1. .' RESERVADOl ( encoltt~~vamo6' pIL xim06 ao inimigo, dint~o
de um ce~co ~ue p5de. be~ executado em v~lLtude d~ exi~tnci~ de
muita~ e~t~~daJ.> na lLegio. O Te.nente Mende.6 60i c.onden~do ~
ntolLlLelL~ c.olLonhada.6 de 6uzil, e. a.6.6im o fio)..,' .6ndo
depdi.6 entelLlLado". Alguns meses mais tarde, em 8 de setembro de
1970, Ariston Oliveira Lucena, que havia sido preso, apontou o
local onde o Tenente Mendes estava enterrado. As fotografias
tiradas de seu crnio atestam o horrendo crime cometido. ~a"QQ.
m~nutQS o~ols, QS trs terroristas retornaram, e,
';~:"""'~!!f''''.~~~t':f:f~!ti!di:! !?~ili";1,a;L, "o ~l)~!;!'n"
F~l imore de s foa" hou- J:tl~ ~ 181:~fi~ag' iif6I!11! ~ lili
eitM{~tt ~~~ill'~'1l2l1!'1~QIt- 1''''''~.... -.!:. . do e com a
base do crnio partida, o Tenente Mendes gemia e con torcia-se em
dores. Digenes Sobrosa de Souza desferiu-lhe ou- troS golpes na
cabea~ esfacelando-a. Ali mesmo, numa pequena vala e com seus
coturnos ao lado da cabea ensanguentada, o Te- nente Mendes foi
enterrado . Lamarca, Yoshitane Fugimore e Digenes Sobrosa de Souza
afasta- ram-se, ficando Ariston Oliveira Lucena e Gilberto Faria
Lima tornando conta do prisioneiro. I , _ i _ o ex-Cap~tao Carlos:
Lamarca morreu na tarde de 17 de se tembro de 1971, no interior da
Bahia, durante tiroteio com a foras de segurana; _ Yoshitane
Fugimore morreu em 5 de dezembro ~e 1970, em so Paulo, durante
tiroteio com as foras ~e segurana; _ Digenes Sobrosa de Souza e
Ariston Oliveira Lucena fo- ram anistiados em 1979 e-vivem
livremente no Brasil; e _ Gilberto Faria Lima fugiu para o'e~terior
e desconhece- se o ,seu paradeiro atual./ 3.Terceiro ato A manh de
23 de maro de 1971 encontrou o jovem advogado de 26 anos, srgio
Moura Barbosa, escrevendo uma .carta; em seU c RESERVADO
------'-
20. RESERVADO, xxv quarto de pensa0 no bairro de Indianpolis,na
capital de so Paulo. Os bigodes bem aparqdos e as longas suas
contrastavam com o aspecto conturbado de seu rosto, que nao
conseguia escon- der a cris~ pela qual estava passando. I .Trs
frases foram colocadas 'em destaque na primeira folha da carta: liA
Revoluo nao tem prazo e nem pressa"; "No pedi- mos licena a ningum
para prati:ar atos revolucionrios'; e "No I devemos ter medo de
errar. ~ prercrvel errar'fazendo do que na da fazer". Em torno de
cada frase,. todas de Carlos Marighela, o jovem tecia ilaes
prpriasp tiradas de sua experincia rcvolu cionria corno ativo
militante da Ao Libertadora Nacional(AIN). Ao mesmo tempo,
lembrava-se das profundas transformaes que ocorreram em sua vida e
em seu pensamento, desde 1967,quan- do era militante do Partido
Comunista Brasileiro (PCB) e estu- dante de Sociologia Poltica da
Universidade Mackenzie, em so Paulo.Pensava casar-se com Maria Ins
e j estava iniciando a montagem de um apartamento na Rua da
Consolao. Naquela epoca, as concepoes militaristas exportadas por
Fidel Castro e Che Guevara empolg~vam os jovens, e Marighela surgia
como o lder comunista que os levaria tomada do poder atravs da luta
armada. Impetuoso, desprendido e idealista, largou o PCB e inte-
grou-se ao agrup~mento de Marighela, que, no incio ,de 1968, da-
ria origem ALN. ,Naquela manh, a carta servia como repo$it- rio de
suas dvidas: "Fao e~~e~ comen~~~o~ a p~op~~to da ~~_ ~uaio em que
no~ encon~~amo~: cornple~a de6en~~va e ab~olu~a 6al~a de ~mag~naio
pa~a ~a~~mo~ dela. O d~~a6~o, que ~e no~ ap~e~en~a no a~ual
mornen~o ~.do~ rna~~ ~~~~o~, na med~da em que e.6~: em jogo a
plr..plr..~acon6~ana no m~~odo de luta. que ~dotamo~. :; . O~mpa~~
e em que no~ encon~~amo~ ameaa COmpJLOme~e~ o mov~men~o
~evoluc~on~~o b~a.6~le~~o, levando-o, no mZn~mo, i e.6tagnao....
--".. .. .- - .. - ... e, no m:x~mo, i extino". Esse ~om pessimista
est~va muito longe das esperanas que depositara nos mtodos
revolucion~os cubanos. Lembrava-se de sua priso, em fins de julho
de 1968, quando f.ora denunciado por estar pretendendo realizar um
curso de guerrilha em Cuba. ~ ' Conseguindo esconder suas lig~9cs
com a ALN, em pouco~ dias foi liberado. Lembrava-s'e, taITbm,da sua
primeira tentativa p~ ra ir a Havana, atravs de ROIt)a,quando foi
detido, em ,6 de, .. ,a.. t ' I .._ , R E S E li V A D. O I
21. : " RESERVADO XXVI Com o crescimento de suas indecises, no
aceitou, depro~ to, a funo que lhe foi oferecida de ser o
cObrdenador da ALN na Guanabara. Ao aceit-la, aps um perodo de
reflexo, a pro- posta j fora canc~lada. FOi,. ento,
int,..eg:r::adoa um "Grupo de Fogo" da ALN em so Paulo, no .qual
participara de diversos as- saltos~ ati aquela manh. Seu
descoritentamento, entretanto, era SERVADO Codinome: nome falso
usado pelos comunistas em suas.atividades rev~lu- cionrins. agosto
de 1968, no aeroporto do Galeo, no Rio de Janeiro. Con- duzido
Policia do Exrcito, foi liberado trs dias depois. F.!, nalmcnte,
conseguindo o seu intento, permaneceu quase dois anos ,em Cuba,
usando o codinome (2) de "Carlos". Aprendeu a lidar com armamentos
e explosivos, a executar sabotagens, a realizar assaltos e
familiarizou-se com as tcnicas de guerrilhas urbana e rural .Em
junho,de 1970, voltou ao Brasil, retornando suas li- gaes com a
ALN. Em face de'suainteli~ncia:.a~uda-e dos conhecimentos que
trazia de Cuba, rapidamente ascendeu na hierarquia da ALN, pas-
sando a trabalhar a nvel de sua Coordenao Nacional. Foi qua!! do,
em 23 de outubro de 1970, um segundo golpe atingiu duramen- te a
ALN, com a morte de seu lder Joaquim Cmara Ferreira, o "Velho" ou
"Toledo", quase um ano aps a morte de Marighel.a (em novembro de
1969). 'Lembrava-:-seque, durante 4 meses,. ficou sem ligaes com a
organizao. Premido pela insegurana, no compa receu a vrios pontos,
sendo destitudo da Coordenao Nacio- nal. No ~stava c6ncordando com
a direo empreendida ALN e escreveu, na carta, que havia entrado "em
e~~endimento com ou- ~~o~ companhei~06 igualmente em de6aco~do com
a conduc~o . dada ao nOd~o movimenton. ( 2) No incio de fevereiro
de 1971, foi chamado para urnadis-' cussao com a Coordenao Nacional
e, na carta, assim descreveu. . a reunio: nAo toma~em conhecimento
de m~u contato pa~alel9, o~ comp~nhei~o~ do Comando chama~am-me
pa~a uma didriu6d~o, a q~al tkan~cok~eu num.clima pouco amidt~~o,
includive Com o .emp~ego, pela~ dua~ pa~te~, de palavka~
inconveniente~ paka.uma di6CU~- 4~O polZtica. Con6e~~o que 6iquei
~Ukp~~~o c~m a keacio d06 co~ panhei~o~ po~ n~o denota~em quklque~
~en~o de autoc~Ztica e ~o- i men~e en~ende~em a minha condu~a cpmo
um ~imple6 a~o de indi6ci p.t..ina n No sabia, o jovem,' que a ALN
suspeitava de que houves- se trado o "Velho":--' _.'----...-..-
...
22. J. 1 XXVII visi~l: "FuL Ln~egaado nea.e gaupo, eapeaando
que, 6 Lna Lmente .'pudeaae taabaLhaa dentao de Uma eEll,~a 6aLxa
de autonomLa e apLL ca4 meu~ conhec~mento~ e tecn~ca~ em p40l do
mov~mento. AZ pe~- . ~ manec~ po~ qua~e doi4 me~e~, e q~al nio 60i
a minha decepao ao ve4i6ica~ que.tambem a1 e~tava ~nulado ... Tive
a ~en~ao deca4 i _ t~aio polZt~ca". No ~abia, o jovem, que a ~LN
estava conside- rando o seu trabalho, nO"Grupo de Fo~o~ como
desgastante e "ain da somado vacilao diante do inimigo". No final
da carta, Srgio, mantendo a iluso revolucio_ nria, teceu comentrios
acerca de sua sada da ALN: UA~~im, ji nio hi nenhuma p044ibil~dade
de cont~nua~ tole 4ando o~ e4~04 e om~4~5e4 polZt~ca~ de uma
di~ecio que ji teve a opo~tun~dade de ~e cO~~~9i~ e nao o 6ez. . Em
~i con4c~~ncia, jamai4 pode4ei 4e~ acu4ado de a~~iV~4_ ta,
opo~tun~4~a ou de~40ti4ta. coe.~. No vacilo e nao tenho dida4
quanto -a4 m~nha~ conv.lc_ Cont~nua4ei t4abalhando pela Revoluo,
PO~4 ela e o meu nico omp40m~~40. P~Ocu4a~e~ onde p044a 4e~
e6et~vamente t~l ao moviment e ~ob4e ~4to con0e~4a~emo4
pe440almente". Ao final, assinava "Vicente", o codinome que haVia
passa- do a usar depois de.seu regresso de Cuba. i It,I I I I i (3)
~ICobrir um ponto": comparecer a um ponto de encontro (entre mil
itantes de uma organizao comunista). No final da tar~e, circulava,
procedendo s costumeiras evasivas, pelas ruas do JardimEu~opa,
tradicional bairro pau- listano. Na altura do nmero 405 da Rua
Capava, aprpximou-se um VOlkswagen gren, com dois ocupantes, que
dispararam mais de 10 tiros de revlver 38 e pistola 9rnrn. Um
Glaxie,com 3 elemen- ~ tos, dava cobertura ao. Apesar da reao do
jovem, que che- gou a descarregar sua arma, foi'atingido por 8
disparos. Morto Terminada a redao, pegou o seu revlver calibre 38 e
uma lata 'cheia de balas com um pavio guisa de bomba caseira'e saiu
para "cobrir um ponto" (3) com wn militante da A~N. No s~ bia que
seria traido. No sabia, inClusive, que o deSCOntenta_ mento da ALN
era tanto que ele j havia sido SUbmetido, e conde nado, a um
"Tribunal ReVOlucionrio". r RESEnVAOQ
23. 1-' ma.,'t nos quais a. sugestivos os Ao lado do corpo,
;foram jogados panfletos, ALN assumia a autoria do "justamento"
(5). so seguintes trechos desse "Comunicado": nA. Aco
Li.bell..ta.doll.a.Na.c.i.ona..t (ALNl exec.u.tou, d1.a.23 de co de
7977, Mll.c.i.o Lei..te Toledo. E~~a. exec.uo .te~e o ni.m de
ll.e~gua.ll.da.1l.a. oll.ga.ni.za.c.o. ~. 'Violncia, nunca mais!
... . ........ .. ... . . .. . . . . . . . .. ..~ . To!ell.nc.i.a.
e c.onc.i.li.a.c;o ,.ti.vell.a.m une~.ta..6 c.on.6eqUnc.i.a..6, '
na Il.evo!uco bll.a~i.lei.Il.a.. 1empell.a.- nOJ ~ ~a.bell.
c.ompll.eendell. o momen.to que pa..6.6a. a. guell.ll.a
Il.evoluc.i.onll.i.a e no~~a. ll.e.6pon.6a.bi.li.da.de di.a.n.te
dela. enoJ ~a palavll.a de oll.dem ll.evoluc.i.on.ll.i.a~ A.o
M~wn.t ll.e".6pon.6abi.li.dad,!- na." oll.ga.ni.zaco c.ada. quadlto
'de ve anal~all. ~ua. c.a.pac.i.dade e ~eu pltepalto. ~epoi..6
di.~.to no ~e peltmi..tem ltec.ao.6 .um Oll.ga.ni.za.c;.o
ll.etlo.tuc.i.on.Il.i.a.,em gt'VVta. dec.la.ll.a.da., n.o PE- de
pell.mi.;ti.1l.a. quem .tenha. uma. .6.Il.i.ede i.noll.ma.ce.6
c.omo a.~ que ,e po~~uZa., va.c.i.la.ce.6de~ta. e~p.c.i.e, mui..to
meno.6 uma. deec.co de.6. ,- ~e gll.a.u em ~ua~ i.lei.ll.a~
hESE'R~AD 0_1 na ~alada" seus olhos abertos pareciam traduzir a
surpresa de ter reconhecido seus assassinos. Da ao faziam parte
seus com- panheiros da direo nacional da organizao subversiva Yuri
X~ vier Pereira e Carlos Eugnio Sarmento Coelho da Paz (lt
Clnentelt ), este ltimo o autor dos disparos fatais. (4)
.4............................................................
.............- .... ~.............................................
so marcos como os descri tos fruto de mentes deturpa:- das pela
ideologia -- ~ue balizam o aminho sangrento e estril (4)
Justiamento: homicdio qualificado, prat"icado pelos subversivos e
ter YQristas contra companheiros que tentam evitar uma ao ou que
abando':" nam a organizao, ou, ainda~ contra os que, direta ou
indiretamente, comhatcma subverso, ' . (5) Participaram, ainda, da
ao, dando-lhe cobertura: Antonio Srgio de Matos, Pnulo de Tal"so
C(>1.L1C't-';:::c..,.1 . (:;,. . Jos Hilton Bnrbos.,. .. /R E S
E fi V.~ '>.. ~-,,--_ __ , Enterrado dias depois em ~auru, seu
irmo mais velho, en- I ,to Deputado Federal por so Pablo, declarou
sabe~' que ele ha- via sido morto pelos prprios companheiros
comunistas. o jovem no era "advogado" e nem se chamava "Srgio Moura
. .Barbosa", "Carlos" ou "Vicente".' Seu nome'verdadeiro era Mrcio
Leite Toledo.
24. XXIX I , I i, ; , ! I do terrorismo, que por quase urna
dcada enxovalhou a cultura nacional, intranquilizando e enchendo,
de dor a famlia brasilei ra. Essas aes degradantes, que acabam de
ser narradas, sao i tidas como atos herico~ pelos seguidores da
ideologia que con- sidera ~a viol~ncia como o motor da histria".
Para essas pes- soas, todos os meios so vlidos e justificveis pelos
fins po lticos que almejam alcanar. Acolitados por seus iguais,
seus nomes, hoje, designam ruas, praas e at escolas no Rio de Ja-
neiro e em outros locais qo Pas. Os inquritos para apurao desses
atos criminosos contra a pessoa humana tambm transitaram na Justia
l1ilitar entre abril de 1964 e maro de 1979. Porm, e?sas pessoas
mortas e fe ridas onde se incluem mulheres e at crianas e, na
maioria, , completamente alheias ao enfrentamento ideolgico --, por
serem inocentes e'no terroristas, no esto incluldas' na categoria
daquelas protegidas pelos "direitos humands" de'certas sinecu- ras
e nem partilham de urna "humanidade comum" de certas igrejas. Nem
parece que a imagem de Deus, estampada na pessoa huwana, e sempre
nica. A razo, porem, e m~i~o simples. Essa Igr~jaest sabida- mente
infiltrada, assim como o Movimento de Direitos 'Humanos do minado,
P?r agentes dessa mesma ideologia, como ficar documen- tado ao
longo deste livro. Corno gostaramos de poder crer que esses atos
cruis de assassinatos premeditados, assaI tos a mo armada',
ate~tados e seqestros com fins pOlticos e qualquer tipo de
v'iol~ncia pe~ soa humana nao viessem ~ ocorrer no Brasil, nunca
mais! --_.--..~.- --.- -.---~.~. RESERVADO " I/: I!
25. ~ S E fi V A O O) .. AEROPORTO DE GUARARAPES ! I t 1 I1 1
SOLIDAREDADE NOSAGUfO CCM os FERIOOS o JORNALISTA Rf:Grs DE
CARVALHONfD RESISTIRIA AOS FERIMENTOS O TENENTE-CORONEL SYLVIO
FERREIRA. DA SILVA AGUARDANIX> SOCORRO o CORPO 00 JI1.lIRANTE
WILSCN ro- O GUlr.J)~ CIVIL SEI3lSTrJi.O TCWZ DE J.m5 FERNANDES
SENOO ru::rrRAOO m 1OUTNn E"1 ESTAOODE CIlOQUE E l-lUrrI.JOO
IRESEnVA~ ---
26. 1 111, ,. " !J li'I 'i I I I. I:~ .i 1 TEN MENDES
JNIOR,M)RI'Q A CORO NHADAS, AOS 23 AIDS DE IDADE. N)S RESTOS
HOIUJIS, ~ H1RC1 D~ VIOLENCIl , -J~ E R VA 00 ,,' ..JJ -'-':;~-"
:!.;.:v~""'.;ls.;,:~;H..".;,...!-..'::1~;'7'.-;:~~. ~: __ ." Ir. -
. ~I '''-i~ ~/.;.~~~, .,..:..: ~rr'~..--~~t' . v' '~-',..,' ,,~ "
-' ~ ..~. "--' : ~ t :.." .. ~~ . '.,. I.y:i.-:~~.
~t.:r:r~_~.~~-::#~ ~ ;c":--~~'."~'~'~ 't' ".'~.i"~ -.,.~. -"' . '"'
.. (1 t : '.:';::'''':'~'0'" '2r; ~ ' ,...J'! .:.
':".~',:,""'.-!"." ,'.,..,,';' tL
~.;.:.;:"~~n...r-_i.-...../~:..-"'~~';''''''..~.'.:,,~;-:J.>o
diJ.>cutiu e a.plr.Ovou dJ.>21 condicei-'de i!!:.
glr.eJ.>J.>ona. lntelr.na.c.i.ona..e. Comuni.6ta., 'e.e.ege.
uma. ' Com.i.J.>J.>.oCentlr.a..e.., , Executiva., clr.iou um
Comi:t~ de SOCOIr.Ir.Oa.O.6 F.e.a.ge.e.a.do.6. Ru.6.6o.6,
.t1La..tou de que.6.t~~.6 plr..tica..6 e encelr.lr.OU .6euJ.>
tlr.a.ba..e.hoJ.> entoa.ndo o h.i.no in.telr.na.ciona..e. do.6
.t1r.a.ba..e.ha.dolr.eJ.>,a. lntelr.na.c.i.ona..e.",(2). Desde o
nome e a s~gla (PC-SBIC), obedecendo i 17~ condi~ ao, at renncia ao
pacifismo social, o novo Partido aceita- va a ag~tao permanente e a
tese da derrubada revolucionria,. , das estruturas vigentes,
renegava as regras de convivncia da sociedade brasileira,
propunha-se a realizar atividades legais li e ilegais e
subordinava-se s Repblicas Socia~istas Soviticas. I I' entidade
civil. da revQlta te- desenvolvimento I' I o PC-SBIC surgiu legal,
registrado como Trs meses depois, o estado e sitio, decorrente
nentista,colocava-o na ilegalidade e inibia o.- .. - .. '. . .... .
., de suas atividades de agita~o. Em 1924, um fato viria repercutir
no'PC-SBIC: a realiza-o I ao do V Congresso da IC, em ju~ho/~ulho,
j sob o impacto da : i morte de Lenin. Nesse Congresso, rc, mudando
de tti~a, pas- .:: sou a adotar a da "Frente ~nica'" vista, por
Zinoviev, como "um 'I' ------ .;/,1 . (2) Lima. H.: "Itinerrio das
Lutas do PC do Brasil". 1981. pagina 4. W I ; rR E S E n v t. o"'0
I~.-- ..-------- , t,! H rI' li
37. mtodo para agitao e mobilizao' das massasll (3). No final
de 1926, modificou-se o quadro poltico-institu- cional, com o
governo de Washington Lus trazendo ventos libera lizantes, tendo o
PC 'inclusive, um curto perodo de legalidade, de 19 de julho a
11"de agosto de 1927. Obedecendo aos ditames 'do V Congresso da IC,
a direo do Partido lanou a palavra de ordem "Ampla agitao das
massas", justificada pela necessidade de "f~ zer surgir o Partido
da obscuridade ilegal luz do sol da mais intensa agitao poltica".
Partindo da teoria prtica, criou o Bloco Operrio e Ca!,!! pons
(BOC) como uma "frente nica operria", que, no por ac~ 50, tinha, na
sigla, as mesmas letras da conhecida e j extinta COB. Ainda
seguindo a ttica de frente, o PC-SBIC iniciou um tra balho de
aproximao com Prestes, que se encontrava na Bol- via (4). Mas; o
ano de 1928 foi marcado pela crise econmica mun- dial. Pensando ~m
aproveitar a mis~ria que adv~ria para os ope- .. rrios, a IC
realizou o seu VI Congresso, de julho a s~tembro, mudando a ttica
de IIfrente nica" para a de "classe contra classe". O proletariado
mundial, premido pela crise, poderia ser arrastado para a revoluo.
Era a oportunidade para os comunistas isolarem-se e lutar contra
todas as posies antagni- cas, desde as burguesas at as operrias. A
IC determinara o fim da IIfrente". Na URSS, iniciava-se a "cortina
de ferro". Tal resoluo pegou o PC-SBrc de su~presa. Para as elei-
oes de outubro de 1928, j lanara candidatos atravs do BOC, que,
gradativamente, se vinha tornando o substituto legal do PC.
Imediatamente, o PC-SBIC convocou o seu 111 Congresso,rea lizado em
dezembro de 1928 e janeiro de 1929, em Niteri. Alm de reeleger
A;t~~jiid;'per~ira como secretrio-geral, o Congre~ so do PC-SBlC
determinou a-intensificao do trabalho clandesti no do PC,a fim de
no ser ultrapassado pelo ~OC.Com tal, medi- da, pensava acalmar os
chefes moscovitas, que viam, no BOC, a continuao da antiga ttica de
IIfrenj:enica". (3) Zinoviev foi o primeiro chefe do.Comintern e
o.encarregado de expor, no .seu V Congresso, a estratgia que seria
aplicada tanto "Frente nica" quanto s atividades das orGanizaes de
frente. (4) Prestes a essa poca ainda no se tornara comunista. , R
f. S E R V A O O "
38. .' ~'E S E R V A O ~. , - 11 Ledo engano. No compreendiam,
ainda, os comunistas brasi leiros, que a curvatura dos dorsos no
era, apenas, temporria, guisa de um ~umprimento. Ela teria que ser
permanente, com a boca sujando-se de terra. , Vivia~se, em Moscou,
a plena poca dos expurgos. O poder~ so Stalin, com mao de ferro,
mandava assassinar os princip~is dirigentes do Comit Central (CC) e
o fantasma do tr9tskismo servia de motivo para o prosseguimento das
eliminaes, tanto na "p,tria-mo" como 'nos partidos satli tos. A I
Conferncia dos Partidos Comunistas da Amrica Lati- na, realizado em
junho de 1929, em Buenos Aires, condenou "a po litica do PC-SBlC
frente questo do Bloco Operrio e Campons e o seu atrelamento a este
rgo" (5) . O ano de 1930 foi decisivo para o PC-SBlC. Em fevereiro,
a IC baixou, a "Resoluo sobre a questo brasileira", com base na
Conferncia de Buenos Aires. Nesse documento, critica a poli tica de
frente ainda adotada pelo PC-SBIC e ironiza o BOCcomo sendo wn
"segundo partido' operrio". Ao mesmo tempo, induz o paE tido a
"preparar-se para a luta, a fim de 'encabear a insurrci- ao
revolucionria". Os dias de Astrojild~ Pereira estavam contad~s. Em
novem- bro de 1930., uma Conferncia do PC-SBlC expulsa o
sec.r~trio-ge ralo Em so Paulo, foi afastada uma dissidncia
trtskista lide rada por Mrio Pedrosa. Numa guinada para a esque~da,
o Partido encerra sua poli- tica de alianas, expurga'os
intelectuais de sua direo e ini~ eia uma fase de proletariza~o. 4.
A fase do obscurantismo e da indefinio O periodo comprerindido
entre o final de 1930 e os medos de 1934 caracterizou~se por um
quase obscurantismo do PC-SBIC, que, empreg~ndo uma linha dbia e
equivocada, se emaranhava em sucessivas crises. , A agitao politica
no Brasil,entretanto, foi i~tensa. Em 1930, ainda s~b influ~ncia
dos ideais do tenentism~, formou-se a Aliana Liberal, um
agrupa~~nto de oposies~Em qutubro c no (5' Carone, E.: "O PCB -
1922 a 1943"t Difel S.A.,RJ, 1982,' p~gina 9. I '. I -----------. R
E S E n V AO/O
39. ),2 DllStRVAGO ~o ac~t~~o o resultado das eleies presi- ,
ladl~~a o p~ulista Jlio Pre~tes, a Aliana, a do'am
DOY!~~ntorevolucionrio, alou Getlio Vargas ao I Nesse incio da
dcada de 30, o prestgio de Luiz Carlos Prestes, ento exilado no
Prata, ainda era muito grande. As re- percusses nacionais da sua
Coluna faziam-no um dos mais respe! tados lderes entre os tenentes.
No entanto, era, ainda, um re- volucionrio em busca de uma
ideologia. Em maio de 1930, Prestes criou a Liga de Ao Revolucion
ria (LAR), defininqo-se contra a Aliana Liberal. Em maro de 1931,
aderiu, publicamente, ao comunismo. OPC-SBIC logo tentou incorporar
a LAR; Prestes, no entanto, com a fora de sua lide- rana, tentava
engolfar o PC-SBIC. O maior lder comunista do Brasil no pertencia
aos quadros' do PC! Essa inslita situao foi, aparentemente,
resolvida com . . uma inslita soluo: Prestes deixou a Argentina e
foi residir na URSS, para ser o representante brasileiro na
Internacional Conhi"n j.s ta. Na rea internacional, a poltica de
"classe contra clas- seu revelara-se desastrosa para o PCUS. No
houve a to deseja- . da recesso mundial, e a fora de Hitler,
aproximando-se, gra- . . dualmente, do Japo e da Itlia,
aterrorizava os soviticos. E;? ses fatos marcaram uma nova linha
poltica: ~oi aliviado o'iso- lamento e retomado o dilogo com as
naes ocidentais, culminan do com o ingresso da URSS na Liga .das
Naes em 1934. A tudo isso assistia o PC-SBIC, atarantado.
Debatendo-se entre as ordens de Moscou, padecia de uma correta
definio da linha poli tica e era envolvido por sucessivas crises de
direo. Apesar do sectarismo obreirista, caracterstico d~sse pe-
rodo, a intensificao da atividade clandestina do PC-SBIC trou
xe-lhe um dividendo: o relativo sucesso no trapalho militar, de
infiltrao e recrutamento nas Foras Armadas. Aproveitando o
idealismo revolucionrio, e at certo pon-.. to ingnuo, do movimento
tenentista, cc;mseguiu a simpatia de mu! tos militares. A atuao de
mili~ares no Partido, cQmo Mauricio Grabois, Jefferson Cardin,
Giocondo Dias, Gregrio Bezerr~ ~gl! fRESEI1VADO
40. berto Vieira, Dinarco Reis, Agildo Darata e o prprio
Prestes, . sao exemplos desse trabalho de infiltrao e recrutamento.
Esse trabalho militar foi decisivo para o advento da pri- meira
tentativa de tomada do poder pelos comunistas, por meio da luta
armada .--- - --".- - , . "
41. ...-.-~------- -.ER V A O O 14 CAPITULO 111 A INTENTONA
COMUNISTA 1. A mudana da linha da IC Induzido pela Internacional
Comunista, o PC-SBIC esfora- ra-se por se inserir no processo
revolucionrio brasileiro, que teve incio no ano de sua fun~ao e que
pass.a por 1924/26 e vai desaguar em 1930. Esse perodo de revoltas
e revolues tinha, porm, como motivao, uma problemtica interna,
voltada para os problemas estruturais e sociais, mas essencialmente
brasilei ros~ Talvez por isso mesmo que as direes do PC-SEIC jamais
foram capazes de entend-los. Suas anlises estereotipadasviam, em
cada ocasio, apenas urna luta entre os "jmperialisrros"ingls e
norte-americano. Com esse dualismo mecanicista explicam tambm a
revoluo de 1932. Deste modo, por construrem suas anlises sobre
abstraes de carter ideo~gi~o, no conseguiram sintoni zar o Partido
com o processo revolu'cionrio em curso e acabaram por perder o
"bonde da histria". Essa frustrao iria'faz-los desembocar na
Intentona de 1935. Vimos, no capItulo anterior, que a URSS, em
1934, mudara Sua poltica externa, do isolamento para o dilogo com o
oci-. . dente. As ameaas nazistas e fascistas contriburam para
alte- rar a linha poltica da IC. A poltica de "classe contra
classe" nao dera resultados e levara ao ostracismo diversos
partidos comunistas. Quase que num "retorno s origens", a poltic~
d~ "frente" foi retomada,' __ modificando-se o termo "Gnica" pelo
"popular". De um modo geral, a frente popular pretendia englobar
to- dos os.individuos e'grupos numa luta contra o fascismo, indepe~
dentemente de "suas ideologias. E, ~ claro, aproveitar essa fren te
para ~omar o poder. I' 2. A vinda dos estrangeiros Concluindo que
no Brasil j amadurecia uma situao revo- . ,.. lucionria e que a
nova poli t~ca de "fren.te popular" desencadea ria a revoluo, a
curto prazo, a IC decidiu enviar diversos "de legados", todos
especialistas,' a fim de acelerar o processo. Com
"-------...;...-----L~._ES E nv_~--.:---------- ...
42. v~io com sua d~tilgrafa. isso pretendia suprira falta de
quadros dirigentes do PC-SDlC que ,pudessem levar a tarefa a bom
termo. Na realidade, a lC en- viou um selecionado grupo de espies e
agitadores profissionais. No inicio de 1934, chegou ao Brasil o
ex-deputado alemo Arthur Ernsf Ewert, mais conhecido com "Harry
Berger". Tendo atuado nos Estados Unidos, a soldo de Moscou, Berger
veio acom- panhado de sua mulher, a comunista alem Elise
Saborowski, que entrou no Pais com o nome falso de Machla
Lenczycki. Berger acre ditava que a revoluo comunista teria inicio
com a criao de o' uma "vasta frente popular antiimperialista",
composta I?or oper rios, camponeses e uma parcela da burguesia
nacionalista. A ao de derrubada do governo seria efetuada pelas
"partes revolucio- nrias infiltradas no Exrcito" e pelos' "operrios
e camponeses articulados em formae~ armadas", embrio de um futuro
"Exrci to Revolucionrio do Povo". O governo a ser institudo seria
um "Governo popular Nacional Revolucionrio", com Prestes a fren- te
O mirabolante pIario de Berger, tirado dos comp6nd~os dou- trinrios
do marxismo-leninismo, no levava em conta, apenas, um pequenino
detalhe: a poltica brasileira, aquinhoada com uma no va Constituio
de fundo liberal e populista, es~ava cansada dos mais de 10 anos de
crise e ansiava por um pouco de paz e estabi . lid,ade. Outros
agitado~es profissionais vieram para o Brqsil, a ma~do de Moscou,
durante o ano de 1934. Rodolfo Ghioldi e Car- me~, um casal de
argentin~s, vieram como jornalistas. Ghioldi,' na realidade,
pertencia ao Comit Executivo da .lC,era dirigen- te do PC argentino
e escpndia-se sob o nome falso de "Lqciano Busteros". O casal
Len-Jules Vale e Alphonsine veio da B~lgica. para cuidar das
finanas. A esposa de Augusto Guralsk,' seret- rio do Bureau
Sul-Americano qu~ a ~C mantinha em Montev~du! veio pa~a dar instruo
aos quadros do PC-SBle. Para com~niar-se clandestinamente com o
grupo, foi enviado um jovem omunista nQrte-americano, Victor Allen
Qarron. O especialista e~ sabota- g~ns e explosivos no foi
esqulfcido: Paul Franz Gruber;, alemo, I' mulher, Erika, qu~
poderia servir como motorista e : I ! I I, i (J) ,- Para maiores
detalhes do plano revolucionrio de Bcrgcr, ver Arago, J. C.: "A
Intentona Comunista", Biblicx, R.J., pg.inns 36 c 37.. -' ~
43. 1(, i I. I {HESEH'lf.O 0 O grupo de espies instalou-se no
Rio de Janeiro. De acordo com o insuspeito Fernando Morais; "Uma.
.i.den.t.i.da.de..c.Ontum o~ u.n.