps o convite orao inicial, aps uma leitura ou aps a
homilia. Depois da comunho, todos so convidados a observar o
silncio sagrado. O silncio litrgico, porm, previsto nas celebraes,
no pode ser confundido com o silncio ocasionado por algum que
deixou de realizar a sua funo, o que causa inquietao na assemblia. A
celebrao litrgica feita de gestos, palavras, cantos e tambm de
instantes de silncio. Tudo isso confere ritmo e d harmonia ao conjunto
da celebrao.
Gestos
Os gestos so um timo meio de enfatizar e exprimir com todo o nosso
ser aquilo que realizamos.
A seguir apresento os principais gestos:
Os gestos so um timo meio de enfatizar e exprimir com todo o nosso
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
34
ser aquilo que realizamos. A liturgia, alm dos assinalados nos
sacramentos, oferece como principais gestos:
Braos abertos elevados: sinal de orao, de splica, de intercesso... e
tambm de louvor e de ao de graas. E gesto da orao sacerdotal para
as oraes presidenciais e a prece eucarstica. Durante muitos sculos, o
povo acompanhava o sacerdote com esse gesto. Deveramos recuper-lo
para certos momentos; algumas igrejas o fizeram.
Braos estendidos para frente com a palma das mos para baixo: significa transmisso de poder, de perdo, da fora do Esprito, de
bno.
Mos abertas, com as palmas para
cima: sinal de orao, de petio humilde,
de abertura ao dom que se solicita, de
disponibilidade. A este gesto pertence
comunho na mo: pedindo
humildemente o po de Cristo, com
emoo e gratido. o modo mais
expressivo de comungar.
Mos que se estreitam, abrao ou beijo
da paz: rito da paz na missa, acolhida e
felicitao aos recm-ordenados, primeiro sinal dos recm-casados.
Tambm se beija o altar e o
evangelirio como prova de venerao.
Tem este sentido, fora da liturgia, o
beijar imagens, medalhas, relquias etc.
Mos unidas, palma com palma: recolhimento, orao.
Sinal-da-cruz: o sinal que resume
todo o mistrio salvador. Ocupa lugar
preeminente em toda celebrao.
Iniciamos e conclumos a liturgia
benzendo-nos. Antes do evangelho,
persignamo-nos na testa, na boca e no
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
35
peito como pedindo que a palavra do Senhor penetre a nossa mente, a
nossa palavra e o nosso corao. Quando nos benzemos em qualquer
outro momento, o primeiro significado que nossa vida esteja em
conformidade com a de Cristo. Essa a principal proteo que podemos
receber.
Bno: benzer significa dizer bem. Deus benze e outorga seu dom e sua vida. Ns respondemos bendizendo, louvando a Deus. A bno de
casas, alimentos etc., agradecimento a Deus por seus dons e
compromisso para que naquilo que se abenoa esteja Deus presente e seja
louvado.
Erguer as mos: um gesto de splica ou de oferta do corao a Deus.
Geralmente se usa durante a recitao do Pai-Nosso e nos Cantos de
Louvor.
Bater no peito: expresso de dor e arrependimento dos pecados. Este
gesto ocorre na orao Confesso a Deus todo-poderoso...
2.6Fiis que participam da celebrao
Durante a celebrao, os fiis participam da celebrao, mas a
participao de alguns deles no imprescindvel para que haja a
celebrao. Os fiis podem ser:
Ministrios ligados Ordem Sagrada
Participam do sacerdcio de Cristo pelo sacramento da ordem:
Bispo: O grande sacerdote de sua grei. Preside a liturgia por direito prprio.
Presbtero: presidem representando o bispo.
Diconos: colaboradores do bispo; alm de seu ministrio, podem
presidir a algumas celebraes.
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
36
Ministrios Institudos
Denominados no passado Ordens Menores, agora so conferidos por Instituio queles que aspiram ao sacerdcio. So os Aclitos e Leitores.
Leitores - exercem uma funo de alta dignidade, pois anunciam a
palavra de Deus para toda a assemblia. Eles devem saber ler
desembaraadamente, a fim de poder transmitir aquilo que proclamam
com o testemunho da vida.
Aclitos - Assistem e ajudam o presidente da assemblia, prestando-lhes
todos os servios necessrios.
Ministrios de fato
So os que desempenham determinadas funes, ainda sem possuir
nenhum ttulo de ordenao ou de instituio.
Ministros Extraordinrios para a Sagrada Comunho Eucarstica
(Meces) - eles assistem ao celebrante e auxiliam na distribuio do po
eucarstico aos fiis, na celebrao da missa, e levam a eucaristia aos
enfermos, presidirios ou pessoas idosas que no podem ir igreja.
Comentarista - um sacerdote ou um leigo bem preparado que orienta
os movimentos e as oraes dos fiis, durante a missa. Dialoga com a
comunidade, fazendo breves comentrios introdutrios sobre as leituras,
indica as posies e, em alguns lugares, d os avisos aos fiis.
Leitores - exercem uma funo de alta dignidade, pois anunciam a
palavra de Deus para toda a assemblia. Eles devem saber ler
desembaraadamente, a fim de poder transmitir aquilo que proclamam
com o testemunho da vida.
Aclitos - Assistem e ajudam o presidente da assemblia, prestando-lhes
todos os servios necessrios.
Cantores - Tem funo de assaz importante nas solenidades. Eles devem
fazer a assemblia rezar por meio do canto com todo o entusiasmo.
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
37
Queremos lembrar que os instrumentos devem acompanhar e sustentar o
canto, nunca abafando as vozes, e que todo o povo deve participar. Por
isso, os cantores devem ser bem instrudos na liturgia da igreja, a fim de
exercer com dignidade essa importante funo.
Recepcionistas - exercem uma das funes mais importantes da
celebrao, pois acolhem os fiis. A funo dos recepcionistas no pode
ficar reduzida a uma entrega do folheto litrgico porta do templo.
Exige-se acolhimento, afeto, compreenso, capacidade de informao
etc.
O povo - aqui no se trata de uma massa amorfa de espectadores mudos
e distrados ou de um conjunto de pessoas piedosamente empenhados em
rezar, cada uma por sua conta, seguindo uma devoo individual. O povo
um ator de grande importncia no drama sagrado que se desenrola no
altar. O povo participa no assiste.
2.7Celebrao Eucarstica
Eucarstia: Fundamentos Bblico-Teolgicos
Origem
A celebrao eucarstica tem sua origem na ltima ceia de Jesus.
No contexto da ceia pascal dos judeus, Jesus antecipa o dom total de si
mesmo em sacrifcio de redeno e institui o memorial da Nova Aliana.
Jesus realiza ritualmente, isto , por meio de rito, o que vai realizar na
realidade (morte na cruz).
A ceia pascal dos judeus recordava o acontecimento mais
importante do Antigo Testamento, ou seja, a sada do povo da escravido
do Egito e a entrada na terra prometida. Essa recordao se fazia por
meio de um banquete (ceia pascal) no qual se consumiam ervas amargas,
po e o cordeiro, e se bebia vinho.
A instituio
Jesus convida seus discpulos para a ceia pascal e introduz a um
elemento novo: Ele toma o po, d graas a Deus, parte o po e o entrega
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
38
a seus discpulos, dizendo: ISTO O MEU CORPO QUE SER ENTREGUE POR VOCS. Faam isto em memria de mim. Depois, toma o clice com vinho, d graas a Deus e entrega o clice aos
discpulos, dizendo: ESTE CLICE A NOVA ALIANA NO MEU
SANGUE. Todas as vezes que beberem dele, faam isto em memria de
mim. Analisando a instituio da eucaristia, encontramos quatro verbos
que Jesus utiliza e que constituem hoje a estrutura fundamental da
celebrao eucarstica: tomar, dar graas a Deus, partir e dar.
Vejamos a que partes da missa corresponde cada um desses quatro
verbos:
Tomar = Apresentao das Oferendas
Dar graas = Orao Eucarstica
Partir = Frao do Po
Dar = Comunho.
Este o ncleo fundamental da Celebrao Eucarstica, desde a origem.
Duas mesas
No evangelho segundo Lucas, encontramos o episdio dos
discpulos de Emas (cf. Lucas 24,13-33). Nesse relato possvel
perceber que ao lado da mesa eucarstica j havia a mesa da palavra.
Temos, portanto, os traos principais da atual celebrao eucarstica:
1 parte: Lucas 24,25: Jesus cita e explica as Escrituras (mesa da
palavra).
Significados e Conseqncias (1)
De forma resumida, apresenta-se os principais significados da
Eucaristia, bem como suas exigncias e conseqncias.
Ao de graas
A palavra Eucaristia vem da lngua grega e significa
agradecimento, ao de graas, reconhecimento. a resposta que brota
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
39
espontnea do ser humano diante das manifestaes de Deus na criao e
na histria humana.
Quando ganhamos um presente, natural expressarmos nossa
gratido a quem nos presenteia. Para isso usamos a criatividade: um
"obrigado", um "Deus lhe pague", um abrao, um sorriso, um
telefonema, uma lembrancinha etc.
Viver em ao de graas implica oferecer ao Pai, por Cristo, as
coisas criadas e a prpria pessoa. o que Jesus realiza de modo ritual na
ltima ceia, e de modo real na cruz: entrega ao Pai sua vida em sacrifcio
infinito pela salvao de toda a humanidade.
Para ns, o que significa tomar parte no banquete eucarstico?
Significa render graas a Deus por tudo e com tudo.
Por tudo: a vida, a religio, nossa famlia, a f em Deus, o ar que
respiramos, o sol, a chuva, os alimentos que nos sustentam, as flores, os
animais etc. Na celebrao eucarstica, o po e o vinho, frutos da terra e
do trabalho humano, simbolizam todos os bens da criao.
Com tudo o que somos e temos, isto , nossas habilidades
pessoais, dons, sade, disposio etc. Deus no precisa de coisas
materiais. Ele espera a oferta do nosso ser.
Jesus entregou ao Pai o que possua de mais precioso, a sua
prpria vida. Tambm ns devemos fazer oferta de nossa vida ao Pai, por
Cristo, com Cristo e em Cristo.
Memorial (fazer memria)
Ao celebrar a ltima ceia com seus discpulos, Jesus tomou o po
e o vinho, rendeu graas e disse que aqueles elementos eram seu corpo e
seu sangue, oferecidos em favor do povo. Em seguida acrescentou:
FAAM ISSO EM MEMRIA DE MIM.
Fazer memria da pscoa de Cristo significa TORNAR
PRESENTE o ato salvador de Cristo. Revivemos na f o acontecimento
de sua paixo, morte e ressurreio, atualizando-o e tornando-nos
participantes dele.
Ao celebrar a eucaristia, no comemoramos algo perdido no
passado, ou um fato que ficou apenas na lembrana, mas, proclamamos,
aqui e agora, a salvao de Deus aplicada histria presente e futura:
"Todas as vezes que comeis desse po e bebeis desse clice, anunciais a
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
40
morte do Senhor at que ele venha" (1 Corntios 11,26).
Portanto, para ns, assim como para os judeus, o memorial tem
trs direes: olha para o passado, mas projetando-o para o futuro, com a
espera do fim dos tempos, e sentindo que o acontecimento histrico
(passado) e o futuro se concentram no hoje da celebrao.
Aplicando, mais uma vez, esse conceito eucaristia, temos o
seguinte: a eucaristia um fato passado (morte e ressurreio de Jesus),
que se torna presente para ns, aqui e agora (celebrao eucarstica) e nos
projeta para o futuro (o reino de Deus no est concludo, mas vai se
construindo at que todos cheguem plena comunho com Deus e com
os irmos).
Significados e Conseqncias (2)
Eucaristia sacrifcio
Na ltima ceia, Jesus tomou o po, rendeu graas e o deu a seus
discpulos como seu corpo oferecido em sacrifcio, para que dele
comessem. E pegando uma taa com vinho disse-lhes: "Bebei dele todos,
pois isto o meu sangue, o sangue da Aliana, que ser derramado por
muitos para a remisso dos pecados" (Mateus 26,28).
Esses gestos tinham clara inteno de substituir o cordeiro da
pscoa dos judeus.
O sacrifcio de Jesus no algo que se reduz aos seus ltimos
momentos de vida terrena, ou seja, sua paixo e morte. Toda a sua vida
foi uma imolao constante. Jesus no buscou seus prprios interesses,
mas procurou sempre fazer a vontade do Pai.
Sua vida foi uma contnua doao em favor do povo,
principalmente das pessoas necessitadas. Sua vida de total entrega
culmina com a morte na cruz. Sua paixo e morte so o coroamento de
toda a sua vida doada: "Tendo amado os seus que estavam no mundo,
amou-os at o fim" (Joo 13,1).
Eucaristia assemblia
no seio da Igreja que o sacrifcio de Cristo se torna presente.
Igreja palavra de origem grega, que significa assemblia, comunidade
do povo, convocada e reunida por Deus.
Desde o incio da Igreja os escritos do Novo Testamento falam
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
41
da eucaristia como reunio da comunidade (assemblia).
A assemblia crist, portanto, uma comunidade que celebra e no
meio da qual desde o primeiro momento est presente Cristo, o Senhor.
Quem faz parte da assemblia? Todos os fiis que se renem para
celebrar em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo, o povo e os
ministros, incluindo-se o ministro ordenado a quem cabe presidir a
eucaristia.
Eucaristia refeio
A missa uma refeio, um banquete, uma festa. Quem faz o
convite Deus Pai. A convocao dirigida a ns, filhos e filhas, com a
finalidade de nos alimentar com sua palavra e com o corpo e sangue do
seu Filho Jesus.
O banquete eucarstico supe, portanto, a presena de convidados
(assemblia) e alimento (po e vinho, corpo e sangue do Senhor). Sendo
o banquete eucarstico uma festa, h tambm a necessidade da
participao externa e da participao interna da assemblia.
Constituem elementos da participao externa os movimentos, as
palavras, as aclamaes, os cantos, as oraes, o toque, os sinais, o
abrao da paz etc. Ao passo que a participao interna a predisposio
de cada membro da assemblia, sua vontade de estar ali com os irmos,
consciente do que vai celebrar. A participao interna comea antes que a
pessoa entre na igreja para a celebrao.
Significados e Conseqncias (3)
Eucaristia comunho
Comunho quer dizer comunicao. Mas significa tambm
intimidade. Quando vamos receber a comunho (a hstia consagrada)
estabelecemos uma comunho com Jesus e com os irmos e irms.
Portanto, receber a comunho no simplesmente receber e ingerir um
pedao de po consagrado (corpo de Cristo). Esse gesto significa que o
fiel est em comunho com o corpo de Cristo. Ora, o corpo de Cristo a
Igreja. Em outras palavras, somos ns. Portanto, comungar o corpo de
Cristo estar em harmonia e paz, no s com Jesus, mas tambm com
todos os filhos e filhas de Deus. Quem tem dio contra algum dever
reconciliar-se antes de comungar. dio e comunho no combinam.
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
42
Eucaristia compromisso social
A celebrao eucarstica no um ato fechado em si mesmo. Ela
aberta para fora, para a realidade do mundo que nos cerca. Por isso a
missa se expande, se prolonga para alm da prpria missa. A missa no
pode estar fora da realidade que envolve o povo. Alis, cada pessoa, ao
participar da missa, leva consigo sua realidade (sua situao familiar e
pessoal, a situao do povo, suas dificuldades, alegrias e angstias...).
Levamos a realidade para a celebrao, e levamos a fora da
celebrao para a realidade. Deste modo, fazemos a unio da f com a
vida.
Portanto, enquanto houver irmos passando fome, ns cristos
no podemos cruzar os braos, no podemos celebrar e ficar
acomodados. Justamente porque a celebrao nos empurra para a ao.
Ao transformadora na sociedade. Nesse sentido dizemos que a
celebrao eucarstica compromisso social.
Eucaristia gratuidade
Gratuidade vem da palavra latina gratis, de graa. A eucaristia
pede que sejamos gratuitos, generosos, acolhedores, sem preconceitos.
Essa gratuidade se manifesta na celebrao e alm da celebrao. Por
isso, quando vamos participar da eucaristia, no convm ficarmos
controlando o relgio, achando que tudo est pesado, cansativo, sem
interesse. Se isto for verdade, alguma coisa est errada e necessrio
corrigir.
verdade que por vezes nossas celebraes ainda so feitas com
muito palavreado. Vamos dar espao para a Palavra de Deus e diminuir
as nossas palavras! Vamos dar preferncia para externar nossa f atravs
do canto e dos gestos simblicos e manter as palavras indispensveis para
bem celebrarmos. uma sada para se evitar que a celebrao seja
enjoativa.
Ser gratuito, durante a celebrao, deixar-se embalar pelo Esprito
Santo, o liturgo (celebrante) por excelncia. seguir as inspiraes que
nos vm da Palavra, dos smbolos, dos gestos simblicos. Ser gratuito na
celebrao fazer bom proveito de algum fato novo, que no estava
previsto no roteiro, mas que nos ajuda a celebrar melhor.
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
43
2.7.1Esquema Geral da Celebrao Eucarstica - Parte por
parte
O esquema geral da celebrao eucarstica muito simples. Trata-se de
duas mesas que fazem parte da mesma celebrao: a mesa da palavra e a
mesa da eucaristia. A mesa da palavra precedida pelos ritos iniciais, e
a mesa eucarstica seguida pelos ritos finais.
I. Ritos iniciais
Quando os fiis estiverem reunidos, uma pessoa devidamente preparada
(comentarista) acolhe os participantes, d-lhes as boas-vindas e diz, em
breves palavras, o motivo da celebrao.
Procisso e canto de entrada: o canto deve expressar a alegria de quem
vai participar da eucaristia, e precisa levar em conta as caractersticas do
tempo litrgico (advento, natal, quaresma etc.), e o tipo de assemblia (h
significativa diferena entre uma missa com adultos, s 7 horas da
manh, e uma missa com crianas, s 10 horas!) De preferncia se faa a
procisso pelo corredor central da igreja. Os coroinhas vo frente do
presidente da celebrao.
Quando se utiliza o incenso, o padre incensa o altar e a cruz.
Saudao do celebrante: o presidente da celebrao comea fazendo o
sinal-da-cruz, pronunciando (ou cantando) as palavras Em nome do Pai e
do Filho e do Esprito Santo. importante que quem preside d nfase a
esta saudao a fim de que as palavras expressem o que na realidade
contm, ou seja, que todos esto ali reunidos em nome da Trindade.
Ato penitencial: os membros da assemblia, pelo ato penitencial,
expressam sua fraqueza, fazem um ato de humildade e invocam o perdo
e a ajuda de Deus, a fim de poder ouvir com maior proveito sua Palavra e
comungar mais dignamente o Corpo de Cristo.
Glria: um antiqssimo e venervel hino com que a Igreja,
congregada no Esprito Santo, glorifica a Deus Pai e o Cordeiro e lhes
apresenta suas splicas. um cntico completo, no qual h louvor,
entusiasmo, "um cntico transbordante de alegria, confiana, humildade,
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
44
e que d ao incio da eucaristia um tom de festividade: o olhar da
comunidade est posto na glria de Deus" (Dionsio Borobio, A
celebrao na Igreja - 2, Os Sacramentos). Por isso, os novos textos para
ser cantados devem respeitar seu contedo original, ou seja, manter o
aspecto trinitrio. No porque um canto contm a palavra "glria" que
serve como hino de louvor!
Orao Inicial ou Coleta: a primeira orao presidencial, que recolhe,
sintetiza, rene (coleta) as motivaes, os sentimentos da assemblia.
Sua funo dar o sentido da celebrao do dia. Terminada a orao do
dia, o comentarista convida a assemblia a sentar e preparar-se para
ouvir a Palavra de Deus.
II. Liturgia da Palavra
As leituras: as leituras previstas para a celebrao dominical so trs
(exceto nas missas com crianas), mais o salmo responsorial. A leitura
do Evangelho constitui o ponto culminante da liturgia da Palavra, por
isso sua proclamao cercada de gestos de apreo, como a aclamao, e
nas celebraes solenes, a procisso com o evangelirio, o uso de velas
acesas e o incenso.
Algumas observaes prticas:
1. As pessoas convidadas a proclamar as leituras tenham o cuidado de
preparar bem a leitura (treinar antes), para evitar o inconveniente de
palavras mal pronunciadas ou trocadas, prejudicando assim o sentido do
texto. Os leitores saibam que so porta-vozes de Deus, da a necessidade
de aplicar todo o empenho a fim de caprichar na proclamao. Deus
expressa seus sentimentos atravs dos nossos.
2. Os leitores apresentem-se com roupas convenientes e, durante a
proclamao, mantenham postura normal, nem rgida nem relaxada.
Leiam devagar, em tom suficientemente alto, pronunciando bem as
palavras.
3. No final da primeira e da segunda leitura, quem l conclui, dizendo
simplesmente: Palavra do Senhor (no singular, e no "Palavras do
Senhor" ou "Esta palavra do Senhor"). A mesma observao vale para
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
45
o final da proclamao do evangelho: Palavra da Salvao.
4. Por vezes aparecem membros da equipe de liturgia perguntando se
podem substituir alguma leitura (ou o salmo responsorial por outro texto
que no seja da Bblia). Os textos oficiais da Igreja e o bom senso pedem
que a palavra de Deus no seja substituda por outras leituras, nem por
textos de conclios, snodos ou assemblias episcopais (cf 3a Instruo,
n. 2).
5. Para a proclamao da Palavra sejam utilizados os livros litrgicos
apropriados: Lecionrio, Evangelirio ou a Bblia.
Homilia: uma conversa familiar com a finalidade de aplicar a
mensagem de Deus realidade da assemblia. Ao mesmo tempo em que
mostra Deus agindo em nossa vida, oferecendo sua salvao, a homilia
nos convida a converter-nos, a voltar-nos cada vez mais para os
caminhos de Deus.
O Documento de Puebla afirma que a "homilia ocasio privilegiada
para se expor o mistrio de Cristo no aqui e agora da comunidade,
partindo dos textos sagrados, relacionando-os com o sacramento
(eucaristia) e aplicando-os vida concreta" (n. 930).
Profisso de f (ou Creio): a adeso dos fiis Palavra de Deus
ouvida nas leituras e na homilia. a Creio um conjunto estruturado de
artigos de f, uma espcie de resumo da f crist. Existem dois textos:
um, mais longo, chamado niceno-constantinopolitano, porque foi fruto
dos conclios de Nicia (ano 325) e Constantinopla (ano 381). a outro,
mais breve e mais utilizado, de redao simples e popular, conhecido
como Smbolo dos Apstolos.
Orao dos Fiis (ou Orao Universal): assim chamada por incluir
os grandes temas da orao crist de pedido: pelas necessidades da igreja,
pelos governantes e a salvao do mundo; pelos oprimidos, pela
comunidade local.
A comunidade crist reunida em assemblia sagrada, exercendo de maneira relevante seu sacerdcio batismal, pede a Deus que a salvao
que se acaba de proclamar se torne uma realidade na Igreja, no mundo,
nos que sofrem e nessa mesma assemblia (CELAM, A Celebrao da
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
46
Eucaristia).
Com a orao dos fiis termina a liturgia da palavra e comea a liturgia
eucarstica.
III. Liturgia Eucarstica
H um vnculo muito estreito entre a Liturgia da palavra e a Liturgia
eucarstica: as duas partes, ou melhor, as duas mesas formam uma
unidade, que a celebrao eucarstica. Santo Agostinho afirmava:
Bebe-se o Cristo do clice das Escrituras como do clice da Eucaristia. o Cristo-palavra que se faz eucaristia.
Preparao e apresentao das oferendas: os dons apresentados, po,
vinho e gua so frutos da terra e do trabalho humano, que vo se tornar o corpo e o sangue de Jesus Cristo. Desde os primeiros tempos da
Igreja se costumava misturar um pouco de gua com o vinho. Simboliza
a incorporao (unio) da humanidade a Jesus. Nesse momento, a
assemblia normalmente realiza a coleta de dinheiro e outros donativos e
os leva em procisso at o altar, juntamente com o po e o vinho. Esse
gesto deve ser a expresso sincera de comunho e solidariedade das
pessoas que pem em comum o que so e o que possuem para partilhar,
conforme a necessidade dos irmos e para atender s necessidades da
prpria comunidade. O presidente da celebrao, aps a apresentao das
oferendas (e da incensao, quando houver) lava as mos. A esse rito d-
se o nome de lavabo e tem finalidade simblica. Exprime, para o
sacerdote, o desejo de estar totalmente purificado antes de iniciar a
orao eucarstica, que o ponto culminante de toda a celebrao.
Recomenda-se utilizar um belo recipiente e gua abundante na qual o
sacerdote mergulha as mos, e uma toalha decente. Afinal, importante
salientar os sinais.
Orao eucarstica: o ponto central e parte culminante de toda a
celebrao. Destacam-se os seguintes pontos:
Prefcio: um canto de agradecimento e louvor a Deus por toda a obra da salvao ou por um de seus aspectos. Conclui-se com o
canto do Santo.
Invocao do Esprito Santo (epiclese): O padre estende as mos
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
47
sobre os dons e pede ao Pai que santifique as oferendas "derramando
sobre elas o vosso Esprito a fim de que se tornem para ns o Corpo e o
Sangue de Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso" (2a Orao
Eucarstica).
Narrativa da Instituio: O padre repete as palavras que Jesus pronunciou na ltima ceia, ao instituir a eucaristia ("Estando para ser
entregue, e abraando livremente a paixo, ele tomou o po, deu graas, e
o partiu e deu a seus discpulos...".) Depois consagra o vinho. Ao dizer
partiu o po, o padre no deve partir o po (ou a hstia), que gesto
prprio da frao do po, reservado portanto para imediatamente antes
da comunho.
Observao: Quando o padre ergue a hstia consagrada e depois o clice, no est
prevista nenhuma aclamao; os fiis acompanham em silncio. S aps a
consagrao, quando o padre diz Eis o mistrio da f que a assemblia aclama (ou canta), utilizando uma das frmulas do Missal Romano.
Oferecimento da Igreja e invocao do Esprito Santo: a Igreja oferece ao Pai, em ao de graas, o po da vida e o clice da salvao (2 orao eucarstica) e pede que "sejamos repletos do Esprito Santo e
nos tornemos em Cristo um s corpo e um s esprito" (3a orao
eucarstica).
Intercesses: por meio delas se exprime que a Eucaristia celebrada em comunho com toda a Igreja, tanto celeste como terrestre (os santos, a
Virgem Maria, os apstolos e mrtires..., o papa, o bispo diocesano, os
demais bispos, ministros... e todo o povo de Deus), e se recordam os
irmos e irms falecidos.
Doxologia (louvor final): o sacerdote eleva o po e o vinho consagrados, corpo e sangue do Senhor, por quem sobe ao Pai, na
unidade do Esprito Santo, o louvor de toda a humanidade, enquanto
pronuncia as palavras Por Cristo, com Cristo e em Cristo... A assemblia
aclama com solene Amm, de preferncia cantado.
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
48
IV. Rito de Comunho
Pai-nosso: uma orao de passagem para a comunho. Ensinada por Jesus, esta orao resume os anseios mais profundos do ser humano,
tanto em sua dimenso espiritual, quanto material. Quando se canta o pai-
nosso, tenha-se o cuidado de conservar a letra desta orao bblica.
Gesto de paz: mediante um aperto de mo, ou abrao ou beijo, expressamos nosso desejo de comunho com os irmos e irms e ao
mesmo tempo inclumos um compromisso de lutar pela paz e a unidade
no mundo inteiro. Cada um cumprimente os que esto ao seu redor.
Frao do po: o sacerdote, reproduzindo a ao de Cristo na ltima ceia, parte o po em vrios pedaos. Este gesto significa
que ns, sendo muitos, pela comunho do nico po da vida, que
Cristo, formamos um nico corpo. Durante a frao do po, a assemblia
canta ou recita o Cordeiro de Deus. Ao partir o po, o sacerdote coloca
um pedacinho no clice. A explicao mais simples para esse gesto que
as duas espcies - po e vinho (corpo e sangue de Cristo) formam uma
unidade e fazem parte da mesma realidade: a pessoa de Jesus.
Comunho: o momento em que cada membro da assemblia estabelece ntima unio com Jesus. Alimenta-se do corpo e do sangue do
Senhor. Vejo com alegria aumentar o nmero de comunidades que
distribuem a eucaristia sob as espcies do po e do vinho. Desse modo,
fica mais claro o sinal do banquete eucarstico. Aps a comunho, haja
um instante de silncio, a fim
de que cada comungante se entretenha no dilogo com Jesus e pense nos
compromissos que brotam da celebrao.
Orao aps a comunho: o sacerdote implora os frutos da celebrao eucarstica e o povo confirma, respondendo amm.
Com esta orao conclui-se a liturgia eucarstica e se passa aos ritos
finais.
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
49
V. Ritos Finais
Avisos: so importantes para alimentar a vida comunidade. Evite-se, porm, a leitura de longa lista de comunicados: as pessoas se cansam
e se desligam. Tambm conveniente que somente uma pessoa (em geral
o comentarista) se encarregue de dar os avisos. Se houver homenagens
(aniversrios, bodas matrimoniais, dia das mes etc.) bom que sejam
prestadas nesse momento.
Compromisso: O Documento da CNBB, Animao da vida litrgica no Brasil, v utilidade em uma mensagem "na qual se exorte a
comunidade a testemunhar no dia-a-dia a realidade celebrada". Para isso,
pode-se utilizar algum cartaz ilustrativo, ou uma frase resumindo a
mensagem central da celebrao, ou breve leitura de algum trecho com o
tema do dia... (cf. n. 43).
Bno: simples ou solene. O Missal Romano traz muitas bnos solenes para os vrios tempos litrgicos e festas dos santos.
Despedida: conveniente que as pessoas saiam da celebrao cheias de esperana, animadas e decididas a dar testemunho do amor de
Deus no meio da sociedade.
Aps a despedida do presidente da celebrao, no deveria haver
preocupao em segurar as pessoas para o canto final, Considero interessante que os instrumentistas e o grupo de cantores sustentem o
canto, enquanto a assemblia se retira cantando.
3. Ano Litrgico e Calendrio
Voc j deve ter aprendido, na escola ou em casa, que h vrios
tipos de anos: o ano escolar (perodo do ano em que voc vai escola); o ano civil (o ano oficial, que comea em janeiro e termina em
dezembro); o ano solar (perodo em que ocorrem os movimentos da Terra
em torno do Sol) e outros.
Tambm a Igreja crist tem seu ano: o ano litrgico. Vamos explicar melhor o que ele significa: todos os anos, a Igreja
relembra em suas celebraes os principais acontecimentos da vida de
Cristo.
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
50
Jesus nasceu, viveu e morreu como todos ns. Quando criana,
ele teve a vida de qualquer criana de seu tempo. Depois cresceu, tornou-
se adulto e, percorrendo a Palestina com seus amigos, comeou a ensinar
e a pregar o Reino de Deus e a fazer milagres em nome de seu Pai. Um
dia, foi preso, julgado e condenado a morrer na cruz. Logo depois
ressuscitou, apareceu aos seus amigos (os apstolos) e subiu ao cu, onde
viver para sempre com a humanidade.
Pois so todos esses acontecimentos da vida de Jesus que so
relembrados nas celebraes litrgicas da Igreja ao longo do ano. E,
como sabemos, pela f, que Jesus est vivo ao nosso lado, as cerimnias
litrgicas no so apenas lembrana, mas memria, isto , so
celebraes de uma realidade!
As etapas do ano litrgico so, assim, a memria das passagens
mais importantes da vida de Cristo. E na vida crist est o prprio
Mistrio de Jesus: ele foi crucificado, ressuscitou e continua vivo nas
palavras do Evangelho, estando presente no altar, durante a missa, e entre
as pessoas reunidas em nome dele.
Todos esses sinais so muito importantes para os cristos e para
voc, coroinha, que participar ativamente das celebraes.
O ano litrgico inicia-se com o Primeiro Domingo do Advento e
termina com a festa de Cristo Rei. Os perodos do ano litrgico, seguidos
pelas Igrejas de todo o mundo, so:
Advento, Natal, Quaresma, Trduo Pascal, Pscoa e Tempo
Comum. H ainda, alm desses perodos, outras ocasies durante o ano
em que a Igreja comemora e homenageia Jesus, Maria, sua me, e os
santos: so as solenidades, festas e memrias.
E, finalmente, vamos repetir que, assim como o coroinha veste
roupas especiais durante as celebraes de que participa, tambm os
sacerdotes, ao longo dos vrios perodos do ano litrgico, usam roupas
especiais, de cores diferentes, conforme a poca, chamada parmetros.
Advento
O perodo do advento abre o ano litrgico. Advento significa
Vinda, chegada. o tempo em que se espera o nascimento de Jesus, a vinda de Cristo. Tem incio no fim de novembro ou comeo de
dezembro. Os quatro domingos que antecedem o natal chama-se
domingo de advento.
Cpia de Manual do coroinha completo(novo).diferente
51
No advento celebra-se, pois, o Mistrio da Vinda do Senhor, no apenas
seu nascimento na gruta de Belm, mas tambm sua vinda entre ns hoje,
por meios de Sacramentos, e sua futura
vinda, no fim dos tempos.
O tempo de Advento vivido,
portanto, pelos cristos com muita
alegria, com f e com empenho. Alm
das oraes prprias desse perodo,
costuma-se fazer a Coroa do Advento
(quatro velinhas dispostas numa coroa
de folhas naturais ou artificiais, que
devem ser acesas uma a uma, nos
quatro domingos).
Durante o advento, vrias
leit
Top Related