Como Como éé feito o feito o prognprognóósticostico para a estapara a estaçção ão chuvosa no Cearchuvosa no Cearáá
FUNCEME / IRI-Univ. Columbia / Univ. Arizona
Fevereiro de 2006
Renzo TaddeiIRI-Univ. Columbia
Esclarecendo conceitos e desfazendo confusões: o que é o “inverno” no Ceará?
– Senso comum: período que vai das primeiras às últimas chuvas;
– Meteorologia: três momentos diferentes de chuva.
A previsão de chuvas no CearA previsão de chuvas no Cearáá
BaixaOndas de lesteChuvas de pós-estaçãoMaio-Junho
AltaZona de Convergência Inter-Tropical
Estação de chuvas propriamente dita
Fevereiro a Maio
BaixaFrentes frias e Vórtice ciclônico
Chuvas de pré-estaçãoDezembro-Janeiro
PrevisibilidadeSistemas meteorológicos principais
Nome dado pela meteorologia
Momento em que chove
Zona de Convergência InterZona de Convergência Inter--Tropical Tropical
(ZCIT, ITCZ em inglês)(ZCIT, ITCZ em inglês)
Imagem de satélite de janeiro de 2004
CIRCULAÇÃO DE WALKER
Influência do Oceano Pacífico nas chuvas causadas pela Zona de Convergência Inter-Tropical
Influência do Oceano Influência do Oceano PacPacíífico nas chuvas causadas fico nas chuvas causadas pela Zona de Convergência Interpela Zona de Convergência Inter--TropicalTropical
Temperaturas usuais da superfície do oceano
Temperaturas da superfície do oceano mais altas que o usual – presença do El Niño
800W 600W 400W 200W 00 200E
800W 600W 400W 200W 00 200E
200N
00
200S
200N
00
200S
200N
00
200S
200N
00
200S
P
+ QUENTE
(B)
(A)
+ FRIO
+ QUENTE
ITCZ
ITCZ
SECOSECO
P
P
P
+ FRIO
CHUVOSOCHUVOSO
Influência do Oceano Atlântico nas chuvas causadas pela Zona de Convergência Inter-Tropical
Influência do Oceano Atlântico nas chuvas causadas Influência do Oceano Atlântico nas chuvas causadas pela Zona de Convergência Interpela Zona de Convergência Inter--TropicalTropical
– Monitoramento:
• uso de fotos de satélite,
• radares meteorológicos,
• medidores de chuvas (pluviômetros) e de condições atmosféricas,
• medidores de condições dos oceanos (bóias no Pacifico e no Atlântico – Projeto PIRATA);
– Previsão: uso de modelos matemáticos para previsão do tempo para até duas semanas no futuro;
TEMPO: curto prazoTEMPO: curto prazo
- Compartilhamento de dados, modelos e tecnologias: previsões realizadas em conjunto com institutos nacionais e internacionais:
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Centro de Pesquisas de Tempo e Clima (INPE – CPTEC),
Instituto Nacional de Meteorologia (INMET),
Instituto Internacional de Pesquisas de Clima e Sociedade (IRI) – Univ. Columbia,
Instituto de Pesquisa em Desenvolvimento da França (IRD),
Escritório Meteorológico do Reino Unido (UK Met Office),
Centro de Observação de Interação entre Oceano e Atmosfera (COLA),
Instituto Max Planck da Alemanha,
Sociedade Brasileira de Meteorologia,
UFC, UECE, centros estaduais de pesquisa do nordeste;
A previsão de chuvas no CearA previsão de chuvas no Cearáá -- IIIIII
• CLIMA: o que a previsão da meteorologia pode dizer sobre a quadra chuvosa?
Probabilidades para:
1 - Total de chuvas dentro da quadra chuvosa;
2 - Sobre todo o estado do Ceará (ou amplas regiões dentro dele, como ao norte ou ao sul do estado);
3 - Associadas às categorias:
para 10 anos intermediários“dentro da media histórica” ou “normal”
idem para os 10 anos em que menos choveu“abaixo da media histórica” ou “seco”:
faixa de quantidade de chuva, em milímetros, definida pelos 10 anos em que mais choveu nos últimos 30 anos*
“acima da média histórica” ou “chuvoso”
* Alguns autores usam os 35% dos anos com mais chuvas para “chuvoso”, 35% com menos chuvas para “seco”, e os 30% intermediários para “normal”.
“Abaixo da media histórica”ou “seco”
“Acima da media histórica”ou “chuvoso”
Chuvas no CearChuvas no Cearáá de 1975 a 2005de 1975 a 2005“Dentro da media
histórica” ou “normal”42
1.2
430.
6 528
620.
765
7.7
663.
468
3.9
685.
669
5.6
708.
771
6.3
739
775.
878
3.5
802.
9084
6.50
858.
7 951.
796
5.1 1065
.310
66.8
1075
.21,
095.
3011
18.3
1,15
5.50
1156
.611
67.5
1168
.512
63.1
1323
.518
91.1
905.
86
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
1100
1200
1300
1400
1500
1600
1700
1800
1900
1993198319981990200519811979199220011982199719871991198019761978199920022003199620001995197719841975198819942004198919861985M
édia
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m)
Abaixo da mAbaixo da méédia histdia históórica rica ≠≠ secaseca
90 milímetros (mm)
90 mm
A “média histórica” é um conceito estatístico. Desta forma, a categoria “abaixo da média histórica” não é necessariamente sinônimo de seca.
Abaixo da mAbaixo da méédia histdia históórica rica ≠≠ seca seca -- IIII
Acima de 729 mm567 a 729 mmAbaixo de 567 mmRegião do Cariri
Acima de 605 mm449 a 605 mmAbaixo de 449 mmSertão Central/Inhamuns
Acima de 692 mm555 a 692 mm Abaixo de 555 mmRegião Jaguaribana
Acima de 1.044 mm729 a 1.044 mmAbaixo de 729 mmRegião da Ibiapaba
Acima de 911 mm690 a 911 mmAbaixo de 690 mmMaciço de Baturité
Acima de 1.121 mm798 a 1.121 mmAbaixo de 798 mmLitoral de Fortaleza
Acima de 1.073 mm729 a 1.073 mmAbaixo de 729 mmLitoral do Pecém
Acima de 1.016 mm705 a 1.016 mmAbaixo de 705 mmLitoral Norte
Acima da média histórica/chuvoso
Ao redor da média histórica/normal
Abaixo da média histórica/seco
Região
Se chover 700 milímetros num ano em todo o Ceará, isso significa:1 - Seco: Litoral Norte, Litoral do Pecém, Litoral de Fortaleza e Região de Ibiapaba;2 - Normal: Maciço de Baturité e Região do Cariri;3 - Chuvoso: Região do Vale do Jaguaribe, Sertão Central e Inhamuns.
E isso é bom ou ruim? Depende.
A previsão de chuvas no CearA previsão de chuvas no Cearáá -- IVIV
Alternativas de curto prazo: uso do monitoramento por imagens de satélite e o uso de radares meteorológicos, e o uso de previsões de chuvas de curto prazo com modelos matemáticos.
Pesquisa em andamento: técnicas de “regionalização” (ou “downscaling”), que procura transformar a previsão para toda a região em previsões para áreas menores (como municípios).
E esta é a chamada “variabilidade espacial das chuvas”.
2 - Em que lugares vai chover e onde não vai, pontualmente.
Esta é a chamada “variabilidade temporal das chuvas”;
1 - Quando começam e terminam as chuvas, e quando ocorrerão os chamados “veranicos”(períodos de estiagem dentro da estação de chuvas)
Limitações existentes - as técnicas meteorológicas ainda não são capazes de prever:
Por Por ququêê o progno prognóóstico stico éé probabilprobabilíístico?stico?Analogia com o jogo de bolinhas e hastes
Condições iniciais
Condições de contorno: fatores que afetam o curso dos
eventos em determinada direção
Distribuição de resultados mostra
probabilidades associadas a cada
um deles.
Trajetória de cada bolinha
20%60%20%
7 bolinhas
21 bolinhas
7 bolinhas
Bolinhas
Hastes de madeira
100% de certeza?Impossível, segundo a ciência.
Por Por ququêê o progno prognóóstico stico éé probabilprobabilíístico? stico? -- IIII
1) Sistemas atmosféricos são caóticos, isto é, complexos demais; modelos de computadores não são perfeitos, mas simplificações dos fenômenos naturais.
2) Existe uma grande dificuldade para prever as temperaturas dos oceanos (uma das condições iniciais);
50% de chance: muito ou pouco?
Moeda: 2 resultados possíveis. 50% de chance cada.
Dado: 6 resultados possíveis. 17% de chance cada.
Previsão: 3 resultados possíveis. 33% de chance cada.
A previsão de chuvas no CearA previsão de chuvas no Cearáá -- VV
Deve-se evitar confundir o prognóstico de chuvas com:
Prognóstico de epidemias
Prognóstico de recarga de açudes
Prognóstico de eventos que necessitarão da ação da defesa civil
Prognóstico de produção agrícola
Fatores intermediários
Chuvas não são os únicos fatores a determinar estes eventos: pragas, mercado, políticas públicas, etc.
Pesquisa atual: desenvolvimento de técnicas para:
Prognóstico de chuvaPrognósticos de safra, recarga de
açudes, epidemias, etc.
Fatores intermediários
O que O que éé uma uma ““boaboa”” previsão de chuvas? previsão de chuvas? A importância do fator social. A importância do fator social.
1) Necessidades diferentes no uso que faz de informações de clima;
2) Distintas visões a respeito do clima e de como ele afeta suas vidas, e formas específicas de tomada de decisões;
3) Graus de liberdade e possibilidade diferentes quanto ao que pode fazer para adaptar-se a um evento climático previsto;
Conclusão: qualidade técnica ≠ utilidade. Mesmo um prognóstico de clima de alta qualidade técnica pode não encontrar uso efetivo por setores da sociedade.
A utilidade do prognóstico esta ligada ao contexto de cada grupo humano:
Seca: fenômenos meteorológicos + determinadas condições sociais. Exemplo: poucas chuvas e pouca capacidade de adaptação da sociedade.
Busca de formas de convivência com o semi-árido – redução da vulnerabilidade.
Perspectivas de futuro Perspectivas de futuro
FUNCEME
Previsão de recarga de açudes (previsão de vazões)
Software de previsão de probabilidade de lucro na agricultura;Zoneamento geo-ecologico;Estudos ligados à umidade do solo.
Estudo do ciclo de vida do mosquito em relação a variações de tempo e clima.
Produção de previsões e informações climáticas adequadas às necessidades de cada tipo de usuário.Informação genérica: pouca utilidadeInformação direcionada a comunidades ou setores específicos: muita utilidade
Grande salto nos conhecimentos climáticos na última década: modelos melhores;
Desenvolvimento de uma abordagem multidisciplinar: melhor conhecimento das formas como a sociedade pensa e toma decisões ligadas ao clima.
FIM
Apresentação disponível no sitehttp://iri.columbia.edu/~taddei/ceswas022006.pdf
Email para contato: [email protected]
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