TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
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Condições de Trabalho dos Profissionais da Educação Pública Estadual no
Município de Nova Iguaçu / RJ.
Fabrício Ferreira Lopes – [email protected] – UFF/ICHS
Resumo
O assunto abordado nesse trabalho se refere às condições do ambiente de trabalho
existente para os profissionais da educação pública estadual no município de Nova Iguaçu,
vinculados à Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC – RJ). O trabalho
foi desenvolvido a partir do conhecimento de ocorrências recorrentes nos casos de ineficácia
das condições de trabalho oferecidas nas unidades escolares, como também por estar
relacionado ao local no qual eu exerço as atividades profissionais. O objetivo desse trabalho é
identificar as situações relacionadas às condições de trabalho pontuais e recorrentes, que são
capazes de afetar diretamente a integridade e a saúde dos profissionais, determinando as ações
preventivas e corretivas que podem ser adotadas. A metodologia empregada é a da pesquisa de
campo, reunindo dados qualitativos e quantitativos, e os resultados obtidos mostraram que as
condições de trabalho dos profissionais da educação pública estadual do município de Nova
Iguaçu/RJ apresentam características diferenciadas de acordo com a localização das unidades
escolares e, desse modo, as ações a serem implementadas devem ser adequadas e específicas
para cada situação.
.
Palavras chaves: condições de trabalho; Educação; Nova Iguaçu.
1- Introdução
Conforme Silva (2006), nos últimos anos, pôde ser observado um significativo aumento,
entre os professores, da insatisfação com a profissão. Tal insatisfação é atribuída em grande
parte ao desinteresse, à agressividade e à indisciplina dos alunos. Frustradas as expectativas dos
alunos, pois também a escola não lhes supre as necessidades básicas, o resultado é desinteresse,
indisciplina, agressividade, fracasso e consequente evasão escolar.
Em relação aos profissionais da educação que exercem as suas atividades nas unidades
de ensino públicas estaduais localizadas no município de Nova Iguaçu/RJ, o estudo das suas
condições de trabalho engloba os aspectos estruturais fornecidos pelo Estado, assim como as
relações humanas existentes no processo de ensino e a influência dos ambientes externos no
desencadeamento das ações e consequentemente, na saúde dos profissionais.
Dessa forma, o problema de pesquisa se refere aos fatores internos e externos
prejudiciais à saúde física e mental dos profissionais da educação, inerentes às condições de
trabalho relacionadas ao ensino público estadual no município de Nova Iguaçu/RJ.
O objetivo geral desse trabalho é desenvolver ações que visem combater os fatores
existentes e prevenir o surgimento de novos que estejam relacionados ao problema. O objetivo
específico é identificar e analisar esses fatores, para posteriormente elaborar um plano de ação
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que abrange ações preventivas, corretivas e de acompanhamento das atividades de
enfrentamento ao problema descrito.
1.1 -Metodologia
A metodologia empregada é a da pesquisa de campo, reunindo dados qualitativos e
quantitativos. A população da amostra é composta pelos profissionais que atuam nas 20
unidades escolares que, dentro do total de 83 escolas públicas estaduais localizadas em Nova
Iguaçu-RJ, obtiveram as menores notas no IDERJ em 2013, tendo em vista que os dados do ano
informado são os mais atuais que foram disponibilizados pela SEEDUC-RJ. Os resultados do
IDERJ foram utilizados porque eles sintetizam os principais parâmetros de avaliação do ensino
público estadual do Rio de Janeiro. Conforme consta no site da Secretaria de Estado de
Educação do Rio de Janeiro, “o Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado do Rio de
Janeiro (IDERJ) é produto de dois indicadores: Indicador de Desempenho (ID) e Indicador de
Fluxo (IF)”. Muito parecido com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), de
abrangência nacional, o IDERJ reflete as realidades de fluxo e desempenho, em um número de
0 a 10. Anualmente, alunos concluintes do Ensino Fundamental e do Ensino Médio participam
do Sistema de Avaliação do Estado do Rio de Janeiro (SAERJ), uma avaliação de proficiência
em Língua Portuguesa e Matemática. Os resultados dessa avaliação representam os Indicadores
de Desempenho (ID) para as escolas. O Indicador de Fluxo (IF) é calculado pelas taxas de
aprovação divulgadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (INEP). Desse modo, o estado do Rio de Janeiro estabeleceu um índice educacional
próprio com o intuito de subsidiar ações pedagógicas e acompanhar o desempenho da educação
da rede de ensino estadual do Rio de Janeiro.
A amostragem utilizada é composta por 30% dos profissionais de cada uma das 20
unidades escolares, sendo dividida por 10% em cada turno caso possua 3 turnos de ensino, 15%
no caso de 2 turnos e o total de 30% no caso da unidade escolar possuir apenas 1 turno de
ensino, totalizando-se um número de 335 profissionais dentro de um total de 1.116. Chegou-se
a esses profissionais perguntando-se a cada um, dentro do total, se ele em algum momento já
esteve licenciado por problema de saúde físico e/ou psicológico, e selecionou-se os que
informaram terem tido esse tipo de licença em datas mais recentes até a obtenção dos
percentuais informados.
A coleta dos dados é por meio de questionário (ANEXO A – Questionário sobre
condições de trabalho) e entrevistas pessoais, posteriormente analisados com base na
ferramenta 5W1H, a qual por sua vez é baseada na ferramenta 5W2H (What –O que será feito
(etapas); Why – Por que será feito (justificativa); Where – Onde será feito (Local); When –
Quando será feito (Tempo); Who- Por quem será feito (Responsabilidade); How- Como será
feito (Método); How Much – Quanto Custará Fazer (Custo)) ,excluindo-se 1“H” referente ao
“How Much” , tendo em vista que os custos envolvidos não estão relacionados à temática e não
se encontram no âmbito do problema abordado neste trabalho. Conforme definição do ano de
2015 da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, essa ferramenta possibilitará o
mapeamento das atividades que foram determinadas, onde se estabelece o que será feito, quem
fará o quê, qual o período de tempo, em qual área da organização e outros setores externos
envolvidos, os motivos e como serão feitas as atividades.
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2 – Apresentação do Caso
A Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC- RJ, 2015), é o órgão
responsável pelo cumprimento, no âmbito estadual, das políticas educacionais do Governo
Federal, regido pela norma maior da educação brasileira – a lei nº. 9394/96 de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional. A sua missão é assegurar uma educação que garanta o acesso,
permanência e sucesso dos alunos dentro de sala de aula. As ações que norteiam o trabalho dos
profissionais da educação devem estar voltadas para o funcionamento eficaz das escolas, pelo
estímulo ao aperfeiçoamento dos professores, os recursos materiais necessários ao dia a dia da
comunidade escolar e a orientação de todo o processo pedagógico, incluindo a valorização do
magistério.
Conforme mostrado no organograma seguinte, a estrutura da Secretaria de Estado de
Educação do Rio de Janeiro possui o Gabinete do Secretário como o setor central e os demais
setores subdividem as atribuições do órgão de acordo com as suas áreas de atuação. Diretamente
relacionadas ao problema abordado nesse trabalho, estão a Subsecretaria de Infraestrutura e
Tecnologia, no que se refere aos aspectos estruturais, e a Subsecretaria de Gestão de Pessoas,
no que se refere aos aspectos de desenvolvimento e administração funcional dos profissionais
da educação (SEEDUC – RJ, 2015).Conforme Olivo (2012), o nome que consta em “Gabinete
do Secretário” se refere a um Agente Político auxiliar imediato do chefe do executivo (no caso
é o Secretário de Estado de Educação), e os nomes que constam nas Subsecretarias se referem
a ocupantes de cargos de provimento em comissão que, na acepção do artigo 37, inciso II e V
da Constituição Federal, são de livre nomeação e exoneração e independem de concurso
público, porque os seus critérios de nomeação são políticos.
Organograma 1 -Estrutura da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro
Fonte: Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro - SEEDUC – RJ (2015)
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Desde o dia 30 de abril de 2011, está em vigor a nova organização de Regionais
Administrativas e Pedagógicas, conforme o Decreto 42.838 de 4 de fevereiro de 2011, que
transforma a estrutura básica da SEEDUC-RJ em 14 Regionais Administrativas e Pedagógicas,
além da DIESP, Diretoria Especial de Unidades Escolares Prisionais e Socioeducativas,
conforme ilustra o mapa a seguir:
Mapa das Diretorias Regionais Administrativas e Pedagógicas da Secretaria de Estado de
Educação do Rio de Janeiro
Fonte: Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro - SEEDUC(2015)
Conforme mostrado na figura acima, o município de Nova Iguaçu é a sede das Regionais
Administrativa e Pedagógica da Metropolitana I, sendo também o local onde são desenvolvidos
o estudo e a análise das condições de trabalho dos profissionais da educação pública estadual
do Rio de Janeiro. Essas condições de trabalho abrangem tanto os aspectos estruturais do
ambiente quanto os aspectos psicológicos resultantes das relações advindas das atividades
desempenhadas pelos profissionais.
De acordo com Cardoso (2012), os aspectos estruturais são relacionados ao ajustamento
do corpo humano ao ambiente. Este ajustamento, realizado através da ergonomia, compreende
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a maneira que a pessoa se relaciona no ambiente de trabalho (ruído, temperatura, iluminação,
cores e umidade) e o local de trabalho (regulagem de móveis, cadeiras, mesas e computadores).
Baseando-se na afirmação de Frederick Herzberg, Camargo (2012) mostra que os
aspectos psicológicos são relacionados à insatisfação resultante de fatores higiênicos e
motivacionais. Os fatores externos são aqueles que o profissional não pode controlar, chamados
de fatores higiênicos, como por exemplo as condições físicas do trabalho, a remuneração, as
políticas da organização e o relacionamento interpessoal. No aspecto psicológico também existe
a influência de fatores internos que estão sob o controle do indivíduo, chamados de fatores
motivacionais, como por exemplo a realização profissional, o reconhecimento, a
responsabilidade e a oportunidade de crescimento profissional.
Segundo dados de 2014 divulgados pela SEEDUC-RJ, mais de 1.200 professores
da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro ficaram licenciados por depressão ou transtornos
mentais. O número corresponde a 12,5% dos 9.680 mil docentes que tiraram licença médica
naquele ano. O afastamento por motivos psiquiátricos é a segunda maior causa específica,
perdendo apenas para os 33% por problemas ósseos e fraturas.
Gráfico 1: Motivos de Licenciamentos por Doença dos Professores da SEEDUC – RJ em 2014
*Gráfico elaborado pelo autor
Fonte: SEEDUC-RJ (2015)
Para fornecer suporte aos servidores da SEEDUC-RJ, abrangendo as carreiras de
magistério, administrativa e de apoio para serviços de limpeza , manutenção e de merenda, foi
criada em 2011 a Assessoria Técnica de Saúde e Bem-Estar ,com o objetivo de desenvolver
3194
1210
5276
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
Problemas Osseos e Fraturas Motivos Psiquiátricos Outros Tipos de Licenciamentos
Motivos de Licenciamentos por Doença dos Professores da Secretaria de Estado de
Educação do Rio de Janeiro em 2014
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ações destinadas à melhoria das condições de trabalho, seguindo-se três seguimentos: saúde,
segurança e qualidade de vida no ambiente de trabalho .De acordo com o publicação no site da
SEEDUC-RJ em 2015 , essa Assessoria possui representantes nas Diretorias Regionais , os
quais desenvolvem as ações descritas junto às unidades escolares e servidores lotados nas sedes
dessas diretorias .No local abordado nesse trabalho, a Diretoria Regional Metropolitana I, a
Assessoria Técnica de Saúde e Bem-Estar é composta por 3 membros, sendo duas psicólogas e
um assistente social .Essa equipe desenvolve fóruns e reuniões na sede da Regional, os quais
são divulgados internamente por meio eletrônico, e também realizam visitas às unidades
escolares para realizar atividades relacionados aos três seguimentos dessa Assessoria. Os
profissionais que necessitam de atendimento entram em contato com essa equipe, a qual busca
fornecer a orientação adequada e tomar as providências dentro das suas competências, de
acordo com os problemas relatados.
O Sindicato de Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (SEPE – RJ), encontra-se
no outro extremo do problema e apresenta posicionamento contrário sobre a eficácia das ações
adotadas pela SEEDUC- RJ. De acordo com o informado em entrevista de 2015 por uma das
diretoras do SEPE – RJ, Beatriz Lugão, “o número e apoio fornecidos pela SEEDUC-RJ são
insuficientes”, pois de acordo com essa diretora, “uma equipe de 30 pessoas não resolverá o
problema numa rede de 70 mil professores”. Nessa entrevista, a Beatriz Lugão também disse
que “os afastamentos em virtude de problemas psiquiátricos ultrapassaram os relacionados à
doenças de esforço repetitivo e nas cordas vocais”.
3 – Referencial Teórico
O problema das condições de trabalho nas unidades escolares e os seus efeitos negativos
interferem diretamente no trabalho desempenhado pelos profissionais da educação pública
estadual no município de Nova Iguaçu/RJ. Seguindo a mesma temática desse problema,
Abramovay e Rua (2003) são uma fonte de consulta importante para a formulação dos debates
sobre o enfrentamento da violência escolar. De um ponto de vista singular, a sua obra fornece
dados inéditos sobre a análise do problema discutido e qual a extensão que ele foi capaz de
alcançar.
Conforme mostrado no trabalho de Abramovay e Rua (2003), essa análise foi
proporcionada por uma ação nunca feita anteriormente, abrangendo 13 Unidades da Federação
e o Distrito Federal. A amplitude da pesquisa fez com que a UNESCO utilizasse Abramovay e
Rua (2003) para direcionar as ações a serem tomadas no Brasil, priorizando as deficiências e
aplicando as ações descritas na obra. Desse modo, o estudo baseado nessa obra fornece
subsídios racionais e eficazes para a compreensão de alguns dos fatores que acarretam no
surgimento do problema discutido neste trabalho e contribuem para o desenvolvimento de ações
específicas para enfrenta-lo. O livro, que despertou a atenção de pesquisadores, acadêmicos e
formuladores de políticas, focaliza as situações de violência presente na escola e vai ao encontro
do tema abordado nesta pesquisa, pois demonstra como a violência prejudica os profissionais
da educação no cumprimento da função institucional das unidades escolares.
Seguindo a mesma temática encontra-se Rosa (2010), com um trabalho que abrange o
desenvolvimento de planos de ações e ideias para combater o problema de forma eficaz. A
publicação foi realizada com o objetivo de obter entendimento sobre os motivos que levam o
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surgimento do problema da violência escolar, ao identificar os seus diferentes modos de
manifestação e em quais destes tem se apresentado com maior destaque. Utilizaremos esse
referencial com o intuito de identificar a influência deste problema nas condições de trabalho
dos profissionais da educação pública estadual em Nova Iguaçu/RJ, pelo fato de que os mais
prejudicados são os docentes, os quais são parte integrante e fundamental no processo ensino
aprendizagem.
As condições estruturais de trabalho relacionadas ao desempenho das atividades dos
profissionais de educação são um aspecto que não foi abordado de forma aprofundada pelos
autores até então utilizados. Para fornecer embasamento nesse aspecto do problema, utiliza-se
Curso e Paoliello (2014) para a análise de soluções referentes aos problemas das condições de
trabalho dos profissionais da educação causados pelas deficiências na ergonomia do ambiente
escolar e as experiências de soluções ante problemas deste tipo enfrentados em escolas de outro
estado. Neto et al.(2013) fornecem parâmetros para avaliar as condições físicas de trabalho
especificamente para os profissionais da educação, pois com a avaliação da infraestrutura
escolar pode-se definir as ações que devem ser priorizadas.
Para tanto, é importante investigar a percepção que os educadores possuem sobre a
temática. Motta, Fernandes e Cortez (2012) possibilitam analisar a ergonomia nas escolas de
acordo com a visão dos educadores, utilizando o posicionamento desses profissionais para
formular as medidas a serem desenvolvidas para os docentes das escolas estaduais em Nova
Iguaçu / RJ.
Silva (2006) proporciona um embasamento teórico e prático sobre os problemas
psicológicos que afetam os professores regentes de escolas localizadas em áreas onde a
realidade seja similar à vivida pelos profissionais que atuam no universo do problema estudado.
O material aborda a experiência prática e análise do trabalho realizado em uma escola pública
do ensino fundamental localizada em uma região carente do município do Rio de Janeiro,
geograficamente próxima e com condições semelhantes das escolas de Nova Iguaçu, local da
pesquisa desse trabalho. O estudo de Silva (2006), proporciona que seja feita a relação entre o
“Burnout”, concebido como síndrome da desistência relacionada à dor do profissional que
perde sua energia no trabalho, com as condições de trabalho dos profissionais da educação.
4– Plano de Ação
O Plano de ação para atuar sobre os fatores internos e externos prejudiciais à saúde física e
mental dos profissionais da educação, inerentes às condições de trabalho relacionadas ao ensino
público estadual no município de Nova Iguaçu/RJ foi elaborado seguindo-se a ferramenta
5W1H, conforme descrito na tabela seguinte.
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Tabela 1 – Plano de Ação – 5W1H
O que fazer
(What)
Onde
(Where)
Por quê
(Why)
Quando
(When)
Quem
(Who)
Como
(How)
Diminuir o
número de
profissionais
licenciados por
problemas de
saúde físicos.
Nas
unidades
escolares
estaduais de
Nova
Iguaçu-RJ.
Para
melhorar
as
condições
físicas de
trabalho.
Antes do
início
dos
períodos
letivos.
O setor
responsável
por
inspecionar a
estrutura
física das
unidades
escolares,
profissionais
da saúde e de
educação
física.
Adequando as
condições de
ergonomia no
ambiente de
trabalho, conforme
orientações dos
profissionais de
saúde. Realizar
exames periódicas
relacionados a
saúde física,
desenvolver
atividades laborais
com os
profissionais de
educação física.
Fornecer
condições
satisfatórias ao
profissional para
ter acesso aos
locais de
trabalho e com a
devida
segurança.
No
ambiente
externo ao
redor das
unidades
escolares
estaduais de
Nova
Iguaçu/RJ.
(ruas,
estradas,
praças, etc.).
Para
constatar
as
condições
de acesso e
segurança
ao redor do
ambiente
de
trabalho.
Durante
os
períodos
letivos.
O setor de
infraestrutura
da SEEDUC-
RJ em
parceria com
as
associações
de
moradores,
prefeitura e
as áreas de
segurança
municipal e
estadual.
Através da
elaboração de
planos conjuntos de
segurança,
realização de obras
para infraestrutura
urbana, transporte
público nas
localidades
necessitadas,
acompanhamento e
avaliação periódica
dos resultados.
Diminuir a
ocorrência de
violência dentro
do ambiente
escolar.
Nas
unidades
escolares
estaduais de
Nova
Iguaçu/RJ.
Para
verificar
quais os
casos
recorrentes
e os tipos
de
violência
praticada.
A cada
15 dias
de modo
contínuo.
A Assessoria
de Saúde e
Bem Estar da
SEEDUC-RJ
e o setor
pedagógico
das unidades
escolares.
Analisar a situação
socioeconômica
dos alunos
envolvidos, a
motivação dos
casos de violência e
definir
providências.
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
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Tabela 1 – Plano de Ação – 5W1H (Continuação)
O que fazer
(What)
Onde
(Where)
Por quê
(Why)
Quando
(When)
Quem
(Who)
Como
(How)
Diminuir o
número de
profissionais
licenciados por
problemas de
saúde mentais.
Nas
unidades
escolares
estaduais de
Nova
Iguaçu/RJ.
Para
detectar e
prevenir
doenças
relacionadas
a problemas
mentais.
Durante
os
períodos
letivos.
A Assessoria
de Saúde e
Bem Estar da
SEEDUC-RJ
em conjunto
com
profissionais
externos
(psicólogos e
psiquiatras).
Realização de
exames e
consultas
periódicas, em
períodos
estabelecidos por
profissionais da
saúde.
*Tabela elaborada pelo Autor
Fonte: DME/ ESALQ / USP (2015)
5 –Conclusão
Os resultados das pesquisas dos questionários aplicados mostram que as condições de
trabalho dos profissionais da educação pública estadual do município de Nova Iguaçu/RJ
apresentam características diferenciadas de acordo com a localização das unidades escolares.
Para 70% dos profissionais, as características socioeconômicas dos bairros e distritos
influenciam no comportamento dos discentes dentro do ambiente escolar. Para 55% dos
profissionais, o acesso à algumas unidades escolares é dificultado pela falta de pavimentação
em algumas regiões, falta de transporte público, pela ausência do policiamento público no
ambiente em torno da unidade escolar e influência do crime organizado na região.
As condições ergonômicas dos ambientes de trabalho necessitam de investimentos para
a prevenção de casos de afastamentos por problemas físicos de saúde, de acordo com 90% dos
profissionais. Os ambientes de trabalho inadequados foram detectados em todas as localidades
visitadas. As unidades que dispõem de uma melhor estrutura para o trabalho são aquelas que
foram reformadas, inauguradas recentemente ou que possuem projetos pilotos e diferenciados
de ensino, sendo que estas unidades citadas não chegam a representar 10% do total.
O aumento de problemas de saúde mentais daqueles que atuam nas unidades escolares
é, para 45% dos profissionais, influenciado pela insegurança durante o desempenho do trabalho
e para 55 % dos profissionais é influenciado pelo desgaste ocasionado em virtude do
comportamento indisciplinado dos discentes. Desse modo, verifica-se que, em relação aos
aspectos psicológicos, as condições de trabalho dos profissionais são prejudicadas quando
existe um corpo discente que frequenta as unidades escolares com comportamento inadequado
e também quando os profissionais das unidades não possuem a garantia de ter a sua integridade
física e sua segurança assegurada durante o trabalho.
O que se verifica consensualmente nos casos é que na maioria das unidades os
profissionais apresentam ideias e desenvolvem projetos locais de adequação das condições de
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
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trabalho na educação pública estadual no município de Nova Iguaçu /RJ. Porém, de acordo com
os responsáveis por essas unidades, para ser obter eficácia e continuidade, é necessário que as
ações sejam realizadas de forma constante e em conjunto com outros órgãos, principalmente
das áreas de saúde, segurança e de obras públicas.
6– Referências Bibliográficas.
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PITÁGORAS, Coordenação DST/AIDS do Ministério da Saúde, a Secretaria de Estado dos
Direitos Humanos do Ministério da Justiça, CNPq, Instituto Ayrton Senna, UNAIDS, Banco
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CARDOSO, Patrícia A. Gestão de Operações e Logística II. Florianópolis: Departamento de
Ciências da Administração / UFSC; [Brasilia]:CAPES: UAB,2012.
CURSO, Leila S. F. PAOLIELLO, Carla. ANÁLISE ERGONOMICA DO TRABALHO:
ESTUDO DE CASO DO MOBILIÁRIO EXISTENTE NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO
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ESALQ -Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz- Universidade de São Paulo.
Disponível em:<http://www.esalq.usp.br> Acesso em: 6 jun. 2015.
MOTTA, A. C. S.; FERNANDES, F. L. F.; CORTEZ, P. J. O. Percepção por professores de
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NETO, J.J.S. et al. UMA ESCALA PARA MEDIR A INFRAESTRUTURA ESCOLAR
Est. Aval. Educ., São Paulo, v. 24, n. 54, p. 78-99, jan./abr. 2013
OLIVEIRA, José A. Gestão de pessoas no setor público. Florianópolis: Departamento de
Ciências da Administração / UFSC; [Brasília] CAPES: UAB, 2012.
OLIVO, Luiz C. C. Direito Administrativo. Florianópolis: Departamento de Ciências da
Administração / UFSC; [Brasília]: CAPES: UAB, 2012.
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
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ROSA, Maria J. A. VIOLÊNCIA NO AMBIENTE ESCOLAR: REFLETINDO SOBRE
AS CONSEQUÊNCIAS PARA O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM. Itabaiana:
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SEEDUC – RJ. Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro. Disponível em:
<http://www.R.J.gov.br/web/seeduc> Acesso em: 7 jun. 2015.
SILVA, Maria E. P. Burnout: por que sofrem os professores? Artigo. ESTUDOS E
PESQUISAS EM PSICOLOGIA, UERJ. R.J., ANO 6, N. 1, 1º SEMESTRE DE 2006.
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
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ANEXO A – Questionário sobre condições de trabalho
Questionário sobre condições de trabalho
1) As características socioeconômicas dos bairros e distritos influenciam no
comportamento dos discentes dentro do ambiente escolar?
( ) Sim
( ) Não
2) O acesso ao seu local de trabalho é dificultado pela falta de pavimentação, e/ou falta
de transporte público e/ou pela ausência do policiamento público no ambiente em
torno da unidade escolar e/ou pela influência do crime organizado na região?
( ) Sim
( )Não
3) As condições ergonômicas do seu local de trabalho (ruído, temperatura, iluminação,
cores, umidade, regulagem de móveis, cadeiras, mesas e computadores) necessitam de
investimentos para a prevenção de casos de afastamentos por problemas físicos de
saúde?
( ) Sim
( ) Não
4) Qual dos fatores contribui diretamente para o surgimento de problemas mentais de
saúde dentro do ambiente escolar para os profissionais da educação?
( ) Insegurança durante o desempenho do trabalho.
( ) Desgaste ocasionado pelo comportamento indisciplinado dos discentes.
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