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CONVERSANDO SOBRE A

“BÍBLIA DO SÉCULO XXI”

V 2 – ULTRA-RELIGIÃO,

COLUNAS, PODERES,

BENS E FINS

Charles Guimarães Filho

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INTRODUÇÃO

“Bíblia do Século XXI” é uma coleção que sistematiza os

Ensinamentos do Messias vista como sua Filosofia Religiosa

“Deus ao Reino do Céu na Terra”, que segue uma ordenação e

estruturação da evolução do Ser Supremo até o Paraíso

Terrestre, com a seguinte visualização:

Conversando sobre a “Bíblia do Século XXI” era para ser

uma coleção em seis volumes, um para cada patamar acima

mencionado, abordando aspectos das mudanças de paradigmas

de cada um dos degraus em forma de leitura dramatizada. Isso

foi feito apenas para o primeiro volume compreendendo quatro

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tópicos, norteando-se por este se teria em seis volumes um total

de 24 tópicos o que daria dois anos e meio, tempo considerado

demasiado pelas experiências vivenciadas.

Observa-se que se teriam dois anos e meio porque estes

eventos são mensais (todas primeiras 3ª feiras do mês, em duas

horas) exceto o verão donde as atividades são interrompidas

devido à sensação térmica excessiva na cidade do Rio de Janeiro.

Logo, o ano de atividades é composto de nove meses.

Assim, a coleção tem dois volumes contendo 9 tópicos.

Os conteúdos do primeiro volume sobre o primeiro

patamar – Princípios - compreendem quatro leituras

dramatizadas: Iniciação; Conceituação de Deus; O que é o

Mundo; Constituição corporal do Homem.

Os conteúdos deste segundo volume sobre os demais

patamares são apenas as iniciações destes.

Os objetivos são os de: Difundir a Ultra-Religião; Procurar

contribuir com os que estudam e praticam os ensinamentos de

Meishu-Sama; Cooperar no crescimento espiritual; Ajudar na

pesquisa a Verdade; Auxiliar no conhecimento sobre a Fé

Messiânica; Apoiar encaminhamento de pessoas à Igreja do

Messias; Participar em prol da transparência religiosa; Colaborar

na preparação do elemento humano para dedicar na Obra

Divina; Mostrar como elaborar o projeto para construção do Mundo

Ideal; Revolucionar o indivíduo e o mundo por meio da cultura.

A metodologia é a exposição de uma hora em forma de

leitura dramatizada sobre aspectos das mudanças de paradigmas

dos degraus mencionados acima; na outra hora restante o autor

responde às dúvidas dos alunos presentes no local ou que

estejam inscritos no site mencionado abaixo.

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ÍNDICE

INICIAÇÃO À ULTRA-RELIGIÃO 007

Messias 009

Religião 017

Cultura 025

INICIAÇÃO ÀS COLUNAS 033

Johrei 035

Agricultura 043

Belo 051

INICIAÇÃO AOS PODERES 059

Governo 061

Economia 069

Ideologia 077

INICIAÇÃO AOS BENS 085

Saúde 087

Prosperidade 095

Paz 103

INICIAÇÃO AOS FINS 111

Felicidade 113

Cidade 121

Paraíso 129

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INICIAÇÃO À

ULTRA-RELIGIÃO

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MESSIAS

Em Atenas na Grécia antiga, próximo de 400 a.C. no terceiro

período da guerra do Peloponeso onde a democracia se encontra

ameaçada está ocorrendo uma reunião dos grandes intelectuais.

Quando uma cortesã de nome Mnesarete muito rica, bela e

culta, considerada de extrema refinação, está oferecendo para

reconstruir os muros de Tebas que haviam sido destruídos por

Alexandre, o Grande. Mas, ao mesmo tempo, ...

MNESARETE: Reconstruo-os desde que em cima dos muros

sejam inscritos as palavras “Destruído por Alexandre, restaurado

por Friné a hetaira”.

DIODORO: Eu não concordo. E quanto mais para por em cima do

muro o seu apelido de Friné que quer dizer sapo.

O orador Hipérides, um idoso e um dos amantes de Mnesarete,

para evitar aquela situação complicada procura mudar a

problemática por meio da oratória que lhe é peculiar, no que lhe

viesse de pronto à cabeça. E assim foi feito.

HIPÉRIDES (com oratória): Ó os que vivem em homenagem à

deusa grega Atena, protegido por ela ser a deusa da guerra, o

que acham da profecia que ouço pelas vozes do além dizendo

que a palavra Messias se refere à vinda do libertador de Israel?

Jovem Anaxímenes outro amante de Mnesarete por ser

materialista ou por perceber a preferência desta por Hipérides.

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ANAXÍMENES: Ó velho orador. Ao continuar ouvindo essas vozes

do além vai passar para a história como um grande pateta e ...

HIPÉRIDES: ... assassino, para a tragédia grega. Ouço também

acerca do Messias: “O Salvador nasce no oriente, promove uma

purificação pelo fogo e a Terra se torna um Paraíso”. O que é

diferente do Buda pela sabedoria da terra com a libertação das

penitências e ascetismos por meio dos sutras. Ou até desse que

virá Cristo pelo amor da água com a redenção dos pecados. A

salvação que Messias traz é tanto espiritual quanto material,

bem como individual e social, mas apenas para 3% dos espíritos.

Anaxímenes é ciúme, ela é obsessão pela sua oferta.

MNESARETE: Diodoro, esse apelido de sapo se deve a minha tez

amarelada. Mas, o que importa é saber se terei que esperar para

reconstruir os muros pela vinda do libertador de Israel?

DIODORO: Cuidado que a prostituição é severamente reprimida

dentro da cultura judaica, até com a morte.

MNESARETE: Sim, mas, aqui sou admirada, pois tenho que pagar

pesados impostos ao Estado para praticar essa minha profissão. Aqui

exerço grande poder político e sou extremamente respeitada.

DIODORO: No entanto, mesmo aqui em Atenas não pode andar

assim à vontade, deve utilizar as vestimentas que identifiquem as

prostitutas, pois caso contrário será rigorosamente punida.

Hipérides, mais uma vez, evitando aquela situação complicada.

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HIPÉRIDES: Ouço também que essa palavra Messias é hebraica e

significa “Salvador”. Os cristãos acreditarão que Jesus Cristo é o

salvador, mas, na verdade, ele é e será apenas o Senhor da Redenção,

o que é bem diferente de “Senhor da Salvação do Mundo”. Redentor é

aquele que redimiu os pecados de todos os povos, tornando-se

representante desses pecados, sacrificou sua vida para ser perdoado.

Salvador não é aquele que é perdoado, e sim o que perdoa.

(ordenando): E saí de mim destino trágico de ser assassino de meu ...

ANAXÍMENES (debochando em estilo de oratória): Ah! As vozes.

As eternas vozes que dirão quem sabe se numa época mais

antiga não aconteceu um fato como este no mundo?

Aquele não se importando com o deboche continua sua oratória.

HIPÉRIDES (com oratória): Porém, as vozes dizem e eu ouço que:

“Por ser esta a Segunda Abertura do Portal de Rocha do Céu”.

ANAXÍMENES (irritado em estilo de oratória): E eu desisto, pois

com sonhador deslumbrado não se discute.

E ela distante desta conversa, tira suas roupas, solta seus cabelos

e começa a dar mostra que iria sair daquele recinto, quando ...

DIODORO: Hei, hei, hei. Onde pensa que vai assim em plena

guerra do Peloponeso?

MNESARETE: Vou ao Festival de Poisedon em Elêusis para entrar

no mar e me banhar em suas águas. E quem sabe se lá não

consigo fazer favores sexuais por uma boa soma em dinheiro?

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DIODORO: Hei! Vocês dois aí. Como amantes dela, parem com

essa discussão. Reparem que Mnesarete está despida e que aí

fora tem homens em guerra. Salvem a vida dela.

Eles olham para ela e se entreolham e sem nada dizer a respeito

não perdem o foco do Messias em questão.

ANAXÍMENES: Chame o seu salvador criado pela sua mente para

salvar a nossa Mnesarete.

HIPÉRIDES: Salvador que é uma pessoa esperada ansiosamente,

não é simplesmente um salva-vidas, isto é: um guarda que

protege mulher da fúria de guerreiros; ou um nadador que

socorre os banhistas em casos de afogamento; nem um cirurgião

que trata as vítimas de acidente com hemorragias internas. Ou

seja, não se resume a um salvar vida, pois o homem não é

apenas um ser biológico, ele também é um ser lógico, racional,

psicológico, social, ecológico, cultural, antropológico, moral,

político e espiritual. Então Salvador deve ser aquele que também

protege e ampara: a lógica; a razão; a mente; a convivência; as

relações essenciais entre os seres vivos e o meio ambiente; os

padrões civilizatórios; a natureza com suas classes, raças,

gênero, cor e idade; as regras de conduta desejáveis num grupo

social; a cidadania; o imaterial como, por exemplo, cuidar da

doença com acompanhamento da saúde que não tem existência

sensível, e principalmente a alma na sua ascensão para o céu.

DIODORO: Parem com esses discursos estéreis e a salvem das

espadas, lanças, dardos e pedras tão próximos de nós.

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No entanto tal apelo é em vão.

ANAXÍMENES: Do jeito que você fala Hipérides: o Redentor

prometido é aquele Salvador não só do ser humano, mas

também da sociedade, do povo, do planeta Terra.

Enquanto isso, Mnesarete está sendo interceptada por Diodoro

de modo que ela não saia na rua e quanto mais nua.

DIODORO: O que você pensa que é? Uma menina num ritual de

iniciação à prostituição quando atinge a puberdade?

MNESARETE: Não. Mas, sim uma prostituta considerada grande sacerdotisa que recebe honras de verdadeira divindade e presente em troca de ... (pausa): Quer saber de uma coisa, saia do caminho de alguém com a profissão mais antiga do mundo. DIODORO: Isso não tem nenhum fundamento, pois as mais antigas são especializações em agricultura e caça.

Do outro lado.

HIPÉRIDES: A vinda do Salvador é um assunto tão sério que não

pode ser discutido de maneira leviana.

ANAXÍMENES: Velho, quem é esse tal de Messias nesse sonho?

HIPÉRIDES: Não se pode não acreditar na sua viabilidade, pois a

Vinda do Messias será prevista por grandes profetas e santos.

(falando para si): Desapareça da minha frente seu assassinado.

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ANAXÍMENES: Nossa! (refeito): E quando isso se dará?

HIPÉRIDES: Da morte nada falo, mas da vinda anos depois em

que haverá aumento da temperatura da Terra e as purificações

vão ficando mais intensas. E eu afirmo que nem mesmo os

descrentes poderão duvidar desse fato por essa época.

ANAXÍMENES: Olhem aí o que diz nosso profeta e santo orador?

Os dois que procuram se segurar e soltar, ficam curiosos e

paralisam suas ações. E ele repete o que escutara de Hipérides.

DIODORO: E quantos se salvarão? Todos, não?

HIPÉRIDES: Não é bem assim porque o essencial não é salvar os

seres vivos, mas sim edificar o paraíso na Terra.

ANAXÍMENES: Mas, insisto saber quando isso se dará com uma

resposta relacionada a fatos próximos e compreensíveis.

HIPÉRIDES: Lembra-se de Dario – o Grande – com sua expedição

para punir e subjugar a cidade-estado de Atenas por seu papel

na Revolta Jônica? Pois bem, a construção do Segundo Templo

de Salomão foi concluída durante o reinado dele.

MNESARETE: E daí?

HIPÉRIDES: E daí é que Jerusalém retomou o seu papel de capital

de Judá e centro de culto judaico.

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DIODORO: E daí?

HIPÉRIDES: Quando ali for construído um solo sagrado, teremos

o começo da formação do Paraíso Terrestre do Mundo inteiro.

ANAXÍMENES: Mas, isso os judeus já vêm falando sobre esta

profecia que o Salvador do Mundo irá vir até Jerusalém para

abrir o portão dourado que estará fechado.

HIPÉRIDES (recitando): “Assim, eu estou indo sempre em direção

ao Oeste e, quando eu chegar ali, pela primeira vez abrirei.”

(pausa): Aliás, salvar toda a humanidade significa ensinar a ela o

caminho da vida eterna e assim acabar com a causa dos

sofrimentos da humanidade, pois eles se originam na ignorância.

E construir o paraíso ...

MNESARETE: Com quais pessoas!

HIPÉRIDES: Entre outras se tem as que dedicarão numa

poderosa energia espiritual, na agricultura e no belo. Bem como,

os intelectuais que entenderem ensinamentos.

ANAXÍMENES: Como saber se eles entenderam ou não?

HIPÉRIDES: Basta ver quem se interessa pelos ensinamentos.

Caso contrário, deixe tais intelectuais de lado porque seu nome

já foi apagado do “Livro da Vida”. Essa é a maneira mais certa de

agir, pois não compensa o esforço de tentar obter a remissão

para quem não a deseja. Além disso, perde-se a oportunidade de

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ajudar aquele que está querendo ser salvo. Aliás, Deus deseja

salvar primeiramente as pessoas intelectuais e as da classe alta,

mas elas, normalmente, não se aproximam.

O sonho do Messias dá lugar aquela tragédia que lhe persegue.

HIPÉRIDES (aparentemente incorporado ou louco): Distanciando

não é salvo, se aproximando eu mato. Fuja de mim sangue do

meu sangue, isso se for possível traçar outro destino.

DIODORO: Não nos faça perder mais tempo com esse desatino e

essa falta de objetividade. Diga logo o nome desse Messias.

HIPÉRIDES: Ó viventes na virgindade perpétua da deusa Atena.

MNESARETE: E quem aqui vive nesse estado, seu bobo? Diga ...

HIPÉRIDES: Eu digo que Buda foi o nome religioso do príncipe

Sidarta Gautama, Cristo será o de Jesus de Nazaré.

ANAXÍMENES: Mas, eles não são o Messias. Qual é o nome de ...

HIPÉRIDES: Meishu-Sama é o nome religioso de Mokiti Okada.

Foi acabar de mencionar nome do Messias para que se ouça a

luta entre Esparta e Atenas com o bater de espadas e lanças e as

consequências dos arremessos das balistas, catapultas e fundas.

A democracia está em vias de morte pela força e pela fraqueza.

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RELIGIÃO

No Areópago que é o supremo tribunal de justiça de Atenas

encarregado do julgamento de casos religiosos e políticos,

Mnesarete está sendo acusada de profanar os Mistérios de

Elêusi. Enigmas que celebram o regresso de Perséfone, filha de

Deméter a terra-mãe e a deusa da agricultura. Um retorno visto

como o regresso das plantas e da vida a terra, depois do inverno.

HIPÉRIDES: Eu como defensor da réu Mnesarete atesto que ela

só queria ir nua ao Festival de Poisedon em Elêusis não por

considerar Poisedon sua divindade principal, mas sim por

concebê-lo apenas como a divindade controladora dos mares e

dos terremotos.

MELETO: Eu Meleto como representante dos poetas e platonista

acuso Mnesarete de se associar ao deus Poisedon associado a

nações fora da Grécia como Troia, da qual os gregos nunca irão

esquecer-se do conflito bélico com os troianos.

HIPÉRIDES: Isso além de ser a muito tempo atrás, não se há de

esquecer que Poisedon apoiou os gregos naquela ocasião.

MELETO: Porém, cerne da questão é outro. Convoco Mnesarete

a desmentir que Poisedon não seja a sua divindade principal.

MNESARETE: Para mim, ele é do mesmo nível que a adorada

Afrodite que controla o amor. Ela com seu Parthenon localizado

sobre o Acrópole por ser a deusa associada à cidade de Atenas.

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HIPÉRIDES: Isso sem deixar de mencionar que Afrodite também

apoiou o lado grego na Guerra de Troia, juntamente com

Poisedon. Isso sem deixar de mencionar que ela é

misericordiosa.

Para surpresa da réu e do seu defensor, eles escutam.

DIODORO: Eu Diodoro como representante dos oradores acuso

Mnesarete de querer profanar o Templo de Poisedon com sua

nudez, ou quem sabe querer misturar religião com ...

Hipérides como sempre querendo mudar a problemática para

afastar a sua amada de um veredito desfavorável.

HIPÉRIDES: ... política? Saiba que a nossa religião politeísta é

uma religião progressista do tipo resistente que se fundamenta

na estreita relação entre religião e política no sentido do

desenvolvimento de uma política justa e políticos íntegros.

Mais uma surpresa. Talvez não seja por culpa do destino.

ANAXÍMENES: Eu Anaxímedes como representante dos políticos

acuso Mnesarete de pregar nossa religião dissociada da política

de forma passiva com base no princípio da absoluta “não

resistência”, o que tem originado a não exterminação do mal.

MELETO: Exatamente. Embora Mnesarete seja mencionada

juntamente com amor e misericórdia que cativa à alma humana,

tornando-se a fonte da fé, não impediu crescimento do mal.

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ANAXÍMENES: Isso é comprovado pelo fato de homens bons

viverem molestados por maus elementos e de homens honestos

serem ludibriados.

Hipérides tenta afastar com sua oratória veredito desfavorável.

HIPÉRIDES: Diodoro fala em religião, enquanto Meleto fala em

fé. É comum as pessoas pensarem que religião e fé significam a

mesma coisa, mas, na verdade, há muitos aspectos em que uma e

outra se diferenciam. Por exemplo, o provérbio popular “Não importa

qual seja a crença, contanto que se creia”, é próprio da fé, e não da

religião. Outro exemplo, ato de adorar monstruosas esculturas de

pedra ou de madeira feitas por selvagens é um tipo de fé considerado

de baixo nível pelas pessoas civilizadas. Entretanto, uma religião não é

boa pelo simples fato de ser religião.

MELETO: Mas religião é uma fé. Nós propomos uma deidade

única transcendente e temos que a essência da fé, em poucas

palavras, é “Ser amado por Deus” ou “Estar no agrado de Deus”.

Deste modo, deve-se saber que tipo de pessoa é amada por

Deus. E eu não acho que prostituta seja alguém amada por Deus.

Mnesarete não se conteve e ...

MNESARETE: Como não! Se religião é o amor de Afrodite que

encaminha a felicidade, algo entrosado com a vida e não com a

morte, como a arte e a política.

O seu defensor aproveita e ...

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HIPÉRIDES: E, além disso, o mais importante é procurar saber o

que se deve fazer para ser do agrado de Deus. Qualquer pessoa

de bom senso sabe que o que desagrada a Deus é agir fora do

caminho. É algo extremamente simples: “Para mim, nada vai a

contento. Sofro de necessidades materiais; meu trabalho não

progride; meu crédito é fraco; não consigo me rodear de

pessoas; minha saúde também é insatisfatória; do jeito que

trabalho, não entendo por que não dá certo.” As pessoas que

fazem esse tipo de comentário não estão sendo do agrado de

Deus. Bastar estar no agrado d'Ele e o trabalho se desenvolve

satisfatoriamente; as pessoas se juntam ao redor a ponto de

incomodar; os recursos materiais chegam em tão grande

quantidade, que mal se pode utilizá-los em sua totalidade. O

mundo, então, se torna um lugar agradável de viver.

DIODORO: E por acaso ela está numa situação agradável como

acusada de profanar o Templo de Poisedon? Ela está é fora do

caminho há muito tempo com sua pouca vergonha.

HIPÉRIDES: A fé tem como principal objetivo a erradicação do

egoísmo e do apego. E ela demonstrou que não é nem uma coisa

nem outra ao ofertar reconstruir os muros de Tebas ...

DIODORO: Sim, mas desde que em cima dos muros

reconstruídos fossem inscritos as palavras “Destruído por

Alexandre, restaurado por Friné a hetaira”. Isso é ser altruísta?

E um murmurinho de apoio ao dito se fez ecoar no Areópago.

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ANAXÍMENES: Eu não tenho dúvida nenhuma de que ela seja

culpada. Por acaso, os outros dois acusadores também não

creem na culpabilidade de Mnesarete?

O balançar das duas cabeças afirmativamente confirmam.

HIPÉRIDES: Crenças mais evoluídas pregam que a dúvida é o

princípio da crença. Cada religião tem sua missão a fim de ...

ANAXÍMENES: ... construir o Reino dos Céus na Terra? Uma

condição necessária para isso é estreitar a relação entre Religião

e Política, bem como enfatizar que ...

DIODORO: ... o altruísmo é uma regra de ouro para todas elas.

Ela profanou o Templo não só por ser alienada politicamente,

mas também pela sua falta de altruísmo.

Hipérides ao sentir que a situação não está nada favorável para

sua cliente procura apelar para outro ambiente e dividi-los.

HIPÉRIDES: A crença nas evocações é geral entre nós, não é

verdade? Todos os templos possuem as chamadas "pitonisas",

encarregadas de proferir oráculos evocando os deuses, não é

verdade? Mas às vezes o consultante quer ele próprio ver e falar

com a "sombra" desejada, então por que nós não fazemos isto

para ver o é dito sobre esse julgamento? (tomado pela tragédia):

Saí “sombra” que não quero ouvir sobre meu trágico futuro.

Mas, os acusadores estão unidos e implacáveis no presente.

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ANAXÍMENES: Velho Hipérides. As religiões mediúnicas são

perigosas, não se devem praticar incorporações e o critério para

analisá-las é o senso comum. Portanto, o meu ...

MNESARETE: ... seu senso comum é não me perdoar pela minha

predileção por Hipérides como meu defensor e meu amor.

ANAXÍMENES: Eu vou é orar para Hades por você.

MNESARETE: Para o deus dos mortos e do inferno? Em vez de

orar, fazer prece com fervor, fico mais feliz se você se afastar de

fé infantil e praticar, por inteiro ou pelo menos a metade, do que

cuida o deus olímpico Dionísio do vinho, das festas e do êxtase. E

que você seja protegido por Hermes que cuida dos ladrões.

Anaxímenes tenta partir para cima dela, mas conteve sua fúria.

No entanto, Hipérides parte para cima dele guardando punhal

sem conter sua retórica.

HIPÉRIDES: A missão de uma religião, fé, arte, política, paixão ou lá que seja se for de alto nível, é tirar as pessoas das torturas do Inferno e conduzi-las ao Céu, transformando a sociedade num paraíso. Para que acusador ou acusado seja conduzido ao Céu, é necessário que ele próprio se eleve, tornando-se um ente celestial, a fim de que, por sua vez, possa salvar o seu semelhante. Isso significa no sentido metafórico em pendurar a escada do Céu onde está à base até o Inferno e estender as mãos para puxar o homem, degrau por degrau. ANAXÍMENES: (debochando): Assim, quando os religiosos avançados argumentam com pessoas inteligentes, de nível

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cultural elevado, principalmente entre a camada jovem, que, para solução do mal individual e social é preciso recorrer à religião, eles nem dão ouvidos. (pausa): Deixe de cinismo seu velho em pensar que esse julgamento tem como fim tirar as toruturas de Mnesarete e conduzí-la ao Céu. Saibam que a fé dos gregos é ...

HIPÉRIDES: Não se pode esquecer que a justiça é o princípio da

fé. Por mais autêntica que pareça, uma doutrina só pode ser

considerada verdadeira se tiver fundamentada em leis justas.

DIODORO: Nada disso! Basta estar fundamentada em dogmas.

HIPÉRIDES: Dogmas! Isto são apenas declarações de homens

acerca da verdade. As religiões existentes até hoje são quase todas

infernais, ou seja, aterrorizam os adeptos com as divindades e os

encarceram pelos dogmas, bem como, mesmo que eles vivam sob a

verdade e o bem, negligenciam o belo, vestindo-se e comendo mal e

morando em casas úmidas e sombrias. Já as religiões celestiais são

alegres, ativas e não possuem segredo. Mas, o que se a de fazer se

vocês entendem por fé celestial o que é fé infernal?

ANAXÍMENES: (debochando): Não se preocupe com ela que de

tão boa vai ser salva espiritualmente. Porém, seu lindo corpo

material deve logo apodrecer ou na melhor das hipóteses ficar

longos anos sofrendo em cima de uma cama.

HIPÉRIDES: A verdadeira salvação só se completa quando ambas

as partes forem atingidas: a matéria e o espírito.

ANAXÍMENES: (debochando): Que tragédia grega, hein?

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MNESARETE: Mais trágico e triste ainda é ficar longos anos

sofrendo em cima de uma cama e sentir-se satisfeita porque a

própria pessoa se julga salva. Essa atitude é totalmente ilusória,

enganosa e contraditória, pois, em tais condições, o doente se

conforma com o destino, suportando disfarçadamente o

sofrimento, forçando uma aparência de satisfação. E o mais

triste de tudo é achar que tal estado de sofrimento é uma graça

dada por Deus e conquistada pela fé. Assim, então, embora com

o físico destruído, a pessoa se considera salva espiritualmente.

HIPÉRIDES: Lamentável, porém, torna-se a vida de quem está ao

redor do doente. Não que ele próprio desconheça tal situação,

mas, por estar dominado por tão profundo sofrimento físico,

não lhe sobra espaço para pensar no desgaste enfrentado pelos

familiares devido aos cuidados a ele dispensados.

ANAXÍMENES: (irado): Fale, diga o que quiser em defesa de

nossa amante que tanto lhe deseja, mas o destino dela já está

traçado, a sorte dela é a sua desgraça. Você em breve estará ao

redor do cadáver de Mnesarete. E não será porque você é velho.

Quando Hipérides percebeu que o veredicto seria desfavorável, rasgou o manto da bela Mnesarete exibindo seus seios querendo mostrar que uma beleza como aquela não devia ser destruída. Ela logo após tira suas roupas conseguindo com isso a mudança no julgamento dos juízes que a absolvem. A mudança não foi simplesmente porque eles ficaram fascinados pela beleza de seu corpo nu, mas sim porque a beleza física era vista como um aspecto da divindade ou um sinal de favor divino.

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CULTURA

Primavera de 404 a.C., Atenas rende-se. Imediatamente um

golpe oligárquico em Atenas, apoiado por Esparta. A oligarquia,

com o apoio das tropas espartanas, toma poder dos democratas.

Os dominadores concedem aos atenienses direito de na Ágora,

nome que se dava às praças públicas, ocorrer assembleias para

se decidir apenas sobre temas ligados a cultura por meio do voto

direto dos cidadãos. E lá estavam entre eles os participantes no

julgamento sobre os Mistérios de Elêusi.

HIPÉRIDES: Cultura, além de ser formada pelas filosofias,

linguagens, lendas, crenças, costumes, tradições, festas,

cerimônias, simbolismos, indumentárias, turismo, esportes, lazer

e humor, é constituída pelos aspectos relativos aos

conhecimentos do espiritual, da natureza, do homem e da

sociedade, descritos assim em linhas gerais: Deus, mundo,

homem, messias, religião, ...

MNESARETE: ... governo, economia, ideologia, saúde,

prosperidade, paz, felicidade, cidade e paraíso.

Anaxímenes participa quase que sussurrando.

ANAXÍMENES: Não esqueçam casal disforme em anos de idade

que nós só podemos decidir sobre jogos olímpicos, arte e

religião, e um pouquinho sobre educação, ciência e tecnologia.

HIPÉRIDES: Novos ou velhos continuamos ou não democratas?

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MELETO: Sim e não.

DIODORO: Mas, o seu mestre Platão foi convidado a participar

da vida política e recusou porque considerou o então dominante

regime espartano algo de muito criminoso.

MELETO: Sim. Mas, isso não quer dizer que ele concordava com

a nossa democracia. Não entenderam? Assim como “monarquia”

significa “governo pelo monarca”, “democracia” quer dizer

“governo pelo demos”. Mas o que é o demos? Tanto pode ser

entendido como “povo” ou “populaça”. No segundo sentido, a

democracia é o governo da ralé, do vulgo, sujos e inaptos.

ANAXÍMENES: Mas isto é um insulto à democracia.

HIPÉRIDES: Que insulto coisa nenhuma. O órgão principal da

democracia ateniense era a Assembleia dos cidadãos. Ela foi

aberta a todos os quase 50.000 cidadãos adultos do sexo

masculino, mas geralmente apenas 5.000 pessoas compareciam.

MELETO: Quando estamos doentes não procuramos um

especialista que é o médico? A última coisa que desejaríamos

seria reunir uma multidão e pedir aos presentes que elegessem,

através de voto, o remédio certo, não é isso?

HIPÉRIDES: Entendi! A saúde do estado tem tanta ou mais

importância que a saúde de um dado indivíduo. Tomar decisões

políticas — decisões no interesse do estado — requer reflexão e

competência na matéria.

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MELETO: Segundo Platão, é função que se deveria deixar aos

especialistas. Permitir que o povo decidisse é como navegar em

alto mar consultando os passageiros, ignorando ou desprezando

aqueles que são verdadeiramente competentes na arte da

navegação. Tal como um navio assim comandado se transviará e

irá a pique, também diz Platão: o navio do estado naufragará.

ANAXÍMENES: Mas onde estão os governantes especializados?

MELETO: A resposta de Platão é simples. A sociedade justa é

impossível, a menos que os reis se tornem filósofos ou os

filósofos se tornem reis. A formação filosófica é uma qualificação

necessária para governar. Com tornar-se filósofo, Platão não

quer dizer que basta passar uns anos a ler e a pensar acerca da

filosofia. Ele divisa um plano para toda uma vida de ensino que

inclui, nos primeiros anos, não apenas compreensão de textos,

mas também educação matemática, militar e física. A filosofia

não é estudada senão aos trinta anos. A cinco anos de filosofia

seguem-se, então, quinze de serviço militar e àqueles que

ultrapassam este período com distinção é que poderão tomar o

lugar nos “assuntos fatigantes da política”.

ANAXÍMENES (inconformado): Só com 50 anos! Mas, eu que sou

jovem, tendo só 30 anos, não poderia ser um político? Eu sou

um homem civilizado e não um selvagem, ora bolas.

HIPÉRIDES: Acho que entre a selvageria e a civilização você tem

algo necessário, mas insuficiente diante do âmbito sublime, pois,

o domínio ideal passa não por ser novo, mas sim pela novidade

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de ser justo por seus acertos. E isso você não tem, vide o seu

procedimento no caso do julgamento de Mnesarete.

ANAXÍMENES (enciumado): Nunca irei entender o porquê ela

me trocou por um velho que nem você.

Mais uma vez Hipérides consegue conter o seu ímpeto e destino

e assim não sacar o seu punhal.

MELETO: Isso entre vocês três não nos diz respeito, o que nos interessa é ouvir Hipérides sobre o necessário e suficiente entre a selvageria e a civilização, ou seja, diante do âmbito da cultura. HIPÉRIDES: Na cultura atual o ser humano não é capaz de

compreender indo além do domínio da fala, pois lhe faltam

pensamentos corretos e sabedoria. Daí não ter condições de

comunicar-se através de atitudes, inclusive é bem raro

encontrar-se alguém que domine essa habilidade.

MELETO: Estabelecendo comunicação usando apenas o olhar,

isso seria algo apropriado de uma civilização?

MNESARETE: Sim. Note que a cultura ainda está muito atrasada para isso. O que poderia ser entendido com uma só palavra precisa ser transmitido por meio de muitas. Por exemplo, há volumes de oitenta e quatro mil sutras, que mesmo assim, quase nada transmitem. Se pudessem ser comparados a metais, corresponderiam ao ferro. Tudo o que é bom e nobre deveria ser como o ouro: precioso e raro. Daí o desafio é conseguir explicar as mesmas verdades contidas num volumoso compêndio de sutras transmitir em uma única página.

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MELETO: É, tem razão. Antigamente, a comunicação partia de dentro do coração, através de belos poemas repletos de sentimentos nobres e profundos, bem mais evoluídos que os de agora. (pausa): Alguém tem um exemplo concreto? DIODORO: Eu tenho. Certa vez, ouvi a narrativa de um fato que ocorreu com um pai cujo filho disse o seguinte: "Oh, pai, um incêndio!". Mas na mesma hora, o progenitor respondeu que não havia a menor necessidade para se preocupar, porque o incêndio estava acontecendo distante dali. De acordo com o raciocínio rápido do pai, caso seu filho estivesse mesmo próximo do local do acidente, teria apenas gritado "incêndio!", porque naquele momento de desespero não teria dado tempo de ele dizer a palavra "pai". E da mesma forma, todas as demais ideias e fatos podem ser entendidos melhor, quando transmitidos em poucas palavras.

MELETO: Conclusão: na cultura falta inteligência para que em

poucas ou nenhumas palavras sejamos entendidos. Mas, por

que isso é necessário para uma civilização, no entanto não é

suficiente? O que falta?

HIPÉRIDES: Inteligência maior e para mais pessoas.

MELETO: Tem a ver com o domínio ideal passar pela edificação da novidade de ser justa por seus acertos? HIPÉRIDES: Interessante notar o aparecimento de algumas teorias um pouco acima do nível da época. Se tiverem por base os conceitos da cultura atual, são sempre bem aceitas, aplaudidas e elogiadas. No entanto, quando se propõem preceitos altamente inovadores sugerindo mudanças nas

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posturas preestabelecidas, seus autores são vítimas de perseguições e ataques cruéis, chegando a fatalidades irreversíveis. É o que acontecerá muito em breve com Sócrates.

ANAXÍMENES (debochando): Ah! As vozes que sabem o que

ocorrerá numa época futura. (irritado): O que há mesmo é uma

ininterrupta evolução da natureza, do homem e também da

cultura material criada pelo homem.

HIPÉRIDES: Mas quem tenta melhorar somente os aspectos

materiais de sua vida, ou seja, os seus empreendimentos, sua

profissão e posição, flutuam sem criar raízes ou bases firmes. Os

jovens, como Anaxímenes, provavelmente acharão que estou

dizendo banalidades ou pregando uma moral antiquada.

Antiquados, ao contrário, parecem-me aqueles que não

apresentam a menor evolução, conservando sempre a mesma

maneira de pensar e de falar sobre os mesmos assuntos. Suas

conversas, essencialmente mundanas são desinteressantes, sem

a menor preocupação religiosa, política, filosófica ou artística.

Não tenho a menor intenção de censurá-las, mas o fato e que a

maioria das pessoas é assim.

MELETO: Em outras palavras: a cultura humana aumentou

muito, mas o que houve foi apenas evolução da parte material; a

parte espiritual, lamentavelmente, progrediu muito pouco. Se o

avanço da cultura, por maior que ela seja, não promove,

paralelamente, o aumento da felicidade, a culpa cabe ao próprio

homem, que ficou preso apenas à cultura material. A

humanidade precisa perceber isso o quanto antes. Pois caso não

perceba, mesmo após a morte, mesmo tendo sido famoso e

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elevado culturalmente no Mundo Material, não se é feliz nem

espiritual e nem materialmente.

Anaxímenes zomba por meio de um riso intenso. E ela

completamente indiferente.

MNESARETE: Logo, cultura do Messias Meishu-Sama é a cultura do

cujo traço marcante é ser uma filosofia religiosa espiritualista. Às

vezes talvez designada por cultura da nova era ou cultura da era do

dia, entendendo por nova era ou era do dia o período do Paraíso

Terrestre, isto é, do mundo do Belo, da Cultura elevada, das

Belas-Artes, onde existe conteúdo (alma, missão, espírito), e não

apenas forma (matéria) e função (percepção).

HIPÉRIDES: Do lado oriental, as primeiras civilizações surgiram

na China e na Índia e prosperaram durante muitos séculos,

expandindo-se para o Egito e a Grécia. Mais tarde, no Ocidente,

se desenvolverá um Império Romano que será o marco da

civilização ocidental.

MNESARETE: Outro aspecto fundamental a ser observado diz

respeito às características peculiares a cada um desses dois

modelos culturais. Enquanto a civilização oriental se apresenta

voltada ao espiritual e à verticalidade, a ocidental se

fundamenta no material e na horizontalidade.

HIPÉRIDES: Ambas irão se desenvolver suficientemente,

atingindo o ápice da fase de amadurecimento e se encontrarão

num impasse. Na verdade, no final vai ocorrer a união de

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Oriente e Ocidente, em conformidade com o Plano de Deus.

(pausa): Até agora a cultura teve por base um movimento

contrário, ou seja, partiu do oeste e se encaminhou para o leste.

Entretanto, observando o comportamento da Grande Natureza,

vê-se que todos os fenômenos têm sua origem no leste,

dirigindo-se depois para o Oeste, num processo permanente e

ininterrupto. Veja-se, como exemplo, o movimento do Sol e da

Lua que sempre giram nessa direção.

MNESARETE: Quando bem próximo do momento da criação da

nova cultura, da cultura atual ficarão apenas os elementos úteis

à nova vida; alguns deles terão de passar por transformações.

Todos os demais causadores de maldades vão sofrer implacável

extermínio. Esses acontecimentos corresponderão, portanto, a

situações terríveis e, ao mesmo tempo, contraditoriamente

maravilhosas. Será o momento muito especial de demonstração

clara do infinito amor de Deus por todas as criaturas que vivem

de acordo com a Sua Vontade.

Anaxímenes louco de ciúme pelo entrosamento dos dois em

evolução, violentamente a agarra, beija e arranca suas roupas

numa clara demonstração de posse. Hipérides finalmente segue

o trágico destino de apunhalar nada mais nada menos do que

seu próprio filho, este que não sabia que algum dia seria morto

pelo seu próprio pai. E aí vem a dúvida: lendo ou ouvindo sobre o

Messias, a Religião e a Cultura, o que quase sempre se aprende é

o quase nada? Mas, será mesmo o caso?

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INICIAÇÃO AS

COLUNAS

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JOHREI

Para alguns numa imaginária sala de espera da clínica de

Infectologia do hospital público tem muito mais pessoas em pé

do que sentadas. Pela porta a fora no corredor há uma imensa

fila de pacientes. Na sala do médico especialista em doenças

infecciosas tem um doutor irritado de cor amarelada no rosto e

olhos com cara de cansado e de queixas gastrointestinais. Num

canto escondido tem uma enfermeira com uma de suas mãos

erguida na direção dele. Quando ela a abaixa.

ENFERMEIRA: Está se sentindo melhor com o Johrei, doutor?

INFECTOLOGISTA: O que é isso enfermeira! Pare imediatamente

com essa bobagem. Vamos, vamos começar e acabar logo com

mais esse dia de atendimento, chame pelo menos uns cinco de

cada vez para ver se essa fila anda rápida e assim eu possa ir

logo para a clínica particular que me paga muito melhor.

Ela imediatamente abre a porta e quando ia chamar os cinco

primeiros repara num negro distante com vários sintomas

visíveis como olhos avermelhados, sangramentos pelo nariz e

erupções cutâneas, soluçando, dores no peito e dificuldade para

respirar e engolir. Penalizada, resolve incluir por conta própria

um sexto. Eles entram e este negro logo inicia vômitos e diarreia.

INFECTOLOGISTA: O que é isso enfermeira! Não vê que ele está

com ebola? Não sabe que nas últimas horas antes da morte, o

vírus se torna extremamente contagioso?

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Foi falar isso e todos saírem apressadamente porta a fora o que

contagia os demais a fazer o mesmo, exceto dois pacientes

acentuadamente magérrimos permaneceram no local por

estarem com muita fraqueza. Ela com a misericórdia que lhe é

peculiar os amparam para dentro do consultório e começa ato

de imposição das mãos para estes causando mais espanto.

INFECTOLOGISTA: O que é isso enfermeira! Não vê que estes

pobres coitados não têm mais jeito?

Foi ele falar, ela parar, um deles empurrar a mão dela e o outro

que estava bastante pálido tossir saindo sangue e falando rouco.

ARTISTA: O doutor não me conhece, mas eu o conheço, todo dia

quando chega entra no ...

INFECTOLOGISTA: ... sim, mas o que isso muda na sua doença?

ARTISTA: Ajude-me por amor de Deus, estou há muito tempo

com essa tosse intensa e contínua, dor no peito, febre com

calafrios, ...

INFECTOLOGISTA: Para de falar, está tuberculoso e necessita de

internação hospitalar urgentíssima. (gritando): Enfermeira

providencie-a antes que ele morra aqui e dê trabalho para nós.

No entanto, a enfermeira absorta olha para o que lhe havia

empurrado sua mão que estava de óculos escuros com manchas

na pele mostrando estar com náuseas. Ela indaga ao doutor.

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ENFERMEIRA: E este ser humano aqui está com que?

INFECTOLOGISTA: AIDS.

AGRICULTOR: Como assim! O doutor me conhece e sabe que

sou evangélico. Nunca tive relacionamento extraconjugal.

INFECTOLOGISTA (falando para si): É hoje. Todo mundo acha

que me conhece, assim posso ser até candidato a qualquer cargo

político. (falando para o aidético): Ô cidadão, a causa dessa

doença não é uma questão apenas de fidelidade. Você fez uso

de seringa por mais de uma pessoa ou transfusão de sangue?

AGRICULTOR: Mas, eu estava com anemia muito profunda.

O tuberculoso que se encontra resignado só pergunta com

aquela voz rouca.

ARTISTA: O que devo fazer para me tratar?

INFECTOLOGISTA: Não sei se tem tratamento não. Mas, de

qualquer maneira tome essas três drogas rifampicina, isoniazida

e pirazinamida durante seis meses sem parar um só dia. (pausa)

Ah sim! Evite fatores que gere baixa resistência orgânica como

má alimentação, falta de higiene, tabagismo e alcoolismo, isso

sem falar da transmissão pela aglomeração humana.

ARTISTA: Mas, doutor me conhece, eu sou ascensorista do

elevador deste hospital e não posso parar de trabalhar. Eu ajudo

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na condução de macas, cadeira de rodas, muletas e, além disso,

tenho família grande para sustentar. Nas horas vagas sou artista,

pinto quadro onde me realizo e dá uma ajudazinha nas finanças.

INFECTOLOGISTA: Entre na justiça com um processo para que

lhe paguem adicional de insalubridade e fique na pintura ao

invés de produzir filhos.

AGRICULTOR: E eu como me trato? Tenho que usar camisinha?

INFECTOLOGISTA: Ô cidadão, a AIDS não tem cura e camisinha é

apenas para prevenção, e o cidadão já está contaminado.

AGRICULTOR: Como assim! Então, eu vou morrer? Mas, eu não

posso morrer, tenho filho pequeno para criar, tenho que ... que

... que inclusive cuidar da horta de sua casa. Por favor, ajude-me.

O médico insensível pega um prontuário e fica preenchendo-o.

ENFERMEIRA: Calma senhor. Os portadores do HIV dispõem de

tratamento oferecido gratuitamente pelo Governo. O doutor lhe

dará acesso ao tratamento antirretroviral.

AGRICULTOR: Mas, quais são os objetivos desse tratamento, já

que não há cura para o meu caso?

ENFERMEIRA: Prolongar sua sobrevida e melhorar a sua

qualidade de vida pela redução da carga viral e reconstituição do

sistema imunológico.

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Porém, ela se dando conta do negro sofrido, indaga.

ENFERMEIRA: E este aqui doutor o que se pode fazer por ele?

INFECTOLOGISTA: Cidadão vai dizer que também me conhece?

ILUMINADOR: Como não! Foi o doutor que me enviou para fazer

residência médica na África exatamente nessa doença ebola.

O infectologista sem se importar pelo que foi dito.

INFECTOLOGISTA: Como sabe, o tratamento padrão limita-se à

terapia de apoio, que consiste em hidratar o paciente, manter

seus níveis de oxigênio e pressão sanguínea e tratar infecções

que possam aparecer. (fazendo gracinha): Porém no seu caso

específico vou pedir que esta enfermeira lhe reze com sua

macumba em que ela tanto acredita. Num instante ficará bom.

ENFERMEIRA: Eu sei que o doutor é agnóstico e cético, mas, um

dia quem sabe, não constatará um milagre na sua vida. Saiba

que o criador do Johrei realizou varias experiências através dos

filhos que não poderiam ser feitas com pessoas que não fossem

de sua família. Ele fazia pesquisa para saber o grau de diferença

da cura: não fazendo nada, deixando a doença a cargo da

natureza ou ministrando Johrei. E os dados são impressionantes.

ILUMINADOR: Eu sou testemunho. Tornei-me messiânico na África e sei que Johrei representa uma grande revolução para a Ciência.

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ENFERMEIRA: Se o aplicarmos em todos os setores da vida, o bem-estar da humanidade aumentará incalculavelmente. O médico sorri demonstrando toda a sua incredulidade. INFECTOLOGISTA: Deixem de conversa fiada, tem exemplo? ENFERMEIRA: Em fevereiro de 1949, quando o casal Nichools,

do Estado-Maior de MacArthur, visitou a sede de Shimizu-cho,

Meishu-Sama deu-lhes várias explicações sobre o Johrei. O Sr.

Nichools, entretanto, não conseguia aceitar que uma luz

espiritual, invisível, saísse das palmas das mãos. Diante de sua

incredulidade, Meishu-Sama explicou: "Qualquer pessoa que

ministra Johrei consegue". E pediu a Nakajima que ministrasse

Johrei em algumas pessoas, orientando-as para que ficassem do

outro lado de um pequeno lago que havia no local. Então, tanto

as pessoas que estavam recebendo Johrei quanto as que

simplesmente observavam a cena começaram a tossir e arrotar.

INFECTOLOGISTA: No mínimo acho que o Sr. Nichools deve ter

achado o fato incompreensível, não? Pois, no máximo deve ter

achado ridículo e ... e ... e chega de crendices.

Encerra suas palavras bruscamente para disfarçar as fortes dores

nas articulações e nos músculos que sentiu. E consegue, pois ...

ILUMINADOR: Sim, e duvidando do que via, perguntou: "Eles

estão fazendo tudo isso intencionalmente, não?" Então Meishu-

Sama fez com que as pessoas virassem de costas e pediu ao Sr.

Nichools que desse um sinal para o Sr. Nakajima voltar a

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ministrar Johrei. Quando este levantou a mão, ocorreu o mesmo

de antes. A experiência foi repetida várias vezes. Observando o

fato, o Sr. Nichools ficou deveras admirado. Meishu-Sama sorria.

INFECTOLOGISTA (debochando): Meishu-Sama é o cara, hein? Então cambada de cidadãos esqueçam diagnósticos, remédios e recomendações que lhes passei. Preparem-se, vou ministrar Johrei em vocês e pronto. ENFERMEIRA: Hei doutor, esperei aí. O senhor não foi outorgado com a medalha chamada Ohikari onde está contida a letra “Luz” escrita por Meishu-Sama e que deve ser posta no peito. E sinto muito em lhe dizer, mas o poder do Johrei depende também da elevação espiritual daquele que o ministra. Para consegui-la, os membros devem dedicar-se, com perseverança, à leitura dos Ensinamentos. INFECTOLOGISTA (debochando): Quanto mais rarefeito, maior é o seu poder de atuação, como remédio não, Johrei sim. ILUMINADOR: Sim, e mais já que o homem tornou-se indiferente ao espírito, chegando a confundir Ciência com Civilização. Ele se ajoelha diante do trono da Ciência e se satisfaz na sua condição de escravo. Este é o aspecto do mundo moderno. Por acaso o homem não prova isso entregando nas mãos da Ciência o que ele tem de mais precioso, que é a vida? Embora ela não consiga garantir a vida humana, os homens modernos não o percebem e continuam depositando-lhe cega confiança. INFECTOLOGISTA (rindo): E então por que está aqui ajoelhado? ILUMINADOR: Talvez no fim se possa saber, não?

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INFECTOLOGISTA: E a força da letra “Luz”, eu posso saber agora? ENFERMEIRA: Diz uma lenda que numa pintura, a princípio, estava retratando mais um pavão, que um dia saiu voando e desapareceu. Como o notável artista expressou tão bem o pavão prestes a levantar voo, a qualquer momento, é que nasceu essa lenda. No momento de sua retratação, o espírito do autor ficou impregnado nessa pintura e esse espírito vibra e toca o coração daqueles que a contemplam. A força espiritual de pessoas consideradas notáveis é muito mais intensa do que a de pessoas comuns. INFECTOLOGISTA (irritado): Quer dizer que medalha no peito e um ato simples pelas mãos cura mesmo, então os dois expliquem o Johrei como tratamento científico, se forem capaz. ILUMINADOR: Explicar o Johrei como um tratamento científico é

bastante difícil, pois não se trata nem de ciência, nem de

religião. Faltam termos mais apropriados para levá-lo adiante.

INFECTOLOGISTA (irritado): Tentem seus cientistas religiosos. ENFERMEIRA: Da Bola de Fogo em Meishu-Sama vai para a palavra “Luz” desta se irradiam poderosas ondas de Luz, as quais são transmitidas através do corpo, do braço e da palma da mão do fiel que ministra o Johrei. Essa força é constituída pela união do fogo, da água e da terra; a força da terra é ... (assustada): ... doutor, doutor, o que está sentindo? Fale comigo, fale. ILUMINADOR: Meishu-Sama, por favor, salve-o. E ela e o residente começam a lhe ministrar Johrei, o que para medicina um quase morto.

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AGRICULTURA

Para outros numa fictícia localidade distante daquele hospital

público, onde há muitas árvores e plantação, o infectologista

deitado na cama está acordando e indagando muito irritado com

quem estava na sua frente, que no caso era aquela ...

INFECTOLOGISTA (gritando): Enfermeiraaa! Onde estoouu? ENFERMEIRA: Está na minha casa que fica na roça, doutor. INFECTOLOGISTA: Diga-me: o que estoouuu fazendo aaquiii? ENFERMEIRA: Uma hepatite C lhe levou a um câncer de fígado. INFECTOLOGISTA: Hepatite C! Câncer de fígado!! ENFERMEIRA: Mas, não fique preocupado, está sem metástase e vai poder fazer um transplante de fígado na semana que vem. INFECTOLOGISTA: Transplante de fígado!? Já! Como assim se a oferta de enxertos de doadores não vivos é muito menor do que o número de inscritos na fila de transplante? ENFERMEIRA: Realidade essa que ajudou a promover o que? O que? O desenvolvimento das técnicas de doador vivo. INFECTOLOGISTA: Doador vivo! Mas, arrumaram um doador tão rápido assim para mim. Logo eu que não tenho família, parentes e nem amigos? Eis que pedindo licença para entrar no quarto estão os três ...

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IFECTOLOGISTA: Vieram zombar de mim? Apostar quem vai primeiro para o inferno? Eles não entendem e a enfermeira explica o que cada um faz ali. ENFERMEIRA: O artista é o que vai doar uma parte de seu fígado para si. O agricultor está cuidando da horta para que o doutor se alimente com produtos sem agrotóxicos. E o iluminador que não está ajoelhado é que pediu para que lhe diagnosticasse e que está providenciando toda a cirurgia em que o doutor crê. Sem nenhum elogio o doutor os repreendem com aquela autoridade tão peculiar dos médicos. INFECTOLOGISTA: Saiam de perto de mim seus ignorantes. A hepatite C é considerada pela Organização Mundial da Saúde como o maior problema de saúde pública. Vocês podem ser contagiados, pois cerca de 30% dos casos de infecção pelo vírus da hepatite C é desconhecido. O agricultor sem prestar atenção, pergunta a enfermeira. AGRICULTOR: Posso colher algumas verduras, legumes e frutas pelo método da Agricultura Natural para a comida do doutor? INFECTOLOGISTA: Espera aí! Mas, que porcaria é essa? Não existe nenhuma agricultura natural ou antinatural. Agricultura é uma coisa só. Agricultura é o conjunto de técnicas utilizadas para cultivar plantas com objetivos desde a contemplação estética até a produção como a de alimentos, de fibras e de matérias primas para as roupas, as construções, os medicamentos, as ferramentas e as bioenergias. O que vocês estão inventando, seus incapazes?

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AGRICULTOR: O doutor não se lembra da agricultura hidropônica? Aquela que cultiva na água com ausência de solo? Aquela que me mandou executar na sua residência? INFECTOLOGISTA: E daí? Tudo é válido desde que aumente a produção agrícola. ENFERMEIRA: Nós messiânicos não pensamos assim. Priorizamos a produção de alimentos no sentido do lavrador e do consumidor de comida, e não da visão mercantilista do agronegócio atual que aumenta a produção de grãos e dos confinamentos de gado de corte fazendo crescer assustadoramente a pobreza humana, a desigualdade social e a fome. ILUMINADOR: Isso sem falar na exploração econômica, basta o exemplo de para produzir um quilo de carne necessita de 15 mil litros de água e 6 k de cereais, se estes custassem apenas dois reais por suas unidades, certos países dominadores teriam que pagar, no mínimo, 41 mil reais por um quilo de carne aos países dominados. Isso sem se pronunciar a respeito da poluição ambiental causada pela pastagem, queimada de florestas, etc. Isso sem tocar no sofrimento dos animais. INFECTOLOGISTA: Hei, hei, hei. Onde já se viu isso de leigos em agronomia terem opinião. Recolham-se as suas insignificâncias. Todos param e ficam olhando espantados para o doutor. INFECTOLOGISTA: Espantados, hein? Não sabem o que é agronomia? É isso, não é? Pois bem, ela é ciência que estuda as características das plantas e dos solos para melhorar as técnicas agrícolas. Agronomia, palavra formada pelo prefixo grego “agro” (terra cultivada) e pelo radical grego “nomia” (regra).

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AGRICULTOR: Então, a agricultura hidropônica que me mandou ... não seria uma área de estudo da agronomia. ENFERMEIRA: Porém as demais agriculturas seriam, como a extensiva, intensiva, itinerante, sustentável, orgânica e natural. INFECTOLOGISTA: Só me faltava essa de acéfalo pensar. Mas, que negócio é esse de agricultura natural de que tanto falam? ILUMINADOR: É a Agricultura Sem Adubo, uma agricultura filosófica espiritualista que trouxe revolução no cultivo da terra. INFECTOLOGISTA (debochando): Já estou até vendo: Agricultura Natural mantém um elo coerente desde o produtor (plantas = vegetais) até o consumidor (homens e animais), no tocante à manutenção da saúde e preservação do meio ambiente. ENFERMEIRA: Pode debochar, mas depois que começar a fazer a nossa dieta verá como se sentirá outra pessoa. INFECTOLOGISTA: Dieta! Quem lhe deu ordem de cuidar da minha comida, hein? Afinal, que dieta é essa? ENFERMEIRA: É a dieta: originada de uma medicina moderna espiritualista; fundamentada essencialmente no organismo; alicerçada secundariamente no espírito do alimento; embasada por baixo valor de nutriente, diversidade e requinte; direcionada para o vegetarianismo com relação à missão; flexibilizada com inclusão de carne referente à função. INFECTOLOGISTA: Olhe aqui, eu não quero inovação na minha dieta com essa droga de agricultura filosófica espiritualista. Eu tenho que comer é a matéria do alimento nutritivo, carne com missão ou função ou sem nenhuma das duas coisas, ouviuuu.

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ARTISTA: Desculpa a ignorância, mas fiquei intrigado com esse negócio de Agricultura Sem Adubo. Para mim, isso está querendo dizer que solo é adubo e que adubo não é nada mais do que o próprio solo. E isso, para mim, ... INFECTOLOGISTA: Porra, idiota sempre pode fazer a coisa piorar. ENFERMEIRA: Isso! Essa visão de adubo é de quem tem a ideia fixa na cabeça de que só o solo não é suficiente, tem que se colocar algo nele. ILUMINADOR: É que se fazendo uma análise química do solo e de algum produto agrícola nele produzido, descobre-se que o produto necessita deste ou daquele tipo de nutriente; mas como esses nutrientes não são encontrados no solo analisado, este é considerado incapacitado e, por conseguinte, conclui-se que ele não é fértil. Por se acreditar nisso é que nasceu a técnica de adubar o solo, achando que bastava jogar adubo na terra para ela voltar a ser fértil. Esta é a “superstição dos adubos”. Segundo essa superstição, o solo não passa de um material que simplesmente “abastece” as plantas com adubo. AGRICULTOR: Ah! Então foi a partir desta ideia que foi criada a hidropônica. Técnica que utiliza o fertilizante líquido como adubo para culturas produzidas somente com água. INFECTOLOGISTA (debochando): O que seria o mesmo pensamento que se tem com o organismo e sua alimentação, onde se come verduras e cereais, mas, se acha que se deve complementar com vitaminas, que sem isto o corpo se enfraquece. Que tal? Fiquem sem vitaminas e veja que acontece. ARTISTA: Pois é, eu ia dizer é que para mim não se tem que por fertilizante químico, mas sim orgânico senão ...

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ENFERMEIRA: Também a ideia de que o adubo orgânico

beneficia a agricultura está impedindo que sejam obtidos

resultados mais satisfatórios. De fato, o uso do adubo orgânico é

tão pernicioso quanto os fertilizantes artificiais. Prejudica a

vitalidade natural da terra, impedindo-a de aperfeiçoar-se e

tornar-se cada vez mais adequada ao desenvolvimento de

determinadas plantas.

INFECTOLOGISTA: Ô residente a tal revolução no cultivo da terra é essa de Agricultura do Solo, onde adubo e fertilizante são sinônimos? Deixe-me rir, ou melhor, vou é chorar depois de ouvi-los sobre essa revolução nos pontos básicos de uma agricultura como base, solo, fertilização, plantação, proteção, produção, vantagens e dieta.

ILUMINADOR: Pois não. A base da Agricultura Natural: Respeita

a Natureza, como lei; Emprega a reflexão, como técnica; Adota o

solo da mesma forma que um ser vivo, como princípio; Foca os

lavradores e consumidores, como principais. O Solo: Camada

superior da crosta terrestre que possui espírito sem liberdade e

locomoção; Necessita ser reverenciado com amor e mantido

saudável; Exige ser misturado com matéria orgânica. A

Fertilização: Ato de tornar fértil pelo produto dos espíritos dos

elementos Solo, Água e Fogo; ...

INFECTOLOGISTA: Epa! Pode parar. Solo, Água e Fogo? ENFERMEIRA: Sim. Até numa simples folha de árvore eles existem. Mas, para facilitar tomando-se um punhado de folhas. Elas eram algo que estava vivo, e ficaram completamente secas. O fato de terem ficado secas significa que Água acabou. Sob o

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ponto de vista científico, afirma-se que os vegetais são constituídos de 98% de água e o restante de substancias originarias do solo e da energia solar. E ficaram apenas o Fogo e o Solo. Então se ateando fogo nas folhas, queimando-as por completo, significa que “acabou o Fogo”. Depois da queima sobrou a cinza, algo que retorna a terra, isto é, voltou a ser o elemento Solo. Com isso, se comprova que através dos fatos os seres vivos são constituídos de “Fogo, Água e Solo.” ARTISTA: Desculpa a ignorância, mas ainda estou intrigado com

esse negócio de Agricultura Sem Adubo e comecei a pensar:

quem produz o leite é a vaca, quem produz a colheita é o solo,

quem faz o solo produzir não são as vacas, mas o que?

ENFERMEIRA: Os micro-organismos que vivem nele, daí as

palhadas não devem apenas alimentar os bois, mas também as

bactérias, vírus e fungos. Estas microvidas ajudam as sementes

fortes a nascerem, as sementes fracas elas fazem apodrecer,

bem como as plantas fortes elas ajudam a produzir, e as plantas

fracas elas aniquilam.

ARTISTA: Então, o mundo não sobreviverá graças a indústrias poderosas, mas sim aos microorganismos, ao solo. Não é o dinheiro que forma o homem, mas sim o alimento produzido pela terra! ILUMINADOR: Não se esqueça dos agricultores briosos que nem o nosso agricultor aqui. Terra não é uma máquina de produção, sem respeito e amor à natureza não se pode esperar fartura, mas sim a degradação. (pausa): De acordo com o crescimento da população, foi também aumentando a capacidade produtiva. Por

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exemplo, hoje, cada espiga contém cento e vinte grãos. Há, mais ou menos mil anos, era de sessenta grãos, ou seja, a metade.

AGRICULTOR: Com licença. Eu sou evangélico tenho que cultivar a paciência, sou anêmico tenho que ficar calmo, portanto, eu só quero saber se colho lá fora ou não para a comida do doutor?

ENFERMEIRA: Sim, mas que não esqueçamos que o sistema do ser humano importante em termos de alimentação é o aparelho digestivo e que não existe alimento que não contenha as substâncias necessárias à manutenção do homem. ILUMINADOR: Pelo espanto vi que o agricultor não entendeu.

Mais um hábito digno de espanto é de doentes tomarem sangue

de animal como elemento nutritivo; tal procedimento produz, às

vezes, um efeito momentâneo; na verdade, porém, causa o

enfraquecimento dos órgãos produtores de sangue e traz como

consequência, a anemia. E atenção que a vaca se alimenta de

capim e produz excelente leite.

O agricultor baixa a cabeça, enquanto que o infectologista a levanta. Ele que absorveu tantas notícias inesperadas a respeito de doenças que havia contraído, transplante há realizar com doador na sua presença, recebimentos de Johrei e conhecimentos de uma nova agricultura que está a ponto de utilizá-la em sua dieta, está pensando que outra coluna de salvação poderá ainda se apegar. No entanto, ele é que é pego pelo residente com seu olhar iluminador ao levantar sua camisa para se coçar tornando visível várias picadas pelo corpo, ou melhor, revelando que tudo de ruim começara pelo doutor ser um viciado em entorpecentes. E é percebido pelo artista como algo que é muito feio.

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BELO

Para uns e outros numa irreal sala de artes exatamente na

véspera do transplante os cinco a visita.

INFECTOLOGISTA: Por que me trouxeram aqui sabendo que

tenho de receber um pedaço do fígado deste idiota aqui? E pior

será se a tolice deste ascensorista ou artista passar para mim.

O artista fica magoado com que acabara de ouvir.

AGRICULTOR: Hei você que maneja elevador não pode ir com

ele para o fundo do poço não. Jesus manda que a gente suba

montanha ou aos ares, principalmente os artistas com sua arte.

INFECTOLOGISTA: Então, ele seria um ascensionista e não um

ascensorista, você entendeu seu rude roceiro?

Outro a ficar magoado. No entanto, os demais não se deixam

entrar naquela baixa sintonia e respondem ao agressor.

INFECTOLOGISTA: Ô residente vamos direto a revolução do Belo: perfeição, arte, sua interpretação, organização, eficácia, desenvolvimento, objetos artísticos e artistas. ILUMINADOR: O espírito de busca deve ser grande, forte e

constante, não sei o quanto o seu é assim. Mas, mesmo assim,

não vou deixar de atendê-lo. A Perfeição do Belo considera:

Deliberação divina, desde que não ultrapasse condições;

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Manifestação da Verdade e Bem expressa pelo sentimento;

Revelação de que o seu mundo é o Reino dos Céus.

ARTISTA: Ô agricultor você tem razão, não vou deixar me abater

não. Desculpa a ignorância minha e de terceiros, mas estou

intrigado com esse negócio do Belo ser a manifestação da

Verdade e Bem expressa pelo sentimento.

ILUMINADOR: E se a Verdade fosse à manifestação do Bem e

Belo pela razão, donde o Johrei? Bem fosse a manifestação da

Verdade e Belo pela vontade, donde a Agricultura Natural?

ARTISTA: Por enquanto não, por enquanto apenas o Belo.

ENFERMEIRA: O Belo não está no nível das palavras e ações, mas sim do pensamento, qual é a sua predominância? Na razão, sentimento ou vontade? A resposta é a de que o Belo é uma demonstração da veracidade e virtude concludente do amor, isto é, uma declaração da Verdade e Bem, ditada pelo sentimento. Ou ainda, de que Belo inclui Verdade e Bem, no sentido de que ele é a forma criada pelo Bem num pensamento gerado pela Verdade. ILUMINADOR: Assim, uma beleza autêntica não provém nunca

de cosméticos, mas sim da Verdade e Bem.

ENFERMEIRA: O ponto mais alto da Arte não está em retratar a

natureza como ela é, mas representar a Verdade, o Bem e o Belo

através da personalidade. De agora em diante será a arte do

Bem, da justiça e da correção e não da fotografia.

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AGRICULTOR: É isso aí. Mas, que negócio é esse de Belo ser a

revelação de que o mundo dele ser o reino de Deus?

ILUMINADOR: Na criatura humana, o Paraíso Terreno indica a

beleza interior, ou seja, a beleza da alma. Obviamente, as

palavras e atos também serão belos. Trata-se da beleza

individual que, ao alargar-se, origina a social. Tendo-se, assim, o

embelezamento das relações pessoais, das casas, das ruas,

meios de transporte e parques mais aprazíveis. Como o Belo se

faz acompanhar da limpeza, vê-se num nível mais amplo o

embelezamento e saneamento da política, da educação e da

economia, bem como das relações internacionais.

ENFERMEIRA: O nível espiritual do planeta Terra, existindo

apenas os reinos inferiores (ou seja, os reinos dos minerais,

vegetais e animais), correspondia ao Plano Inferior. Com o reino

intermediário (reino humanoide, isto é, dos homens), que é

chamado de reino superior, passa-se para o Plano Intermediário.

O reino superior, que é o reino dos deuses, surgirá em sua

plenitude em 2021, o Plano Superior.

AGRICULTOR: Mas tudo tem nível espiritual, não é assim?

ILUMINADOR: Sim, tudo está localizado em uma das 180

camadas espirituais. Quando se diz “tudo” quer dizer não apenas

os seres dos reinos, como o minério de ferro, chuchu, leão e

homem, mas também os pensamentos, as palavras e as ações.

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ARTISTA: Por exemplo, ações materialistas, egoístas, de suicídio,

de vingança, etc. devem ser de nível baixo; enquanto que as

espiritualistas, altruístas, vivificadoras, são de nível alto.

AGRICULTOR: Palavras como “te odeio”, “diabo” e palavrões,

são de nível baixo; já “te amo”, “Deus” e fonemas de oração são

de nível alto. Pensamentos como “belo” são de nível alto; já

“feio” é de nível baixo.

ARTISTA: Dizer que o “belo” é de nível alto é dizer que ele

pertence ao Plano Superior, não é isso?

INFECTOLOGISTA: Basta usar a lógica para dizer que sim e

explicar que os homens que alcançam o Céu, ou melhor, os que

deixam de serem homens para serem deuses, possuem beleza

nos próprios pensamentos, palavras e ações, isto é, sua razão,

sentimento e vontade, bem como, sua escrita, oratória e atitude

são belas. O belo individual, o ente celestial, faz nascer o belo

social, o paraíso. O Reino dos Céus é o mundo do Belo.

Todos param espantado com o que escutam da parte de quem.

INFECTOLOGISTA: O que estão me olhando seus sem interesse e

sem sentido? Não pensem que eu me esqueci? Sabem ou não

sabem falar algo sobre a Arte?

ILUMINADOR: Ela considera: Na produção com ideal de

harmonia é a representação da beleza, cujo mundo é o Paraíso

Terrestre; O paraíso será o universo da lindeza quando todos os

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esmeros estiverem reunidos; Sua missão é enobrecer os

sentimentos do homem e enriquecer-lhe a vida; Não se ...

ARTISTA: Arte é a representação do Belo, cujo mundo é o

Paraíso Terrestre. O que querem dizer com isso?

ENFERMEIRA: Como os messiânicos sabem tudo tem matéria e espírito, donde, em particular, as obras artísticas. Por exemplo, numa ornamentação floral estilo Ikebana Sanguetsu, as flores, a água, a espuma, o hanadomê e o vaso representam a matéria; a técnica e o pensamento de quem a realizaram, com sua razão, seu sentimento e sua vontade representam o espírito. ILUMINADOR: A materialidade da parte espiritual de tal ornamentação floral é a técnica, ou melhor, é a arte Ikebana estilo Sanguetsu. Já a espiritualidade da parte espiritual é o pensamento do artista, ou melhor, é o belo da sua razão, sentimento e vontade impregnados na obra. INFECTOLOGISTA: Assim, seus sem cérebro, em linhas gerais: O espírito de uma obra artística também tem matéria e espírito. O espírito do espírito é o Belo, e a matéria do espírito é a Arte. Desse modo, a Arte é a representação do Belo. ENFERMEIRA: As colunas de salvação, ou seja, Johrei, Agricultura Natural e Belo, num sentido geral, também são obras artísticas. ILUMINADOR: A Arte do Johrei é a arte da vida, a técnica de eliminação das máculas espirituais; o Belo do Johrei é a razão espiritualista, o sentimento de gratidão e a vontade altruísta. AGRICULTOR: A Arte da Agricultura Natural é a reformulação dos métodos agrícolas?

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ARTISTA: A Arte do Belo é a construção do protótipo do Paraíso Terrestre, ou seja, do Solo Sagrado? INFECTOLOGISTA: Belo do Belo é Deus, o Reino dos Céus, a ideia do Paraíso Terrestre, da Cidade Messiânica.

Todos iam param espantado com o que escutam, porém ...

ENFERMEIRA: Os métodos para obtenção da saúde passam pelo

Johrei e a Agricultura Natural. Independentemente de tais

métodos, é de extrema urgência elevar o espírito através do

Belo. Esse é um novo projeto da Messiânica, que agora estamos

colocando em prática.

INFECTOLOGISTA: E como posso restabelecer a saúde e nem

fazer nenhum transplante, já que recebo Johrei e uso Agricultura

Natural?

ILUMINADOR: Talvez o fim esteja próximo e é preciso expandir sua alma, sua consciência, seu espírito. Para isso examine-os, consulte-os e diga para si mesmo.

INFECTOLOGISTA (falando para si): Largar o vício. Empregar o

Belo na minha vida. (falando para os outros): Mas, que

diferença haverá entre as Belas-Artes, música, literatura etc.,

desse mundo em que estamos para o mundo vindouro? E que

mudanças ocorrerão? Peço que me esclareça a este respeito.

ARTISTA: Quanto mais o ser humano se torna superior, mais

compreende o gosto pela Arte. Atualmente predomina a Arte

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infernal. Há muitas artes pautadas no sofrimento - como

acontece no Ocidente. Os leitores e ouvintes simpatizam, pois

aquilo se casa com os seus sofrimentos.

ILUMINADOR: As músicas de Beethoven, por exemplo, são

músicas de dor e sofrimento. Estas músicas diminuirão, e

predominarão as músicas mais alegres.

ARTISTA: Nas Belas-Artes, as pinturas ocidentais estão

descambando para a perversão. A impressão que os quadros

passam é de como seria o inferno. É psicótico. Picasso, muito

famoso atualmente, por exemplo, é totalmente

incompreensível.

ILUMINADOR: Na literatura também predomina a tragédia. O

ser humano também vive a tragédia. As peças teatrais gostam

do choro.

ARTISTA: Portanto, os artistas precisam elevar o seu caráter.

Não podem ter maus pensamentos.

ILUMINADOR: Desde antigamente falam em educação pré-natal,

e na tentativa de ter filhos bonitos, veem fotos de pessoas

bonitas e letras de grandes personalidades. Assim, recebem a

energia espiritual delas. Assim é toda arte. O desenho e as letras

são na verdade instrumentos de expressão da sua

personalidade. Portanto, os artistas devem elevar o seu caráter.

É grande também a influência recebida da melodia. A polonesa

de Chopin, por exemplo, incitou o povo. A personalidade do

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autor se expressou nela. Mesmo para arrebanharem fiéis, o que

conta não é a habilidade de oratória; a sinceridade da pessoa

tem grande influência.

ARTISTA: Talvez esteja na hora de se fazer o mesmo de quando

transmitem os mistérios do budismo esotérico de Shingon, o

arcebispo fica de frente ao discípulo, fita-o e não diz uma

palavra. Depois pergunta: 'Entendeu?' E se entendeu, dá-lhe o

grau, inclusive a cura. Por mais que fale, se não contiver espírito,

não adianta.

ENFERMEIRA: Esta sala de artes é uma parte do Museu de Arte

messiânico que se encontra num Solo Sagrado. E Quando os

homens pisam o Solo Sagrado, estes se unem espiritualmente.

Mesmo contra a vontade, surge um motivo para serem salvos. O

Museu de Arte messiânico é o melhor meio para eles se

aproximarem da salvação.

À medida que se vai recordando as frases ditas no decorrer da

exposição como “para alguns numa imaginária clínica de

Infectologia”, “para outros numa fictícia localidade” e “para uns

e outros numa irreal sala de artes” o infectologista, a enfermeira,

o iluminador, o agricultor e o artista vão sumindo e vai

aparecendo traços iniciais das palavras Johrei, Agricultura

Natural e Belo. O que teria ficado para os que não

desapareceram como os leitores e ouvintes?

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INICIAÇÃO AOS

PODERES

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GOVERNO

Era uma vez no Palácio da Alvorada. As autoridades máximas

dos três poderes estão reunidas e muitíssimas nervosas com a

determinação do tutor de que elas recebessem e ouvissem três

mulheres negras faveladas analfabetas portadoras do programa

bolsa família que sempre votam nos candidatos do partido da

Presidenta. Mas, neste momento, quem está pagando geral para

essas autoridades, diante da presença da imprensa selecionada e

comprada, é aquele tutor bronquinha, considerado o maior

consultor político, o maior marqueteiro da América do Sul, o

maior vendedor de ilusão, acho que já chega, pois ele é

conhecido por Anticristo, o habilitado pelo diabo em pessoa.

ANTICRISTO: O que eu mandei vocês fazerem é mentirem para

essas idiotas que vem aqui sem esquecê-las de tratá-las

respeitosamente com toda bondade e cortesia.

PRESIDENTA: Mas, super excelência acho que não consigo.

ANTICRISTO: Ô presidenta não quero saber de desculpa, é com

respeito, é uma ordem. Elas têm de sair daqui do palácio

acreditando que o seu partido é o partido ideal, correto e puro.

Quando as autoridades máximas do legislativo e judiciário

levantavam o dedo pedindo autorização para falar começou a ...

PRESIDENTA: Calados, não interrompam a super excelência

Anticristo. Aquele que: domina os três poderes; faz o que quer;

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reivindica ser Cristo; fala coisas espantosas de modo a fazer os

outros acreditarem numa mentira como verdade; une tudo o

que não presta; e principalmente elegeu seis presidentes,

inclusive bolivarianos, vários governadores, senadores, ...

ANTICRISTO: Chega de tantos elogios. O que eu exijo de vocês é

que comandem e supervisionem propagandas feitas em

televisões, internet, rádios, jornais e revistas para que esse povo

babaca, bobalhão, vagabundo, desonesto, crente que o Brasil é

um país democrático, país do futuro e Deus ser brasileiro, fique

convencido de que os oposicionistas atrapalham o

desenvolvimento do país.

PRESIDENTA: Todos tem a obrigação de estar a favor do

governo, é isso? E quem se recusar a aceitar as nossas condições

e pontos de vista ...

ANTICRISTO: Compre-os. Se assim mesmo recusarem então

chamem os Skinheads. Se mesmo assim ... então só tem o último

recurso: chamar aquele que me habilitou, ou seja, aquele com

feições humanas, chifres, rabo, que se elegeu para o cargo mais

importante, um que não tem escolaridade e preparo nem para

ser gari, só foi porque teve uma história de vida sofrida.

PRESIDENTA: Está falando do ex?

ANTICRISTO: Sim, aquele para comunicar a grande massa de

continuar a batalha para o crescimento empregando aquele

populismo com suas práticas vulgares e suas atitudes

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demagógicas, notadamente a concessão de benefícios sociais

através do aumento do gasto público. Isso mesmo, com o mito

do governo grátis. Não esqueça presidenta que ele lhe concedeu

os títulos de “mãe dos pobres” e “gestora exemplar”.

PRESIDENTA: Mas, com que argumento? Já usei tudo quanto é

merda. Nem eu que sou sociopata e cara de pau aguento mais.

ANTICRISTO: Use o argumentum ad populum que define um

raciocínio falacioso que consiste em dizer que determinada

proposição é verdadeira ou falsa simplesmente porque muitas

pessoas acreditam que seja assim. Por exemplo: a voz do povo é

a voz de Deus.

Eis que vão chegando às três mulheres ansiosamente aguar... da

... da. O queixo de todos cai ao ver que elas passam dos 2 metros

de altura, musculosas, com seus corpos e rostos cobertos com

cinzas, que assusta a presidenta. Mas, o tutor não perde a pose e

começa.

ANTICRISTO: Como a voz do povo é a voz de Deus. Os três

poderes tomaram a iniciativa de ouvir o povo através de vocês

três que são as pérolas negras do nosso país, a fim de

governarem com a voz de Deus. Por onde gostariam de começar.

PN1: Sobre questões que envolvem: honradez; fragilidade

quando postos numa situação de autoridade; cobiça;

rebaixamento humano; questão financeira que determina poder

e o próprio ato de ser. Enfim, tudo que diz respeito a vocês aqui.

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PRESIDENTA (cochichando): Anticristo, já basta aquele erro de indicação no Supremo Tribunal Federal, agora essas gigantes!?

ANTICRISTO: Deste modo, proponho que discutamos sobre o

que o governo reúne: a ética, no princípio moral; a justiça, no

poder judiciário; a política, nos poderes executivo e legislativo.

PN2: Gostaria de dar um exemplo semelhante ao que ouvi “como a voz do povo é a voz de Deus” qual seja: "A maioria das pessoas acredita em alienígenas, portanto eles existem."

ANTICRISTO: Comecemos com a ética. O personagem Ivan, no romance Os Irmãos Karamazov de Dostoievski, afirma que “se Deus não existe tudo é permitido”, isso seria uma proposta de abolição ou fundamentação da ética? Acho que não, pois um comportamento é correto quando adequado aos costumes vigentes. Por exemplo, o costume de se votar no partido da ... PN3: ... isso seria entender a ética como apenas uma simples listagem das convenções sociais provisórias. PN1: A ética não se baseia simplesmente nos costumes do povo

e dos ancestrais, nem nas leis exteriores, mas sim na convicção

pessoal adquirida na tentativa de compreender a justiça das leis.

PN2: Cristo trouxe a ética baseada no mandamento do amor ao

próximo. O capitalismo mais avançado a prega na vantagem

particular, como bom é o que ajuda o meu progresso

econômico, o meu sucesso pessoal. Assim agir eticamente ...

PRESIDENTA: ... é muito fácil, basta agir de acordo com o bem.

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PN3: O bem comum! Torna-se difícil falar em ética num país

onde a propriedade é um privilégio tão exclusivo de poucos,

onde o emprego e o estudo de qualidade são quase que

proibições peculiares de muitos, onde a comunicação segue uma

lógica e sintaxe que aparecem nos noticiários atuais ligadas a

uma adição pura e simples do e, como “Mais um escândalo

financeiro e corrupto são soltos e aumenta os impostos e....”

ANTICRISTO: Comecemos com a ética, mas falando em ...

PN1: ... honradez! Num país que é septuagésimo segundo

colocado no ranking da corrupção. Em 2006 nas eleições para

presidente, senador e deputado federal e estadual, cerca de dez

milhões de eleitores receberam ofertas para vender seus votos.

De acordo com a opinião pública, os partidos políticos são as

instituições mais corruptas do mundo, depois deles estão os

governos, os empresários e a polícia.

PN2: Os governantes, os empresários, os representantes do

povo em geral estabelecem elos espirituais com as pessoas a

eles relacionadas; por isso, exercem grande influência sobre

quem se encontra sob o seu comando. Se, então, apresentarem

muitas impurezas na alma, estas indubitavelmente se refletirão

na maioria das pessoas que a eles estiverem ligadas. Dessa

forma, só poderão exercer sobre os seus subordinados uma

influência perniciosa. Portanto, somente quem tiver um caráter

elevado e grande sabedoria poderá ser um verdadeiro chefe de

governo, um líder, ou um autêntico representante do povo. Eis a

razão pela qual o dirigente é o responsável pela corrupção, o

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declínio moral e o aumento da criminalidade do país que

governa, ou da empresa que preside.

ANTICRISTO: Estamos completamente de acordo, por isso nós temos sempre reelegidos nossos candidatos. Veja o exemplo desta reeleita que aqui está para dialogar com as pérolas negras. PN3: Quem! Essa pilantra? PRESIDENTA: Mas, não votaram em mim? PN1: Aí pessoal, ela quer que a gente acredite em mamãe Noel. PN2: Ô mãe dos pobres, esqueceu que a urna é eletrônica e digamos viciada. Essa corrupção sem fim só ocorre porque à massa está no nível infernal.

PRESIDENTA: Não têm ouvido que o nosso governo é honesto.

Todas as três balançam a cabeça afirmativamente.

PRESIDENTA: Pois é, se a gente diz que ele não é corrupto é

porque ele não é corrupto. Se duvidarem então pergunte ao

nosso Ministro da Justiça.

A gargalhada foi geral, inclusive do Anticristo, exceto o da presidenta. PN3 (rindo): Espera aí! Deus é justiça. No decorrer do tempo se teve várias justiças, como a justiça romana com seu princípio jurídico “dar a cada um o que é seu”, o que queria dizer “ao escravo se dava a escravidão”, “ao desgraçado a desgraça”.

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PN1: A justiça cristã antiga com a regra “a cada um segundo o seu trabalho”. No socialismo prega-se “a cada um segundo a sua capacidade.” No comunismo “a cada um segundo a sua necessidade.” PN2: Isso sem deixar de mencionar na justiça recente: “aquilo que está em conformidade com o direito.”

PRESIDENTA: O que orgulhosamente praticamos no nosso país

quando chegamos ao poder. Por exemplo: o exercício por duas

legislaturas gera aos seus ocupantes uma aposentadoria

proporcional, isto é um direito adquirido.

A gargalhada novamente foi geral, exceto o da ...

PN3 (rindo): Isso é um injusto e discriminatório privilégio.

A autoridade do poder legislativo cochicha com a do judiciário.

PN1: Por que ficam na espreita sussurrando ao Invés da

transparência? Poder revogante ou poder constituinte, eis a

questão.

PN2: Não entendem não é mesmo? Vou explicar. Estes termos referem-se ao Congresso Legislativo. De fato, a cada ano, aprovam-se novas leis. Entretanto, isso não é motivo para orgulho, pois as leis são instituídas porque o mal social aumenta. Caso aumentasse o número de homens honestos, não haveria necessidade de leis; portanto, não seria necessário instituí-las. O verdadeiro progresso da cultura só terá sido alcançado quando a função do Congresso Legislativo consistir em revogar as leis.

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PN3: Gestão na condução de nação e negócio se assemelha na

atualidade a tapeação de menino. Quando os sistemas e regimes

vão maus é devido o governo e o povo terem aura debilitada.

Esperteza e fraude são o que comanda as eleições. A revolução

cultural é atacada pelos políticos diante de uma ralé enganada.

Cargos e postos são ocupados por apegados, ardilosos e

criminosos. Felizmente, ladrão não é necessário no Mundo Ideal.

PRESIDENTA: Vamos acabar com essas suas conversa

desinteressantes, dispensáveis e desprezíveis da elite branca, e

passem a escutar não o impacto de asteroide, não a pandemia

mundial, não a guerra nuclear, não a mudança climática, mas

sim a causa verdadeira do fim do mundo: o nosso Anticristo.

PN1: Que ele fale não para nós, mas sim para esses com falta de

nacionalismo e planejamento, esses com excesso de lerdezas,

lesares, consumismos, curiosidades boçais, que são facilmente

manipuláveis e que não sabem protestar.

Presidenta não mais se contendo de ser tanto ridicularizada,

explode de raiva ao pé do ouvido do Anticristo.

PRESIDENTA (cochichando): Vamos acabar com essa bagunça,

pois o Estado sou eu.

O maior consultor político com muita calma.

ANTICRISTO: Com gentileza pérolas negras dirijamo-nos a sala

ao lado para que os empresários as ouçam.

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ECONOMIA

Não adianta, lá estão elas questionando o preço da construção.

PN2: Governo contratou essa empreitada que orçou preço em

100 milhões de dólares, explique como isso ser possível.

Quando os empreiteiros ia abrir a boca.

PRESIDENTA: Calados, não interrompam a super excelência ...

ANTICRISTO: Chega de elogios. Economia é a ciência social que

estuda a produção, distribuição e consumo de bens e serviços.

PN3: Ou ainda, que estuda as formas de comportamento

humano resultantes da relação existente entre as necessidades

intensas a satisfazer e os recursos escassos, o que envolve a

análise das escolhas afetadas por incentivos e ajudas.

PRESIDENTA: Ótimo, mas vamos focar na empresa.

PN1: Eu prefiro que seja na pobreza.

A presidenta ia ... mas o tutor chegou.

ANTICRISTO: Mas, o que da pobreza quer tratar? Pois, como

sabe, ela pode ser entendida em vários sentidos, como carência

material, carência de recursos econômicos, carência social,

carência hídrica e energética?

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PN2: Ainda tem a carência espiritual.

PRESIDENTA: Nosso governo eliminou-a de nosso território.

PN3: Ô presidenta, as causas primeiras da pobreza e a sua

eliminação são uma questão altamente controversa e politizada.

PN1: Uns costumam olhar fatores estruturais que impedem o

crescimento econômico como a falta de um sistema de crédito,

o crime, a corrupção.

PRESIDENTA: No meu discurso eu já disse que ela inexiste?

PN2: E a carência de oportunidades, nomeadamente de

educação? O que diz seu discurso ela existe ou não?

PN3: Há os que apresentam a pobreza como carência espiritual.

ANTICRISTO: A correta é a de que a pobreza é considerada como

necessária e desejável, e deve ser aceita para alcançar certo

nível espiritual, moral ou intelectual, uma forma de

autodisciplina através do qual as pessoas se aproximam de Deus.

PN1: Ô Anticristo eu prefiro a explicação da causa da pobreza

aos fatores político-legais, como: inexistência ou mau

funcionamento de um sistema democrático, fraca igualdade de

oportunidades, corrupção.

PRESIDENTA (gritando): Corrupção não existe e ponto final.

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E elas nem aí para aqueles berros.

PN2: Nos países ocidentais foram implementadas numerosas

medidas que construíram o chamado Estado Social.

PRESIDENTA: Pois é, fiquem sabendo que ele foi criado pelo ex e

desenvolvido por mim.

A gargalhada novamente foi geral. PRESIDENTA (irada): Que riso frouxo é esse? Por que dessa falta de culto a personalidade do nosso amado ex: o acusador. Tutor no ouvido de modo que ela fica aparentemente calma.

PRESIDENTA: Caríssimas pérolas negras, nobres representantes do povo brasileiro, como definem a pobreza? PN3: Ora, com os bolsos sempre vazios, as pessoas não tem vitalidade. Mesmo que se enfeitem exteriormente, são pobres material e espiritualmente. PN1: Pobreza material. Quando sentimos fome, por exemplo, só

podemos ficar tranquilos se tivermos certeza de que alguém nos

trará comida.

PRESIDENTA (espantada): Pobreza espiritual?

PN2: Sim, como a pobreza de conhecimentos.

PRESIDENTA: Pelas estatísticas do meu governo as duas ...

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PN3: Estas estatísticas forçam a inteligência para falsear a vida e lutam no sentido de enganar o próximo. Pobres de espírito os que julgam ser isso esperteza! PRESIDENTA: Olhem não estou entendendo mais nada, não estou acostumada a ouvir o povo. Com licença tenho que saber o que dizer, vou consultar o nosso Anticristo. ANTICRISTO: Do jeito que vão as coisas, só nos resta ir até o ex. PN1: Cuidado que pobreza espiritual termina resultando em pobreza material. É preciso saber ainda o que acontece com os que são avarentos no Mundo Material, apesar de possuírem muito dinheiro. Trata-se de pessoas materialmente ricas, mas espiritualmente pobres. Passando para o Mundo Espiritual, ficam numa situação de penúria e reconhecem seu erro. PRESIDENTA: Por isso que criamos o programa bolsa família. PN2: Ih! Que mistura confusa do mesmo. Deixe-me ajudá-la pelo menos explicando uma coisa: muitos vivem pobres porque estão no nível de ser pobre, ou seja, estão numa camada correspondente ao nível das pessoas pobres no Mundo Espiritual. Não adianta simplesmente dar dinheiro, entendeu?

PN3: A solução da pobreza está na: centralização em Deus,

obedecer A Suas leis e educação espiritualista; elevação

espiritual via sofrimento, virtude e belo; saldar dívida e começar

de forma pequena; dedicação monetária; Altruísmo, desapegar,

ter fé e esforçar-se, ser confiável e justo; ser útil à Obra Divina.

PRESIDENTA: Por isso que em quaisquer circunstâncias ...

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PN1: ... o ser humano deve conquistar, em primeiro lugar, a confiança de todos. Não há riqueza maior. Da riqueza chamada confiança surge “juros” sem limites, e mesmo que, socialmente, lhes faltem recursos, os “ricos” desta ordem nunca ficarão em má situação. Por esse motivo, enquanto as pessoas não crerem na existência de Deus, nada há de dar certo com eles. Para isso, só há um caminho: a fé. Aqueles que a têm, são possuidores de um tesouro sem limites e, além de verdadeiramente felizes, são criaturas da ganância mais autênticas. E não essa dos aqui presentes. PN2: Nenhum tesouro, por mais valioso que seja, supera o tesouro da honestidade. A maioria das pessoas pensa que ninguém consegue fama, riqueza ou chegar à presidência de qualquer coisa apenas com honestidade, julgando inevitável a utilização de alguns meios ilícitos, mal feitos, ... roubos isso sim. PN3: Sabemos que serão mais felizes aqueles que praticarem maior número de ações louváveis. Já imaginaram que povo e que nação surgiriam, se todas as pessoas se unissem para praticar o bem? Um país assim seria alvo de respeito universal. Poderia ser considerado como uma parcela do Paraíso Terrestre, pois, com o tempo, desapareceriam todos os problemas de ordem moral, toda doença, toda pobreza e todo conflito. Seria como “bater com o martelo no chão” - a pancada não poderia falhar.

PRESIDENTA: Por isso que em quaisquer circunstâncias nós

primamos por sermos confiáveis, honestos e praticantes do

bem. Por isso que em quaisquer circunstâncias ...

PN1: ... os eleitos devem descer do palanque e deixar de posar

como oposicionista.

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ANTICRISTO (despistando): Como íamos falando, a pobreza ...

PN2: Alguns índices internacionais sugerem uma série de

condições que ajudam a aumentar o crescimento e a reduzir a

pobreza. Entre estes se tem a redução das barreiras para a

criação de empresas e assim de empregos, trazendo mais

pessoas para a economia formal.

PRESIDENTA: Pelas estatísticas estamos em pleno emprego.

PN3: Conta outra, mas, não para nós. Pois, na atualidade, está

presente uma forte insegurança nos trabalhadores, pois a

globalização e a modernização têm ocasionado renovação

constante, exigência de qualidade e número expressivo de

desemprego. Até os que têm emprego estão forçados há labutar

muitas horas por dia, sem ânimo, alegria e esperança, mas

apenas para se mantiver vivos, afogados num lamaçal de

preocupações, motivados pelas dificuldades financeiras e por

doenças proporcionadas pelo próprio trabalho. E o transporte ...

PN1: Isso tudo acarreta a necessidade de uma reflexão sobre a

empresa, uma conscientização daquela empresa que se tem e

daquela que é desejada, na qual já se trabalha ou na que se quer

trabalhar. Seria ela uma companhia progressista ou decadente?

Uma firma futurosa ou passadista?

PN2: Nos dias de hoje, os mais esclarecidos, já sabem que toda

criação tem matéria e espírito e, entre estes, situações

intermediárias de semi-matéria ou semi-espírito, que será

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chamado de espírito-matéria. Assim, se pode dizer que qualquer

coisa criada tem três elementos: 1º) matéria, que é a realidade

sensível, a forma; 2º) espírito-matéria, realidade perceptível,

função; 3º) espírito, realidade etérea, realidade volátil, missão.

PRESIDENTA: Isso é papa furado de esotérico, tem exemplo do

que afirmam?

PN3: Exemplificando com um computador: sua forma pode ser

sentida ao tatear seu contorno ou vê-lo exposto como num

desenho. Sua função pode ser percebida ao ligá-lo com o digitar,

armazenar, calcular e programar. Já sua missão, por ser

insensível e imperceptível, só pode ser conhecida ao consultar o

manual do fabricante ou alguém que conheça sobre processar,

automatizar e transmitir informações.

PN1: Exemplificando com o ser mais evoluído das criações, o

homem, especificamente com ele diante da medicina: a forma

humana é tratada na medicina pela Anatomia; a função do ser

humano pela Fisiologia; e a missão do homem? Existe

Missiologia?

PN2: Exemplificando, agora, com o homem em vez de diante da

medicina, ele ser examinado pela religião. Nesse caso, sua forma

não seria a anatomia, mas sim seu corpo material. Sua função,

em vez de fisiologia, seria o pensamento. E sua missão?

Encontraria o mesmo silêncio da missiologia? Obviamente que

não! Pois, uma boa parcela das religiões sabe que a missão do

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ser humano está na alma. Em resumo, a forma, função e missão

do homem diante da religião é corpo, pensamento e alma.

PN3: Após discorrer sobre a criação de modo amplo,

particulariza-se sobre esse algo criado chamado empresa

fazendo uma metáfora com a criação do homem sob a ótica

religiosa.

PN1: Desse modo, a empresa, além de ter matéria, espírito-

matéria e espírito, ou seja, realidade sensível, realidade

perceptível e realidade etérea, ou ainda, forma, função e missão,

ela tem corpo, pensamento e alma.

PN2: As empresas de acordo com a predominância do corpo, do

pensamento ou da alma, podem ser classificadas,

respectivamente, em: Empresa-Corpo, Empresa-Pensamento e

Empresa-Alma.

PRESIDENTA: As nossas estatais são empresas ... não sei qual

dessas três é a mais categorizada. Vou perguntar ao ...

ANTICRISTO: A mim não, pergunte ao ex que sabe de tudo, fala

de tudo, age com tudo.

PN3: Contudo, quaisquer que sejam as dificuldades, a presidenta

já deve ter ouvido falar em espírito de busca, não? Por que em

vez de ficar ouvindo as besteiras ideológicas do ex não ...

ANTICRISTO: Com gentileza pérolas negras ...

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IDEOLOGIA

PRESIDENTA: Jornalistas da nossa imprensa: o que é ideologia?

(silêncio sepulcral) Quando não tem de falar querem falar,

quando tem de falar não falam. Que democracia é essa!

PN1: Ideologia é um termo usado no senso comum como

conjunto de idéias, doutrinas e visões de mundo de um indivíduo

ou de um grupo, orientado para suas ações sociais e,

principalmente, políticas.

PN2: Napoleão chamou os "ideólogos" no sentido de

"deformadores da realidade". Karl Marx como uma consciência

falsa proveniente da divisão do trabalho manual e intelectual.

PN3: Nessa divisão surgem os intelectuais que inverte ou

camufla a realidade para os ideais ou vontades da classe

dominante. A ideologia pode ser considerada assim um

instrumento de dominação que age através do convencimento e

não da força, em forma de normatizar ou aconselhar, alienando

a consciência humana e mascarando a realidade.

ANTICRISTO: Depois de Marx, temos a ideologia materializada

nas práticas das instituições e o discurso como luta de classes.

PN1: Luta de classes? Aqui! Aqui não passa de um fomento de

perpetuação no poder de uns oportunistas que vieram de baixo,

como é o caso do acusador, caluniador e manipulador. Sim,

como é o caso de ex.

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PRESIDENTA: Vocês estão é querendo plantar a desarmonia

entre o ex e os vassalos.

PN2: A dialética da harmonia nos ensina que a desarmonia é

produto da visão estreita; e a harmonia, produto da visão ampla.

Ou seja, depende do nível espiritual, pois quanto mais elevada

for uma pessoa, mas ela vê que tudo está harmonizado.

PN3: Até hoje, o Oriente se ateve à linha vertical e o Ocidente

seguiu o caminho da horizontalidade. Entretanto, ambas

apresentam falhas. Vai chegar, porém, um dia em que deverá

ocorrer o cruzamento dessas duas linhas determinando a fusão

da espiritualidade oriental com o materialismo ocidental. Como

resultado desse entrelaçamento, surgirá uma nova cultura

completa. Eis aqui também o significado oculto da cruz, símbolo

do Cristianismo, ou da cruz gamada no Budismo.

PRESIDENTA: Por isso que no nosso governo defendemos os

menos favorecidos juntamente com a ideia de que tal como os

indivíduos, cada país possui uma ideologia cultural particular.

PN1: Tratando-se de ideologia, só o cosmopolitismo é

verdadeiro e traz a segurança para as pessoas.

ANTICRISTO: grande verdade exposta pelas pérolas negras. Por

isso que a presidenta vem discursando sobre a segurança.

PN2: E enquanto ela discursa, nunca houve um número tão

grande de criminosos no país.

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PN1: Esses são apenas os casos que vêm à tona eventualmente,

não passando da pequena parte visível de um “iceberg”. Os

males sociais atual parecem não ter fim. É como se fosse um

monte de lixo tão grande que não se tem lugar para pisar.

Portanto, o grande problema com o qual nos defrontamos é

encontrar o meio de eliminar esse lixo.

ANTICRISTO: Nós estamos preocupados com o problema, e

vemos fazendo o maior esforço para encontrar uma solução.

PN2: Entretanto, por que não conseguem vislumbrar ao menos

uma pequena luz de esperança?

PRESIDENTA: Como não! Se nossas estatísticas mostram que ...

PN3: ... estão completamente fora do caminho certo. A falha é

que a civilização atual não alcançou um progresso total: somente

o lado material floresceu, o que representa apenas a metade. A

outra metade, isto é, a parte espiritual, é totalmente ignorada.

PRESIDENTA: As nossas estatísticas mostram que o nosso povo é

cristão e que assim ele deve obedecer aos mandamentos e as

autoridades constituídas desde o papa até ao presidente.

PN1: Os Mandamentos são como leis decretadas com o fim de

desestimular os pecados. As leis do homem, por sua vez,

destinam-se a manter a ordem estabelecida na sociedade e a

impor punições, se elas forem infringidas.

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PN2: Ameaças e castigos não é a melhor maneira de impedir que

um homem pratique o mal. É a tendência de perpetrar o mal ou

de agir desonestamente que tem de ser eliminada, porque a

pessoa inclinada às práticas corruptas se deleita com elas.

PN3: Por exemplo, ganhar dinheiro por meios desonestos,

muitas vezes parece mais fascinante do que ganhá-lo

honestamente. Nesse caso, a natureza divina ou primordial está

debilitada, ocupando um baixo plano, fortalecendo assim, a

natureza inferior ou secundária. Quando a alma ocupa um plano

mais elevado, a pessoa é incapaz de agir mal.

PRESIDENTA: O que estão pregando? A anarquia de ficarmos

sem regulamentos legais e instituições penais?

PN1: Claro que não, pois isso é perigoso enquanto muitas

pessoas ainda permanecerem num baixo nível de consciência.

PN2: No entanto, apesar do rigor com que as leis são aplicadas,

há muita gente decidida a infringi-las, inclusive, às vezes,

homens de elevada posição social que ocupam altos cargos. O

“status” social da pessoa ou o cargo político que ocupa, não

significam, necessariamente, desenvolvimento espiritual.

PRESIDENTA: O que estão insinuando? Saibam que no nosso

esquerdismo não há nenhum desrespeitador de nenhuma lei.

Saibam que no nosso socialismo pardo, caboclo, cafuzo, confuso,

mulato, mameluco, maluco, ...

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PN3: Tanto o capitalismo como o socialismo, o comunismo, o

populismo, o esquerdismo, e demais “ismos" surgiram por uma

necessidade e pela mesma razão serão reduzidos e extintos.

PN1: Até hoje, entretanto, considerando a cor de seu país a

melhor de todas; os homens quiseram pintar o quadro somente

com essa cor. Por analogia, os “ismos” ou ideologias podem ser

comparados às tintas fabricadas por cada país.

Consequentemente, uma nação não pode tentar pintar além da

sua linha limite, porque isso provoca atritos com os outros.

ANTICRISTO: Qual a convicção das pérolas negras de modo que

se tenha a visão de mundo perfeito?

PN2: A convicção de que é necessário adotar uma justa medida.

PN3: Aquela de se dedicar tanto ao seu trabalho para si como

quanto para Deus. Essa justa medida ou temperança é o ponto

intermediário entre o horizontal e o vertical. Isto significa não

inclinar-se excessivamente para nenhum dos dois lados, mas

seguir o caminho do meio, pois todos extremos perecerão.

ANTICRISTO: Por que desta crença que os ismos acabarão?

PN1: Porque tanto o Capitalismo como o Comunismo são

princípios materialistas.

PN2: Nascerá uma ideologia cultural elevada que não tende nem

para a direita e nem para a esquerda. Esta ideologia, doravante,

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liderará o mundo sendo a manifestação de uma profunda

administração de Deus.

PN3: Teremos a harmonização e controle entre a Cultura

Espiritual e Material em forma da cruz (+). É nascimento da

Cultura que une o vertical com o horizontal.

PRESIDENTA (debochando): Isso me parece um se manter

sempre no centro, algo como o PMDB, sempre apoiando o

governo de plantão.

PN1: Sim, é um princípio imparcial que é simultaneamente os

extremos. Ilustra tanto o aspecto horizontal da vida, semelhante

à da água que se estende perpetuamente em nível horizontal,

unindo irmão com irmão; quanto o aspecto vertical, semelhante

à atividade do fogo que queima em profundidade e dirige suas

chamas para o alto, unindo o homem a Deus.

PN2: O vertical é estrito e intransigente, seu temperamento é

regido por padrões frequentemente rígidos e restritos, tende a

ser mais crítico do que os outros e a classificar as coisas como

"boas" ou "más". O horizontal geralmente é liberal, sempre

disposto a mudar, tende a um liberalismo excessivo por lhe

faltar uma orientação espiritualmente profunda.

PRESIDENTA (debochando): Isso me parece simbolizar a cruz

equilibrada, indicando a perfeita harmonia entre a direita e a

esquerda. (irritada): Deixem de baboseiras, vejam que até as

plantas e árvores crescem verticalmente em direção ao céu e

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nunca para baixo. Assim também, o homem deve acompanhar e

imitar o progresso e evolução de todos os fenômenos da

Natureza, bem como os do social em que os analfabetos sempre

votem conosco.

PN3: Acho difícil para quem procura salvar a humanidade,

despertando-a para os erros da cultura e para a construção do

novo mundo ideal.

ANTICRISTO: Então, estamos de acordo. Por isso criamos o

programa bolsa família da quais vocês três são participantes.

PN1: Acho que há alguma informação errada. Deixe-me apanhar

no meu bolso o livro escrito por nós onde falamos que a nossa

intenção é formar o homem novo, torná-los homens da cultura

do século XXI.

ANTICRISTO: Espere aí! Vocês também não são analfabetas?

PN2: Claro que não! Nós somos três princesas do povo africano

Dinka constituindo 20% da população do Sudão do Sul. Embora,

este seja um dos países mais pobres do mundo, com altas taxas

de mortalidade infantil, e um sistema de saúde muito precário,

considerado um dos piores do mundo, nós pertencemos à elite

negra de lá.

PN3: Estudamos durante dois anos não só a língua portuguesa

como também a história do Brasil para poder visitar favelas

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brasileiras a fim de realizar uma pesquisa comparativa com a

situação das favelas em nosso país.

PRESIDENTA: Isso está me parecendo mais um conto de fadas.

PN1: Em uma jornada em quatro etapas.

PN2: A primeira etapa – a travessia – levou à heroína, que é a

gente as três princesas negras gigantes da África, a uma terra

diferente que é a América do Sul, marcada por acontecimentos

mágicos e criaturas estranhas como, principalmente, a conversa

com a presidenta e o Anticristo.

PN3: A segunda etapa – o encontro – que quase se deu com a

presença diabólica do ex, um ameaçador a voltar à presidência.

PN1: A terceira etapa - conquista - mergulhou numa luta de vida

ou morte com a bruxa da presidenta e o anti Cristo do tutor em

defesa da verdade que leva inevitavelmente à morte destes

últimos em suas mentiras e falcatruas.

PN2: A quarta etapa- a celebração - uma reunião das três

princesas negras, em que a vitória sobre a bruxa, o Anticristo e o

ex é enaltecida e todo o povo brasileiro poderá viver feliz para

sempre.

PN3: Com um governo, uma economia e uma ideologia de nível

elevado, bem distante do que existe hoje aqui neste país, o

Brasil poderá ser um modelo de uma cidade paradisíaca.

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INICIAÇÃO AOS

BENS

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SAÚDE

Por uma avenida ultra movimentada de carros de uma grande

cidade caminham juntas dois homens pela calçada. Um deles de

nome Visnu usando túnica, turbante e carregando cajado; o

outro é Siva de terno, chapéu e maleta. Eles vão conversando.

SIVA: Dá um tempo. Nesse tempo moderno e você aí com essa

túnica e turbante parecendo um fantasma. E cá entre nós cajado

é coisa para gente cansada. Só falta andar com uma tábua de

salvação dos que se afogam ou que vira o profeta Moisés, Jesus,

Maomé, Nostradamus ou quem sabe o profeta Gentileza.

VISNU: Eu sou é profeta do Deus dos pobres, dos pecadores.

SIVA: Ah sim! O Deus dos incapazes. Sem dúvida, com isso o

"reino de Deus" cresceu. Antigamente, tinha somente seu povo,

seus "escolhidos". Agora possui a "grande maioria" ao seu lado.

Mas esse democrata entre os Deuses acabou sendo um Deus de

todos os lugares insalubres que reina no submundo.

Assustadoramente, eles são abordados por uma mulher de jaleco

branco de médico com aspecto de muita sofrida.

VISNU: O que houve doutorar? Não conservou sua saúde?

SIVA: Saúde é um estado físico e mental em que é possível

alcançar todas as metas vitais e não apenas ausência de doença.

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MÉDICA (depressiva): Presença de doença, isso é o que tenho

demais. Eu sou hipertensa por excesso de sal, tenho enfisema

pulmonar por fumar e adquiri câncer por bebida alcoólica.

VISNU: Desculpe-me por confundi-la com médica.

MÉDICA: Mas, eu sou médica.

VISNU: Pelo visto seu bem-estar social inexiste. O que faz aqui?

MÉDICA: Estou aqui para me suicidar, jogando-me embaixo das

rodas desses carros.

VISNU: Isso não! Apegue-se a sua fé, sua família e trabalho.

MÉDICA: Perdi-as, após descobrir que era uma mercenária. Só

tratando de cliente rico não importando nem se era assassino.

VISNU: O que! Fique calma vamos fazê-la alcançar a sua saúde

novamente por meio de boa alimentação, atividade física.

SIVA: Todas as desgraças enfrentadas pela humanidade têm sua

origem nas doenças não só físicas, como também nas espirituais.

VISNU: Se está insinuando que a doutora é uma desgraçada

então por que ao invés de destruir não aponta uma solução?

SIVA: Está bem. A solução para ela é ampliar o conhecimento

espiritual e físico das doenças. Pois, não havendo evolução no

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conhecimento espiritual, não se tem condições de reconhecer,

assim de imediato, o problema.

VISNU: No meu tempo é começar sabendo a causa e tratando.

SIVA: No meu é começar sabendo o que é a doença.

MÉDICA: Mas, doença é um processo mórbido considerado

desde suas causas iniciais até suas consequências últimas.

VISNU: É o que sempre escutei. Doença é um andamento

mórbido sim, uma maldição de Satanás.

SIVA: Errado. É um processo de purificação e benção de Deus.

MÉDICA: Tomara que isso fosse verdade.

SIVA: O homem constitui-se dos componentes espiritual e físico,

sendo o primeiro o principal e o segundo, subordinado. É uma lei

universal. Quanto à doença, tem-se o seguinte. As toxinas

existentes no físico projetam-se no espírito, transformando-se

em máculas. Desencadeia-se, então, uma ação purificadora para

dissipá-las que, ao mesmo tempo, refletindo-se no físico,

dissolve e elimina as toxinas. Ao sofrimento assim provocado dá-

se o nome de doença. A primeira ação, na qual se verifica a

identidade físico-espiritual, é horizontal; a segunda é uma ação

vertical, caracterizada pela soberania do espírito sobre o físico. É

de crucial importância entender este princípio.

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VISNU: Se é um fato que as doenças constituem formas de

limpeza de todas as impurezas que toda a humanidade

depositou no corpo, então tal purificação não ocorrerá apenas

individualmente, deverá ser de âmbito universal. E daí?

SIVA: Daí se saber que no mundo há locais onde, dependendo

dos fatos positivos ou negativos neles ocorridos, impurezas se

acumularam, com o passar dos tempos. E agora, deverá ser

acionada uma ação purificadora intensa, para limpá-los.

MÉDICA: Ah! Desde modo então entendo porque a doença é a

maior benção que Deus atribuiu ao ser humano, pois, ela é uma

ação fisiológica natural através da qual a saúde do ser humano é

preservada e sua vida é prolongada. Por isso, ela deve ser

motivo de gratidão. Fico surpreendido pelo seu conteúdo

inédito.

VISNU: Mas, as expressões “luta contra a doença” e “o diabo da

doença”, como é que ficam?

MÉDICA: Não há coisas mais equivocadas que isso. Realmente, é

devido ao desconhecimento da causa fundamental da doença,

mas baseado nesse novo ponto de vista se deveria dizer:

“amamos a doença”. (falando alto): Eu amo a minha pressão

alta, o meu enfisema pulmonar, o meu câncer de estômago.

VISNU: Eu não entendo mais essa médica doente. Ela parece

bipolar, há cinco minutos ia se suicidar, agora é uma apaixonada

e entusiasta pela vida e até pelas suas doenças.

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SIVA: É que ela descobriu que o principal erro da medicina é a

forma com que ela interpreta o sofrimento da doença. Ou seja,

para ela, o sofrimento é prejudicial ao corpo físico, destrói a

saúde e põe a vida em risco. Interpreta que, em se eliminando o

sofrimento, cura-se a doença. E ela agora entende que o grande

equívoco reside justamente nessa maneira de pensar.

MÉDICA (entusiasmado): É de vital importância chegar a

compreender que aquilo que denominamos doença não passa

de um processo da Natureza para restaurar o equilíbrio rítmico,

a que chamamos saúde, e que está associado à eliminação das

máculas acumuladas no corpo espiritual. O corpo físico precisa

eliminar toxinas - herdadas, ingeridas ou de alguma forma

geradas - para que as suas funções não sejam prejudicadas. O

mal-estar ou doença constitui um incômodo indício da descarga

natural desses venenos. (pausa): Deduzo que o estado do

organismo ideal é o do equilíbrio natural; que a saúde é inerente

ao homem, devendo ser o seu estado normal.

VISNU: Isso não, pois se costuma dizer, desde a Antiguidade, que

o homem é um poço de doenças.

MÉDICA: Errado. Ele é um poço de saúde. Porém, devem existir

três tipos de saúde. As pessoas verdadeiramente saudáveis, as

de saúde debilitada e as que se situam entre essas duas.

VISNU: Em qual desses tipos você se enquadra? E como irá se

tratar? A ciência está convicta de que a causa das doenças é

resultado da existência de bactérias e micróbios no corpo

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humano. Então, pela lógica comum, a cura deve se iniciar pela

eliminação desses seres microscópicos.

SIVA: Os micróbios surgem naturalmente. Na verdade, porém,

uma doença tem como causa algo muito menor que uma

bactéria, que nem sequer chega a ser visível através das lentes

de um microscópio. E também o ato de se tentar a eliminação

desses seres infinitamente pequenos está equivocado, pois o

homem tem de ser considerado por um ângulo maior, global e

transcendente, ou seja: como a soma de dois corpos - o material

e o espiritual.

VISNU: Sim, mas você só destruiu que as causas e tratamentos

não sejam assim, mas quais são as causas e tratamentos então?

SIVA: A medicina convencional só está preocupada com a forma,

com os sintomas; não busca a origem dos males, não sabe tocar

o pontinho central do circulo. Todavia, os pontinhos são: Mácula

e toxina; Pecado e encosto; Remédio e fertilizante. E os

tratamentos são respectivamente: Johrei, Fé Correta inclusive

com a ajuda do espírito guardião; e Agricultura Natural.

VISNU: Vai me dizer que os tratamentos não são mais:

acupuntura, antisséptico, banho de sol, chá, cirurgia, compressa,

cosméticos, emplasto, esfriamento com gelo, inalação de

oxigênio, injeção, medicamento (remédio), mocha, radioterapia,

vacina e vitamina?

MÉDICA: Impossível! Remédios não ser forma de tratamento?

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SIVA: Consideremos o significado das inundações. As impurezas

do solo, causadas pelos fertilizantes químicos e os inseticidas,

produzem naturalmente uma ação purificadora por parte da

Natureza, no esforço para eliminá-las. Devido à crescente

poluição química, podemos sofrer inundações mais frequentes

ainda e outras catástrofes sem precedentes. Esse princípio

fundamental se aplica a todas as coisas.

MÉDICA: Sim, mas o que os medicamentos têm a ver com isso?

SIVA: Também a doença obedece a esse princípio. A ingestão de

substâncias estranhas ao corpo aumenta as toxinas: o uso de

produtos químicos não naturais e venenosos para suprimir esses

efeitos, produz toxinas ainda mais perniciosas, ocasionando

purificações mais drásticas. Os germens surgem para ajudar a

eliminação de impurezas acumuladas na corrente sanguínea.

VISNU: Não está juntando calamidades naturais com humanas?

SIVA: Existem três grandes calamidades que são naturais, quais

sejam: a do fogo causador de incêndio; a dos ventos e chuvas

ocasionando tufões e inundações; a da terra com terremotos. E

existem também as três pequenas calamidades que são

humanas, quais sejam: a doença, a fome e a guerra, desde as

eras remotas.

MÉDICA: Inclusive em males tidos de menor vulto, como

conflitos no campo social?

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SIVA: Podemos observar atividade correspondente no campo

social. Criaturas perversas aparecem devido ao acúmulo de

nuvens criadas por condições sociais errôneas. Os erros

cometidos pelos homens provocam acúmulo de nuvens no corpo

espiritual do conjunto da sociedade. A existência de pessoas

perversas é uma consequência natural da violação das leis

espirituais. Os tormentos e sofrimentos que ocasionam,

constituem uma forma de purificação.

VISNU: Sim, mas o que causaria as calamidades naturais?

SIVA: A tempestade é uma calamidade humana.

VISNU (indignado): Daqui a pouco tempestade vai ser uma

batalha dos Deuses contra os Titãs. Eu preservo que tempestade

é associada às nuvens, mantenho esse entendimento sem

alteração.

MÉDICA: Caramba! Você é um conservador que não tem

nenhuma dúvida e o seu companheiro aí é um destruidor sem ...

SIVA: ... sem dúvida também, já que as minhas certezas neste

mundo são de três extinções: doentes, pobres e criminosos.

MÉDICA: Talvez você com sua destruição de paradigmas não

tenha a dimensão do quanto transformou a minha vida. Fique

certo que estou esperançoso em me curar. Curvo-me perante a

ti e espero que no seu caminhar consiga também transformar

pobres e criminosos por meio da prosperidade e da paz. Adeus.

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PROSPERIDADE

E lá vai a médica agora com saúde aparente e eles continuam

caminhando quando novamente de forma repentina eles são

abordados por alguém com aspecto de muita angústia e sujeira

vestido num jaleco branco.

VISNU: O que houve doutor? Não conservou sua prosperidade?

PROFESSOR: Eu não sou médico e nem tenho pós-graduação, eu

sou professor de ciências.

VISNU: Sim, mas o que faz aqui e não em uma sala de aula?

PROFESSOR: Estou aqui para me suicidar, jogando-me embaixo

das rodas desses carros.

VISNU: Isso não! Apegue-se a sua fé, sua família e trabalho.

PROFESSOR: Perdi-as, após descobrir que eu era um mercenário

por estar contribuindo com a reprodução do sistema ao ensinar

em escola de rico.

VISNU: O que! Mas, fique tranquilo, pois vamos ajudá-lo a

recuperar sua autoestima e o amor pelo magistério.

Primeiramente, responda se é professor de ciências naturais ou

humanas? Aquelas que estudam os aspectos físicos e não

humanos do mundo ou aquelas que tratam dos aspectos do

homem como indivíduo e como ser social?

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SIVA: Isso pouco importa diante de um ser que educa para a

prosperidade com tal semblante de pobre. E prosperidade tem

como antônimos a pobreza e a involução, ou seja, tem como

sinônimos a riqueza e o progresso.

VISNU: No meu tempo uma maneira padronizada de avaliação

da prosperidade de uma população era realizada pelo ...

SIVA: ... hoje, é pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

que é uma medida comparativa de riqueza (economia no sentido

de renda através do PIB per capita) e progresso (saúde, por meio

da longevidade, e educação, com taxa de alfabetização e

frequência a curso).

VISNU: Mas, como ajudar um pobre professor em sua profissão

se não conversarmos com ele sobre os objetivos, conteúdos,

metodologias e avaliações de ensino e aprendizagem?

SIVA: Mas, antes de tudo, o que é educação? Diga lá mestre.

PROFESSOR: Para uns, ela é um processo e efeito de

desenvolver as faculdades humanas, na formação do espírito

isento de todo dogmatismo, que capacite à pessoa tornar-se

mestre da sua própria atividade desde que continue

aprendendo. Para outros como o pragmatista William James:

“Educação é a organização dos recursos biológicos individuais, e

das capacidades de comportamento que tornam o indivíduo

adaptável ao seu meio físico ou social.”

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VISNU: No entanto, as capacidades são diversas, tem-se desde

as instrucionais com conhecimentos e as morais com valores,

passando pelas técnicas com habilidades e as gerais com

cortesia, até as físicas com memorizações e as sociais com

patriotismo.

SIVA: A definição de educação precisa ser mais abrangente, pois o homem tornou-se indiferente ao espírito, chegando a confundir ciência com civilização. Dessa maneira, a educação precisa desenvolver a faculdade espiritualista, isto é, as intelectuais, emocionais e volitivas impregnadas de sabedoria, amor e coragem e de verdade, virtude e beleza. Uma educação com tal característica pode ser chamada de educação espiritualista. VISNU: Todos nós sabemos o que é conviver diariamente com a falta de investimento do governo na educação, desinteresse dos alunos pelos estudos, falta de compromisso dos alunos em cumprir as normas das escolas, falta de material nas escolas, dificuldade de envolvimento dos pais e alunos na escola. PROFESSOR: Vocês estão por fora, não sabem o que é conviver diariamente com as pessoas prosperando por meio do mal. SIVA: A História mostra desde os tempos antigos, por mais que a pessoas prospere por meio do mal que essa prosperidade não dura muito, acabando por desmoronar. É um fato que deveria ser percebido facilmente, mas parece que isso não acontece. A sociedade continua assolada pelos crimes horripilantes como assaltos, fraudes e assassinatos, bem como casos de corrupção de pessoas que ocupam posições elevadas. PROFESSOR: A solução do problema é absolutamente difícil.

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SIVA: Pelo contrário, é muito fácil. Basta despertar as pessoas da educação materialista que receberam para a educação espiritualista. Em termos mais claros, destruir o pensamento errôneo de que se deve acreditar somente nas coisas que possuem forma e desacreditar daquelas que não a possuem. VISNU: Para mim, se o homem deseja crescente prosperidade,

deve fazer esforços para aprofundar sua inteligência.

PROFESSOR: Uma coisa que cansa na minha profissão é ter que

falar 10 ou 20 vezes para que os alunos entendam.

SIVA: No futuro próximo entenderão se falarmos 5 ou 6 vezes.

PROFESSOR: Não acredito. Minha opinião é que cada vez vai

ficar pior o desinteresse pelos estudos. Eles vão é ficar enviando

mensagens idiotas uns para os outros.

SIVA: É imperativo que o processo de ensino-aprendizagem acompanhe os acontecimentos e a transformação mundial. Devem-se usar meios modernos de comunicação, como a televisão e a Internet, mesmo quando se toma banho, come. VISNU: A Educação está muito distante do verdadeiro caminho.

Seu real objetivo é formar homens íntegros.

PROFESSOR: O que você quer dizer com isso?

VISNU: Que ela na atualidade forma as inteligências do mal.

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SIVA: Seu objetivo é formar homens que façam da justiça o seu

código de Fé e se esforcem para aumentar o bem-estar social,

contribuindo para o progresso e a elevação da cultura.

PROFESSOR: Onde trabalho só há interesse no diploma.

SIVA: Diplomem-nos. Apenas dos que buscam intensivamente a missão das coisas. (conclamando): Educadores! Sejais estabelecedores de pessoas e sociedades sadia, próspera e pacífica, sejais reeducadores dos formandos e dos formados pela educação materialista. VISNU: Em todas as épocas, os jovens possuem vigoroso senso de justiça e ódio ao mal. Ao deixarem os bancos escolares, no entanto, enfrentam uma realidade tão inesperada, que golpeia todas as suas convicções, dissolve seus velhos ideais e exige a reformulação de seus valores, para que eles adquiram a chamada “experiência da vida”. Qualquer manifestação do espírito de justiça cria mal-entendidos, suscita antipatia de superiores hierárquicos e dificulta-lhes o sucesso na profissão. Qualquer intenção de justiça é considerada como pedantismo ou inexperiência. A essa altura, o sentimento de justiça é posto de lado, num canto do coração, sendo substituído pelo “senso prático”. Considera-se, então, que o jovem se aprimorou na arte de viver em sociedade. PROFESSOR: É isso aí! E aí nós só ficamos ensinando coisas inúteis para uma sociedade evoluída em prol da humanidade. VISNU: Estudo não tem apenas uma modalidade, pois existe o estudo vivo e o estudo morto. Aprender por aprender é estudo morto, enquanto aprender algo para ser utilizado na sociedade é estudo vivo.

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PROFESSOR: Pois é, o que sempre achei é que deveríamos

utilizar livros didáticos e aulas adequados ao avanço cultural.

SIVA: O estudo destina-se ao desenvolvimento do cérebro

humano. É para edificar uma base, como se fosse o alicerce de

uma casa. Sobre essa base, precisa-se fazer uma nova

construção, ou seja, utilizar o estudo, desenvolvê-lo e com ele

criar coisas novas. Isso significa ajustar os passos ao contínuo

progresso cultural. E não é só isso. O verdadeiro estudo vivo é

aquele que avança ainda mais, desempenhando a função de

orientar a cultura.

VISNU: Nós só não conversarmos com ele sobre avaliação. SIVA: Ela tem que se pautar pela capacidade de estabelecer méritos muito mais do que notas. PROFESSOR: Por favor, o que eu deveria guardar sobre objetivos, conteúdos, metodologias e avaliações. VISNU: Objetivos: Prepara na formação de homens íntegros; Concebedores de uma civilização espiritual-material; Constituidores de uma ciência que englobe a matéria e o espírito; Diplomadores dos que buscam intensivamente a missão das coisas; Reeducadores dos formandos e dos formados pela educação materialista; Estabelecedores de pessoas e sociedades sadia, próspera e pacífica. SIVA: Conteúdo: Considerando os fenômenos espirituais; Entendendo a relação entre os mundos Espiritual e Material; Utilizando as energias espirituais; Aprofundando o significado dos elos espirituais; Aprendendo sobre o lado espiritual da Bolsa

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de Valores; Assumindo que tudo é proveniente do produto dos espíritos do fogo, água e terra. PROFESSOR: Sobre este último ponto me faz lembrar que as primeiras tentativas de entender o cosmo com seus fenômenos naturais, desvinculados da religião ou de forças sobrenaturais, surgiram no século V a.C., na Grécia, com Empédocles a dizer que a matéria seria formada pelos quatro elementos primários fogo, ar, água e terra. VISNU: O que diferenciaria um animal, um vegetal, um mineral é a quantidade de cada elemento primário desses? SIVA: Comparando com a atual teoria atômica de Dalton, onde

toda matéria é formada por minúsculas partículas denominadas

átomos, que por sua vez são constituídos por três partículas

fundamentais: prótons (de carga elétrica negativa, “análogo” à

Água), elétrons (neutro, Terra) e nêutrons (positivo, Fogo).

Assim, o que diferencia um Sódio de um Potássio é o primeiro

ter 11 prótons, 11 elétrons e 12 nêutrons, enquanto o segundo:

19, 19 e 20.

PROFESSOR: Quais seriam as origens do Fogo, Água e Solo?

SIVA: O Sol é a origem do elemento Fogo com f maiúsculo, algo

espiritual, e não fogo com f minúsculo, algo mais material; a Lua,

a origem do elemento Água; a Terra, a origem do elemento Solo.

As energias do Fogo, da Água e do Solo movem-se, cruzam-se e

funde-se em sentido vertical e horizontal. Se o elemento Fogo se

reduzir a zero, restando apenas o elemento Água, o Universo

ficará congelado instantaneamente. Ao contrário, se restar

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apenas o elemento Fogo, e o elemento Água se reduzir a zero ,

haverá uma explosão e tudo se anulará. Os elementos Fogo e

Água unem-se com o elemento Solo, e dessa união produz-se a

energia que dá existência a todas as coisas. Por essa razão, o

fogo, pela sua natureza, arde em sentido vertical, e a água corre

em sentido horizontal; o fogo arde pela ação da água e a água se

move pela ação do fogo.

PROFESSOR: Que interessante!

VISNU: Metodologia: Modo de agir segundo a precedência do espírito, a identidade espírito e matéria, a ordem e a causa e efeito; Alicerçado no respeito aos compromissos; Conhecendo profundamente o que se ensina; Praticando o que se aprende; Aprendendo pelas manifestações contrárias; Treinando o estado espiritual do estudante. PROFESSOR: Estou de volta para vida, vou me atirar nos braços dos alunos ao invés nas rodas dos carros. Saio da pobreza espiritual em que me encontrava para a riqueza, a prosperidade. SIVA: Não esqueça que o colégio é de rico. Se possível sendo um

multiplicador na extinção de doentes, pobres e criminosos.

PROFESSOR: O que eu mais gostaria neste momento é encontrar

um livro sobre a criação da civilização apregoando a construção

do Paraíso Terrestre, o que seria necessário à formação da

cultura do Mundo Novo com objetivo de esclarecer que a

civilização atual não é a verdadeira civilização e que, nesta a

Medicina, a Educação, e principalmente a Política fossem

completamente revolucionadas. Adeus.

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PAZ

E lá vai o professor agora liberto da pobreza e eles continuam

caminhando quando mais uma vez de maneira repentina eles

são abordados por alguém com aspecto de muita ira vestido

num jaleco branco.

VISNU: Pelo visto você não é doutor, professor e nem conservou

sua paz?

POLICIAL: Eu sou policial exterminador. Mas, fiquem tranquilos,

não estou aqui para matar ninguém, mas sim para me suicidar,

jogando-me embaixo das rodas desses carros.

VISNU: Isso não! Apegue-se a sua fé, sua família e trabalho.

POLICIAL: Perdi-as, após descobrir que eu era um mercenário

por estar defendendo a classe exploradora economicamente,

dominante politicamente e hegemônica ideologicamente,

principalmente dos capitalistas e populistas. Eu batia e matava

as pessoas erradas, como dói na minha consciência.

VISNU (falando para si): Medicina para mim agora é uma ciência

da natureza, Educação da ciência humana. E a Paz?

SIVA: Polemologia são os estudos para a Paz, que é um esforço

interdisciplinar visando à prevenção e solução de conflitos. Isto

contrasta com os estudos da guerra, dirigidos à consecução

eficiente de vitória em conflitos.

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POLICIAL: Eu desesperado pela dor na consciência fiz esse

esforço interdisciplinar abracei múltiplas áreas das ciências

militares, ciências políticas e estudos das relações internacionais.

A aceitação da polemologia como um ramo de estudo no campo

das ciências políticas levou-me a uma discussão acerca do objeto

de estudo desta ciência, que, para alguns, é o Estado e, para

outros, o poder. A primeira posição restringe o objeto de estudo

da ciência política; a segunda amplia.

VISNU: A palavra “paz” derivada do latim Pax = Absentia Belli, se

refere à ausência de violência ou guerra. Neste sentido, a paz

entre nações, e dentro delas, é o objetivo assumido de muitas

organizações, como a ONU.

POLICIAL: É mais existem, pelo menos, sete tipos de paz: paz

pela lei, pela força, pelo terror e a que mais eu gostava para os

outros que era a paz eterna, usada como legenda na ilustração

de um túmulo. As que andei procurando e não encontrei foram a

paz social, a paz religiosa e a que mais ambicionei: a paz pessoal.

SIVA: Em suma, se pode dizer que paz tem como antônimo o

conflito externo quer entre nações, povos, instituições,

comunidades, grupos e indivíduos, bem como o conflito interno

pessoal, e tem como sinônimo desde a trégua, a docilidade, a

tranquilidade, o equilíbrio e a harmonia.

VISNU: A situação do mundo contemporâneo apresenta-se

realmente periclitante, talvez como jamais se tenha visto na

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História. O temor pela Terceira Guerra Mundial domina quase

toda a humanidade.

SIVA: Essa é a imagem do mundo atual, que se projeta à vista de

qualquer um; todavia, se não conhecemos a verdade sobre o

Mundo Espiritual, onde está à origem de tudo que acontece

neste mundo, não poderemos descobrir a causa do problema. Só

depois disso, conseguiremos prever o futuro e ter tranqüilidade

de espírito.

POLICIAL: Vais me querer dizer que a luta entre os homens

iniciou-se no Mundo Espiritual a partir do momento em que o

ser humano foi criado?

SIVA: Sim, os mais fortes queriam apoderar-se de todas as

regiões conhecidas àquela época, governado-as conforme sua

vontade. Para isso, recorriam à violência, sem distinguir o bem e

o mal, tal como vemos presentemente. Assim, pouco a pouco, a

inteligência do homem foi se desenvolvendo, e, paralelamente

ao aumento da população, ampliou-se a escala da luta, tendo-se

chegado, enfim, à situação atual.

VISNU: E pelo que se escuta o plano da conquista da supremacia

mundial foi elaborado há cerca de três mil anos, e seu chefe era

o dragão vermelho possuidor de grande poder no Mundo

Espiritual. Esse dragão incorporou numa divindade e, através

dela quis apoderar-se do mundo, tendo utilizado os métodos

mais atrozes. Durante algum tempo a divindade se saiu muito

bem, recorrendo a tudo para atingir seu objetivo, mas, quando

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já estava prestes a atingi-lo, falhou e recebeu severa punição de

Deus. Arrependendo-se, voltou ao seu estado natural.

POLICIAL (debochando): A partir daí, o dragão passou a

incorporar nas grandes personalidades de cada época,

procurando despertar nelas a ambição de dominar o mundo.

Fracassou sempre, mas não aprendeu, e até hoje está lutando

tenazmente, com toda a força. Muitos homens considerados

importantes estão neste caso. A História nos mostra que,

embora eles tivessem grandes poderes na época, acabaram

tendo um triste fim. César, Napoleão, Guilherme II, Hitler e

outras podem servir de exemplo. (rindo): Não é assim?

SIVA: O que eu estou dizendo não é mera teoria ou algo

parecido. Aquele que comete delitos vive inquieto e

atormentado pelo receio de ser preso. Sob a tortura da sua

consciência acusadora, é induzido ao arrependimento, sendo

frequente o caso de criminosos que se entregam ou se alegram

em cumprir a pena, porque assim adquire calma. Ou em caso

extremo, quer se suicidar. Não é verdade?

Esse tipo de pergunta fez doer naquele policial e o deixa sem

resposta, mas não sem um pergunta.

POLICIAL: Então, para que o homem veio a este planeta? SIVA: O homem veio à Terra com a missão de auxiliar na concretização das condições ideais do planeta, de acordo com o Plano Cósmico, Quando ele vive em conformidade com esse

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Plano, é naturalmente abençoado com a saúde, a prosperidade e a paz, a que tem direito inalienável. POLICIAL (rindo): Transformar Inferno em Paraíso. VISNU: Por isso, será a grande revolução jamais vista desde o

início da Humanidade.

POLICIAL (rindo): Pelo visto deve ser uma revolução sem

derramamento de sangue, uma revolução paradisíaca. Estamos

assim atravessando a véspera do “Fim do Mundo”.

SIVA: Fim do Mundo, ou seja, do mundo da falsidade, maldade e

feiura. O Mundo da Noite é um mundo de trevas, caracterizado

pelas doenças, pela fome e pelas lutas. Em contraposição, o

Mundo do Dia é um mundo de luz, caracterizado pela saúde,

prosperidade e paz.

POLICIAL: Meus anjos, a vida moderna está cercada de muitos perigos, como enfermidades, dificuldades financeiras e assaltos, os quais não sabem quando irão nos atacar. Pensando nisso, não podemos sentir-nos tranquilos um instante sequer. Em face dessa situação, os órgãos governamentais e civis têm tomado medidas de defesa, tal como seguros de saúde, seguros contra acidentes e desemprego, sistema de instalações assistenciais. SIVA: Entretanto, medidas de ordem material como essas não garantem a paz além de certo limite. Apenas um seguro abstrato, isto é, o seguro proporcionado por Deus, é que nos pode assegurar a tranquilidade absoluta. O homem moderno, no entanto, vive num dilema: vê que as medidas materiais não lhe proporcionam uma vida calma, mas dificilmente aceita o

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conceito de força abstrata ou seguro proporcionado por Deus. Sendo assim, ele não passa de uma pobre pequena ovelha e conflituoso grande felino. POLICIAL: Por que vocês não constroem um modelo de paraíso? VISNU: Nosso ideal é construir um protótipo de um mundo sem

doença, pobreza e conflito, as pessoas que nele ingressaem

adquiram uma vida alegre e saudável, cheia de felicidade e

prosperidade, cheia de harmonia e paz. Todavia, para os que

vivem no lamentável inferno da sociedade atual, isso é algo

inconcebível. Além de negarem a concretização desse ideal, eles

pensam, naturalmente, que tudo não passa de uma boa isca

para iludir o povo.

POLICIAL: Como conseguiremos obter a paz e a segurança? VISNU: É difícil obter repentinamente a paz e a segurança. É preciso que a pessoa se purifique o suficiente. Entretanto, se a pessoa conseguir entender e acreditar verdadeiramente até esse ponto, e se ela, aconteça o que acontecer, não se abalar o mínimo que seja, significa que ela já adquiriu a paz e a segurança. Mesmo que esteja sofrendo um pouco, ela acreditará que isso é purificação e que com isso, as toxinas irão diminuir. POLICIAL: Desse modo, só entregando a Deus e viva as religiões que tem por princípio o amor fraternal e o espírito de conciliação e paz, e não conseguem nem estabelecer unidade nos sistemas doutrinários. SIVA: Até agora, elas careciam dessa força; por conseguinte, tiveram de pregar a Iluminação para satisfazer o povo, no seu

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desejo de atingir, pelo menos, a paz espiritual, uma vez que não conseguiam obtê-la na sua totalidade, isto é, espiritual e materialmente. Ou então pregaram a resignação, através do espírito de expiação e do princípio de não resistência contra o mal. Criaram, portanto, a teoria da negação da graça na vida presente, o que explica ser classificada de superior a religião que visa à salvação do espírito, e de inferior aquela que consegue obter, também, os benefícios do mundo. Mas essa teoria não passou de um recurso para determinada época. VISNU: Não obstante, se a Religião excluir a matéria e preocupar-se unicamente com a salvação do espírito, ela não estará promovendo a verdadeira salvação, pois a crença na possibilidade da solução dos problemas materiais é que nos permitirá obter a verdadeira tranquilidade espiritual. Quando sentimos fome, por exemplo, só podemos ficar tranquilos se tivermos certeza de que alguém nos trará comida; se soubermos que ninguém o fará, é natural que fiquemos desesperados, temendo morrer de inanição. O mesmo acontece em relação em relação à doença, dificuldades financeiras e outros problemas. Só pelo reconhecimento de que tudo será solucionado através da Fé teremos calma absoluta. Dessa forma, a salvação das duas partes - a material e a espiritual - é que nos fará sentir-nos salvos, alcançando o estado de verdadeira paz e segurança. SIVA: As pessoas acham que as expressões “paz” e “segurança” limitam-se apenas ao espírito, mas esse modo de pensar constitui um grande erro, uma vez que, para obtermos a verdadeira paz e segurança, não podemos excluir a matéria. Pensem bem: se houver uma que seja das três grandes desgraças - doença, pobreza e conflito - onde estará a paz? Quando as pessoas estiverem certas de que durante toda a sua vida, não terão preocupações com doenças, não ficarão pobres,

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nem haverá possibilidade de se envolverem em conflitos, aí sim, elas terão a verdadeira paz e segurança. O policial fica pensativo e esperançoso no que escuta. POLICIAL: É! Presentemente, a humanidade carece muito do espírito de paz e eu em particular também. SIVA: O mundo apresenta um aspecto multiforme, com a mescla

do bem e do mal. Tragédia e comédia, desgraça e felicidade,

guerra e paz, tudo é impulsionado pelo bem ou pelo mal. Há

homens bons e homens maus. Precisamos, portanto, ser

esclarecido sobre a existência de uma causa básica,

determinante desses dois elementos. No momento, parece-me

indispensável conhecê-la, e por isso desejo explicá-la.

POLICIAL (ansioso): Por favor, por favor, explique.

SIVA: Por uma inclinação normal, o homem, a família, a

sociedade a até os governos procuram o bem e odeiam o mal

porque sabem que o mal não gera paz ou felicidade.

POLICIAL: Como ser de paz e ter ódio dentro de si.

VISNU: Até você que deseja a paz deve odiar o conflito.

POLICIAL: É! Quando o meu coração se religar a Deus será o início da minha paz pessoal e quando todos os corações se religarem a Deus, será o início da paz mundial. (pausa): Será que só eu aprendi essa lição?

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INICIAÇÃO AOS

FINS

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FELICIDADE

Num lugar onde se cruzam dois caminhos desérticos

descampados sem habitantes tem um solitário homem sentado

no ponto comum deste entrecruzamento que transpira

abundantemente e soluça de tanta tristeza dizendo “Sonho meu

... sonho meu ... sonho que não é apenas meu. Por quê? Porque

não me deixa viver sem pensar em ...”. Quando neste momento

no espaço e tempo que pouco importa, quanto mais assinaturas,

surge no caminho leste e nascente daquela encruzilhada:

vocativo, texto e tema que se relevam.

FOGO: Ó Terra, que está na junção. Eu sou Fogo que lhe ilumino

e aqueço. Comunico-lhe que em todos os tempos, o ser humano

aspirou à felicidade, primeiro e último objetivo do homem e

meta de todo preparo, esforço e aperfeiçoamento.

TERRA (soluçando): Ó Fogo, que está no Oriente, o que me

importa é saber quando poderão as criaturas consegui-la de

fato?

FOGO: A maioria, não obstante ansiar pela felicidade, permanece vítima das desgraças e deixa este mundo antes de desfrutar a alegria de vê-la concretizada. TERRA: Então a felicidade é algo muito difícil de alcançar? FOGO: Devo-lhe dizer que não. A felicidade baseia-se na eliminação de três fatores principais: doença, pobreza e conflito.

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Nisso na direção oposta vem outro elemento para nesta encruzilhada promover um cruzamento de ideias, uma discussão. ÁGUA: Ó Terra, eu sou Água no caminho oeste, ocidental e poente que lhe trago a penumbra e resfriamento. Comunico-lhe que tenho a certeza de que essa eliminação não é nada fácil e que a maior parte se submete a uma forçada resignação.

FOGO: Sim, é verdade o que Água diz desde que não se saiba o

como e se souber não se queira praticar.

ÁGUA: Mas como saber se no estudo da felicidade existe

diferentes abordagens?

FOGO: Sobre isso não discordamos. Quem há de duvidar das

abordagens religiosas, filosóficas e psicológicas sobre felicidade?

TERRA: Quando Buda esteve por aqui comigo ensinou que a

suprema felicidade só é obtida pela superação do desejo em

todas as suas formas. Cristo inovou na sua época, ao defender a

gentileza entre as pessoas como elemento fundamental para se

atingir a harmonia em todos os níveis, inclusive no nível da

felicidade individual. Maomé enfatizou a caridade como uma

noção básica que deveria guiar o ser humano rumo a uma

sociedade ideal, ou seja, a uma comunidade mais feliz.

FOGO: Sim Terra, mas qual dessas é a que você adotou para sua

vida de modo que você alcance a felicidade tão almejada por si?

TERRA: Eu adoto àquela que me leva ao meu bem estar.

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FOGO: Essa atitude indica um indevido amor-próprio e não pode

ser muito abençoada por Deus. Não é verdade?

TERRA: Mas não disse que no fundo a felicidade é o objetivo

grandioso do homem? O que é falso em procurá-la para mim?

FOGO: Você não conhece a regra de ouro de todas as religiões?

O Messias Meishu-Sama ensina que: “Sempre afirmei e continuo

afirmando: quem deseja ser feliz, deve primeiramente tornar

feliz seus semelhantes, pois a Divina recompensa a que disto

provém, será a Verdadeira Felicidade.” E diz mais: “Após ter

fundado a Messiânica, estou me esforçando, ao máximo, para

salvar milhares de pessoas e criar um mundo de felicidade.”

ÁGUA: Mas, isso é apenas a abordagem religiosa? Não se pode

esquecer a filosofia epicurista defensora que a melhor maneira

de alcançar a felicidade total é através da satisfação dos desejos.

FOGO: Nem esquecer a felicidade parcial defendida por Freud

através do "princípio do prazer". Não entendeu? É parcial

porque esse meio seria fadado ao fracasso, devido à

impossibilidade do mundo real satisfazer a todos nossos desejos.

TERRA: Vocês estão querendo me dizer que a ...

ÁGUA: ... felicidade tem como opostos a desgraça e a tristeza ...

FOGO: ... e tem como convergentes o sucesso e a alegria. Estes

são termos que representam o sentimento humano de

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entusiasmo, isto é, o ânimo, a convicção e a inspiração de Deus

estar no centro de tudo e de todos. Daí o sorriso ser o símbolo

mais conhecido que representa a felicidade humana.

TERRA: Ou seja, está me dizendo que a felicidade não é nem a

saciedade (a satisfação de todas as nossas propensões), nem a

bem-aventurança (uma alegria permanente), nem a beatitude

(uma alegria eterna)?

FOGO: Sim porque elas geram falsas expectativas.

TERRA: Sabem o que conta mesmo aqui para ser feliz? É a

economia com produto interno bruto alto e inflação baixa.

FOGO: Mas, a economia do bem-estar defende que o nível

público de felicidade deve ser usado como suplemento dos

indicadores econômicos mais tradicionais, como PIB e inflação.

ÁGUA (rindo): Vai me dizer que você está falando da Felicidade

Interna Bruta (FIB) que é um conceito de desenvolvimento social

criado em contrapartida ao Produto Interno Bruto (PIB)? (rindo

mais alto): Ô Fogo esse termo foi criado pelo rei do Butão, em

1972, em resposta a críticas que afirmavam que a economia do

seu país crescia miseravelmente.

FOGO: Esta criação assinalou o seu compromisso de construir

uma economia adaptada à cultura do país, baseada nos valores

espirituais budistas. E os seus quatro pilares são: a promoção de

um desenvolvimento socioeconômico sustentável e igualitário, a

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preservação e a promoção dos valores culturais, a conservação

do meio ambiente natural e o estabelecimento de uma boa

governança.

TERRA: Vocês estão querendo me dizer que ...

ÁGUA: ... existem dois níveis de felicidade: a dos ricos e as dos ...

FOGO (rindo): Nada disso! Os níveis são a momentânea e a

eterna. A primeira, busca a fortuna, sucesso profissional e

aquisição de bens, adquirindo vai logo à procura de outros, o

que a insere numa roda viva sem fim. A segunda é um

procedimento no caminho divino que só se realiza quando

entrar em estado de união com Deus.

ÁGUA (debochando): Só falta completar este ridículo dizendo: “E

não esqueça também de remover as máculas espirituais, hein?”.

TERRA: O que eu notei é que vocês falaram sobre felicidade,

falaram, falaram, mas não disseram o que ela era?

FOGO: Se "A bondade é a qualidade mais necessária ao

altruísmo" então “Altruísmo é bondade”. Logo, quando o

Messias diz que “Deus é felicidade.” estaria afirmando que

felicidade é uma qualidade de Deus; portanto, para ser feliz é

preciso estar na presença de Deus.

ÁGUA (debochando): Tomás de Aquino se aproximou desta ideia

ao descrever felicidade como sendo a visão da essência de Deus.

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TERRA: Pelo que lembro você mencionou que a desgraça e a

tristeza eram opostas da felicidade. O que quis dizer com isso?

ÁGUA: Dizer que elas são uma diminuição e limitação ao ...

FOGO: ... nada disso! Elas fazem parte do desenvolvimento e

ocorre devido ao grande erro na cultura moderna, que é o

inferno do materialismo, ingratidão e egoísmo. Elas ... elas ...

(pausa): O que está havendo consigo! Está pálido.

TERRA: Deixem. Resolverei esses meus problemas de querer a

felicidade com cartomantes, tarô e sortes em geral, já que não

possuo dinheiro e nem mesmos investimentos públicos ou

mecenas que queiram colaborar nesse meu sonho de bem estar.

ÁGUA: Acho que essas são as únicas soluções possíveis.

FOGO: Não faça isso. Pois, isso revela insegurança da alma, que

teme por tudo o que possa vir a acontecer, e é essa fragilidade

frente às dificuldades da vida que acaba por se refletir na saúde

como está apontando essa sua palidez no rosto.

ÁGUA: Qual seria a chance dele no futuro, já que no momento ...

FOGO: Pelo que ouvi de meu mestre: no futuro, semanalmente

os associados se reúnem num dia chamado “Dia da Felicidade”,

cujo deleite e alegria consistem em comida especial para a boca;

música suave para os ouvidos; teatro e dança para os olhos. Para

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que isso se concretize, os milionários arcam com as despesas

contribuindo assim para o bem da coletividade.

TERRA: Sinto muito, mas minha necessidade de ser feliz é agora.

Quando ia se levantar para caminhar na direção até agora vazia

de seres humanos notou surpreso que este seu rumo possível

havia sido ocupado nos dois sentidos por dois elementos.

AR: Ó Terra, eu sou Ar que lhe refresco a superfície. Comunico-

lhe que ...

TERRA (interrompendo): E você no sentido oposto o que tem

também a me comunicar?

GELO: Comunico-lhe que sou Gelo e dependendo do hemisfério

o sentido em que estou pode ser norte ou sul.

TERRA: Sinto muito, mas insisto que a minha necessidade de ser

feliz é neste instante.

Quando ia se levantar para caminhar firmou consciência que os

quatro pontos cardeais estavam todos ocupados por seres

humanos e se viu numa dúvida atroz.

TERRA: Por onde rumar se por aqui não existe ajuda de

mecanismos de controle de tráfego? Não sei nem por onde

nestes quatro caminhos está o verde por onde devo seguir, o

vermelho que faz parar ou o amarelo de prestar à atenção.

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GELO: Acrescentando o branco nesta sua falação diria que esta

seria a minha cor que significa mais do que parar, mas sim de

congelar.

AR: Deixe apenas essas três cores mesmo para os quatro pontos

cardeais. Pois, o sem cor seria eu, o Ar. O Fogo seria o amarelo e

a ...

TERRA: ... a Água só poderia ser o vermelho, já que eu, como

Terra, só poderia ser o verde.

ÁGUA: Então se é o verde, então siga.

TERRA: Para onde, se sou um ponto fixo que para viajar

necessito de uma direção e de um sentido e só assim possa

poder ganhar um significado?

ÁGUA: Vindo ao meu caminho horizontal lhe transportarei pelos

rios e mares.

AR: Vindo ao meu circuito atmosférico lhe levarei pelas nuvens

transportadas pelo vento.

GELO: No meu ... bem no meu, só posso lhe carregar.

FOGO: Como você Terra é o encontro dos caminhos então no

meu caminho vertical lhe conduzo a viajar sem sair fisicamente

desse local e data, a transpor dos sentidos para mente em busca

de encontrar uma ...

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CIDADE

FOGO: Com um tamanho de 40 km por 40 km.

TERRA: Mas, como!?

FOGO: Pela utopia.

TERRA: O que significa isto?

FOGO: Utopia tem como significado mais comum a idéia de

civilização ideal, imaginária, fantástica. Pode referir-se a uma

cidade ou a um mundo, sendo possível tanto no futuro, quanto

no presente, porém em um paralelo.

ÁGUA: Diga que a palavra foi cunhada a partir dos radicais

gregos "não" e "lugar", portanto, o "não-lugar" ou "lugar que

não existe.". Afinal, quer trocar uma cidade existente que você

vê, escuta, cheira, degusta e tateia por uma somente pensada?

AR: Vou arejar o ambiente. Utopia é um termo inventado por

Thomas Morus que se fascinou pelas narrações extraordinárias

de Américo Vespucio sobre a recém-avistada ilha de Fernando

de Noronha, em 1503. Morus decidiu então escrever sobre um

lugar novo e puro onde existiria uma sociedade perfeita.

ÁGUA: Deixem de baboseira. O "utopismo" consiste na idéia de

idealizar não apenas um lugar, mas uma vida, um futuro, ou

qualquer outro tipo de coisa, numa visão fantasiosa e

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normalmente contrária ao mundo real. O utopismo é um modo

não só absurdamente otimista, mas também irreal de ver as

coisas do jeito que se gostaria que elas fossem.

AR: E o que tem isso de errado? Thomas Morus criticou a

própria ordem social do mundo feudal oferecendo as sugestões

talvez válidas até hoje, como: a abolição da propriedade privada;

a conservação da vida familiar como unidade de organização

social; a redução do dia de trabalho para seis horas, tomando-se

medidas adequadas para assegurar o lazer, a educação e a

proteção; liberdade de crença religiosa; um governo de forma

monárquica, mas que estabelecia a eleição do monarca pelo

povo, mediante um processo indireto.

FOGO: Bem como condenava: a transformação das terras de

cultura em terra de pasto; a especulação com os preços; e o

acumular mercadorias em grande quantidade para provocar a

sua falta no mercado e vendê-las depois por preço elevado.

ÁGUA: Mas, o que deu nisso tudo, hein? Morus foi decapitado.

TERRA: Todavia não só existiu essa utopia.

GELO: Memória não recente é comigo, deixem que responda. De

qualidades umas vinte. Desde as utopias gregas como a iniciada

por Platão com a sua República, passando pelas anteriores ao

socialismo inclusive com o anarquismo até ao socialismo

científico de Marx e Engels embasado no materialismo dialético

e histórico, economia política e comunismo científico.

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ÁGUA: Cuidado com este socialismo, pois o corolário de que o

Estado é sempre de uma classe está em conflito aberto com a

democracia, já que o governo do povo pelo povo através do voto

faz o Estado perder o seu caráter opressivo.

FOGO (rindo): Ideologia da democracia burguesa e sua fervorosa

fé no sufrágio universal. É isso que você prega no seu horizonte.

AR: As utopias socialistas se centraram na distribuição equitativa

dos bens, com frequência abolindo completamente a existência

do dinheiro e cidadãos fazendo trabalhos que realmente gostam

e com tempo livre para desfrutar as artes e as ciências.

ÁGUA: Entretando, à medida que o socialismo se desenvolveu

ele foi se afastando das idéias utópicas. As utopias capitalistas se

centram na livre empresa, numa sociedade onde os habitantes

tenham acesso à atividade produtiva, e uns quantos ao governo.

TERRA: Porém, existiram outras utopias que não as políticas e

econômicas, como as ecológicas, as históricas e as religiosas.

GELO: Memória não recente é comigo, deixem que eu responda.

A visão que têm tanto o islamismo como o cristianismo a

respeito do paraíso é de uma utopia, em especial nas

manifestações populares: encantadoras especulações de uma

vida livre de pobreza, pecado ou de qualquer outro sofrimento.

FOGO: Desconhece o que o Messias apregoou? Ele disse que

“Um dia a Messiânica construirá uma cidade” e ao sonhar com o

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século XXI descreveu: “Refletindo sobre o que vira nesse dia,

conclui que realmente o sonho da humanidade havia sido

concretizado. Fiquei bastante comovido, achando que era a

Utopia há tanto tempo idealizada por ela.”

ÁGUA (debochando): Sonho!? Só no sonho mesmo.

TERRA: Não atrapalhe que gosto de escutar. Continue, por favor.

FOGO: “Um vizinho convidou-me para ir a um lugar agradável, e

eu o acompanhei sem hesitar. Mais ou menos no centro de certa

cidade, existia um edifício surpreendentemente suntuoso.

Dirigimo-nos para lá. Nela, havia teatro, restaurante, locais de

diversão etc. Eu quis saber que edifício era aquele, e meu amigo

me disse que era o centro comunitário, acrescentando que todas

as cidades tinham um ou dois desses centros. Em seguida ele

falou que uma vez por semana os membros se reuniam para

trocar ideias. Naturalmente avaliavam propostas sobre o plano

de expansão da cidade, higiene, diversões e outros setores,

objetivando aumentar o bem-estar dos cidadãos.”

ÁGUA (irritado): Mas, o que esse seu Messias fez de concreto?

FOGO: No século passado, ou seja, no século XX, ele se dedicou à

construção de Solos Sagrados no Japão. Eis seu testemunho: “No

caso de realizar uma ampla construção, primeiramente o

homem faz uma maquete, para depois entrar na fase de

execução. Assim, devem pensar que a construção do Paraíso

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Terrestre da Terra Divina, concluída nesta oportunidade, foi

realizada objetivando a sua ampliação ao mundo inteiro.”

AR: Ventilando. Pelo que entendi o Solo Sagrado é a criação das

premissas materiais para o desenvolvimento do Reino do Céu na

Terra. O Centro Comunitário é o sinalizar que o segundo modelo

do Paraíso Terrestre é a cidade com esse centro.

ÁGUA (irritado): Mas, vocês não se tocam que não tem mais

chão livre? Aqui no Brasil, certamente que qualquer área

pertence a um dos seus mais de cinco mil municípios.

TERRA: E aí?

FOGO: E aí é que Lei Orgânica do Município da Nova Era é

apenas um esboço de um projeto para uma Cidade da Nova Era.

GELO: Memória é comigo. No entanto, não recordo de nenhuma

Cidade da Nova Era, nada de projeto, do que está falando?

FOGO: A Cidade da Nova Era é aquela preconizada e orientada

pela filosofia religiosa do Messias. Sua constituição no

pensamento é a formulação da Nova Cultura – a Cultura da Nova

Era – e no plano físico é a edificação dessa cidade paradisíaca. A

construção da Cidade da Nova Era, por enquanto, seria

consolidado apenas espiritualmente e não materialmente. Ou

seja, seria efetivado apenas o conceito filosófico da cidade, isto

é, razão, sentimento e vontade de alto nível sobre educação,

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habitação, transporte, e não existência de escolas, moradias,

veículos, compatíveis com esse pensamento celestial.

TERRA: Ah! Então, o processo de construção dessa cidade, quer

partindo de uma fazenda agrícola ou de uma instituição de

ensino localizadas num aglomerado urbano ou num pequeno

povoado, ou ainda, numa terra virgem, deverá estar inserido

num distrito, bairro, sede, enfim, num município brasileiro?

GELO: E o município rege-se por uma Lei Orgânica que legisla

sobre assuntos de interesse local e é subordinada às

constituições estadual e federal que, por sua vez, legislam sobre

assuntos de interesse regional e nacional, respectivamente.

AR: A Cultura da Nova Era, se enquadrada perfeita e

integralmente nessas legislações, será simplesmente uma

confirmação delas. Mas, por se tratar de uma Nova Cultura, sua

essência produzirá dados novos, que permitirão o

aperfeiçoamento e a inovação das legislações vigentes.

FOGO: A transformação da Cultura da Nova Era em Lei Orgânica

criará um modelo de legislação para um município onde estará

inserida a Cidade da Nova Era.

ÁGUA (debochando): Os ingênuos, por acaso, acham que vão

chegar num município e vão ser acolhidos com aplausos e flores

pelos poderosos do local? Poupem-me seus idiotas.

TERRA: Como seria essa Lei Orgânica do Município da Nova Era?

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FOGO: No que cabe ao Título da Organização do Poder

Municipal destacaria o Capítulo do Poder Executivo onde se teria

a seção de Sustentabilidade formada por meio ambiente,

trabalho e finança. (pausa): No Título da Política e Administração

Municipal se teria dois capítulos: o Capítulo da Divisão Colunas

da Salvação com as três secretarias: “Energia, Ciência e

Tecnologia”, “Agricultura, Indústria e Serviço” e “Arte, Lazer e

Turismo”; e o Capítulo “Divisão Grandes Bens” com suas três

secretarias: Saúde, Educação e Segurança. Esta compreendendo

as quatro subsecretaria: Defesa Civil, Pública e Social; Habitação,

Urbanismo e Transporte.

GELO: Mas, se a memória não me falha, a organização dessa Lei

Orgânica do Município da Nova Era me parece bem diferente.

Como seria o seu Título inicial, isto é, o Título do Município? E o

seu preâmbulo, esquecer-se-ia de agradecer a Deus no final?

AR: Renovando. Acredito que não, tudo deveria começar por

Deus, e elaborada de cima para baixo.

FOGO: Deus é: Verdade, Bem e Belo; Lei, Soberania e Justiça;

Criador do Universo, dos mundos divinal, espiritual e material; dos

planos superior, intermediário e inferior; e dos reinos celestial,

hominal e menores. Gerador de dualidades: positivo e negativo, dia

e noite, yang e yin, etc.; e de vidas (compostas por espírito e

matéria): seres (constituídos de corpos, que podem ser: intuicional,

mental e astral, etéreo e físico) divinos, humanos e animais,

vegetais e minerais. (pausa): Seus Objetivos e os ideais do ser

humano estão em concordância, que são eles: Evoluir tudo

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continuamente para Si; Salvar a humanidade através dela mesma.

(pausa): Seus Atributos são Espiritualismo, Gratidão e Altruísmo.

Seus Recursos são ...

GELO: Agradeceria ou não a Deus no final?

FOGO: Não, pois o final seria assim: “Com a permissão e

proteção de Deus, nós, representantes do povo da Cidade da

Nova Era, imbuídos de Seu significado, objetivos, atributos e

recursos, e respeitando os preceitos da Constituição da

República Federativa do Brasil e da Constituição do Estado do

Rio de Janeiro, constituímos a proposta de uma Lei Orgânica do

Município da Nova Era.”

ÁGUA (irritado): Vocês vão me desculpar, mas é a quarta vez

que eu escuto essa palavra paraíso na Terra e como se sabe

paraíso se é que existe é somente no Céu.

TERRA: Epa! Por que não aqui comigo?

FOGO: E por que não a quinta vez ouvindo que com a descoberta do Novo Mundo, em 1492, surgiu, com maior força, o “Mito da Idade de Ouro”. E por que não a sexta, sétima, oitava, nona, até escutar como diz a oração Amatsu Norito “futikoma no mimi furi tatete, kikoshi messe to”, ou seja, “com os ouvidos bem atentos, procurem ouvir.” Ouvir que com a vinda do Messias, na metade do século XX, ensinou a noção verdadeira de que na Terra se irá construir o ...

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PARAÍSO

FOGO: Construir o Paraíso na Terra, torná-la plena de felicidade,

repleta de saúde, prosperidade e paz, atribuindo ao homem a

missão de edificar tal perfeição, determinando-lhe a

implementação através de um pequeno modelo (a construção

de uma cidade) até chegar a um país mais avançado.

ÁGUA: Pregar todo mundo prega, o complicado é realizar.

GELO: Memória é comigo. Já dizia Robert Owen (1771-1858),

principal dos socialistas utópicos ingleses, que o elemento

essencial da sociedade liberal e capitalista, era o princípio do

lucro e que, suprimido este, desaparecia o pecado original à que

a sociedade devia a queda e a perda do “paraíso”. Seria

necessário suprimir esse princípio para restaurar uma sociedade

justa, onde desaparecesse o “desejo infindável de comprar

barato e vender caro”. Como o instrumento do lucro é a moeda,

era esse instrumento que seria necessário atacar e extinguir.

ÁGUA: Quem iria retirar e revogar a moeda? O Estado? Estão é

querendo algo como uma espécie de regresso ao paraíso.

AR: Num certo sentido concordo com Água. A minha experiência

de arejar as ideias possibilita que pessoas andem nas nuvens,

mas ultimamente tenho vivido dias de "estiagem", que tenho

forçado a andarem com os pés no chão. Daí eu afirmo que fuga

do real é um processo de luta contra o poder estabelecido.

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TERRA: Queiram me desculpar, mas se o paraíso vai ser na Terra,

eu tenho muito a ver com isso. Então, a minha preocupação é

saber como isso vai acontecer.

FOGO: Como uma maquete de uma construção a ser realizada.

TERRA: Como assim!?

FOGO: No sentido de construir o Paraíso Terrestre a Messiânica Mundial irá edificar, inicialmente, o protótipo do Paraíso Terrestre. É como no caso de realizar uma ampla construção, primeiramente o homem faz uma maquete, para depois entrar na fase de execução.

AR: Entrando em contato com o novo diria que o Messias deve

condicionar que este local seja através de um ambiente belo,

pois, os sentimentos dos cidadãos também se tornarão belos, e

os crimes e os acontecimentos desagradáveis diminuirão, o que

tornará um dos fatores determinantes do Paraíso Terrestre.

ÁGUA: Vocês não pensam não? A problemática não é o local, mas sim o habitante, aquele ser animalesco. FOGO: Pensando bem, a principal causa das grandes

calamidades acha-se, sem dúvida, no caráter selvagem que

ainda resta no ser humano. Portanto, é o despertar para esse

ponto e a eliminação de tal caráter que irão permitir o

nascimento do mundo da verdadeira civilização.

AR: A minha experiência de secar e eliminar odor expõe que não se pode esperar a perfeição na totalidade. Porém, o esforço para

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aproximar passo a passo deste ideal é o ato mais nobre e sublime da criatura humana. Alguém assim é um ser verdadeiramente feliz, que sente a razão de viver. A comunidade de pessoas como esta será o Paraíso Terreno. FOGO: Messias calcado na situação existente preza núcleos da sociedade, como as instituições culturais e os meios de transporte, mas abomina outros, como o hospital, a delegacia e o tribunal. ÁGUA: Já estou até visualizando que para transformarem uma cidade atual num local como esse vai ter que reformar e quebrar muita coisa, o que será um transtorno, algo insuportável. TERRA: A não ser como eu disse: ganhar numa loteria milionária,

ter amigo rico ou investimentos públicos disponíveis e ilimitados.

ÁGUA: E eu continuo confirmando que essas são as únicas

soluções possíveis. Ou será que alguém tem outra?

FOGO: Meishu-Sama diz: “Normalmente, mesmo que não me

fosse possível receber ajuda do governo, não haveria nenhum

problema em receber ajuda do município e de entidades

privadas. Mas eu não quero isso, porque, recebendo esse tipo de

ajuda, não poderei agir com firmeza, do jeito que eu penso.”

GELO: Eu embora aja por ação do frio e mantenho sem

movimento, pergunto: como cortar esta existência de desordem

a fim de poder criar um novo Reino? Enfim, Meishu-Sama seria

construtor de quê?

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AR: Espairecendo. Certamente que construtor não de casa, nem

de prédios, mas sim de um novo mundo.

FOGO: Tais frases têm gerado dualidade da realização do

advento do Reino de Deus ser aqui na Terra ou só no Céu

mesmo, é algo que paira sobre as religiões, como no cristianismo

e no budismo. No entanto, o Messias esclareceu: “Do fim do

mundo agora é o tempo. Irá começar na Terra, no século

vindouro, o Reino do Céu.”

TERRA: Vai mesmo começar em mim?

ÁGUA: Não esqueça que eu sou predominante na sua superfície.

FOGO: Nem de que o Messias disse: “Deste planeta acima

ficarei. A mares e montanhas minha força manifestarei. Serei um

Michael.” O que se concluí disso é que Meishu-Sama vem a ser o

novo Arcanjo Michael no Mundo Divino, lutando ardentemente

contra as forças do Mal, que estão sempre agindo para aniquilar

os seres humanos, causando-lhes muitos sofrimentos e, assim,

impedindo o estabelecimento do Reino do Céu na Terra.

GELO: Eu embora aja como sólido e mantenho inalterado,

indago: como os discípulos de Meishu-Sama seriam os obreiros a

fim de edificar um novo Reino?

FOGO: “Procurem entender bem que, no momento em que o

espírito de cada um estiver bem firme e a alma fortificada e

cheia de sabedoria, vocês se tornarão meus pequenos

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representantes aqui neste mundo. Então, poderei protegê-los e

dirigi-los, concedendo-lhes toda força e poder para trabalharem

pelo estabelecimento do Reino do Céu na Terra.”

ÁGUA: Ó Fogo que quer incendiar as pessoas sem o meu hidrogênio? Os seres humanos, discípulos ou não deste que você considera o Messias, são animalescos.

AR: Vou ser mais claro e transparente que posso no meu

entendimento. Quando o homem se eleva, torna-se Divino;

quando se corrompe, equipara-se ao animal. Desenvolvendo-se

esse princípio, vê-se que basta o homem querer para que o

mundo se converta em paraíso. Caso contrário, ele faz do mundo

um inferno.

GELO: Há muito que ouço dizer que, num futuro muito próximo,

será concluído o Paraíso Terrestre. No entanto, observando a

situação atual, fico congelado pela contradição. Será realmente

possível na atualidade a concretização do Paraíso na Terra?

FOGO: Meishu-Sama já respondeu que tudo isso está sendo organizado por Deus. Ele disse que também se sentia bastante desapontado por sofrer interferências e equívocos. Todavia, que por outro lado também lhe desperta o sentimento: espera e verás. E que isso se parece com o fato do ser humano dormir com as janelas fechadas e, mesmo amanhecendo, não sabe abri-las. Se o fizer de uma só vez agora, a sua vista ficará ofuscada. E complementou que estava desenvolvendo a Obra Divina dessa forma. E que basta começar para tudo se realizará rapidamente.

TERRA: Contudo, isso não é claro e nem transparente para mim.

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AR: Voe nas alturas, não como solo e sim como planeta onde sua

atmosfera é composta predominante por si com seus 78% de

nitrogênio, por intermédio das minhas correntes e compreenda

que cada ser humano precisa ser transformado, tornando-se

assim apto a viver num plano ideal. No momento em que a

humanidade inteira atingir essa qualificação, será concretizado

aquele mundo de Verdade, Virtude e Beleza, isento de doenças,

misérias e conflitos, cujos alicerces estão propostos nos

Ensinamentos de Meishu-Sama revelados por Deus. É isso ou

não é, Fogo?

FOGO: Sim Ar, para que o Reino dos céus se estabeleça neste

mundo, há uma condição fundamental: a supressão do mal,

fundamentalmente arraigado no coração da maior parte da

humanidade.

GELO: O termo 'Paraíso Terreno' vem da Bíblia. No budismo, é

referido como 'Mundo de Miroku' e, no mundo ocidental, como

'Utopia'. Todos significam a mesma coisa, ou seja, mundo ideal.

TERRA: Acho que o mundo ideal a que se refere é bem diferente

deste pelo qual eu passo, pois corresponde a um ambiente no

quais os homens vivem sujeitos as terríveis ameaças, tais como,

bomba atômica, armas bacteriológicas e Juízo Final.

AR: Isto ocorre porque as pessoas sempre imaginam que tenham

de trabalhar e procurar resolver, primeiro, aspectos materiais da

vida, para só daí pensar em rezar para Deus.

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ÁGUA: Ora, mas, os homens tem que trabalhar mesmo.

GELO: A minha ação de frio é contrária às obras beneficentes.

FOGO: Não, elas são boas porque são manifestações da

compaixão e da misericórdia. Se não existissem, o número de

infelizes aumentaria ainda mais. Para o mundo de agora, ela é

necessária. Mas, você tem razão, o mais importante realmente é

construir um mundo que não necessite de obras beneficentes.

AR: A pessoa que procura apenas benefícios pessoais está

errada. Mas a que sacrifica o indivíduo, também está errada. Isto

quer dizer que é preciso salvar a ambos, tanto o indivíduo

quanto o mundo, isto é, a totalidade. Mediante a salvação do

indivíduo chega-se, ampliando, a salvar o mundo, a Terra e o ar.

TERRA: Salvo é meu desejo, mas como se nem movo e respiro?

AR: Sua contração e dilatação dando estações do ano não conta?

FOGO: Não se preocupe sucederá algo semelhante ao que

acontece com um casal. O noivo Oriente, inclinado ao

espiritualismo, unir-se-á em matrimônio à noiva Ocidente,

inclinada ao materialismo, tendo ambos o Messias como

padrinho. Por fim, será gerado por esse casal um filho chamado

Reino do Céu na Terra.

ÁGUA (rindo): Caramba! Só falta sonhar que no mundo daqui a

cinquenta anos haverá apenas dois idiomas e uma moeda única.

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TERRA: Mas, afinal o que vocês quatro vocativos tem a ver neste

texto com o patamar “Fins” que culmina com o paraíso no meu

espaço e tempo que pouco importa, quanto mais assinaturas.

FOGO: Pouco importava naquele momento, agora onde estamos

afirmo ser muito importante e repito: “Que surjam, então, as

entidades de purificação (Fogo, Água, Ar e Terra) e rogamos para

que purifiquem as nossas máculas e impurezas.”

GELO: Como! Se alguém deitar no chão com o rosto para o céu e seu braço direito na direção onde nasce o Sol, a sua cabeça estará para o Sul onde estou na Antártica com minha imensa massa de gelo, muito maior do que a existente nos Andes? AR: Sim, mas onde nos encontramos os Andes é mais perto em cerca de 40% da Antártica.

TERRA: Que espaço e tempo são estes? Que purificação é essa?

FOGO: “Eu purificarei toda a água turva impelida do oeste para o leste, devolvê-la-ei pura e construirei um mundo límpido como o cristal.” Solo Sagrado de Guarapiranga em São Paulo em 15 de junho de 2021, assinado: Messias Meishu-Sama.

TERRA: E o texto?

FOGO: “Você também, meu leitor, deve pensar da mesma forma

que eu. Procure adquirir conhecimento a respeito de todas as

manifestações da criação divina e do pensamento humano para

a Era do Dia e, como eu, relate tudo o que aprender.”