CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIMETROCAMP-WYDEN
CURSO DE FISIOTERAPIA
WILLIAM DOUGLAS DA SILVA
OS BENEFÍCIOS DA TERAPIA MANUAL NAS DISFUNÇÕES DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
CAMPINAS – SP 2019
WILLIAM DOUGLAS DA SILVA
OS BENEFÍCIOS DA TERAPIA MANUAL NAS DISFUNÇÕES DA ARTICULAÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), apresentado ao curso de Fisioterapia do Centro Universitário UNIMETROCAMP-WYDEN, para obtenção do título de bacharel em Fisioterapia, sob orientação do Prof. Mestre Giuliano Gonçalves
CAMPINAS – SP 2019
WILLIAM DOUGLAS DA SILVA
OS BENEFÍCIOS DA TERAPIA MANUAL NAS DISFUNÇÕES DA ARTICULAÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), apresentado ao curso de Fisioterapia do Centro Universitário UNIMETROCAMP-WYDEN, para obtenção do título de bacharel em Fisioterapia, sob orientação do Prof. Mestre Giuliano Gonçalves.
Aprovado em: ____/____/____.
______________________________________________ Nome e titulação do Professor
Instituição
______________________________________________ Nome e titulação do Professor
Instituição
______________________________________________ Nome e titulação do Professor
Instituição
RESUMO
Introdução: As disfunções temporomandibulares (DTMs) são consideradas uma das principais causas de dor orofacial na população mundial definidas como o conjunto de alterações e de problemas clínicos que envolvem a ATM, músculos mastigatórios e demais estruturas associadas. As técnicas fisioterapêuticas propõem o alívio da dor da musculatura envolvida, reeducação do sistema neuromuscular, restabelecimento da posição de repouso mandibular, recuperação da coordenação muscular, resolução dos sintomas, reequilíbrio muscular e restauração da função comprometida, obtendo resultados mais duradouros utilizando os recursos da termoterapia, agentes eletromagnéticos, ultrassom terapêutico, eletroestimulação transcutânea, terapia manual e os recursos em mecanoterapia. A terapia manual tem como base manipulações, mobilizações e exercícios específicos com objetivo de estimular a propriocepção, produzir elasticidade a fibras aderidas, estimular o líquido sinovial e promover a redução da dor. Objetivos: Verificar dentre os diversos métodos existentes os benefícios da Terapia Manual para obter a melhora das disfunções temporomandibulares devolvendo a normal função dessa articulação. Material e Métodos: Trata – se de uma revisão bibliográfica integrativa onde a princípio foram analisados 146 artigos e ao fim selecionados 10, com os diferentes resultados apresentados em forma de tabela comparativa. Principais resultados: Os estudos analisados utilizaram diferentes técnicas da terapia manual, de forma isolada ou combinada a exercícios e uso de placas oclusais, foram observados ainda estudos que utilizaram de manipulação em estruturas próximas para obtenção de resultados diretos na articulação temporomandibular, sendo todos com resultados satisfatórios. Conclusão: Todos os achados demonstram que no tratamento das disfunções temporomandibulares as técnicas de terapia manual utilizadas como monoterapia ou de maneira combinada, ajudam na diminuição da dor, reestabelecimento da função consequentemente atua na melhora na qualidade de vida. Palavras-chave: terapia manual. articulação temporomandibular. disfunções temporomandibulares.
ABSTRACT
Introduction: Temporomandibular disorders (TMDs) are considered one of the main causes of orofacial pain in the world population defined as the set of alterations and clinical problems involving TMJ, masticatory muscles and other associated structures. The physiotherapeutic techniques propose to relieve the pain of the involved muscles, rehabilitation of the neuromuscular system, restoration of the mandibular rest position, recovery of muscle coordination, resolution of symptoms, muscle rebalancing and restoration of compromised function, obtaining more lasting results using the resources of thermotherapy. , electromagnetic agents, therapeutic ultrasound, transcutaneous electrostimulation, manual therapy and mechanotherapy resources. Manual therapy is based on specific manipulations, mobilizations and exercises aimed at stimulating proprioception, producing elasticity to adhered fibers, stimulating synovial fluid and promoting pain reduction. Objectives: To verify among the several existing methods the benefits of Manual Therapy to obtain the improvement of temporomandibular disorders returning the normal function of this joint. Material and Methods: This is an integrative bibliographic review where at first 146 articles were analyzed and finally selected 10, with the different results presented in the form of a comparative table. Main results: The studies analyzed used different techniques of manual therapy, either alone or in combination with exercises and the use of occlusal plates. Studies that used manipulation of nearby structures to obtain direct results in the temporomandibular joint were observed, all with results satisfactory. Conclusion: All findings demonstrate that in the treatment of temporomandibular disorders, manual therapy techniques used as monotherapy or in combination, help to reduce pain, restoration of function consequently improves the quality of life. Keywords: manual therapy. ear-jaw articulation. temporomandibular disorders.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... 5
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6
1.1 ANATOMIA DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR ................................. 6
1.1.1 Ossos ................................................................................................................ 6
1.1.2 Cápsula e Disco ................................................................................................ 7
1.1.3 Ligamentos ....................................................................................................... 8
1.1.4 Músculos, Inervações e Ações........................................................................ 9
MÚSCULOS SUPRA HIÓIDEOS .............................................................................. 13
MÚSCULOS INFRA HIÓIDEOS ............................................................................... 15
1.1.5 Vascularização................................................................................................ 17
1.1.6 Fáscia .............................................................................................................. 18
1.2 DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES ...................................................... 18
1.2.1 Tratamentos para DTMs ................................................................................. 19
1.3 HISTÓRIA DA TERAPIA MANUAL ..................................................................... 20
1.3.1 Técnicas de Terapia Manual em DTMs ......................................................... 22
2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 28
3 OBJETIVO GERAL ................................................................................................ 29
4 MÉTODO ................................................................................................................ 30
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 32
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 43
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 44
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1– OSSOS DA ATM ............................................................................................................................... 6 FIGURA 2 – CÁPSULA E DISCO ARTICULAR DA ATM ........................................................................................... 7 FIGURA 3 – LIGAMENTOS DA ATM .................................................................................................................... 8 FIGURA 4 – MÚSCULO TEMPORAL ...................................................................................................................10 FIGURA 5– MÚSCULO MASSETER .....................................................................................................................10 FIGURA 6– MÚSCULO PTERIGOIDEO MEDIAL (VISTA LATERAL) .........................................................................11 FIGURA 7– MÚSCULO PTERIGOIDEO MEDIAL (VISTA POSTERIOR) .....................................................................11 FIGURA 8– MÚSCULO PTERIGOIDEO LATERAL (VISTA LATERAL) ........................................................................12 FIGURA 9– MÚSCULO ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO.........................................................................................12 FIGURA 10– MÚSCULO TRAPÉZIO ....................................................................................................................13 FIGURA 11– MÚSCULO DIGÁSTRICO ................................................................................................................14 FIGURA 12– MÚSCULO GENIOIÓIDE .................................................................................................................14 FIGURA 13– MÚSCULO MILOIÓDEO .................................................................................................................15 FIGURA 14– MÚSCULO ESTILOIÓDEO ...............................................................................................................15 FIGURA 15– MÚSCULO TIREOIÓDEO ................................................................................................................16 FIGURA 16– MÚSCULO ESTERNOIÓIDEO ..........................................................................................................16 FIGURA 17– MÚSCULO ESTERNOIÓIDEO ..........................................................................................................17 FIGURA 18– MÚSCULO OMOIÓIDE...................................................................................................................17 FIGURA 19 – QUADRO INDICAÇÕES DE TÉCNICAS MANUAIS ............................................................................21 FIGURA 20 – QUADRO TIPOS DE DISTÚRBIOS MIOFACIAIS................................................................................22 FIGURA 21– QUADRO TÉCNICA/ SENSAÇÃO FINAL DO MOVIMENTO ...............................................................23
6
1 INTRODUÇÃO
1.1 ANATOMIA DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
A articulação temporomandibular (ATM) está envolvida em funções como
mastigação, fonação e expressões faciais e sua estrutura é revestida por tecido
conjuntivo denso, camada proliferativa fina, fibrocartilagem e osso lamelar. O seu
correto funcionamento é indispensável para o correto crescimento da mandíbula e
consequentemente da face durante infância e adolescência (DE SIQUEIRA;
TEIXEIRA, 2012).
A anatomia dessa estrutura articular consiste em: ossos; cápsula e disco;
ligamentos; músculos, inervações e ações; vascularização e fáscia.
1.1.1 Ossos
O sistema mastigatório é formado por três grandes estruturas ósseas, duas de
suporte dentário, a maxila e a mandíbula; e a terceira, o osso temporal, parte
integrante do crânio, de suporte à mandíbula (OKESON, 2013).
Sendo uma articulação conjugada requer a presença de pelo menos três ossos,
no entanto, a ATM é constituída por apenas dois, o temporal e a mandíbula, porém no
ponto de vista funcional, o disco articular considera-se como o terceiro osso,
permitindo movimentos articulares complexos (WRIGHT, 2005).
Figura 1– Ossos da ATM
Fonte: Netter (2000)
7
1.1.2 Cápsula e Disco
Cápsula Articular – é um fino envoltório que está inserido anteriormente no
tubérculo articular, posteriormente na fissura escamo timpânica, acima da fossa
mandibular e abaixo do colo da mandíbula (GONZALEZ, 2005).
Disco Articular – é uma lâmina ovulada e fina situada entre o côndilo da
mandíbula e a fossa mandibular dividindo a articulação em parte superior e inferior,
cada qual guarnecida com uma membrana sinovial, sendo sua face superior côncavo-
convexa para se ajustar ao tubérculo e a fossa da mandíbula, e sua face inferior
côncava para se ajustar ao côndilo da mandíbula (GONZALEZ, 2005).
Figura 2 – Cápsula e disco articular da ATM
Fonte: Netter (2000).
8
1.1.3 Ligamentos
Ligamento Temporomandibular Lateral – consiste em dois curtos fascículos
estreitos com sua inserção acima no arco zigomático e abaixo na face lateral do colo
da mandíbula.
Ligamento Esfenomandibular – é uma faixa fina e achatada que se localiza
medial à cápsula com sua inserção na espinha do esfenoide e abaixo na lígula do
forame mandibular.
Ligamento Estilomandibular – posterior à cápsula, insere-se no processo
estiloide e na margem posterior do ângulo da mandíbula. Separa a glândula parótida
da submandibular (NETTER, 2000).
Figura 3 – Ligamentos da ATM
Fonte: Netter (2000).
Considerada uma articulação de gínglimo artroidal, faz movimentos no sentido
de dobradiça (ginglimoidal) e em deslize (atroidal) (OKESON, 2013). Essa articulação
funciona com movimentos e deslocamentos translacionais e inferiormente articulação
giratória de movimentos rotacionais (FAVERO, 2004; RICHENE et al., 2019).
9
A ATM é a única articulação móvel do crânio, considerada a mais complexa do
corpo humano por ser a única que permite movimentos rotacionais e translacionais.
Além disto, existem duas articulações (côndilos) conectadas a um único osso, a
mandíbula as quais funcionam simultaneamente, para isso a exigência é que
trabalhem de forma sincronizada entre a oclusão dental e o equilíbrio neuromuscular
da própria articulação (DONNARUMMA et al., 2010; RICHENE et al., 2019).
A mandíbula e o maxilar são separados por um disco articular, que tem função
de suportar impacto, realizando movimentos ativos de depressão-, excursão lateral e
protrusão mandibular atuando na mastigação, deglutição, fala e postura, dependendo
da saúde e estabilidade para o funcionamento adequado (BOREL; SILVA; BARBOSA,
2007; LOPES; CAMPOS; NASCIMENTO, 2011; RICHENE et al., 2019).
1.1.4 Músculos, Inervações e Ações
A inervação dos músculos da ATM é feita pelo Nervo Trigêmeo (nervo craniano
V), se os músculos acessórios dos grupos supra-hiódeo e infra-hiódeo são incluídos
sua inervação é feita também pelos nervos cranianos VII e XII (nervo facial e nervo
hipoglosso, respectivamente), o nervo hipoglosso também se comunica com os
primeiros três nervos cervicais.
Considerado o quinto nervo craniano o trigêmeo tem componentes sensitivos e
motores, sabe-se que a parte sensitiva inerva a região facial, enquanto sua parte
motora os músculos da mastigação. O nervo facial é o sétimo par de nervo craniano
também de origem mista, têm sua parte sensitiva inervada por parte da língua,
enquanto sua parte motora pelos músculos da face (LYNN; LIPPERT, 2011).
Os músculos podem ser divididos em:
a) TEMPORAL
Origem: Face externa do temporal;
Inserção: Processo coronóide da mandíbula e face anterior do ramo da mandíbula;
Inervação: Nervo temporal (Ramo mandibular do nervo Trigêmeo – V Par Craniano);
Ação: Elevação (oclusão) e Retração da Mandíbula;
10
Figura 4 – Músculo Temporal
Fonte: Netter (2000).
b) MASSETER
Origem: Arco zigomático;
Inserção: Fascículo Superficial: Ângulo e ramo da mandíbula;
Fascículo Profundo: Ramo e processo coronoide da mandíbula;
Inervação: Nervo massetérico (Ramo mandibular do nervo Trigêmeo – V Par
Craniano);
Ação: Elevação (oclusão) da Mandíbula;
Figura 5– Músculo Masseter
Fonte: Netter (2000).
c) PTERIGOIDEO MEDIAL
Origem: Face medial da lâmina lateral do processo pterigoideo do osso esfenoide;
Inserção: Face medial do ângulo e ramo da mandíbula;
Inervação: Nervo do pterigoideo medial (Ramo mandibular do nervo Trigêmeo – V
par craniano);
Ação: Elevação (oclusão) da Mandíbula;
11
Figura 6– Músculo Pterigoideo Medial (vista lateral)
Fonte: Netter (2000). Figura 7– Músculo Pterigoideo Medial (vista posterior)
Fonte: Netter (2000).
d) PTERIGOIDEO LATERAL
Origem: Cabeça Superior: Asa maior do esfenoide;
Cabeça Inferior: Face lateral da lâmina lateral do processo pterigoide do osso
esfenoide;
Inserção: Cabeça Superior: Face anterior do disco articular;
Cabeça Inferior: Côndilo da mandíbula;
Inervação: Nervo do pterigoideo lateral (Ramo mandibular do nervo Trigêmeo – V par
craniano);
Ação: Abertura da boca e protrusão da mandíbula. Move a mandíbula de um lado
para o outro.
12
Figura 8– Músculo Pterigoideo Lateral (vista lateral)
Fonte: Netter (2000).
e) ESTERNOCLEIDOMASTÓIDEO
Inserção Superior: Processo mastoide e linha nucal superior;
Inserção Inferior: Face anterior do manúbrio do esterno junto à face superior e borda
anterior
do 1/3 medial da clavícula;
Inervação: C2, C3 e parte espinhal do nervo Acessório (11º par craniano);
Ação:
* Fixo Superiormente: Ação Inspiratória
* Fixo Inferiormente:
Contração Unilateral:
Flexão, Inclinação Homolateral e rotação com a face virada para o lado oposto;
Contração Bilateral: Flexão da Cabeça.
Figura 9– Músculo Esternocleidomastoideo
Fonte: Netter (2000).
13
f) TRAPÉZIO
Inserção Medial: Linha nucal superior, ligamento nucal e processos espinhosos da
C7 a T12;
Inserção Lateral: Borda posterior da clavícula, acrômio e espinha da escápula;
Inervação: Nervo Acessório (XI par craniano) e nervo do trapézio (C3 – C4);
Ação:
Fixo na Coluna: Elevação do Ombro, Adução das Escápulas, Rotação Superior das
Escápulas e Depressão de Ombro
Fixo na Escápula:
Contração Unilateral: Inclinação Homolateral e Rotação Contralateral da Cabeça
Contração Bilateral: Extensão da Cabeça.
Figura 10– Músculo Trapézio
Fonte: Netter (2000).
MÚSCULOS SUPRA HIÓIDEOS
a) DIGÁSTRICO
Inserção Superior:
Ventre Anterior: Fossa digástrica da mandíbula;
Ventre Posterior: Processo mastoide;
Inserção Inferior: Corpo do osso hioide;
Inervação: Nervo facial (ventre posterior) e nervo mandibular (ventre anterior);
Ação: Elevação do osso hioide e abaixamento da mandíbula (abertura da boca). O
ventre anterior traciona o osso hioide para frente e o ventre posterior para trás.
14
Figura 11– Músculo Digástrico
Fonte: Netter (2000).
b) GENIOIÓDIE
Inserção Superior: Espinha mentoniana da mandíbula;
Inserção Inferior: Corpo do osso hioide;
Inervação: Nervo Hipoglosso (C1);
Ação: Tração Anterior do osso Hioide e da Língua.
Figura 12– Músculo Genioióide
Fonte: Netter (2000).
c) MILOIÓDEO
Inserção Superior: Linha milo-hioidea da mandíbula;
Inserção Inferior: Corpo do osso hioide;
Inervação: Nervo Mandibular (Ramo do nervo Trigêmeo – V par craniano);
Ação: Elevação do osso Hioide e da Língua.
15
Figura 13– Músculo Miloiódeo
Fonte: Netter (2000).
d) ESTILOIÓDEO
Inserção Superior: Processo estiloide;
Inserção Inferior: Corpo do osso hioide;
Inervação: Nervo Facial (VII par craniano);
Ação: Elevação e Retração do Osso Hioide.
Figura 14– Músculo Estiloiódeo
Fonte: Netter (2000).
MÚSCULOS INFRA HIÓIDEOS
a) TIREOIÓIDEO
Inserção Superior: Corno maior do osso hioide;
Inserção Inferior: Cartilagem tireoide;
Inervação: Nervo do Hipoglosso (C1 e C2);
Ação: Baixar o Osso Hioide.
16
Figura 15– Músculo Tireoiódeo
Fonte: Netter (2000).
b) ESTERNOIÓIDEO
Inserção Superior: Corpo do osso hioide
Inserção Inferior: Face posterior do manúbrio do esterno e ¼ medial da clavícula
Inervação: Ramos da Alça Cervical (N. do Hipoglosso) com fibras de C1 à C3
Ação: Baixar o Osso Hioide.
Figura 16– Músculo Esternoióideo
Fonte: Netter (2000).
c) ESTERNO TIREÓIDEO
Inserção Superior: Cartilagem tireoide
Inserção Inferior: Face posterior do manúbrio do esterno;
Inervação: Ramos da alça cervical (nervo do Hipoglosso) com fibras de C1 à C3;
Ação: Baixar a Cartilagem tireoide.
17
Figura 17– Músculo Esternoióideo
Fonte: Netter (2000).
d) OMO IÓIDEO
Inserção Superior: Corpo do osso hioide;
Inserção Inferior: Borda superior da escápula;
Inervação: Ramos da Alça Cervical (N. do Hipoglosso) com fibras de C1 à C3;
Ação: Baixar o Osso Hióide.
Figura 18– Músculo Omoióide
Fonte: Netter (2000).
1.1.5 Vascularização
A irrigação sanguínea da ATM é feita pela artéria carótida externa através de
ramos das artérias temporal superficial, auricular profunda, timpânica anterior,
faríngea ascendente e maxilar interna (ZAGALO et al., 2010).
18
1.1.6 Fáscia
Anatomicamente, a superficial faz parte da aponeurose epicraniana cobrindo
quase todo o aspecto lateral do crânio, já a temporal profunda cobre exatamente o
músculo temporal e mede 10 × 12 cm. Elas têm um suprimento arterial e venoso
separado que permite sua utilização como homoenxerto, retalho de rotação ou retalho
microvascular livre. Histologicamente, não há diferença entre as duas. Um estudo das
características físicas usando o módulo de Young não revelou diferença significativa
na elasticidade entre os dois onde o fator mais significativo que afetou a elasticidade
foi o estado de hidratação (RAJURKAR et al., 2017).
1.2 DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES
As disfunções temporomandibulares (DTMs) são termos coletivos utilizados
para descrever um conjunto de alterações e de problemas clínicos que envolvem a
ATM, músculos mastigatórios e demais estruturas associadas (TOMAZ-MORAIS,
2015; CONTI et al., 2015; DANTAS et al., 2015; PICCIN et al., 2016; SANDERS et al.,
2017; CELAKIL et al. 2017).
Podem ser classificadas em dois grandes subgrupos: as de origem articular, ou
seja, aquelas em que os sinais e sintomas estão relacionados à ATM; e as de origem
muscular nas quais relacionam-se com a musculatura estomatognática (FARILLA,
2007).
A condição musculoesquelética seja da região cervical, como da musculatura da
mastigação, é a maior causa de dor não dental na região orofacial (MAGNUSSON et
al., 2000).
Sua fisiopatologia não é clara e sua etiologia é considerada multifatorial como
trauma articular, discrepâncias oclusais, hipermobilidade articular, problemas
esqueléticos, bruxismo, sinovite, capsulite, osteoartrite, distúrbios internos da ATM,
hábitos parafuncionais, fatores psicossociais e de comportamento e estresse
emocional (PICCIN et al., 2016; CELAKIL et al., 2017).
19
A postura corporal foi descrita como um fator causal ou de risco que não se
relaciona apenas com a posição da mandíbula e do crânio, a coluna cervical, as
estruturas supra-hioideas e infra-hioideas, os ombros e a coluna toracolombar
também estão envolvidas onde vários estudos descreveram uma maior prevalência
de sinais e sintomas em pacientes com comprometimento das posturas corporais, em
comparação com pacientes sem comprometimento (FUENTES-FERNÁNDEZ et al.,
2016).
Os sinais e sintomas da DTM incluem dor facial, na ATM, sensibilidade à
palpação das estruturas mastigatórias, diminuição da amplitude do movimento
mandibular, ruído nas articulações como clique, estalido ou crepitação, tensão
miofascial, desvios durante movimento mandibular e limitações funcionais (SOUZA et
al., 2014; CARVALHO et al., 2016).
Dor, abertura bucal limitada, movimento assimétrico da mandíbula e os sons
articulares são os achados mais comuns (COÊLHO; CARACAS, 2015). A dor é
frequentemente associada a sintomas físicos de outros distúrbios crônicos e
comorbidades, como mialgia e artralgia generalizada (BONATO et al., 2017). O
deslocamento anterior do disco é um dos distúrbios internos mais comuns da ATM
que é uma condição que pode ser acompanhada, ou não, de dor e/ou disfunção
(CONTI et al., 2015).
1.2.1 Tratamentos para DTMs
As técnicas fisioterapêuticas utilizadas nos quadros de DTM constituem um
modelo importante de terapia coadjuvante dentro de um arsenal orientado a solucionar
diretamente os problemas direcionado para o alívio da dor da musculatura envolvida,
reeducação do sistema neuromuscular, restabelecimento da posição de repouso
mandibular, recuperação da coordenação muscular, resolução dos sintomas,
reequilíbrio muscular e restauração da função comprometida, obtendo resultados mais
duradouros. Entre os recursos mais empregados na fisioterapia para o manuseio das
DTM estão a termoterapia (calor e frio), os agentes eletromagnéticos (diatermia por
ondas curtas e laser de baixa intensidade), o ultrassom terapêutico (UST), a
estimulação eletroestimulação transcutânea (TENS), terapia manual (massagem,
20
mobilização manual, manipulação e exercícios) e os recursos em mecanoterapia
(SANTOS; PEREIRA, 2016).
1.3 HISTÓRIA DA TERAPIA MANUAL
A medicina manual é tão antiga quanto a ciência e a arte da medicina
propriamente dita, sabe-se que desde os primórdios em várias culturas diferentes, era
utilizada como forma de tratamento de deformidades e disfunções sendo citada até
mesmo por figuras históricas como Galeno, Celisies e Oribásio. Em nações antigas,
como China, Egito e Tailândia, documentos e pinturas mostram o uso das mãos
buscando o alívio das dores. Atualmente, esse tipo de técnica é empregado no
tratamento das disfunções da ATM, que podem desencadear inúmeros problemas
estruturais aos indivíduos acometidos com tal distúrbio (GREENMAN, 2001).
Seu conceito consiste em uma ferramenta de tratamento que se utiliza de
recursos manuais para interferir nas estruturas e na função do organismo, obtendo
assim, os resultados desejados através da auto cura e autorregulação do corpo
quando este apresenta algum processo patológico. Seus princípios estão
fundamentados em conhecimentos de anatomia, fisiologias, biomecânica e
cinesiologia (GREENMAN, 2001).
Indícios do início do uso da manipulação vertebral no ocidente provêm do
Grego Hipócrates 400 AC. De lá para cá, a Terapia Manipulativa enfrentou momentos
de total descrédito contrastando na atualidade, com uma ampla aceitação de sua
eficácia no tratamento de problemas musculoesqueléticos. Durante o século XVIII na
Inglaterra a terapia manual era praticada apenas por leigos denominados de
Bonesetters ou “ajeitadores de ossos’’ vistos por grande parte dos médicos da época
como uso indiscriminado da manipulação devido aos resultados insatisfatórios no
tratamento de estruturas com patologias infecciosas como a tuberculose. No século
seguinte na América do Norte, esse distanciamento entre a terapia manual e a
medicina ortodoxa contribuiu para o surgimento de filosofias alternativas de
tratamento como a Quiropraxia e a Osteopatia (GREENMAN, 2001).
Os Fisioterapeutas começaram a praticar a manipulação vertebral no princípio
do século XX na Inglaterra. Em 1974 um grupo pioneiro fundou a Federação
Internacional de Fisioterapeutas Manipulativos Ortopédicos (IFOMPT) o que
21
proporcionou um grande estímulo ao desenvolvimento da especialidade
(GREENMAN, 2001).
Seguindo nesse contexto, Resende (2006) afirma que a mobilização articular
se trata de movimentos passivos lentos, em grande amplitude, com o objetivo de
melhora das disfunções de movimentos artrocinemáticos, ou seja, melhora o
deslizamento articular, diminuindo o atrito mecânico na articulação, dor, edema e
melhor função biomecânica.
Os fundamentos da terapia manual têm como base manipulações,
mobilizações e exercícios específicos com objetivo de estimular a propriocepção,
produzir elasticidade a fibras aderidas, estimular o líquido sinovial e promover a
redução da dor. Quando aplicada sobre os tecidos musculares, ósseos, conjuntivos e
nervosos, busca obter de forma direta ou reflexa reações fisiológicas que equilibram
e normalizam as diversas alterações, assim como suas manifestações dolorosas
(DUTTON, 2010).
Figura 19 – Quadro indicações de técnicas manuais
Fonte: Dutton (2010)
22
1.3.1 Técnicas de Terapia Manual em DTMs
Para tratamento de pacientes com DTM a terapia manual é também uma das
manobras mais utilizadas envolvendo manipulação articular, técnicas em tecidos
moles, como a liberação miofascial e de pontos gatilho (KALAMIR et al., 2012). Tem
por objetivo restaurar a função mandibular normal, melhorando a coordenação de
movimento e força da mandíbula, por meio do alívio da dor neuromusculoesquelética
causada pela inflamação dos tecidos (RASHID; MATTHEWS; COWGILL, 2013).
Na terapia manual é realizada liberação muscular utilizando liberação
miofascial, mobilização articular, liberação “Trigger Point”, massoterapia,
alongamento passivo, pompagem, descompressão da ATM, estabilização
neuromusculoesquelética, técnica de Mulligan (ALVES et al., 2010; MOURÃO;
MESQUITA, 2006).
A liberação miofascial é utilizada nas disfunções de tecidos moles, sendo
aplicada com uma leve pressão sustentada pela fáscia liberando assim as restrições
faciais e recuperando a função normal (DUTTON, 2010). É uma técnica extra oral da
terapia manual, tem sua eficácia baseada na eliminação da tensão nos tecidos moles,
pontos gatilhos e estados de defesa muscular, recorrendo a movimentos de baixa
velocidade que, aplicados sobre a área, agem sobre o sistema sensorial, causam
efeitos que estimulam as terminações nervosas, favorecendo na nutrição muscular
pela estimulação tátil (ANDRADE; FRARE, 2008).
A utilização da técnica de liberação miofascial acarreta no correto alinhamento
articular e reduz a vasoconstrição e a dor sem comprometer a resistência muscular,
diminui o espasmo muscular, aumenta a circulação local, diminui a dor e restaura a
amplitude normal da articulação (CRONEMBERGER; SILVA; BONFI M, 2011).
Figura 20 – Quadro Tipos de distúrbios miofaciais.
Fonte: Dutton (2010)
23
Na mobilização articular são realizados movimentos passivos, dentro da
amplitude ou até seu limite, recuperando assim qualquer perda de movimentos
articulares acessórios sendo aplicada nas direções paralelas ou em movimentos
combinados ao plano de tratamento, com intuito de aliviar a dor e recuperar a relação
articular fisiológica na parte interna da articulação (DUTTON, 2010). Esta técnica age
na lubrificação da cápsula articular aumentando a amplitude de movimento,
modulando a dor e tratando as disfunções que estarão limitadas pela mecânica
alterada, realizando exercícios alternando contra a resistência contrária da abertura
ao fechamento da boca, como o fortalecimento muscular, este pode ser realizado com
resistência manual (KYARA; MEJIA, 2012; BARBOSA; BARBOSA, 2009).
Figura 21– Quadro técnica/ sensação final do movimento
Fonte: Dutton (2010)
As musculaturas da cervical e mastigatório que apresentam fadiga e dor
acompanhada por “Trigger Point” (ponto gatilho), para alívios desses, utilizam a
técnica “digito pressão”, realizado com uma pressão com o polegar, essa pressão
deve ser firme, de forma graduada e lenta, realizado sobre os tecidos a ser tratados,
em posição de relaxamento sendo associada com a respiração lenta e profunda
(KYARA; MEJIA, 2012). A liberação de “Trigger Point” tem como objetivo aliviar a dor
e a rigidez dos músculos envolvidos, eliminar fatores permanentes, melhorar os
movimentos articulares, e aumentar a circulação (DUTTON, 2010; SOUZA, 2012).
24
A massoterapia pode ser definida como uma manipulação dos tecidos moles e
tem como finalidade produzir efeitos sobre diversos sistemas sendo capaz de produzir
vasodilatação, aumentar o fluxo linfático, relaxamento muscular, alívio da dor,
melhorar a nutrição tecidual, ocasiona sensação de bem-estar geral, além de
benefícios psicológicos eliminando pontos-gatilho, podendo gerar calor profundo,
favorecendo e remissão da sensibilidade dolorosa (TOSATO; GONZALEZ; CARIA,
2007).
Alongamento é utilizado para aumentar a elasticidade dos tecidos moles que
se apresentam encurtados, fazendo com que ganhem amplitude de movimento e
função da articular (FREITAS et al., 2015). Os exercícios de alongamento nos
músculos e cápsulas articulares, variando entre exercícios isométricos melhoram a
mobilidade, fortalecimento e função biomecânica articular, adequações posturais e
alongamentos reduzem esforço muscular e articular (KYARA; MEJIA, 2012).
O alongamento deve ser realizado com os dedos do terapeuta, onde as fibras
dos músculos são apreendidas e é exercida uma força no sentido da abertura da
mandíbula, sendo necessário que o fisioterapeuta ensine ao paciente o controle da
abertura e do fechamento da mandíbula, fazendo com que ele tenha controle dos
movimentos, os exercícios devem ser executados mantendo a simetria no movimento
de ambos os lados ao realizar o movimento de abertura e fechamento da boca
(SOUZA, 2012). É necessário realizar alongamento da musculatura da cervical e
salientando sobre a posição adequada para que o alongamento seja eficaz, não pode
produzir dor, pois, pode reforçar o espasmo (DUTTON, 2010; SOUZA, 2012).
Na descompressão da ATM, com manobra de tração da mandíbula, para a
coluna cervical pode ser utilizada a manobra de pompagem no pescoço, realizando
uma tração na cabeça mantendo por três segundos e relaxando lentamente,
alongando os extensores da cabeça. Ao realizar esses exercícios da cervical sua
musculatura se torna relaxada evitando a má postura (MOURÃO; MESQUITA, 2006).
Essa técnica tem o objetivo de melhorar a circulação da região a ser aplicada
e promove o relaxamento da musculatura, sendo simples e executada em três tempos.
No primeiro tempo o fisioterapeuta irá alongar lentamente e progressivamente a
musculatura até seu limite fisiológico; no segundo tempo o paciente deve se manter
relaxado sendo realizada a manutenção da tensão, e no terceiro tempo acontece o
25
retorno da posição inicial, realizando em movimento leve e lento (LA TOUCHE et al.,
2009).
A estabilização neuromusculoesquelética é um meio de obter controle
neuromuscular ideal nas regiões do corpo que quando realizada na região crânio
mandibular, as contrações isométricas delicadas ajudam a reduzir a hipermobilidade
da ATM, podendo aprimorar o controle sensoriomotor da mandíbula, sendo em
posição estática ou dinâmica (MAKOFSKY, 2006).
A técnica de Mulligan consiste na aplicação de movimentos acessórios na
coluna vertebral livres de dor onde proporciona muitos benefícios para os pacientes
com DTMs como, por exemplo, aumento da amplitude de movimento, relaxamento
muscular e alívio da dor e quando usada para mobilização cervical pode ser eficaz,
em curto prazo, para aumentar a amplitude de movimento cervical e a abertura da
boca e diminuir a dor na ATM e na coluna cervical (FERREIRA, 2015).
1.3.1.1 Indicações e contraindicações
A atuação do fisioterapeuta no tratamento das DTMs vem tomando espaço.
Anteriormente o tratamento era conhecido apenas pelos profissionais odontólogos,
hoje nota-se a importância da atuação de um fisioterapeuta e a eficácia do tratamento
realizado por este profissional (RANGEL; GAMA, 2012; PAIVA, 2015).
O tratamento não invasivo vem tomando espaço para as DTMs, o fisioterapeuta
tem o objetivo de evitar cirurgias, aliviar a dor, melhorar a amplitude de movimento e
a postura, reduzir a inflamação, fortalecer a musculatura esquelética, reeducar quanto
ao posicionamento correto da mandíbula e cabeça (GARCIA; OLIVEIRA, 2011;
REZENDE, 2012; ARENHAT; LAZAROTTO; THOMÉ, 2013).
O uso da terapia manual tem como benefícios: melhorar a distribuição do
liquido sinovial, correções das falhas posicionais dos côndilos mandibulares,
relaxamento muscular, controle do quadro álgico e aumento da mobilidade, produzir
elasticidade a fibras aderidas e estimulação do líquido sinovial (SALVATTI, 2011;
OLIVEIRA, 2012; FREITAS et al., 2015).
26
A terapia manual é indicada nos seguintes casos:
o Dores musculoesqueléticas brandas.
o Condições musculoesqueléticas não irritáveis, demonstradas pela dor
causada pelo movimento e que desaparece muito rápido.
o Dor musculoesquelética intermitente.
o Dor relatada pelo paciente, aliviada pelo repouso.
o Dor relatada pelo paciente, aliviada ou provocada por determinados tipos
de movimentos ou posições.
o Dor alterada por mudanças relacionadas com a postura sentada ou a de
pé.
As contraindicações para terapia manual envolvem aquelas que
são absolutas e as que são relativas.
A) ABSOLUTAS
Infecção bacteriana.
o Malignidade.
o Infecção sistémica localizada.
o Suturas sobre o local de tratamento.
o Fratura recente.
o Celulite.
o Estado febril.
o Hematoma.
o Condição circulatória aguda.
o Feridas abertas no local de tratamento.
o Osteomielite.
o Diabete avançado.
o Hipersensibilidade da pele.
o Sensação de final do movimento inadequada (espasmódica, vazia,
óssea).
o Dor grave e constante, incluindo a dor que perturba o sono, indicando
que a condição provavelmente se encontre no estágio agudo de
cicatrização.
o Irradiação extensiva da dor.
27
o Dor que não é aliviada pelo repouso.
o Irritação grave (dor provocada com facilidade e que não desaparece em
poucas horas).
B) RELATIVAS
o Efusão ou inflamação articular.
o Artrite reumatoide.
o Presença de sinais neurológicos.
o Osteoporose.
o Hipermobilidade.
o Gravidez, se a técnica for aplicada à coluna.
o Tontura.
o Terapia com esteroides ou com anticoagulantes.
Um único estudo de caso realizado por Cleland e Palmer citado por Dutton
(2010) considerou a fisioterapia manual (deslizamento articular anterior, distração e
alongamento com contração-relaxamento do trapézio superior, do levantador da
escápula e dos occipitais posteriores), os exercícios terapêuticos (músculos escapulo
torácicos) e a educação do paciente (postura, hábitos para funcionais, dieta leve,
posição de repouso da língua e modificação nas atividades) estratégias eficazes de
tratamento de pacientes com deslocamento bilateral do disco sem redução, em oito
seções.
Neste contexto se faz a seguinte pergunta problema: quais os benefícios da
terapia manual nas disfunções da ATM?
28
2 JUSTIFICATIVA
Acredita-se que a terapia manual seja um dos recursos terapêuticos essenciais
para o sucesso no tratamento das DTMs, pois a qualidade de técnicas bem
executadas pelo fisioterapeuta pode, cada vez mais, se tornar um diferencial efetivo e
um fator decisivo no processo de melhora do paciente. Acredita-se ainda que a falta
de conhecimento de seus benefícios e inúmeras técnicas comprometem sua
efetividade. A terapia manual é um recurso que exige somente a formação adequada
do fisioterapeuta nas técnicas empregadas sem grandes gastos materiais, levando ao
paciente a melhora almejada.
Devido as crescentes demandas dos pacientes pela busca do tratamento
conservador e não invasivo, ultimamente, a terapia manual tem demonstrado grande
valor no tratamento da articulação. Sua filosofia envolve a preocupação com a
qualidade não só no tratamento como também na prevenção, tendo como foco
principal a satisfação dos pacientes.
Além do interesse do pesquisador pela temática, o estudo se justificará pelas
seguintes razões:
o no campo organizacional – pelas contribuições que trará para
fisioterapeutas e profissionais da área da medicina manipulativa;
o no campo acadêmico – a pesquisa se reveste de importância pelas
contribuições que trará para professores, pesquisadores e estudantes
de fisioterapia e áreas afins;
o no campo social – a pesquisa justifica-se pelo fato de a qualidade ser
um fator essencial para aqueles que buscam o sucesso.
Por fim, estudar a temática se justificará também pelo fato de que os terapeutas
possam buscar novas estratégias que viabilizem o tratamento dos pacientes com essa
disfunção e dessa forma possam maximizar sua competitividade na busca de maiores
aprendizados. Lembrando sempre que para se chegar nesse patamar de existir uma
ótima qualidade na prestação de serviços se faz necessário um profissional que possa
cobrar de si próprio essa qualidade em todos os aspectos. Sem isso, fica inviável a
obtenção da evolução dos conhecimentos e se manter por muito tempo nesse
mercado cada vez mais competitivo. Por isso, essa pesquisa se reveste de tal
importância para todos.
29
3 OBJETIVO GERAL
Verificar, dentre os diversos métodos existentes, os benefícios da Terapia
Manual para obter a melhora das disfunções temporomandibulares devolvendo a
normal função dessa articulação.
30
4 MÉTODO
Trata-se de uma revisão de literatura descritiva integrativa, utilizando as bases
de dados: Pedro, Scielo, PubMed, jornais, livros e revistas da área que englobam o
assunto em questão, nos idiomas português/inglês. Os descritores foram: terapia
manual, articulação temporomandibular, disfunções temporomandibulares. Os artigos
buscados para embasamento do conteúdo teórico foram de revisão de literatura e do
conteúdo comparativo das técnicas convencionais da Fisioterapia com a Terapia
Manual foram de estudos de caso randomizados, ensaios clínicos e estudo piloto com
número de participantes superior a 10.
Os artigos identificados pela estratégia de busca comparativa foram avaliados
inicialmente a partir da leitura dos títulos e resumos, e posteriormente a partir da leitura
do artigo na íntegra, utilizando como critérios de inclusão nesta revisão ensaios
clínicos publicados no período de 2009 a 2019 que documentassem a aplicação da
fisioterapia convencional, eletroterapia e terapia manual (com ênfase em
massoterapia, liberação miofascial e manipulações musculoesqueléticas) no
tratamento das DTM em adultos, nos idiomas português e inglês. Foram excluídos os
artigos que não atendiam aos critérios de busca ou fora do campo de atuação da
fisioterapia.
31
Estratégia de busca: PubMed: 116 publicações
SciELO: 4 publicações PEDro: 18 publicações LILACS: 8 publicações
Publicações excluídas por duplicadas nas bases: PubMed: 2 publicações SciELO: 1 publicações PEDro: 1 publicações LILACS: 1 publicações
Publicações Selecionadas: PubMed: 6 publicações SciELO: 0 publicações PEDro: 3 publicações LILACS: 1 publicações
Publicações excluídas após a leitura do título e resumo:
PubMed: 104 publicações SciELO: 3 publicações PEDro: 14 publicações LILACS: 5 publicações
Publicações previamente selecionados:
PubMed: 11 publicações SciELO: 1 publicações PEDro: 4 publicações LILACS: 3 publicações
Publicações excluídas por N: PubMed: 4 publicações SciELO: 0 publicações PEDro: 0 publicações LILACS: 1 publicações
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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1 Tabela de resultados
AUTOR/ANO TÍTULO REVISTA TÉCNICA METODOLOGIA RESULTADOS CONCLUSÃO DOS AUTORES
1 Nagata et al, 2019
Eficácia da técnica de manipulação mandibular para pacientes com desordem temporomandibular com limitação de abertura da boca: um estudo randomizado controlado para comparação com terapia multimodal melhorada.
Journal of Prosthodontic Research
Manipulação mandibular
Um total de 61 pacientes com DTM com limitação de abertura bucal foram divididos em dois grupos de tratamento: tratamento convencional (n = 30) e tratamento convencional mais manipulação (n = 31). O tratamento convencional incluiu dois tipos de auto-exercício: terapia comportamental cognitiva para bruxismo e educação. Boca aberta limitação, dor orofacial e sons da articulação temporomandibular (ATM) foram registrados desde a semanas após a linha de base. Esses parâmetros foram comparados estatisticamente entre os dois grupos de tratamento usando análise de variância (ANOVA) e teste de Scheffe para avaliar a distância de abertura da boca e a dor.
Nenhuma diferença estatística foi observada entre os dois grupos de tratamento, exceto para a limitação de abertura de boca após o tratamento na primeira consulta. Análises de subgrupos, estratificadas de acordo tipo patológico de DTM, indicou tendência semelhante
A eficácia da manipulação parece ser limitada, em contraste com as nossas expectativas e a execução aprimorada de exercícios terapêuticos tem um efeito semelhante ao da manipulação durante a observação de longo prazo. A vantagem da manipulação foi observada apenas durante a primeira sessão de tratamento. O ECR foi registrado na Rede de Informações Médicas do Hospital Universitário no Japão
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AUTOR/ANO TÍTULO REVISTA TÉCNICA METODOLOGIA RESULTADOS CONCLUSÃO DOS AUTORES
2 Brochado et al, 2018
Eficácia comparativa da fotobiomodulação e terapia manual isolada ou combinada em pacientes com DTM: um ensaio clínico randomizado
Braz. Oral res. Vol.32 São Paulo 2018
Digito Pressão de Trigger Point
51 pacientes com DTM foram divididos aleatoriamente em três grupos: o grupo MPB (n = 18), que recebeu PBM com 808 nm, 100 mW, 13,3 J / cm2 e 4 J por ponto; o grupo MT (n = 16) por 21 minutos a cada sessão nos músculos mastigatórios e articulação temporomandibular da ATM; e o grupo CT (n = 17), aplicado durante doze sessões. Sete avaliações foram realizadas em diferentes momentos, utilizando-se a escala visual analógica (VAS), os Critérios de Diagnóstico de Pesquisa para Desordem Temporomandibular (RDC / TMD) Eixo I e II e Inventário de Ansiedade de Beck (BAI).
Todos os grupos demonstraram reduções na dor e melhora nos movimentos da mandíbula durante o tratamento e no acompanhamento (<0,001). A avaliação dos aspectos psicossociais da DTM, comparando o início e o acompanhamento em todos os grupos de tratamento, revelou que o tratamento não promoveu modificação na intensidade da dor crônica (p> 0,05). No entanto, os sintomas de depressão mostraram uma redução nos grupos PBM e CT (p≤0,05).
Todos os tratamentos promoveram redução dos sintomas físicos com e sem dor e aumento das incapacidades mandibulares (p ≤ 0,05). A MT promove melhora em 5 funções, PBM em 2 e CT em 1 (p <0,001). A análise do BAI revelou que todos os tratamentos levam a uma redução nos sintomas de ansiedade (p≤0,05). Todos os protocolos testados foram capazes de promover o alívio da dor, melhorar a função mandibular e reduzir os aspectos psicossociais negativos e os níveis de ansiedade em pacientes com DTM.
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AUTOR/ANO TÍTULO REVISTA TÉCNICA METODOLOGIA RESULTADOS CONCLUSÃO DOS AUTORES
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Gesslbauer C et al, 2016.
Eficácia de tratamento manipulativo osteopático versus osteopatia no campo craniano em desordens temporomandibulares - um estudo piloto.
Journal Disability and Rehabilitation Volume 40, 2018 – Issue 6
Osteopatia Manipulativa
Um ensaio clínico randomizado realizado em 40 mulheres com DTM a longo prazo (> 3 meses) Foram distribuídas aleatoriamente em dois grupos: (1) grupo de tratamento manipulativo osteopático (20 pacientes) e (2) osteopatia no grupo de campo craniano (20 pacientes). O exame foi realizado no início do estudo (E0) e no final do último tratamento (E1), consistindo de intensidade subjetiva de dor com a Escala Visual Analógica, o Índice de Helkimo e o SF-36 Health Survey. As mulheres tiveram 5 tratamentos, uma vez por semana. 36 sujeitos completaram o estudo.
Pacientes em ambos os grupos apresentaram redução significativa na Escala Visual Analógica, Índice de Helkimo e uma melhoria significativa no SF-36 Health Survey - subescala “Dor Corporal” após cinco tratamentos (E1). Todos os indivíduos (n = 36) também mostraram melhorias significativas nos parâmetros citados acima após cinco tratamentos (E1): Escala Visual Analógica (p <0,001), Índice de Helkimo (p <0,001), SF-36 Health Survey - subescala Dor” (p = 0,001).
Ambas as modalidades terapêuticas tiveram resultados clínicos semelhantes. Os achados deste estudo piloto apóiam o uso de tratamento manipulativo osteopático e osteopatia no campo craniano como uma modalidade de tratamento eficaz em pacientes com DTM.
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AUTOR/ANO TÍTULO REVISTA TÉCNICA METODOLOGIA RESULTADOS CONCLUSÃO DOS AUTORES
4 Gomes et al, 2014
Efeitos da massagem terapêutica e terapia de placa oclusal na amplitude de movimento mandibular em indivíduos com desordem temporomandibular: um ensaio clínico randomizado.
Journal of Manipulative and Physiological Therapeutics Volume 37, Issue 3, Pages 164–169
Massoterapia
Um ensaio clínico randomizado cego foi realizado com 28 voluntários com DTM distribuídos aleatoriamente em um grupo de massagem terapêutica ou em um grupo de placa oclusal. Ambos os tratamentos foram fornecidos por 4 semanas. 14 indivíduos sem DTM foram alocados consecutivamente em um grupo de comparação. A ADM mandibular foi avaliada antes e após o tratamento usando um paquímetro digital. A análise de variância de medidas repetidas de duas vias com um teste post hoc de Bonferroni foi usada para comparações intergrupos e intragrupos. Cohen d foi usado para calcular o tamanho do efeito.
Na análise intragrupo, aumentos significativos na ADM foram encontrados para todas as medidas em ambos os grupos de massagem e splint oclusal (P <0,05). Um efeito clínico pequeno a moderado do tratamento com a placa oclusal foi encontrado em relação à excursão lateral direita e esquerda em comparação com os grupos de massagem terapêutica e comparação assintomática (0,2 <d <0,5).
A massagem terapêutica nos músculos mastigatórios e o uso de placa oclusal levam ao aumento da ADM mandibular, semelhante ao grupo de comparação assintomática, em relação à abertura máxima da boca ativa e à excursão direita e esquerda em indivíduos com DTM.
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AUTOR/ANO TÍTULO REVISTA TECNICA METODOLOGIA RESULTADOS CONCLUSÃO DOS AUTORES
5 Tuncer et al, 2013
Eficácia da terapia manual e fisioterapia domiciliar em pacientes com desordens temporomandibulares: Um estudo controlado randomizado.
Journal of Bodywork and Movement Therapies Volume 17, 2013 Pages 302-308
Terapia manual manipulativa
40 sujeitos (nove homens e 31 mulheres; idade, 18-72 anos) com DTM foram aleatoriamente divididos em dois grupos: 5 homens e 15 mulheres; e outro com4 homens e 16 mulheres. A intensidade da dor foi avaliada em repouso e com estresse por meio de uma escala visual analógica (EVA). A abertura máxima da boca livre de dor (MMO) também foi avaliada. A média do escore de mudança (MCS) na EVA e a menor diferença detectável (DDS) na MMO sem dor foram medidas ao longo do tempo. Os resultados foram analisados pela MANOVA para avaliar os efeitos do tratamento ao longo do tempo.
No início do estudo, os grupos não diferiram entre si em relação aos escores VAS e MMO livre de dor (p> 0,05). Dentro de cada grupo, a EVA com estresse diminuiu (p <0,001) e a MMO livre de dor aumentou (p <0,001) com o passar do tempo. Entre os grupos, tanto o tempo * efeito do tratamento quanto o efeito do tratamento foram significativos para a EVA com estresse (p <0,001); no entanto, apenas o tempo * efeito do tratamento foi significativo para MMO livre de dor (p = 0,009). No grupo MT-HPT, MCS para EVA com estresse foi de 91,3% e SDD para MMO livre de dor foi de 10 mm.
Nossos resultados sugerem que um período de quatro semanas de MT-HPT tem um efeito clinicamente significativo na dor e na abertura máxima da boca sem dor em pacientes com DTM.
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AUTOR/ANO TÍTULO REVISTA TECNICA METODOLOGIA RESULTADOS CONCLUSÃO DOS AUTORES
6 Kamonseki et al, 2012
Efeito imediato da manipulação thrust aplicada na coluna cervical alta sobre a abertura ativa da boca: ensaio clínico randomizado
J Health Sci Inst. 2012;30(3):277-80
Thrust
Participaram do estudo 83 voluntários com idade entre 18 e 33 anos e dor na coluna cervical, distribuídos aleatoriamente em dois grupos, o experimental, submetidos a técnica HVLA (n= 41) e o grupo placebo (n=42). Cada sujeito teve a abertura da boca mensurada três vezes antes e após o tratamento por um avaliador cego.
O grupo em que a técnica HVLA foi aplicada na coluna cervical alta promoveu aumento imediato na abertura da boca, visto que a ADM de depressão da mandíbula no momento após intervenção, como a diferença pré e pós-intervenção foram maiores no grupo experimental comparado ao grupo placebo.
A aplicação da HVLA sobre os músculos suboccipitais pode promover aumento na abertura da boca em sujeitos sintomáticos na região da coluna cervical imediatamente após a intervenção.
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AUTOR/ANO TÍTULO REVISTA TECNICA METODOLOGIA RESULTADOS CONCLUSÃO DOS AUTORES
7 Silva et al, 2011
O efeito de técnicas de terapias manuais nas disfunções craniomandibular
Revista Brasileira de Ciências Médicas e da Saúde Número 1, 2011 Páginas 17-22
Mulligan
14 pacientes com DCM foram submetidos a uma avaliação da ADM da cervical e da abertura da boca e avaliação de dor na cervical e na ATM, antes e depois da mobilização vertebral da coluna cervical com a técnica Mulligan
A amplitude de movimento aumentou significativamente para todos os movimentos, exceto para flexão. As variáveis dor e abertura da boca também melhoraram de forma significativa.
A técnica Mulligan para mobilização cervical pode ser eficaz, a curto prazo, para aumentar a amplitude de movimento cervical e a abertura da boca e diminuir a dor na ATM e na coluna cervical.
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AUTOR/ANO TÍTULO REVISTA TECNICA METODOLOGIA RESULTADOS CONCLUSÃO DOS AUTORES
8 Cuccia AM et al, 2010
Terapia manual osteopática versus terapia conservadora convencional no tratamento de desordens temporomandibulares: um estudo controlado randomizado.
Journal of Bodywork and Movement Therapies Volume 14, Issue 2, Pages 179-184
Terapia Manual Osteopática vs Terapia convencional conservadora
Foi realizado um estudo randomizado e controlado que envolveu pacientes adultos com DTM divididos aleatoriamente em dois grupos: um grupo TMO (25 pacientes) e um grupo de terapia conservadora convencional (CCT) (25 pacientes). Na primeira consulta (T0), ao final do tratamento (após seis meses, T1) e dois meses após o término do tratamento (T2), todos os pacientes foram submetidos à avaliação clínica. As avaliações foram realizadas pela intensidade subjetiva da dor (escala de dor visual analógica, EVA), avaliação clínica (índice temporomandibular) e medidas da amplitude de abertura bucal máxima e movimento lateral da cabeça em torno de seu eixo.
Pacientes em ambos os grupos melhoraram durante os seis meses. O grupo OMT precisou de significativamente menos medicação (medicação não esteroidal e relaxantes musculares) (P <0,001).
As duas modalidades terapêuticas tiveram resultados clínicos semelhantes em pacientes com DTM, mesmo que o uso de medicamentos fosse maior no grupo TCC. Nossos achados sugerem que a TMO é uma opção válida para o tratamento da DTM.
40
AUTOR/ANO TÍTULO REVISTA TECNICA METODOLOGIA RESULTADOS CONCLUSÃO DOS AUTORES
9 Kalamir et al, 2010
Terapia miofascial intra-oral para disfunções temporomandibulares miógenas crônicas: estudo piloto controlado e randomizado
Jornal de Terapia Manual e Manipulativa Vol 18 N 3
Liberação intra oral miofascial
30 os candidatos foram inscritos no estudo como participantes. Divididos em três grupos
Os resultados de ambos os grupos de tratamento sugerem que IMT com ou sem educação e autocuidado pode ser benéfico no tratamento de casos de TMD. Tem sido sugerido que o mecanismo principal ismo de ação de lançamentos 'trigger point' e relacionados terapias envolve normalização do comprimento do sarcômero dentro de unidades musculares contraídas que passam por uma energia A melhora observada em ambos os tratamentos grupos é consistente com a noção de que o IMT pode influem na contratura crônica do músculo mastigatório.
Este estudo piloto demonstrou várias considerações importantes necessárias ao planejamento de ensaio em larga escala. A falta de reações adversas em qualquer participante durante o curso do estudo deve encorajar mais interesse em conservadores, não estratégias de manejo invasivo para portadores de DTM
41
AUTOR/ANO TÍTULO REVISTA TECNICA METODOLOGIA RESULTADOS CONCLUSÃO DOS AUTORES
10
Oliveira-Campelo NM et al, 2010
Os Efeitos Imediatos da Manipulação da Articulação Atlanto-occipital e da Técnica de Inibição de Músculo Suboccipital na Abertura da Boca Ativa e Sensibilidade à Pressão nos Pontos de Impulsos Miofasciais Latentes nos Músculos Mastigatórios
Journal of orthopaedic & sports physical therapy Volume 40, number 5, 2010
Digito Pressão de Trigger Point / Terapia manual manipulativa
122 voluntários, 31 homens e 91 mulheres, com idade entre 18 e 30 anos, com PGs latentes no músculo masseter, foram aleatoriamente divididos em 3 grupos: um grupo manipulador que recebeu um Thrust articular atlanto-occipital, um grupo de tecidos moles que recebeu uma técnica de inibição sobre os músculos suboccipitais e um grupo de controle que não recebeu uma intervenção. Os limiares de dor à pressão sobre os PG latentes nos músculos masseter e temporal e a abertura ativa da boca foram avaliados pré-tratamento e 2 minutos após o tratamento por um avaliador cego.
A ANOVA de 2 por 3 modelos mistos revelou uma interação grupo-por-hora significativa para mudanças nos limiares de dor à pressão em relação aos PG latentes dos músculos masseter (P<.01) e temporais (P = .003) e também para abertura ativa da boca ( P<.001) em favor dos grupos manipulativo e de tecidos moles. Os tamanhos de efeito entre os grupos eram pequenos.
A aplicação de manipulação Thrust da atlanto-occipital ou técnica de tecidos moles alvo para os músculos suboccipital levou a um aumento imediato no limiar da dor, mas pressão PG latentes no masseter e músculos temporais e um aumento na abertura máxima da boca ativo.
41
Diante das evidências expostas na tabela 1 podemos observar os benefícios
da manipulaçã6o com a boca aberta concomitante a isso prescrição de manutenção
feitos a longo prazo demonstram um alívio sintomatológico da dor em indivíduos com
DTM (Estudo 1). Benefícios significativos também são apresentados em tratamento
utilizando a placa oclusal combinado com técnicas de massagem terapêutica na
região mandibular e ressaltando a melhora na amplitude de abertura bucal (Estudo 4).
Em relação aos aspectos da osteopatia manipulativa e a realizada no corpo
cranial, ambas tiveram achados semelhantes com diminuição significativa da dor,
entretanto essas técnicas apresentam objetivos similares para melhorar a função
fisiológica de homeostase manipulando estruturas ósseas, articulares, miofasciais,
vasculares e linfáticas além dos seus elementos neurais (Estudo 3)
A combinação de técnicas de terapia manual e exercícios terapêuticos
realizados em âmbito domiciliar com orientações apresentam resultados significativos
na abertura bucal livre de dor comparado com o grupo exclusivo de exercícios, sendo
assim demonstram melhora na qualidade de vida no tratamento utilizando terapias
combinadas (Estudo 5).
Na comparação da técnica osteopatica versus tratamento convencional
(Estudo 8) observamos diminuição semelhante relacionado a dor, concomitantemente
com menor da ingesta medicamentosa (analgésica) com a utilização de recursos de
TM.
Os efeitos de técnicas combinadas (digito pressão e fotobiomodulação) os
desfechos apresentam-se positivamente diminuindo a dor além dos aspectos de
estresse e ansiedade, porém o grupo que utilizou técnicas de terapia manual obteve
melhora em mais funções quando comparada ao outro grupo (Estudo 2).
A técnica de liberação miofascial intra oral e a educação com autocuidado
obteve alívio dos sintomas (Estudo 9). Já a técnica manipulativa de trust utilizada na
articulação atlanto occipital que se articula com a mandíbula, ajuda na inibição dos
músculos suboccipitais melhorando a abertura da bucal em indivíduos com tal
limitação (Estudo 10) , a mesma técnica foi aplicada na região de cervical a fim de
obter maior amplitude na abertura da boca (Estudo 6), seus efeitos são benéficos a
curto prazo de tempo e suas influencias estão relacionadas ao estímulo
neurofisiológico enviando respostas ao sistema nervoso central com ajuste
artrocinemático.
42
O Mulligan é uma técnica que visa a mobilização articular associada a
movimentos ativos desde que livres de dor, com essa participação do próprio individuo
há uma tendência na melhora de forma mais duradoura (Estudo 7).
Os resultados encontrados no presente estudo demonstram a diferença entre
as técnicas, entretanto cada uma com a sua particularidade demonstrando os efeitos
benéficos na melhora dos sintomas, função, estresse e ansiedade nos pacientes com
disfunção temporomandibular. Visto que a terapia manual pode ser utilizada como
monoterapia ou de maneira combinada proporcionando o reequilíbrio muscular no que
envolve a articulação temporomandibular, crânio e região cervical.
43
6 CONCLUSÃO
Todos os achados evidenciados demonstram que no tratamento das disfunções
temporomandibulares as técnicas de terapia manual utilizadas como monoterapia ou
de maneira combinada, ajudam na diminuição da dor, reestabelecimento da função
consequentemente atua na melhora na qualidade de vida. Todavia mesmo os
resultados satisfatórios em todas as técnicas aplicadas, há encorajamento para
realização de novos estudos além de averiguarmos seus benefícios a longo prazo
consagrando as técnicas de terapia manual como eficazes e efetivas no tratamento
das DTMs.
44
REFERÊNCIAS
ALVES, A. et al. ATM – Articulação Temporomandibular. Disponível em: <http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/traumato/atm.htm>.
ANDRADE TNC, FRARE JC. Estudo comparativo entre os efeitos de técnicas de terapia manual isoladas e associadas à laserterapia de baixa potência sobre a dor em pacientes com disfunção temporomandibular. Rev Gauch Odontol. 2008;56 (3):287-95.
ARENHART, R.; LAZAROTTO, R.; THOMÉ, K. Tratamento fisioterapêutico na disfunção temporomandibular: um estudo de caso. FisSenectus. Unhochapecó Ano I – edição especial- 2013, 109-117p.
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