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A474
Alves, Silvio Dutra
Confissão./Silvio Dutra Alves. – Rio de Janeiro, 2016.
60p.; 14,8x21cm
1. Teologia. 2. Cristianismo. 3. Verdade.
I. Título.
CDD 232
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Sumário
1 - Sinceridade Requerida para o Perdão..
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2 - Sinceridade e Duplicidade.........................
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3 - Duas Coberturas e Duas
Consequências......................................................
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4 – Confissão e Sinceridade.............................
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5 - A Oração de Confissão.................................
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6 - Confissão de Pecado.....................................
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1 - Sinceridade Requerida para o Perdão
“Heb 10:19 Tendo, pois, irmãos, intrepidez para
entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus,
Heb 10:20 pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne,
Heb 10:21 e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus,
Heb 10:22 aproximemo-nos, com sincero
coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo
com água pura.
Heb 10:23 Guardemos firme a confissão da
esperança, sem vacilar, pois quem fez a
promessa é fiel.”
Consideremos o que é bom, agradável e
aceitável diante dAquele que nos criou. Olhemos fixamente para o sangue de Cristo, e
vejamos quão precioso aos olhos de Deus é o seu
sangue, que tendo sido derramado para a nossa
salvação, trouxe ao mundo inteiro a graça do arrependimento.
Voltemo-nos ao testemunho das gerações passadas, para aprendermos a achar o
arrependimento, no exemplo que nos foi
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deixado por todos aqueles que entenderam a
necessidade de se reconhecerem pecadores
diante de Deus, e que lhe confessavam
diariamente os seus pecados para obterem o favor do seu perdão; quer quando se
converteram e foram justificados pela fé em
Cristo, quer ao longo de toda sua jornada terrena.
Não podemos ter a verdadeira paz e vida, se permanecemos endurecidos, por não
confessarmos os nossos pecados e não nos perdoarmos mutuamente, porque
necessitamos perdoar o nosso próximo para que
sejamos perdoados por Deus; pois necessitamos
do Seu perdão constantemente para ter a verdadeira paz no nosso viver.
Deus prometeu perdoar os nossos pecados caso os confessemos e os abandonemos. E ele fez esta promessa juntando a ela o juramento que fizera
por si mesmo, de nunca voltar atrás na decisão
de nos perdoar e abençoar.
Sejamos então sinceros e honestos quanto às nossas falhas, diante dAquele cujos olhos
percorrem toda a Terra e que tudo vê. Se
dissermos que não temos pecado ou caso
pensemos que somos bons e justos de nós mesmos, chamamos a Deus de mentiroso, e não
podemos estar em paz com Ele e nem mesmo
com nossas próprias consciências, porque tanto
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um quanto outro testificam claramente a nossa
condição de pessoas falhas e imperfeitas,
necessitadas de graça e de perdão.
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2 - Sinceridade e Duplicidade
“Ora, sabemos que o temos conhecido por isto:
se guardamos os seus mandamentos. Aquele
que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a
verdade.” (1 João 2.3,4)
Com uma discriminação sábia João traça um
contraste entre aquele que sabe que conhece a Cristo, e aquele que diz que o conhece. A um ele
reconhece, mas o outro ele marca com essa
palavra dura: "um mentiroso".
Não somente nesse caso, mas em todas as suas epístolas, João continua a desvendar o
emaranhado da hipocrisia. No primeiro capítulo desta epistola, no sexto versículo, ele se refere
àqueles que andam na luz e têm comunhão com
Deus, e ele acrescenta: "Se dissermos que temos
comunhão com Ele, e andarmos em trevas, mentimos e não praticamos a verdade."
No nono versículo do segundo capítulo ele afirma: "Aquele que diz que está na luz, e odeia
seu irmão, está nas trevas até agora."
Há uma notável citação no quarto capítulo,
versículo vinte, "Se um homem diz que ama a Deus, e odiar a seu irmão, é um mentiroso: pois
aquele que não ama seu irmão, a quem ele tem
visto, como pode amar a Deus, a quem não viu?"
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I. A questão a ser considerada e julgada por cada
de per si é o conhecimento de Cristo. O que,
então, é conhecer a Cristo? É claro que nunca o vimos. Muitos anos atrás ele deixou este mundo
e subiu para seu Pai. Ainda podemos conhecê-lo.
É possível. Houve milhares, e até milhões, que tiveram uma relação pessoal com Ele, pois,
embora eles não tenham visto, quem eles
amaram, e em quem eles se alegraram com
alegria indizível e cheia de glória.
"Conhecer" é uma palavra usada na Bíblia em
vários sentidos. Às vezes, isso significa
reconhecer. Como quando lemos sobre um
determinado Faraó, que "ele não conhecia José." Ou seja, ele não reconhecia qualquer obrigação
do Estado ou reino do Egito para com José. Ele
não se lembrou do que havia sido feito por esse
grande homem. Assim, também, Cristo diz que Suas ovelhas "conhecem" a sua voz. Elas
reconhecem a sua voz como a voz de seu pastor,
e alegremente seguem o seu Pastor. Agora, é
uma questão de primeira necessidade reconhecer a Cristo - que Ele é Deus, que Ele é o
Filho de Deus Pai, que Ele é o Salvador do Seu
povo, e o legítimo monarca do mundo –
reconhecer ainda mais - para você aceitá-Lo como seu Salvador, como seu Rei, como seu
Profeta, como o seu Sacerdote.
Isto é, em certo sentido, conhecer a Cristo. Ou seja, confessar em seu coração que Ele é Deus,
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na glória de Deus Pai. Que Ele é o seu Redentor.
Que Seu sangue o tem lavado, e Sua justiça lhe
cobre. Que Ele é a sua salvação, sua única
esperança, e seu mais querido desejo.
A palavra "conhecer" significa, no próximo lugar, “crer”. Como nessa passagem de Is 53.11:
"o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento,
justificará a muitos", onde é evidente o
significado que pelo conhecimento dele, isto é, pela fé em Cristo Jesus, Ele justificará a muitos.
Não o conhecimento que tinha Jesus, mas pelo
conhecimento dele, pela fé nele, muitos serão
justificados. "Conhecer" e "crer" são por vezes usados nas Escrituras como termos
conversíveis. Agora, neste sentido, devemos
conhecer a Cristo. Devemos crer nele, devemos confiar nele, devemos aceitar os testemunhos
dos profetas e apóstolos a respeito dele. E
devemos subscrevê-los, de modo prático, com
todo o nosso coração e alma, e força, e devemos descansar todo o peso do nosso destino eterno
em Sua obra consumada. Conhecê-lo, então, é
reconhecê-lo e crer nele.
Isso não é tudo. A palavra "conhecer" muitas vezes significa experiência. Diz-se de nosso
Senhor que: "Aquele que não conheceu pecado".
Ou seja, ele nunca experimentou o pecado. Ele
nunca se tornou um pecador. Para conhecer a Cristo, então, devemos sentir e provar Seu
poder, o Seu poder perdoador, Seu poder de
amor sobre o coração, o Seu poder reinante em
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subjugar nossas paixões, Seu poder consolador,
Seu poder esclarecedor, Seu poder exaltador, e
todos as demais abençoadas influências que,
por meio do Espírito Santo, procedem de Cristo. Isto é experimentá-lo. E mais, "conhecer" na
Escritura frequentemente significa comungar.
Elifaz diz: "Familiarize-se com Deus, esteja em paz com ele." Isso quer dizer, em comunhão com
Ele, entre em amizade e companheirismo com
ele.
Por isso, é necessário que cada crente deva conhecer a Cristo por ter uma familiaridade
com Ele, falando com Ele em oração e louvor –
por fazer do nosso coração um só coração com
Ele -recebendo dele o segredo divino, e lhe fazendo a confissão completa de todos os nossos
pecados e tristezas. Em uma palavra, queridos
irmãos, conhecer a Cristo é o mesmo que
conhecer qualquer outra pessoa. Quando você conhece um homem, se ele é seu amigo íntimo,
você confia nele, você o ama, você o estima, você
está em condições de falar com ele. Em alguns
momentos você se aconselha com ele, ou você pede sua ajuda. E ele chega à sua casa, e você
tem uma associação familiar recíproca. Há um
bom entendimento entre você e a pessoa de
quem eu disse que você conhece.
Nas mesmas condições deve estar a alma com Cristo. Ele não deve ser meramente um
personagem histórico sobre quem lemos nas
páginas das Escrituras. Mas ele deve ser uma
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pessoa real com quem podemos falar em
espírito, ter comunhão de coração, e estar
unidos pelos laços do amor. Precisamos
conhecê-lo, sua própria pessoa, de modo a amar e confiar nele como um verdadeiro Senhor para
nós. Julguem, então, cada um de vocês, se
realmente e de fato, nesse sentido, "conhecem" a Cristo.
Distinga, no entanto, entre conhecer a respeito de Cristo e conhecer a Cristo. Podemos saber
muito sobre muitos de nossos grandes homens, apesar de não conhecê-los. Agora, isto nunca
salvará uma alma, a saber, conhecer a respeito
de Cristo. O único conhecimento que salva
é conhecê-lo, a Si próprio, e confiar nele, o Salvador vivo, que agora está à mão direita de
Deus.
Você pode ser tão fluente como Whitefield. Sim, você pode ser eloquente e poderoso nas
Escrituras como era Apolo. Mas se você não
conhece a Cristo por seu próprio conhecimento
pessoal individual, tendo familiaridade com Sua pessoa, com a Sua justiça, e com o Seu sangue,
você não será salvo por todos as suas belas
afirmações relativas a Ele. Ao contrário, você
está em perigo iminente, porque pelo que sair de sua própria boca, você será condenado.
Tal conhecimento é por isso incomparável. Ele mergulha profundamente na mina do propósito
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eterno de Deus. Ele voa alto no céu do amor
eterno de Deus. Ele amplia a alma,
preenchendo-a com a plenitude inesgotável de
Cristo - Cristo a sabedoria de Deus.
Você o conhece, e você é conhecido dele", e eles serão meus, diz o Senhor, no dia em que eu
reunir minhas joias." "O Senhor conhece os que são seus". Ele confessará que estes são sua
propriedade no dia em que vier na glória de seu
Pai, e todos os seus anjos com ele.
II. Tendo estabelecido o assunto que é proposto,
vamos avançar para falar dos dois caracteres
que são retratados no texto. Com relação ao
primeiro - aqueles que sabem que o conhecem. Nos é dito o modo pelo qual eles sabem que o
conhecem: "sabemos que o temos conhecido
por isto: se guardamos os seus mandamentos."
Alguns cristãos que não conhecem a Cristo estão em grande dúvida quanto a saber se eles o
conhecem. Isso não deveria ser assim. É algo
muito solene, para ser uma questão deixada ao acaso ou conjectura. Eu acredito que há salvos
que não sabem com certeza que eles são salvos.
Eles estão levantando a questão, muitas vezes,
que nunca deveria ser uma pergunta. Nenhum homem deveria estar disposto a deixar isto na
incerteza, pois marque isto, se você não é um
homem salvo, você é um homem condenado. Se
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você não for perdoado, seus pecados
permanecem sobre você. Você está agora em
perigo do inferno se você não está agora seguro
do Céu, pois não há lugar entre estes dois. Ou você é um filho de Deus, ou não. Por que você
diz: "Eu espero que eu seja um filho de Deus, mas
eu não sei. Espero, no entanto, eu não sei se estou perdoado?" Você não deveria estar nesse
suspense. Você é uma coisa ou o outra - ou é um
santo ou um pecador - salvo ou perdido, ou
andando na luz ou caminhando nas trevas.
Oh, é muito urgente isto que deveríamos saber que nós conhecemos a Jesus! Embora, como eu
já disse, conhecê-Lo é o assunto fundamental –
além disso não há nada tão importante quanto saber que nós o conhecemos.
Não é somente alegria que você iria encontrar a partir deste conhecimento. Seria também
confiança. Quando um homem sabe que ele conhece a Cristo, que confiança que ele tem ao
enfrentar tentações! "Um homem como eu
fugiria?" Que confiança ele tem na oração! Ele
pede com fé, como filhos amados pedem a um pai generoso. E que ar confiante esta confiança
diante de Deus nos daria em relação aos filhos
dos homens! Nós não devemos gaguejar na
presença de seus filósofos, ou olhar envergonhados na presença de seus nobres.
Mas sabendo que nós o conhecemos, sabendo
que temos a vida eterna, não devemos nos
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importar se eles nos chamam de ignorantes, ou
fracos, ignóbeis e presunçosos. Não devemos
nos envergonhar de confessar a nossa fé com
uma posse elevada que temos.
E esta certeza que você conhece Cristo faria acender em você o mais alto grau de amor.
Sabendo que eu estou salvo, sabendo que eu sou dele, e ele é meu, não posso deixar de sentir as
chamas de afeto para com Ele. Que o amor me
leve à obediência, e que a obediência desenvolva
em mim fervor e zelo. Sabendo que você o conhece, você estará pronto para dizer com uma
paixão santa: "Que darei ao Senhor por todos os
seus benefícios para comigo?"
Oro para que o Mestre possa dizer para muitos de vocês que estão sendo inclinados com um
espírito de enfermidade: "Levante-se." E para
outros que há muito tempo têm permanecido nesta cama de dúvidas e medos: "Toma o teu
leito e anda."
Você deseja este doce bálsamo para uma consciência pesada? Observe a prescrição, "Nisto sabemos que nós o conhecemos, se
guardarmos os seus mandamentos." É na guarda
de seus mandamentos que este estado saudável
da alma é mantido. Guardar seus mandamentos significa guardá-los em nossas mentes, e
mantê-los em nossa memória com reverência
devota. Deveria ser o objetivo de cada cristão
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descobrir o que é o mandamento de Cristo. E,
feito isto, recebê-lo com mansidão, e meditar
nele e venerá-lo como a Lei da Casa do Senhor.
Mas para mantê-los em nossos corações, devemos sinceramente desejar cumpri-los. Por
causa da queda (pecado original), não podemos
manter perfeitamente os mandamentos de Cristo, mas o coração os guarda como o padrão
de pureza. O cristão somente deseja ser
exatamente como Cristo. Dói-lhe que ele esteja
aquém de Sua imagem. Dá-lhe grande alegria se ele pode sentir que o Espírito Santo está
trabalhando nele qualquer coisa como a
conformidade com a vontade Divina.
Seu coração é reto para com Deus, e é sincero nisto. Isso não é suficiente se não houver um
objetivo constante e perseverante para cumprir
Seus mandamentos em nossas vidas. Reflitam nisto, irmãos, que a falta de obediência prática a
Cristo é a raiz de 999 em cada 1.000 de nossas
dúvidas e medos. As raízes de nossos medos
estão em nossos pecados. Procure lá, e você deve encontrar a causa do problema da alma.
Acredito que há muitos filhos de Deus andando
na escuridão, porque eles não obedecem à
palavra do Senhor.
"Aquele que conhece a vontade de seu mestre e que não a faz, será castigado com muitos
açoites." O mandamento que devemos amar uns
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aos outros é muito desprezado por muitos.
Agora, se você não ama seus irmãos cristãos
fervorosamente com um coração puro, você
pode pensar que você cairá em dúvidas? É natural que assim seja. Somente na proporção
em que a Graça Divina o faz obediente a Graça
Divina faz com que você seja um cristão convicto.
III. Chegamos agora à última consideração, que
lança uma acusação grave contra os dissimuladores. Contra quem afirma que
conhece a Cristo, mas não guarda os seus
mandamentos.
João afirma que dizer que se conhece a Cristo, e não guardar os seus mandamentos é uma
mentira. É uma mentira verbal. O homem que
profere isto fala uma mentira. Ele diz: "Eu
conheço Cristo". Mas é uma mentira. Ele não conhece. Ele conhece coisas sobre ele, mas seu
coração não sabe nada sobre Jesus. É uma
mentira doutrinária, pois seria uma terrível
heresia dizer que um homem que viveu em pecado conheceu a Cristo. Será que Cristo
mantém tal companhia? Que ele chama essas
pessoas de Seus amigos? Aqueles que vivem nos
vícios e na lascívia são amigos de Cristo? Ele é santo, inocente, imaculado e separado dos
pecadores. Portanto, tal afirmação é uma
mentira contra as doutrinas do Evangelho.
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E isso é também uma mentira prática. O homem que diz: "Eu o conheço", e depois vai e quebra os
mandamentos de Cristo, cada vez que ele peca
diz uma mentira.
E ainda, é uma mentira condenável. O homem que diz: "Eu conheço a Cristo", e não guarda os
seus mandamentos, está fazendo certa a sua
própria condenação. Por sua profissão de ser um
seguidor de Cristo, ele confessa que ele sabe o que deveria ser, mas por suas ações, ele prova
que ele não é o que deveria ser. E assim ele está
testemunhando contra si mesmo, julgando-se,
condenando sua própria alma, e desafiando a sentença da perdição eterna. Deus nos livre de
tal atitude como esta!
Agora, um de Seus mandamentos é: "Amarás o teu próximo como a si mesmo", e outro é: "Não
furtarás." E em não mantê-los provaram a si mesmos serem mentirosos, mas eles se
chamavam de cristãos. Alguns que têm
professado fé em Cristo têm vivido sem domínio
próprio e entregues a diversos vícios que os afastam de Deus.
Alguém pode ser respeitável aos olhos de seus companheiros, mas é um hipócrita vergonhoso
e escandaloso aos olhos do céu.
Se você não consegue manter uma boa companhia e evitar o círculo de dissipação, não
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professe ser seguidor de Cristo! Ele manda você
sair do meio deles! Se você pode encontrar
prazer em sociedade lasciva e em canções
lascivas, que direito você tem de conviver com a comunhão dos santos, ou se juntar ao canto dos
Salmos? Você não guarda os mandamentos,
você os viola. A verdade não está portanto em você, quando afirma que conhece a Cristo.
Eu conheço alguns dos discípulos do Senhor, como eles nos querem fazer crer que o são, que
têm sido implacáveis. Eles chamavam a si mesmos de cristãos, mas que não poderiam
perdoar uma ofensa, ainda que fosse de seus
próprios filhos! Um cristão ressentido,
malicioso é uma anomalia!
Eu lhe digo, se você não ama seus irmãos, se você não ama o seu próprio filho, se você não
consegue perdoar o seu filho, não há nada mais certo no livro de Deus do que isso, que você
nunca vai entrar no céu. Um espírito que não
perdoa é um espírito não perdoado. Primeiro, vá
e perdoe o seu irmão antes que você traga o seu sacrifício, ou Deus não vai aceitá-lo nem a sua
oferta. Não somos ensinados a orar: "Perdoa-nos
as nossas ofensas, assim como nós perdoamos
aqueles que nos têm ofendido"?
Tem sido um trabalho difícil para mim, portanto, mencionar estas incoerências. Eu não
posso arriscar mais, embora eu pudesse ter
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declarado mais. O trabalho dos meus lábios é
um fardo para o meu coração. Se fere a
consciência de qualquer homem, bem, deixe
que seja ferida, até que ele considere o seu pecado e caia aos pés de Jesus, suplicando-lhe
por perdão.
Se você deseja ser lavado do pecado, evite o pecado. Se você professa conhecer a Cristo, não
tem nada a ver com um mundo pecaminoso.
Sacuda a víbora do pecado no fogo, pois vai
envenená-lo e destruí-lo. Queira Deus que você possa renunciar ao pecado, se você professa,
deveras, ser servo de Cristo.
Minha última palavra é esta. Se alguém agora se
sente incomodado por causa do pecado, deixe-me ler estas palavras para ele. Ouça com fé. São
palavras que vêm antes do nosso texto. "E, se
alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo." Ó venham, vocês culpados,
que foram falsos para com o seu Senhor e ao Seu
amor! Venham a Ele, não obstante todas as suas
provocações amargas. “E Ele é o Propiciatório: Propiciação pelos nossos pecados, e não
somente pelos nossos, mas também pelos
pecados de todo o mundo."
Olhem, então para Ele, olhem e vivam! Sejam santos ou pecadores, independentemente do
que suas vidas passadas possam ter sido, olhem
para o sacrifício propiciatório oferecido no
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madeiro do Calvário! Olhem e vivam! O Senhor
lhes conceda isto, por amor do seu querido
Filho. Amém.
Tradução, adaptação e redução feitas pelo Pr
Silvio Dutra, de um texto de Charles Haddon
Spurgeon, em domínio público.
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3 - Duas Coberturas e Duas
Consequências
Partes de um sermão de Charles Haddon Spurgeon, traduzidas e adaptadas pelo Pr Silvio
Dutra.
"O que encobre as suas transgressões nunca
prosperará." - Provérbios 38.13.
"Perdoaste a iniquidade de teu povo, encobriste
todos os seus pecados." - Salmo 85.2.
Nestes dois textos nós temos a cobertura do
homem, a qual é inútil e culposa, e a cobertura
de Deus, que é rentável, e digna de toda aceitação.
Assim que o homem desobedeceu a vontade de seu Criador no jardim do Éden então ele
descobriu, para sua surpresa e consternação, que estava nu, e ele começou ao mesmo tempo
a fazer para si uma cobertura. Isto foi uma pobre
tentativa que nossos primeiros pais fizeram, e
ela provou ser uma miserável falha. "Eles costuraram folhas de figueira juntos." Depois
que Deus veio e lhes revelou ainda mais
plenamente a sua nudez, fez com que
confessassem seu pecado, e então está escrito que o Senhor Deus fez túnicas de pele.
Provavelmente as vestes foram feitas de peles
de animais que tinham sido oferecidos em
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sacrifício, e, se assim foi, eles eram um tipo da
provisão que tinha sido feita para nós como uma
oferta pelo pecado e um manto de justiça
perfeita. Todo homem desde os dias de Adão tem passado pela mesma experiência, mais ou
menos, confiando em sua própria criatividade
para esconder sua própria confusão de rosto. Ele tem descoberto que o pecado o tornou nu, e ele
começou a trabalhar para vestir-se.
Como eu lhes mostrarei presentemente, ele nunca tem conseguido. Mas Deus tem prazer
em lidar com o seu próprio povo, segundo as
riquezas da sua graça; ele tem coberto a sua vergonha e expulsado os seus pecados para que
que eles não sejam mais lembrados.
Deixe-me agora direcionar sua atenção, em primeiro lugar, à cobertura do homem, e sua
falha; e, em seguida, à cobertura de Deus, e sua perfeição.
Há muitas maneiras em que os homens tentam cobrir seu pecado. Alguns o fazem por negarem
que eles pecaram, ou, admitindo a verdade, eles
negam a culpa; ou então, francamente reconhecendo tanto o pecado e a culpa, eles se
justificam.
Alguém aqui pode estar dizendo consigo: "Pode ser que eu tenha quebrado a lei de Deus, mas
nem tanto. Como guardar uma lei tão perfeita?
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eu a tenho violado, pois é natural estar sujeito a
tentações, e ceder ao fascínio.”
Mas, na verdade, você está humilhando Deus, você está injuriando o Todo-Poderoso. Você está
impugnando a lei para vindicar-se ao quebrá-la.
A lei é santa, justa e boa. Você está jogando o
ônus de seus pecados a Deus. Você acha que isso vai ser tolerado?
Rogo-te a não recorrer a uma tal cobertura como esta, porque, ao mesmo tempo que é
totalmente inútil, acrescenta pecado a pecado, e te expõe à vergonha.
(Antes de prosseguirmos com o texto de Spurgeon, gostaríamos de ressaltar que as Escrituras foram produzidas por uma nação que
se encontrava debaixo do governo teocrático, a
saber, Israel, de modo que eles tinham
conhecimento da lei de Deus, e a Inglaterra desde os puritanos até os dias de Spurgeon era
uma nação eminentemente cristã, tendo havido
inclusive a obrigatoriedade de cumprir a
ordenação dos reis de que cada cidadão inglês comparecesse aos cultos na Igreja Anglicana, de
modo que era também uma sociedade com um
conhecimento geral da Palavra de Deus. Mas em
nossos dias, na grande maioria das nações da Terra quando a iniquidade tem se multiplicado,
e não somente quando os mandamentos de
Deus não são conhecidos ou respeitados e
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quando até a própria existência de Deus é
questionada ou negada, principalmente pela
aceitação de argumentos evolucionistas e
seculares, torna-se quase ausente qualquer consciência de se estar transgredindo os
mandamentos de Deus. Consciências
cauterizadas não podem conhecer, entender e muito menos praticar a vontade de Deus – nota
do tradutor).
Em muitos casos, pessoas que violam a lei de Deus têm esperado cobrir sua transgressão pelo
sigilo. Você não sabe que a Providência é um
detetive maravilhoso? Cada pecado deixa um rastro. Deus conhece os segredos dos corações
de todos, conhece suas mentes e ações.
Essas coisas que você tem escondido serão trazidas à luz, porque Deus é o grande
descobridor do pecado. É inútil pensar que
podem esconder suas transgressões. O que encobre o seu pecado desta maneira não
prosperará.
Ainda, muitos pecadores têm tentado encobrir seu pecado com falsidade. Na verdade, este é o
hábito costumeiro. O pecado de Ananias e
Safira, em mentir, a fim de esconder o seu pecado, a rapidez com que foi descoberto, e
quão terrível foi a retribuição!
Há alguns que tentam cobrir seu pecado por
prevaricação. Com astuta sutileza se esforçam
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para fugir à responsabilidade pessoal.
Memorável é o caso de Davi. Não vou me alongar
sobre o seu flagrante crime; mas devo lembrá-lo
de seu subterfúgio, quando ele tentou esconder a baixeza de sua luxúria por conspirar para
causar a morte de Urias. Há aqueles que
planejam jogar a culpa nos outros, mesmo em prejuízo de sua reputação, para escapar à
odiosidade de suas próprias práticas ilícitas.
Quem sabe, nesta congregação possa haver
alguém que ocupe uma alta posição social,
apoiada por uma profunda imoralidade
mercantil? Que se apresentam orgulhosamente diante do público como homens de riqueza,
enquanto falsificam suas contas, furtando
dinheiro, rolando em luxo e vivendo em perigo
(coisa muito comum no mundo atual e especialmente no Brasil – nota do tradutor). Eles
têm prosperado? Eles devem ser invejados? A
eles se aplica a sentença bíblica de que não
prosperarão. Os cães de caça da justiça divina estão no seu rastro. Eles serão descobertos.
Vocês podem escapar da devida recompensa
nesta vida, mas certamente sua culpa é conhecida no céu, e serão julgados e
condenados no grande dia que decidirá seu
destino eterno.
Quando a trombeta da ressurreição tocar, haverá uma ressurreição de caracteres. O
homem que tem caminhado na justiça do
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evangelho se alegrará na luz que reflete sua
pureza. Mas o homem cujos vícios latentes
foram habilmente forjados será trazido também
para a luz. Seus atos e motivos serão igualmente expostos. Assim ele mesmo verá a ressurreição
de seus crimes, e com que horror ele irá
enfrentar aquele dia do juízo!
"Ai, ai!" ele diz, "Eu tinha esquecido deles. Estes são os pecados da minha infância, os pecados da
minha juventude, os pecados de minha
maturidade, e os pecados de minha velhice. Eu pensei que eles estavam mortos e enterrados,
mas eles começam a se levantar de seus
túmulos. Minha memória foi vivificada. Lá estão
todos eles, e, como muitos lobos em torno de mim, parecem sedentos de minha destruição.
"Cuidado, Oh! Homens que têm enterrado seus
pecados, pois eles se levantarão de seus túmulos
e lhes acusarão diante de Deus. O tempo não pode cobri-los.
A tarefa mais alegre recai sobre mim agora, enquanto eu chamo a atenção para meu segundo texto, "Cobriste todos os seus pecados."
A Cobertura de Deus é afirmada a respeito do Seu povo. Todos os que têm confiança no
sacrifício expiatório que foi apresentado pelo Senhor Jesus Cristo no Calvário podem aceitar
essa garantia de boas-vindas, "Deus tem coberto
todos os seus pecados."
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Eu vou lhe dizer como isto ocorre.
Antes que Deus cubra os pecados de um homem Ele os desvenda. Você já viu seus pecados
revelados? Alguma vez lhe pareceu como se o
Senhor colocasse a mão em cima de você, e lhe dissesse: "Olhe, olhe para eles"? Você foi levado
a ver seus pecados como você nunca viu antes?
Você sentiu seus agravos aptos para levá-lo ao
desespero? Você já descobriu neles uma profundidade de culpa, e iniquidade, e inferno?
E se Deus faz assim, e você vê o seu pecado à luz do Seu rosto, Ele tem seus propósitos de
misericórdia para com você. Quando você vê e
confessa, Ele vai apagá-lo. Então, logo que Deus, em infinita benignidade, faz com que o pecador
conheça a verdade que ele é um pecador, e
retira-lhe os trapos de sua justiça própria, Ele
lhe concede perdão e roupas para cobrir sua nudez. Enquanto ele está tremendo diante do
olhar do Todo-Poderoso, condenado, a culpa é
extraída da sua consciência.
Todo aquele que reconhecer a si mesmo como culpado, e que vier e colocar a sua confiança em Jesus Cristo, terá seus pecados cobertos.
Somente Deus pode cobrir o pecado. É contra ele que o pecado foi cometido. É a pessoa
ofendida que deve perdoar o agressor. Ninguém
mais pode. Ele é o Rei. Ele tem o direito de
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perdoar. Ele é o Soberano Senhor, e ele pode
apagar o pecado. Além disso, ele pode cobri-lo
legalmente, porque o Senhor Jesus Cristo, a fim
de que a justiça de Deus pudesse ser vindicada, sofreu em nosso lugar, pagando a pena relativa
ao nosso pecado. Agora, o sacrifício de Deus
cobre o pecado - cobre por cima; e ele mais do que o cobre, ele deixa de ser. Além disso, o
Senhor Jesus guardou a lei de Deus, e a sua
obediência significa, a nossa obediência; Deus
aceita a Ele e a Sua justiça em nosso nome, imputando os Seus méritos às nossas almas.
A expiação foi feita antes do pecado ter sido cometido. A justiça foi apresentada antes
mesmo que tivéssemos nascido. É afirmado nas Escrituras que o Cordeiro de Deus, que foi
morto desde antes da fundação do mundo, teve
no propósito de Deus, desde a fundação do
mundo, abrangido todos os pecados de Seu povo. Portanto, somos aceitos no Amado, e
queridos ao coração do Pai. Oh! que alegria há
quando você pode sentir pelo poder interior e
testemunho do Espírito Santo que seus pecados são cobertos.
Amado, a cobertura é tão ampla quanto o pecado. Cobrindo-o completamente, para sempre cobre; porque Deus vê sem pecado
aqueles que são lavados no sangue de Jesus.
29
4 – Confissão e Sinceridade
É mais do que falarmos dos nossos pecados para
Deus. Falamos de confissão de fé, de confissão
religiosa, significando o compromisso que
temos feito com Deus segundo a Sua Palavra.
Confissão vem do grego homologia, onde homo significa igual, o mesmo,
semelhante; e logos, palavra, fala, dizer.
Assim, entendemos que confissão em relação a Deus, significa falar o mesmo que Deus fala, ou
seja, estar concorde com tudo o que Ele tem
proferido a nosso respeito.
Daí, que chamamos de confissão o ato de alguém dizer a Deus tudo o que fez de errado,
porque está sendo verdadeiro em concordar
com Ele, e reconhecer tudo que tem definido como pecado, por ser contrário à Sua vontade.
Considere-se, entretanto, que não poderíamos chamar de confissão, o simples ato de se dizer o mal que praticamos, porque também deve ser
levado em conta o motivo e o sentimento com
que o fazemos, pois alguém poderia dizer-Lhe o
mal que tem feito até mesmo como forma de afronta.
Espera-se então que, para que seja verdadeira confissão, ela seja acompanhada do sentimento
30
de contrição, arrependimento, culpa,
humildade, e o desejo de ser perdoado, pois é
isto que corresponde à verdade do que devemos
sentir e expressar do ponto de vista de Deus, quanto aos erros que praticamos.
Afinal o próprio Espírito Santo se entristece quando pecamos; logo, concordar com Deus
significa que se ache em nós o mesmo
sentimento de tristeza quando pecamos, porque nisto há concordância.
Somente o que é justo e verdadeiro deve ser motivo para honra e alegria, mas tudo o que é
falso e maligno deve ser motivo para tristeza,
vergonha, e arrependimento.
Então, indo além com o conceito relativo à
palavra, como nos expressamos no início, a confissão deve englobar também nossos
motivos de alegria pelas boas obras que
praticamos e pelos avanços que fazemos em
santificação, sobretudo pelos benefícios que recebemos da parte de Deus, e nossa alegria por
sermos aceitos por Ele em Jesus Cristo.
Qual pai prefere que o filho lhe procure somente para expressar a vergonha que sente
perante ele pelos males que tem praticado? Antes, não é todo o seu prazer que o filho
converse com sobre aquilo que tem feito de
bom?
31
Assim também se dá em relação ao nosso Pai divino, pois tem grande prazer na justiça e na
verdade.
Afinal, a palavra homologar, de onde vem confissão, possui dentre outros os seguintes significados: concordar, confirmar,
legitimar, ratificar, aprovar, aceitar, admitir,
aplaudir, apoiar, assentir, autorizar, consentir,
gostar, outorgar, permitir, sancionar, simpatizar, subscrever, assegurar e certificar.
Trata-se, portanto de estar em concordância com Deus, em ser confirmado por Ele,
legitimado, ratificado, aprovado, aceito,
admitido, aplaudido, apoiado, etc.
Veja que é muito mais do que dizer-Lhe o que
temos feito de errado. Não está em foco o mero ato de se abrir a boca e falar algo, mas a busca de
uma posição em que estejamos concordes com
Ele, não apenas aceitando tudo o que tem dito
sobre o comportamento que nos convém ter perante Ele e todos os homens, mas buscando
colocá-lo em prática.
Assim, há também este elemento dinâmico na confissão que nos conduzirá a buscar a posição
em que devemos ser achados, para termos por assim dizer, a homologação desejada; como
quem pleiteia por algo e se esforça por atender
aos termos propostos pela outra parte para que
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seja sancionado, legitimado, ratificado,
aprovado e aceito o seu pleito.
Com isto, podemos chamar de boa confissão, o testemunho que damos da verdade com nossas
vidas, pela aceitação e prática da sã doutrina,
conforme pode ser visto em várias passagens
bíblicas, como as que destacamos a seguir.
1 – homologeo (grego) – confessar, homologar, concordar, reconhecer
Mateus 7.23 Então lhes direi (homologeo) claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de
mim, vós que praticais a iniquidade.
Mateus 10.32 Portanto, todo aquele que me confessar (homologeo) diante dos homens,
também eu o confessarei diante de meu Pai, que
está nos céus.
Mateus 14.7 pelo que este prometeu (homologeo) com juramento dar-lhe tudo o que
pedisse.
Lucas 12.8 E digo-vos que todo aquele que me confessar diante dos homens, também o Filho
do homem o confessará diante dos anjos de
Deus;
João 1.20 Ele, pois, confessou e não negou; sim, confessou: Eu não sou o Cristo.
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João 9.22 Isso disseram seus pais, porque temiam os judeus, porquanto já tinham estes
combinado que se alguém confessasse ser Jesus
o Cristo, fosse expulso da sinagoga.
João 12.42 Contudo, muitos dentre as próprias
autoridades creram nele; mas por causa dos fariseus não o confessavam, para não serem
expulsos da sinagoga;
Atos 23.8 Porque os saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito; mas os
fariseus reconhecem (homogeo) uma e outra
coisa.
Atos 24.14 Mas confesso-te isto: que, seguindo o
caminho a que eles chamam seita, assim sirvo ao Deus de nossos pais, crendo tudo quanto está
escrito na lei e nos profetas,
Romanos 10.9 Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu
coração creres que Deus o ressuscitou dentre os
mortos, será salvo;
Romanos 10.10 pois é com o coração que se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.
I Timóteo 6.12 Peleja a boa peleja da fé, apodera-te da vida eterna, para a qual foste chamado,
tendo já feito boa confissão diante de muitas
testemunhas.
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Tito 1.16 Afirmam (homologeo) que conhecem a Deus, mas pelas suas obras o negam, sendo
abomináveis, e desobedientes, e réprobos para
toda boa obra.
Hebreus 11.13 Todos estes morreram na fé, sem terem alcançado as promessas; mas tendo-as
visto e saudado, de longe, confessaram que
eram estrangeiros e peregrinos na terra.
Hebreus 13.15 Por ele, pois, ofereçamos sempre a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos
lábios que confessam o seu nome.
I João 1.9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos
purificar de toda injustiça.
I João 2.23 Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai; aquele que confessa o Filho, tem
também o Pai.
I João 4.2 Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus;
I João 4.3 e todo espírito que não confessa a Jesus não é de Deus; mas é o espírito do anticristo, a
respeito do qual tendes ouvido que havia de vir;
e agora já está no mundo.
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I João 4.15 Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em
Deus.
II João 1.7 Porque já muitos enganadores saíram pelo mundo, os quais não confessam que Jesus
Cristo veio em carne. Tal é o enganador e o
anticristo.
2 – homologia (grego) – profissão, confissão, reconhecimento
II Coríntios 9.13 visto como, na prova desta ministração, eles glorificam a Deus pela submissão que confessais quanto ao evangelho
de Cristo, e pela liberalidade da vossa
contribuição para eles, e para todos;
I Timóteo 6.12 Peleja a boa peleja da fé, apodera-te da vida eterna, para a qual foste chamado,
tendo já feito boa confissão diante de muitas
testemunhas.
I Timóteo 6.13 Diante de Deus, que todas as coisas vivifica, e de Cristo Jesus, que perante
Pôncio Pilatos deu o testemunho da boa
confissão, exorto-te
Hebreus 3.1 Pelo que, santos irmãos, participantes da vocação celestial, considerai o
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Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão,
Jesus,
Hebreus 4.14 Tendo, portanto, um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou os
céus, retenhamos firmemente a nossa confissão.
Hebreus 10.23 retenhamos inabalável a confissão da nossa esperança, porque fiel é
aquele que fez a promessa;
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5 - A Oração de Confissão
Que Deus nos dê sempre o entendimento e a
lembrança de um princípio espiritual vital do qual depende a nossa permanente comunhão
com Ele.
Este princípio é o da oração de confissão dos nossos pecados presentes, com a firme
confiança de que Ele nos perdoará se o fizermos, simplesmente pela fé de que seremos ouvidos
por causa dos méritos de Jesus.
É muito difícil para o coração turbado e enfraquecido por impurezas e toda forma de
males praticados ou pensados, enquanto permanece neste estado, levantar-se do pó em
oração, crendo no perdão de Deus e que Ele é
poderoso para nos levantar da nossa triste e
miserável condição espiritual.
Entretanto Ele sempre o fará por Sua exclusiva graça e pelo nosso posicionamento na fé.
Não importa quantos sejam os argumentos que a nossa razão apresente contra esta verdade,
levantemo-nos do monturo, ainda que nos
arrastando no pó, e elevemos ainda que seja uma oração em pensamento ao Senhor, nos
humilhando e lhe pedindo que seja mais uma
vez misericordioso para conosco, nos
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purificando de toda injustiça e perdoando todos
os nossos pecados.
Sobrenaturalmente, por um modo que a razão não pode explicar, o Seu poder nos visitará e fará
com que nos sintamos limpos e novamente
admitidos à Sua santa presença, e bem dispostos a louvar o Seu santo nome e a dar o bom
testemunho do evangelho a outros.
Precisaremos sempre aplicar este princípio espiritual porque o pecado nos assedia de perto
e sempre haverá ocasiões em que poderá ter
vantagem sobre nós. Por isso precisamos
exercitar a fé no perdão e na graça de Jesus para que possamos buscar a devida restauração,
através da oração de confissão, tão logo
tenhamos sido convencidos de que aquilo que
fizemos nos afastou da comunhão com Deus.
Oremos portanto, e retornemos imediatamente à comunhão, confiantes de que este é o desejo
do coração de Deus para conosco.
1Jo 1:5 Ora, a mensagem que, da parte dele,
temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus
é luz, e não há nele treva nenhuma.
1Jo 1:6 Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não
praticamos a verdade.
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1Jo 1:7 Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros,
e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de
todo pecado.
1Jo 1:8 Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós.
1Jo 1:9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos
purificar de toda injustiça.
1Jo 1:10 Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra
não está em nós.
1Jo 2:1 Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar,
temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o
Justo;
1Jo 2:2 e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro.
40
6 - Confissão de Pecado
Por Charles Haddon Spurgeon, traduzido e
adaptado por Silvio Dutra.
Meu sermão esta manhã terá sete textos e minha pregação será centrada em apenas duas
palavras de cada um, porque os sete textos são
todos semelhantes e ocorrem em sete porções diferentes da santa Palavra de Deus. Porém, eu
usarei o contexto de todos eles para
exemplificar casos diferentes; e peço a vocês
que trouxeram suas Bíblias que os acompanhem a medida que forem mencionados. O tema desta
manhã será - CONFISSÃO DE PECADO. Nós
sabemos que isto é absolutamente necessário à
salvação. A menos que haja uma verdadeira e sincera confissão de nossos pecados a Deus, não
temos nenhuma promessa que nós acharemos
clemência no sangue do Redentor. "Todo aquele
que confessar seus pecados e os abandonar achará misericórdia" . Mas não há nenhuma
promessa na Bíblia para o homem que não
confessar seus pecados . Há muitos que fazem
uma confissão, e uma confissão diante de Deus, e não recebem nenhuma bênção, porque a
confissão deles não tem certas marcas que são
requeridas por Deus, que provariam sua
genuinidade e sinceridade e que demonstrariam terem sido fruto do trabalho do
Espírito Santo. Meu texto esta manhã consiste
em duas palavras: "eu pequei". E você verá como
41
estas palavras, nos lábios de homens diferentes,
indicam sentimentos muito diferentes.
Enquanto uma pessoa diz "eu pequei" e recebe
perdão, outro diz o mesmo, porém segue seu caminho para se enegrecer com pecados piores
que antes e mergulha em profundezas maiores
de pecado do que antes ele tinha experimentado. O Pecador Endurecido. Faraó:
"eu pequei". Êxodo 9:27. O primeiro caso que eu
apresentarei a vocês é o do PECADOR
ENDURECIDO que, quando experimenta terror, diz "eu pequei". E você achará o texto no livro de
Êxodo 9:27 - "Então Faraó mandou chamar
Moisés e Arão, e disse-lhes: Esta vez pequei; o
Senhor é justo, mas eu e o meu povo somos ímpios". Mas porque esta 139 confissão nos
lábios deste altivo tirano? Ele não se humilhava
perante Jeová. Então porque aquele orgulhoso
se curvou? Você julgará o valor da sua confissão quando você ouvir as circunstâncias debaixo
das quais foi feita: "E Moisés estendeu a sua vara
para o céu, e o Senhor enviou trovões e saraiva,
e fogo desceu à terra; e o Senhor fez chover saraiva sobre a terra do Egito. Havia, pois,
saraiva misturada com fogo, saraiva tão grave
qual nunca houvera em toda a terra do Egito,
desde que veio a ser uma nação". Agora, diz Faraó, enquanto o trovão estava rolando no céu,
enquanto o fogo então incendiava o solo e
enquanto o granizo descia em grande
quantidade, ele diz, "eu pequei". Ele é somente um exemplo de multidões da mesma categoria.
42
Quantos rebeldes endurecidos a bordo de
navios, quando as madeiras estão deformadas e
rangendo, quando o mastro está quebrado e o
navio está vagando ao sabor do vento forte, quando as ondas famintas estão abrindo suas
bocas para tragar o navio tão rapidamente como
aqueles que entram na cova, quantos marinheiros cujos corações se encontram
endurecidos pelo pecado, curvam seus joelhos
com lágrimas nos olhos, e clamam "eu pequei!".
Mas que proveito e que valor tem a confissão deles? O arrependimento que nasceu na
tempestade morreu na calmaria; aquele
arrependimento criado entre trovões e raios,
cessou tão logo tudo foi silenciado e o marinheiro que era piedoso quando a bordo do
navio, se tornou um dos piores e mais
abomináveis entre os marinheiros quando
colocou seu pé em terra firme. Também, com que frequência nós vemos isto em uma
tempestade com abundância de raios e trovões?
Muitos homem empalidecem quando ouvem o
trovão ressoando; as lágrimas enchem seus olhos, e eles clamam "Ó Deus, eu pequei!";
enquanto as vigas da sua casa são balançadas e o
solo embaixo deles oscila diante da voz de Deus
em Sua majestade. Mas ai de tal arrependimento! Quando o sol novamente
brilha e as negras nuvens passam, o pecado vem
novamente sobre o homem e ele se torna pior
que antes. Quantas confissões do mesmo tipo, nós também vemos em tempos de epidemias
43
fatais! Então nossas igrejas ficam cheias de
ouvintes que, por verem tantos enterros
passarem por suas portas, ou porque tantos
morreram na sua rua, não podem se abster de ir à casa de Deus para confessar seus pecados. E
debaixo daquela visitação, quando um, dois e
três caem mortos em sua casa, ou na porta ao lado, quantos pensaram que realmente
volveriam-se a Deus! Mas, ai! quando a
pestilência acaba seu trabalho, a convicção
cessa; e quando o sino toca pela última vez por uma morte causada por uma epidemia, então
seus corações deixam de bater em penitência e
suas lágrimas deixam de fluir. Tenho alguém
aqui assim nesta manhã? Se há tais pessoas aqui esta manhã, me deixe solenemente dizer-lhes:
"Senhores, vocês esqueceram os sentimentos
que tiveram nas suas horas de angústia; mas, se
lembrem, Deus não esqueceu dos votos que vocês fizeram". Marinheiro, você disse se Deus o
poupasse para ver a terra novamente, você seria
Seu servo; mas você não é; você mentiu a Deus,
você Lhe fez uma falsa promessa, porque você nunca manteve o voto que seus lábios fizeram.
Você disse, em um leito de doença, que se ele
poupasse sua vida você nunca pecaria
novamente como antes; mas aqui está você e seus pecados 140 desta semana falarão por mim.
Você não é melhor do que você era antes da sua
doença. Você poderia mentir para Deus e não
ser reprovado? E você pode pensar em mentir para Deus e não ser punido? Não! o voto, por
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mais precipitadamente que tenha sido feito, é
registrado no céu; e apesar de ser um voto que o
homem não pode cumprir, contudo, como é um
voto que ele próprio fez, e o fez voluntariamente também, ele será castigado pelo não
cumprimento dele; e Deus executará vingança
afinal, porque ele disse que abandonaria seus caminhos de pecado, porém, quando o
infortúnio é removido ele não faz isto. O anjo
vingador poderá dizer: "Ó Deus, estes homens
disseram que se eles fossem poupados seriam melhores; porém são piores. Como eles
violaram suas promessas, e como eles atraíram
a ira divina sobre si mesmos!". Este é o primeiro
estilo de arrependimento; e é um estilo que eu espero que nenhum de vocês imitem, porque é
totalmente sem valor. É inútil você dizer "eu
pequei" somente debaixo da influência do
terror, e então esquecer disto depois. O Homem Dúbio BALAÃO: "eu pequei". Nm. 22:34.
Agora vamos ao segundo texto. Apresentarei a vocês um outro caráter - O HOMEM DÚBIO, que
diz "eu pequei" e sente que ele realmente o fez, e
sente de maneira profunda, mas é tão mundano que ele "ama a injustiça". O caráter que eu
escolhi para ilustrar isto, foi o de Balaão. Abra o
livro de Números 22:34: "Respondeu Balaão ao
anjo do Senhor: eu pequei". "Eu pequei", disse Balaão; mas, apesar disto, ele se foi com seu
pecado. Um dos caracteres mais estranhos do
mundo inteiro é o de Balaão. Eu frequentemente
45
tenho me surpreendido com aquele homem; ele
realmente parece, em outro sentido, ter surgido
das linhas de Ralph Erskine: "Para o bem e para
o mal igualmente se curva, E para ambos: o diabo e O Santo ". Porque ele parecia ser assim.
Algumas vezes falava com tamanha eloquência
e triunfo, que não poderia se igualar a nenhum outro homem; e outras vezes ele exibia a pior e
mais sórdida cobiça que pode desgraçar a
natureza humana. Pense. Você vê Balaão; ele
está no cume da colina, e lá embaixo está o povo de Israel; ele é ordenado a os amaldiçoar, e ele
diz: "Como amaldiçoarei a quem Deus não
amaldiçoou? e como denunciarei a quem o
Senhor não denunciou?" E Deus abre seus olhos, e ele começa a falar até mesmo sobre a vinda de
Cristo, e ele diz: "Eu o vejo, mas não no presente;
eu o contemplo, mas não de perto". E então ele
apresenta sua oração dizendo: "Que eu morra a morte dos justos, e seja o meu fim como o
deles!". E vocês acharão que aquele homem tem
esperança. Espere até que ele desça da colina, e
vocês lhe ouvirão dar o mais diabólico conselho ao rei de Moabe, tão diabólico que era até
mesmo possível ser sugerido pelo próprio
Satanás. Disse ele ao rei: "Você não pode vencer
este povo na batalha, porque Deus está com eles; tente instigá-los contra Deus". E vocês sabem
como, com luxúrias temerárias, os Moabitas
tentaram seduzir os filhos de Israel a serem
infiéis a Jeová; de forma que este homem parecia ter a voz de um anjo, às vezes, mas
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também a alma de um diabo no seu íntimo. Ele
era um caráter terrível; era um homem de duas
mentes, um homem que foi por todo o caminho
com duas disposições. Eu sei que a Escritura diz "Ninguém pode servir a dois senhores". Hoje em
dia isto é frequentemente mal entendido.
Alguns leem assim "Ninguém pode servir a dois senhores". Sim ele pode; ele pode servir três ou
quatro. O jeito de ler esta passagem é "Ninguém
pode servir a dois senhores". Ambos não podem
ser senhores. Ele pode servir dois, mas os dois não podem ser seus senhores. Um homem pode
servir a dois que não são seus mestres, ou
mesmo vinte; ele pode viver por vinte propósitos
diferentes, mas ele não pode viver para mais de um propósito principal; somente pode haver um
propósito principal em sua alma. Mas Balaão
laborou em servir a dois; era igual as pessoas de
quem foi dito "Eles temeram o Senhor, e serviram outros deuses". Ou como Rufus que era
parecido com Balaão; porque você tem
conhecimento que nosso velho rei Rufus pintou
Deus em um lado do seu escudo e o diabo no outro, e abaixo, o lema: "Pronto para ambos;
pegue quem puder". Há muitos, que de igual
modo, estão prontos para ambos. Eles
encontram o pastor, e quão piedosos e santos eles são; no dia do Senhor eles são as pessoas
mais respeitáveis e justas do mundo; eles falam
pausadamente por pensarem ser isto algo
eminentemente religioso. Mas em um dia de semana, se você quer encontrar os maiores
47
desonestos e fraudadores, eles são alguns
destes homens que são tão hipócritas na sua
devoção. Meus ouvintes, nenhuma confissão de
pecado pode ser genuína, a menos que seja feita de todo o coração. É inútil você dizer: "eu pequei"
e então continuar pecando. Alguns homens
parecem nascer com dois caracteres. Eu observei na livraria da Trinity College,
Cambridge, uma bonita estátua do Lord Byron.
O bibliotecário me disse, "Olhe daqui, senhor".
eu olhei, e disse: "que semblante intelectual!". "Que gênio ele era!". Então ele disse: "Venha para
o outro lado!". "Ah! que demônio! Aqui está um
homem que poderia desafiar Deus". Ele tinha
um desagrado e um semblante terrível em sua face; tal como Milton poderia ter pintado a
Satanás quando ele disse: "Melhor reinar no
inferno do que servir no céu!". Eu me virei e
disse ao bibliotecário: "você pensa que o artista planejou isto?". "Sim!" ele disse: "ele desejou
retratar os dois caracteres: o grande, o
esplêndido e o gênio quase super-humano que
ele possuía, e também a enorme massa de pecado que existia em sua alma". 142 Existem
alguns homens aqui do mesmo tipo. Eu ouso
dizer que, como Balaão, eles poderiam operar
milagres; e ao mesmo tempo há algo neles que revela um caráter repugnante de pecado, tão
grande quanto pareceria ser o caráter deles para
a retidão. Balaão, você sabe, ofereceu sacrifícios
a Deus no altar de Baal; isso era típico do seu caráter. E assim muitos fazem; eles oferecem
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sacrifícios a Deus no santuário de Mamon; e
enquanto eles ofertam a uma igreja e
distribuem ao pobre, eles na outra porta do seu
escritório contábil, oprimem o pobre e espremem até a última gota de sangue da viúva,
para ficarem ricos. Ah! é infrutífero e inútil para
você dizer "eu pequei", a menos que você o diga de todo seu coração. A confissão daquele
homem dúbio não tem nenhum proveito. O
Homem Insincero. SAUL : "eu pequei". 1 Samuel
15:24.
E agora um terceiro caráter, e um terceiro texto. No primeiro livro de Samuel 15:24, lemos: "Então
disse Saul a Samuel: "eu pequei". Aqui está o
HOMEM INSINCERO - o homem que não é
como Balaão, até certo ponto sincero sobre duas coisas; mas um homem que é justamente o
oposto - que não tem nenhum ponto
proeminente em seu caráter, mas que é sempre
modelado pelas circunstâncias que passam pela sua cabeça. Saul era assim. Samuel o reprovou e
ele disse: "eu pequei". Mas ele não queria
realmente dizer aquilo, porque se você ler o
verso inteiro, vai vê-lo dizendo: "porque eu temi o povo" , o que era uma desculpa mentirosa. Saul
nunca temeu ninguém; ele sempre estava
bastante pronto para fazer sua própria vontade;
ele era um déspota. Um pouco depois, ele sustentou outra desculpa, ao afirmar que havia
trazido bois e cordeiros para oferecer a Jeová,
portanto, ambas desculpas não podiam ser
49
verdadeiras. A característica mais proeminente
no caráter de Saul era sua insinceridade. Um dia
ele manda buscar a Davi da cama dele, para o
matar. Outra vez ele declara "tão certo como vive o Senhor, ele (Davi) não morrerá". Um outro dia,
porque Davi salvou sua vida, ele disse "Mais
justo és do que eu; não tornarei a fazer-te mal". Isso ele disse após o perseguir, com o objetivo de
matá-lo. Às vezes Saul se encontrava entre os
profetas e profetizava; logo depois entre as
bruxas; às vezes em um lugar, outras em outro, e insincero em tudo. Quantas pessoas como ele
encontramos em toda assembleia cristã;
homens que são muito facilmente modelados!
Diga o que quiser a eles, e eles sempre concordarão com você. Eles têm disposições
afetuosas, e uma consciência sensível; tão
sensível que parece ceder quando
impressionada, mas tememos sondá-la mais profundamente; ela se cura tão rapidamente
quanto se machuca. Já usei uma comparação
muito singular antes, a qual tenho que usar
novamente: alguns homens parecem ter corações de borracha. Se você apenas os tocar, é
feita uma impressão imediatamente; entretanto
é inútil, pois logo retorna ao seu estado original.
Você pode os apertar de qualquer modo que desejar, eles são tão elásticos que você sempre
alcançará seu propósito; entretanto eles não
tem firmeza de caráter e logo voltam a ser o que
eram antes. Ó senhores, muitos de vocês fazem o mesmo; curvam suas cabeças na Igreja e
50
dizem: "Temos errado e nos desviado do
caminho" mas você não pretendia,
verdadeiramente, dizer isto. Você veio ao seu
pastor e disse "eu me arrependo dos meus pecados", mas você não se sentia um pecador;
você só disse aquilo para agradá-lo. E agora você
frequenta a casa de Deus; ninguém mais impressionado que você; lágrimas correrão
facilmente da sua face; mas, apesar disto, a
lágrima se secará tão depressa quanto foi
produzida, e você permanece, em todos seus intentos e propósitos, igual ao que era antes.
Dizer "eu pequei" de uma maneira sem
significado ou sentido, é pior do que desprezível,
porque é um escárnio a Deus confessar com insinceridade de coração. Eu fui breve neste
caráter; porque parece se relaciona com o de
Balaão; entretanto, podemos ver claramente
que há um real contraste entre Saul e Balaão, embora haja uma afinidade entre os dois. Balaão
era um grande homem mau, grande em tudo
que fez; Saul era pequeno em tudo, exceto em
estatura, pequeno em bondade e pequeno em maldade; enquanto Balaão era grande em
ambos: o homem que às vezes poderia desafiar
Jeová, e em outro momento dizia "se Balaque me
desse sua casa cheia de prata e ouro, eu não poderia ir além da palavra do Senhor meu Deus,
para fazer mais ou menos".
Agora quero apresentar a você um caso muito interessante; é o caso do PENITENTE
51
DUVIDOSO, o caso de Acã, no livro de Josué 7:20
"Respondeu Acã a Josué: Verdadeiramente
pequei contra o Senhor Deus de Israel". Você
sabe que Acã roubou despojos da cidade de Jericó - que ele foi descoberto através de sorte, e
levado a morte. Cito este caso como o
representante daqueles cujo caráter é questionável em seu leito de morte; aqueles que
se arrependem aparentemente, mas de quem a
maioria de nós só pode dizer que nós esperamos
que suas almas estejam salvas afinal, mas verdadeiramente nós não podemos assegurar.
Acã, você está lembrado, foi apedrejado, por
desonrar Israel. Mas eu achei no Mishna, uma
antiga exposição judia da Bíblia, estas palavras, "Josué disse a Acã , hoje o Senhor te perturbará a
ti". E uma nota sobre este texto que diz: "Ele disse
este dia, o que implica que ele só seria
perturbado nesta vida, sendo apedrejado até a morte, mas que Deus teria misericórdia da sua
alma por ter ele feito uma confissão completa do
seu pecado". E eu, também, sou propenso, ao ler
o capítulo, a concordar com a ideia de meu venerável e agora glorificado predecessor, Dr.
Gill, que acreditava que Acã realmente foi salvo,
embora tenha sido condenado à morte pelo seu
crime, como um exemplo. Observe como Josué falou de forma compassiva com ele. Ele disse:
"Filho meu, dá, peço-te, glória ao Senhor Deus
de Israel, e faze confissão perante ele. Declara-
me agora o que fizeste; não mo ocultes". E você encontra Acã fazendo uma confissão completa.
52
Ele diz: "Verdadeiramente pequei contra o
Senhor Deus de Israel, e eis o que fiz: quando vi
entre os despojos uma boa capa babilônica, e
duzentos siclos de prata, e uma cunha de ouro do peso de cinquenta siclos, cobicei-os e tomei-
os; eis que estão escondidos na terra, no meio da
minha tenda, e a prata debaixo da capa". Esta confissão parece ser tão satisfatória que se me
fosse permitido julgar, eu diria: "espero
encontrar Acã o pecador, diante do trono de
Deus". Mas Matthew Henry não tem a mesma opinião; e muitos outros expositores
consideram que assim como seu corpo foi
destruído, assim também foi sua alma. Por este
motivo, eu selecionei o caso dele como sendo o de um arrependimento duvidoso. Ah! queridos
amigos, já me encontrei muitas vezes em leitos
de morte e pude ver muitos com
arrependimentos como este. Eu vi um homem, reduzido a um esqueleto, sustentado por
travesseiros em sua cama; e ele disse, quando
lhe falei sobre o julgamento vindouro: "Senhor,
eu sinto que fui culpado, mas Cristo é bom; eu confio nEle". E eu disse pra mim mesmo: "eu
acredito que a alma deste homem está salva".
Mas fui embora com a reflexão melancólica de
que não tive nenhuma prova disto, além das suas próprias palavras; porque preciso de prova
através de atos e da vida posterior ao
arrependimento, para sustentar uma convicção
firme da salvação de um homem. Você conhece aquela história de um médico que manteve um
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registro de mil pessoas que uma vez pensaram
que estavam morrendo, e de quem ele pensou
que eram penitentes; ele escreveu seus nomes
em um livro, como aqueles que, se tivessem morrido, iriam para o céu; eles não morreram,
eles viveram; e ele diz que entre estas mil
pessoas, nem mesmo três mudaram verdadeiramente seu modo de vida, pois
voltaram novamente aos seus pecados e
continuaram como antes. Ah! queridos amigos,
eu espero que nenhum de vocês tenha um arrependimento de leito de morte, como este;
eu espero que seu pastor ou seus pais não
tenham que estar ao seu lado da cama, dizendo
consigo mesmo: "Pobre companheiro, espero que ele seja salvo". Mas ai! arrependimentos de
leito de morte são coisas tão frágeis, cujos
fundamentos de esperança são tão triviais e tão
pobres, que eu tenho medo, depois de tudo, que esta alma possa estar perdida". Ó! morrer com
toda segurança; ó! morrer com uma entrada
abundante, deixando um testemunho que nós
partimos desta vida em paz! Este é um modo muito mais feliz de morrer do que de uma
maneira duvidosa, cambaleando entre dois
mundos, e nem nós, nem nossos amigos
sabendo para qual dos dois mundos estamos indo. Que Deus possa nos conceder a graça de
dar evidências, nas nossas vidas, da verdadeira
conversão, que nosso caso possa não ser
duvidoso!
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Não o deterei por mais tempo, mas tenho de lhe mostrar outro caso; o pior de todos. É o
ARREPENDIMENTO DE DESESPERO. Examine
Mt. 27:4. Lá você tem um caso terrível do arrependimento de desespero. Você
reconhecerá o personagem no momento que eu
ler o verso: "E Judas disse, eu pequei". Sim, Judas o traidor; aquele que traiu seu Mestre, quando
viu que seu Mestre foi condenado, "devolveu,
compungido, as trinta moedas de prata aos
anciãos, dizendo: Pequei, traindo o sangue inocente ... E tendo ele atirado para dentro do
santuário as moedas de prata, retirou-se, e foi
enforcar-se". Aqui está o pior tipo de
arrependimento de todos; de fato, não sei se é justo chamar isto de arrependimento; isto deve
ser chamado remorso de consciência. Mas
Judas confessou seu pecado, e então saiu e
enforcou-se. Ó! aquela horrível, aquela terrível, aquela horrorosa confissão de desespero. Você
nunca viu isto? Se você nunca viu, então
agradeça a Deus pelo fato de que você nunca foi
chamado para presenciar tal visão. Eu vi isto uma vez em minha vida, e peço a Deus que
nunca veja de novo - o arrependimento do
homem que vê a morte face a face e que diz, "eu
pequei ". Você lhe fala que Cristo morreu pelos pecadores; e ele responde, "não há nenhuma
esperança para mim; Eu blasfemei contra Deus
na Sua face; eu O desafiei; meu dia de graça eu
sei que é passado; minha consciência está cauterizada com ferro quente; eu estou
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morrendo, e eu sei que estou perdido!" Ó! meus
ouvintes, alguns de vocês tem tal
arrependimento? Se você tem, será um sinal
futuro para todas as pessoas que pecam; se você tem tal arrependimento, servirá como
advertência a gerações futuras. Na vida de
Benjamim Keach - e ele também foi um de meus predecessores - eu encontrei o caso de um
homem que tinha sido crente professo, mas
tinha se apartado da confissão, e tinha cometido
pecados terríveis. Quando ele estava para morrer, Keach, com muitos outros amigos, foi
vê-lo, mas eles nunca podiam ficar com ele mais
do que cinco minutos por visita, porque ele
dizia: "Vão embora; é inútil sua visita para mim; eu pequei à parte do Espírito Santo; Eu sou igual
a Esaú; eu vendi meu direito de nascimento, e
apesar de buscá-lo diligentemente com
lágrimas, eu nunca o acharei novamente". E então ele repetia palavras terríveis, como estas:
"minha boca está cheia de pedrinhas, e eu bebo
absinto dia e noite. Não me fale, não me fale de
Cristo! Eu sei que Ele é o Salvador, mas eu O odeio e Ele me odeia. Eu sei que tenho que
morrer; eu sei que tenho que perecer!". E então
seguiam-se gritos dolorosos, e ruídos
horrorosos, que ninguém poderia aguentar. Eles voltaram novamente nos seus momentos
de calma, mas só o agitavam mais uma vez, e lhe
faziam chorar de desespero: "eu estou perdido!
Eu estou perdido! É inútil me falarem qualquer 146 coisa sobre isto!". Ah! Pode haver um
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homem aqui que pode ter uma morte como esta;
deixe-me adverti-lo, antes disto; e Deus, Espírito
Santo, possa permitir que este homem possa se
voltar para Deus, e fazer uma verdadeira penitência, e então ele não precisará mais ter
nenhum medo; porque ele, que teve seus
pecados lavados no sangue do Salvador, não precisará ter nenhum remorso por seus
pecados, porque foram perdoados pelo
Redentor.
Agora eu entro na luz do dia. Eu o tenho levado por confissões tristes e escuras; eu não o deterei
por mais tempo lá, mas o trarei para as duas boas
confissões que lerei para você. A primeira é a de
Jó 7:20 - "Eu pequei; que te farei, ó Preservador dos homens?" Este é O ARREPENDIMENTO DO
SANTO. Jó era um santo, mas ele pecou. Este é o
arrependimento de um homem que já é filho de
Deus, um arrependimento aceitável diante de Deus. Mas como eu pretendo enfatizar isto à
noite, eu deixarei este caso por agora, por medo
de cansar vocês. Davi era um espécime deste
tipo de arrependimento, e seria proveitoso se estudassem cuidadosamente seus salmos de
contrição; a linguagem que utiliza é sempre
cheia de pranto de humilhação e
arrependimento sincero.
Agora tratarei do último exemplo; é o caso do pródigo. Em Lc. 15:18, nós encontramos o
pródigo dizendo: "Pai eu pequei". Ó!, aqui está
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uma CONFISSÃO ABENÇOADA! Aqui está o que
prova que um homem tem um caráter
regenerado - " Pai, eu pequei ". Deixe-me pintar a
cena. Lá está o pródigo; ele fugiu de uma boa casa e de um pai amoroso, e gastou todo seu
dinheiro com prostitutas, e agora ele não tem
mais nada. Ele vai para seus antigos companheiros e lhes pede ajuda. Eles riem dele
com desprezo. "Ó", diz ele, " vocês beberam meu
vinho muitas vezes; eu sempre paguei para
vocês nas nossas festas; vocês não vão me ajudar?" Mas eles dizem: "Vá embora!" e o
expulsam dali. Ele procura todos seus amigos
com quem tinha se associado, mas nenhum
deles lhe dá qualquer coisa. Por fim alguém lhe diz: "Você quer um emprego? então vá e
alimente meus porcos". O pobre pródigo, o filho
de um rico proprietário de terras, que teve uma
grande fortuna, tem que sair para alimentar porcos; e ele era judeu também! O pior emprego
(na sua cabeça) para o qual ele podia ser
contratado. 147 Veja-o lá, em trapos sujos,
alimentando porcos; e qual era seu salário? Tão pouco que ele "desejava encher o estômago com
as alfarrobas que os porcos comiam; e ninguém
lhe dava nada". Veja, lá está ele, no seu lamaçal e
imundície equivalentes aos dos seus companheiros de chiqueiro. De repente um
pensamento posto lá pelo Espírito Santo, surge
em sua mente: "meu pai têm abundância de pão,
e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra
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o céu e diante de ti; já não sou digno de ser
chamado teu filho; trata-me como um dos teus
empregados". E ele volta. Ele mendiga por todo
seu caminho, de cidade em cidade. Às vezes ele consegue carona em uma carruagem, talvez,
mas em outros momentos ele vai na sua marcha
resoluta por colinas estéreis e vales desolados, sozinho. E agora afinal ele chega à colina fora da
aldeia, e vê a casa do seu pai lá embaixo. Lá está;
a velha árvore de álamo em frente dela, e lá
estão as pilhas de feno nas quais ele e seu irmão corriam e brincavam; e à vista da sua velha casa
todos os sentimentos e lembranças da sua vida
vieram a sua mente, e lágrimas correram de
seus olhos e ele quase foge novamente. Ele pensa: "será que meu pai morreu? Como tive
coragem de magoar tanto minha mãe? E se os
dois estiverem vivos, eles nunca me receberão
novamente; eles fecharão a porta na minha cara. O que estou fazendo? Eu não posso regressar e
tenho medo de ir adiante". E enquanto ele estava
decidindo, seu pai estava andando pela varanda
superior, olhando para fora, para seu filho; e apesar dele não poder ver seu pai, seu pai podia
vê-lo. Bem, seu pai desce as escadas com toda
sua força, corre até ele, e enquanto ele ainda
está pensando em fugir, os braços do seu pai estão ao redor do seu pescoço, e ele o beija,
como um pai amoroso, e então o filho começa -
"Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou
digno de ser chamado teu filho" e quando ele ia dizer "trata-me como um dos teus empregados"
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seu pai pôs a mão na sua boca. "Pare com isso",
diz ele; " Eu o perdoo; não diga nada sobre ser um
criado. Venha", diz ele, "entre, pobre pródigo.
Ó!", diz ele para seus criados, "trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lha, e ponde-lhe um anel
no dedo e alparcas nos pés; trazei também o
bezerro, cevado e matai-o; comamos, e regozijemo-nos, porque este meu filho estava
morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado.
E começaram a regozijar-se". Ó! Que recepção
preciosa para o principal dos pecadores! Matthew Henry disse: "seu pai o viu, havia olhos
de misericórdia; ele correu para o encontrar,
havia pernas de misericórdia; ele pôs seus
braços ao redor do seu pescoço, havia braços de misericórdia; ele o beijou, havia beijos de
misericórdia; ele lhe disse, havia palavras de
misericórdia - tragam a melhor roupa, havia
atos de misericórdia, maravilhosa graça - tudo graça. Ó, que Deus gracioso Ele é". Agora,
pródigo, faça o mesmo. Deus pôs isto em seu
coração? Há muitos que têm fugido por muito
tempo. Deus diz "retorne?" Ó, eu apelo a você que volte, então, pois tão certo quanto sempre, os
que retornam Ele os acolherá. Nunca houve um
pobre pecador que viesse a Cristo, que Cristo o
mandasse embora. Se ele lhe mandasse embora, você seria o primeiro. Ó, se você pudesse ao
menos experimentá-lO! "Ah, senhor, eu sou tão
sujo, tão corrupto, tão vil ". Bem, você não pode
ser mais vil que o pródigo. Venha para a casa do seu Pai, e tão certo 148 quanto Ele é Deus, Ele
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manterá sua palavra: "o que vem a mim de
maneira nenhuma o lançarei fora". Ó, se eu
pudesse ouvir que alguns foram a Cristo esta
manhã...eu bendiria a Deus! Você se lembra daquela manhã em que eu mencionei o caso de
um infiel que tinha sido um escarnecedor, mas
que, através da leitura de um de meus sermões impressos, foi trazido para a casa de Deus e
então para os pés de Deus. Bem, no Natal
passado, o mesmo infiel reuniu todos os seus
livros, e foi ao mercado em Norwich, e lá fez uma pública retratação de todos os seus erros, e
confessou a Cristo, e depois, tomando todos os
livros que havia escrito que estavam em sua
casa, os queimou à vista do povo. Eu glorifiquei a Deus por esta maravilhosa graça, e orei para que
houvessem mais como este infiel, que, apesar
de terem nascido pródigo, voltou para sua casa
dizendo: "eu pequei".
O FUNDAMENTO DA NOSSA APROXIMAÇÃO E RECONCILIAÇÃO COM DEUS É SEMPRE O
SANGUE DE JESUS, MAS ISTO NÃO PODE SER
EFETIVADO SEM A NOSSA CONFISSÃO.
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