CLAUSEWITZ E OS CONCEITOS DE TERRORISMO:
CONTINUAÇÃO DA GUERRA OU CONTINUAÇÃO DA POLÍTICA?
Anna Carolina Monéia Farias1
Felipe Ramos Garcia2
RESUMO
O general prussiano, Carl von Clausewitz, autor da obra “Vom Kriege”, ou “Da Guerra” em
português, é um dos maiores estudiosos da temática da guerra. Dentre suas contribuições está
o estudo acerca do nexo entre guerra e política, da qual o general postula ser a guerra uma
“continuação da política por outros meios”. Ainda que vivido em um importante contexto – o
período de guerras napoleônicas - sua reflexão vai além de modelos esquemáticos, de modo
que a historicidade da abordagem da guerra tem possibilitado interpretações por muitos
acadêmicos em diferentes épocas e perspectivas. Neste século, o crescente aumento de atos
terroristas tem levantado um debate acerca da contribuição clausewitziana no tocante ao
terrorismo, de modo a ponderar se este segue a máxima do autor em ser uma continuação da
política por outros meios ou um sinônimo de guerra. Dessa forma, tem-se como objetivo
testar a hipótese de que guerra e terrorismo são ambos fenômenos políticos, mas que não
podem ser equalizados, visto a incongruência entre o terrorismo e a conceituação
clausewitziana de uma guerra regular. Sendo assim, diante da relevância do pensamento de
um dos maiores estudiosos de guerra e política e de que não há uma densa produção literária
dedicada especificamente a esse problema de pesquisa é que se enseja a necessidade de
verificar as possíveis contribuições de Clausewitz sobre o tema.
PALAVRA-CHAVE: Clausewitz. Guerra e Política. Terrorismo.
ABSTRACT
The prussian general, Carl von Clausewitz, author of the work "Vom Kriege", or "Da Guerra"
in portuguese, is one of the greatest scholars on the theme of war. One of his contributions is
the study about the nexus between war and politics, which the general postulates that war is a
"continuation of politics by other means." He lived in an important era - the period of
Napoleonic wars, however his reflection goes beyond schematic models, so that the historicity
of the approach to war permit interpretations by many scholars in different times and
perspectives. In this century, the increasing growth of terrorist acts has raised a debate about
1 Graduada em Relações Internacionais pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquista Filho”/ UNESP
– Marília e mestranda em Ciências Sociais pela mesma instituição. Contato: [email protected] 2 Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquista Filho”/ UNESP –
Marília e mestrando em Ciências Sociais pela mesma instituição. Contato: [email protected]
1
the Clausewitzian contribution on the understanding of terrorism, in order to consider whether
it follows one of his mains thoughts of being a continuation of politics by other means or a
synonym of war. Thus, the objective is to test the hypothesis that war and terrorism are both
political phenomena, but that cannot be equalized, given the incongruence between terrorism
and the Clausewitzian conceptualization of a regular war. Therefore, taking count the
relevance of the thought of one of the greatest academics of war and politics, and the fact that
there is no dense literary production dedicated specifically to this research problem, it is
necessary to verify the possible contributions of Clausewitz on this subject.
KEYWORDS: Clausewitz. War and Politics. Terrorism.
INTRODUÇÃO
A partir dos atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos, o terrorismo se tornou
um dos temas mais relevantes na agenda sobre segurança internacional. Logo após este
ocorrido, a resposta do então presidente, George W. Bush, foi de declarar guerra ao inimigo,
empreendendo o que ficou conhecido por “Guerra ao Terror”. Esse e o crescente aumento de
atos terroristas tem levantado o debate quanto as relações entre terrorismo, guerra e política.
Diante disso, têm-se a necessidade de se discutir quais contribuições um dos maiores teóricos
sobre guerra, Carl von Clausewitz, pode trazer ao tema.
Clausewitz foi um general prussiano de grande prestigio pela sua obra “Da Guerra”,
isto porque sua teorização se deu longe de esquematismos matemáticos na intenção de se
elucidar o que seria da “natureza da guerra”, não se apegando a acontecimentos datados. Com
isso, os pensamentos do autor têm possibilitado interpretações por muitos acadêmicos em
diferentes épocas e perspectivas. As suas reflexões podem, novamente, ser importantes na
discussão quanto ao terrorismo moderno, uma vez que uma grande parcela da literatura passa
a identificar o terrorismo como pertencente à esfera da guerra, isto é, como uma forma de
guerra não convencional.
Nesse sentido, a intenção deste trabalho é recorrer ao pensamento teórico sobre a
guerra a fim de discutir a correlação entre guerra, terrorismo e política, de forma a apontar
aproximações e incongruências entre si. Recorre-se, portanto, a um dos principais pensadores
clássicos da guerra para testar a hipótese de que guerra e terrorismo não podem ser
equalizados. Em outras palavras, ainda que se considere o terrorismo como um fenômeno
político, este não é – na acepção clausewitziana – sinônimo de guerra. Para tal, reconhece-se
2
que ainda hoje não existe uma definição universal para o que seja terrorismo, bem como as
limitações da própria obra de Clausewitz sobre o tema.
Estruturalmente, é dividido em três partes: primeiramente, faz-se uma retomada de
pontos fundamentais do pensamento de Clausewitz no tocante à guerra e à política; em um
segundo momento, busca-se dialogar o pensamento do autor com o terrorismo; e, por fim,
tem-se algumas considerações finais sobre o tema. Partindo de um referencial teórico que
passa, necessariamente, sobre a principal obra de Clausewitz, “Da Guerra”, bem como de
comentadores relevantes ao tema, este trabalho pretende apresentar reflexões que possam
contribuir para esclarecer alguns pontos das questões supracitadas.
1. CLAUSEWITZ E A GUERRA
Carl von Clausewitz foi um general prussiano e um dos maiores teóricos da guerra. A
sua principal obra, o “Da Guerra” (s.d.), ou “Vom Kriege” no original, se deu como um
desdobramento das suas considerações a respeito da era napoleônica, de forma que a sua
teoria está intrinsicamente relacionada às suas observações e à experiência vivida nesse
contexto. Contudo, mais do que somente relatar a sua própria experiência, Clausewitz buscou
teorizar a guerra na sua complexidade, além dos seus aspectos históricos datados e de
fórmulas esquemáticas, refletindo sobre a “natureza da guerra”. Desse modo, o general pode
traçar importantes considerações que têm sido base de análise para muitos acadêmicos até os
dias de hoje.
A experiência e observação do general no contexto da Revolução Francesa permitiu
que Clausewitz identificasse esse período como uma inovação histórica quanto à intensidade
da mobilização e de recursos utilizados em batalhas decisivas, manifestadas pelo extremo uso
de violência, buscando a submissão do oponente. Em um sentido mais amplo, o general
(2003, p. 14) entende a guerra como um duelo em larga escala, no qual os oponentes
despendem esforços a fim de que o outro ceda à sua vontade e se torne incapaz de resistir.
Mas, segundo Clausewitz (2003, p. 86), a guerra não se manifesta contra uma “matéria
morta”, mas sim contra um corpo animado e responsivo, que, diante do instinto de vingança e
de retaliação, também reage com forças ainda maiores. Desse modo, presume-se a
reciprocidade como essencial da natureza da guerra.
3
Mas a guerra não é somente um ato violento. A grande mobilização do povo francês,
sob o entusiasmo das causas da revolução, demonstrava que a presença da população na
guerra se dava sob a base de um fim político, isto porque foi a participação e o envolvimento
na vida política que levou o povo à guerra e refletiu no seu intenso engajamento nas batalhas3.
(BIANCHI, 2014, p. 9; CLAUSEWITZ, s.d., p. 75) Diante disso, esse cenário permitiu ao
autor compreender que, além da violência, está a pretensão de se atingir determinados fins
políticos. Ou seja, o general atesta que a guerra representa a “continuação da política por
outros meios”4, em que o uso da força é empregado visando determinados objetivos políticos,
não sendo de forma alguma autônoma. Ainda que Clausewitz não tenha definido a política
sistematicamente, a mesma apresenta um nexo com a guerra quanto “à destruição, submissão
e desarmamento do inimigo, conquista de territórios e objetivos limitados, além da
inteligência da direção de um Estado.” Logo, todo o caráter da guerra em termos de
empreendimento, planejamento e condução são determinados pela política. (CLAUSEWITZ,
s.d., p. 719; CLAUSEWITZ, 2003, p. 511; PASSOS, 2014, p. 27)
Sendo assim, o general pode observar que as forças atuantes formam uma trindade. Essa
tríade é denominada pelo autor como trindade paradoxal e representa a violência, ódio e
inimizade que está mais relacionada ao povo, Volk; o jogo de acasos e imprevisibilidade, em
que melhor corresponde ao general e ao seu exército, dem Feldherrn und seinem Heer; e, o
terceiro diz respeito à política, representando o governo, Regierung. Dessa forma, se as três
forças não estiverem juntamente envolvidas, o empreendimento não consegue se manter.
(CLAUSEWITZ, 2003, p.29; STRACHAN, 2008, p. 08)
As paixões que serão inflamadas na guerra já devem ser inerentes às pessoas. A
liberdade de ação que o jogo de coragem e talento desfrutará na esfera da
probabilidade e do acaso dependerá do caráter específico do comandante e do
exército, mas os propósitos políticos são apenas um assunto do governo.
(CLAUSEWITZ, s.d.: p. 93)
Portanto, o forte envolvimento na guerra evidencia um aspecto de suma importância
na teoria de Clausewitz, que é a inserção do “fator psicológico no centro das suas reflexões
3 Segundo Clausewitz: “Subitamente a guerra tornou-se uma atividade do povo - um povo de trinta milhões,
todos considerando-se cidadãos. [...]Os recursos e os esforços agora disponíveis para serem utilizados
ultrapassaram todos os limites convencionais. Nada obstruía agora o vigor com que a guerra podia ser travada e,
consequentemente, os oponentes da França enfrentavam o maior perigo.” (CLAUSEWITZ, s.d.: p. 701) 4 Referência ao título do item 24 do capítulo I, Livro I, no original: “Der Krieg ist eine bloße Fortsetzung der
Politik mit anderen Mitteln” (CLAUSEWITZ, 2003, p. 27)
4
teóricas”. (PARET, s.d.: p. 11) Os elementos morais são fundamentais na guerra, de modo
que a coragem dos soldados e o sentimento patriótico são dois dos principais elementos
morais postulados pelo general. Do mesmo modo, o fator psicológico também é peça-chave
no que diz respeito à reciprocidade da guerra, isto é, ao instinto de vingança e de retaliação.
Como já foi apresentado, a guerra tem como objetivo imediato fazer o oponente se submeter a
sua vontade, entretanto, considerando esse fator, o inimigo também reagirá com forças
maiores, levando a uma escalada na intensidade do emprego da força. (CLAUSEWITZ, s.d.:
p. 280)
Contudo, a realidade é que “a guerra é o reino do acaso”. Ou seja, esta suscetível ao
que o autor nomeou de fricção, isto é, as probabilidades, acasos e imprevistos da vida, ou
segundo Clausewitz, os “inúmeros incidentes de pequena importância - do tipo que você
nunca pode realmente prever - combinam-se para reduzir o nível geral de desempenho, de
modo que ficamos sempre aquém da meta desejada”. (CLAUSEWITZ, s.d., p. 109) Mas se
por um lado as feições da guerra são influenciadas por essas forças internas – fricção, por
outro, são impostas pelo fim político que se deseja alcançar, de modo que o governo tem a
responsabilidade moral de controlar e administrar o uso da violência das forças armadas,
tendo sempre em vista o necessário para o alcance do propósito político. (HOWARD, 1983, p.
70; STRACHAN, 2006, p.06)
Ao considerar, portanto, que as guerras apresentam um nexo com a política e isso as
fazem ser instrumentos da política, é fundamental que se tenha claro os objetivos políticos que
se deseja alcançar - geralmente plausíveis no médio ou curto prazo, bem como definido
claramente o adversário e o teatro de operações. Isso é importante, pois, ainda que a
gramática5 da guerra - o modo de ser concebido o combate - seja diferente em cada situação, a
lógica – de fazer o inimigo ceder a sua vontade e de se atingir determinados fins políticos -
permanece a mesma. (REED, 2006) Nas palavras de Clausewitz:
Ninguém dá início a uma guerra - ou melhor, ninguém em sã consciência deveria
fazê-lo - sem ter primeiro claro em sua mente o que pretende obter através dela e
como pretende conduzí-la. O primeiro é o seu propósito político. O último, o seu
propósito operativo. Este é o princípio orientador que estabelecerá a sua linha de
5Segundo Passos (2014, p: 40-41), a acepção de gramática para Clausewitz corresponde às peculiaridades e às
regras da guerra – ligadas à violência - que não são, em todos os casos, próprias da política. Esse conjunto de
“leis isoladas da guerra” estaria no plano teórico e também poderia estar presente na guerra quando esta se
aproximasse dos extremos.
5
ação, determinará o vulto dos meios e dos esforços necessários e fará com que a sua
influência seja plenamente sentida até o menor detalhe operativo. (CLAUSEWITZ,
s.d., p.686)
Isso significa que para se ter uma guerra bem sucedida é fundamental ter clareza quanto
ao inimigo, aos fins que se pretende alcançar e também aos meios para tal. Do mesmo modo,
é indispensável ter uma compreensão total da política nacional, dos seus recursos e de quais
são os caminhos para conduzir a guerra – para que assim, se possa estabelecer as táticas e
estratégias adequadas. (CLAUSEWITZ, s.d., p. 122) Na acepção clausewitziana, a tática
ensina o emprego das forças no combate de forma isolada, enquanto que a estratégia está
relacionada com a sua “utilização dos engajamentos para atingir o propósito da guerra.”
(CLAUSEWITZ, s.d.: p.138) Em outras palavras, a primeira visa a vitória, enquanto que a
segunda visa, o próprio fim da guerra. Com isso, “o propósito político - a razão inicial para a
guerra - determinará assim, tanto o propósito militar a ser atingido como a intensidade do
esforço que ele exige.” (CLAUSEWITZ, s.d.: p. 82)
Portanto, evidencia-se que o raciocínio de Clausewitz se dá em uma perspectiva que vai
além da observação dos acontecimentos no seu período histórico. O propósito do autor era
desenvolver uma análise teórica de modo a examinar o seu funcionamento geral,
compreendendo-a ante as distintas manifestações históricas, apenas tomando para a teoria
aquilo que fosse da sua essência quanto um fenômeno político e social. Essa interpretação
reflete a historicidade da sua abordagem da guerra, isto é, de que a teoria é adequada às
diferentes conjunturas históricas de forma que Clausewitz (2003, p. 29) compara a guerra a
“um verdadeiro camaleão”6. Logo, o general sugeria que cada era também tivesse a sua
própria teoria de guerra e que esta não fosse um manual de como agir e sim um auxílio na
capacidade de compreender. É sob essa concepção que o autor aponta a possibilidade de
atualização da sua obra.
Sendo assim, por anos, os estudos de Clausewitz vêm sendo avaliados em diferentes
conjunturas e particularidades. Com o fim da Guerra Fria, surgiram o que alguns autores
denominaram por “novas guerras7”. Tal entendimento por “nova” se dava uma vez que
fugiam da descrição típica de uma guerra regular, isto é, de que as guerras normalmente se
6 No original: “(…) ein wahres Chamäleon, (…)” (CLAUSEWITZ, 2003, p. 29) 7 Referência à distinção entre “guerras antigas” e “novas guerras” feita por Mary Kaldor em “New and Old
Wars” quanto aos novos conflitos travados não mais por exércitos simétricos entre Estados, mas por atores
insurgentes e não estatais. (KALDOR, 1999)
6
davam entre Estados, ou algo próximo a isso, e eram empreendidas por soldados em exércitos
tradicionais. Agora, observava-se o surgimento de conflitos em que seus atores, muitas vezes,
não eram entidades estatais. Diante disso, a literatura sobre Clausewitz se colocou entre
aqueles que defendem a superação do seu pensamento8, baseado justamente nesse “novo
formato” de guerra que não mais corresponderia àquelas que foram o centro de atenção do
autor e, por outro lado, os que argumentam que a teoria clausewitziana é atual e traz muitas
contribuições pertinentes na compreensão desse novo cenário9. (STRACHAN, 2008, p. 11-
12) De todo modo, defende-se que a forma com que Clausewitz traçou suas reflexões longe
de esquematismos, permite sua adequação às diferentes conjunturas históricas, na medida em
que sejam respeitadas as particularidades do próprio contexto em que “Da Guerra” foi escrito.
Assim sendo, considera-se a validade do pensamento do general prussiano ainda nos tempos
atuais e que suas reflexões podem contribuir para o entendimento de até mesmo outras
expressões de violência como o terrorismo moderno.
2. TERRORISMO, GUERRA E POLÍTICA
Em primeiro lugar é importante ressaltar que, mesmo atualmente, não há um consenso
universal para o que seja terrorismo. Existe uma grande dificuldade em se ter uma definição,
tanto do ponto de vista acadêmico, quanto no político e jurídico. Ainda que não seja do
escopo deste trabalho apresentar e discutir os diferentes significados que o termo terrorismo
carrega, é importante ressaltar que essas diferenças foram atribuídas dentro de um contexto
social específico diante de determinados processos e disputas políticas. Desse modo, mesmo
não sendo o presente objetivo discorrer sobre as motivações e os fins do terrorismo do início
do século XXI, é necessário compreender que este está organicamente arraigado aos
acontecimentos históricos, políticos, sociais e econômicos de sua época. (HALLIDAY, 2002;
PAULA, 2013)
8 Podem ser citados como expoentes dessa concepção: Mary Kaldor (1999) e Martin van Creveld em “The
Transformation of War” (1991). 9 Um dos grandes estudiosos de Clausewitz e defensores da atualidade do pensamento do general é o professor
Hew Strachan, autor da obra “Sobre a Guerra” (2008) e “The Changing Character of War” (2006). Também, na
literatura alemã, pode-se citar Christopher Daase e Sebastian Schindler (2009).
7
O terrorismo é um destes conceitos que tiveram a sua acepção alterada ao longo do
tempo. Essas transformações se deram em múltiplas direções, acompanhando as
principais mudanças sociais e históricas que ocorreram desde a Revolução Francesa
[...] até os dias atuais, época em que o terrorismo é considerado “a principal ameaça
à paz mundial”. [...] terrorismo é um conceito político moldado e manobrado pelo
poder instituído de uma época, utilizando a sua maior capacidade de influência no
intuito de desqualificar um adversário político transformando-o em uma ameaça
pública. (PAULA, 2013, p. 20)
A partir dos atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos, se instalou no país uma
série de ações contra o terrorismo, nomeado pelo Secretário de Estado, Colin Powell, de
“Guerra ao Terror”. Logo após os ataques, o primeiro discurso do Presidente George W.
Bush, embalado pelo sentimento de vulnerabilidade, declarou “uma guerra global contra o
‘terrorismo’ (como se isso fosse estrategicamente possível)”. (SAINT-PIERRE, 2015, p.10) O
emprego do termo guerra nessa situação se deu como uma tentativa de endossar a legitimação
das intervenções políticas e militares no combate à Al-Qaeda de forma a definir a ação
terrorista como um fenômeno de guerra e, assim, validar suas ações quanto retaliação e
vingança. (PASSOS, 2003)
Com isso, uma série de estudos foram publicados endossando essa concepção. Um dos
expoentes desse pensamento é o Coronel das forças armadas norte-americanas, John D.
Jogerst. Em “Que tipo de guerra? Perspectivas estratégicas na guerra contra o terrorismo”
(2005), as declarações do coronel apontam que o terrorismo seria então uma forma de guerra
próxima à insurgência, apenas diferenciada por ser “levadas a efeito em um palco planetário”
que teriam como objeto “alterar comportamentos ocidentais (...) e, afinal, destruir a
civilização ocidental.” (JOGERST, 2005, p. 6) Do mesmo modo, Echevarria (2007, p. 76)
considera que tanto as guerras convencionais quanto o terrorismo e as guerrilhas, todos estes
compartilham a mesma natureza objetiva, diferenciando-os pelos diferentes níveis de
violência. Segundo Ellen Haddock (2002), provavelmente Osama bin Laden tenha lido
Clausewitz, visto que os atentados de 2001 demonstram uma “compreensão completa da
natureza e condução da guerra, tal como apresentado por Clausewitz em Da Guerra”
(HADDOCK, 2002, p. 1, tradução nossa)
Todavia, fugindo das razões que motivaram a fazer essa associação entre guerra e
terrorismo, busca-se neste trabalho, diante da teoria de Clausewitz, compreender as relações
entre os dois conceitos. Assume-se, ainda, que guerra e terrorismo são fenômenos díspares e
que deve-se recorrer, rapidamente, à epistemologia de ambos para se compreender de que
forma as contribuições do autor podem ser pertinentes ao tema, respeitando essa
8
dessemelhança. É no livro II de “Da Guerra” que Clausewitz se dedica a construir uma “teoria
da teoria”. Segundo Clausewitz (2003, p. 86), “a guerra é um ato de relações humanas”10, isto
é, faz parte da existência social do homem ante a divergência de grandes e distintos interesses.
Por outro lado, ainda que diferente, o terrorismo também é um caso pertencente às relações
humanas e sociais, e, da mesma forma que a guerra, são ambos pertencentes à política, de
modo que instrumentalizam os meios violentos para se atingirem fins políticos, e devem ser
ambos compreendidos na perspectiva histórica. Diante disso, o conceito de guerra pode ajudar
a compreender o terrorismo.
Quando Clausewitz discute as forças atuantes na guerra – a trindade paradoxal – ele
observa que nas guerras em seu tempo era possível identificar a violência ao povo, o acaso e
imprevisibilidade ao exército e à instrumentalidade da política ao governo. Todavia, como
destaca Ferezin (2012, p.103): “Os atores – elementos pelos quais as forças atuam – são
próprios de cada sociedade e de cada contexto histórico onde a guerra acontece, entretanto, as
forças da trindade não se alteram e estarão presentes em cada guerra empreendida.” Desse
modo, aquém dos atores, a trindade representa as forças que agem no interior de uma guerra,
sendo elas: violência, acaso e probabilidade e instrumentalidade da política. (STRACHAN,
2007)
Tem-se, em linhas gerais – mais uma vez reforçando as ressalvas apresentadas quanto
a complexidade do conceito – a consideração de que o terrorismo corresponde a um ator, seja
ele um indivíduo ou grupo, que utiliza-se de meios e ameaças violentas para matar ou causar
danos a uma população, a fim de criar uma situação de terror. (AGUILAR, 2015a;
AGUILAR, 2015b) Em guerras regulares, travadas entre Estados-nação ou sociedades que
também possuem um sistema militar, a manifestação da violência se dirige principalmente
contra as forças armadas do inimigo, no sentido de enfraquece-lo a ponto de não ter mais
capacidade de lutar. (ARON, 1986; STRACHAN, 2008) Ou, até mesmo, se a defesa11 for
suficientemente sólida, ela pode dissuadir o inimigo, levando “a suspenção das ações
militares”. (CLAUSEWITZ, s.d.: p. 86) Em contra partida, o terrorismo é uma forma de ação
em que há um enorme desequilíbrio de forças entre quem ataca e quem é atacado. Nesse caso,
o emprego da violência não se dirige às forças armadas de um determinado país, justamente
pela assimetria de forças, de modo a evitar o combate direto ao inimigo. Desse modo, a
10 No original, “Der Krieg ist ein Akt des menschlichen Verkehrs”. (CLAUSEWITZ, 2003, p. 86) 11 Sobre a superioridade da defesa ao ataque, ver Clausewitz (s.d., 86, 417-420, 537)
9
expressão da violência do terrorismo é através de ataques – uma ofensiva tática - como
estratégia de um posicionamento defensivo, de forma a não travar um combate direto e
permitir a sua sobrevivência. (DAASE; SCHINDLER, 2009)
Mas, então, como o ataque direto não levaria ao sucesso militar, o terrorismo busca
atingir a população. A questão é que as ações não refletem especificamente quem é o inimigo,
como um determinado Estado, dado que os alvos são, em sua maioria, civis nas suas mais
variadas nacionalidades e particularidades, atingindo diretamente o aspecto psicológico da
população. Mas, o terrorismo não se fundamenta no puro aniquilamento, e sim na exploração
do jogo do acaso e da probabilidade para provocar o terror entre as pessoas, gerando um
sentimento de insegurança frente à possibilidade ou não de um ataque. Atentados como o de
11 de setembro evidenciam que, mesmo com toda a supremacia militar americana, não se
pode barrar um ataque de tal magnitude, incidindo sobretudo no psicológico da sociedade e no
desencadeamento dos sentimentos de medo, vingança e patriotismo. Geralmente, os ataques
terroristas recebem grande atenção da mídia, de forma que auxilia ainda mais no objetivo de
difundir o terror entre a população, a qual se assiste extremamente vulnerável. O jogo de
probabilidades em que o terrorismo se sustenta reforça o sentimento de medo generalizado e
cria um clima de paranoia em toda a sociedade. Logo, a violência psicológica é também peça-
chave na ação terrorista. (SAINT-PIERRE, 2005)
Ainda assim, segundo Gilpin (2005, p.10), “o terrorismo em todas as suas
manifestações é uma forma de ação política realizada para se alcançar objetivos políticos
específicos”12. A questão é que os ataques aos civis não demonstram com clareza quais fins se
pretende alcançar. Isto é, em guerras convencionais a política, ou melhor, os fins políticos que
se deseja alcançar, deve conduzir todo o caráter da guerra, de modo que seja fundamental a
clareza do inimigo, bem como seu teatro de operações, os recursos possíveis e as condições
sociais, políticas e econômicas dos respectivos envolvidos. A informação é essencial para o
sucesso militar, isto porque, como já apontado no pensamento de Clausewitz, a “névoa da
guerra” influencia diretamente na imprecisão das ações. No caso do terrorismo, além de não
ser evidente os objetivos com os ataques à civis, é também nebulosa a própria organização de
grupos terroristas, como a Al Qaeda. As organizações terroristas não dispõem de forças
facilmente identificáveis, tal qual em exércitos regulares, ou seja, não se sabe exatamente o
12 Tradução de “Terrorism in all its many manifestations is a form of political action carried out to achieve
specific political objectives.” (GILPIN, 2005, p.10)
10
número de combatentes dessas organizações e, muito menos, quem são seus reais membros.
No caso do combate ao terrorismo, esse ponto é essencialmente complexo, pois o inimigo
permanece, em grande parte, desconhecido. Do mesmo modo, diferentemente de um exército
convencional, existe uma mobilidade além-fronteiras muito maior nessas organizações. Com
isso, observa-se um rompimento da distinção combatente versus não combatente, o que torna
o mundo tudo como um campo de batalha universal.
Além dos aspectos já identificados, deve-se atentar mais um ponto crucial nessa análise:
a questão da reciprocidade. Esse é um ponto essencial na distinção entre guerra e terrorismo,
isto porque, nem toda manifestação violenta com fins políticos é guerra. É importante
enfatizar, mais uma vez, a natureza interativa da guerra. Ou seja, segundo Clausewitz (2003,
p. 86), a guerra não se manifesta contra uma “matéria morta”, mas sim contra um corpo
animado e que reage. “A guerra pressupõe dois ou mais atores sociais que ambos têm meios
para usar a força.”13 (WALDMAN, 2009) No caso do terrorismo, como o inimigo não é tão
facilmente identificável tal qual em uma guerra entre Estados, não há chances de uma resposta
imediata pelo lado atacado. E, como foi apresentado, é do próprio objetivo do terrorismo não
travar um combate direto diante do desequilíbrio de forças entre ambos.
Nesse sentido, como é possível falar em vitória? Na “Guerra ao Terror” americana, “a
missão declarada - destruir organizações terroristas ‘com alcance global’ e os governos que as
assistem - é vaga e elástica. Ninguém parece saber exatamente quais estados acabarão na lista
de foras da lei e o que constitui ‘alcance global’”. (TREISMAN, 2002) Isso evidencia a
própria ausência de clareza em se travar uma guerra – nas condições tradicionais – contra o
terrorismo. O combate ao mesmo difere de uma guerra regular. A ação contra o terrorismo
não prevê medidas passíveis de consecução no médio ou curto prazo. Pensar o combate ao
terrorismo, como por exemplo no discurso estadunidense em utilização até mesmo de armas
nucleares exprime uma irracionalidade política14. A contenção desse fenômeno está muito
aquém do viés imediatista e militarista que pode ocorrer em certas guerras.
Ainda assim, pode-se argumentar que o tratamento do terrorismo como guerra é
utilizado como uma metáfora, no sentido de grande mobilização contra um determinado mal,
tal quando é empregado em termos como “Guerra contra as Drogas” ou “Guerra contra a
13 No original: “War presupposes two or more social actors both who have the means to use force.”
(WALDMAN, 2009) 14 Ver a respeito FARIAS (2016)
11
fome”, na tentativa de obter um consenso e apoio nas ações militares contra “o terror”. Mas a
questão é que o emprego da palavra “guerra” para lidar com o terrorismo nesse sentido pode
ter uma conotação perigosa como argumenta Michael Howard, importante estudioso de
Clausewitz. Isto porque, o uso extensivo dentro um contexto de mobilização de recursos
contra uma determinada ação de perigo que não pode ser completamente eliminada, tal qual
utilizados para combater o crime ou o tráfico de drogas, pode “(...) conceder aos terroristas
um status e dignidade que eles procuram e que eles não merecem. Isso confere a eles um tipo
de legitimidade”15. (HOWARD, 2002, p. 8, tradução nossa). Da mesma forma, como já foi
evidenciado, não pode deixar de ser considerados os aspectos morais e psicológicos na guerra,
de modo que comparar o terrorismo à guerra fortalece ainda mais os sentimentos de ódio e
inimizade para com as forças terroristas, as quais pela falta de clareza na sua identificação,
passa a ser representada pelos povos das região.16
15 Tradução de “to accord terrorists a status and dignity that they seek and that they do not desserve. It confers
on them a kind of legitimacy.” (HOWARD, 2002, p. 8, tradução nossa) 16 No contexto de “Guerra ao Terror”, a falta de clareza na definição dos membros da Al Qaeda e de outros
grupos terroristas no Oriente Médio reforçou a visão subjugada da civilização oriental, declarando o terrorismo
como uma reação ao mundo ocidental pelo desacordo entre culturas e religião. Samuel Huntington (2001) é um
dos mais conhecidos expoentes dessa visão.
12
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mesmo diante da complexidade do conceito terrorismo e suas diversas variações.
Entende-se que a concepção de terrorismo moderno, amplamente debatido após os atentados
de 11 de setembro, não encontra congruência com a definição clausewitziana de guerra. Em
suma, o que se entende é que o terrorismo é um fenômeno político que utiliza de meios
violentos para se alcançar objetivos políticos, mas não representa sistematicamente uma
forma de guerra.
A teoria de Clausewitz abrange não somente aspectos táticos e estratégicos da guerra,
mas evidencia que a “guerra é um ato de relações humanas”, de modo que deve ser pensada
considerando a complexidade das relações humanas e sociais. Isto presume discutir que o
duelo – o conflito de interesses e, ainda mais, interesses políticos – faz parte da própria
existência social do homem, do mesmo modo que isso também recai sobre os aspectos
psicológicos. É nesse sentido que a contribuição de Clausewitz se faz relevante no
entendimento do terrorismo.
Mas, ainda assim, a guerra – na acepção clausewitziana – é uma instrumentalização da
política para se alcançar determinados fins, uma continuação da política por outros meios. A
utilização da força e todo empreendimento deve ser dado tendo clareza sobre o propósito
político – o que se deseja obter através da guerra - e os meios para tal – como se pretende
conduzí-la. Na guerra, há uma disputa de interesses entre inimigos identificáveis e a
consecução de um fim. Por outro lado, os ataques terroristas, como o de 11 de setembro, são
uma tática ofensiva como estratégia de um posicionamento defensivo, isto é, as forças
armadas de um determinado Estado não são atacadas para evitar o confronto direto, enquanto
que os alvos são civis nas suas mais variadas particularidades, não representando um inimigo
identificado. Diferentemente da natureza interativa da guerra, o terrorismo não está disposto a
reciprocidade do combate.
Tratar o terrorismo como sinônimo de guerra e, mais do que isso, travar uma “Guerra ao
Terror” é contraproducente, inclusive, à resolução do conflito, pois, entendido desta forma,
admite que é necessário sobretudo vias militares. Isto é, enfoca sobretudo aos aspectos
militares na solução ao invés de se atentar a complexidade que gera esse tipo de situação. Para
Clausewitz, não existe uma continuidade ou descontinuidade absoluta entre a política pacífica
- os meios diplomáticos - e política violenta, ou seja, o que ocorre é uma relação dialética e
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unitária entre paz e guerra. Mas, ainda que exista o nexo entre guerra e política, guerra não é
sinônimo de política. Desse modo, não é através de uma guerra – principalmente no sentido
tradicional - que se combate o “terror”, até mesmo porque, o terrorismo não é um inimigo,
mas sim uma tática.
Portanto, observa-se, a partir da discussão sobre guerra, terrorismo e política, que as
reflexões de Clausewitz quanto aos aspectos componentes da natureza da guerra não são
correspondem ao terrorismo de forma a equalizá-los, pois ainda que sejam manifestações
políticas por meios violentos, as características da guerra – tal qual sua formas de atuação,
seus objetivos e sua relação com a política – não se flexibilizam a ponto de aplica-las ao
terrorismo.
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