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Cartilha paraeducadores
DROGAS
SENADBraslia, 2004
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Presidente da Repblica
Luiz Incio Lula da Silva
Ministro Chefe do Gabinete de Segurana InstitucionalJorge Armando Felix
Secretrio Nacional AntidrogasPaulo Roberto Yog de Miranda Ucha
Contedo e TextoBeatriz Carlini Marlatt, PhDPesquisadora da Universidade Washington, Seattle, USA
Reviso de TextoPaulina do Carmo Arruda Vieira DuarteDiretora de Preveno e Tratamento - SENAD
Helena Maria Becker AlbertaniCoordenadora-Geral de Preveno - SENAD
Pesquisa de Recursos ComunitriosDborah Domiceli de Oliveira Cruz
Projeto Grco
Lew Lara
IlustraoToninho Euzbio
DiagramaoPonto Dois Design Grco
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Apresentao
Os novos tempos de governo, marcados pela nfase na
participao social e na organizao da sociedade, valorizam adescentralizao das aes relacionadas preveno do uso
indevido de drogas e ateno e reinsero social de usurios e
dependentes.
No desenvolvimento de seu papel de coordenao e
articulao de aes voltadas a esses temas, a SecretariaNacional Antidrogas est lanando a Srie Por Dentro do
Assunto, com o objetivo de socializar conhecimentos, dirigidos a
pblicos especcos.
Esta srie de oito cartilhas, construda com base nas
necessidades expressas por mltiplos setores da populao, e
em conhecimentos cientcos atualizados, procura apresentar asquestes de forma leve, informal e interativa com os leitores.
A iniciativa norteada pela crena de que o encaminhamento
das questes de interesse social s ser efetivo com a aliana
entre as aes do poder pblico e a sabedoria e o empenho de
cada pessoa e de cada comunidade.
Acreditamos estar, dessa forma, contribuindo com a nossa
parte.
Paulo Roberto Yog de Miranda UchaSecretrio Nacional Antidrogas
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CARTILHA PARAEDUCADORES
Educadores de ensino fundamental e mdio so, cada vez
mais, cobrados pelos pais de alunos, direo da escola e pela
opinio pblica para abordarem a questo das drogas em sala
de aula, e para saberem lidar de modo efetivo com alunos quenecessitam ateno especial nessa questo.
Se voc um desses educadores sob presso, sabe
que a tarefa no fcil. E que, na maioria dos casos, voc e
seus colegas esto fazendo o que possvel, sem que tenham
oportunidade de realmente planejar aes e discutir projetos maisestruturados na rea.
Esta cartilha se prope a oferecer subsdios tericos e
prticos para que seus esforos sejam mais alinhados com o
que as pesquisas cientcas tm apontado como mais ecaz no
campo da preveno do consumo de drogas na escola.
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6Srie: Por Dentro do Assunto
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Faa as pazes com
voc mesmo(a)Parte da ansiedade do educador sobre o que fazer em sala
de aula e na escola como um todo, quando o assunto drogas,
vem do fato de que esse tpico no fez parte de sua formao
prossional, um contedo completamente ignorado na maioria
dos cursos que habilitam educadores. Mesmo assim, freqente
se observar educadores sentindo-seculpados, tentando explicar,
meio na defensiva, o fato de no terem muito claro o que fazer
com esse assunto.
Uma primeira considerao a fazer sobre a questo de
como lidar com o tema drogas no seu cotidiano prossional
estar ciente de que a falta de clareza sobre como agir no fruto
de uma diculdadepessoal sua ou de problemas na sua formao
acadmica, mas o retrato no retocado de uma realidade que
todos gostaramos que fosse diferente.
Admitido esse fato, no h porque se defender da presso
para que voc faa alguma coisa, organizando atividades nas
quais voc no acredita. Exemplo disso so as palestras que,
uma vez por ano, alertam para os perigos das drogas, mas no
conseguem estabelecer um dilogo realmente franco com os
adolescentes.
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Palestras: se no der para evitar, tente melhor-las
H pouca polmica entre cientistas que fazem pesquisasobre preveno: convidar palestrantes, uma ou duas vezespor ano, para falarem na escola no tem o menor efeito
na mudana de comportamento, ou mesmo de viso dosestudantes em relao s drogas. O principal efeito dessasiniciativas apaziguar a conscincia dos adultos, que pensamque esto fazendo algo positivo.
Mas, s vezes, por mais que voc argumente queesses eventos no valem a pena, eles vo ocorrer.
Aqui vo algumas dicas para que as palestras nosejam esforo, dinheiro e tempo completamente perdidos:
Prepare seus alunos primeiro: envolva-os em discussesde grupo para organizar dvidas e comentrios, fazerdepoimentos ou analisar artigos de jornais ou revistas.Estimule o pensamento crtico em relao ao assunto
nessas discusses. Muitos adolescentes s vo sersinceros se houver estmulo e sensao de que elessero aceitos mesmo se tiverem opinies diferentes.
Depois da palestra, faa uma discusso em classee convide-os a escrever um pargrafo de crtica doevento, analisando os pontos positivos e negativos.
Uma idia que eles escrevam sem ter que assinar onome e que troquem as crticas entre si. Eles poderoler o que acharam do evento com sinceridade, sem termedo de ter sua identidade revelada.
O deboche deve ser tratado com neutralidade, mascrticas bem construdas so dignas de respostas.
Tente envolver os alunos na procura de respostas.
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O ideal e a realidade
Alm do desconforto de ser acusado de no ter o
conhecimento que no lhe foi oferecido, o educador enfrenta uma
srie de desaos. Todos sabemos que o professor no pai, nem
me, polcia ou mdico. Mas na prtica, muitas vezes, o educador
vai responder a situaes que lembram esses papis sociais.
O professor modelo de referncia para o jovem e, como
tal, seria desejvel que no bebesse, no fumasse, tivesse
alimentao adequada, se exercitasse regularmente, fosse
ponderado, justo e bem disposto. Mas na prtica bem, na prtica
todos ns, adultos, batalhamos para ser seres humanos melhores,
mas continuamos fumando e comendo muito, comportamentos
que so em geral visveis aos alunos.
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Como posso trabalhar com meus alunos se
sou fumante?Adolescentes no vo poupar um professor que prega
uma vida saudvel e no consegue manter sua prpria sade.
Os comentrios so bem previsveis: como que ele(a) quer
discutir vida saudvel e uso de drogas se, quando sai da
escola, corre para acender um cigarro?
As pesquisas sugerem que h uma sada, tanto para
pais como para professores tabagistas: admitir o uso e contar
as diculdades para mudar. Compartilhar a trajetria, e dizer
que teria sido bom se tivesse oportunidade de repensar seu
hbito de fumar antes de ter se tornado dependente, etc.
Se esse o seu caso, tente. No que na defensiva,
tentando esconder o bvio. Voc pode ter surpresas boas.
Ciente desse fosso entre o que possvel e o que desejvel,
esta cartilha descreve princpios de preveno e oferece algumasreexes sobre como agir mesmo que a preveno ideal esteja
longe de ser alcanada. O objetivo convidar o educador a agir, tir-
lo da diculdade causada por no poder oferecer o projeto exemplar.
Como diz o ditado: Evite tornar o timo o maior inimigo do bom.
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Preveno ao abuso de drogas
na escola: o que vocpode fazer?
O educador pode contribuir para prevenir o abuso de
drogas entre adolescentes de duas formas bsicas: incentivando
a reexo e a adoo de medidas na prpria escola onde trabalha
e atuando diretamente com seus alunos, na sala de aula.
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Trabalhando com a escola
a- Criando regras claras de convivncia
Muito mais ecaz do que trazer pessoas de fora da escola
para falar com os alunos promover discusses internas para
denir regras e o papel dos diferentes agentes da comunidade
escolar para tratar aquesto do consumo de drogas entre seus
alunos.
Esta iniciativa contribui para melhorar a convivncia, d
parmetros claros a pais e alunos, diminui o campo das incertezas
numa rea to difcil de tomar decises.
O modo concreto de se fazer isso pode variar, mas abaixo
estosugeridas algumas questes para ajudar a reetir: Prossionais da escola podem se reunir, antes de levar a
discusso para os alunos, produzindo um consenso mnimo
sobre o assunto: Quais so as leis e regras sobre o fumo
dentro da escola? Bebida alcolica nas redondezas da
escola tolervel? E em festas promovidas pela escola?
Qual o procedimento recomendvel para o educador que
tem evidncias de uso de drogas entre seus alunos, ou
mesmo de trco? Para quem/onde recorrer? Quais sero
as medidas tomadas no caso de as regras estabelecidas
no serem cumpridas? O que ser comunicado aos pais?
O que ser de responsabilidade da escola?
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Colocar esse consenso em um documento escrito,
aprovado pelos prossionais da escola, mas ainda em
carter provisrio. Isso porque ainda falta envolver
pais, alunos e a comunidade prxima escola nesse
processo.
Comunidade prxima aqui signica bares, padarias,
pontos de taxi, bancas de jornais, papelarias e residncias
vizinhas escola. Essa comunidade que rodeia a escola
interage com alunos e pode, potencialmente, vender cigarrose bebidas a seus alunos pelo simples fato de nunca ningum
da escola ter ido l para trocar idias e pedir limites nessa
prtica. A vizinhana tambm pode ajudar a proteger os
alunos, avisando a escola se algum aluno estiver envolvido
em uso ou comrcio ilegal de drogas, estiver sob o efeito de
drogas e em risco.
Pesquisas tm sugerido que h uma tendncia da
comunidade escolar em ignorar o contato com a vizinhana e
deixar de lado aliados importantes na garantia da segurana,
da sade e da proteo de seus alunos.
Servios de sade, clubes, associaes comunitrias,
ONGs, empresas e igrejas tambm podem ser instituies
essenciais nas relaes da escola com a comunidade com o
objetivo de diminuir os riscos de uso indevido de drogas pelos
alunos.
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Consultar pais: por meio de uma reunio ou pelo correio,
dar espao para dvidas, discordncias, modicaes
que se considerem pertinentes.
Uma vez que os adultos, diretamente envolvidos na vida
escolar dos alunos, tenham alcanado um consenso,
envolver os alunos nessa questo. Numa atividade em
sala de aula ou em reunies o ideal seria dar espao para
que os jovens conheam as regras, entendam sua lgica
(mesmo que no concordem), saibam as conseqncias
de no segui-las e possam sugerir mudanas que seroanalisadas para vericar a convenincia e possibilidade
de implantao.
Mandar uma cpia impressa para cada famlia, com
uma pgina destacvel, que os pais e os alunos devem
assinar, e mandar de volta escola, informando que
esto cientes das regras em vigncia. Recomendar que o
restante do documento seja guardado como referncia.
Contatar a vizinhana: por exemplo, se a escola decidiu
que no vai aceitar o ato ilegal de vender bebidas
alcolicas para seus alunos menores de dezoito anos,
seria bom avisar aos comerciantes locais desse fato,mesmo que seja bvio que eles deveriam cumprir a lei.
aconselhvel divulgar quem o prossional da escola
que vai fazer os contatos. Nesse caso importante fazer
parcerias com os Conselhos Tutelares e com o Ministrio
Pblico.
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b- Promovendo um ambiente escolar saudvel
Crianas e adolescentes respondem de modo muito intenso
ao ambiente em que vivem. E um dos principais ambientes, nessa
poca da vida, a escola.
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O educador que luta por uma escola que oferea oportunidades
para seus alunos e funcionrios crescerem, participarem, exercerem
sua criatividade de modo produtivo (atravs de expresso artstica,
por exemplo), aprenderem contedos relevantes e usarem sua
energia fsica em atividades enriquecedoras (como esporte) umeducador que contribui para uma escola (e uma sociedade) com
menos sofrimento e menos uso indevidode drogas.
Identicar-se e estar satisfeito com a escola que
freqenta constituem fatores de proteo ao uso de
drogas entre adolescentes (ou seja, so fatores que, quando
presentes, diminuem a probabilidade de que o adolescente v
usar drogas). Para que essa identidade e satisfao tenham
chances reais de se manifestar, a escola precisa oferecer um
ambiente que d oportunidades aos alunos de criar laos
afetivos e acadmicos com a escola.Existem vrios programas de preveno nesse sentido.
Eles so os programas mais recomendveis quando se trata
do ensino fundamental, at 5. srie, em geral combinados
com uma abordagem aos pais, orientando-os sobre como
criar lhos no mundo conturbado de hoje.
Outro componente importante na construo de uma escola
saudvel dar espao para os alunos se expressarem, envolverem-
se em novas propostas, compartilharem problemas e procurarem
solues. Uma escola que inclua, congregue, contribui para o
desenvolvimento da auto-estima e para a percepo de limites.
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Na sala de aula, com seus alunos
c- Reconhecendo seu papel e seus limites
A no ser que sua escola seja muito diferente da mdia, a
maioria dos seus alunos no est envolvido com drogas ilegais,
no bebe pesadamente e no fuma. Ainda, entre aqueles que
se engajam em um ou mais desses comportamentos, somente
alguns esto realmente com problemas persistentes, ou correm o
risco deapresentar esses problemas em breve.
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O quadro abaixo mostra a porcentagem de estudantes que
j zeram uso de cada uma das drogas pelo menos uma vez na
vida. Os dados so resultado de uma pesquisa, realizada em
1997, com estudantes de ensino fundamental e mdio em dez
capitais brasileiras.*
DROGAS PORCENTAGEM DE ALUNOS QUE USARAM
lcool 51,2%
Tabaco 11%
Solventes 13,8%
Maconha 7,6%
Ansiolticos (calmantes) 5,8%
Anfetamnicos (estimulantes) 4,4%
O trabalho do professor deve dirigir-se, prioritariamente,
ao primeiro grupo de alunos: a maioria que, tipicamente,no
usa drogas (no caso de lcool e tabaco, s experimentou ou usa
eventualmente). Esse trabalho, tecnicamente chamado preveno
universal, visa aumentar as chances de que os alunos que no
usam drogas continuem no usando ou adiem o incio do uso eque, os que esto experimentando lcool e tabaco, parem por a
e no se arrisquem mais, diminuam o consumo ou aprendam a
evitar os riscos associadosao uso.
* Pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Informaes sobre Drogas Psicotrpicas CEBRID
da Universidade Federal de So Paulo
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O Instituto de Medicina dos EUA props, em 1998, a
adoo dos seguintes nveis de preveno.
Preveno universal dirigida a um pblico geral, queno apresenta risco maior de envolvimento com drogas
do que o esperado para a faixa etria e a cultura onde
vive.
Preveno seletiva dirigida a grupos sociais
especcos que apresentam maiores riscos do que a
mdia de se envolverem com drogas. So exemplos:
crianas com comportamento agressivo desde a
educao infantil, lhos de dependentes de drogas,
grupos sociais que tendem a usar drogas como parte
de sua identidade enquanto grupo.
Preveno indicada dirigida a indivduos que j vmusando substncias, de modo arriscado, mas que no
so dependentes.
Isso no signica que o professor deva ignorar alunos
com problemas com drogas, mas esse no deve ser seu foco
principal de trabalho. Esses alunos, muitas vezes, necessitam
da abordagem de um prossional especializado e o educador,
ao perceber a necessidade, pode fazer encaminhamentos para
servios da rea de sade.
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O que fazer e o que no fazer para ajudar um
aluno que apresenta problemas com drogas
Caso voc tenha um aluno que precise de uma ajudamais individual, e voc esteja disposto a oferec-la, leia
abaixo algumas dicas de como ter uma conversa:
Coloque claramente sua preocupao com o
comportamento dele(a), de modo calmo, dando
exemplos bem concretos e especcos de episdios
que voc observou;
Evite fazer julgamentos, sermes; isso s vai colocar o
estudante na defensiva e aumentar a culpa;
Enfatize que a situao em que ele se encontra s pode
mudar, se ele assumir a responsabilidade de mud-la;
cabe a ele a deciso nal, embora possa haver ajuda
dos outros;
Oferea opes de comportamentos alternativos e
convide-o a reetir; no exija que ele se comprometa
com nada de imediato, a no ser o de reetir sobre o
que voc falou;
Enfatize que ele(a) capaz de mudar, que, embora
possa parecer difcil, possvel. Comear com
pequenos passos pode ser a melhor maneira de
conseguir mais.
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Esta cartilhano vai fornecer uma frmula secreta de como
trabalhar em sala de aula, at porque essa frmula no existe.Mas as experincias mostram que alguns princpios e abordagens
surtem mais efeito do que outros. Veja abaixo:
Apresente informaes fundamentadas sobre drogas
de maneira isenta e honesta; sem usar exagero ou
estratgias de amedrontamento. Os diferentes setoresda escola devem ter coerncia na forma de abordar as
questes.
Inclua informao realista sobre os riscos de se usar
drogas, mas mencione tambm os benefcios de no
us-las
Caso v explorar os vrios motivos pelos quais as
pessoas usam drogas, discuta tambm alternativas,
outras atividades que as pessoas poderiam ter escolhido
ao invs de usar drogas.
No faa sermo, tente envolver seus alunos ao mximo,
usando as opinies e vises que eles oferecem.
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No exagere os dados de consumo de drogas na nossa
sociedade. A maioria dos nossos jovens saudvel e
prefere se abster. Exagero s faz com que os jovens
desenvolvam uma viso deformada da realidade,
pensando que se eles e seus amigos no usam drogas,
porque esto por fora; anal os jornais, seus pais e
professores garantem que o consumo de drogas est,
cada vez mais, disseminado.
No generalize as informaes como se todas as drogas
fossem iguais, fazendo armaes do tipo no use
drogas ou os problemas que as drogas causam. importante saber que, embora seja desejvel que os
adolescentes retardem o incio do consumo, existem
usos de algumas drogas ou medicamentos que no
trazem prejuzos. Os efeitos so diferentes, o que torna
necessrio que as informaes sejam dadas nomeandoas drogas sobre as quais estamos falando.
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Melhorando a percepo dos alunos sobre as
normas de comportamento entre os jovens:
estratgia de preveno
Pesquisas indicam que os estudantes de alto risco,atrados pelo uso de drogas, tendem a ter uma concepo
deformada da realidade. Quando convidados a estimar a
proporo de jovens como eles que bebem, fumam e usam
outras drogas, estes tendem a dar porcentagens bem mais
altas do que na verdade as pesquisas indicam.
Estudos tambm mostram que, quando esses
estudantes so convidados a contrastar suas estimativas de
consumo com dados reais de uso, provoca-se uma situao
de discrepncia propiciadora de mudana. Muitos jovens, ao
terem sua percepo da realidade corrigida reconsideram
seu uso de substncias.
Os programas mais efetivos so aqueles nos quais
os jovens tm a oportunidade de exercitar maneiras
de lidar com os desaos normais de sua faixa etria,
como: vencer a timidez, aprender a se comunicar, comoagir diante de agresses, como tomar decises na vida
pessoal e escolar. As pesquisas indicam que esses so
os motivos emocionais mais comuns para experimentar
drogas, esperando que elas aliviem a tenso que esses
desaos provocam.
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UMA MATRIA DIFERENTE NA ESCOLA:
COMPETNCIA PARA VIVER
Vrios trabalhos cientcos mostram que ajudar os jovens alidar com questes de timidez, sensibilidade extrema, frustrao,
diculdade de se colocar diante de um grupo, dentro do currculoescolar, entre a segunda e a oitava sries, resulta numa diminuiodo uso de drogas entre estudantes, que perdura por, pelo menos,seis anos aps o desenvolvimento das atividades.
O projeto mais exemplar nesse campo o Life Skills Training(LST), (Treinamento.das Habilidades de Vida....) concebido naCornell University por Gilbert Botvin e colegas. Esse programa
convida estudantes e professores a discutir os desaos afetivos eemocionais dentro da sala de aula e tentar criar e exercitar formasde lidar com eles. Prope trs eixos de atividades, cada um focadono desenvolvimento de habilidades sociais distintas:
Auto gerenciamento ajuda estudantes a analisar sua auto-imagem e os efeitos dela no seu comportamento, determinarobjetivos pessoais de vida, monitorar progressos nesse sentido,
identicar comportamentos e decises cotidianas que foraminuenciadas por outras pessoas, analisar essas situaese aprender a avaliar as conseqncias de determinadoscomportamentos antes de adot-los;
Habilidades sociais gerais ajuda os estudantes a superara timidez e a diculdade de se comunicar, a obter rmezana comunicao verbal e no verbal, tanto na recusa como
na aceitao de convites, assim como trabalhar com oreconhecimento de alternativas viveis passividade ouagressividade diante de situaes difceis.
Habilidade de resistir a drogas ajuda os jovens a reconheceros mitos e concepes equivocadas, disseminadas socialmente,em relao ao cigarro, lcool, medicamentos e drogas ilcitas,assim como lidar com a presso dos meios de comunicao de
massa e dos amigos para us-los.
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Adolescente tem muito orgulho de ter autonomia e idias
prprias. Assim, embora os dados sejam unnimes em
apontar presso de grupo como um fator importante
para o incio do uso de drogas, no aconselhvel que
este tema seja abordado diretamente. Use estratgias
criativas, principalmente dando voz aos alunos que vem
os possveis benefcios que as drogas podem trazer
e preferem escolher outras formas de alcanar esses
benefcios (descontrao, relaxamento, sentir-se parte
da turma, ter coragem de paquerar).
Procure adaptar o seu trabalho a seu pblico alvo: se
voc educador na rea de esportes, por exemplo,
seu trabalho de preveno vai render mais entre jovens
que adoram esportes (e que, em geral, no so muito
atrados por matrias que requerem leitura e estudo).
Assim, procure adaptar sua mensagem a seu pblico, e
evite recomendar livros para discusso, ou aulas tericas
sobre o assunto.
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Uma forma ecaz de trabalhar desenvolver um
programa especco para participantes de times esportivos
da escola.
A idia simples e original: desenvolver atividades depromoo sade como parte integrante dos treinamentos
dos times, com superviso dos prprios tcnicos esportivos e
seus ajudantes.
Esse tipo de postura tem sido chave para o sucesso
de aes preventivas: para se contrapor a uma cultura grupal
de esculpir o corpo com remdios e beber at cair depois do
jogo preciso atuar no prprio palco onde essa sub-cultura
construda - nas quadras, nos treinos.
necessrio escolher adultos apropriados para
trabalhar com esses jovens. Para estudantes atletas, que
muitas vezes pouco valorizam o currculo formal, pedir para oprofessor de Cincias trabalhar o problema na sua disciplina
seria possivelmente incuo (seno contraproducente).
Para abordar a questo das drogas e desenvolver aes
de preveno na escola, necessrio ter um planejamento que
envolva os diferentes segmentos, incluindo coordenadores,
professores, pais, funcionrios, estudantes e comunidade.
O trabalho deve ser desenvolvido durante todo o processo
escolar, por meio de mtodos interativos, e integrado ao currculo
e a aes de promoo sade individual e coletiva.
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RECURSOS COMUNITRIOS
Apresentamos, abaixo, algumas indicaes de instituies
pblicas, privadas e rgos no-governamentais das quais vocpoder dispor na sua cidade ou regio caso queira obter maiores
informaes sobre o assunto abordado nesta cartilha ou conhecer
os locais de atendimento.
Centros de informao / orientao / atendimento
SENAD - Secretaria Nacional Antidrogas
Palcio do Planalto - Anexo II - Sala 267
CEP: 70.150-901 - Braslia - DF
Central de Atendimento - 0800-61 43 21
www.senad.gov.br
Conselhos Estaduais de Entorpecentes/Antidrogas
CONENs/CEADs
Conselhos Municipais de Entorpecentes/Antidrogas COMENs/COMADs
Para saber o endereo dos Conselhos do seu estado consulte o site:
www.obid.senad.gov.br
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CEBRID - Centro Brasileiro de Informaes sobre
Drogas Psicotrpicas e Unidade de Dependncia de
Drogas - UDED da Universidade Federal de So Paulo
- UNIFESP
Endereo: Rua Napoleo de Barros, 925 - Vila ClementinoCEP: 04024-002 - So Paulo-SP
Fone CEBRID: (11) 5539-0155 - ramal 170
Fax CEBRID: (11) 5084-2793
Fax Departamento de Psicobiologia: (0xx11) 5572-5092
http://www.unifesp.br/dpsicobio/cebrid
GREA - Grupo Interdisciplinar de Estudos do Alcoolismo
e Farmacodependncias
Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clnicas da
Faculdade de Medicina da USP.
Rua Dr. Ovdio Pires de Campos, s/n Caixa postal 8091 So Paulo/SP
CEP 05403-010 Tel. (11) 3064.4973 Fax: (11) 852.7615
www.grea.org.br
Alcolicos Annimos
Central: Av Senador Queiroz, 101, 2 andar,cj 205Caixa Postal 3180 So Paulo CEP 01060-970
Tel: (11) 3315-9333
www.alcoolicosanonimos.org.br
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Al-Anon e Alateen (Grupos Familiares do Brasil)
Para saber os locais de atendimento em sua cidade acesse:
www.al-anon.org.br
Narcticos Annimos
Central: (11) 5594-5657
www.na.org.br
Amor-Exigente (para pais e familiares de usurios de
drogas)Para todo o Brasil: (0xx19) 3252-2630 (Secretaria Nacional
- Febrae)
www.amorexigente.org.br
38Srie: Por Dentro do Assunto
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Leituras recomendadas
Drogas - mitos e verdades. Beatriz Carlini Cotrim. SoPaulo: tica, 1998.
Livreto Informativo sobre Drogas Psicotrpicas.CEBRID/SENAD. Braslia. 2004.
O alcoolismo. Ronaldo Laranjeira. So Paulo: Contexto,1998.
A Sade mental do jovem brasileiro. Bacy Fleitlich-Bilyk,nio Roberto de Andrade, Sandra Scivoletto, Vanessa
Dentzien Pinzon. So Paulo: Edies Inteligentes, 2004.
Liberdade poder decidir. Maria de Lurdes Zemel, FTD,
2000.
Doces Venenos: Conversas e desconversas sobredrogas. LdiaRosenberg Aratangy. So Paulo: olho Dgua, 1991.
123 Respostas Sobre Drogas - Coleo Dilogo naSala de Aula. Iami Tiba. So Paulo: Editora Scipione.2003.
Anjos cados - como prevenir e eliminar as drogas na vidado adolescente. Iami Tiba. So Paulo: Gente, 1999.
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Adolescncia e drogas. Ilana Pinskey, Marco AntnioBessa (orgs). So Paulo: Contexto, 2004.
Drogas Preveno e Tratamento - O que voc queria
saber sobre drogas e no tinha a quem perguntar. DPMaluf, Takey EH, Humberg LV, Meyer M, Laranjo THM.So Paulo: Cia Editora, 2002.
Guia para Famlia: cuidando da pessoa comproblemas relacionados com lcool e outras drogas.
Organizadoras: Anita Taub, Paola Bruno de ArajoAndreoli. So Paulo: Editora Atheneu, 2004.
Depois Daquela Viagem. Valria Piassa Polizzi. Editora:tica, 2003.
Esmeralda Por que no dancei. Esmeralda do CarmoOrtiz. So Paulo: Editora Senac, 2001.
40Srie: Por Dentro do Assunto
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Filmes
A corrente do bem, 2000.Direo: Mini Leder
Dirio de um adolescente, 1995.Direo: Scott Kalvert
28 dias, 2000.Direo: Betty Thomas
Quando Um Homem Ama Uma Mulher, 1994.Direo: Luis Mandoki
Por volta da meia noite, 1986.Direo: Bertrand Tavernier
Cazuza - O Tempo No Pra, 2004.Direo:Sandra Werneck e Walter Carvalho
Todos os Coraes do Mundo, 1995.Direo: Murillo Salles
Despedida em Las Vegas, 1996.
Direo: Mike Figgis
Trafc, 2000.Direo: Steven Soderbergh
O Informante, 1999.
Direo: Michael Mann
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Sites
SENAD - Secretaria Nacional Antidrogaswww.senad.gov.br
OBID Observatrio Brasileiro de Informaes sobreDrogaswww.obid.senad.gov.br
Coordenao Nacional de DSTs e AIDSwww.aids.gov.br
Abrafam Associao Brasileira de Apoio s Famliasde Drogadependenteswww.impacto.org/abrafam
GREA Escola do Futuro USPwww.vad.com.br/vivix
Sade do Adolescente Canal do Ministrio da Sadehttp://portal.saude.gov.br/saude/area.cfm?id_area=241
Hospital Israelita Albert Einsteinwww.einstein.br/alcooledrogas
Cuida - Centro Utilitrio de Interveno e Apoio aos
Filhos de Dependentes Qumicos
www.uniad.org.br/cuida
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UNIAD - Unidade de Pesquisa em lcool e Drogas
www.uniad.org.br
Associao Brasileira Interdisciplinar de AIDS Links
Nacionaiswww.abiaids.org.br
Projeto Falando srio sobre drogas
www.falandoseriosobredrogas.org.br
Alcolicos Annimos
www.alcoolicosanonimos.org.br
Narcticos Annimos Central
www.na.org.br
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