UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo
CINTHYA COLIGE CARDOSO
ILUSTRAÇÃO DA HISTÓRIA DA ARQUITETURA MEDIADA POR
REALIDADE AUMENTADA: REPRESENTAÇÃO E ANÁLISE
GRÁFICA DO PROJETO E DO EDIFÍCIO
CAMPINAS
2020
CINTHYA COLIGE CARDOSO
ILUSTRAÇÃO DA HISTÓRIA DA ARQUITETURA
MEDIADA POR REALIDADE AUMENTADA:
REPRESENTAÇÃO E ANÁLISE GRÁFICA DO
PROJETO E DO EDIFÍCIO
Dissertação de Mestrado apresentada à
Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e
Urbanismo da Unicamp, para obtenção do
título de Mestra em Arquitetura, Tecnologia e
Cidade, na área de Arquitetura, Tecnologia e
Cidade.
Orientador: Prof. Dr. Daniel de Carvalho Moreira
ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA
DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA CINTHYA COLIGE
CARDOSO E ORIENTADA PELO PROF. DR. DANIEL DE
CARVALHO MOREIRA.
ASSINATURA DO ORIENTADOR
______________________________________
CAMPINAS
2020
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E
URBANISMO
ILUSTRAÇÃO DA HISTÓRIA DA ARQUITETURA MEDIADA
POR REALIDADE AUMENTADA: REPRESENTAÇÃO E
ANÁLISE GRÁFICA DO PROJETO E DO EDIFÍCIO
Cinthya Colige Cardoso
Dissertação de Mestrado aprovada pela Banca Examinadora constituída por:
Prof. Dr. Daniel de Carvalho Moreira
Presidente e Orientador/Universidade Estadual de Campinas – Faculdade de
Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo
Prof. Dra. Simone Helena Tanoue Vizioli
Universidade de São Paulo – Instituto de Arquitetura e Urbanismo
Prof. Dra. Ana Regina Mizrahy Cuperschmid
Universidade Estadual de Campinas – Faculdade de Engenharia Civil,
Arquitetura e Urbanismo
A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no
SIGA/Sistema de Fluxo de Dissertação e na Secretaria do Programa da Unidade.
Campinas, 10 de fevereiro de 2020
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais, Wilson e Doraci, por me apoiarem em tudo o que
decidi fazer e me incentivarem a persistir nos meus sonhos.
Ao meu irmão Gabriel, por torcer sempre pelo meu sucesso e dar suporte
técnico sempre que necessário.
Ao Pedro, por querer realizar meus sonhos e transformá-los em nossos, e por
estar ao meu lado até nos momentos mais difíceis, sempre presente.
À Ana Paula, Alexandre, Carlos Eduardo, Debora, Bruno, Mariela, Renata e
Ruth, pelo suporte técnico e emocional ao longo desses anos.
Ao meu orientador, Daniel, pela confiança, suporte e diversas oportunidades
na área acadêmica desde a graduação.
[...] formar um museu imaginário da arquitetura e fazê-lo
circular mundo afora.
(RUBINO; GRINOVER, 2009, p.21 e 22)
RESUMO
A representação do edifício arquitetônico é pauta de discussão entre arquitetos desde
o século XIX, dada sua importância para a compreensão de uma sociedade ou de
uma época. Esta modalidade de representação possibilita interpretar fatos históricos,
sociais, intelectuais, técnicos, estéticos e até mesmo figurativos. A compreensão
dessa forma de representação é um exercício constante de repertório, registro e
documentação do edifício histórico e tem se tornado cada vez mais realística graças
ao desenvolvimento tecnológico e às novas formas de registro gráfico, que extrapolam
o tão consagrado plano do papel. Neste aspecto de uma nova forma de representação
é possível destacar trabalhos que foram desenvolvidos com o auxílio tanto da
Realidade Virtual quanto da Realidade Aumentada. O objetivo deste trabalho foi
apresentar modelos 3D de três edifícios presentes no livro História Global da
Arquitetura, da autoria de Francis D. K. Ching, Mark M. Jarzombek e Vikramaditya
Prakash, que possuem a cúpula como elemento arquitetônico comum. Para o
cumprimento de tal objetivo, este trabalho lançou mão do recurso de Realidade
Aumentada mediado por um dispositivo com câmera, acesso à internet e marcadores.
Os modelos 3D desenvolvidos foram temáticos, conceituais e embasados nas
análises de diferentes formas de representação gráfica de outros edifícios. Análises
estas realizadas por autores consagrados na literatura como Clark e Pause, Simon
Unwin, Francis Ching, Geoffrey H. Baker e Antony Radford, Selen Morkoç e Amit
Srivastava. Como resultado, o trabalho obteve um acervo de modelos 3D que,
mediados por Realidade Aumentada, permitiram a compreensão de características
relevantes dos edifícios estudados, bem como a comparação das soluções adotadas
pelos projetistas em diferentes contextos e épocas.
Palavras chave: arquitetura, abóbadas, representação gráfica, desenho
arquitetônico, realidade aumentada.
ABSTRACT
As it is paramount to the understanding of societies or eras, the graphic representation
of architectural works has been a central topic of discussion among architects since
the nineteenth century. This modality of graphic representation enables the
interpretation of historical, social, intellectual, technical, aesthetic, and even figurative
facts. Mastery of this form of representation is acquired through a constant exercise
on repertoire, and it is also important for historical building documentation, which has
become increasingly realistic in recent years due to technological advances and novel
techniques of graphic representation that go beyond the well-known paper framework.
In this context, one must highlight the representation of architectural objects aided by
the novel technologies of Virtual Reality and Augmented Reality. This paper aims to
present 3D-models from three buildings that have the dome as a common architectural
element from those presented in the book Global History of Architecture, by Francis D.
K. Ching, Mark M. Jarzombek, and Vikramaditya Prakash. For this objective, this work
has used the Augmented Reality as resource aided by a camera device, internet
access and markers. The developed 3D-models were thematic, conceptual and based
on analyses of different graphical representation of other buildings. These analyses
were proposed by well-known authors such as Clark and Pause, Simon Unwin, Francis
Ching, Geoffrey H. Baker and Antony Radford, Selen Morkoç and Amit Srivastava. As
result, this work obtained a 3D-model collection that, aided by Augmented Reality,
have enabled comprehension of relevant characteristics of each presented building
and comparison of the different solutions adopted by the designers at different times
and contexts as well.
Key words: architecture, dome, design, architectural drawings, augmented reality.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Baker - análises da Villa Savoye em planta ..................................... 38
Figura 2: Baker - análises da Villa Savoye também em perspectiva .............. 38
Figura 3: elementos básicos da análise de Ching .......................................... 45
Figura 4: elementos modificadores da arquitetura .......................................... 46
Figura 5: elementos de análise de diagramas de Clark e Pause .................... 49
Figura 6: análise gráfica da antiga sacristia em Florença – p.44 .................... 50
Figura 7: Panteão romano .............................................................................. 63
Figura 8: Basílica de Santa Sofia .................................................................... 65
Figura 9: Basílica de São Pedro ..................................................................... 68
Figura 10: principais hardwares que fazem a leitura em RA ........................... 71
Figura 11: modelo desenvolvido no Glitch ...................................................... 85
Figura 12: leitura do arquivo inicial através do Three.js .................................. 86
Figura 13: teste com iluminação no Three.js .................................................. 87
Figura 14: cópia do link do “assets” ................................................................ 88
Figura 15: teste de visualização do panteão romano ..................................... 88
Figura 16: exemplos de BarCodes matriz 3x3 utilizadas ................................ 89
Figura 17: exemplos de cartas criadas para a interface em RA ..................... 91
Figura 18: teste realizado com o modelo 3D de estrutura do Panteão ........... 92
Figura 19: fluxograma de desenvolvimento do trabalho ................................. 92
Figura 20: planta, corte e elevação do Panteão romano ................................ 93
Figura 21: diagramas 2D elaborados para o Panteão romano ....................... 94
Figura 22: desenhos base Panteão romano ................................................... 95
Figura 23: conversão de escalas do desenho do Panteão romano ................ 96
Figura 24: desenho em AutoCAD do Panteão romano ................................... 96
Figura 25: aplicação do sistema de coordenadas com medidas .................... 97
Figura 26: adequação dos desenhos 2D para 3D do Panteão romano .......... 98
Figura 27: modelagem da semiesfera - parte 3D ............................................ 98
Figura 28: planta, corte e elevação da Basílica de Santa Sofia ...................... 99
Figura 29: diagramas 2D elaborados para a Basílica de Santa Sofia ........... 100
Figura 30: desenhos base para a Basílica de Santa Sofia ........................... 101
Figura 31: desenho em AutoCAD da Basílica de Santa Sofia ...................... 102
Figura 32: modelo 3D de referência na Basílica de Santa Sofia ................... 102
Figura 33: planta, corte e elevação da Basílica de São Pedro ..................... 103
Figura 34: diagramas 2D elaborados para a Basílica de São Pedro ............ 104
Figura 35: desenho base para a Basílica de São Pedro ............................... 105
Figura 36: desenho em AutoCAD da Basílica de São Pedro ........................ 106
Figura 37: modelagem em SketchUp da Basílica de São Pedro .................. 106
Figura 38: modelo 3D de escala para o Panteão .......................................... 109
Figura 39: modelo 3D de luz natural para o Panteão ................................... 110
Figura 40: modelo 3D de geometria para o Panteão .................................... 111
Figura 41: modelo 3D de forma para o Panteão ........................................... 112
Figura 42: modelo 3D de hierarquia para o Panteão .................................... 113
Figura 43 modelo 3D de simetria para o Panteão ........................................ 114
Figura 44: modelo 3D de estrutura para o Panteão ...................................... 115
Figura 45: modelo 3D de circulação para o Panteão .................................... 116
Figura 46: modelo 3D de repetição/ritmo para o Panteão ............................ 117
Figura 47: modelo 3D de escala para a Basílica de Santa Sofia .................. 118
Figura 48: modelo 3D de análise climática para a Basílica de Santa Sofia .. 119
Figura 49: modelo 3D de geometria para a Basílica de Santa Sofia ............ 120
Figura 50: modelo 3D de forma para a Basílica de Santa Sofia ................... 121
Figura 51: modelo 3D de hierarquia para a Basílica de Santa Sofia ............ 122
Figura 52: modelo 3D de eixos e simetria para a Basílica de Santa Sofia.... 123
Figura 53 modelo 3D de estrutura para a Basílica de Santa Sofia ............... 124
Figura 54: modelo 3D de circulação para a Basílica de Santa Sofia ............ 125
Figura 55: modelo 3D de repetição/ritmo para a Basílica de Santa Sofia ..... 126
Figura 56: modelo 3D de escala para a Basílica de São Pedro .................... 127
Figura 57: modelo 3D de análise climática para a Basílica de São Pedro .... 128
Figura 58: modelo 3D de geometria para a Basílica de São Pedro .............. 128
Figura 59: modelo 3D de adição das formas ................................................ 129
Figura 60: modelo 3D de hierarquia para a Basílica de São Pedro .............. 130
Figura 61: modelo 3D de eixos e simetria para Basílica de São Pedro ........ 130
Figura 62: modelo 3D de estrutura para a Basílica de São Pedro ................ 131
Figura 63: modelo 3D de circulação para a Basílica de São Pedro .............. 132
Figura 64: modelo 3D de repetição/ritmo para a Basílica de São Pedro ...... 133
Figura 65: utilização das cartas e marcadores para cada edifício ................ 143
Figura 66: demonstração de três modelos do mesmo tema para análise
comparativa ............................................................................................................. 144
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: conceitos abordados por Baker ..................................................... 25
Quadro 2: aspectos formais abordados por Baker ......................................... 30
Quadro 3: metodologia de análise gráfica arquitetônica proposta por Baker .. 34
Quadro 4: condicionantes da arquitetura segundo Unwin .............................. 39
Quadro 5: componentes primários da arquitetura segundo Unwin ................. 39
Quadro 6: composições arquitetônicas básicas segundo Unwin .................... 42
Quadro 7: elementos modificadores da arquitetura segundo Unwin .............. 43
Quadro 8: interação entre elementos básicos e modificadores segundo Unwin
.................................................................................................................................. 43
Quadro 9: elementos de análise de Ching ...................................................... 46
Quadro 10: 7 naturezas de um edifício arquitetônico segundo Ching ............ 47
Quadro 11: eixos temáticos segundo Ching ................................................... 48
Quadro 12: temas e diagramas de Clark e Pause .......................................... 50
Quadro 13: temas e diagramas de Radfor, Morkoç e Srivastava ................... 55
Quadro 14: comparação das principais características das cúpulas das obras
.................................................................................................................................. 62
Quadro 15: plantas para o projeto da Basílica de São Pedro ......................... 67
Quadro 16: desenvolvedores de softwares de Realidade Virtual ................... 69
Quadro 17: navegadores compatíveis com RA .............................................. 71
Quadro 18: principais frameworks atuais de RA ............................................. 72
Quadro 19: principais softwares/aplicativos de RA sem programação ........... 73
Quadro 20: comparação entre temas abordados pelos autores ..................... 77
Quadro 21: comparação entre temas comuns abordados pelos autores ....... 78
Quadro 22: possibilidades de livros de referência .......................................... 79
Quadro 23: ordem dos tópicos abordados ao longo do texto ......................... 82
Quadro 24: descrição das imagens apresentadas junto ao texto e ordem ..... 83
Quadro 25: comparação entre temas constantemente abordados no livro..... 83
Quadro 26: intervalos de BarCodes escolhidos para cada edifício ................. 90
Quadro 27: modelos 3D e respectivos marcadores do Panteão ................... 133
Quadro 28: modelos 3D e respectivos marcadores da Basílica de Santa Sofia
................................................................................................................................ 137
Quadro 29: modelos 3D e respectivos marcadores da Basílica de São Pedro
................................................................................................................................ 140
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
2D – Duas dimensões;
3D – Três dimensões;
Barcode – código de barras;
glTF – GL Transmission Format;
GPS – Global Positioning System ou Sistema de Posicionamento Global;
HTML - Hypertext Markup Language ou Linguagem de Marcação de Hipertexto;
QR Code – Quick Responde Code ou código de resposta rápida;
RA – Realidade Aumentada;
RV – Realidade Virtual;
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 19
2. JUSTIFICATIVA .......................................................................................... 21
3. OBJETIVO .................................................................................................. 22
3.1 Objetivo geral ........................................................................................ 22
3.2 Objetivos específicos ............................................................................ 23
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................... 23
4.1 Difusão e reprodução arquitetônica....................................................... 23
4.2 Análise gráfica ....................................................................................... 24
4.2.1 Design Strategies in Architecture – an approach to the analysis of
form – Geoffrey Baker ........................................................................................ 25
4.2.2 A análise da arquitetura – de Simon Unwin .................................... 39
4.2.3 Arquitetura – forma, espaço e ordem – de Francis Ching .............. 44
4.2.4 Precedentes em arquitetura – de Roger Clark e Michael Pause .... 48
4.2.5 Os elementos da arquitetura moderna – de Radford, Morkoç e
Srivastava .......................................................................................................... 53
4.3 A cúpula como elemento arquitetônico ................................................. 60
4.4 O Panteão romano ................................................................................ 62
4.5 A Basílica de Santa Sofia ...................................................................... 64
4.6 A Basílica de São Pedro ....................................................................... 66
4.7 Realidade Virtual ................................................................................... 69
4.8 Realidade Aumentada ........................................................................... 70
4.8.1 WEB VR / WEB AR ........................................................................ 73
4.8.2 A-FRAME........................................................................................ 73
4.8.3 AR.JS ............................................................................................. 74
4.8.4 Glitch .............................................................................................. 74
5. METODOLOGIA ......................................................................................... 75
5.1 Ponderações sobre as análises ............................................................ 76
5.2 Escolha dos estudos exploratórios ........................................................ 78
5.3 Desenvolvimento e viabilidade por Realidade Aumentada ................... 84
5.3.1 Opção 1 - Desenvolvimento e modelagem via Glitch e A-Frame ... 85
5.3.2 Opção 2 - Desenvolvimento e importação via Three.js .................. 86
5.3.3 Opção 3 - Desenvolvimento do código via Glitch e A-Frame.......... 87
5.3.4 O código ......................................................................................... 89
5.3.5 Hospedagem em servidor próprio ................................................... 92
6. RESULTADOS ........................................................................................... 93
6.1 Análise 2D do Panteão romano ............................................................ 93
6.2 Modelagem 3D do Panteão romano ...................................................... 94
6.2.1 Desenho do Panteão romano ......................................................... 94
6.2.2 Modelagem do Panteão romano em SketchUp .............................. 97
6.3 Análise 2D da Basílica de Santa Sofia .................................................. 98
6.4 Modelagem 3D da Basílica de Santa Sofia ......................................... 101
6.4.1 Desenho da Basílica de Santa Sofia ............................................ 101
6.4.2 Modelagem da Basílica de Santa Sofia em SketchUp .................. 102
6.5 Análise 2D da Basílica de São Pedro .................................................. 103
6.6 Modelagem 3D da Basílica de São Pedro ........................................... 104
6.6.1 Desenho da Basílica de São Pedro .............................................. 105
6.6.2 Modelagem da Basílica de São Pedro em SketchUp ................... 106
6.7 Elaboração dos modelos conceituais .................................................. 107
6.7.1 Modelos 3D do Panteão ............................................................... 108
Modelo 3D para entorno ........................................................................ 108
Modelo 3D para escala .......................................................................... 109
Modelo 3D para análise climática .......................................................... 109
Modelo 3D para geometria .................................................................... 110
Modelo 3D para forma ........................................................................... 111
Modelo 3D para hierarquia dos espaços ............................................... 112
Modelo 3D para eixos e simetria ........................................................... 113
Modelo 3D para estrutura ...................................................................... 114
Modelo 3D de circulação ....................................................................... 115
Modelo 3D para repetição/ritmo ............................................................ 116
6.7.2 Modelos 3D da Basílica de Santa Sofia ........................................ 117
Modelo 3D para entorno ........................................................................ 117
Modelo 3D para escala .......................................................................... 117
Modelo 3D para análise climática .......................................................... 118
Modelo 3D para geometria .................................................................... 119
Modelo 3D para forma ........................................................................... 120
Modelo 3D para hierarquia dos espaços ............................................... 121
Modelo 3D para eixos e simetria ........................................................... 122
Modelo 3D para estrutura ...................................................................... 123
Modelo 3D de circulação ....................................................................... 124
Modelo 3D para repetição/ritmo ............................................................ 125
6.7.3 Modelos 3D da Basílica de São Pedro ......................................... 126
Modelo 3D para entorno ........................................................................ 126
Modelo 3D para escala .......................................................................... 126
Modelo 3D para análise climática .......................................................... 127
Modelo 3D para geometria .................................................................... 128
Modelo 3D para forma ........................................................................... 129
Modelo 3D para hierarquia dos espaços ............................................... 129
Modelo 3D para eixos e simetria ........................................................... 130
Modelo 3D para estrutura ...................................................................... 131
Modelo 3D de circulação ....................................................................... 131
Modelo 3D para repetição/ritmo ............................................................ 132
6.8 Associação de modelos 3D conceituais aos marcadores ................... 133
7. CONCLUSÕES ......................................................................................... 144
8. REFERÊNCIAS ........................................................................................ 146
9. APÊNDICES ............................................................................................. 151
9.1 Apêndice A: primeiro código desenvolvido com Glitch e A-Frame ...... 151
9.2 Apêndice B: segundo código desenvolvido com Glitch e A-Frame ..... 152
9.3 Apêndice C: quinto código desenvolvido com Glitch e A-Frame ......... 153
9.4 Apêndice D: cartas para impressão e visualização dos modelos
desenvolvidos para o Panteão ............................................................................. 160
9.5 Apêndice E: cartas para impressão e visualização dos modelos
desenvolvidos para a Basílica de Santa Sofia ..................................................... 163
9.6 Apêndice F: cartas para impressão e visualização dos modelos
desenvolvidos para a Basílica de São Pedro....................................................... 166
19
1. INTRODUÇÃO
A arquitetura está diretamente ligada a um povo e uma época e reflete todas
as relações sociais, econômicas e tecnocientíficas pelas quais a sociedade passa
(NAVARRETE, 1998). Por isso, é tão relevante que arquitetos e construtores se
preocupem em registrar seus esboços, projetos e obras construídas. Os textos,
desenhos e fotografias possuem um papel fundamental na compreensão arquitetônica
e são de suma importância para a criação de um repertório dos projetistas,
desenvolvimento de projetos educacionais e/ou registro de edifícios históricos, além
de fazer com que a arquitetura circule ao redor do mundo.
Segundo Smith (1996, apud GRIZ, CARVALHO e PEIXOTO, 2007) os
primeiros registros encontrados de egipcios e assírios, por exemplo, representavam
sempre um ângulo único da figura, enquanto que os primeiros desenhos que
apresentam sombras foram registrados pelos gregos. Já a forma de representação
em perspectiva à mão como é conhecida atualmente tem o seu primeiro registro com
Filippo Bruneleschi no século XV, desenhos estes que ajudavam na percepção de
proporções da edificação (GRIZ, CARVALHO e PEIXOTO, 2007), ainda no século XV,
com o surgimento da imprensa, textos e, posteriormente os desenhos, foram
amplamente difundidos.
Desde a época da popularização da imprensa até a disseminação da cultura
digital, os impressos eram os principais vetores de comunicação, porém com a cultura
digital os dados e informações começaram a ser transmitidos de uma nova forma,
apresentando assim, novas maneiras de visualizar o mesmo edifício, antes impresso
de forma permanente em papel (CARPO, 2001).
A partir da metade do século XX, com o surgimento dos computadores,
começaram o desenvolvimento dos primeiros protótipos para auxiliar tanto o desenho
quanto o desenvolvimento de projetos. Na década de 60 surgiram os primeiros
softwares e com eles as ferramentas CAD - Computer Aided Design1 - e um protótipo
de touchpad. Através dos desenhos em CAD foi possível acelerar o processo de
projeto, permitindo modificações de forma mais rápida e eficaz. Já na década de 70
1 CADAZZ. CAD software - history of CAD CAM. Disponível em: <http://www.cadazz.com/cad-software-
history.htm>. Acesso em: 10 de dezembro de 2019.
20
começou-se a desenvolver os primeiros desenhos 3D com auxílio de computador. As
décadas de 80 e 90 foram marcadas respectivamente pela popularização do
computadores pessoais e posteriormente da internet. Já o início do século XXI foi
marcado pela popularização de recursos como a Realidade Virtual e a Realidade
Aumentada, que, apesar do princípio de desenvolvimento datar da década de 50,
foram – e ainda são - amplamente difundidos e tem ganhado destaque com a
quantidade de novos recursos e possibilidades de desenvolvimento, permitindo novas
formas de interação entre o modelo virtual e o usuário.
Ao contrário do que se possa sugerir, a escrita de um profissional que se apresenta ao mundo por meio de imagens, croquis, volumes, linhas e cortes não é algo menor, secundário, que só se realiza quando a tarefa central, a espinha dorsal do ofício - o projeto - é interditada.
A força do texto, - e isso inclui suas fotografias e desenhos - tem um motivo óbvio: a natureza do objeto arquitetônico é a imobilidade. Assim, a arquitetura no papel, por escrito, dos atuais coffe-table books aos panfletos e tratados, tudo isso desempenha esse papel crucial: formar um museu imaginário da arquitetura e fazê-lo circular mundo afora.
(RUBINO; GRINOVER, 2009, p.21 e 22)
A comunicação do arquiteto ocorre principalmente por meio de imagens,
croquis, volumes, linhas e cortes e nem por isso é algo menor, mas sim caminha junto
aos textos. Os arquitetos modernos, por exemplo, utilizaram muito o poder da
comunicação com a finalidade de criar um vocabulário novo e mudar o modo de falar
sobre a arquitetura (RUBINO; GRINOVER, 2009).
Ainda no modernismo os arquitetos começaram a representar diferentes
desenhos partindo de conceitos abstratos e amparados pela geometria e desenho
clássico, inaugurando assim o que hoje é chamado de representações através de
diagramas (FANTINATO, 2018).
Tais questões vão de encontro ao que afirma Fontenelle (2018), que defende a
exploração gráfica da representação arquitetônica em sua totalidade, buscando
representar toda a complexidade do edifício e, desenvolvendo e avaliando, as
diferentes formas de representação de ideias e conceitos em diferentes escalas.
Segundo o autor, o avanço tecnológico e o desenvolvimento de novas técnicas
21
construtivas implicaram diretamente na produção arquitetônica e na forma de
representação de uma época.
Segundo Silva e Vizioli (2013 apud VELOSO, 2011), a criatividade e a
capacidade de produção estão diretamente ligadas à percepção e pensamento do
homem e as ferramentas disponíveis. Assim como as formas de desenhar e pensar
estão diretamente ligadas a um estilo e à uma época (HEWITT, 1984).
2. JUSTIFICATIVA
É necessário o homem se habituar a compreender o espaço e isso só se tornará
possível através da difusão de formas coerentes de estudos do edifício e a melhor
forma de se compreender é através do percurso in loco (ZEVI, 2009), porém, nem
todos os estudantes ou amantes da arquitetura terão a oportunidade de visitar um
determinado edifício, sem contar nas obras não mais existentes, portanto, se faz
necessário pensar em alternativas que viabilizem a compreensão do edifício
arquitetônico.
Existem diversas possibilidades que viabilizam a compreensão do edifício e,
com o auxílio da tecnologia, elas se tornam mais próximas e acessíveis. Zevi (2009),
defende em sua obra que a forma mais próxima do percurso in loco é o cinema, que,
através de uma câmera, tem a capacidade de apresentar o deslocamento sucessivo
dos campos visuais. Vale ressaltar que a publicação de Zevi é anterior à computação
gráfica como é conhecida e difundida hoje. Os arquitetos sempre fizeram uso dos
recursos de desenho com a mesma finalidade deste tipo de representação,
principalmente após o Renascimento, quando começaram a utilizar a perspectiva
como uma das principais formas de representação do edifício como um todo.
A cinematografia está entrando na didática, e é preciso ter em mente que, quando a história da arquitetura for ensinada mais com o cinema do que com os livros, a tarefa da educação espacial das massas será amplamente facilitada (ZEVI, 2009, p.51).
Os construtores, com o passar dos anos, possuem o desafio de criar obras
cada vez maiores, sempre superando as anteriores e por isso é de suma importância
22
criar um repertório construtivo que apresente soluções já realizadas com a finalidade
de embasar soluções que ainda serão criadas. Nesse aspecto do repertório é possível
ir além e citar o fato de que a tecnologia é um grande aliado, tornando mais rápida a
criação de diversas opções ou até mesmo a simulação e análise de soluções. Só é
possível inovar conhecendo bem as soluções que já foram aplicadas e como se cada
uma delas se comportou em determinada situação. O objetivo deste repertório é
proporcionar confiança ao construtor e projetista, permitindo assim a inovação
(ADDIS, 2009).
Outra forma de compreensão do projeto que vem sendo empregada desde
meados do século XX é a análise projetual, dentre as muitas formas de análise, será
destacado nesse trabalho a análise gráfica (BELTRAMIN, 2015).
Ao longo deste trabalho serão apresentadas tecnologias que podem contribuir
para os estudos do edifício histórico, dentre elas a RV e a RA, sendo o foco da análise
a RA. Serão apresentados também os principais conceitos que podem contribuir para
uma análise sistemática da edificação, buscando auxiliar não só na documentação,
mas também na compreensão do edifício e até mesmo no ensino de arquitetura. O
trabalho será realizado através do estudo de alguns dos principais autores de livros
que apresentam uma série de princípios de análise gráfica de edificações distintas e
são eles: Clark e Pause, Simon Unwin, Francis Ching, Geoffrey H. Baker, Radford,
Morkoç e Srivastava e da comparação de três edifícios históricos e seus principais
conceitos arquitetônicos.
3. OBJETIVO
3.1 Objetivo geral
O presente trabalho teve como objetivo analisar e discutir a forma de
representação da descrição textual referentes a algumas edificações históricas,
compreender a necessidade de expressar graficamente as características e os
conceitos apresentados ao longo do texto e assim, como forma de complementar a
descrição textual. A RA foi a tecnologia escolhida para representar a síntese de
princípios de análise da arquitetura, expressando de forma sintética o raciocínio
arquitetônico projetual com a finalidade de facilitar a compreensão e divulgação dos
23
resultados da pesquisa exploratória com análise bibliográfica e explicativa com
estudos aplicados (GIL, c2017).
3.2 Objetivos específicos
Para chegar ao objetivo principal será necessário pontuar e discutir algumas
questões complementares e são elas:
- Discutir as formas de representação do texto descritivo arquitetônico, mapear
e avaliar se apenas com o que é apresentado no texto é possível compreender a
edificação e seus conceitos, além de avaliar se os desenhos que acompanham o texto
são suficientes para tal compreensão, identificando na descrição arquitetônica quais
variáveis são majoritariamente representadas através de desenho arquitetônico, quais
desenhos são necessários, quais conceitos são melhor representados através de
fotos e quais não são representadas no estudo proposto;
- Revisar o conceito de análise gráfica com base nos principais autores da área,
categorizar, exemplificar e comparar os conceitos apresentados e identificar os níveis
de abstração;
- Elaborar estudos para teste e viabilização de uma nova forma de
representação do edifício e seus principais conceitos com o auxílio de RA.
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 Difusão e reprodução arquitetônica
Para Zevi (2009), é necessário discutir e repensar a forma na qual a arquitetura
é difundida, bem como os estudos referentes a ela. A forma de difusão comumente
utilizada pelos arquitetos é a representação gráfica através do desenho de plantas,
cortes, elevações ou até mesmo fotografias. Tais formas de expressão apresentam
as seguintes características:
- Planta: forma de representação abstrata passível de receber diversas camadas de
informações, podendo representar tanto o interior, quanto o exterior, porém não
consegue representar a dimensão volumétrica dos espaços.
24
- Fachada: é uma vista ortográfica seccional de duas ou até três dimensões que
podem ser representadas através da hierarquia de linhas, permite também a
representação dos materiais empregados e, quando empregada a sombra, pode
trazer informações em uma terceira dimensão, porém também não permite a
compreensão de uma obra como um todo.
- Corte: é uma vista ortográfica seccional na qual se representam as divisões internas
do espaço arquitetônico a partir de um ou mais planos de secção. Permite a
compreensão dos espaços, hierarquias e seus usos. Permite uma compreensão
volumétrica, mas ainda não da totalidade do edifício.
- Fotografia: consegue representar três dimensões e dar uma noção de escala, porém
não representa a essência espacial ou conceitos empregados e por sempre ser tirada
a partir de um único ângulo, não consegue apresentar o conjunto completo da
edificação.
Dentro das formas de representação anteriormente apresentadas é possível
realizar o que se chama de análise gráfica, que consiste em reunir diversos
documentos de uma edificação (podendo ser plantas, cortes, elevações e fotografias)
além de croquis iniciais, esboços conceituais etc e identificar e elaborar formas de
representar determinados conceitos que auxiliaram nas tomadas de decisões
projetuais.
4.2 Análise gráfica
A análise gráfica consiste no estudo analítico de princípios formais e funcionais
através de desenhos, sejam eles de esboços ou técnicos, que representam uma
determinada obra arquitetônica. Essa análise tem como objetivo traduzir a essência
da lógica projetual, bem como peculiaridades de determinados conceitos
arquitetônicos. Segundo Ching (2007), a representação gráfica da arquitetura é a
tradução da integração harmoniosa de partes integrantes de um todo complexo e
unificado.
25
Ela é obtida a partir da avaliação da geometria e seus princípios, por sua vez
obtida através da simplificação e sistematização dos contornos ou dos volumes da
edificação e resulta em diagramas que traduzem a organização arquitetônica e
aspectos subjacentes a essa organização, buscando compreender o mote e o
desenrolar do processo projetual.
Segundo Unwin (2013), é de suma importância a criação de um repertório
arquitetônico através da compreensão de conceitos, elementos de composição,
dentre outros, pois a riqueza da arquitetura está justamente em visualizar e entender
os detalhes. Por isso foram escolhidos cinco das principais publicações em análise
gráfica que foram utilizadas como referência de análise das edificações escolhidas.
Um breve resumo de cada análise e forma de apresentação pode ser visto a seguir:
4.2.1 Design Strategies in Architecture – an approach to the analysis of form – Geoffrey Baker
Baker (c1996) considera a arquitetura uma forma de expressão cultural e o
arquiteto um dos principais responsáveis por materializar esta cultura. Levando em
consideração tal papel, Baker propõe alguns temas nos quais considera o papel da
arquitetura como materializador de conceitos. Tais conceitos e seus respectivos
exemplos podem ser vistos no Quadro 1.
Quadro 1: conceitos abordados por Baker
TEMA CONCEITO EXEMPLO
Forças do lugar
Considera questões de topografia e
paisagismo, transferindo um caráter
próprio a cada lugar.
26
Genius Loci
Considera questões culturais e
ambientais, propiciando a sensação de
pertencimento ao usuário do espaço.
Natureza
Defende a natureza como fonte de
energia para apreciar a arte e identificar
sua origem.
Arte
Considera a arte como mediadora entre
homem e natureza, sendo assim a
base para a evolução e
desenvolvimento.
Arte como
símbolo
Considera a arte como forma de
manifestação dos sentimentos
humanos.
27
Poesia Considera uma forma de apropriação
poética da terra.
Significado de
uso
Considera a arquitetura uma forma de
resposta às necessidades do homem.
Arquitetura
primitiva
Considera a forma básica da
necessidade e conhecimento técnico
de morar.
Arquitetura
vernacular
Compreende a arquitetura que se
desenvolve de acordo com as condições
do lugar como economia e cultura.
28
Arquitetura
monumental
Compreende a arquitetura que visa
deslumbrar e tem um alto teor simbólico.
Arte superior Considera edificações que transmitem
teoria através de sua forma própria.
Cultura
Considera a educação e informação de
um determinado grupo e em como tais
conceitos se manifestam na arquitetura.
Status
Considera a arquitetura como uma
forma de identificar e estratificar a
população.
Programa e
lugar
Considera a arquitetura como resultado
de forças tanto internas quanto
externas.
29
Orientação e
identidade
Considera a mobilidade como potencial
força e consequente definição dos
espaços.
Movimento
Conceito essencial para a criação de
percursos através da arquitetura,
compreendendo pontes, rampas,
escadas, elevadores etc.
Vistas
É a força resultante do movimento
através da arquitetura e que propicia
uma visualização de um determinado
elemento ou paisagem.
Estrutura
Considera a estrutura para além da
finalidade estrutural, como meio de
expressão de uma cultura ou estilo.
30
Geometria
Considera composições matemáticas
entre os elementos que compõem a
arquitetura.
Fonte: da autora (2019) com base em Baker (c1996)
Além de apresentar alguns conceitos arquitetônicos, Baker (c1996) apresenta
também alguns aspectos formais da arquitetura, como pode ser visto no Quadro 2.
Quadro 2: aspectos formais abordados por Baker
TEMA CONCEITO EXEMPLO
Tensão e harmonia
Considera a energia que o arquiteto quer
passar a quem vivencia o espaço. Isso
pode ser obtido através de ritmo,
unidade ou simetria.
]
Permanência e
harmonia
Considera os aspectos simbólicos da
arquitetura e utiliza recursos como
simetria e centralidade.
31
Harmonia através da
geometria
Considera a organização geométrica dos
volumes e espaços criados através de
linhas, superfícies, ritmo e harmonia.
Design geométrico
Considera a geometria como norteadora
dos espaços criados. Essencial no
resultado.
Estática centroide
Considera a simetria radial como
norteadora dos espaços. É uma
organização que transmite serenidade e
equilíbrio, muito utilizada na arquitetura
islâmica.
Dinâmica linear
Considera o eixo como norteados da
organização espacial. Cria a sensação
de tensão e energia, muito presente na
arquitetura gótica.
32
Dinamismo
Considera as formas e ordenações
compositivas entre diferentes geometrias
e como contribuem para o volume final.
Forças
Considera espécie de eixos invisíveis ao
longo dos quais os principais elementos
se organizam. São os elementos de
tensão que contrapõe aos elementos de
harmonia.
Organização Considera a divisão dos espaços, as
entradas e a circulação entre eles.
33
Complexidade e
contradição Considera formas e ornamentos.
Dinâmica e energia da
forma
Considera formas futuristas,
construtivistas ou expressionistas e em
como isso resulta na criação de espaços
e bordas.
Fonte: da autora (2019) com base em Baker (c1996)
Diante de um repertório de conceitos culturais e representativos da arquitetura
e de aspectos formais, Baker (c1996) propõe uma metodologia para realização de
análise gráfica arquitetônica com o objetivo de reconhecer fatores decisivos na etapa
projetual dos edifícios. O autor ainda ressalta que é importante considerar fatores
culturais, tecnológicos e econômicos do contexto da obra. Ele ainda defende o
diagrama como uma potente ferramenta de análise, podendo ser o principal ato do
projeto.
Diagrams: are selective, are about clarity and communication, reveal the essence, are often simple, separate out issues so as to comprehend the complex, make geometric articulation explicit, can quantify the energy in both site and concept, allow a degree of artistic licence, can have a vitality of their own, can explain form and space better than words or photographs. (BAKER c1996. p. 66)
34
A metodologia de análise de Baker (c1996) pode ser dividida em duas partes:
a primeira diz respeito a aspectos urbanos, que corresponde a uma leitura do contexto
da paisagem no qual a obra está inserida (e que posteriormente serão chamadas de
Genius Loci e forças do lugar), e a segunda parte que corresponde a aspectos
organizacionais da edificação. Tais temas estão presentes no Quadro 3.
Quadro 3: metodologia de análise gráfica arquitetônica proposta por Baker
FOCO TEMA CONCEITO EXEMPLO
Urbano Topografia
Considera diferenças entre
níveis e aspectos naturais
como vales e rios.
Urbano Rotas
Considera os caminhos
existentes para chegar ao
edifício.
Urbano Eixos de
circulação
Considera as entradas e
fluxos e intensidades para
chegar à edificação.
35
Edificação Lajes
transformadas
Considera os planos criados
pelos projetistas, espaços
vazios para entrada de luz e
circulação entre eles, por
exemplo.
Edificação
Forma
genérica e
específica
Considera a forma inicial
para o projeto e os
desdobramentos que fazem
dessa forma única ou
específica para um
determinado uso.
Edificação Malha ou grid
Considera uma malha de
horizontais e verticais
(podendo ser anguladas) que
norteiam a disciplina e
organização dos espaços.
Edificação Massas e
superfícies
Considera as formas básicas
geométricas que compõem a
edificação e como elas
articulam entre si.
36
Edificação
Forma
centróide ou
linear
Considera uma direção única
que canaliza a energia da
edificação. A centróide dá a
sensação de estabilidade,
enquanto a linear dá
sensação de atividade.
Edificação Dinâmica da
forma
Considera o raciocínio
compositivo das formas,
permeando desde o conceito
de ponto até a formação de
figuras geométricas
completas.
Edificação Organização
em core
Considera a organização de
todo um sistema ao redor de
uma única estrutura.
Edificação Sistema linear
Considera a organização ao
longo de um eixo, trazendo
ritmo à composição.
Edificação Sistema axial
Remete à arquitetura antiga
na qual há uma simetria
bilateral e uma hierarquia de
espaços e volumes.
37
Edificação
Sistema radial
ou
escalonado
Derivado da organização
centróide, cria elementos que
se organizam de forma
sequencial e escalonada ao
redor de um ponto.
Edificação Sistemas
interligados
Considera a relação entre
dois ou mais volumes.
Edificação Distorções
formais
Considera a distorção de
formas genéricas.
Fonte: da autora (2019) e Baker (c1996)
Os modelos de análise de Baker (c1996) levam em consideração temas mais
abrangentes como a forma, a cultura e o contexto no qual a edificação está inserida.
O desenvolvimento desta metodologia de análise e deu origem a uma segunda obra,
que coloca em prática alguns dos princípios de análises desenvolvidos na obra Design
Strategies in Architecture em algumas obras do arquiteto franco-suíço Le Corbusier.
Em sua obra Le Corbusier – uma análise da forma (1998) Baker apresenta diversas
obras segundo seus princípios interpretativos. Tais análises ocorrem tanto em
38
esquemas da planta quanto em perspectivas do edifícios, como pode ser observado
nas Figura 1 e Figura 2.
Figura 1: Baker - análises da Villa Savoye em planta
Fonte: Baker (1998)
Figura 2: Baker - análises da Villa Savoye também em perspectiva
Fonte: Baker (1998)
Beltramin (2015) identifica três fatores básicos na análise de Baker: condições
do lugar, requisitos funcionais e cultura, além de apresentar três frentes de
39
interpretação: a primeira técnica e artística, a segunda diz respeito à forma e a última
sendo a análise arquitetônica.
4.2.2 A análise da arquitetura – de Simon Unwin
As análises propostas por Unwin (2013) abordam conceitos da concepção do
edifício e interferências do lugar no qual a edificação está inserida. Segundo Unwin
(2013), as condições que determinam o desenvolvimento da arquitetura podem ser
chamadas de principais condicionantes da arquitetura e podem ser vistos no Quadro
4.
Quadro 4: condicionantes da arquitetura segundo Unwin
TEMA CONCEITO
Terreno Área com a qual o edifício se relaciona.
Espaço acima Responsável por emoldurar o edifício.
Gravidade Responsável por manter a arquitetura conectada ao terreno.
Luz Meio de visualização da arquitetura.
Tempo Meio de experimentação da arquitetura.
Fonte: da autora (2019)
Cada obra arquitetônica possui componentes primários básicos condicionantes
e a forma de apresentação dos elementos ocorre tanto de forma textual quanto por
esquemas genéricos podem ser verificados no Quadro 5.
Quadro 5: componentes primários da arquitetura segundo Unwin
TEMA CONCEITO REPRESENTAÇÃO
Área de terreno definida Espaço de terra destinado ao projeto,
independentemente do tamanho.
40
Área elevada ou plataforma Área elevada em relação à linha natural
do terreno.
Área rebaixada ou vala Área rebaixada em relação à linha
natural do terreno.
Marco Elemento de destaque e identificação de
um lugar.
Foco Elemento que concentra a atenção dos
usuários.
Barreira Elemento de separação entre ambientes,
seja físico ou não.
Cobertura Abrigo de intempéries, divide a
arquitetura do céu e necessita de apoio.
41
Pilares de apoio ou colunas Elementos verticais responsáveis por
suportar a cobertura.
Percursos Elementos pelos quais os usuários se
deslocam.
Pontes Elementos que se sobrepõe a outros e
os supera.
Aberturas - Portas
Elementos que auxiliam na transposição
entre um ambiente e outro, ou entre
interno e externo.
Aberturas - Janelas
Elementos que permitem a passagem de
luz e ar, bem como a conexão visual
entre interno e externo.
42
Aberturas - paredes de
vidro
Elementos que permitem transpor
barreiras, incidência de luz e passagem
de ar, além de permitir a conexão visual.
Tirante ou cabo suspenso Elemento capaz de suportar uma
cobertura ou plataforma.
Fonte: da autora com base em Unwin (2013)
Além dos elementos básicos, Unwin (2013) pontua alguns elementos que criam
formas rudimentares quando combinados, que constituem em maneiras distintas de
organizar os elementos arquitetônicos entre si, criando uma noção primária de
espaços e de como as formas articulam entre si para criação de tais espaços. Os
elementos propostos pelo autor podem ser vistos no Quadro 6.
Quadro 6: composições arquitetônicas básicas segundo Unwin
TEMA CONCEITO
Fechamento Barreiras que se encontram e criam um espaço enclausurado.
Cela Elemento em separado dos demais, criando um isolamento.
Edícula De arquitetura simples, junção de colunas que recebem uma cobertura.
Escada Série de plataformas organizadas de maneira a transpor alguma barreira.
Estante Distribuição vertical de plataformas de modo a organizar o espaço.
Fonte: da autora (2019)
Unwin ainda afirma que todos os elementos básicos podem sofrer modificações
de determinadas condicionantes que podem ser vistas no Quadro 7.
43
Quadro 7: elementos modificadores da arquitetura segundo Unwin
TEMA CONCEITO
Luz Pode ser natural ou artificial e permite a melhor percepção do espaço, também está
relacionada a questões de conforto do usuário.
Cor Encontrada em parceria com o elemento “luz”, permite destaque e identificação de lugares
Temperatura Pode ou não estar associada ao elemento “luz”, a humanidade emprega a arquitetura como
um recurso para se proteger tanto do calor quanto do frio.
Ventilação Junto da temperatura e umidade identificam o clima de um lugar.
Som Elemento que pode ser potencializado ou minimizado através da arquitetura, permite também
a identificação de uma determinada atividade que ocorra no ambiente.
Odor Elemento resultante de ocupação ou atividade específica realizada em um determinado
ambiente.
Textura e tato Propriedades sensitivas que auxiliam na identificação do lugar.
Escala Se refere ao tamanho de algo relativo ao usuário, seu emprego de forma equivocada pode
prejudicar o uso do espaço.
Tempo Os efeitos do tempo sobre a arquitetura podem ser naturais ou provocados, pode ser o tempo
do passar dos anos ou o tempo de percurso do usuário no espaço arquitetônico.
Fonte: da autora (2019)
Para Simon Unwin (2013) a complexidade arquitetônica é resultado da
interação dos elementos básicos com os elementos modificadores, sendo os mais
comuns apresentados como resultado da interação entre os elementos básicos
formadores da arquitetura e seus modificadores, conforme pode ser observado no
Quadro 8.
Quadro 8: interação entre elementos básicos e modificadores segundo Unwin
TEMA CONCEITO
Elementos que desempenham
a mesma função
Muitas vezes condicionada ao uso do lugar. Uma determinada cobertura pode
também ser um espaço de circulação.
Aproveitamento de espaços
preexistentes
Trata de estabelecer relações com elementos já existentes e que possam
potencializar o uso do espaço.
Tipos de lugares primitivos Elementos de baixa complexidade e que são voltados ao uso. Exemplo:
lareira, cama, altar etc.
Arquitetura como arte de
emoldurar, estruturas e
demarcar
Definição de limites e espaços.
Templos e cabanas Metáfora para usos e crenças humanas.
Geometrias reais Lugares e elementos que existem.
Geometria ideal Envolve aspectos abstratos dos elementos reais.
Fonte: da autora (2019)
44
4.2.3 Arquitetura – forma, espaço e ordem – de Francis Ching
Ching (2007) faz suas análises arquitetônicas buscando uma compreensão sob
uma ótica sistêmico-estrutural. O autor também considera importante a análise
arquitetônica com a finalidade de enriquecer o repertório de projeto. Sendo a
arquitetura como meio de solução de problemas.
Ele inicia a sua análise ressaltando algumas características do desenho de
projeto desde conceitos como ponto, reta e plano até suas consequências no
desenvolvimento do desenho arquitetônico como simetria, hierarquia, pauta, repetição
e transformação.
Para Ching (2007) o projeto pode ser organizado por eixos principais (linhas) e
a partir de cada um deles surgem formas e espaços, resultando em uma simetria.
Esses, por sua vez, estabelecem uma hierarquia entre si. Elementos mais
característicos podem ser recorrentes e estabelecer um ritmo dentro do projeto.
Quando são visíveis aos olhos no papel ou no espaço tridimensional, esses elementos se tornam forma com características de matéria, formato, tamanho cor e textura. À medida que experimentamos essas formas em nosso ambiente, devemos ser capazes de perceber em sua estrutura a existência dos elementos primários do ponto, da reta, do plano e do volume. (CHING, 2016. p.2)
Sua análise começa apresentando os elementos primários que são conceituais
(Figura 3), mas ao longo do texto e dos desenhos tornam-se elementos do projeto
arquitetônico. Nesse aspecto se enquadram ponto, reta, plano e volume.
45
Figura 3: elementos básicos da análise de Ching
Fonte: Ching (2007)
Já a forma e suas características como tamanho, cor, textura, posição e
orientação são analisadas como pré-projeto. É da análise da forma que saem as
primeiras volumetrias obtidas através de operações como adição, subtração,
sobreposição e articulação, Figura 4. Posterior à análise de volume é apresentada a
organização espacial obtida pelo estabelecimento dos eixos de circulação, tanto
vertical quanto horizontal e os acessos. Ao final são analisadas e classificadas 7
naturezas conforme Quadro 9.
46
Figura 4: elementos modificadores da arquitetura
Fonte: Ching (2007)
Quadro 9: elementos de análise de Ching
TEMA CONCEITO DIAGRAMA
Eixo Reta que divide formas ou espaços de forma
simétrica ou equilibrada.
Simetria Distribuição de formas ou espaços equivalente
em relação a um eixo.
Hierarquia Destaque de um elemento em relação aos
demais.
47
Ritmo Movimento que segue um determinado
padrão.
Referência Elemento que reúne e organiza espaços.
Transformação Alterações de elementos diante de contextos
sem a perda da identidade.
Fonte: da autora com base em Ching (2007)
Quanto à organização espacial e tomadas de decisões na etapa projetual,
Ching (2007) apresenta 7 naturezas ou questões que devem ser consideradas durante
o processo de projeto. Quais questões podem ser observadas no Quadro 10.
Quadro 10: 7 naturezas de um edifício arquitetônico segundo Ching
TEMA CONCEITO
Espaço Relações, hierarquia.
Estrutura Forma, cor, textura e proporção.
Delimitação Superfícies, arestas e aberturas.
Movimento Acessos, caminhos.
Tecnologia Soluções de conforto.
Programa de necessidades Resposta às necessidades do usuário.
Contexto Entorno, implantação.
Fonte: da autora (2019)
E a formação e análise gráfica dos espaços pode ser realizada partindo da
análise desde os conceitos de ponto, reta e plano, também propostos por Baker
(c1996) até princípios de organização formal. Os 7 eixos temáticos podem ser
observados no Quadro 11.
48
Quadro 11: eixos temáticos segundo Ching
TEMA CONCEITO
Elementos primários Ponto, reta, plano e volume.
Forma Composição, coerência, cor, textura, orientação, posição.
A forma e o espaço Volume, escala, limites.
Organização Relação entre espaços.
Circulação Movimento através do espaço.
Proporção e escala Harmonia, tamanho, quantidade, grau.
Princípios ordenadores Composição - eixos, simetria, hierarquia, ritmo, referência e transformação.
Fonte: da autora (2019)
O objetivo do trabalho de Ching é apresentar como a arquitetura sempre pode
ser analisada de forma conotativa, através de seus planos, volumes, seu espaço
físico. Mas lembra que há vários aspectos denotativos que podem trazer mais
significado à obra (aspectos como os apresentados por Unwin, 2013).
4.2.4 Precedentes em arquitetura – de Roger Clark e Michael Pause
Os autores Roger Clark e Michael Pause, em seu livro Precedents in
Architecture: analytic diagrams, formative ideas, and partis (1996) desenvolvem a
análise de projetos arquitetônicos de diferentes naturezas através de diagramas 2D
bem claros e objetivos, que apresentam, principalmente, a relação entre os elementos
arquitetônicos. Para compreensão de tais diagramas há uma legenda criada pelos
autores e que pode ser observada na Figura 5.
49
Figura 5: elementos de análise de diagramas de Clark e Pause
Fonte: Clark e Pause (1996)
Como exemplo, uma dessas análises pode ser observada nas Figura 6. Foi
escolhida mausoléu dos Médici na Igreja de San Lorenzo do arquiteto Brunelleschi em
Florença, na Itália, por justamente apresentar a cúpula como elemento arquitetônico,
mesmo elemento em comum aos estudos exploratórios selecionados para o presente
trabalho.
50
Figura 6: análise gráfica da antiga sacristia em Florença – p.44
Fonte: Clark e Pause (1996)
Na primeira folha de análise os autores apresentam algumas breves
informações do edifício, como nome do arquiteto, nome da edificação, localização e
ano da construção, na sequência há um mapa com a inserção urbana, dois cortes,
elevação principal e planta. Na segunda página eles elaboram a análise gráfica que
são análises sintéticas que utilizam principalmente formas simplificadas cujos temas
e suas respectivas representações podem ser observadas no Quadro 12.
Quadro 12: temas e diagramas de Clark e Pause
TEMA CONCEITO DIAGRAMA
Estrutura Pilares, vigas e paredes e seus padrões,
regularidade e complexidade.
51
Luz natural Filtragem, bloqueio e reflexão.
Concentração Volumetria.
Da planta ao corte
Planta como gerador da forma, cortes e
elevações como geradores de percepção do
espaço.
Da circulação à
área útil
Elementos estáticos e dinâmica de
uso/circulação.
Da unidade ao
todo Forma, união e sobreposição.
52
Do repetitivo ao
único
Elementos múltiplos ou únicos que compõem o
espaço.
Geometria
Forma em planta e dos sólidos que compõem
a volumetria – tamanho, proporção, forma e
localização.
Simetria e
equilíbrio Balanço e equilíbrio conceitual.
Aditivo e
subtrativo Cor, volume e materiais.
Hierarquia Organização dos atributos.
53
Partí Formas básicas tomadas como partido em
planta.
Fonte: da autora (2019) e imagens Clark e Pause (1996)
4.2.5 Os elementos da arquitetura moderna – de Radford, Morkoç e Srivastava
Os autores da obra The Elements of Modern Architecture – Understanding
Contemporary Buildings (Os elementos da arquitetura moderna em tradução livre)
propõe um guia visual de análise de 50 edifícios construídos entre 1950 e 2010. As
análises levam em consideração fatores físicos, sociais, culturais e do contexto no
qual a obra se insere e com o objetivo de complementar materiais que vão desde
descrições até desenhos, fotografias, guias virtuais em RV e visitas in loco.
A maior crítica apresentada pelos autores diz respeito ao fato de que as obras
arquitetônicas mais famosas são repetidamente registradas, fotografadas e
desenhadas sempre da mesma forma, dificilmente há um diagrama que explicita um
conceito ou que faça uma análise do contexto urbano da edificação, por exemplo. A
representação da arquitetura costuma abordar campos distintos de representação e
que cria um distanciamento entre o contexto real e a produção de imagens. Nesse
aspecto, os autores vão de encontro ao que afirma Zevi (2009), dizendo que nada
substitui a experiência sensorial de visitar o local.
Segundo Radford, Morkoç, Srivastava (2014, apud BRUTON e RADFORD,
2012), é preciso entender, discutir e refletir o passado para compreender e construir
o futuro e as novas tecnologias tem apresentado e desenvolvido uma nova forma de
explorar os trabalhos anteriores.
Desenhos são mais precisos e concisos que textos quando se trata de
arquitetura. Croquis e diagramas são utilizados como principal forma de registro para
trabalhos futuros em arquitetura e são muito utilizados para registrar o processo de
projeto. Rever esses registros de obras já construídas pode auxiliar a compreender
conceitos ou situações pensadas pelo arquiteto no momento do projetar, mas que não
54
fica tão evidente na obra já edificada ou em seus desenhos técnicos. Um edifício bem
projetado trará soluções e benefícios tanto para o espaço interno criado, quanto para
o contexto imediato no qual está inserido.
As análises sobre o edifício podem ser divididas em três grandes grupos
temáticos e são eles:
- Lugar: se preocupa com a localização física do edifício, como as soluções
projetuais respondem a questões do meio ambiente como insolação, ventilação,
ruídos, flora, fauna e qual é a relação estabelecida com o entorno próximo;
- Pessoas: se preocupa com questões que envolvem a interação entre as
pessoas e o edifício podendo destacar as entradas, as formas de acesso, a forma e
função do edifício, o perfil do usuário, questões ergonômicas e de mobiliário, questões
de conforto, vistas criadas a partir de determinadas áreas, além de poder envolver
questões culturais como religião e simbolismo.
- Tecnologia: envolve questões de tectônica da arquitetura como as soluções
estruturais, os materiais escolhidos, os detalhes e a setorização do edifício a partir
desses materiais e métodos construtivos.
Os autores analisam 50 obras modernas e que não possuem um padrão fixo
de análise, seguem apenas os três grupos temáticos e expressam de maneiras
distintas determinadas características da edificação, podendo ser um mapa de
localização, grids de organização, croquis compositivos, análises geométricas,
diagramas de iluminação, setorização, circulação, perspectivas internas ou externas
a depender de cada caso. Os diagramas são desenhados em preto com destaque em
vermelho para o conceito principal que aborda. Todos as obras apresentadas são
antecedidas por um texto explicativo sobre a obra e um mapa com a localização no
mundo e no país. Exemplos das análises realizadas podem ser vistas no Quadro 13.
55
Quadro 13: temas e diagramas de Radfor, Morkoç e Srivastava
TEMA CONCEITO DIAGRAMA
Contexto urbano
Considera o entorno próximo
construído e a apresentação é feita
em planta ou elevação com entorno.
Programa
arquitetônico
Apresenta a solução proposta para o
programa de necessidades dos
usuários e como os espaços se
organizam para responder ao
programa solicitado.
Forma e
materialidade
Destaca elementos formais que
podem ser técnicas construtivas que
resultam em uma determinada forma
icônica;
Análise climática Realiza análise de insolação e
ventilação.
Representatividade
cultural
Considera a cultua local e alguns
símbolos que a caracterizam.
56
Experiência do
usuário
Apresenta algumas perspectivas que
o usuário teria ao conhecer o espaço
analisado.
Composição formal
Apresenta a solução compositiva com
linhas e formas básicas diante da
topografia, bem como apresenta
escala humana para dimensionar.
Circulação Apresenta trajetos possíveis dos
usuários no espaço analisado.
Materialidade -
texturas
Apresenta diferentes materiais do
edifício através de texturas.
Iluminação Apresenta uma análise de iluminação
complementando a análise climática.
57
Cobertura
Apresenta a solução formal
encontrada para a cobertura ou a
“casca” da edificação.
Eixos
Apresenta a forma de eixo escolhida
e como os elementos se organizam
ao longo ou ao redor dele.
Sistema de grid
Apresenta um sistema de grid inicial
que serviu como base organizacional
do espaço e localização de
elementos arquitetônicos.
Acessos Destaca os acessos dos usuários do
espaço.
58
Hierarquia de
espaços
Representa quais espaços são
centrais e quais são secundários
quanto ao uso e solução
arquitetônica.
Vistas Representa as vistas pensadas para
os usuários de dentro da edificação.
Operações
volumétricas
Decompõem o conjunto da edificação
em formas geométricas
tridimensionais simples e mostra
como eles se organizam entre si.
59
Método construtivo Apresenta as soluções construtivas e
estruturais do edifício.
Elementos de
destaque (vertical)
Apresenta elementos de destaque na
forma vertical.
Fonte: da autora (2019) com base em Radford, Morkoç, Srivastava, 2014
Analisar é uma forma de projetar e projetar é um processo investigativo de
testes e proposições que devem levar em consideração os três aspectos levantados
anteriormente (lugar, pessoas e tecnologia), criando assim um desafio crítico
intelectual. O objetivo maior é poder complementar a compreensão de um edifício,
principalmente se for possível visualizar a análise enquanto percorre a edificação,
permitindo não só compreender melhor o trabalho proposto, como comparar com
outras soluções projetuais já pensadas ou projetadas (RADFORD, MORKOÇ,
SRIVASTAVA, 2014).
60
4.3 A cúpula como elemento arquitetônico
Geometricamente a cúpula pode ser resumida como um arco que foi
rotacionado ao redor do eixo vertical. Historicamente a cúpula foi muito utilizada a
partir do império romano, sendo aplicados em edifícios de caráter institucional como
os banhos termais e o Panteão romano.
O Panteão romano não foi a primeira cúpula em concreto do império romano.
Já havia registros de cúpulas na região de Pompéia, por exemplo, porém nenhuma
tinha a grandiosidade do Panteão. A obra foi concebida em concreto com o objetivo
de não ser danificado por incêndios, como aconteceu com a estrutura anterior que era
em madeira. Essa edificação possui uma solução estrutural única que consiste em
reduzir o peso da estrutura em concreto utilizando agregados distintos e mais leves à
medida que ganha altura, a segunda solução consiste em utilizar a modelagem em
caixotões que diminuem de tamanho também conforme a altura e, por fim, a alteração
de espessura do concreto que diminui em direção ao topo, sendo finalizado por um
óculo de cerca de 8,9m de diâmetro. As paredes de sustentação são largas, porém
ocas e escondem duas abóbadas de berço (ou de cisalhamento) que auxiliam no
descarregamento da estrutura (ADDIS, 2009, p.51-60).
A Basílica de Santa Sofia tal como é conhecida hoje foi projetada entre os anos
de 532-533 e construída entre 535 e 537. A solução estrutural empregada foi a
colocação de duas semicúpulas laterais que funcionam como contrafortes que
sustenta o peso estrutural exercido pela cúpula, além da cúpula ser sustentada por
quatro grandes arcos que servem como abóbadas de cisalhamento. A cúpula original
foi destruída por terremotos que atingiram a região ao longo do tempo, mas sempre
foi reconstruída (ADDIS, 2009, p.66-69).
A Catedral de Santa Maria del Fiore, também conhecida como Catedral de
Florença, e projetada por Filippo Brunelleschi no início do Renascimento. A
construção foi iniciada em 1425 e terminada após a morte de Brunelleschi em 1536.
A cúpula, de base octogonal e casca dupla, vence um vão de 42m entre paralelos e
que utiliza duas finas cascas de tijolos com estruturas em viga de alvenaria que
chegam a ter 2m de espessura na base (ADDIS, 2009, p.119-125).
Em 1590 Michelangelo projeta a cúpula da Basílica de São Pedro com base em
um modelo matemático. A solução foi uma cúpula de casca dupla, assim como a da
Catedral de Santa Maria del Fiore, e possui três cintas concêntricas de ferro forjado
61
na base para evitar que a estrutura abra. Em 1680 foram identificadas várias fissuras
na estrutura, que recebeu esforço estrutural através no qual foi triplicado o número de
cintas. Foi a partir dessa obra que os modelos matemáticos passaram a fazer parte
dos cálculos também na fase de projeto (ADDIS, 2009, p.226-232).
A Catedral de São Paulo, em Londres, projetada e construída por Cristopher
Wren entre os anos de 1675 e 1710, possui um vão de 33m e a solução estrutural
empregada é a mesma da Catedral de Santa Maria del Fiore e da Basílica de São
Pedro: transfere os esforços para anéis de ferro forjado que se encontram na base da
cúpula, aonde os estorços são maiores e ela tende a abrir (ADDIS, 2009, p.204-206).
A partir de 1840 houve uma popularização do uso de ferro fundido ou forjado
na construção civil. No que diz respeito a cúpulas, a primeira cúpula de estrutura em
ferro teve foi a do mercado de trigo de Paris (Halle au Blé), que possuía uma cúpula
em madeira que foi destruída em um incêndio e, entre 1808 e 1813 François-Joseph
Bélanger propõe a construção de uma estrutura em nervuras de ferro fundido e anéis
concêntricos de ferro forjado e a vedação em cobre, que posteriormente foi substituída
por vidro na década de 1880. A localização da indústria da manufatura de ferro foi
determinante para o uso do material, como foi o caso da nova Catedral de Santo
Isaque, em São Petersburgo, na Rússia, em 1835 com 24m de diâmetro e,
posteriormente, o Capitólio dos Estados Unidos, em Washington, construído entre
1856 e 1863. Na sequência foram desenvolvidas estruturas de sustentação como as
treliças espaciais que permitiam vencer grandes vãos (Fachwerk im Raume) e tem
como exemplo a cobertura do mercado de Leipzig, projetado por August Föppi. No
final da década de 1910 Bauersfeld, Franz Dischinger e Ulrich Finsterwalder
construíram as primeiras abóbadas de berço com casca de concreto armado (ADDIS,
2009, p. 295 – 297 e 439).
Mais recentemente, com a popularização e incorporação de técnicas de
modelagem digitais e cálculos estruturais, tornou-se possível criar cúpulas com
materiais extremamente leves (como membranas e estruturas metálicas, por exemplo)
e capazes de vencer enormes vãos. Como exemplos pode-se citar a cúpula de Izumo,
no Japão, construída em 1992 e com um diâmetro de 140m, e a cúpula de do Milênio
(Millenium Dome), em Londres, com 320m de comprimento (ADDIS, 2009, p.581-582).
Uma breve comparação entre as obras com cúpula escolhidas para o presente
trabalho pode ser observada no Quadro 14.
62
Quadro 14: comparação das principais características das cúpulas das obras
OBRA ANOS DE
CONSTRUÇÃO
PERÍODO HIST./
ESTILO ARQUIT.
VÃO
(m)
ALTURA DO
CHÃO (m) MATERIAL
PANTEÃO 114-123 Clássico + clássico 43,3 43,3 Casca única em caixotões
em concreto/cimento
SANTA
SOFIA 532-537
Imp. Bizantino +
arquitetura islâmica 30 55
Alvenaria em tijolos e
estrutura em pedras,
asbestos e chumbo
BASÍLICA DE
SÃO PEDRO 1590
Renascimento +
Barroco 42,5 137
Casca dupla em alvenaria de
tijolos com reforço em
tirantes e cintas
Fonte: da autora (2019)
4.4 O Panteão romano
A edificação original do Panteão romano foi proposta pelo político Marco
Vipsiano Agrippa em 27a.C (BRUSCHINI, 2006). Um incêndio destruiu a construção
original no ano de 80d.C e a reconstrução foi idealizada durante o império de
Domiciano (que durou de 81 a 96) mas só foi construído entre os anos de 114 (governo
de Trajano) e 123 (governo de Adriano) por arquiteto desconhecido. O edifício tal
como é conhecido atualmente é apenas parte de um complexo maior edificado e
posteriormente destruído (JONNES, 2014) e pode ser visto na Figura 7. No ano de
608 o imperador bizantino Flávio Focas Augusto, conhecido como Focas, cedeu o
espaço ao Papa Bonifácio IV, que foi responsável por transformar o espaço em uma
igreja cristã e batizou o espaço de Santa Maria e os Mártires. Adentrar o Panteão
romano é uma maneira de compreender a magnificência da Roma antiga. No
Renascimento passou a abrigar a tumba de dos pintores Rafaello e Annibale Carracci,
do compositor Arcangelo Corelli e do arquiteto Baldassare Peruzzi (BRUSCHINI,
2006) e na época da monarquia italiana recebeu Vitor Emanuel ll, Humberto I e sua
esposa Margarida de Saboia.
63
Figura 7: Panteão romano
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Panth%C3%A9on,_Rome.jpg
Um pórtico retilíneo de grande altura introduz o vasto interior cupulado: “um espaço cósmico”, iluminado pela luz solar que se derrama do óculo situado na cúspide da cúpula de concreto, por sua vez revestida com uma gradação de materiais (os mais leves no topo). A cúpula se apoia sobre um amplo tambor cilíndrico assentado sobre profundas fundações de concreto. O interior da cúpula, o ático, o pavimento inferior e o piso de mármore são desenhados segundo lógicas distintas, evitando um interior unificado. O piso exibe círculos de granito egípcio vermelho e cinza dentro de quadrados de giallo antico (mármore ornamental), alternados com quadrados de granito vermelho sobre um fundo de mármore frígio branco e púrpura. As paredes laterais são seccionadas por sete êxedras (salas de conversação, com assentos), alternadamente retangulares e curvilíneas, delimitadas por colunas. A êxedra traseira pe guarnecida por colunas livres. Do lado oposto, a santidade da entrada é marcada por uma soleira de mármore africano e um dintel em arco. (JONNES, 2014, p.53)
Atualmente ele consiste em uma rotunda, um bloco de transição acessado
através de escadas e uma sequência de colunas em estilo coríntio que sustentam um
pórtico e respectivo frontão. Na parte interna pode-se destacar os caixotões que
64
compõe a ornamentação interna da cúpula de 43,3m de diâmetro e servem também
como alternativa para a redução de peso da estrutura. Os caixotões estão distribuídos
ao longo de 5 fileiras horizontais e diminuem de tamanho conforme se aproximam do
óculo no topo. Outro ponto de destaque é o ático, que foi refeito pelo arquiteto Paolo
Posi no ano de 1740 em estuque, já em 1930 parte do projeto original foi refeito e,
destaca os relicários com frontões em mármore amarelo e granito e porfírio vermelho,
que hoje são ocupados por figuras cristãs (JONNES, 2014).
4.5 A Basílica de Santa Sofia
A basílica foi projetada em 532-33 após um incêndio que destruiu sua primeira
construção. A nova construção começou em 532 e foi finalizada em 537. Em tamanho
pode ser comparada ao Panteão romano, sendo ela um pouco maior – 55 metros de
altura. O volume principal é composto por três naves, sendo que a área central se
organiza em uma planta quadrada coberta por uma cúpula em tijolos e que vence um
vão de 30 metros e que, por sua vez, descarregam a carga estrutural em quatro arcos.
Ainda sobre a solução estrutural: o peso estrutural exercido pela cúpula principal é
distribuído em duas semicúpulas que fazem o papel de contrafortes, que, por suas
vezes, descarregam as forças em diversas outras cúpulas e abóbadas menores. Um
dos destaques da construção é que foi feita em alvenaria e não mais em concreto,
como anteriormente eram edificadas as igrejas. No meio da construção há ferragem
e tirantes que auxiliam na sustentação estrutural (ADDIS, 2009). Uma imagem da
Basílica pode ser vista na Figura 8.
65
Figura 8: Basílica de Santa Sofia
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Santa_Sof%C3%ADa.jpg
Construída pelo imperador Justiniano juntamente com os engenheiros Antêmio
de Trales e Isidoro de Mileto. A construção estrutural da basílica foi feita em fiadas de
pedras aparelhadas organizadas em quadrados e assentadas com asbestos (cal) e
posteriormente foi despejado chumbo entre as fendas, formando um bloco estrutural
único (ADDIS, 2009).
No ano de 557 houve um terremoto na região e a basílica foi atingida,
desabando parte da cúpula original da ala leste, na reconstrução aumentou-se a
flecha da cúpula de 8 para 15 metros, diminuindo assim a carga estrutural. Em 989 a
parte oeste também foi danificada em um terremoto e em 1346 a parte leste voltou a
desabar pelo mesmo desastre, sendo reconstruída novamente (ADDIS, 2009).
A forma interna da igreja foi forjada da seguinte maneira: a construção de alvenaria eleva-se do chão, não em linha reta, mas de maneira a delinear um plano de forma semicircular (que é chamado de meio-cilindro pelos especialistas) que se ergue a uma altura vertiginosa. A extremidade dessa estrutura termina na quarta parte de uma esfera, e acima dela outra forma de meia-lua é erguida pelas partes adjacentes da edificação, maravilhosa em sua beleza, mas ainda atemorizante pela aparente precariedade de sua composição. Parece de alguma maneira flutuar no ar, sem qualquer apoio, pairando suspensa e alheia aos riscos que correm aqueles abaixo dela, ainda assim, é construída com extraordinária firmeza e segurança. Em ambos
66
os lados do semicilindro, os pilares foram locados, formando um meio-círculo em planta, como se abrissem espaço para que cada um participasse de um espetáculo de dança, acima deles levanta-se uma forma de meia-lua, aparentemente suspensa... (ADDIS, 2009, p. 56).
Foi santuário da igreja cristã ortodoxa até 1453, quando Constantinopla foi
conquistada pelos turcos e passou a se chamar Istambul. A igreja, consequentemente
foi transformada em mesquita. Posteriormente foi transformada em museu já no
século XX e está na lista de Patrimônio Mundial da UNESCO como uma das obras
primas de arquitetura religiosa mundial.
4.6 A Basílica de São Pedro
Considerado o coração do cristianismo, a Basílica de São Pedro é a maior igreja
do mundo e é o primeiro protótipo de igreja barroca (GAYFORD, 2015) e também está
na lista de Patrimônio Mundial da UNESCO como uma das obras primas de arquitetura
religiosa mundial. A antiga Basílica de São Pedro começou a ser erguida durante o
império de Constantino (326 d.C. e 333 d.C.) como uma basílica paleocristã.
O papa Nicolau V considerou a reconstrução da basílica, já bem deteriorada,
em 1452 e para isso convocou os arquitetos Leon Battista Alberti e Bernardo
Rosellino. O projeto de Rosellino se organiza de forma longitudinal e possui cinco
naves abobadadas, ele também acrescenta um coro, um transepto e uma abside
maior e propõe uma cúpula na cobertura. A obra foi interrompida após a morte do
papa, por falta de recursos e quando as paredes já estavam sendo erguidas. Em 1505
o papa Júlio III retomou o projeto e promoveu um concurso, cujo vencedor foi
Bramante.
A construção anterior foi demolida e em 1506 começou uma nova obra. O
projeto propunha um edifício central em forma de cruz grega e que ocupa um
quadrado em planta com quatro pilares estruturais para suportar uma cúpula no estilo
clássico. além de uma cúpula inspirada na cúpula do Panteão romano. Bramante
morre em 1514. Nos 120 anos seguintes a obra passou por muitas modificações,
diversos pontificados e, consequentemente, arquitetos, dentre eles: Rafael, Giovanni
Giocondo, Giuliano da Sangallo, Baldassare Peruzzi, Antonio da Sangallo e, em 1546
67
Michelangelo. O projeto de Rafael propõe a adaptação da planta em cruz grega para
uma cruz latina e três naves. Rafael morre em 1520. Antonio da Sangallo propõe
nessa mesma época a implantação de duas torres sineiras, além de uma lanterna
sobre a cúpula. Sangallo morre em 1546 e em 1547 Michelangelo assume o projeto e
retoma a proposta da planta de Bramante e propõe superfícies variadas, curvas e
angulares, além de imensas colunas que ocupam quase a totalidade da altura da
fachada e com pequenas janelas, além da cúpula que parece ser lançada aos céus
pelas colunas. Para Michelangelo, iluminação era primordial, então propôs retomar
esse conceito do projeto original de Bramante, porém propondo uma redução
significativa da área ocupada pela basílica (GAYFORD, 2015). As diferentes plantas
propostas para a basílica ao longo do tempo podem ser observadas no Quadro 15.
Quadro 15: plantas para o projeto da Basílica de São Pedro
ROSELLINO BRAMANTE RAFAEL MICHELÂNGELO
Fonte: https://upload.wikimedia.org
A cúpula tem 42,56 metros de diâmetro, é a maior cúpula em tijolos do mundo,
porém superada em tamanho pela cúpula do Panteão e foi projetada por Michelangelo
e a obra finalizada por Giacomo Della Porta e recebeu a lanterna superior projetada
por Domenico Fontana (BRUSCHINI, 2006). A solução estrutural para a construção
da cúpula da Basílica de São Pedro conta com três cintas de ferro forjado e uma casca
dupla e que, após um terremoto em 1730, apresentou problemas estruturais de
68
fissuras em diversas regiões. Após diversos estudos e cálculos a cúpula recebeu um
reforço estrutural e ferro no ano de 1750 (ADDIS, 2009).
A fachada é precedida por uma escada projetada por Bernini e ornamentada
por quatro pilares e oito colunas da ordem coríntia e ao centro possui um balcão
utilizado para os discursos papais. Seu átrio possui cerca de 218 metros e a cúpula
está a cerca de 137 metros do chão, no centro há um baldaquino em bronze,
conhecido por suas colunas torsas de 29 metros de altura, projetado por Bernini e
Borromini. As principais características da fachada da Basílica podem ser vistas na
Figura 9.
Figura 9: Basílica de São Pedro
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Saint_Peter%27s_Basilica_2014.jpg
A parte interna da basílica ainda abriga uma série de obras de arte, na qual a
mais famosa é a Pietá, também de Michelangelo. Ainda na parte interna está o acesso
à gruta do Vaticano também conhecido como cripta da Basílica de São Pedro, local
onde estão os túmulos de dezenas de papas e outros membros da realeza e da igreja
(BRUSCHINI, 2006).
A praça de São Pedro, projetada por Gian Lorenzo Bernini, é constituída por
duas sequências de colunas no estilo dórico que se organizam de forma a criar
espécie de “braços” que abraçam o povo na praça (JONNES, 2014).
69
4.7 Realidade Virtual
A Realidade Virtual propicia ao usuário uma imersão em um ambiente sintético,
fictício (KIPPER; RAMPOLLA, 2013), através de um dispositivo que o isola da
visualização do ambiente real, comumente chamado de “óculos de Realidade Virtual”.
Como exemplo desse óculos é possível destacar o Oculus Rift. Dentro da mesma
proposta de aplicação da tecnologia através do isolamento do ambiente real, porém
que exigem o smartphone como mediador pode-se cita as tecnologias do Samsung
Gear VR e do Google Cardboard. Para o desenvolvimento de situações ou cenas em
Realidade Virtual é possível elencar os principais desenvolvedores de softwares
(frameworks) no Quadro 16:
Quadro 16: desenvolvedores de softwares de Realidade Virtual
NOME/
FRAMEWORK LOGO CÓDIGO
BIBLIOTECA DE
PROGRAMAÇÃO LINGUAGEM
REQUER
INSTALAÇÃO?
A-Frame
Aberto Three.js HTML e
Javascript Não
Babylon.js
Aberto WebGL HTML e
Javascript Sim
React 360º
Aberto Própria Javascript Sim
Three.js
Fechado WebGL Javascript Não
X3DOM
Aberto WebGL HTML Sim
70
XSeen
Fechado Creative Commons HTML e
Javascript Sim
Fonte: da autora (2019) e disponível em: http://createwebxr.com/webVR.html. Acesso em: 13 de novembro de 2019.
4.8 Realidade Aumentada
Segundo Kipper e Rampolla (2013) a RA é uma variação da RV de tal modo
que, enquanto as tecnologias de RV propiciam ao usuário uma verdadeira imersão
em um ambiente sintético, a RA sobrepõe informações digitais ao mundo real,
podendo tais informações serem imagens, áudios, vídeos ou até mesmo sensações
tácteis.
Três características básicas são necessárias para se obter uma RA: combinar
informações entre o mundo real e virtual, possuir interatividade em tempo real e ser
operada e utilizada em um ambiente 3D, trazendo assim informações que não seriam
facilmente detectadas pelo usuário sem a utilização de RA.
Cuperschmid, Ruschel e Freitas (2012) destacam algumas técnicas de
interação que fazem uso da RA:
- Interação espacial (manipulação de objetos virtuais em um ambiente real);
- Interação baseada em comandos (leitura de gestos ou comandos de voz);
- Interação por controle virtual (símbolos gráficos 3D que são lidos por um
equipamento);
- Interação por controle físico (ferramentas físicas ou painel de controle que
permitem acesso tanto ao ambiente real quanto ao virtual).
Para viabilizar o uso de RA são necessários alguns componentes tecnológicos
e plataformas divididos entre as demandas de hardware e de software. Nos hardwares
são necessários computador (desktop, notebook, tablet, smartphone ou óculos de
RA), como pode ser visto na Figura 10, câmera, sistemas de rastreamento (como
GPS, acelerômetros, etc) e infraestrutura de rede; já nos softwares são necessários
um aplicativo ou programa local de reconhecimento em RA, serviços de rede e um
servidor de conteúdo. Os maiores desafios da RA hoje são o reconhecimento e a
precisão dos sensores (KIPPER e RAMPOLLA, 2013).
71
Figura 10: principais hardwares que fazem a leitura em RA
Fonte: da autora (2019) e disponível em: http://createwebxr.com/webAR.html. Acesso em: 13 de novembro de 2019.
Quanto aos navegadores compatíveis com RA em cada tecnologia é possível
destacar os presentes no Quadro 17:
Quadro 17: navegadores compatíveis com RA
NAVEGADOR MOBILE DESKTOP
Safari X X
Chrome X X
Edge X X
Mozilla Firefox X X
Mozilla WebXR Viewer X
Samsung Internet X
Fonte: da autora (2019) e disponível em: http://createwebxr.com/webAR.html. Acesso em: 13 de novembro de 2019.
O rastreamento ou acionamento da RA pode ser feito através de algumas
maneiras. As principais e mais comumente utilizadas são:
- Marcadores – consiste em um recurso de rastreamento óptico que utiliza uma
imagem dentro de um padrão visual que é reconhecida pelo sistema de leitura de RA.
- GPS – utiliza dados de geolocalização para realizar a interação. Permite que
o usuário se locomova no espaço sem o uso de marcadores.
- Modelos 3D – consiste em modelos impressos em impressoras 3D e que são
utilizados configurados para serem reconhecidos como marcadores.
72
Segundo Cuperschmid, Ruschel e Freitas (2012) É possível classificar a RA de
acordo com a forma utilizada para reconhecimento e a forma de interação
estabelecida entre usuário e equipamento que viabiliza a RA. A primeira opção, e mais
utilizada, é a interface de usuário tangível, utilizada para combinar realidade e
virtualidade através da sensação física da informação digital, exemplo: tocar objetos
virtuais na mesma localização de espaço e tempo; a segunda opção de interface é a
colaborativa, na qual múltiplos displays interagem sobre o mesmo contexto através de
um servidor único; a terceira é a interface híbrida, que combina as duas outras
interfaces e permite a interação de diversas maneiras; e por último, a interface
multimodal, na qual a RA interage com objetos reais, com foco para gestos do corpo
humano ou fala.
A tecnologia vem mudando a maneira de informar e educar as pessoas, por
isso muito se discute a respeito da quantidade de informações disponíveis atualmente
na internet. A RA, quando aplicada para um fim cultural, traz muitos benefícios ao
usuário, dentre eles um maior controle do aprendizado, através da manipulação de
objetos virtuais ou representações de objetos reais.
. Para o desenvolvimento de situações ou cenas em Realidade Aumentada é
possível elencar os principais frameworks no Quadro 18:
Quadro 18: principais frameworks atuais de RA
NOME/
FRAMEWORK CÓDIGO
BIBLIOTECA DE
PROGRAMAÇÃO LINGUAGEM
REQUER
INSTALAÇÃO?
AR.js Aberto Multiplataforma HTML e
Javascript Não
ARtoolKIT Aberto WebGL e Three.js HTML Sim
ARGON.js Antes fechado,
hoje aberto Apache 2.0
HTML Sim
AWE.js Antes fechado,
hoje aberto
WebRTC, WebGL,
Three.js
JavaScript Não
Three.js Fechado WebARonARKit,
WebARonARCore,
HTML Não
X3DOM Aberto WebGL, HTML Sim
Fonte: da autora (2019) e disponível em: http://createwebxr.com/webAR.html. Acesso em: 13 de novembro de 2019.
73
Há também a possibilidade de desenvolvimento de RA em softwares que não
necessitam de desenvolvimento do código, propiciando uma interface simplificada que
permite a disponibilização de materiais diversos. Os principais softwares e/ou
aplicativos atuais para desenvolvimento de RA sem a necessidade de programação
específica são apresentados no Quadro 19.
.
Quadro 19: principais softwares/aplicativos de RA sem programação
NOME DESCRIÇÃO
8th Wall Utiliza JavaScript e WebGL como interfaces, além de utilizar o SLAM (Localização e
Mapeamento Simultâneos). Viabiliza a RA em tempo real para dispositivos móveis.
Augmania Suporta imagens, vídeos e objetos 3D. Possui controle em tempo real.
AWE Utiliza realidade mista por meio de navegadores web. É necessário instalar o AWE.media.
Hololink Plataforma entre modelo e marcador a partir de dispositivos móveis.
XR+ Editor web que permite importar modelos 3D, imagens e vídeos. Reconhece marcadores
físicos 2D e QRCodes. É pago.
Zappar Permite a criação de RA e RV, porém requer a instalação de software próprio para o
desenvolvimento. É necessário também treinamento para a utilização, não é tão intuitivo.
Fonte: da autora (2019) e disponível em: http://createwebxr.com/webAR.html. Acesso em: 13 de novembro de 2019.
4.8.1 WEB VR / WEB AR
É uma interface2 de programação em javascript criada em 2014 por
desenvolvedores da RV Mozilla que dispõe de uma biblioteca aberta e acessível para
desenvolvimento de experiências em Realidade Virtual e que desde 2018 tem sido
desenvolvida também para interfaces de Realidade Aumentada. Além de suportar
modelos desenvolvidos em HTML diretamente no navegador, possui também a
possibilidade de importar modelos digitais feitos em softwares de modelagem como o
Blender e o SketchUp.
4.8.2 A-FRAME
É um framework3 de código aberto que permite o desenvolvimento do WebVR,
permitindo a criação de cenas virtuais e modelos através do HTML e utilizando uma
2 Disponível em: https://webvr.info/. Acesso em: 20 de dezembro de 2019. 3 Disponível em: https://aframe.io/. Acesso em: 8 de maio de 2019.
74
biblioteca javascript diretamente no navegador. Através do código elaborado é
possível criar cenas, modelar objetos geométricos em um plano de trabalho (cena)
através da definição de medidas, cores, escalas, proporções, rotações e coordenadas
nos eixos X, Y e Z, sendo o eixo X no sentido direita (+) e esquerda (-) da tela, o eixo
Y para cima (+) ou para baixo (-) na tela e o eixo Z para dentro (-) e para fora da tela
(+). Além da modelagem de formas e princípios geométricos, ela também permite a
definição e importação de itens como imagens, iluminação, som e materiais para
texturas, que podem resultar em um modelo estático, porém passível de visualização
360º ou dinâmico, criando uma animação.
4.8.3 AR.JS
O AR.js é um framework também de código aberto que permite a visualização
de RA na Web através do navegador. É possível criar uma interface entre AR.js e o
A-frame. A cena pode ser desenvolvida através da programação do código no A-
frame, bem como a definição e relação dos marcadores de RA (presets). Os
marcadores são imagens externas que quando posicionadas em frente à câmera do
dispositivo, acionam o modelo correspondente definido através do código
desenvolvido no A-frame.
4.8.4 Glitch
O Glitch4 é um recurso online que permite realizar modelagem 3D que
apresenta as ferramentas de desenvolvimento de forma simplificada quando
comparado a outras ferramentas online. Com ele é possível realizar um trabalho
simultâneo de equipe, bem como a verificação das modificações do código do modelo
em tempo real. Para usuários que não possuem muita experiência em
desenvolvimento ele disponibiliza alguns projetos completos que podem ser
modificados de acordo com a necessidade, ou então é possível começar o projeto do
zero. Além disso o Glitch permite a interação tanto entre links internos quanto externos
para carregamento de modelos, imagens ou vídeos.
4 Disponível em: https://glitch.com/. Acesso em: 19 de dezembro de 2019.
75
5. METODOLOGIA
A presente pesquisa pode ser classificada como uma pesquisa exploratória
com análise bibliográfica, além de ser explicativa através de estudos aplicados (GIL,
c2017). As etapas que compuseram a pesquisa foram:
- Revisão da bibliografia sobre representação da arquitetura;
- Revisão da bibliografia sobre os principais autores de análise gráfica
arquitetônica;
- Comparação das análises e escolha de critérios para elaboração dos modelos
3D;
- Revisão da bibliografia sobre o panorama atual em RV e RA;
- Escolha de uma das tecnologias para aplicação do trabalho;
- Escolha de uma obra que descrevesse a história da arquitetura como
panorama geral;
- Escolha de um mote para o recorte, no caso, edificações que contivesse o
elemento arquitetônico “cúpula”;
- Escolha de um conjunto de obras dentre as obras com cúpula da história da
arquitetura;
- Pesquisa bibliográfica das obras escolhidas para estudo;
- Pesquisa de desenhos em alta resolução para elaboração dos modelos 3D;
- Desenho 2D de cada uma das obras para posterior modelagem 3D;
- Modelagem 3D da obra e respectivos modelos 3D conceituais;
- Teste de desenvolvimento através dos recursos disponibilizados pela
plataforma Glitch e A-Frame;
- Teste de desenvolvimento e importação dos modelos no Three.js;
- Teste de desenvolvimento e importação dos modelos via Glitch e A-Frame;
- Desenvolvimento do código para viabilização em RA;
- Escolha dos marcadores e seleção de respectivas correspondências;
- Elaboração de cartas identificadoras para visualização dos modelos;
- Disponibilidade dos resultados via servidor;
- Apresentação de discussões sobre o trabalho.
76
A parte de revisão bibliográfica dos autores de análise gráfica arquitetônica, da
história dos edifícios selecionados para estudos e das tecnologias possíveis de serem
empregadas já foram apresentadas no presente volume. As demais etapas são
apresentadas na sequência.
5.1 Ponderações sobre as análises
Geoffrey Baker (c1996) não se limita apenas às estruturas físicas que resultam
na edificação, mas sim se concentra em compreender a obra como um todo,
identificando e determinando agentes externos influenciadores na arquitetura e, na
sequência, aplicando a metodologia de análise gráfica por ele elaborada em alguns
edifícios. No geral são conceitos que podem ser encontrados em todas as obras, por
serem genéricos e de fácil aplicação. São poucos os itens que aparecem em apenas
um tipo arquitetônico.
Simon Unwin (2013), por sua vez, faz uma análise mais ampla e repleta de
influenciadores e elementos compositivos. Ele defende também que determinados
critérios podem ou não ser aplicados a uma obra, cabendo analisar se há influência
no resultado. Por consequência de uma análise mais abstrata, acaba não elaborando
uma metodologia única e sim apresentando princípios que podem ou não ser
encontrados em uma análise.
Já Francis Ching (2007) propõe uma abordagem que evidencia a composição
arquitetônica, enfatizando aspectos conceituais da forma e do espaço e decompõe os
edifícios através de uma análise estrutural de conceitos. O foco do trabalho é entender
estruturalmente e construtivamente os elementos formais e conceituais que compõem
a arquitetura. Ele, consequentemente, acaba não elaborando uma metodologia, mas
destacando conceitos que devem ser percebidos durante a análise.
Clark e Pause (1996) desenvolveram um método de análise gráfica
padronizado e aplicável a edificações de diversas naturezas, contemplando desde
edifícios religiosos, até bibliotecas ou residências. Os autores descrevem os critérios
de análise através do desenho 2D que é acompanhado de uma legenda para
identificar os conceitos presentes.
Radford, Morkoç, Srivastava (2014) consideram fatores físicos, sociais e
culturais de 50 obras diferentes. Eles apresentam diversos critérios que podem fazer
parte da análise gráfica da edificação, mas ela não necessariamente consegue ser
aplicada em todas elas. De acordo com o aspecto do local, das pessoas envolvidas e
77
das tecnologias empregadas há uma análise diferente, pois, cada edifício é conhecido
por destacar características distintas. Vale ressaltar também que são os únicos
autores que fazem uso da cor nos desenhos, no caso vermelha, além do preto e
branco para elaboração dos modelos de análise, com a finalidade de enfatizar o
conceito principal abordado.
Assim sendo, o presente trabalho aplicará primeiramente alguns dos conceitos
de análise gráfica propostos pelos autores em 2D e desenvolverá para uma
visualização tridimensional utilizando como recurso a RA. No Quadro 20 é possível
observar os elementos abordados pelos principais autores que se repetem em suas
análises.
Quadro 20: comparação entre temas abordados pelos autores
TEMA BAKER UNWIN CHING
CLARK
E
PAUSE
RADFORD,
MORKOÇ E
SRIVASTAVA
Análise climática (iluminação, ventilação) X X X
Circulação (vertical e horizontal, acessos) X X X X X
Cobertura X X
Dinâmica da forma (3D) X X X X
Eixos/simetria X X X X
Elementos de destaque/marcos - representatividade
X X
Elementos primários (ponto, reta e plano) X X
Entorno X X X X X
Escala (dimensão) X X X
Espaços específicos (cela, edícula) X
Estrutura X X X X
Geometria (2D) X X X
Grid X X
Hierarquia dos espaços/elementos centrais X X X X
Materialidade (técnicas construtivas e texturas)
X
Organização de planos (lajes, aberturas, elementos de ligação)
X X
Partido arquitetônico X
Programa de necessidades X X
Relação planta e corte X
Repetição/ritmo X X X X
Tempo X
Vistas (aberturas, portas, janelas, vidros) X X
Fonte: da autora (2019)
78
Considerando as análises projetuais realizadas pelos autores e os temas que
aparecem em pelo menos 3 deles, serão elaborados modelos 3D que representem
cada um dos seguintes temas: análise climática, circulação, dinâmica da forma (3D),
eixos e simetria, entorno, escala, estrutura, geometria (2D), hierarquia dos
espaços/elementos centrais e repetição e ritmo. Um resumo dos temas escolhidos
pode ser observado no Quadro 21.
Quadro 21: comparação entre temas comuns abordados pelos autores
TEMA BAKER UNWIN CHING CLARK E
PAUSE
RADFORD,
MORKOÇ E
SRIVASTAVA
Análise climática X X X
Circulação X X X X X
Dinâmica da forma X X X X
Eixos/simetria X X X X
Entorno X X X X X
Escala X X X
Estrutura X X X X
Geometria X X X
Hierarquia dos
espaços/elementos
centrais
X X X X
Repetição/ritmo X X X X
Fonte: da autora (2019)
A ordem de apresentação da escolhida para análise dos edifícios será: entorno,
escala, análise climática, geometria, dinâmica da forma, hierarquia dos
espaços/elementos centrais, eixos e simetria, estrutura, circulação e repetição/ritmo,
resultando assim numa lógica compositiva dos espaços, indo de uma escala urbana
para o edifício, e de uma análise conceitual para uma análise mais detalhada.
5.2 Escolha dos estudos exploratórios
Para a escolha das obras a serem analisadas foi realizada a escolha de um
livro de referência de análise e descrição de obras arquitetônicas. O livro escolhido
teve tanto a parte do texto descritivo da obra quanto as respectivas imagens
analisadas. Para elaboração dessa etapa foram selecionados 5 livros de história de
79
arquitetura que tivessem publicações traduzidas para o português considerando os
últimos 10 anos. Assim sendo, os livros escolhidos foram:
- História global da arquitetura, de Francis D. K. Ching, Mark M. Jarzombek
e Vikramaditya Prakash - Senac, 2017
- A história da arquitetura, de Patrick Nuttgens - GEN, 2015
- Entender arquitetura, de Leland M. Rot h, Gustavo Gilli, 2016
- História da arquitetura mundial, de Lawrence Wodehouse, Michael Fazio e
Marian Moffett - Bookman, 2011
- Introdução à história da arquitetura - das origens ao século XXI, de Jose
Ramon Pereira - Bookman, 2010
No Quadro 22 é possível verificar uma comparação entre os cinco volumes
escolhidos como ponto de partida da escolha dos objetos de estudo e análise além de
apresentar os temas e recortes abordados em cada um.
Quadro 22: possibilidades de livros de referência
LIVRO
História global
da arquitetura
A história da arquitetura
Entender arquitetura
História da arquitetura
mundial
Introdução à história
da arquitetura
TÍTULO ORIGINAL A Global History of
Architecture
The Story of Architecture
Understanding Architecture -
Its Elements,
History and Meaning
A World History of
Architecture
Introdución de la Architectura,
Edición Corregida y Aumentada
AUTORES
Francis D. K. Ching,
Mark M. Jarzombek e Vikramaditya
Prakash
Patrick Nuttgens
Leland M. Roth
Lawrence Wodehouse,
Michael Fazio e Marian Moffett
José Ramón Alonso Pereira
ANO DE PUBLICAÇÃO DA PRIMEIRA
EDIÇÃO
2011 1983 2006 2004 2005
ANO PRIMEIRA
TRADUÇÃO PARA PORTUGUÊS
2017 2015 2016 2011 2010
PERÍODO ABORDADO
De 3500 a.C até a
globalização
Do Egito ao século XXI
Do Paleolítico ao pós
modernismo
Da Pré história ao início do
século XXI
Das origens ao
século XXI
80
ORGANIZAÇÃO DOS CAPÍTULOS
Ordem cronológica
Ordem cronológica
com atenção aos períodos de
transição
Apresenta conceitos
arquitetônicos seguidos por
uma apresentação
em ordem cronológica
Ordem cronológica
Ordem cronológica
FORMA DE APRESENTAÇÃO DO
CONTEÚDO TEXTUAL
E GRÁFICO
Cada seção possui
resumo, mapa e linha do tempo das construções,
seguido por
subseções de acordo com o
local. Há um texto explicativo,
fotos e desenhos em
preto e branco. Há
relação direta entre desenhos. Todos os desenhos em vista superior possuem
escala gráfica e
norte.
Texto corrido com
referência à fotografias coloridas ou
em preto e branco, algumas plantas, cortes
e elevações em
tamanho reduzido,
sem escala ou qualquer
outra indicação de
medida.
Texto acompanhado por imagens diversas em
preto e branco, podendo ser::
fotos, desenhos,
reproduções etc.
Todas as plantas, cortes
e fachadas
apresentam escalas. Mapas
e plantas apresentam escalas e
norte.
Texto associado a
imagens coloridas ou em preto e
branco. Apresenta diversos tipos de imagens:
plantas, cortes, elevações,
fotos, esquemas,
perspectivas, perspectivas explodidas.
Alguns desenhos técnicos
com medidas, desenhos de implantação
com norte e escala
gráfica. Alguns
desenhos de planta ou
implantação possuem linhas
de chamada que
identificam elementos diversos.
Texto corrido acompanhado de desenhos
representados apenas com
linhas em preto
e branco ou foto, também em preto e
branco.
PARTICULARIDADES Aborda
arquitetura oriental
Aborda
arquitetura das Américas
Aborda apenas
arquitetura ocidental
Fonte: da autora (2019)
Considerando os critérios apresentados no quadro comparativo com ênfase na
qualidade das representações, o livro escolhido para estudo foi o História global da
arquitetura, de Francis D. K. Ching, Mark M. Jarzombek e Vikramaditya Prakash
(2017). Escolhida a obra textual de referência, passou a etapa de escolha de um
recorte temático para análise e o recorte escolhido foi o de obras arquitetônicas que
possuem cúpula como elemento arquitetônico principal. Tal escolha se deu pela
quantidade de informações que existem a respeito dessas obras, a complexidade
estrutural envolvida e a simbologia para a sociedade dos edifícios que as possuem.
81
A etapa seguinte dessa análise consistiu em escolher 3 obras dentro das
possibilidades para estudo apresentadas no livro. Para isso foram estabelecidos
alguns critérios: o primeiro critério de escolha foi a obra possuir uma cúpula como
elemento arquitetônico principal. Com base nesse critério o recorte dentro das opções
presentes no livro foi de um total de 16 edificações descritas e foram elas:
- Panteão romano
- Batistério de Ravena
- Igreja de São Sérgio e São Baco
- Basílica de Santa Sofia
- Santa Hipsine
- Cúpula da Rocha
- Mesquita de Córdoba
- Capela Palatina
- Batistério de Pisa
- Catedral de Santa Maria del Fiore
- Basílica de São Pedro
- Taj Mahal
- Basílica dos Inválidos
- Igreja de Saint Paul
- Igreja de Santa Genevieve
- Capitólio dos Estados Unidos da América
O segundo critério para seleção das edificações foi a presença de panoramas
desses mesmos edifícios no acervo online Media Center Image Database da
Columbia University5, tal critério foi importante pois as análises e panoramas dos
edifícios auxiliaram para que se obtivesse uma melhor compreensão dos espaços do
edifício através dos panoramas 360º disponíveis no acervo da universidade. Com isso
chegou-se a um total de 6 edificações e foram elas:
- Panteão romano
5 Disponível em: <http://projects.mcah.columbia.edu/ha/index.html> Acesso em: 20 de agosto de 2018.
82
- Batistério de Ravena
- Igreja de São Sérgio e São Baco
- Basílica de Santa Sofia
- Catedral de Santa Maria del Fiore
- Basílica de São Pedro
Dentre essas 6 obras, foram escolhidas 3 e são elas em ordem cronológica de
construção: o Panteão romano, em Roma, na Itália; a Basílica de Santa Sofia, em
Istambul, na Turquia e a Basílica de São Pedro, no Vaticano. A escolha dessas 3 se
deu através de uma pesquisa que considerou a quantidade e qualidade de material já
publicado sobre cada uma das edificações, com o objetivo de facilitar o estudo.
Feita a escolha dos objetos de estudo foram realizadas uma sequência de
análises sobre a descrição textual dos projetos com ênfase na descrição espacial e
também das imagens e desenhos que os representavam.
A primeira análise realizada levou em consideração os temas abordados ao
longo do texto descritivo das três edificações no livro História global da arquitetura, na
sequência foram pontuados os temas na ordem em que são apresentadas, o mesmo
foi feito com as imagens que representavam cada um dos edifícios. Tais
apontamentos seguem, respectivamente, nos Quadro 23 e Quadro 24:
Quadro 23: ordem dos tópicos abordados ao longo do texto
ORDEM PANTEÃO SANTA SOFIA BASÍLICA DE SÃO PEDRO
1º Contexto histórico Período de construção Localização
2º Localização Localização Contexto da construção
3º Período de construção Contexto histórico Demolição da basílica anterior
4º Função atual da edificação Arquitetos Período de construção
5º Materiais Sistema estrutural Arquitetos
6º Modificações Organização em planta
Alterações no projeto e etapas da construção
7º Contexto urbano Materiais Descrição da planta
8º Volumetria Iluminação natural Volumetria
9º Descrição do espaço interno História/reconstrução Solução para janelas
10º Iluminação natural Descrição arquitetônica
Referência da fachada
83
11º Descrição da entrada Iluminação artificial Descrição da fachada
12º Percurso de entrada que conduz à cúpula
13º Descrição espacial/estrutural e de medidas
Fonte: da autora (2019)
Quadro 24: descrição das imagens apresentadas junto ao texto e ordem
ORDEM PANTEÃO SANTA SOFIA BASÍLICA DE SÃO PEDRO
1º Foto da fachada no nível da rua
Foto do nártex Foto do entorno
2º Planta com escala Croqui do esquema estrutural Foto da cúpula
3º Corte com escala Corte com escala Foto interna
4º Foto interna da cúpula Planta com escala e norte Foto da fachada
5º Foto interna do edifício Foto semicúpula 3 plantas de 3 arquitetos e suas alterações
6º Detalhe do corte Mapa da localização com escala e norte
Corte e fachada principal sobrepostos
7º Corte e elevação sobrepostos
Fonte: da autora (2019)
A partir de tal análise é possível estabelecer uma comparação entre quais
temas são constantemente apresentados ao longo da descrição de um edifício. O
resultado pode ser observado na Quadro 25.
Quadro 25: comparação entre temas constantemente abordados no livro.
TEMA PANTEÃO SANTA SOFIA SÃO PEDRO
Período de construção X X X
Localização X X X
Referências arquitetônicas
X X
Arquitetos
X X
Volumetria X
X
Materiais X X
Reconstrução
X X
Descrição da arquitetura X X X
84
Contexto histórico X
X
Modificações X
X
Contexto urbano X
Iluminação natural X X
Descrição estrutural e de medidas X
X
Fonte: da autora (2019)
Após a realização do levantamento, pode-se concluir que os autores optaram
por não adotar um padrão sequencial ou temático para apresentação das informações
referentes aos edifícios, assim como nem toda a descrição textual está devidamente
representada através das imagens, bem como as imagens não permitem a
compreensão do edifício como um todo.
No Quadro 25 pode-se observar que questões que abrangem período de
construção, localização e uma breve descrição da obra são encontrados nos três
estudos exploratórios, já itens como referências arquitetônicas, descrição da
volumetria, dos materiais, da reconstrução, das modificações ocorridas nas
edificações, da iluminação natural e da estrutura estão presentes apenas em duas
das obras e, por fim, apenas o Panteão romano apresenta uma descrição do contexto
urbano.
5.3 Desenvolvimento e viabilidade por Realidade Aumentada
Para a aplicação dos estudos exploratórios do presente artigo a RV serviu como
fonte de pesquisa de frameworks e desenvolvimento, porém a tecnologia escolhida
para viabilização do trabalho foi a RA por permitir interatividade entre mundo real e
virtual.
Para desenvolvimento e viabilidade do recurso de RA como visualizador dos
modelos desenvolvidos foram realizados alguns testes, sendo o primeiro uma
tentativa de modelagem da geometria do Panteão via Glitch utilizando os recursos de
modelagem geométrica do A-Frame, a segunda tentativa foi importar os modelos
desenvolvidos em SketchUp no Three.js e a terceira uma hospedagem no Glitch com
a importação dos modelos desenvolvidos no SketchUp.
85
5.3.1 Opção 1 - Desenvolvimento e modelagem via Glitch e A-Frame
A primeira opção consistiu em programar em HTML com os recursos
formadores de geometrias 3D pré-estabelecidos dentro do próprio A-Frame e
visualização através do Glitch. O edifício utilizado inicialmente para testes foi o
Panteão romano.
Quanto à elaboração do modelo houve uma preocupação em estabelecer um
ponto de referência inicial, pois a programação em HTML é feita a partir de um sistema
de coordenadas x,y,z. A referência utilizada como origem (0,0,0) foi o centro da base
da primeira coluna da fila da direita da fachada principal do Panteão romano.
Para o desenvolvimento desse modelo, tomou-se como base as formas
volumétricas principais do Panteão romano, como cilindros para representar as
colunas, paralelepípedos para representar os espaços de entrada e abaixo do frontão,
prisma triangular para os frontões e esfera para a cúpula e espaço interno, como pode
ser observado no Apêndice A. A volumetria resultante pode ser observada na Figura
11.
Figura 11: modelo desenvolvido no Glitch
Fonte: da autora (2019)
Durante o desenvolvimento dessa volumetria algumas dificuldades foram
encontradas como a modelagem do prisma triangular que representa o frontão da
86
fachada principal, a difícil navegabilidade e uma espécie de bug que impediu a
representação do volume em corte na escala necessária.
5.3.2 Opção 2 - Desenvolvimento e importação via Three.js
A segunda opção foi trabalhar com editor do framework Three.js, que permite
a importação de modelos 3D realizados em outros softwares (como o SketchUp, por
exemplo). O modelo desenvolvido no SketchUp foi exportado no próprio software de
modelagem na extensão .OBJ e na sequência importado na plataforma online do
Three.js, como pode ser observado na Figura 12.
Figura 12: leitura do arquivo inicial através do Three.js
Fonte: da autora (2019)
O editor online do Three.js6 permite a aplicação de cores e efeitos de iluminação
- Figura 13, porém a modelagem na própria plataforma não permitia a criação de todas
as formas geométricas necessárias para elaboração do modelo, o que inviabilizou
essa possibilidade.
6 Disponível em: < threejs.org/editor>. Acesso em: 8 de maio de 2019.
87
Figura 13: teste com iluminação no Three.js
Fonte: da autora (2019)
5.3.3 Opção 3 - Desenvolvimento do código via Glitch e A-Frame
Nesta opção foi desenvolvido um código de programação em JavaScript e
inserido em uma página HTML em código aberto disponível na plataforma A-Frame.
O A-Frame comumente é utilizado para a criação de cenas de RV, porém identificou-
se que é possível também viabilizar o recurso para RA. As cenas foram criadas a partir
de uma biblioteca em JavaScript e a interface entre o modelo dos edifícios e a sua
respectiva visualização é realizada através do AR.JS, pois é através dele que permite
a leitura dos marcadores previamente estabelecidos e os conecta ao modelo 3D,
permitindo assim uma visão 360º.
O código inserido no Glitch é desenvolvido na aba “index.html”, no canto
superior direito da tela do desenvolvedor. O modelo desenvolvido no SketchUp foi
exportado no próprio software de modelagem para extensão .OBJ, exportado com a
configuração de faces duplas e na sequência importado no Glitch através da aba
“assets”, no canto superior direito da tela do desenvolvedor. Após o arquivo ser
carregado na aba “assets” é gerado um link para cada arquivo e que deve ser colocado
no corpo do desenvolvimento do código para que o devido arquivo seja referenciado
diante de um determinado marcador, como pode ser visto na linha 14 do código
completo no Apêndice B e na Figura 14. O procedimento de substituição do caminho
do arquivo ou “link” deve ser feito de forma manual, arquivo por arquivo entre as abas
“assets” e “index.html”.
88
Figura 14: cópia do link do “assets”
Fonte: da autora (2019)
O teste realizado resultou na importação completa da geometria modelada em
SketchUp através da aba “assets”. Foi utilizado um marcador genérico inicial no
formato .JPEG para testes. O resultado pode ser observado na Figura 15.
Figura 15: teste de visualização do panteão romano
Fonte: da autora (2019)
Diante das três opções apresentadas, optou-se por utilizar a terceira opção,
que consiste na elaboração dos modelos através do software de modelagem 3D
SketchUp e na disponibilização de acesso através do Glitch e A-Frame.
89
5.3.4 O código
A primeira etapa do desenvolvimento do código consistiu em estabelecer quais
seriam os marcadores utilizados para leitura de cada um dos modelos. Os marcadores
escolhidos eram vetorizados e do tipo fiduciais7, compostos por uma série de códigos
gráficos em 2D que se organizam em um quadrado nas cores preta e branca e que
possibilitam o carregamento de arquivos de um servidor responsável, por sua vez,
pelo armazenamento de dados. Esses dados podem ser desde textos até arquivos
multimídia. Os tipos escolhidos foram os BarCodes de matriz 3x3 e que foram
desenvolvidos em uma plataforma externa chamada “ARToolworks”. Os marcadores
foram desenvolvidos em código binário e permitem a criação de até 64 marcadores
considerando a combinação das cores e quadrados que obedeçam a uma matriz 3x3.
Figura 16: exemplos de BarCodes matriz 3x3 utilizadas
Fonte: http://au.gmented.com/app/marker/marker.php
Dentre as 64 possibilidades de marcadores, criou-se uma sequência de temas
abordados em cada edificação e para isso escolheu-se os seguintes intervalos
numéricos de marcadores, seguindo a ordem de apresentação cronológica de cada
edifício histórico e pode ser observado no Quadro 26.
7 Marcadores que viabilizam o carregamento de arquivos hospedados em algum servidor e que servem de referência de medida e proporção para a arquivo a ser carregado.
90
Quadro 26: intervalos de BarCodes escolhidos para cada edifício
Nº DOS BARCODES ESCOLHIDOS EDIFICAÇÃO
00 - 14 Panteão Romano
15 – 29 Basílica de Santa Sofia
30 – 44 Basílica de São Pedro
Fonte: da autora (2019)
A príncipio foram elaborados 9 representações 3D para cada edifício histórico,
porém foi deixada uma margem de alguns marcadores caso houvesse a criação de
novos modelos 3D para uma mesma obra.
Na sequência foram retomados os modelos desenvolvidos em SketchUp,
colocados em arquivos separados e com localizado nas coordenadas (0,0,0) da
interface do programa. Após essa separação dos modelos, cada um foi exportado no
formato .OBJ. Para cada modelo foi atribuído um marcador BarCode de matriz 3x3.
Para realizar a leitura do código é necessário ter impresso o marcador. Assim
sendo, com a finalidade de facilitar a identificação de cada modelo foram elaboradas
cartas no tamanho 12x8cm. Cada carta foi dividida em três partes horizontais. A
primeira parte compreende a 2cm da parte superior e contém o nome da obra à qual
ela pertence. Para cada obra foi atribuida uma cor:
- Panteão – laranja
- Basílica de Santa Sofia – roxo
- Basílica de São Pedro – azul
Na segunda parte da carta foi colocado o QRCode no tamanho 5,5cm e com
margens brancas de cerca de 1,3cm, que são necessárias para a correta leitura do
marcador através da câmera. Sem essa margem não é possível realizar a leitura e
carregar os respectivos modelos vinculados. Na terceira e última parte, que
compreende a 2cm da parte inferior da carta contém o tema de análise ao qual o
marcador pertence. Exemplos de cartas elaboradas para cada edifício contendo o
mesmo tema “entorno” pode ser visto na Figura 17.
91
Figura 17: exemplos de cartas criadas para a interface em RA
Fonte: da autora (2019)
Após a definição de cada um dos marcadores e seus respectivos modelos, foi
necessário fazer o upload de cada um dos modelos .OBJ, um a um, bem como seus
respectivos marcadores no formato .JPEG.
Carregado cada modelo e seu marcador, foi necessário criar um link para cada
arquivo e substituir o caminho do link na linha do código de programação, na aba
“index.html”.
Isso foi feito num total de 60 vezes, sendo dois para cada modelo e uma para
cada imagem do marcador. Uma extensão era o modelo .OBJ e a outra extensão,
.MTL consitia nas informações de cores de cada modelo.
Para leitura, verificação e validação dos modelos propostos é necessário ter
em mãos um dispositivo eletrônico equipado com uma câmera e que tenha acesso à
internet. Os dispositivos podem ser smartphone, tablet ou computador pessoal. O
marcador determina a orientação do modelo e, quando impresso, permite a
visualização de diversos ângulos de acordo com a movimentação do marcador diante
da câmera, conforme pode ser observado na Figura 18.
92
Figura 18: teste realizado com o modelo 3D de estrutura do Panteão
Fonte: da autora (2019)
O código pode ser encontrado na íntegra no Apêndice E desse volume.
5.3.5 Hospedagem em servidor próprio
Além de desenvolver um código através de uma plataforma online para
disponibilização do material, foi também proposta a hospedagem em um servidor
próprio aproveitando os mesmos modelos, marcadores e, inclusive, o mesmo código
de programação desenvolvido no Glitch com o A-Frame. Um esquema geral de todas
as etapas do desenvolvimento pode ser observado na Figura 19.
Figura 19: fluxograma de desenvolvimento do trabalho
Fonte: da autora (2019)
O material disponibilizado no servidor pode ser acessado através do link
<https://opus.fec.unicamp.br/cupula>. Em seguida escolher um navegador web de
preferência, digitar o link anteriormente mencionado na barra do navegador e
posicionar uma das cartas de marcadores em frente à câmera do dispositivo.
93
6. RESULTADOS
Feita a escolha dos estudos e uma busca de referências textuais e visuais de
cada obra, passou-se a uma etapa de elaboração de desenhos de referência iniciais
em 2D com o auxílio do software AutoCAD. Para cada obra foram encontrados
desenhos em planta, corte, elevação e até mesmo alguns detalhes que continham
escala gráfica e pudessem servir de referência para os desenhos iniciais e posterior
modelagem. Os estudos são descritos a seguir.
6.1 Análise 2D do Panteão romano
Partindo do modelo base completo do Panteão romano: corte longitudinal,
fachada principal e planta (Figura 20), foram retomados os conceitos de Clark e Pause
(1996) para elaboração das representações 3D.
Figura 20: planta, corte e elevação do Panteão romano
Fonte: da autora (2019)
Os modelos 3D, primeiramente, foram esboçados em papel, à mão livre, com
a finalidade de verificar e aplicar os conceitos da obra, conforme podem ser
observados na Figura 21.
94
Figura 21: diagramas 2D elaborados para o Panteão romano
Fonte: da autora (2019)
6.2 Modelagem 3D do Panteão romano
6.2.1 Desenho do Panteão romano
O primeiro passo para o desenvolvimento do modelo 3D foi a busca de material
iconográfico do Panteão que fosse de qualidade e alta resolução. Para isso foi
utilizado o material iconográfico disponibilizado por Antoine Desgodetz, como pode
ser observado na Figura 22.
95
Figura 22: desenhos base Panteão romano
Fonte: Antoine Desgodetz8
A partir de tal material e com o auxílio do software de desenho AutoCAD, foram
reproduzidos os desenhos através do recurso 2D do software e todas as medidas
foram passadas da escala gráfica presente nas imagens para o sistema métrico atual,
como pode ser observado na Figura 23.
8 Disponível em: < https://edisciplinas.usp.br/mod/folder/view.php?id=2310257> Acesso em: 09 de maio de 2019.
96
Figura 23: conversão de escalas do desenho do Panteão romano
Fonte: da autora (2019)
Um sistema de coordenadas foi criado para auxiliar na organização localização
das formas e facilitar a modelagem - Figura 24 e Figura 25, tomando como referência
e coordenadas (0,0,0) o centro do primeiro pilar do lado direito da fachada principal.
Figura 24: desenho em AutoCAD do Panteão romano
97
Fonte: da autora (2019)
Figura 25: aplicação do sistema de coordenadas com medidas
Fonte: da autora (2019)
6.2.2 Modelagem do Panteão romano em SketchUp
O desenho 2D serviu de base para a elaboração do modelo 3D do SketchUp.
Os desenhos foram organizados de forma a obter as devidas medidas em planta, corte
e elevação, como pode ser observado na Figura 26. A modelagem priorizou questões
como escala, proporção e formas principais. Não foram incluídos detalhes
arquitetônicos, texturas ou qualquer representação de material, visto que o foco das
análises é a composição arquitetônica, compreensão de princípios e conceitos.
No caso do Panteão optou-se por representar o sistema de colunatas da
fachada, os frontões, o volume que liga a entrada ao volume principal, o volume
principal e a cúpula.
98
Figura 26: adequação dos desenhos 2D para 3D do Panteão romano
Fonte: da autora (2019)
Para o desenvolvimento das análises que precisam ser feitas através do corte
foi necessária a elaboração de um desenho da obra já em corte, conforme
mencionado anteriormente. O maior desafio foi a elaboração da semiesfera - Figura
27.
Figura 27: modelagem da semiesfera - parte 3D
Fonte: da autora (2019)
6.3 Análise 2D da Basílica de Santa Sofia
Partindo dos desenhos 2D da Basílica de Santa Sofia pode-se obter: corte
longitudinal, fachada principal e planta para servirem como base para elaboração dos
diagramas. Figura 28.
99
Figura 28: planta, corte e elevação da Basílica de Santa Sofia
Fonte: da autora (2019)
Os diagramas, primeiramente, foram esboçados em papel, à mão livre, com a
finalidade de verificar e aplicar os conceitos da obra, conforme podem ser observados
na Figura 29.
100
Figura 29: diagramas 2D elaborados para a Basílica de Santa Sofia
Fonte: da autora (2019)
101
6.4 Modelagem 3D da Basílica de Santa Sofia
Para o desenvolvimento do modelo 3D foi realizada a busca de material
iconográfico da Basílica de Santa Sofia que fosse de qualidade e alta resolução. Para
isso foi utilizado o material iconográfico, como pode ser observado na Figura 30.
Figura 30: desenhos base para a Basílica de Santa Sofia
Fonte: http://apuntes.santanderlasalle.es/arte/bizancio/arquitectura/constantinopla_santa_sofia.htm
6.4.1 Desenho da Basílica de Santa Sofia
A partir do material com escala encontrado e com o auxílio do software de
desenho AutoCAD, foram reproduzidos os desenhos através do recurso 2D do
software, como pode ser observado na Figura 31.
102
Figura 31: desenho em AutoCAD da Basílica de Santa Sofia
Fonte: da autora (2019)
6.4.2 Modelagem da Basílica de Santa Sofia em SketchUp
Na sequência foi elaborado um modelo 3D de referência com a composição de
alturas e demais medidas com o auxílio do software AutoCAD. Tal elaboração pode
ser vista na Figura 32.
Figura 32: modelo 3D de referência na Basílica de Santa Sofia
Fonte: da autora (2019)
103
6.5 Análise 2D da Basílica de São Pedro
Partindo do dos desenhos 2D da Basílica de São Pedro pode-se obter: corte
longitudinal, fachada principal e planta para servirem como base para elaboração dos
diagramas, como pode ser observado na Figura 33.
Figura 33: planta, corte e elevação da Basílica de São Pedro
Fonte: da autora (2019)
Os diagramas 2D, primeiramente, foram esboçados em papel, à mão livre, com
a finalidade de verificar e aplicar os conceitos da obra, conforme podem ser
observados na Figura 34.
104
Figura 34: diagramas 2D elaborados para a Basílica de São Pedro
Fonte: da autora (2019)
6.6 Modelagem 3D da Basílica de São Pedro
Para o desenvolvimento do modelo 3D foi realizada a busca de material
iconográfico da Basílica de São Pedro que fosse de qualidade e alta resolução. Para
isso foi utilizado o material iconográfico de Etienne Duperac, como pode ser observado
na Figura 35.
105
Figura 35: desenho base para a Basílica de São Pedro
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e1/Bernardo_Rosellino.jpg
6.6.1 Desenho da Basílica de São Pedro
A partir do material com escala encontrado e com o auxílio do software de
desenho AutoCAD, foram reproduzidos os desenhos através do recurso 2D do
software, como pode ser observado na Figura 36.
106
Figura 36: desenho em AutoCAD da Basílica de São Pedro
Fonte: da autora (2019)
6.6.2 Modelagem da Basílica de São Pedro em SketchUp
Na sequência foi elaborado um modelo 3D de referência com a composição de
alturas e demais medidas com o auxílio do software AutoCAD. Tal elaboração pode
ser vista na Figura 37.
Figura 37: modelagem em SketchUp da Basílica de São Pedro
Fonte: da autora (2019)
107
6.7 Elaboração dos modelos conceituais
Para cada uma das obras foi elaborado um modelo 3D de acordo com os temas
selecionados para análise. Os critérios que foram analisados em cada obra para
elaboração do modelo 3D são elencados a seguir:
Entorno - o modelo 3D do entorno busca inserir o edifício no gabarito e
topografia da cidade, permitindo perceber o destaque que a edificação possui no
entorno já edificado.
Escala - o modelo 3D desenvolvido para demonstrar a escala tem como
objetivo principal apresentar o modelo do edifício por completo, desta vez sem o
entorno edificado com a finalidade principal de perceber a escala da cúpula em relação
ao bloco do edifício e de poder comparar a escala dele em relação aos outros dois
edifícios analisados no trabalho.
Análise climática - o modelo 3D referente à análise climática diz respeito a
tomadas de decisões projetuais que consideraram variantes climáticas como
iluminação natural e ventilação e que implicaram no resultado da obra.
Geometria - para elaboração do modelo 3D referente à geometria foram
analisados os desenhos 2D em planta e elevação para descobrir se foi empregado
algum princípio compositivo na organização e distribuição dos elementos na
arquitetura. Dentre os princípios geométricos mais comuns está a proporção áurea.
Dinâmica da forma - o modelo 3D de dinâmica da forma tem como objetivo
decompor o complexo volume da edificação em formas geométricas simples e
identificar como essas formas se articulam, ou seja, como elas se relacionam para
formar o volume da edificação, também chamado de “massa” por alguns autores. Em
geral a composição pode ser por somatória de volumes com ou sem subtração das
áreas em comum.
Hierarquia dos espaços - o modelo 3D referente a hierarquia dos espaços tem
como objetivo identificar a importância dos espaços quando ao uso ou
representatividade. O modelo 3D base para sua elaboração é o mesmo de dinâmica
da forma. Os diferentes tons identificam, do mais claro para o mais escuro, quais são
os espaços mais relevantes.
Eixos e simetria - o modelo 3D referente à eixos e simetria tem como objetivo
identificar em planta e elevação se há simetria e um eixo, ou sistema de eixos, que
108
auxiliam na distribuição dos elementos arquitetônicos ou até na organização do
programa.
Estrutura - O modelo 3D referente à estrutura tem como objetivo evidenciar os
materiais estruturais que sustentam o edifício e em como é feita a distribuição de
cargas. Tal modelo 3D é um pouco mais detalhado do que os anteriores por necessitar
de uma compreensão mais detalhada dos elementos no espaço.
Circulação - o modelo 3D referente à circulação tem como objetivo identificar
e até setorizar os espaços e caminhos principais para circulação, além de identificar
os tipos (quem pode circular por qual área, se aplicável). A circulação horizontal está
representada pela cor vermelha, enquanto a circulação vertical está representada pela
cor azul.
Repetição ou ritmo - O modelo 3D referente a repetição ou ritmo tem como
objetivo identificar elementos arquitetônicos que se repetem de forma a marcar um
determinado conceito, podendo ele ser uma fachada, organização em planta,
caminhos etc.
6.7.1 Modelos 3D do Panteão
Modelo 3D para entorno
No caso do Panteão romano não há um grande destaque para a volumetria em
comparação com os edifícios ao redor. Seu volume principal possui a mesma altura
que os edifícios do entorno, superando o gabarito ao redor apenas com parte da
cúpula. Também não há uma grande praça em frente que indique a existência de um
edifício importante. A Piazza de la Rotonda, não é de grandes proporções. Por último,
as cores e materiais do edifício não se destacam a paisagem ao redor. O convite a
adentrar o edifício fica por conta da escadaria e da sequência de colunas que marcam
a fachada na escala do pedestre. O modelo 3D de entorno não foi elaborado para
nenhuma das edificações escolhidas no estudo por questões técnicas.
109
Modelo 3D para escala
A cúpula do Panteão romano vence o maior vão dentre os três edifícios
analisados, porém é a que está mais baixa em relação ao nível do chão, por isso não
há grande destaque em relação ao entorno. Como pode ser observado na Figura 38.
Figura 38: modelo 3D de escala para o Panteão
Fonte: da autora (2019)
Modelo 3D para análise climática
No caso do Panteão romano há o singular óculo no topo da cúpula, medindo
cerca de 8,9m de diâmetro e é a única abertura que o volume principal do edifício
possui para o exterior além das portas de entrada. A luz natural percorre a edificação
ao longo do dia e seu efeito sob a arquitetura chama a atenção. No modelo 3D, para
orientação da trajetória do sol foi observado o norte geográfico e orientação do edifício
em relação a ele, como pode ser observado na Figura 39.
110
Figura 39: modelo 3D de luz natural para o Panteão
Fonte: da autora (2019)
Modelo 3D para geometria
O Panteão romano possui uma geometria bem particular e que tem como
partido uma esfera, que é uma forma complexa e cujo vazio resultante organiza o
espaço. Pode também identificar uma malha quadriculada cuja proporção próxima à
proporção áurea e que se repete em planta em diferentes escalas, conforme Figura
40.
111
Figura 40: modelo 3D de geometria para o Panteão
Fonte: da autora (2019)
Modelo 3D para forma
No Panteão romano é possível identificar o volume como forma resultante de
quatro volumes primários e são eles: cilindro, paralelepípedo, prisma triangular e
esfera. Na Figura 41 é possível observar que o conjunto de colunatas podem ser
entendidos como uma sequência de cilindros que se organizam em uma malha
quadriculada e podem ser entendidos como um volume único que preenchem o
espaço de um paralelepípedo de base retangular, já o frontão da fachada pode ser
entendido como um prisma triangular, enquanto que o volume principal pode ser
reduzido a um cilindro que contém uma esfera na parte interna, formando também a
cúpula. O paralelepípedo é encontrado na escadaria na qual o volume todo se edifica
e na área de transição entre o sistema de colunas da entrada e o espaço interno.
112
Figura 41: modelo 3D de forma para o Panteão
Fonte: da autora (2019)
Modelo 3D para hierarquia dos espaços
No caso do Panteão romano, o sistema de colunatas, por sua repetição e
ênfase na fachada possuem uma importância intermediária, enquanto os espaços de
transição e frontão ficam em primeiro plano. A ênfase está na esfera que compõe o
espaço de circulação e a cúpula. Tais elementos podem ser observados na Figura 42.
113
Figura 42: modelo 3D de hierarquia para o Panteão
Fonte: da autora (2019)
Modelo 3D para eixos e simetria
No Panteão romano pode-se identificar uma simetria bilateral tanto em planta
quanto na fachada principal. Na organização em planta há também uma distribuição
radial dos elementos ao redor do espaço de circulação. A simetria pode ser observada
na Figura 43.
114
Figura 43 modelo 3D de simetria para o Panteão
Fonte: da autora (2019)
Modelo 3D para estrutura
No caso do Panteão romano levaram em consideração o método construtivo e
como foram organizados os elementos estruturais. Há uma atenção especial à forma
estrutura da cúpula, que é feita de forma escalonada. Tal modelo 3D pode ser
observado na Figura 44.
115
Figura 44: modelo 3D de estrutura para o Panteão
Fonte: da autora (2019)
Modelo 3D de circulação
Para o Panteão romano foi elaborado um modelo 3D tendo a planta como
referência, pois a circulação principal ocorre em um plano único após o sistema de
escadarias da fachada: primeiramente o usuário passa as colunatas da fachada
principal e depois há um grande espaço circular para livre circulação. Não há um
sentido específico, como pode ser observado na Figura 45.
116
Figura 45: modelo 3D de circulação para o Panteão
Fonte: da autora (2019)
Modelo 3D para repetição/ritmo
Para elaboração do modelo 3D do Panteão romano levou-se em consideração
as formas geométricas básicas que o compõem, utilizando como referência o modelo
3D de dinâmica da forma. Através dele é possível identificar uma repetição de
elementos na fachada e na construção da cúpula. A mesma forma se repete para a
elaboração da “casca” do volume principal. Tal modelo 3D pode ser observado na
Figura 46.
117
Figura 46: modelo 3D de repetição/ritmo para o Panteão
Fonte: da autora (2019)
6.7.2 Modelos 3D da Basílica de Santa Sofia
Modelo 3D para entorno
No caso da Basílica de Santa Sofia, o entorno é constituído de edificações de
gabarito médio-baixo, além de estar ao lado de uma pequena massa florestal e quase
às margens do estreito de Bósforo, que liga o mar Negro ao mar de Mármara. Na parte
frontal da edificação há uma praça que traz mais imponência ao edifício. A edificação
ganha destaque vertical também por conta dos 4 minaretes. O modelo 3D de entorno
não foi elaborado para nenhuma das edificações escolhidas no estudo por questões
técnicas.
Modelo 3D para escala
A cúpula da Basílica de Santa Sofia é a que vence o menor vão (cerca de 30m)
dentre os edifícios analisados e é a que está a uma altura intermediária em relação
ao nível do chão (cerca de 55m). Como pode ser observado na Figura 47.
118
Figura 47: modelo 3D de escala para a Basílica de Santa Sofia
Fonte: da autora (2019)
Modelo 3D para análise climática
No caso da Basílica de Santa Sofia há diversos autores que relatam a entrada
de luz natural pelas diversas aberturas existentes em todas as faces da obra. O efeito
das aberturas no cilindro de sustentação da cúpula é particular e dá a impressão de
que a cúpula flua no ar, tamanha a quantidade de aberturas e pequenos intervalos
entre elas e que compõem a estrutura da cúpula. No modelo 3D, para orientação da
trajetória do sol foi observado o norte geográfico e orientação do edifício em relação
a ele, como pode ser observado na Figura 48.
119
Figura 48: modelo 3D de análise climática para a Basílica de Santa Sofia
Fonte: da autora (2019)
Modelo 3D para geometria
A planta da Basílica de Santa Sofia se organiza na proporção de uma cruz
grega, que possui os lados de igual tamanho, resultando em uma organização com
simetria bilateral em dois eixos, como pode ser observado na Figura 49.
120
Figura 49: modelo 3D de geometria para a Basílica de Santa Sofia
Fonte: da autora (2019)
Modelo 3D para forma
A Basílica de Santa Sofia é composta por dois grandes volumes em forma de
paralelepípedo, ambos de de base quadrada, um que representa a parte inferior da
basílica e outra que sustenta a cúpula. Alguns semicilindros auxiliam na composição
das abóbadas e solução estrutural. Todas são cobertas por uma cúpula principal ou
abóbadas de berço ou de arestas. Há ainda os contrafortes que foram adicionados
em fase já posterior da construção após a ocorrência de terremotos e que possuem
um volume alto e robusto na construção e, por fim, há ainda a presenta de quatro
minaretes, símbolo dos templos de religião islâmica, como pode ser observado na
Figura 50.
121
Figura 50: modelo 3D de forma para a Basílica de Santa Sofia
Fonte: da autora (2019)
Modelo 3D para hierarquia dos espaços
Os espaços principais para os usuários são, certamente, os volumes passíveis
de entrada, que é a base do volume. O volume que sustenta a cúpula é igualmente
importante e está destacado em cinza mais escuro. A cúpula e as semicúpulas são os
elementos de maior simbolismo. Enquanto os demais elementos são apresentados no
modelo 3D em tons mais claros de cinza conforme relevância no caráter da volumetria.
Tais elementos podem ser observados na Figura 51.
122
Figura 51: modelo 3D de hierarquia para a Basílica de Santa Sofia
Fonte: da autora (2019)
Modelo 3D para eixos e simetria
No caso da Basílica de Santa Sofia considera uma simetria axial que se
estrutura com o auxílio de duas linhas que se encontram no centro de um retângulo
invisível e cuja proporção é a mesma de uma cruz grega. A fachada possui simetria
bilateral. A simetria e sistema de eixos principais podem ser observada na Figura 52.
123
Figura 52: modelo 3D de eixos e simetria para a Basílica de Santa Sofia
Fonte: da autora (2019)
Modelo 3D para estrutura
A solução estrutural aplicada na Basílica de Santa Sofia consiste em um edifício
robusto, com sustentação em arcos e diversos reforços estruturais que foram
aplicados ao longo do tempo para compensar os terremotos que atingiram a região,
como os quatro contrafortes. O modelo 3D pode ser observado na Figura 53 .
124
Figura 53 modelo 3D de estrutura para a Basílica de Santa Sofia
Fonte: da autora (2019)
Modelo 3D de circulação
A Basílica de Santa Sofia possui dois níveis de circulação: um no nível do chão,
no qual fica também a entrada principal, e um no pavimento superior, que ocorre nas
duas laterais da edificação, como pode ser observado na Figura 54.
125
Figura 54: modelo 3D de circulação para a Basílica de Santa Sofia
Fonte: da autora (2019)
Modelo 3D para repetição/ritmo
Os elementos arquitetônicos que se repetem na Basílica de Santa são,
principalmente os elementos estruturais, como colunas e arcos. Os contrafortes e
minaretes também aparecem quatro vezes e podem ser observados na Figura 55.
126
Figura 55: modelo 3D de repetição/ritmo para a Basílica de Santa Sofia
Fonte: da autora (2019)
6.7.3 Modelos 3D da Basílica de São Pedro
Modelo 3D para entorno
No caso da Basílica de São Pedro há uma preocupação de tornar o edifício o
centro das atenções. Há uma larga avenida (Via dela Conciliazione) que termina na
Piazza San Pietro, com seu obelisco e sequência de colunatas e estátuas que
propiciam maior magnitude ao edifício. O gabarito do entorno tem cerca de quatro a
cinco pavimentos, altura que chega à altura do corpo principal da edificação, porém a
cúpula, há cerca de 137m do nível do chão, dá ao edifício a possibilidade de ser
reconhecido de qualquer rua do entorno. O modelo 3D de entorno não foi elaborado
para nenhuma das edificações escolhidas no estudo por questões técnicas.
Modelo 3D para escala
A cúpula da Basílica de São Pedro vence um vão quase igual ao do Panteão
romano (cerca de 42,5m) e é, dentre as obras analisadas, a que tem maior destaque
em altura (cerca de 137m do nível do chão) com relação tanto ao edifício, quanto ao
entorno construído. Tal proporção pode ser observada na Figura 56.
127
Figura 56: modelo 3D de escala para a Basílica de São Pedro
Fonte: da autora (2019)
Modelo 3D para análise climática
No caso da Basílica de São Pedro há algumas aberturas nas fachadas, quando
comparadas às aberturas da Basílica de Santa Sofia. A cúpula também parece flutuar
com a quantidade de aberturas que possui em sua base cilíndrica. Tais aberturas,
porém, não estão tão próximas umas das outras quanto na Basílica de Santa Sofia.
No modelo 3D, para orientação da trajetória do sol foi observado o norte geográfico e
orientação do edifício em relação a ele, como pode ser observado na Figura 57.
128
Figura 57: modelo 3D de análise climática para a Basílica de São Pedro
Fonte: da autora (2019)
Modelo 3D para geometria
O edifício da Basílica de São Pedro foi estruturado a partir da forma de uma
cruz romana e, além disso, o edifício possui a proporção áurea e a parte central, do
altar, possui as estruturas distribuídas formando dois quadrados concêntricos. Tal
descrição pode ser observada na Figura 58.
Figura 58: modelo 3D de geometria para a Basílica de São Pedro
Fonte: da autora (2019)
129
Modelo 3D para forma
O edifício da Basílica de São Pedro pode ser simplificado por um
paralelepípedo de base quadrada na parte central, que recebe a cúpula e toda a sua
estrutura, além de paralelepípedos de base retangular que formam tanto o nártex
quanto as naves central e laterais, além de semicilindros que formam capelas
radiantes. O modelo 3D correspondente pode ser visto na Figura 59.
Figura 59: modelo 3D de adição das formas
Fonte: da autora (2019)
Modelo 3D para hierarquia dos espaços
O elemento principal e mais simbólico, sem dúvidas, é a cúpula. Na sequência
vem a parte do transepto, que, na qual está o altar e o baldaquino de Bernini, além de
ser o espaço sob a cúpula. Na sequência é possível elencar as naves, o nártex e as
capelas laterais. No modelo 3D os espaços vão de um cinza mais claro até um mais
escuro e finalizam com a cúpula destacada em verde, crescendo assim a ordem de
importância dos espaços criados. Tais elementos podem ser observados na Figura
60.
130
Figura 60: modelo 3D de hierarquia para a Basílica de São Pedro
Fonte: da autora (2019)
Modelo 3D para eixos e simetria
No caso da Basílica de São Pedro considera-se uma simetria bilateral na qual
todos os elementos se organizam ao longo de dois eixos longitudinais que se cruzam
no transepto e possuem a proporção de uma cruz romana. A simetria e sistema de
eixos pode ser observada na Figura 61.
Figura 61: modelo 3D de eixos e simetria para Basílica de São Pedro
Fonte: da autora (2019)
131
Modelo 3D para estrutura
O edifício foi construído em pedra e alvenaria de tijolos. A cúpula descarrega o
seu peso através de finas colunas, que por sua vez descarregam em 4 enormes
colunas no transepto da edificação. A cúpula, ao longo dos anos, necessitou de
reforço estrutural que foi feito com cintas metálicas e tirantes. Tal modelo 3D pode ser
observado na Figura 62.
Figura 62: modelo 3D de estrutura para a Basílica de São Pedro
Fonte: da autora (2019)
Modelo 3D de circulação
A Basílica de São Pedro, por ser o maior e mais simbólico edifício da igreja
católica possui algumas circulações que são abertas ao público e outras que só
membros da igreja tem acesso. O diagrama de circulação mostra em vermelho os
eixos de circulação horizontal e em azul os eixos de circulação vertical. A Basílica
possui uma particularidade: a casca dupla da cúpula permite a e passagem de
pessoas e a chegada até o topo, na base do lanternim. De onde é possível ver a
cidade de Roma. Para a modelagem da circulação interna da cúpula em espiral foi
utilizado o software de modelagem Rhinoceros, pois a forma geométrica necessitava
132
de um modelo 3D de dupla curvatura e o software SketchUp não permite a modelagem
de tal geometria. O modelo 3D desenvolvido pode ser observado na Figura 63.
Figura 63: modelo 3D de circulação para a Basílica de São Pedro
Fonte: da autora (2019)
Modelo 3D para repetição/ritmo
Para o desenvolvimento do modelo 3D que evidencia os itens repetidos e que
criam um ritmo para a arquitetura foram identificados principalmente, elementos
estruturais que se repetem tanto na fachada, que foi modificada no projeto de
Michelangelo, propondo colunas mais altas que o projeto inicial, e na parte da nave e
transepto da basílica, aonde a repetição estrutural evidencia o eixo criado ao longo da
cruz romana. Além desses pontos, há também uma repetição radial do sistema
estrutural da cúpula, tanto na parte da dupla curvatura, quanto na base do cilindro que
a sustenta. O modelo 3D elaborado pode ser observado na Figura 64.
133
Figura 64: modelo 3D de repetição/ritmo para a Basílica de São Pedro
Fonte: da autora (2019)
6.8 Associação de modelos 3D conceituais aos marcadores
Os modelos de análise desenvolvidos para o Panteão romano e seus
respectivos marcadores que viabilizam a leitura em RA podem ser observados nos
Quadro 27. Já os modelos desenvolvidos para a Basílica de Santa Sofia podem ser
observados no Quadro 28. E, por fim, os modelos da Basílica de São Pedro estão no
Quadro 29. E nos Apêndices D, E e F foram disponibilizadas as cartas com
marcadores em tamanho real para validação dos testes dos modelos.
Quadro 27: modelos 3D e respectivos marcadores do Panteão
TEMA Nº
MARCADOR MARCADOR MODELO 3D CONCEITUAL
Entorno 00
O modelo 3D de entorno não foi elaborado para
nenhuma das edificações escolhidas no estudo por
questões técnicas.
134
Escala 01
Análise
climática 02
Geometria 03
135
Dinâmica
da forma 04
Hierarquia
dos
espaços/
elementos
centrais
05
Eixos e
simetria 06
136
Estrutura 07
Circulação 08
Repetição/
ritmo 09
Fonte: http://au.gmented.com/app/marker/marker.php e da autora (2019)
137
Quadro 28: modelos 3D e respectivos marcadores da Basílica de Santa Sofia
TEMA Nº
MARCADOR MARCADOR MODELO 3D CONCEITUAL
Entorno 15
O modelo 3D de entorno não foi elaborado para
nenhuma das edificações escolhidas no estudo por
questões técnicas.
Escala 16
Análise
climática 17
138
Geometria 18
Dinâmica
da forma 19
Hierarquia
dos
espaços/
elementos
centrais
20
139
Eixos e
simetria 21
Estrutura 22
Circulação 23
140
Repetição/
ritmo 24
Fonte: http://au.gmented.com/app/marker/marker.php e da autora (2019)
Quadro 29: modelos 3D e respectivos marcadores da Basílica de São Pedro
TEMA Nº
MARCADOR MARCADOR MODELO 3D CONCEITUAL
Entorno 30
O modelo 3D de entorno não foi elaborado para
nenhuma das edificações escolhidas no estudo por
questões técnicas.
Escala 31
141
Análise
climática 32
Geometria 33
Dinâmica
da forma 34
Hierarquia
dos
espaços/
elementos
centrais
35
142
Eixos e
simetria 36
Estrutura 37
Circulação 38
Repetição/
ritmo 39
Fonte: http://au.gmented.com/app/marker/marker.php e da autora (2019)
143
Após a viabilização do código e hospedagem dos modelos foi possível ver
acessar através da câmera do dispositivo cada um dos modelos propostos e com cada
uma das cartas de marcadores em mãos. O resultado pode ser visto na Figura 65.
Figura 65: utilização das cartas e marcadores para cada edifício
Fonte: da autora (2019)
A Figura 66 mostra a possibilidade de realizar a leitura de mais de um marcador
ao mesmo tempo, com a finalidade de estabelecer uma comparação entre os três
edifícios. No exemplo foram utilizadas as cartas com os marcadores referentes ao
tema “escala”. Nela é possível comparar os tamanhos das cúpulas, bem como entre
o tamanho da cúpula e a proporção dela no volume construído de cada edifício.
144
Figura 66: demonstração de três modelos do mesmo tema para análise comparativa
Fonte: da autora (2019)
7. CONCLUSÕES
A presente pesquisa teve como objetivo discutir e representar o texto descritivo
de obras arquitetônicas através de uma caracterização qualitativa e realizou um
estudo exploratório sobre três edificações com o desenvolvimento e aplicação de
recursos de análise gráfica e viabilização através da RA.
O desenho é uma das formas mais antigas de comunicação e o presente
trabalho explorou o recurso do desenho em várias vertentes: desde a análise de
desenhos já realizados até o desenvolvimento do desenho 2D de cada edificação e
evoluindo para o desenho 3D, auxiliando arquitetos e estudantes na criação e
compreensão de um repertório arquitetônico mais amplo através das narrativas
gráficas de análise propostas para o Panteão romano, em Roma, na Itália, a Basílica
de Santa Sofia, em Istambul, na Turquia e a Basílica de São Pedro, no Vaticano.
A modelagem dos edifícios apresentou alguns desafios. A escolha da
modelagem dos edifícios, através do software SketchUp, permitiu a elaboração dos
modelos de forma rápida e eficiente, uma vez que os desenhos 2D já haviam sido
elaborados no software AutoCAD. Apenas no desenvolvimento do modelo 3D do
conceito de circulação para a Basílica de São Pedro foi necessário recorrer ao
software de modelagem Rhinoceros, por permitir a modelagem de formas mais
orgânicas, como era o caso da circulação interna da cúpula, que leva ao lanternim.
145
Paralelamente à modelagem, houve a questão de viabilização de leitura do
modelo através de diversos frameworks diferentes. Vários testes foram realizados e
optou-se pelo A-Frame que, apesar de ser classificado como um framework de RV,
pode sim ser utilizado para RA.
Quanto aos modelos 3D foi possível dividi-los em dois grandes grupos: os que
são mais detalhados, como foi o caso da “estrutura”, e os que possuem forma
geométrica simplificada, como foi o caso da “concentração”. Em geral, os modelos 3D
elaborados a partir de formas geométricas simplificadas são modelos 3D que remetem
à composição, ao raciocínio dos arquitetos durante a elaboração do projeto, enquanto
os modelos 3D mais detalhados mostram a percepção e identificação de
determinados conceitos que podem ser verificados in loco.
A possibilidade de acessar o material desenvolvido via web pelo usuário, sem
a necessidade de aplicativos ou instalação de programas específicos, porém
condicionado à utilização de navegadores e câmeras simplifica o processo quando
comparado ao acesso via Glitch.
Algumas questões quanto a qualidade de renderização ou bugs no momento
de exportação dos modelos foram encontrados, porém contornados através de novas
configurações no momento de exportar o modelo do software SketchUp.
Por fim, as contribuições do trabalho são a possibilidade de analisar modelos
3D conceituais que abordam o mesmo tema para edifícios distintos, permitindo
compreender como cada arquiteto solucionou as questões arquitetônicas para
problemas similares através da visualização de modelos de análise em RA, além de
permitir uma comparação simultânea entre edifícios e conceitos. O usuário pode
comparar o conceito estrutural utilizado em cada uma das edificações, bem como
pode compreender diversos conceitos de um mesmo edifício simultaneamente, a
depender da composição de marcadores que apresentar diante do dispositivo
escolhido para leitura em RA.
Os modelos elaborados para análise, juntamente com a descrição textual de
cada obra potencializam a compreensão do edifício, elevando a um novo patamar a
compreensão de obras já edificadas, além de permitir uma certa autonomia no estudo
das edificações apresentadas.
146
8. REFERÊNCIAS
ADDIS, B. Edificação: 3.000 anos de projeto, engenharia e construção. 1.ed. Porto
Alegre: Bookman, 2009.
BAKER, G. H. Design strategies in architecture: an approach to the syntesis of form.
New York, NY; London: Van Nostrand Reinhold: Spon, c1996.
BAKER, G. H. Le Corbusier: uma análise da forma. São Paulo: Martins Fontes,
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WEB AR/WEB VR. Disponível em: https://webvr.info/. Acesso em: 20 de dezembro de
2019.
151
9. APÊNDICES
9.1 Apêndice A: primeiro código desenvolvido com Glitch e A-Frame
<!DOCTYPE html> <html> <head> <meta charset="utf-8"> <title>Hello, WebVR! • A-Frame</title> <meta name="description" content="Hello, WebVR! • A-Frame"> <script src="https://aframe.io/releases/0.9.2/aframe.min.js"></script> </head> <body> <!--PARA ESCOLHER AS CORES https://htmlcolorcodes.com/--> <a-scene background="color: #FFFFFF"> <!--POSIÇÃO DA CÂMERA--> <!--<a-entity camera look-controls position="-1.6 4 6"></a-entity> <!--GEOMETRIAS PRIMÁRIAS--> <a-sphere position="-1.4 1.7 -4.3" radius="2.3" color="#EF2D5E" shadow></a-sphere> <a-cylinder position="-1.4 1.7 -4.3" radius="2.6" height="3.4" color="#02F0FE" shadow></a-cylinder> <a-box depth="1.1" width="3.18" height="3" position="-1.5 1.5 -1.7" rotation="0 0 0" color="#EF960D" shadow></a-box> <a-triangle position="-1.4 2 -1" radius="2.3" scale="3 0.8 2" color="#FFFE00" shadow></a-triangle> <a-cylinder segments-radial="3" radius="0.5735" position="-1.45 1.92 -0.605" rotation="-90 0 0" scale="3.13 1.42 0.6" color="#692613"></a-cylinder> <a-box depth="1.42" width="3.1" height="0.3" position="-1.45 1.6 -0.605" rotation="0 0 0" color="#692613" shadow></a-box> <!--PRIMEIRA FILA DE COLUNAS--> <a-cylinder position="0 0.75 0" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <a-cylinder position="0 0.75 -0.41" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <a-cylinder position="0 0.75 -0.82" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <!--SEGUNDA FILA DE COLUNAS--> <a-cylinder position="-0.4 0.75 0" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <!--TERCEIRA FILA DE COLUNAS--> <a-cylinder position="-0.81 0.75 0" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <a-cylinder position="-0.81 0.75 -0.41" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <a-cylinder position="-0.81 0.75 -0.82" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <!--QUARTA FILA DE COLUNAS--> <a-cylinder position="-1.6 0.75 0" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <!--QUINTA FILA DE COLUNAS--> <a-cylinder position="-1.2 0.75 0" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <!--SEXTA FILA DE COLUNAS--> <a-cylinder position="-2 0.75 0" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <a-cylinder position="-2 0.75 -0.41" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <a-cylinder position="-2 0.75 -0.82" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <!--SÉTIMA FILA DE COLUNAS--> <a-cylinder position="-2.5 0.75 0" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <!--OITAVA FILA DE COLUNAS--> <a-cylinder position="-2.9 0.75 0" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <a-cylinder position="-2.9 0.75 -0.41" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <a-cylinder position="-2.9 0.75 -0.82" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <a-plane position="0 0 0" rotation="-90 0 0" width="10" height="10" color="#BFBFBF" shadow></a-plane> </a-scene> </body> </html>
152
9.2 Apêndice B: segundo código desenvolvido com Glitch e A-Frame
<!DOCTYPE html> <html> <head> <title>A-Frame + AR.js</title> <script src="https://aframe.io/releases/0.8.0/aframe.min.js"></script> <script src="https://rawgit.com/donmccurdy/aframe-extras/master/dist/aframe-extras.loaders.min.js"></script> <script src="https://jeromeetienne.github.io/AR.js/aframe/build/aframe-ar.js"> </script> </head> <body> <a-scene embedded arjs="debugUIEnabled:false;"> <a-marker preset="hiro"> <a-entity collada-model="url(https://cdn.glitch.com/bd5df8fd-142b-4fe4-bd7d-b6e9040c88a0%2Fpanteao.dae?v=1562170431797)"> </a-entity> <!--caixa azul de teste-- <a-box position="0 0.5 0" color="blue" wireframe="true"></a-box> --> </a-marker> <a-entity camera></a-entity> </a-scene> </body> </html>
153
9.3 Apêndice C: quinto código desenvolvido com Glitch e A-Frame
<head> <script src="https://aframe.io/releases/0.6.1/aframe.min.js"> </script> <script src = "https://jeromeetienne.github.io/AR.js/aframe/build/aframe-ar.js" > </script> </head> <body style = "margin : 0px; overflow: hidden;"> <a-scene embedded arjs = "detectionMode: mono_and_matrix; matrixCodeType: 3x3, sourceType:
webcam;"> <!-- PANTEAO --> <!-- 01-ENTORNO --> <a-assets> <a-asset-item id="panteao_entorno-obj" src="https://cdn.glitch.com/c81cf213-b16c-4912-b141-
f2b6eeb28af9%2FPanteao_01_entorno.obj?v=1578485075029"></a-asset-item> <a-asset-item id="panteao_entorno-mtl" src="https://cdn.glitch.com/c81cf213-b16c-4912-b141-
f2b6eeb28af9%2FPanteao_01_entorno.mtl?v=1578485074967"></a-asset-item> </a-assets> <!-- Marcador --> <a-marker type= "barcode" value ="0"> <!-- Configurações para visualização do objeto --> <a-entity position="0 0 0" rotation="0 0 0" scale=" 0.02 0.02 0.02" obj-model="obj: #panteao_entorno-
obj; mtl: #panteao_entorno-mtl"></a-entity> </a-marker> <!-- 02-ESCALA --> <a-assets> <a-asset-item id="panteao_escala-obj" src="https://cdn.glitch.com/c81cf213-b16c-4912-b141-
f2b6eeb28af9%2Fpanteao_02_escala.obj?v=1578625177043"></a-asset-item> <a-asset-item id="panteao_escala-mtl" src="https://cdn.glitch.com/c81cf213-b16c-4912-b141-
f2b6eeb28af9%2Fpanteao_02_escala.mtl?v=1578625176308"></a-asset-item> </a-assets> <!-- Marcador --> <a-marker type= "barcode" value ="1"> <!-- Configurações para visualização do objeto --> <a-entity position="0 0 0" rotation="0 0 0" scale=" 0.02 0.02 0.02" obj-model="obj: #panteao_escala-
obj; mtl: #panteao_escala-mtl"></a-entity> </a-marker> <!-- 03-ANALISE CLIMATICA --> <a-assets> <a-asset-item id="panteao_clima-obj" src="https://cdn.glitch.com/c81cf213-b16c-4912-b141-
f2b6eeb28af9%2FPanteao_03_clima.obj?v=1578463484420"></a-asset-item> <a-asset-item id="panteao_clima-mtl" src="https://cdn.glitch.com/c81cf213-b16c-4912-b141-
f2b6eeb28af9%2FPanteao_03_clima.mtl?v=1578463569801"></a-asset-item> </a-assets> <!-- Marcador --> <a-marker type= "barcode" value ="2"> <!-- Configurações para visualização do objeto --> <a-entity position="0 0 0" rotation="0 0 0" scale=" 0.02 0.02 0.02" obj-model="obj: #panteao_clima-
obj; mtl: #panteao_clima-mtl"></a-entity> </a-marker> <!-- 04-GEOMETRIA --> <a-assets> <a-asset-item id="panteao_geometria-obj" src="https://cdn.glitch.com/c81cf213-b16c-4912-b141-
f2b6eeb28af9%2FPanteao_04_geometria.obj?v=1578463597023"></a-asset-item> <a-asset-item id="panteao_geometria-mtl" src="https://cdn.glitch.com/c81cf213-b16c-4912-b141-
f2b6eeb28af9%2FPanteao_04_geometria.mtl?v=1578463596545"></a-asset-item> </a-assets> <!-- Marcador --> <a-marker type= "barcode" value ="3"> <!-- Configurações para visualização do objeto --> <a-entity position="0 0 0" rotation="0 0 0" scale=" 0.02 0.02 0.02" obj-model="obj:
#panteao_geometria-obj; mtl: #panteao_geometria-mtl"></a-entity>
154
</a-marker> <!-- 05-DINAMICA DA FORMA --> <a-assets> <a-asset-item id="panteao_forma-obj" src="https://cdn.glitch.com/c81cf213-b16c-4912-b141-
f2b6eeb28af9%2Fpanteao_05_forma.obj?v=1578625178770"></a-asset-item> <a-asset-item id="panteao_forma-mtl" src="https://cdn.glitch.com/c81cf213-b16c-4912-b141-
f2b6eeb28af9%2Fpanteao_05_forma.mtl?v=1578625178459"></a-asset-item> </a-assets> <!-- Marcador --> <a-marker type= "barcode" value ="4"> <!-- Configurações para visualização do objeto --> <a-entity position="0 0 0" rotation="0 0 0" scale=" 0.02 0.02 0.02" obj-model="obj: #panteao_forma-
obj; mtl: #panteao_forma-mtl"></a-entity> </a-marker> <!-- 06-HIERARQUIA DOS ESPACOS --> <a-assets> <a-asset-item id="panteao_hierarquia-obj" src="https://cdn.glitch.com/c81cf213-b16c-4912-b141-
f2b6eeb28af9%2Fpanteao_06_hierarquia.obj?v=1578625179603"></a-asset-item> <a-asset-item id="panteao_hierarquia-mtl" src="https://cdn.glitch.com/c81cf213-b16c-4912-b141-
f2b6eeb28af9%2Fpanteao_06_hierarquia.mtl?v=1578625179153"></a-asset-item> </a-assets> <!-- Marcador --> <a-marker type= "barcode" value ="5"> <!-- Configurações para visualização do objeto --> <a-entity position="0 0 0" rotation="0 0 0" scale=" 0.02 0.02 0.02" obj-model="obj:
#panteao_hierarquia-obj; mtl: #panteao_hierarquia-mtl"></a-entity> </a-marker> <!-- 07-EIXOS E SIMETRIAS --> <a-assets> <a-asset-item id="panteao_eixos-obj" src="https://cdn.glitch.com/c81cf213-b16c-4912-b141-
f2b6eeb28af9%2Fpanteao_07_eixos.obj?v=1578625182154"></a-asset-item> <a-asset-item id="panteao_eixos-mtl" src="https://cdn.glitch.com/c81cf213-b16c-4912-b141-
f2b6eeb28af9%2Fpanteao_07_eixos.mtl?v=1578625180881"></a-asset-item> </a-assets> <!-- Marcador --> <a-marker type= "barcode" value ="6"> <!-- Configurações para visualização do objeto --> <a-entity position="0 0 0" rotation="0 0 0" scale=" 0.02 0.02 0.02" obj-model="obj: #panteao_eixos-
obj; mtl: #panteao_eixos-mtl"></a-entity> </a-marker> <!-- 08-ESTRUTURA --> <a-assets> <a-asset-item id="panteao_estrutura-obj" src="https://cdn.glitch.com/c81cf213-b16c-4912-b141-
f2b6eeb28af9%2Fpanteao_08_estrutura.obj?v=1578625182186"></a-asset-item> <a-asset-item id="panteao_estrutura-mtl" src="https://cdn.glitch.com/c81cf213-b16c-4912-b141-
f2b6eeb28af9%2Fpanteao_08_estrutura.mtl?v=1578625181631"></a-asset-item> </a-assets> <!-- Marcador --> <a-marker type= "barcode" value ="7"> <!-- Configurações para visualização do objeto --> <a-entity position="0 0 0" rotation="0 0 0" scale=" 0.02 0.02 0.02" obj-model="obj:
#panteao_estrutura-obj; mtl: #panteao_estrutura-mtl"></a-entity> </a-marker> <!-- 09-CIRCULACAO --> <a-assets> <a-asset-item id="panteao_circulacao-obj" src="https://cdn.glitch.com/c81cf213-b16c-4912-b141-
f2b6eeb28af9%2Fpanteao_09_circulacao.obj?v=1578625181391"></a-asset-item> <a-asset-item id="panteao_circulacao-mtl" src="https://cdn.glitch.com/c81cf213-b16c-4912-b141-
f2b6eeb28af9%2Fpanteao_09_circulacao.mtl?v=1578625179847"></a-asset-item> </a-assets> <!-- Marcador --> <a-marker type= "barcode" value ="8">
155
<!-- Configurações para visualização do objeto --> <a-entity position="0 0 0" rotation="0 0 0" scale=" 0.02 0.02 0.02" obj-model="obj:
#panteao_circulacao-obj; mtl: #panteao_circulacao-mtl"></a-entity> </a-marker> <!-- 10-RITMO --> <a-assets> <a-asset-item id="panteao_ritmo-obj" src="https://cdn.glitch.com/c81cf213-b16c-4912-b141-
f2b6eeb28af9%2Fpanteao_10_ritmo.obj?v=1578625176175"></a-asset-item> <a-asset-item id="panteao_ritmo-mtl" src="https://cdn.glitch.com/c81cf213-b16c-4912-b141-
f2b6eeb28af9%2Fpanteao_10_ritmo.mtl?v=1578625180533"></a-asset-item> </a-assets> <!-- Marcador --> <a-marker type= "barcode" value ="9"> <!-- Configurações para visualização do objeto --> <a-entity position="0 0 0" rotation="0 0 0" scale=" 0.02 0.02 0.02" obj-model="obj: #panteao_ritmo-
obj; mtl: #panteao_ritmo-mtl"></a-entity> </a-marker> <!-- SANTA SOFIA --> <!-- 01-ENTORNO --> <a-assets> <a-asset-item id="santasofia_entorno-obj" src="https://cdn.glitch.com/251c51c4-4405-4b7d-b439-
747ba19679a3%2Fsantasofia_modelo_00_estrutura.obj?v=1566794116140"></a-asset-item> <a-asset-item id="santasofia_entorno-mtl" src="https://cdn.glitch.com/251c51c4-4405-4b7d-b439-
747ba19679a3%2Fsantasofia_modelo_00_estrutura.mtl?v=1566794177401"></a-asset-item> </a-assets> <!-- Marcador --> <a-marker type= "barcode" value ="15"> <!-- Configurações para visualização do objeto --> <a-entity position="0 0 0" rotation="0 0 0" scale=" 0.02 0.02 0.02" obj-model="obj:
#santasofia_entorno-obj; mtl: #santasofia_entorno-mtl"></a-entity> </a-marker> <!-- 02-ESCALA --> <a-assets> <a-asset-item id="santasofia_escala-obj" src="https://cdn.glitch.com/c81cf213-b16c-4912-b141-
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157
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158
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159
<!-- Marcador --> <a-marker type= "barcode" value ="37"> <!-- Configurações para visualização do objeto --> <a-entity position="0 0 0" rotation="0 0 0" scale=" 0.02 0.02 0.02" obj-model="obj:
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160
9.4 Apêndice D: cartas para impressão e visualização dos modelos desenvolvidos para o Panteão
161
162
163
9.5 Apêndice E: cartas para impressão e visualização dos modelos desenvolvidos para a Basílica de Santa Sofia
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165
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9.6 Apêndice F: cartas para impressão e visualização dos modelos desenvolvidos para a Basílica de São Pedro
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