CONCEITOS BÁSICOS IGestalt-terapia
parte II
Prof Helen Messias Guzmán
AWARENESS:
• Refere-se a um fluxo de conscientização do principal evento do campo indivíduo meio com suporte sensório-motor- emocional e congnitivo.
• É a conscientização que envolve as 4 qualidades de contato.
(YONTEF, 1998)
• É o estar consciente de que se está consciente, não como um ato cognitivo apenas, mas como algo integrador e transformador... É um momento de encontro com minha totalidade....chamo esse momento de consciência emocionada...
(RIBEIRO, 2006)
• Awareness, portanto, é mais que estar atento, é mais ou diferente de estar consciente. É um dar-se conta, um olhar para dentro, final e conclusivo, a partir do qual dificilmente passarei pelo mesmo lugar com a mesma roupagem intelectiva e emocional.
(RIBEIRO, 2006)
CONTATO:
• É a função que sintetiza a necessidade de união e separação. Ao fazer contato, o indivíduo precisa aproximar-se e retirar-se a fim de satisfazer suas necessidades. Um bom contato reconhece o outro como um ser separado e diferente. (POLSTER & POLSTER, 1973)
• Segundo PHG (1951), o contato é um todo processual com 4 fases:
1) pré-contato: fase na qual a sensação corporal torna-se figura;
2) contato: na qual se destaca a ação do organismo no ambiente;
3) Contato final: momento em que a troca ocorre pela flexibilização ou perda temporária das fronteiras;
4) pós-contato: fase da assimilação do novo, a qual favorece o novo;
• É do contato consigo mesmo que nascem todas as possibilidades de contato com o mundo . Fazer contato tem que ver com encontrar-se consigo mesmo e com o outro, sem nunca perder a perspectiva que tudo ocorre no mundo.
• Quando bloqueamos o contato em nós mesmos, perdemos a dimensão do outro...
• É da natureza da psicoterapia promover o contato, de tal modo que o cliente possa, cada vez mais, voltar-se para dentro de si e se ver no mundo como um ser de possibilidades.
(RIBEIRO, 2006)
SELF-SUPORTE:
• São recursos próprios que o indivíduo desenvolve para estabelecer contatos plenos na relação com o outro e com o mundo. No processo terapêutico o cliente desenvolverá gradativamente o self-suporte.
TEORIA PARADOXAL DE MUDANÇA ou MUDANÇA PARADOXAL
• Beisser (in FAGAN, 1980) afirma: Eu chamo-lhe a teoria paradoxal da mudança
por motivos que se tornarão óbvios. Em poucas palavra, consiste nisso: a mudança ocorre quando uma pessoa se torna o que é, não quando tenta converter-se no que não é.
• A Gestalt estimula a pessoa a se conhecer primeiro e depois a se aceitar tal como ela é.....não trabalhamos com o objetivo de mudar comportamento...
• A mudança ocorre se dedicarmos tempo e esforço a ser o que somos.
• Mudar é tornar-se o que já é; o àrido é fértil. Não tentar dominar uma dor pela supressão, mas acompanhá-la atentamente, é um meio para não ser dominado por ela; permanecendo no vazio, encontra-se o pleno; o momento do caos prenuncia uma nova ordenação desde que não se tente impor ordem.
( TELLEGEN, 1984, p.42)
AQUI e AGORA
• A GT utiliza-se do aqui e agora, desta estratégia de trabalho enfocada no presente, aplicando sobre este presente uma atitude fenomenológica; para que este possa proporcionar um contato mais satisfatório, SENDO NECESSÁRIO FICAR NESTE PRESENTE, APRECIANDO O QUE HÁ PARA SER VISTO.
(RODRIGUES, 2007)
• Na GT o aqui Pensamos que vivemos, e não vivemos de fato; quando tendemos substituir nossas experiências por explicações da experiência, trocamos fatos vividos por discursos proferidos.
(POLSTER, 1979)
• Na GT, o “aqui e agora” é incorporado na terapia como uma espécie de estratégia de enfoque, ou seja, todo trabalho terapêutico estará centrado no que o cliente traz, naquilo que neste momento ele vive-seus pensamentos, sensações, sentimentos e intuições...
(RODRIGUES, 2007)
• Encontraremos pessoas que tem um problema no presente e busca no passado as origens de tal situação, o porquê das coisas hoje estarem ocorrendo assim. A pessoa acredita que a força motriz de seu problema está no passado.
• Em GT a pessoa apresenta um problema no presente, e busca-se no presente como tal problema é mantido. A força motriz está na necessidade presente de trazer para a vivência atual a situação passada, ou perceber o que no presente impede o passado de ter um fechamento, uma conclusão.
AQUI- AGORA/ AQUI E AGORA
• RIBEIRO (2006) faz uma diferenciação, afirmando que aqui-agora significa presença total de um dado em questão. Quando dizemos aqui-agora falamos de uma experiência de presença total....
• Quando falamos em aqui e agora, RIBEIRO (2006) refere-se a três elementos: refiro-me a um sujeito que observa ao espaço e ao tempo, e a certa relação que une estes 3 elementos.
• Quando pergunto ao cliente: “ Aqui-agora, o que você quer?”, questiono na verdade: “ Aqui- agora, quem é você, como você e o mundo se coadunam, como você se sente inteiro?”
(RIBEIRO, 2006)
• Quando pergunto a alguém: “Aqui e agora o que você quer?”, faço referência a um mundo que , pergunto como ele usa seu espaço, a começar por seu corpo, e como esse corpo-pessoa se enquadra em seu tempo. Começa nele, mas termina fora dele.
(RIBEIRO, 2006)
POLARIDADES
• [ ...] qualquer coisa se diferencia em opostos. Se somos capturados por uma dessas forças opostas, estamos em uma cilada ou, pelo menos, desequilibrados. Se ficamos no nada do centro-zero, estamos equilibrados e temos perspectiva. Mais tarde percebi que este é o equivalente ocidental do ensinamento de Lao Tse. ( PERLS, 1979, p. 96)
• Apoiado no pensamento de Fridlander, propõe uma perspectiva que privilegia uma tríade, com a introdução de um elemento central- o ponto zero. Diminui-se assim o risco do dualismo, apontando na direção de integração, e não simples oposição de polaridades.
( D’ACRI, LIMA & ORGLER, 2007)