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Page 1: Classe C descobre marcenaria

dia a dia E CONOM IA

Classe C descobrea marcenariaPaulistas de classe média começam a deixar as grandes redese miram móveis exclusivos. Crescimento do setor chega a 35%

Maria Clara LimaAgência BOM DIA

Nos últimos dez anos, a indús-tria de móveis cresceu cerca200% no país. Segundo umapesquisa do Instituto de Estudose Marketing Industrial, o volu-me de vendas no setor passoude R$ 9,7 bilhões, em 2001, paraR$ 33 bilhões, no ano passado.

Além do bom momento eco-nômico brasileiro, o cresci-mento no setor imobiliário im-pulsionou a venda de móveisfeitos sob encomenda, aquelescomprados em marcenaria, enão em lojas de grandes redes.

OBOM DIAfalou commarce-narias de Bauru, Sorocaba, Jun-diaí, Rio Preto e Itatiba. Todosconfirmaram o crescimento.

Fernando Rudic é empresáriodo ramo há 22 anos em Itatiba,cidade que mais produz móveisno estado. Ele acompanha comotimismo o crescimento do se-tor, que fica entre 15% e 35%,segundo levantamento do BOMDIA. “As pessoas estão cada vezmais exigentes. Oferecemosum produto de qualidade ep ers onalizado ”, diz.

Segundo Luiz Henrique Pe-

reira, proprietário de uma mar-cenaria em Bauru, o fatura-mento da empresa aumentou50,59% em 2011. O número ébem maior os 10% estimadospara o ano passado pela Abi-móvel ( Associação Brasileiradas Indústrias do Mobiliários).

“Com essa demanda, temosque ter mais agilidade na pro-duç ã o”, diz o empresário, queinformou que um móvel, comoum armário, pode levar cercade 30 dias para ser entregue. Ademora é uma das desvanta-

Consumidores queremqualidade e durabilidade

O empresário Eder Lima, 41anos, já conhecia o trabalho demarcenaria antes de optar poreste serviço. Para ele, o que maischamava a atenção é a qualidadedo produto fabricado.

“A madeira tem um bom aca-bamento, além de durar muitomais”, disse. Quanto ao preço, oempresário afirmou que chegoua pesquisar o valor de um guar-da-roupa em um grande magazi-ne, mas optou pelo móvel plane-jado por causa da pouca diferen-ça no preço. “Paguei R$ 3 mil emum guarda-roupa sob medida.Em uma loja de rede ele custavaR$ 2,5 mil“ , fala.

n A auditora de call center MariaHelena Silva, 49 anos, pode serconsiderada o símbolo da novaclientela do setor. Ela e a filhacompraram um apartamento emSão Paulo, em 2010, pelo progra-ma “Minha Casa, Minha Vida”, dogoverno federal. A dupla pretendemobiliar a nova residência comprodutos sob medida. “O aparta-mento é pequeno e precisamosaproveitar todo o espaço”, afirmaa filha Jenifer Souza, 27 anos. Asduas ainda têm 30 anos para pa-gar o imóvel e esperam que amobília dure bastante. “Po d e m osaté pagar um pouco mais por is-so, mas vale a pena”, diz.

QUAL I DADE

“As pessoas estãocada vez maisexig ente s .Oferecemos umproduto dequalidade ep ers onalizado

_ Fernando Rudic,Gerente de marcenaria

Fotos: Lume M

óveis Planejados

gens em optar por esse serviço.

P RE ÇOS/ Um armário embuti-do com quatro portas custa emtorno de R$ 4 mil em uma mar-cenaria. O mesmo produto saipor R$ 2 mil em grandes redescomo Casas Bahia e MagazineLuiza. Mesmo assim, a classe Ccomeçou a buscar a marcena-rias como opção. Isso é umanovidade e uma das explica-ções para o crescimento.

Em 2011, os consumidores daclasses C e D movimentaramR$ 1,96 bilhão em produtos co-mo gabinetes para cozinha, ar-mários, mesas e guarda-rou-pas feitos em marcenaria, deacordo com pesquisa realizadapelo Instituto Data Popular. Is-so representa, 11% do total demóveis no país comprados pe-las classes C e D.

Essa clientela busca a liber-dade proporcionada pelos pro-jetos dos marceneiros. Para Ta-mires Gonçalves Souza, desig-ner, além da aposta na qualida-de, os clientes ainda podemusufruir da garantia de pelomenos cinco anos. “E aindapodem parcelar em até 54 vezescom juros ou fazer crediário.”

PROJETOS SOB MEDIDAO home office (acima) custa em torno de R$ 7 mil. A cozinhacompleta (abaixo) sai pro cerca de R$ 5,9 mil. A consulta de preçosfoi feita em uma marcenaria do interior paulista