HISTÓRIA DA COSMETOLOGIA
- Uso de cosméticos - pelo menos 30.000 anos.
- Os homens da pré-história faziam gravações em rochas e cavernas, e também
pintavam o corpo e se tatuavam.
- Rituais praticados pelos aborígenas dependiam muito da decoração do corpo –
pintura de guerra.
- Religião: cerimônias religiosas freqüentemente empregavam resinas e ungüentos de
perfumes agradáveis.
- A queima de incenso deu origem a palavra perfume, que no latim quer dizer - através
da fumaça.
- A parentemente os Egípcios foram os primeiros usuários de cosméticos.
- Cleópatra se banhava com leite de cabra para ter uma tez suave e macia.
- Na era Romana, por volta de 180dC, Claudius Galen desenvolveu um produto
chamado Unguentum refrigerans, o famosso Cold cream, gbaseado na cera de
abelhas e bórax.
- Na Idade Média o uso de cosméticos desapareceu – época chamada de 500 anos
sem banho.
- Na época das Cruzadas desenvolveram-se neste período o culto a beleza – se
incluíam os cosméticos e os perfumes.
- Com o Renascentismo e com o desenvolvimento da América, no séc. XV,
percebemos o retorno a busca do embelezamento.
- A falta de higiene ainda persistia e os perfumes são criados para mascarar o odor
corporal.
- Durante a Idade Moderna, séculos XVII e XVIII – evolução dos cosméticos e
utilização das perucas cacheadas. Neste período ainda persistiam os costumes de não
tomar banho regularmente, o que proporcionou o crescimento da produção de
perfumes, tornando-se de grande importância para a economia francesa desde o
reinado de Luiz XIV.
- No final deste século, os Puritanos, liderados por Oliver Cromwell, trouxeram um
outro período, no qual o uso de cosméticos e perfumes ficou fora de moda.
- Já na Idade Contemporânea, século XIX, período Vitoriano na Inglaterra, os
cosméticos retomaram a popularidade.
- Os cosméticos eram feitos em casa.
- No início do século XX, os cosméticos saíram das cozinhas e passaram a ser
produzidos industrialmente.
- Uma jovem Polonesa chegou a Melbourne, na Austrália, em 1902 trtazendo consigo
alguns cremes e receitas de família. A pele das australianas sofria devido aos efeitos
do calor, do clima seco, impressionando por isso, Helena Rubinstein, que abriu seu
primeiro salão de beleza. Mais tarde foi para os EUA e se tornou a principal força no
desenvolvimento da indústria de beleza.
- A principal concorrente de Helena Rubinstein neste campo foi Florence Nightingale
Grahan, mais conhecida como Elizabeth Arden. Ambas foram desafiadas por Charles
Revlon, que estabeleceu sua empresa, Revlon, com um produto inicialmente o verniz
de unha, posteriormente vindo a se chamnar esmalte de unha.
- Max Factor começou com maquiagem para teatro.
David Mc Connell vendia livros de porta-em-porta, presenteando com pequenas
amostras de perfume, cada venda. Ele rapidamente percebeu que seus clientes
estavam mais interessados nos perfumes do que nos livros – deste pequeno começo
surgiu a gigante empresa AVON.
- No BRASIL, na segunda metade do século, uma nova empresa surgia em São Paulo,
onde 2 jovens talentosos desenvolviam produtos de beleza e ensinavam a forma
correta de utilização, nascia ali a Natura Cosméticos.
- Em Curitiba, Paraná, um farmacêutico em sua botica manipulava formas galênicas e
perfumes, e em pouco tempo despontou para a indústria cosmética, transformando-se
em o Boticário.
- Em termos gerais, existem muitas definições do que é um cosmético. N o Brasil, ele
é considerado – um produto destinado a utilização na pele, cabelos e anexos para
limpar, hidratar e proteger sem irritar, sensibilizar ou causar qualquer alteração
fisiológica oriunda de sua permeação cutânea ou sistêmica. Com isso podemos definir
que – Cosmetologia é a ciência que estuda as matérias-primas e os produtos
cosméticos destinados ao embelezamento, limpeza, manutenção e melhoria das
características dos cabelos, da pele e dos seus anexos.
- No final do século XX, a ciência dos cosméticos é um fato inegável, pois trabalha não
só no embelezamento do corpo, melhorando a imagem pessoal, mas também
contribuindo para a prevenção não só do envelhecimento da pele como também de
outros fatores nocivos à saúde.
- COSMECÊUTICOS – na excelência da palavra se referem a um produto ¨cosmético¨
com ¨propriedades terapêuticas¨.
Revisão de química geral e orgânica aplicada a cosmetologia
- MATÉRIA:
Tudo que ocupa lugar no espaço e tem massa.
Exemplos: água, madeira, petróleo, ar.
Constituída por átomos.
- ÁTOMO: É a menor parte da matéria; caracteriza um elemento químico
- PESO MOLECULAR (PM)
É a soma das massas atômicas de todos os átomos que constituem uma molécula ou
composto químico.
Exemplos: NaCl ® PM= 23 + 35,5=58,5 u.ma. (unidade de massa atômica, que
corresponde a 1,66 x 10-24 grama)
Colágeno ® PM ≈ 360.000
Substâncias químicas de PM não penetram na pele.
- ÍON
É o átomo eletricamente carregado:
Íon (Na+) cátion (+); cedeu elétron
Íon (Cl-) ânion (-), ganhou elétron
Sempre que se forma um íon, diz-se que o átomo está ionizado.
- ELEMENTO QUÍMICO
Conjunto formado por átomos que apresentam mesmo número atômico.
Naturais ou sintéticos
H, O, Na,...
- SUBSTÂNCIA PURA
É a matéria formada por moléculas ou aglomerados de íons iguais entre si.
SIMPLES: formada por um único elemento químico. Ex. gás nitrogênio N2
COMPOSTA: formada por mais de um elemento químico. Ex.: amônia (NH3), gás
carbônico (CO2), glicose (C6H1206).
-MISTURA OU DISPERSÃO
É a combinação de 2 ou + substâncias puras mas que conservam suas
individualidades.
Nela sempre há:
Substância dispersa
Dispersante ou dispergente
Ex. mistura do açúcar (disperso) com água (dispersante).
- MISTURAS HOMOGÊNEAS
HOMOGÊNEAS OU SOLUÇÕES (Sistema unifásico).
Formadas pela combinação de 2 ou + substâncias, não sendo possível distingui-las.
Ex. água (dispersante – solvente) com açúcar (disperso-soluto)
Conforme a natureza química do soluto:
Soluções moleculares: o soluto é representado por moléculas, que não conduzem
corrente elétrica. Ex. solução aquosa de açúcar.
Soluções iônicas ou eletrolíticas – as partículas dispersas são íons e, portanto,
conduzem corrente elétrica. Ex. solução aquosa de cloreto de sódio
Neste caso, os íons já existem nos respectivos compostos sólidos e, ao se
dissolverem na água, apenas se separam.
- MISTURAS HETEROGÊNEAS
(Sistema polifásico) – constítuida por 2 ou + substâncias que se separam em fases
cujas partículas dispersas apresentam diâmetro superior a 1.000 Å, permitindo, assim,
sua visualização a olho nu ou através de microscópio comum
Ex. água e o óleo, com uma fase superior (o óleo) e uma inferior (a água).
Podem ser:
SUSPENSÕES: temos um sólido disperso em um líquido
As partículas sólidas têm tendência a se sedimentar.
São facilmente filtráveis através de filtro comum
EMULSÕES: temos um líquido (fase aquosa) disperso em outro líquido (fase oleosa).
Mistura de 2 líquidos não miscíveis.
Torna-se de aparência homogênea pela adição de substâncias tensoativas que vão
emulsionar o sistema.
Podem ser O/A ou A/O.
- PRODUTOS ORGÂNICOS NATURAIS
Compostos que são muito importantes na fabricação de produtos cosméticos.
São chamados naturais por fazerem parte de nossas células e, portanto, de nossos
tecidos e órgãos.
GLICÍDIOS
Do grego glykys = doce
Sinônimos: carboidratos, oses, sacarídeos
Exemplos: glicose, frutose.
São compostos orgânicos derivados de álcoois poliídricos; apresentam na
O
molécula a função aldeído – C
H
O
Ou cetona - C - , respectivamente as aldoses e cetoses.
De modo geral são ótimos hidratantes.
Exemplos: mucilagem, lactose.
Alguns têm também propriedades espessantes (celuloses e seus derivados)
Classificam-se como:
Hologlicídios: substâncias constituídas somente de oses. Pode ser uma única ose
(glicose) ou duas ou mais oses (lactose, sacarose, celulose, agar,...)
Heteroglicídios ou heterosídeos – substâncias constítuidas por uma parte glicídica e
outra não-glicídica chamada genina. Em geral é esta parte ativa desses heterosídeos.
Exemplos: mucilagens, gomas, flavonóis,...
Outros derivados das Oses:
Glicosaminas – quando a ose se associa com a função amina (-NH2).
Ex. Ácido hialurônico, um polímero utilizado como hidratante;
Desoxioses – quando se perde um ou mais oxigênios da função alcoólica. Ex.
Desoxi-D-Ribose (mais tarde ao polimerizar-se, dará o DNA, que é um bioativo usado
em cosmética).
LIPÍDIOS
São ésteres de ácidos carboxílicos superiores (com mais de seis átomos de carbono e
um álcool).
Caracterizam-se fisicamente por serem insolúveis em água (hidrófobos). São
representados por óleos, gorduras e ceras.
São utilizados em cosméticos como emolientes (pele e cabelos).
Exercem geralmente sua ação de emoliência também por serem oclusivos.
Os lipídios de origem animal como a lanolina, são menos oclusivos que os de origem
vegetal
Lipídios Simples
Constituídos somente de álcoois e ácidos graxos.
Classificam-se em:
Glicéridos
Céridos
Estéridos
GLICÉRIDOS: ésteres do glicerol com ácidos graxos variados.
Ex.: láurico, mirístico, palmítico, esteárico, oléico, linoléico, que praticamente estão em
todos os óleos e gorduras.
Dos glicéridos, os mais importantes são os triglicerídeos, que se encontram
amplamente distribuídos na natureza.
Assim temos:
Os óleos, triglicéridos que se encontram na forma líquida à temperatura de 20°C
devido ao grande número de ligações insaturadas.
Exemplos na cosmética: óleos de semente de uva, amêndoas, gergelim, girassol,
abacate, rícino.
As gorduras, que se apresentam pastosas, tendo em sua constituição tanto ácidos
graxos saturados como insaturados.
Ex: manteiga de cacau, manteiga de Karite.
O sebo, lipídios que se apresentam na forma sólida, em que o número de ácidos
graxos saturados predomina. É muito utilizado na fabricação de sabonetes em barra.
Lipídios Simples CÉRIDOS
CÉRIDOS ou cerídeos: ésteres de ácidos graxos superiores (cadeia carbônica
superior com mais de 24 átomos de carbono e ligações saturadas) com álcoois graxos
superiores (com mais de 12 átomos de carbono). Exemplos: cera de abelha, cera de
carnaúba
- Lipídios Simples ESTÉRIDOS
ESTÉRIDOS – nestes lipídios o álcool é um esterol, como o colesterol.
Ex.: lanolina, gordura de lã obtida das ovelhas.
Na realidade a lanolina bruta é a mistura de céridos, estéridos e glicéridos. A lanolina
refinada não contém mais os glicéridos.
- Lipídios Complexos
Os principais representantes são as lecitinas.
Tem caráter (lipofílico e hidrofílico)
Fazem parte da estrutura dos lipossomas.
Outros exemplos são as cefalinas e os cerebrósidos, encontrados em alguns bioativos
(extrato de cérebro, baço, etc.)
AMINOÁCIDOS
São compostos orgânicos que apresentam em sua molécula as funções amino (-NH2)
e carboxila (-COOH). São obtidos por hidrólise de proteínas.
Formam as proteínas, que têm importantes funções em nosso metabolismo e na
constituição de nossos tecidos.
Existem cerca de 20 aa e a combinação variada dos tipos, das quantidades e da
posição que tomam na molécula origina um enorme número de proteínas diferentes.
Existem os chamados aa essenciais (lisina, histidina, triptofano, fenilalanina, leucina,
isoleucina, treonina, metionina, valina, arginina).
Os aa podem combinar-se entre si por condensação, originando os peptídeos e por
último as proteínas, através das ligações peptídicas (-CO – NH-).
AMINOÁCIDO +AMINOÁCIDO= DIPEPTÍDEO
DIPEPTÍDEO+AMINOÁCIDOS= POLIPEPTÍDEOS
REUNIÃO DE POLIPEPTÍDEOS = PROTEÍNAS
Os aa têm caráter anfótero: básico, devido ao radical amino, e ácido, devido ao radical
carboxila. Portanto, podem ser ionizados. Em soluções ácidas, a polaridade será (+);
em soluções alcalinas, (-).
Aa importantes na cosmética
Fenilalanina: aa precursor da melanina, que é uma cromoproteína.
Diidroxifenil-alanina (Dopa) – aparece em uma das etapas da formação das
melaninas.
Cistina – aa encontrado na queratina do cabelo. Contém S na sua molécula.
Prolina e hidroxiprolina (PCA ou ácido pirrolidin carboxílico) fazem parte da molécula
do colágeno e participam do NMF.
PROTEÍNAS
São compostos orgânicos formados pela união de vários aa através de ligações
peptídicas.
Formam moléculas de alto peso molecular (PM). Ex. colágeno.
As proteínas fazem parte de diversos bioativos, principalmente com propriedades de
hidratação (hidrolisados de colágeno, elastina), regeneração celular (extrato
placentário, extrato de órgãos e etc) e substantividade.
A estrutura de cada proteína vai depender da função que ela vai exercer.
Proteínas Primárias: estrutura bem simples.
Proteínas Secundárias, Terciárias e Quaternárias: bem complexas.
Propriedades das Proteínas
Solubilidade: de modo geral são substâncias hidrofílicas.
Mas temos também as insolúveis (escleroproteínas, por exemplo colágeno ou
queratina). Para obtermos essas proteínas em solução é necessário hidrolisá-las.
Formam dispersões coloidas iônicas. Suas micelas que retêm fortemente a água, daí
sua ótima propriedade hidratante.
Tensoatividade: diminuem a tensão superficial dos líquidos em que estão dissolvidas.
Por isso, em solução, espumam.
Caráter anfótero: como os aa, as proteínas existem como íons dipolares e, portanto,
são ionizáveis. A polaridade (+) ou (-), vai depender do pH do meio
Reatividade – as principais reações que interessa ao esteticista são:
Precipitação (reversível), que pode ocorrer de 2 maneiras:
Pela ação de sais metálicos (cloridróxido de alumínio,...) formam-se assim os
proteinatos, que são a base do princípio antitranspirante;
Por alcalóides e taninos. Ex. loção de hamamélis, que tem ação adstringente.
Coagulação: isto é, o processo da desnaturação (irreversível). Processo aplicado na
esterilização pelo calor úmido, ocasionando a morte dos microorganismos.
Hidrólise: que significa a quebra de uma molécula em frações menores na presença
de água.
As proteínas podem ser decompostas em moléculas menores (polipeptídeos e, por
último, aa).
Esta técnica é utilizada por fabricantes de bioativos (redução do PM das proteínas
para torná-las mais eficientes em seu benefício sobre a pele).
ENZIMAS
São substâncias macromoleculares, de natureza protéica e, portanto, termolábeis, que
catalisam reações bioquímicas. São sempre produzidas por células vivas, animais ou
vegetais.
Podem ser:
Simples: quando constituídas somente por proteína (ex. hidrolases –catalisam reações
de hidrólise)
Conjugadas: quando, além da parte protéica, possuem um grupo não-protéico que
recebe o nome de coenzima
Quase todas agem em meio aquoso;
Todas elas agem sobre substratos específicos;
São ionizáveis.
VITAMINAS
É composto orgânico cuja presença em pequenas quantidades é indispensável na
ração alimentar para o perfeito desenvolvimento e funcionamento do organismo
animal.
Muitas vitaminas são adicionadas aos produtos cosméticos com funções diversas,
como, por exemplo, estimulantes da proliferação celular e antioxidantes.
Podem ser hidrossolúveis (complexo B e vitamina C) ou lipossolúveis (vitaminas A, D,
E, K, F).
Há controvérsias com relação aos benefícios das vitaminas aplicadas topicamente.
Porém, atualmente já está comprovado que o tratamento local por vitaminas permite
aumentar sua concentração regional, mostrando resultados mais efetivos e imediatos.
CONCEITO E CLASSES DE TENSOATIVOS
TENSOATIVOS são compostos que na mesma molécula apresentam uma parte:
- Hidrofílica (afinidade por água) e outra
- Lipofílica (afinidade por óleo).
A porção solúvel em água:
- pode ser um grupo salino, que se ioniza em solução aquosa, originando um grupo
carregado eletricamente, aniônico ou catiônico;
- pode também ser parcialmente polar, como um grupo hidroxila (OH), que pode
facilmente formar uma ligação de parte de hidrogênio para aumentar a solubilidade da
molécula inteira na água.
A parte solúvel em óleo é geralmente:
- Um hidrocarboneto (uma cadeia de carbono), é uma cadeia relativamente longa,
simples ou ramificada.
Baseado num princípio químico simples de “iguais-dissolvem-iguais” – a cadeia apolar
longa associa-se com compostos oleosos, enquanto que a cabeça do grupo polar é
atraída pela água.
Pela redução da tensão superficial, os tensoativos são capazes de dispersar óleo em
água.
TIPOS DE TENSOATIVOS
1. ANIÔNICOS (carga negativa)
2. CATIÔNICOS (carga positiva)
3. NÃO-IÔNICOS (sem carga ionizável)
4. ANFÓTEROS (podem ter carga + ou -, ou não ter carga ionizável).
ANIÔNICOS e ANFÓTEROS – são muitas vezes empregados em formulações de
detergentes.
TENSOATIVOS ANIÔNICOS: dos tensoativos aniônicos, tipicamente empregados em
formulações de limpeza, os sulfato de alquila são os mais amplamente usados. Um
sulfato de alquila é constituído por uma longa cadeia de hidrocarboneto com um grupo
sulfonato em uma das extremidades.
Ex.: Lauril Sulfato de Sódio CH3(CH2)10CH2OSO3Na
Uma enorme variedade de tensoativos aniônicos pode ser criada pela alteração da
natureza da cabeça de um grupo polar e da cadeia de carbonos.
Ex.: Alquil éter sulfatos ROCH2CH2OSO3-
Fosfato de alquila ROPO32-
Dialquil sulfossuccinatos
Sulfatos de alcanolamidas ROCNHCH2CH2OSO3-
TENSOATIVOS ANFÓTEROS: também tem função detergente, mas têm algumas
estruturas e propriedades químicas diferentes. São menos irritantes que outras
classes de tensoativos.
Podem ser protonados (+) em meio ácido
Perdem próton e apresentam carga (-) em meio alcalino.
Ex.: acil-b-aminopropionatos ,isto é, laurimônio dipropionato de sódio.
CH2CH2COONa
CH3(CH2)11N
CHCH2COONa
e Lauroanfodiacetato dissódico
TENSOATIVOS CATIÔNICOS: são detergentes efetivos, com algum poder
espumante, entretanto, podem ser irritantes para pele e olhos em concentrações muito
baixas quando comparados a outros tensoativos.
Aplicações - condicionamento
TENSOATIVOS NÃO-IÔNICOS: Podem ser muito suaves, mas apresentam
capacidade de espumação muito pobre.
Aplicações – solubilização
DETERGÊNCIA
Uma das características funcionais mais comuns dos tensoativos é a limpeza.
Tensoativos para limpeza, ou detergentes, são componentes chave dos produtos de
personal care tais como os sabonetes, tônicos de limpeza facial e xampus. O poder de
limpeza ou de detergência desses produtos pode ser descrito como sua habilidade em
remover gorduras e sujeiras de uma superfície.
PROPRIEDADES ESPUMANTES
Propriedades espumantes são também importantes, embora a quantidade de espuma
produzida por um tensoativo tem pouco a dizer quanto a sua capacidade inerente a
limpeza.
Além da formação de espuma, outras importantes propriedades dos tensoativos
incluem: habilidade de molhar, de enxaguar e a segurança.
SOLUBILIZAÇÃO
- O mesmo mecanismo que capacita um tensoativo a remover gordura e sujeira de
uma superfície, permite solubilizar óleo em formulações de base aquosa.
- Isto é importante.
- Enquanto a água é o principal componente em muitas formulações cosméticas,
outros ingredientes importantes não são solúveis em água, como os emolientes ou as
fragrâncias.
- Um tensoativo pode ser usado para dispersar esses componentes solúveis em óleo.
Neste processo, conhecido como solubilização, o tensoativo primeiro forma
novamente uma micela com o óleo. Porém, ao invés de participar do processo de
remoção ou enxágüe, como no caso de detergência, a função das micelas é manter o
óleo disperso na fase aquosa.
- Devido a sua habilidade de agrupar óleo e água sem afetar negativamente outras
características das formulações de personal care, tensoativos não iônicos são
geralmente utilizados para este propósito.
Dois tipos de tensoativos não-iônicos são comumentemente utilizados para
solubilização:
- etoxilados
- propoxilados
Esses componentes são éteres formados pela reação de óxido de etileno ou óxido de
propileno com um componente graxo. O grau de etoxilação ou propoxilação irá afetar
a solubilidade desses componentes em água, álcool e óleo. Geralmente, quanto mais
óxido de etileno ou propileno presentes, mais hidrofílico será o tensoativo.
Normalmente, os etoxilados utilizados são polissorbato 80 ou oleato de sorbitano.
Um exemplo de propoxilado é o éter cetílico PPG-10.
EMULSIFICAÇÃO
Moléculas de tensoativos podem dispersar óleo em água como decorrência de sua
habilidade de reduzir a tensão superficial. Esta propriedade permite certos tipos de
agentes ativos de superfície para formar misturas relativamente estáveis de óleo e
água – EMULSÕES.
EMULSÕES cosméticas, normalmente consistem de misturas de hidrocarbonetos
oleosos em água. A importância da combinação desses materiais imiscíveis é óbvia.
- Água é um bom carreador para muitos materiais, sendo inócua e barato, também
evapora sem deixar resíduo.
- Materiais oleosos – podem ser bons hidratantes e agentes condicionadores.
Entretanto podem ser esteticamente inaceitáveis na forma concentrada.
Utilizando emulsificantes, os formuladores podem combinar tanto os benefícios da
água e dos componentes oleosos num produto.
Podemos demonstrar como a estrutura e as propriedades de um tensoativo
emulsificante diferem daquelas de um detergente, usando o LSS.
O (LSS) CH3(CH2)10CH2OSO3Na é muito solúvel em água em virtude de sua natureza
polar ser semelhante aos sais, grupo sulfato e por sua cadeia carbônica ser
relativamente curta.
Imagine que ao invés de ter 12 C, a cadeia laurila fosse aumentada para 18 C.
E ao invés da molécula ser completada com um ânion sulfato, fosse fechada com um
grupo de ácido carboxílico (COOH). Agora teremos o ácido esteárico
CH3(CH2)16COOH
Esse material tem ponto de fusão substancialmente aumentado, e é
significativamente menos solúvel em água do que o LSS. Mas, ainda é um ativo de
superfície, pois contém tanto um grupo lipofílico (longa cadeia de carbono), quanto
hidrofílico (grupo COOH).
Da mesma forma que ocorre com os detergentes, os emulsificantes podem ser
aniônicos, catiônicos, não-iônicos, ou anfóteros por natureza.
Não iônicos são comumente empregados em cremes e loções – não ter carga elétrica
– são compatíveis com uma variedade de ingredientes.
CONDICIONAMENTO
Tensoativos têm outras propriedades, não diretamente relacionadas à sua habilidade
de dispersar óleo; “CONDICIONAMENTO”.
CONDICIONAMENTO pode ser definido como “colocar um material num estado
maleável”.
EFEITOS ESPECIAIS
Tensoativos podem também ter efeitos secundários.
Ex. amidos como a Cocoamida DEA podem ser usados para aumentar a espuma de
um xampu, enquanto que sulfossucinatos ou anfóteros podem ser usados para
aumentar a suavidade.
Muitos tensoativos aniônicos também são excelentes doadores de viscosidade
em sistemas detergentes.
Em certas emulsões, tensoativos como o álcool cetílico, ajuda no espessamento
de cremes e loções.
Outros tensoativos auxiliam no enxágüe de produtos da emulsão.
Outros proporcionam o deslizamento e a emoliência desejados nas formulações
para os cuidados de pele e cabelo.
Tensoativos como o estearato glicólico proporciona perolização ou opacificação
em certos produtos cosméticos.
Nos condicionadores de cabelo, tensoativos catiônicos também ajudam a
controlar a carga elétrica estática. Alguns catiônicos podem possuir propriedades
antimicrobianas, que podem ser úteis em produtos cosméticos.
Iniciação a Química Cosmética. Vol 2
Matérias primas empregadas na Higiene e Tonificação cutânea
Finalidades dos cosméticos
Higienizar
Tonificar
Hidratar
Nutrir
Fotoproteção
HIGIENIZAR
Remover da superfície cutânea as impurezas provenientes das secreções, dos
resíduos celulares e do ambiente, melhorando seu aspecto e facilitando suas funções.
Não devem permanecer sobre a pele e mucosas além do tempo necessário para
cumprir sua ação de limpar.
Para manter a pele com aparência saudável, é necessário ter como hábito a sua
limpeza diária, cuja finalidade é remover células mortas, maquilagem, secreções
sebáceas e impurezas.
A água é uma das principais substâncias usadas na limpeza da pele, porém sozinha é
ineficaz, principalmente contra a oleosidade.
Por esse motivo usamos produtos que tenham a função de emulsificar os ácidos
graxos da pele, como: sabões e detergentes.
Sabões e detergentes podem causar o ressecamento excessivo.
COSMÉTICOS PARA HIGIENE CUTÂNEA
Produtos que tem a função de eliminar a sujidade da superfície cutânea.
Não existe um produto ideal que tenha a máxima eficácia limpante e o mínimo de
interferência nas qualidades normais da superfície cutânea.
Não existe um produto adequado para todos os tipos de pele.
MECANISMO DE LIMPEZA:
Ação mecânica: arraste da sujeira.
Ação detergente: rompimento da emulsão epicutânea e contato do detergente com a
camada córnea.
Ação da temperatura: temperatura, > limpeza e > destruição da proteção natural.
Remoção da sujidade e do detergente – para evitar sensibilização cutânea
ÁGUA + DETERGENTE + PROC. MECÂNICOS = LIMPEZA DA PELE
VEÍCULOS PARA HIGIENE CUTÂNEA
SABÕES E SABONETES (sais alcalinos de ácidos graxo) - pH 9-10
SABONETE LÍQUIDO (tens. Aniônico sintético)
SABONETE CREMOSO (emulsões + tens. aniônico sintético)
EMULSÃO DE LIMPEZA (leite, loções)
SOLUÇÃO DE LIMPEZA (Sol. HA, tens. an...)
GÉIS DE LIMPEZA
Sabões alcalinos tendem a deixar a pele mais áspera e seca, portanto devemos dar
preferência aos sabonetes líquidos e cremosos, elaborados com tensoativos suaves e
de baixa irritação cutânea.
Para atenuar o poder de ressecamento da pele são incorporados à formulação dos
sabonetes produtos que conferem caráter emoliente: óleos vegetais etoxilados,
umectantes e extratos vegetais.
ATIVOS PARA HIGIENE CUTÂNEA
PELE ACNÉICA:
Extrato de Calêndula (Calendula officinalis): contém óleos essenciais, flavonóides,
resinas, ácido málico, saponinas e aminoácidos.
FUNÇÕES: calmante, cicatrizante, reduz vermelhidão e irritação na pele usada na
concentração de 2 – 10%
Extrato de Agrião (Nasturtium officinale): contém flavonóides, vitaminas A, B1, B2,
ferro, iodo, cálcio, manganês, heterosídeos.
Funções: anti-seborréica, antiacnéica, anti-séptica. Usada de 1 a 5 %
Extrato de Alecrim (Rosmarinus officinalis) : contém óleos essenciais, heterosídeos,
flavonóides, sapopinas, ácidos orgânicos.
Funções: anti-seborréica, antiacnéica – 1- 10%
No caso de pele acnéica oleosa podem ser utilizadas formulações contendo ácido
salicílico, enxofre ou resorcina.
PELE OLEOSA
Esta associada com o brilho, que sempre se quer eliminar.
Para limpeza da pele oleosa são recomendados produtos contendo agentes
tensoativos eficientes, capazes de remover o excesso de óleo presente neste tipo de
pele.
Podem ser usadas formulações na forma líquida
Independente da escolha do agente de limpeza, a pele deve ser lavada com água fria,
pois a água quente pode ativar a produção das glândulas sebáceas.
Ativos para higiene cutânea
PELE OLEOSA
Ext. de bardana (Arctium lappa): contém taninos, óleos essenciais, resinas e
heterosídeos.
Funções: anti-seborréica, antiacnéica, anti-séptica – 1 a 5 %
Ext. de Hamamélis (Hamamelis virginiana): contém óléos essenciais, taninos,
saponinas, flavonóides, resinas, mucilagens, ácido gálico.
Funções: adstringente, refrescante e vasoconstritora (1 -5 %)
Ext. de Sálvia (Salvia officinalis L.): contém taninos, saponinas, óleos essenciais,
flavonóides.
Funções: anti-séptica, anti-seborréica 1-5%
Ativos para higiene cutânea
PELE NORMAL
As recomendações para este tipo de pele são baseadas na moderação.
É importante manter uma rotina adequada para manter o equilíbrio fisiológico e a
integridade.
A limpeza diária da pele normal deve ser feita com um agente de limpeza suave, de
preferência livre de sabão, já que a lavagem excessiva com água e sabonete pode
levar a uma perda significativa da umidade da pele.
Ativos
Ext. de Ginseng (Panax ginseng): contém óleos essenciais, vitaminas e pectinas.
Funções: estimulante, tônica ( 1- 5 %)
Ext. de Malva (Malva silvestris L.): contém mucilagens, flavonóides, taninos.
Funções: emoliente e calmante ( 2- 10%)
Ext. de aveia (Avena sativa) contém: proteínas, vitaminas do complexo B, vitaminas A
e E, enzimas, sais de Cálcio, ferro, sódio, potássio
Funções: hidratante, revitalizante, emoliente (1-5%)
Ext. de camomila (Matricaria Chamomilla): contém óleos essenciais, Vitamina C,
flavonóides, derivados azulênicos, bisabolol
Funções: calmante, emoliente, antiinflamatória, antialérgica, descongestionante,
refrescante e protetora contra o sol (2-10%)
Ativos para higiene cutânea
PELE SECA
A limpeza da pele seca requer o máximo de cuidado para não exacerbar sua
condição.
Por isso, é aconselhável usar tensoativos suaves, comuns nos leites ou loções de
limpeza, que, além de limpar a pele, têm a função de hidratá-la.
Ativos para higiene cutânea
PELE SECA
Ext. de Tília (Tilia platyphyllos): contém mucilagem , taninos, óleo essencial,
flavonóides
Funções: calmante, emoliente (1-5%)
Algas marinhas (Fucus vesiculosus): é uma substância gelatinosa extraída de uma
alga parda, contém vitaminas, sais minerais, proteínas, iodo, polissacarídeos.
Funções:tonificante e hidratante
PELE MISTA
A limpeza da pele mista requer um sabonete líquido suave ou uma loção de limpeza,
que deve ser usada 2x/dia.
PELE SENSÍVEL
O uso de loções ou leite de limpeza é o mais adequado para este tipo de pele.
Os cosméticos de limpeza devem possuir em sua formulação um limpador não-iônico,
um descongestionante/refrescante, um calmante.
Os p.a. mais indicados são extrato de camomila, o alfa-bisabolol e a alantoína.
Sabonetes líquidos ou em barras são contra-indicados.
É aconselhável usar sempre água fria na rotina regular de limpeza da pele.
PELE NEGRA (+ espessa e resistente)
A limpeza diária da pele negra pode ser feita com uma loção de limpeza ou um
sabonete líquido suave.
Os p.a. com propriedades desengordurantes são os mais indicados, como o extrato de
hamamélis, óleo de melaleuca e sálvia.
PRODUTOS ESFOLIANTES E ABRASIVOS
- Anidrido Silicico – 5 – 10%
- Microesferas de Polietileno – 0,5 – 1%
- Sementes de Damasco em pó 1 - 5%
PRODUTOS PARA TONIFICAÇÃO
Utilizados no tratamento facial
Firmar a pele
Reduzir o tamanho dos poros
Retirar resíduos dos produtos de limpeza e reestabelecer o pH cutâneo.
Veículos HA ou aquosos
Ativos utilizados em tônicos faciais
Produtos com ação adstringente:
Extratos vegetais ricos em taninos (hamamélis)
Sulfato de zinco
Etanol
Os tônicos podem ter princípios ativos com funções específicas:
Alantoína: Obtida por síntese e também encontrada nas raízes e rizomas do confrey,
Symphytum officinale. Tem ação estimulante da proliferação celular e ativadora da
cicatrização de feridas. Ação reepitelizante.
Pantenol: ação emoliente
Alfa-bisabolol: álcool obtido da camomila com ação antiinflamatória, cicatrizante e anti-
séptica suave (0,1 – 1%). Mesmo em baixas concentrações inibe o crescimento de
bactérias Gram-positivas.
Azuleno (camomila): ação antialérgica e antiinflamatória (0,01 – 0,03%)
Calêndula, camomila : calmante, cicatrizante.
TONIFICAÇÃO DA PELE NORMAL
Os tônicos para pele normal devem conter em sua fórmula baixas concentrações de
álcool, além de ativos calmantes, adstringentes e antiinflamatórios.
TONIFICAÇÃO DA PELE OLEOSA
Suas ações podem ser transitórias, normalizando características estéticas (tônicos
adstringentes) ou funcionais (tônicos descongestionantes).
As loções tônicas são compostas por uma solução hidroalcoólica, combinada com um
agente surfactante e/ou adstringente.
Os tônicos desenvolvidos especialmente para pele oleosa contêm álcool, com
concentração usual em torno de 50%.
Mentol, ácido salicílico, resorcina, Irgasan DP300, hamamélis,...
TONIFICAÇÃO DA PELE SECA
Os tônicos para pele seca devem apresentar formulações isenta de álcool e conter
ativos hidratantes como Pca-Na, hialuronato de sódio, glicerina e alantoína.
TONIFICAÇÃO DA PELE MISTA
Na zona T, a limpeza deve ser complementada com um tônico com baixo teor
alcoólico e com adstringentes suaves (ex.: hamamélis, mentol e cânfora)
TONIFICAÇÃO DA PELE SENSÍVEL
Tônicos não alcoólicos e com propriedades calmantes.
TONIFICAÇÃO DA PELE NEGRA
É indicado o uso de um tônico adstringente suave para retirar o excesso de óleo da
superfície da pele.
Um dos p.a. mais utilizados nesse tipo de formulação é o mentol, que proporciona a
pele uma sensação de limpeza e frescor.
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